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Aula 01

Direito Previdenciário(Prof. Ivan Kertzman) p/ INSS -Técnico de Seguro Social-Com


videoaulas - 2016

Professor: Ivan Kertzman

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Previdenciário para o Concurso para Técnico do Seguro Social
Curso Teórico + Exercícios
Prof Ivan Kertzman Aula 01
AULA 01

SUMÁRIO PÁGINA
1. Apresentação da Aula 1
2. Principais Dispositivos Constitucionais 2
2.1 Tríplice Forma de Custeio 2
2.2 Financiamento da Seguridade Social 3
2.3 Contribuições Sociais 12
2.4 Imunidade das Entidades Beneficentes de 15
Assistência Social
2.5 Competência da Justiça do Trabalho para Executar 19
Contribuições Previdenciárias
2.6 Preexistência do Custeio em Relação aos Benefícios 19
e Serviços
2.7 Competência dos Entes Federativos 20
2.8 Segurados Especiais 22
2.9 Orçamento da Seguridade Social 23
2.10 Vedação de Contratação com o Poder Público 25
2.11 Aposentadoria Especial 26
2.12 Sistema Especial de Inclusão Previdenciária 27
2.13 Menor Valor dos Benefícios Previdenciários 29
2.14 Vedação de Filiação de Segurado do RPPS como 30
Facultativo do RGPS
3. Histórico da Seguridade Social 31
3.1 Histórico da Seguridade Social no Mundo 31
3.2 Histórico da Seguridade Social no Brasil 33
4. Exercícios para a Fixação do Aprendizado 39
Anexo I – Arts. 195 e 201 da Constituição Federal de 88 54

1. APRESENTAÇÃO DA AULA

Meus guerreiros,

Na aula de hoje, vamos nos dedicar a um importante assunto: os


principais dispositivos constitucionais.

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Este tema sempre é cobrado em provas de concurso público para Técnico
do INSS.

É inevitável que apareçam algumas questões sobre os dispositivos


constitucionais que tratam da seguridade social. Lembro que a definição e
os princípios da seguridade, presentes no art. 194 da Constituição
Federal, foi objeto de estudo na aula demonstrativa, assim como as
regras constitucionais relativas à saúde e assistência social.

Nesta aula, trataremos de dispositivos relativos ao custeio da seguridade,


presentes, em sua maioria, no art. 195 da Constituição, e de alguns
dispositivos relativos aos benefícios previdenciários, dispostos no art. 201
da Carta Maior.

2. PRINCIPAIS DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

2.1 TRÍPLICE FORMA DE CUSTEIO

Art. 195, CF

A Constituição ordena que a seguridade social seja financiada por toda a


sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos provenientes do
governo, das empresas e dos trabalhadores.

O governo contribui como qualquer empresa, caso contrate trabalhadores


vinculados ao RGPS. Esses recursos devem estar incluídos no orçamento
da seguridade social, que, como será visto ainda neste capítulo, deve ser
elaborado de maneira autônoma pelos entes federativos (União, Estados,
Distrito Federal e Municípios), contendo a previsão de receitas e
despesas.

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No caso de eventual falta de recursos para o pagamento dos benefícios do
RGPS, cabe à União efetuar a complementação, por meio da destinação
para esse fim de recursos de seu orçamento fiscal.

Após a Reforma da Previdência (EC 41/03), foi instituída a contribuição


dos aposentados dos Regimes Próprios de Previdência Social para o finan-
ciamento do sistema previdenciário. A reforma, no entanto, não alterou a
imunidade dos aposentados filiados ao RGPS. A tríplice forma de custeio,
então, somente continua válida para o RGPS, pois, atualmente, os regi-
mes próprios são financiados por quatro fontes: governo, trabalhadores,
empresas e inativos (aposentados e pensionistas).

Amigos, fiquem atentos com a pegadinha clássica de concurso que tenta


confundir o estudante, misturando a gestão quadripartite da seguridade
social com a tríplice forma de custeio. Não caiam na pegadinha de marcar
como certa a afirmativa que diz que a gestão da seguridade é tripartite ou
que o custeio é quadripartite...

2.2 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL

Art. 195, CF

O artigo 195 da Constituição dispõe que a seguridade social será financia-


da por toda a sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios e das seguintes contribuições sociais:

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I. do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada, na
forma da lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou


creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste servi-
ço, mesmo sem vínculo empregatício;

Essa contribuição é chamada de contribuição previdenciária patronal, pois


se destina ao custeio dos benefícios previdenciários, sendo arrecadada,
cobrada e fiscalizada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Percebam que, de acordo com o art. 167, XI, da Constituição Federal,


estas contribuições somente podem ser utilizadas para o pagamento de
benefícios previdenciários. É por esta razão que se diz que tais
contribuições são contribuições previdenciárias, pois, apesar de se
destinarem ao financiamento da seguridade social (previdência,
assistência e saúde), a própria constituição carimbou tal verba para a
previdência social.

b) a receita ou o faturamento;

As contribuições sociais para a seguridade social sobre a receita ou o


faturamento são o Programa de Integração Social (PIS), que em verdade
está detalhada no artigo 239 da Constituição, e a Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (COFINS). Essas contribuições são
arrecadadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB), não
sendo, todavia, destinadas exclusivamente para o pagamento dos
benefícios previdenciários.

Estas duas contribuições possuem regras bastante parecidas, tendo,


contudo, algumas particularidades, a depender do tipo de contribuinte,

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tais como pessoas jurídicas de direito privado, público ou contribuintes
especiais (instituições de educação e de assistência social sem fins
lucrativos, sindicatos e templos).

Ambos tributos apresentam três hipóteses de incidência distinta:

1) o faturamento ou o auferimento de receitas, para pessoas


jurídicas de direito privado;

2) o pagamento da folha de salários, para entidades de relevância


social determinadas em lei;

3) a arrecadação mensal de receitas correntes e o recebimento


mensal de recursos, para entidades de direito público.

As exportações são imunes de contribuições incidentes sobre a receita ou


o faturamento (art. 149, § 2º, I, da Constituição Federal). As entidades
beneficentes de assistência social também gozam de imunidade, como
veremos em tópico específico.

São isentas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins as receitas (IN


SRF n º 247, de 21 de novembro de 2002, art. 45):

a) dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do


Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de
economia mista;

b) da exportação de mercadorias para o exterior;

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c) dos serviços prestados a pessoas físicas ou jurídicas residentes
ou domiciliadas no exterior, cujo pagamento represente ingresso
de divisas;

d) do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou


consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego
internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda
conversível;

e) do transporte internacional de cargas ou passageiros;

f) auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de


construção, conservação, modernização, conversão e reparo de
embarcações pré-registradas ou registradas no Registro Especial
Brasileiro (REB), instituído pela Lei n º 9.432, de 8 de janeiro de
1997;

g) de frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior


pelas embarcações registradas no REB, de que trata o art. 11 da
Lei n º 9.432, de 1997;

h) de vendas realizadas pelo produtor-vendedor às empresas


comerciais exportadoras nos termos do Decreto-Lei n º 1.248,
de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que
destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; e

i) de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a


empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio
Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior.

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Também são isentas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins a que
se referem às Leis n º s 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.833, de
29 de dezembro de 2003, e 10.865, de 30 de abril de 2004, as receitas
decorrentes da venda de energia elétrica pela Itaipu Binacional.

São isentas da Cofins as receitas relativas às atividades próprias das


seguintes entidades (Medida Provisória n º 2.158-35, de 24 de agosto de
2001, art. 14, X):

a) templos de qualquer culto;

b) partidos políticos;

c) instituições de educação e de assistência social que preencham


as condições e requisitos do art. 12 da Lei n º 9.532, de 10 de
dezembro de 1997;

d) instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico


e as associações, que preencham as condições e requisitos do
art. 15 da Lei n º 9.532, de 1997;

e) sindicatos, federações e confederações;

f) serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;

g) conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas;

h) fundações de direito privado;

i) condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou


comerciais; e

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j) Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e as
Organizações Estaduais de Cooperativas previstas no art. 105 e
seu § 1 º da Lei n º 5.764, de 16 de dezembro de 1971.

Existem dois regimes básicos de incidência do PIS e da Cofins: o regime


cumulativo e o regime não cumulativo.

No regime de incidência cumulativa, a base de cálculo é o total das


receitas da pessoa jurídica, sem deduções em relação a custos, despesas
e encargos. Nesse regime, as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep
e da Cofins são, respectivamente, de 0,65% e de 3%. Note-se, no
entanto, que a Lei 8.212/91 ainda traz no seu desatualizado texto a
alíquota da Cofins de 2% (art. 23, I, da Lei 8.212/91).

As pessoas jurídicas de direito privado e as que lhe são equiparadas pela


legislação do imposto de renda que apuram o IRPJ com base no lucro
presumido ou arbitrado estão sujeitas à incidência cumulativa.

O regime cumulativo, todavia, permite algumas exclusões da base de


cálculo para pagamento destas contribuições (Lei nº 9.718, de 1998, art.
3º, § 2º):

a) das receitas isentas ou não alcançadas pela incidência da


contribuição ou sujeitas à alíquota 0 (zero);

b) das vendas canceladas;

c) dos descontos incondicionais concedidos;

d) do IPI;

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e) do ICMS, quando destacado em nota fiscal e cobrado pelo
vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de
substituto tributário;

f) das reversões de provisões;

g) das recuperações de créditos baixados como perdas, que não


representem ingresso de novas receitas;

h) dos resultados positivos da avaliação de investimentos pelo valor


do patrimônio líquido;

i) dos lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados


pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como
receita;

j) das receitas não-operacionais, decorrentes da venda de bens do


ativo permanente.

Apesar de não ser muito comum questões de concurso público de Direito


Previdenciário indagarem sobre as regras de PIS e da Cofins, o concurso
para Analista do INSS 2014 trouxe algumas questões sobre o tema, por
isso detalhamos um pouco mais o assunto neste curso.

Os regimes de incidência não-cumulativa para o PIS/Pasep e para a


Cofins foram instituídos em dezembro de 2002 (Lei 10.637) e fevereiro
de 2004 (Lei 10.833), respectivamente. Este regime permite o desconto
de créditos apurados com base em custos, despesas e encargos da
pessoa jurídica. As alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins são, respectivamente, de 1,65% e de 7,6%.

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As pessoas jurídicas de direito privado e as que lhe são equiparadas pela
legislação do imposto de renda que apuram o IRPJ com base no lucro real
estão sujeitas à incidência não-cumulativa, exceto: as instituições
financeiras, as cooperativas de crédito, as pessoas jurídicas que tenham
por objeto a securitização de créditos imobiliários e financeiros, as
operadoras de planos de assistência à saúde, as empresas particulares
que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores de que
trata a Lei nº 7.102, de 1983, e as sociedades cooperativas (exceto as
sociedades cooperativas de produção agropecuária e as sociedades
cooperativas de consumo).

c) o lucro;

É a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) possui a mesma base


de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ, sendo
administrada, arrecadada, fiscalizada e cobrada pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil - SRFB.

Estão sujeitas ao pagamento da CSLL as pessoas jurídicas e as pessoas


físicas a elas equiparadas, domiciliadas no País. A alíquota da CSLL é de
9% para as pessoas jurídicas em geral, e de 15% (Lei nº 11.727, de
2008, art. 17), no caso das pessoas jurídicas consideradas instituições
financeiras, de seguros privados e de capitalização. Observem que o texto
do art. 23, II, da Lei 8.212/91 traz a desatualizada alíquota de CSLL de
10%.

A apuração da CSLL deve acompanhar a forma de tributação do lucro


adotada para o IRPJ. Aplicam-se à CSLL, no que couberem, as disposições
da legislação do imposto sobre a renda referentes à administração, ao
lançamento, à consulta, à cobrança, às penalidades, às garantias e ao
processo administrativo, mantidas a base de cálculo e as alíquotas

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previstas na legislação da referida contribuição (Lei nº 7.689, de 1988,
art. 6º , e Lei nº 8.981, de 1995, art. 57).

II. do trabalhador e dos demais segurados da Previdência Social,


não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão
concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social;

Essa contribuição também é considerada previdenciária, e o detalhamento


será estudado mais à frente em uma aula específica de custeio. O art.
167, XI, da Constituição Federal destina também estas contribuições
exclusivamente para o pagamento de benefícios previdenciários. É por
esta razão que se diz que tais contribuições são contribuições
previdenciárias parte do segurado, pois, apesar de se destinar ao
financiamento da seguridade social (previdência, assistência e saúde), a
própria constituição carimbou tal verba para a previdência social.

III. sobre a receita de concursos de prognósticos;

Concurso de prognóstico é todo concurso de sorteio de números ou


quaisquer outros símbolos, loterias e apostas de qualquer natureza
promovidos por órgãos do Poder Público ou por sociedades comerciais ou
civis. O Poder Público organiza os concursos lotéricos, promovidos pela
Caixa Econômica Federal, entre outros. A iniciativa privada, por sua vez,
organiza concursos, por exemplo, a Tele Sena. A contribuição incidente
sobre a receita de concursos de prognósticos é a renda líquida dos
concursos de prognósticos realizados pelos órgãos do Poder Público e 5%
sobre o movimento global de apostas em prado de corridas e sorteios,
organizados pela iniciativa privada.

Renda líquida é o total da arrecadação, deduzidos os valores destinados


ao pagamento de prêmios, impostos e despesas com administração e os

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valores destinados aos programas de crédito educativo. Atualmente, 30%
da renda líquida dos concursos de prognósticos constituem receita do
Fundo de Financiamento ao Estudante de Nível Superior (FIES).

IV. do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a


lei a ele equiparar.

São o PIS e a COFINS importação, administrados pela SRFB. O seu


detalhamento também não fará parte do nosso curso.

As contribuições sociais aqui previstas são destinadas ao financiamento


dos três ramos da seguridade social: saúde, previdência social e assistên-
cia social. Entretanto, aquelas consideradas previdenciárias (Ia e II)
devem ser destinadas exclusivamente ao financiamento dos benefícios
previdenciários e serão estudadas no decorrer do nosso curso.

2.3 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

Arts. 149 e 195, §§ 4.º, 6.º, 9.º e 11, CF

De acordo com o Supremo Tribunal Federal, são cinco as espécies


tributárias:

a) Impostos;
b) Taxas;
c) Contribuições de Melhoria;
d) Empréstimos Compulsórios;
e) Contribuições Especiais (ou simplesmente contribuições).

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As contribuições são, então, espécies autônomas de tributos, de acordo
com entendimento consolidado do STF (RREE 138.284-8, rel. min. Carlos
Veloso; 146.733; ADC-1/DF).

As contribuições sociais previdenciárias das empresas, em regra, incidem


sobre a folha de pagamento. A Constituição, no entanto, dispõe que tais
contribuições “poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em
razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do
porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho” (art.
195, § 9°, da CF/88). Em nossa aula de custeio, veremos quais foram os
ramos de atividades que tiveram a base de cálculo de tributação patronal
substituída da folha de pagamento para a receita.

Meus amigos, percebam que como as contribuições previdenciárias são


cobradas, pela regra geral, com base na folha de pagamento, quem
emprega maior número de trabalhadores acaba por ter um custo
previdenciário mais elevado, o que pode desestimular as contratações.

Assim, o constituinte derivado (Emenda Constitucional 20/98) previu a


possibilidade de se diferenciarem os percentuais de contribuição para
empresas que utilizam intensamente mão-de-obra. Essa norma, no
entanto, até então não foi regulamentada.

Outra possiblidade que a Constituição prevê é a de substituição gradual,


total ou parcial, da contribuição patronal previdenciária incidente sobre a
folha de remuneração dos trabalhadores por outra incidente sobre a
receita ou o faturamento (art. 195, § 13, CF/88).

Outro importante dispositivo constitucional que trata das contribuições


sociais é o que dispõe ser vedada a concessão de remissão ou anistia das
contribuições sociais da empresa quando relativas à folha de salários e

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das contribuições do trabalhador para débitos em montante superior ao
definido em lei complementar (art. 195, § 11, CF).

Remissão é o perdão do valor principal da dívida já lançada. É hipótese de


extinção do crédito tributário. Anistia é o perdão da multa e dos juros de
mora ainda não lançados e exclui o crédito tributário. Ambos os institutos
sofrem limitações quanto ao valor apenas em relação às contribuições
previdenciárias.

Um dos dispositivos mais cobrados nos concursos públicos é o que trata


da anterioridade. As contribuições sociais seguem a anterioridade
nonagesimal ou anterioridade mitigada (também chamada de noventena),
ou seja, somente poderão ser exigidas depois de decorridos 90 dias da
data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado.

Então, para poder cobrar efetivamente uma contribuição social é


necessário esperar 90 dias da data da publicação da lei que a criou. O STF
entende que para alterar a data de vencimento da contribuição social, não
é necessário aguardar a noventena (Súmula 669).

Meus guerreiros, a Emenda Constitucional 33/2001 ofereceu imunidade


de contribuição social e de intervenção no domínio econômico às receitas
provenientes de operação de exportação, inserindo o inciso I, no § 2°, do
art. 149, da Constituição.

As exportações ficaram, então, desoneradas do pagamento de


contribuições incidentes sobre a receita ou faturamento (COFINS e PIS).

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Os contribuintes que recolhem suas contribuições previdenciárias com
base no faturamento, devido à substituição tributária, também foram
beneficiados.

Caros amigos, o § 4°, do art. 195, da Constituição dispõe que a lei poderá
instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão
da seguridade social, face à competência residual da União. Entende o
STF que estas contribuições devem ser criadas mediante lei
complementar e obedecendo ao princípio da não cumulatividade,
sem, todavia, ser obrigatório que tenham fato gerador ou base de cálculo
diferente dos impostos já existentes. Não podem, entretanto, possuir a
mesma base de cálculo e fato gerador das contribuições anteriormente
instituídas (RE-258470/RS, Rel. Min. Moreira Alves).

2.4 IMUNIDADE DAS ENTIDADES BENEFICENTES DE


ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 195, § 7.º, CF, 55, Lei 8.212/91, e 206 a 210, Decreto 3.048/99

A Constituição Federal dispõe:

“São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades bene-


ficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em
lei.”

Apesar de o próprio texto constitucional mencionar a palavra “isentas”,


tecnicamente, trata-se de verdadeira imunidade. Amigos, a diferença
entre imunidade e isenção é que a isenção é uma autorização legal para
que, sobre determinado fato gerador, não haja incidência de tributo,
enquanto a imunidade é a autorização constitucional para a não
incidência tributária.

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Uma dica que devo dar para vocês é que sempre que a questão repetir as
palavras de um ato normativo (constituição, lei, decreto), ela deve ser
considerada correta, mesmo que tenha alguma impropriedade. Assim, se
a questão falar em isenção de contribuições para entidades beneficentes,
obviamente, ela deve ser marcada correta.

Meus amigos, recentemente, os requisitos para o gozo da imunidade


foram alvo de alteração. É que a Lei 12.101, de 27/11/2009 revogou as
regras do art. 55, da Lei 8.212/91, passando a dispor sobre a matéria. O
Decreto 7.237, de 20/07/2010 regulamentou os dispositivos da Lei.
12.101/09.

O art. 29, da Lei 12.101/09 traz os seguintes requisitos para o gozo do


benefício fiscal:

I - não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou


benfeitores remuneração, vantagens ou benefícios, direta ou
indiretamente, por qualquer forma ou título, em razão das competências,
funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos respectivos atos
constitutivos, exceto no caso de associações assistenciais ou fundações,
sem fins lucrativos, cujos dirigentes poderão ser remunerados, desde que
atuem efetivamente na gestão executiva, respeitados como limites
máximos os valores praticados pelo mercado na região correspondente à
sua área de atuação, devendo seu valor ser fixado pelo órgão de
deliberação superior da entidade, registrado em ata, com comunicação ao
Ministério Público, no caso das fundações;

II - aplique suas rendas, seus recursos e eventual superávit integralmente


no território nacional, na manutenção e desenvolvimento de seus
objetivos institucionais;

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III - apresente certidão negativa ou certidão positiva com efeito de
negativa de débitos relativos aos tributos administrados pela Secretaria
da Receita Federal do Brasil e certificado de regularidade do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;

IV - mantenha escrituração contábil regular que registre as receitas e


despesas, bem como a aplicação em gratuidade de forma segregada, em
consonância com as normas emanadas do Conselho Federal de
Contabilidade;

V - não distribua resultados, dividendos, bonificações, participações ou


parcelas do seu patrimônio, sob qualquer forma ou pretexto;

VI - conserve em boa ordem, pelo prazo de 10 (dez) anos, contado da


data da emissão, os documentos que comprovem a origem e a aplicação
de seus recursos e os relativos a atos ou operações realizados que
impliquem modificação da situação patrimonial;

VII - cumpra as obrigações acessórias estabelecidas na legislação


tributária;

VIII - apresente as demonstrações contábeis e financeiras devidamente


auditadas por auditor independente legalmente habilitado nos Conselhos
Regionais de Contabilidade quando a receita bruta anual auferida for
superior ao limite fixado pela Lei Complementar no 123, de 14 de
dezembro de 2006.

Após a alteração promovida pela lei 12.868/2013, tornou-se possível,


inclusive, a remuneração de diretores destas instituições, conforme
previsto expressamente no § 1°, do art. 29, da Lei 12.101/2009, sendo
permitida:

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I - a remuneração aos diretores não estatutários que tenham
vínculo empregatício;

II - a remuneração aos dirigentes estatutários, desde que recebam


remuneração inferior, em seu valor bruto, a 70% do limite
estabelecido para a remuneração de servidores do Poder Executivo
federal.

A referida remuneração dos dirigentes estatutários deve obedecer


às seguintes condições:

I - nenhum dirigente remunerado poderá ser cônjuge ou parente


até 3° grau, inclusive afim, de instituidores, sócios, diretores,
conselheiros, benfeitores ou equivalentes da instituição; e

II - o total pago a título de remuneração para dirigentes, pelo


exercício das atribuições estatutárias, deve ser inferior a 5 vezes o
valor correspondente ao limite individual estabelecido.

A Lei 12.101/09, além de tratar dos requisitos para a imunidade das


entidades de assistência social, dispõe também sobre a isenção das
entidades que atuam nas áreas de saúde e de educação, devendo
estas cumprir os mesmos requisitos estabelecidos no seu art. 29.

A isenção das contribuições é extensiva a todas as entidades mantidas,


suas dependências, estabelecimentos e obras de construção civil da pes-
soa jurídica de direito privado beneficente, quando por ela executadas e
destinadas a uso próprio.

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2.5 COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO PARA
EXECUTAR CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

Art. 114, VIII, CF

A partir da Emenda 20, de 1998, a Justiça do Trabalho passou a ser


competente para executar, de ofício, as contribuições sociais
previdenciárias das empresas e dos segurados decorrentes das sentenças
que proferir.

Assim, meus amigos, se, por exemplo, em uma ação trabalhista, o


reclamante ganhar 100 mil reais da empresa, o Juiz do Trabalho tem que
cobrar as contribuições previdenciárias decorrentes desta condenação,
abrangendo tanto a parcela devida pelo empregador como também a
parcela de contribuição previdenciária do empregado.

2.6 PREEXISTÊNCIA DO CUSTEIO EM RELAÇÃO AOS


BENEFÍCIOS E SERVIÇOS

Art. 195, § 5.º, CF

Meus guerreiros, no meu papel de capitão, alerto a vocês que este é um


dos dispositivos constitucionais que mais têm sido cobrados em provas de
concurso público.

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De acordo com o texto do artigo 195, § 5°, da Constituição “nenhum
benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou
estendido sem a correspondente fonte de custeio total”.

Então, preexistência do custeio em relação aos benefícios e serviços signi-


fica que, para ser possível a criação ou ampliação de qualquer benefício
ou serviço, deve haver, anteriormente, previsão da fonte dos recursos
que financiará a nova prestação.

Um novo benefício deve ser financiado por nova fonte, não bastando ape-
nas indicar recursos já existentes, sob pena de padecer de inconstitucio-
nalidade.

2.7 COMPETÊNCIA DOS ENTES FEDERATIVOS

Art. 22, XXIII, CF/88


Art. 23, II, CF/88
Art. 24, XII, CF/88
Art. 30, I, CF/88

Amigos, devo primeiramente explicar para vocês que, na terminologia


jurídica, competência significa, grosso modo, o poder que determinada
pessoa tem para executar alguma tarefa. Falar que o município é
competente para legislar sobre determinada matéria é o mesmo que dizer
que cabe a ele tal atribuição.

Assim, em relação ao poder para editar leis, cabe privativamente à


União legislar sobre seguridade social. A União é responsável pela
normatização dos aspectos básicos e regras gerais da seguridade social,
incluindo saúde, previdência social e assistência social. A definição da
estrutura da seguridade é de competência privativa deste ente.

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A competência constitucional privativa permite que lei complementar
autorize os Estados e o Distrito Federal a legislar sobre questões
específicas de matéria relacionada à seguridade social.

Já as competências legislativas relativas à previdência social,


proteção e defesa da saúde são concorrentes entre a União,
Estados e Distrito Federal, ou seja, a União edita as normas gerais e os
Estados e DF as específicas. Observe-se que os Municípios não estão
incluídos na competência concorrente.

Diz-se que a competência para legislar sobre matéria de previdência


social é concorrente, devido aos Estados e Distrito Federal terem a
capacidade de legislar sobre o funcionamento dos seus respectivos
regimes próprios. Os Municípios também podem legislar sobre a
organização dos seus regimes próprios, por força do disposto no art. 30,
I, da Constituição, que lhes atribui competência, em se tratando de
assuntos de interesse local (competência suplementar).

A regulamentação do Regime Geral de Previdência Social é de


competência privativa da União, cabendo apenas ao Ente Federal a
elaboração de disposições relativas ao RGPS.

É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e


dos Municípios cuidar da saúde e assistência pública, da proteção
e garantia das pessoas portadoras de deficiência. Esta competência
não é legislativa, mas administrativa, pois não se refere à capacidade de
legislar.

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2.8 – SEGURADOS ESPECIAIS

Art. 195, §8º, CF/88


Art. 201, §12, CF/88

De acordo com o art. 195, §8°, da Constituição Federal de 1988 “o


produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador
artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas
atividades em regime de economia familiar, sem empregados
permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação
de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão
jus aos benefícios nos termos da lei”.

Este dispositivo prevê a existência dos segurados especiais,


regulamentados pela Lei 8.212/91. Na aula em que serão estudados
todos os segurados da previdência social, o segurado especial será melhor
detalhado.

Estes produtores que trabalham em regime de economia familiar


contribuem para a previdência social com uma alíquota incidente sobre a
venda de sua produção, ao invés de seguirem a regra geral da
contribuição sobre a remuneração.

Meus amigos, estes segurados especiais, como o próprio nome sugere,


têm um tratamento totalmente especial. Para vocês terem ideia, para que
tais segurados obtenham benefícios previdenciários, não é essencial a
comprovação de contribuição para a previdência social, bastando que se
comprove o tempo de atividade rural, mesmo que de forma descontínua.

Assim, se um pequeno produtor rural que trabalha com a sua família


conseguir comprovar tal fato perante o INSS, poderá aposentar-se
mesmo que jamais tenha contribuído para a previdência social. Isso busca

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beneficiar as pequenas famílias que trabalham com a atividade rural em
busca do seu sustento.

A Constituição menciona que estes segurados devem exercer suas


atividades em regime de economia familiar, sem empregados
permanentes. Note-se que o texto não proíbe o apoio de empregados
temporários (safristas), entretanto a legislação previdenciária restringiu,
durante muito tempo, o texto constitucional, não permitindo a
contratação de empregados temporários. Somente com a edição da Lei
11.718/08, é que a lei previdenciária passou a permitir a contratação pelo
segurado especial de empregados safristas, como veremos quando
estudarmos as categorias de segurados.

Os segurados especiais têm seus benefícios previdenciários limitados ao


salário mínimo, por força de lei. A própria Constituição, ao prever a forma
diferenciada de contribuição deste segurado, estabeleceu que ele faria jus
aos benefícios, nos termos da lei.

2.9 – ORÇAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL

Art. 195, § 1º, CF/88


Art. 195, § 2º, CF/88
Art. 165, § 5º, III, CF/88

No nosso sistema jurídico, existem três orçamentos que devem ser


elaborados anualmente e aprovados por lei:

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I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos,
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou


indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e


órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

Podemos notar que o orçamento da seguridade social é específico,


contendo as receitas da seguridade social e os gastos com as áreas da
saúde, assistência social e previdência social.

A proposta de orçamento da seguridade social é elaborada de forma


integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e
assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na
lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus
recursos (art. 195, §2°, da CF/88).

É muito importante que este orçamento seja elaborado de forma


integrada, pois, como vimos na aula demonstrativa, a seguridade social é
um sistema em que as ações em uma área influenciam diretamente a
outra.

As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à


seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o
orçamento da União. Cada ente federativo deve elaborar as previsões
orçamentárias e incluí-las em seus orçamentos.

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A contribuição da União é constituída de recursos adicionais do orçamento
fiscal, fixados obrigatoriamente na Lei Orçamentária Anual.

No caso de eventual falta de recursos para o pagamento dos benefícios do


RGPS, cabe à União efetuar a complementação mediante inclusão da
destinação dos recursos em seu orçamento fiscal, na forma da Lei
Orçamentária Anual (art. 16, Lei 8.212/91).

2.10 – VEDAÇÃO DE CONTRATAÇÃO COM O PODER PÚBLICO

Art. 195, §3º, CF/88

A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como


estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público, nem dele
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

Para se evitar que as empresas devedoras da seguridade social contratem


com o Estado, no processo de licitação é necessária a apresentação de
um documento emitido pelos órgãos arrecadadores de contribuições
sociais, chamado de Certidão Negativa de Débito - CND.

Em algumas situações, a CND é exigida na fase de habilitação do


processo licitatório, e, em outras, a apresentação de tal documento
somente é necessária no ato de assinatura do contrato com o Poder
Público. De uma forma ou de outra, o importante é que se garanta que as
empresas devedoras da seguridade social sejam impedidas de contratar
com o Poder Público, em nome da moralidade administrativa.

Considera-se a entidade em débito, quando contra ela constar crédito da


seguridade social exigível decorrente de obrigação assumida como
contribuinte ou responsável, constituído por meio de notificação fiscal de
lançamento (antigo documento de cobrança de débito), auto de infração,

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confissão ou declaração, assim entendido, também, o que tenha sido
objeto de informação na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social. Na aula em que
trataremos de custeio, estudaremos com um pouco mais de detalhes a
CND.

2.11 – APOSENTADORIA ESPECIAL

Art. 201, §1º, CF/88

A atual redação do artigo 201, § 1°, da Constituição Federal de


1988, com redação dada pela Emenda Constitucional 47/05, dispõe: “É
vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão
de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social,
ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais
que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se
tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos
em lei complementar”.

A aposentadoria especial para os trabalhadores que exercem as


suas atividades em contato com agentes nocivos prejudiciais à saúde e à
integridade física já foi implementada há muitos anos. Quem trabalha
nestas condições pode aposentar-se com redução do tempo de
contribuição, bastando contribuir durante 15, 20 ou 25 anos, a depender
do tipo de agente.

Em relação à aposentadoria diferenciada para os segurados


portadores de deficiência, novidade trazida pela Emenda Constitucional
47, chamamos à atenção que ela acabou de ser regulamenta pela LC
142/2013. Estudaremos as regras da aposentadoria do portador de
deficiência no capítulo próprio de benefícios.

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2.12 SISTEMA ESPECIAL DE INCLUSÃO PREVIDENCIÁRIA

Art. 201, §12, CF/88

Amigos, desde que iniciei os estudos mais aprofundados do Direito


Previdenciário, escuto a discussão sobre a necessidade de se implementar
mecanismos de inclusão de pessoas na previdência social, como forma de
se fortalecer a seguridade social.

Lembro que a previdência social é o único dos três regimes em que os


segurados são obrigados a contribuir para fazerem jus aos benefícios.
Quanto mais segurados estiverem efetivamente contribuindo maior será a
arrecadação da previdência, e menores serão os gastos do Estado com o
pagamento de benefícios assistenciais, pois os idosos que contribuem
para a previdência podem se aposentar, não necessitando da “caridade
estatal” da assistência social.

Com o objetivo de favorecer a inclusão previdenciária, a Emenda


Constitucional 41 (Reforma da Previdência), revista pela EC 47, inseriu o
parágrafo 12, no artigo 201, da CF/88, com a seguinte redação: “Lei
disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para
atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda
própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no
âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa
renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-
mínimo”.

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A EC 47/05 previu também que o sistema especial de inclusão


previdenciária deverá ter alíquotas e carências inferiores às vigentes
para os demais segurados do regime geral de previdência social.

A constituição prevê então a criação de um sistema especial de


previdência com as seguintes regras:

1) O sistema deve atender a trabalhadores de baixa renda e donas(os)


de casa pertencentes à família de baixa renda;

2) Tais segurados podem contribuir com uma alíquota menor que os


demais, tendo direito aos benefícios que a lei definir;

3) A carência para a concessão dos benefícios deve ser menor que a


dos demais segurados;

4) O valor dos benefícios fica limitado ao salário mínimo.

O sistema foi regulamentado pela Lei Complementar 123, de 14/12/2006.


As regras deste sistema serão detalhadas quando tratarmos das
contribuições dos segurados.

Adianto somente para vocês terem uma noção que, enquanto os


trabalhadores que trabalham por conta própria devem contribuir com a
alíquota de 20% sobre o valor da sua remuneração, no sistema especial,
é possível que o trabalhador de baixa renda opte por contribuir com 11%
sobre o salário mínimo, passando a ter direito a benefícios no valor de um
salário mínimo.

Quem opta por este sistema especial não tem direito a se aposentar por
tempo de contribuição, podendo aposentar-se por idade ou por invalidez.

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Também não pode utilizar estas contribuições para fins de contagem
recíproca de tempo de contribuição. Vocês devem estar se perguntado, o
que é isso? Explico: contagem recíproca de tempo de contribuição é a
possibilidade de se transferir o tempo de contribuição do INSS para os
Regimes Próprios, o que, em regra, é permitido.

Assim, quando vocês forem aprovados neste concurso, poderão levar o


tempo de contribuição do INSS para o RPPS dos servidores civis da união,
mas, se optaram por pagar com a alíquota diferenciada, somente poderão
levar este tempo de contribuição se recolherem a diferença de alíquota de
9% (20% da contribuição normal – 11% da contribuição já paga).

Outro segurado que contribui de forma diferenciada para a previdência


social é o Microempresário Individual – MEI. O MEI é o pequeno
empresário com receita bruta anual no ano-calendário anterior de até R$
60.000,00, criado pela Lei Complementar 128. Até a publicação da Lei
12.470/2011 a alíquota de contribuição do MEI era de 11% sobre o
salário mínimo. Com a alteração promovida pela citada norma, o
percentual de contribuição foi reduzido para 5% sobre o salário mínimo.

2.13 MENOR VALOR DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS

De acordo com o §2°, do artigo 201, da Constituição Federal de 1988,


nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento
do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.

Não é possível, então, meus amigos, que o benefício previdenciário que


substitua a remuneração pelo trabalho seja pago em valor menor que o
salário mínimo. Já os que não substituem a remuneração pelo trabalho
podem ser pagos sem esta limitação.

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Para vocês entenderem melhor, vou dar alguns exemplos: as
aposentadorias, o auxílio-doença e o salário-maternidade substituem a
remuneração pelo trabalho, não podendo ser pago valor menor que o
salário mínimo. Já o benefício do salário-família, cota que o segurado
ganha por filho menor ou inválido a título de complementação de renda,
não precisa ser de um salário mínimo.

2.14 VEDAÇÃO DE FILIAÇÃO DE SEGURADO DO RPPS COMO


FACULTATIVO DO RGPS

O artigo 201, § 5°, da Constituição prevê que é vedada a filiação ao


regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo,
de pessoa participante de regime próprio de previdência.

Desta forma, quem é segurado do RPPS não pode, para complementar o


valor de sua aposentadoria, contribuir como facultativo do RGPS para ter
direito a benefícios nos dois regimes.

Lembro, no entanto, que, se este mesmo segurado do RPPS exercer


qualquer atividade abrangida pelo RGPS, ele será obrigado a contribuir
para este regime e fará jus também aos benefícios do Regime Geral.

Este dispositivo constitucional vem, então, demonstrando-se inócuo, pois,


se o segurado vinculado a RPPS quiser, de fato, contribuir para o RGPS,
ele poderá fazer, desde que pague como segurado obrigatório, uma vez
que não é necessária a comprovação da atividade para que o segurado
possa contribuir.

Sintetizando:

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1) A CF/88 proíbe que o segurado ligado a RPPS contribua como
facultativo do RPPS;

2) Se o segurado do RPPS exercer atividade que o vincule ao RGPS,


além de contribuir para o Regime Próprio, será obrigado a contribuir
para o Regime Geral, fazendo jus a benefícios destes dois regimes.

3. HISTÓRICO DA SEGURIDADE SOCIAL

O objetivo deste tópico é fornecer a vocês informações sobre a evolução


histórica da seguridade social, no Brasil e no mundo, enfocando as ques-
tões mais cobradas em concursos públicos.

3.1 HISTÓRICO DA SEGURIDADE SOCIAL NO MUNDO

Das três áreas da seguridade social, a primeira a se desenvolver foi, sem


qualquer dúvida, a assistência social. Esta nasce no seio familiar, onde
um membro da família é historicamente responsável pelo sustento dos
seus antecessores. Como o passar dos anos, algumas instituições
passaram a praticar assistência social, como, por exemplo, a Igreja.

No âmbito legislativo, as primeiras normas protetivas editadas também


tiveram caráter eminentemente assistencial. Em 1601, o Poor Relief Act
(Lei dos Pobres), da Inglaterra, instituiu auxílios e socorros públicos aos
necessitados.

Em relação à previdência social, o primeiro importante ato legislativo de


caráter geral foi editado na Alemanha, por Otto Von Bismarck, em 1883,
com a instituição do seguro-doença. Logo em seguida, também na
Alemanha, foram criados a cobertura compulsória para os acidentes
de trabalho, em 1884, e o seguro de invalidez e velhice, em 1889.

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Um ponto que sempre é cobrado em provas de concurso público é o


referente à primeira constituição social. A primeira Constituição a incluir o
tema previdenciário foi a do México, em 1917, seguida pela Constituição
alemã de Weimar, em 1919.

Estas duas constituições foram consideradas as primeiras constituições


sociais do mundo. Antes delas, as constituições se prestavam somente a
garantir os direitos individuais e a estruturar a organização do Estado.

Os Estados Unidos e boa parte da Europa Ocidental, até a crise da bolsa


de valores de Nova Iorque, em 1929, pregavam o liberalismo econômico
e a pouca intervenção do Estado na sociedade. Com a crise de 1929, os
Estados Unidos adotaram o New Deal, inspirado pelo Welfare State
(Estado do bem-estar social). Esta política determinava uma maior
intervenção do Estado na economia, inclusive com a responsabilidade de
organizar alguns setores sociais com investimentos na saúde pública, na
assistência social e na previdência social. Em 1935, este país editou o
Social Security Act, criando a previdência social como forma de
proteção social.

Meus amigos, um ponto muito importante do estudo da evolução histórica


da seguridade social no mundo é o chamado Plano Beveridge, instaura-
do na Inglaterra, em 1942, por Lorde William Beveridge. Esse plano
marca a estrutura da seguridade social moderna, com a participação
universal de todas as categorias de trabalhadores nas três áreas da
seguridade: saúde, previdência social e assistência social. Para isso, a
seguridade deveria ser financiada por meio da arrecadação tributária, não
necessariamente vinculada a esta finalidade específica. O Estado é

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responsável por arrecadar tributos de toda a sociedade e por oferecer os
serviços da seguridade social para todos os administrados.

O Plano Beveridge apresentou críticas ao modelo bismarckiano. Nele, a


proteção social tem caráter universal, sendo destinada a todos os
cidadãos, garantindo mínimos sociais.

O modelo de proteção estatal foi substituído, em alguns países da


América Latina, por políticas previdenciárias organizadas sem a participa-
ção estatal. Foi o que ocorreu no Chile (primeiro a utilizar esse modelo),
na Colômbia, no Uruguai, no Peru etc. Atualmente, muitos destes países
que optaram por “privatizar”, no todo ou em parte os seus modelos
previdenciários tiveram que estatizar parte dos fundos previdenciários
devido ao insucesso do sistema privado.

3.2 HISTÓRICO DA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL

Meus guerreiros, o seguro social brasileiro iniciou-se com a organização


privada, e, aos poucos, o Estado foi apropriando-se do sistema por meio
de políticas intervencionistas. Nesse sentido, as primeiras entidades a
atuar na seguridade social foram as Santas Casas de Misericórdia, como a
de Santos, que, em 1543, prestava serviços no ramo da assistência
social.

A Constituição de 1891 estabeleceu a aposentadoria por invalidez para os


servidores públicos, custeada pela nação. Esta norma, no entanto, não
possuía caráter geral, pois abrangia apenas os servidores públicos que
ficassem inválidos.

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Em 1919, foi instituído o seguro obrigatório de acidente de trabalho pela
Lei 3.724, além de uma indenização a ser paga, obrigatoriamente, pelos
empregadores a seus empregados acidentados.

A doutrina majoritária considera o marco da previdência social brasileira a


publicação da Lei Eloy Chaves, Decreto-Lei 4.682, de 24 de janeiro de
1923, que criou as Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAP) para os
empregados das empresas ferroviárias, mantidas e administradas pelas
empresas. De acordo com o art. 3°, da Lei Eloy Chaves, os fundos das
caixas seriam constituídos por:

a) uma contribuição mensal dos empregados, correspondente a 3%


dos respectivos vencimentos;
b) uma contribuição anual da empresa, correspondente a 1% de
sua renda bruta;
c) a soma que produzir um aumento de 1,5% sobre as tarifas da
estrada de ferro;
d) as importâncias das joias pagas pelos empregados na data da
criação da caixa e pelos admitidos posteriormente, equivalentes a
em mês de vencimentos e pagas em 24 prestações mensais;
e) as importâncias pagas pelos empregados correspondentes à
diferença no primeiro mês de vencimentos, quando promovidos ou
aumentados de vencimentos, pagas também em 24 prestações
mensais;
f) o importe das somas pagas a maior e não reclamadas pelo
público dentro do prazo de um ano;
g) as multas que atinjam o público ou o pessoal;

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h) as verbas sob rubrica de venda de papel velho e varreduras;
i) os donativos e legados feitos à Caixa;
j) os juros dos fundos acumulados.

Durante a década de 20, o sistema das CAP foi ampliado para diversas
empresas, inclusive de outros ramos, como o dos portuários, o dos
marítimos etc. Note-se que as CAP eram organizadas por empresas,
sendo que cada uma delas possuía sua caixa.

Na década de 30, as 183 CAP existentes foram reunidas em Institutos de


Aposentadoria e Pensão (IAP). Tais institutos eram organizados por
categoria profissional, dando mais solidez ao sistema previdenciário, já
que contavam com um número de segurados superior ao das CAP, tor-
nando o novo sistema mais consistente. A partir daí, surgiram IAP de
diversas categorias, como IAPM (marítimos), IAPC (comerciários), IAPB
(bancários), IAPI (industriários) etc. O processo de unificação das CAP em
institutos perdurou até a década de 50.

A Constituição de 1934 foi a primeira a estabelecer a tríplice forma de


custeio, com contribuição do governo, dos empregadores e dos trabalha-
dores. A Carta de 1937 utilizou, pela primeira vez, o termo “seguro
social”, sem, no entanto, trazer grandes evoluções securitárias.

A Constituição de 1946 usou, de forma inovadora, a expressão “previdên-


cia social”. Foi garantida pelo constituinte a proteção aos eventos de
doença, invalidez, velhice e morte. Essa Carta representou a primeira ten-
tativa de sistematizar as normas de proteção social.

O Ministério do Trabalho e da Previdência Social foi criado em 1960.


Nesse mesmo ano, aprovou-se a Lei Orgânica da Previdência Social
(LOPS), que unificou os critérios estabelecidos para concessão de

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benefícios dos diversos IAP até então existentes. A unificação legislativa
dos IAP, promovida pela LOPS, foi o primeiro passo para que se tornasse
possível a unificação de todos os IAP existentes em apenas um Instituto.

A incorporação de todos os IAP ocorreu em 1967, com a criação, pelo


Decreto-Lei 72/66, do Instituto Nacional da Previdência Social
(INPS), consolidando-se o sistema previdenciário brasileiro.

Os trabalhadores rurais somente passaram a gozar de direitos


previdenciários, a partir de 1971, com a criação pela Lei Complementar
11/71 do PRORURAL, dando efetividade ao FUNRURAL, criado pela Lei
4.214/63, que não se efetivou anteriormente por falta de garantia de
recursos.

Em 1977, foi instituído o Sistema Nacional de Previdência e Assistência


Social (SINPAS), responsável pela integração das áreas de assistência
social, previdência social, assistência médica e gestão das entidades
ligadas ao Ministério da Previdência e Assistência Social. O SINPAS
contava com os seguintes órgãos:

• Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) – Autarquia


responsável pela administração dos benefícios.

• Instituto de Administração Financeira da Previdência e


Assistência Social (IAPAS) – Autarquia responsável pela arrecadação,
fiscalização e cobrança de contribuições e demais recursos.

• Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência


Social (INAMPS) – Autarquia responsável pela saúde.

• Fundação Legião Brasileira de Assistência (LBA) – Fundação


responsável pela assistência social.

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• Fundação Nacional do Bem-estar do Menor (FUNABEM) –


Fundação responsável pela promoção de política social em relação ao
menor.

• Central de Medicamentos (CEME) – Órgão ministerial responsá-


vel pela distribuição de medicamentos.

• Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social


(Dataprev) – Empresa pública responsável por gerenciar os sistemas de
informática previdenciários.

Todas essas entidades foram posteriormente extintas, exceto a Dataprev,


que existe até hoje, com a função de gerenciar os sistemas informatiza-
dos do Ministério da Previdência Social.

A Constituição de 1988 foi a que reuniu, no plano constitucional, as três


atividades da seguridade social: saúde, previdência social e assistência
social, conforme previsto no Plano Beveridge, de 1942.

Em 1990, a Lei 8.029/90 criou o Instituto Nacional do Seguro Social


(INSS), mediante a fusão do INPS com o IAPAS. Provas de concursos
públicos costumam afirmar, equivocadamente, que o INSS surgiu na
junção do INPS com o INAMPS. Como estes dois órgãos são os mais
conhecidos pela população, muitos acabam assinalando que a afirmativa
está correta, errando a questão.

Outra pegadinha que o aluno deve ficar bastante atento é a que troca o
nome do INSS, Instituto Nacional do Seguro Social, por Instituto

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Nacional da Seguridade Social. Isso já ocorreu em prova de concurso
para o cargo de Procurador do Trabalho, e a maioria dos candidatos
optaram por marcar a opção que continha o nome errado do Instituto.

Em outubro de 2004, com a edição da Medida Provisória 222, foi criada a


Secretaria da Receita Previdenciária no âmbito da administração direta
com atribuições relativas à arrecadação (as mesmas do antigo IAPAS).

Em 21 de julho de 2005, foi editada a Medida Provisória 258, que uniu a


Secretaria da Receita Federal com a Secretaria da Receita Previdenciária,
criando a Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB), concentrando
quase a totalidade da arrecadação dos tributos federais. A MP 258/05 não
foi aprovada pelo Congresso Nacional, retornando-se a situação anterior à
sua edição, com a existência das duas Secretarias.

Em 16 de março de 2007, foi publicada a Lei 11.457, que instituiu a


sonhada Secretaria da Receita Federal do Brasil, ficando criada a carreira
de auditoria da Receita Federal do Brasil, composta pelos cargos de nível
superior de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (antigos auditores
da Receita Federal e da Previdência Social) e de Analista-Tributário da
Receita Federal do Brasil (antigos técnicos da Receita Federal). A nova
Secretaria passou a existir em 2 de maio de 2007, por expressa
disposição legal (art. 51, II, da Lei 11.457/07).

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4 Exercícios para a Fixação do Aprendizado

ATENÇÃO: RECOMENDO QUE ANTES DE FAZER ESTES EXERCÍCIOS,


ESTUDEM O TEXTO CONSTITUCIONAL DISPONIBILIZADO NO
ANEXO I DESTA AULA, LOGO APÓS O GABARITO FUNDAMENTADO

ATENÇÃO: Como a banca do Concurso será a CESPE, agreguei ao


curso questões elaboradas por esta organizadora. Decidi manter
as questões de múltipla escolha que já constavam antes da
definição da banca por entender que quanto mais questões o
estudante resolva, melhor será o aprendizado.

Avalie as proposições abaixo e marque certo ou errado. Os nossos


comentários estão logo após a última questão.

1) DPGU / Defensor Público da União 2010 – CESPE

A Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo nº 4.682/1923), considerada


o marco da Previdência Social no Brasil, criou as caixas de
aposentadoria e pensões das empresas de estradas de ferro, sendo
esse sistema mantido e administrado pelo Estado.

2) Analista Judiciário do TRT 21ª Região 2010 – CESPE

Com a criação do Instituto Nacional do Seguro Social, foram


unificados, nesse instituto, todos os órgãos estaduais de previdência
social.

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3) Analista do INSS 2003 – CESPE

A contribuição previdenciária que for instituída ou majorada por


meio de lei publicada em 30/11/2003 poderá ser cobrada a partir de
2/1/2004.

4) Técnico do INSS 2003 – CESPE

As contribuições previdenciárias das empresas incidem sobre a


remuneração paga, devida ou creditada aos segurados e demais
pessoas físicas a seu serviço, com ou sem vínculo empregatício.

5) Auditor-Fiscal da Previdência Social 2003 - CESPE

A instituição de novas fontes de financiamento destinadas a garantir


a manutenção ou a expansão da seguridade social, além das
previstas no texto constitucional, é matéria reservada à
competência residual da União, razão pela qual serão observados,
entre outros critérios, a exigência de lei complementar, a não-
cumulatividade e a necessidade de que o fato gerador ou a base de
cálculo da nova contribuição sejam distintos em relação aos
impostos previstos na Constituição.

6) Perito Médico Previdenciário 2006 – CESPE

É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a


concessão de aposentadoria aos beneficiários do RGPS, ressalvados
os casos de atividades exercidas sob condições especiais que
prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de
segurados portadores de necessidades especiais, nos termos
definidos em lei complementar.

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7) Paraná Previdência 2007 – CESPE

A Lei n.º 3.807/1960 (Lei Orgânica da Previdência Social)


uniformizou a legislação previdenciária das diferentes categorias de
trabalhadores, amparadas por distintos institutos previdenciários.

8) Paraná Previdência 2007 - CESPE

A LBA e a FUNABEM foram partes integrantes do SINPAS, criado


pela Lei n.º 6.439/1977.

9) Paraná Previdência 2007 - CESPE

No Brasil, nos termos da Constituição federal vigente, não existe


mais a figura do segurado facultativo.

10) Juiz Federal Substituto do TRF 5ª Região 2007

Considere a seguinte situação hipotética. Amador ocupa cargo


efetivo no serviço público de um estado da Federação e é vinculado
ao regime próprio de previdência social. Nessa situação, se o
referido estado ainda não tiver instituído regime de previdência
complementar, Amador poderá filiar-se ao regime geral de
previdência social na qualidade de segurado facultativo a fim de
obter para si, mediante modestas contribuições, uma fonte a mais
de receita para sua futura aposentadoria.

11) Analista do Ministério da Previdência Social 2010 -


CESPE

A criação de qualquer benefício previdenciário depende somente da


sua caracterização como evento sujeito às contingências sociais.

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12) AGU – Procurador Federal 2006 – CESPE

A depender das condições econômicas do país, a legislação vigente


permite a substituição gradual das contribuições previdenciárias
sobre a folha de salários pela contribuição incidente sobre a receita
ou faturamento das empresas.

13) AGU – Procurador Federal 2006 – Organizado pela


CESPE

A fim de promover a inclusão previdenciária, o texto constitucional


prevê um sistema especial para todas as pessoas que se dediquem
ao trabalho doméstico e que não possuam renda própria.

14) Defensor Público do Estado do Ceará 2008 - CESPE

A legislação previdenciária, tanto em matéria de benefícios como de


custeio, submete-se a uma das regras gerais presentes na Lei de
Introdução ao Código Civil, passando a viger, portanto, 45 dias após
a sua publicação, ressalvadas as estipulações em contrário.

15) Defensoria Pública da União 2004 - CESPE

A principal fonte de receita de custeio da previdência social


brasileira é a contribuição para o financiamento da seguridade
social, tributo cobrado com base no faturamento e cuja competência
para arrecadar e fiscalizar é da Secretaria de Receita Federal.

Gabarito Fundamentado

1) Errado – O sistema era mantido e administrado pela iniciativa


privada.

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2) Errado – O INSS – Instituto Nacional do Seguro Social foi criado a
partir da fusão do INPS com o IAPAS.

3) Errado – A anterioridade mínima é de 90 dias.

4) Certo – Artigo 195, I, a, da Constituição federal brasileira.

5) Errado – Conforme mencionado, o entendimento consolidado no


STF é que não ha necessidade de que o fato gerador ou a base de
cálculo da nova contribuição sejam distintos em relação aos
impostos previstos na Constituição.

6) Certo – Repete o texto do art. 201, §1°, da Constituição Federal.

7) Certo – O objetivo da LOPS foi justamente a unificação legislativa


de todos os institutos.

8) Certo – O SINPAS foi compostos de inúmeras entidades, incluídas


às citadas na questão.

9) Errado – Conforme mencionado, o art. 201, §5°, da Constituição


Federal cita expressamente o segurado facultativo.

10) Errado – Conforme estudado, o segurado vinculado a RPPS não


pode contribuir como facultativo do RGPS.

11) Errado – A questão faz referência implícita à necessidade de


preexistência de custeio em relação a benefícios e serviços.

12) Certo – Conforme art. 195, § 9°, da Constituição federal de 1988.

13) Errado – O sistema especial de inclusão previdenciária está


disponível apenas aos trabalhadores de baixa renda.

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14) Errado – A assertiva despreza a regra da noventena para a
cobrança de contribuições socais.

15) Errado – A COFINS não é uma contribuição previdenciária, sendo


destinada à seguridade social como um todo.

Questão 1 - Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil 2012


– ESAF

É vedada a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais


do empregador incidentes sobre a folha de salários para a realização de
despesas distintas das enumeradas na Constituição. Entre essas, veda-se
a aplicação de recursos dessa origem

a) na cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade


avançada.
b) na proteção à maternidade, especialmente à gestante nos termos da
legislação pertinente.
c) no aporte de recursos à entidade de previdência, tendo em vista as
prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias.
d) na proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário,
como previsto na legislação respectiva.
e) no pagamento de salário-família e auxílio-reclusão para os
dependentes dos segurados de baixa renda.

Questão 2 - Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil 2009 –


ESAF

A respeito do financiamento da Seguridade Social, nos termos da


Constituição Federal e da legislação de custeio previdenciária, assinale a
opção correta.

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a) A pessoa jurídica em débito com o sistema de seguridade social
pode contratar com o poder público federal.
b) Lei ordinária pode instituir outras fontes de custeio além das
previstas na Constituição Federal.
c) Podem-se criar benefícios previdenciários para inativos por meio de
decreto legislativo.
d) As contribuições sociais criadas podem ser exigidas noventa dias
após a publicação da lei.
e) São isentas de contribuição para a seguridade social todas
entidades beneficentes de utilidade pública distrital e municipal.

Questão 3 - Auditor-Fiscal da Receita Federal Área Tributária e


Aduaneira 2005 - ESAF

Com relação às contribuições sociais, no âmbito da seguridade social, é


correto afirmar:

a) São isentas de contribuição para a seguridade social todas as entidades


de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei
complementar.
b) As contribuições sociais, de que trata o art. 195 da CF/88, só poderão
ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei
que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto
no art.150, III, b, da Carta Magna.
c) As contribuições sociais de que trata o art. 195, da CF/88, só poderão
ser exigidas após decorridos cento e oitenta dias da data da publicação da
lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o
disposto no art.150, III, b, da Carta Magna.
d) As contribuições sociais de que trata o art. 195, da CF/88, só poderão
ser exigidas após decorridos noventa dias da assinatura da lei que as

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houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art.
150, III, b, da Carta Magna.
e) As contribuições sociais de que trata o art. 195, da CF/88, só poderão
ser criadas e exigidas após decorridos noventa dias da publicação da lei
que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto
no art.150, III, b, da Carta Magna.

Questão 4 - Juiz Substituto do TRT 24ª Região 2006 – Organizado


pelo Próprio TRT

Sobre a Seguridade Social assinale a INCORRETA:

a) A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social não


poderá contratar com o Poder Público, permitido, com restrições, o
recebimento de benefícios ou incentivos fiscais.
b) A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais: do empregador, da empresa e da
entidade a ela equiparada; do trabalhador e dos demais segurados da
previdência social; sobre a receita de concursos de prognósticos; e do
importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele
equiparar.
c) São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades
beneficentes de assistência social que atendam às exigências
estabelecidas em lei.
d) O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador
artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas
atividades em regime de economia familiar, sem empregados
permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação
de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão
jus aos benefícios nos termos da lei.

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e) Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,
majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

Questão 5 - Juiz Federal Substituto do TRF 1ª Região 2006 –


Organizado pelo Próprio TRF

A lei que instituir nova contribuição previdenciária entra em vigor:

a) 180 dias após sua publicação;


b) 90 dias após sua publicação;
c) 60 dias após sua publicação;
d) 120 dias após sua publicação;

Questão 6 - Juiz Substituto do TRT 5ª Região 2006 – Organizado


pela CESPE

Considerando as disposições constitucionais acerca da previdência social,


assinale a opção incorreta.

a) De acordo com as características de determinado setor da economia,


inclusive em relação à maior necessidade de utilização de mão-de-obra,
as contribuições sociais incidentes sobre folha de salários e demais
rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa
física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício, poderão
ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas.
b) As entidades de educação e assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei, são isentas das contribuições para a
seguridade social.
c) A imunidade dos aposentados e pensionistas refere-se à não incidência
em relação ao recebimento de benefício, não contemplando a hipótese de

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o aposentado retornar ao trabalho, situação que determinará a cobrança
de contribuição em relação a esta nova atividade.
d) A contribuição do segurado especial, beneficiando, inclusive, os
respectivos cônjuges, é feita mediante a aplicação de uma alíquota sobre
o resultado da comercialização da produção, e seus beneficiários farão jus
aos benefícios que a lei determinar.
e) Não ofende os princípios da seguridade social a possibilidade de se
criar um sistema de inclusão previdenciária com alíquotas e carências
inferiores às vigentes.

Questão 7 - Defensor Público do Estado do Pará 2009 – Fundação


Carlos Chagas

São receitas da seguridade social:


a) recursos provenientes apenas dos orçamentos de Estados, Distrito
Federal e Municípios, mas não da União, a quem cabe apenas administrar
o sistema.
b) contribuições do empregador, da empresa e da entidade a tanto
equiparada por lei, incidentes exclusivamente sobre a folha de salários
pagos a empregados, não incidindo contribuição sobre as demais
remunerações porventura pagas a empresários, autônomos e cooperados.
c) contribuições de entidades legalmente qualificadas como
beneficentes de assistência social, incidentes sobre a receita ou
faturamento e as remunerações pagas aos respectivos empregados.
d) contribuições do trabalhador e dos demais segurados do regime
geral de previdência social, inclusive quando beneficiários das
aposentadorias concedidas por esse regime.
e) contribuições do empregador, da empresa e da entidade a tanto
equiparada por lei, incidentes sobre a folha de salários e demais
rendimentos do trabalho, pagos à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício.

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Questão 8 - Assistente-Técnico Administrativo do Ministério da


Fazenda 2009 – ESAF

Além das inúmeras contribuições sociais instituídas no texto da


Constituição Federal, há possibilidade de instituição de novas espécies de
contribuição social? Assinale a assertiva que responde incorretamente à
pergunta formulada.
a) Pode haver contribuição social com o mesmo fato gerador de outra já
existente.
b) O rol de contribuições sociais não é taxativo.
c) Há previsão constitucional de competência residual.
d) A diversidade da base de financiamento permite outras contribuições
sociais.
e) A União pode instituir outras contribuições sociais.

Questão 9 - Especialista em Previdência Social da Rio Previdência


2010 - CEPERJ

A contribuição social que financia a previdência pública incide sobre


valores originados de várias fontes, dentre as quais não se pode incluir:
a) lucro das empresas
b) salário dos empregados
c) aposentadoria pelo regime geral
d) receita de concursos de prognóstico
e) a do importador de bens

Questão 10 - Técnico da Receita Federal Área Tributária e


Aduaneira 2006 - ESAF

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A Seguridade Social será financiada por toda a sociedade, de forma direta
e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Será financiada também por contribuições sociais, mas não pela
contribuição:

a) do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma


da lei, incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do
trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe
preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício.
b) sobre a receita ou o faturamento, relativo a operações de comércio
interno, do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na
forma da lei.
c) sobre o lucro do empregador, da empresa e da entidade a ela
equiparada na forma da lei, independentemente de ser sujeito também
pelo imposto de renda.
d) do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele
equiparar, independentemente da incidência do imposto de importação
que no caso couber.
e) sobre os proventos de aposentadoria ou pensão concedidos pelo
Regime Geral de Previdência Social ao trabalhador ou demais segurados
submetidos a tal regime.

Gabarito Fundamentado

1) C – Art. 167, XI, CF/1988 – É a única das alternativas que não se


refere a um gasto previdenciário, nos termos do art. 201, da
CF/1988.
A – Está errada, pois é gasto com previdência conforme art. 201, I,
da CF/1988.
B – Está errada, pois é gasto com previdência conforme art. 201, II,
da CF/1988.

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D – Está errada, pois é gasto com previdência conforme art. 201,
III, da CF/1988.
E – Está errada, pois é gasto com previdência conforme art. 201,
IV, da CF/1988.

2) D
A – Errada, vide art. 195, § 3°, CF/88 – não é possível a
contratação.
B – Errada, art. 195, § 4°, CF/88 – somente por Lei complementar.
C – Errada, pois pelo principio da legalidade se exige Lei para se
criar um benefício.
D – Certa, art. 195, § 6°, CF/88
E – Errada, art. 195, § 7°, CF/88 – somente são isentas, as
entidades beneficentes de assistência social que atendam às
exigências estabelecidas em lei.

3) B
A – Errada, art. 195, § 7°, CF/88 – só as de assistência social, que
atendam aos requisitos estabelecidos em lei (ordinária).
B – Certa – art. 195, § 6°, CF/88
C – Errada – 90 dias
D – Errada – publicação da lei
E – Errada – o certo não é “criadas e exigidas”, mas só exigidas

4) A
A – Errada – não pode receber benefícios fiscais (art. 195, § 3°)
B – Certa – art. 195, CF/88
C – Certa – art. 195, § 7°, CF/88
D – Certa – art. 195, § 8°, CF/88
E – Certa – art. 195, § 5°, CF/88

5) B, conforme art. 195, § 6°, da CF/88

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6) B
A – Certa – art. 195, § 9°, CF/88
B – Errada – a CF não abarca entidades educacionais, apesar de a
lei abarcar. Observem que a questão pergunta sobre os dispositivos
constitucionais.
C – Certa – art. 195, II, CF/88
D – Certa – art. 195, § 8°, CF/88
E – Certa – art. 195, § 12° e 13°, CF/88

7) E
A – Errada - art. 195, CF/88 – União também
B – Errada – art. 195, I, a, da CF/88 – incide contribuição sobre a
remuneração de qualquer trabalhador, mesmo sem vínculo
empregatício.
C – Errada – entidades beneficentes são imunes
D – Errada – art. 195, II, CF/88 – não incide sobre aposentadorias
do RGPS.
E – Certa – art. 195, I, a, CF/88

8) A
A – Errada – o entendimento do STF – vide item 2.3 desta aula.
B a E– Certo – art. 195, § 4°, da CF/88 – todas estas alternativas
estão corretas, pois tratam da competência residual em matéria de
contribuição para seguridade social.

9) C
A - Errada, conforme art. 195, I, c CF/88
B - Errada, conforme art. 195, I, c CF/88
C - Certa, conforme art. 195, II, CF/88
D - Errada, conforme art. 195, III, CF/88

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E - Errada, conforme art. 195, IV, CF/88

10) E
A – Certa – art. 195, I, a, CF/88
B – Certa – art. 195, I, b, CF/88
C – Certa – art. 195, I, c, CF/88
D – Certa – art. 195, IV, CF/88
E – Errada – art. 195, II, CF/88

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ANEXO I – ARTS. 195 a 201 da CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei,


incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer


título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo


contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência
social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)

III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à


seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da
União.

§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada


pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em
vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes
orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.

§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como


estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou


expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.

§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou


estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após
decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou
modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".

§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de


assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.

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§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal,
bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de
economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social
mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção
e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 20, de 1998)

§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter


alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da
utilização intensiva de mão-deobra, do porte da empresa ou da condição estrutural do
mercado de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de


saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de
recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que


tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em
lei complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições


incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou


parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita
ou o faturamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela Emenda


Constitucional nº 20, de 1998)

III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação dada


pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa


renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e


dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 20, de 1998)

§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de


aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os
casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos

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definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de
2005)

§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do


trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão


devidamente atualizados, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998)

§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter


permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado


facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos
proventos do mês de dezembro de cada ano. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 20, de 1998)

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da


lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998)

I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se


mulher; (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher,


reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para
os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o
produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Incluído dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em


cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício
das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de


contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese
em que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente,
segundo critérios estabelecidos em lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)

§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida


concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado. (Incluído
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao


salário para efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em
benefícios, nos casos e na forma da lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998)

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§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a
trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem
exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que
pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor
igual a um salário-mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 deste artigo terá
alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de
previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

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