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JOSÉ AUGUSTO ALVES

JOSÉ MOTA

CASAS INTELIGENTES

PORTUGAL/2003
Reservados todos os direitos por Centro Atlântico, Lda.
Qualquer reprodução, incluindo fotocópia, só pode ser feita com autorização
expressa dos editores da obra.

Casas Inteligentes
Colecção: Soluções
Autores: José Augusto Alves e José Mota

Direcção gráfica: Centro Atlântico


Revisão final: Centro Atlântico
Capa: Paulo Buchinho
Foto de capa: Gettyworks

© Centro Atlântico, Lda., 2003


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www.centroatlantico.pt

Design e Paginação: Centro Atlântico

Impressão e acabamento: Inova


1ª edição: Abril de 2003
ISBN: 972-8426-67-
Depósito legal: /03

Marcas registadas: todos os termos mencionados neste livro conhecidos


como sendo marcas registadas de produtos e serviços, foram
apropriadamente capitalizados. A utilização de um termo neste livro não
deve ser encarada como afectando a validade de alguma marca registada
de produto ou serviço.
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ou físicos causados pelas instruções contidas no livro nem por endereços
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Índice

1 O QUE É UMA CASA INTELIGENTE?..................................... 9


1.1 Para quê investir numa casa inteligente? 11
1.2 E é caro ter uma casa inteligente? 12

2 EDIFÍCIOS E ESPAÇOS INTELIGENTES ............................... 15

3 EDIFÍCIOS INTELIGENTES (INMÓTICA)............................... 21

4 E O QUE É A DOMÓTICA? ................................................ 27

5 A DOMÓTICA NO MUNDO, NA EUROPA E EM PORTUGAL ..... 31

6 O FUTURO DA DOMÓTICA ................................................ 33

7 “FAQ” – VERDADES E MENTIRAS ACERCA DA DOMÓTICA .. 37

8 PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA .................. 45


8.1 Segurança 45
8.1.1 Alarme 46
8.1.2 Intrusão 49
8.1.3 Fuga de gás 53
8.1.4 Nível e fuga de combustível líquido 53
8.1.5 Inundação 55
6 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

8.1.6 Incêndio 56
8.1.7 Vigilância 57
8.1.8 Gestão Técnica 60
8.2 Iluminação – controlo e regulação 62
8.3 Aquecimento – energias, controlo e regulação 64
8.4 Cortinas, Toldos e Estores 67
8.5 Difusão sonora / Intercomunicação 69
8.6 Rega – controlo, regulação e automatização de
processos em função de condições ambientais 71
8.7 Software de supervisão 72
8.8 Piscinas – controlo da qualidade da água, vigilância
e segurança 75
8.9 Gestão de Energia 77
8.10 Comandos locais 77
8.11 Comandos à distância (no local) 79
8.12 Comandos remotos (fora do local) 79
8.13 Rede Informática 80
8.14 Central telefónica 84
8.15 Acesso à Internet 86
8.16 Adaptação a incapacidades 92

9 PRINCIPAIS SISTEMAS .................................................... 93


9.1 Echelon Lonworks© 93
9.2 X10 95
9.3 EIB (European Installation Bus) 97
9.4 Outros sistemas 101

10 CRITÉRIOS DE ESCOLHA ............................................... 105


10.1 Sistemas proprietários fechados 106
10.2 Sistemas proprietários abertos 107
10.3 Sistemas abertos 108

11 DOMÓTICA E ARQUITECTURA ........................................ 111

12 DOMÓTICA E AMBIENTE ................................................ 113


O QUE É UMA CASA INTELIGENTE? 7

13 DOMÓTICA E TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E


COMUNICAÇÃO ............................................................ 115

14 DOMÓTICA E SEGURANÇA ............................................ 119

15 A DOMÓTICA EM CASAS NOVAS ..................................... 121

16 A DOMÓTICA EM CASAS JÁ CONSTRUÍDAS E EM CASAS


ANTIGAS ...................................................................... 123

17 PROJECTO – EXEMPLO PRÁTICO ................................... 125


17.1 Vivenda inteligente 126

18 LINKS E CONTACTOS .................................................... 143


1 O QUE É UMA CASA INTELIGENTE?

As casas, e os edifícios em geral, não são nem nunca


serão inteligentes, mas sim o uso que delas souber-
mos fazer.
É, no entanto, corrente chamar inteligentes às casas
que possuam características capazes de tornar a vida
mais simples a quem nelas habita, assim agrupadas
em cinco categorias principais:
o Segurança
o Economia
o Conforto
o Ecologia
o Integração

Para cada indivíduo, em cada momento, terão natural-


mente importâncias diferentes cada uma das catego-
rias.
No entanto, às cinco enunciadas juntamos a capaci-
dade de adaptação das casas, tornando-as evolutivas
com a tecnologia, e essencialmente com as necessi-
dades e as preferências de quem as habita.
10 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

A gestão dos espaços interiores e exteriores com a


adequação do controlo de iluminação, estores, aqueci-
mento, rega, temperatura da água da piscina, etc., às
condições atmosféricas ou às ordens remotas via
Internet ou telemóvel, é hoje uma realidade de muitas
habitações em Portugal e em muitos outros países do
mundo.

Imagem Siemens alusiva às funcionalidades do instabus EIB

Ao analisarmos as funcionalidades tecnológicas num


edifício comparando-as com as de qualquer veículo
automóvel, equipamento de telecomunicações, ou com
um simples electrodoméstico, rapidamente damos
O QUE É UMA CASA INTELIGENTE? 11

conta do défice tecnológico que ainda é usual encon-


trar em qualquer habitação tradicional – o maior, mais
importante e mais duradouro investimento da vida de
cada um.
Neste livro pretendemos alertar para o abuso de pala-
vras como “domótica”, “inmótica”, “casas inteligentes”
e “edifícios inteligentes”, que produzem reacções
adversas nos proprietários dos edifícios, patrocina-
dores e grupos financeiros, que são levados a concluir
que aquilo que lhes é proposto não é adequado às
funções pretendidas.
Em síntese, pretendemos contribuir com alguns co-
nhecimentos que permitam ao investidor, particular ou
profissional, dominar os conceitos fundamentais desta
área tecnológica para que deles possa fazer uso,
segundo os seus próprios critérios de escolha.

1.1 Para quê investir numa casa inteli-


gente?
O investimento numa casa, seja inteligente ou não,
significa normalmente longos períodos de ponderação
em busca do equilíbrio entre o orçamento disponível e
os requisitos específicos de cada um.
O investimento numa casa inteligente implica no ime-
diato o benefício do usufruto das diversas funcionali-
dades instaladas e, no futuro, a capitalização da valo-
12 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

rização do investimento em contraponto com a forte


desvalorização inerente a um edifício desactualizado,
sem possibilidade de adaptação às necessidades tec-
nológicas de cada momento.
Do ponto de vista do investimento, há que ter em
conta que a evolução tecnológica e o consequente
aumento das funcionalidades, eleva as expectativas
do comprador modificando assim a tradicional evolu-
ção do valor de mercado imobiliário.
Em poucos anos, decalcando aliás o que se vem pas-
sando no resto da Europa, o aumento da procura das
casas inteligentes levará a que o mercado se adapte,
oferecendo uma vantagem que desde já está à dispo-
sição dos mais atentos.

1.2 E é caro ter uma casa inteligente?


A apreciação do valor investido numa casa inteligente
depende de critérios subjectivos, e portanto fora da
lógica e aritmética que nos permitiriam de forma rigo-
rosa e universal atribuir uma classificação. A dificul-
dade agrava-se ainda dado o carácter também subjec-
tivo do valor atribuído ao termo de comparação.
É caro ou barato comparado com o preço de uma casa
tradicional, ou comparado com o preço de outros in-
vestimentos?
O QUE É UMA CASA INTELIGENTE? 13

Na realidade, é consensual considerar-se que uma


casa inteligente não é mais dispendiosa do que uma
casa tradicional, levando em conta que o investimento
em tecnologia orça entre 2% e 10% do valor total da
casa, sendo normalmente inferior ao custo da cozinha
ou da construção de uma pequena e simples piscina
descoberta.
Basta assim considerarmos a segurança acrescida e
valorização adicional do imóvel, para concluirmos
naturalmente tratar-se de um bom investimento, com
retorno imediato e futuro.
Porém, é fundamental efectuar boas opções quando
se trata de escolher os parceiros e os produtos tecno-
lógicos a instalar em casa, pois, como em qualquer
negócio, uma má escolha pode naturalmente implicar
um resultado final decepcionante.

Comparação de custos
14 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

O gráfico representa a evolução dos custos entre uma


instalação tradicional e uma com sistema de domó-
tica.1

1
Quando comparados, é visível o custo mais elevado do sistema de
domótica para edifícios com funcionalidades muito reduzidas: - Zona 1.
No entanto, ao aumento das exigências corresponde um aumento
moderado no custo deste sistema, enquanto que o custo de uma instalação
com um sistema tradicional aumenta fortemente: - Zona2.
Para exigências muito elevadas, o custo do sistema de domótica não é
significativo enquanto que um sistema com tecnologia tradicional ou não
satisfaz os requisitos ou apresenta um custo brutal: - Zona 3.
2 EDIFÍCIOS E ESPAÇOS INTELIGENTES

Recuemos então um pouco até aos anos 70, onde os


sistemas AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar Condi-
cionado) foram os primeiros sistemas de edifícios a
serem electronicamente controlados. O controlo des-
tes sistemas era então efectuado por pequenos chips
computorizados que, através de sensores localizados,
permitiam respostas e alterações rápidas e mais preci-
sas face às condições climatéricas. Foi a partir dessa
altura que se fomentou o desenvolvimento da ideia de
tornar os edifícios dotados de inteligência, embora ain-
da sem qualquer integração.
Um pouco mais tarde (já nos anos 80), apareceram os
sistemas de automação de segurança, iluminação e
intrusão, mostrando coordenação entre componentes
do mesmo sistema.
O primeiro edifício da geração daqueles que podemos
apelidar de “Edifícios Inteligentes” foi o Lloyds Building
construído em Londres e projectado pela Richard
Roger Partnership. O sistema de gestão do edifício
incluía avançados sistemas tecnológicos mas faltava-
-lhe integração entre eles.
Alguns outros edifícios construídos posteriormente ao
Lloyds Building e que também utilizaram conceitos
16 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

idênticos foram, por exemplo, o NEC Tower construído


pela Nikken Sekkei no final dos anos 80, o IBM Cen-
tury Tower construído pela Foster Associates, Ltd no
princípio dos anos 90 ou mesmo mais recentemente o
Turbine Tower Building construído pela Richard Ro-
gers.
Actualmente, atingimos já um nível tecnológico em que
as construções dos edifícios, devido às tecnologias
utilizadas e a respectiva integração existente entre as
mesmas, nos permitem já afirmar tratarem-se de ver-
dadeiros “edifícios inteligentes”, fazendo assim jus ao
nome que lhes é dado.

A diferença essencial entre um edifício inteligente, seja


de habitação, indústria, comércio ou serviços, e um
edifício que utiliza tecnologias tradicionais, está na
EDIFÍCIOS E ESPAÇOS INTELIGENTES 17

forma como todas as funcionalidades se integram e


complementam, fluindo a informação entre o sistema
de segurança, os equipamentos de climatização, os
electrodomésticos, o controlo de acesso, a rega auto-
mática, a rede informática, a rede telefónica, o sistema
de difusão digital de áudio e vídeo, etc.

Por exemplo, num edifício inteligente, o sinal de um


sensor de abertura de janela pode ser enviado simul-
taneamente ao sistema de alarme de intrusão, ao sis-
tema de som, e ao sistema de climatização. O valor
18 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

indicado pelo termómetro da temperatura do ar exte-


rior pode ser enviado simultaneamente ao sistema de
climatização, ao controlo automático de estores, ao
sistema de aquecimento da água da piscina, ao sis-
tema de abertura e fecho da cobertura da piscina, e a
um qualquer “display“ digital instalado em qualquer
ponto do edifício.
Qualquer ocorrência, medição ou ordem pode influen-
ciar ao mesmo tempo o funcionamento de qualquer
sistema, conforme opção e critério estabelecido pelo
projectista, utilizador, ou habitante.
Ao enviarmos um único comando remoto, ou ao pres-
sionarmos uma tecla, podemos acender simplesmente
uma luz, ou activar um cenário pré-definido, actuando
simultaneamente no comando de estores ou toldos, no
controlo de vários pontos de luz, no sistema de rega,
no sistema de alarme, no sistema de difusão de
áudio/vídeo, etc...
Estamos portanto perante um conceito tecnológico
bem definido, que alberga diferentes tecnologias para
execução de funções específicas, mas que garante a
integração e interacção inteligente de todas elas.
Podemos assim conceber o funcionamento de cada
sistema em função do resultado de uma matriz de
eventos e resultados, concebida e adaptada às prefe-
rências e necessidades de cada indivíduo, preparada
para ser ajustada dinamicamente no tempo.
EDIFÍCIOS E ESPAÇOS INTELIGENTES 19

Aquecimento
Iluminação
Estores

Sirene

Rega

...
Tecla 1

Tecla 2

Detector 1

Detector 2

Alarme Intrusão

Vento forte

Temperatura
Baixa

Comando remoto

Exemplo de matriz de eventos e resultados


3 EDIFÍCIOS INTELIGENTES (INMÓTICA)

Poder-se-á dizer que um edifício inteligente é aquele


que incorpora sistemas de informação e de comunica-
ções em todo o edifício com controlo automatizado,
monitorização e gestão de todos os distintos sub-sis-
temas ou serviços do edifício, de forma óptima e inte-
grada.
Desta forma, local ou remotamente, é possível monito-
rizar e controlar totalmente o edifício e, da mesma
forma, o edifício informar-nos (à equipa da manuten-
ção) do seu estado actual em relação a todos os sis-
temas e (mais importante) comunicar-nos a ocorrência
de qualquer situação de alarme ou crítica, permitindo a
sua correcção, na maior parte dos casos remotamente
(isto é, sem termos de nos deslocar ao edifício).

Adicionalmente, todos os sistemas instalados neste


tipo de edifícios têm de ser projectados com a máxima
flexibilidade, para que seja simples e economicamente
rentável a ampliação ou implantação de futuros siste-
mas, quaisquer que venham a ser.
Um edifício inteligente deverá ser capaz de se auto-
gerir, mas também de permitir o controlo de forma
descentralizada, local ou remotamente, de:
22 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

o parâmetros relacionados com a administração


do próprio edifício;
o parâmetros relacionados com a administração
de escritórios ou lojas existentes no mesmo.
Relativamente ao próprio edifício deverão ser contro-
láveis de forma descentralizada, local ou remotamente
os seguintes parâmetros:
o Ambiente: iluminação e climatização;
o Controlo energético;
o Sistemas de segurança: controlo de sondas e
simulação das mesmas no caso de falha de
funcionários de segurança; alarmes de incên-
dio, intrusão, inundação, fumos e gazes tóxi-
cos; monitorização e vigilância vídeo (CCTV):
o Controlo de acessos: de funcionários e de visi-
tantes;
o Sistema de distribuição de som (e de imagens);
o Controlo de elevadores;
o Controlo de motores: água, extractores, injecto-
res, etc.

Relativamente ao controlo (separadamente) de escritó-


rios ou lojas existentes no edifício, deverão ser con-
troláveis os seguintes parâmetros:
EDIFÍCIOS INTELIGENTES (INMÓTICA) 23

o Todos os elementos necessários a uma ade-


quada automatização (e futuras alterações) do
ambiente de trabalho, permitindo desta forma
que cada utilizador possa facilmente instalar
(ou ampliar) os seus próprios equipamentos
com possibilidade de interconexão com outros
equipamentos exteriores ou com outros siste-
mas do edifício (ligação a rede local – LAN,
extensão telefónica para telefone fixo ou portá-
til, possível extensão de fax, possibilidade de
ligação ao sistema de controlo do edifício para
o controlo da iluminação e climatização da sua
área de trabalho a partir do computador, etc.);
o As salas inteligentes permitem não só ter uma
reunião de negócios mas também apresentar
um novo produto ou dar uma conferência com
agilidade e eficiência. Aqui a automatização e
as possibilidades de controlo a partir de um
PC, PDA e outros dispositivos não só simplifi-
cam estas tarefas como transmitem uma ima-
gem de inovação e vanguardismo por parte da
empresa em causa.
Relativamente à gestão (inteligente) do edifício no
ponto de vista da poupança de energia, deverá ser
possível:
o Desligar todo o equipamento de AVAC (aqueci-
mento, ventilação e ar condicionado) em perío-
dos de não utilização, ou colocar o mesmo (em
24 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

cada local) no seu mínimo de consumo ou (de


forma automática) em desumidificação (caso a
mesma seja necessária para garantir um bom
ambiente de trabalho);
o Controlar, ajustar e monitorizar os níveis de
humidade e temperatura do edifício. Os con-
troladores inteligentes têm a possibilidade de
efectuarem de forma automática os reajustes
relativamente aos valores pré-determinados em
horas em que não estejam a ser utilizados;
o Efectuar a monitorização dos consumos de
energia eléctrica por zonas, desligando deter-
minados equipamentos em horas de pico, ou
colocando em funcionamento baterias de con-
densadores por forma a compensar o factor de
potência, reduzindo assim fortemente os custos
energéticos;
o Efectuar a monitorização dos consumos de
água por zonas (ou mesmo por cada torneira
ou saída), podendo desta forma facilmente
detectar eventuais fugas de água ou actos de
vandalismo.

A actual geração de “Edifícios Inteligentes” possibilita


a integração de todos os sistemas instalados com a
ajuda das mais avançadas tecnologias de informação
e comunicação.
EDIFÍCIOS INTELIGENTES (INMÓTICA) 25

Torneira controlada por sistema EIB com controlo de


caudal máximo, consumo máximo por partida e
detecção de vandalismo

A tecnologia deixou de ser impessoal, cinzenta e sobre


“coisas”. Hoje em dia a tecnologia está cada vez mais
incorporada em tudo o que nos rodeia e cada vez mais
nos edifícios e espaços em que vivemos, havendo
uma cada vez maior preocupação dos fabricantes em
fornecer-nos tecnologia com a qual nos saibamos
relacionar, e nos agrade fazê-lo, ao contrário da tec-
nologia que existia há uns anos atrás, em que eram
necessários verdadeiros manuais de centenas ou
26 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

milhares de páginas para aprendermos a manusear


qualquer aparelho ou equipamento.
O relacionamento e interligação inteligente, certa-
mente a uma escala urbana, é também uma manifes-
tação espacial da economia e das inovações tecnoló-
gicas.
Hoje em dia as preocupações na construção do edifí-
cio já não são apenas as de controlo dos sistemas de
AVAC existentes ou da sua iluminação – a nova gera-
ção de edifícios está concentrada na sensibilização
económica mas também ecológica, com especial
atenção na racionalização das energias, optimizando o
seu uso e recorrendo à utilização de energias alterna-
tivas, como a solar, éolica, etc..
4 E O QUE É A DOMÓTICA?

A palavra domótica deriva das palavras Domus (casa)


e Robótica (controlo automatizado de algo), ou seja, a
domótica define-se como a possibilidade de controlo
de forma automática das nossas casas tornando-as no
que vulgarmente se costuma designar por “casas inte-
ligentes”.

Mas como podemos então definir o conceito de


inteligente?

Inteligente é aquele que é capaz de realizar funções


lógicas (que podem ser dadas por uma série de condi-
ções pré-estabelecidas), mas também o que tem
capacidade de aprender, sugerindo automaticamente
cenários de iluminação, climatização, som ambiente,
etc., em função dos cenários mais utilizados por cada
utilizador, adaptando-se desta forma à evolução natu-
ral das preferências de cada um.
Resumidamente, podemos dizer que uma casa (ou
mesmo um edifício destinado a habitação) não se
torna “inteligente” só pelo facto de utilizar um (qual-
quer, mesmo que avançado) sistema de domótica!
28 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

A “inteligência” de uma casa e do seu espaço envol-


vente está na integração adequada do(s) sistema(s)
de domótica utilizado(s) com os diversos dispositivos e
sistemas existentes:
– sistemas de iluminação, sistemas de segurança
contra situações de risco como incêndio, inunda-
ção, intrusão, gases tóxicos, etc., sistemas de
vigilância vídeo com comunicação digital remota,
sistemas de aquecimento, ventilação e ar condi-
cionado, sistemas de rega automática, sistemas de
comunicação de dados, voz e acesso à Internet, e
todos e quaisquer outros sistemas necessários ao
normal funcionamento da casa.

A implementação de uma gestão técnica descentrali-


zada garante não só a completa monitorização do
estado de toda a casa (desde quadros eléctricos de
distribuição e comando, quadros eléctricos socorridos,
estado de funcionamento dos sistemas de AVAC,
estados de alarmes e condições críticas, etc.) mas
também o estabelecimento automático de ordens entre
diferentes sistemas. A integração completa-se median-
te a parametrização dos sistemas utilizando um único
protocolo de comunicação, ou com a utilização de
“gateways” entre os diferentes protocolos.
E O QUE É A DOMÓTICA? 29

Vários aspectos do controlo de um Edifício Inteligente

Para tal é necessário garantir sempre um estudo pré-


vio da casa (do edifício habitacional ou empreendi-
mento em causa), analisando-o, para que desde a
fase de projecto até à sua entrada em funcionamento
efectiva, se implementem os sistemas necessários
para garantir a satisfação dos requisitos e expectativas
iniciais “sonhadas” pelos seus habitantes.
30 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

Contrariamente ao que pensam alguns leigos, a


domótica não é apenas “mais uma infra-estrutura
necessária” nas casas de hoje, sem pensarem em
qualquer integração da mesma com os demais siste-
mas.
Existem, contudo, ainda no mercado diversas empre-
sas que promovem em termos de marketing o nome
de “casas inteligentes”, quando apenas utilizam alguns
automatismos isolados, sem qualquer possibilidade de
integração ou expansão. O resultado provoca a des-
confiança e saturação entre os clientes particulares ou
profissionais, ainda à procura de elementos de refe-
rência numa tecnologia que ainda não conhecem.
Uma casa inteligente é aquela que promove a transfe-
rência de dados de um sistema para outro – esta
forma de pensar actual dos grandes grupos de
desenvolvimento tecnológico tem desta forma evoluído
para sistemas integrados para edifícios, com o objec-
tivo de oferecer sistemas de controlo em que, para
serviços diferentes num edifício, a sua organização e
integração tem como fundamento a obtenção de
operações comuns.
Ao longo deste livro vamos tentar desenvolver em
maior detalhe toda esta temática relacionada com a
domótica no sentido de o ajudar a si, leitor, a melhor
compreender todo este conceito e o tentar ajudar
assim a decidir ou melhor projectar a sua casa.
5 A DOMÓTICA NO MUNDO, NA EUROPA E
EM PORTUGAL

A Domótica é hoje uma realidade à escala mundial,


extravasando mesmo a tradicional competição tecno-
lógica entre a Europa e os Estados Unidos da Amé-
rica, com a emergência de um novo continente afir-
mando-se como pólo dinamizador, não só capaz de
implementar eficientemente sistemas domóticos em
grande escala, mas também capaz de competir para
liderar em entusiasmo e inovação – a Ásia.
À semelhança de tantas outras áreas económicas e
tecnológicas, no continente Europeu a Alemanha toma
o papel de locomotiva de toda a evolução da domótica,
albergando simultaneamente os principais fabricantes
e o maior mercado dos dispositivos que a compõem.
Em Portugal, a domótica tem ainda uma expressão
reduzida, restringindo-se a um pequeno grupo de pro-
fissionais e utilizadores tecnologicamente esclarecidos
e actualizados. Estamos no entanto no ponto de vira-
gem com a domótica a ocupar um lugar de destaque
na comunicação social, com redobrada actualidade
tendo em conta a necessária revitalização do mercado
imobiliário, fortemente fustigado por um clima social e
económico repleto de incerteza.
32 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

Surge assim a domótica na linha do que antes aconte-


ceu com a introdução generalizada dos vidros duplos,
lareira, aquecimento central, hidromassagem, etc.,
centrando a oferta imobiliária nos segmentos sociais
menos penalizados.
A presente transformação dos equipamentos de tele-
comunicações, móveis e fixos, em equipamentos mul-
tifuncionais e multimédia, representa um salto gigante
na interactividade das pessoas com os edifícios, alte-
rando definitivamente a actual forma de viver e usar os
espaços que ocupamos.

As novidades tecnológicas oferecem ao quotidiano


funcionalidades multimédia que irão revolucionar a forma
de pensarmos e ocuparmos os espaços.
6 O FUTURO DA DOMÓTICA

“Mostra-me a tua casa, dir-te-ei quem és”

No futuro está em causa a exclusividade da domótica


no sector tecnológico ligado à área da engenharia
electrotécnica, informática e de telecomunicações,
dando lugar a uma nova abordagem, com um papel
transversal relativamente a todas as engenharias, ar-
quitectura, design e ciências-humanas.
O carácter eminentemente tecnológico com discussão
privada entre técnicos especializados será substituído
por uma nova realidade – a tecnologia vulgarizada
estará ao alcance da maioria e fará parte do quoti-
diano de qualquer um, nas casas, nos transportes, nos
edifícios de serviços, nas fábricas, nos equipamentos
portáteis, etc.
Hoje, nos aparelhos portáteis do tamanho de um vul-
gar telemóvel, temos à nossa disposição um telefone,
uma câmara fotográfica/filmar, um álbum fotográfico,
um leitor de MP3, uma agenda electrónica, um bloco
de apontamentos, um processador de texto, uma folha
de cálculo, um software de apresentações, um equi-
pamento de GPS, acesso ao e-mail, um comando uni-
34 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

versal multimédia por infra-vermelhos ou bluetooth, e


por fim um browser que nos permite navegar pela
Internet e aceder às funcionalidades dos edifícios inte-
ligentes.
A realidade aproxima-se da ficção científica recente, e
levanta novas questões relacionadas com a incapaci-
dade da sociedade em geral se adaptar à avalanche
de novas formas de comunicar.
Assim, as novas questões levantam-se ao nível filosó-
fico, estético e ético. Como é que nos havemos de
comportar quando não existe nenhum padrão social-
mente estabelecido, nem leis que o suportem.
Ainda estamos a discutir qual a forma correcta de utili-
zar o telemóvel sem perturbar terceiros, e já temos o
problema de usar ou não telemóvel com máquina foto-
gráfica no interior de locais reservados como ginásios,
ou empresas.
o Quem hoje vai pensar não ser lícito telefonar
quando visita um cliente, fornecedor ou amigo?
E se o telefone puder fotografar ou filmar?
o No interior de um edifício com rede ethernet
“wireless” (sem fios) é ou não aceitável ligar o
portátil ou PDA com capacidade de comunica-
ção sem fios, se nunca nos passaria pela cabe-
ça ligar o mesmo equipamento por cabo a um
ponto de uma rede informática de estranhos,
sem pedir autorização?
O FUTURO DA DOMÓTICA 35

As extraordinárias capacidades de obter e trocar


informação permitem estabelecer registos digitais, que
quando manipulados sem cautela acabarão por aten-
tar contra as liberdades individuais dentro da socie-
dade, organizações e famílias.
Assim, novos desafios se nos colocam:
- como utilizar as novas tecnologias a nosso favor,
sem colocar em causa liberdades ou interesses
terceiros;
- como evitar que terceiros usem as mesmas tecno-
logias para nos incomodarem ou até prejudicarem;
- como é que a sociedade pode estabelecer regras
lógicas e justas com o mesmo ritmo da evolução
tecnológica;
- como é que a tecnologia que nos rodeia de manhã
à noite, vai interferir no nosso relacionamento
humano dentro das famílias e organizações.

A domótica, como elemento presente na vida de cada


um não irá fugir a estas questões. A responsabilidade
de cada interveniente será crescente acompanhando
cada nova funcionalidade.
O futuro dos edifícios não oferece dois caminhos, tal
como na sociedade de hoje não temos alternativa ao
uso dos telefones fixos e móveis, computadores, Inter-
net e “media “.
36 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

O desafio é o de explorarmos de forma inteligente e


reflectida, com os olhos postos na segurança e no
conforto. Mais do que nunca, a nossa casa revelará os
nossos valores, o nosso conceito de vida e a nossa
relação com a família e com o mundo. No futuro pode-
remos afirmar:
– “Mostra-me a tua casa, dir-te-ei quem és”.

Na mesma interface, a consulta da lista de alarmes, o


correio-electrónico, a utilização multimédia, a regulação do
sistema de climatização, a programação do ciclo de aber-
tura e fecho de cortinas e estores, etc.
7 “FAQ” – VERDADES E MENTIRAS
ACERCA DA DOMÓTICA

- A Domótica paga-se com a poupança de energia.


MENTIRA – É um clássico na apresentação da
domótica considerar recuperável o investimento
subtraindo mensalmente a poupança de ener-
gia ao custo inicial do sistema. É claro que a
domótica possibilita a optimização dos custos
energéticos, com importantes vantagens eco-
nómicas ecológicas, mas ainda estamos longe
de aproximar sequer a poupança do valor ini-
cialmente investido.
Neste domínio ainda temos um longo caminho
a percorrer dotando a casa de “inteligência”
desde o seu conceito e projecto à selecção da
correcta orientação solar e à boa escolha e uti-
lização dos materiais de construção. A primeira
preocupação dos técnicos deve ser a redução
da quantidade de energia necessária para se
atingir os níveis de conforto pretendidos, e só
depois pensar na forma mais eficiente de pro-
duzir e gerir calor ou frio.
38 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

- A Domótica é um mau investimento


MENTIRA – É vulgar encontrar quem analisa o
investimento na domótica/inmótica (de um edi-
fício destinado a habitação, ou um edifício de
uso profissional), como um investimento num
artigo puramente de luxo, em parte ou de todo
dispensável. Se assim fosse estaríamos decer-
to perante um investimento com pouco retorno
que não o do prazer de adquirir um sistema
marcado pela exclusividade.
No entanto, há que ter em conta outros facto-
res:
- O aumento da segurança dá-se na protec-
ção contra intrusão, na resposta a incêndio, na
fuga de gás ou inundação, na protecção das
crianças bloqueando acessos, monitorizando o
seu sono e brincadeiras, vigiando a piscina,
bloqueando tomadas e electrodomésticos, etc.
E quanto vale a segurança?
- A valorização do imóvel pela capacidade
de acompanhar os progressos tecnológicos,
integrando novas funcionalidades, adquirindo
novos patamares de segurança e conforto.
Um edifício com domótica vale sempre mais do
que o mesmo edifício que utilize tecnologias
tradicionais.
“FAQ” – VERDADES E MENTIRAS ACERCA DA DOMÓTICA 39

- A Domótica é só para especialistas


MENTIRA – Se voltarmos à definição da
domótica e ao conceito apresentado para os
“edifícios inteligentes”, somos obrigados a
assumir que tal como a arquitectura, se um
sistema de domótica não for confortável para
quem o utiliza, então é porque definitivamente
está mal concebido e executado.
Um edifício com domótica tem obrigatoria-
mente de ser mais seguro, mais confortável,
mais ergonómico, mais prático e racional, inte-
grando as funcionalidades tradicionalmente
isoladas.
Numa palavra, a domótica tem de ser absolu-
tamente INTUITIVA no seu uso, sem lugar
para qualquer compromisso neste aspecto.

- A Domótica torna os edifícios futuristas no seu


aspecto
MENTIRA – No interior do edifício, e ao contrá-
rio de um sistema tradicional, com a domótica
podemos obter um elevado número de funcio-
nalidades com um número mínimo de teclas de
funções, podendo mesmo eliminar as teclas
por completo. Assim, ao arquitecto cabe a
tarefa de seleccionar os interfaces que enten-
der que melhor se adequam ao edifício,
40 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

podendo escolher livremente entre dispositivos


de aspecto clássico até dispositivos de
“design” inovador, sem esquecer a opção de
não ter visível qualquer dispositivo de comando
ou informação.
O exterior do edifício tem pouca ou nenhuma
influência da domótica. No entanto, dispositi-
vos de controlo de toldos, estores, janelas, cla-
rabóias, etc., ao serem comandados pelo sis-
tema em função de factores como a hora,
temperatura, chuva, vento, luminosidade, pre-
sença ou ausência dos utilizadores, podem em
edifícios de grandes dimensões, contribuir para
um aspecto exterior mais organizado, valori-
zando a estética do conjunto.

- A Domótica é independente da instalação eléctrica


MENTIRA – grande mentira. Ao contrário do
que infelizmente ainda é habitual em Portugal,
a domótica de um edifício não pode ser um
postiço ou uma decoração que é decidida e
adquirida enquanto se toma uma decisão
acerca da cor dos cortinados.
Uma obra com domótica deve começar sempre
com os projectos de arquitectura e de enge-
nharia, auxiliando a concepção do edifício.
“FAQ” – VERDADES E MENTIRAS ACERCA DA DOMÓTICA 41

O projecto de electricidade deve ser executado


por uma equipa que domine as tecnologias
relativas à automação do edifício, comunica-
ções, áudio, vídeo e segurança. Um projecto
tradicional adaptado a um edifício com domó-
tica significa normalmente que o cliente está a
pagar um projecto que simplesmente não vai
ser executado, com vários inconvenientes ób-
vios:
- O custo de um projecto sem qualquer be-
nefício;
- A responsabilidade do projecto dilui-se;
- O custo da obra aumenta pois o emprei-
teiro não tem elementos para orçamentar,
logo o cliente não consegue negociar a
melhor proposta, ou contestar os valores
das mais valias;
- Os registos da obra são mínimos. Qualquer
alteração futura poderá ser difícil e dispen-
diosa, unicamente por falta de dados;
- O cliente não consegue fazer valer o prazo
de garantia da instalação eléctrica já que a
responsabilidade da obra é dispersa, e por
isso se mais tarde necessitar de apoio vai
ter dificuldades em imputar custos.
Um edifício com domótica é um edifício com
uma instalação eléctrica tecnicamente avan-
42 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

çada, integrando tecnologias de informação e


comunicação.
É apenas um edifício e uma obra; deve por-
tanto ser tratado como tal. Um bom projecto de
arquitectura, um bom projecto de engenharia,
um bom instalador, um bom “edifício inteli-
gente”.
Como distinguir e escolher os participantes na
obra? A opção deve recair em equipas com
experiência comprovada, credenciados pelas
entidades competentes (alvarás, certificados,
etc.). A qualidade dos trabalhos anteriores e a
satisfação desses clientes deve ser factor
determinante na opção a efectuar.

- A Domótica será substituída pela informática


MENTIRA – de facto a informática está cada
vez mais presente no quotidiano de cada um,
convivendo em espaços até há pouco tempo a
ela interditos, como por exemplo, a cozinha.
Por outro lado é certo que a informática de-
sempenha um papel cada vez mais importante
na comunicação entre as pessoas e na forma
como organizam as suas vidas.
Podemos assim constatar estarmos perante
duas tecnologias de futuro, e afirmar com se-
“FAQ” – VERDADES E MENTIRAS ACERCA DA DOMÓTICA 43

gurança que a domótica e a informática estão


destinadas a conviver no mesmo espaço.
No entanto, a informática tem limites dificil-
mente ultrapassáveis, e assim, tal como na
automação industrial também na automação
de edifícios a infra-estrutura que gere e pro-
tege a circulação de energia está reservada a
equipamentos especificamente fabricados para
essa função, com características de fiabilidade
superior.
Apesar disso, será cada vez mais usual
encontrar interfaces da informática a comandar
e a processar informação da domótica, como o
são por exemplo os painéis tácteis e os peque-
nos computadores de mão.
8 PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA
DOMÓTICA

8.1 Segurança
A segurança constitui uma preocupação crescente
sendo cada vez maior o número de interessados
na domótica que colocam o assunto “Segurança”
no topo das suas prioridades.

A evolução das sociedades actuais não deixa


antever quaisquer melhorias neste aspecto, pelo
que é natural haver ainda lugar para um aumento
da importância deste assunto.

A domótica ao integrar as diversas tecnologias em


torno de um único sistema permite elevar os
padrões de segurança, utilizando todo o potencial
das tecnologias instaladas segundo critérios de
utilidade objectiva. Nestas páginas iremos apenas
focar as vantagens da domótica na gestão da
segurança de um edifício, prescindindo de uma
abordagem exaustiva das características e porme-
nores dos sistemas convencionais.
46 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

8.1.1 Alarme

As centrais de alarme apresentam hoje um nível


tecnológico apreciável, oferecendo novas funcio-
nalidades, como por exemplo:
- activação/desactivação remota por telefone,
rádio ou sensor de proximidade (porta-chaves
ou cartão de crédito);
- sinalização local de ocorrência através de con-
tactos sem tensão;
- comunicação com sistemas de domótica, como
por exemplo, o EIB, o LON ou o X10.

A interactividade entre o sistema de alarme e o


sistema de domótica no mesmo terminal
PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 47

Na escolha da central deve ter em conta o tipo de


sistema: tradicional com cablagem ou sem fios. As
diferenças entre os sistemas resumem-se a:

Com fios Sem fios

É necessário instalar os cabos de Não tem cabos, e por isso a sua


interligação entre a central e os instalação é mais simples e eco-
sensores nómica

É necessário substituir as pilhas É necessário substituir as pilhas


de 5 em 5 anos todos os anos

Depois de instalado é difícil Total mobilidade dos sensores


adaptar o sistema sem alterar os
cabos

Grande imunidade a ruídos eléc- Sujeito à influência de ruídos


tricos ou electromagnéticos electromagnéticos

O sistema deve prever de início Os sensores podem ser acres-


todos os sensores sob pena de centados sem qualquer inconve-
obrigar a passar novos cabos niente

O custo dos sensores é baixo O custo dos sensores é elevado


quando comparado ao sistema
tradicional

Perante a detecção de uma ocorrência, o sistema


de domótica é informado pela central de segu-
rança.
48 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

Por exemplo: Em caso de intrusão no espaço exte-


rior, a central sinaliza a ocorrência que vai implicar
uma actuação do sistema de domótica, que poderá
limitar-se a enviar um aviso remoto e actuar a
sirene, ou poderá também ligar os projectores
exteriores (se for de noite), ligar o sistema de rega,
fechar todos os estores, ligar a iluminação interior
por forma a simular presença, emitir uma simula-
ção sonora da chegada da polícia ou de um ata-
que canino ou, se os houver, soltar automatica-
mente os cães, etc.

Se a central tiver capacidade de comunicação


através do protocolo do sistema de domótica,
então a interacção é perfeita.
Todo o potencial de comunicação de e para o edi-
fício como sejam o telemóvel, o PDA, o comando
remoto por infra-vermelhos ou rádio, os interfaces
locais, etc., são utilizáveis pela central de alarme
através do sistema de domótica. Assim, em qual-
quer ponto do edifício ou do exterior, um utilizador
pode saber qual o estado da central, acti-
var/desactivar uma ou mais zonas, acrescentar um
novo dispositivo de segurança, etc.
No mesmo exemplo, o utilizador do edifício ao ser
informado da ocorrência de uma intrusão, pode
remotamente verificar o que se passa através do
PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 49

sistema de vigilância de vídeo, e se entender


acrescentar medidas de coacção, ou caso entenda
tratar-se de um falso alarme, anular as medidas
entretanto executadas.

Através de mensagens SMS o sistema de domótica


sinaliza remotamente uma ocorrência

8.1.2 Intrusão

A intrusão é a ocorrência mais perturbadora de to-


das.
Todos tememos pela ideia de estranhos na nossa
ausência, violarem a nossa privacidade, invadindo
o nosso espaço, roubando e destruindo a nossa
propriedade.
50 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

A ideia de que a intrusão pode acontecer com a


nossa ou com a presença de quem amamos é
uma ideia então absolutamente aterradora.
Assim, a cada dia que passa vão-se multiplicando
as preocupações às quais o mercado tenta res-
ponder com as mais variadas soluções.
Desde a utilização de estores de segurança, vidros
à prova de bala e portas blindadas, à colocação de
barreiras e detectores de intrusão, com ou sem
medição volumétrica, detectores de quebra de
vidros, detectores de abertura de janelas, portas,
estores ou clarabóias, tudo serve para dificultar ao
máximo a tarefa de quem um dia queira entrar em
nossa casa sem permissão.
Para além da utilização das tradicionais sirenes,
um sistema de domótica permite articular as fun-
cionalidades da casa de forma a tentar evitar a
intrusão, e se esta acontecer, de modo a minimizar
os riscos para quem nela se encontra.
Entre as funcionalidades mais comuns temos:
o abertura e fecho automático e criterioso de
portas e estores, facilitando a saída do
intruso mas limitando a possibilidade de
movimentação no interior;
o simulação da presença por actuação con-
certada e aparentemente aleatória de ilu-
minação e estores;
PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 51

o intimidação por iluminação automática das


áreas invadidas e fecho automático de
estores, e pela colocação nas televisões
da imagem do intruso.

Detector de movimento com comunicação com


sistema de domótica, para montagem no exterior

A simples recepção de pessoas desconhecidas em


casa, por exemplo nas entregas ao domicílio, é um
factor de perigo acrescido. A resposta encontra-se
na construção de áreas semi-privadas onde o
acesso pode ser concedido remotamente. Trata-se
de pequenas áreas com portas para o exterior e
interior, onde a abertura das portas pode ser
efectuada a partir do interior da casa, remotamente
a partir de um telemóvel ou Internet ou a partir do
exterior com controlo de acesso. Desta forma,
quem pretender efectuar uma entrega vai limitar-se
a entrar nesta área, não podendo em momento
52 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

algum estabelecer contacto pessoal. A comunica-


ção necessária faz-se pelo sistema de vídeo, onde
todos os movimentos são registados. Esta comu-
nicação pode ainda estabelecer-se da área semi-
privada para o interior da casa ou para um telemó-
vel.
No entanto, a sensação de insegurança crescente
torna cada vez mais comum a adopção de solu-
ções extremas como a construção de autênticos
“bunker” de sobrevivência, equipados com reser-
vas de ar, água, alimentos, energia e telecomuni-
cações.
Através do sistema de domótica do edifício, torna-
-se possível articular a gestão dos recursos com
as restantes funcionalidades da casa como a auto-
nomia de energia, combustível e água, a vigilância
vídeo, a intercomunicação, etc., optimizando assim
a eficácia da utilização do
refúgio.

Detector de movimento com


comunicação com sistema de
domótica, para montagem no
interior
PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 53

8.1.3 Fuga de gás

Com a distribuição generalizada de gás no territó-


rio continental, a utilização desta forma de energia
mais limpa e económica, acarretou novas preocu-
pações relacionadas com a segurança, ainda agra-
vadas pelo facto de o gás canalizado ser inócuo.
São muitas as aplicações deste combustível a
nível doméstico, no aquecimento, preparação de
alimentos e até na secagem de roupa.
Se a qualidade do projecto e a qualidade do insta-
lador são os factores de segurança mais relevan-
tes, em caso de fuga é fundamental dispormos de
meios de detecção com corte automático de abas-
tecimento, e aviso local e remoto da ocorrência.
Por precaução, em caso de ausência prolongada
dos habitantes, por exemplo um período de férias,
o edifício deverá permitir o corte do abastecimento.
Antecipando o regresso, o abastecimento será
automaticamente restabelecido para que o aque-
cimento central volte a aquecer o edifício, natural-
mente no caso de o gás ser o combustível utili-
zado.

8.1.4 Nível e fuga de combustível líquido

Em alternativa ao gás, normalmente em edifícios


com expectativa de consumos elevados de energia
54 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

ou onde o gás canalizado não exista, é cada vez


mais frequente a opção por combustíveis líquidos
derivados do petróleo, como por exemplo, o gasó-
leo.
O armazenamento destes combustíveis deve ser
cuidadosamente estudado, nomeadamente o tipo
de reservatório, o local de instalação, a necessi-
dade de ventilação, a capacidade de detecção de
fuga e o volume da bacia de retenção (nunca infe-
rior ao volume do próprio depósito).
Em caso de fuga, a ocorrência deve ser imediata-
mente assinalada local e remotamente, em simul-
tâneo com a colocação fora de serviço da caldeira.
Caso exista um sistema alternativo de aqueci-
mento, o sistema de domótica irá accioná-lo evi-
tando a diminuição dos níveis de conforto.
A monitorização do nível de combustível relacio-
nada com a evolução do consumo de energia
permite calcular a autonomia, e assinalar a neces-
sidade de compra de mais combustível caso esta
seja inferior ao limite estabelecido.
A informação de necessidade de compra pode ser
simultânea com o envio por e-mail, sms ou fax da
nota de encomenda ao fornecedor habitual.
Quando este apresentar a factura, a quantidade do
combustível facturado poderá ser confrontada com
a quantidade efectivamente fornecida, calculada
PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 55

pelo sistema através da diferença de nível antes e


após o enchimento.

8.1.5 Inundação

As inundações quando ocorrem, trazem normal-


mente associados prejuízos elevados com repara-
ções e reposições de pavimentos, tectos, máqui-
nas, tapetes, etc.
Para além dos prejuízos económicos directos,
temos de contabilizar também os prejuízos devidos
ao tempo desperdiçado e devidos aos transtornos
provocados pela impossibilidade de utilização do
edifício.
A detecção de inundações, normalmente instala-
das nas casas de banho, cozinhas, casa das
máquinas das piscinas, etc., permite ao sistema
efectuar o corte automático da água e emitir um
aviso local e remoto da ocorrência.
O abastecimento da água só é reposto quando a
anomalia é identificada e resolvida, garantindo-se
assim a máxima protecção.
As fugas de água com caudais extremamente
reduzidos devem-se a fugas no autoclismo ou tor-
neiras, ou a fugas na tubagem. Embora insignifi-
cantes do ponto de vista do valor da água, ao
longo do tempo podem provocar prejuízos muito
elevados em paredes, tectos ou louças sanitárias.
56 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

A sua detecção é efectuada através da quantifica-


ção de água gasta durante os períodos em que
não deva haver consumos, ou seja na ausência
das pessoas e descontando a água gasta na rega
e na reposição da água da piscina. Em caso de
detecção de fuga, o sistema repete o procedi-
mento da detecção de inundação, embora só deva
cortar o abastecimento por opção do utilizador.

8.1.6 Incêndio

Qualquer sistema de segurança permite a detec-


ção de incêndio, por detecção de fumo ou tempe-
ratura, e activa as sirenes em simultâneo com o
envio de alarmes remotos.
Um sistema de domótica permite em caso de
incêndio actuar sobre os equipamentos eléctricos,
por exemplo, abrindo imediatamente os estores
para facilitar a saída, e desligando todos os
equipamentos não absolutamente imprescindíveis,
devendo os restantes ter a sua alimentação
eléctrica estabelecida por cabos com elevada
resistência ao fogo.
Permite ainda multiplicar as formas de envio dos
alarmes remotos, através do recurso ao envio de
e-mail, fax, mensagens sms, etc..
PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 57

Detector de fumo com comunicação com sistema de


domótica

8.1.7 Vigilância

Ao ser instalado um sistema de vigilância no inte-


rior ou exterior de um edifício é necessário ter em
conta diversos factores. Depois de clarificado o
objectivo do sistema, há que optar pelo tipo de
câmara, tipo de controlo, e tipo de registo.
A escolha do número e tipo de câmaras, bem
como da respectiva montagem, deve ter em conta
as seguintes questões:
o É necessário usar câmaras a preto e
branco ou cor? Ou ambas?
o Quais as áreas a necessitar de cobertura?
58 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

o Qual o período de funcionamento das


câmaras e qual a autonomia que pretendo?
o Quantas câmaras são necessárias?
o Quais os tipos de locais onde vão ser insta-
ladas, interior, exterior, à intempérie, etc.?
o É necessário usar câmaras “wireless” (sem-
fios)?

Ao contrário das câmaras tradicionais, as câmaras


sem fios com viabilidade de aplicação na segu-
rança são recentes no mercado, e derivam das
câmaras USB utilizadas para vídeo-conferência.
Embora ainda não satisfaçam os requisitos dos
profissionais mais exigentes, são já uma excelente
alternativa para os amantes da Internet, dada a
facilidade de acesso directo a partir de qualquer
ponto do globo.

Relativamente aos registos, actualmente o registo


digital é o mais utilizado, já que relativamente aos
registos analógicos, são cada vez mais autóno-
mos, mais eficazes e cada vez mais económicos.
Nos registos digitais, a configuração do sistema e
a manipulação das imagens torna-se totalmente
intuitiva, permitindo com toda a facilidade a execu-
ção de arquivos digitais em CD ou DVD.
PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 59

Por outro lado, estes sistemas utilizam totalmente


os recursos das novas tecnologias, permitindo a
visualização remota das imagens, e a consulta
remota dos registos através de um vulgar software
de acesso à Internet – “browser”, como o “Nets-
cape” ou o “Internet Explorer”, por exemplo.

Câmara “wireless” com ligação Ethernet

Outra característica importante destes sistemas é


a capacidade de enviar via e-mail o registo de
qualquer ocorrência, anexando para tal as respec-
tivas imagens.
As ocorrências podem ser definidas através de
entradas de sinais, por exemplo, sinal de intrusão
a partir da central de alarme, ou podem ser defi-
nidas automaticamente a partir da detecção de
movimento pela análise digital das imagens.
60 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

8.1.8 Gestão Técnica

A gestão técnica deve garantir a eficiente monitori-


zação do estado do funcionamento e anomalias de
todos os aparelhos de protecção eléctrica.
Para isso, é necessário projectar e equipar os
quadros eléctricos dos dispositivos necessários
para que o sistema de domótica conheça o estado
de funcionamento dos diversos aparelhos de pro-
tecção, e em caso de disparo, avaria ou interven-
ção técnica, possa actuar conforme os procedi-
mentos estabelecidos.
Podemos estabelecer três níveis diferentes de
prioridades, divididas da seguinte forma:
o Nível 1: a ocorrência origina um alarme genera-
lizado com mensagens para todos da lista –
usado, por exemplo, nos aparelhos de protec-
ção dos sistemas de segurança, aparelhos de
protecção contra descargas atmosféricas, ou
aparelhos de protecção dos circuitos dos frigo-
ríficos e arcas congeladoras.
o Nível 2: a ocorrência origina um alarme parcial
com mensagens apenas para parte da lista –
usado, por exemplo, nos aparelhos de protec-
ção de circuitos de iluminação não essenciais
para a segurança
PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 61

o Nível 3: a ocorrência apenas origina um registo


no sistema de supervisão, sem qualquer
notificação de alarme – usado, por exemplo,
em aparelhos de protecção a circuitos de
iluminação decorativa.
A boa gestão técnica de uma instalação eléctrica é
fundamental para assegurarmos o bom funciona-
mento eléctrico de todos os equipamentos instala-
dos, e consequentemente das suas funcionalida-
des. Normalmente, a gestão técnica está integrada
no resto do sistema, existindo um único software
de supervisão e gestão de todo o edifício.

Qualquer ocorrência é assinalada com indicação


do local onde foi detectada
62 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

8.2 Iluminação – controlo e regulação


A magia dos cenários
Embora a domótica seja muito mais do que um
sistema de controlo de iluminação, é nesta função
que muitas vezes assume a sua face mais visível.

Uma única tecla pode ser programada até dez funções de


comando directo ou até dez cenários. A tecla distingue
toque curto e longo, e possui receptor de infra-vermelhos.
PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 63

Nos espaços de passagem, a iluminação pode ser


accionada através de detectores de movimento,
sendo regulável o nível de luminosidade mínima e
o tempo de funcionamento após a detecção. Para
máximo conforto, o fluxo luminoso dos aparelhos
de iluminação comandados pelos detectores pode
alternar em dia e noite, para que durante o período
nocturno (entre as 1h00 e as 7h00, por exemplo),
o fluxo luminoso seja o mínimo suficiente para a
circulação.

Nas divisões, a iluminação pode ser activada pela


simples presença de alguém, mediante um pro-
grama preestabelecido, como por exemplo:
o Quartos – durante o período de dia a ilumina-
ção só liga nas teclas de comando, desde que
a luminosidade ambiente seja suficiente para a
circulação normal. Quando a luminosidade é
reduzida, a entrada de alguém implica a liga-
ção automática da iluminação com um fluxo
luminoso baixo. Se a pessoa pretender
aumentar o fluxo de iluminação ou apagar a
luz, basta para isso que carregue numa tecla,
tal como o faria numa instalação tradicional.
Neste caso, o sistema mantém a iluminação
escolhida até que esta seja anulada, e recolo-
cada em automático;
64 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

o Salas, cozinha e piscina – funciona de forma


idêntica aos quartos, mas com maior riqueza
de cenários. Por exemplo, numa sala, pode
escolher ao entrar que o sistema accione
automaticamente um cenário que é o mais uti-
lizado. Caso queira optar por outro, terá então
que pressionar uma tecla tal como faria numa
instalação tradicional.

8.3 Aquecimento – energias, controlo e


regulação
Quando se pensa em conforto dentro de um edifí-
cio pensamos obrigatoriamente também em clima-
tização.
A integração tecnológica de um sistema de domó-
tica permite gerir o funcionamento do sistema de
climatização, tendo em conta as informações rela-
tivas aos restantes sistemas.
Por exemplo:
o Alarme – a climatização pode depender
não só da temperatura interior mas também
do facto da central de alarme estar ou não
armada. Por exemplo, quando a central de
alarme é armada o aquecimento comuta
imediatamente para um patamar de funcio-
PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 65

namento mínimo, ou simplesmente é colo-


cado fora de serviço;
o Janelas – quando o sistema de domótica
detecta a abertura de uma janela, desliga
imediatamente o aquecimento nessa divi-
são, permitindo assim a redução do con-
sumo de energia que doutra forma seria
desperdiçada;
o Central meteorológica – O sistema de
aquecimento actua não só em função da
temperatura interior vs temperatura pre-
tendida, mas tem em conta o valor da tem-
peratura exterior, antecipando a influência
que esta iria ter no seu desempenho.

Válvula de controlo proporcional para comando de


radiadores, com ligação directa a sistema de domótica
66 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

A regulação do sistema de climatização depende


do tipo de climatização escolhido.
Em edifícios de habitação, os mais usuais são os
sistemas de aquecimento central utilizando radia-
dores dispersos no edifício, ou utilizando pisos
radiantes. Os sistemas de arrefecimento mais
usuais são os de ar condicionado, que assim ser-
vem também para aquecimento, embora seja
crescente a percentagem de habitações que utili-
zam o tecto radiante, onde uma serpentina é colo-
cada sob o tecto, percorrida por água a uma
temperatura ligeiramente inferior à temperatura
ambiente.
O controlo da temperatura é efectuado automati-
camente a partir de medições dispersas pelo edifí-
cio, ou segundo instruções dadas pelo utilizador
através de termostatos, teclas, telemóveis ou con-
solas com software de supervisão.
Nas instalações mais dispendiosas as medições
podem ser feitas divisão a divisão, enquanto que o
mais usual é termos medições nas zonas mais
nobres e mais importantes do edifício, como, por
exemplo, salas e quartos.
Os programas automáticos são escolhidos e alte-
rados pelo utilizador, sendo normalmente consti-
tuídos por ciclos de funcionamento horário, diá-
PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 67

rio/semanal, levando em conta o estado da central


de alarme e a temperatura exterior.
O sistema de supervisão, software de apoio à
exploração do sistema, representa um papel fun-
damental na afinação dos sistemas de climatiza-
ção. Registando e apresentado em gráfico a evo-
lução da temperatura em cada divisão onde
existem termómetros, aos técnicos cabe decidir da
importância de uma intervenção sobre as regula-
ções mecânicas ou das eventuais alterações à
própria programação.

8.4 Cortinas, Toldos e Estores


Controlo e regulação
O controlo da abertura e fecho de estores é uma
funcionalidade típica dos sistemas de domótica,
devendo o seu funcionamento ser parte integrante
de todo o sistema.
Assim, o controlo da abertura e fecho de estores
deve ser acompanhado pelo efectivo controlo da
posição respectiva, sendo regulado por factores
tão diversos como:
o ciclo diário/semanal
o intrusão
68 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

o quebra de vidros
o luminosidade máxima
o luminosidade constante
o comandos gerais locais e remotos
o comandos à distância
o simulação de presença, etc.
Exemplo: Nos espaços com controlo de lumi-
nosidade constante, uma sala de exposições, um
gabinete, etc., a posição dos toldos é ajustada
automaticamente em função da incidência solar.

A selecção do cenário de iluminação implica a regulação


automática do fluxo luminoso de cada circuito de
iluminação e da posição das persianas em função da
luminosidade exterior.
PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 69

Pormenor das indicações apresentadas no display

8.5 Difusão sonora / Intercomunicação


Os sistemas de difusão sonora mais vulgares são
constituídos por uma rede de comunicação onde
transmitem digitalmente os dados: música, voz,
sinais, etc.
A evolução tecnológica do analógico para o digital
permitiu a inclusão de um grande número de funci-
onalidades, como por exemplo:
o intercomunicação;
o vigilância de bebés;
o estabelecimento de chamadas telefónicas
dentro do sistema e para fora do sistema;
o telefone porteiro, etc.
70 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

Em cada zona o utilizador pode escolher a fonte


sonora central que pretende escutar, ou optar por
introduzir uma fonte sonora local. Pode também
escolher o volume sonoro, afinar os graves e os
agudos, programar a hora de despertar, o período
de adormecer, etc.

No mesmo terminal o controlo do sistema de difusão


sonora, do vídeo-porteiro, e do software de supervisão.
Permite o acesso à Internet estando já equipada com
câmara de vídeo.
PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 71

Embora normalmente os resultados obtidos sejam


satisfatórios, há que ter especial cuidado na esco-
lha dos altifalantes cuja má qualidade pode impli-
car resultados finais muito pobres.
A integração destes sistemas nos sistemas de do-
mótica permite a difusão automática de avisos de
alarme, sob a forma de mensagem de voz.

8.6 Rega – controlo, regulação e auto-


matização de processos em função
de condições ambientais
Os sistemas de domótica podem associar o con-
trolo da rega, introduzindo na sua gestão dados
relativos aos restantes sistemas. Assim, a rega
será efectuada segundo procedimentos que esta-
belecem regras em função da temperatura e
humidade do ar, vento, luminosidade, etc. Outros
factores podem no entanto associar-se, inibindo a
rega em caso de falha do abastecimento de água,
em caso de detecção de presença, ou em caso de
uma zona do jardim estar em manutenção e não
precisar de ser regada.
A introdução de adubos líquidos pode ser automá-
tica em função de um programa semanal, mensal
ou anual, com o registo histórico de todos os dose-
amentos por tipo de produto, de forma a auxiliar a
72 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

tomada de decisões relativas à dosagem dos


produtos.
Todos os valores são registados, permitindo assim
quantificar consumos e custos por m2, e melhorar
a gestão dos processos associados à gestão do
jardim.

8.7 Software de supervisão


À imagem do que acontece em qualquer sistema
de automação industrial, na automação de edifí-
cios deve existir um software de supervisão que
permite a alteração de parâmetros de conforto e
segurança, consulta de eventos, análise de gráfi-
cos de tendência, etc.

Ecrã inicial de software de supervisão


PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 73

Local e remotamente, o utilizador pode consultar


os registos dos alarmes técnicos ou de segurança,
visualizar as imagens captadas no edifício, ou vi-
sualizar a evolução das temperaturas no interior e
exterior ou o teor de cloro residual na água potável
ou na água da piscina, etc.
Através desta ferramenta, ao utilizador é permitido
adaptar o seu sistema de domótica às neces-
sidades e rotinas diárias, em tarefas como:
o simulação de presença
o controlo de acessos
o cenários de conforto
o programas horários de climatização
o horário diário/semanal de despertar
o ciclos de rega
o ciclos de tratamento da água da piscina,
etc.
O aspecto de um software de supervisão deve ser
amigável e intuitivo, não carecendo de formação
específica para o manuseamento das suas fun-
ções principais.
Existem diversas interfaces possíveis:
o PC, fixo ou portátil;
o PC com display táctil de encastrar;
74 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

o Consola táctil com comunicação com o sis-


tema de domótica;
o PDA, computador de mão;
o Tablet PC.
Com gestão de utilizadores e controlo de pás-
swords, o software de supervisão é uma ferramen-
ta extremamente eficaz, optimizando a utilização
racional dos recursos tecnológicos dos edifícios.

Terminal remoto com ecrã táctil


PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 75

8.8 Piscinas – controlo da qualidade da


água, vigilância e segurança
O controlo do funcionamento das piscinas através
do sistema de domótica permite a selecção da
capacidade de desinfecção e filtração da água,
ajustando-a às necessidades de cada momento,
em função do tipo e intensidade de utilização.

Por exemplo: Se após uma tarde de uso intenso,


eventualmente com muitas crianças, a água reve-
lar necessidade de cuidados especiais, com um
simples toque numa tecla o sistema inicia um pro-
grama de tratamento da água de forma intensiva.
No dia seguinte, a piscina está pronta a ser utili-
zada em condições máximas de segurança e con-
forto.

Permite também monitorizar a temperatura da


água, registando-a para análise do comportamento
do sistema de aquecimento, e monitorizar e regis-
tar a evolução dos valores de cloro livre e do pH.

Em caso de anomalia, ou de variação dos valores


de pH e cloro para fora dos intervalos fixados
como aceitáveis, é gerado um alarme e anunciada
a falha nos displays e consolas de supervisão.
76 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

A temperatura da água de cada chuveiro pode ser regulada


automaticamente pelo sistema de domótica, segundo
programação local ou pré-programação, podendo também
variar segundo a identificação do utilizador do duche.

Sendo as piscinas locais extremamente perigosos


para as crianças, podemos vigiar a sua utilização
através do sistema de vigilância de vídeo digital, a
partir de qualquer ponto da casa, ou remotamente
via Internet.
Utilizando os sensores de movimento, eventual-
mente já existentes para a segurança contra intru-
são, podemos ser avisados da aproximação das
crianças através de sinais acústicos e de avisos
nos displays.
PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 77

8.9 Gestão de Energia


A exigência da optimização dos consumos ener-
géticos é uma realidade que implica não a ausên-
cia do consumo, mas sim a sua gestão e quando
necessário a sua racionalização.
Se isto é verdade quando temos alimentação
eléctrica a partir do distribuidor, quando estas
preocupações se prendem apenas com factores
económicos e ecológicos, é muito mais verdade
quando estamos dependentes de sistemas de
emergência como UPS ou grupos electrogéneos
de socorro.
Nesta situação, o sistema deverá seguir procedi-
mentos de deslastramento de cargas conforme
autonomia do gerador (em função do combustível
no depósito), aumentando a restrição ao consumo
com a diminuição da autonomia. Para o conseguir,
o sistema tem de conhecer as potências das car-
gas instaladas, classificando-as por prioridades.

8.10 Comandos locais


A interface mais tradicional num edifício é o co-
mando local, resumindo-se quase sempre a teclas
de uma ou duas funções básicas: ligar e desligar.
78 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

Nos sistemas de domótica, as interfaces são tipi-


camente mais evoluídas, constituídas por teclas de
elevado design e segurança, incluindo termóstatos
digitais, sensores de infravermelhos, displays digi-
tais, etc.
Outro tipo de interfaces são os painéis tácteis,
cada vez mais comum a cores, com apresentação
gráfica dos estados dos circuitos (ligado, desliga-
do, aberto, fechado, etc.), e com a evolução das
diversas variáveis analógicas como, por exemplo,
nível de gasóleo na caldeira, temperatura interior e
exterior, cloro na água da piscina, etc.
Estes painéis comportam-se como autênticos inter-
faces Web e multimédia, possibilitando a visualiza-
ção de imagens vídeo das câmaras de vigilância,
de um leitor de DVD, a leitura de ficheiros de músi-
ca, o acesso à Internet e à gestão do correio elec-
trónico.

Tecla com comunicação com sistema de


domótica, de aspecto inovador
PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 79

8.11 Comandos à distância (no local)


A utilização de comandos à distância é tão natural
que a sua presença rapidamente se tornou indis-
pensável para tarefas simples como mudar de ca-
nal na TV, saltar de música no Hi-Fi, ou filme no
leitor de DVD. Outras tarefas seguem-se como o
controlo de estores, cortinas ou toldos, o controlo
de iluminação ou do sistema de climatização.
A nova geração de aparelhos para comandos à
distância vem dotada de capacidade de no mesmo
terminal serem programados todas as funções dos
restantes comandos, estabelecendo cenários pré-
definidos que integram simultaneamente funções
multimédia, de conforto e segurança.

8.12 Comandos remotos (fora do local)


A necessidade de utilização de comandos remotos
está a tornar-se cada vez mais vulgar, permitindo
aos utilizadores dar ordens de actuação de cir-
cuitos como ligar iluminação, actuar sistemas de
rega, ligar/desligar sistemas de aquecimento ou de
ar condicionado, ligar o micro-ondas, entre outros.
O controlo remoto de uma casa pode hoje em dia
ser efectuado via telemóvel, Internet, WAP, etc.
80 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

A casa por sua vez pode2 comunicar com os seus


utilizadores em situações críticas como o são a ac-
tuação de alarmes (intrusão, incêndio, inundação,
etc.) ou o disparo de disjuntores de circuitos impor-
tantes como o frigorífico, arca frigorífica, etc. envi-
ando dados completos do ocorrido.
Em certas circunstâncias, o sistema pode enviar
fotos digitais do local da ocorrência, anexadas a
mensagens de e-mail geradas automaticamente.

8.13 Rede Informática


Quer para a utilização da supervisão quer para o
acesso à Internet é imprescindível hoje em dia
pensar-se na ligação de mais do que um computa-
dor em nossa casa, mediante a criação de uma
rede de dados, permitindo desta forma que dife-
rentes computadores partilhem ficheiros e aplica-
ções entre si, mas também que tenham acesso à
Internet de forma partilhada, pagando assim ape-
nas uma ligação e não várias.
Existem duas formas essenciais de ligar os com-
putadores em rede numa casa: criando uma rede

2
Desde que equipada com um sistema de domótica actual e com total
integração tecnológica entre sistemas. No caso de a comunicação ser
efectuada via Internet haverá necessidade de utilizar uma gateway que
permita a comunicação de dados entre o sistema de domótica utilizado e o
TCP/IP (protocolo utilizado na transmissão de dados via Internet).
PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 81

com fios designada cablagem estruturada, ou uma


rede sem fios (WLAN ou Wireless Local Area Net-
work).
Mas quais as principais diferenças entre estas
duas opções?

Cablagem estruturada
Uma rede cablada LAN (cablagem estruturada)
exige a passagem de cabos para todas as divisões
onde possam vir a existir computadores ou outros
dispositivos computarizados ligados à rede. Para
um apartamento ou pequena moradia é normal uti-
lizar-se cablagem de categoria 5 ou 5E. É no
entanto já vulgar a opção por uma solução Catego-
ria 6 para as instalações de vivendas ou outros
edifícios de maiores dimensões, uma vez que os
Standards de Categoria 5 e 5E apresentam desde
já algumas limitações em tecnologias recentes.
As melhorias existentes numa solução Categoria 6
face a uma solução Categoria 5E são muito signifi-
cativas nomeadamente em parâmetros como: Ate-
nuação; Diafonia nas extremidades (NEXT); Rela-
ção Atenuação/Diafonia (ACR); Perda de Retorno
e balanceamento na transmissão.
Uma solução Categoria 6 permite utilizar velocida-
des até 250 MHz. Esta frequência permitirá a utili-
zação de aplicações de rede emergentes como por
82 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

exemplo 1000BaseTx (sem limitação da distância),


1,2 Gigabit ATM e 2,4 Gigabit ATM. Permite ainda
a utilização de sinais de vídeo a altas-frequências.
O standard de Categoria 5 de 1995 encontra-se
neste momento em "fim de carreira", existindo já
alguns fabricantes de soluções de cablagem que já
descontinuaram componentes Categoria 5 e 5E,
substituindo-os por Categoria 6 e anunciam já o
fim de toda a linha de produtos Categoria 5E.
Dada a diferença de preço entre as duas soluções
(menor que 10%) não é de todo recomendado que
se invista numa cablagem Categoria 5/5E numa
instalação nova, correndo o risco de limitações téc-
nicas a curto prazo.

Rede sem fios


Uma rede sem fios (também designada por WLAN
ou Wireless Local Area Network) é um meio flexí-
vel de comunicação de dados implementado como
alternativa (ou, por vezes como uma extensão) a
uma rede cablada LAN dentro de uma casa ou de
um qualquer edifício.
As redes sem fios transmitem os dados sobre o ar,
utilizando ondas electromagnéticas, minimizando
desta forma a necessidade de ligações físicas por
cabo.
PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 83

A vantagem principal de uma rede sem fios está


no facto de garantir a conectividade de dados, com
a mobilidade dos utilizadores (por exemplo, aceder
à Internet com um computador portátil sentado
num banco do jardim, enviar um e-mail com um
PDA enquanto apanha sol junto à piscina, verificar
o estado de um alarme ou acender luzes no inte-
rior da casa calmamente no seu jardim) e, através
de configurações simplificadas permitem a criação
de LAN móveis. Desta forma permite-se o acesso
à rede em tempo real em qualquer lugar dentro da
sua casa ou no espaço exterior circundante à
mesma.
As redes wireless oferecem grandes vantagens de
produtividade, serviço, conveniência e custo, rela-
tivamente às soluções de cablagem estruturada.
A instalação de uma rede sem fios pode ser muito
rápida e fácil pelo facto de se evitar a necessidade
de passar cabos por paredes e tectos e, desta
forma, não ser necessário pensar neste ponto
durante a construção de uma casa. Tem a vanta-
gem adicional de chegar onde os cabos não che-
gam (jardim, piscina, etc.).
As redes sem fios têm um investimento em equi-
pamento de rede wireless superior ao de uma rede
cablada. Contudo, o custo global da instalação e
as despesas do tempo de vida da rede podem ser
significativamente mais baixos, trazendo assim
84 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

grandes benefícios de longo prazo em ambientes


dinâmicos e com grande mobilidade.
Estas redes sem fios podem ser construídas de
forma escalável, evoluindo de redes peer-to-peer
para poucos utilizadores (no caso de uma casa ou
de uma pequena empresa) até redes com infra-
estruturas complexas para centenas de utilizado-
res que cobrem áreas mais vastas (grandes edifí-
cios de escritórios, condomínios fechados, espa-
ços de lazer e multiusos, complexos turísticos
junto à faixa costeira em que é mesmo possível o
acesso à rede a partir de um barco ou iate em
distância até aos 3 ou 4 Km do empreendimento).

8.14 Central telefónica


A instalação em vivendas (e mesmo em aparta-
mentos) de pequenas centrais telefónicas digitais
(RDIS) começa já também a ser vulgar, principal-
mente quando as casas são grandes e têm muitas
divisões.
Com a colocação de telefones nas principais divi-
sões da casa é possível não só efectuar telefone-
mas de vários locais diferentes para o exterior
(podendo mesmo estarem a ser efectuadas em
simultâneo mais do que uma chamada – com um
acesso básico RDIS pode estabelecer duas comu-
PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 85

nicações em simultâneo, por exemplo, 2 chama-


das de voz, 1 telefonema e 1 envio de fax, etc.)
mas também telefonar sem quaisquer custos entre
diferentes pontos da casa (por exemplo telefonar
do quarto para a cozinha e pedir para nos tra-
zerem uma refeição quando estamos doentes;
telefonar da sala para o escritório a avisar que vai
começar um filme de qualidade).
É também cada vez mais vulgar a adopção em
nossas casas de telefones portáteis (normalmente
DECT RDIS) com ligação sem fios a uma central
telefónica, permitindo-nos assim telefonar em
mobilidade de qualquer ponto da casa (e mesmo
do jardim).
Quando dispomos de uma central telefónica é vul-
gar ligarmos o sinal de som do vídeo porteiro a
uma extensão (normalmente analógica) da central
telefónica e possibilitar assim o atendimento de
chamadas do vídeo porteiro em qualquer telefone
(extensão telefónica) e mesmo dar ordem de
abertura da porta (com a simples marcação de um
conjunto de dígitos no teclado do telefone).
Nestas situações é também vulgar injectar-se o
sinal de vídeo proveniente do vídeo porteiro na
instalação de distribuição de sinal de TV existente
na casa, permitindo-nos desta forma ver a imagem
(num canal) de quem está à porta, facilitando
assim o reconhecimento da pessoa em causa.
86 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

A instalação em nossa casa de uma central telefó-


nica digital permite reencaminhar para o nosso
telemóvel (por exemplo) como chamada telefónica
o som após um toque no vídeo porteiro se for
detectado que no momento não está ninguém em
casa (ex: o alarme está ligado e o sistema de
domótica está programado para, nesta situação,
não deixar tocar os telefones internos mas antes
os reencaminhar para um número de telemóvel ou
outro telefone pré-estabelecido).
Se, adicionalmente, tivermos instalado em casa
um pequeno servidor de vídeo, podemos adicio-
nalmente reencaminhar por e-mail uma fotografia
(imagem digital normalmente em formato JPEG)
de quem está à porta e ver a mesma no PC do
nosso local de trabalho ou mesmo num PDA com
acesso à Internet. Pode-se ainda enviar essa
mesma imagem para um telemóvel com possibili-
dade de recepção de MMS.

8.15 Acesso à Internet


Hoje em dia, com mais de 600 milhões3 de
utilizadores da Internet a nível mundial e em Por-

3
Segundo a Nua, Ltd. existem (estatísticas de Setembro/2002) 605,6
milhões de utilizadores.
PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 87

tugal com 50% da população conectada, é per-


feitamente vulgar termos em nossas casas pelo
menos um computador com acesso à Internet.

Acessos à Internet Nº de Utilizadores %

Total no Mundo 605,6 milhões 100%

Europa 190,91 milhões 31,52%


Ásia/Pacifico 187,24 milhões 30,92%
EUA e Canadá 182,67 milhões 30,16%
América Latina 33,35 milhões 5,51%
África 6,31 milhões 1,04%
Médio Oriente 5,12 milhões 0,85%
Dados da Nua, Ltd. – Setembro 2002

Portugal 5.165.057 0,85%


Dados da Anacom – Dezembro 2002

De entre os tipos de acesso à Internet utilizados no


mercado habitacional, os mais vulgares são a utili-
zação de modem´s (normalmente a 56Kbps), liga-
ções RDIS (a 64Kbps utilizando um canal RDIS ou
mesmo a 128Kbps utilizando os 2 canais de um
acesso básico), ligações por cabo (tipo NetCabo) e
ligações ADSL (mais recentemente e que podem
utilizar velocidades desde os 256Kbps até 1Mbps).
Em alguns condomínios fechados e edifícios de
apartamentos destinados ao segmento com maior
88 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

poder de compra (luxo) começam também já a


existir casas com pré-instalação de rede em
cablagem estruturada com ligações em fibra óptica
entre os principais edifícios e blocos de vivendas
que, por sua vez, têm contratada uma ligação
permanente à Internet que faz já parte do condo-
mínio.
No mercado, em empreendimentos habitacionais
destinados ao segmento médio-alto (sobretudo em
casas destinadas a executivos), começa a ser
também vulgar a colocação em cada casa não
apenas de um ponto de rede mas antes a distribui-
ção em rede nas principais divisões (ex: escritório,
salas, quartos, cozinha) todos ligados a um con-
centrador (HUB) de comunicações e por sua vez
este estar ligado a um equipamento de comunica-
ções (Router) que permita o acesso à Internet
(Router RDIS, de Cabo ou mesmo ADSL), permi-
tindo desta forma que, simultaneamente, diferen-
tes utilizadores (ou mais do que um computador)
partilhem uma mesma ligação à Internet e sem
acréscimo de custos.
Futuramente estão previstos também outros tipos
de ligação à Internet como a ligação via televisão
digital interactiva e a ligação via empresa fornece-
dora de energia eléctrica (EDP em Portugal),
sendo a comunicação de dados efectuada sobre
as normais linhas de energia eléctrica.
PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 89

Terminal com supervisão de sistema de domótica e acesso à Internet

A Internet tem já em Portugal uma taxa de pene-


tração bastante significativa. Contudo, o número
de utilizadores de telemóveis é bastante superior
(mesmo maior do que a média europeia)

Utilizadores em Portugal (Dezembro/2002)


(Dados de INE e Anacom)

84
8.0
.31
12.000.000
0
.90

10
00
28

.0
10.000.000
8 .5

28
7.5
7
.05

8.000.000
0
.10
65

00
5 .1

54

6.000.000
1.0

4 .3
6
00

3.3

4.000.000
.0
56
1.2

2.000.000

0
Utilizadores TV
Utilizadores

População Total
Telefónicos

População com
Telemóveis
Alojamentos

15 ou + anos
Acessos
cablados
Internet

por Cabo

Fixos
90 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

e tudo indica que, devido às novas tecnologias de


comunicações de dados através de equipamentos
móveis (como o GPRS e, brevemente, o UMTS)
venham nos próximos anos a existir mais utilizado-
res de comunicações de dados (como o acesso à
Internet e ao e-mail) em ambiente de mobilidade
do que utilizadores em ambiente fixo (com PC).
Embora Portugal tenha já mais de 5 milhões de
utilizadores de Internet, a língua portuguesa é
ainda muito pouco utilizada na Internet.

Dados da Global Reach


PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 91

Segundo a Unesco4, o português é a sexta língua


materna mais falada no mundo. No entanto, tal uti-
lização na Internet é significativamente mais redu-
zida, ocupando apenas o 9º lugar entre as línguas
mais utilizadas, depois (por ordem) do inglês, chi-
nês (mandarim e wu), japonês, espanhol, alemão,
coreano, italiano e francês com apenas 3,0% (19
milhões de utilizadores) de penetração (como lín-
gua principal) entre os utilizadores da Internet a
nível mundial. Podemos ainda verificar que a
língua inglesa já só representa pouco mais de 1/3
do total e com tendência para decrescer para me-
nos de 30% devido sobretudo ao forte crescimento
que estão a ter em termos de novos utilizadores as
línguas asiáticas e mesmo as europeias.

Língua usada Acesso à Net Previsão acesso


na Internet (milhões) % em 2004 (milhões) %
1. Inglês 230,6 36,4% 280 29,9%
2. Não-Inglês 403,5 63,6% 657 70,1%
2.1. Línguas Europeias 224,1 35,3% 328 35,0%
(excepto Inglês)

2.2. Línguas Asiáticas 179,4 28,3% 329 35,1%


Dados da Global Reach – Set/2002

4
Segundo estatísticas da Unesco (Organização das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e Cultura), o português é a sexta língua materna mais
falada no mundo (em 2000, a Unesco estimou em mais de 176 milhões o
número de falantes de português no mundo). Segundo a Unesco as línguas
mais faladas no mundo são, por ordem: mandarim (com 874 milhões de
falantes), hindi (366 milhões), espanhol (358 milhões), inglês (341 milhões),
bengali (289 milhões), português (176 milhões), russo (167 milhões),
japonês (100 milhões) e wu (China, 77 milhões). O português é língua
oficial de oito países - Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
92 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

8.16 Adaptação a incapacidades


Definimos como conceito fundamental da domótica
a capacidade de adaptação aos novos desenvol-
vimentos tecnológicos em face das novas necessi-
dades. Vamos agora explorar as capacidades da
domótica como meio de contornar as dificuldades
temporárias ou permanentes, físicas ou mentais.
Através da domótica é possível simplificar as
tarefas do quotidiano como comandar circuitos de
iluminação, estores ou o aquecimento através de
comandos de voz, limitar automaticamente o cau-
dal das torneiras e o tempo de abertura das mes-
mas, preparar automaticamente o banho à tempe-
ratura correcta, e disponibilizar meios expeditos de
envio de alarmes em caso de emergência médica
ou de segurança.
9 PRINCIPAIS SISTEMAS

9.1 Echelon Lonworks©


LON ou LonWorks é uma
topologia de rede criada
pela Echelon.
Esta topologia de rede foi
concebida com o intuito de
solucionar o problema de controlo de sistemas,
sobretudo ao nível do controlo industrial onde havia
necessidade de uma gestão centralizada, e de criar
soluções de controlo baseadas em ligações ponto a
ponto e lógica hierárquica de sistemas.

A topologia de rede LonWorks soluciona muitos pro-


blemas de arquitectura, construção, instalação, con-
trolo e manutenção de redes. Esta pode operar entre 2
e até 32.000 aplicativos e pode ser utilizada em quase
todo o tipo de edifícios de média e grande enverga-
94 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

dura, existindo actualmente em funcionamento em


mais de 2.500 edifícios distribuídos pelo mundo inteiro.

A topologia de rede LonWorks é uma plataforma


aberta. Cada nó da topologia inclui computação local,
fontes próprias e pode ser ligado a diversos dispositi-
vos sensores e actuadores.

Com taxas de transmissão elevadas, até 1,25 Mbps, o


LON beneficia actualmente de um grande número de
fabricantes a fornecerem um leque variado de hard-
ware e software, suportando o seu desenvolvimento.
PRINCIPAIS SISTEMAS 95

A Echelon, na sua topologia de rede LonWorks, tem


desenvolvido aproximações que permitem maior flexi-
bilidade com o intuito de obter um elevado grau de
simplicidade na sua implementação, existindo mais de
700 empresas associadas a este standard.

9.2 X10
O protocolo actualmente mais utilizado
no mundo (principalmente em pequenas
habitações) está presentemente bastan-
te desenvolvido, tendo no entanto algu-
mas limitações.
96 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

O protocolo funciona sobre as normais linhas eléctri-


cas de uma casa enviando dados (bits) a cada passa-
gem por zero da corrente alternada (AC) de uma fase
(220v).
O X10 é um protocolo de
comunicação para aplicações
eléctricas de controlo remoto.
Está designado para comunica-
ções entre transmissores e re-
ceptores X10, através de com-
dutores standard. Os transmis-
sores enviam comandos tais como "turn on", "turn off"
ou "dim" precedidos pela identificação da unidade
receptora a ser controlada.

Os comandos são enviados por


“broadcast”, que entra na rede de
comunicações da casa. Cada
receptor está relacionado com
uma identificação de unidade, e

reage aos comandos que
lhe são endereçados.

Podem contudo ser en-


contrados problemas du-
rante as comunicações no
PRINCIPAIS SISTEMAS 97

caso da área suportada pela rede ser superior a 185


metros, podendo no entanto ser contornados com a
aplicação de uma “bridge” ou de um amplificador de
sinal.

9.3 EIB (European Installation Bus)

O EIB (European Instalation


Bus) é um sistema destinado à
automação de edifícios, utili-
zando uma topologia livre e um sistema descentra-
lizado com inteligência distribuída, baseado no proto-
colo de comunicação série CSMA/CA.
Sendo um sistema não proprietário (isto é, não
depende apenas de um fabricante), existem actual-
mente na Europa imensos fabricantes de material
eléctrico e electrónico que funcionam utilizando este
protocolo (EIB).
O EIB surgiu com o objectivo de ter uma implementa-
ção económica desde os pequenos edifícios até aos
projectos de grande envergadura, em que a instalação
do bus é estruturado hierarquicamente.
A instalação do bus de dados é executada durante a
instalação dos restantes circuitos, numa topologia de
estrela derivando entre cada dispositivo. Existe a pos-
98 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

sibilidade de se utilizar o protocolo sobre as normais


linhas eléctricas (Powernet EIB, por exemplo). Con-
tudo, esta situação só é aconselhável quando não
existe outra alternativa devido à menor velocidade de
comunicação que esta situação implica.

O sistema EIB designa os seus componentes


como sensores e actuadores

Em cada linha do bus podem operar até 64 dispositi-


vos. Podem ser implementadas até 12 linhas de dados
dentro da mesma área de bus, e por sua vez podem
ser acopladas até 15 áreas de bus no mesmo acopla-
dor de área.
Esquema de princípio de um sistema EIB. Por exemplo, quando alguém carrega numa tecla (sensor)
PRINCIPAIS SISTEMAS

para ligar uma lâmpada, a ordem vai ser dada (telegrama) para um módulo de saída (actuador)
que a vai receber pelo bus (verde) e vai colocar a energia (vermelho) na lâmpada.
99
100 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

No limite, podemos controlar 11.520 dispositivos, o


que nos permite de uma forma simples controlar desde
um pequeno aparta-
mento ou vivenda a
um enorme edifício
de escritórios ou um
hotel.

Modem de interligação ao EIB/Profibus -


sistema aberto de comunicação industrial

Numa instalação eléctrica de um sistema convencio-


nal, cada função e sistema de controlo necessitam do
seu próprio sistema de cablagem. Em contraste, o EIB
permite detecção,
actuação, controlo,
monitorização e si-
nalização de todas
as funções e se-
quências através de
uma única linha de
comunicação.
Interface Ethernet para comunicação
do instabus EIB via Internet.
PRINCIPAIS SISTEMAS 101

O protocolo EIB foi criado há mais de dez anos pela


associação EIBA – European Instalation Bus Associa-
tion, com sede em Bruxelas, da qual são membros
efectivos 98 empresas internacionais. A EIBA está
representada em 26 países, Portugal incluído, e desde
a sua criação já qualificou e certificou mais de 100.000
profissionais, atestando mais de 7.000 empresas como
EIB Partner.
Criada em 1999, a associação Konnex é a fusão entre
as associações EIBA, BCI e EHSA, representando
mais de 200 empresas líderes mundiais na área dos
sistemas de electrónica para automação de edifícios.

9.4 Outros sistemas


Existem no mercado alguns outros sistemas menos
conhecidos ou menos utilizados tais como:

‘CAN’ Controller Area Networks & Allen Bradley’s


DeviceNet®
O sistema CAN (Controller Area Network) é um bus de
comunicações de dados em série para aplicações em
tempo real creditado pela ISO que foi originalmente
desenvolvido pela Bosch para a indústria automóvel,
nos princípios dos anos 80.
102 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

Um dos desenvolvimentos mais conhecidos do sis-


tema CAN é o DEVICEnet da conhecida Allen-Bradley,
a qual foi desenvolvida para a ligação em rede de
PLC's e sensores inteligentes.

CEBus©
O protocolo CEBus (não é utilizado na Europa) oferece
dois sistemas standardizados:
o Um destinado a controlo a baixas velocidades
(até 10 Kbps);
o Outro utilizado para sistemas que utilizam altas
taxas de transmissão de dados tais como
transmissões de vídeo e som.
O protocolo CEBus opera em redes ponto a ponto, e
como resultado disso não é essencial a existência de
um sistema de controlo.
Os endereços CEBus standard que são activados na
fábrica através do hardware, incluem 4 biliões de pos-
sibilidades ou combinações.
Este sistema também oferece uma linguagem pré
definida de controlo orientado por objectos, a qual
inclui comandos do tipo: volume up, fast forward,
rewind, pause, skip, e aumento ou diminuição de um
grau centígrado na temperatura ambiente.
PRINCIPAIS SISTEMAS 103

Smart House
O sistema Smart House foi originalmente desenvolvido
pela Smart House LP (Limited Partnership) para a
National Association of Home Builders.
O “cérebro” do sistema Smart House é o sub-sistema
de controlo/comunicações que transmite sinais de
controlo a 50 Kbps.
Uma das maiores desvantagens deste sistema é o
custo, podendo atingir facilmente valores superiores
aos 15.000 euros quando projectado desde o início da
construção da habitação.

Outros sistemas proprietários


Existem ainda sistemas proprietários fechados como
os das empresas espanholas SIMON e FAGOR ou o
da portuguesa JG, entre vários outros destinados qua-
se que exclusivamente ao mercado habitacional e sem
grande expressão pelo facto de este tipo de tecnolo-
gias serem totalmente fechadas e dependentes ape-
nas de uma única empresa sem implantação fora do
mercado nacional ou ibérico.
10 CRITÉRIOS DE ESCOLHA

Quando alguém decide pela primeira vez adquirir um


sistema de domótica, depara-se invariavelmente com
a mesma dúvida: quais as diferenças essenciais entre
os sistemas que me são propostos, e qual deles será o
mais adequado para mim?
Antes de decidir, antes mesmo de começar a consultar
os especialistas na matéria, deve ter em conta os fac-
tores mais importantes do ponto de vista do consumi-
dor final:
1. O sistema de domótica deve garantir total fiabi-
lidade, caso contrário é preferível a opção
tradicional.
Assim, para além da qualidade de fabrico dos
seus componentes, há a acrescentar a impor-
tância da “inteligência” estar distribuída pelos
diversos dispositivos, e não concentrada em
apenas um, ou alguns elementos de cujo fun-
cionamento todos os restantes dependem. Em
caso de avaria de um componente, todos os
restantes devem assegurar um funcionamento
perfeitamente normal, à imagem do que acon-
tece num sistema tradicional.
106 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

2. O sistema de domótica deve ter capacidade


para superar não só os requisitos actuais, mas
principalmente os requisitos futuros. Um sis-
tema que já está limitado nas suas capacida-
des no momento da concepção, estará muito
ultrapassado quando for utilizado.
3. O sistema de domótica escolhido deve ter a
manutenção garantida por um período nunca
inferior a 20 anos, com custos justos, propor-
cionais ao custo e desempenho da instalação.
A escolha de um sistema de domótica é uma deci-
são importante, que acompanhará durante déca-
das a vida do edifício e dos que nele habitam ou
trabalham. Uma vez escolhido, o sistema não deve
impor a utilização de uma marca ou fornecedor
únicos, deixando o comprador totalmente à mercê
de políticas comerciais que lhe são totalmente
alheias.

10.1 Sistemas proprietários fechados


Acreditando no que acabamos de escrever elimi-
namos à partida todos os sistemas proprietários
fechados, tendo em conta o seu carácter exclusivo
na venda de peças e serviços, e o risco inerente à
opção por um sistema cuja sobrevivência e desen-
CRITÉRIOS DE ESCOLHA 107

volvimento dependerá apenas da força, vontade e


sucesso de uma única empresa.
Este tipo de sistemas encontram-se por vezes no
mercado nacional e principalmente ibérico, onde
desde há alguns anos proliferam diversas marcas
no mercado da domótica. Embora muitos deles
sejam de propriedade de fabricantes respeitáveis,
e alguns sistemas tenham até funcionalidades
muito interessantes, consideramos tratar-se sem-
pre de uma escolha arriscada e quase sempre
injustificada.

10.2 Sistemas proprietários abertos


Os sistemas proprietários abertos, como por exem-
plo o LON, embora dependam das opções de
quem detém os seus destinos, oferecem já a
garantia inerente à defesa dos interesses das
empresas que os adoptaram.
Conjugam-se assim factores diferentes que con-
vergem para a satisfação dos clientes:
o os interesses do proprietário do sistema,
primeiro beneficiado pelo seu bom desem-
penho;
o os interesses das empresas que usam o
sistema como ferramenta de trabalho, e
108 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

que portanto dela exigem qualidade e con-


tinuidade;
o os interesses de quem adquire o sistema, e
que exige garantias de qualidade do pro-
duto e dos serviços.

Embora um bom sistema proprietário aberto possa


ser tecnicamente uma boa escolha, no caso espe-
cífico da domótica em Portugal, e mesmo até na
Europa, a quota de mercado destes sistemas é
reduzida, implicando por isso fortes limitações na
escolha dos seus fornecedores, resultando daí
inevitáveis restrições nas alternativas quando se
pensa na expansão ou manutenção futura.

10.3 Sistemas abertos


Os sistemas não proprietários abertos como por
exemplo o X10 e o EIB, permitem um leque alar-
gado de escolha de produtos, fabricantes e forne-
cedores.
Por sua vez, a facilidade de dispersão da tecnolo-
gia leva ainda à adesão de novos fabricantes e
fornecedores, aumentando progressivamente a
base de sustentação do protocolo, e oferecendo
novas garantias de qualidade aos clientes finais.
CRITÉRIOS DE ESCOLHA 109

Entre os dois sistemas, as principais diferenças


são:
o Modo de transmissão da informação:
O sistema EIB utiliza um Bus próprio (2 fios
a interligar todos os componentes), com
excepcional garantia de fiabilidade de
transmissão, mas com maiores custos de
instalação;
O sistema X10 utiliza os condutores de
potência da própria instalação, permitindo
custos mais reduzidos na montagem, mas
dificultando a possibilidade de estabeleci-
mento de instalações mais exigentes como
edifícios de uso colectivo ou edifícios de
elevada complexidade tecnológica.
o Dispersão geográfica da sua influência:
Enquanto o sistema X10 se encontra mais
divulgado nos EUA, o EIB tem muito maior
divulgação na Europa, essencialmente na
União Europeia.
Dada a uniformização do sistema EIB no mercado
Europeu, consideramos tratar-se da escolha acer-
tada para a grande maioria dos interessados na
utilização dos sistemas de domótica em edifícios
colectivos ou de habitação de médio e grande
porte.
11 DOMÓTICA E ARQUITECTURA

Um bom sistema de domótica deve nascer a partir do


trabalho de arquitectura, dela recebendo os conceitos,
objectivos e compromissos em que se baseia todo o
projecto do edifício.

Através da domótica o arquitecto terá a possibilidade


de criar as formas e os espaços segundo a sua liber-
dade artística, seguindo rigorosamente os requisitos
impostos pelas funções.

Independentemente da necessidade de interacção das


pessoas com as funcionalidades do edifício, a domó-
tica permite optar por soluções que respeitam sempre
os espaços.

Acrescentando elementos visíveis com padrões de


excelência ao nível do design, ou optando por solu-
ções sem qualquer elemento visível, a domótica com
qualidade acompanha e apoia a qualidade do trabalho
de arquitectura.
112 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

Exemplo de integração de funcionalidades distintas através


de um sistema de domótica. Na fotografia temos uma
campainha, um detector de movimento, uma luz de
presença, um teclado de controlo de acesso e
uma câmara móvel a cores.
12 DOMÓTICA E AMBIENTE

Energias renováveis
A sensibilização da humanidade para a crescente
importância dos cuidados a ter nas formas de gestão
dos recursos naturais, deve ter um reflexo adequado
na concepção e utilização dos edifícios.
Devem obedecer a critérios rigorosos de racionalidade
do uso da água, ar e energia, as opções que vão
desde a escolha do local, à forma do edifício e à sua
exposição solar, bem como à escolha dos materiais
usados na e para a construção.
A domótica, permite gerir de forma eficiente os recur-
sos naturais necessários para a utilização do edifício
de modo seguro e confortável, evitando desperdícios
injustificados.

Por exemplo: Através da domótica podemos controlar


não só o funcionamento de uma central de tratamento
de água pluvial, recolhida no telhado em zonas de
bastante pluviosidade, mas também relacionar o seu
funcionamento e manutenção com a necessidade real
de água, entretanto reduzida pela introdução de meios
de gestão mais eficiente dos consumos. A detecção de
114 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

perdas, pequenas ou grandes, e a redução da água


gasta na rega em função da humidade, são exemplos
concretos.

A diminuição e racionalização dos consumos energéti-


cos, permite aumentar a autonomia dos sistemas
alternativos de geração de energia eléctrica. Depen-
dendo do local, a opção entre geradores eólicos ou
solares deve ser ponderada tendo em conta as condi-
ções de instalação, as características do clima, e as
necessidades de energia.
13 DOMÓTICA E TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

As tecnologias de informação e comunicação ocupam


um lugar novo dentro da tradicional rotina dos locais
de trabalho, lazer ou em casa.
A domótica tendo desde cedo reconhecido as suas
potencialidades, aproveita hoje todas as suas capaci-
dades de interacção global.

Quando pensamos em domótica e comunicação, dis-


pomos hoje de um vasto leque de opções. As mais
recentes são os PDA5 telefone e os “Smart phone”,
que embora ofereçam o mesmo tipo de funcionalida-
des distinguem-se pela forte capacidade de manipula-
ção de dados do primeiro, e pela elevada ergonomia
do segundo para qual basta apenas uma mão para
efectuar uma ligação telefónica ou de dados.
Estes equipamentos utilizam o protocolo GPRS6 para
comunicação de dados, que se caracteriza pelas ele-

5
PDA (Personal Digital Assistant) ou Handheld computer (computador de
mão). Brevemente, com UMTS, estão previstos novos dispositivos como:
Relógios ligados à Internet, Rádio do carro ligado à Internet, Espelho
retrovisor do carro ligado.
6
Pertencente ainda à 2ª geração móvel, a norma GPRS (General Packed
Radio Service) traz uma melhoria à rede base (core) de GSM (Global
116 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

vadas taxas de transmissão7, e pelo pagamento ape-


nas pelo tráfego efectuado, ou seja, o cliente paga
apenas pelo que consome, tal como irá acontecer com
a 3G8.
No interior de um edifício ou em qualquer outro sítio,
podemos estar sempre ligados ao sistema de domó-
tica, recebendo alarmes e enviando ordens em tempo
real, sem que isso signifique elevados custos de
comunicações.

Embora menos práticos quando nos deslocamos, as


mesmas funcionalidades estão disponíveis ao utilizar-
mos um computador portátil ou um PC de mesa.

System for Mobile) e introduz o serviço do tipo comutação de pacotes


(packet data), podendo em simultâneo oferecer o serviço de comutação de
circuitos. Além disso permite melhorias significativas a nível de largura de
banda, atingindo velocidades até 170Kbps nos serviços de comutação de
pacotes. É um serviço em que se está sempre ligado (always connected,
always online) e trás consigo a maior parte dos serviços 3G.
7
A norma GPRS permite taxas de transmissão de dados até aos 170
Kbps, sendo que com os actuais dispositivos é normal ter-se na realidade
valores entre os 40 e os 52Kbps.
8
A 3ª geração móvel (3G, que utilizará o protocolo UMTS) vai-nos trazer
equipamentos digitais complexos com a implementação de várias
tecnologias bem sucedidas e uma miniaturização dos equipamentos em
equilíbrio com as funcionalidades, podendo ser igual ou superior à 2G.
O UMTS (Universal Mobile Telecommunications System) é um standard de
3G com a intenção de fazer evoluir as redes de GSM e inclui serviço
terrestre e satélite com velocidade de transmissão variável, podendo atingir
os 2 Mbps (embora numa fase inicial esteja prevista uma cobertura máxima
de 384 Kbps = 6 x 64 Kpbs), suportando assim serviços de banda larga e
combina acesso móvel de alta velocidade com o IP (Internet Protocol).
O UMTS vai ter por isso muito mais capacidade, melhor qualidade de
serviço e cada equipamento vai ter um endereço IP permanente.
DOMÓTICA E TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 117

Independentemente do tipo de comunicação (via


GPRS, linhas analógicas, RDIS, Cabo, ou ADSL),
podemos aceder directamente aos edifícios, podendo
também aceder por ligação via Internet. Para tal, deve
existir no edifício um Web Server com um site HTML
ou WAP, que pode estar instalado num PC ou sim-
plesmente existir na gateway que garante a comunica-
ção entre o protocolo TCP/IP e o protocolo específico
do sistema de domótica.

Na prática, significa que qualquer um pode armar o


alarme, actuar sobre o aquecimento, verificar estados
de funcionamento, preparar o banho, etc., enquanto
fala ao telefone ou desespera num qualquer engarra-
famento. Em casos críticos, a iniciativa de comunica-
ção pode partir do edifício, possibilitando a rápida
tomada das medidas necessárias.
Nesta ou noutra situação, o utilizador pode consultar o
registo de imagens das câmaras de vigilância, e por
exemplo enviar imediatamente às entidades compe-
tentes e-mails com imagens do sucedido, anotadas
com os comentários que entender.
14 DOMÓTICA E SEGURANÇA

A decisão de ligar o sistema de domótica da nossa


casa directamente à Internet de forma a podermos
controlá-la remotamente de qualquer ponto do mundo,
a baixo custo, é extremamente interessante e cada
vez mais usada, por exemplo, em vivendas. Não pode-
mos contudo esquecer de que a não utilização das
devidas seguranças em sistemas abertos como a
Internet pode trazer-nos imensos dissabores se tal
situação não for devidamente analisada em termos de
engenharia de segurança informática e de comunica-
ções.

Ao usufruirmos das potencialidades que as novas tec-


nologias nos oferecem, estamos também a partilhar os
riscos que lhe são inerentes. No entanto, através da
utilização de medidas de segurança informática nor-
mais, como por exemplo o uso de “routers” com “fire-
wall”, asseguramos a utilização tranquila dos sistemas
instalados.

Lembre-se que “o único sistema totalmente seguro é


aquele que não possui nenhuma forma de acesso
externo, está trancado numa sala totalmente lacrada
120 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

da qual uma única pessoa possui a chave e essa pes-


soa já morreu e não deixou nada escrito nem gra-
vado”!
15 A DOMÓTICA EM CASAS NOVAS

Numa casa em início de construção a domótica deve


ser encarada como uma infra-estrutrura natural, idên-
tica às de áudio, vídeo ou informática, evitando assim
os custos e os incómodos inerentes à alteração da
rede de tubagem, ou os custos relativos à implemen-
tação de sistemas de comunicação sem fios.
Na concepção e construção de uma casa devem ser
tidas em conta todas as infra-estruturas tecnológicas,
tais como:
o Sistema de domótica, alarme incluído;
o Sistema de difusão de áudio e vídeo;
o Sistema de vigilância.
16 A DOMÓTICA EM CASAS JÁ CONS-
TRUÍDAS E EM CASAS ANTIGAS

Embora idealmente um projecto de domótica deva


iniciar-se muito antes da fase de construção, é no
entanto comum ser necessário instalar sistemas de
domótica em edifícios já construídos ou em fase final
de acabamentos.
Utilizando as actuais tecnologias de comunicações
sem fios via rádio, bluetooth ou WLan é perfeitamente
possível instalar um sistema de domótica, sendo no
entanto certo que o seu custo será agravado quando
comparado com o custo de um sistema projectado e
instalado de raiz, considerando manter-se o mesmo
nível de funcionalidades.
17 PROJECTO – EXEMPLO PRÁTICO

Escolhemos um exemplo prático para ilustrar a forma


de organizar um sistema de domótica. Apresentamos
uma vivenda construída para uso particular, maximi-
zando a segurança e o conforto.
Nas plantas estão assinalados os locais de instalação
dos quadros eléctricos, os pontos de iluminação con-
siderados, as teclas de comando, os actuadores de
aquecimento, a segurança e os módulos de controlo
de cortinas ou estores.
A interligação dos diversos componentes varia segun-
do o tipo de sistema a utilizar e assim sendo não foi
descrita.
Os desenhos apresentados representam a forma mais
prática de descrever e registar as opções fundamen-
tais de um sistema de domótica, permitindo aos inte-
gradores perceber os requisitos dos clientes e apre-
sentar cotações mais rigorosas, e aos clientes
seleccionar as melhores propostas e assim os melho-
res integradores.
Embora não estejam representadas nas plantas,
outras opções devem ser consideradas à partida, pois
definem as capacidades do(s) sistema(a) a utilizar:
126 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

o Comunicação remota de e para a casa;


o Tipo e quantidade de interfaces de gestão
global como controlos remotos, consolas
tácteis, software de supervisão, etc.;
o Tipo de rede informática – wireless ou ca-
blada;
o Rega Inteligente com ou sem aquisição de
dados meteorológicos;
o Interfaces para controlo do sistema de vigi-
lância. Teclados, cartões magnéticos, co-
mandos rádio, porta-chaves, etc.

17.1 Vivenda inteligente


Planta 1 – Localização dos Quadros Eléctricos
Nos sistemas mais comuns os quadros eléctricos dis-
tribuem-se pela casa, interligados apenas pelo bus de
comunicação (caso exista) e pela alimentação de
potência, reduzindo drasticamente a complexidade e
custo dos trabalhos a realizar, evitando assim a utiliza-
ção de longos e numerosos cabos e caminhos de
cabos.
O número de quadros eléctricos deverá ser definido
em função da complexidade do sistema de domótica a
implementar, e varia de apenas um em toda a casa,
PROJECTO – EXEMPLO PRÁTICO 127

até um por cada divisão principal. Fundamental é


equipar a casa com uma infra-estrutura já dimensio-
nada para a inclusão de novas funcionalidades, redu-
zindo ao máximo o custo e complexidade dos traba-
lhos de electricidade geral.

Exemplo de simbologia a utilizar no


desenho de Projectos de Domótica
128 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

Localização dos quadros eléctricos

Planta 2 – Circuitos de iluminação e detectores de


movimento
Todas as áreas possuem detectores de movimento.
Na presença de alguém, o sistema activa automatica-
PROJECTO – EXEMPLO PRÁTICO 129

mente o cenário pré-definido para aquele local àquela


hora, podendo ser facilmente alterado pelo utilizador
através do software de supervisão. Por exemplo, para
evitar encandeamentos, quando alguém é detectado
no corredor entre as 01h00 e as 07h00, a luz é ligada
apenas a 10% do fluxo luminoso máximo. Se
entender, o utilizador pode colocar qualquer zona da
casa em comando manual, tradicional.

Nas plantas estão apenas definidos os pontos de luz


considerados pelo arquitecto, cabendo ao cliente optar
quais deles merecerão a inclusão imediata (futura-
mente todos podem ser equipados) de regulação de
fluxo luminoso, e qual a forma mais confortável de os
comandar:

o comando automático por detecção de presen-


ça;
o através de comandos directos por teclas;
o através de controlo remoto;
o através de cenários programados em teclas;
o através de cenários programados no sistema
de supervisão, por exemplo, nas zonas exterio-
res.
130 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

Pontos de iluminação – Piso 0


PROJECTO – EXEMPLO PRÁTICO 131

Pontos de iluminação – Piso 1


132 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

Localização dos comandos – Piso 0 (vista geral)


PROJECTO – EXEMPLO PRÁTICO 133

Localização dos comandos – Piso 0


134 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

Localização dos comandos – Piso 1

Planta 3 – Circuitos de aquecimento


O cliente optou pela utilização de aquecimento por
radiadores. Em cada área o aquecimento é actuado de
PROJECTO – EXEMPLO PRÁTICO 135

forma independente, local ou remotamente. Assim,


podemos escolher a temperatura de 22ºC no quarto, e
18ºC no escritório durante o período da noite, e 16ºC
em toda a casa durante o período do dia.
Em cada zona, a evolução da temperatura é registada
e apresentada graficamente, possibilitando a análise
do funcionamento de todo o sistema de climatização.
Os actuadores das válvulas do aquecimento são co-
mandados através do quadro parcial mais próximo.
Na planta vemos a
localização dos
actuadores de
aquecimento, junto ao
local de instalação dos
radiadores.
Se a opção fosse a de
utilização do piso
radiante, então os
actuadores iriam
concentrar-se nos
colectores de
aquecimento
distribuídos por zonas
distintas, como por
exemplo, por piso.
Localização dos
actuadores do
aquecimento – Piso 0
136 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

Localização dos actuadores do aquecimento – Piso 1


PROJECTO – EXEMPLO PRÁTICO 137

Planta 4 – Segurança; incêndio, inundação, gás e


intrusão, vídeo
A interligação dos diversos dispositivos de segurança
é descentralizada, perfeitamente integrada no sistema
de domótica considerado. O registo das imagens cap-
tadas é efectuado em formato digital, com possibili-
dade de consulta e controlo remoto.
Em caso de
alarme, seja
intrusão,
emergência ou
técnico, o
sistema
comunica a
ocorrência ao
utilizador ou a
terceiros,
conforme lista de
contactos
configurável
através da
supervisão.

Segurança –
Piso 0
138 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

Segurança – Piso 1

Planta 5 – Estores, cortinas e toldos


Os motores dos estores, cortinas e toldos são alimen-
tados através do quadro parcial mais próximo,
PROJECTO – EXEMPLO PRÁTICO 139

podendo ser comandados directamente a partir de


qualquer ponto da casa, segundo programas pré-esta-
belecidos ou remotamente a partir do exterior. Em
caso de detecção de chuva e de janela aberta, o sis-
tema de domótica fecha automaticamente o respectivo
estore.

Exemplo de distribuição de funções com comando de


iluminação, estores, cortinas e cenários.
140 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

Localização do controlo de estores – Piso 0


PROJECTO – EXEMPLO PRÁTICO 141

Localização do controlo de estores – Piso 1


18 LINKS E CONTACTOS

ABB Componentes Eléctricos, EIBA Portugal


SA www.eibaportugal.com
www.abb.com
Engilena – Electrotecnia, Lda
ACI – A Casa Inteligente, Lda. www.engilena.pt
www.acasainteligente.com
HAGER – Sistemas Eléctricos
AIM-The Association for Modulares, SA
Automatic Identification www.hager.pt
and Data Capture Technologies
www.aimglobal.org Honeywell Portugal-Automação
e Controle, SA
Autintec-Tecnologias de www.honeywell.com
Automação, Lda
www.autintec.com Intelinte
www.intelinte.com
Bush-Jaeger
www.bush-jaeger.com IVV Automação, Lda
www.ivv-aut.com
Casa das Lâmpadas, Lda
www.casadaslampadas.com J. G. Componentes
www.jgcomponentes.pt
Central Casa
www.centralcasa.com JCS
www.jcs.pt
Domosinal-Engenharia, Lda
www.domosinal.com LonWorks interoperability
association
Domótica SGTA Gestão Técnica www.lonmark.org
e Automação, Lda
www.domotica.pt Luz e Som
www.luzesom.pt
Duarte Neves, Lda
www.duarteneves.pt Megafásica
www.megafasica.com
Echelon
www.echelon.com Microprocessador-Sistemas
Digitais, SA
EIBA microprocessador.efacec.pt
www.eiba.com
144 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES

MobiComp-Computação Móvel,
Lda.
www.mobicomp.com

NetPonto – Sistemas
Informáticos
www.netponto.com

Oceano de Ideias-Consultoria
em TI e Comunicação, Lda.
www.oceanoideias.com

Portugal Telecom
www.portugaltelecom.pt

Sanostra
www.sanostra.pt

SIEMENS, SA
www.siemens.pt

Sysmo
www.sysmo.com

TEV2-Distribuição de Material
Eléctrico, Lda
www.tev.pt

Visiomatic
www.visiomatic.com

X-10 Europe
www.x-10europe.com

XKT-Projectos e Instalações
Técnicas, Lda
www.xkt.pt

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