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Rio de Janeiro
Abril de 2016
PROTOCOLO DE COMUNICAÇÃO PROFIBUS PARA REDES DE
AUTOMAÇÃO E SISTEMAS DE CONTROLE INDUSTRIAIS
Examinado por:
iii
“A paciência e a perseverança
têm o efeito mágico de fazer as
dificuldades desaparecerem e os
obstáculos sumirem”- John
Quincy Adams
iv
Agradecimentos
Gostaria de, primeiramente, agradecer aos verdadeiros heróis, meus pais, pois, sem
eles, não teria conseguido. Luis Filipe de Souza Silva e Katia Denise de Sousa
Arcanjo, agradeço de coração e alma por todas as oportunidades, ensinamentos e
carinho. Obrigado por acreditarem em mim e por sempre me guiarem no caminho
da honestidade e do conhecimento. Se sou quem sou, é graças a vocês.
Agradeço também aos grandes amigos que essa vida me deu e que, muitas vezes,
até sem saberem, me ajudavam a trilhar essa jornada que foi o curso de engenharia.
Obrigado Bruno, Renan e Rodrigo. Obrigado também Gustavo, Paulo, Pedro e
todo o pessoal da elétrica que fizeram dos meus dias de aula, dias mais divertidos
e dos momentos de dificuldade, momentos de aprendizagem. Agradeço à minha
namorada, Carla Icazati, por aturar meus dias de mau-humor e noites mal dormidas.
Seu carinho e atenção foram essenciais.
Por fim, mas não menos importante, agradeço à UFRJ e à Escola Politécnica.
Agradeço ao meu orientador e professor, Marcos Moreira, pela oportunidade deste
trabalho que muito me ensinou.
v
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como
parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Eletricista
Abril/2016
vi
Abstract of Graduation Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Electrical Engineer
April/2016
This work presents the PROFIBUS communication protocol for industrial au-
tomation networks and control systems. The purpose of this work is to implement
a PROFIBUS network using programmable logic controllers. To this end, this work
presents the characteristics and operation of PROFIBUS networks, basic concepts of
controllers and a detailed explanation of how to configure and install a PROFIBUS
network. A PROFIBUS network has been implemented and tested at the Con-
trol and Automation Laboratory, from the Federal University of Rio de Janeiro,
validating the operation of the protocol.
vii
Sumário
Lista de Figuras x
1 Introdução 1
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Estrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
4 PROFIBUS-DP 15
4.1 Entendendo o PROFIBUS-DP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4.2 Operação da Rede . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
4.2.1 Passagem de Token . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
4.3 Programação para CLP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.4 Configuração de Rede e Arquivos GSD . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.4.1 Arquivos GSD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.5 Inicialização da Rede . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.6 Troca de Dados e Mecanismo de Proteção . . . . . . . . . . . . . . . 22
viii
4.6.1 Watchdog Timer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
6 Conclusão 51
Referências Bibliográficas 52
ix
Lista de Figuras
x
5.9 Uso de terminações para isolar uma seção da rede - figura retirada de
[1]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
5.10 Criando um novo projeto no TIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
5.11 Acessando a área de trabalho do novo projeto. . . . . . . . . . . . . . 32
5.12 Adicionando um controlador ao projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
5.13 Controlador adicionado ao projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
5.14 Adicionando um módulo de comunicação a um controlador no projeto 34
5.15 Tela de visualização e botões de navegação do TIA . . . . . . . . . . 36
5.16 Guia de configuração para dispositivo selecionado no TIA . . . . . . . 37
5.17 Configuração de rede do Mestre1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
5.18 Continuação da configuração de rede do Mestre1 . . . . . . . . . . . . 38
5.19 Guia de configuração da interface PROFIBUS do Escravo1 . . . . . . 39
5.20 Configuração de rede do Escravo1 - parte 1 . . . . . . . . . . . . . . . 39
5.21 Configuração de rede do Escravo1 - parte 2 . . . . . . . . . . . . . . . 40
5.22 Configuração de rede do Escravo1 - parte 3 . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.23 Configuração de rede do Escravo1 - parte 4 . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.24 Visualização da Topologia 1 de rede configurada no TIA . . . . . . . 42
5.25 Guia de configuração para os parâmetros de rede . . . . . . . . . . . 43
5.26 Configuração dos parâmetros de rede da rede PROFIBUS DP . . . . 43
5.27 Configuração de rede do Escravo2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
5.28 Visualização da Topologia 2 de rede configurada no TIA . . . . . . . 46
5.29 Configuração de rede do Mestre2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
5.30 Mudanças na configuração de rede do Escarvo2 . . . . . . . . . . . . 47
5.31 Visualização da Topologia 3 de rede configurada no TIA . . . . . . . 47
5.32 Áreas de transferência configuradas na Topologia 1 de rede . . . . . . 48
5.33 Operação da esteira transportadora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
5.34 Visão geral do sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
xi
Capı́tulo 1
Introdução
1.1 Motivação
Desde os primórdios, a humanidade sempre buscou diferentes maneiras de realizar
suas tarefas, tornando-as cada vez mais eficazes. Em outras palavras, o ser hu-
mano busca otimizar seus esforços e maximizar sua produtividade. Isso é facilmente
percebido quando se olha para a evolução do setor industrial.
Atualmente nos deparamos com um cenário onde a tecnologia domina o ambiente
industrial. Toda ou quase toda etapa de uma linha de produção é realizada de
maneira automática. A automação industrial é a responsável por esta realidade.
Mas sempre existem desafios a serem superados e soluções a serem arquitetadas. O
avanço da tecnologia não para e as indústrias encontram um mercado cada vez mais
competitivo. Dentro deste contexto surgiram as comunicações em rede, para dar
mais robustez, grau de controle/monitoramento e velocidade às linhas de produção.
A experiência mostra que o uso da tecnologia de rede de campo pode economizar
consideravelmente os custos de instalação, configuração e manutenção da fiação em
relação à tecnologia convencional. Nas redes de campo, apenas um par de fios é
necessário para transmitir as informações que podem variar entre dados de entrada
ou saı́da, parâmetros, diagnósticos, programas ou alimentação para os dispositivos
de campo.
Normatizado pelo padrão Europeu EN 50170, o PROFIBUS (acrônimo de Pro-
cess Field Bus) será o assunto abordado neste trabalho. PROFIBUS é uma rede
de campo de padrão aberto amplamente aceita e apoiada por fornecedores de uma
gama diversa de equipamentos, ferramentas e serviços. Suas caracterı́sticas padro-
nizadas abrangem diferentes campos de aplicações, como: manufatura, controle de
processo e automação predial.
1
1.2 Objetivo
O principal objetivo deste trabalho é desenvolver um material didático sobre redes
PROFIBUS. O trabalho contém os conhecimentos necessários para que se entenda o
funcionamento do protocolo de comunicação PROFIBUS, conhecimentos básicos de
controladores e implementação de uma pequena arquitetura de rede demonstrando
o funcionamento da comunicação.
Para a implementação de uma rede PROFIBUS são utilizados Controladores
Lógicos Programáveis (CLPs) da fabricante Siemens. A rede é desenvolvida de
forma que os CLPs possam se comunicar entre si e realizar as tarefas desejadas.
Este trabalho servirá de apoio para futuros estudos, nos quais a configuração de
uma rede de automação é necessária, e servirá também de material didático para
o Laboratório de Controle e Automação (LCA) da Universidade Federal do Rio de
Janeiro
1.3 Estrutura
Este trabalho está dividido da seguinte maneira. No Capı́tulo 2 será apresentada
uma introdução às redes de campo e ao PROFIBUS. O capı́tulo 3 aborda as carac-
terı́sticas de redes PROFIBUS. O capı́tulo 4 apresenta e detalha a comunicação em
PROFIBUS DP. No capı́tulo 5 é explicado como configurar e instalar uma rede PRO-
FIBUS DP utilizando controladores e software da fabricante Siemens. Por último,
o capı́tulo 6 apresenta a conclusão do trabalho.
2
Capı́tulo 2
Introdução ao Fieldbus e ao
PROFIBUS
3
que podem ser acessados na própria rede. Isso reduz consideravelmente o
tempo de comissionamento e de partida de um equipamento.
4
implementar. Assim, depois de alguns anos de experiência e uma nova es-
pecificação simplificada, mas melhorada, foi desenvolvido o PROFIBUS DP.
Atualmente FMS não é mais suportado pela PROFIBUS International.
Mesmo com suas particularidades, todas as três versões podem funcionar em con-
junto. O PROFIBUS DP e o PROFIBUS FMS ainda compartilham o mesmo sistema
de transmissão elétrico, baseado em RS485, um padrão internacional usado por di-
ferentes fieldbusses e algumas outras aplicações de comunicação. O PROFIBUS PA
utiliza um sistema de transmissão elétrico diferente, chamado de Manchester Bus
Powered (MBP).
As diferentes versões (DP e PA) tornam o PROFIBUS aplicável a uma grande
gama de aplicações da indústria envolvendo tanto automação de manufatura quanto
controle de processos. Dentre elas estão:
5
2.2.1 PROFINET
O protocolo de comunicação PROFINET (Process Field Net) pode ser citado como
mais um membro desta famı́lia PROFIBUS, estabelecendo comunicação industrial
através do meio Ethernet. PROFINET é completamente baseado no padrão Ethernet
(IEEE802.3) que opera a 100Mbit/s por meio de cabo de cobre ou cabos de fibra
ótica. PROFINET é um sistema de Ethernet moderno que utiliza exclusivamente
switches e operações full duplex (transmissão de dados simultâneas em ambos os
sentidos de comunicação) de forma a eliminar por completo qualquer problema de
colisão de dados. O PROFINET utiliza os padrões existentes na tecnologia da
informação (IT) como Internet Protocol (IP), TCP, etc, mas com a exceção de ser
determinı́stico. Determinı́stico significa que o tempo de comunicação em um sistema
PROFINET é previsı́vel (assim como é no PROFIBUS). Na realidade, PROFINET
é capaz de ter desempenho similar ao PROFIBUS DP, com alta sincronia de tempo
na comunicação entre os dispositivos.
PROFINET não é PROFIBUS em Ethernet. Ele tem sua própria codificação.
Entretanto, o PROFINET foi criado para incorporar todos os requisitos da au-
tomação e sistemas de controle. Além disso, PROFINET é totalmente compatı́vel
com PROFIBUS e a integração é simples e padronizada.
No futuro, é capaz que o PROFINET adentre grande parte do mercado que hoje
é ocupado pelo PROFIBUS DP [1].
6
Figura 2.1: Hierarquia dos sistemas de controle e o uso das tecnologias PROFIBUS
e Ethernet
Figura 2.2: Ethernet caminhando para os nı́veis mais baixos da hierarquia com o
PROFINET fornecendo capacidade de controle
7
2.3 O Modelo OSI
A Organização Internacional ISO (International Standards Organization) utiliza o
modelo OSI (Open System Interconnection) para orientar sistemas de comunicação
padronizados. O modelo OSI divide a comunicação em 7 nı́veis, ou camadas (layers),
cada uma com funções e serviços bem definidos [3]. A seguir são descritas as sete
camadas do modelo OSI.
8
RS485
MBP (H1)
Transmissões Manchester Bus Powered (MBP) são utilizadas pelo PROFIBUS PA.
Transmissões MBP utilizam par trançado e blindado de cabos permitindo até 32
estações por segmento. Entretanto, MBP utiliza um cabo diferente do RS485. Con-
fundir esses cabos é um problema comum quando se utiliza PROFIBUS, ocasionando
falha de comunicação. O cabeamento MBP permite alimentação e troca de dados
simultaneamente.
9
Figura 2.3: O modelo OSI do PROFIBUS
10
Capı́tulo 3
Caracterı́sticas de Redes
PROFIBUS
11
somente entrada, somente saı́da ou uma combinação dos dois. São exemplos
E/S remotas, transmissores, sensores, atuadores, válvulas, drives, etc.
12
Figura 3.2: Conceito de uma única rede PROFIBUS com diversos segmentos
3.3 Endereçamento
Em uma rede, a cada dispositivo PROFIBUS ou estação, é dado um endereço de
rede a partir do qual a comunicação é dirigida. O endereço de rede de cada estação
é definido pelo usuário.
Existem 128 endereços de rede disponı́veis para os dispositivos (numerados de 0 a
127). No entanto, o endereço 127 é reservado para mensagens de broadcast (estação
ativa envia mensagens sem resposta para todas as outras estações) e assim não pode
ser usado para nenhum dispositivo. O endereço 126 também não pode ser usado,
pois é reservado para dispositivos cujo endereço é definido através do barramento.
Os 126 endereços restantes (de 0 a 125) são então os disponı́veis para dispositivos
PROFIBUS.
13
A maioria dos dispositivos DP modernos suporta todas as taxas de dados, e ainda
detectam e se ajustam automaticamente à velocidade da rede. Muito raramente a
taxa de dados precisa ser definida nas opções do próprio dispositivo.
Já as redes PROFIBUS PA sempre operam a uma taxa fixa de 31,25 Kbit/s. Note
que, como essa opção não existe para PROFIBUS DP, os dispositivos PROFIBUS
PA sempre estarão operando em velocidade diferente dos dispositivos PROFIBUS
DP.
14
Capı́tulo 4
PROFIBUS-DP
15
Figura 4.1: Modelo de instalação centralizado (sem rede de campo)
Comparando as figuras 4.1 e 4.2, nota-se que ao introduzir uma rede entre o
controlador e seus módulos de E/S, descentralizou-se os módulos de E/S. Por essa
16
razão, módulos de E/S que desempenham esta função são conhecidos como E/S
remotas (remote I/O’s).
Ao utilizar o PROFIBUS-DP, no lugar de conectar cada sensor, atuador ou
outro equipamento individualmente ao controlador, pode-se instalar E/S remotas
próximas ao campo e então transferir os dados para a área de controle usando um
único cabo RS 485. Isso reduz consideravelmente o custo de cabeamento e instalação
do sistema e ainda, uma vez que a transmissão de dados se dá de forma digital,
o ruı́do industrial (interferências eletromagnéticas, etc.) causa menor impacto na
transferência de dados, o que torna a comunicação entre a área de controle e o campo
mais robusta.
Existem, contudo, algumas desvantagens ao usar uma rede PROFIBUS-DP. Por
exemplo, ao transmitir todos os dados por um único cabo, se esse cabo for danificado
ou se esse link cair, será perdida a comunicação com todos os dispositivos de campo.
Para prevenir esses problemas é possı́vel utilizar uma rede hı́brida, o que significa
ligar os equipamentos com maior grau de importância diretamente ao controlador
e os demais na rede PROFIBUS DP. Desta maneira, mesmo que qualquer mau
funcionamento ocorra na transmissão da rede, os dados dos equipamentos mais
importantes ainda estarão acessı́veis, como ilustrado na figura 4.3. Outra forma de
contornar esse problema é utilizar uma redundância de rede. Nesse caso, utilizam-
se dois cabos de rede RS485 para conectar as E/S remotas ao controlador. Nessa
configuração, se o cabo principal falhar, a transmissão de dados poderá ocorrer pelo
cabo reserva, como mostrado na figura 4.4.
17
Figura 4.4: Modelo de instalação com redundância
18
tempo, evitando assim situações de conflito. Um token é uma mensagem especial
que só circula entre os mestres e que carrega a permissão de acesso à rede. Para
exemplificar, observe a figura 4.6. O primeiro mestre inicialmente detém o token
e, então, consegue realizar a comunicação cı́clica com os escravos associados a ele.
Assim que seu último escravo responder, ele deve passar o token adiante na rede
para que o segundo mestre, ao recebê-lo, possa realizar comunicação cı́clica com os
escravos associados a ele. Enquanto o segundo mestre detiver o token, o primeiro
deve permanecer parado, isto é, ele não deve mandar nenhuma mensagem de re-
quisição. Quando o último escravo do segundo mestre respondê-lo, ele deve então
repassar o token ao primeiro mestre para que o ciclo de troca de informações possa
continuar. A figura 4.6 ilustra essa lógica de comunicação.
Figura 4.6: Comunicação cı́clica com passagem de token para sistema de dois mestres
19
um cartão de E/S. A diferença é que no CLP desempenhando função mestre DP,
a memória de E/S é compartilhada por meio de um chip PROFIBUS mestre. Em
determinado momento, o chip acessa os dados de saı́da destinados a um escravo, na
memória compartilhada do mestre, e os insere em um telegrama endereçado que é
então enviado pela rede. O escravo com o endereço correto lê o telegrama e extrai
o os dados de saı́da, para serem então escritos em suas saı́das fı́sicas. De maneira
análoga, as entradas do escravo são lidas e inseridas em um telegrama endereçado
que é enviado de volta ao mestre. Ao receber o telegrama, o mestre extrai os dados
e armazena na área de entrada correta, dentro da memória compartilhada. Este
procedimento está ilustrado na figura 4.7
Os chips mestre e escravo que realizam este trabalho não requerem nenhuma
programação. Isto é, todas as funções são automaticamente carregadas quando em
operação.
20
cante em particular requer uma ferramenta de configuração deste mesmo fabricante.
Um CLP de um diferente fornecedor certamente necessitará de uma ferramenta de
configuração diferente. Essas ferramentas de configuração são tipicamente softwares
que podem ser instalados em computadores ou laptops.
21
as opções adequadas.
22
Figura 4.9: Ilustração das etapas de verificação realizadas pelo dispositivo mestre
Além disso, cada escravo está constantemente verificando se seu mestre está
operacional por meio das mensagens de requisição que recebem dele. Se um escravo
detectar um problema, ele automaticamente entra no estado de falha segura (fail
safe), ou seja, o escravo coloca suas saı́das em estado seguro (tipicamente, em estado
desligado).
23
Capı́tulo 5
Figura 5.1: Controlador siemens com CPU modelo 1214C AC/DC/RLY e módulos
de comunicação CM 1245-5 e CM 1243-5
24
• Cabo de tecnologia RS485, modelo 6XV1830-0EN20.
25
Nessa última etapa é também realizada a atualização de outras variáveis que
representam resultados aritméticos, resultados de contagem e temporizadores utili-
zados na programação.
Uma vez concluı́da a terceira etapa, a varredura volta à primeira etapa, onde um
novo ciclo se inicia. A figura 5.3 ilustra de modo genérico a estrutura de funciona-
mento de um CLP e a figura 5.4 ilustra um ciclo de varredura.
26
Figura 5.5: Ilustração para o exemplo prático de consistência de dados - Imagem
retirada de [2]
.
A figura 5.5 ilustra pacotes com um código de identificação que são escaneados
ao longo de uma esteira. O scanner está alimentando o CPU com esses dados via
comunicação PROFIBUS. O código de identificação desses pacotes é composto de 8
bytes. A transferência de dados NÃO É CONSISTENTE e ocorre em 2 etapas, de
4 bytes cada uma.
Se o segundo pacote for escaneado durante a transferência da primeira etapa de
4 bytes, quando a segunda etapa ocorrer ela conterá 4 bytes do segundo pacote e
não do primeiro. Nesse caso, os dados no CPU vão então conter 4 bytes do primeiro
pacote e 4 bytes do segundo e, portanto, estão corrompidos. Para solucionar esse
problema, é necessário garantir que 8 bytes sejam transferidos em uma só etapa,
sendo necessário consistência de transmissão total de 8 bytes.
Assim, pode-se concluir que quando existe qualquer tipo de comunicação cı́clica
é interessante garantir a consistência na transmissão de dados a fim de garantir a
concordância entre os dados transmitidos e as tarefas a serem executadas. Deve-se
sempre atentar à consistência na transmissão ao se configurar comunicações como a
vista no exemplo da figura 5.5.
27
não possuirá todas as existentes. O usuário pode adquirir um controlador que tenha
a(s) interface(s) desejada(s) ou então optar por adquirir, separadamente, módulos
de comunicação.
Um módulo de comunicação nada mais é que uma extensão para o controlador,
ou seja, é um hardware com interface para a rede desejada, que, uma vez conectado
ao controlador, é capaz de acessar suas propriedades e reproduzi-las na comunicação
da rede em que vai operar.
Para a implementação da rede PROFIBUS DP foi necessário a aquisição e uti-
lização de módulos de comunicação PROFIBUS DP, uma vez que os controladores
não possuem tal interface.
28
Figura 5.6: Ilustração de possı́vel topologia de rede utilizando PROFIBUS DP com
transmissão RS485
Comprimento do Segmento
Segmentos de RS485 podem ter até 1.0 Km de comprimento, porém, isso só se
aplica para velocidades baixas de transmissão de dados. Quando se aumenta a
velocidade de transmissão de dados, o comprimento máximo permitido é reduzido
consideravelmente, como mostra a figura 5.7 [1]
29
Limite de Repetidores RS485
30
Figura 5.8: Uso correto dos conectores PROFIBUS RS485 - figura retirada de [1].
Figura 5.9: Uso de terminações para isolar uma seção da rede - figura retirada de
[1].
31
Figura 5.10: Criando um novo projeto no TIA.
32
1BE30-0XB0. (figura 5.12)
Atente para o campo destacado em amarelo na figura 5.12. Ele representa a
versão de firmware de seu controlador. A versão de firmware instalada em nossos
controladores é a V2.2, assim como a sugerida pelo TIA. Assim, não é necessário
realizar alteração neste campo, mas é importante conferir esta informação, para
evitar erros de compatibilidade na hora de realizar o download do projeto para
dentro do controlador. Clique em OK para finalizar a adição do controlador.
Após adicionado, a imagem 5.13 deve aparecer para o usuário. Repare que uma
nova pasta referente a este controlador é adicionada na guia Project tree. Dentro
desta pasta estão as funções de configuração para este controlador.
33
Figura 5.13: Controlador adicionado ao projeto
34
5.6 Configurando uma rede PROFIBUS-DP
A próxima etapa é realizar em nosso projeto uma topologia de rede PROFIBUS
DP e ajustar as configurações necessárias. Foram propostas para este trabalho três
topologias diferentes, a fim de estudar as principais configurações possı́veis de um
barramento PROFIBUS DP. As topologias propostas são:
35
Figura 5.15: Tela de visualização e botões de navegação do TIA
Mestre1
36
Figura 5.16: Guia de configuração para dispositivo selecionado no TIA
para toda a rede, ou seja, são valores que serão iguais para todos os dispositivos
conectados a essa mesma rede criada (a PROFIBUS 1). Mais a frente veremos
como realizar as mudanças nos parâmetros da rede. Quanto ao endereço de rede,
foi permanecido o valor sugerido 2 para este exemplo.
Dando sequência, no campo Operating mode existe uma única função, já seleci-
37
onada, DP master. Isso porque este módulo de comunicação só pode exercer esta
função. Mantenha a configuração e continue para o último item (figura 5.18).
O último campo, Hardware identifier, também não é configurável, sendo um nu-
mero elegido pelo TIA para identificar este equipamento internamente. Esse campo
existe somente para sabermos que, se este número de hardware aparecer em algum
diagnóstico do software, ele corresponde a esta interface.
Escravo1
38
Figura 5.19: Guia de configuração da interface PROFIBUS do Escravo1
39
ela já está selecionada. Logo abaixo existe a opção Assigned DP Master e é neste
campo da configuração que associamos essa interface escravo a um mestre. Como
só há um mestre na rede PROFIBUS 1 (o Mestre1), na barra de rolagem aparecerá
apenas esta opção. Selecione-a, como mostra a figura 5.21.
40
Figura 5.22: Configuração de rede do Escravo1 - parte 3
podem estar sendo destinados para outras tarefas no controlador como, por exemplo,
para seus cartões de entrada/saı́da. Se tentarmos inserir um endereço já ocupado, o
TIA não permitirá e nos informará. (ii) Pelo menos uma área de transferência deve
ser configurada na interface escravo, caso contrário não existirá nenhuma troca de
dados entre os dispositivos da rede e então o TIA não permitirá, sequer, compilar
o projeto. (iii) Na tabela de áreas de transferência, pode-se clicar sobre a seta que
mostra o sentido da comunicação para invertê-lo. Obviamente os endereços também
mudam, os de entrada por de saı́da e vice-versa.
41
Com isso, chegamos ao fim da configuração de rede do Escravo1 e, consequente-
mente, ao fim da configuração de rede da Topologia 1.
Para ter uma visão geral dessa topologia, como na figura 5.24, utilize a aba
Netwrok view, na tela de visualização.
Parâmetros da Rede
Observe na figura 5.24 que um barramento PROFIBUS-DP foi criado entre as in-
terfaces conectadas. Clicando duas vezes sobre esse barramento, uma guia de con-
figuração se abre e é possı́vel configurar os parâmetros de rede (figura 5.25).
Em General, é possı́vel alterar nome da rede e o seu s7 subnet ID (código de
identificação da rede para o TIA).
Em Network Settings pode-se alterar o Endereço PROFIBUS mais alto, a velo-
cidade de transmissão e o perfil de PROFIBUS da rede. Pode-se reduzir o endereço
máximo PROFIBUS, uma vez que não se utiliza o numero máximo de dispositivos
permitidos na rede. O perfil PROFIBUS é o protocolo em que a rede trabalha. Na
barra de opção existem as possı́veis opções, mas manteremos DP como o perfil uti-
lizado. A velocidade de transmissão pode ser alterada à vontade pelo usuário, mas
alguns cuidados devem ser tomados, principalmente no que diz respeito ao compri-
mento do cabeamento da rede. Para trabalhar na velocidade máxima, 12 Mbit/s,
por exemplo, um segmento de rede não deve ter mais de 100 metros, como já visto
na seção 5.3.1 desse capı́tulo. Para nossa atividade vamos manter a velocidade de
1.5 Mbit/s.(figura 5.26)
Em Cable configuration é possı́vel informar ao TIA o número de repetidores que
42
Figura 5.25: Guia de configuração para os parâmetros de rede
se usará na rede e o comprimento dos cabos. No caso de uso de fibra ótica, pode-se
também informar o número de links de fibra ótica e comprimento da fibra. O TIA
leva essas informações em consideração no cálculo dos parâmetros de barramento
PROFIBUS.
Em Additional network devices pode-se informar ao programa sobre dispositivos
que não estão no projeto mas que serão adicionados ao barramento PROFIBUS
posteriormente. Dessa forma o TIA pode calcular os parâmetros de barramento
levando em conta também esses dispositivos.
Em Bus parameters você pode visualizar e modificar os parâmetros de barra-
mento estabelecidos pelo TIA.
A única modificação realizada nos parâmetros de rede foi diminuir o número de
43
endereços máximo PROFIBUS para 15, como mostrado na figura 5.26.
44
Figura 5.27: Configuração de rede do Escravo2
45
Figura 5.28: Visualização da Topologia 2 de rede configurada no TIA
46
Figura 5.30: Mudanças na configuração de rede do Escarvo2
47
Figura 5.32: Áreas de transferência configuradas na Topologia 1 de rede
fı́sicas do controlador que está operando como escravo o exato valor estipulado na
programação do controlador que opera como mestre.
Com o recurso Force table é possı́vel alterar este valor estipulado inicialmente
no mestre e observar a mudança acontecer nas saı́das do controlador escravo. Desta
maneira se constata o funcionamento da comunicação.
48
5.8 Implementando a rede PROFIBUS DP Con-
figurada em um Sistema de Automação
Para a implementação foram utilizados três controladores e módulos de comunicação
conforme descrito na seção 5.1. Eles são conectados em rede conforme a Topologia
2, explicada e configurada na seção 5.6 desse trabalho.
49
impedindo assim qualquer operação. A figura 5.33 ilustra a operação de uma esteira
e a figura 5.34 ilustra a visão geral do sistema.
50
Capı́tulo 6
Conclusão
51
Referências Bibliográficas
52
Apêndice A
53
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54
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55