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O treino de força no diabetes mellitus tipo 2

Cíntia Ehlers Botton1, Mikel Izquierdo2, Eduardo Lusa Cadore1

1Laboratório de Pesquisa do Exercício, Escola de Educação Física, Universidade


Federal do Rio Grande do Sul
2Departamento de Ciéncias de la Salud, Universidad Pública de Navarra, Espanha
O Diabetes Mellitus é uma doença endócrina, crônica-degenerativa e de ordem
multifatorial, que afeta milhões de indivíduos mundialmente. A união de um estilo de
vida sedentário, com maus hábitos alimentares e o envelhecimento da população faz
com que os números cresçam cada vez mais, atingindo aproximadamente 380 milhões
de pessoas em todo o mundo, sendo que a proporção de diabetes mellitus aumenta
conforme aumento da idade, com maior taxa de prevalência na população idosa
(Guariguata et al., 2014). As complicações da doença progressivamente afetam a
qualidade de vida e a sobrevivência (Eckert, 2012) e incluem doenças cardiovasculares,
neuropatia periférica, retinopatia e insuficiência renal crônica (Scheffel et al., 2004).
Além das diferentes comorbidades micro e macrovasculares causadas pelos altos níveis
de glicose sanguínea, na população idosa o diabetes está associado com maior redução
da força muscular, qualidade muscular e massa muscular comparativamente a idosos
não diabéticos (Park et al., 2007). Essas alterações acentuadas na presença da doença
diminuem o nível de atividade física e resultam em perda de capacidade funcional com
consequente prejuízo na capacidade de realização das atividades da vida diária (Park et
al., 2007, 2009). Além disso, essas perdas reduzem dramaticamente a qualidade de
vida (Eckert, 2012) e contribuem para o aumento do risco de quedas, institucionalização
e incapacidade (Abdelhafiz & Sinclair, 2013). O diabetes mellitus e a resistência à
insulina aumentam o risco de acelerar o envelhecimento e também o desenvolvimento
da síndrome de fragilidade nos idosos (Abdelhafiz & Sinclair, 2013).
Concomitante as intervenções farmacológicas e dietéticas, programas de
exercício físico que incluem o treino de força representam um dos pilares do tratamento
do diabetes (American Diabetes Association – ADA, 2013). O exercício físico estruturado
pode ajudar a alcançar uma variedade de objetivos incluindo aumento da capacidade
cardiorrespiratória (Bacchi et al., 2012), incremento de força muscular (Dunstan et al.,
2002), melhora no controle da glicemia e diminuição da resistência a insulina (Sigal et
al., 2007), melhora do perfil lipídico e redução da pressão arterial (Bacchi et al., 2012),
redução de gordura abdominal subcutânea e visceral (Ibañez et al., 2005; Bacchi et al.,
2012) e melhora da qualidade de vida (Eckert, 2012). A ADA (2013) recomenda o
exercício físico, seja aeróbico, de força ou combinado, como um método de tratamento
para pacientes com diabetes tipo 2.
O objetivo desse capítulo é descrever o efeito do treinamento de força isolado
ou de forma combinada com o treino aeróbico (treino concorrente) no controle glicêmico
de pacientes diabéticos tipo 2. Além disso, esse capítulo fornece informações sobre a
perda de capacidade functional acentuada em idosos diabéticos e de que forma
intervenções que incluem o exercício físico podem beneficiar os pacientes idosos com
diabetes tipo 2 para melhora da sua funcionalidade

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EFEITOS DAS INTERVENÇÕES COM EXERCÍCIOS NO CONTROLE GLICÊMICO

As revisões sistemáticas têm mostrado consistentemente que o treino com


exercícios supervisionados está associado com melhora do controle glicêmico (Umpierre
et al., 2011). Meta-análise de Boulé et al. (2001) mostrou que ambos os tipos de treino,
força e aeróbico, são eficientes no controle da glicemia, sem necessariamente ocorrer
redução de massa corporal total. Os autores encontraram redução de -0,66% nos níveis
de HbA1c para os grupos de treino quando comparados ao grupo controle, entre 14
estudos, sendo que apenas dois compreendiam treinamento de força. Posteriormente,
meta-análise de Snowling e Hopkins (2006), a partir de 27 estudos, mostrou que o treino
de força, o treino aeróbico e o treino concorrente causam redução de -0,8% nos valores
de HbA1c quando considerados estudos mais longos ou de duração igual a 12
semanas. A redução cai para -0,4% quando considerados estudos de duração mais
curta.
Mais recentemente, meta-análise de Umpierre et al. (2011) mostrou que
qualquer uma das três formas de treino estão associadas ao controle dos níveis de
HbA1c, considerando uma redução de -0,67% quando o exercício físico é estruturado,
sem diferença na comparação entre o efeito dos tipos de treino. Além disso, os autores
colocaram que programas de treino com duração semanal acima de 150 minutos
mostraram redução de -0,89%.
Os mecanismos relacionados ao incremento no metabolismo da glicose
incluem: aumento da sensibilidade a insulina; translocação de GLUT-4 na membrana da
célula muscular, independentemente da via regulada por insulina (Henriksen, 2002);
aumento da capacidade de estoque de glicose disponível; redução da gordura visceral,
(Ibañez et al. 2005), que é a causa primária da resistência à insulina; e aumento na
massa muscular, que é o tecido responsável por grande parte do metabolismo da
glicose (Henriksen, 2002).
O quadro 1 apresenta um resumo de alguns estudos que investigaram o efeito
do exercício físico no controle glicêmico e na capacidade funcional de pacientes com
diabetes tipo 2.

Efeitos do treinamento de força no controle glicêmico


O treino de força é uma intervenção de exercício efetiva para reduzir os níveis
glicêmicos em pacientes diabéticos. Em um estudo de Ibañez et al. (2005) os efeitos de
16 semanas de um programa de treino que combinava intensidades elevadas e
execução de exercícios de forma explosiva foram analisados em pacientes idosos
diabéticos tipo 2. O treino foi realizado duas vezes por semana e incluiu dois exercícios
para os músculos extensors do joelho, um para os músculos extensores do cotovelo e
de quarto a cinco exercícios para os principais grupos musculares do corpo. Durante as

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primeiras 8 semanas de treino foram realizadas 3-4 séries, de 10-15 repetições por
série, a 50-70% de 1RM, seguindo para 3-5 séries, de 5-6 repetições cada, com 70-80%
de 1RM. Nas 8 semanas finais 20% do volume de treino para os exercícios extensão de
joelhos e supino reto foi realizado com 3 a 4 séries, de 6-8 repetições por série, a 50%
de 1RM de forma explosive (fase concentric do movimento realizado o mais rápido
possível). Os resultados mostraram que esse protocolo de treino resultou em redução
dos níveis plasmáticos da glicemia de jejum (7%) e uma melhora significativa na
sensibilidade a insulina de 46%. Outro relevante achado desse estudo foi uma redução
significativa na quantidade de tecido adiposo intra-abdominal (10,3%). Então,
juntamente com o impacto benéfico no controle glicêmico, o treinamento de força, que
inclui cargas pesadas e explosivas, pode melhorar os níveis de gordura intra-abdominal
(Figura 1).

QUADRO 1 AQUI

Outros estudos investigando o efeito do treino de força no controle glicêmico têm


reportado resultados positivos. Em estudo de Castaneda et al. (2002), um programa de
treino de força conduzido três vezes por semana, durante 16 semanas, induziu uma
redução significativa nos níveis de HbA1c (1,1%) em homens e mulheres com diabetes
tipo 2 (66 ± 2 anos). O protocolo de treino iniciou com 60% de 1 RM, progredindo para
80% de 1 RM (3 séries de 8 repetições). Um protocolo de treino similar foi utilizado no
estudo de Dustan et al. (2002), que também investigaram homens e mulheres com
diabetes tipo 2 (67 ± 5 anos). Esses autores mostraram que o treino de força
progressivo (3 séries de 8-10 repetições, iniciando em 50-60% de 1 RM e progredindo
para 75-85% de 1 RM) realizado 3 vezes por semana, durante 24 semanas, e
acompanhado de dieta para moderada perda de peso, induziu uma redução significativa
de 1,2% nos níveis de HbA1c. Esse declínio foi similarmente encontrado por Brooks et
al. (2007) após 16 semanas de treino de força, realizado três vezes por semana,
consistindo em 3 séries de 8 repetições em uma intensidade entre 60-80% de 1RM. Em
todos os estudos anteriormente citados, nenhuma alteração foi observada no controle
glicêmico dos grupos controle, os quais não realizaram intervenções com exercícios.
Faz-se importante salientar que nem todos os estudos investigando os efeitos do
treino de força reportam redução nos níveis glicêmicos ou de HbA1c (Geirsdottir et al.,
2012; Mavros et al., 2013). Por exemplo, em estudo de Cheung et al. (2009), 4 meses
de treino de força executado em casa (termo em inglês: home-based resistance
training), utilizando exercícios com bandas, não promoveu uma mudança benéfica no
controle da glicemia em pacientes idosos com diabetes tipo 2 (59 ± 8,7 anos). Essas
intervenções citadas anteriormente não foram suficientes, devido ao período de curta
duração ou ao baixo volume, para induzir mudanças metabólicas nos pacientes. Esses
resultados sugerem que deve-se observar a correta manipulação das variáveis de treino

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durante intervenções com exercícios de força visando a melhora do controle glicêmico
em pacientes diabéticos tipo 2.

FIGURA 1 AQUI

Com relação a programas de treinamento de força supervisionados, não foi


encontrada relação entre a intensidade do treino e as mudanças nos níveis de HbA1c
(Umpierre et al., 2013). Embora ganhos de massa magra possam ter uma positiva
associação com o aumento da ação da insulina em diferentes populações, o treino de
força parece aumentar a sensibilidade a insulina e reduzir os níveis de HbA1c, mesmo
sem incrementar a massa muscular. Em estudo de Andersen et al. (2003), após três
meses de treino de força, em homens jovens saudáveis (26 ± 1 anos), houve uma
melhora no controle da glicemia, mas não houve uma correlação entre o ganho de
massa muscular e as mudanças na captação de glicose, o que confirma que o efeito do
treino de força na resistência a insulina não está relacionado somente aos incrementos
de massa muscular.
Juntamente com a melhora no controle glicêmico, os efeitos do exercício físico
em outros fatores de risco cardiovasculares associados com o diabetes devem ser
levados em consideração. Curiosamente, um recente estudo mostrou que o próprio
momento do dia no qual o exercício é realizado pode ter influência nos fatores de risco
cardiovasculares pós-prandiais. Heden et al. (2014) mostraram que o treino de força
realizado após o jantar reduziu o nível sérico dos triglicerídeos pós prandiais (92%)
(efeito relacionado à redução da concentração de lipoproteínas de muito baixa
densidade - VLDL-1) quando comparado com o treino de força realizado antes do jantar
e com a condição sem exercício, em pacientes obesos diabéticos tipo 2 (48,5 ± 11,9
anos). Em contraste, ambos, treino de força pré e pós jantar, reduziram as
concentrações de glicose pós prandial sem diferença entre as duas situações. Portanto,
o momento no qual o exercício é realizado em relação a refeição deve ser considerado
pelos profissionais da saúde, com objetivo de otimizar os benefícios metabólicos para os
pacientes com diabetes tipo 2.

Efeito do treino concorrente no controle glicêmico


O treino concorrente parece servir como uma intervenção efetiva para
promover a aptidão física geral em pacientes idosos diabéticos (Balducci et al., 2012).
Em um estudo de Tan et al. (2012), uma significante redução nos níveis de HbA1c
(0,55%) foi observada após 24 semanas de treino concorrente de força (3 vezes por
semana, 2 séries de 10-12 repetições a 50-70% de 1 RM) e aeróbico (30 minutos a
55-70% da FCmáx). Conflitantes resultados foram reportados por Egger et al. (2012) e
Tessier et al. (2000), que não observaram alguma mudança nos níveis de HbA1c após 8

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ou 16 semanas, respectivamente, de treinamento concorrente. Já Balducci et al. (2012)
compararam os efeitos do treino concorrente de alta intensidade (aeróbico: 70% do
VO2max; força: 3 séries de 8 repetições a 80% de 1 RM) e baixa intensidade (aeróbico:
50% do VO2max; força: 2 séries de 15 repetições a 60% de 1 RM), realizado duas vezes
por semana durante 12 semanas em pacientes com diabetes tipo 2 (~ 59,5 ± 4,0 anos).
Os autores verificaram que o treino de alta intensidade não representa risco aos
pacientes diabéticos ao mesmo tempo que também não apresenta benefícios adicionais
sobre os fatores de risco para doenças cardiovasculares, quando comparado ao treino
de baixa intensidade. Sugerindo que para fins práticos, a intensidade é uma questão
menos importante do que o volume e o tipo de treinamento quando o exercício é
aplicado como uma forma de terapia nestes indivíduos. Da mesma forma, meta-
regressão de Umpierre et al. (2013) mostrou que o volume semanal dos exercícios de
força, nos treinamentos concorrentes, explicam a heterogeneidade, entre estudos, na
magnitude das reduções que ocorrem nos níveis de HbA1c após intervenções.
Quando o treino concorrente foi comparado com os treinos força e aeróbico,
cada um isoladamente, também foram encontrados resultados controversos. Em estudo
de Sigal et al. (2007) na comparação das 3 modalidades de treino, em homens e
mulheres (54,7 ± 7,5 anos) com diabetes tipo 2, os resultados mostraram melhora nos
níveis de HbA1c após 6 meses de treinamento para todos os grupos, com melhora mais
acentuada para o grupo de treino concorrente. Da mesma forma, em uma amostra
similar, Church et al. (2010) também compararam o efeito dos 3 tipos de treino nos
níveis de HbA1c, encontrando redução, após 9 meses de intervenção, apenas para o
grupo de treino concorrente, sendo que todos os grupos tiveram mesmo tempo total de
treinamento semanal. A diferença na mudança dos valores de HbA1c entre os estudos
de Church et al. (2010) e Sigal et al. (2007), quando considerados os grupos de treino
concorrente (−0,3% vs −1,0%, respectivamente), pode ser explicado pelo maior volume
de treino de força e tempo total de treino semanal realizado no segundo estudo, uma
vez que no estudo de Church et al. (2010) o grupo concorrente realizou metade do
volume semanal, nos exercícios de força, realizado pelo grupo que treinou apenas força.
Baseado nos estudos, a prescrição do treino concorrente em um suficiente
volume e intensidade pode promover uma redução nos níveis glicêmicos em pacientes
com diabetes tipo 2. É importante salientar, de acordo com meta-análise conduzida em
uma grande faixa etária de pacientes com diabetes tipo 2 (Umpierre et al. 2011), que o
tempo total de exercício deve ser maior que 150 minutos semanal para otimizar os
efeitos benéficos. Neste sentido, a combinação do treino de força e aeróbico deve ser
recomendada, pois juntamente com o reforço neuromuscular e da função
cardiovascular, este programa de treinamento aumenta o tempo total de atividade física.

CAPACIDADE FUNCIONAL NOS PACIENTES IDOSOS DIABÉTICOS

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Tem sido mostrado que pacientes idosos com diabetes tipo 2 exibem declínio
mais acentuado da força, da massa e da qualidade muscular, bem como de capacidade
funcional em relação a idosos saudáveis (Park et al., 2007). Em estudo de Park et al.
(2009) foi encontrado um rápido declínio de massa muscular, especialmente nos casos
de diabetes tipo 2 que ainda não haviam sido identificados, sugerindo que o efeito da
doença no declínio de massa muscular se manifesta até mesmo nos estágios iniciais.
Em um estudo investigando uma grande coorte, Park et al. (2007)
acompanharam durante 3 anos 1840 idosos (73,5 anos), dos quais 16,6% eram
diabéticos tipo 2. Esses autores mostraram que ambos os diabéticos (HbA1c: 7,9%) e
os não diabéticos (HbA1c: 6,0%) experimentaram uma redução inicial de massa
muscular durante os 3 anos de acompanhamento, mas os idosos com diabetes tipo 2
tiveram redução mais acentuada da força, massa muscular e qualidade muscular (força
por unidade de massa muscular/ N.m/kg) dos músculos extensores de joelho, do que
idosos sem a doença. Em estudo de Levinger et al. (2012), homens idosos (54,2 ± 7,4
anos) com diabetes tipo 2 (HbA1c: 6,8%) exibiram um menor VO2pico (21,8 vs. 25,8
ml*kg*min-1), força máxima relativa a massa corporal (3,3 vs. 3,7 kg*kg-1 de massa
corporal) e desempenho em testes físicos (15 m de caminhada rápida, teste timed up-
and-go, testes de subir e descer escadas) (27,2 vs. 24,2 segundos) do que homens sem
diabetes (HbA1c: 5,5%). Neste estudo, os indivíduos diabéticos também exibiram um
humor mais deprimido e um estado geral de saúde percebido inferior.
Não está completamente entendido como o diabetes tipo 2 gera perda de
capacidade funcional. Diferentes comorbidades associadas à doença, tal como a
doença vascular periférica e a neuropatia periférica estão associadas com pobre
habilidade de marcha, comprometimento do equilibrio e aumento do risco de quedas
(Abdelhafiz & Sinclair, 2013). No entanto, essas complicações explicam apenas parte da
relação entre diabetes tipo 2 e incapacidade funcional, uma vez que tanto pacientes com
diabetes tipo 2 que possuem polineuropatia, como os que não possuem, demonstram de
forma similar, menores níveis de força que indivíduos normais.
Em estudo de coorte de Gregg et al. (2002), mulheres de 65 a 99 anos foram
acompanhadas em uma média aproximada de 10 anos, com exames físicos a cada dois
anos. Na comparação de indivíduos saudáveis com diabéticos, as mulheres com DM2
apresentaram maior tendência em relatar hipertensão, doença arterial coronariana,
acidente vascular cerebral, artrite e deficiência visual e cognitiva. A incidência de
redução nas habilidades motoras foi duas vezes maior nas mulheres diabéticas,
considerando caminhada, subir e descer degraus e fazer tarefas domésticas (Figura 2).

FIGURA 2 AQUI

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Além das modificações de composição corporal, comprometimentos do sistema
neural também contribuem para a debilidade funcional associada à doença (Sacchetti et
al., 2012). Em estudo de Sacchetti et al. (2012), na comparação entre pacientes
diabéticos e saudáveis, ambos destreinados, a velocidade de propagação do potencial
de ação da fibra muscular foi menor em pacientes com DM2 durante contração
isométrica de extensão de joelhos. Enquanto sujeitos treinados e com DM2
apresentaram comportamento da velocidade do potencial de ação semelhante ao dos
sujeitos saudáveis destreinados, mostrando que o exercício físico pode causar melhoras
na função do sarcolema, consequentemente reduzindo a chance da doença induzir
decréscimos neuromusculares.
Considerando os estudos citados acima, a manutenção da capacidade
funcional deve ser especialmente um objetivo do treino dirigido para pacientes
diabéticos idosos porque o auto-cuidado relacionado ao diabetes é dependente da
habilidade dos pacientes realizarem tais tarefas (Abdelhafiz & Sinclair 2013). Sendo
assim, além do controle metabólico, estratégias efetivas para redução das perdas
exacerbadas da força e capacidade funcional em indivíduos idosos diabéticos são de
suma importância, porque esses pacientes apresentam risco aumentado de
desenvolvimento da síndrome de fragilidade, institucionalização e incapacidade
(Abdelhafiz and Sinclair 2013).

O treino de força melhora a força muscular, a potência muscular e a


capacidade funcional de idosos diabéticos
Além do importante efeito no controle da glicemia, o treino de força é uma
importante intervenção para neutralizar a perda de força muscular e capacidade
funcional exacerbada em pacientes idosos (Castaneda et al., 2002; Dunstan et al., 2002;
Brooks et al., 2007; Ibañez et al., 2008; Geirsdottir et al., 2012). Após 24 meses de treino
de força de moderada-intensidade, Brandon et al. (2003) encontraram incrementos na
força e na mobilidade de idosos (66,9 ± 5,6 anos) com diabetes tipo 2. Da mesma
maneira Brooks et al. (2007) mostraram incrementos de força, de espessura da fibra
muscular e de qualidade muscular, bem como diminuição da resistência a insulina após
um programa de treino de força de 16 semanas em idosos (66 ± 2 anos) com diabetes
tipo 2. Além disso, os sujeitos que realizaram treino de força tiveram incrementos nos
níveis de adponectina e redução dos níveis de de ácidos graxos livres, mostrando que
houve uma redução do quadro inflamatório após a intervenção. Contudo, assim como
esses dois estudos anteriormente citados, são poucos que contemplam diferentes
parâmetros de avaliação neuromuscular sobre a relação diabetes tipo 2 e capacidade
física.

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Em geral, os estudos tem demonstrado que a realização do treinamento de força
que consiste em 2 ou 3 séries de 8-15 repetições, em uma intensidade de 50 a 85% de
1 RM, realizadas 2 ou 3 vezes por semana, de 8 a 24 semanas, geram incrementos na
força máxima de idosos diabéticos tipo 2 (Castaneda et al., 2002; Dunstan et al., 2002;
Brooks et al., 2007; Ibañez et al., 2008; Geirsdottir et al., 2012).
Alguns estudos tem demonstrado que programas de treino de força que incluem
ações musculares concêntricas executadas na máxima velocidade possível são
especialmente efetivos para incremento da potência máxima, da taxa máxima de
produção de força e do desempenho em testes funcionais em homens idosos (Cadore et
al., 2014). De fato, estudos têm mostrado que a potência muscular aparenta ser um
preditor mais importante do desempenho em testes funcionais do que força máxima em
indivíduos idosos. Em estudo de Ibañez et al. (2008), pacientes idosos diabéticos tipo 2
que executaram um treinamento de força progressivo duas vezes por semana incluindo
ações musculares concêntricas na máxima velocidade possível exibiram melhora
significativa na força e potência máxima após 16 semanas de treinamento. Em estudo
recente (Cadore et al., 2014), 12 semanas de um programa de exercícios
multicomponente que combinava treino de força executado de forma explosiva,
retreinamento de marcha e exercícios de equilíbrio resultou em aumento significativo na
área de secção transversa muscular, força máxima, potência máxima, desempenho em
testes funcionais, bem como redução na incidência de quedas em nonagenários com
síndrome de fragilidade institucionalizados em condição pluripatológica que incluía a
presença do diabetes tipo 2 em 70% desses indivíduos. Isso significa que o treino de
força executado de forma explosiva pode ser executado em pacientes diabéticos mesmo
em declínio funcional severo.
Cabe salientar que a melhora no desempenho funcional de idosos diabéticos
deve ser um dos grande objetivos do treino de força nessa população. Para alcançar
esse objetivo, o volume e a intensidade de treino devem ser cuidadosamente planejados
e incrementados de forma progressiva para que haja tanto estímulo metabólico que
contribua para o controle glicêmico, quanto estímulo neuromuscular suficiente para
ocasionar ganhos funcionais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO DO TREINO


EM DIABÉTICOS TIPO 2

Em suma, juntamente com intervenções farmacológicas e nutricionais, o treino


de força, preferencialmente combinado com o treino aeróbico representa um dos pilares
para o manejo do diabetes mellitus tipo 2. Além dos benefícios relacionados com o
controle glicêmico e a redução dos fatores de riscos cardiovasculares associados com o
diabetes (e.g., hipertensão arterial), o treino concorrente é uma intervenção efetiva para

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melhora das funções neuromuscular e cardiorrespiratória, o que resulta em melhora no
desempenho funcional, mantém ou promove melhora na independência e qualidade de
vida nesses pacientes. Sendo assim, a combinação do treino de força com o treino
aeróbico parece ser o tipo de intervenção mais efetivo para a promoção da saúde de
uma forma geral em pacientes diabéticos.
Baseados nos programas de exercícios utilizados em estudos que investigaram
os efeitos metabólicos e funcionais em pacientes diabéticos tipo 2, as intervenções de
exercício nessa população devem incluir:
• O mínimo de 150 minutos por semana de exercício físico, divididos em 2 ou 3 sessões
em dias não consecutivos. Deve-se levar em consideração que foi demonstrado
recentemente que intervenções de exercício com tempo maior do que 150 minutos
resultam em maiores efeitos no controle glicêmico (Umpierre et al., 2011).
• Como parte do programa de exercícios, o treinamento de força deve ser executado
pelo menos 2 dias por semana, incluindo exercícios para todos os grupos musculares.
Esses exercícios devem ser executados com 1 - 3 séries por exercício, com volume
aumentando progressivamente, número de repetições variando de 8 a 12, e
sobrecarga progressiva de 50 a 80% de 1 RM. Parte do treino de força pode ser
executada com as ações concêntricas realizadas com a máxima velocidade possível
de execução (treino de força explosiva), especialmente para membros inferiores. O
treino de força explosiva deve ser realizado com cargas entre 30 a 70% de 1 RM, nas
quais a potência máxima é alcançada, e com a execução de repetições submáximas.
O intervalo de recuperação durante o treino de força pode variar de 60 a 180
segundos.
• O treino aeróbico deve ser realizado 3 vezes por semana, com a duração mínima de
30 minutos por sessão. A intensidade poder iniciar entre 40 e 50% FCmáx e progredir
para 70 - 80% do mesmo parâmetro.

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13
Table 1: Resumo de estudos que investigaram os efeitos dos treinos de força, do treino
aeróbico e do treino concorrente (força + aerobico) em pacientes com diabetes tipo 2.
Autor Sujeitos Intervenção; Volume e Principais resultados
período; intensidade do
treino
frequência
semanal

Castaneda et n= 62; TF; 3 séries x 8 ↓ HbA1c (1,1%);


al. (2002) repetições;
idade: 60 ± 1; 16 semanas; ↑ Valores de 1RM em
60 - 80% of 1 diversos exercícios (33%);
homens e 3 vezes por RM.
↓ Pressão arterial sistólica
mulheres. semana.
(10mmHg).

Ibañez et al. n= 20, TF; 3 - 5 séries x 6 ↓ Gordura intra-abdominal


(2005) - 15 (10,3%);
idade: 66,6 16 semanas; repetições; 50 ↑ 1RM de membro superior
±3,1; - 80% de 1RM; e inferior (17 - 18%);
2 vezes por contrações ↑ Sensibilidade a insulina
homens. semana. musculares (46,3%);
lentas e ↓ Glicemia de jejum (7%).
explosivas.

14
Dunstan et al. n= 29; TF combinado 3 séries x 8 - ↓ HbA1c (1,2%);
(2002) com dieta para 10 repetições;
idade: 67,6 ± perda de peso; 50 - 85% o de ↑ Valores de 1RM em
5; 24 semanas; 3 1RM. diversos exercícios (33%);
vezes por ↓ Pressão arterial sistólica
homens e semana. (6,7 mmHg);
mulheres.
↓ Pressão arterial diastólica
(4,4 mmHg).

Geirsdottir et n= 213; TF; 3 séries x 6 - 8 ↑ Torque no leg press


al. (2012) repetições; 75 (15%);
idade: 74 ± 1; 12 semanas; - 80% de 1RM.
↑ Força de preensão
homens e 3 vezes por manual (19%);
mulheres. semana.
↑ Distância percorrida em
caminhada de 6 min (6 %);

↑ TUG performance (5%);

Sem mudanças de HbA1c.

Brooks et al. n= 62; TF; 3 séries x 8 ↓ HbA1c (1,1%);


(2007) repetições; 60
age: 66 ± 1; 16 semanas; - 80% de 1RM. ↑ 1RM de membro superior
e inferior (68 and 36 %).
homens e 3 vezes por
mulheres. semana.

15
Sigal et al. n= 251; TC (TF+TA) / TF: 2-3 séries ↓ HbA1c – todos os grupos
(2007) TF / TA ; x 8-9 (0,38-0,59%);
idade: 54,7 ± repetições
7,5; homens e 22 semanas; máximas; TA:
mulheres. 15-45 min a
3 vezes por 60-75% da
semana. FCmáx; TC: TF
+ TA.
Tan et al. n= 16; TC (TF + TA); TF: 2 séries x ↓ HbA1c (0,55%).
(2012) 10 - 12
idade: 68 ± 4; 12 semanas; repetições; 50
- 70% de 1RM;
mulheres. 3 vezes por
semana. TA: 30 min a
55 - 70% da
FCmáx.

Kim et al. n= 52; TC (TF + TA); ↓ Massa gorda (5%);


(2014) ↓ Colesterol total (2,2%);
idade: 68,5 ± 1 12 semanas; TF (2 - 3 Sem mudanças na
- 73,2 ± 2,0; séries por sensibilidade a insulina.
3 - 4 vezes por exercício)
mulheres. semana. realizado em
circuito,
alternando
com TA (60 -
80% da FC de
reserva).

HbA1c = hemoglobin glicada; 1 RM = uma repetição maxima (força maxima dinâmica);


TF= treino de força; TA= treino aeróbico; TC: treino concorrente (treino de força + treino
aerobic); FC= frequência cardíaca; FCmáx= frequência cardiac maxima; VO2max=
consumo máximo de oxigênio.

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