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O CÃO RAIVOSO

Um cachorro costumava atacar de surpresa, e morder os calcanhares de quem encontrasse pela


frente.
Então, seu dono pendurou um sino em seu pescoço, pois assim podia alertar as pessoas de sua
presença, onde quer que ele estivesse.
O cachorro cresceu orgulhoso, e vaidoso do seu sino, caminhava tilintando-o pela rua, como se
aquilo fora um grande troféu por méritos, que o tornava superior aos demais. Um velho e
experiente cão de caça então lhe disse:
“Por quê você se exibe tanto? Este sino que carrega, acredite, não é nenhum indício de honraria,
mas antes disso, uma marca de desonra, um aviso público para que todas as pessoas o evitem por
ser perigoso.”

Fabula de Esopo

Com base nos conhecimentos das classes anteriores, procura responder as questões do texto
acima.

1- O que motivava o cão a morder?


2- Que maneira o proprietário do pobre animal procurou para terminar com a sua atitude?
3- Que lição de moral tiras no texto?
4- Sublinha e atribue significado, com ajuda de um dicionário, às palavras que desconheces
no texto.
5- O que é o sujeito numa frase, para ti?
6- Identifica o sujeito de cada parágrafo.
7- Depois de identificares o sujeito de cada parágrafo, escreve como está representado em
cada frase.
8- Classifica os vários tipos de sujeito no texto.
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DA ORAÇÃO: O SUJEITO E O PREDICADO

Cada palavra ou expressão desempenha na oração uma função sintáctica.

O Sujeito é o elemento que designa o ser acerca do qual se afirma ou nega alguma coisa.

O Predicado é o elemento que designa o que se afirma ou nega acerca do sujeito.

O Tiago chegou

Sujeito Predicado

Vemos, neste exemplo, que o sujeito é um grupo nominal constituído por determinante +nome, e
o predicado é constituído unicamente por uma forma verbal:

O Tiago chegou

GN GV

Mas o predicado pode incluir outros elementos da oração, como por exemplo, o complemento
directo:

O Tiago trouxe uma viola

GN GV

Sujeito Predicado

SUJEITO

Tipos de sujeito: sujeito simples e sujeito composto

 O sujeito é simples quando designa um só ser ou conjunto:

Ex.: O vídeo avariou-se; As janelas não têm vidros

 O sujeito é composto quando designa mais do que um ser ou conjunto:

Ex.: O livro e a esferográfica estão na mesa.

 Sujeito subentendido: é o que não está expresso na frase.

Ex.: Fomos ao cinema.

Nesta frase, o sujeito nós está perfeitamente identificado (pela pessoa do verbo “fomos”) e por
isso não é necessário estar expresso.

Ex.: A Luísa e o João foram ao cinema, voltaram muito tarde.

A segunda frase não precisa de ter o sujeito expresso, pois que ele já está clarificado na primeira.

 Sujeito indeterminado: quando não se refere a nenhuma pessoa determinada. É um


sujeito que não podemos ou não queremos identificar.
Há casos em que o verbo vai para a 3ª pessoa do singular acompanhado do pronome se: Diz-
se que o preço da electricidade vai subir.

E outras vezes vai para a 3ª pessoa do plural: Ele era muito inteligente. Consideravam-no um
grande cientista.

Representação do sujeito

O sujeito pode ser:

 Um nome ou expressão nominal: Um carro parou à nossa frente.

O teu casaco azul fica-te muito bem.

 Um ou vários pronomes pessoais: Eu e eles estamos de acordo.


 Um pronome indefinido, demonstrativo, relativo ou interrogativo:
Alguns iam de mal a pior.

Estas são mais alegres.

O meu voto foi para o Andrade, que é um rapaz simpático.

 Uma oração complectiva: É preciso que haja voluntários.


 Uma palavra ou expressão substantivada: Rir é o melhor remédio
Um sim deixa-me satisfeito.

O CÃO RAIVOSO

Um cachorro (sujeito simples) costumava atacar de surpresa, e morder os calcanhares de quem


encontrasse pela frente.
Então, seu dono (sujeito simples) pendurou um sino em seu pescoço, pois assim (sujeito
subentendido ou elíptico ele ‘seu dono’) podia alertar as pessoas de sua presença, onde quer que
ele estivesse.
O cachorro cresceu orgulhoso, e vaidoso do seu sino, caminhava tilintando-o pela rua, como se
aquilo fora um grande troféu por méritos, que o tornava superior aos demais. Um velho e
experiente cão de caça (sujeito simples) então lhe disse:
“Por quê você se exibe tanto? Este sino que carrega, acredite, não é nenhum indício de honraria,
mas antes disso, uma marca de desonra, um aviso público para que todas as pessoas o evitem por
ser perigoso.”

Fabula de Esopo
Depois de percebido o conteúdo, acima leccionado, estás em condições de ver e afirmar que as
palavras sublinhadas no texto indicam o ser sobre o qual se faz uma declaração, que como
aprendeste, tem a designação de sujeito.
No primeiro parágrafo, aparece reprentado por um substantivo (cachorro); no segundo, também
por um substantivo acompanhado de um pronome (seu dono), isto na primeira oração. Na
segunda oração do parágrafo em destaque, temos um sujeito subentendido.
Quanto ao terceiro parágrafo, tem de se analisar a quaestão em três momentos: primeiro, temos
um suheito simples representado por um substantivo; segundo, ver-se-á que existe um sujeito
elíptico, detrminado pela desinência verbal da forma (caminhava). Terceiro, temos como sujeito
(um velho e experiente cão de caça).
No quarto parágrafo, a forma de tratamento informal «você» desempenha a função de sujeito na
frase interrogativa. Na justificação do velho, a expressão: este sino que carrega é o sujeit da
oração. Em seguida, a locução: todas as pessoas é sujeito da última oração.

PREDICADO

Tipos de predicado: Predicado verbal e predicado nominal.

 O predicado verbal tem como núcleo um verbo significativo, isto é, que contém em si
toda a caracterização necessária.

Os verbos significativos dividem-se em transitivos e intransitivos.

Verbos transitivos

Os verbos transitivos podem ser:

- Transitivos directos, quando a acção expressa pelo verbo transita (isto é, transmite-se)
directamente para um complemento directo:

O terramoto destruiu os prédios.

Verbo transitivo compl. Directo

Sujeito Predicado

- Transitivos indirectos, quando a acção expressa pelo verbo transita indirectamente para
um complemento indirecto:

O orador falou à multidão

v. transitivo compl. Indirecto

sujeito predicado

- Transitivos directos e indirectos, quando a acção expressa pelo verbo transita directamente
para um complemento directo e indirectamente para um complemento indirecto:

A Patrícia deu o livro ao Tomé

v. tr. directo e indirecto compl. directo comp. indirecto


sujeito predicado

verbos intransitivos

verbos intransitivos são os que não têm complemento directo nem indirecto:

os suspeitos fugiram

sujeito predicado

Att.: Há verbos que podem ser, segundo o contexto, transitivos ou intransitivos:


Tu não sonhas, levas a vida muito a sério. (v. intransitivo); Sonhaste uma aventura fantástica. (verbo
transitivo)

Por sua vez, há verbos que quando transitivos têm um sentido, quando intransitivo tomam outro. Tal é o caso
do verbo beber: Ontem bebi. (intransitivo – significa que consumiu álcool); Ontem bebi muita água. (transitivo
– significa que não consumiu bebida alcoólica).

 O predicado nominal tem como núcleo um verbo copulativo, isto é, trata-se de um verbo
que estabelece apenas uma ligação entre elementos da oração, contrariamente aos verbos
significativos:

A Maria é dedicada

Verbo predicativo

Copulativo do sujeito

Sujeito predicado

São verbos copulativos: ser. Estar, parecer, permanecer, continuar, ficar, etc.

Alguns destes verbos podem também aparecer como verbos significativos:

O Manuel ficou admirado. (v. copulativo)

O Manuel ficou na praia. (v. transitivo)

O CÃO RAIVOSO

Um cachorro costumava atacar de surpresa, e morder os calcanhares de quem encontrasse pela


frente.
Então, seu dono pendurou um sino em seu pescoço, pois assim podia alertar as pessoas de sua
presença, onde quer que ele estivesse.
O cachorro cresceu orgulhoso, e vaidoso do seu sino, caminhava tilintando-o pela rua, como se
aquilo fora um grande troféu por méritos, que o tornava superior aos demais. Um velho e
experiente cão de caça então lhe disse:
“Por quê você se exibe tanto? Este sino que carrega, acredite, não é nenhum indício de honraria,
mas antes disso, uma marca de desonra, um aviso público para que todas as pessoas o evitem
por ser perigoso.”

As palavras negritadas indicam tudo o que se atribui a um ser. Como aprendeu acima, chama-
se predicado. E a depender dos verbos utilizados, existem os predicados verbais, nominais e
verbo-nominais. No primeiro parágrafo, o predicado é verbal, tal como no segundo parágrafo.
No terceiro parágrafo, primeiro há um predicado nominal, na primeira oração e os demais são
verbais. O quarto parágrafo contém predicados verbais.

OUTROS ELEMENTOS DA ORAÇÃO

Além do sujeito e do predicado, há outros elementos que podem fazer parte da oração. São
eles:

 Complemento directo: designa o ser ou objecto sobre o qual recai a afirmação ou negação
expressa pelo verbo. Existe nos verbos transitivos directos, e nos transitivos directos e indirectos.

O amigo emprestou-lhe a bola

v. transitivo c. directo

sujeito predicado

Em alguns casos, o complemento directo aparece regido por uma preposição:

Ele não amava a Deus O turista chamou pelo polícia

Compl. Directo compl. Directo

O complemento directo apresenta, ás vezes, uma forma enfática, que o coloca em destaque:

Palavras leva-as o vento.

O Rio de Janeiro mostrou-lho ele o ano passado.

Com efeito, o complemento directo fica em destaque, ao ser enunciado duas vezes. No primeiro
exemplo: Palavras, e depois repetido as. E no segundo: Rio de Janeiro e o.

Representação do complemento directo

O complemento directo pode ser representado por:

 Um nome ou grupo nominal: As árvores têm folhas.


 Um pronome: A Ana encontrou-o na rua; Não sei quem me telefonou; Que intenções
tinha.
 Um infinitivo: A empregada costuma cantar.
 Uma oração subordinada complectiva: Julgávamos que já tinha terminado o espectáculo.
Perguntámos se já tinha terminado o espectáculo.
 Complemento indirecto: indica o destinatário da afirmação ou negação expressa pelo
verbo. Existe nas construções com verbos transitivos indirectos, e com verbos transitivos directos
e indirectos.
Ex.: A Margarida deu um lápis ao António.
v. transitivo complem. directo compl. indirecto
directo e indirecto________________________________
sujeito predicado

O complemento indirecto acompanha muitas vezes o complemento directo, colocando-se a seguir


a ele. É regido pela preposição a, excepto quando é um pronome pessoal: me, te, lhe, nos, vos,
lhes:

Ex.: A Margarida deu-lhe um lápis.

O complemento indirecto pode ser apresentado numa forma enfática, colocando em destaque,
com duas formas pronominais, uma segunda reforçando a primeira:

Não me digas isso a mim.

Pronome pronome

 Predicativo do sujeito: é a palavra, ou expressão, que se junta aos verbos predicativos


para lhes completar o sentido. São predicativos os verbos: ser, estar, permanecer, ficar, continuar,
e outros mais.

Ex.: A casa é pequena Os assistentes permanecem calados e tristes.

v.copulativo predicativo do sujeito v. Copulativo Predicativo do sujeito


sujeito predicado Sujeito Predicado

Alguns verbos – como permanecer, andar, continuar e outros – umas vezes são predicativos e
outras não:

O João parece contente. O João parece um gigante.


predicativo do sujeito Compl. directo

Representação do predicativo do sujeito

O predicativo do sujeito pode ser constituído por:

 Um nome ou grupo pronominal: A nossa pátria é Angola.


 Um adjectivo: Os espectadores estavam sorridentes.
 Um pronome: Este jardim era nosso.
 Um advérbio: Os meus primos continuam bem.
 Um infinitivo: A sua paixão é cantar.
 Uma oração subordinada infinitiva: A nossa preocupação é sabermos tudo.
 Uma oração subordinada explicativa
O mais certo é que vamos ter bom tempo no fim-de-semana.
 Oração subordinada relativa: Eles são quem nós queríamos.

Complementos circunstanciais
São os complementos que indicam as circunstâncias (de tempo, de modo, de lugar, etc.) em que
existe a acção expressa pelo verbo.

A Filipa viu o Rodrigo.

A Filipa viu o Rodrigo, hoje, na esplanada.

c.circ. tempo c.circ. lugar

Como vemos, a segunda frase acrescenta informações que não existem na primeira.

Há muitos complementos circunstanciais. Eis alguns dos mais frequentes:

 de tempo – vamos já; Esta tarde irei ao cinema.


 de modo – passeámos vagarosamente; O freguês comeu depressa.

 de lugar onde: A Fernanda está em Paris.


 de lugar donde – A Fernanda veio de Paris.
 de lugar para onde – A Fernanda foi para Paris.
 de lugar por onde – A Fernanda passou por Paris.

 de causa – Por causa do irmão, não foi ao concerto.


A estrada ficou interrompida, devido à Neve.
 de fim – Desloquei-me a Braga para falar com o Francisco.
 de dúvida – Talvez saiba onde quero chegar.
 de meio – Foram ao Algarve, de automóvel.
 de instrumento – Comeu a sobremesa com a colher.

Agente da passiva

Agente da passiva é o complemento que designa o ser que pratica a acção recebida pelo
sujeito. É introduzido pela preposição por (ou sua forma per) e, às vezes, embora com menor
frequência, por de:

A rolha foi roída pelo rato. Os atletas serão rodeados de admiradores.

V. na Passiva agente da passiva Verbo na voz passiva agente da passiva

Se observarmos a primeira frase e procurarmos a frase equivalente na voz activa, poderemos


estabelecer um esquema:

Sujeito V. na voz activa compl. directo

O rato roeu a rolha

A rolha foi roída pelo rato

Sujeito verbo voz passiva agente da passiva

Voz activa – indica que o sujeito pratica a acção expressa pelo verbo.

Voz passiva – indica que o sujeito recebe a acção expressa pelo verbo.
Na passagem da voz activa para a passiva, verificamos que:

 O grupo nominal com a função de sujeito: o rato passa a grupo proposicional com a
função de agente da passiva, regido pela preposição por: pelo rato.
 O grupo nominal com a função de complemento directo: a rolha passa a grupo
nominal com a função de sujeito na voz passiva: a rolha.
 O verbo da voz activa roeu constrói-se na voz passiva, usando como auxiliar o verbo
ser, acompanhado do particípio do verbo principal: foi roída.

De um modo geral, a voz passiva só é possível com verbos transitivos directos e seu respectivo
complemento directo.

Partícula apassivante

A voz passiva também se pode obter com o emprego da partícula apassivante se, acrescentada à
forma activa do verbo; não fica expresso o agente da passiva e o verbo vai para a 3ª pessoa, do
singular ou do plural, conforme os casos:

Concluiu-se o acordo. (= foi concluído) / Vendem-se casas. (= são vendidas)

Predicativo do complemento directo

É o nome (ou expressão equivalente) que, em verbos transitivos directos, aparece a caracterizar o
complemento directo:

As cortes elegeram o Mestre de Avis rei

Verbo compl. directo predicativo do c. directo

Sujeito predicado

Quando, na voz activa, a frase tem predicativo do complemento directo, na voz passiva passará a
predicativo do sujeito (uma vez que o complemento directo passou a sujeito). Assim, servindo-se
da frase anterior:

O Mestre de Avis foi eleito rei pelas cortes.

Verbo predicativo do sujeito agente da passiva

Sujeito predicado

Vocativo

É o nome (ou expressão equivalente) que se chama ou se invoca.

Geralmente é isolado por vírgula ou vírgulas, e a frase contém, em alguns casos, o ponto de
exclamação e/ou a interjeição de chamamento ó:

- Ó Filomena, venha cá!

Vocativo
O vocativo pode aparecer no início da frase, como no exemplo acima, mas também pode aparecer
no meio ou no final:

- Venha cá, Filomena, quero falar-lhe.

Vocativo

Complemento determinativo

É o complemento que, num grupo proposicional com a preposição de, completa o sentido do
nome ou do grupo nominal.

Este grupo preposicional pode estabelecer com o respectivo grupo nominal variadas relações,
como causa, tempo, lugar, posse, fim, matéria, meio, distância.

 Causa: o Pedro caiu de cansaço.


 Tempo: disputamos uma corrida de meia hora.
 Posse, pertença: Ele trouxe-me o livro do colega.
A trajectória do carro estava bem marcada no chão.
 Qualidade: Era uma família de prestígio.
 Fim: sentado a uma mesa de jogo.
 Matéria: Deixou cair o copo de vidro.

Aposto

É um elemento que se junta ao nome ou expressão equivalente para lhe acrescentar algo de
novo, por exemplo, uma explicação ou esclarecimento. Aparece, muitas vezes, aposto ao sujeito:

A Luísa, uma jovem inteligente, não se descuida nos estudos.


Sujeito aposto predicado

O rapaz, felicíssimo, veio agradecer-nos.


Sujeio aposto predicado

O aposto também podem aparecer noutros termos da oração.

Vi o mar, uma autêntica maravilha. (no complemento directo)

Ofereceu as flores à tia, aquela espertalhona que tu conheces. (no complemento indirecto)

Fomos informados de tudo pelo guia, um verdadeiro senhor. (no agente da passiva)

Atributo

É o adjectivo ou grupo adjectival que se junta ao nome para de algum modo o caracterizar:

Repentinamente, viram atacados por um animal feroz.

nome atributo

Aquelas grandes e maravilhosas montanhas estavam quase desabitadas.


Atributo nome

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