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Relacionamento Humano

O filme “O Homem Bicentenário” dá ênfase nas relações humanas, os sentimentos,


os diálogos, emoções sentidas ao lado de outra pessoa, todas as sensações que se
podem sentir. Tudo relacionado à convivência na sociedade, sabendo partilhar
momentos, ensinando um ao outro, fazendo troca de informações, compartilhando
experiências, convivendo com perdas e ganhos.
O robô que no filme é interpretado por Robin Williams é peculiar dos demais,
possui sentimentos que são aflorados ao longo da convivência com humanos.
Sentimentos que até então somente pessoas poderiam ter, uma máquina que é
programada para realizar tarefas domésticas, no entanto, passou a ser um membro
da família.
Se relacionar com humanos não é e nunca foi uma tarefa fácil, nem para os
próprios seres humanos quem dirá para máquinas. As complexidades da vida, os
relacionamentos pessoais, os sentimentos, as emoções, as frustrações, a rotina diária
e muitos problemas dão as características que convivem com os humanos tornam-no
muitas vezes fajutos, às vezes até maldosos e “sem coração”. Atuando sempre no
“automático” e resolvendo muitas coisas por impulso.
Os relacionamentos são de fato muito árduos de se entender, talvez pelo motivo
que estamos querendo explorar alguém que é tão mutável e sem estabilidade
emocional. Quando lidamos com sentimentos, relacionamentos e tudo aquilo que
envolve certo devaneio é complicado de se chegar a uma conclusão objetiva.
Sobretudo os relacionamentos que são mostrados no filme são extremamente
ligados com emoções e com amor. A base para se ter um relacionamento produtivo e
saudável é envolver sentimento e personalidade. Se doar e permitir que a pessoa
conheça você, a sua essência, o seu lado sentimental e que haja uma troca mútua de
experiências e aprendizados.

Os ciclos da vida

A vida é feita de momentos, experiências, fases, ciclos de amadurecimento e


compreensões da existência. A cada dia que passa aprende-se muito, se ganha novas
habilidades, se renova conceitos e sentimentos. A vida é uma passagem que possui
vários ciclos nos quais são marcantes e cruciais para todos.
No filme “O Homem Bicentenário” as fases vividas pelo robô Andrew são como
uma de qualquer ser humano. Ele é ligado na casa da família Martin, sendo assim aí
ele “nasce” e começa a receber ordens do seu dono. Aos poucos aprendendo a se
integrar com as filhas do dono, com a esposa e o ambiente. Executando as suas
tarefas e se espelhando nos moradores da casa, ele começa a mostrar o seu lado
sentimental no decorrer dos dias, no qual é visto como um defeito no seu interior.
Visto como um robô diferente, único e especial. Desde o seu “nascimento” foi
observando e aprendendo como era a conduta e como era a vida dos humanos. Sendo
assim, aflorando cada vez mais esse seu “defeito” que ele carregava consigo. Seu
dono percebe que o Andrew é um robô raro que iria ser ótimo ensinar tudo aquilo
que nunca foi ensinado. Seu dono fez com que o robô evoluísse internamente, seus
pensamentos, conceitos, sentimentos, aprendizados científicos e pessoais.
Aprendendo tudo sobre humanos e aos poucos se tornando um, e por sua vez,
aprendendo a lidar com as pessoas.
Ao longo do tempo ele se apresenta mais sábio e esperto. Criou um vínculo muito
forte de amizade com Grace a filha do dono, onde ele a chamava de “menininha” e
assim ela cresceu ao lado de Andrew, ensinando ele a tocar piano.
Andrew já evoluído com sentimentos, emoções e prazeres. E com muitas
peculiaridades que o diferenciavam dos demais robôs, ele aprendeu a construir
objetos esculpidos em madeira e isso se tornou uma profissão com lucros. Tornando
ele independente, em tese um robô saindo de sua adolescência e migrando para ser
um adulto.
O robô cada vez mais humano, com sentimentos e emoções. Mudanças ocorrem e
ele sente a necessidade de ser livre, querendo conquistar a sua liberdade. Mas com a
liberdade ele teve que sair da casa dos seus donos, somente assim ele seria livre
absoluto e com isso seria independente. Não sendo mais propriedade de ninguém ele
foi à busca dos seus ideais e construiu sua própria casa. Considerado um adulto,
independente, com sua própria moradia... Sentiu necessidade de algo mais e assim
foi à busca de seus “irmãos” de série robótica.
Na sua jornada insana por robôs da mesma espécie, ele se depara com uma única
robô que possui algumas características parecidas com as dele. Eles eram os únicos
que tinham sido ativados os seus chips da personalidade. Conhecendo a Galatea a
robô, ele se depara com Rupert Burns um mecânico de robôs, que o ajudou a se
tornar um quase ser humano. Aos poucos conquistou células robóticas que o tornara
um ser humano completo, tudo isso por que estava amando Portia, filha da
“menininha”.
Já apaixonado e amando uma humana, ele vendo que sua amada estava
envelhecendo e que o seu tempo vital estava chegando ao fim. Ele quis também se
tornar um idoso e chegar perto do seu fim. A morte que faz parte da vida, dos
humanos após tantos anos de vida... Ele morreu ao lado de sua amada já idoso.
Sobretudo a vida é uma passagem pela terra, onde se aprende vivendo. Passasse
todos os ciclos da vida até morrer, morrer é o fim. É o fim da história, mas não o fim
dos reconhecimentos, das lembranças, daquilo que se deixou marcado.

Humanização
O que é ser humano? Como se torna uma pessoa mais ou menos humana que à
outra? Perguntas difíceis de serem respondidas em primeiro momento. É de extrema
importância pensar e repensar muitos conceitos, analisarem características,
condutas, fatos, linguagens, personalidades, gestos, relações... Inúmeros fatores que
designam a ser um humano.
Humanização no dicionário: Termo utilizado para descrever a aquisição ou
assimilação de características humanas positivas por uma pessoa ou grupo de
pessoas. Nesse conceito é cabível dizer que muitas pessoas atualmente não se
encaixam, muitas pessoas são desumanas ou até desumanizadas. Matando uma as
outras, fazendo absurdos entre elas, fugindo do real que é positivo a ser um humano.
Ser humano é aquele que pensa antes de agir ou aquele que age e depois pensa? É
aquele que tem sentimentos ou aquele sabe expressar os seus sentimentos? Aquele
que chora ou aquele que sabe fazer alguém chorar? Há muitas perguntas a fazer em
relação a ser um humano, pois muitos fogem desse estereótipo de ser um. Fogem
infelizmente são considerados humanos.
O homem ou pessoa por si só possui características peculiares que o define como
ser humano. Os sentimentos é algo predominante que o guia para agir e reagir às
ações. A comunicação é crucial entre os seres humanos algo que o diferencia de
animais e de outros seres vivos. Mas para ser um humano: Qual é o “ingrediente”
primordial? Não existe! O humano é um conjunto de muitos conjuntos que dá nome
ao tal. Na verdade existe são as características, as condutas, os pensamentos que
mudam de humano pra humano. Mas nem sempre isso o torna, existem muitos que
fogem desse “quase-padrão”, muitos que se qualificam humanos somente no corpo,
mas no pensamento são quase humanos. São anormais perante a sociedade, pois,
fazem barbaridades com os “irmãos” da mesma espécie.
Ser humano é querer ajudar, é ver quem está ao seu lado bem é passar
sentimentos, é zelar por tudo aquilo que conquista e tem. É humanizar, amar a todos
e deixar de lado os defeitos, pois defeitos todos têm, até máquinas possuem
defeitos. O humano é todo defeituoso, mas devemos saber lidar com esses defeitos,
cotidianamente saber crescer e aprender sobre o ser humano.

Homem-máquina
Nos últimos anos a rotina anda presente na vida de todos, por causa de inúmeros
fatores que dificultam a sobrevivência. A alta competitividade, muito trabalho e
pouco lucro, muitas máquinas que substituem o homem, o aumento do valor dos
alimentos e vestimentas... Com isso tudo a vida fica difícil, o dia passasse a se
resumir em trabalho e mais trabalho para conseguir suprir todas as despesas da casa.
Aí vem o caso das pessoas que se tornam máquinas.
Muitos já se programam pra sair de casa tal horário e chegar ao trabalho com tal
disposição para suportar tanto tempo de emprego. Após isso tem aquele tempo “x”
para se alimentar e voltar ao mesmo trabalho e fazer as mesmas tarefas. Isso é uma
rotina que no século XXI está cada vez mais comum na vida de muitos. É dar o
“START” quando começa o dia e o “STOP” quando acaba todo que se tem a fazer.
Dormir pra carregar a bateria e no próximo dia tudo de novo.
É comprovado que essa automatização não é nada saudável para as pessoas, elas
descansam menos e trabalham além do que o corpo permite, não possuem lazer e
muito menos divertimento. Com isso tudo, vem logo as sequelas de tanto esforço e
pouco descanso.
O homem-máquina como conhecidos, são pessoas que fazem tudo aquilo que estão
programadas a fazer, geralmente aquelas pessoas que tem rotinas que são
massacrantes ao longo do dia. Totalmente dependentes do tempo e do serviço,
dependem também muito da tecnologia para conseguir fazer trabalhos extras, assim
conseguem atingir seus objetivos em um curto tempo. De fato anda ocorrendo uma
simbiose com a tecnologia e as pessoas se tornando cada vez mais máquinas.
No entanto quanto mais pessoas se entregam a essas práticas de ser um homem-
máquina aos poucos a sua bateria vai se limitando. Saber dosar trabalho é muito
importante, não só viver o “PLAY” de cada dia é necessário para sobreviver. O lazer
é o “RESET” quando se está com muito estresse e preocupações. De fato o
trabalhando está aumentando e o lazer diminuindo. Todos quando tiverem um tempo
devem resetar pelo menos algumas horas.

Fernando Lourenço Serafim


ABRIL/2010

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