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São voltas intermináveis em torno de uma discussão infrutífera, labirintos desperdiçados

de conhecimento e desconhecimento, vórtices lampejantes de ignorância e intuições certas.


Assim qualquer pessoa descreveria um dos debates recorrentes no Brasil atual: afinal de contas,
o Fascismo e o nazismo são de esquerda ou de direita?

Pretendemos cortar o nó górdio da questão, abordando o fenômeno do Fascismo e do


nazismo através da questão de classe e da relação desta questão com a economia praticada no
âmbito desses fenômenos históricos. Como se verá, a nossa análise decide pela caracterização
de ambas experiências como simpáticas à burguesia, restritoras dos direitos até então vigentes
dos trabalhadores e, em boa medida, privatizadoras.

A experiência privatizadora nazista.

O Nacional-socialismo foi inovador e ousado para a época em que surgiu. Após a quebra
da Bolsa de Nova Iorque em 1929, o Estado se tornou agente central nas economias capitalistas.
A República de Weimar seguiu essa tendência mundial, estatizando e criando estatais. Com a
ascensão do Partido Nazista ao poder, uma série de empresas que se encontravam nas mãos do
Estado foram privatizadas, indo na contramão das políticas então aplicadas na maior parte do
mundo burguês do período.

É necessário lembrar que os nazistas não eram liberais e não fizeram tais privatizações
por motivações ideológicas. As privatizações ocorreram por uma série de motivos, entre os
quais:

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