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5.

SEQÜÊNCIAS e SÉRIES

Seqüências e séries: Objetivos:


Ao nal do cap´tulo espera-se que o aluno seja capaz de:
1. Reconhecer uma seqüência e vericar se:
a. é convergente ou divergente;
b. crescente ou decrescente;
c. Propriedades de uma seqüência;
2. Denir séries numéricas de termos positivos;
3. Encontrar a soma de séries;
4. Identicar as séries especiais: geométrica, harmônica e p;
5. Vericar se é convergente ou divergente aplicando os critérios de con-
vergência;
6. Analisar a convergência de séries alternadas e de sinal quaisquer;
7. Reconhecer séries absolutamente e condicionalmente convergentes;
8. Reconhecer séries de funções;
9. Encontrar o raio e o intervalo de convergência das séries de potências;
10 Desenvolver funções em séries de Taylor e Maclaurin;
11. Desenvolver funções em séries binomiais;
12. Resolver exerc´cios usando o Maple.

A prova será composta por questões que possibilitam vericar se os obje-


tivos foram atingidos. Portanto, esse é o roteiro para orientações de seus estudos. O
modelo de formulação das questões é o modelo adotado na formulação dos exerc´cios e
desenvolvimento teórico desse cap´tulo, nessa apostila.

5.1. Sequências

Introdução

Neste cap´tulo estudaremos séries innitas, as quais são somas que envolvem um número
innito de termos. As séries innitas desempenham um papel fundamental tanto na
matemática quanto na ciência. elas são usadas, por exemplo, para aproximar funções
trigonométricas e logar´tmica, para resolver equações diferenciais, para efetuar integrais
complicadas, para criar novas funções e para construir modelos matemáticos de leis
f´sicas (Anton, 1999).

149
Na linguagem cotidiana, o termo sequência signica uma sucessão de coisas
em uma ordem determinada - ordem cronológica, de tamanho, ou lógica, por exemplo.
Em matemática o termo sequência é usado comumente para denotar uma sucessão de
números cuja ordem é determinada por uma lei ou função.
Estudaremos um tipo especial de função denida nos números naturais N =
{1> 2> 3> 4===}, com imagem em R. Isto é, estudaremos a função i : N $ R quanto
ao limite e suas propriedades quando q $ 4. A função i : N $ R denida por
q
i (q) = 2q+1
é um exemplo de seqüência. O conjunto composto pelos pares ordenados
(q> i (q)) é dado por

L = {(1> i (1))> (2> i (2))> (3> i (3))> ==========> (q> i (q))> ==========}

ou
1 2 3 q
L = {(1> )> (2> )> (3> )> ==========> (q> )> ==========}
3 5 7 2q + 1
é denominado conjunto dos termos da sequência i (q). Geralmente, o conjunto L é
escrito de forma simplicada. Isto é, L é representado pelas imagens de q 5 N de forma
que a posição que determinada imagem de i ocupa no conjunto dos termos da seqüência
i (q) é determinada pelo elemento q 5 N, ou seja,
1 2 3 4 5 q
L = {i(1)> i (2)> i (3)> =========> i (q)> ==========} = { > > > > > ==========> > ==========}=
3 5 7 9 11 2q + 1
5
Podemos observar que o termo 11
é imagem de q = 5, pois ocupa a quinta posição no
q
conjunto dos termos. O termo i (q) = 2q+1
é denominado termo geral da seqüência. A
q q
forma usual de representar o termo geral de uma seqüência é dq = 2q+1
, ou {q = 2q+1
,
q
ou |q = 2q+1
etc. Passaremos agora à denição formal de seqüência. Nesse caso, temos
o conjunto L = {{1 > {2 > {3 > ============> {q ========}.

De€nição 5.1. Sejam N = {1> 2> 3> 4===} o conjunto dos naturais, R a reta real. Denom-
inamos seqüência, a aplicação {q : N $ R.

Problema 5.2. Para melhor compreensão vamos supor que o crescimento diário de uma
linhagem de su´>nos é dada em função do crescimento total pela seqüência xq = q
q+13
onde q corresponde ao número de dias de vida do su´>no e lim xq o tamanho de um
©1 2 3 4 5 q<"ª
su´>no adulto. Assim, o conjunto 14 q
> 15 > 16 > 17 > 18 > ======== q+13 > === representa o tamanho
diário do su´>no em relação ao tamanho €nal.

Gracamente podemos observar a curva de crescimento, cujo limite é repre-


sentado pela ass´ntota | = 1

150
1.0
y
0.8

0.6

0.4

0.2

0.0
0 20 40 60 80 100 120
x

Como podemos observar a ass´ntota | = 1 representa o limite de crescimento


do su´no. Isso signica que podemos levantar questões como por exemplo, qual o número
m´nimo de dias que o su´no deve car em tratamento para atingir, pelo menos, 80% de
seu tamanho nal?
No gráco abaixo podemos observar uma estimativa em torno de 50 dias

1.0
y
0.8

0.6

0.4

0.2

0.0
0 20 40 60 80 100 120
x

A questão agora é como fazer uma estimativa em termos matemáticos? A


resposta será dada pela denição de limite de uma seqüência.

Limite de uma Sequência

De€nição 5.3. Seja xq uma seqüência, dizemos que o número d é limite de xq quando
q tende para o in€nito se dado % A 0 podemos encontrar N A 0 tal que para todo q A N
vale a desigualdade |xq  d| ? %.

151
Exemplo 5.4. Dada a seqüência xq : N $ R é de€nida por xq = q
q+13
vamos mostrar
que lim xq = 1.

Demonstração: Devemos mostrar que dado % A 0 podemos encontrar N A


0 tal que para todo q A N vale a desigualdade |xq  d| ? %. Agora,
¯ q ¯ ¯ ¯ ¯ 13 ¯
|xq  1| = ¯ q+13  1¯ = ¯ q3q313
q+13
¯=¯
q+13
¯?%

13
De modo que podemos escrever q+13
? % donde vem 13 ? q% + 13% ou
13313% 13313%
%
? q. Consequentemente, podemos tomar N = %
e a denição 5.1 estará
satisfeita.

Comparando os dados do problema 5.2 com a denição 5.3 conclu´mos que


% = 0> 2 representa a diferença entre o crescimento almejado e o crescimento total dos
su´nos. Por outro lado, N é o número m´nimo de dias que os su´nos devem permanecer
em tratamento para atingir, pelo menos, 80% de seu crescimento total.

Exemplo 5.5. Determine o número m´>nimo de dias que um lote de su´>nos, cujo cresci-
q
mento é dado pela seqüência xq = q+13
dever permanecer em tratamento para atingir,
respectivamente, 80%> 90%, 95% do seu tamanho €nal.

Solução: No exemplo 5.4 conclu´mos que dado % A 0 podemos tomar N =


13313%
%
.
Como para 80%> 90%, 95% do tamanho nal os valores de % são respectiva-
mente 0> 2, 0> 1, e 0> 05 temos, respectivamente, o número m´nimo de dias dado por:

13313%
d) N= %
= 13313W0=2
0=2
= 52 dias
13313% 13313W0=1
e) N= % = =1
= 117 dias
13313% 13313W0=05
f) N= % = 0=05
= 247 dias

Outra conclusão que podemos tirar é que a partir de um determinado tempo,


a variação do crescimento é muito pequena em relação à quantidade de ração que o su´no
consome. Portanto, o produtor deve estimar o tempo m´nimo de tratamento em dias
para obter o máximo de lucro.
Voltemos ao estudo das seqüências.

Teorema 5.6. (unicidade)

Seja xq: Q $ U uma sequência em U tal que lim xq existe, então o limite é
q<"
único.

152
Sequências Convergentes

De€nição 5.7. Seja xq uma seqüência. Dizemos que xq é convergente se, e somente
se, lim xq = d para algum d 5 R..

Se xq não for convergente diremos que xq é divergente.

2q+3 2q+3
Exemplo 5.8. A seqüência xq = 3q+5
é convergente, pois lim xq = lim = 23 .
q<" q<" 3q+5

Exemplo 5.9. Determine se a sequência xq = 14 q2  1 converge ou diverge

a sequência xq = 14 q2  1 diverge, pois lim xq = lim( 41 q2  1) = 4


q<" q<"
Como o limite de xq não existe , a sequência diverge. O gráco ?? ilustra a
maneira como esta sequência diverge

y 5

0
1 2 3 4 5
-1
x

Subsequência

De€nição 5.10. Seja xq : N $ R uma seqüência em R. Seja Q = {q1 > q2 > q3 > ========}
um subconjuto de N, então {q @Q : N $ R é uma subseqüência em R.

1
Exemplo 5.11. Seja xq : N $ R uma seqüência dada por xq = q2
. Seja Q =
{1> 3> 5> 7> 9> ========}  N. Então a seqüência xq @Q : N $ R é subseqüência de xq .
Os termos da seqüência são {1> 14 > 19 > 16
1 1 1 1
> 25 > 36 > 49 > ===} e os termos da subseqüência são
{1> 19 > 25
1 1
> 49 > ====}.

Teorema 5.12. Seja xq : N $ R uma seqüência em R tal que lim xq existe, então o
q<"
limite é único.

153
Demonstração: Suponhamos que xq : N $ R é uma seqüência em R tal
que lim xq existe e suponhamos que d e e, com d 6= e, são limites dessa seqüência. Então
q<"
dado % A 0 podemos encontrar N1 A 0 e N2 A 0 tal que para todo q A N1 tenhamos
|xq  d| ? %
2
e para todo q A N2 tenhamos |xq  e| ? 2% . Agora seja N = max{N1 > N2 }.
Então podemos escrever, para todo q A N:

|d  e| = |d  xq + xq  e|

|d  e| = |(xq  d) + (xq  e)|  |xq  d| + |xq  e| ? %


2
+ %
2
= %.

Como d e e são constantes, teremos |d  e| ? % para todo % A 0 se, e somente


se |d  e| = 0, isto é se d = e. Logo, o limite de xq , se existe, é único.

Sequência Limitada

De€nição 5.13. Seja xq : N $ R uma seqüência em R. Dizemos que xq é limitada


quando o conjunto {x1 > x2 > x3 > ============> xq ========} for limitado.

Teorema 5.14. Seja xq : N $ R uma seqüência convergente R, então xq é limitada.

Demonstração: Suponhamos que xq : N $ R é uma seqüência convergente


em R e suponhamos que d é limite dessa seqüência. Então dado % = 1 podemos encontrar
N A 0 tal que para todo q A N tenhamos |d  e| ? 1. Assim, para todo q A N
temos xq 5 E(d> 1). Como o conjunto {x1 > x2 > x3 > ============> xq31 } é nito segue que
{x1 > x2 > x3 > ============> xq31 > xq > ==================}  E(d> 1). Logo, xq é limitada.

Observação 10. A rec´>proca desse teorema não é verdadeira. Por exemplo, xq = (1)q
é limitada, mas não é convergente.

Teorema 5.15. Seja xq : N $ R uma seqüência em R. Se lim xq = d então toda


subseqüência de xq converge e tem limite igual a d.

Demonstração: Suponhamos que existe uma subseqüência {qn de xq e que


lim {q = d, então para todo % A 0, existe N A 0 tal que |d  e| ? % para todo ql A N.
Sendo Q = {q1 ? q2 ? q3 ========} um conjunto innito, existe N A 0 tal que ql A N .
Logo, para  A l temos q A ql A N donde vem |d  e| ? % e, assim, lim {qn = d.

154
Sequências Numéricas

Neste parágrafo analisaremos algumas propriedades das seqüências em R.

De€nição 5.16. Seja xq uma seqüência de valores reais. Então:

• Dizemos que xq é não decrescente se xq+1  xq para todo q 5 N.

• Dizemos que xq é crescente se xq+1 A xq para todo q 5 N.

• Dizemos que xq é não crescente se xq  xq+1 para todo q 5 N.

• Dizemos que xq é decrescente se xq A xq+1 para todo q 5 N.

De€nição 5.17. Seja xq uma seqüência de valores reais. Então xq é denominada


monótona se pertencer a um dos tipos descritos na de€nição 5.16.

q+1
Exemplo 5.18. Mostrar que a seqüência xq = q2 +2
é monótona.

Solução: Devemos mostrar que xq pertence a um dos tipos descritos na


denição 5.16.
q+1 (q+1)+1 q+2
Temos xq = q2 +2
e xq+1 = (q+1)2 +2
= q2 +2q+3

Vericaremos se que xq+1  xq .Então,

xq+1  xq
q+2 q+1
q2 +2q+3
 q2 +2

(q2 + 2)(q + 2)  (q + 1)(q2 + 2q + 3)

q3 + 2q2 + 2q + 4  q3 + 3q2 + 5q + 3

1  q2 + 3q

q+1
A última desigualdade é verdadeira para todo q. Logo, xq = q2 +2
é decres-
cente e, assim, monótona.

De€nição 5.19. Seja xq uma seqüência numérica F e N dois números reais. Dizemos
que F é limitante inferior de xq se F  xq para todo q e que N é limitante superior de
xq se N  xq para todo q.

155
Exemplo 5.20. Consideremos a seqüência xq = q+1
q2 +2
cujos termos são 23 > 36 > 11
4 5
> 18 > ======
e cujo limite é O = 0. Então todo número real F  0 é limitante inferior de xq e todo
2
N 3
é limitante superior de xq .

De€nição 5.21. Seja xq uma seqüência numérica que possui limitantes inferiores e
superiores então xq é dita seqüência limitada.

Observação 11. Note que uma seqüência para ser limitada não precisa ter o limite.
Por exemplo, xq = (1)q não tem limite mas é limitada.

Teorema 5.22. Toda seqüência monótona limitada em R é convergente.

Teorema 5.23. Sejam xq e |q seqüências numéricas em R tais que lim xq = d e


q<"
lim |q = e. Então são válidas as a€rmações:
q<"

i) lim f = f
q<"

ii lim fxq = fd
q<"

ii lim (xq ± |q ) = d ± e;
q<"

ii) lim xq |q = de;


q<"

iii) Se e 6= 0 e |q 6= 0 então lim xq


= de .
q<" |q

f
vi lim n = 0, se n é uma constante positiva
q<" q

Demonstração:

i) Sejam xq e |q seqüências numéricas em R tais que lim xq = d e lim |q = e, então


q<" q<"
dado % A 0 existem N1 e N2 maiores que zero tais que |xq  d| ? %
2
para todo
q A N1 e ||q  e| ? %
2
para todo q A N2 . Seja N = pd́{{N1 > N2 } então para todo
q A N temos |xq  d| ? %
2
e ||q  e| ? 2% . Assim,

|xq + |q | = |xq + |q  (d + e)|

% %
|xq + |q | = |(xq  d) + (|q  e)|  |xq  d| + ||q  e| ? + = %=
2 2
Portanto,
lim (xq + |q ) = d + e=
q<"

Analogamente, mostra-se que lim (xq  |q ) = d  e.


q<"

156
ii) Sejam xq e |q seqüências numéricas em R tais que lim xq = d e lim |q = e, então
q<" q<"
dado % A 0 existe N A 0 tal que |xq  d| ? %
2Q
e ||q  e| ? %
2Q
para todo q A N.
Além disso, xq e |q são seqüências limitadas, de modo que existe Q A 0 tal que
|xq | ? Q e ||q | ? Q para todo q 5 N. Assim,

|xq |q  de| = |xq |q  xq e + xq e  de|

|xq |q  de| = |xq (|q  e) + e(xq  d)|  |xq (|q  e)| + |e(xq  d)|

|xq |q  de|  |xq | ||q  e| + |e| |(xq  d| ? Q ||q  e| + Q |(xq  d|

Q% Q%
|xq |q  de|  + = %=
Q Q

Logo,
lim xq |q = de=
q<"

5.2. SÉRIES

De€nição 5.24. Seja xq uma seqüência numérica. Denominanos série numérica à so-
mas dos primeiros n  whuprv dessa seqüência numérica xq . Já xq será denominado
termo geral da série.

A série gerada pela seqüência será denotada por:

X
q=n
xq = x1 + x2 + x3 + =========== + xn
q=1

X
"
xq = x1 + x2 + x3 + =========== + xn + ====
q=1

Para melhor entendimento vamos considerar e analisar um problema.

157
Problema 5.25. Um estudante deverá receber mesada de seu pai em unidades monetárias
X P, durante o tempo que permanecer na universidade, segundo a sequência
20000
xq = , em que q corresponde ao número da parcela a ser recebida. Pergunta-se:
q(q + 1)
i - Qual o montante que o estudante deverá receber até o €nal da faculdade supondo
que conclua o curso em 60 meses?
ii) No caso do estudante permanecer na universidade inde€nidamente, como €cará o
montante?

Solução: As parcelas mensais serão dada pela seqüência que descreve o valor
da mesada são:
10000 5000 2000 10000 2500 2000 2000
10000> 3
> 3
> 1000> 3
> 21
> 7
> 9
> 11
> ======

Para responder a pergunta vamos escrever o problema no formato de uma


série innita. Isto é,

X
"
2000 10000 5000 2000 10000 2500
= 10000 + + + 1000 + + + =========
q=1
q(q + 1) 3 3 3 21 7

As somas parciais são:


40000
V1 = {1 = 10000 V2 = V1 + {2 = V3 = V2 + {3 = 15000
3
50 000
V4 = V3 + {4 = 16000 V5 = V4 + {5 = 3
==================== Vq = Vq31 + xq

Agora vamos determinar uma fórmula para o termo geral da soma. Escrever-
emos o termo geral da série em frações parciais. Temos então,

20000 D E
= +
q(q + 1) q q+1
20000 = D (q + 1) + Eq
20000 = (D + E) q + D
(
D = 20000
D+E =0
Resolvendo o sistema obtemos D = 20000 e E = 20000

P
"
20000
Desse modo a série q(q+1)
pode ser reescrita como segue
q=1

X" " µ
X ¶
20000 20000 20000
= 
q=1
q(q + 1) q=1 q q+1

158
Já a soma dos q  sulphlurv termos será dada por:

¡ 20000
¢ ¡ 20000 20000
¢ ¡ 20000 20000
¢
Vq = 20000  2
+ 2
 3
+ === + q
 q+1

Cuja simplicação resulta em

20000
Vq = 20000 
q+1
que simplicada resulta em
20000q
Vq =
q+1

O leitor poderá vericar que as somas parciais determinadas acima corre-


sponde as resultadas pela fórmula.

A resposta da questão l) do problema corresponde à sexagésima soma, ou


seja

20000  60
V60 = = 19672=
61
Desse modo, após 60 meses o estudante terá recebido um montante de 19672XP

Passaremos a resposta da segunda questão. No gráco abaixo podemos ver


o crescimento da soma da série. Observe que a escala do eixo | é 1 para 10000.

2.0
y
1.5

1.0

0.5

0.0
0 10 20 30 40 50 60
x

159
Portanto, se o estudante car a indenidamente na universidade, observando
o gráco, podemos armar que não receberia mais do que 20000XP=
Isso signica que a soma da série tem limite 20000XP quando o tempo tende
para innito. Ou seja,
20000q
lim Vq = lim = 20000
q<" q+1 q<"

Em outras palavras a série converge para 20000.

O conjunto de somas parciais da série forma uma seqüência de somas. Den-


imos o limite de uma seqüência de somas parciais do mesmo modo que foi denido limite
de uma seqüência numérica.

Limite de uma Série

De€nição 5.26. Seja Vq uma seqüência de somas parciais, dizemos que o número V é
limite de Vq quando q tende para o in€nito se dado % A 0 podemos encontrar N A 0
tal que para todo q A N vale a desigualdade |Vq  V| ? %

Exemplo 5.27. Consideremos uma seqüência de somas parciais, obtida no problema


20000q 20000q
5.25 dada por Vq = . Mostrar que lim = 20000.
q+1 q<" q+1
Solução: Devemos mostrar que dado % A 0 podemos encontrar N A 0 tal
que para todo q A N vale a desigualdade |Vq  V| ? %. De |Vq  V| ? % temos

¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯
¯ 20000q ¯ ¯ 20000q  20000q  20000 ¯ ¯ 20000 ¯
|Vq  V| = ¯¯  20000¯¯ = ¯¯ ¯=¯
¯ ¯ q+1 ¯?%
¯
q+1 q+1

20000
De modo que podemos escrever q+1
? % donde vem 20000 ? q% + % ou

200003% 200003%
%
? q. Consequentemente, podemos tomar N = %
e a denição 5.24 estará
satisfeita.

Suponhamos que se deseja saber a partir de que parcela a diferença entre o


montante e o limite é menor do que 300XP. Para obter a resposta tomamos % = 300
200003% 200003300
e obteremos N = %
= 300
= 65= 667. Isso signica que em todas as parcelas,
a partir da sexagésima sexta, a diferença entre o montante e o limite é menor do que
300XP.
Suponhamos que se deseja saber a partir de que parcela a diferença entre o
montante e o limite é menor do que 200XP. Para obter a resposta tomamos % = 200

160
200003% 200003200
e obteremos N = %
= 200
= 99. Isso signica que em todas as parcelas, a
partir da parcela de número 99, a diferença entre o montante e o limite é menor do que
100XP.

Observação 12. Como no estudo de limite das funções, no estudo das séries apenas
temos interesse em % com valores próximos de zero, pois interessa apenas saber o com-
portamento da função próximo ao ponto de limite.

Séries Convergentes
P
"
De€nição 5.28. Sejam xq uma sequência numérica, xq a série cujo termo geral é
q=1
P
"
xq , Vq a somas parciais dos termos dessa série. Dizemos que xq é convergente se
q=1
lim Vq existe. Caso contrário a série será denominada divergente..
q<"

P
"
20000
Exemplo 5.29. A série q(q+1)
, obtida no problema 5.25 é convergente pois lim Vq =
q=1 q<"
20000q
lim = 20000.
q<" q + 1

P" 2q
Exemplo 5.30. Veri€que se a série dada por q31
é convergente.
q=1 5

Solução: Devemos vericar se a soma da série tem limite. Todas as séries


que apresentam esse modelo podem ser resolvidas conforme o modelo que segue.
l) Escrevemos a soma dos q  sulphlurv termos.

22 23 24 2q
Vq = 2+ + 2 + 3 + ========= + q31
5 5 5 5
2
ll) Multiplicamos Vq por 5
e obtemos

2 22 23 24 2q 2q+1
V
5 q
= + 2 + 3 + ========= + q31 + q
5 5 5 5 5

ll) Fazemos a diferença entre os resultados de l) e ll)


µ 2 ¶
2 22 23 2q 2 23 2q 2q+1
Vq  V
5 q
= (2+ + 2 + ==== + q31 )  + 2 + ====== + q31 + q ou
5 5 5 5 5 5 5

161
3 2q+1
V
=2 q
5 q
q+1
5
10 52 10 10 2 q
Vq = 3  3 q =  ( )
5 3 3 5
e
µ ¶
10 10 2 q
lim Vq = lim 3  3 ( )
q<" q<" 5
donde
10
V= 3

P" 2q
Consequentemente a série q31
é convergente.
q=1 5

Propriedades

1. Uma das propriedades das séries innitas é que a convergência ou divergência não
é afetada se subtrairmos ou adicionarmos um número nito de termos a elas. Por
exemplo, se no problema 5.25 o estudante só começasse a receber a primeira parcela
P
"
20000
após 5 meses a série seria escrita com q = 6 no primeiro termo, ou seja, q(q+1)
,
q=6
e a soma seria V = 20000  V5 . Se por outro lado o seu pai decidisse nos primeiros
10 meses dar uma mesada xa de 2000XP por mês e iniciar o pagamento con
20000q
q = 1 no décimo primeiro mês a soma seria V = 2000(10) + lim . Em
q<" q + 1
ambos os casos a série continuará convergente. Nestes termos, podemos enunciar
o seguinte teorema.
P
" P
" P
"
2. Se a série xq é convergente e a série |q é divergente, então a série (xq +|q )
q=1 q=1 q=1
é divergente.

P
" P
" P
"
Observação 13. Se as séries xq e |q são divergentes, a série (xq + |q ) pode
q=1 q=1 q=1
ou não ser convergente.

P
"
3. Se xq é uma série convergente de termos positivos, seus termos podem ser
q=1
reagrupados de qualquer modo, e a série resultante também será convergente e
terá a mesma soma que a série dada.

P
"
Teorema 5.31. Seja xq = x1 + x2 + x3 + =========== + xn + === uma série. Se a série
q=1

X
"
xq = xq3 + xq3(+1) + xq3(+2) + ==========
q=

162
for convergente, então a série
X
"
xq = x1 + x2 + x3 + =========== + xn + ===
q=1

também será convergente.


P
"
Demonstração: Suponhamos que a série xq é convergente, então possui
q=
soma. Seja V3q o termo geral da sua soma, V1 = lim V3q e seja V = {1 + {2 + {3 +
q<"
P
"
=========== + {n . Desse modo, o termo geral da soma da série xq será Vq = V + V3q
q=1
e, portanto, lim Vq = lim V3q + lim V donde vem V = V1 + V . Consequentemente,
q<" q<" q<"
P"
xq é convergente.
q=1

5.3. Propriedades

Sejam
X
"
xq = x1 + x2 + x3 + =========== + xn + ===
q=1
e
X
"
|q = |1 + |2 + |3 + =========== + |n + ===
q=1

duas séries que convergem para V e V 0 , respectivamente, então são válidas as seguintes
propriedades:
P
" P
" P
"
i) nxq = n xq para todo n 5 R e a série nxq converge para nV=
q=1 q=1 q=1

P
" P
" P
" P
"
ii) (xq ± |q ) = xq ± |q e a série (xq ± |q ) converge para V + V 0 .
q=1 q=1 q=1 q=1

Exerc´>cios

Em cada uma das séries abaixo encontre o termo geral da soma e verique se a série é
convergente.
P
" 1 q
1. Resposta Vq = 2q+1
.
q=1 (2q  1) (2q + 1)
P
" 2
2.
q=1 (4q  3) (4q + 1)
P
" 2q + 1 q(q+2)
3. Resposta Vq = (q+1)2
.
q=1 q2(q + 1)2

163
P
" ¡ q
¢ ¡ 1
¢
4. ln q+1
Resposta Vq = ln q+1
.
q=1

P" 2q31
5. q
q=1 3

P
" 1
6. p ¡s s ¢ Resposta Vq = 1  I1 .
q+1
q=1 q (q + 1) q + 1 + q
P
" 1 1 1
7. Resposta Vq = 2
 (q+2)!
q=1 1=2=3=4=5=6======q (q + 2)
P
" 3q + 4 5 2 1
8. 3 + 3q2 + 2q
, Resposta Vq = 2
 q+1
 q+2
.
q=1 q

Condição necessária para convergência.

Não existe uma regra geral para vericar se uma série é convergente. Como veremos
nos próximos itens há critérios que dão respostas a tipos particulares de séries. Porém,
vericando se uma série não possui a condição necessária para convergência saberemos
que ela não é convergente. Essa condição é dada pelo teorema que segue.
P
"
Teorema 5.32. Seja xq uma série convergente, então lim xq = 0.
q=1 q<"

P
"
Demonstração: Suponhamos que a série xq converge para V, então
q=1
podemos armar que lim Vq = V, de modo que pela denição 5.28 dado % A 0
q<"
podemos encontrar N A 0 tal que para todo q A N vale a desigualdade |Vq  V| ? %
2
e
|Vq31  V| ? 2% . Como |xq | = |Vq  Vq31 | podemos escrever

|xq  0| = |Vq  Vq31  0|


|xq | = |Vq  V + V  Vq31 |
|xq | = |(Vq  V) + ( (Vq31  V))|
|xq | = |(Vq  V) + ((Vq31  V))|
|xq |  |(Vq  V)| + |(Vq31  V|
|xq | ? %
2
+ %
2
=%

Assim, pela denição 5.3 segue que lim xq = 0.


q<"
Uma consequência muito importante desse teorema é o corolário a seguir:
P
" P
"
Corolário 5.33. Seja xq uma série tal que lim xq 6= 0, então xq é divergente.
q=1 q<" q=1

164
P
"
2q+2 2q+2 2
Exemplo 5.34. A série 3q+5
é divergente já que lim xq = lim = 6= 0.
q=1 q<" q<" 3q+5 3

P
"
1 1
Porém, a série q
é tal que lim xq = lim = 0, isto é, possui a condição
q=1 q<" q<" q
necessária para convergência, mas não podemos, sem fazer um teste de convergência,
amar se ela é convergente ou divergente.

Observação 14. Portanto €quem atentos, se o lim xq 6= 0 prova-se que a série é diver-
q<"
gente. Mas se o lim xq = 0 a série pode convergir ou divergir, para issso necessitamos
q<"
estudar critérios para fazer tal veri€cação.

Veremos na sequência alguns resultados que permitem vericar se uma série


é convergente ou não,

Teorema 5.35. Seja Vq uma sequência de somas parciais convergente. Então, dado
% A 0 podemos encontrar N A 0 tal que para todo p> q A N vale a desigualdade
|Vp  Vq | ? %.

Demonstração: Suponhamos Vq seja uma sequência de somas parciais con-


vergente. Então, dado % A 0 podemos encontrar N A 0 tal que para todo p> q A N
valem as desigualdades |Vp  V| ? %
2
e |Vq  V| ? 2% . Agora

|Vp  Vq | = |Vp  V + V  Vq |
|Vp  Vq | = |(Vp  V) + (V  Vq )|
|Vp  Vq |  |(Vp  V)| + |(Vq  V)|
|Vp  Vq | ? %
2
+ %
2
=%

Logo, o teorema é válido.

Observação 15. O teorema 5.35 pode ser ilustrado considerando o problema 5.25. Lá
nossa suposição era saber a partir de que parcela a diferença entre o montante e o
limite era menor do que 300X P. Para obter a resposta tomamos % = 300 e obteremos
N = 65> 667. Isso signi€ca que em todas as parcelas, a partir da sexagésima sexta, a
diferença entre o montante e o limite é menor do que 300XP. Agora tomando q =
20000  70 20000  80
70 e p = 80 obteremos V70 = = 19718 e V80 = = 19753=.
70 + 1 80 + 1
Consequentemente, |V70  V80 | = |1971 8  19753| = 35=0 ? 300. Caso tomássemos
p> q ? 66 não necessariamente a diferença entre as somas será menor do que 300.

165
5.4. SÉRIES ESPECIAIS

Série harmônica
P" 1
De€nição 5.36. Denominamos série harmônica à série .
q=1 q

P" 1
A série harmônica, , embora possua a condição necessária para con-
q=1 q
vergência não converge. Para provar vamos mostrar que ela contraria o teorema 5.35.
Vamos inicialmente escrever a soma dos q  sulphlurv termos e a soma dos 2q 
sulphlurv termos,

Vq = 1 + 12 + 13 + 14 + ===== q1
V2q = 1 + 12 + 13 + 14 + ===== q1 + 1
q+1
+ 1
q+2
+ ===== 21q
Na sequência fazemos a diferença entre as duas somas parciais
¡ ¢
V2q  Vq = 1 + 12 ===== q1 + q+1
1 1
+ q+2 + ===== 21q  1 + 12 + 13 + ===== q1
1 1 1
V2q  Vq = q+1
+ q+2 + ===== 2q
1 1 1 1 1 1
Como q+1 A 2q > q+2 A 2q > q+3 A 2q
======== podemos escrever
1 1 1 1 1 1
V2q  Vq = q+1 + q+2 + ===== 2q A 2q
+ 2q + ======= + 2q
q
V2q  Vq A 2q = 12

1
Tomando p = 2q obtemos |Vp  Vq | A 2
e isso contraria o teorema 5.35.
Logo, a série harmônica é divergente. Veja algumas somas de série harmônica obtidas
com aux´lio do MAPLE 6

V10 = 2> 9289 V100 = 5> 1873 V1000 = 7> 485 Vxp plokd̃r = 14> 392
Vxp elokd̃r = 21> 300 Vxp wuokd̃r = 28> 208

Como pode ser visto, lentamente a soma tende a innito.

Série geométrica

P
"
De€nição 5.37. Denominamos série geométrica à série escrita na forma d1 tq31 ,
q=1
onde t é denominada razão.

Exemplo 5.38. Encontrar a soma da série geométrica e estudar sua convergência.


P
"
Solução: Consideremos a série geométrica d1 tq31 = d1 +d1 t +dt 2 +=====+
q=1
d1 tq31 e a soma dos q  sulphlurv termos dada por Vq = d1 + d1 t + dt 2 + ===== + d1 tq31 .

166
Multipicamos essa soma pela razão t e obtemos tVq = d1 t + d1 t 2 + d1 t3 + ===== + d1 t q .
Encontramos a diferença entre as duas somas

tVq  Vq = d1 t + d1 t 2 + d1 t 3 + ===== + d1 t q  (d1 + d1 t + dt 2 + ===== + d1 t q31 )


tVq  Vq = d1 t q  d1
Vq (t  1) = d1 (t q  1)
d1 (t q  1)
donde vem Vq =
(t  1)

Para estudar a convergência dessa série devemos considerar três casos a saber:

d1 (tq  1)
I Se t = 1 então lim Vq = lim $ 4 e a série é divergente. Se t = 1
q<" q<" (t  1)
então Vq tem dois valores para o limite e, portanto, a série é divergente.
d1 (t q  1)
II Se |t| A 1 então lim Vq = lim $ 4 e a série é divergente.
q<" q<" (t  1)

d1 (t q  1) d1 tq d1 d1
III Se |t| ? 1 então lim Vq = lim = lim + lim = e
q<" q<" (t  1) q<" t  1 (t  1) (t  1)
a série é convergente.

d1
Desse modo, podemos escrever V = . Conclusão:
1t
a série geométrica é divergente se |t|  1 e convergente se |t| ? 1.

Observação 16. A soma de uma série geométrica convergente (|t| ? 1) converge para
d1
V=
1t
" ¡ ¢
P 2 q 2
Exemplo 5.39. A série 3
é convergente pois tem razão t = 3
? 1. Já a série
q=1
" ¡ ¢
P 3 q 3
2
é divergente pois tem razão t = 2
A 1.
q=1

5.5. Critérios para veri€car a convergência de uma série

Quando conhecemos o termo geral da soma de uma série é fácil fazer a vericação da con-
vergência. Podemos vericar se uma série converge usando critérios para convergência
que passaremos ao estudo de alguns.

Critério da comparação.
P" P
"
Teorema 5.40. Seja xq uma série e seja |q uma série cuja convergência quere-
q=1 q=1
mos estudar, então:

167
P
" P
"
i) Se xq for uma série convergente e 0  |q  xq para todo q a série |q é
q=1 q=1
convergente.
P
" P
"
ii) Se xq for uma série divergente e |q  xq  0 para todo q a série |q é
q=1 q=1
divergente.
P
" P
"
Demonstração: l) Sejam xq uma série convergente e |q uma série tal
q=1 q=1
P
"
que 0  |q  xq para todo q. Como xq uma série convergente a sequência de somas
q=1
parciais Vq tem limite O, de modo que x1 +x2 +x3 +===========+xn +=== ? O. Como 0  |q 
xq para todo q segue que a sequência de somas parciais 0  |1 +|2 +|3 +=========+|n +==== 
x1 + x2 + x3 + =========== + xn + === ? O. Consequentemente, a sequência de somas parciais
|1 + |2 + |3 + ========= + |n + ==== é limitada e, além disso, monótona. Logo, pelo teorema
P
"
5.22 é convergente e, assim, a série |q é convergente.
q=1

P
" P
"
ll) Sejam xq uma série divergente e |q  xq  0 para todo q a série |q
q=1 q=1
P"
é divergente. Como xq uma série divergente a sequência de somas parciais Vq não
q=1
tem limite, de modo que dado um número O A 0 existe N A 0 tal que x1 + x2 + x3 +
===========+xn +=== A O para todo q A N. Como |q  xq para todo q segue que a sequência
de somas parciais |1 + |2 + |3 + ========= + |n + ====  x1 + x2 + x3 + =========== + xn + === A O.
Consequentemente, a sequência de somas parciais |1 + |2 + |3 + ========= + |n + ==== não é
P
"
limitada e, assim, a série |q é divergente.
q=1

Exemplo 5.41. Usando o teorema 5.40 estudar a convergência da


P" q
série 3 2
.
q=1 q + q + q + 1

Solução: Conforme o teorma 5.40 devemos encontrar uma série que sabemos
ser convergente ou divergente e fazer a comparação do termo geral dessa série com a
série em estudo. Um procedimento usado para encontrar um termo geral adequado é
majorar o termo geral da série proposta. Vamos descrever o processo.

i) Temos duas formas de majorar um quociente a saber: aumentando o denominador


ou diminuindo o denominador. No termo geral da série em estudo vamos diminuir
o denominador passo a passo

q q q 1
? 3 ? 3 =
q3 + q2+q+1 2
q +q +q q +q 2 q(q + 1)

168
P" 20000
No exemplo 5.25 vimos que a série é convergente. Como podemos
q=1 q(q + 1)
P
" 20000 X"
1 P
" 1
escrever = 20000 segue (pela propriedade i) que
q=1 q(q + 1) q=1
q(q + 1) q=1 q(q + 1)
é convergente.
q 1
ii) Vamos vericar se  para todo q.
q3 + q2 + q + 1 q(q + 1)

q 1

q3 + q2+q+1 q(q + 1)

qq(q + 1)  q3 + q2 + q + 1

q3 + q2  q3 + q2 + q + 1

0q+1
Verdadeiro para todo q

P
" q
Logo, pelo teorema 5.40 a série é convergente.
q=1 q3 + q2+q+1

Critério de D ’Alambert
P" xq+1
Teorema 5.42. Seja xq uma série tal que xq A 0 para todo q e lim = O.
q=1 q<" xq
Então
P
"
i) A série xq converge se O ? 1;
q=1

P
"
ii) A série xq diverge se O A 1;
q=1

iii) Nada podemos a€rmar se O = 1.


P
" xq+1
Demonstração: Seja xq uma série tal que lim
= O. Então, dado
q=1 q<" xq
%¯ A 0 podemos
¯ encontrar N A 0 tal que para todo q A N vale a desigualdade
¯ xq+1 ¯
¯ ¯
¯ xq  O¯ ? %. Suponhamos que O ? 1. Então existe t tal que O ? t ? 1, e isso
¯ ¯
¯ xq+1 ¯
¯
implica em t  O ? 1. Tomando % = t  O podemos escrever ¯  O¯¯ ? t  O donde
xq
xq+1 xq+1
vem  (t  O) ?  O ? t  O ou  (t  O) + O ? ? t. Da última relação
xq xq
conclu´mos que xq+1 ? xq t. Dessa relação vem:

169
xq+1 ? xq t
xq+2 ? xq+1 t ? xq tt ou seja xq+2 ? xq t 2
xq+2 ? xq+2 t ? xq t2 t ou seja xq+3 ? xq t 3

xq+n ? xq+(n31) t ? xq tn31 t ou seja xq+n ? xq tn


e assim sucessivamente, de forma que

xq+1 + xq+2 + xq+3 + =========== ? xq t + xq t2 + xq t3 + ==========

Note que xq t + xq t 2 + xq t 3 + ====== é uma série geométrica com razão |t| ? 1


P"
e, portanto, convergente. Assim, pelo teorema 5.40 a série xq converge se O ? 1.
q=1
xq+1
Por outro lado, suponhamos que lim = O A 1, então obteremos xq+1 A
q<" xq
xq para todo q e, desse modo, lim xq 6= 0. Consequentemente, a série não possui a
q<"
P
"
condição necessária para convergência. Logo, a série série xq diverge se O A 1.
q=1

Exemplo 5.43. Usando o critério de D ’Alambert, estudar a convergência da série


P" 2q
.
q=1 q

2q 2q+1
Solução: Temos xq = e xq+1 = . Logo,
q q+1
2q+1
xq+1 q2q+1 q2q 2 2q
= q +q 1 = q = q =
xq 2 2 (q + 1) 2 (q + 1) (q + 1)
q
e
xq+1 2q
lim = lim =2A1
q<" xq q<" (q + 1)

P" 2q
Consequentemente, a série é divergente.
q=1 q

Exemplo 5.44. Usando o critério de D ’Alambert, estudar a convergência da série


P" 1

q=1 q!

1 1
Solução:Temos xq = e xq+1 = . Logo,
q! (q + 1)!
1
xq+1 (q+1)! q! 1
lim = lim 1 = lim = lim =0 ?1
q<" xq q<" q<" (q + 1)! q<" q + 1
q!
P" 1
portanto a série converge.
q=1 q!
.

170
Critério de Cauchy
P
" s
Teorema 5.45. Seja xq uma série tal que xq A 0 para todo q e lim q x
q = O.
q=1 q<"
Então
P
"
i) A série xq converge se O ? 1;
q=1

P
"
ii) A série xq diverge se O A 1;
q=1

iii) Nada podemos a€rmar se O = 1.

Demonstração: A demonstração deste teorema é análoga a do teorema


5.42.
" ¡
P ¢q
q
Exemplo 5.46. Usando o critério de Cauchy, estudar a convergência da série 2q+5
.
q=1

Solução: Temos
sµ ¶q
s q q q
q
xq = =
2q + 5 2q + 5

Assim,

s q 1
lim q
xq = lim = ? 1=
q<" q<" 2q + 5 2
" ¡
P ¢q
q
Logo, a série 2q+5
é convergente.
q=1

" ¡
P ¢
4q35 q
Exemplo 5.47. Usando o critério de Cauchy, estudar a convergência da série 2q+1
.
q=1

Solução: Temos
sµ ¶q µ ¶
s q 4q  5 4q  5
q
xq = =
2q + 1 2q + 1

Assim,
µ ¶
s 4q  5
lim xq = lim
q
= 2 A 1=
q<" 2q + 1
q<"

" ¡
P ¢
4q35 q
Logo, a série 2q+1
é divergente.
q=1

171
Critério da integral
P"
Seja xq uma série tal que xq+1  xq para todo q. Seja i ({) uma função maior
q=1
do que zero, cont´nua e decrescente no intervalo [0> 4) tal que i (1) = x1 > i (2) =
R" P
"
x2 ===========> i (q) = xq > ==== Então, se 1 i ({) g{ existe a série xq é convergente. Caso
q=1
contrário, divergente.
A demonstração deste teorema poderá ser estudada em qualquer um dos
livros constantes na bibliograa.

Série p

P" 1
De€nição 5.48. Denominamos série s a série escrita na forma s
onde s é uma
q=1 q
constante positiva.

A denominação s vem do fato dessa série também ser conhecida como série
klshu  kdupr̂qlfd. Vamos usar o teorema 5.5 para o estudo da série s. A série s é
bastante utilizada no critério da comparação.
P" 1
Exemplo 5.49. Estudar a convergência da série s
.
q=1 q

Solução: Temos
X"
1 1 1 1 1
s
= 1 + s + s + s + =========== + s ========
q=1
q 2 3 4 q

1
Seja i ({) = , então i ({) satisfaz as condições do teorema 5.5, de modo que podemos
{s
escrever
Z " Z q
1 1
g{ = lim g{=
1 {s q<" 1 {s
Temos três casos a considerar:

i. Se s = 1 teremos

Z " Z q
1 1
g{ = lim g{ = lim ln {|q1 = lim [ln q  ln 1] = 4
1 { q<" 1 { q<" q<"

P" 1 X"
1
Consequentemente, se s = 1 a série s
= é divergente. Note que
q=1 q q=1
q
se s = 1 temos a série harmônica.

172
ii. Se s ? 1 teremos 1  s A 0
Z Z · 13s ¸
"
1 q
1 {13s q q 1
g{ = lim g{ = lim |1 = lim  =4
1 {s q<" 1 {s q<" 1  s q<" 1  s 1s

P" 1
Consequentemente, se s ? 1 a série s
é divergente.
q=1 q

iii. Se s A 1 teremos 1  s ? 0

Z Z
"
1 q
1 {13s q q13s 1 1
g{ = lim g{ = lim | 1 = lim  lim =
1 {s q<" 1 {s q<" 1  s q<" 1  s q<" 1  s 1s

.
P" 1
Consequentemente, se s A 1 a série s
é convergente.
q=1 q

Exemplo 5.50. As séries abaixo são exemplos de séries s.


P" 1
a) 9
convergente pois s A 1.
q=1 q

P
" 1
b) 1 divergente pois s ? 1.
q=1 q2

5.6. Exerc´>cios

1. Usando o teste de comparação s


verique se as séries abaixo são convergente ou não.
P" 1 P" q P" 1 P" q2
0d) q
e) 2
f) q
g) 3
q=1 q3 q=1 q + 1 q=1 q q=1 4q + 1

P
" 1 P" |vhq(q)| P
" q! P
" 1
0 h) s i) j) k) s
q=1 q2 + 4q q=1 2q q=1 (2 + q)! q=1 q3 + 5

P
" 1 P" 1 P
" q P" 2q
l) s m) s 3
2
q=1 q q + 5 q=1 q + q+5 q=1 4q + q + 1 q=1 (2q)!

2. Usando o teste de D ’Alambet verique se as séries abaixo são convergente ou não.


P" q+1 P" q! P" 1
d) 2 q
e) q
f) q+1
q=1 q 2 q=1 h q=1 (q + 1)2

P
" 3q P" 3q P
" q!
g) s h) q 2
i)
q=1 q3 + 1 q=1 2 (q + 2) q=1 2q (2 + q)!

P
" 1 P" q+1 P
" q
j) k) q
l)
q=1 q + 5 q=1 q4 q=1 4q + q + 1

173
3. Usando o teste de Cauchy,
µ verique
¶q se as séries
µabaixo¶são convergente ou não.
P" (ln q) q P" q+1 P" q + 1
q
d) q e) 2q d)
q=1 q 2 q=1 q2 q=1 q2 2q
4. Usando o teste da integral verique se as séries abaixo são convergente ou não.
P
" P" P
"
d) qh3q e) s1 f) ln q
q
q=1 q=1 (q+1) ln(q+1) q=1

P
"
1
P
"
dufwjq P
"
2
g) q ln q
h) q2 +1
i) qh3q
q=1 q=1 q=1

P
" P
"
hdufwjq
P
"
1
j) q2 h3q k) q2 +1
l) (q+2)(q+4)
q=1 q=1 q=1

5.7. Séries de Termos Positivos e Negativos

De€nição 5.51. Seja xq A 0 para todo q. Denominamos série alternada à série


P
"
(1)q31 xq = x1  x2 + x3  x4 + =========== + (1)q31 xq =
q=1

==
P
" 1 1 1 1 1
Exemplo 5.52. A série (1)q31 s
= 1  s + s  s + =========== + (1)q31 s =======
q=1 q 2 3 4 q
é um exemplo de série alternada.

Convergência de uma série alternada

Infelizmente todos os critérios de convegência de séries vistos até o momento não são
válidos para séries alternadas. Por isso, passaremos a ver alguns resultados que são
válidos para esse caso.

Teorema 5.53. Teorema de Leibnitz.

Seja a série alternada


X
"
(1)q31 xq = x1  x2 + x3  x4 + =========== + (1)q31 xq ====
q=1

tal que:

i) x1 A x2 A x3 A x4 A ===========;

Teorema 5.54. ii) lim xq = 0


q<"
Então são válidas as seguintes conclusões:

174
a) A série é convergente e

b) 0 ? Vq ? x1 .

Demonstração: d)Consideremos a soma dos 2q  sulphlurv termos da


P
"
série alternada. Suponhamos que os termos de ordem ´mpar da série (1)q31 xq =
q=1
x1 x2 +x3 x4 +===========+(1)q31 xq ===.sejam positivos e os de ordem par negativos. Se
por acaso o primeiro termo for negativo iniciaremos a contagem em x2 , pois a retirada
um número nito de termos não afeta a convergência da série. Desse modo teremos
x2q31 positivo e x2q negativo e, portanto, obteremos 0 ? V2 ? V4 ? ============ ? V2q .
V2q = x1  x2 + x3  x4 + ===========  xq + xq+1  xq+2 + ======  x2q .
Aplicando a propriedade associativa obtemos
V2q = (x1  x2 ) + (x3  x4 ) + =========== + (xq  xq+1 ) + ====== + (x2q31  x2q ).
Como x1 A x2 A x3 A x4 A === segue que
(x1  x2 ) A 0> (x3  x4 ) A 0> (xq  xq+1 ) A 0> ======> (x2q31  x2q ) A 0
Consequentemente, V2q é positiva
Podemos também associar os termos de outra forma como segue
V2q = x1 (x2  x3 )(x4  x5 )====(xq  xq+1 )===(x2q32  x2q31 )x2q .
Em virtude da condição ll) cada termo entre parênteses é positiva. Portanto, subtraindo
uma quantidade positiva de x1 obteremos um resultado inferior a x1 , de modo que
0 ? V2q ? x1 .
Demonstraremos o item e). Como 0 ? V2q ? x1 segue que V2q é limitada
com 0 ? V2 ? V4 ? ============ ? V2q . Assim, a sequência de somas V2 > V4 > ============> V2q é
monótona e, pelo teorema 5.22, é convergente. Seja lim V2q = V. Pelo item d) segue
q<"
que v ? x1 . Sendo V2q+1 = V2q + x2q+1 podemos escrever:
lim V2q+1 = lim V2q + lim x2q+1 = V + 0 = V
q<" q<" q<"
Consequentemente as somas de ordem ´mpar tem a mesma soma dos termos
de ordem par. Finalmente, mostraremos que lim Vq = V.
q<"
Como lim V2q = V, dado % A 0 podemos encontrar N1 A 0 tal quem
q<"
|V2q = V| ? % sempre 2q A N1 .
Como lim V2q+1 = V, dado % A 0 podemos encontrar N2 A 0 tal quem
q<"
|V2q = V| ? % sempre 2q + 1 A N2 .
Tomando N = max {N1 > N2 }, para todo q A N vale a desigualdade |Vq = V| ?
P
"
%. Logo, lim Vq = V e a série (1)q31 xq é convergente.
q<" q=1

P
"
Exemplo 5.55. Usando o teorema de Leibnitz, estudar a convergência da série (1)q31 q+2
q(q+1)
.
q=1

175
Solução: Vamos vericar se xq satisfaz as condições do teorema 5.7.O termo
q+2 q+2
geral da série é xq = q(q+1)
e q(q+1)
A 0 par todo q. Assim, Vamos vericar se xq A xq+1
para todo q. Temos

xq A xq+1
q+2 (q+1)+2
q(q+1)
A (q+1)(q+1)+1)
q+2 q+3
q(q+1)
A (q+1)(q+2)
(q + 2) (q + 1) (q + 2) A q (q + 1) (q + 3)
q3 + 5q2 + 8q + 4 A q3 + q2 + 3
4q2 + 8q A 1 Verdadeiro para todo q

Consequentemente a primeira condição do teorem 5.7 Está satisfeita.


Agora vamos vericar se lim xq = 0
q<"
q+2
lim = 0=
q<" q(q+1)
Vericamos, portanto, que todas as exigências do teorema 5.7 estão satis-
P
"
feitas. Logo, a série (1)q31 q(q+1)
q+2
é convergente.
q=1

5.8. Série de termos de sinais quaisquer

De€nição 5.56. Denominamos série de termos de sinais quaisquer à série formada por
termos positivos e negativos.

P
" I I I I
Exemplo 5.57. A série vhq( q
6
) = 12 + 2
3
+1 + 2
3
+ 12 + 0  12  2
3
1 2
3
 12 + 0===
q=1
é um exemplo de série de termos de sinais quaisquer. As séries alternadas são casos
particulares das séries de termos de sinais quaisquer.

Veremos na sequência um teorema que permite vericar se uma série de


termos de sinais quaisquer é convergente.

P
" P
"
Teorema 5.58. Seja xq uma série de termos de sinais quaisquer. Se a série |xq |
q=1 q=1
P
"
for uma série convergente então a série a xq será convergente.
q=1

P
"
Se a série |xq | for uma série divergente nada podemos armar sobre a
q=1
P
"
convergência da série de sinais quaisquer xq .
q=1

176
P"
Exemplo 5.59. Vimos no exemplo 5.55 que a série (1)q31 q(q+1)
q+2
é convergente.
P ¯ ¯ P
q=1
"
¯ q31 q+2 ¯
"
Porém, a série ¯(1) q(q+1) ¯
= q+2
q(q+1)
não é convergente. O leitor pode veri€car
q=1 q=1
essa a€rmação usando o critério da comparação.
P
"
1
Exemplo 5.60. Usando o teorema 5.58 estudar a convergência da série (1)q31 q3
.
q=1

" ¯
P ¯ P
"
Solução: Podemos escrever ¯(1)q31 1 ¯
= 1
. Como podemos
q3 q3
q=1 q=1
P
"
1
observar, a série q3
é uma série s com s A 1 e, portanto, convergente. Logo,
q=1
P
"
1
(1)q31 q3
é convergente. A convergência desta série também pode ser estudada
q=1
pelo teorema de Leibnitz.
P" vhq(qw)
Exemplo 5.61. Usando o teorema 5.58 estudar a convergência da série .
q=1 q2
¯ ¯
" ¯ vhq(qw) ¯
P ¯ ¯ = P |vhq(qw)| . Usando o teste de
"
Solução: Podemos escrever ¯ q2 ¯ q=1
q=1 q2
|vhq(qw)|
comparação, sabendo que |vhq(qw)|  1 para todo q, podemos concluir que 
¯ ¯ q2
1 P ¯¯ vhq(qw) ¯¯
"

2
para todo q. Portanto, o termo geral da série ¯ q2 ¯ é menor que o termo
q q=1
P" 1 P
" vhq(qw)
geral da série 2
que é uma série s convergente pois s A 1. Logo, a série
q=1 q q=1 q2
é convergente.

5.9. Séries absolutamente convergente e condicionalmente convergentes.

Antes de denir séries absolutamente convergente e condicionalmente convergentes va-


mos considerar os exemplos abaixo.

Exemplo 5.62. Consideremos a série harmônica


X
"
1 1 1 1 1
=1+ + + + ===== ===
q=1
q 2 3 4 q

já mostramos que é divergente. Porém


X
"
1 1 1 1 1
(1)q31 = 1  +  + ===== (1)q31 ====
q=1
q 2 3 4 q

P
" 1
é convergente. Vamos mostrar que a série (1)q31 converge sob condições, isto é,
q=1 q
podemos interferir na sua forma de convergir.

177
P
" 1
Solução: Para modicar o limite de convergência de (1)q31 basta
q=1 q
reagrupar os termos como segue:

a) Agrupamos a soma dos termos de ordem ´mpar contra os de ordem par


µ ¶ µ ¶
1 1 1 1 1 1 1
Vq = 1 + + + ===== + ===  + + ===== + ===
3 5 2q  1 2 4 6 2q
Como o leitor pode observar, poderemos escrever
X
"
1 X 1 "
Vq = 
q=1
2q  1 q=1 2q

e, cada uma das subsomas é divergente. Logo, ocorre Vq = 4  4, isto é a soma


é indeterminada, siginicando que se escrevermos
X
"
1
(1)q31
q=1
q

na forma

X
" µ ¶ µ ¶
q31 1 1 1 1 1 1 1 1
(1) = 1 + + + ===== + ===  + + ===== + ===
q=1
q 3 5 2q  1 2 4 6 2q
nada podemos armar sobre a sua convergência. Isso ocorre porque a série
X" ¯ ¯ X
¯ ¯ "
¯(1)q31 1 ¯ = 1
¯ q ¯ q
q=1 q=1

não converge.

Com base no exemplo vamos denir séries absolutamente convergente e condi-


cionalmente convergente.
P
"
De€nição 5.63. Seja xq uma série de termos de sinais quaisquer, então:
q=1

P
"
i) Se |xq | converge a série é denominada absolutamente convergente;
q=1

P
" P
" P
"
ii) Se xq converge e |xq | diverge, então a série xq é condicionalmente con-
q=1 q=1 q=1
vergente.
P
" 1
Exemplo 5.64. A série (1)q31 estudada no exemplo 5.62 é condicionalmente
q=1 q
P" vhq(qw)
convergente e a série estudada no exemplo 5.61 é absolutamente convergente.
q=1 q2

178
5.10. Exerc´>cios

Verique se as séries abaixo são absolutamente ou condicionalmente convergente.


P" 2q P" 1 P
" q2
d) (1)q31 e) (1)q31 (1)q31
q=1 q! q=1 (2q  1)! q=1 q!
µ ¶q
P
"
q31 2 P
" q! P
" 1
f) (1) q h) (1)q31 i) (1)q31
q=1 3 q=1 2q+1 q=1 q2 + 2q

P
" 3q P
" q2 + 1 P
" qq
j) (1)q31 k) (1)q31 l) (1)q31
q=1 q! q=1 q3 q=1 q!

179
5.11. SÉRIES DE FUNÇÕES

Consideremos as seguintes funções i : R $ R denidas por i0 ({) = 1, i1 ({) = {,


i2 ({) = {2 , i3 ({) = {3 , i4 ({) = {4 , ......., iq ({) = {q ==. podemos escrever as soma

Vq ({) = i0 ({) + i1 ({) + i2 ({) + i3 ({) + i4 ({) + === + iq ({) = {q ===

ou

Vq ({) = 1 + { + {2 + {3 + {4 + ======= + {q ====

A essa soma denominamos série de funções e Vq ({) é a soma dos q  sulphlurv termos
da série. Mais geralmente denimos série de funções como segue.

De€nição 5.65. Denominamos série de funções a toda série na qual o termo geral é
uma função da variável { e denotaremos por
X
"
xq ({) = x0 ({) + x1 ({) + x2 ({) + ====== + xq ({) + ===
q=0

Convergência de séries de funções

Como no estudo das séries numéricas, estamos interessados na convergência da séries de


funções. Uma série de funções se for convergente converge para uma função. A imagem
de cada valor de { numa série de funções é uma série numérica que pode ser convergente
ou divergente. Por exemplo, a série

X
"
{q = 1 + { + {2 + {3 + {4 + ======= + {q ====
q=0

para cada valor de { é uma série geométrica e, portanto, converge se |{| ? 1 e diverge
1
caso contrário. Já sua soma será a função V ({) = se |{| ? 1. Isso signica que
1{
uma série de funções convergente, converge para um conjunto de valores de { denomi-
nado dom´nio ou intervalo de convergência.
P
"
De€nição 5.66. Seja xq ({) uma série de funções que converge. Denominamos
q=0
dom´>nio ou intervalo de convergência da série ao conjunto de todos os valores de {
para os quais a série é convergente e denominamos raio de convergência à distância
entre o centro e a extremidade do intervalo convergência.

180
P
"
Exemplo 5.67. O raio e o intervalo de convergência da série {q é U = 1 e o intervalo
q=0
de convergência é dado por (1> 1).

Séries de funções majoráveis num intervalo


P
" P
"
De€nição 5.68. Seja xq ({) uma série de funções. Dizemos que xq ({) é ma-
q=0 q=0
P
"
jorável no intervalo [d> e] se existir uma série numérica convergente xq tal que |xq ({)| 
q=0
xq .
P
"
cos q{
Exemplo 5.69. Seja q2 +1
uma série de funções. Então essa série é majorável para
q=0
todo {.

Prova: Pela denição 5.68, devemos mostrar que existe uma série numérica
P
" ¯ q{ ¯
convergente xq tal que ¯ cos
q2 +1
¯ ? xq . Como |cos q{|  1 para todo q e todo {
q=1
podemos escrever
¯ cos q{ ¯
¯ 2 ¯ |cos q{|
 1
? 1
q +1 q2 +1 q2 +1 q2

1
P" 1
Portanto, tomando xq = q2
segue que existe a série s, 2
, convergente
q=1 q
¯ q{ ¯ P
"
tal que ¯ cos
q2 +1
¯? 1
q2
para todo q A 1. Logo, cos q{
q2 +1
é majorável.
q=0

P
"
Teorema 5.70. Seja xq ({) uma série de funções majorável no intervalo [d> e], então
q=0
P
"
xq ({) é absolutamente convergente em [d> e].
q=0

Demonstração: Uma série que satisfaz a denição 5.68, também satisfaz


as da denição 5.61 e, portanto, é absolutamente convergente.

Continuidade da soma de uma série de funções.

Sabemos do Cálculo que a soma de um número nito de funções cont´nuas é cont´nua.


Porém, se a soma for innita ela pode não ser cont´nua. Vejamos um exemplo.
µ 1 ¶
P
" 1
Exemplo 5.71. Considere a série { 2q+1 { 2q31 . Essa série não converge para
q=1
uma função cont´>nua.

181
Prova: Escrevemos a soma dos q  sulphlurv termos

³ 1 ´ ³ 1 ´ ³ 1 ´ µ 1 1

1 1
Vq ({) = { 3  { + { 5  { 3 + { 7  { 5 + ==== + { 2q+1  { 2q31
Eliminando os parênteses vem
1
Vq ({) = { + { 2q+1
Agora,
;
µ 1
¶ A? 1  { vh { A 0
A
lim Vq ({) = lim { + { 2q+1 = 0 vh { = 0
q<" q<" A
A
= 1  { vh { ? 0

Portanto, lim Vq ({) existe para todo { 5 R. Porém, a soma da série não é
q<"
uma função cont´nua.
O teorema que segue permite identicar as séries de funções que convergem
para funções cont´nuas.
P
"
Teorema 5.72. Seja xq ({) uma série de funções majorável no intervalo [d> e], então
q=0
a soma Vq ({) converge para uma função cont´>nua V ({) no intervalo [d> e].
P
"
1
Exemplo 5.73. A série de funções {q converge para a função V ({) = 13{
no inter-
q=0
valo (1> 1).

Integração de uma série de funções cont´>nuas

A integração de uma série de funções também exige cuidados. No Cálculo vimos que a
integral da soma nita de funções é igual a soma das integrais. Se a soma de funções
for innita, isso pode não ocorrer. As condições necessárias para integração da soma
innita de funções são dadas pelo teorema abaixo.
P
"
Teorema 5.74. Seja xq ({) uma série de funções cont´>nuas majorável no intervalo
q=0
[d> e] e seja V ({) a soma. Então, para [> ]  [d> e] vale a a€rmação
R R R R

V ({) g{ =  x1 ({) g{ +  x2 ({) g{ +  x3 ({) g{ + =========.
P
"
Exemplo 5.75. A série de funções cont´>nuas {q é majorável no intervalo (1> 1).
q=0
Assim, para qualquer [> ]  (1> 1) tem-se
R 1 R R R R
 13{
g{ =  g{ +  {g{ +  {2 g{ +  {3 g{ + =========.

182
Derivadas de uma série de funções cont´>nuas

No Cálculo vimos que a derivada da soma nita de funções é igual a soma das derivadas.
Se a soma de funções for innita, isso pode não ocorrer. As condições necessárias para
derivação da soma innita de funções são dadas pelo teorema a seguir.
P
"
Teorema 5.76. Seja xq ({) uma série de funções cont´>nuas majorável no intervalo
q=0
[d> e] que converge para a função V ({) no intervalo [d> e]. Então V 0 ({) = x00 ({)+x01 ({)+
x02 ({) + ===== + x0q ({) === se as seguintes condições estiverem satisfeitas:
l) As funções x0 ({), x1 ({), x2 ({), ....., xq ({) tem derivadas cont´>nuas;
ll) A soma x00 ({) + x01 ({) + x02 ({) + ===== + x0q ({) ===, é majorável.
P
" {q
Exemplo 5.77. A série de funções cont´>nuas é majorável no intervalo (1> 1).
q=1 q
Assim, para qualquer intervalo [> ]  (1> 1) :

{2 {3 {q
i) As funções x1 ({) = {, x2 ({) = , x3 ({) = ....., xq ({) = === tem derivadas
2 3 q
cont´>nuas;

ii) A soma 1 + { + {2 + {3 + {4 + =======+ {q ===é majorável no intervalo (1> 1).

Consequentemente, V 0 ({) = 1 + { + {2 + {3 + {4 + =======+ {q === = (ln |1  {|)0 .


A condição de que soma V 0 ({) = x00 ({) + x01 ({) + x02 ({) + ===== + x0q ({) ===,
seja majorável é extremamente importante. Caso não esteja satisfeita a derivação termo
a termo pode se tornar imposs´vel. Vejamos um exemplo.
P" vhq(q4 {)
Exemplo 5.78. Consideremos a série . Nesse exemplo, a soma in€nita
q=1 q2
das derivadas é diferente da derivada da soma da série.
¯ ¯
¯ vhq(q4 {) ¯
4
Prova: Como |vhq(q {)|  1 para todo q e todo { real, segue que ¯ ¯ ¯
q2 ¯
1
P vhq(q {)
" 4

q2
. Portanto, a série é uma série de funções cont´nuas majorável para todo
q=1 q2
{ real. Agora,

vhq{ vhq(24 {) vhq(34 {) vhq(44 {) vhq(q4 {)


V ({) = + + + + === + ===
12 22 32 42 q2
e
cos { 24 cos(24 {) 34 cos(34 {) 44 cos(44 {) q4 cos(q4 {)
V 0 ({) = + + + + === + ===
12 22 32 42 q2

183
ou

V 0 ({) = 12 cos { + 22 cos 24 { + 32 cos 34 { + 42 cos 44 { + === + q2 cos(q4 {) + ==

Para { = 0 temos

V 0 ({) = 12 cos 0 + 22 cos 0 + 32 cos 0 + 42 cos 0 + === + q2 cos 0 + ===

ou

V 0 ({) = 12 + 22 + 32 + 42 + === + q2 + ===

que é uma seqüência de somas divergente.

5.12. SÉRIE DE POTÊNCIAS

As séries de potências são séries de funções que aparecem com mais freqûencia nos
problemas de engenharia. Por isso deve-se dar atenção especial ao seu estudo.
P
"
De€nição 5.79. Denominamos série de potências a toda série escrita na forma fq {q ,
q=0
com coe€cientes constantes fq .

Observação 17. Para que os resultados anteriores possam ser usados sem mudanças
nas notações vamos admitir xq = fq {q para o caso das séries de potências.
P
"
Teorema 5.80. Se uma série de potências, fq {q , converge para um valor {0 não
q=0
nulo, então converge para todo |{| ? |{0 |.

P
"
De€nição 5.81. Seja uma série de potências, fq {q , que converge para um valor
q=0
{0 não nulo. Denominamos intervalo de convergência da série ao conjunto de todos os
pontos para os quais a série converge e raio de convergência U, à distância entre o centro
e a extremidade do intervalo de convergência.

Processo para determinar o intervalo e o raio de convergência de uma série


de potências
¯ ¯
¯ xq+1 ¯
Usam-se os critérios de convergência de D ’Alambert ou de Cauchy tomando lim ¯ ¯ ¯
q<" x ¯
¯¡s ¢q ¯ q
ou lim ¯ xq ¯ q
em que xq = fq { . Caso o limite exista valem as condições dos critérios
q<"
usados.

184
Em qualquer caso teremos
¯ ¯
¯ xq+1 ¯
lim ¯ ¯ = |{| O
q<" ¯ xq ¯

em que
O = lim fq
q<"

e, desse modo, o raio e o intervalo de convergência serão dados resolvendo a inequação

|{| O ? 1

1
i. |{| O ? 1 donde vem |{| ? O
ou seja U = O1 =

ii. Como pelo critério de D ’Alambert nada podemos armar se |{| O = 1, devemos
1
vericar se a série converge para { = O
e { =  O1 .

iii. Feita a vericação pode-se estabelecer o intervalo de convergência.


P
" 3q {q
Exemplo 5.82. Determinar o intervalo e o raio de convergência para a série q 2
.
q=0 5 (1 + q )

Solução:
¯ ¯Vamos aplicar o critério de D ’Alambert. Assim devemos primeiro
¯ xq+1 ¯
encontrar lim ¯¯ ¯.
q<" xq ¯
¯ ¯
¯ 3q+1 {q+1 ¯
¯ ¡ ¯
¯ ¯ ¯ 2¢ ¯ ¯ q q q ¯
¯ xq+1 ¯ ¯ 5q+1 1 + (q + 1) ¯ ¯ 5 3 3{ { (1 + q2 ) ¯
lim ¯ ¯ = lim ¯ ¯ = lim ¯¯ q ¯
q<" ¯ xq ¯ q<" ¯ 3q {q ¯ q<" 5 5 (q2 + 2q + 2) 3{q ¯
¯ ¯
¯ 5q (1 + q2 ) ¯

¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯
¯ xq+1 ¯ ¯ 3{ (1 + q2 ) ¯ ¯ 3 (1 + q2 ) ¯
lim ¯ ¯ ¯
= lim ¯ ¯ ¯
= lim |{| lim ¯ ¯ = |{| 3 =
q<" ¯ xq ¯ q<" 5 (q2 + 2q + 2) ¯ q<" q<" 5 (q2 + 2q + 2) ¯ 5

A série converge se |{| 35 ? 1 ou |{| ? 53 . Portanto, o raio de convergência é


5
U= 3

Na sequência devemos vericar se a série converge para { =  53 e { = 53 .

• Se { =  53 teremos a série
¡ ¢q
X "
3q  53 X
"
q 3q 5q X"
1
2
= (1) 2
= (1)q =
q=0
q
5 (1 + q ) q=0 q
5 (1 + q ) 3q
q=0
(1 + q2 )

185
Pelo critério de Leibnitz a série
X
"
1
(1)q
q=0
(1 + q2 )

é convergente.
P
" 3q {q
Logo, a série q (1 + q2 )
converge se { =  53 .
q=0 5
5
• Se { = 3
teremos a série
¡ ¢q
X"
3q 53 X
"
3q 5q X"
1
2
= 2
=
q=0
q q
5 (1 + q ) q=0 5 (1 + q ) 3q
q=0
(1 + q2 )
.

Usando o critério de comparação conclu´mos que a série


X
"
1
q=0
(1 + q2 )

é convergente.
P
" 3q {q 5
Logo, a série q 2
converge se { = 3
.
q=0 5 (1 + q )

P
" 3q {q 5
Conclusão: O raio de convergência da série q 2
é U = 3
e inter-
q=0 5 (1 + q )
valo é  53  {  53 .

Série de potências em termos de ({  d)


P
"
De€nição 5.83. Denominamos série de potências de ({  d) a série xq ({  d)q .
q=0

Para obter o raio e o intervalo de convergência das séries em ({  d) basta


P
"
fazer } = ({  d) e encontrar o intervalo de convergência para a série xq } q . Após
q=0
substitui } por ({  d) na inequação U ? } ? U.

P" 2 ({  5) q
Exemplo 5.84. Determinar o raio e o intervalo de convergência da série 2
.
q=0 q + 3

Solução: Seja } = ({  5). Então podemos escrever

X
"
2 ({  5) q X"
2} q
=
q=0
q2 + 3 q=0
q2 + 3

Usando o teorema de D’Alambert vem

186
¯ ¯
¯ 2} q+1 ¯
¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯
¯ xq+1 ¯ ¯ 2 ¯ ¯ (q2 + 3) 2} q+1 ¯
¯ (q + 1) + 3 ¯ ¯ ¯
lim ¯¯ ¯ = lim ¯
¯ q ¯ = lim ¯ ¡ 2 ¢ ¯
q<" xq q<" ¯ 2} ¯ q<" ¯ (q + 1) + 3 2} ¯ q
¯ ¯
¯ q2 + 3 ¯

¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯
¯ xq+1 ¯ ¯ (q2 + 3) 2} q } ¯ ¯ q2 + 3 ¯
lim ¯ ¯ ¯
= lim ¯ q 2 ¯ ¯
= lim |}| lim ¯ 2 ¯ = |}| =
q<" ¯ xq ¯ q<" 2} (q + 2q + 4) ¯ q<" q<" q + 2q + 4 ¯

A série converge se |{| ? 1. Portanto, o raio de convergência é U = 1


Na sequência devemos vericar se a série converge para { = 1 e { = 1.

• Se } = 1 teremos a série
X"
2} q X"
2 (1)q X
"
2
2
= 2
= (1)q 2
q=0
q + 3 q=0 q + 3 q=0
(q + 3)
.
P" 2
Pelo critério de Leibnitz a série (1)q 2 é convergente. Logo, a
q=0 (q + 3)
P" 2} q
série 2
converge se } = 1 .
q=0 q + 3

• Se { = 1 teremos a série
X"
2} q X
"
2(1)q X
"
2
2
= 2
= 2
q=0
q + 3 q=0 q + 3 q=0 (q + 3)
.
P
" 2
Usando o critério de comparação conclu´mos que a série é con-
q=0 (q2 + 3)
vergente. Logo, a série
X"
2} q
q=0
q2 + 3
converge se } = 1 .
P" 2} q
Conclusão: O raio de convergência da série 2
é U = 1 e intervalo é
q=0 q + 3
1  }  1.
Substituindo } por ({  5) em 1  }  1 obtemos

1  {  5  1

donde vem
4{6
P" 2 ({  5) q
que é o intervalo de convergência da série 2
.
q=0 q + 3

187
5.13. Séries de Taylor
P
"
Considere a função i ({) = Pretende-se encontrar uma série de potências xq ({  d)q
q=0
tal que
P
"
i ({) = xq ({  d)q . Em outras palavras queremos
q=0

i ({) = x0 + x1 ({  d) + x2 ({  d)2 + x3 ({  d)3 + x4 ({  d)4 + =======


(Taylor)
Assim, precisamos determinar os coecientes x0 , x1 , x2 , .....

• Primeiro determinamos x0 tomando { = d na função Taylor. Obtemos

i (d) = x0 + x1 (d  d) + x2 (d  d)2 + x3 (d  d)3 + x4 (d  d)4 + =


donde vem
i (d) = x0
.

• Determinamos a derivada da função Taylor e, na sequência i 0 (d) para obter x1 .


Temos

i 0 ({) = x1 + 2x2 ({  d) + 3x3 ({  d)2 + 4x4 ({  d)3 + =======

i 0 (d) = x1 + 2x2 (d  d) + 3x3 (d  d)2 + 4x4 (d  d)3 + =====


donde vem
i 0 (d) = x1 =

• Determinamos a terceira derivada da função Taylor e, na seqüência i” (d) para


obter x2 . Temos

i” ({) = 2x2 + 3 · 2x3 ({  d) + 4 · 3x4 ({  d)2 + 5 · 4x5 ({  d)3 =======


i” (d) = 2x2 + 3 · 2x3 (d  d) + 4 · 3x4 (d  d)2 + 5 · 4x5 (d  d)3 =======
donde vem
i” (d)
i” (d) = 2x2 r ou x2 =
2!
.

188
• Determinamos a segunda derivada da função Taylor e, na seqüência i 3 (d) para
obter x3 . Temos

i 3 ({) = 3 · 2x3 + 4 · 3 · 2x4 ({  d) + 5 · 4 · 3x5 ({  d)2 ======


i 3 (d) = 3 · 2x3 + 4 · 3 · 2x4 (d  d) + 5 · 4 · 3x5 (d  d)2 ====
donde vem
i 3 (d)
i 3 (d) = 3 · 2x3 ou x3 = =
3!
i q (d)
• Prosseguindo dessa forma encontraremos xq = q!
de modo que podemos escr-
ever a série de Taylor como segue

i ” (d) i 3 (d) i q (d)


i ({) = i (d)+i 0 (d) ({  d)+ ({  d)2 + ({  d)3 +====+ ({  d)q +===
2! 3! q!
ou

X
"
i q (d)
i ({) = ({  d)q =
q=0
q!
Exemplo 5.85. Desenvolver em série de Taylor a função i ({) = vhq{.

Solução: Primeiro vamos determinar as derivadas de todas as ordens de


i ({) = vhq{ no ponto d. Temos

i (d) = vhqd i 0 (d) = cos d i ” (d) = vhqd

i 3 (d) =  cos d i 4 (d) = vhqd i 5 (d) = cos d

Substituimos na fórmula
i ” (d) i 3 (d) i q (d)
i ({) = i (d) + i 0 (d) ({  d) + ({  d)2 + ({  d)3 + ==== + ({  d)q ====
2! 3! q!
vhqd cos d vhqd
vhq{ = vhqd + cos d ({  d)  ({  d)2  ({  d)3 + ({  d)4 ====
2! 3! 4!
Esta série pode ser reescrita separando os termos em seno do termos em
coseno
³ vhqd vhqd ´ ³ cos d ´
vhq{ = vhqd  ({  d)2 + ({  d)4 ==== + cos d ({  d)  ({  d)3 + ====
2! 4! 3!
escrevendo em forma de somatório vem
X"
vhqd X"
cos d
vhq{ = (1)q ({  d)2q + (1)q ({  d)2q+1
q=0
2q! q=0
(2q + 1)!

189
5.14. Série de Maclaurin

Colin Maclaurin (1698 - 1746) foi um matematico escocês. Para obter o desenvolvimento
de uma função em série de Maclaurin basta tomar d = 0 na série de Taylor. Desse modo
temos
i ”(0) 2 i 3 (0) 3 i q (0) q
i ({) = i (0) + i 0 (0) { + 2!
{ + 3!
{ ==== + q!
{ ====

Exemplo 5.86. Desenvolver em série de Maclaurin a função i ({) = vhq{.

Solução: No exemplo 5.85 desenvolvemos i ({) = vhq{ em série de Taylor.


Fazendo d = 0 vem

µ ¶ µ ¶
vhq0 2 vhq0 4 cos 0 3
vhq{ = vhq0  ({  0) + ({  0) ==== + cos 0 ({  0)  ({  0) + ====
2! 4! 3!

{3 {5 {7 {9
vhq{ = {  +  + ====
3! 5! 7! 9!
=

X
"
{2q+1
vhq{ = (1)q =
q=0
(2q + 1)!

Uma
³  ´aplicação dessa série pode ser feita para determinar, por exemplo, o
valor do vhq
6
³  ´3 ³  ´5 ³  ´7 ³  ´9
  1
vhq =  6 + 6  6 + 6 ===== = .
6 6 3! 5! 7! 9! 2

R vhq{
Exemplo 5.87. Desenvolver em série de funções {
g{=

Solução: Usaremos os resultado do exemplo 5.86. Vimos no teorema 5.74


que uma série de funções cont´nuas majorável, a integral da soma é igual a soma das
{3 {5 {7 {9
integrais. A série vhq{ = {  +  + =====, é majorável para todo {.
3! 5! 7! 9!

190
vhq{ {2 {4 {6
• Primeiro dividimos cada termo do exemplo 5.86 por { = 1 +  +
{ 3! 5! 7!

{8
=====
9!

• Integramos a série termo a termo

Z Z Z Z Z Z
vhq{ {2 {4 {6 {8
g{ = g{  g{ + g{  g{ + g{=====
{ 3! 5! 7! 9!

donde vem
Z X "
vhq{ {3 {5 {7 {9 {2q+1
g{ = {  + 5 + ====== = (1)q =
{ 3!3 5!5 7!7 9!9 q=0
(2q + 1)! (2q + 1)

que é o resultado nal.

Exemplo 5.88. Use séries para provar que o limite de lim sin{{3{
3 = 31
6
{<0

Resolução
j(d) = sin(d)
j 1 (d) = cos(d)
j 2 (d) =  sin(d)
j 3 (d) =  cos(d)
j 4 (d) = sin(d)
em Maclaurin temos:
{3 {5 {7 {9 2q+1
sin { = {  3!
+ 5!
 7!
+ 9!
+ ===== + (1)q {2q+1

sin {3{
{3
= sin{3
{
 {3
1

2 {4 {6
lim sin {3{
3 =  3!1 + {5!  7!
+ 9!
+ ==== =  16
{<" {

vhq2{
Exemplo 5.89. Desenvolver em série de Mclaurin a função i({) = {

191
Anteriormente, vimos que por série de Maclaurin,
{3 {5 {7 {9 {2q+1
sin { = { +  + + ===== + (1)q
3! 5! 7! 9! 2q + 1
(2{)3 (2{)5 (2{)7 (2{)9 (2{)2q+1
sin 2{ = 2{  +  + + ===== + (1)q
3! 5! 7! 9! 2q + 1
3 3 5 5 7 7 9 9 2q+1 2q+1
2{ 2{ 2{ 2{ 2 {
sin 2{ = 2{  +  + + ===== + (1)q
3! 5! 7! 9! 2q + 1
X"
(1)q 22q+1 ({)2q+1
sin 2{ =
q=0
(2q + 1)!

portanto para

vhq2{ X (1)q 22q+1 ({)2q+1 X (1)q 22q+1 ({)2q


" "
i ({) = = =
{ q=0
(2q + 1)!{ q=0
(2q + 1)!

5.15. Fórmula geral do binômio de Newton

Suponhamos que o interesse é o desenvolvimento do binômio (d + e)q para q inteiro


positivo. Do desenvolvimento geral do binômino de Newton vem:

(d + e)q = Fq0 dq + Fq1 dq31 e + Fq2 dq32 e2 + === + Fqn dq3n en + ===== + Fqq eq .

q! q(q31)(q32)=====(q3(n31))(q3n)! q(q31)(q32)=====(q3(n31))
Como Fqn = n!(q3n)!
= n!(q3n)!
= n!
podemos escrever
q(q31) q32 2
(d + e)q = dq + qdq31 e + 2!
d e + === + q(q31)(q32)=====(q3(n31)) q3n n
n!
d e +
q
===== + e .

Tomando d = 1 e e = { vem
q(q31) 2
(1 + {)q = 1 + q{ + 2!
{ + === + q(q31)(q32)=====(q3(n31)) n
n!
{ + ==== + {q .

Porém, se q não for um inteiro positivo ou zero, é conveniente desenvolver o


binômio (1 + {)q em série de Maclaurin. Desse modo teremos

q (q  1) 2 q (q  1) (q  2) 3
(1 + {)q = 1 + q{ + { + { + === + (5.1)
2! 3!
q (q  1) (q  2) =====(q  n + 1) n
+ { + ==== (5.2)
n!

192
Esta série é chamada série binomial e como o leitor poderá vericar através do critério de
D ’Alambert é absolutamente convergente para todo { tal que |{| ? 1. Pode ser provado

que esse desenvolvimento é verdadeiro para todo q. A prova pode ser encontrada nos
livros citados na bibliograa. Escrevendo em forma de somatório vem para todo q.
P
" q (q  1) (q  2) =====(q  n + 1)
(1 + {)q = 1 + {n se |{| ? 1.
q=0 n!
1
Exemplo 5.90. Desenvolver em série de funções a função i ({) = 1+{
.

Solução: Temos
1
i ({) = = (1 + {)31
1+{
Portanto, basta substituir q = 1 na fórmula??. Assim,

1 1 (1  1) 2 1 (1  1) (1  2) 3


= 1 + (1) { + { + { + ==
1+{ 2! 3!

1 (1  1) (1  2) =====(1  n + 1) n


+ { + ====
n!

1 2 6 3 1 (1  1) (1  2) =====(1  n + 1) n


= 1  { + {2 + { + === + { + ====
1+{ 2! 3! n!

1 X "
= 1  { + {2  {3 + {4 =========== = (1)q {q =
1+{ q=0

ln({+1)
Exemplo 5.91. Expresse como uma série de potência em { a função i({) = {

1
Vamos analisar inicialmente a função ln({ + 1)= A derivada de ln({ + 1) é {+1

1 1 (1  1) 2 1 (1  1) (1  2) 3


= 1 + (1) { + { + { +=
1+{ 2! 3!
1 2 6 3 1 (1  1) (1  2) =====(1  n + 1) n
= 1{+ {2 + { +===+ { +
1+{ 2! 3! n!
====
1 X"
2 3 4
= 1  { + {  { + { =========== = (1)q {q , portanto se queremos
1+{ q=0
ln({ + 1) devemos integrar os membros da equação:

193
X" Z
R 1
g{ = (1)q {q g{
1+{ q=0
R 1 {q+1
g{ = (1)q
1+{ q+1
ln({+1)
Como queremos i({) = {
, temos:
q+1
ln({ + 1) (1)q {q+1 {q
= = (1)q
{ { q+1

Exemplo 5.92. Desenvolver em série de funções a função i ({) = I1 .


1+{

Solução: Temos
1 1
i ({) = s = (1 + {)3 2
1+{

Portanto, basta substituir q =  12 na fórmula??. Assim,

µ ¶ ¡ ¢ ¡ ¢¡ ¢
1 1  12 31
2
 1 2  12  12  1  12  2 3
s =1+  {+ { + { + ===+
1+{ 2 2! 3!

¡ ¢¡ ¢
 12  12  1  12  2 =====( 12  n + 1) n
+ { + ====
n!

donde vem
µ ¶ µ ¶µ ¶
1 3 1 3 5
    
1 1 2 2 2 2 2 2 3
s =1 {+ { + { + ===+
1+{ 2 2! 3!

µ ¶µ ¶
1 3 5 1  2n
   =====( )
2 2 2 2
+ {n + ===
n!

resultando em

1 1 1·3 1·3·5 3 1 · 3 · 5 · ====== · (2q  1) q


s = 1  { + 2 {2  3 { + ==== + (1)q { ====
1+{ 2 2 2! 2 3! 2q q!

1
Exemplo 5.93. Desenvolver em série de funções a função i ({) = s .
1  {2

194
Solução: Podemos aproveitar o resultado do exemplo 5.92. Basta substituir
{ no exemplo 5.92 por ({2 ). Teremos então

1 1 ¡ 2 ¢ 1 · 3 ¡ 2 ¢2 1 · 3 · 5 ¡ 2 ¢3
p =1 { + 2 {  3 { + ===+
2
1 + ({ ) 2 2 2! 2 3!

1 · 3 · 5 · · (2q  1) ¡ 2 ¢q
+ (1)q { ===
2q q!

1 1 1·3 1·3·5 6 1 · 3 · 5 · === · (2q  1) 2q


s
2
= 1 + {2 + 2 {4 + 3 { + === + { ===
1{ 2 2 2! 2 3! 2q q!

Exemplo 5.94. Desenvolver em séries de funções a função i ({) = dufvhq{.

Solução: Vimos no teorema 5.74 que uma série de funções cont´nuas ma-
jorável, a integral da soma é igual a soma das integrais. Sendo a derivada da função
1
i ({) = dufvhq{ igual a i 0 ({) = s podemos aproveitar o resultado do exemplo
1  {2
5.93, isto é

Z Z Z Z Z
g{ 1 2 1·3 4 1·3·5
s = g{ + { g{ + 2 { g{ + 3 {6 + ===+
1  {2 2 2 2! 2 3!

Z
1 · 3 · 5 · === · (2q  1)
+ {2q g{===
2q q!
resultando em

1 3 1·3 1·3·5 7 1 · 3 · 5 · === · (2q  1) 2q+1


dufvhq{ = { + { + 2 {5 + 3 { + === + { ===
23 2 2!5 2 3!7 2q q! (2q + 1)
ou

X
"
1 · 3 · 5 · === · (2q  1)
dufvhq{ = { + {2q+1 =
q=1
2q q! (2q + 1)

195
5.16. Exerc´>cios Gerais

1. Usando séries, determine o valor de

cos 2{ + 2{2  1
lim
{<0 {4
R
2. Usando Maclaurin determine o valor de {2 ln({ + 1)g{
P
"
4
3. Encontre o termo geral da soma da série 4q2 31
e verique se ela é convergente.
q=1

4. Encontre a soma da série


P
" P
" P
"
d) ( 15 )q e) 5
(5q+2)(5q+7)
f) 1 I
 Iq+1+ q
q=1 q=1 q=1

X"
2q ({32)q
5. Encontre o raio e o dom´nio de convergência da série: (5)q (1+q2 )
q=0

4
6. Determine o intervalo de convergência que representa a série i ({) = {2
R
7. Usando séries de Maclaurin, prove que a fr{g{ = sin { + n

8. Use o teste de comparação para decidir se as séries abaixo são convergentes


P
"
1
P
" I
q P
"
2+cos q
P
" I
q
d) q3 q e) 2
q +1
f) q2 g) q+4
q=1 q=1 q=1 q=1
P
"
1+2q
P
"
q+ln q
P
"
qs
h) 1+3q
i) q3 +1 (q31)q(q+1)
q=1 q=1 q=2

9. Use o teste da integral para decidir se as séries são convergentes


P
"
1
P" P
"
d) e) I1 f) dufwjq
4q+7 q q2 +1 q2 +1
q=1 q=1 q=1

10. Use o teste de D ’alambert para decidir se as séries são convergentes


P
"
3q+1
P
"
3q
P
"
q!
P"
2q31
d) 2q
e) q2 +2
f) (q+2)3
g) 5q (q+1)
q=1 q=1 q=1 q=1

11. Determine se a série é absolutamente ou condicionalmente convergente


P
" P
" P
"
d) (1)q31 12 e) (1)q31 (q(2q35)
q +3)2q 4
q f) (1)q31 qhq
q=1 q3 q=1 q=1
P
"
q31 q
P
"
q31 q
g) (1) q2 +1
h) (1) q3 +3
q=1 q=1

12. Encontre o raio e o dom´nio de convergência das séries


P
"
q({35)q P
"
(qq +3)({+2)q P
" 4
q ({31)q
d) q2 +1
e) (2q35)q
f) hq
q=0 q=0 q=0
P
"
2q ({+1)q P
"
q({31)2q P
"
(1)q 1=3=5=7===(2q31){
q
g) q2 +1
h) q3 +3
h) 3=6=9=====3q
q=0 q=0 q=0

196
13. Desenvolver em série de Taylor e Mclaurin as funções
2
d)i({) = vhq2{ e)i ({) = {2 vhq2{ f)i ({) = h3{ g)i ({) = h3{
vhq{ cos {
h)i({) = cos 2{ j)i({) = {
k)i({) = {2

14. Desenvolver em série de Mclaurin as funções

1 I1 1 I 1
d)i({) = 1+{ e)i({) = 1+{
f)i ({) = 1+{2
g)i({) = 13{2
R vhq{ R 3{2
R ln(1+{)
h)i({) = {
g{ j)i({) = h k)i({) = {
l)i({) = ln 1+{
13{
s
3
m)i({) = dufvhq{ o)i ({) = arccos { q)i ({) = dufwdj{ r)i({) = 1+{

197

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