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Duração:
120 MINUTOS (90 minutos + tolerância de 30 minutos)
Nome: N.o:
Data: / / Avaliação:
Cotação
GRUPO I
Para responderes aos itens deste grupo, ouve um texto que apresenta os resultados de um inquérito de satisfação
feito aos lisboetas.
Áudio
1 Para responderes a cada item (1.1. a 1.4.), assinala com X a opção adequada ao sentido do texto.
3 pontos 1.1. O inquérito realizado procura identificar a forma como os lisboetas veem a cidade
3 pontos 1.3. O resultado da satisfação relativamente aos transportes públicos causa alguma estranheza porque
GRUPO II
TEXTO A
Lê o texto e as notas.
A sinalização de trânsito surgiu com o objetivo de ordenar a circulação de viaturas e evitar conflitos nas vias
públicas. É frequente assistir-se a conflitos de trânsito devido a situações provocadas por condutores descuidados
ou por falta de respeito para com os restantes condutores ou, ainda, por situações provocadas por mau planea-
5 mento das dimensões das vias ou ordenamento deficiente do trânsito. Mas não se pense que esta situação é um
exclusivo da era moderna do automóvel. Se recuarmos ao tempo das carroças puxadas por cavalos, é possível
atestar a existência de conflitos entre condutores.
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Cotação
Precisamente na rua do Salvador em Alfama já existia um “ponto negro” onde era frequente assistir a “esca-
ramuças” entre condutores de carroça que se cruzavam. Como a via constitui uma rampa estreita, os cocheiros
10 que desciam e os que subiam procuravam disputar de forma acesa entre si a prioridade, uma vez que era difícil
o cruzamento de duas carroças. Os conflitos muitas vezes conduziam a duelos e lutas. Para colocar uma certa
ordem nesta estreita rua, o rei D. Pedro II mandou colocar em 1686 uma placa que estabelecia a prioridade para
as viaturas que subiam em detrimento das que desciam. É ainda hoje possível observar este raro sinal de trânsito
escrito em pedra calcária na fachada da parede de um edifício.
15 Trata-se do testemunho mais antigo de um sinal de trânsito na cidade de Lisboa. Escusado será dizer que o
seu formato é rudimentar e pouco prático, uma vez que recorre ao texto escrito para estabelecer uma regra, uma
situação que obriga à paragem do condutor para poder ler e interpretar a mensagem antes de poder avançar. Hoje
os sinais de trânsito evoluíram e recorrem a imagens, códigos e formas geométricas para uma rápida e fácil inter-
pretação da mensagem, sem necessidade de paragem.
20 Na Lisboa do séc. XVII, o grande sismo ainda não tinha vindo obrigar à “requalificação” forçada da cidade.
Pelo emaranhado de ruelas medievais circulavam cada vez mais veículos, numa cidade fervilhante de atividade
comercial. Os frente a frente entre coches e liteiras eram frequentes, e dava muito trabalho ter de recuar – lacaios
e até mesmo os amos tentavam resolver o assunto de forma diplomática: insultos e pancadaria!
D. Pedro II reinava e, como quem manda pode, ordenou que os juízes prendessem todos “quantos disputassem
25 sobre avanço ou recuo de carruagens”. É neste contexto que surgiu a placa, que hoje se encontra na parede de um
prédio na rua do Salvador e que reza assim:
“ANO DE 1686. SUA MAJESTADE ORDENA QUE OS COCHES, SEGES2 E LITEIRAS, QUE VIEREM DA
PORTARIA DE SÃO SALVADOR, RECUEM PARA A MESMA PARTE”.
Ou seja, quem viesse de cima perdia a prioridade em relação a quem subisse. Outras houve, similares, na cal-
30 çada de São Vicente, São Tomé, largo de Santa Luzia… Só esta inscrição em pedra chegou aos nossos dias, mas
chegaram a existir vinte e quatro sinais deste tipo, em Lisboa.
https://www.vortexmag.net/tem-quase-350-anos-e-e-o-sinal-de-transito-mais-antigo-de-lisboa/
(texto com adaptações, consultado em agosto de 2018).
Notas:
1
liteira: antigo veículo sem rodas, transportado por homens ou por animais;
2
sege: carruagem antiga, com duas rodas e um só assento.
5 pontos 1 Assinala com X a opção que constitui uma síntese do assunto do texto apresentado nos dois primeiros pará-
grafos.
(A) A sinalização de trânsito visa regular a circulação e as discórdias. Estas existem desde há muito, como
o comprova a rua do Salvador, que, por ser muito estreita, motivava os conflitos. Então, D. Pedro II
decretou-os ilegais, mandando aí colocar uma placa, em 1686.
(B) A sinalização de trânsito visa regular a circulação em alguns locais difíceis. Os problemas de circulação
existem desde há muito na rua do Salvador, por ser muito estreita. Então, D. Pedro II mandou aí colocar
uma placa, em 1686, que é respeitada até hoje.
(C) A sinalização de trânsito visa regular a circulação e as discórdias. Estas existem desde há muito, como
o comprova a rua do Salvador, que, por ser muito estreita, motivava os conflitos. Então, D. Pedro II
mandou aí colocar uma placa, em 1686.
(D) A falta de respeito entre condutores existe desde há muito, como o comprova a rua do Salvador, que,
por ser muito estreita, motivava os conflitos. D. Pedro II colocou aí uma placa e acabou com os conflitos
e com os duelos.
Prova-modelo 1
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Cotação
2 Para cada item (2.1. a 2.3.), assinala com X a opção que completa cada afirmação, de acordo com o texto.
3 pontos 2.1. A expressão “testemunho mais antigo de um sinal de trânsito na cidade de Lisboa” (l. 15) significa que
a placa
(A) foi o primeiro sinal de trânsito da cidade.
3 pontos 2.3. A placa da rua do Salvador determinava que os primeiros veículos a passar eram os que
TEXTO B
Lê o texto e as notas.
Cotação
Resultado: no primeiro semáforo já não tenho trocos. No segundo não tenho casaco. No terceiro não tenho
sapatos. No quinto estou nu. No sexto dei o Volkswagen. No sétimo aguardo que a luz passe a encarnado para
assaltar por meu turno, de mistura com uma multidão de bombeiros, de estudantes, de drogados e de microce-
25 fálicos o primeiro automóvel que aparece. Em média mudo cinco vezes de vestimenta e de carro até chegar ao
meu destino, e quando chego, ao volante de um camião TIR, a dançar numas calças enormes, os meus amigos
queixam-se de eu não ser pontual.
António Lobo Antunes, Livro de crónicas, 2.a ed., Lisboa,
Publicações Dom Quixote, 1999, pp. 21-22.
Notas:
1
perfídia: deslealdade, maldade;
2
inverosímil: que não parece verdadeiro;
3
casta: espécie, raça;
4
aleijão: pessoa com alguma deficiência.
4 Indica um aspeto comum e um aspeto diferente nas pessoas que se aproximam do carro quando este para
5 pontos nos semáforos.
5 Para cada item (5.1. e 5.2.), assinala com X a opção que completa cada afirmação, de acordo com o texto.
5.1. Para o cronista, o principal problema de andar de táxi tem a ver com
3 pontos
(A) os objetos que os taxistas expõem.
5.2. A enumeração das “criaturas” que se aproximam do carro (l. 12) visa criticar o facto de
3 pontos
(A) os semáforos provocarem todo o tipo de doenças.
6 O último parágrafo apresenta várias consequências dos semáforos que são fruto da imaginação do cronista.
6 pontos Apresenta três dessas consequências.
Prova-modelo 1
204
Cotação
4 pontos 7 Associa cada excerto da coluna A ao recurso expressivo da coluna B. Escreve em cada quadrado da coluna A
a letra correspondente da coluna B.
COLUNA A COLUNA B
“travo ou acelero? travo ou acelero? travo ou acelero?” (ll. 2-3) (A) metáfora
(B) anáfora
“sinais de náufrago” (l. 6)
(C) repetição
“a rapaziada da heroína que não conseguiu roubar nenhum leitor
de cassetes nesse dia” (ll. 20-21) (D) enumeração
“no primeiro semáforo já não tenho trocos. No segundo não tenho (E) comparação
casaco. No terceiro não tenho sapatos” (ll. 22-23) (F) ironia
TEXTO C
Lê as estâncias 34 e 35 do Consílio dos Deuses (Os Lusíadas, Canto I) e as notas.
GRUPO III
Cotação
3 pontos 2 Associa cada palavra sublinhada na coluna A à sua classe/subclasse na coluna B. Escreve em cada quadrado da
coluna A a letra correspondente da coluna B.
COLUNA A COLUNA B
6 pontos 3 Completa as frases com as formas dos verbos nos tempos e modos indicados entre parênteses.
a) (haver, pretérito imperfeito do indicativo) quem o considerasse culpado.
b) Entre as pessoas encontrava-se quem (ser, pretérito imperfeito do conjuntivo) prestável.
c) Todos (trazer, pretérito perfeito do indicativo) algo para ajudar.
d) Todos os dias ele nos pede que (pôr, presente do conjuntivo) as chaves na mesa.
e) Eu gostava que eles (ficar, pretérito mais-que-perfeito composto do conjuntivo) connosco.
f) Eles perguntaram se eu (chegar, pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo) cedo.
3 pontos 4 Assinala com X a opção que corresponde à função sintática comum a todas as expressões sublinhadas nas frases.
Os semáforos continuavam problemáticos.
O amarelo parecia verde à distância.
Os semáforos ficavam ao fundo da rua.
3 pontos 5 Reescreve a frase, substituindo as expressões sublinhadas pela forma adequada do pronome pessoal.
Para a semana, os escuteiros venderão rifas aos condutores perto dos semáforos.
GRUPO IV
25 pontos Os problemas relacionados com a condução são vividos todos os dias por milhares de pessoas pelo mundo
inteiro.
Do teu ponto de vista, o cidadão comum tem alguma responsabilidade no que acontece ou está tudo relacio-
nado com o mau planeamento das cidades?
Escreve um texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de 160 e um máximo de 260 palavras, em que
defendas o teu ponto de vista.
O teu texto deve incluir:
− a apresentação do teu ponto de vista;
− a explicitação de, pelo menos, duas razões que justifiquem o teu ponto de vista;
− uma breve conclusão.
Soluções
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estava uma ilha verdejante com cascatas de água límpida que caiam do sangue” (l. 4) e um senhor envolvido no acidente “saiu da furgoneta a
alto de arribas gigantescas. Era este o seu monstro e eram estas as suas chamar-me Seu camelo” (ll. 4-5), “de chave-inglesa na mão” (l. 4).
águas ferventes! Tudo não passara de uma miragem e de muito medo
à mistura. GRUPO III
Naquela ilha, João foi muito bem-recebido pelos nativos e, assim 1. (A), (C), (E)
que recuperou forças, voltou para junto dos seus colegas para lhes con-
2. (B), (C), (A), (C), (B)
tar a grande aventura que tinha vivido e a descoberta que fizera graças
à sua coragem de português destemido. 3. a) Havia; b) fosse; c) trouxeram; d) ponhamos; e) tivessem ficado;
[321 palavras] f) tinha chegado