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RESENHA CRÍTICA

ARANHA, Maria Lúcia A. História da Educação e da Pedagogia – Geral e do Brasil.


3.ed. São Paulo: Moderna, 2006. 384p.
CAMBI, Franco. História da pedagogia. São Paulo, Ed. Unesp, 1999.
PAIDÉIA
A educação serve de muito para nos tornar conscientes e viver em sociedade,
e isso é importante ainda hoje, antigas civilizações perceberam o quão isso era
relevante, e se referindo a Grécia, de um modo elitista, começara a sistematizar-se ,
oferecendo um dogma mais intelectual a seus indivíduos, para que esses pudessem
dar prosseguimento ao desenvolvimento grego. No período helenístico, onde há
difusão da cultura grega entre outras, se faz a criação de um local voltado a educar.
Quando vemos obras como a de CAMBI (1999), ele relata como era a vida
social de entre gregos e egípcios, onde vai existindo cada vez mais um aspecto
cultural e administrativo. Escolas ora estatais ora particulares, que vai acolhendo as
classes mais favorecidas, dando-lhes instruções básicas, voltado quase
exclusivamente ao retórico-literario, do bem falar e do bem escrever.
Dentro de todo um contexto social vai se moldando a imagem de um tutor
educacional, vendo sua necessidade e importância. Outros autores, como Aranha ,
fizeram mesmas observações de como surge o papel de um indivíduo voltado a
educação. Ainda para CAMBI, Igualmente significativa é a figura do pedagogo, já um
acompanhante -na Grécia -da criança, que a controla e estimula; figura que se
transforma e se enfatiza no mundo mediterrâneo com a experiência dos "mestres de
verdade" (diretores da vida espiritual e mestres de almas, verdadeiros protagonistas
da formação juvenil, basta pensar em Sócrates), mas que se enriquece também com
a experiência dos profetas hebraicos que são os educadores do povo, a voz educativa
de Deus.
Começa assim a pedagogia voltada a formação humana, através do contato
orgânico com a cultura, organizada em curso de estudos, com o centro dedicado aos
studia humanitatis, que amadurece por intermédio da reflexão estética e filosófica e
encontra na pedagogia -na teorização da educação subtraída à influência única do
costume -seu próprio guia.
A Grécia antes de fundamentar seus ideais educativos na Paidéia, era baseada
na arete, termo encontrado nos poemas homéricos, onde diz respeito ao corpo físico
e moral, mas, era algo intrínseco para cada indivíduo , é a partir do século V a.C., que
é visto uma importância maior sobre o ser cidadão. A importância dada para a
formação integral do indivíduo, resultou no que viera ser conhecido como Paidéia ,
termo cunhado por volta do século V a.C., mas desde então já exprimia a ideia de
formação aos gregos. Em um significado voltado a sua origem significava apenas
educação dos meninos (pais, paidós, “criança”).
Em diferentes obras, sempre encontramos as mesmas duas antigas cidades
gregas, Esparta e Atenas, em que essas deram vida a dois ideais de educação: um
baseado no conformismo e no estatismo, outro na concepção de Paidéia, de formação
humana livre e nutrida de experiências diversas, sociais, mas também culturais e
antropológicas. Enquanto Esparta se fundamentava na formação do corpo, buscando
o exército ideal, Atenas buscava algo voltado ao intelecto, e a Paideia se fez para ela
como a vertente mais provável a seguir.
A educação ateniense evolui e se torna superior a espartana, para CAMBI era
uma formação que inspira o processo educativo e o lugar que nela ocupa a cultura
literária e musical, desprovida de valor prático mas de grande importância espiritual,
ligada ao crescimento da personalidade e humanidade elo jovem. Vemos agora como
é descoberto a Paidéia ateniense, que virera a ser também toda a cultua grega.
No curso dos séculos V-IV a. C., Atenas agora com sua hegemonia sobre a
Grécia, tem que enfrentar uma drástica mudança que ocorre na sociedade grega, o
aparecimento de outros grupos sociais, que tem uma relação já com a democracia,
tem-se agora uma cultura mais crítica , e que vão questionar desde a religião aos
ideais vigentes.
Esparta procurou não se aprimorar intelectualmente como fizera sua vizinha
Atenas, logo acabou não se evoluindo socialmente apesar de ter bons exércitos , mas,
assim perde em poder para sua rival. Atenas por sua vez, começa a dominar nos
quesitos educacionais, porém conforme a sociedade começa a pensar , mais
problemas aparece já que tornam-se críticos de toda a sistematização do Governo.
Acarretando a um possível problema, entra então os sofistas, para que o homem
aprenda a lidar com seus problemas.
Os sofistas tem papel fundamental para entender a Paideia, quando buscam
conciliar o homem com seus problemas. Conforme a sociedade grega evolui, a
paidéia recebe um desenvolvimento extremamente complexo, articulando-se numa
série de modelos que refletem tanto a intensa problemática da noção quanto as
diversas perspectivas segundo as quais pode desenvolver-se. Agora já é visto a
formação humana como algo essencial, e com isso dar-se prosseguimento em difundir
o conhecimento a diante.
O pluralismo dos modelos vem enfatizar o papel da Paidéia e a riqueza da
noção, confirmando-a como o centro teórico da elaboração pedagógica da
Antiguidade, que tem no seu centro a experiência grega, e no centro desta está o
período dos séculos V e IV. Estamos diante da Paidéia dos filósofos que, entretanto,
não elimina a dos médicos, como antes a dos trágicos, dando lugar a um leque
bastante complexo e variado de modelos, os quais sublinham este aspecto de acmé
atingido nos dois séculos da maturidade grega. Agora já não se tem apenas uma ideia
de Paidéia , mas sim diferentes linhas de pensamentos, onde filósofos buscavam
mostrar onde devia melhorar, e assim criar sua própria definição de Paidéia.
A Paidéia de Sócrates é problemática e aberta; mas fixa o itinerário e a
estruturado processo com as escolhas que o sujeito deve realizar; consigna um
modelo de formação dinâmico e dramático, mas ao mesmo tempo individual e
universal.
Platão fixa em seu pensamento dois tipos de Paidéia, uma -mais socrática -,
ligada à formação da alma individual, outra -mais política -, ligada aos papéis sociais
dos indivíduos, distintos quanto às qualidades intrínsecas da sua natureza que os
destinam a uma ou outra classe social e política.
A Paidéia isocrática tem seu centro na palavra, é uma Paidéia do Logos como
palavra criadora de cultura, colocando o sujeito em posição de autonomia, mas
sempre como interlocutor da cidade, na qual e pela qual desenvolve uma subjetividade
mais rica de humanidade.
Aristóteles tem uma Paidéia que um pouco a correção empírica do grande e
ousado modelo platônico, mas de maneira nenhuma uma refutação e um modelo
alternativo. Entre os dois modelos há mais continuidade do que oposição ou diferença.
Quando analisamos obras, não só como as de CAMBI, mas como as de
ARANHA ou MANACORDA, enxergamos o quão evoluiu os conceitos de Paidéia ,
visto que começa apenas como uma ideia, e após os atenienses adotarem e
conseguirem evoluir com essa socialmente, tem-se uma pesquisa maior na área,
crescendo assim diferentes vertentes do que é ser paideia, embora a platônica seja a
que mais agrada ao conhecer.
Para CAMBI , com a tomada de Roma sobre Grécia, nasce então a Paidéia
romana, em particular, também em Roma penetra a grande categoria-princípio da
pedagogia grega, aquela noção e ideal de Paidéia , de formação humana pela cultura,
que produz uma expansão e uma sofisticação, bem como uma universalização das
características próprias do homem.
A Paidéia de Platão, de Isócrates, de Aristóteles e das posteriores escolas
helenísticas vem radicar-se também na cultura pedagógica romana, sobretudo por
obra do grande mediador entre estas duas civilizações -a grega e a romana -que foi
Cícero.
O cristianismo é o portador de uma nova paidéia, embora devedora da antiga.
Segundo Orígenes, ‘Cristo era o grande Mestre’ que indicava uma ‘paidéia do gênero
humano’, mas isso implicava uma estreita colaboração entre cultura grega e
cristianismo: de modo que o cristianismo se nutrisse daquela cultura e a superasse.
Então com a paideia romana , foi difundida mais uma vez, vindo até se tornar a
educação de hoje. Quando vai para a roma, muda um pouco de ideal, uma vez que
se encontra dentro do catolicismo, e para evitar cometer heresias contra a igreja,
houve algumas adaptações, já que quando sai dos gregos, com uma característica
mais politeísta. E de séculos veio se adaptando, até possuirmos modelos de ensino
mais flexíveis, e que pudessem ser praticado por mais pessoas. A forma como os
autores abordaram é interessante, embora, ainda fica a necessidade por um contexto
atual.
Portanto, se foi de grande relevância toda essa mecanização, já que graças a
certos avanços podemos ter nossa organização social. Tudo isso partiu da educação,
até entendermos como era viver de forma harmoniosa em conjunto. Estudar mais
essas obras é possível que possa , ter-se assim uma visão mais clara de toda nossa
forma de educar e ser educador

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