DIMENSIONAMENTO DE
PAVIMENTOS FLEXÍVEIS
2
1. HISTÓRICO DA PAVIMENTAÇÃO
(A) As técnicas de pavimentação evoluíram com os meios de transporte terrestre
- Andando
- Animais
- Veículos com tração animal → surgimento da roda
(B) Os veículos com rodas de madeira necessitavam de superfícies revestidas
- Mesopotâmia (3500 a.C.)
- Egito (3000 a.C.)
- Ilha de Creta (1500 a.C.)
- Incas, Maias e Astecas
Exemplo: Estrada Real – Babilônia
- 2824 km (SE Ásia e Ásia Menor)
- Concluída em 323 a.C. (400 anos p/ concluir)
- 93 dias de percurso (30 km/dia)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estrada_romana
4
PÓS RENASCENÇA
5
PÓS RENASCENÇA
6
PÓS RENASCENÇA
7
8
ERA MODERNA – TRÁFEGO CONSTANTE...
11
BR 277 - ECOCATARATAS
CASCAVEL – FOZ DO IGUAÇU
JUL.09
12
2. PAVIMENTO
DEFINIÇÕES
14
CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS
15
Pavimentos
Tipos: flexíveis, rígidos e semi-rígidos
No Brasil, no início da década de 70, começou a ser
difundido, em especial no Estado de São Paulo, o
emprego de camadas de bases granulares tratadas
com cimento em pavimentos rodoviárias
destinados a tráfego pesado (Rodovia dos
Bandeirantes, Marginais da Via Dutra, Rodovia dos
Trabalhadores, acesso ao Aeroporto de Cumbica,
Ligação Sorocaba-Campinas, Duplicação da Rodovia
D. Pedro I). Esses pavimentos denominados
semi-rígidos têm apresentado relativo www.azevedotravassos.com.br/obras.htm
16
Classificação dos Pavimentos
aberta
densa
Cimento Portland
17
Classificação dos Pavimentos
• Segundo a natureza estrutural é classificado em
função do tipo de tráfego no pavimento:
18
Pavimento Flexível
Pavimento cujas deformações, até um certo limite, não o levam
à ruptura, constituído principalmente por materiais
betuminosos. Poderá ser composto por diversas camadas,
como subleito, reforço do subleito, sub-base, base e
revestimento.
São constituídos por camadas que não trabalham à tração
19
Pavimento Rígido
Pavimento pouco deformável, constituído pelas
camadas de subleito, reforço do subleito, sub-base e
placas de concreto.
São formados por camadas
que são capazes de
resistir à tração.
20
DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE OS PAVIMENTOS
Rígidos Flexíveis
SUB-BASE BASE
SUB-BASE
SUBLEITO
REFORÇO DO SUBLEITO
SUBLEITO
21
COMPARAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO DE CARGA
ENTRE PAVIMENTOS EQUIVALENTES
RÍGIDOS FLEXÍVEIS
HR
HF
GRANDE ÁREA
DE DISTRIBUIÇÃO
PEQUENA ÁREA
DE CARGA
DE DISTRIBUIÇÃO
DE CARGA
PEQUENA PRESSÃO
NA FUNDAÇÃO DO GRANDE PRESSÃO
PAVIMENTO NA FUNDAÇÃO DO
PAVIMENTO
22
Projeto de Pavimentos
• Problema de alto grau de dificuldade para dimensionamento de pavimentos
devido a grande quantidade de variáveis de natureza diversas
23
Dimensionamento de Pavimentos
O dimensionamento de um pavimento consiste na determinação
das camadas de reforço do subleito, sub-base, base e
revestimento, de forma que essas camadas sejam suficientes para
RESISTIR, TRANSMITIR e DISTRIBUIR as pressões resultantes
da passagem dos veículos ao subleito, sem que o conjunto sofra
ruptura, deformações apreciáveis ou desgaste superficial excessivo.
www.dmc.furg.br
24
Esforços Atuantes no Pavimento
Quando solicitado por uma carga, recebe uma tensão vertical
de compressão e uma tensão horizontal de cizalhamento.
Carga Q
r0
s0
Estrutura
do Pavimento
25
Pode-se considerar que num pavimento flexível o
dimensionamento é comandado pela resistência do subleito,
enquanto que num pavimento rígido pela resistência da
camada de concreto.
Pavimento
Rígido
Pavimento
Flexível
subleito
2a3% 2a3%
Revestimento
Subleito
2a3% 2a3%
Placa de Concreto
Pavimento Rígido
Base
Subleito
28
Universidade Federal do Ceará
Profa. Suelly Helena de Araújo Barroso
SEÇÃO TÍPICA PAVIMENTO RÍGIDO
Segurança
Pista Acostamento
0,22
0,04
0,10
0,10
0,40 0,40
Placa de concreto
Sub-base
Camada drenante (quando necessária)
Subleito
29
Concreto simples Com barra transferência Estruturalmente armado
Pavimentos Rígidos
30
Camadas Constituintes de um Pavimento Flexível
31
Seção Transversal Típica de um Pavimento Flexível
32
Subleito
Camada compreendida entre a superfície da
plataforma de terraplenagem e a superfície
paralela, situada no limite inferior da zona de
influência das pressões aplicadas na superfície do
pavimento.
33
Regularização do subleito
– camada com espessura variável;
– executada quando se faz necessária a preparação do
subleito da estrada, para conformá-lo, transversal e
longitudinalmente, com o projeto;
– pode em alguns trechos não ocorrer;
– deve ser executada sempre que possível em aterro.
34
Subleito
Situações mais graves – Remoção de solos moles
Colchão Drenante de Areia
35
Reforço do Subleito
Camada requerida por imposição técnico-
econômica, situada imediatamente acima do
subleito. Será constituído basicamente por
material de empréstimo ou jazida.
36
Reforço do subleito
– camada necessária quando o subleito possui baixa capacidade
de carga
– é também utilizada para redução da espessura da sub-base
– possui espessura constante
– é construída acima da regularização e possui características
técnicas superiores ao material do subleito e inferiores ao material
que vier acima
www.geotecnia.ufjf.br
37
DNER-ES 300/97
Os materiais destinados à confecção de reforço de subleito, quando
submetidos aos ensaios de caracterização:
- DNER-ME 080/94
- Solos - análise granulométrica por peneiramento
- DNER-ME 082/94
- Solos - determinação do limite de plasticidade
DNER-ME 122/94
- Solos - determinação do limite de liquidez - método de referência e método
expedito
Corpo de aterro: parte do aterro situado entre o terreno natural até 0,60
m abaixo da cota correspondente ao greide da terraplenagem.
39
Sub-Base
Camada requerida por imposição técnico-
econômica, situada entre o subleito ou
reforço do subleito e a base.
40
Materiais para sub-base
a) Índice de Grupo - IG igual a zero quando
submetido aos ensaios de caracterização
seguintes:
DNER-ME 080/94
DNER-ME 082/94
DNER-ME 122/94
41
sub-base de materiais granulares graúdos
www.dynasolo.com.br/ds328s.htm
sub-base de solos estabilizados mecanicamente com cimento ou cal
42
Sub-Bases
43
Saibros de
granito/gnaise
(UNP/DAER-RS)
44
Base
Camada situada logo acima da sub-
base. Poderá ser constituída por
materiais granulares, como
pedregulhos, cascalhos e produtos
de britagem, estabilizados com a
adição de cimento ou material Brita Graduada
betuminoso, quando necessário,
solos estabilizados mecanicamente
mediante mistura com produtos de
britagem, cimento, cal ou materiais
betuminosos.
Solo melhorado
com cal
Com betume Solo betume
Bases betuminosas
diversas
46
Estabilização Granulométrica
DNIT- ES 303/97 - Base estabilizada granulometricamente
47
Execução de Base de Brita Graduada
48
Outras Bases
• Base de macadame hidraúlico
DNIT-ES 316/97 - Pavimentação - base de macadame hidráulico
– Pode ser definida como uma ou mais camadas de pedra britada, de
fragmentos entrosados entre si, com material de enchimento,
aglutinados por água. O tamanho do agregado pétreo principal é de
no máximo 10 cm.
• Base de solo cimento
DNIT-ES 305/97 - Pavimentação - base de solo com cimento
– É uma mistura devidamente compactada de solo, cimento portland e
água.
– A mistura deve satisfazer a certos requisitos de densidade, durabilidade
e resistência, dando como resultado um material duro, cimentado, de
acentuada rigidez à flexão.
– O teor de cimento adotado usualmente é da ordem de 6% a 10%.
• Base de solo melhorado com cimento
DNIT-ES 304/97 - Pavimentação - base de solo melhorado com cimento
– É obtida mediante a adição de pequenos teores de cimento (2% a 4%),
visando primordialmente à modificação do solo no que se refere à sua
plasticidade e sensibilidade à água.
49
Revestimento ou Capa de Rolamento
A camada do revestimento de uma estrutura flexível
consiste de uma mistura de agregados minerais e materiais
betuminosos, sobreposta à camada de base
50
Revestimentos Asfálticos
– Funções
– Resistir às forças abrasivas do tráfego
– Reduzir a penetração de água superficial no pavimento
– Proporcionar uma superfície resistente ao escorregamento (aderência)
– Proporcionar um rolamento suave e uniforme ao tráfego
52
53
Tratamento Superficial Betuminoso
– É um revestimento flexível de pequena espessura, executado por
espalhamento sucessivo de ligante betuminoso e agregados.
– Dependendo do número de camadas de material betuminoso e
de agregados empregados, o tratamento superficial poderá ser do
tipo:
simples, duplo ou triplo.
– A espessura acabada é da ordem de 0,5 a 2,0 cm.
Especificação de serviço DNIT 035/2005. Pavimentos flexíveis – micro revestimento asfáltico a frio
com emulsão modificada por polímero. Norma rodoviária. Departamento Nacional de Infra-
Estrutura de Transportes
57
O QUE É MICRO REVESTIMENTO A FRIO?
ORD
58
Micro revestimento a frio
Túnel da BR 277 - PR - Rodonorte
Pavimento
Rígido
59
MICRO REVESTIMENTO A FRIO
61
GRADUAÇÕES
62
•ES 317/97 - Pavimentação - Pré-Misturados a Frio
Emulsão asfáltica
Podem ser empregadas os seguintes ligantes asfálticos:
a) emulsão asfáltica catiônica de ruptura média, tipos: RM-1C e RM-
2C;
b) emulsão asfáltica catiônica de ruptura lenta, tipos: RL-1C;
c) ligantes betuminosos modificados emulsionados, quando indicados
no projeto.
63
CONCRETO ASFÁLTICO
Também chamado de Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ).
DEFINIÇÃO:
DNIT- ES 031/2004
CONCRETO ASFÁLTICO
mistura a quente, em usina
apropriada, com características
específicas, composta de
agregado graduado, material de
enchimento (filer) se necessário
e cimento asfáltico, espalhada e
compactada a quente.
64
Concreto Betuminoso Usinado a Quente CBUQ
67
3. Pavimento Flexível
68
Seção Transversal Típica de Pavimento Flexível
(Merighi,2004)
69
Estrutura de um pavimento flexível
70
4. Dimensionamento de Pavimento Flexível
71
Métodos de Projeto de
Pavimentos Flexíveis
Métodos Empíricos
Os métodos empíricos são aqueles baseados na experiência acumulada e
correlacionam o desempenho do pavimento com algumas propriedades dos
materiais utilizados na construção. Possuem a vantagem de serem facilmente
empregados, pois os ensaios de caracterização exigidos são simples e não
requerem aparelhagem sofisticada. Entretanto, são bastante limitados pelas
condições de contorno (materiais de construção, clima da região, condições de
tráfego, etc.) não permitindo uma generalização adequada para outras regiões,
novos materiais e diferentes cargas de tráfego.
Métodos Mecanísticos
Um método de dimensionamento é dito mecanístico (ou analítico) quando utiliza
uma teoria para prever as tensões e deformações provenientes do tráfego e
do clima na estrutura do pavimento, e procura compatibilizá-las com as
tensões resistentes dos materiais.
72
Inicialmente conhecido como método Califórnia e posteriormente como do
USACE (Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA), este método se baseia
no ensaio CBR que foi o ponto de partida para a evolução da engenharia
rodoviária mundial. O USACE já o reviu outras vezes, desde a sua criação.
BENEVIDES, 2000 73
Espessura do Pavimento
74
Elementos Considerados
Relaciona a espessura do
pavimento com o C.B.R. para
cada uma das curvas
logarítmicas.
80
4e. MÉTODO AASHTO
http://www.transportation.org/
American Association of States Highway and Transportation Officials
81
Regis Carvalho
CONINFRA, 2007
82
Regis Carvalho
CONINFRA, 2007
83
Regis Carvalho
CONINFRA, 2007
84
Regis Carvalho
CONINFRA, 2007
85
AASHO ROAD TEST Método de ensaio
elaborado pela AASHO baseado no uso de
uma pista experimental especialmente
projetada e constituída
Pistas experimentais
Prof. Jorge Soares 86
Pistas Experimentais
http://www.andit.org.br/portugues.html
87
No método da AASHTO surgiu o conceito de serventia e
desempenho que norteia hoje os projetos de pavimentos.
- Desempenho é a habilidade de um pavimento servir ao tráfego ao
longo de um período de tempo;
- Serventia é a habilidade de um pavimento servir ao tráfego para o qual
foi projetado, medida numa certa data.
88
Método de dimensionamento
-Número Estrutural das camadas, este valor é calculado através da seguinte equação:
-onde N é o tráfego futuro para o período de vida do projeto, ZR é desvio padrão normal So é nível
de confiabilidade, ΔPSI é a queda do índice de serventia e Mr é o módulo de resiliente.
-SN = a1 x h1 + m2 x a2 x h2 + m3 x a3 x h3
90
91
92
MÉTODO DE
DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTO FLEXÍVEL
PELO MÉTODO DO DNER
http://www.dmc.furg.br/~disp04091/apostila/UNIDADE%20VIII.pdf
93
Etapas do Método DNER
1.Subleito.
2.Tráfego.
3.Materiais das camadas (dimensionamento)
94
SUBLEITO
A Capacidade de Suporte do subleito e dos materiais constituintes dos
pavimentos é feita pelo CBR, adotando-se o método de ensaio
preconizado pelo DNER, em corpos-de-prova indeformados ou moldados
em laboratório para as condições de massa específica aparente e
umidade especificada para o serviço.
O subleito e as diferentes camadas do pavimento devem ser compactadas
de acordo com os valores fixados nas "especificações Gerais",
recomendando-se que, em nenhum caso, o grau de compactação
calculado estaticamente deve ser inferior a 100% do que foi especificado.
http://www.pavimentacao.ufjf.br/Cap2c.pdf
95
Classificação dos materiais empregados no pavimento
http://www.pavimentacao.ufjf.br/Cap2c.pdf
96
Os materiais para base granular devem ser enquadrar
numa das seguintes faixas granulométricas.
VM
D
??
Anos
98
Cálculo de N
Pesquisa classificatória
de tráfego - frota de
veículos comerciais
Método
FV = FE × FC
Em função do número de
veículos por categoria (VMDa) e
dos seus respectivos números de
eixo, pode-se determinar o Fator
de Eixo (FE) e Fator de Frota
(FV’) em questão como uma
média ponderada.
100
Para cada categoria de veículo determina-se o peso por conjunto de eixo
101
USACE (Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA)
102
FATOR DE VEÍCULO (FV) = Σ FATORES DE CARGA (FCi)
103
FATOR DE FROTA (FV’) = % TRÁFEGO * FATOR DE VEÍCULO (FV)
104
NÚMERO “N” por ano de projeto
Nanual = Vt x ΣFV’
Nanual = 400.000 * 10,5 = 4200000 = 4,2E+06
Como se deseja para somente uma faixa de tráfego / 2
Progressão
Geométrica
TDMai =
TDMa0 * (1+t)^i
t=taxa de
crescimento da frota
i=ano de projeto
105
7. DIMENSIONAMENTO das
ESPESSURAS DAS CAMADAS - DNER
Subleito: IS = m;
Reforço do subleito: IS = n e
Sub-base: IS = 20.
106
107
Para um subleito de IS = 5 e dispondo-se de material de
Exemplo: reforço de IS = 12, determinar os valores de Hm, Hn e H20
para N = 3,0 x 106 (10 anos)
acima da sub-base
acima do reforço
acima do subleito
N
108
• Tipos e Espessuras de Revestimento
Os tipos e espessuras mínimas de revestimento betuminoso
(R) recomendados são os seguintes, em função do número
equivalente "N" de operações do eixo simples padrão,
calculado para um período de projeto de 10 (dez) anos:
adotado CBUQ = 5 cm
109
Exemplo :
Coeficiente de equivalência estrutural
k=1
adotado CBUQ = 3 cm
24
36
63
110
Coeficiente de equivalência estrutural
111
Cálculo das Camadas considerando k
Ex:
Cálculo da Brita Graduada
R1*Kr1 + B*Kb = H20
5*2,0 + B*1,0 = 24
B = (24 – 10) / 1,0 = 14 cm de Brita Graduada
CBUQ = 5 cm
BRITA GRADUADA = 14 cm
SUB-BASE (ISC=20) = 16 cm
REFORÇO (ISC=12) = 38 cm
113
Método de dimensionamento de
Pavimento Flexíveis do DNER
114
115
MÉTODOS COMPUTACIONAIS
Métodos mecanísticos
Tensões x Deformações – Módulos de Elasticidade
116