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COACHING PARA CONCURSOS – ESTRATÉGIAS PARA SER APROVADO

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NOÇÕES BÁSICAS DE LÓGICA

Noções Básicas De Lógica

Conectivo Lógico

Para a lógica, um conectivo lógico (também chamado de operador lógico) é um símbolo ou palavra
usado para conectar duas ou mais sentenças (tanto na linguagem formal quanto na linguagem
natural) de uma maneira gramaticalmente válida, de modo que o sentido da sentença composta
produzida dependa apenas das sentenças originais.

Os conectivos lógicos mais comuns são os conectivos binários, que juntam duas sentenças, que
podem ser consideradas os operandos da função. É também comum considerar negação como um
conectivo unário.

Conectivos lógicos e quantificadores são os dois principais tipos de constantes lógicas usadas em
sistemas formais como a lógica proposicional e a lógica de predicados. A semântica de um conectivo
lógico é, muitas vezes, mas não sempre, apresentada como uma função de verdade.

Um conectivo lógico é similar, mas não equivalente, a um operador condicional.

Operação Conectivo Estrutura Lógica Exemplos

Negação ¬ Não p A bicicleta não é azul

Conjunção ^ Peq Thiago é


médico e João é
Engenheiro

Disjunção Inclusiva v P ou q Thiago é


médico ou João é
Engenheiro

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Thiago é


Médico ou João é
Engenheiro

Condicional → Se p então q Se Thiago é


Médico entãoJoão é
Engenheiro

Bicondicional ↔ P se e somente se q Thiago é médico se e


somente seJoão é
Médico

Tautologia

Tautologia é uma proposição cujo valor lógico é sempre verdadeiro.

Exemplo

A proposição p ∨ (~p) é uma tautologia, pois o seu valor lógico é sempre V, conforme a tabela-
verdade.

Exemplo

A proposição (p Λ q) → (p → q) é uma tautologia, pois a última coluna da tabela-verdade só possui


V.

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Contradição

Contradição é uma proposição cujo valor lógico é sempre falso.

Exemplo

A proposição (p Λ q) Λ (p Λ q) é uma contradição, pois o seu valor lógico é sempre F conforme a


tabela-verdade. Que significa que uma proposição não pode ser falsa e verdadeira ao mesmo tempo,
isto é, o principio da não contradição.

Implicações E Equivalências

Implicação: Sejam P e Q Proposições¹. Dizemos que P implica em Q (P=>Q) se e somente se P -> Q


for Tautologia².

Exemplo: p^q => p

Sejam: P: p^q e Q: p

Para que P => q então P -> Q deve ser tautologia, ou seja:

p^q -> p deve ser tautologia.

Equivalência: Sejam P e Q proposições. Dizemos que P é equivalente a Q (P<=>Q) se e somente se


P<->Q for Tautologia. Dizemos tambem que se P<=>Q então P é igual a Q.

Exemplo: p^q <=> p

Sejam: P: p^q e Q: p

para que p <=> q então P<->Q deve ser tautologia, ou seja:

p^q <-> p deve ser tautologia.

Para não precisarmos fazer tabela-verdade toda vez que quisermos provar uma equivalência, temos
a seguinte lista de equivalências com 19 equivalências que já foram testadas e afirmadas como
sendo todas verdadeiras:

Lista de Equivalências básicas:

1- p^p <=> p

2- p^q <=> q^p

3- p^(q^r) <=> (p^q)^r

4- p^(q v r) <=> (p^q) v (p^r)

5- p^tautologia <=> p

6- p^contradição³ <=> contradição

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7- p^~p <=> contradição

8- p v p <=> p

9- p v q <=> q v p

10- p v (q v r) <=> (p vq) v r

11- p v (q^r) <=> (p v q) ^ (p v r)

12- p v tautologia <=> tautologia

13- p v contradição <=> p

14- p v ~p <=> tautologia

15- p -> q <=> ~p v q

16- p<->q <=> (p->q)^(q->p)

17- ~(~p) <=> p

18- ~(p^q) <=> ~p v ~q

19- ~(p v q) <=> ~p^~q

A Lógica Da Argumentação, Afirmação E Negação

Afirmação E Negação

Olá pessoal iremos entrar agora num assunto que exige bastante atenção, pois é cobrado com
bastante freqüência em concursos. Explicarei passo a passo e faremos alguns exercícios para fixar o
aprendizado.

Para vocês entenderem lógica argumentativa, precisam aprender algumas regrinhas.

1° Humberto é cruzeirense

2° Renato é atleticano

Fiz duas afirmações, que também podem ser chamadas de proposições. A primeira iremos chamar
de proposição P e a segunda de Q.

Posso também fazer a negação delas, ou seja uma afirmação negativa, representado por este
símbolo (~ ).

3° (~ ) P. Humberto não é cruzeirense.

4° (~ ) Q. Renato é não é atleticano.

As quatro afirmações acima podem ter valor lógico verdadeiro ou falso, vejamos:

Se Humberto for cruzeirense, então a negação é falsa.

P ═ V então (~ ) P ═ F

Se Renato for atleticano, então a negação é falsa.

Q ═ V então (~ ) Q ═ F

Agora se:

Humberto não for cruzeirense, então a afirmação é falsa.

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P ═ F então (~ ) P ═ V

Renato não for atleticano, então a afirmação é falsa.

Q ═ F então. (~ ) Q ═ V

Uma argumentação não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo.

Argumentos

Argumentos são ideias lógicas relacionadas entre si e com o propósito de esclarecer e resolver
determinada situação ou dúvida, por exemplo.

Os argumentos são normalmente baseados em premissas que ajudam a construir uma conclusão. No
entanto, todas as premissas deve ter como alicerce um sentido lógico, caso contrário o resultado final
pode não ser verdadeiro ou válido.

Por norma, os argumentos servem principalmente para provar alguma coisa, como um ponto de vista,
uma decisão ou ideia. Seu objetivo, neste caso, consiste em justificar determinado objeto que é causa
de um debate.

Por exemplo, no âmbito jurídico e ético, uma intensa discussão permanece no Brasil sobre a
Maioridade Penal e a Pena de Morte para alguns tipos de crimes.

Estes debates são permeados por argumentos que tentam convencer a população sobre os pontos
positivos da aprovação destas leis, enquanto grupos opostos utilizam de argumentações contrárias
para vetar e impedir o avanço desta discussão (contra argumentos).

Como dito, os pontos principais de ambos os argumentos devem estar focados na lógica e realidade,
baseando-se sempre em algum princípio, seja jurídico (as leis), ético (códigos de ética e os direitos
humanos) ou, em alguns casos, religioso (a bíblia) para justificar a conclusão final.

A conclusão é a opinião criada a partir de todos os argumentos apresentados em conjunto, que


podem ser informações históricas, dados estatísticos e demais conteúdos de natureza racional.

A maioria dos textos acadêmicos e redações devem ser apresentados como argumentativos, ou seja,
recheados de fatos, estudos, problemáticas e soluções lógicas sobre a temática que está sendo
abordada.

Silogismo

Silogismo é um modelo de raciocínio baseado na ideia da dedução, composto por duas premissas
que geram uma conclusão.

O precursor desta linha de pensamento lógico foi o filósofo grego Aristóteles, conhecido por ser um
dos primeiros pensadores e filósofos de todos os tempos.

O chamado silogismo aristotélico é formado por três principais características: mediado, dedutivo e
necessário.

O silogismo seria mediado devido a necessidade de se usar o raciocínio para se chegar à conclusão
real. Seria dedutivo pelo fato de se partir de preposições universais para se chegar a uma conclusão
específica. E, por fim, seria necessário por estabelecer uma conexão entre todas as premissas.

Existem diversas formas diferentes de silogismos: os regulares, os irregulares e os hipotéticos.

Os silogismos irregulares são versões abreviadas ou ampliadas dos silogismos regulares, e são
subdivididos em quatro categorias: entima, epiquerema, polissilogismo e sorites.

Entima: silogismo incompleto, quando existe uma premissa subentendida.

Epiquerema: silogismo estendido, quando as premissas são acompanhadas de provas.

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Polissilogismo: dois ou mais silogismos em que a conclusão das primeiras premissas seja a
preposição do próximo silogismo.

Sorites: uma argumentação composta por quatro preposições que são encadeadas até se chegar à
conclusão.

Existem também os silogismos hipotéticos, que podem ser: condicionais, disjuntivos e os dilemas.

Condicionais: silogismo que não afirma e nem nega as premissas.

Disjuntivos: silogismo formado por uma premissa que se apresenta como alternativa.

Dilema: silogismo argumentativo onde são apresentadas duas possíveis hipóteses, em que nenhuma
é desejável.

Exemplos de silogismos

“Todos os homens são mortais. Antônio é homem. Logo, Antônio é mortal”.

De acordo com o pensamento aristotélico, as duas primeiras premissas deveriam se unir para formar
a terceira ideia, que seria a conclusão:

“Todo homem é mortal” (primeira premissa – maior)

“Antônio é homem” (segunda premissa – menor)

“Logo, Antônio é mortal” (conclusão).

“O vertebrado tem sangue vermelho. O mamífero é vertebrado. O carnívoro é mamífero. O leão é


carnívoro. Logo, o leão tem sangue vermelho” (silogismo irregular - sorites).

“Tudo o que robustece a saúde é útil. O esporte robustece a saúde, Logo, o esporte é útil. O esporte
é útil. O atletismo é um esporte. Logo, o atletismo é útil…” (silogismo irregular – polissilogismo).

“É legítimo matar um agressor injusto à face da lei natural, do direito positivo e do costume. Marcos
agrediu injustamente Joana: provam-no os antecedentes de Marcos e as circunstâncias do crime.
Logo, Joana podia ter matado Marcos. (silogismo irregular – epiquerema)

“Eu penso, logo existo” (silogismo irregular – entima)

“Se chover não vamos ao cinema. Chove. Logo, não iremos ao cinema” (silogismo hipotético –
condicional).

“Este triângulo ou é isósceles ou escaleno. Ora este triângulo é escaleno. Logo, este triângulo não é
isósceles” (silogismo hipotético – disjuntivo).

“O aluno ou estudava ou não estava. Se estudava merece ser castigado porque não aprendeu a
matéria como era seu dever; se não estudava merece igualmente ser castigado porque não cumpriu
o seu dever” (silogismo hipotético – dilema).

Silogismo E Sofismo

O sofismo ou sofisma é uma linha de pensamento ou retórica que procura induzir o erro, a partir de
uma falsa lógica ou sentido.

O discurso sofista tem a intenção de enganar e, em determinadas situações, o silogismo pode


apresentar uma relação intrínseca com o sofismo.

O silogismo, mesmo sendo um pensamento lógico, pode gerar conclusões equivocadas,


caracterizando-se como um silogismo sofístico.

Exemplo: “Deus é amor. O amor é cego. Stevie Wonder é cego. Logo, Steve Wonder é Deus”.

Silogismo Jurídico

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NOÇÕES BÁSICAS DE LÓGICA

O silogismo jurídico é um modelo de pensamento lógico que os profissionais do direito (advogados,


juízes, promotores de justiça e etc) executam, principalmente, durante a apresentação de pareceres
criminais, por exemplo.

A estrutura de um silogismo jurídico seria dividida em três etapas: a apresentação de uma premissa
maior, baseada na lei; o caso concreto, ou seja, a apresentação dos fatos como ocorreram; e, por fim,
a conclusão que consiste na aplicação da lei ao fato.

Por exemplo: “Matar uma pessoa é crime e assassino deve ser punido. Ora, João matou uma pessoa.
Logo, João deve ser punido”.

Validade Dos Argumentos

Quando um argumento é relatado para provar que a sua conclusão é verdadeira (em oposição a
provavelmente verdadeira), então o argumento é destinado a ser dedutível. Um argumento declarado
para mostrar que sua conclusão é provavelmente verdadeira pode ser considerado como indutivo.
Para dizer que um argumento é válido basta dizer que a conclusão realmente segue das premissas,
isto é, um argumento é válido precisamente quando ele não pode seguir de premissas verdadeiras
para uma conclusão falsa. A seguinte definição é mais utilizada:

Um argumento é válido dedutivamente se, quando todas as premissas são verdadeiras, a conclusão
também é necessariamente verdadeira.

Um exemplo de argumento válido é dado pelo bem conhecido silogismo:

(a) Todos os homens são mortais.

(b) Sócrates é um homem.

(c) Logo, Sócrates é mortal.

O que torna (c) um argumento válido não é o mero facto deste possuir conclusão e premissas
verdadeiras, mas o fato da necessidade lógica da conclusão, dadas as duas premissas (a) e (b). Não
importa como o universo poderia ser construído, nunca poderia ser o caso que este argumento
deveria ter premissas verdadeiras e conclusão falsa. O argumento abaixo contraria:

(d) Todos os homens são mortais.

(e) Sócrates é mortal.

(f) Logo, Sócrates é um homem.

Neste caso, a conclusão (f) inescapavelmente não segue da premissa: um universo é facilmente
imaginado no qual 'Sócrates' não é um homem mas uma mulher, de fato que as premissas (d) e (e)
devem ser verdadeiras mas a conclusão falsa. Esta possibilidade torna o argumento inválido.

Uma visão padrão é que se um argumento é válido, então ele é um papel da fórmula lógica dos
argumentos. Algumas técnicas são empregadas por lógicos para representar uma fórmula lógica de
argumento. Um simples exemplo, aplicado às duas ilustruções acima, é o seguinte: Sejam as letras
'P','Q' e 's' simbolos, respectivamente, para o conjunto de homens, o conjunto de mortais, e Sócrates.
Usando estes símbolos, o primeiro argumento pode ser abreviado para:

Todos os P são Q.

s é um P.

Logo, s é um Q.

Similarmente, o segundo argumento se torna:

Todos os P são Q.

s é um Q.

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NOÇÕES BÁSICAS DE LÓGICA

Logo, s é um P.

Estas abreviações deixam evidentes a forma lógica de cada argumento respectivo. Neste nível, note
que nós podemos falar sobre qualquer argumento que pode tomar uma ou outra das duas
configurações acima, substituindo as letras P, Q e s por expressões apropriadas. De interesse
particular é o fato de que podemos explorar uma forma do argumento que nos ajude a descobrir se as
premissas de uma dada conclusão são válidas ou não. Para isso, definimos uma estrutura de
interpretação do argumento como uma atribuição de conjunto de objetos para as letras maiúsculas, e
a atribuição de membros individuais de um conjunto para letras minúsculas no argumento do texto.
Desse modo, seja P o conjunto dos homens, Q o conjunto dos mortais, e s Sócrates, é uma
interpretação de cada um dos argumentos acima. Usando esta terminologia, nós podemos dar a
definição de validade dedutiva:

Um argumento é formalmente válido se sua forma é a única de tal modo que todas as interpretações
sobre as premissas são verdadeiras e a conclusão também é verdadeira.

Como foi visto, a interpretação dada acima faz com que o segundo argumento tenha premissas
verdadeiras e conclusão falsa. Logo, este segundo argumento não é formalmente válido.

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RACIOCIONIO DEDUTIVO

Raciocínio Dedutivo

Raciocínio dedutivo ou método dedutivo é um tipo de raciocínio lógico que faz uso da dedução para
obter uma conclusão a respeito de determinada premissa. O termo “dedução” está registrado no
dicionário como o ato de deduzir, concluir, ou a enumeração minuciosa de fatos e argumentos. A
origem do método dedutivo é atribuída aos antigos gregos, com o silogismo do filósofo Aristóteles,
sendo mais tarde desenvolvido por Descartes, Spinoza e Leibniz.

Nesta modalidade de raciocínio lógico, dada uma generalização, inferimos as particularidades. As


generalizações são sempre atingidas pelo processo indutivo, e as particularidades pelo dedutivo. O
raciocínio dedutivo apresenta conclusões que devem, necessariamente, ser verdadeiras caso todas
as premissas sejam verdadeiras. Sua base é racionalista e pressupõe que apenas a razão pode
conduzir ao conhecimento verdadeiro. Assim, a ideia por trás do método dedutivo é ter um princípio
reconhecido como verdadeiro e inquestionável, ou seja, uma premissa maior, a partir da qual o
pesquisador estabelece relações com uma proposição particular, a premissa menor. Ambas são
comparadas para, a partir de raciocínio lógico, chegar à verdade daquilo que propõe, ou conclusão.

É importante deixar claro que a dedução não oferece conhecimento novo, uma vez que sempre
conduz à particularidade de uma lei geral previamente conhecida. O método dedutivo apenas
organiza e especifica o conhecimento que já se possui, partindo de um ponto inteligível, ou seja, da
verdade geral, já estabelecida, indo a outro ponto interior deste plano. O raciocínio dedutivo parte de
uma hipótese geral sem referência com o mundo real, mas com o que o cientista, filósofo ou
pensador imagina sobre o mundo. A fonte de verdade para um dedutivista é a lógica, para um
indutivista é a experiência.

Talvez o veículo que mais tenha contribuído para tornar famoso o método dedutivo foi a literatura
popular, com as publicações das obras de Sir Arthur Conan Doyle, no qual o seu personagem, o
detetive Sherlock Holmes conseguia resolver casos mirabolantes através do método da dedução
lógica. Doyle demonstrou que toda dedução lógica, uma vez explicada, torna-se “infantil”, pois a
conclusão provoca espanto e admiração apenas enquanto os passos de seu desenvolvimento
investigativo ainda são desconhecidos. No campo da criminalística forense é imprescindível o uso de
processos similares, porém amparados pela metodologia da abdução e da indução, que são outras
modalidades de raciocínio lógico.

Exemplos do método dedutivo:

Todo vertebrado possui vértebras. Todos os cães são vertebrados. Logo, todos os cães têm
vértebras.

Todo metal conduz eletricidade. O mercúrio é um metal. Logo, o mercúrio conduz eletricidade.

Nos exemplos apresentados, as duas premissas são verdadeiras, portanto a conclusão é verdadeira.

Curiosamente, o raciocínio dedutivo pode levar ao sofismo, um raciocínio falso, mas que possui
aparência lógica. Exemplo:

As galinhas tem dois pés, homens tem dois pés, logo homens são galinhas.

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COMPREENSÃO DO PROCESSO LÓGICO

Compreensão Do Processo Lógico

Silogismo

Para entender os silogismos, você deve se familiarizar com vários termos usados na discussão da
lógica formal. No nível mais básico, o silogismo representa a sequência mais simples de uma
combinação de premissas lógicas capazes de levar a uma conclusão. A premissa é uma afirmação
que pode ser usada como evidência na argumentação. A conclusão, desse modo, é determinada pelo
resultado lógico de uma discussão baseada na relação entre as afirmações feitas.

Considere a conclusão de um silogismo como a “tese” de um argumento. Em outras palavras, a


conclusão é o ponto provado pelas premissas.

O Silogismo Categórico

Silogismo Categórico é uma forma de raciocínio lógico na qual há duas premissas e uma conclusão
distinta destas premissas, sendo todas proposições categóricas ou singulares.

Termo Médio é o termo que se repete nas duas premissas, mas não aparece na conclusão. Por
exemplo:

Todo cachorro é mamífero.

Todo mamífero é vertebrado.

Logo todo cachorro é vertebrado.

Neste caso, o termo médio é “mamífero”

Regras Do Silogismo

A validade de um silogismo depende do respeito às regras de estruturação. Tais regras, em número


de oito, permitem verificar a correção ou incorreção do silogismo. As quatro primeiras regras são
referentes aos termos e as quatro últimas são referentes às premissas. São elas:

1) Todo silogismo contém somente três termos: maior, médio e menor;

2) Os termos da conclusão não podem ter extensão maior que os termos das premissas;

3) O termo médio não pode entrar na conclusão;

4) O termo médio deve ser universal ao menos uma vez;

5) De duas premissas negativas, nada se conclui;

6) De duas premissas afirmativas não pode haver conclusão negativa;

7) A conclusão segue sempre a premissa mais fraca;

8) De duas premissas particulares, nada se conclui.

Silogismos derivados

Silogismos derivados são estruturas argumentativas que não seguem a forma rigorosa do silogismo
típico mas que, mesmo assim são formas válidas.

Entimema

Trata-se de um argumento no qual uma ou mais proposições estão subentendidas. Por exemplo :

Todo metal é corpo, logo o chumbo é corpo.

Mais um exemplo :

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COMPREENSÃO DO PROCESSO LÓGICO

Todo quadrúpede tem 4 patas.

Logo, um cavalo tem 4 patas.

Epiquerema

O epiquerema é um argumento onde uma ou ambas as premissas apresentam a prova ou razão de


ser do sujeito. Geralmente é acompanhada do termo porque ou algum equivalente. Por exemplo:

Todo demente é irresponsável, porque não é livre.

Pedro é demente, porque o exame médico constatou positivo.

Logo, Pedro é irresponsável.

No epiquerema sempre existe, pelo menos, uma proposição composta, sendo que uma das
proposições simples é razão ou explicação da outra.

Polissilogismo

O polissilogismo é uma espécie de argumento que contempla vários silogismos, onde a conclusão de
um serve de premissa maior para o próximo. Como por exemplo:

Quem age de acordo com sua vontade é livre.

O racional age de acordo com sua vontade.

Logo, o racional é livre.

Quem é livre é responsável.

Logo, o racional é responsável.

Quem é responsável é capaz de direitos.

Logo, o racional é capaz de direitos.

Silogismo Expositório

O silogismo expositório não é propriamente um silogismo, mas um esclarecimento ou exposição da


ligação entre dois termos, caracteriza-se por apresentar, como termo médio, um termo singular. Por
exemplo:

Aristóteles é discípulo de Platão.

Ora, Aristóteles é filósofo.

Logo, algum filósofo é discípulo de Platão.

Silogismo Informe

O silogismo informe caracteriza-se pela possibilidade de sua estrutura expositiva poder ser
transformada na forma silogística típica. Por exemplo:

“a defesa pretende provar que o réu não é responsável do crime por ele cometido. Esta alegação é
gratuita. Acabamos de provar, por testemunhos irrecusáveis, que, ao perpetrar o crime, o réu tinha o
uso perfeito da razão e nem podia fugir às graves responsabilidades deste ato”.

Este argumento pode ser formalizado assim:

Todo aquele que perpetra um crime quando no uso da razão é responsável por seus atos.

Ora, o réu perpetrou um crime no uso da razão.

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COMPREENSÃO DO PROCESSO LÓGICO

Logo, o réu é responsável por seus atos.

Sorites

O sorites é semelhante ao polissilogismo, mas neste caso ocorre que o predicado da primeira
proposição se torna sujeito na proposição seguinte, seguindo assim até que na conclusão se unem o
sujeito da primeira proposição com o predicado da última. Por exemplo:

A Grécia é governada por Atenas.

Atenas é governada por mim.

Eu sou governado por minha mulher.

Minha mulher é governada por meu filho, criança de 10 anos.

Logo, a Grécia é governada por esta criança de 10 anos

Silogismo Hipotético

Um silogismo hipotético contém proposições hipotéticas ou compostas, isto é, apresentam duas ou


mais proposições simples unidas entre si por uma cópula não verbal, isto é, por partículas. As
proposições compostas podem ser divididas em:

A) Claramente compostas: são aquelas proposições em que a composição entre duas ou mais
proposições simples são indicadas pelas partículas: e, ou, se … então.

– Copulativa ou conjuntiva: “a lua se move e a terra não se move”. Nesse exemplo, duas proposições
simples são unidas pela partícula e ou qualquer elemento equivalente a essa conjunção. Dentro do
cálculo proposicional será considerada verdadeira a proposição que tiver as duas proposições
simples verdadeiras e será simbolizada como: p ∧ q (ou p.q, ou pq).

-Disjuntivas: “a sociedade tem um chefe ou tem desordem”. Caracteriza-se por duas proposições
simples unidas pela partícula ou ou equivalente. Dentro do cálculo proposicional, a proposição
composta será considerada verdadeira se uma ou as duas proposições simples forem verdadeiras e
será simbolizada como: p ∨ q.

– Condicional: “se vinte é número ímpar, então vinte não é divisível por dois”. Aqui, duas proposições
simples são unidas pela partícula se … então. Dentro do cálculo proposicional, essa proposição, será
considerada verdadeira se sua consequência for boa ou verdadeira, simbolicamente: p ⇒ q (ou p ⊃
q).

B) Ocultamente compostas: são duas ou mais proposições simples que formam uma proposição
composta com as partículas de ligação: salvo, enquanto, só.

– Exceptiva: “todos corpos, salvo o éter, são ponderáveis”. A proposição composta é formada por três
proposições simples, sendo que a partícula salvo oculta as suas composições. As três proposições
simples componentes são: “todos os corpos são ponderáveis”, “o éter é um corpo” e “o éter não é
ponderável”. Também são exceptivos termos como fora, exceto, etc. Essa proposição composta será
verdadeira se todas as proposições simples forem verdadeiras.

– Reduplicativa: “a arte, enquanto arte, é infalível”. Nessa proposição temos duas proposições
simples ocultas pela partícula enquanto. As duas proposições simples componentes da composta
são: “a arte possui uma indeterminação X” e “tudo aquilo que cai sobre essa indeterminação X é
infalível”. O termo realmente também é considerado reduplicativo. A proposição composta será
considerada verdadeira se as duas proposições simples forem verdadeiras.

– Exclusiva: “só a espécie humana é racional”. A partícula só oculta as duas proposições simples que
compõem a composta, são elas: “a espécie humana é racional” e “nenhuma outra espécie é racional”.
O termo apenas também é considerado exclusivo. A proposição será considerada verdadeira se as
duas proposições simples forem verdadeiras.

O silogismo hipotético apresenta três variações, conforme o conectivo utilizado na premissa maior:

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– Condicional: a partícula de ligação das proposições simples é se … então.

Se a água tiver a temperatura de 100°C, a água ferve.

A temperatura da água é de 100°C.

Logo, a água ferve.

Esse silogismo apresenta duas figuras legítimas:

a) PONENDO PONENS (do latim afirmando o afirmado): ao afirmar a condição (antecedente), prova-
se o condicionado (consequência).

Se a água tiver a temperatura de 100°C, a água ferve.

A temperatura da água é de 100°C.

Logo, a água ferve.

b) TOLLENDO TOLLENS (do latim negando o negado): ao destruir o condicionado (consequência),


destrói-se a condição (antecedente).

Se a água tiver a temperatura de 100°C, a água ferve.

Ora, a água não ferve.

Logo, a água não atingiu a temperatura de 100°C.

– Disjuntivo: a premissa maior, do silogismo hipotético, possui a partícula de ligação ou.

Ou a sociedade tem um chefe ou tem desordem.

Ora, a sociedade não tem chefe.

Logo, a sociedade tem desordem.

Esse silogismo também apresenta duas figuras legítimas:

a) PONENDO TOLLENS: afirmando uma das proposições simples da premissa maior na premissa
menor, nega-se a conclusão.

Ou a sociedade tem um chefe ou tem desordem.

Ora, a sociedade tem um chefe.

Logo, a sociedade não tem desordem.

b) TOLLENDO PONENS: negando uma das proposições simples da premissa maior na premissa
menor, afirma a conclusão.

Ou a sociedade tem um chefe ou tem desordem.

Ora, a sociedade não tem um chefe.

Logo, a sociedade tem desordem.

– Conjuntivo: a partícula de ligação das proposições simples, na proposição composta, é e. Nesse


silogismo, a premissa maior deve ser composta por duas proposições simples que possuem o mesmo
sujeito e não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo, ou seja, os predicados devem ser
contraditórios. Possui somente uma figura legítima, o PONENDO TOLLENS, afirmando uma das
proposições simples da premissa maior na premissa menor, nega-se a outra proposição na
conclusão.

Ninguém pode ser, simultaneamente, mestre e discípulo.

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Ora, Pedro é mestre.

Logo, Pedro não é discípulo.

Dilema

O dilema é um conjunto de proposições hipotéticas e contraditórias entre si, tal que, afirmando
qualquer uma das proposições, resulta uma mesma conclusão insatisfatória. Por exemplo:

Se dizes o que é justo, os homens te odiarão.

Se dizes o que é injusto, os deuses te odiarão.

Portanto, de qualquer modo, serás odiado.

Outro exemplo de dilema, na cultura popular, é:

Se correr, o bicho pega. Se ficar, o bicho come.

Tem um segundo método que alguns usam também que é:

RELAÇÃO ENTRE TODO, ALGUM E NENHUM

Considere que A é uma sentença e B outra sentença.

Equivalência:

TODO A é B é equivalente a dizer NENHUM A não é B.

Vemos aqui que: Troca-se TODO por NENHUM, mantém a primeira sentença e nega-se a segunda.

NENHUM A é B é equivalente a dizer TODO A não é B. (vice-versa)

Vemos aqui que: Troca-se NENHUM por TODO, mantém a primeira sentença e nega-se a segunda.

ALGUM A é B é equivalente a dizer PELO MENOS um A é B ou EXISTE um A que é B.

Vemos aqui que: Troca-se ALGUM por PELO MENOS ou EXISTE e mantém o resto.

Negação:

A negação da sentença “TODO A é B” é “ALGUM A não é B”. (Vemos aqui que: Troca-se TODO por
ALGUM, mantém a primeira sentença e nega-se a segunda.)

A negação da sentença “ALGUM A não é B” é “TODO A é B”. (Vemos aqui que: Troca-se ALGUM por
TODO, mantém a primeira sentença e nega-se a segunda.)

A negação da sentença “ALGUM A é B” é “NENHUM A é B” (vice-versa)

Vemos aqui que: Basta trocar ALGUM por NENHUM (ou NENHUM por ALGUM), mantém a primeira
e a segunda sentença.

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CONJUNTO NUMERICOS RACIONAIS E REAIS

Conjuntos Numéricos Racionais E Reais

Os conjuntos numéricos reúnem diversos conjuntos cujos elementos são números. Eles são
formados pelos números naturais, inteiros, racionais, irracionais e reais.

Confira abaixo as características de cada um deles tais como conceito, símbolo e subconjuntos.

Conjunto Dos Números Naturais (N)

Os números naturais são representados por N. Eles reúnem os números inteiros (incluindo o zero) e
são infinitos.

Subconjuntos dos Números Naturais

• N* = {1, 2, 3, 4, 5..., n, ...} ou N* = N – {0}: conjuntos dos números naturais não-nulos, ou seja, sem
o zero.

• Np = {0, 2, 4, 6, 8..., 2n, ...}, em que n ∈ N: conjunto dos números naturais pares.

• Ni = {1, 3, 5, 7, 9..., 2n+1, ...}, em que n ∈ N: conjunto dos números naturais ímpares.

• P = {2, 3, 5, 7, 11, 13, ...}: conjunto dos números naturais primos.

Conjunto Dos Números Inteiros (Z)

Os números inteiros são representados por Z. Reúnem todos os elementos dos números naturais (N)
e seus opostos. Assim, conclui-se que N é um subconjunto de Z (N ⊂ Z):

Subconjuntos dos Números Inteiros

• Z* = {..., –4, –3, –2, –1, 1, 2, 3, 4, ...} ou Z* = Z – {0}: conjuntos dos números naturais não-nulos, ou
seja, sem o zero.

• Z+ = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ...}: conjunto dos números inteiros e não-negativos. Note que Z+= N.

• Z*+ = {1, 2, 3, 4, 5, ...}: conjunto dos números inteiros positivos e sem o zero.

• Z – = {..., –5, –4, –3, –2, –1, 0}: conjunto dos números inteiros não-positivos.

• Z*– = {..., –5, –4, –3, –2, –1}: conjunto dos números inteiros negativos e sem o zero.

Conjunto Dos Números Racionais (Q)

Os números racionais são representados por Q. Reúnem os números fracionários representados pelo
conjunto das frações p/q sendo p e q números inteiros e q≠0.

Q = {0, ±1, ±1/2, ±1/3, ..., ±2, ±2/3, ±2/5, ..., ±3, ±3/2, ±3/4, ...}

Note que todo número inteiro é também número racional. Assim, Z é um subconjunto de Q.

Subconjuntos dos Números Racionais

• Q* = subconjunto dos números racionais não-nulos, formado pelos números racionais sem o zero.

• Q+ = subconjunto dos números racionais não-negativos, formado pelos números racionais positivos
e o zero.

• Q*+ = subconjunto dos números racionais positivos, formado pelos números racionais positivos, sem
o zero.

• Q– = subconjunto dos números racionais não-positivos, formado pelos números racionais negativos
e o zero.

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CONJUNTO NUMERICOS RACIONAIS E REAIS

• Q*– = subconjunto dos números racionais negativos, formado números racionais negativos, sem o
zero.

Conjunto Dos Números Irracionais (I)

Os números irracionais são representados por I. Reúnem os números decimais não exatos com uma
representação infinita e não periódica, por exemplo: 3,141592 ou 1,203040.

Importante ressaltar que as dízimas periódicas são números racionais e não irracionais. Elas são
números decimais e que se repetem após a vírgula, por exemplo: 1,3333333.

Conjunto Dos Números Reais (R)

Os números reais são representados por R. Esse conjunto é formado pelos números racionais (R) e
irracionais (I). Assim, temos que R = Q ∪ I. Além disso, N, Z, Q e I são subconjuntos de R.

Mas, observe que se um número real é racional, ele não pode ser também irracional. Da mesma
maneira, se ele é irracional, não é racional.

Subconjuntos dos Números Reais

• R*= {x ∈ R│x ≠ 0}: conjunto dos números reais não-nulos.

• R+ = {x ∈ R│x ≥ 0}: conjunto dos números reais não-negativos.

• R*+ = {x ∈ R│x > 0}: conjunto dos números reais positivos.

• R– = {x ∈ R│x ≤ 0}: conjunto dos números reais não-positivos.

• R*– = {x ∈ R│x < 0}: conjunto dos números reais negativos.

Intervalos Numéricos

Há ainda um subconjunto relacionado com os números reais que são chamados de intervalos.
Sejam a e b números reais e a < b, temos os seguintes intervalos reais:

Intervalo aberto de extremos: ]a,b[ = {x ∈ R│a < x < b}

Intervalo fechado de extremos: [a,b] = {x ∈ R│a ≤ x ≤ b}

Intervalo aberto à direta (ou fechado à esquerda) de extremos: [a,b[ = {x ∈ R│a ≤ x < b}

Intervalo aberto à esquerda (ou fechado à direita) de extremos: ]a,b] = {x ∈ R│a < x ≤ b}

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WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
CONJUNTO NUMERICOS RACIONAIS E REAIS

Propriedades dos Conjuntos Numéricos

Diagrama dos conjuntos numéricos

Para facilitar os estudos sobre os conjuntos numéricos, segue abaixo algumas de suas propriedades:

• O conjunto dos números naturais (N) é um subconjunto dos números inteiros: Z (N ⊂ Z).

• O conjunto dos números inteiros (Z) é um subconjunto dos números racionais: (Z ⊂ Q).

• O conjunto dos números racionais (Q) é um subconjunto dos números reais (R).

• Os conjuntos dos números naturais (N), inteiros (Z), racionais (Q) e irracionais (I) são subconjuntos
dos números reais (R).

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OPERAÇÕES COM FRAÇÃO E DECIMAL

Operação Fracionaria E Decimal

Frações

Na matemática, as frações correspondem a uma representação das partes de um todo. Ela determina
a divisão de partes iguais sendo que cada parte é uma fração do inteiro.

Como exemplo podemos pensar numa pizza dividida em 8 partes iguais, sendo que cada fatia
corresponde a 1/8 (um oitavo) de seu total. Se eu como 3 fatias, posso dizer que comi 3/8 (três
oitavos) da pizza.

Importante lembrar que nas frações, o termo superior é chamado de numerador enquanto o termo
inferior é chamado de denominador.

Tipos De Frações

Fração Própria

São frações em que o numerador é menor que o denominador, ou seja, representa um número menor
que um inteiro. Ex: 2/7

Fração Imprópria

São frações em que o numerador é maior, ou seja, representa um número maior que o inteiro. Ex: 5/3

Fração Aparente

São frações em que o numerador é múltiplo ao denominador, ou seja, representa um número inteiro
escrito em forma de fração. Ex: 6/3= 2

Fração Mista

É constituída por uma parte inteira e uma fracionária representada por números mistos. Ex: 1 2/6. (um
inteiro e dois sextos)

Obs: Há outros tipos de frações, são elas: equivalente, irredutível, unitária, egípcia, decimal,
composta, contínua, algébrica.

Operações Com Frações

Adição

Nas adições fracionárias, utiliza-se o Mínimo Múltiplo Comum (MMC) realizado a partir de seus
denominadores, ou seja, o menor número múltiplo dos dois.

Subtração

Tanto na adição quanto na subtração é necessário encontrar o Mínimo Múltiplo Comum, (MMC), isto
é, os números múltiplos comuns aos denominadores.

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NÚMEROS E GRANDEZAS PROPORCIONAIS

Números e Grandezas Proporcionais

1) Grandezas

Definição: chamamos de grandezas a todos os valores que estão relacionados a algum outro valor.
Ou seja, se há variação em um valor, o outro também irá variar.

1.1) Grandezas Diretamente Proporcionais

Duas grandezas são ditas diretamente proporcionais quando o aumento em uma acarreta um
aumento na outra, ou ainda, quando uma diminuição em uma gera uma diminuição na outra.

Exemplo: considere X a quantidade de pães (em unidades) comprados em uma padaria, e Y o preço
de todos os pães comprados. Temos que as grandezas X e Y são diretamente proporcionais, pois um
aumento em X gera um aumento em Y, e uma diminuição em X gera uma diminuição em Y.

1.2) Grandezas Inversamente Proporcionais

Duas grandezas são chamadas de inversamente proporcionais quando a diminuição em uma


acarreta um aumento na outra, e vice-versa.

Exemplo: considere Y o preço de venda de um computador e X a quantidade vendida do mesmo.


Podemos dizer que se o preço Y aumentar, a quantidade X irá diminuir.

2) Razão

Definição: a razão entre dois números X e Y é dada por X/Y, sendo que Y, nesse caso, deve ser
diferente de zero.

Exemplo: a razão de 5 para 10 é 5/ 0 ou 5:10

3) Proporção

Definição: mostra igualdade entre duas razões.

Exemplo: 2/5 = 4/10

Observe a diferença entre razão e proporção. Essa definição pode ser útil na resolução de exercícios
de números e grandezas proporcionais.

3.1) Propriedades Das Proporções

Abaixo apresentaremos algumas propriedades que são extremamente úteis nos exercícios de
números e grandezas proporcionais. Leia com atenção.

3.1.1) Propriedade Fundamental

Definição: o produto dos meios é igual ao produto dos extremos.

Exemplo: 2.10 = 5.4, ou seja, 20 = 20

3.1.2) Composição

Essa propriedade diz que:

Sendo a/b = c/d, temos que

(a+b) / a = (c+d) / c

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NÚMEROS E GRANDEZAS PROPORCIONAIS

ou

(a+b) / b = (c+d) / d

3.1.3) Decomposição

Essa propriedade diz que:

Sendo a/b = c/d, temos que

(a-b) / a = (c-d) / c

ou

(a-b) / b = (c-d) / d

Observação: as três propriedades acima são as mais importantes e usadas nos exercícios de
números e grandezas proporcionais.

3.1.4) Essa Propriedade Não Possui Um Nome Específico, Mas Diz Que:

Sendo a/b = c/d, temos que

(a+c) / (b+d) = a/b

ou

(a+c) / (b+d) = c/d

3.1.5) Essa Propriedade Também Não Possui Um Nome Específico, Mas Diz Que:

Sendo a/b = c/d, temos que

(a-c) / (b-d) = a/b

ou

(a-c) / (b-d) = c/d

3.1.6) Essa propriedade também não possui um nome específico, mas diz que:

Sendo a/b = c/d, temos que

(a.c) / (b.d) = a²/b²

ou

(a.c) / (b.d) = c²/d²

Exemplo: A área de um retângulo é de 600 m² e a razão do comprimento pela largura é de 3/2. Quais
são as medidas dos lados?

x = largura do retângulo

y = comprimento do retângulo

Área do retângulo = x.y = 600

x/y = 3/2

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NÚMEROS E GRANDEZAS PROPORCIONAIS

x/3 = y/2

(x.y)/(2.3) = y²/2²

Como sabemos que x.y = 600, temos que

600/6 = y²/4

100 = y²/4

y² = 400

y = 20

Logo, x = 30.

3.1.7) Essa Propriedade Também Não Possui Um Nome Específico, Mas Diz Que:

Caso elevemos os quatro termos de uma proporção ao quadrado, teremos uma nova proporção.

Exemplo: A soma do quadrado de dois números é 52 e a razão do menor para o maior é 2/3. Quais
são esses números?

a² +`b² = 52

a/b = 2/3, ou a²/b² = 4/9

Pela propriedade da composição temos que

(a²+b²)/b² = (4+9)/9

52/b² = 13/9

Pela propriedade fundamental temos que

52.9 = b².13

13.b²= 468

b² = 36

b=6

Logo, a = 4.

Exercício de números e grandezas proporcionais:

1) Os números x,y e 32 são diretamente proporcionais aos números 40,72 e 128. Determine x e y.

x/40 = y/72 = 32/128

Determinando x:

x/40 = 32/128

128.x = 40.32

x = 10

Determinando y:

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NÚMEROS E GRANDEZAS PROPORCIONAIS

10/40 = y/72

1/4 = y/72

4.y = 1.72

y = 18

De acordo com a teoria exposta e os exemplos fornecidos, você será capaz de resolver a grande
maioria dos exercícios de números e grandezas proporcionais.

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RAZÃO DE PROPORÇÃO

Razão E Proporção

Na matemática, a razão estabelece uma comparação entre duas grandezas, sendo o coeficiente
entre dois números.

Já a proporção é determinada pela igualdade entre duas razões, ou ainda, quando duas razões
possuem o mesmo resultado.

Note que a razão está relacionada com a operação da divisão. Vale lembrar que grandezas são
proporcionais quando existe duas razões entre elas.

Ainda que não tenhamos consciência disso, utilizamos cotidianamente os conceitos de razão e
proporção. Para preparar uma receita, por exemplo, utilizamos certas medidas proporcionais entre os
ingredientes.

Atenção!

Para você encontrar a razão entre duas grandezas, as unidades de medida terão de ser as mesmas.

Exemplos

A partir das grandezas A e B temos:

Razão: ou A : B donde b≠0

Proporção: donde todos os coeficientes são ≠0

Exemplo 1: Qual a razão entre 40 e 20?

Lembre-se que numa fração, o numerador é o número acima e o denominador, o de baixo.

Se o denominador for igual a 100, temos uma razão do tipo porcentagem, também chamada de razão
centesimal.

Além disso, nas razões, o coeficiente que está localizado acima é chamado de antecedente (A),
enquanto o de baixo é chamado de consequente (B).

Exemplo 2: Qual o valor de x na proporção abaixo?

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RAZÃO DE PROPORÇÃO

Para encontrar o valor da proporção, utilizamos a regra de três:

3 . 12 = x
x = 36

Assim, quando temos três valores conhecidos, podemos descobrir o quarto, também chamado de
“quarta proporcional”.

Na proporção, os elementos são denominados de termos. A primeira fração é formada pelos


primeiros termos (A/B), enquanto a segunda são os segundos termos (C/D) .

Propriedades Da Proporção

1. O produto dos meios é igual ao produto dos extremos, por exemplo:

Logo:

A·D = B·C

Essa propriedade é denominada de multiplicação cruzada.

2. É possível trocar os extremos e os meios de lugar, por exemplo:

é equivalente

Logo,

D. A = C . B

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DIVISÃO PROPORCIONAL

Divisão Proporcional

Divisão Em Duas Partes Diretamente Proporcionais

Para decompor um número M em duas partes A e B diretamente proporcionais a p e q, montamos um


sistema com duas equações e duas incógnitas, de modo que a soma das partes seja A+B=M, mas

A B
=
p q

A solução segue das propriedades das proporções:

A B A+B M
= = = =K
p q p+q p+q

O valor de K é que proporciona a solução pois:

A=Kp e B=Kq

Exemplo: Para decompor o número 100 em duas partes A e B diretamente proporcionais a 2 e 3,


montaremos o sistema de modo que A+B=100, cuja solução segue de:

A B A+B 100
= = = = 20
2 3 5 5

Segue que A=40 e B=60.

Exemplo: Determinar números A e B diretamente proporcionais a 8 e 3, sabendo-se que a diferença


entre eles é 60. Para resolver este problema basta tomar A-B=60 e escrever:

A B A-B 60
= = = =12
8 3 5 5

Segue que A=96 e B=36.

Divisão Em Várias Partes Diretamente Proporcionais

Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-
se montar um sistema com n equações e n incógnitas, sendo as somas X 1+X2+...+Xn=M e
p1+p2+...+pn=P.

X1 X2 Xn
= = ... =
p1 p2 pn

A solução segue das propriedades das proporções:

X1 = X2 =...= Xn = X1+X2+...+Xn = M =K

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DIVISÃO PROPORCIONAL

p1 p2 pn p1+p2+...+pn P

Exemplo: Para decompor o número 120 em três partes A, B e C diretamente proporcionais a 2, 4 e 6,


deve-se montar um sistema com 3 equações e 3 incógnitas tal que A+B+C=120 e 2+4+6=P. Assim:

A B C A+B+C 120
= = = = =10
2 4 6 P 12

logo A=20, B=40 e C=60.

Exemplo: Determinar números A, B e C diretamente proporcionais a 2, 4 e 6, de modo que 2A+3B-


4C=120.

A solução segue das propriedades das proporções:

A B C 2A+3B-4C 120
= = = = = – 15
2 4 6 2×2+3×4-4×6 -8

logo A=-30, B=-60 e C=-90. Também existem proporções com números negativos! :-)

Divisão Em Duas Partes Inversamente Proporcionais

Para decompor um número M em duas partes A e B inversamente proporcionais a p e q, deve-se


decompor este número M em duas partes A e B diretamente proporcionais a 1/p e 1/q, que são,
respectivamente, os inversos de p e q.

Assim basta montar o sistema com duas equações e duas incógnitas tal que A+B=M. Desse modo:

A B A+B M M.p.q
= = = = =K
1/p 1/q 1/p+1/q 1/p+1/q p+q

O valor de K proporciona a solução pois: A=K/p e B=K/q.

Exemplo: Para decompor o número 120 em duas partes A e B inversamente proporcionais a 2 e 3,


deve-se montar o sistema tal que A+B=120, de modo que:

A B A+B 120 120.2.3


= = = = = 144
1/2 1/3 1/2+1/3 5/6 5

Assim A=72 e B=48.

Exemplo: Determinar números A e B inversamente proporcionais a 6 e 8, sabendo-se que a diferença


entre eles é 10. Para resolver este problema, tomamos A-B=10. Assim:

A B A-B 10
= = = = 240
1/6 1/8 1/6-1/8 1/24

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DIVISÃO PROPORCIONAL

Assim A=40 e B=30.

Divisão Em Várias Partes Inversamente Proporcionais

Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn inversamente proporcionais a p1, p2, ..., pn,
basta decompor este número M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2, ...,
1/pn.

A montagem do sistema com n equações e n incógnitas, assume que X 1+X2+...+ Xn=M e além disso

X1 X2 Xn
= = ... =
1/p1 1/p2 1/pn

cuja solução segue das propriedades das proporções:

X1 X2 Xn X1+X2+...+Xn M
= =...= = =
1/p1 1/p2 1/pn 1/p1+1/p2+...+1/pn 1/p1+1/p2+...+1/pn

Exemplo: Para decompor o número 220 em três partes A, B e C inversamente proporcionais a 2, 4 e


6, deve-se montar um sistema com 3 equações e 3 incógnitas, de modo que A+B+C=220. Desse
modo:

A B C A+B+C 220
= = = = = 240
1/2 1/4 1/6 1/2+1/4+1/6 11/12

A solução é A=120, B=60 e C=40.

Exemplo: Para obter números A, B e C inversamente proporcionais a 2, 4 e 6, de modo que 2A+3B-


4C=10, devemos montar as proporções:

A B C 2A+3B-4C 10 120
= = = = =
1/2 1/4 1/6 2/2+3/4-4/6 13/12 13

logo A=60/13, B=30/13 e C=20/13.

Existem proporções com números fracionários! :-)

Divisão Em Duas Partes Direta E Inversamente Proporcionais

Para decompor um número M em duas partes A e B diretamente proporcionais a c e d e


inversamente proporcionais a p e q, deve-se decompor este número M em duas partes A e B
diretamente proporcionais a c/q e d/q, basta montar um sistema com duas equações e duas
incógnitas de forma que A+B=M e além disso:

A B A+B M M.p.q
= = = = =K
c/p d/q c/p+d/q c/p+d/q c.q+p.d

O valor de K proporciona a solução pois: A=Kc/p e B=Kd/q.

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DIVISÃO PROPORCIONAL

Exemplo: Para decompor o número 58 em duas partes A e B diretamente proporcionais a 2 e 3, e,


inversamente proporcionais a 5 e 7, deve-se montar as proporções:

A B A+B 58
= = = = 70
2/5 3/7 2/5+3/7 29/35

Assim A=(2/5).70=28 e B=(3/7).70=30.

Exemplo: Para obter números A e B diretamente proporcionais a 4 e 3 e inversamente proporcionais


a 6 e 8, sabendo-se que a diferença entre eles é 21. Para resolver este problema basta escrever que
A-B=21 resolver as proporções:

A B A-B 21
= = = = 72
4/6 3/8 4/6-3/8 7/24

Assim A=(4/6).72=48 e B=(3/8).72=27.

Divisão Em N Partes Direta E Inversamente Proporcionais

Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a p1, p2, ..., pn e
inversamente proporcionais a q1, q2, ..., qn, basta decompor este número M em n partes X1, X2, ...,
Xn diretamente proporcionais a p1/q1, p2/q2, ..., pn/qn.

A montagem do sistema com n equações e n incógnitas exige que X1+X2+...+Xn=M e além disso

X1 X2 Xn
= =...=
p1/q1 p2/q2 pn/qn

A solução segue das propriedades das proporções:

X1 X2 Xn X1+X2+...+Xn
= =...= =
p1/q1 p2/q2 pn/qn p1/q1+p2/q2+...+pn/qn

Exemplo: Para decompor o número 115 em três partes A, B e C diretamente proporcionais a 1, 2 e 3


e inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, deve-se montar um sistema com 3 equações e 3 incógnitas
de forma de A+B+C=115 e tal que:

A B C A+B+C 115
= = = = = 100
1/4 2/5 3/6 1/4+2/5+3/6 23/20

logo A=(1/4)100=25, B=(2/5)100=40 e C=(3/6)100=50.

Exemplo: Determinar números A, B e C diretamente proporcionais a 1, 10 e 2 e inversamente


proporcionais a 2, 4 e 5, de modo que 2A+3B-4C=10.

A montagem do problema fica na forma:

A = B = C = 2A+3B-4C = 10 = 100

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DIVISÃO PROPORCIONAL

1/2 10/4 2/5 2/2+30/4-8/5 69/10 69

A solução é A=50/69, B=250/69 e C=40/69.

Regra De Sociedade

Regra de sociedade é um procedimento matemático que indica a forma de distribuição de um


resultado (lucro ou prejuizo) de uma sociedade, sendo que os membros poderão participar com
capitais distintos e também em tempos distintos. Os capitais dos membros participantes são
indicados por: C1, C2, ..., Cn e os respectivos tempos de participação deste capitais da sociedade por
t1, t2, ..., tn.

Definiremos o peso pk (k=1,2,...,n) de cada participante como o produto:

pk = Ck tk

e indicaremos o capital total como a soma dos capitais participantes:

C = C1 + C2 + ... + Cn

A Regra de Sociedade é uma aplicação imediata do caso de decomposição de um valor M


diretamente proporcional aos pesos p1, p2, ..., pn.

Exemplo: Ocorreu a formação de uma sociedade por três pessoas A, B e C, sendo que A entrou com
um capital de R$50.000,00 e nela permaneceu por 40 meses, B entrou com um capital de
R$60.000,00 e nela permaneceu por 30 meses e C entrou com um capital de R$30.000,00 e nela
permaneceu por 40 meses. Se o resultado (que pode ser um lucro ou um prejuizo) da empresa após
um certo período posterior, foi de R$25.000,00, quanto deverá receber (ou pagar) cada sócio?

Os pesos de cada sócio serão indicados em milhares para não termos muitos zeros nas expressões
dos pesos. Desse modo:

p1=50x40=2000; p2=60x30=1800; p 3=30x40=1200

A montagem do problema estabelece que A+B+C=25000 e além disso:

A B C
= =
2000 1800 1200

A solução segue das propriedades das proporções:

A B C A+B+C 25000
= = = = =5
2000 1800 1200 5000 5000

A participação de cada sócio é X=5(2000)=10000, Y=5(1800)=9000 e Z=5(1200)=6000.

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REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA

Regra De Três Simples E Composta

Regra De Três Simples

Regra de três simples é um processo prático para resolver problemas que envolvam quatro valores
dos quais conhecemos três deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já
conhecidos.

Passos Utilizados Numa Regra De Três Simples:

1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma espécie em colunas e mantendo na
mesma linha as grandezas de espécies diferentes em correspondência.

2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais.

3º) Montar a proporção e resolver a equação.

Exemplos:

1) Com uma área de absorção de raios solares de 1,2m 2, uma lancha com motor movido a energia
solar consegue produzir 400 watts por hora de energia. Aumentando-se essa área para 1,5m 2, qual
será a energia produzida?

Solução: montando a tabela:

Área (m2) Energia (Wh)

1,2 400

1,5 x

Identificação do tipo de relação:

Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (2ª coluna).
Observe que: Aumentando a área de absorção, a energia solar aumenta.
Como as palavras correspondem (aumentando - aumenta), podemos afirmar que as grandezas
são diretamente proporcionais. Assim sendo, colocamos uma outra seta no mesmo sentido (para
baixo) na 1ª coluna. Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Logo, a energia produzida será de 500 watts por hora.

2) Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h, faz um determinado percurso em 3


horas. Em quanto tempo faria esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada fosse de 480km/h?

Solução: montando a tabela:

Velocidade (Km/h) Tempo (h)

400 3

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REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA

480 x

Identificação do tipo de relação:

Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (2ª coluna).
Observe que: Aumentando a velocidade, o tempo do percurso diminui.
Como as palavras são contrárias (aumentando - diminui), podemos afirmar que as grandezas
são inversamente proporcionais. Assim sendo, colocamos uma outra seta no sentido contrário
(para cima) na 1ª coluna. Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Logo, o tempo desse percurso seria de 2,5 horas ou 2 horas e 30 minutos.

3) Bianca comprou 3 camisetas e pagou R$120,00. Quanto ela pagaria se comprasse 5 camisetas do
mesmo tipo e preço?

Solução: montando a tabela:

Camisetas Preço (R$)

3 120

5 x

Observe que: Aumentando o número de camisetas, o preço aumenta.


Como as palavras correspondem (aumentando - aumenta), podemos afirmar que as grandezas
são diretamente proporcionais. Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Logo, a Bianca pagaria R$200,00 pelas 5 camisetas.

4) Uma equipe de operários, trabalhando 8 horas por dia, realizou determinada obra em 20 dias. Se o
número de horas de serviço for reduzido para 5 horas, em que prazo essa equipe fará o mesmo
trabalho?

Solução: montando a tabela:

Horas por dia Prazo para término (dias)

8 20

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REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA

5 x

Observe que: Diminuindo o número de horas trabalhadas por dia, o prazo para término aumenta.
Como as palavras são contrárias (diminuindo - aumenta), podemos afirmar que as grandezas
são inversamente proporcionais. Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Regra de três composta

A regra de três composta é utilizada em problemas com mais de duas grandezas, direta ou
inversamente proporcionais.

Exemplos:

1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m 3 de areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão


necessários para descarregar 125m 3?

Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as grandezas de mesma espécie e, em


cada linha, as grandezas de espécies diferentes que se correspondem:

Horas Caminhões Volume

8 20 160

5 x 125

Identificação dos tipos de relação:


Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (2ª coluna).

A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde está o x.


Observe que:
Aumentando o número de horas de trabalho, podemos diminuir o número de caminhões. Portanto
a relação é inversamente proporcional (seta para cima na 1ª coluna).

Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número de caminhões. Portanto a relação


é diretamente proporcional (seta para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o
termo x com o produto das outras razões de acordo com o sentido das setas.

Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

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REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA

Logo, serão necessários 25 caminhões.

2) Numa fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20 carrinhos em 5 dias. Quantos carrinhos serão
montados por 4 homens em 16 dias?

Solução: montando a tabela:

Homens Carrinhos Dias

8 20 5

4 x 16

Observe que:
Aumentando o número de homens, a produção de carrinhos aumenta. Portanto a relação
é diretamente proporcional(não precisamos inverter a razão).

Aumentando o número de dias, a produção de carrinhos aumenta. Portanto a relação também


é diretamente proporcional (não precisamos inverter a razão). Devemos igualar a razão que contém o
termo x com o produto das outras razões.

Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Logo, serão montados 32 carrinhos.

3) Dois pedreiros levam 9 dias para construir um muro com 2m de altura. Trabalhando 3 pedreiros e
aumentando a altura para 4m, qual será o tempo necessário para completar esse muro?

Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x. Depois colocam-se
flechas concordantes para as grandezas diretamente proporcionais com a incógnita
e discordantes para as inversamente proporcionais, como mostra a figura abaixo:

Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

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REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA

Logo, para completar o muro serão necessários 12 dias.

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PORCENTAGEM

Porcentagem

A percentagem ou porcentagem (do latim per centum, significando "por cento", "a cada centena") é
uma medida de razão com base 100 (cem). É um modo de expressar uma proporção ou uma relação
entre 2 (dois) valores (um é a parte e o outro é o inteiro) a partir de uma fração cujo denominador é
100 (cem), ou seja, é dividir um número por 100 (cem).

Dizer que algo (chamaremos de blusas) é "70%" de uma loja (lê-se: "as blusas são setenta por cento
de uma loja"), significa dizer que blusas é equivalente a 70 elementos em um conjunto universo de
100 elementos (representando lojas, que pode ter qualquer valor), ou seja, que a razão é a divisão:

Ou seja, a 0,7ª parte de 1, onde esse 1 representando o valor inteiro da fração, no caso, "loja".
Em determinados casos, o valor máximo de uma percentagem é obrigatoriamente de 100%, tal qual
ocorre na umidaderelativa do ar. Em outros, contudo, o valor pode ultrapassar essa marca, como
quando se refere a uma fração maior que o valor (500% de x é igual a 5 vezes x).

Muitos acreditam que o símbolo "%" teria evoluído a partir da expressão matemática
Porém, alguns documentos altamente antigos sugerem que o % evoluiu a partir da escrita da
expressão latina "per centum", sendo conhecido em seu formato atual desde meados do século XVII.
Apesar do nome latino, a criação do conceito de representar valores em relação a uma centena é
atribuída aos gregos.

Símbolo no século XV

Símbolo no século XVII

Símbolo a partir do século XVIII

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PORCENTAGEM

Segundo o historiador David Eugene Smith, o símbolo seria originalmente escrito "per 100" ou "per c".
Smith estudou um manuscrito anónimo de 1425, contendo um círculo por cima do "c". Com o tempo a
palavra "per" acabaria por desaparecer e o "c" teria evoluído para um segundo círculo.
Ponto percentual (pp) é o nome da unidade na qual pode ser expressa o valor absoluto da diferença
entre quaisquer pares de porcentagens.

Por exemplo: se uma determinada taxa de juros cair de 24% ao ano para 12% ao ano, pode-se dizer
que houve redução de 50%

(valor inicial-valor final):valor inicial, mas não que houve redução de 12%. Dizer que houve uma
redução de 12% implica que o valor final seja de 12% menor que o valor inicial, no nosso exemplo, a
taxa final seria 21,12% ao invés de 12%.

O ponto percentual é uma unidade que pode expressar essa diferença; voltando ao nosso exemplo, é
correto dizer que houve redução de 12 pp na tal taxa de juros.

Existem muitas formas de se calcular porcentagem. Podemos utilizar Regra de 3 ou multiplicando.


Por exemplo:
Qual é o valor de 25% de 50?
100% representa o total, ou seja, 50. E 25% representa X. Fazendo a regra de três, temos:
X/25 = 50/100
100X = 50 . 25
100X = 1250
X = 1250/100
X = 12,5
Portanto, 25% de 50 é 12,5.
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FUNÇÕES

Funções

O conceito de função está relacionado à idéia de associação de um elemento a outro, segundo uma
regra específica. Assim, por exemplo, podemos considerar o tamanho de uma população relacionado
apenas ao tempo (ou variando em função da variação do tempo), ou associado ao tempo e ao
espaço, ou a qualquer outro fator que interfira na população em estudo; o preço de um produto pode
estar associado apenas ao seu custo de produção, ou ao seu custo e à margem de lucro do
fabricante, ou ainda, ao seu custo, à margem de lucro do fabricante e à demanda; o volume de uma
esfera pode estar associado apenas ao tamanho de seu raio, porém o raio pode variar com o tempo e
assim, o volume estará variando também com a variação do tempo; e assim por diante.

Como podemos observar, o conceito de função envolve uma relação de dependência, onde um
elemento depende de outro ou de vários outros, os quais podem variar livremente. Como a variação
de um deles acarreta na variação do que depende dele, chamamo-nos de elementos variáveis ou
simplesmente variáveis. Deste modo, para cada associação, temos uma variável dependente e uma
ou mais, independentes. Chamaremos de função à variável dependente e simplesmente de variáveis,
às variáveis independentes, o que é bem intuitivo, uma vez que um elemento varia em função da
variação daquele do qual depende.

O tratamento matemático destas relações facilita muito a análise e compreensão das mesmas, e por
isso o estudo das funções matemáticas é tão importante em todas as áreas do conhecimento. Assim,
trataremos nesta seção do estudo das funções elementares e mais utilizadas, considerando neste
momento, apenas as funções que dependem de uma única variável e fazendo uma abordagem mais
compreensiva, sem preocupação com as demonstrações e o rigor matemático.

Definição: Uma função matemática é uma relação entre dois conjuntos quaisquer que associa, a
cada elemento de partida, denominado domínio, um único elemento de um conjunto de chegada,
denominado contra-domínio. Os elementos do conjunto contra-domínio que são imagem de algum
elemento do domínio constituem o conjunto imagem da função.

Da definição acima podemos observar que uma função matemática é uma relação particular entre
dois conjuntos, onde a premissa básica é a de que cada elemento do domínio possui uma única
imagem, segundo aquela regra ou função. Do ponto de vista prático, podemos considerar, por
exemplo, que se uma função descreve a posição de um objeto em movimento, a qual varia com o
tempo, é sabido que em um dado instante o objeto não poderá ocupar duas posições
diferentes, embora em dois instantes diferentes ele possa ocupar a mesma posição. Isso significa que
dois ou mais elementos do domínio podem ter a mesma imagem, porém um elemento não pode ter
várias imagens diferentes. O esquema abaixo ilustra tal situação, onde o diagrama da esquerda
representa o gráfico de uma função, enquanto que o da direita não.

t1 p1

t2 p2

Uma função pode ser representada por vários meios, como por exemplo, o diagrama acima, ou uma
expressão matemática, um gráfico, uma expressão verbal, dentre outros. A expressão matemática e o
gráfico são as formas mais utilizadas no estudo matemático.

A expressão matemática de uma função f que a cada ponto t de um conjunto A associa um ponto

f(t) de um conjunto B é dada por: Neste caso, A é o domínio e B é o contra- domínio de f.

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FUNÇÕES

O gráfico de uma função f é o subconjunto do plano xy dado por:

2
G x, y R :y f (x) ,

o qual é posicionado num sistema de eixos cartesianos, onde o eixo horizontal contém a variável
independente x (domínio), o eixo vertical contém a variável dependente y = f(x) (imagem), os eixos se
cruzam na origem e o sentido de crescimento se dá da esquerda para a direita e de baixo para cima.
Assim, o gráfico de uma função real descreve uma curva no plano, a qual representa o seu
comportamento e facilita muito o seu entendimento. É, portanto, uma ferramenta básica no estudo de
cálculo.

Na figura seguinte observamos dois gráficos, sendo que o da esquerda representa o gráfico de uma
função, enquanto que o da direita não, uma vez que existem valores de x com dois y
correspondentes.

f(x)

Como podemos ver, a representação gráfica nos permite saber se um gráfico representa ou não uma
função. Para isso basta traçarmos retas paralelas ao eixo y e ver quantas vezes estas retas
interceptam a curva; se interceptar mais de um a vez, então a curva não é gráfico de função.

2.1 Funções lineares: são funções cujos gráficos descrevem retas no plano e são expressas por

f:R R

x a ax b

sendo a e b constantes e o domínio, todos os reais. Observe que se b = 0, então o gráfico é uma reta
passando pela origem, enquanto que se a = 0, o gráfico é uma reta paralela ao eixo x, interceptando
o eixo y em b e, neste caso, é dita função constante. a é dito coeficiente angular da reta e se for
positivo, a reta tem sentido crescente; caso contrário, decrescente. b é o coeficiente linear.

Muitos problemas não apresentam a expressão da função e faz parte da solução, encontrá-la. Isso é
chamado de modelagem matemática e consiste em encontrar uma função matemática que represente
um determinado fenômeno físico, químico, biológico, econômico, etc. No caso da função ser linear,
basta conhecermos dois pontos pertencentes ao seu gráfico para determinarmos a função, pois já
vimos que o gráfico de toda função linear é uma reta. Com a Geometria Euclidiana aprendemos que
por dois pontos passa uma única reta e a Geometria Analítica nos diz como expressar esta reta em
“linguagem” matemática. Logo, basta relembrarmos como se faz isso ...

O coeficiente angular de uma reta r é definido como sendo a tangente do ângulo ( ) que esta

reta faz com a reta horizontal que a intercepta. Se estivermos considerando um sistema de
coordenadas, esta reta horizontal coincide com o eixo-x. Observando a figura abaixo, notamos que,
dados dois ponto P e Q e a reta que passa por eles, podemos construir um triângulo retângulo a partir
de uma reta paralela ao eixo-x, passando por P, e uma reta paralela ao eixo-y, passando por Q.

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FUNÇÕES

Das relações sobre triângulos, segue que

Portanto, o coeficiente angular de r, que chamaremos de a, é dado por

Mas este mesmo raciocínio vale para quaisquer dois pontos sobre r, ou seja, se tomarmos um ponto
genérico (x, y) , também teremos

. Desta igualdade resulta que

o que é equivalente a . Esta é a chamada equação reduzida da


reta.

2.1 Funções quadráticas: são funções cujos gráficos são parábolas e são expressas por

f:R R

2
x a ax bx c

onde a, b e c são constantes e a 0 . Dom(f) = Æ.

Exemplos:

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FUNÇÕES

Funções cúbicas: são funções cujos gráficos recebem o mesmo nome e são expressas por

onde a, b, c e d são constantes e a 0 . Dom(f) = Æ. Exemplos:

Funções polinomiais: são funções descritas por polinômios, ou seja, funções do tipo

Funções racionais: são funções dadas pelo quociente entre dois polinômios, ou seja

Exemplos:

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FUNÇÕES

Observe que ao trabalharmos com funções racionais devemos tomar cuidado com o domínio de
definição da função, uma vez que o denominador não pode se anular. Assim, nos exemplos acima
notamos que f(x)=1/x não está definida em x = 0; f(x) = x /(x-2) não está definida em x = 2 e f(x)

= (x2+3x-4)(x2-9) /(x2+x-12)(x+3) não está definida em x = -4, x = -3, x = 3, já que (x2+x-12) = (x-
3)(x+4) . Isso significa que estes valores não pertencem aos domínios das respectivas funções. No
entanto a função f(x)=(x3-2)/(x2+1) está definida em todos os reais, pois (x2+1) não se anula se x é um
número real.

Outra observação importante é que devemos tomar muito cuidado com o uso do computador
para fazer gráficos de funções, pois nem sempre o gráfico obtido é o esperado. No caso da função
f(x) = (x2+3x-4)(x2-9) /(x2+x-12)(x+3), por exemplo, a maioria dos softwares gráficos faria a reta
contínua como sendo o seu gráfico, ignorando o fato de existirem três pontos que anulam o
denominador. Isso ocorre pelo fato de que f(x) pode ser escrita como:

Bem, se x 3, x 4ex 3 , então podemos cancelar os termos comuns e teremos a função

f(x) = x – 1, cujo gráfico é uma reta contínua, ou seja, sem interrupções. E é isso o que a maioria dos

softwares fazem. Todavia, sabemos, por exemplo, que se x = 3, então teremos o que
nos impede de cancelar este termo. Raciocínio análogo se aplica aos demais. Daí os três “furinhos”
no gráfico. Outros exemplos são os gráficos das funções f(x) = 1/x e f(x) = x/(x-2), que na vizinhança
de x = 0 e x = 2, respectivamente, se apresenta limitado, ou seja, a curva é interrompida. No entanto,
se x é muito pequeno (x Ø 0), 1/x é muito grande (1/x Ø ¶), do mesmo modo que se x está muito
próximo de 2, então x/(x-2) também é muito grande (x/(x-2) Ø ¶), ou seja, os gráficos nestas
vizinhanças deveriam crescer (e decrescer) infinitamente, o que não ocorreu por limitações do
programa gráfico que os realizaram.

Função módulo: é a função definida por

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FUNÇÕES

Função raiz quadrada

Funções definidas por partes

2.7 Funções trigonométricas: as principais funções trigonométricas são as funções seno e co- seno,
as quais possuem comportamento ondulatório e são definidas para todo x real. São utilizadas para
modelar fenômenos periódicos, que se repetem com uma determinada freqüência. As demais, como
tangente, co-tangente, secante e co-secante, são definidas a partir do seno e co-seno, e são dadas
por:

É importante observar que quando estamos trabalhando com funções trigonométricas, o domínio é
um sub-conjunto de Æ e, portanto, as variáveis não podem ser expressas em graus e sim, em
radianos, que são representações reais das medidas angulares. Para fazer a conversão, basta usar

a relação Vejamos os seus gráficos:

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FUNÇÕES

Composição de funções: Existem muitas situações nas quais uma quantidade é dada como uma
função de uma variável que, por sua vez, pode ser escrita como função de uma segunda variável, e
assim por diante. Compondo-se as funções de maneira apropriada, pode-se expressar a quantidade
original como função da última variável. Esse processo é chamado composição de funções e definido
do seguinte modo:

O esquema seguinte ilustra a definição:

Exemplos:

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FUNÇÕES

Um estudo das condições ambientais de uma comunidade suburbana indica que a taxa média
diária de monóxido de carbono no ar será de partes por milhão (ppm), quando a
população for de p milhares. Estima-se que daqui a t anos, a população da comunidade será de

2
p(t) 10 0,1t milhares. Expresse a taxa de monóxido de carbono no ar como uma função do
tempo.

Solução: Como a taxa de monóxido de carbono está relacionada a p pela equação c( p) 0,5 p 1 ,
2
e a variável p está relacionada à variável t pela equação p(t) 10 0,1t , a função composta c(
2 2
p(t)) 0,5(10 0,1t ) 1 6 0,05t expressa a taxa de monóxido de carbono no ar como função
da variável t.

Importante: Imagine um conjunto formado por todas as funções reais. Vamos chamá-lo de F .
Portanto, os elementos de F são funções com domínio e imagem em Æ e como em todo conjunto,
podemos definir operações e propriedades. As operações de soma, subtração, produto e divisão já
são bem familiares entre as funções, ou seja, já estamos acostumados a somar duas funções, dividir
uma pela outra, multiplicar e assim por diante. Note que a composição é uma outra operação que
podemos fazer com as funções, a qual não fazemos com números reais. Portanto, esta é uma
operação definida no conjunto de funções e como tal, também possui propriedades, dentre as quais,
destacamos:

Elemento neutro: é uma função que, ao ser composta com qualquer outra, não altera esta outra.
Portanto, o elemento neutro em relação à operação composição, é a função identidade, denotada
por De fato, para toda função real f, tem-se

• Funções inversas: Se f é bijetora (injetora e sobrejetora), então f é inversível, ou seja, existe uma
função g tal que g é a inversa da f, a qual “desfaz o que a f faz”. Na linguagem matemática
escrevemos:

Funções Exponenciais: são funções que apresentam crescimento (ou decrescimento) muito rápido

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FUNÇÕES

e, por isso, utilizadas para representar fenômenos que possuem esta característica, por exemp
Definição: Se b é um número positivo diferente de 1 ( b 0, b 1), então a função exponencial de
base b é definida como f(x) = bx , para qualquer número real x. Exemplos

Funções Logarítmicas: Se , então a função exponencial é bijetora (sempre


crescente ou decrescente) e, portanto, inversível. Assim, existe uma função inversa f 1 denominada
1
função logarítmica de base a, denotada por f (x) log x , que, por ser a função inversa, satisfaz

As figuras abaixo mostram a função logarítmica para várias bases e sua relação com a inversa, a
exponencial

2.7 Funções trigonométricas inversas: são funções que seguem o mesmo princípio de todas as
outras inversas, ou seja, desfaz o que a respectiva função fez. Como as funções trigonométricas não
são bijetoras em seus domínios, é necessário restringi-los a intervalos onde a função seja bijetora.
Esta restrição é arbitrária, porém é mais comum tomarmos os intervalos mais próximos da origem
para definirmos as inversas das trigonométricas. Segue abaixo os gráficos das funções
trigonométricas com os domínios restritos e o de suas respectivas inversas.

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FUNÇÕES

Observe a relação entre os domínios e as imagens das funções acima e suas inversas:

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GEOMETRIA ANALITICA

Geometria Analitica

Sistemas de Coordenadas

Conceituando

“Em matemática, um sistema de coordenadas é um sistema para se especificar uma enupla de


escalares a cada ponto num espaço n-dimensional”¹ Grosseiramente, podemos afirmar que um
sistema de coordenadas é uma ferramenta matemática que nós utilizamos para localizar um objeto
num espaço de n dimensões (n-dimensional). O mais conhecido dos sistemas de coordenadas é o
cartesiano, talvez por ser bastante trabalhado na educação básica, desde o ensino fundamental até o
médio.

Os sistemas de coordenadas são utilizados em diversos ramos do conhecimento humano:


matemática, física, astronomia, geografia etc. É, portanto, importante a compreensão desse conceito,
principalmente a diferenciação entre os vário sistemas, o que pode oferecer tranquilidade na hora de
resolver um problema.

Sistema de Coordenadas Cartesianas

Este sistema, também conhecido com o sistema ortogonal é amplamente utilizado para determinar a
posição de um ponto (objeto) no espaço de duas dimensões (plano). Para localizar um ponto no
Plano de Descartes (plano cartesiano) utiliza-se dois eixos coordenados x e y, dispostos
perpendicularmente um ao outro, de forma que a graduação dos eixos se relacionem entre si,
indicando o objeto procurado.

No plano cartesiano, o eixo x contém as abscissas e o eixo y contém as ordenadas do par ordenado
indicado por (x, y), nesta ordem. A arrumação perpendicular entre os eixos fornece quatro
quadrantes, contados no sentido anti-horário:

• 1º quadrante, situado na parte superior, à direita do plano, (x, y);

• 2º quadrante, situado na parte superior, à esquerda, (– x, y);

• 3º quadrante, situado na parte inferior, à esquerda, (– x, – y);

• 4º quadrante, situado na parte inferior, à direita, (x, – y).

Sistema De Coordenadas Cilíndricas

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GEOMETRIA ANALITICA

O sistema de coordenadas cilíndricas é uma versão, no espaço de três dimensões (tridimensional) do


sistema de coordenadas polares. Nele, um ponto é determinado pela sua distancia do eixo z um
ângulo e a sua distância relacionada ao plano xy.

Um ponto P (ρ, φ, z1) no sistema cilíndrico resulta da interseção de:

• Uma superfície cilíndrica de raio ρ cujo centro é o eixo z ou seja, o centro é (0,0, z)

• Um semiplano contendo o eixo z e fazendo um ângulo φ com o plano xz

• Um plano paralelo ao plano xy ou seja, z = z1

Sistema De Coordenadas Polares

O sistema de coordenadas polares é vinculado ao sistema de coordenadas cartesianas por meio de


relações trigonométricas adequadas. Tracemos os eixos x e y perpendicularmente um ao outro, o
ponto O (origem) será o polo do sistema e a semirreta OP será eixo polar.

Sistema De Coordenadas Elípticas

As coordenadas elípticas são na verdade um sistema de duas dimensões de coordenadas curvilíneo-


ortogonais. A elíptica é utilizada pelo sistema de coordenadas elípticas em seu plano fundamental.
Elíptica é, entre outros, o movimento descrito pelo Sol no céu no decorrer de um ano. Linhas elípticas
e hiperbólicas com mesmo foco formam as coordenadas elípticas.

Sistema De Coordenadas Geográficas

Os astrônomos e geógrafos utilizam este sistema de coordenadas para realizar o seu trabalho. O
sistema de coordenadas esféricas é montado a partir de uma esfera em três dimensões, onde graus
de latitude e longitude são utilizados para medir posições no mundo real. A unidade de medida é o
grau e dele derivam os minutos e os segundos (1º = 60’ = 3 600’’). Para converter coordenadas
esféricas em planas distorcem-se algumas propriedades espaciais.

“O universo nos guarda de segredos tão magníficos quanto destrutivos.”

(Robison Sá)

Distância entre dois pontos no espaço

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GEOMETRIA ANALITICA

Distância entre dois pontos em um mapa

O cálculo da distância entre dois pontos no espaço é um assunto discutido na Geometria Analítica
e tem suas bases no teorema de Pitágoras. Utilizando esse teorema, é possível chegar à fórmula
usada para calcular o comprimento do segmento de reta que liga dois pontos.

Para calcular a distância entre dois pontos no espaço, é necessário calcular antes a distância entre
dois pontos no plano. Adiante demonstraremos como esses cálculos são feitos para obter a fórmula
em questão.

Fórmula da distância entre dois pontos no espaço

Existe uma fórmula para calcular a distância entre dois pontos no espaço, dada por meio de suas
coordenadas. Assim sendo, sejam os pontos A = (xA, yA, zA) e B = (xB, yB, zB), a distância entre A e B,
denotada por dAB, é dada pela seguinte expressão:

Para calcular a distância entre dois pontos, basta substituir os valores numéricos das coordenadas
dos pontos em questão na fórmula acima.

Exemplo

Calcule a distância entre os pontos A = (4, -8, -9) e B = (2, -3, -5).

Obtendo A Distância Entre Dois Pontos No Espaço

Na imagem a seguir há três eixos coordenados que representam o que seria o equivalente ao plano
cartesiano no espaço. Note que fixamos dois pontos nele:

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GEOMETRIA ANALITICA

Para calcular a distância entre esses dois pontos, é necessário calcular a distância entre os
pontos no plano xy, formados pelas coordenadas (x A, yA) e (xB, yB), que serão denotados por A1 e B1,
respectivamente.

Dessa forma, observe que os pontos A1 e B1 estão localizados como ilustrado na imagem a seguir e a
distância entre eles é representada pelo segmento A1B1. Além disso, a imagem da direita contém um
esquema de como essa estrutura é vista por cima, o que é chamado de projeção ortogonal sobre o
plano xy.

Os catetos do triângulo à direita são a diferença entre as coordenadas de seus pontos, isto é, a base
tem comprimento igual a xB – xA e a altura tem comprimento yB – yA. Desse modo, pelo teorema de
Pitágoras, temos:

Para obter a distância entre dois pontos no plano, basta extrair a raiz quadrada de ambos os lados
da equação acima. Contudo, nosso objetivo é obter a fórmula para a distância no espaço. Para
tanto, observe que o segmento A1B1 possui o mesmo tamanho da base do triângulo ABC, ilustrado na
figura abaixo.

Note também que a distância de B até C é justamente a diferença zB – zA, pois AC é paralelo a A1B1.
Desse modo, pelo teorema de Pitágoras, teremos a distânciaentre A e B, denotada por dAB:

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GEOMETRIA ANALITICA

Equação Geral Da Reta No Plano

As equações na forma ax + by + c = 0são expressões representativas de retas do plano. Os


coeficientes a, b e csão números reais constantes, considerando a e b valores diferentes de zero. A
essa representação matemática damos o nome de equação geral da reta.

Podemos construir a equação geral da reta utilizando duas maneiras:

1ª – através da determinação do coeficiente angular da reta e utilização de uma forma geral dada por:
y – y1 = m (x – x1).

2ª – através de uma matriz quadrada formada pelos pontos pertencentes à reta fornecida.

1ª Forma

Vamos determinar a equação da reta s que passa pelos pontos A(–1, 6) e B(2, –3).

Coeficiente angular da reta


m = (y2 – y1) / (x2 – x1)
m = –3 – 6 / 2 – (–1)
m = –9 / 3
m = –3

y – y1 = m (x – x1).
y – 6 = –3 (x + 1)
y – 6 = –3x – 3
y – 6 + 3x + 3 = 0
y + 3x – 3 = 0
3x + y – 3 = 0

2ª Forma

Vamos considerar o ponto genérico P(x, y), pertencente à reta s que passa pelos pontos A(–1, 6) e
B(2, –3). Observe a matriz construída com as coordenadas oferecidas:

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GEOMETRIA ANALITICA

Diagonal Principal
x * (–6) * 1 = 6x
y * 1 * 2 = 2y
1 * (–1) * (–3) = 3

Diagonal Secundária
1* 6 * 2 = 12
x * 1 * (–3) = –3x
y * (–1) * 1 = –y

s: 6x + 2y + 3 – (12 – 3x – y) = 0
s: 6x + 2y + 3 – 12 + 3x + y = 0
s: 9x + 3y – 9 = 0 (dividindo a equação por 3)

s: 3x + y – 3 = 0

Os métodos apresentados podem ser utilizados de acordo com os dados fornecidos pela situação. Os
dois fornecem com exatidão a equação geral de uma reta.

Paralelismo

Postulado Das Paralelas

Por um ponto passa uma única reta paralela a uma reta dada. Na figura abaixo, dada a reta r, temos:
P Є s, s // r, s é única.

Esse postulado, conhecido também como postulado de Euclides (300 a.C.), é a propriedade que
caracteriza a Geometria Euclidiana.
Duas retas distintas são paralelas quando são coplanares e não têm ponto comum.

Algumas propriedades do paralelismo

1ª Propriedade

Quando dois planos distintos são paralelos, qualquer reta de um deles é paralela ao outro.

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GEOMETRIA ANALITICA

2ª Propriedade

Quando uma reta é paralela a um plano, ela é paralela a pelo menos uma reta desse plano.

3ª Propriedade

Quando uma reta não está contida num plano e é paralela a uma reta do plano, ela é paralela ao
plano.

4ª Propriedade

Se um plano intersecta dois planos paralelos, as intersecções são duas retas paralelas.

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GEOMETRIA ANALITICA

5ª Propriedade

Quando um plano contém duas retas concorrentes, paralelas a outro plano, então os planos
considerados são paralelos.

Perpendicularidade

Retas Perpendiculares

Duas retas r e s são perpendiculares se, e somente se, são concorrentes e formam ângulos “retos”.

Indicamos se são paralelas da seguinte forma:

Reta E Plano Perpendiculares

Uma reta concorrente com um plano, num determinado ponto, é perpendicular ao plano quando é
perpendicular a todas as retas do plano que passam pelo ponto determinado.

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GEOMETRIA ANALITICA

Indicaremos que r é perpendicular a α por r ┴ α ou por α ┴ r.

Se uma reta a é perpendicular a duas retas, b e c , concorrentes de um plano α, então ela é


perpendicular ao plano.

Planos Perpendiculares

Definição

Dois planos são perpendiculares quando um deles contém uma reta perpendicular ao outro.

Indicamos que um plano α é perpendicular a um plano β pelo símbolo α ┴ β ou β ┴α.

Quando dois planos secantes não são perpendiculares, eles são ditos oblíquos.
Observe a figura:

Se dois planos, α e β, são perpendiculares e uma reta r de um deles (α) é perpendicular à intersecção
i dos planos, então ela é perpendicular ao outro plano (β).

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GEOMETRIA ANALITICA

A Circunferência No Plano Cartesiano - Equação Reduzida

Da mesma forma que equacionamos uma reta é possível também representarmos uma circunferência
na forma de equações, utilizando seu centro e um ponto genérico da circunferência.

Veja a representação em um plano cartesiano de uma circunferência de centro C de coordenadas


iguais a C(a,b) e o ponto D(x,y) sendo genérico a circunferência, ou seja, ponto qualquer pertencente
a circunferência.

A equação dessa circunferência será determinada pela distância do centro ao ponto genérico, que é
indicado por um segmento de reta.
Relembrando a definição de raio iremos (raio é a medida de qualquer segmento de reta que vai do
centro da circunferência a qualquer ponto genérico a ela) concluir que essa distância é o raio da
circunferência.

A distância entre o centro de uma circunferência e um ponto genérico a ela é o mesmo que
calcularmos a distância entre dois pontos, que no caso são C(a,b) e D(x,y).

d2CD = (x – a)2 + (y – b)2

Portanto a equação reduzida da circunferência será determinada por:

R2 = (x – a)2 + (y – b)2

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GEOMETRIA ANALITICA

Exemplo: Determine a equação reduzida da circunferência de centro C(-4,1) e R = 1/3.

Basta substituirmos esses dados na equação R2 = (x – a)2 + (y – b)2.

(x – (-4))2 + (y – 1)2 = (1/3)2


(x + 4)2 + (y – 1)2 = 1/9

Exemplo: Obtenha o centro e o raio da circunferência cuja equação é (x – 1/2)2 + (y + 5/2)2 = 9.

É preciso que seja feito à comparação das equações:

(x – 1/2)2 + (y + 5/2) 2= 9
(x – a)2 + (y – b)2 = R2

- a = -1/2
a = 1/2

- b = 5/2
b = -5/2

R2 = 9
R=3

Portanto as coordenadas do centro da circunferência de equação (x – 1/2)2 + (y + 5/2) = 9 é igual a


C(1/2, -5/2) e raio igual a R = 3

Equações E Inequações

Equações são expressões algébricas que possuem uma igualdade. Essas expressões são
chamadas de algébricas porque possuem pelo menos uma incógnita, que é um número
desconhecido representado por uma letra. As inequações, por sua vez, são relações semelhantes às
equações, contudo, apresentam uma desigualdade.

Enquanto as equações relacionam os termos do primeiro membro aos termos do segundo, afirmando
sua igualdade, as inequações mostram que os termos do primeiro membro são maiores ou menores
que os elementos do segundo.

Termos De Uma Equação E De Uma Inequação

Termo é o nome que se dá ao produto de algum número por alguma letra. Para identificá-los, basta
procurar pelas multiplicações separadas por sinais de adição ou subtração. Veja a equação seguinte:

4x + 2x – 7x = 16 – 5x

Os termos são: 4x, 2x, – 7x, 16 e – 5x

Membros De Uma Equação E De Uma Inequação

Primeiro e segundo membros são definidos pela igualdade nas equações e pela desigualdade
nas inequações.

Todos os termos dispostos à esquerda da igualdade ou da desigualdade compõem o primeiro


membro de uma equação ou inequação. Todos os termos dispostos à direta da igualdade ou
desigualdade determinam o segundo membro de uma equação ou inequação.

Desse modo, dada a inequação:

2x + x – 9x ≤ 15 – 4x

Os termos 2x, x e –9x pertencem ao primeiro membro, e os termos 15 e – 4x pertencem ao segundo.

O Que É Igualdade E Desigualdade?

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GEOMETRIA ANALITICA

Ambos determinam relações de ordem entre números e incógnitas. O sinal de igual é utilizado
quando se quer expressar a seguinte situação: Existe um valor para as incógnitas que faz com que o
resultado dos cálculos propostos no primeiro membro seja igual ao resultado dos cálculos propostos
no segundo.

A desigualdade, por sua vez, pode ser representada por um dos quatro símbolos seguintes:

<, >, ≥ e ≤

Esses símbolos mostram que o conjunto de operações do primeiro membro possui um resultado
“menor”, “maior”, “maior igual” ou “menor igual” ao resultado do segundo membro.

Grau

O grau de equações e de inequações pode ser encontrado da seguinte maneira:

Se a equação ou a inequação possui apenas uma incógnita, então, o grau dela é dado pelo maior
expoente da incógnita. Por exemplo: o grau da equação 4x 3 + 2x2= 7 é 3.

Se a equação ou inequação possui mais de uma incógnita, então, o grau dela é dado pela maior
soma entre os expoentes de um mesmo termo. Por exemplo, o grau da equação 4xyz + 7yz2 –
5x2y2z2 = 0 é 6.

Exemplos De Equações:

1) 4x = 16

2) 2x – 8 = 144

3)18x2 = 2x-8
x

Exemplos De Inequações:

1) 12x + x2 ≤ 12

2) 144 ≥ 12x + 7

3) 128 – 14x < 12x + 4

Sistemas De Equações Do Primeiro Grau Com Duas Incógnitas

Quando tratamos as equações do 1° grau com duas variáveis vimos que a equação x + y =
20 admite infinitas soluções, pois se não houver restrições como as do exemplo na página em
questão, podemos atribuir qualquer valor a x, e para tornar a equação verdadeira, basta que
calculemos y como sendo 20 - x.

A equação x - y = 6 pelos mesmos motivos, em não havendo restrições, também admite infinitas
soluções.

Como as equações x + y = 20 e x - y = 6 admitem infinitas soluções podemos nos perguntar:

Será que dentre estas soluções existem aquelas que são comuns às duas equações, isto é, que
resolva ao mesmo tempo tanto a primeira, quanto à segunda equação?

Este é justamente o tema deste tópico que vamos tratar agora.

Métodos De Resolução

Há vários métodos para calcularmos a solução deste tipo de sistema. Agora veremos os dois mais
utilizados, primeiro o método da adição e em seguida o método da substituição.

Método Da Adição

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GEOMETRIA ANALITICA

Este método consiste em realizarmos a soma dos respectivos termos de cada uma das equações, a
fim de obtermos uma equação com apenas uma incógnita.

Quando a simples soma não nos permite alcançar este objetivo, recorremos ao princípio
multiplicativo da igualdade para multiplicarmos todos os termos de uma das equações por um
determinado valor, de sorte que a equação equivalente resultante, nos permita obter uma equação
com uma única incógnita.

A seguir temos outras explicações que retratam estas situações.

Quando o sistema admite uma única solução?

Tomemos como ponto de partida o sistema composto pelas duas equações abaixo:

Perceba que iremos eliminar o termo com a variável y, se somarmos cada um dos termos da primeira
equação com o respectivo termo da segunda equação:

Agora de forma simplificada podemos obter o valor da incógnita x simplesmente passando o


coeficiente 2 que multiplica esta variável, para o outro lado com a operação inversa, dividindo assim
todo o segundo membro por 2:

Agora que sabemos que x = 13, para encontrarmos o valor de y, basta que troquemos x por 13 na
primeira equação e depois isolemos y no primeiro membro:

Escolhemos a primeira e não a segunda equação, pois se escolhêssemos a segunda, teríamos que
realizar um passo a mais que seria multiplicar ambos os membros por -1, já que teríamos -y no
primeiro membro e não y como é preciso, no entanto podemos escolher a equação que quisermos.
Normalmente iremos escolher a equação que nos facilite a realização dos cálculos.

Observe também que neste caso primeiro obtivemos o valor da variável x e em função dele
conseguimos obter o valor de y, porque isto nos era conveniente. Se for mais fácil primeiro
encontrarmos o valor da segunda incógnita, é assim que devemos proceder.

Quando um sistema admite uma única solução dizemos que ele é um sistema possível e
determinado.

Quando o sistema admite uma infinidade de soluções?

Vejamos o sistema abaixo:

Note que somando todos os termos da primeira equação ao da segunda, não conseguiremos eliminar
quaisquer variáveis, então vamos multiplicar os termos da primeira por -2 e então realizarmos a
soma:

Veja que eliminamos não uma das variáveis, mas as duas. O fato de termos obtido 0 = 0 indica que o
sistema admite uma infinidade de soluções.

Quando um sistema admite uma infinidade de soluções dizemos que ele é um sistema possível e
indeterminado.

Quando o sistema não admite solução?

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GEOMETRIA ANALITICA

Vejamos este outro sistema:

Note que se somarmos os termos da primeira equação com os da segunda, também não
conseguiremos eliminar nenhuma das variáveis, mas agora veja o que acontece se multiplicarmos
por 2 todos os termos da primeira equação e realizarmos a soma das equações:

Obtivemos 0 = -3 que é inválido, este é o indicativo de que o sistema não admite soluções.

Quando um sistema não admite soluções dizemos que ele é um sistema impossível.

Método Da Substituição

Este método consiste em elegermos uma das equações e desta isolarmos uma das variáveis. Feito
isto substituímos na outra equação, a variável isolada pela expressão obtida no segundo membro da
equação obtida quando isolamos a variável.

Este procedimento também resultará em uma equação com uma única variável.

O procedimento é menos confuso do que parece. A seguir veremos em detalhes algumas situações
que exemplificam tais conceitos, assim como fizemos no caso do método da adição.

Quando o sistema admite uma única solução?

Para nos permitir a comparação entre os dois métodos, vamos utilizar o mesmo sistema utilizado no
método anterior:

Vamos escolher a primeira equação e isolar a variável x:

Agora na segunda equação vamos substituir x por 20 - y:

Agora que sabemos que y = 7, podemos calcular o valor de x:

Quando o sistema admite uma infinidade de soluções?

Solucionemos o sistema abaixo:

Este sistema já foi resolvido pelo método da adição, agora vamos resolvê-lo pelo método da
substituição.

Por ser mais fácil e gerar em um resultado mais simples, vamos isolar a incógnita y da primeira
equação:

Agora na outra equação vamos substituir y por 10 - 2x:

Como obtivemos 0 = 0, o sistema admite uma infinidade de soluções.

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GEOMETRIA ANALITICA

Quando o sistema não admite solução?

Novamente vamos solucionar o mesmo sistema utilizado no método anterior:

Observe que é mais viável isolarmos a variável x da primeira equação, pois o seu coeficiente 2 é
divisor de ambos coeficientes do primeiro membro da segunda equação, o que irá ajudar nos
cálculos:

Agora substituímos x na segunda equação pelo valor encontrado:

Conforme explicado anteriormente, o resultado 0 = -3 indica que este sistema não admite soluções.

Exercícios

Inequações Do 1º Grau Com Duas Variáveis

1. Um das soluções da equação 3x – 4y = 7 é o par ordenado:

a) (3, 1) b) (2, 5) c) (5, 2) d) (4, 1)

2. Dada a equação 5x – 2y = 1, quando x = - 3, então:

a) y = - 8 b) y = 8 c) y = - 7 d) y =7

3. O par (x, y) é a solução do sistema , o valor de x² - y² é:

a) 120 b) 110 c) 100 d) 12

4. No sistema , o valor de x é:

a. igual a zero.

b. igual ao valor de y.

c. menor que o valor de y.

d. o dobro do valor de y.

5. No sistema , podemos afirmar que:

a) x = y b) x = 0 e y = 4 c) x > y d) x = 4 e y = 0

6. O valor de x no sistema pertence ao conjunto:

a. dos números primos.

b. dos números ímpares.

c. dos números pares.

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GEOMETRIA ANALITICA

d. dos múltiplos de 3.

7. Num quintal existem perus e coelhos, num total de 62 cabeças e 148 pés. Quantos são os perus e
quantos são os coelhos?

R: ( ______ )

8. Uma sorveteria vende picolé simples a R$ 4,00 cada um e picolé coberto com chocolate a R$ 5,50
cada um. Num dia em que vendeu 200 picolés recebeu R$ 893,00. Quantos picolés cobertos de
chocolate foram vendidos?

R: ( ______ )

9. Um motorista de táxi, em uma determinada localidade, cobra uma quantia mínima de cada
passageiro, independentemente da distância a ser percorrida, mais uma certa quantia, também fixa,
por quilômetro rodado. Um passageiro foi transportado 30 Km e pagou Cr$ 1.6000,00. Um outro
passageiro foi transportado por 25 Km e pagou Cr$ 1.350,00. Calcule o valor de cruzeiros reais
cobrado por quilômetro rodado.

R: ( ______ )

10. Numa divisão o quociente é 8 e o resto é 24. Sabe-se que a soma do dividendo, do divisor, do
quociente e do resto é 344. Então, a diferença dividendo menos divisor é:

a) 127 b) – 127 c) 100 d) 248 e) – 248

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Geometria Sintética

1 Introdução

As grandes civilizações da antiguidade baseavam-se em recursos matemáticos a m de construirem


suas habitações, seus meios de transporte e suas máquinas para cultivo. Há excelentes exemplos
disso. Podemos citar as construções das grandes pirâmides do Egito e da América Central, as
caravelas das grandes navegações, diques para a retenção de água da chuva para irrigação nos
períodos de seca, observações astronômicas, entre tantas outras. O homem não mediu esforços para
que pudesse atingir seus objetivos com finalidade de aumentar a produção, prever fenômenos
naturais, dar rigidez às habitações, entre outros. As grandes obras demonstram que foram feitas
embasadas em grandes conhecimentos matemáticos, principalmente de ordem geométrica
(DOMINGUES, 2011).

Como tudo sofre evoluções, principalmente quando existe a necessidade de transpor barreiras, com a
geometria não foi diferente. Podemos dizer que incialmente a geometria era pura observação e
consistia de tentativas de erro e acerto. Até que em um belo momento da história, uma pessoa
resolveu reunir informações de ordem geométrica em livros. A grande obra escrita, que até hoje
fazemos uso, se deve a Euclides, porém, muito pouco se sabe sobre a vida e sua personalidade,
"salvo que foi ele, segundo parece, o criador da famosa e duradoura escola de matemática de
Alexandria da qual, sem dúvida, foi professor (DOMINGUES, 2011, p.167), cuja obra foi intitulada de
Os Elementos. Os Elementos de Euclides é o livro didático mais bem sucedido e in uente já escrito.

Os debates geométricos sempre foram colocados à tona. Grandes homens ao longo da história
propuseram situações, a ponto de surgirem fórmulas, relações, comparações, proposições, teoremas,
destacando-se entre estes itens, o famoso Teorema de Pitágo- ras, embora tal teorema já tivesse
sido utilizado pelos babilônicos. Entre os séculos XVII e XIX, junto com as grandes revoluções
(Revolução Inglesa, Revolução Francesa, Revolução Industrial, entre outras), a matemática sofreu
grandes avanços, assim como a geometria. A organização de uma sociedade fundada no trabalho, na
indústria, no comércio, fez com que houvessem novas necessidades. A Álgebra precisava ser
transformada e, paralelamente a ela, a geometria fazia suas contribuições, assim como, sofria
importantes impactos, que não abalavam em nada, as grandes ideias axiomáticas.

Figura 1.1: Representação de quem seria Euclides, realizando uma construção ge- ométrica.

A morfologia da palavra geometria tem origem grega, cujo significado é: geo = Terra e metria = ato de
medir. Basicamente geometria seria a arte de medir tudo o que se encontra sobre a Terra. Sendo
assim, uma pergunta poderia se colocada em pauta. Seria possível fazer geometria no plano sem
medir, sem dar valores numéricos para dar significado ao que se quer comparar, como comprimentos,
áreas e medidas de ângulos? O presente trabalho tem como objetivo fazer um apanhado histórico
breve da evolução da geometria, para por m, fazer um tratamento geométrico desconsiderando a
ideia de medida, representada simbolicamente por números. A este tipo de geometria damos o nome
de Geometria Sintética.

Uma característica marcante deste tipo de geometria está no fato de como ela trata a geometria
clássica, principalmente aos assuntos ligados as proposições dadas por Euclides em Os elementos,
no tocante de dar ares de beleza e simplicidade na demonstração destes.

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GEOMETRIA SINTÉTICA

No Capítulo 2, faremos um breve histórico do desenvolvimento da geometria, num período que varia
entre 590 - 300 a.C., e defi nir alguns termos que serão de extrema importância para a compreensão
de alguns fatos geométricos.

Já no Capitulo 3, tomando como base os axiomas de Euclides, será feita a apresentação de seus
principais axiomas, uma vez que estes são importantes para a compreensão, argumentação e
desenvolvimento dos nossos objetivos: a Geometria Sintética.

No Capítulo 4, tiraremos o foco da geometria do campo algébrico e introduziremos a sintetização da


geometria como a conhecemos. Aqui, teremos como principal objetivo, fazermos observações da
geometria de tal forma, que poderemos ser capazes de defi nir entes geométricos sem a necessidade
de nos apoiarmos em conceitos algébricos.

Por m, no Capítulo 5, algumas aplicações geométricas utilizando-se apenas de recursos da geometria


sintética. Dentre elas, a construção de um quadrado, a construção de um triângulo retângulo e a
definição da desigualdade triangular.

Algumas Observações Sobre Geometrias

Os babilônios1 eram muito avançados em geometria e aritmética. Além disso, eles conheciam o que
conhecemos hoje como Teorema de Pitágoras, muito antes de Pitágoras nascer: em um triângulo
retângulo o quadrado do comprimento da hipotenusa é igual a soma dos quadrados dos catetos.

Já entre os gregos, Tales de Mileto, insistiu que as demonstrações geométricas de- viam ser
estabelecidas pelo raciocínio dedutivo e não por tentativa e erro. Ele estava familiarizado com os
cálculos não muito exatos feitos pelos matemáticos egípcios e babilônicos. Chegando a conclusão de
que os resultados estavam corretos, ele desenvolveu a primeira geometria lógica, servindo de base
para o desenvolvimento de teoremas ordenados para provar afirmações. Foi uma das características
da matemática grega, sendo isto, totalmente novo.

Ao longo dos dois séculos seguintes, a sistematização desenvolvida por Tales foi mantida por
Pitágoras e seus discípulos. Este era considerado por seus discípulos um profeta religioso, pregando
a imortalidade da alma e a reencarnação, organizando uma irmandade, na qual tinha sua própria
purificação e ritos de iniciação. Os pitagóricos diferiam de outras seitas religiosas, pois acreditavam
que a elevação da alma e a união com Deus eram alcançadas pelo estudo da música e da
matemática, sendo que na música, Pitágoras calculou as proporções corretas dos intervalos
harmônicos e na matemática, ensinou as propriedades misteriosas e maravilhosas dos números.

O historiador Proclus escreveu: É sabido que os homens que primeiro di- vulgaram a teoria do
irracional morreram em um naufrágio, a m de que o inexprimível e inimaginável permanecesse
sempre velado (GREENBERG, 2008).

Os pitagóricos não consideravam um número: mudaram sua álgebra para forma geométrica, a

m de representar e outros comprimentos irracionais por segmentos.

O quarto século a.C. viu o o crescimento da Academia de Ciências e Filosofia de Platão (fundada
cerca de 387 a.C.).

Platão escreveu: O estudo da matemática se desenvolve e põe em funciona- mento um organismo


mental, mais valioso do que mil olhos, porque através dele sozinho a verdade pode ser apreendida
(GREENBERG, 2008).

Platão ensinava que o universo de ideias é mais importante do que o mundo material dos sentidos,
sendo este último apenas uma sombra do primeiro. O mundo material é uma caverna apagada cujas
paredes podemos ver apenas sombras do mundo real, iluminado pelo sol do lado de fora. Os erros
dos sentidos deve ser corrigido pelo pensamento concentrado, o que é melhor aprendido através do
estudo de matemática. O método socrático de diálogo é essencialmente o de "prova indireta, pelo
qual uma a rmação mostra-se inválida se ela leva a uma contradição. Platão cita repetidamente a
prova da irracionalidade do comprimento de uma diagonal do quadrado unitário como um método da
ilustração da prova indireta (o reductio ad absurdum)"(GREENBERG, 2008). O ponto é que essa

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irracionalidade de comprimento nunca poderia ter sido descoberto por medidas físicas, que sempre
incluem uma pequena margem de erro.

Euclides era um "discípulo da escola platônica"(DOMINGUES, 2011). Cerca de 300 a.C. ele produziu
o tratamento definitivo da geometria grega e teoria dos números em seus Elementos, volume XIII. Na
elaboração destas obras-primas, Euclides os elaborou levando em conta a experiência e as
realizações de seus predecessores nos séculos anteriores: os pitagóricos para livros I a IV, VII e IX,
Archytas para o Livro VIII, Eudóxio os livros V , VI e XII e Theaetetus para livros X e XIII . Tão
completas eram as obra de Euclides (fazendo referência aos Os Elementos) que substituiram as
tentativas anteriores de apresentar geometria. É uma pena que os possíveis discípulos de Euclides
não tenham sido capazes de coletar informações sobre o seu trabalho, pois ele é o autor mais lido na
história da humanidade. Sua abordagem à geometria tem dominado o ensino do assunto por mais de
dois mil anos. Além disso, o método axiomático usado por Euclides é o protótipo para o que hoje
chamamos de "matemática pura" (GREENBERG, 2008). Os Elementos de Euclides é puro também,
pois os trabalhos não incluem aplicações práticas. Claro que a geometria de Euclides teve um
enorme número de aplicações para problemas práticos de engenharia, mas eles não são
mencionados nos livros.

Segundo a lenda, um estudante iniciante em geometria de Euclides perguntou:

O que eu consigo aprendendo essas coisas ? Euclides chamou um escravo, dizendo: Dê-lhe uma
moeda, uma vez que ele quer ganhar com o que ele aprende (GREENBERG, 2008).

Surpreendentemente, como veremos mais adiante, a matemática pura, muitas vezes acaba por ter
aplicações jamais sonhadas por seus criadores - as perspectivas impraticáveis dos matemáticos
puros é basicamente útil para a sociedade. Além disso, as partes da matemática que não foram
aplicadas também são importantes para a sociedade, seja como obras estéticas comparável à música
e a arte, como contribuições para a expansão da consciência e do entendimento humano.

Os matemáticos podem fazer uso de tentativa e erro, cálculo de casos especiais, adivinhação, ou
qualquer outra forma de descobrir teoremas. O método axiomático é um método de provar que os
resultados estão corretos. Alguns dos resultados mais importantes da matemática foram
originalmente dados por provas incompletas. Assim, provas nos dão a garantia de que os resultados
estão corretos. Em muitos casos, eles também nos dão resultados mais gerais. Por exemplo, os
egípcios e os hindus sabiam por experiência que, se um triângulo tem lados de comprimento 3, 4 e 5,
é um triângulo retângulo. Já Euclides, dizia na Proposição 47 do Livro I, que "Nos triângulos
retângulos, o quadrado sobre o lado que se estende sob o ângulo reto é igual aos quadrados sobre
os lados que contém o ângulo reto" (EUCLIDES; BICUDO, 2009, p.132). Mas a final, o que é um
método axiomático?

Imagine a seguinte situação: "Quero que você acredite num raciocínio que decorra logicamente de
alguma outra afirmação na qual você já tenha con- dições de aceitá-la. No entanto, se você não
aceitá-la, eu teria que mostrar a você que o raciocinio decorre de outras situações, podendo repetir
este pro- cesso várias vezes até você aceitar sem que eu precise fazer justicativas. Essas
declarações fazem o papel de um axioma ou postulado"(GREENBERG, 2008).

Cabe aqui também uma observação importante, pois eu posso chegar a uma afi rmação na qual você
não aceite como base de meu argumento, fazendo que seja obrigado a dar infinitas tentativas de
explicações, gerando o que é conhecida como regressão infinita. Dessa forma, duas regras devem
ser observadas para que possamos concordar que uma prova é correta:

1: Aceitação de certas afirmações chamadas axiomas, ou postulados, sem mais justi cativas.

2: Convenção sobre como e quando uma a firmação segue logicamente de outra, ou seja, uma
convenção sobre certas regras de raciocínio.

Até então, estamos discutindo o que é necessário para chegarmos a um acordo sobre se
determinada prova está correta. Aqui tomaremos uma por consenso uma exigência: compreensão
mútua do significado das palavras e símbolos utilizados no discurso.

Não deve haver nenhum problema em alcançar o entendimento mútuo, desde que

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usamos termos familiares, usando-os de forma consistente. Por exemplo, se eu usar um termo
desconhecido, você tem o direito de exigir uma definição do termo. As definições não poderão ser
dadas de forma arbitrária, pois elas estão sujeitas às regras de raciocínio referidos (mas não especi
cado) na Regra 2. Se, por exemplo, definir um ângulo reto como sendo um ângulo de 90o e, em
seguida, definir um ângulo de 90o como sendo um ângulo reto, isto violaria a regra. Além disso, não
podemos definir cada termo que usamos pois, a m de definir um termo devemos utilizar outros
termos, e para definir estes outros termos devemos usar ainda outros termos, e assim
sucessivamente, recaindo na questão da regressão infinita.

Apontaremos aqui os cinco termos indefinidos da Geometria Euclidiana, que servirão de base para a
definição de todos os outros termos da geometria plana de Euclides:

- Ponto;
- Reta;
- Estar Entre (no sentido: ponto C está entre os pontos A e B);
- Estar sobre (no sentido: dois pontos estão sobre uma única reta);
- Congruente.
Para a geometria espacial teríamos que introduzir um novo conceito indefi nido, o conceito de plano,
ampliando a relação estar sobre para pontos e retas no plano. No entanto, vamos nos restringir
apenas a geometria plana, ou seja, a um único plano, definindo-o como o conjunto de todas as retas
e todos os pontos.

Há expressões que são frequentemente utilizadas como sinônimo de estar sobre. Em vez de dizer
ponto P situa-se na reta l, às vezes dizemos l passa por P ou P é incidente com l, denotando Pil. Se o
ponto P encontra-se tanto na reta l como na reta m, dizemos que l e m tem o ponto P em comum ou
que l e m se cruzam (ou se encontram) no ponto P.

Embora não esteja definido o termo reta, a sua utilização será restringida pelos axiomas da geometria
plana. Por exemplo, um axioma a rma que dados dois pontos distinto, existe uma única reta que
passa por eles. Assim, na figura 2.1, l e m, podem não representar retas na geometria plana, porém
ambas passam pelos dois pontos da- dos.

Usaremos a palavra conjunto, visto que esta é fundamental para toda a matemática. Em termos de
simplificação e entendimento, conjunto aqui será entendido como coleção de objetos. Em meio a isto,
estão relacionadas duas outras noções: pertencer a e/ou ser um elemento de um conjunto, como por
exemplo, convencionamos que todos os pontos e todas as retas pertecem a um plano α. Para dar
sentido a algumas situações que envolvem noções de conjuntos deixaremos estabelecido que se
todos os elementos de um conjunto A também são elementos de um conjunto B, este último contém o
conjunto A. Em outras palavras, o conjunto A pode ser dito como subconjunto de B. Assim, temos
agora uma referência para definirmos segmento, raio, círculo, entre outros elementos geométricos
que são, em si, conjunto de pontos. Por m, para facilitar nossa leitura, quando tivermos o interesse
em representar um conjunto de pontos sobre a reta l, usaremos a notação {A, B, C, D, ...}.

Figura 2.1: Retas "curvas" passando por dois pontos

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Outra palavra que merece atenção especial é o uso da expressão igual. Dentro do nosso contexto
geométrico usaremos um dos termos indefinidos citados: a congruência. Um bom exemplo para tal,
seria o caso de considerarmos um triângulo ABC isósceles. Em vez de consideramos que os lados
AB e AC são iguais, diremos que tais lados são congruentes. Deste modo, o fato de que AB é
congruente a AC leva a implicação de que tal triângulo ABC é isósceles.

Figura 2.2: Triângulo ABC isósceles

Os Primeiros Axiomas (Postulados) De Euclides

Para desenvolver sua geometria, Euclides se baseou em conceitos fundamentais, chamados de


Postulados ou Axiomas, como conhecemos atualmente.

Axioma 3.1. : Dados dois pontos P e Q distintos, existe uma única reta l que passa por P e Q.

Para a representação de reta por dois pontos P e Q , usaremos a notação ←P→Q. Antes de citarmos
o próximo axioma, faremos nossas primeiras definições.

Definição 3.1. Dizemos que dois segmentos de reta são congruentes se eles, quando sobrepostos,
coincidem ponto a ponto, ou seja, fica definida uma relação de equivalência.

Assim, a definição para congruência entre figuras planas decorre da mesma ideia, ou seja, da
sobreposição.

Definição 3.2. Dizemos que um ponto B está entre os pontos A e C se estes três pertencerem a uma
mesma reta, de tal modo que A ou C esteja a esquerda de B e C ou A esteja a direita de B,
respectivamente.

Definição 3.3. Dados dois pontos distintos A e B, o conjunto cujos elementos são os pontos A e B, e
todos os pontos C que se encontram na reta A→B e estão entre A e B é chamado segmento AB e

denotado por . Os pontos A e B são os pontos finais de (Figura 3.1).

Figura 3.1: Segmento

Axioma 3.2. Para cada segmento e para cada segmento CD, existe um único ponto E tal que B
está entre A e E ou E entre A e B, e o segmento CD é congruente ao segmento BE (Figura 3.2).

Figura 3.2: Os segmentos CD e BE são congruentes (CD ∼= BE).

Observação: Como notação, usaremos o símbolo ∼= para identificar uma congruência.

Antes de enunciarmos o terceiro axioma, introduziremos outra definição.

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Definição 3.4. Considere dois pontos dados: O e A distintos. O conjunto de todos os pontos P tal que
OP é congruente a OA é chamado de círculo, com centro em O e raio OA.

Axioma 3.3. Dados O e A pontos distintos, existe um círculo de centro O e raio OA

(Figura 3.3).

Figura 3.3: Círculo de centro O e raio OA.

Definição 3.5. Uma semirreta é um conjunto de pontos na reta ←A→B dado pelo segmento

AB e todos os pontos C que pertencem à reta ←A→B e além disso, B está entre A e C.

Neste caso, é uma semirreta, que parte do ponto A e passa pelo ponto B, sendo esta denotada por
−A→B (Figura 3.4).

Figura 3.4: Semirreta −A→B.

Figura 3.5: Semirreta −A→B e −A→C são opostas.

Definição 3.6. Duas semirretas −A→B e −A→C são opostas se forem distintas, partirem do mesmo
ponto A e forem partes da mesma reta ←A→B = ←A→C (Figura 3.5).

Definição 3.7. Um ângulo com vértice no ponto A é formado por duas semirretas −A→B e −A→C
distintas e não opostas (Figura 3.6).

Denotaremos o ângulo A por ^A, ^BAC, ^CAB, BAC, CAB ou simplesmente por A. Esta última
notação, geralmente a usaremos quando nos referenciarmos apenas a um ângulo genérico, ou seja,
apenas para apontar o ângulo, sem levar ao pé da letra a de nição apresentada. Uma vez que for
levada a definição em conta, usaremos uma das outras denotações.

Figura 3.6: Ângulo com vértice em A.

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Definição 3.8. Se dois ângulos ^BAD e ^CAD têm em comum o lado −A−→D e além disso −A→B e
−A→C são opostas, os ângulos são ditos suplementares um do outro (Figura 3.7).

Figura 3.7: Ângulos ^CAD e ^BAD são suplementares

Definição 3.9. Um ângulo ^BAD é dito reto se o seu suplementar for congruente a ele (Figura 3.8).

Figura 3.8: ^CAD ∼= ^BAD

Note que definimos ângulo reto sem dizer a palavras "graus"e nem mencionar a palavra "medida".

Vale ressaltar, que mesmo não pertencendo a uma mesma reta, dois ângulos retos sempre serão
congruentes.

Estes três axiomas apresentados foram sempre aceitos pelos matemáticos, sem restrição alguma. No
entanto, o axioma de Euclides, conhecido como Axioma das Paralelas, foi altamente controverso.
Tais controvérsias resultaram na criação de outras geometrias, conhecidas como geometrias não
euclidianas.

Vamos indicar este axioma não em sua forma original como se encontra nos Elementos.

Ele será aqui escrito de uma forma simplificada, sendo esta conhecida como Axioma de Playfair, pois
este axioma apareceu numa publicação de John Playfair, em 1795.

Definição 3.10. Duas retas l e m são paralelas se elas não se cruzam, ou seja, se nenhum ponto
pertence simultaneamente as duas retas consideradas.

Figura 3.9: As retas l e m são paralelas.

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Em termos de notação, usaremos l " m para representar um par de retas paralelas, que conforme
mostra a figura 3.9, não apresentam pontos em comum.

Axioma 3.4. Por um ponto não pertencente a uma reta dada, passa uma e somente uma reta paralela
a reta dada (Figura 3.10).

Mas por que este axioma gera tantas controvérsias? A resposta talvez resida no fato de que os outros
três foram "testados"com régua e compasso. Este, por se tratar de

Figura 3.10: Reta ←A→B dada e um ponto C fora dela: pelo qual passa uma única paralela a ←A→B.

retas e estas podem ser estendidas indefinidamente, não há como mostrar se de fato há ou não
algum ponto comum entre duas retas paralelas. Desta forma, será necessário o uso de outros
critérios. Mas enfim, qual critério adotar para mostrar que realmente as retas l e m são paralelas?
Euclides sugeriu a construção de uma outra reta, sendo esta transversal (ou seja, uma reta t que
intersectasse as retas l e m em pontos distintos) e fizesse a medição dos ângulos internos α e β
formados pela interseção da reta t com as retas l e m, conforme mostra a figura 3.11.

Figura 3.11: Ângulos α e β formados por t em l e m, internamente

Assim, Eclides afirmava que os ângulos α e β (como mostrados na figura anterior) têm uma soma
menor que 180o, ou seja, o problema recaía no próprio Axioma das Paralelas, não mostrando de fato
que as retas l e m não se cruzam em algum ponto P . Dessa forma, ainda não poderemos usar desta
a forrmação para termos certeza da validade de tal axioma.

Posteriormente ocorreram várias outras tentativas de mostrar a validade do axioma em questão, entre
elas podemos citar a do matemático francês Adrien Marie Legendre1. Porém, deixaremos claro aqui,
que este não é o objetivo deste trabalho, e sim fazer um tratamento sobre a Geometria Sintética, ou
seja, apresentaremos uma abordagem usando apenas o tratamento lógico-dedutivo, fazendo o uso
de axiomas definidos inicialmente com o intuito de construir e demonstrar proposições lógicas. Assim,
na nossa abordagem não assumiremos os postulados que envolvem medidas (os axiomas sobre
medidas não serão considerados).

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Figura 3.12: Adrien Marie Legendre

Congruências Definidas Geometricamente

A geometria euclidiana baseada nos três primeiros axiomas de Euclides faz uso de recursos
aritméticos, algébricos e construtivos por meio do uso de régua e compasso, entre outros
instrumentos. Quando queremos construir um ângulo β de tal forma que ele seja congruente a um
ângulo α dado, recorremos ao termo medida angular, por exemplo. O mesmo ocorre com a
congrência entre segmentos, pois dois segmentos AB e CD são conguentes se a distância entre os
pares de pontos A e B, denotada por AB e a distância entre C e D for a mesma. Para tais ideias de
congruência são assumidos: 1 - Se A, B e C são pontos distintos de uma reta qualquer, nesta ordem,
então AB

+ BC = AC ;

2 - AB é por de nição a união dos pontos A, B e todos os pontos entre A e B ; 3 - AB ∼= CD signi ca


que AB = CD;

4 - ^A ∼= ^B significa que a medida do ângulo A é igual a medida do ângulo B, ou

seja, em termos de notação, m^A = m^B.

Com base nestas definições, quase todas propriedades básicas de congruência de segmentos e
ângulos e intermediação (estar entre) de pontos poderiam ser provados via teoremas, a exceção cou
por conta do Postulado LAL, referente à congruência de triângulos, que será enunciado mais adiante.

A geometria como a conhecemos hoje nem sempre foi assim. Este modelo atual foi proposto no início
do século XX por George David Birkho (1884-1944) (DO- MINGUES, 2011). A geometria da forma
clássica como foi apresentada nas obras de Euclides e mais recentemente por David Hilbert (1862-
1943), matemático alemão, considerado como um dos "maiores matemáticos do século XX"
(DOMINGUES, 2011), é diferente, pois Euclides escrevia sua geometria sem o auxílio dos números.

Dessa forma, esse tratamento dado à gemetria feita por Euclides ficou conhecido como Tratamento
Sintético. O esquema usado por Birkho é chamado de métrico, uma vez que ele faz uso de processos
de medições, além do uso frequente de números reais para representar essas medições (MOISE,
1974).

Para falarmos do método usado por Euclides e Hilbert, vamos imaginar que tudo que temos de
estrutura para representar a geometria como a conhecemos (propriedades, relações, axiomas,
funções que relacionam valores reais) passe por uma "transformação"onde excluímos o uso das
funções (mencionadas a posteriori) que relacionam valores reais e incluímos as ideias de
congruência e a relação de intermediação. Para esta nova estrutura há a necessidade de axiomas
que descrevam suas propriedades. Os axiomas necessários a estas descrições foram separados em
três grupos:

Axiomas de Intermediação

I1 - Se B está entre A e C, então B está entre C e A. Usaremos a notação A−B −C

para dizer que B está entre A e C, nesta ordem.

I2 - Dados quaisquer três pontos de uma reta, exatamente um está entre os outros dois.

I3 - Quaisquer quatro pontos de uma reta podem ser nomeados por A, B, C, D, nesta ordem, de tal
forma que B e C estejam entre A e D.

I4 - Se A e B são quaisquer dois pontos, então existe um ponto C tal que B está entre A e C e um
ponto D tal que D está entre A e B.

Axiomas de Congruência de Segmentos

CS1 - Para segmentos, congruência é uma relação de equivalência.

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CS2 - Axioma da construção de segmentos. Como na figura 4.1, dado um segmento

AB e uma semirreta −C−→D, há exatamente um ponto E de −C−→D tal que AB ∼= CE.

Figura 4.1: AB ∼= CE

CS3 - O axioma da "adição"de segmentos. Se o ponto B está entre os pontos A e C, o ponto Bj está
entre os pontos Aj e Cj, com AB ∼= AjBj e BC ∼= BjCj, então AC ∼= AjCj (Figura 4.2).

Figura 4.2: AC ∼= AjCj

CS4 - O axioma da "subtração"de segmentos. Se o ponto B está entre os pontos A e C, o ponto Bj


está entre os pontos Aj e Cj, com AB ∼= AjBj e AC ∼= AjCj, então BC ∼= BjCj (Figura 4.3).

CS5 - Em cada segmento há exatamente um ponto médio. Isto é, para cada segmento AB, há
exatamente um ponto C tal que o ponto C está entre os pontos A e B e AC ∼= CB (Figura 4.4).

Figura 4.3: BC ∼= BjCj

Figura 4.4: O ponto C é ponto médio do segmento AB.

Definição 4.1. Sejam l uma reta e A e B quaisquer pontos que não pertencem a l. Se A = B ou se o
segmento AB não contém nenhum ponto de l, dizemos que A e B estão no mesmo lado da reta l. Se
A ƒ= B e o segmento AB intersecta l, dizemos que A e B estão em lados opostos de l.

Definição 4.2. Um semiplano π é a parte de um plano σ, limitado por uma reta r, ou seja, é o conjunto
de todos os pontos que estão de um mesmo lado da reta r e a própria reta r.

Axiomas de Congruência para Ângulos

CA1 - Para ângulos, congruência é uma relação de equivalência.

CA2 - O axioma da construção de ângulos. Dados ^ABC, uma semirreta −B−jC→j e um semiplano π
cuja origem contém −B−jC→j, então há exatamente uma semirreta −B−j→Aj, com Aj em π, tal que
^ABC ∼= ^AjBjCj (Figura 4.5).

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Figura 4.5: ^ABC ∼= ^AjBjCj

Definição 4.3. Dado um ângulo ^CAB, dizemos que um ponto D está no interior de

^CAB se B e D estão do mesmo lado de ←A→C e se, C e D também estão no mesmo lado de
←A→B.

CA3 - O axioma da "adição"de ângulos. Se D é um ponto interior do ângulo ^BAC, Dj é um ponto


interior do ângulo ^BjAjCj, ^BAD ∼= ^BjAjDj e ^DAC ∼= ^DjAjCj, então ^BAC ∼= ^BjAjCj (Figura 4.6).

Figura 4.6: Axioma da Adição

CA4 - O axioma da "subtração"de ângulos. Se D é um ponto interior do ângulo

^BAC, Dj é um ponto interior do ângulo ^BjAjCj, ^BAD ∼= ^BjAjDj e ^BAC ∼=

^BjAjCj, então ^DAC ∼= ^DjAjCj (Figura 4.7).

Figura 4.7: Axioma da Subtração

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Definição 4.4. Dois triângulos serão congruentes se eles puderem ser sobrepostos, ou seja, todos os
pontos de um coincide com os pontos do outro.

CA5 - O axioma da congruência de triângulos(LAL). Se num triângulo, dois lados e o ângulo formado
por eles, forem congruentes, respectivamente, a dois lados e o ângulo formado por eles, de outro
triângulo, então os dois triângulos são congruentes.

Em quase momento nenhum fizemos referências as noções de medida de ângulos, assim como os
axiomas de intermediação. Dessa forma, não há ainda porque fazermos coisas novas para entrarmos
no campo da geometria sintética, ou seja, não usamos uma função que relacione as construções
feitas com a ideia de medição para tal, simplesmente as fizemos com base em alguns axiomas que
não fazem referências às medições. O tratamento sintético de congruência começa agora com um
tratamento sintético das desigualdades de segmentos.

Faremos referência a um triângulo de vértices A, B e C, usando a notação OABC.

Observamos que o caso de congruência LAL é assumido como axioma e os demais casos podem ser
demonstrados usando este axioma.

As Leis De Desigualdades Para Segmentos

Inicialmente vamos explicar como faremos para dizer que um segmento é mais curto ou mais
comprido que outro sem tocarmos no assunto distância, assim como a comparação entre ângulos,
verificando qual é maior ou menor que qual.

Definição 4.5. AB < CD significa que existe um ponto E entre C e D tal que

AB ∼= CE (Figura 4.8).

Observação: Algumas vezes faremos o uso da notação CD > AB para indicar que

AB < CD.

Figura 4.8: AB < CD

Vamos apontar a seguir as propriedades básicas da relação <, cujas demonstrações serão
apresentadas abaixo:

S1 - Para todo par de segmentos AB e CD, exatamente uma das condições será satisfeita: AB < CD,
AB ∼= CD, ou CD < AB.

S2 - Se AB < CD e CD < EF , então AB < EF .

S3 - Se AB ∼= AjBj, CD ∼= CjDj, com AB < CD, então AjBj < CjDj.

Teorema 4.1. Se o ponto B está entre os pontos A e C e C está entre A e D, então B e C, nesta
ordem, estão entre A e D, ou ainda, C e B, nesta ordem, estão entre D e A.

Demonstração: Por hipótese, B está entre A e C, ou seja, A−B−C (ou C −B−A) e também, C está
entre B e D, ou seja, B − C − D (ou D − C − B). Assim, B está entre A e D e C também fica entre A e
D. Portanto, B e C ficam entre A e D, pois pela hipótese, B está entre A e C e C está entre B e D, ou
seja, A − B − C − D (ou D − C − B − A).

Teorema 4.2. Se o ponto B está entre os pontos A e C e AC ∼= AjCj, então existe um ponto Bj tal que
Bj está entre os pontos Aj e Cj e AB ∼= AjBj

Demonstração: Para provarmos este teorema, vamos levar em consideração três hipóteses: o ponto
Bj está entre os pontos Aj e Cj, ou Bj coincide com Cj, ou Cj está entre Aj e Bj. Mostraremos que a
primeira condição é satisfeita e que as outras duas são condições falsas. Vamos considerar o axioma
CS2 (página 36) sobre a congruência de segmentos, donde sabemos que existe exatamente um
ponto Bj na semirreta −A−jC→j

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tal que AjBj ∼= AB.

Figura 4.9: As três condições para Bj

Suponha que Bj coincida com Cj. Então a semirreta −A→C contém dois pontos P , donde P = B e P =
C, tal que AP ∼= AjCj. Este fato contraria o Axioma CS2 (p. 34), visto que ele garante a existência de
exatamente um ponto.

Vamos agora supor que o ponto Cj esteja entre os pontos Aj e Bj. Pelo Axioma

CS2, há um ponto D na semirreta oposta à −C→A, tal que CD ∼= CjBj.

Figura 4.10: CD ∼= CjBj

Assim, o ponto C está entre os pontos A e D, Cj está entre Aj e Bj, AC ∼= AjCj e CD ∼= CjBj.
Portanto, pelo Axioma CS3 (p. 34), temos que AD ∼= AjBj. Uma vez que AjBj ∼= AB, temos uma
contradição a respeito da unicidade do axioma CS2 da construção de segmentos.

Teorema 4.3. Se AB < CD e CD ∼= CjDj, então AB < CjDj.

Demonstração: De acordo com a definição 4.5, como AB < CD, existe um ponto Bj tal que Bj está
entre os pontos C e D e AB ∼= CBj. Pelo teorema 4.2, há um ponto Bjj tal que Bjj está entre os pontos
Cj e Dj e CjBjj ∼= CBj. Mas AB ∼= CBj. Portanto, AB ∼= CjBjj e AB < CjDj, concluindo-se a nossa
demonstração.

Teorema 4.4. Se AB < CD e AjBj ∼= AB, então AjBj < CD.

Demonstração: Visto que AB < CD, a de nição 4.5 garante que existe um ponto Bjj entre os pontos C
e D tal que CBjj ∼= AB. Como AjBj ∼= AB, temos que AjBj ∼= CBjj. Portanto, AjBj < CD, como
queríamos demostrar.

Teorema 4.5. Se AB ∼= AjBj, CD ∼= CjDj e AB < CD, então AjBj < CjDj.

Demostração: Desde que AB < CD e AB ∼= AjBj, vem do teorema 4.4 que

AjBj < CD. Como por hipótese CD ∼= CjDj, decorre do teorema 4.3 que AjBj < CD

(Figura 4.11).

Figura 4.11: AjBj < CjDj

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Teorema 4.6. A relação AB < AB nunca existirá, qualquer que seja o segmento AB.

Demonstração: De fato, se AB < AB, pela definição 4.5 teremos AB ∼= ABj, para algum ponto Bj entre
os pontos A e B, o que contraria a unicidade do Axioma CS2.

Teorema 4.7. Se AB < CD e CD < EF , então AB < EF .

Figura 4.12: AB < EF

Demonstração: Desde que CD < EF a definição garante a exitência de um ponto Dj entre os pontos E
e F tal que EDj ∼= CD. Pelo Teorema 4.3, existe um ponto Bjj tal que Bjj está entre os pontos E e Dj e
AB ∼= EBjj. Se Bjj está entre os pontos E e

Dj está entre os pontos E e F , resulta do Teorema 4.1 que Bjj e Dj, nesta ordem, estão entre E e F ,
de modo que Bjj está entre os pontos E e F . Portanto, AB < EF , como se queria provar.

Teorema 4.8. Dado o par de segmentos AB e CD, ocorre exatamente uma das condições: AB < CD,
AB = CD ou AB > CD.

Demonstração: Do axioma da construção de segmentos decorre que existe um ponto Bj de −C−→D


tal que CBj ∼= AB. Se o ponto Bj está entre os pontos C e D, segue

do teorema 4.3 que ocorre a primeira condição. Se Bj coincide com o ponto D, ocorre a segunda
condição. E por m, se D está entre os pontos C e Bj, pelo Teorema 4.2 há

um ponto Dj entre os pontos A e B tal que ADj ∼= CD. Daí, pela definição 4.5, segue

que CD < AB e estes três casos estão ilustrados na figura 4.13.

Figura 4.13: As três condições dadas sobre os segmentos AB e CD

As Leis De Desigualdades Para Ângulos

Definição 4.6. Uma semirreta −A−→D é interior a um dado ângulo BAC se os ponto D e B estão do
mesmo lado da semirreta −A→C e os pontos D e C estão do mesmo lado da semirreta −A→B.

Observação: Decorre das definições 4.3 e 4.6 que dadas as semirretas −A→B e −A→C,

ambas com mesma origem em A, se BAC é o ângulo formado por essas semirretas e se

D é um ponto interior a este ângulo, então −A−→D é uma semirreta interior ao ângulo

BAC.

Note que faremos uso da notação B > A para indicar também que A < B.

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Definição 4.7. M BN < P AQ significa que há uma semirreta −A→R no interior do ângulo P BQ tal que
M BN ∼= P AR (Figura 4.14).

O tratamento sintético para as desigualdades de ângulos é muito similiar ao tratamento sintético para
segmentos, de tal forma que as propriedades básicas da relação < são análogas. Veja:

A1 - Dados quaisquer pares de ângulos, A^ e B^, exatamente uma das condições ocorre: A^ < B^, A^
∼= B^ ou A^ > B^.

A2 - Se A < B e B < C, então A < C.

A3 - Se A^ ∼= A^j, B^ ∼= B^j e A^ < B^, então A^j < B^j.

Figura 4.14: M BN < P AQ.

Embora as propriedades A1, A2 e A3 pareçam ser óbvias, as demostrações não são tão simples.

Para tomar como base o estudo sintético para ângulos, vamos fazer considerações a respeito do
ângulo reto, uma vez que já o definimos sem o recurso de medida.

Considerações Sintéticas Sobre Ângulos Retos

Para darmos início ao tratamento sintético aos ângulos retos, levaremos em consideração o seguinte
fato: a demostração do teorema a seguir está muito relacionada ao Axioma CA1, acerca de
congruência para ângulos (página 37).

Teorema 4.9. Se BAC e CAD formam um par de ângulos no plano, assim como

BjA^jCj e CjA^jDj, e além disso se CA^D ∼= CjA^jDj, então BA^C ∼= BjA^jCj.

Figura 4.15: Pares de ângulos no planos

Demonstração: De acordo com a figura 4.15, assumiremos sem perda de generalidade, que AB ∼=
AjBj, AC ∼= AjCj e AD ∼= AjDj, uma vez que os pontos Bj, Cj e Dj

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GEOMETRIA SINTÉTICA

podem ser escolhidos do modo que isso ocorra. Assim, pelo critério LAL de congruência de
triângulos, temos que OADC ∼= OAjDjCj, de onde decorre que AD^ C ∼= AjD^jCj.

Agora, como AB ∼= AjBj e AD ∼= AjDj, vem do axioma CS3 da adição de segmentos que BD ∼=
BjDj. Daí, OABC ∼= OAjBjCj, pelo caso de congruência LAL. Consequentemente, BAC ∼= BjAjCj,
como ângulos correspondentes de triângulo congruentes, finalizando a demonstração.

Teorema 4.10. Qualquer ângulo congruente a um ângulo reto também é ângulo reto.

Figura 4.16: Ângulos retos congruentes

Demonstração: De acordo com a figura 4.16, admitamos que BAC é um ângulo

reto. Então CAD e BAC formam um par de ângulos no plano e CAD ∼= BAC. Suponhamos que os
ângulos CjAjDj e BjAjCj formam um par de ângulos no plano

e que BjAjCj ∼= BAC. Segue pelo teorema anterior que CAD ∼= CjAjDj. Portanto

CjA^jDj ∼= BjA^jCj, de onde vem pela de nição 3.9 (p. 29) que BjA^jCj é reto.

Teorema 4.11. Todos os ângulos retos são congruentes.

Demostração: Vamos supor que BAC e CAD formem um par de ângulos planos e congruentes, o
mesmo ocorrendo com BjAjCj e CjAjDj, conforme a gura 4.17. Provemos que BAC ∼= BjAjCj.
Iniciaremos nossa prova tomando os pontos Bj e Dj de tal

forma que AjBj ∼= AjDj. Além disso, faremos uma construção complementar de modo que tenhamos
o triângulo BjCjDj, conforme a gura a seguir.

Figura 4.17: Triângulo BjCjDj

Resulta, pelo critério LAL de congruência de triângulos, que os triângulos AjBjCj

e AjDjCj são congruentes, de modo que tenhamos B^j ∼= D^j.

Neste triângulo, seja −A−j→E uma semirreta com o ponto E do mesmo lado do ponto

Cj em relação a reta AjDj, tal que BjA^jE ∼= BA^C.

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Figura 4.18: Ponto E, conforme enunciado

Precisamos provar que as semirretas −A−j→E e −A−jC→j coincidem. Se as semirretas −A−j→E e


−A−jC→j não são coincidentes, o ponto E está em algum lugar do interior do BjAjCj. Então −A−j→E
intersecta o segmento BjCj num ponto F , de tal modo que o ponto F esteja

entre os pontos Bj e Cj.

Figura 4.19: Ponto F , interseção da semirreta −A−j→E com o segmento BjCj.

Pela desigualdade de segmentos, temos que BjF < BjCj. Como BjCj ∼= DjCj, resulta de S3 (Terceira
lei para a desigualdade de segmentos) que BjF < DjCj, o que implica que existe um ponto G tal que
este ponto está entre os pontos Dj e Cj e além

disso, DjG ∼= BjF .

Figura 4.20: Ponto G sobre o segmento DjCj.

Pelo critério LAL de congruência de triângulos, temos que os triângulos BjAjF e DjAjG são
congruentes e que portanto, BjAjF ∼= DjAjG. Porém, pelo Teorema 4.9, sabemos que DjA^jE ∼=
CA^D. Portanto, DjA^jE ∼= CA^D ∼= BA^C ∼= BjA^jE ∼= DjA^jG.

Temos então que ambos os pontos E e G estão do lado da reta ←A−jD→j que contém o ponto Cj e
que os ângulos DjAjE e DjAjG são congruentes. Logo as semirretas −A−j→E e

−A−j→G coincidem, decorrente da unicidade determinada pelas condições acima.

Observação: Quando duas retas distintas l e m se interceptam, são formados quatro ângulos, como
indicado na figura 4.21.

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Figura 4.21: Interseção de duas retas, l e m.

Segue imediatamente da definição 3.9 e teorema 4.10 que se um deles é reto todos os outros
também são.

Definição 4.8. Duas retas l e m são perpendiculares se elas possuem um ponto P

comum e um dos ângulos formados é reto (Figura 4.22).

Figura 4.22: As retas l e m são perpendiculares.

Teorema 4.12. Dados num plano α, uma reta l e um ponto A em l (se A não está em l também é
válido!), existe exatamente uma reta neste plano que contém o ponto A e é perpendicular a reta l.

Demonstração: Conforme figura 4.23, seja B um ponto qualquer da reta l, distinto do ponto A. Pelo
axioma CA2, página 37, existe um ponto C no plano α fora da reta l tal que BAC é congruente a um
ângulo reto. Pelo Teorema 4.10, isto significa que BAC é reto e deste modo, a reta ←A→C é
perpendicular a reta l. Se existissem duas semirretas, por exemplo, −A→C e −A−C→j, ambas
perpendiculares a l, teríamos que BAC ∼= BACj, pois todos os ângulos retos são congruentes. Porém
isto é impossível, de acordo com CA2.

Figura 4.23: Reta ←A→C perpendicular a l pelo ponto A de l.

Note que dentro do tratamento métrico verificamos imediatamente que um ângulo qualquer é reto se,
e somente se, sua medida for de 90o.

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GEOMETRIA SINTÉTICA

A Forma Sintética Para Desigualdade Triangular. Classes De Congruência E Adição

Do mesmo modo que desenvolvemos a geometria sintética ligada as desigualdades tanto para
segmentos quanto para ângulos, faremos algo parecido relacionada a Desigualdade Triangular.

Teorema 4.13. Dado um triângulo ABC, existe um ponto Aj tal que AjB ∼= AB, o ponto B está entre os
pontos Aj e C e AjC > AC

Figura 4.24: Triângulo ABC com o ponto Aj fora do mesmo.

A figura 4.24 transmite muito bem esta ideia de modo intuitivo, pois basta colocar os segmentos AB e
BC de modo que o m de um se una com o início do outro, para verificar que AB + BC > AC. A
dificuldade em lidar com este teorema, reside no fato dele lidar com a adição de segmentos, uma vez
que a adição se remete ao conhecimento de "distâncias", que neste caso, está fora do contexto da
geometria sintética. Assim, neste caso, precisaremos dar outro sentido a esta "soma"de dois
segmentos, considerando como sendo um único segmento, colocandos-os ponta com ponta
conforme o esquema a seguir:

Figura 4.25: Considerando a "soma"de dois segmentos com sendo um segmento único.

Mesmo assim, surge um outro problema: o caso em que os segmentos a serem "somados"não estão
alinhados, uma vez que o exemplo acima, os segmentos estão "alinhados", ficando simples a união
de ponta com ponta.

Figura 4.26: Dois segmentos não-alinhados.

Uma maneira de contornar este problema foi fazer a seguinte consideração: dado AB, denotemos por
|AB∫ o conjunto de todos os segmentos que são congruentes ao segmento AB, ou seja, a classe de
equivalência determinada por esta relação. Certa- mente se AB ∼= CD, teremos |AB∫ = |CD∫. Aos
conjuntos |AB∫ daremos o nome de

Classes De Congruência.

Vamos supor agora que sejam dados AB e CD e três pontos M , N e P , tais que:

o ponto N esteja entre os pontos M e P , M N ∼= AB e N P ∼= CD. As observações a seguir são


facilmente verificadas, tomando como base os axiomas de congruência.

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Observação 1: Se M j, N j e P j são quaisquer outros três pontos que satisafazem as mesmas


condições, segue que pelo axioma CS3 de adição de segmentos (p.36),

que M jP j ∼= M P , isto é, a classe de congruência |M P ∫ é independente da escolha dos

pontos M , N e P .

Observação 2: Suponha que AB ∼= AjBj e CD ∼= CjDj. Seja os pontos M , N e

P escolhidos em relação AB e CD, como anteriormente, e sejam os pontos M j, N j e P j

escolhidos em relação AjBj e CjDj. Então M P ∼= M jP j. Isto é, a classe de congruência

|M P ∫ depende somente da classe de congruência |AB∫ e |CD∫, ou seja, independe da escolha dos
representantes AB e CD.

Assim, a adição pode agora ser de nida, não entre segmentos, mas entre classes de congruência.
Dados |AB∫ e |CD∫, tomaremos os pontos M , N e P , tais que o ponto N esteja entre os pontos M e P ,
M N ∼= AB e N P ∼= CD. Então, por definição,|AB∫ + |CD∫ = |M P ∫.

As duas observações que fizemos a pouco mostram que a definição faz sentito. A

classe de congruência |M P ∫ é independente da escolha dos segmentos AB e CD, assim como dos
pontos M , N e P . Ela depende apenas das classes de congruência |AB∫ e de |CD∫.

Por m, relembrando da lei de desigualdade de segmentos S3 (p.39), temos que se AB < CD, então
qualquer segmento de |AB∫ é menor que qualquer segmento de

|CD∫. Logo, podemos definir que |AB∫ < |CD∫, no sentido de que todos segmentos congruentes a AB
são menores que quaisquer segmentos congruentes a CD.

Definição 4.9. Para quaisquer triângulos ABC temos que a soma de dois lados quais- quer sempre
será maior que o terceiro lado.

Esta definição 4.9 é conhecida como Desigualdade Triangular.

Depois das observações realizadas, das análises das definições sobre classes de congruência,
podemos dar uma ideia mais natural à desigualdade triangular em âmbito sintético, em forma de
teorema.

Teorema 4.14. Para qualquer triângulo ABC, temos que:

|AB∫ + |BC∫ > |AC∫.

Demonstração: Se AB ∼= AjBj, CD ∼= CjDj, com AB < CD, temos por S3 que AjBj < CjDj, ou seja, se
|AB∫ e |CD∫ são as classes de congruência dos segmentos AB e CD, respectivamente, podemos dizer
então que |AB∫ > |CD∫, caso AB > CD. Também por definição de desigualdade triangular, dado um
triângulo ABC qualquer

vale AB + BC > AC. Ora, se a desigualdade vale, podemos sem perdade de generalidades, supor que
AB + BC = XY (*), ou seja, XY > AC. Assim, |XY ∫ > |AC∫. Portanto, de (*), |AB∫ + |BC∫ > |AC∫, como
queríamos demostrar.

Observação: Entendemos que a notação |AB + BC∫ seja equivalente a |AB∫ +

|BC∫ pelo fato de que estamos usando classes de congruência, uma vez que |AB∫ e

|BC∫, são os conjuntos de segmentos congruentes a AB e BC, respectivamente.

Proporcionalidade Sem Números: Um Tratamento Sintético

Dentro da geometria clássica, podemos definir congruência de segmentos em termos de distância


dada por uma função f : R × R → R satisfazendo determinadas condições. De modo simplificado,

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GEOMETRIA SINTÉTICA

ocorrerá congruência entre dois segmentos AB e CD se a distância do ponto A ao ponto B for


exatamente igual a distância do ponto C ao ponto D. As propriedades de congruência assim
definidas, são provadas com auxílio de teoremas, porém fundamentadas na definição de métrica.

A abordagem sintética para segmentos traz consigo algumas ideias básicas, como congruências,
embasadas por axiomas. Neste tratamento, a ideia de distância como estamos acostumados não
aparece; de fato, os únicos números que aparecem são os números naturais. A semelhança de dois
triângulos por exemplo, é feita de tal modo que a um triângulo ABC se faz corresponder um triângulo
DEF , se os ângulos cor- respondentes são congruentes e os lados correspondentes são
proporcionais, no sentido de respeitarem a mesma constante de proporcionalidade1.

Figura 4.27: Triângulos semelhantes.

Neste caso, a indicação da divisão faz sentido, uma vez que a, b, c, d, e e f são números reais
positivos e dizemos que os triângulos ABC e DEF são proporcionais (ou semelhantes) se os
comprimentos dos lados correspondentes são proporcionais.

No entanto, como sabemos, não devemos utilizar as ideias de distâncias e muito menos de divisão,
uma vez que por trás disso, há números reais. Existe uma dificuldade muito grande para explicar o
que se entende por propocionalidade de segmentos no campo da geometria sintética, assim como
trabalhar com este assunto. Porém, isto pode ser feito sem a utilização de quase nenhum número,
com exceção dos números naturais.

Um exemplo disso é a forma como este assunto é lidado nos Elementos de Euclides.2 As ideias
matemáticas lá trabalhadas foram atribuídas a "Eudoxo" (DOMINGUES, 2011), astrônomo,
matemático e lósofo grego, que viveu entre 390 e 338 a.C.

Com base no trabalho apresentado nos Elementos, há de se pensar em duas perguntas básicas:

1 - Quais seriam as ideias puramente sintéticas que Eudoxo usou para substituir a métrica?

2 - Dada a geometria sintética, como poderíamos definir a função distância satisfazendo os axiomas?

São questionamentos muito pertinentes aos nossos interesses para a definição de proporcionalidade
no campo da geometria sintética.

As ideias de Eudoxo tiveram muita importância no século XIX, quando Richard Dedekind, matemático
alemão, que viveu de 1831 até início de 1916, descobriu que "ideias eram necessárias para a criação
de um sistema de números reais capaz de responder tais questionamentos" (DOMINGUES, 2011).

Definição da proporcionalidade sintética de Eudoxo

Iniciaremos nosso trabalho indo em direção às concepções de Eudoxo de modo gradual, iniciando
este assunto ainda utilizando-se de conceitos métricos e, com o desenrolar da situação, deixando de
lado toda a álgebra envolvida. De início, vamos definir uma expressão para a representação de
proporcionalidade.

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Definição 4.10. Sejam AB, CD, EF e GH segmentos de retas tais que:

AB/CD//EF /GH3

Assim, definiremos a proporcionalidade entre estes segmentos do seguinte modo:

EF = GH (1)4

AB CD

Esta definição foi dada sem a menção de qualquer número, explicitamente, porém poderá acontecer
que os segmentos AB e EF sejam incomensuráveis e neste caso, a constante de proporcionalidade
será irracional. Assim, nossa primeira precaução a tomar será a de expressar (1) na forma de
números racionais. Baseando-se no teorema de comparação, faremos isto como segue.

Reciprocamente, se a segunda expressão se mantém, a primeira também se mantém. Este modo


como acabamos de representar a comparação também é possível de ser feito sem o uso de uma
divisão.

a) Se p e q são naturais, e

Reciprocamente, se a segunda expressão se mantém, a primeira também se mantém. Estamos perto


de enunciar uma definição de segmentos proporcionais, visto que (2)

se aproxima muito para algo parecido com a soma de classes de congruência, uma vez que esta
soma pode ser definida. Mas qual o significado de p.AB?.

Recordemos que dado quaisquer dois segmentos AB e CD, tomando-se os pontos M , N e P , tais
que: o ponto N esteja entre os pontos M e P , AB ∼= M N e CD ∼= N P , a soma |AB∫ + |CD∫ é
definida da seguinte forma:

|AB∫ + |CD∫ = |M P ∫

Vimos anteriormente que esta soma depende somente das classes de congruência

|AB∫ e |CD∫, e é independente da escolha de A, B, C, D, M, N e P . Quando AB ∼= CD, escreveremos


esta soma do seguinte modo:

|AB∫ + |CD∫ = |AB∫ + |AB∫ = 2 · |AB∫

De modo geral, para qualquer número natural n, teremos:

n|AB∫ = |AB∫ + |AB∫ + |AB∫ + · · · + |AB∫

Portanto, se escrevermos

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GEOMETRIA SINTÉTICA

n|AB∫ = |M P ∫,

significa que se tomarmos n cópias congruentes do segmento AB e colocarmos lado a lado, ponta
com ponta estes segmentos sobre uma mesma reta, obteremos um segmento congruente ao
segmento M P .

Agora estamos com todas as ferramentas necessárias para dar sentido a formulação de Eudoxo (2)
no campo da geometria sintética.

Sejam p e q quaisquer números naturais. Se

Reciprocamente, se a segunda expressão se mantém, a primeira também se mantém.

Euclides usou, durante todas as passagens dos Elementos, esta noção, sempre que tocava no
assunto proporcionalidade. Isto foi uma ótima "sacada", pois mesmo os teoremas mais simples,
tornaram-se formidáveis a luz da geometria sintética, o mesmo ocorrendo com as complicadas
definições do que ocorre quando se colocava segmentos congruentes lado a lado. Por exemplo, a
Proposição 4 do Livro V dos Elementos, (EUCLIDES; BICUDO, 2009, pág. 210):

Proposição 4: Caso uma primeira magnitude5 tenha para uma segunda a mesma razão que uma
terceira para uma quarta, também os mesmos múltiplos tanto da primeira quanto da terceira terão
para os mesmos múltiplos da segunda e da quarta, segundo uma multiplicação qualquer, a mesma
razão, tendo sido tomados correspondentes.

Em termos de geometria sintética, a proposição citada, pode ser assim enunciada:

Proposição 4': Se AB/CD//EF /GH, e p e q números naturais, então

pAB/pEF //qCD/qGH

Para a demonstração da Proposição 4' basta usarmos a definição 4.10.

Observe que aqui pAB denota qualquer segmento da classe de congruência p|AB∫

e assim por diante.

A seguir, temos o teorema algébrico correspondente, que é bem simples. Ele diz que:

"Se AB corresponde a EF e CD corresponde a GH. Em notação, AB, CD ∼

EF , GH, e p e q são quaisquer inteiros positivos, então, pAB, pEF ∼ qCD, qGH".

Noutras palavras, teremos a seguinte proposição:

Assim, de (*) temos que EF · CD = AB · GH e de (**) temos que pq · CD · EF =

pq · AB · GH.

A de nição dada por Euclides para proporcionalidades (Proposição 4) pode então ser reescrita do
seguinte modo:

"Sejam p e q quaisquer números naturais. Se

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Euclides usa a palavra magnitude para representar um comprimento

p|CD∫ < q|GH∫".

De modo geral, não faremos o desenvolvimento da teoria das proporções de Euclides.


Apresentaremos apenas alguns fatos simples sobre a soma de classes de congruências.

Teorema 4.15. Propriedade Comutativa

|AB∫ + |CD∫ = |CD∫ + |AB∫

Este teorema decorre do axioma de "adição"de segmentos, axioma CS3, página 36.

Teorema 4.16. Propriedade Associativa

(|AB∫ + |CD∫) + |EF ∫ = |AB∫ + (|CD∫ + |EF ∫)

Demonstração: Considere a soma das classes de congruência |AB∫ e |CD∫, de tal modo que |AB∫ +
|CD∫ = |AD∫. De modo análogo, |AD∫ + |EF ∫ = |AF ∫ e |CD∫ + |EF ∫ = |CF ∫. Então, |AB∫ + |CF ∫ = |AF ∫,
concluindo a demonstração.

Teorema 4.17. Propriedade Distributiva

n(|AB∫ + |CD∫) = n|AB∫ + n|CD∫

Demonstração: Faremos a demonstração deste teorema usando o Princípio da Indução Finita.


Considere n ∈ N . Se n = 1, a afirmação é verdadeira. Vamos supor que valha para n = p, então
provaremos que também vale para n = p + 1.

Usando as propriedades comutativa e associativa acima provadas e a hipótese de indução, temos:

Teorema 4.18. Preservação de Ordem Se para todo natural n.

Demonstração: Se |AB∫ > |CD∫, então podemos escrever |AB∫ de tal modo que |AB∫ = |CD∫ + |EF ∫,
para algum segmento EF da classe de conguência |EF ∫.6 Assim, pelo teorema anterior, temos que
n|AB∫ = n|CD∫ + n|EF ∫, ou seja, n|AB∫ > n|CD∫, como queríamos demonstrar.

Teorema 4.19. Se

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Demonstração: Suponhamos que |CD∫ > |AB∫. Do teorema 4.18 segue que n|CD∫ > n|AB∫, o que
contradiz a hipótese. Da mesma forma, se |CD∫ = |AB∫, temos que n|CD∫ = n|AB∫, pois tanto AB como
CD pertencem a mesma classe de congruência, contradizendo a hipótese. Por m, já que nenhuma
condição anterior foi satisfeita, por exclusão se n|AB∫ > n|CD∫ somente se |AB∫ > |CD∫, concluindo a
demonstração.

Teorema 4.20. Se A − B − C, então

n|AC∫ > n|AB∫, para todo n natural.

Demonstração: Como A − B − C então AC > AB. Logo pelo teorema 4.8, temos que |AC∫ > |AB∫.
Assim, segue do teorema 4.18 que n|AC∫ > n|AB∫, para todo natural n.

Teorema 4.21. Se |AB∫ < |CD∫, então,|AB∫ + |EF ∫ < |CD∫ + |EF ∫.

Demonstração: Sejam M , N e P pontos de uma mesma reta, de modo que M − N − P , M N ∼= EF e


N P ∼= CD. Uma vez que |AB∫ < |CD∫, há um ponto Q tal que N − Q − P e N Q ∼= AB. Logo, |AB∫ +
|EF ∫ = |M Q∫ e |CD∫ + |EF ∫ = |M P ∫. Como M − N − P e N − Q − P , temos que M − Q − P . Portanto,
|M Q∫ < |M P ∫,

como queríamos demonstrar.

Aplicações Da Geometria Sintética

A Definição E A Construção De Um Quadrado Pela Geometria Sintética

Uma criança na escola primária aprende que quadrado é uma figura de quatro lados iguais,
justamente pelo fato dela não ter ideia do que seja "congruente", muito menos um "ângulo
reto"(Embora essa informação seja um tanto impactante ao mais esclarecidos, este fato ocorreu
durante uma palestra, numa escola da cidade de Botucatu-SP, quando professores foram
perguntados de como definiam quadrado às crianças).

Da geometria euclidiana sabemos que um quadrado é um quadrilátero formado por quatro lados
congruentes, cujos ângulos internos são todos retos. Ora, note que esta definição não menciona
"comprimentos" nem "medidas de ângulos". Porém, qual- quer leitor leigo que a interprete, pensará
quase instantaneamente em medidas de comprimento e medidas de ângulo, justamente pelo fato da
associação com medidas, aprendidas no período escolar.

Descrição Da Construção De Um Quadrado

Considere três retas r,s e t, de modo que r"s e t seja perpendicular as retas r e

s. Assim, existe um único ponto A comum às retas r e t e um único ponto B comum às retas s e t.
Considere também o segmento AB. Além disso, denotemos por |AB∫ a classe de congruência cujos
elementos são congruentes ao segmento AB. Tome mais três elementos dessa classe de
congruência: BC, CD e DA. Fazendo coincidir "ponta com ponta" cada um desses segmentos, temos
um quadrado ABCD, pois todos os segmentos que os forma são elementos de |AB∫ e todos seus
ângulos são retos.

Desse modo, um quadrado no campo da geometria sintética fica assim definido:

Definição 5.1. Um quadrado é o quadrilátero cujos ângulos internos1 são todos retos e seus quatro
lados pertencem a uma mesma classe de congruência.

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Figura 5.1: Quadrado construído segundo a descrição dada.

Desigualdade Triangular

Uma vez definida uma classe de congruência, podemos estender este conceito para outros tantos
entes geométricos. Aqui, definiremos a desiguldade triangular aos "olhos"da geometria sintética.

Definição 5.2. Para quaisquer três classes de congruência |AB∫, |BC∫ e |AC∫, te- remos um triângulo,
se e somente se, |AB∫ + |BC∫ > |AC∫, |AB∫ + |AC∫ > |BC∫ e |AC∫ + |BC∫ > |AB∫2, simultaneamente.

Figura 5.2: Um triângulo ABC, conforme definição 5.2.

Triângulo Retângulo Isósceles

Uma vez definido um ângulo reto, podemos aplicar este conceito para definirmos e construírmos um
triângulo retângulo isósceles.

Definição 5.3. Um triângulo é um triângulo retângulo isósceles se um de seus ângulos internos for
reto e pelo menos dois de seus lados pertencerem a uma mesma classe de congruência.

Construção: Considere as retas r e s, perpendiculares entre si. Estas retas possuem o ponto A
comum. Tome os segmentos AB e AC, ambos de uma mesma classe de congruência, de modo que B
seja um ponto da reta r e C seja um ponto da reta s, pois necessariamente os segmentos AB e AC
deverão estar contidos nas retas r e s.

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Figura 5.3: Retas r e s perpendiculares.

Por m, considere o segmento BC, cujos pontos " nais"são os pontos B e C e que BC pertença a
classe de congruência |BC∫. Desse modo, temos um triângulo ABC cujo ângulo A é reto e os lados AB
e AC pertecem a uma mesma classe de equivalência, ou seja, ABC é um triângulo retângulo
isósceles.

Figura 5.4: Triângulo retângulo isósceles ABC.

Porém, se a ideia for a construção de um triângulo retângulo qualquer, devemos levar em conta
algumas considerações:

I - A construção deste far-se-á de modo análogo ao triângulo retângulo isósceles;


II - Os segmentos AB e AC poderão ser de classes de congruências distintas; III - Seja respeitada a
definição 5.2.

Assim, garantimos a definição e a construção de triângulos retângulos quaisquer sob a ótica da


geometria sintética.

Teorema de Tales

A história da Geometria Descritiva ganha vida nas descobertas do grande matemático grego Tales de
Mileto. Sábio do século VI a.C., Tales tornara-se conhecido como pai da geometria descritiva após
grande contribuição não somente nesse campo, mas em muitas outras extensões da matemática.

Além da matemática, Tales contribuiu, com seus estudos, para o desenvolvimento da Astronomia e
da Filosofia. Ainda sobre ele, supõe-se que passara um tempo vivendo no Egito, onde foi convocado
para calcular a altura de uma pirâmide, realizando o cálculo com êxito e ficando muito famoso. Para
realizar tamanha façanha, visto que à época pouquíssimos (ou nenhum) recursos foram-lhe
disponibilizados, Tales utilizou o que hoje conhecemos como o Teorema de Tales.

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Algumas Considerações Preliminares

O enunciado do Teorema de Tales será compreensível a partir da consideração, nesse primeiro


momento, de alguns elementos básicos: um feixe de retas paralelas r, s e t que cortam as retas
transversais u e v.

Neste exemplo, o feixe de retas é formado por apenas três retas paralelas e duas transversais, mas
outros feixes podem ser formados com maior número de retas paralelas contidas num mesmo plano.

No feixe acima, destacam-se os seguintes elementos:

• Pontos correspondentes: A e D, B e E, C e F;

• Segmentos correspondentes: AB e DE, BC e EF, AC e DF.

O Teorema De Tales

Se duas retas transversais são cortadas por um feixe de retas paralelas, então a razão entre
quaisquer dois segmentos determinados em uma das transversais é igual à razão entre os
segmentos correspondentes da outra transversal.

No feixe de retas exemplificado anteriormente, podemos destacar, de acordo com o Teorema de


Tales, as seguintes razões:

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Aplicação Do Teorema

“Divida as dificuldades, subtraía o pessimismo, multiplique o conhecimento.”

(Robison Sá)

Lei Dos Senos E Dos Cossenos Lei Dos Cossenos

Faremos, aqui, o estudo da lei dos cossenos e suas aplicabilidades.

Vejamos a demonstração da lei dos cossenos:

Considere o triângulo acutângulo abaixo, sendo CH a altura relativa ao lado AB.

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GEOMETRIA SINTÉTICA

No triângulo BCH, temos que:

No triângulo ACH, temos que:

Substituindo (II) e (III) em (I), obtemos:

De forma análoga, obtemos:

As três igualdades anteriores são chamadas de Lei dos Cossenos, que diz: “Num triângulo qualquer,
o quadrado de um lado é igual à soma dos quadrados dos outros dois lados menos o dobro do
produto desses lados pelo cosseno do ângulo por eles formado”.

Lembre-se que a Lei dos cossenos vale para qualquer triângulo.

Vejamos alguns exemplos de aplicação.

Exemplo 1. Determine o valor de x no triângulo ABC acutângulo abaixo.

Solução: Aplicando a lei dos cossenos, temos que:

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Exemplo 2. Determine o valor de y no triângulo obtusângulo abaixo.

Solução: Lembrando que a lei dos cossenos também é válida para o triângulo obtusângulo, temos
que:

Exemplo 3

Utilizando a lei dos cossenos, determine o valor do segmento x no triângulo a seguir:

a² = b² + c² – 2 * b * c * cos?
7² = x² + 3² – 2 * 3 * x * cos60º
49 = x² + 9 – 6 * x * 0,5
49 = x² + 9 – 3x
x² –3x – 40 = 0

Aplicando o método resolutivo da equação do 2º grau, temos:

x’ = 8 e x” = – 5, por se tratar de medidas descartamos x” = –5 e utilizamos x’ = 8. Então o valor de x


no triângulo é 8 cm.

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Exemplo 4

Em um triângulo ABC, temos as seguintes medidas: AB = 6 cm, AC = 5 cm e BC = 7 cm. Determine a


medida do ângulo A.

Vamos construir o triângulo com as medidas fornecidas no exercício.

Aplicando a lei dos cossenos

a = 7, b = 6 e c = 5

7² = 6² + 5² – 2 * 6 * 5 * cos A
49 = 36 + 25 – 60 * cos A
49 – 36 – 25 = –60 * cos A
–12 = –60 * cos A
12 = 60 * cos A
12/60 = cos A
cos A = 0,2

O ângulo que possui cosseno com valor aproximado de 0,2 mede 78º.

Exemplo 5

Calcule a medida da maior diagonal do paralelogramo da figura a seguir, utilizando a lei dos
cossenos.

cos 120º = –cos(180º – 120º) = – cos 60º = – 0,5

x² = 5² + 10² – 2 * 5 * 10 * ( – cos 60º)


x² = 25 + 100 – 100 * (–0,5)
x² = 125 + 50
x² = 175
√x² = √175
x = √5² * 7
x = 5√7

Lei Dos Senos

Faremos o estudo da lei dos senos para um triângulo qualquer.

Vejamos, primeiro, a demonstração de tal lei.

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Considere o triângulo ABC, acutângulo, abaixo, onde CH é a altura relativa ao lado AB.

No triângulo ACH, temos que:

No triângulo BCH, temos que:

De (I) e (II), obtemos:

Assim, podemos concluir que:

Que é chamada de Lei dos senos ou Teorema dos senos.

A demonstração acima foi feita para um triângulo acutângulo, mas a mesma pode ser realizada para
qualquer triângulo de forma análoga, chegando ao mesmo resultado.

Vejamos alguns exemplos de aplicação da lei dos senos.

Exemplo 1. Determine o valor de c no triângulo obtusângulo abaixo:

Solução: Aplicando a lei dos senos, teremos:

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Sabemos que sen 120o = sen 60o. Assim, teremos:

Exemplo 2. No triângulo acutângulo a seguir, determine o valor de x.

Solução: Utilizando a lei dos senos, temos que:

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Geometria Espacial

A Geometria Espacial corresponde a área da matemática que se encarrega de estudar as figuras no


espaço, ou seja, aquelas que possuem mais de duas dimensões.

De modo geral, a Geometria Espacial pode ser definida como o estudo da geometria no espaço.

Assim, tal qual a Geometria Plana, ela está pautada nos conceitos basilares e intuitivos que
chamamos “conceitos primitivos” os quais possuem origem na Grécia Antiga e na Mesopotâmia
(cerca de 1000 anos a.C.).

Pitágoras e Platão associavam o estudo da Geometria Espacial ao estudo da Metafísica e da religião;


contudo, foi Euclides a se consagrar com sua obra “Elementos”, onde sintetizou os conhecimentos
acerca do tema até os seus dias.

Entretanto, os estudos de Geometria Espacial permaneceram estanques até o fim da Idade Média,
quando Leonardo Fibonacci (1170-1240) escreve a “Practica Geometriae”.

Séculos depois, Joannes Kepler (1571-1630) rotula o “Steometria” (stereo: volume/metria: medida) o
cálculo de volume, em 1615.

Para saber mais leia:

• Formas Geométricas

• Geometria Plana

• Distância entre dois pontos

Características Da Geometria Espacial

A Geometria Espacial estuda os objetos que possuem mais de uma dimensão e ocupam lugar no
espaço. Por sua vez, esses objetos são conhecidos como "sólidos geométricos" ou "figuras
geométricas espaciais". Conheça melhor alguns deles:

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GEOMETRIA SINTÉTICA

• prisma

• cubo

• paralelepípedo

• pirâmide

• cone

• cilindro

• esfera

Dessa forma, a geometria espacial é capaz de determinar, por meio de cálculos matemáticos, o
volume destes mesmos objetos, ou seja, o espaço ocupado por eles.

Contudo, o estudo das estruturas das figuras espaciais e suas inter-relações é determinado por
alguns conceitos básicos, a saber:

• Ponto: conceito fundamental a todos os subsequentes, uma vez que todos sejam, em última análise,
formados por inúmeros pontos. Por sua vez, os pontos são infinitos e não possuem dimensão
mensurável (adimensional). Portanto, sua única propriedade garantida é sua localização.

• Reta: composta por pontos, é infinita nos dois lados e determina a distância mais curta entre dois
pontos determinados.

• Linha: possui algumas semelhanças com a reta, pois é igualmente infinita para cada lado, contudo,
têm a propriedade de formar curvas e nós sobre si mesma.

• Plano: é outra estrutura infinita que se estende em todas as direções.

Figuras Geométricas Espaciais

Segue abaixo algumas das figuras geométricas espaciais mais conhecidas:

Cubo

O cubo é um hexaedro regular composto de 6 faces quadrangulares, 12 arestas e 8 vértices sendo:

Área lateral: 4a2


Área total: 6a2
Volume: a.a.a = a3

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Dodecaedro

O Dodecaedro é um poliedro regular composto de 12 faces pentagonais, 30 arestas e 20 vértices


sendo:

Área Total: 3√25+10√5a2


Volume: 1/4 (15+7√5) a3

Tetraedro

O Tetraedro é um poliedro regular composto de 4 faces triangulares, 6 arestas e 4 vértices sendo:

Área total: 4a2√3/4


Volume: 1/3 Ab.h

Octaedro

O Octaedro é um poliedro regular de 8 faces formada por triângulos equiláteros, 12 arestas e 6


vértices sendo:

Área total: 2a2√3


Volume: 1/3 a3√2

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Icosaedro

O Icosaedro é um poliedro convexo composto de 20 faces triangulares, 30 arestas e 12 vértices


sendo:

Área total: 5√3a2


Volume: 5/12 (3+√5) a3

Prisma

O Prisma é um poliedro composto de duas faces paralelas que formam a base, que por sua vez,
podem ser triangular, quadrangular, pentagonal, hexagonal.

Além das faces o prima é composto de altura, lados, vértices e arestas unidos por paralelogramos.
De acordo com sua inclinação, os prismas podem ser retos, aqueles em que a aresta e a base fazem
um ângulo de 90º ou os oblíquos compostos de ângulos diferentes de 90º.

Área da Face: a.h


Área Lateral: 6.a.h
Área da base: 3.a3√3/2
Volume: Ab.h

Onde:
Ab: Área da base
h: altura

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Pirâmide

A pirâmide é um poliedro composto por uma base (triangular, pentagonal, quadrada, retangular,
paralelogramo), um vértice (vértice da pirâmide) que une todas as faces laterais triangulares.

Sua altura corresponde a distância entre o vértice e sua base. Quanto à sua inclinação podem ser
classificadas em retas (ângulo de 90º) ou oblíquas (ângulos diferentes de 90º).

Área total: Al + Ab
Volume: 1/3 Ab.h

Onde:

Al: Área lateral


Ab: Área da base
h: altura

Curiosidades

• A palavra "geometria" vem do grego e corresponde a união dos termos "geo" de terra e "metria" de
medida, que significa "medir terra."

• Os cálculos mais comuns em Geometria espacial são para determinar o comprimentos de curvas,
áreas de superfícies e volumes de regiões sólidas.

• Outras figuras geométricas espaciais: cilindro, cone, esfera.

• Os "Sólidos Platônicos" são poliedros convexos conhecidos desde a antiguidade clássica. Os cinco
"sólidos platônicos" são: tetraedro, cubo, octaedro, dodecaedro, icosaedro.

Características

Cubo

Hexaedro regular constituído por 6 faces quadrangulares, 12 arestas e 8 vértices sendo:

Área lateral: 4a2


Área total: 6a2
Volume: a.a.a = a3

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Dodecaedro

Poliedro regular com de 12 faces pentagonais, 30 arestas e 20 vértices sendo:

Área Total: 3√25+10√5a2


Volume: 1/4 (15+7√5) a3

Tetraedro

Poliedro regular que apresenta 4 faces triangulares, 6 arestas e 4 vértices sendo:

Área total: 4a2√3/4


Volume: 1/3 Ab.h

Octaedro

Poliedro regular com 8 faces formada por triângulos equiláteros, 12 arestas e 6 vértices sendo:

Área total: 2a2√3


Volume: 1/3 a3√2

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GEOMETRIA SINTÉTICA

Poliedro com duas faces paralelas que formam a base. Esta ser triangular, quadrangular, pentagonal,
hexagonal. O prisma é composto, além da face, pela altura, lados, vértices e arestas unidos por
paralelogramos.

Área da Face: a.h


Área Lateral: 6.a.h
Área da base: 3.a3√3/2
Volume: Ab.h

Onde:

Ab: Área da base


h: altura

Pirâmide

Poliedro que possui uma base, que pode ser triangular, pentagonal, quadrada,
retangular, paralelogramo e um vértice que une todas as faces laterais triangulares. Sua altura
corresponde a distância entre o vértice e sua base.

Área total: Al + Ab
Volume: 1/3 Ab.h

Onde:

Al: Área lateral


Ab: Área da base
h: altura

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GEOMETRIA SINTÉTICA

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SEQUÊNCIAS E REGULARIDADES

Sequências E Regularidades

Sequências Aritméticas

Ao leitor deste trabalho, lembro a importância de se fazer um estudo prévio do meu artigo
“Sequências Numéricas”. Nele, além de uma breve exposição dos aspectos históricos, como a
contribuição de Augustin-Louis CAUCHY para o desenvolvimento, entre outros, das Séries Infinitas, o
leitor poderá vislumbrar um resumo primordial e, por que não dizer pré-requisito para o estudo
presente, sendo aquele indispensável a este.

Ainda é salutar lembrar, que à época de Pitágoras os números infinitos ainda eram ocultos, sendo a
primazia dos inteiros positivos evidente e motivo de adoração próxima ao divino. Porém, foi nessa
mesma época, e paradoxalmente por um de seus discípulos, Hipaso de Metaponto (Hipasus
Metapontum), que os números infinitos tiveram a sua descoberta. Hipaso, ao aplicar o Teorema de
Pitágoras a um quadrado de lado 1 (um), deparou-se com a raiz quadrada de 2 (dois), sendo este
número, incomensurável e não inteiro. Diante desta descoberta, os pitagóricos, vendo o legado
adquirido por eles, à sombra dos números inteiros positivos, desmoronar, assassinou Hipaso visando
guardar este grande segredo que se revelaria mais tarde. Ali, em terreno grego, sob o reinado dos
números inteiros, nasceu a ideia de números infinitos.

Definindo Sequência Aritmética

Entendida a ideia de sequência numérica, onde esta é uma função com domínio no Conjunto dos
Números Naturais e contradomínio nos Reais, uma Sequência Aritmética (ou Progressão Aritmética
- P.A.) é uma sequência numérica formada, a partir do segundo termo, através da soma do
antecessor mais um número fixo denominado razão. Esta definição nos remete a uma necessidade
de tradução matemática, que passarei a expor em seguida.

Observem as sequências abaixo:

(2, 5, 8, 11, 14)

•5=2+3

•8=5+3

• 11 = 8 + 3

• 14 = 11 + 3

O número 3 representa a razão da sequência aritmética (2, 5, 8, 11, 14). Nela, o segundo termo é
formado a partir da soma do primeiro mais a razão; o terceiro, a partir do segundo mais a razão; o
quarto, a partir do terceiro mais a razão e o quinto, a partir do quarto mais a razão, o que ilustra a
definição por mim exposta anteriormente.

(10, 6, 2, -2, -6)

• 6 = 10 – 4

•2=6–4

•-2=2–4

•-6=-2–4

Na sequência (10, 6, 2, -2, -6) o número – 4 representa a sua razão. Desta forma, cada termo a partir
do segundo, é formado pela soma de seu antecessor com a razão – 4.

Em todas as sequências numéricas que obedecerem a esta regra (antecessor mais razão forma o
termo sucessor) temos uma sequência aritmética.

Veja a representação matemática, em termos gerais, de uma P.A.

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SEQUÊNCIAS E REGULARIDADES

(a1, a2, a3, a4,............. an, an + 1, ...)

Sendo assim temos que an + 1 = an + r (∀n ∈ N*, isto é, para todo n pertencente ao conjunto dos
números naturais não nulos)

Das representações anteriores, ainda podemos concluir que:

a2 – a1 = a3 – a2 = a4 – a3 = ... = an + 1 – an = r

Classificando Uma Sequência Aritmética

Podem ser classificadas como crescente, decrescente ou constante.

Crescente: quando a razão é maior que zero (r > 0);

Ex.: (1, 5, 9, 13, 17) → r = 4 > 0

Decrescente: quando a razão é menor que zero (r < 0);

Ex.: (7, 4, 1, -2, -5) → r = - 3 < 0

Constante: quando a razão é igual à zero (r = 0)

Ex.: (3, 3, 3, 3, 3) → r = 0

Termo geral

Usarei aqui uma demonstração comum no meio matemático, mas que talvez o leitor não a tenha
visto, pois em muitos casos apenas a escrita do termo geral é mostrada ao aluno.

• a1 = a1 + 0r

• a2 = a1 + 1r

• a3 = a2 + r = a1 + 2r

• a4 = a3 + r = a1 + 3r

• ....

• an = an – 1 + r = a1 + (n – 1) r ® an = a1 + (n – 1) r

Em que: a1 é o primeiro termo;

n é o número de termos;

an é o enésimo termo: termo geral. (GIOVANNI e BONJORNO,1992)

Verificando A Aprendizagem

I- Escreva uma P.A. de cinco termos onde o 1º termo (a1) é 10 e a razão é 3.

Resolução:

r=3

• a1 = 10

• a2 = 10 + 3 = 13

• a3 = 13 + 3 = 16

• a4 = 16 + 3 = 19

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SEQUÊNCIAS E REGULARIDADES

• a5 = 19 + 3 = 22

(10, 13, 16, 19, 22)

II- Determine o valor de x, tal que os números x2, (x + 2)2 e (x + 3)2 formem, nessa ordem, uma P.A.

Resolução:

Lembremos que a2 – a1 = a3 – a2 = a4 – a3....

• (x + 2)2 – x2 = (x + 3)2 – (x + 2)2 → devemos, inicialmente, desenvolver os produtos notáveis.

• x2 + 4x + 4 – x2 = [x2 + 6x + 9] – [x2 + 4x + 4] → podemos “eliminar” os dois primeiros x2 e, em


seguida, eliminar os colchetes, operando com os sinais anteriores a eles (para maiores detalhes
sobre a resolução de Expressões Numéricas, consultar o meu artigo de mesmo nome publicado na
InfoEscola através do link anterior)

• 4x + 4 = x2 + 6x + 9 – x2 – 4x – 4 → “eliminaremos” os dois últimos x2, bem como adicionaremos os


termos semelhantes.

• 4x + 4 = 2x + 5 → adicionaremos – 2x e – 4 aos dois membros e

• 2x = 1 → dividiremos ambos os termos por 2.

•x=½

III- Determine o 5º termo da P.A. (- 5, 2, ...)

r = 2 – (- 5) = 7

• a1 = - 5

• a5 = a1 + 4r

• a5 = - 5 + 4x7

• a5 = - 5 + 28 = 23

• a5 = 23

Progressões Geométricas

As Progressões Geométricas são formadas por uma sequência numérica, em que estes números
são definidos (exceto o primeiro) utilizando a constante q, chamada de razão. O próximo número da
P.G. é o número atual multiplicado por q. Exemplo:

(1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, ...), a razão é 2

A razão pode ser qualquer número racional (positivos, negativos, frações, exceto o zero). Para
descobrir qual a razão de uma PG, basta escolher qualquer número da sequência, e dividir pelo
número anterior.

Fórmula Do Termo Geral

A seguinte fórmula pode ser utilizada para encontrar qualquer valor de uma sequência em progressão
geométrica:

an = a1 . q(n - 1)

em que a é um termo, então a1 refere-se ao primeiro termo. No lugar de n colocamos o número do


termo que queremos encontrar. Exemplo:

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SEQUÊNCIAS E REGULARIDADES

q=2
a1 = 5

para descobrir, por exemplo, o termo a12, faremos:

a12 = 5 . 2 (12 - 1)

a12 = 5 . 211

a12 = 5 . 2048 = 10240

As PG's podem ser divididas em quatro tipos, de acordo com o valor da razão:

Oscilante

Neste tipo de PG, a razão é negativa, o que fará com que a sequência numérica seja composta de
números negativos e positivos, se intercalando.

(3, -6, 12, -24, 48, -96, 192, -384, 768,...), em que a razão é -2

Crescente

Uma PG é considerada crescente quando q > 1 e a1 > 0, ou quando 0 < q < 1 e a1 < 0:

(1, 3, 9, 27, 81, ...), onde a razão é 3 e a1 > 0 (primeiro caso)

(-4, -2, -1, -0,5, -0,25, -0,125 ...), onde a razão é 0,5 e a1 < 0 (segundo caso)

Constante

Nesta PG, a sequência numérica tem sempre os mesmos números. Para isso, a razão deve ser
sempre 1:

(4, 4, 4, 4, 4, 4, 4, ...) onde a razão é 1

Decrescente

Uma PG é considerada decrescente quando q > 1 e a1 < 0, ou quando 0 < q < 1 e a1 > 0. Assim, os
números da sequência são sempre menores do que o número anterior:

(-4, -8, -16, -32 ...), razão = 2 (primeiro caso)

(64, 32, 16, 8, 4, 2, 1, 1/2, 1/4, 1/8, 1/16, 1/32, 1/64, 1/128, ..) razão = 1/2 (segundo caso)

Sucessão Ou Sequência: Padrões E Regularidades

A competência em álgebra é bastante útil para o estudante na sua vida de todos os dias e para
prosseguimento de estudos. Deste modo, todos devem aprender álgebra (NCTM, 2000). No entanto,
o seu estudo está fortemente ligada à manipulação simbólica e à resolução de equações. Mas a
álgebra é mais do que isso. Os alunos precisam de entender os conceitos algébricos, as estruturas e
princípios que regem as manipulações simbólicas e como estes símbolos podem ser utilizados para
traduzir idéias matemáticas. Muitos desses conceitos algébricos podem ser construídos partindo das
experiências com números; contudo a álgebra também está fortemente ligada à geometria e ao
tratamento de dados.

Os padrões e as regularidades desempenham um papel importante no ensino da matemática,


sobretudo a partir do trabalho de Lynn Steen (1988) quando chamou à matemática a ciência dos
padrões.

Com base nesta perspectiva iremos abordar o ensino e aprendizagem da álgebra partindo da procura
e identificação de padrões.

Sequência

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SEQUÊNCIAS E REGULARIDADES

Em nosso dia-a-dia é frequente encontrarmos conjuntos cujos elementos estão dispostos numa certa
ordem.

Exemplos: A relação de nomes de alunos de uma classe

Os números das casas de uma rua

A relação das notas musicais ( dó ré mi fá sol lá si )

Se observarmos as “coisas” ao nosso redor, descobriremos inúmeros tipos de sequência. E à


natureza, em sua diversidade de manifestações.

Definição de Sequência: Sempre que estabelecemos um ORDEM para os elementos de um conjunto,


de tal forma que cada elemento seja associado a uma posição, temos uma sequência ou sucessão.

Sequência Numérica: Quando os elementos dessa sequência são formados de números


Reais(objetivo de nosso estudo), dá-se o nome de sequência numérica .

Uma sequência numérica pode ser finita ou infinita.

Exemplos:

(2,5,8,11,14) é uma sequência finita

( 5,4,8,1,3,5,4,8,1,3,5,4,8.....) é uma sequência infinita

I Sequências Formadas Por Figuras

=>Exercício 1- Observe a sequência de figuras e responda:

a) Quantos quadradinhos pretos devemos ter na 7ª figura dessa sequência

b) Quantos quadradinhos brancos devemos ter na 8ª figura dessa sequência

c) Escreva a sequência dos quadrados brancos

d) Escreva a sequência dos quadrados pretos

e) Escreva uma fórmula(lei) que permita calcular a quantidade de quadradinhos brancos, em função
da posição n da figura( sugestão organizar dados em tabela)

=>Exercicio 2- Observe a sequência de figuras que representam os números quadrangulares e


responda:

a) Quantos quadradinhos deverá ter o 6º e o 10º elementos dessa sequência

b) Escreva os sete primeiros termos dessa sequência

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SEQUÊNCIAS E REGULARIDADES

c) Escreva a expressão do termo geral dessa sequência

=>Exercicio 3- Em relação à sequência dos números quadrangulares, pode-se explorar outras


sequências, por exemplo a figura do quinto termo.

1 3 5 7 9 ......

Observe que, com essa figura, podemos formar uma nova sequência de números ( 1, 3, 5 , 7 , 9 ...)

Nessa sequência, os números escritos abaixo da figura indicam a quantidade de quadradinhos de


cada um desses conjuntos. Nesse caso, podemos propor questões relacionadas a essa sequência.

a) Qual a soma dos números escritos abaixo da 6ª figura

b) Utilizando os resultados de suas observações, sem efetuar a adição , determine a soma dos
termos da sequência ( 1,3,5,7,9,11,13,15)

c) Que relação podemos utilizar para somarmos os números de quadradinhos de cada figura

d) Que relação pode ser estabelecida para determinarmos os números que representam essa
sequência

=>Exercicio 4- Na figura, cada quadradinho é formado por quatro palitos de comprimentos iguais.

a) Escreva a sequência de palitos que formam essas figuras

b) Quantos palitos serão necessários para a construção de 6ª figura? E da 8ª

c) Quais das leis representam essa sequência: I)an= 3n-2 II) an= 6n-2 III) an=5n-1

d) Quantos palitos são necessários para construir a 78ª figura

=>Exercicio 5-Números triangulares: Não é difícil que percebam a relação aditiva entre os termos
consecutivos ( 1 ; 3 ; 6 ; 10 ; ..)

a) Qual o 6º e 10º número triangular

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SEQUÊNCIAS E REGULARIDADES

Em Algumas Sequências, Podemos Observar Regularidades E Padrões Para Construir Essas


Regularidades.

Quando se escreve a sequência 2-8-0-7-1-9-8-7-3-4-2-7-... esta não apresenta qualquer regularidade


e, por isso, não podemos saber qual o número que se segue ao último 7. Mas se a sequência for 1-3-
5-2-4-1-3-5-2-4-1-3-..., toda a gente pode "adivinhar" que ao último 3 se segue um 5 e depois um 2,
etc. Esta segunda sequência é regular, segue um padrão

Usando o raciocínio, responda a pergunta relativo a cada sequência

Exercicio 6

a- ( 1,1,2, 1,1,2,1,1,2,1,1,2,..... ) qual o número que representa a 17ª posição

b-( 5,4,8,1,3,5,4,8,1,3,5,4,8.....) qual o número que representa a 27ª posição

Exemplo 2: Identificando padrões numéricos

Descubra os dois termos seguintes das sequências e determine qual o padrão de cada uma.

Exercicio 7 Completar com 4 termos cada sequecnia

a) 2, 4, 6, 8, 10, ... b) 2, 4, 8,16, 32, . c) 1, 2, 4, 7, 11, ...d) 3, 6, 11, 18, 27, ... e) 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21,

g) 1, 3, 6, 10, 15, 21, ... h) 1, 4, 9, 16, 25, ....

Exercício 8

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SEQUÊNCIAS E REGULARIDADES

II Sequências formadas por figuras que possuem regularidades na sua formação

=>Exercicio 9-Observe a sequência de figuras

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª

Supondo que a lei de formação dessa sequência continue a mesma, desenhe as figuras que deverão
ocupar as posições 15º 21º 38º e 149º nessa sequência

=>Exercicio 10-Observe a sequência ( 1,1,2,3,3, 1,1,2,3,3, 1,1,2,3,3, 1,1....) Supondo que a lei de
formação continue nessa sequência, determine os números nas posições 15º 21º 38º e 149º

=>Exercicio 11- Hoje é quarta-feira. Devo pagar uma dívida exatamente daqui a 15 dias. Em que dia
da semana cairá o 15º dia? E se a dívida for paga daqui a 90 dias, em que dias da semana cairá?

Exercicio 12- Marta está a fazer um colar com peças de vários feitios. Mas está a executá-lo de uma
forma regular. Reparem:

• Que peça irá a Marta colocar a seguir ao triângulo azul?


• Se ela usar, no total, 63 peças, de quantos corações vai precisar?
•E de quantos triângulos? • E de quantos círculos?

Respostas

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SEQUÊNCIAS E REGULARIDADES

=>Exercicio 13 A Maria desenhou uma tabela com números de 1 a 25 e depois construiu as seis
tabelas com padrões coloridos e sem números. Qual teria sido o critério que levou a Maria a colorir
cada uma das tabelas desse Modo? Complete com os números essas tabelas.

=>exercicio13 Completa as tabelas.

a. Encontras alguma regularidade no número total de peixes de cada figura do padrão?

b. Como descreves este padrão?

c. Quantos peixes são precisos para construíres a figura 9?

III Representação dos elementos da sequência:

Em uma sequência, o primeiro elemento é indicado por a1 , o segundo por a2 , o terceiro por a3 ,
........, o vigésimo por a20 , .... o enésimo elemento por an , que podemos representar da seguinte
forma ( a1 , a2 , a3 , ....... , a20 , ......, an , ....)

Lei de formação:

Inúmeras são as sequências existentes, porém , para nosso estudo são de grande importância as
sequências cujos elementos (termos) obedecem a uma determinada lei de formação

Exemplos: Determinar os cinco primeiros termos da sequência definida por a n = 3.n + 2

Onde n pertence ao conjunto dos naturais e é representado por n = 1,2,3,4,5,....

Atribuindo valores permitidos para n , encontramos os termos procurados:

Para n = 1 temos a1 = 3.(1) + 2 a 1 =3+2 a 1 =5

Para n = 2 temos a2 = 3.(2) + 2 a 2 =6+2 a 2 =8

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SEQUÊNCIAS E REGULARIDADES

Para n = 3 temos a3 = 3.(3) + 2 a 3 =9+2 a 1 = 11

Para n = 4 temos a4 = 3.(4) + 2 a 4 = 12 + 2 a 1 = 14

Para n = 5 temos a5 = 3.(5) + 2 a 1 = 15 + 2 a 1 = 17

Assim a sequência procurada é (5,8,11,14,17,....)

Na matemática, os Números de Fibonacci são uma sequência (sucessão, em Portugal) definida


como recursiva pela fórmula abaixo:

Na prática: você começa com 0 e 1, e então produz o próximo número de Fibonacci somando os dois
anteriores para formar o próximo. Os primeiros Números de Fibonacci (para n = 0, 1,2,3,4,... são

(0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, 377, 610, 987, ... )

Exercícios

1- Dada a sequência (2,5,9,14,20,27) calcular:

a1 = a4= a6=

2- Determine os quatro primeiros termos das sequências definida por

a) an = n2 + 2 b) an = 1-3.n c) an = 3.n + 2

n+1

3- A respeito da sequência definida por a n = 2.n + 7, para n  N*, determine:


a) a20= b) a soma de seus cinco primeiros termos. C) a posição do nº 27 na sequência

Os exercícios a seguir devem ser resolvidos pelos alunos de uma forma intuitiva ou abstrata, sempre
tentando resolvê-lo da forma mais prática possível.

1- Num programa de condicionamento Físico, uma pessoa deve correr 200 m no primeiro dia, 250 m
no segundo, 300 m no terceiro, 350 m no quarto dia e assim por diante.

responda as perguntas abaixo:

a) Que sequência poder ser estabelecida com as distâncias a serem percorridas. nesse programa

b) Quanto o pessoa deve percorre no quinto e sexto dia desse treinamento ?

c) Qual o dia que essa pessoa percorreu a distância de 600 m

e) É possível. de acordo com esse treinamento uma pessoa percorrer certo dia a distância exata de
980 m. Explique a razão dessa afirmação ou negação

f) No décimo dia, quanto essa pessoa deverá percorrer ?

g) após oito dia de treinamento, quantos metros essa pessoa já percorreu ?

h) Sabendo que o limite máximo que essa pessoa deva percorrer por dia é 1200 m , em que dia isso
ocorrerá ?

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SEQUÊNCIAS E REGULARIDADES

2- Um veículo vai ser testado durante duas semanas, no primeiro dia deve percorrer 40 km , no
segundo 60 km, no terceiro 80 km, e assim por diante.

a) Escreva a sequência numérica para essa situação

b) Quantos quilômetro terá percorrido nesse período de teste ?

3- Um Gato pulou no primeiro salto 5m, no segundo salto pulou 4,5 m , no terceiro 4 m , assim por
diante, até “parar”.

a) quantos salto esse gato deu até parar?

b) quantos metros esse gato pulou até parar ?

4-Uma criança está brincando de fazer quadrados com palitos de fósforo como mostra o desenho:

a) Quantos quadrados ela fez com 22 palitos? resposta quadrados

Sugestão: Forme uma progressão da seguinte forma:

1 quadrado = 4 palitos 2 quadrados = .7 palitos 3 quadrados 10 palitos.

b) Quantos palitos são necessários para fazer 12 quadrados?resp

5- Um Gato pulou no primeiro salto 5m, no segundo salto pulou 4,5 m , no terceiro 4 m , assim por
diante, até “parar”.

a) quantos salto esse gato deu até parar?

b) quantos metros esse gato pulou até parar ?

c) escreva a sequência numérica dessa situação

6-Numa coleta feita entre alunos de uma escola, foram arrecadados R$ 372,00 . O primeiro aluno
doou R$ 20,00, o segundo R$ 22,00 , o terceiro R$ 24,00, e assim por diante. Pergunta-se

a) Quantos alunos fizeram a doação ?

b) quanto que doou o oitavo e o décimo aluno

c) algum aluno doou R$ 35,00 , justifique a resposta

d) quanto doou o último aluno participante dessa coleta ?

e) Escreva a sequência para as dez primeiras doações

7 Complete os termos que estão faltando nas sequências

a) (4,7,6,9,8,___ ,_____ ,_____) b) (2,5,8,____ ,_____) c) (1, -3,9,-27,_____,____)

8) Escreva os cinco primeiros termos de cada sequência determinada pelas leis de recorrência abaixo

a) . b)

n >1

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SEQUÊNCIAS E REGULARIDADES

9-. No esquema abaixo, há uma regra de colocação dos números. Descubra-a e

preencha os espaços vazios

10-Uma pessoa, desejando recuperar a forma física, elaborou um plano de treinamento que consistia
em caminhar por 20 minutos no primeiro dia, 22 minutos no segundo dia, 24minutos no terceiro dia e
assim sucessivamente. Uma lei que permite calcular quantos minutos essa pessoa caminharia no dia
n é dada por:

a) an = 20 . (n – 1) + 2 b) an = 20 . n + 2 c) an =20 + (n – 1) . 2

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POLIMÔNIOS

Polinômios

Definição

Uma função polinomial ou simplesmente polinômio, é toda função definida pela relação P(x)=anxn +
an-1.xn-1 + an-2.xn-2 + ... + a2x2 + a1x + a0.

Onde:

an, an-1, an-2, ..., a2, a1, a0 são números reais chamados coeficientes.

n  IN

x  C (nos complexos) é a variável.

Grau De Um Polinômio:

Grau de um polinômio é o expoente máximo que ele possui. Se o coeficiente an0, então o expoente
máximo n é dito grau do polinômio e indicamos gr(P)=n. Exemplos:

P(x)=5 ou P(x)=5.x0 é um polinômio constante, ou seja, gr(P)=0.

P(x)=3x+5 é um polinômio do 1º grau, isto é, gr(P)=1.

P(x)=4x5+7x4 é um polinômio do 5º grau, ou seja, gr(P)=5.

Obs: Se P(x)=0, não se define o grau do polinômio.

Valor Numérico

O valor numérico de um polinômio P(x) para x=a, é o número que se obtém substituindo x por a e
efetuando todas as operações indicadas pela relação que define o polinômio. Exemplo:

Se P(x)=x3+2x2+x-4, o valor numérico de P(x), para x=2, é:

P(x)= x3+2x2+x-4

P(2)= 23+2.22+2-4

P(2)= 14

Observação: Se P(a)=0, o número a chamado raiz ou zero de P(x).

Por exemplo, no polinômio P(x)=x2-3x+2 temos P(1)=0; logo, 1 é raiz ou zero desse polinômio.

Alguns exercícios resolvidos:

1º) Sabendo-se que –3 é raiz de P(x)=x3+4x2-ax+1, calcular o valor de a.

Resolução: Se –3 é raiz de P(x), então P(-3)=0.

P(-3)=0 => (-3)3+4(-3)2-a.(-3)+1 = 0

3a = -10 => a=-10/3

Resposta: a=-10/3

2º) Calcular m  IR para que o polinômio

P(x)=(m2-1)x3+(m+1)x2-x+4 seja:

a) do 3ºgrau b) do 2º grau c) do 1º grau

Resposta:

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POLIMÔNIOS

para o polinômio ser do 3º grau, os coeficientes de x2 e x3 devem ser diferentes de zero. Então:

m2-10 => m21 => m1

m+10 => m-1

Portanto, o polinômio é do 3º grau se m1 e m-1.

para o polinômio ser do 2º grau, o coeficiente de x3 deve ser igual a zero e o coeficiente de x2
diferente de zero. Então:

m2-1=0 => m2=1 => m=1

m+10 => m-1

Portanto, o polinômio é do 2º grau se m=1.

para o polinômio ser do 1º grau, os coeficientes de x2 e x3 devem ser iguais a zero. Então:

m2-1=0 => m2=1 => m=1

m+1=0 => m=-1

Portanto, o polinômio é do 1º grau se m=-1.

3º) Num polinômio P(x), do 3º grau, o coeficiente de x3 é 1. Se P(1)=P(2)=0 e P(3)=30, calcule o valor
de P(-1).

Resolução:

Temos o polinômio: P(x)=x3+ax2+bx+c.

Precisamos encontrar os valores de a,b e c (coeficientes).

Vamos utilizar os dados fornecidos pelo enunciado do problema:

P(1)=0 => (1)3+a.(1)2+b(1)+c = 0 => 1+a+b+c=0 => a+b+c=-1

P(2)=0 => (2)3+a.(2)2+b(2)+c = 0 => 8+4a+2b+c=0 => 4a+2b+c=-8

P(3)=30 => (3)3+a.(3)2+b(3)+c = 30 => 27+9a+3b+c=30 => 9a+3b+c=3

Temos um sistema de três variáveis:

Resolvendo esse sistema encontramos as soluções:

a=9, b=-34, c=24

Portanto o polinômio em questão é P(x)= x3+9x2-34x+24.

O problema pede P(-1):

P(-1)= (-1)3+9(-1)2-34(-1)+24 => P(-1)=-1+9+34+24

P(-1)= 66

Resposta: P(-1)= 66

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POLIMÔNIOS

Polinômios Iguais

Dizemos que dois polinômios A(x) e B(x) são iguais ou idênticos (e indicamos A(x)B(x)) quando
assumem valores numéricos iguais para qualquer valor comum atribuído à variável x. A condição
para que dois polinômios sejam iguais ou idênticos é que os coeficientes dos termos correspondentes
sejam iguais.

Exemplo:

Calcular a,b e c, sabendo-se que x2-2x+1  a(x2+x+1)+(bx+c)(x+1).

Resolução: Eliminando os parênteses e somando os termos semelhantes do segundo membro


temos:

x2-2x+1  ax2+ax+a+bx2+bx+cx+c

1x2-2x+1  (a+b)x2+(a+b+c)x+(a+c)

Agora igualamos os coeficientes correspondentes:

Substituindo a 1ª equação na 2ª:

1+c = -2 => c=-3.

Colocando esse valor de c na 3ª equação, temos:

a-3=1 => a=4.

Colocando esse valor de a na 1ª equação, temos:

4+b=1 => b=-3.

Resposta: a=4, b=-3 e c=-3.

Obs: um polinômio é dito identicamente nulo se tem todos os seus coeficientes nulos.

Divisão de polinômios

Sejam dois polinômios P(x) e D(x), com D(x) não nulo.

Efetuar a divisão de P por D é determinar dois polinômios Q(x) e R(x), que satisfaçam as duas
condições abaixo:

1ª) Q(x).D(x) + R(x) = P(x)

2ª) gr(R) < gr(D) ou R(x)=0

Nessa divisão:

P(x) é o dividendo.

D(x) é o divisor.

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POLIMÔNIOS

Q(x) é o quociente.

R(x) é o resto da divisão.

Obs: Quando temos R(x)=0 dizemos que a divisão é exata, ou seja, P(x) é divisível por D(x) ou D(x) é
divisor de P(x).

Se D(x) é divisor de P(x)  R(x)=0

Exemplo:

Determinar o quociente de P(x)=x4+x3-7x2+9x-1 por D(x)=x2+3x-2.

Resolução: Aplicando o método da chave, temos:

Verificamos que:

x

4

x 3
- 2
7x 9x
- 1  (x 2  3x - 2) (x 2 - 2x  1)  (2x  1)
    
P(x) D(x) Q(x) R(x)

Divisão de um polinômio por um binômio da forma ax+b

Vamos calcular o resto da divisão de P(x)=4x2-2x+3 por D(x)=2x-1.

Utilizando o método da chave temos:

4x2  2x  3 2x  1
 4x2  2x 2x
3

Logo: R(x)=3

A raiz do divisor é 2x-1=0 => x=1/2.

Agora calculamos P(x) para x=1/2.

P(1/2) = 4(1/4) – 2(1/2) + 3

P(1/2) = 3

Observe que R(x) = 3 = P(1/2)

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POLIMÔNIOS

Portanto, mostramos que o resto da divisão de P(x) por D(x) é igual ao valor numérico de P(x) para
x=1/2, isto é, a raiz do divisor.

Teorema do resto

Note que –b/a é a raiz do divisor.

Exemplo: Calcule o resto da divisão de x2+5x-1 por x+1.

Resolução: Achamos a raiz do divisor:

x+1=0 => x=-1

Pelo teorema do resto sabemos que o resto é igual a P(-1):

P(-1)=(-1)2+5.(-1)-1 => P(-1) = -5 = R(x)

Resposta: R(x) = -5.

Teorema de D’Alembert

Exemplo: Determinar o valor de p, para que o polinômio P(x)=2x3+5x2-px+2 seja divisível por x-2.

Resolução: Se P(x) é divisível por x-2, então P(2)=0.

P(2)=0 => 2.8+5.4-2p+2=0 => 16+20-2p+2=0 => p=19

Resposta: p=19.

Divisão de um polinômio pelo produto (x-a)(x-b)

Vamos resolver o seguinte problema: calcular o resto da divisão do polinômio P(x) pelo produto (x-
a)(x-b), sabendo-se que os restos da divisão de P(x) por (x-a) e por (x-b) são, respectivamente, r1 e
r2.

Temos:

a é a raiz do divisor x-a, portanto P(a)=r1 (eq. 1)

b é a raiz do divisor x-b, portanto P(b)=r2 (eq. 2)

E para o divisor (x-a)(x-b) temos P(x)=(x-a)(x-b) Q(x) + R(x) (eq. 3)

O resto da divisão de P(x) por (x-a)(x-b) é no máximo do 1º grau, pois o divisor é do 2º grau; logo:

R(x)=cx+d

Da eq.3 vem:

P(x)=(x-a)(x-b) Q(x) + cx + d

Fazendo:

x=a => P(a) = c(a)+d (eq. 4)

x=b => P(b) = c(b)+d (eq. 5)

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POLIMÔNIOS

Das equações 1, 2, 4 e 5 temos:

ca  d  r1

cb  d  r2

Resolvendo o sistema obtemos:

Observações:

1ª) Se P(x) for divisível por (x-a) e por (x-b), temos:

P(a)= r1 =0

P(b)= r2 =0

Portanto, P(x) é divisível pelo produto (x-a)(x-b), pois:

2ª) Generalizando, temos:

Se P(x) é divisível por n fatores distintos (x-a1), (x-a2),..., (x-an) então P(x) é divisível pelo
produto (x-a1)(x-a2)...(x-an).

Exemplo:

Um polinômio P(x) dividido por x dá resto 6 e dividido por (x-1) dá resto 8. Qual o resto da divisão de
P(x) por x(x-1)?

Resolução:

0 é a raiz do divisor x, portanto P(0)=6 (eq. 1)

1 é a raiz do divisor x-1, portanto P(1)=8 (eq. 2)

E para o divisor x(x-1) temos P(x)=x(x-1) Q(x) + R(x) (eq. 3)

O resto da divisão de P(x) por x(x-1) é no máximo do 1º grau, pois o divisor é do 2º grau; logo:

R(x)=ax+b

Da eq.3 vem:

P(x)=x(x-1) Q(x) + ax + b

Fazendo:

x=0 => P(0) = a(0)+b => P(0) = b (eq. 4)

x=1 => P(1) = a(1)+b => P(1) = a+b (eq. 5)

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Das equações 1, 2, 4 e 5 temos:

b  6

a  b  8
Logo, b=6 e a=2.

Agora achamos o resto: R(x) = ax+b = 2x+6

Resposta: R(x) = 2x+6.

O dispositivo de Briot-Ruffini

Serve para efetuar a divisão de um polinômio P(x) por um binômio da forma (ax+b).

Exemplo: Determinar o quociente e o resto da divisão do polinômio P(x)=3x3-5x2+x-2 por (x-2).

Resolução:

Observe que o grau de Q(x) é uma unidade inferior ao de P(x), pois o divisor é de grau 1.

Resposta: Q(x)=3x2+x+3 e R(x)=4.

Para a resolução desse problema seguimos os seguintes passos:

1º) Colocamos a raiz do divisor e os coeficientes do dividendo ordenadamente na parte de cima da


“cerquinha”.

2º) O primeiro coeficiente do dividendo é repetido abaixo.

3º) Multiplicamos a raiz do divisor por esse coeficiente repetido abaixo e somamos o produto com o 2º
coeficiente do dividendo, colocando o resultado abaixo deste.

4º) Multiplicamos a raiz do divisor pelo número colocado abaixo do 2º coeficiente e somamos o
produto com o 3º coeficiente, colocando o resultado abaixo deste, e assim sucessivamente.

5º) Separamos o último número formado, que é igual ao resto da divisão, e os números que ficam à
esquerda deste serão os coeficientes do quociente.

Decomposição de um polinômio em fatores

Vamos analisar dois casos:

1º caso: O polinômio é do 2º grau.

De uma forma geral, o polinômio de 2º grau P(x)=ax2+bx+c que admite as raízes r1 e r2 pode ser
decomposto em fatores do 1º grau, da seguinte forma:

Exemplos:

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POLIMÔNIOS

Fatorar o polinômio P(x)=x2-4.

Resolução: Fazendo x2-4=0, obtemos as raízes r1=2 e r2=-2.

Logo: x2-4 = (x-2)(x+2).

Fatorar o polinômio P(x)=x2-7x+10.

Resolução: Fazendo x2-7x+10=0, obtemos as raízes r1=5 e r2=2.

Logo: x2-7x+10 = (x-5)(x-2).

2º caso: O polinômio é de grau maior ou igual a 3.

Conhecendo uma das raízes de um polinômio de 3º grau, podemos decompô-lo num produto de um
polinômio do 1º grau por um polinômio do 2º grau e, se este tiver raízes, podemos em seguida
decompô-lo também.

Exemplo: Decompor em fatores do 1º grau o polinômio 2x3-x2-x.

Resolução:

2x3-x2-x = x.(2x2-x-1)  colocando x em evidência

Fazendo x.(2x2-x-1) = 0 obtemos: x=0 ou 2x2-x-1=0.

Uma das raízes já encontramos (x=0).

As outras duas saem da equação: 2x2-x-1=0 => r1=1 e r2=-1/2.

Portanto, o polinômio 2x3-x2-x, na forma fatorada é:

2.x.(x-1).(x+(1/2)).

Generalizando, se o polinômio P(x)=anxn+an-1xn-1+...+a1x+a0 admite n raízes r1, r2,..., rn, podemos


decompô-lo em fatores da seguinte forma:

Observações:

Se duas, três ou mais raiz forem iguais, dizemos que são raízes duplas, triplas, etc.

Uma raiz r1 do polinômio P(x) é dita raiz dupla ou de multiplicidade 2 se P(x) é divisível por (x-r1)2 e
não por (x-r1)3.

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ESTATÍSTICA E PROBABILIDADE

Estatística E Probabilidade

Probabilidade

Probabilidade é um ramo da Matemática em que as chances de ocorrência de experimentos são


calculadas. É por meio de uma probabilidade, por exemplo, que podemos saber desde a chance de
obter cara ou coroa no lançamento de uma moeda até a chance de erro em pesquisas.

Para compreender esse ramo, é extremamente importante conhecer suas definições mais básicas,
como a fórmula para o cálculo de probabilidades em espaços amostrais equiprováveis, probabilidade
da união de dois eventos, probabilidade do evento complementar etc.

Experimento Aleatório

É qualquer experiência cujo resultado não seja conhecido. Por exemplo: ao jogar uma moeda e
observar a face superior, é impossível saber qual das faces da moeda ficará voltada para cima,
exceto no caso em que a moeda seja viciada (modificada para ter um resultado mais
frequentemente).

Suponha que uma sacola de supermercado contenha maçãs verdes e vermelhas. Retirar uma maçã
de dentro da sacola sem olhar também é um experimento aleatório.

Ponto Amostral

Um ponto amostral é qualquer resultado possível em um experimento aleatório. Por exemplo: no


lançamento de um dado, o resultado (o número que aparece na face superior) pode ser 1, 2, 3, 4, 5
ou 6. Então, cada um desses números é um ponto amostral desse experimento.

Espaço Amostral

O espaço amostral é o conjunto formado por todos os pontos amostrais de um experimento aleatório,
ou seja, por todos os seus resultados possíveis. Dessa maneira, o resultado de um experimento
aleatório, mesmo que não seja previsível, sempre pode ser encontrado dentro do espaço amostral
referente a ele.

Como os espaços amostrais são conjuntos de resultados possíveis, utilizamos as representações de


conjuntos para esses espaços. Por exemplo: O espaço amostral referente
ao experimento“lançamento de um dado” é o conjunto Ω, tal que:

Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}

Esse conjunto também pode ser representado pelo diagrama de Venn ou, dependendo do
experimento, por alguma lei de formação.

O número de elementos dos espaços amostrais é representado por n(Ω). No caso do exemplo
anterior, n(Ω) = 6. Lembre-se de que os elementos de um espaço amostral são pontos amostrais, ou
seja, resultados possíveis de um experimento aleatório.

Evento

Os eventos são subconjuntos de um espaço amostral. Um evento pode conter desde zero a todos os
resultados possíveis de um experimento aleatório, ou seja, o evento pode ser um conjunto vazio ou o
próprio espaço amostral. No primeiro caso, ele é chamado de evento impossível. No segundo, é
chamado de evento certo.

Ainda no experimento aleatório do lançamento de um dado, observe os seguintes eventos:

A = Obter um número par:

A = {2, 4, 6} e n(A) = 3

B = Sair um número primo:

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B = {2, 3, 5} e n(B) = 3

C = Sair um número maior ou igual a 5:

C = {5, 6} e n(C)= 2

D = Sair um número natural:

D = {1, 2, 3, 4, 5, 6} e n(D) = 6

Espaços Equiprováveis

Um espaço amostral é chamado equiprovável quando todos os pontos amostrais dentro dele têm a
mesma chance de ocorrer. É o caso de lançamentos de dados ou de moedas não viciados, escolha
de bolas numeradas de tamanho e peso idênticos etc.

Um exemplo de espaço amostral que pode ser considerado não equiprovável é o formado pelo
seguinte experimento: escolher entre tomar sorvete ou fazer caminhada.

Cálculo De Probabilidades

As probabilidades são calculadas dividindo-se o número de resultados favoráveis pelo número de


resultados possíveis, ou seja:

P = n(E)
n(Ω)

Nesse caso, E é um evento que se quer conhecer a probabilidade, e Ω é o espaço amostral que o
contém.

Por exemplo, no lançamento de um dado, qual a probabilidade de sair o número um?

Nesse exemplo, sair o número um é o evento E. Assim, n(E) = 1. O espaço amostral desse
experimento contém seis elementos: 1, 2, 3, 4, 5 e 6. Logo, n(Ω) = 6. Desse modo:

P = n(E)
n(Ω)

P=1
6

P = 0,1666…

P = 16,6%

Outro exemplo: qual a probabilidade de obtermos um número par no lançamento de um dado?

Os números pares possíveis em um dado são 2, 4 e 6. Logo, n(E) = 3.

P = n(E)
n(Ω)

P=3
6

P = 0,5

P = 50%

Observe que as probabilidades sempre resultarão em um número dentro do intervalo 0 ≤ x ≤ 1. Isso


acontece porque E é um subconjunto de Ω. Dessa maneira, E pode conter desde zero até, no
máximo, o mesmo número de elementos que Ω.

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Probabilidade Condicional

Probabilidade condicional refere-se à probabilidade de um evento ocorrer com base em um evento


anterior. Evidentemente, esses dois eventos precisam ser conjuntos não vazios pertencentes a
um espaço amostral finito.

Em um lançamento simultâneo de dois dados, por exemplo, obtêm-se números em suas faces
superiores. Qual é a probabilidade de que a soma desses números seja 8, desde que ambos os
resultados sejam ímpares?

Veja que a probabilidade de a soma desses números ser 8 está condicionada a resultados ímpares
nos dois dados. Logo, lançamentos que apresentam um ou dois números pares na face superior
podem ser descartados e, por isso, há uma redução no espaço amostral.

O novo espaço amostral é composto pelos pares:

{1,1}; {1,3}; {1,5}; {3,1}; {3,3}; {3,5}; {5,1}; {5,3} e {5,5}

Desses, apenas {3,5} e {5,3} possuem soma 8. Logo, a probabilidade de que se obtenha soma 8 no
lançamento de dois dados, dado que os resultados obtidos são ambos ímpares, é de:

2
9

Fórmula da Probabilidade Condicional

Seja K um espaço amostral que contém os eventos A e B não vazios.


A probabilidade de A acontecer, dado que B já aconteceu, é representada por P(A|B) e é calculada
pela seguinte expressão:

P(A|B) = P(A∩B)
P(B)

Caso seja necessário calcular a probabilidade da intersecção entre dois eventos, pode-se utilizar a
seguinte expressão:

P(A∩B) = P(A|B)·P(B)

Exemplos

Calcule a probabilidade de obter soma 8 no lançamento de dois dados em que o resultado do


lançamento foi dois números ímpares.

Solução:

Seja A = Obter soma 8 e B = Obter dois números ímpares.

P(A∩B) é a probabilidade de se obter apenas números ímpares que somam 8 no lançamento de dois
dados. As únicas combinações das 36 possíveis são:

{3,5} e {5,3}

Portanto,

P(A∩B) = 2
36

Já P(B) é a probabilidade de obter somente números ímpares no lançamento de dois dados. As


únicas combinações dentro das 36 possíveis são:

{1,1}; {1,3}; {1,5}; {3,1}; {3,3}; {3,5}; {5,1}; {5,3} e {5,5}

Logo,

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P(B) = 9
36

Utilizando a fórmula para probabilidade condicional, teremos:

P(A|B) = P(A∩B)
P(B)

2
P(A|B) = 36
9
36

P(A|B) = 2 · 36
36 9

P(A|B) = 2
9

Qual é a probabilidade de extrair uma carta de um baralho comum de 52 cartas e obter um Ás,
sabendo que ela é uma carta de copas?

Solução:

A = Obter um Ás

B = Obter uma carta de copas

Como só existe um ás de copas no baralho,

P(A∩B) = 1
52

A probabilidade de se obter uma carta de copas é:

P(B) = 13
52

Então, a probabilidade de se obter um às de copas é:

P(A|B) = P(A∩B)
P(B)

1
P(A|B) = 52
13
52

P(A|B) = 1 · 52
52 13

P(A|B) = 1
13

Probabilidade Da Intersecção De Dois Eventos

A probabilidade da intersecção de dois eventos ou probabilidade de eventos sucessivos determina a


chance, a possibilidade, de dois eventos ocorrerem simultânea ou sucessivamente. Para o cálculo
desse tipo de probabilidade devemos interpretar muito bem os problemas, lendo com atenção e
fazendo o uso da seguinte fórmula:

Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral S. A probabilidade de A ∩ B é dada por:

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Onde
p(A∩B) → é a probabilidade da ocorrência simultânea de A e B
p(A) → é a probabilidade de ocorrer o evento A
p(B│A) → é a probabilidade de ocorrer o evento B sabendo da ocorrência de A (probabilidade
condicional)

Se os eventos A e B forem independentes (ou seja, se a ocorrência de um não interferir na


probabilidade de ocorrer outro), a fórmula para o cálculo da probabilidade da intersecção será dada
por:

Vejamos alguns exemplos de aplicação.

Exemplo 1. Em dois lançamentos sucessivos de um mesmo dado, qual a probabilidade de sair um


número ímpar e o número 4?

Solução: O que determina a utilização da fórmula da intersecção para resolução desse problema é a
palavra “e” na frase “a probabilidade de sair um número ímpar e o número 4”. Lembre-se que na
matemática “e” representa intersecção, enquanto “ou” representa união.

Note que a ocorrência de um dos eventos não interfere na ocorrência do outro. Temos, então, dois
eventos independentes. Vamos identificar cada um dos eventos.

Evento A: sair um número ímpar = {1, 3, 5}


Evento B: sair o número 4 = {4}
Espaço Amostral: S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}

Temos que:

Assim, teremos:

Exemplo 2. Numa urna há 20 bolinhas numeradas de 1 a 20. Retiram-se duas bolinhas dessa urna,
uma após a outra, sem reposição. Qual a probabilidade de ter saído um número par e um múltiplo de
5?

Solução: Primeiro passo é identificar os eventos e o espaço amostral.

Evento A: sair um número par = {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20}
Evento B: sair um múltiplo de 5 = {5, 10, 15, 20}
Espaço amostral: S = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20}

Como as duas bolinhas foram retiradas uma após a outra e não houve reposição, ou seja, não foram
devolvidas à urna, a ocorrência do evento A interfere na ocorrência do B, pois haverá na urna
somente 19 bolinhas após a retirada da primeira.

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Assim, temos que:

Após a retirada da primeira bola, ficamos com 19 bolinhas na urna. Logo, teremos:

União De Dois Eventos

Para entendermos como agir em situações que envolvem probabilidade na união de dois eventos,
precisamos falar sobre espaço amostral e eventos.
Espaço amostral: consiste em todos os resultados provenientes de um determinado experimento
aleatório.
Evento: está relacionado ao espaço amostral, pois consiste no subconjunto do espaço amostral.

Situação no lançamento de um dado


Lançamento de um dado:
Espaço amostral: (1, 2, 3, 4, 5, 6)
Eventos: (1), (2), (3), (4), (5), (6)

Podemos ter no lançamento de um dado a probabilidade envolvendo a união de dois eventos, antes
vamos definir algumas situações da ocorrência da união de dois eventos.

Condições:
Para que ocorra a união de dois eventos devemos ter o mesmo espaço amostral. Vamos considerar
duas situações possíveis da união de A com B (A U B).

A∩B=Ø

Se a intersecção entre os conjuntos A e B formam um conjunto vazio, isto é, os conjuntos não


possuem termos em comum, podemos definir que A U B = A+B, considerando que o espaço amostral
seja diferente de zero chegamos à seguinte conclusão:

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p(A U B) = p(A) + p(B)

A∩B≠Ø

Se a intersecção entre os conjuntos A e B formam um conjunto não vazio, indica que eles possuem
elementos em comum, dessa forma a probabilidade da união desses dois eventos pode ser definida
da seguinte forma A U B = A+B – (A ∩ B), então:

p(A U B) = p(A) + p(B) – p(A ∩ B)

Exemplo

No lançamento de um dado, qual a probabilidade de o número obtido ser múltiplo de 2 ou de 3?

Múltiplos de 2: A = {2, 4, 6}
Múltiplos de 3: B = {3, 6}

Podemos notar que A∩B≠Ø, então: p(A U B) = p(A) + p(B) – p(A ∩ B)


p(A) = 3/6
p(B) = 2/6
p(A) ∩ p(B) = 1/6

Espaço Amostral e Evento

Espaço amostral: para cada experimento aleatório E, define-se espaço amostral S o conjunto de
todos os possíveis resultados desse experimento.

Exemplos:
Jogar um dado e observar o número da face de cima.
Então; S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}

Jogar duas moedas e observar o resultado.


Então: S = {(cara, cara), (cara, coroa),(coroa, cara),(coroa, coroa)}

Observe que o conjunto S pode ser finito ou infinito.

Evento: é um conjunto de resultados do experimento, em termos de conjuntos, é um subconjunto S.


em particular, S e Φ (conjunto vazio) são eventos. S é dito o evento certo e Φ o evento impossível.

Se usarmos as operações com conjuntos, podemos formar novos eventos:

a) A ∩ B → evento que ocorre se A e B ocorrem;


b) A ∪ B → evento que ocorre se A ou B ocorrem;
c) Ā → é o evento que ocorre se A não ocorre.

Exemplo: Considere o experimento: jogar duas moedas e observar os resultados:


S = {(c, c), (c, k), (k, c), (k, k)}

Evento A: ocorrer faces iguais.


Logo A = {(c, c), (k, k)}

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Eventos Mutuamente Exclusivos

Eventos mutuamente exclusivos são aqueles que não podem ocorrer simultaneamente. Portanto dois
eventos A e B são mutuamente exclusivos se AB = Φ

Exemplo: Considere o experimento: jogar um dado e observar o resultado.

S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}

Sejam os eventos:
A = ocorrer número par e B = ocorrer números impar.
Logo: A = {2, 4, 6}, B = {1, 3, 5}

A e B são considerados mutuamente exclusivos pois A ∩ B = Φ

Medidas De Tendência Central

Média Aritmética

A média aritmética é utilizada no intuito de expressar, por meio de um único valor, a ideia principal de
um grupo de valores. Ela é calculada através do somatório dos elementos divido pelo número de
elementos.
Exemplo

Durante as quatro semanas de um mês, uma pessoa gastou com combustível os seguintes valores:
R$ 42,00, R$ 50,00, R$ 48,50, R$ 58,00 respectivamente. Qual o valor médio semanal.

42 + 50 + 48,5 + 58 / 4 = 198,5 / 4 = 49,62

Essa pessoa gastou em média R$ 49,62 por semana.

Moda

A moda serve para identificar e expressar a medida mais frequente presente em um determinado
grupo de valores.

Exemplo

A temperatura média, registrada de hora em hora, da 6h às 12h em uma cidade foram as seguintes:
14 ºC, 18 ºC, 18 ºC, 19 ºC, 22 ºC, 24 ºC, 26 ºC.

Podemos notar que a temperatura de 18 ºC se repetiu duas vezes. Dessa forma, dizemos que a
média das temperaturas obtidas é 18 ºC.

Mediana

A mediana é caracterizada pelo termo do meio em uma sequência crescente de valores. Para
estabelecer a mediana precisamos levar em conta o número par ou ímpar de elementos. Caso o
número de elementos seja par, devemos somar os dois elementos centrais e realizar a divisão por
dois, obtendo o valor da mediana. Nas situações em que o número de elementos é ímpar, basta
escolher o elemento central.

Exemplos

Número de elementos é Par

Observe a altura, em centímetros, de oito crianças: 119, 120, 121, 121, 123, 124, 124, 128.

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Termo central: 121 + 123 / 2 = 122 cm

Número de elementos é Ímpar

Os 17 alunos do 8º ano de uma escola obtiveram as seguintes notas: 71, 40, 86, 55, 63, 70, 44, 90,
37, 68, 53, 55, 57, 60, 82, 91, 62.

Medidas De Dispersão

Considere o exemplo de duas linha de produção de uma peça. A medida média do comprimento da
peça é de 75cm e ambas as linhas estão produzindo peças com médias próximas desse valor.
Podemos considerar que as peças produzidas por ambas as linhas são adequadas?

É claro que as peças produzidas pela primeira linha de produção são melhores que a segunda. Isso
ocorre porque a dispersão dos elementos em torno da média é menor, ou seja, os elementos estão
mais concentrados em torno da média na primeira linha de produção.

Como queremos avaliar a dispersão dos dados em torno da média, esse valor estará relacionado
com a distância dos dados em relação à média. Essa distância será chamada de desvio, .

No exemplo da imagem acima, temos

O qual nos levaria à conclusão errada de que não existe variação entre os dados. Desta forma,
precisamos de alguns medidas estatísticas para poder estudar a dispersão dos dados de forma
correta.

Dispersão é sinônimo de variação ou variabilidade. Para medir a dispersão, duas medidas são
usadas mais frequentemente: a amplitude e o desvio padrão.

Amplitude

A amplitude é definida como sendo a diferença entre o maior e o menor valor do conjunto de
dados. Denotaremos a amplitude por R. Portanto, consideremos o conjunto de dados ordenado

A amplitude R dos dados é dada por:

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Exemplo 2.2.1:

Considere o Exemplo 2.1.3. Qual a amplitude deste conjunto de dados?

Como o valor máximo do conjunto é 72 e o valor mínimo é 60, temos que a amplitude é:

R = 72 - 60 = 12.

Utilizando o Action, temos o seguinte resultado

Informação Valor

Amplitude 12

Para definirmos desvio padrão é necessário definir variância. A notação mais comumente usada é:

s2 - variância amostral.

σ2 - variância populacional.

s - desvio padrão amostral.

σ - desvio padrão populacional.

Variância populacional

A variância de uma população {x1,...,xN} de N elementos é a medida de dispersão definida como a


média do quadrado dos desvios dos elementos em relação à média populacional μ. Ou seja, a
variância populacional é dada por:

Variância Amostral

A variância de uma amostra {x1,...,xn} de n elementos é definida como a soma ao quadrado dos
desvios dos elementos em relação à sua média dividido por (n-1). Ou seja, a variância amostral é
dada por:

Ao utilizarmos a média amostral como estimador de m para calcularmos a variância amostral,


perdemos 1 grau de liberdade em relação à variância populacional.

Desvio Padrão Populacional

O desvio padrão populacional de um conjunto de dados é igual à raiz quadrada da variância


populacional. Desta forma, o desvio padrão populacional é dado por:

Desvio Padrão Amostral

O desvio padrão amostral de um conjunto de dados é igual à raiz quadrada da variância amostral.
Desta forma, o desvio padrão amostral é dado por:

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Exemplo 2.2.2:

Considere novamente os dados do Exemplo 2.1.3. Calcule o desvio padrão dos dados.

Para calcularmos o desvio padrão devemos primeiramente calcular a média , isto é:

Agora vamos subtrair de cada valor, elevar os resultados ao quadrado e somá-los. Então dividimos
o total dos quadrados pelo número de valores menos 1, ou seja, por (n-1) e extraímos a raiz
quadrada:

65-67,875 = -2,875 (-2,875)2 = 8,265625

72-67,875 = 4,125 (4,125)2 = 17,015625

70-67,875 = 2,125 (2,125)2 = 4,515625

72-67,875 = 4,125 (4,125)2 = 17,015625

60-67,875 = -7,875 (-7,875)2 = 62,015625

67-67,875 = -0,875 (-0,875)2 = 0,765625

69-67,875 = 1,125 (1,125)2 = 1,265625

68-67,875 = 0,125 (0,125)2 = 0,015625

Total = 110,875

Portanto, o desvio padrão é 3,97986.

Utilizando o Action, temos o seguinte resultado

Informação Valor

Desvio-padrão 3,97986

Exemplo 2.2.3:

Consideremos o Exemplo 2.1.5, em que foram contabilizados o número de pessoas atendidas pela
ortopedia durante os 30 dias de um mês. Os valores observados estão apresentados na tabela a
seguir.

Número de pessoas atendidas pela ortopedia

119 118 125 115 107

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128 133 133 121 101

118 143 126 117 141

109 135 115 115 119

131 116 115 124 134

140 129 129 115 119

Vimos que

Calculando a variância, temos:

O desvio padrão é dado por

Observamos que o desvio-padrão representa pouco menos de 10% do valor da média.

O cálculo da amplitude é dado por

Portanto, o tamanho do intervalo em que os dados estão inseridos é de 42.

Tipos de Gráficos

Os gráficos constituem uma forma clara e objetiva de apresentar dados estatísticos. A intenção é a de
proporcionar aos leitores em geral a compreensão e a veracidade dos fatos. De acordo com a
característica da informação precisamos escolher o gráfico correto. Os mais usuais são: gráfico de
segmentos, gráfico de barras e gráfico de setores.

Gráfico de Segmento ou Gráfico de Linhas

Objetivos: simplicidade, clareza e veracidade.

Uma locadora de filmes em DVD registrou o número de locações no 1º semestre do ano de 2008. Os
dados foram expressos em um gráfico de segmentos.

Gráfico De Barras Horizontal E Vertical

Objetivo: representar os dados através de retângulos, com o intuito de analisar as projeções no


período determinado.

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O exemplo abaixo mostra o consumo de energia elétrica no decorrer do ano de 2005 de uma família.

Gráfico de Setores

Objetivos: expressar as informações em uma circunferência fracionada. É um gráfico muito usado na


demonstração de dados percentuais.

O gráfico a seguir mostrará a preferência dos clientes de uma locadora quanto ao gênero dos filmes
locados durante a semana.

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