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Escola de Engenharia Civil e Ambiental EECA

Ensaio em materiais cerâmicos

Diego Vinícius Marques Martins

Rafael Mota de Castro

Professor. Dr: Oswaldo Cascudo Matos.

Goiânia – Goiás
2019
Diego Vinícius Marques Martins
Rafael Mota de Castro

O presente relatório trata-se de um estudo


acerca de madeiras e foi elaborado de acordo
com orientações do Professor Dr. Oswaldo
Cascudo Matos.

Goiânia, 2019
Sumário

1. Introdução ........................................................................................................................... 4
2. Materiais e Métodos. .......................................................................................................... 5
2.1. Umidade ...................................................................................................................... 5
2.2. Densidade .................................................................................................................... 6
2.3. Estabilidade dimensional............................................................................................. 6
2.4. Compressão paralela as fibras ..................................................................................... 4
2.5. Resistência a flexão ..................................................................................................... 4
3. Resultados ........................................................................................................................... 5
4. Discussão e conclusão ........................................................................................................ 9
5. Referência bibliográfica ................................................................................................... 10
4

1. Introdução
O presente trabalho trata-se de um estudo acerca da madeira e suas principais propriedades
e características. Para a realização desse experimento, foi-se utilizado duas espécies de
madeira: a Cumaru Champagne (Dipteryx Odorata) e a madeira Angelim Vermelho (Angelim
Pedra Verdadeira). Ambas as espécies utilizadas são angiospermas, da classe das
dicotiledôneas.

O objetivo fim deste relatório, é a análise dos materiais citados, buscando identificar se os
mesmos estão em conformidade, ou não, com as normas de desempenhos estipuladas pela
ABNT, em especial com a norma NBR 7190-1:1997. Através dessa análise, pode-se inferir a
qualidade dos materiais. Se estiverem não conformes, então é possível dizer que os produtos
são de baixa qualidade e o lote deve ser recusado. Caso os produtos estejam de acordo com a
norma, então o lote apresenta qualidade garantida e pode ser aceito. Além disso, os resultados
servirão também como um bom indicativo para orientar a escolha de métodos preventivos para
a preservação da madeira em questão.

Neste relatório serão analisadas as seguintes propriedades: a umidade da madeira,


propriedade que interfere na resistência e rigidez da mesma, a estabilidade do material,
característica que trata da avaliação do inchamento e da retração do objeto de estudo em
questão e a variação volumétrica sofrida pela madeira quando submetida a diferentes
situações, como por exemplo, a saturação e ao secamento. Além dessas propriedades, serão
analisadas também a máxima força de compressão paralela às fibras, suportada pela madeira,
bem como a resistência à flexão, isto é, o momento aplicado máximo suportado pelo corpo de
prova, até seu rompimento.

Para os experimentos e análises em questão, serão consideradas os valores e padrões


estabelecidos pela NBR para efeito de comparabilidade. Dentre os padrões pré-estabelecidos,
estão:

 Todos os dados de compressão e rigidez da madeira serão analisados com base


numa madeira com 12% de teor de umidade.
 Serão analisados um total de 6 corpos de prova, para cada espécie de madeira.
 Nos testes, a madeira Cumaru deve apresentar uma resistência à compressão
média, paralela as fibras, de 93,2 MPa, além de uma resistência média a flexão
estática de 133,5 MPa.
5

 A espécie Angelim Vermelho deve apresentar uma resistência à compressão


média, paralela as fibras, de 76,7 MPa, além de uma resistência média a flexão
estática de 104,9 MPa.

2. Materiais e Métodos.
 Paquímetro
 Balança de precisão
 Madeira Angelim Vermelho
 Madeira Cumaru
 Máquina de ensaio a compressão
 Máquina de ensaio a flexão
 Câmera de secagem;

Os ensaios em dois tipos diferentes de madeira, em angelim vermelho e cumaru. Para a


realização dos experimentos foram selecionados 14 (quatorze) corpos de provas de cada
madeira divididas da seguinte maneira:

 Umidade/Densidade/Estabilidade dimensional: 3 (três) corpos de prova (2×3×5) cm;


 Compressão paralela as fibras: 2 (dois) corpos de prova (5×5×15) cm;
 Resistência a flexão: 2 (dois) corpos de prova (5×5×115) cm;

2.1. Umidade
Determinação do teor de umidade de lotes considerados homogêneos, de madeira
serrada ou beneficiada, para ajuste das propriedades mecânicas de resistência e de rigidez. O
teor de umidade determinado por este método serve também para orientar a escolha de métodos
preventivos para a preservação da madeira.

O teor de umidade da madeira corresponde à relação entre a massa da água nela contida
e a massa da madeira seca, dado por:

𝑚𝑖 − 𝑚 𝑠
𝑈% = × 100
𝑚𝑠

mi – massa inicial (kg);

ms – massa seca (kg);


6

Aferir o peso e as dimensões iniciais dos blocos, colocamos para secar na câmera de
secagem. Após 24 horas, foram retirados da câmera e foram medidas novamente os pesos e
suas dimensões. Após isso, foi medida sua porcentagem de umidade.

2.2. Densidade
A densidade básica é medida a partir da massa seca e do volume saturado, dada por:
𝑚𝑠
𝜌𝑏𝑎𝑠 =
𝑉𝑠𝑎𝑡
ms – massa seca (kg);
Vsat – volume saturado (m³);
O volume saturado é medido após mergulhar os corpos de prova em água até que
atingisse uma massa constante.
A densidade aparente ρap é aferida a partir da massa e do volume dos corpos de prova
em um teor de umidade de 12%, dada por:
𝑚12
𝜌𝑎𝑝 =
𝑉12
m12 – massa a 12% de umidade (kg);
V12 – volume a 12% de umidade (kg);

2.3. Estabilidade dimensional


Determinação do grau de estabilidade dimensional da madeira de um lote considerado
homogêneo, por meio das propriedades de retração e inchamento.
Para determinar tal medida, deve-se medir as dimensões axial, radial e tangencial (1,2,3,
respectivamente), com essas medidas, calcula-se as retrações e os inchaços de cada corpo de
prova.
As deformações de retração (εr) e de inchaço (εi), são dadas por:
 Retração:  Inchaço;
𝐿1,𝑠𝑎𝑡 − 𝐿1,𝑠𝑒𝑐 𝐿1,𝑠𝑎𝑡 − 𝐿1,𝑠𝑒𝑐
𝜀𝑟,1 = ( ) × 100 𝜀𝑖,1 = ( ) × 100
𝐿1,𝑠𝑎𝑡 𝐿1,𝑠𝑒𝑐

𝐿2,𝑠𝑎𝑡 − 𝐿2,𝑠𝑒𝑐 𝐿2,𝑠𝑎𝑡 − 𝐿2,𝑠𝑒𝑐


𝜀𝑟,2 = ( ) × 100 𝜀𝑖,2 = ( ) × 100
𝐿2,𝑠𝑎𝑡 𝐿2,𝑠𝑒𝑐

𝐿3,𝑠𝑎𝑡 − 𝐿3,𝑠𝑒𝑐 𝐿3,𝑠𝑎𝑡 − 𝐿3,𝑠𝑒𝑐


𝜀𝑟,3 = ( ) × 100 𝜀𝑖,2 = ( ) × 100
𝐿3,𝑠𝑎𝑡 𝐿3,𝑠𝑒𝑐
4

Também foram medidas as variações volumétricas:


𝑉𝑠𝑎𝑡 − 𝑉𝑠𝑒𝑐
∆𝑉 = × 100
𝑉𝑠𝑒𝑐
Vsat – L1,sat×L2,sat×L3,sat (m³);
Vsec – L1,sec×L2,sec×L3,sec (m³);

2.4. Compressão paralela as fibras


Determinação da resistência e da rigidez à compressão paralela às fibras da madeira
de um lote considerado homogêneo.
Para cada corpo de prova, foi medida a tensão de máxima de compressão que atua
sobre sua área transversal.
𝐹𝑐0,𝑚á𝑥
𝜎𝑐0 =
𝐴
Fc0,máx – força máxima de compressão (N);
A – área inicial da seção transversal (m²);

2.5. Resistência a flexão


Determinação da resistência e da rigidez da madeira à flexão de um lote considerado
homogêneo.
Foi medida a máxima carga de resistência a flexão que atua sobre o módulo de
resistência elástica.
3 𝑃𝐿
𝜎𝑚 = ×
2 𝑏ℎ2
P – carga máxima (N);
L – 1150 mm;
b – base (mm);
h – altura (mm);
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3. Resultados
Angelim Vermelho
Amostra msat
bsat (mm) csat (mm) hsat (mm) rbas (kg / m³)
(g)
1 27.94 30.47 50.8 20.52 879.66
2 29.24 31.1 50.62 20.92 887.84
3 27.9 30.54 51.01 20.4 877.91
4 29.93 30.94 50.96 20.89 908.70
5 27.89 30.36 50.46 20.4 892.42 Tabela 1: Dados da espécie
6 28.52 30.45 50.78 20.71 890.61 Angelim Vermelho,
enquanto saturado.
Média 889.52

Angelim Vermelho
Amostra msec bsec csec hsec
rbas (kg / m³)
(g) (mm) (mm) (mm)
1 27.94 28.55 50.44 19.3 1005.28
2 29.24 29.42 50.44 19.86 992.16
3 27.9 28.94 50.61 19.24 990.07
4 29.93 29.18 50.71 19.87 1017.96
5 27.89 28.54 50.16 19.43 1002.68 Tabela 2: Dados da espécie
6 28.52 28.52 50.66 19.65 1004.55 Angelim Vermelho, enquanto
Média 1002.12 seco.

Cumaru
Amostra msat
bsat (mm) csat (mm) hsat (mm) rbas (kg / m³)
(g)
1 28.64 30.35 49.98 20.69 912.55
2 28.83 30.43 50.05 20.78 910.95
3 28.87 30.88 49.92 20.73 903.43
4 28.4 30.29 49.98 20.39 920.04
5 28.85 30.56 49.8 20.72 914.90 Tabela 3: Dados da espécie
6 29.69 30.76 50.03 20.7 932.02 Cumaru, enquanto saturado.
Média 915.65

Cumaru
Amostra msec bsec csec hsec
rbas (kg / m³)
(g) (mm) (mm) (mm)
1 28.64 29 49.93 19.6 1009.15
2 28.83 29.03 49.86 19.7 1011.07
3 28.87 29.42 49.73 19.69 1002.17
4 28.4 28.9 49.93 19.7 999.06
5 28.85 29.08 49.67 19.55 1021.67 Tabela 4: Dados da espécie
6 28.69 29.28 49.59 19.61 1007.60 Cumaru, enquanto seca.
Média 1008.45
6

Angelim Vermelho Cumaru


Amostra Amostra
Vsat Vsec DV Vsat Vsec DV
1 31.76 27.79 14.28% 1 31.38 28.38 10.59%
2 32.93 29.47 11.75% 2 31.65 28.51 10.99%
3 31.78 28.18 12.78% 3 31.96 28.81 10.93%
4 32.94 29.40 12.02% 4 30.87 28.43 8.59%
5 31.25 27.82 12.36% 5 31.53 28.24 11.67%
6 32.02 28.39 12.79% 6 31.86 28.47 11.88%

Tabela 5 e 6: Volumes saturados, secos e a variação volumétrica ocorrida nas


espécies Angelim Vermelho e Cumaru, respectivamente.

Angelim Vermelho
Amostra Retração Inchaço
ea er et ea er et
1 0.709% 5.945% 6.301% 0.714% 6.321% 6.725%
2 0.356% 5.067% 5.402% 0.357% 5.337% 5.710%
3 0.784% 5.686% 5.239% 0.790% 6.029% 5.529%
4 0.491% 4.883% 5.688% 0.493% 5.133% 6.032% Tabela 7: Dados de retração
5 0.595% 4.755% 5.995% 0.598% 4.992% 6.377% e inchamento na espécie
6 0.236% 5.118% 6.338% 0.237% 5.394% 6.767% Angelim vermelho.

Cumaru
Amostra Retração Inchaço
ea er et ea er et
1 0.100% 5.268% 4.448% 0.100% 5.561% 4.655%
2 0.380% 5.197% 4.601% 0.381% 5.482% 4.823%
3 0.381% 5.017% 4.728% 0.382% 5.282% 4.963%
4 0.100% 3.384% 4.589% 0.100% 3.503% 4.810% Tabela 8: Dados de retração
5 0.261% 5.647% 4.843% 0.262% 5.985% 5.089% e inchamento na espécie
6 0.879% 5.266% 4.811% 0.887% 5.558% 5.055% Cumaru.

Cumaru (12%)
Amostra Massa inicial Massa seca Umidade rap (kg /
(g) (g) (%) m³)
1 31.79 28.64 11.00% 1071.6
2 31.87 28.83 10.54% 1060.4
3 31.89 28.87 10.46% 1051.4
4 31.36 28.4 10.42% 1054.4
5 31.9 28.85 10.57% 1058.6 Tabela 9: Dados de variação
6 31.67 28.69 10.39% 1042.1 de massa e umidade na
Média 10.56% 1056.42 madeira Cumaru.
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Angelim Vermelho (12%)


Amostra Massa inicial
Massa seca (g) Umidade (%) rap (kg / m³)
(g)
1 31.34 27.94 12.17% 1052
2 32.64 29.24 11.63% 1070.9
3 31.29 27.9 12.15% 1032.3
4 33.3 29.93 11.26% 1065.6 Tabela 10: Dados de
variação de massa e umidade
5 31.15 27.89 11.69% 1043.2
na madeira Angelim
6 31.9 28.52 11.85% 1047.6 Vermelho.
Média 11.79% 1051.93

Tabela de compressão paralela as fibras


Dimensões
Madeira

Carga de (mm)
Corpo de Seção Resistencia
Ruptura
prova Lado Lado (mm²) (Mpa)
(N)
1 2
1 163000 50.4 50.5 2545.2 64.04
Angelim

2 202000 50.1 50 2505 80.64


3 195000 49.7 49.9 2480.03 78.63
4 193000 49.9 49.8 2485.02 77.67
1 194000 49.7 50.5 2509.85 77.30 Tabela 11: Dados de
Cumaru

2 209000 49.7 50 2485 84.10 resistência das espécies à


3 220000 49.8 50 2490 88.35 compressão paralela as
4 204000 49.7 49.7 2470.09 82.59 fibras.

Tabela de flexão estática


Dimensões
Madeira

Corpo de Carga de (mm) Resistencia


prova Ruptura (N) (Mpa)
Base Altura

1 9500 50.5 50.2 117.57


Angelim

2 10000 51.6 51.5 115.08


3 9000 50.4 50 112.50
4 13500 49.7 49.9 171.81
1 11000 50.3 50.8 133.47
Cumaru

2 9500 51 50.8 113.69 Tabela 12: Dados de


3 13000 49.8 49.9 165.12 resistência das espécies à
4 12500 49.7 49.7 160.37 flexão estática.
8

Viga sofrendo um
deslocamento vertical,
Máquina utilizada para teste Imagem de dois corpos de quando submetida a um
de flexão estática nos prova que serão submetidos momento fletor positivo. Há
Corpos de prova. ao teste de flexão estática. um alongamento na parte
inferior da viga e uma
compressão na parte superior.

Equipamento submetendo o Corpo de prova rompido no


Viga logo após se romper. corpo de prova à compressão processo de compressão
paralela a fibras. paralela às fibras da madeira.
9

4. Discussão e conclusão
De acordo com os resultados obtidos e os parâmetros fornecidos pela NBR 7190:1997
o Cumaru apresenta valores médios mais aproximados em relação aos fornecidos pela norma
do que o Angelim Vermelho, no que se refere a carga a compressão paralela as fibras e
resistência a flexão.

Em relação a estabilidade dimensional, o Cumaru apresente índice médio menor de


retração e inchaço nas três direções (axial, radial, tangencial), bem como a variação
volumétrica, comparado com o Angelim Vermelho. Os valores obtidos para as duas madeiras
não são muito diferentes, mas há uma notável diferença.

Em comparação com outros tipos diferentes de madeiras, o Cumaru e o Angelim


vermelho estudados possuem um valor baixo de estabilidade dimensional. Após uma pesquisa,
constata-se que a variação maior se encontra na direção tangencial, com diferenças maiores de
4%, mas nas direções axial e tangencial e a variação volumétrica os valores não variam muito,
diferenças com valores menores que 3%.
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5. Referência bibliográfica

NBR 7190 - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas


de madeira. Rio de Janeiro: ABNT, 1997.
INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - IPT
Fichas de Características das Madeiras Brasileiras. 2ª ed. São Paulo: IPT, 1989a. 418p.
(publicação IPT No 1791).
INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - IPT
Sistema de Informações de Madeiras Brasileiras. São Paulo: IPT, 1989b. 291p. (Relatório No
27 078).

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