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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER

ESCOLA SUPERIOR POLITÉCNICA

BACHARELADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

DISCIPLINA DE MATERIAIS ELÉTRICOS

OS DIODOS

FABIELE ZANQUETTA MENEGUZZI

PROF. FELIPE NEVES

NOVO HAMBURGO – RS

2019
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1 INTRODUÇÃO

O diodo na contemporaneidade faz parte de quase todos os equipamentos eletrô-


nicos em que se é utilizado, sendo extremamente importante e fundamental para a
funcionalidade desses equipamentos, por ter em sua principal função, como semicon-
dutor, de fazer a transformação da corrente alternada em corrente continua possibili-
tando o funcionamento de, por exemplo, televisões, geladeiras, motores elétricos e
etc.
Para que seja melhor o entendimento de seu conceito, será abordado alguns pon-
tos tangentes, como a Junção PN, materiais utilizados para sua criação e dopagem,
seus princípios de funcionamento, como também do diodo emissor de luz (LED), além
de trazer alguns outros tipos de diodos e suas aplicabilidades.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 DIODO

Um dos mais importantes semicondutores, o diodo é um dispositivo eletrônico,


usado em equipamentos eletrônicos, para retificar ou até mesmo de chavear um cir-
cuito eletrônico. Na fabricação são utilizados os elementos químicos de Silício ou Ger-
mânio, são os semicondutores mais utilizados no mercado. O Silício é um ótimo iso-
lante por não sobrar elétrons livres, devido a cada ligação são compartilhados dois
elétrons. Para que perca um pouco da resistividade, é aumentado a sua temperatura,
para que possa obter elétrons livres.
Também possui um outro método de diminuir a resistividade do Silício, que é
através da contaminação ou dopagem. Esses processos consistem em introduzir im-
purezas ao cristal, normalmente utilizados os átomos de arsênio ou boro. Quando é

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inserido o arsênio ao cristal, ele será do tipo N, apresentando maior polaridade nega-
tiva e quando é inserido o boro ao cristal, ele será do tipo P, apresentando maior
polaridade positiva por acarretar a falta de elétrons livres, criando-se uma lacuna a ser
preenchida, que no caso, pelo elétron livre do arsênio. O silício será mais um agente
transportador dessas polaridades pelo circuito.

Figura 1 – Diodo em sua forma real

O diodo terá, então, o papel em fazer com que a corrente passe pelo circuito
em uma polaridade só, ou seja, as correntes que provem das concessionárias de
energia vêm como corrente alternada, que é instável, tem a troca periódica de polari-
dade, com isso não é possível fazer equipamentos eletrônicos funcionarem, pois só
funcionam com corrente contínua.

Figura 2 – Representação gráfica da tensão de entrada em um diodo oscilando sua po-


laridade entre positivo e negativo

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Após que a tensão passa pelo diodo, na sua saída, o comportamento muda da
onda, ou ela fica polarizada positivamente ou só negativamente.

Figura 3 – Representação gráfica da tensão de saída em um diodo. Não há mais oscila-


ção na sua polaridade entre positivo e negativo, no gráfico somente positivo.

Para que essa polarização seja possível, o diodo possui duas partes importan-
tes conectadas através de uma região de depleção. Uma parte é chamada de ânodo,
parte por onde as cargas positivas entram e fluem no diodo e a outra parte é chamada
de cátodo, é por onde há a saída da onda, com a carga negativa.

Figura 4 – Demonstração do diodo com a sua estrutura básica e seu aspecto físico,
ânodo e cátodo.

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Essa junção de ânodo e cátodo, há transferências de elétrons na área de de-
pleção, esse processo é conhecido como Junção PN, em que o ânodo é dotado de
polaridade positiva (tipo P), sendo assim, com falta de elétrons em sua partícula e o
cátodo de polaridade negativa (tipo N), tendo excesso de elétrons em sua partícula.
O processo de polarização pode ser feito de forma direta ou inversa. Na pola-
rização direta, a conexão com a tensão (terminal positivo) é feita pelo polo P, dei-
xando-o mais positivo e o polo N mais negativo, assim fazendo que a corrente con-
siga passa do ânodo para o cátodo rompendo a barreira potencial que ocorre na
área de depleção, portanto, há condução de corrente. Na polarização negativa, a
tensão (terminal positivo) é ligada no polo N do diodo, fazendo que a barreira poten-
cial fiquei mais forte, a resistência do circuito será alta, impossibilitando a passagem
da corrente.

2.2 DIODO EMISSOR DE LUZ (LED)

Figura 5 – Diodo Emissor de Luz (LED) em sua forma real

O mais conhecido LED, que vem do termo inglês “light-emitting-diode”, que signi-
fica literalmente diodo emissor de luz, é muito utilizado no mundo da eletrônica como
sinalizadores de avisos, pelo fato de emitir luz quando conectado a algum equipa-
mento eletrônico.
Normalmente a fabricação de um diodo de emissão de luz é utilizado alguns con-
dutores, como o arseneto de alumínio e gálio. Os LEDs podem possuir diversas cores,

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conforme com qual elemento foi dopado, como, por exemplo, se for usado fósforo na
sua dopagem, poderá emitir luz de cor amarela ou vermelha, dependendo de sua con-
centração adicionada, em sua essência, ela é monocromática.

“Tecnicamente falamos que o LED é um diodo semicon-


dutor que quando energizado emite luz, mas não uma luz como
estamos acostumados, ou luz a laser, é uma luz estreita que é
produzida pelas interações energéticas do elétron”.1

A eletroluminescência é o que é chamado quando a luz de um LED é produzida


pela interação das energias que provem dos elétrons, para que isso ocorra, é impor-
tante a junção PN, que só ocorrerá na polarização direta do circuito, pois o LED é um
diodo que conduz corrente elétrica por ele.
Os LEDs são muito baratos e vem substituindo em grande escala as lâmpadas,
sendo utilizada desde na televisão para transmissão de imagem, como também como
atrativo, em lâmpadas multicoloridas em casas noturnas, o seu gasto energético é
bem inferior do que uma lâmpada que usa incandescência, além de não possuir fila-
mentos, por exemplo.

2.3 ALGUNS DIODOS E SUAS APLICABILIDADES

Além do diodo que já foram vistos, também existem vários outros tipos de dio-
dos que vem a servir para alguma utilidade específica.

Diodo Aplicação
Diodo de Sinal Na comutação, por possuir alta velocidade e baixa
capacitância de junção, o que permite tempos de res-
posta muito mais rápidos.

1 Trecho retirado de: SANTOS, D. M. D. LED – Diodo Emissor de Luz. Disponível em:
<https://www.infoescola.com/eletronica/led-diodo-emissor-de-luz/ >. Acesso em: 15 abr. 2019.

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Fotodiodo Conversor de sinais óticos em sinais. O funciona-
mento do fotodiodo é o oposto ao funcionamento do
LED. Quando a luz atinge um diodo de junção PN, a
luz pode excitar os elétrons e criar uma transferência
de energia. Devido a esta reação, alguns díodos são
utilizados para detectar a luz e são assim chamados
fotodiodos. Eles não só detectam a luz, mas também
fazem uso da corrente de que eles criam. Variam a
sua resistência elétrica em função da intensidade da
luz nela incidente. Normalmente utilizados em leitura
de códigos de barra, pois é rápida a sua resposta, e
para acionar alguns dispositivos eletroeletrônicos,
como controles-remotos, alarmes, trancas elétricas e
etc.

Gunn Possui uma resistência negativa, utilizado em alta


frequência, como em osciladores de micro-ondas e
radares de velocidade. É fabricado usando apenas
material do tipo N.
PIN É uma versão diferente do que um diodo comum de
junção PN. Tem uma terceira camada de material in-
trínseco I é inserida entre as camadas P e N, usando
um material não dopado, isso quer dizer, sem porta-
dores de carga. Muito usados em circuitos atenuado-
res e fotodetectores e em aplicações de eletrônica de
potência em alta tensão. Não é muito adequado na
função comum de retificador.
Ponte É um invólucro contendo apenas uma ponte retifica-
dora de diodos, geralmente quatro diodos retificado-
res do tipo comum.

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Retificador Em retificação de corrente alternada, por suportam
corrente mais alta do que os diodos de sinal. Pos-
suem maior capacitância de junção, por isso não são
adequados a tarefas para comutação rápida.
Schottky Por possuir baixa capacitância de junção, torna a co-
mutação mais rápida do que os diodos de silício co-
muns. Usado junção do tipo semicondutor-metal na
sua fabricação, torna a queda de tensão direta me-
nor, o tornando útil em circuitos que operam com
baixa tensão.
Túnel Com resistência negativa devido ao efeito denomi-
nado Tunelamento. Possuem uma junção PN alta-
mente dopada, e são empregados como switches de
alta velocidade. São empregados em osciladores de
micro-ondas e amplificadores, além de serem resis-
tentes à radiação nuclear. Possui grande longevi-
dade.
Varactor Com capacitância variável controlada pela tensão re-
versa, projetado para explorar essa característica em
frequências elevadas. É empregado normalmente em
aplicações de RF, para controle de frequência de cir-
cuitos osciladores.
Zener Semelhante ao diodo de sinal ou retificação, con-
tendo algumas diferenças, como de menor tensão de
ruptura. Utilizados em polarização reversa e também
são muito empregados em circuitos simples para re-
gulação de tensão.

Tabela 1 – Diodos com suas descrições e aplicabilidades em equipamentos eletrônicos.

Nota-se que os diodos entre a sua atribuição mínima, também desempenham


inúmeras atividades especificas, como controladores de frequência, resistências, reti-
ficadores, leitores e etc.

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3 CONCLUSÃO

Os diodos possuem tarefa fundamental em um circuito digital, controlando a carga


e a tornando adequada para que possa ser utilizada em equipamentos eletrônicos. É
impensável se pensar em dispensa-lo, sendo parte importante do circuito. Viu-se que
a sua funcionalidade é simples, usando o diodo específico, pode-se resolver diversos
problemas com as correntes elétricas, as controlando, achando a intensidade e a ação
vetora certa.
A manutenção da nossa sociedade depende, na contemporaneidade, em muito
dos equipamentos eletrônicos para fazer tudo, em casa ou no trabalho, em qualquer
lugar útil na vida humana, tornando o diodo um fator essencial para isso, o que seria
da sociedade atual globalizada sem a tecnologia? Sem eletricidade e dos equipamen-
tos eletrônicos? É uma pergunta retorica em pode-se refletir sobre aos futuros enge-
nheiros eletricistas e eletrônicos.

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4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BISQUOLO, P. A. Semicondutores – Tipos mais comuns de semicondutores. Dis-


ponível em: < https://educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/semicondutores-tipos-
mais-comuns-de-semicondutores.htm >. Acesso em: 14 abr. 2019.

CAMPOS, A. Componentes Ativos – Diodo. Disponível em: < http://blogmasterwal-


kershop.com.br/eletronica/componentes-ativos-diodo/ >. Acesso em: 15 abr. 2019.

REIS, F. D. Tipos de Diodos. Disponível em: < http://www.bosontreinamen-


tos.com.br/eletronica/curso-de-eletronica/tipos-de-diodos/>. Acesso em: 15 abr. 2019.

SANTOS, D. M. D. LED – Diodo Emissor de Luz. Disponível em: < https://www.in-


foescola.com/eletronica/led-diodo-emissor-de-luz/ >. Acesso em: 15 abr. 2019.

TEIXEIRA, M. M. Diodo semicondutor. Disponível em: < https://mundoeduca-


cao.bol.uol.com.br/fisica/diodo-semicondutor.htm >. Acesso em: 14 abr. 2019.

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