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SUCESSÃO DE ESTADOS

Os Estados se caracterizam pela sua dinamicidade. Quando há a criação de um Estado haverá a


mudança de um outro, uma vez que não existem mais territórios a serem conquistados.
Sempre que se altera a configuração do território, no governo ou no conjunto de nacionais, há
uma transformação do Estado.
Quando muda o território e o conjunto de nacionais juntos, há uma sucessão.
Nos termos do terceiro elemento (governo), o que vigora é o princípio da continuidade de um
Estado: quando muda apenas o governo, o Estado prevalece e não há a sucessão. Isso porque o
Dto Internacional não tem uma definição para revolução e não é do interesse do Estado nascer
num clima de ostilidade com a comunidade internacional.
Ex: Os Estados X e Y unem-se apenas em Z. X e Y são antecessores e Z é sucessor.
Sucessão é a substituição de um Estado predecessor, por um Estado sucessor, nas relações
internacionais de um território.

Elementos do Estado
*Conjunto dos Nacionais Com a modificação (de um ou ambos os elementos)
*Território há sucessão
*Governo Apenas sua modificação não acarreta em sucessão*

*Princípio da autodeterminação dos povos: é o direito de um povo de se autodeterminar, isto é,


de tomar suas próprias decisões. Quando se pensou nesse princípio, pensou-se na superação
da colonização.
*Princípio do domínio reservado: este princípio é muito importante. É referente à autogerência
de um Estado. Assim, não é justo que o DI interfira na sua estabilidade das relações jurídicas
internacionais. Ex: A escolha do governo é dever do direito interno.

CDI (Comissão de Direito Internacional) – Encarregados de codificar as normas de Direito


Internacional. O tema mais urgentemente atribuído à comissão foi o direito dos tratados –
Convenção de Viena 1969. O segundo tema foi o direito do mar – Convenção de Viena de 1978.

- Modalidades de sucessão:
* Fusão ou agregação: junção de um ou mais Estados com outro. Ex: caso da RAU.
* Sucessão ou desmembramento: casos de descolonização, divisão de um Estado em 2 ou mais.
* Simples transferência de território: Estado(s) predecessor(es) não deixa(m) de existir, apenas
transfere(m) um pedaço de seu(s) território(s). Ex: Estado do Acre. O Brasil comprou da Bolívia.

ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS

“É uma associação de Estados constituída por tratado, dotada de uma Constituição e órgãos
próprios, e possuindo uma personalidade jurídica distinta daquela dos Estados Membros.”
O primeiro elemento citado na definição é o Estado, uma vez que existe a associação de pessoas
físicas e isso caracteriza-se como ONG. É o caso da Greenpeace.
O segundo elemento é o tratado, que no momento de criação da OI é o tratado constitutivo
(acordo de vontades + criação) e posteriormente fazem tratados normativos, os quais criarão as
normas.
Com relação a essa divisão de classificação dos tratados a professora não concorda muito uma vez
que um tratado constitutivo pode ser ao mesmo tempo normativo. Ex: CNU – Além de criar a ONU
ela estabelece normas, como a proibição do uso da força.
Paradoxo na CNU: Art. 2 $1 X art. 27.
No primeiro é estabelecida a igualdade soberana entre os mesmo e o segundo posiciona o CS
como possuidor do direito de veto.

Objetivos: Cada organização possui um objetivo específico. Diferente dos Estados os quais tem por
objetivo o bem comum.
ONU: Objetivo da paz
UNESCO: Promover a educação e cultura.
BIRD: Financiamento mundial.

Reserva num tratado: algumas vezes não concorda-se com apenas um artigo do tratado porém o
Estado, com permissão do tratado, pode fazer parte ainda assim.

Obs: Estado é MEMBRO de uma OI.


Estado é PARTE de um TRATADO.

Personalidade jurídica limitada: Isso decorre do Princípio da Especialidade (a OI só possui


competência para atuar naquilo que os Estados Membros definiram)
Capacidade relativa: uma vez que deriva da vontade dos Estados para sua criação.
Denúncia: quando um Estado não acha mais conveniente fazer parte de um tratado.
Direito de retirada: qualquer Estado pode sair da OI desde que esteja em dia financeiramente com
essa.

Os Estados Membros podem ser de 2 tipo: originários (I) e derivados (II).


I) Aqueles Estados que participam desde o início do tratado, participam do processo de negociação
do tratado.
II) admitidos posteriormente a criação da OI assim passarão por um procedimento para sua
admissão. Ex: CNU Art. 4 $2. Existem alguns casos, como a ONU, que não impõe obstáculos para
entrada de nenhum Estado.

Obrigações: Contribuir financeiramente para OI e cumprir com o tratado.


Órgãos próprios (devem existir pelo menos estes órgãos)
Assembleia Geral: É o diplomata (funcionário estatal) que compõe, representando cada país
membro.
Secretariado: são os funcionários internacionais, da organização, atua independentemente dos
interesses de seu país.

Classificação dos órgãos:


- Quanto a origem: > originais – previstos expressamente, criam os subsidiários. (CNU Art. 7 $1)
> subsidiários – são criados de acordo com as necessidades (CNU Art. 7 $2)

- Quanto a natureza: > interestatais – composto por vários Estados.


> integrado – composto por funcionários internacionais.

Modos para tomadas de decisão.


Princípio da unanimidade: todos os Estados Membros possuem direito de veto (funciona para OI
regional).
Por maioria: podendo ser qualificada (CS da ONU), ponderada (votos com pesos diferentes),
maioria simples, maioria absoluta, consenso (a OI pergunta se alguém discorda, o que dificulta
para os Estados Membros discordarem).

Tratados de sede: entre a OI e o Estado que dará um espaço físico e ela funciona como um espaço
neutro.

Espécies das OI:


- Quanto ao alcance: > universal – está aberta para participação de qualquer Estado.
> regional – Não está aberta, existem critérios para entrada de um Estado.

- Quanto a finalidade: > política - paz


> técnica específica (cultural, comercial, financeira etc.)

Sanções: normalmente são previstas nos tratados constitutivos.


- Suspensão do direito de voto – CNU art. 5.
- Exclusão (raramente aplicada uma vez que se algum país fez algo de errado e for expulso da OI,
ele continuará tendo a atitude considerada errônea.) – CNU art. 6.

Extinção: como é feita por interesses dos EM, no momento que aqueles cessam, essa
provavelmente se extinguirá.
FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL

Previamente, não existiam leis escritas para regular e fundamentar o DI. Existiam somente os
tratados bilaterais, ao passo que o fenômeno dos tratados multilaterais só teve início com a
Convenção de Haia de 1899.
O Estatuto da CIJ regulamenta a escolha do juiz, a escolha do tribunal e principalmente o direito
aplicável aos conflitos. Esse estatuto da CIJ é o primeiro documento que prevê as fontes do DI.
Dessa forma, as fontes estão previstas no art. 38 do Estatuto da CIJ:

a) Os tratados;
b) O costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;
c) Princípios gerais do direito;
d) Meio auxiliar: jurisprudência + doutrina.

Esse artigo é muito importante, apesar de podermos tecer uma série de criticas devido à falta de
especificação de certas coisas e ao fato de que existem outras fontes não elencadas. O campo de
aplicação se expande para além do próprio campo internacional, por servir como um modelo para
outros. Outra coisa é a ausência de hierarquia como aquela que se vê no direito interno, ou seja,
não há uma verticalidade no plano internacional. É mais uma coordenação horizontal. Portanto,
não temos como dizer que o tratado é hierarquicamente superior aos costume, e assim por diante.
Não há essa hierarquia de fontes, pois não temos de onde retirar essa hierarquia. Então, como
resolvemos um conflito entre normas que estão num mesmo patamar? Aqui, a norma posterior
revoga a anterior (lex posterior derogat legi priori) ou a norma específica revoga a geral (lex
specialis derogat legi generali).
Se existe um tratado para resolver uma controvérsia, o juiz vai aplicá-lo. Não havendo um tratado,
ele vai buscar um costume internacional. Não havendo um costume, ele busca um princípio geral.
É uma questão de consideração, portanto.

Fontes não convencionais

Costumes: O costume foi durante muito tempo a única fonte do DI. O DI foi consuetudinário por
muitos anos, portanto. Hoje em dia, apesar de outras fontes, ele não foi deixado de lado. Há
muitos casos em que não existe tratado entre partes litigantes – ou uma das partes não é parte do
tratado –, assim deve-se aplicar o costume internacional. Há muitos setores do DI que não têm
uma regulamentação por tratado atualmente, por exemplo, o direito ambiental internacional.
Exemplo é o Rio +20 onde nenhum tratado foi assinado devido à falta de consenso entre os
Estados.O costume é fonte do DI não escrito. Tem que ser deduzido. Como se forma o costume
internacional? A professora volta ao exemplo do mar territorial. Os estado repetem essa prática
entendendo que isso é direito, é certo.

Princípios Gerais do Direito: Buscado quando não se encontra aparato nos tratados ou costumes.
A origem é interna, mas, no momento em que os juízes os utilizam para resolver os conflitos, eles
trazem esses princípios para o âmbito internacional.
Ex: diferença entre competência e admissibilidade, princípio da boa fé, a questão da coisa julgada,
etc.

Meios auxiliares: jurisprudência + doutrina.


A doutrina e a jurisprudência servem para determinar quais são os princípios e os costumes do
direito. Estamos falando das decisões dos principais tribunais internacionais. Já com relação à
doutrina, a Corte faz referência a vários juristas renomados.

Equidade: afasta o ordenamento internacional o que acarreta também no afastamento da


segurança jurídica, por isso nunca aplicada.

Há outras fontes que não estão previstas no art. 38, sendo um dos motivos que levam este
dispositivo a ser tão criticado. Dessa forma, temos a fonte conhecida por atos unilaterais

Atos unilaterias – não são exatamente individuais pois pode vir de vários Estados. Ex: decisão do
G8, G20, BRICS etc.
- Notificação: notifico minha denúncia (saída) da ONU.
* Reconhecimento: de Estado ou governo. Com efeito jurídico e interferência na área diplomática.
- Renúncia: tenho direito de retalhação mas não o faço.
- Promessa: Caso dos testes nucleares de 1974 (Austrália X França). França prometeu não mais
fazer testes nucleares no território atmosférico da Austrália. Tendo o presidente prometido, a
corte decidiu não julgar.
- Atos de exercício do poder soberano: o Estado é quem decide para qual indivíduo concederá
nacionalidade, autorização de sobrevoo, mar territorial etc.

Fonte convencional – Tratado

“Acordo internacional celebrado entre Estados, por escrito, quer conste de instrumento único ou
tenha anexos, qualquer que seja sua denominação”
É um acordo de vontade celebrado entre sujeitos de direito internacionais, Estados ou OI, regido
pelo DI e destinado a produzir efeitos jurídicos. Os indivíduos não podem ser parte nos tratados.
A Convenção de Viena de 1969 é o resultado da primeira tentativa de codificação dos tratados. Até
1969, não havia um código internacional que regulamentava o direito dos tratados.

Classificação dos tratados


I) Segundo a qualidade das partes (Estado X Estado; Estado X OI; OI X OI)
II) Segundo o numero de partes (bilateral X multilateral; fechado X aberto; especial X geral; e a
terminologia que o STF gosta de utilizar – tratado contrato (bi) X tratado lei (multi).
*III) Segundo o procedimento:
Solene: Tratado precisa ser aprovado pelo Executivo e Legislativo.
Simplificado: Apenas aprovado pelo Executivo.

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