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1 INTRODUÇÃO

Os seres humanos são, naturalmente, animais gregários, isto é, vivem em


grupo. Com essa tendência a viver em sociedade, e a desenvolver relações baseadas
não só na atração física ou na necessidade laboral, mas também na afetividade
emocional, desenvolvem organismos sociais dos mais variados tipos, como o
religioso, através das ordens; o laboral, através de empresas, comércios, etc; mas,
principalmente, o familiar, que dá origem a sociedade como um todo, pois a família
responde a necessidades humanas e sociais relevantes, uma vez que o ser humano
não existe sozinho, mas em relação com outro, num complexo simbólico e simbiótico.
(RAMOS, 2016)
Dessa forma, o Direito, o qual rege as relações humanas dotadas de
importância jurídica, objetivando suprir uma carência da sociedade de equilíbrio e
harmonia social, não poderia deixar de regular, também, relacionamentos de cunho
familiar, que são os vínculos mais básicos do ser humano. Na família, ao menos no
senso comum, a criança recebe educação, tem seus primeiros amigos, amores e
contatos afetivos diversos; neles, ela é também instruída, papel desenvolvido
juntamente a outros organismos sociais, como a Igreja ou a escola, e trabalha pela
primeira vez, ao limpar a própria bagunça.
Os humanos, contudo, não são seres estáticos: estão em constante mudança.
O homem de hoje, assim como a mulher, não é o mesmo de vinte séculos atrás.
Portanto, se a família é uma relação entre humanos, também ela muda junta com eles,
fato perceptível ao se analisar as suas características perante a história e ao Direito
- que, como os outros dois, também muda, ainda que num ritmo mais demorado.
O Direito Familiar brasileiro, presente no Código Civil (Lei n° 10.402, de 10 de
janeiro de 2002), juntamente ao Estatuto da Criança do Adolescente (Lei n° 8069, de
13 de julho de 2009), buscam, como apontam os nomes, regular as relações
familiares, seja entre os cônjuges, seja entre os pais e seus filhos.
O presente trabalho busca descobrir, a partir da análise dessas leis, descobrir
a influência do princípio do melhor interesse da criança nas decisões judiciais e na
construção da lei.
No primeiro parágrafo, foi abordado, brevemente, a estrutura familiar no
decorrer do tempo, de forma a demonstrar suas diferenças. Na Roma Antiga, na qual
o poder era mais concentrado no núcleo familiar, existia o instituto do pater familias -
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que significa, literalmente, pai de família. Este tinha total domínio sobre os parentes
que dele dependiam, podendo, inclusive, o poder da vida e da morte. No Direito
brasileiro, entretanto, conforme o art. 1511 do Código Civil “o casamento estabelece
comunhão plena de vida, com base na igualdade de direito e deveres dos cônjuges”.
(BRASIL, 2002)
O homem e a mulher, portanto, possuem iguais direitos e deveres, o que se
expande à criação de seus filhos. Ainda que separados, ambos possuem o direito e o
dever de cuidar de seus próprios filhos, salvo nos casos previstos em leis - como o de
lesões graves ou crimes de abuso sexual, contra cônjuge ou filhos. São os pais
dotados de poder familiar, o qual lhes garante capacidade para tomar decisões sobre
a vida do menor, as quais devem ser tomadas visando o melhor interesse da criança.
Quando há, no Brasil, a dissolução de vínculo conjugal e sociedade conjugais
- nos casos de divórcio e separação - é garantido aos pais, por direito, o poder familiar
e a guarda sobre seus filhos, unilateral ou compartilhada. Na primeira, via de regra, a
criança fica com somente um dos pais, mas o outro ainda pode, e deve, ter
conhecimento acerca da vida de seu filho e, se necessário, tomar decisões, pois a
perda da guarda não implica na perda do poder familiar. Na segunda, geralmente, há
a divisão do tempo em que a criança fica com seus pais, que se dá alternadamente,
e ambos possuem o poder familiar. No momento em que um dos pais não visa ao
melhor interesse da criança e influencia seu julgamento sobre o outro, tem-se a
alienação parental, cujo avanço pode acarretar na síndrome de alienação parental.
É considerado alienação parental, conforme a Lei n° 12.318, de 26 de agosto
de 2010, a interferência na formação psicológica da criança ou adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores ou outros familiares, causando prejuízo à relação
entre esses. A Síndrome de Alienação Parental, por sua vez, é quando a Alienação
Parental já se encontra avançada, e a própria criança passa a perpetuar o pensamento
alienador. Por exemplo, uma criança que, durante toda sua vida, foi ensinada que seu
pai é um pilantra, e ela se recusa a conhecê-lo por realmente achá-lo um pilantra.
Fato é que, quando isso acontece, aquilo que é melhor para a criança ou
adolescente não é atendido, e é ela a principal afetada. Tal problema não só afeta o
menor no momento em que está sofrendo a alienação, mas, também, após ele.
Conforme foi analisado no fim do artigo, várias são as consequências psicológico,
como o medo, sentimento de falta de amor, entre vários outros que se possa imaginar.
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Finalmente, após a conceituação e a análise de caso, foram feitas as


considerações finais, as quais demonstraram a importância de se levar em conta o
melhor interesse da criança ou adolescente a fim de que não haja, para essas duas
figuras, transtornos de tal natureza que impeçam uma vida em paz.

2 FAMÍLIA: ASPECTOS GERAIS

A família, dentre os diferentes tipos de organismo sociais, é o mais antigo.


Antes de qualquer pessoa ir à escola, à Igreja ou qualquer entidade social, passa
primeiramente pela família - adotiva ou não, boa ou não. Lá, há o aprendizado básico,
a educação e a orientação inicial, que poderá delimitar a vivência da criança pelo resto
de sua vida.
No decorrer dos tempos, a estrutura familiar mudou, tanto de fato, como de
direito. As relações familiares de hoje não se dão da mesma forma que se davam há
muitos anos. Na Roma Antiga, o centro de decisão familiar era o pai de família. A ele
cabia tomar decisões sobre aqueles que dele dependiam, inclusive sobre o direito de
viver ou não de seus filhos. Essa figura é a chamada de pater familias, e todos dele
dependiam. Além disso, a família Romana, além de servir para reproduzir, educar e
orientar a prole, era dotada de maior autonomia política, recebendo pouca ou
nenhuma intervenção do Estado em sua administração. (ROMANO, 2019)
Durante a Idade Média, antes da revolução industrial, a família era, como
aponta Maria Berenice Dias (2016, p. 47), era marcadamente rural, com muitos
membros e com o homem em seu centro de decisão; depois, marcadamente urbana,
comparativamente menor e com o casal no núcleo de decisão. Independentemente,
porém, do modelo familiar, os quais atualmente são mais diversos que antes, eles
tendem a se perpetuar, seja por meio da reprodução ou da adoção. Dessa forma,
constituindo relações de paternidade e/ou maternidade, donde se estabelece o poder
familiar. Como apontam Figueiredo e Alexandridis (2014, p. 10):

Independente da família formada, fato é que, apesar de não ser um


dever dela decorrente, mostra-se natural a busca pela sua
perpetuação, por intermédio da procriação ou pela adoção, fazendo,
assim, ampliar a família com a chegada do filho, que merece adequada
e efetiva proteção, sendo necessária a regulação da relação
estabelecida entre os pais e seus filhos, por meio do chamado poder
familiar.
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Faz-se, então, a partir do exposto, necessário o estudo do poder familiar, a fim


de que melhor se possa compreender, ao final, a questão da alienação parental.

3 PODER FAMILIAR

O poder familiar é a capacidade, prevista em lei, dada aos pais e tutores de


agirem de forma a preservar a família. Orientando e colaborando para o
desenvolvimento daquele que é, por lei, considerado incapaz absolutamente: o menor
de idade. Segundo o art. 1634 do Código Civil (Lei nº 13.058, de 2014), compete a
ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder
familiar; dessa forma, independente de como encontra-se o vínculo entre os pais de
uma criança, eles deverão orientá-la e colaborar com seu desenvolvimento. Até
mesmo quando falta um deles, deverá ser exercido o poder familiar exclusivamente
pelo outro, como acontece nas famílias monoparentais, segundo dispõe o Art. 226,§
4° da Constituição Federal (BRASIL, 1988, p. 132). Conforme aponta Ramos (2016),
o poder familiar “é função exercida no interesse dos filhos, diante da personalização
operada na matéria e do reconhecimento de direitos próprios dos filhos.”
Contudo, nem sempre ambos os pais encontrar-se-ão em um estado pleno de
capacidade para cuidar de sua prole, podendo esse direito ser suspenso em diversos
casos, expostos pelo art. 1635 do Código Civil (BRASIL, 2002), como pela morte dos
pais e dos filhos, pela emancipação, pela maioridade, que é quando atinge-se, em
regra, a capacidade absoluta; pela adoção ou por decisão judicial. Em caso de decisão
judicial, o art. 1638 do Código Civil elenca alguns dos motivos: “I - castigar
imoderadamente o filho”; “II - deixar o filho em abandono”; “III - praticar atos
contrários à moral e aos bons costumes”; “IV - incidir, reiteradamente, nas faltas
previstas no artigo antecedente” o qual trata, no caso, do abuso de autoridade e ruína
de bens dos filhos; “V - entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de
adoção” (Lei n° 10.402, de 10 de janeiro de 2002). Segundo o artigo 1638, parágrafo
único, I e II, do Código Civil (Lei 13.715, de 24 de setembro de 2018) perderá
igualmente, por ato judicial, aquele que praticar contra outro titular do mesmo direito
ou contra filho, filha ou descendente: a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de
natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo
violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher;
b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão.
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Devem, portanto, os pais, além de orientá-los e educá-los, fá-los da forma


prevista em lei, ou que não a viole, sem métodos abusivos, transgredindo os direitos
inalienáveis a condição humana da criança – pois ela não é uma propriedade, mas
um ser humano sob a guarda de um responsável legal, seja o pai, a mãe ou o tutor.
Não podendo, portanto, os responsáveis fazerem o que bem entendem, como
aconteceu no lamentável caso do garoto Rhuan Maycon, o qual morreu depois de
uma facada que levou de sua própria mãe, juntamente à sua companheira, a qual,
além de matá-lo, decepou seu órgão sexual e forçou-o a ter relações sexuais com a
própria irmã, conforme demonstra Tiago Cordeiro (2019) em notícia para o jornal
virtual gazeta do povo.
Há, porém, como perder a guarda do filho, sem isto implicar necessariamente
na perda do poder familiar, pois a perda da guarda significa tão somente a perda de
parte do contato com filho. O fato de pais ou mães se separarem ou se divorciarem,
segundo o art. 21 do Estatuto da Criança e do Adolescente, não significa
obrigatoriamente a perda da autoridade parental, pois esta é exercida em igualdade
de condições entre os pais, devendo a discordância entre eles ser recorrida ao
Judiciário. Há diferentes regimes de guarda dos filhos, alguns que, de fato, tornam
inevitável a perda do poder familiar.

4 A GUARDA

4.1 DIFERENTES ESPÉCIES DE CASAMENTO E A UNIÃO ESTÁVEL

A família, como já foi anteriormente abordado, é a base da sociedade. A partir


dela, surgem os indivíduos que irão compor o seio social em seu todo. Diferente são
suas formas, porém todas possuem especial proteção do Estado, como sustenta o
art. 226 da Constituição Federal do Brasil de 1988. Entretanto, atentar-se-á, neste
momento, aos modelos que dispõem o primeiro, o segundo e terceiro parágrafo - os
quais tratam, respectivamente, do casamento civil, do casamento religioso que atende
às exigências da lei para a validade civil e da união estável.
De acordo com o art. 1511 do Código Civil (Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de
2002), “o casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de
direitos e deveres dos cônjuges”. Dessa forma, ao declararem, perante juiz, a vontade
de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados, acontece o casamento.
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No casamento (que, atualmente, podem ser também entre os homoafetivos [STF,


2011]), portanto, apresentam-se e manifestam, livremente, a sua vontade de se casar.
No casamento religioso que atende às exigências da lei para a validade civil, da
mesma forma. Neles, há alteração do estado civil. A união estável, por sua vez, é
caracterizada pela convivência, continuada e com propósito de constituição de família,
entre duas pessoas, mas que não exige registro formal para a sua existência (apesar
de ser possível, e aconselhável, que se formalize a relação, fato que garante maior
fundamento judicial à união). Diferentes dos outros dois regimes, esse não altera o
estado civil.
Contudo, como nem tudo são flores, e essas relações podem chegar a seu fim,
seja pela morte, pela nulidade do casamento, pela separação, pela nulidade do
casamento ou pelo divórcio, é importante compreender como se dão os diferentes fins
da sociedade conjugal – fato que importa, e muito, para a compreensão da alienação
parental, pois um casal que possui filhos e deseja se separar, por exemplo, terá de
decidir sobre a guarda da criança.

4.2 FIM DA SOCIEDADE E DO VÍNCULO CONJUGAL

É muito comum a confusão dos conceitos de separação judicial com divórcio,


porém, são os dois fenômenos diferentes. Segundo o art. 1571 do Código Civil (Lei n°
10.406, de 10 de janeiro de 2002), a sociedade conjugal tem seu fim quando: um dos
cônjuges morre; o casamento é nulo ou anulável; pela separação judicial; e pelo
divórcio. A separação judicial, seria a separação de corpos, quando não mais vivem
conjuntamente; e a separação de bens, mas sem ser anulado o vínculo matrimonial –
sendo as pessoas em separação impedidas de constituírem novo matrimônio, ainda
que constituam união estável com outras pessoas, devido à não obrigatoriedade de
manter a fidelidade depois da separação judicial (MADALENO, 2018, n.p.). Ela pode
se dar de duas formas: consensualmente, quando os casados concordam em se
separar, e litigiosamente, quando um dos casados apresente motivos impedientes
para a manutenção da sociedade conjugal, devido ao não cumprimento de algum dos
deveres conjugais. (DALVI, 2019)
Conforme os artigos 1548, 1549, 1550 do Código Civil (Lei n° 10.406, de 10 de
janeiro de 2002) a nulidade e a anulabilidade dão-se por infringência de impedimento
absoluto, ou causas impeditivas. A nulidade, como dita o art. 1521 do mesmo código,
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dar-se-á quando houver, entre os pretendentes, relações de parentesco, algum deles


tiver casamento anterior ou, ainda, tenha cometido crime contra seu antigo cônjuge.
A anulabilidade, por sua vez, segundo o art. 1550, por conta de falta de idade, salvo
o casamento que resulta de gravidez, do menor em idade núbil, quando não
autorizado por seu representante legal, vício de vontade, incapacidade de
consentimento ou manifestação, falta de competência da autoridade celebrante ou
quando for realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse
da revogação do mandato e não havendo a coabitação. Dessa forma, o casamento
nulo ou anulável não atendeu aos critérios formais para a constituição de um
casamento; sendo considerado, assim, inválido – ainda que produza efeitos jurídicos,
devido à negligência dos cônjuges ou das próprias autoridades responsáveis pela sua
realização). Importante é o §1° do art. 1571: “O casamento válido só se dissolve pela
morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida
neste Código quanto ao ausente”. Por consequência, um casamento nulo ou anulável
não pode ser dissolvido porque ele sequer deveria ter existido – seu fim acontece,
portanto, quando há a declaração da nulidade ou anulabilidade.
O divórcio, por sua vez, é completo: termina-se a sociedade e o vínculo
conjugal. Antigamente, era necessária a separação judicial antes do divórcio. Caso
fosse pedida de direito. era necessário 1 ano; caso já estivessem separados de fato
há 2 anos, comprovadamente, poderia se requisitar o divórcio. Atualmente, com a
vinda da Emenda Constitucional n. 66/2010, houve a supressão desse lapso de
tempo, sendo possível o divórcio direto, consensual ou litigiosamente (MADALENO,
2018). Apesar de não impedir a existência da separação judicial, acaba tornando-a
escassa, pois se os divorciados quiserem se casar novamente, basta celebrar o
casamento de novo (diferente da separação judicial, cujo vínculo matrimonial nunca
teve seu fim e os separados apenas reatam seus laços, de corpo e bens). Como
observa Rolf Madaleno (2018):

Como pode ser claramente visto a manutenção da separação judicial


ou extrajudicial apenas respira artificialmente, com certa teimosia
cultural, para criar uma opção àqueles que não almejam dissolver seu
vínculo conjugal, seja porque estão inseguros quanto à final derrocada
matrimonial, quer por suas convicções religiosas ou de ordem pessoal,
só não mais podendo alimentarem a fórmula culposa de um
tumultuado desfecho do vínculo conjugal, pois esta opção não mais
existe, eis que esta cede espaço ao uso inconteste da versão enxuta
e expedita do divórcio, que existe e lhes está ao alcance formal,
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permitindo livrá-los de perquirições inúteis e desgastantes acerca das


causas de um “casamento em frangalhos”.

Percebe-se, então, que o fim da sociedade conjugal e do vínculo conjugal


alteram os direitos e deveres entre os ex-cônjuges. Eles não são mais obrigados a
alguns dos deveres dos cônjuges, previstos no art. 1566 do Código Civil (Lei n°
10.406, de 10 de janeiro de 2010). Contudo, são, e sempre serão, salvo por conta de
impedimentos previstos em lei, como o prática de crime contra filho ou cônjuge,
obrigados a dar “sustento, guarda e educação dos filhos”, conforme dispõe o art. 1566,
IV, do Código Civil (Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002). Como sustenta, ainda
por cima, o art. 1579 do Código Civil: “o divórcio não modificará os direitos e deveres
dos pais em relação aos filhos” (Lei n° 10.402, de 10 de janeiro de 2002), e isto é
válido mesmo que se contraia novo casamento por qualquer um dos cônjuges.
Consequentemente, por alterar-se a relação entre os cônjuges, mas não entre os
filhos, é importante que haja um mecanismo que possa conciliar a vida do menor com
a de seus pais, que se encontram separados.

4.3 TIPOS DE GUARDA

Segundo o art. 1583 do Código Civil (Lei n° 11.698, de 2008), a guarda será
unilateral ou compartilhada. No décimo parágrafo do art. 1584 do mesmo Código (Lei
nº 11.698, de 2008), nos incisos I e II, regula-se como dar-se-á o tipo de guarda, que
pode ser requisitado por parte do pai, da mãe ou do tutor ou decretada pelo juiz, em
atenção às necessidades específicas do filho. É importante frisar, também, que, como
consta no segundo parágrafo do segundo inciso citado, caso não haja acordo entre
os pais acerca do tipo de guarda, será aplicada, sempre que possível, a guarda
compartilhada, devendo-se buscar, sempre, o melhor interesse da criança.
O que seria, entretanto, o melhor interesse da criança? Segundo Marianna
Chaves,

Pode-se tentar delinear o interesse do menor como sendo todos os


critérios de avaliação e resolução que possam conduzir à certeza de
que estão sendo atendidos todos os propósitos, que levam ao
esperado desenvolvimento educacional, ético e de saúde da criança,
de acordo com os cânones vigentes. (2019)
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Dessa forma, o interesse da criança varia a cada criança, levando-se em contas


suas características e a forma como deve ser tratada. A partir de então, poderá ser
aplicado determinado tipo de guarda, de acordo com o contexto de que se trata. A
guarda, a qual atribui direitos e deveres aos pais, dando-lhes a oportunidade de
orientar e educar os menores por quem são responsáveis, não deve, entretanto, ser
confundida com a simples companhia. De acordo com Kátia Regina Ferreira Lobo
Andrade Maciel (2014), “enquanto a guarda é um direito/dever, a companhia diz
respeito ao direito de estar junto, convivendo com o filho, mesmo sem estar exercendo
a guarda” (apud RAMOS, 2016). Logo, faz-se mister a análise dos diferentes modelos
de guarda e as possíveis consequências no desenvolvimento do menor de idade em
geral, o qual é objeto do presente trabalho.

4.3.1 Guardas: unilateral e compartilhada

A guarda compartilhada, como anteriormente explicitado, é o exercício da


guarda dos filhos por partes de ambos os pais. Pode acontecer dentro do matrimônio
e também fora dele. Dessa forma, a simples separação ou o divórcio não constituem
motivo suficiente para a aplicação da guarda unilateral, pois é responsabilidade dos
pais prestarem assistência aos seus filhos, segundo sustenta o art. 1634 do Código
Civil (Lei n° 13.058, de 22 de dezembro de 2014). Nela, como aponta Patricia Pimentel
de Oliveira (2016), encontram-se dois conceitos: a guarda jurídica compartilhada e a
guarda física compartilhada. A primeira diz respeito à guarda compartilhada em que
os pais tomam decisões conjuntamente acerca de seus filhos, sendo a autoridade
parental exercida por ambos, mas não implica, necessariamente, na guarda física
comum com a alternância de tempo delimitada; um pode deter a guarda física,
enquanto ambos detêm a guarda jurídica. No segundo caso, a guarda jurídica e física
é compartilhada entre ambos, mas a física é dada de forma alternada em tempo
delimitados no contrato; salvo se um dos pais manifestar que não deseja a guarda da
criança. Observa Rolf Madaleno (2018):

O divórcio ou a separação fática dos pais não repercute nas regras de


atribuição do exercício do poder familiar, que é desempenhado em
conjunto com o outro genitor, cuja atividade compreende os aspectos
pessoais e patrimoniais relacionados com a prole, mas é preciso
indicar qual dos progenitores deverá exercer a guarda física dos filhos,
encarregado dos cuidados diários da prole, havendo determinação da
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Lei n. 13.058/2014 de que também a guarda física dos filhos seja


compartilhada entre o pai e a mãe, salvo se um dos genitores declarar
ao magistrado que não deseja a guarda do menor (CC, art. 1584, § 2º)

A guarda compartilhada é, portanto, o compartilhamento da guarda civil e


jurídica do filho ao mesmo tempo; enquanto na unilateral somente a guarda jurídica é
exercida por ambos conjuntamente. Entretanto, isso não quer dizer que o parente que
não detém a guarda física não possa cobrar informações de sua criança. Segundo o
art. 1583 do Código Civil (Lei n° 10.406 de 2002), os pais que não possuírem a guarda
unilateral, a qual deverá ser dada àquele que possui condições melhores para o
desenvolvimento da criança, são obrigados a supervisionarem os interesses da
criança. Logo, o pai ou a mãe que não detiver a guarda unilateral não só poderá, como
deverá supervisionar a guarda da criança.
Por conseguinte, independentemente do estado em que se encontra o
relacionamento dos pais, a criança deverá ser objeto de cuidado, educação e atenção
dos pais. Ainda que ele viva apenas com um, ambos os pais possuem guarda jurídica
e autoridade parental sobre seus filhos - salvo nos casos, previstos em lei, em que
eles são destituídos de um dos pais ou de ambos. Nenhum dos dois é proibido por lei
de ter acesso à sua criança, pois isso seria ruim a ela, bem como ao seu
desenvolvimento, fato sustentando pelo art. 1589 do Código Civil: “o pai ou a mãe, em
cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia,
segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como
fiscalizar sua manutenção e educação” (Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002).
Portanto, quando os pais agem de forma a atender o melhor interesse da
criança, escolhendo determinado tipo de guarda, unilateral ou compartilhadas,
colaboram para a amenização dos efeitos do divórcio sobre a criança - os quais por
ela serão sentidos, apesar de tudo. Quando, pelo contrário, não visam ao melhor
interesse da criança - o pai, a mãe ou o tutor-, mas se deixam levar por mágoas as
quais contribuíram para o fim da sociedade e do vínculo conjugais, não colaboram
para o desenvolvimento da criança em todas as condições que lhe são possíveis; por
causa do fim da relação conjugal, deixa-se afetar a boa manutenção da relação com
o menor. Como apontam Figueiredo e Georgios:

Infelizmente, contudo, a dissolução da família – pela simples


ocorrência do fim do animus de mantê-la, ou com base na motivação
pela ruptura dos deveres inerentes –, ou a sua não formação segundo
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a forma esperada, acaba por fazer nascer entre os genitores, ou por


parte de apenas um deles, uma relação de animosidade, de ódio, de
inimizade, que transcende a relação entre eles e passa a influenciar a
relação deles para com os filhos menores. (2013, p. 39)

A esse fenômeno dá-se o nome de alienação parental, quando o


responsável(is) legal(is) - pai, mãe, tutor - do menor alienam-no do bom convívio com
os outros parentes porque implementam suas próprios pensamentos neles, afetando,
sem que saibam, seu discernimento sobre os próprios parentes.

5 ALIENAÇÃO PARENTAL E SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL

Quando a sociedade e o vínculo conjugais chegam ao fim e, dentro desse


casamento, gerou-se uma criança, os pais são obrigados a decidirem o modelo de
guarda a que submeterão a criança - pois, apesar do casamento ou a união estável
ter chegado ao fim, o vínculo dos genitores com o menor permanece. Após decidido
o modelo, se um dos responsáveis legais da criança interferir no julgamento, por parte
da criança, do outro responsável, de forma a afetar o bom convívio com ambos os
genitores, tem-se a alienação parental. Segundo o art. 2° da Lei n° 12.318, de 26 de
agosto de 2010, a qual dispõe sobre a alienação parental,

Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação


psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por
um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou
adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que
repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à
manutenção de vínculos com este.

Dessa forma, considera-se alienação parental o fenômeno de influenciar o juízo


da criança acerca de seus genitores e/ou parentes. Importante é ressalvar que a
alienação pode ser feita não só pelos genitores, mas também por outros parentes -
como a avó, os tios, etc. A síndrome de alienação parental, por sua vez, é quando o
objetivo da alienação parental teve sucesso, e a própria criança passa a perpetuar a
alienação. Ambos os casos, portanto, prejudicam a criança, tornando-a vítima de uma
relação frustrada entre os genitores - e, em alguns casos, outros familiares.
Como apontam Shikicima e Mello (2019) diversas são as formas, no contexto
familiar, em que podem se dar a síndrome e a alienação parental, mas sempre
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buscando atender ao mesmo fim: eliminar os vínculos afetivos do filho com o


progenitor alienado. São comuns, conforme artigo organizado por Maria Quitéria
Lustosa de Sousa (2015, p. 21), manipulações emocionais, acusações de abuso
sexual, violência, sequestro, negligência, maus-tratos são exemplos de alguns dos
caminhos utilizados pelo alienador, afetando o pleno desenvolvimento do menor e
privando-o do saudável convívio familiar. Desejoso de atender aos próprios desejos,
esquece o alienador de atender ao melhor interesse do menor, principal afetado
dessas situação. Consequentemente, uma relação que poderia ter ocorrido de forma
saudável, ou pelo normal, prejudica-se ou desfaz-se para sempre, sendo difícil o seu
resgate. O filho é privado de seu bom convívio com um dos pais - isto quando ele não
é literalmente separado do convívio.
Segundo o art. 3° da Lei n° 12.318 (de 26 de agosto de 2010), a prática de ato
de alienação parental, além de ferir direito fundamental da criança, prejudica a
realização do afeto nas relações com o genitor e familiares. E, ao analisar-se a
realidade, tal fato é perceptível: no artigo “A Alienação Parental, sua identificação e as
consequências para crianças envolvidas: O que sente uma criança que vive a
Alienação Parental?” a criança M., além de ter seu convívio com o pai afetado por
conta da mãe, desenvolveu medos, percepção da ausência de amor genuíno da
genitora alienadora, transtornos do sono e dificuldades escolares (SOUSA, 2015, p.
95). Era obrigada a xingar, a fazer birra e a entrar em conflito com seus familiares por
parte de pai, sendo abandonada afetivamente quando se recusava a os fazer; além
disso, foi também obrigado a denunciar seu pai por abusos físicos. O pai, tendo por
base gravações e a perícia psicológica, conseguiu a guarda provisória de M, que seria
visitado periodicamente por sua mãe, acompanhada de uma babá.
No campo processual, caso seja declarado indício de ato de alienação parental,
o processo terá tramitação prioritária, e o juiz deverá determinar, com urgência, as
medidas provisórias necessárias à integridade física e psicológica da criança ou do
adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com genitor ou viabilizar a
efetiva aproximação entre ambos (Estatuto da Criança e do Adolescente, lei n° 12.318,
de 26 de agosto de 2010).
Conforme o art. 5° da Lei de Alienação Parental (Lei n° 12.318, de 26 de agosto
de 2010), o juiz pode decretar, se necessário, analisados os fatos, perícia psicológica
ou biopsicossocial. Caso sejam percebidos atos típicos de alienação parental, o juiz
poderá advertir o alienador; ampliar o regime de convivência familiar em favor do
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genitor alienado; estimular multa ao alienador; determinar acompanhamento médico


psicológico ou psicossocial; decretar alteração de guarda, a fixação cautelar do
domicílio da criança ou adolescente; e declarar a suspensão da autoridade parental.
No caso em questão, foi realizada a perícia e a criança ficou com o pai, demonstrando,
após ser separada a mãe, “alívio intenso”, podendo elaborar seus problemas.
Entretanto, apesar de afastada da mãe, ela ainda pode receber visitas de sua mãe,
ainda que só periodicamente, não tirando completamente a figura da mãe da relação
- figura que, apesar dos pesares, é importante para o pleno desenvolvimento da
criança ou adolescente.
Percebe-se, por conseguinte, que acima de tudo deve-se levar em conta o
melhor interesse da criança e do adolescente - tendo em vista seu desenvolvimento
físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de dignidade e liberdade.
Conforme o art.15 do Estatuto da Criança e do Adolescente,

A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à


dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento
e como sujeito de direito civis, humanos e sociais garantidos na
Constituição e nas leis. (Lei n° 8069, de 13 de julho de 1990)

Logo, acima de todos os interesses, deve-se pensar no melhor interesse da


criança, tendo em vista seu desenvolvimento, sua educação, sua instrução; enfim, o
pleno exercício de suas capacidades como ser humano. E, quando não se consegue
resolver o conflito extrajudicialmente, é possível a recorrência ao direito; que
delimitará, a partir de seus diferentes códigos e estatutos, as formas como se atinge
o melhor interesse da criança.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Vislumbrou-se ao longo do presente artigo, aspectos gerais sobre a família


durante a história, o conceito de poder familiar e os diferentes tipos de guarda, visando
à compreensão da importância do princípio do melhor interesse da criança ou
adolescente como norte para a tomada de decisões - extra ou judicialmente.
17

Independentemente do tipo de vínculo, seja casamento ou união estável,


hetero ou homoafetiva,, é importante ter em mente, acima de tudo, o que é melhor
para aquele o qual não escolheu estar ali, sendo apenas fruto de um relacionamento:
o menor.
Entretanto, quando os vínculos continuam em pé, é mais difícil que aconteçam
casos de alienação parental e síndrome de alienação parental, tendo em vista a
presença de ambos os genitores e outros parentes. Contudo, quando há o fim dos
vínculos e, assim, os pais não permanecem presentes em todos os momentos, torna-
se mais fácil alienar, principalmente se uma das partes acredita ter sido prejudicada
ainda mais que a outra - emocionalmente ou financeiramente.
Os dispositivos de guarda previstos em lei buscam atender ao que é melhor
para o seu pleno desenvolvimento, com pais juntos ou separados. A preferência, é
claro, é que exerçam juntos o poder familiar, mas, caso não seja possível, é garantido
o exercício separadamente, pois a ambos os pais cabe o direito e o dever de cuidar
de suas próprias crianças - como exaustivamente já se repetiu.
Dessa forma, quando há o caso de um genitor ou parente alienador, fere-se
tanto o direito do genitor como, principalmente, o da criança ou adolescente. Um
menor alienado dificilmente irá se livrar dos efeitos da alienação: se retira a péssima
imagem do parente alienado, passa a ter uma imagem ruim do parente alienador. E,
caso não se livra dessa imagem falsa, priva-se do bom convívio com o genitor
alienado.
Portanto, acima de tudo, de todas as frustrações, de todas as intrigas e
emoções, deve-se pôr o interesse da criança, pois, uma vez afetada, dificilmente irá
conseguir se livrar dos efeitos de uma alienação. Assim como o parente alienado, ela
não possui culpa de estar sendo alienada, sendo a principal vítima de todo esse
problema; devendo a separação, de fato ou de direito, e suas consequências voltadas
ao seu melhor interesse.
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REFERÊNCIAS

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