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FCS/UFG (Brasil)
brasileira, que é das mais sólidas e profícuas, ainda que as importantes colaborações
sejam muito conhecidas fora deste âmbito específico. Compreendemos que apresentar
Museologia constitui uma significativa reverberação do que tem sido feito na área.
origem das instituições brasileiras, que seguiu o padrão de toda a América e de outras
um sob seu viés está construindo uma memória da Museologia brasileira comprometida
partir de sua própria trajetória uma memória da Museologia nacional. Possui um acervo
1
Museologia da UNIRIO (s.d.). O projeto, coordenado pelo professor Ivan Sá, está
doutorado.
estes dois estados com cursos de graduação1 e a uma série cursos de especialização2
organizados em diversos estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná,
Amazonas, Maranhão, Rio Grande do Norte, Goiás e São Paulo3, além da formação em
as lacunas e demandas.
São Paulo, em um primeiro momento pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo
São Paulo. Com a duração do primeiro se estendendo por mais de 20 anos e do segundo
em quatro turmas de um ano e meio cada, até 2006, é natural que os envolvidos também
1
Houve também um curso de graduação na então Faculdade, hoje Universidade Estácio de Sá (RJ), por
volta de 1980 a 1995.
2
Uma análise muito acurada da contribuição destes cursos de especialização e profissionais deles
oriundos para o fortalecimento da Museologia Brasileira e também dos desconfortos gerados pelo conflito
de interesses no exercício profissional pode ser encontrado em Marshall (2008).
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Apesar de extensa, a lista pode estar incompleta, pelo que pedimos desculpas.
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procurassem construir sua memória no âmbito da Museologia brasileira. O projeto
em março de 2012.
Portugal tem hoje por volta de 1.200 museus, segundo Isabel Victor (2011),
com uma forte tendência para museus polinucleados e de território, o que pode denotar
associativismo, que já era forte, foi incrementado. Com isso foram criados muitos
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internacional), ou progredindo a um ritmo demasiado lento, por se encontrar
fortemente condicionada por razões de ordem económica e política e até
patrimonial/monumental (dado que muitos destes museus são igualmente
edifícios classificados), e permanentemente em tensão com outros projectos
de Estado e outros investimentos noutras áreas da Cultura nacional. A
grande maioria dos novos museus locais não são, como outrora, um projecto
de Estado mas projectos autárquicos e "locais", com variadíssimas origens,
e para os quais o Estado tem dificuldade em encontrar enquadramentos
institucionais (...)” (Faria, 2000)
Comissão Nacional Portuguesa do ICOM, 2009). Portugal, assim como o Brasil, tem
contribuído fortemente com a discussão do papel social dos museus e uma inflexão
destes a uma Museologia cada vez mais participativa e mais voltada para o elemento
Sociomuseologia:
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Ao contrário, assim como a Fundação Calouste Gulbenkian, mais antiga, outras constituíram também
seus grandes museus e centros culturais, como o Berardo e o Serralves.
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confrontación vivencial y estimulante del hombre con su realidad, por
medio de los elementos representativos de esta realidad, que son
fundamentalmente tridimensionales, presentes en el tiempo y en el
espacio". Pero recordando siempre que los museos no son sólo espacios
para la exhibición de memorias, sino también agentes del progreso al
servicio de las comunidades. Reconociendo también que “el objeto en sí
mismo no es en absoluto la verdad absoluta de nada", como decía Jacques
Hainard y, sobre todo, sabiendo que el objeto de la Museología es el
hombre.” (Tinoco, 2010)
"... nessa época passamos por um dilema real que se podia resumir da
seguinte maneira: - Museu Tradicional com participação formal da
população, voltado para os testemunhos do passado e Museu Incógnita
voltado para os problemas do meio material e social que o rodeava. A
primeira situação apresentava-nos um caminho suficientemente estudado,
sem outras dificuldades de realização que não fossem a maior ou menor
disponibilidade de recursos financeiros para manter o museu aberto. A
segunda situação deveria avançar por terrenos mal conhecidos, afrontando a
incompreensão das outras instituições museológicas, socorrendo-nos dos
conceitos, então mal definidos, do que se constituía como sendo expressões
de uma nova museologia" (Moutinho, apud Bruno 1996, p. 90-91)
Este foi um dos processos que tomou o segundo rumo, assim como outros em
alguma medida identificáveis tanto como museus de novo modelo como ‘museus
Mário Moutinho, António Nabais, Lino Rodrigo, Miguel Pessoa e Manuela Carrasco6.
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Ainda assim muito distantes do que usualmente é considerado um museu tradicional, aquele totalmente
voltado para os objetos e onde cabe ao público um papel de observador e visitante passivo.
6
Moutinho, comunicação pessoal, mensagem eletrônica, 2010.
5
publicações (Moutinho, 1993). Em pouco tempo também significaria a formulação de
transferiu-se para o antigo ISMAG dando desde então continuidade ao seu projeto na
a área de Museologia existe desde 1991. Iniciado como um curso de especialização, que
professores do Brasil.
foi criado em 2007. Enquanto no Brasil nosso primeiro mestrado em Museologia só foi
permitiu inclusive alguns brasileiros avançarem em seus estudos. Mas foi com a criação
elaboração da tese com orientação à distância, muitas vezes com professores brasileiros,
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serem no Brasil (Rio de Janeiro ou Bahia como nas duas primeiras edições), até
qualidade e carga horária. Mais recentemente um convênio com a USP garantiu aos
que o candidato já possuir. Isto foi possível porque a especialização da USP contava
partilhando professores, mas com corpo docente incrementado e carga horária muito
superior. Desta forma, a tendência é que nos próximos anos aumente significativamente
Museologia da ULHT.
Geografia e Artes, 2010). Para nós, que iniciamos a aproximação com a Museologia
aqui no Brasil não tínhamos sequer uma publicação regular) e a abertura cada vez maior
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Nos primeiros 20 números, sem contar aqueles organizados com vários autores (5) e considerando
Judite Primo, que possui dupla nacionalidade, na conta portuguesa, os títulos de autores residentes no
Brasil superou muito em número (12) os de portugueses, e só Mário Moutinho e Judite Primo haviam
publicado por Portugal.
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Creditamos esta superior presença dos brasileiros nas publicações e na
que despida de preconceitos aceitava a publicação dos originais brasileiros sem ajustes
quando a pós-graduação na Lusófona passou de lato sensu a stricto sensu. Agora, com a
internacionais.” (idem)
(2007) situa seus momentos de criação em Québec, mas tendo como antecedentes a
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“Em termos nacionais foram criados desde então cursos de Mestrado nas Universidade de Évora, de
Lisboa, de Coimbra, do Porto, Universidade Nova de Lisboa, e ISCTE e no último ano letivo foram
criados programas de Doutoramento na Universidades do Porto e de Évora.” (Universidade Lusófona.
Faculdade de Arquitectura, Urbanismo, Geografia e Artes, 2010)
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populações; a convocação ao uso da interdisciplinaridade e de métodos modernos de
Ou seja, os museus tradicionais apenas pretendem ser totais, mas não o são. A
chamada Nova Museologia assume o fragmento, o resíduo, como motor para a reflexão
que motiva a ação no meio social, indo realmente de dentro para fora dos museus ou
processos de musealização.
prestador de serviços. Para tanto, ressalta a idéia presente na Declaração de 1972 de que
a transformação das atividades dos museus exige mudança na mentalidade dos seus
9
Estudos do Desenvolvimento, da Ciência de Serviços e do Planeamento do
Território”. (Moutinho, 2007, p. 01)
Esta definição, a nosso ver, situa-se em pleno diálogo com aquela formulada
38 anos antes por Hugues de Varine quando apresenta os três domínios principais cuja
Museologia, nomeada desde o início pelos portugueses daquela forma, mas conectada
com o movimento internacional (Neves, 2008). Queremos, pois, ousar e defender mais
uma vez a idéia de que a Museologia é uma só, com necessárias ondas de renovação
(Duarte Cândido, 2003, p. 253), ainda que a uma teoria geral correspondam diferentes
modelos de aplicação. Este foi o ponto de vista expresso pelo simpósio do ICOFOM de
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Ou seja, uma só Museologia Geral, ainda que modificada por diferentes textos
afirmação:
“Que esta nova concepção não implica que se acabe com os museus actuais
nem que se renuncie aos museus especializados mas que pelo contrário esta
nova concepção permitirá aos museus de se desenvolver e evoluir de
maneira mais racional e lógica a fim de se melhor servir a sociedade...”
(Declaração de Santiago, in Moutinho, 1993, p. 08).
social, porque também defendemos o quarto paradigma entre aqueles alinhados por Van
Mensch (1994, p. 03) e não desejamos uma Museologia que estude apenas os museus,
ou suas atividades, ou seus objetos, mas que estude uma relação específica do homem
com a realidade, ainda que exatamente por ela ser específica e relacionada à herança e à
memória, precise, para isto, passar pela compreensão dos museus, de suas atividades e
da musealidade dos objetos. Maria Célia Santos, também professora dos cursos de pós-
pelas mesmas razões, já que a Museologia é sempre uma ação social (Comunicação
pessoal, 2000)9.
9
Fala durante os Encontros Museológicos “Linguagens, processos, novas tecnologias”, organizado pelo
Curso de Especialização em Museologia da Universidade de São Paulo [CEMMAE-USP], em 24 de
março de 2000.
11
Fora a Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, que
ainda se considerando que o país caminha por outras opções em relação ao campo, onde
investe-se especialmente no alargamento dos cursos de graduação, o que não existe por
lá.
que em sua Faculdade de Letras, mantém um curso que pode ser concluído em nível de
(premiada recentemente como uma das melhores comunicações on-line pela Associação
internacional.
12
Para Hernández-Hernández (2006, p. 68), há diferenças entre duas escolas de
Bibliografia:
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diversidade: diagnóstico museológico e planejamento. Lisboa: Universidade Lusófona
de Humanidades e Tecnologias. (Tese de Doutorado)
Duarte Cândido, Manuelina Maria. (2003). Ondas do Pensamento Museológico
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(Cadernos de Sociomuseologia, 1)
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Câmara Municipal de Setubal, 2007. [Texto colocado no blog Rede Museus, memória e
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http://redemuseusmemoriaemovimentossociais.blogspot.com/2010/08/definicao-de-
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