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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E INFORMÁTICA


UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA ELÉTRICA

ELETROTÉCNICA GERAL
APOSTILA 1ªUNIDADE
PROFESSOR: LUIS REYES ROSALES MONTERO

Campina Grande, 16 maio de 2017


Versão 2
SUMÁRIO
1 Conceitos Básicos ............................................................................................................................ 5
1.1 Tensão e Corrente Elétrica ...................................................................................................... 5
1.2 Resistência Elétrica ................................................................................................................. 6
1.3 1ª Lei de OMH ......................................................................................................................... 7
1.4 Leis de Kirchoff ........................................................................................................................ 7
1.4.1 Primeira lei de Kirchhoff (lei dos nós) ............................................................................ 8
1.4.2 Segunda lei de Kirchhoff (lei das malhas) ....................................................................... 8
1.5 Associação de Resistores ........................................................................................................ 8
1.5.1 Associação em Série ........................................................................................................ 8
1.5.2 Associação em Paralelo ................................................................................................. 10
1.5.3 Associação Mista ........................................................................................................... 11
1.6 Indutor e Indutância ............................................................................................................. 12
1.7 Capacitor e Capacitância ....................................................................................................... 12
2 Circuitos em Corrente Alternada ................................................................................................. 13
2.1 A Corrente Alternada .......................................................................................................... 13
2.2 Circuito Resistivo .................................................................................................................. 15
2.3 Circuito Capacitivo ............................................................................................................... 16
2.4 Circuito Indutivo ................................................................................................................... 18
3 Circuito Trifásico Equilibrado ........................................................................................................ 20
3.1 Conceito ................................................................................................................................ 20
3.1.1 Ligação em Delta ........................................................................................................... 21
3.1.2 Ligação em Estrela ........................................................................................................ 22
4 Fator de Potência .......................................................................................................................... 23
4.1 Potência Ativa e Reativa....................................................................................................... 23
4.2 Fator de Potência .................................................................................................................. 23
4.3 Consequências e Causas de um baixo Fator de Potência ..................................................... 24
4.3.1 Quedas de Tensão ......................................................................................................... 24
4.4 Correção do Fator de Potência ............................................................................................. 24
5 Projeto Residencial ....................................................................................................................... 25
5.1 Objetivo................................................................................................................................. 25
5.1.1 Documentos Necessários .............................................................................................. 25

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5.1.2 Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) .............................................................. 25
5.1.3 Memorial Descritivo ...................................................................................................... 26
5.2 Previsão de Cargas ................................................................................................................ 26
5.2.1 Iluminação ..................................................................................................................... 26
5.2.2 Tomadas ........................................................................................................................ 27
5.2.3 Levantamento da potência total de uma residência .................................................... 29
5.3 Divisão dos Circuitos da Instalação ....................................................................................... 32
5.4 Cálculo das Correntes........................................................................................................... 32
5.5 Cálculo da demanda do circuito de distribuição ................................................................... 33
5.6 Cálculo da corrente dos circuitos terminais.......................................................................... 36
5.7 Dimensionamento dos Condutores ...................................................................................... 38
5.7.1 Condutores de neutro e de proteção. .......................................................................... 40
5.7.2 Coloração dos condutores ............................................................................................ 41
5.8 Dimensionamento dos Eletrodutos ...................................................................................... 41
6 Dispositivos de Proteção ............................................................................................................... 42
6.1 Principais falhas encontradas nas instalações ...................................................................... 43
6.2 Disjuntor................................................................................................................................ 43
6.2.1 Funcionamento do Disjuntor ........................................................................................ 43
6.2.2 Tipos de disjuntores termomagnéticos ........................................................................ 44
6.2.3 Escolha da corrente nominal ........................................................................................ 44
6.3 DPS (Dispositivo de Proteção Contra Surtos)........................................................................ 45
6.3.1 Instalação do DPS .......................................................................................................... 45
6.4 Disjuntor diferencial residual ................................................................................................ 46
6.4.1 Dispositivos DR - Diferencial residual ........................................................................... 46
6.4.2 Choque elétrico ............................................................................................................. 46
6.4.3 Uso obrigatório de dispositivo DR de alta sensibilidade (30mA) .................................. 47
7 Conhecendo o CAD e alguns comandos básicos ........................................................................... 47
7.1 Introdução............................................................................................................................. 48
7.2 Ambiente de Trabalho .......................................................................................................... 48
7.2.1 Home ............................................................................................................................. 49
7.2.2 Insert ............................................................................................................................. 49
7.2.3 Annotate ....................................................................................................................... 49
7.2.4 Parametric ..................................................................................................................... 49

3
7.3 Criando Bibliotecas ............................................................................................................... 50
7.3.1 Criação de um bloco...................................................................................................... 50
7.3.2 Parâmetros e Ações ...................................................................................................... 53
7.4 Aprimorando o desenho ....................................................................................................... 55
7.5 Desenhar a instalação elétrica .............................................................................................. 55
7.6 Visão geral de um projeto ..................................................................................................... 56
7.6.1 Legenda ......................................................................................................................... 56
7.6.2 Layers ............................................................................................................................ 56
7.6.3 Quadro auxiliar.............................................................................................................. 57
7.7 Criando Layouts .................................................................................................................... 57
7.7.1 Escalas de Plotagem ...................................................................................................... 58
7.7.2 Gerando arquivos de plotagem .................................................................................... 60
8 Referências.................................................................................................................................... 61

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1 CONCEITOS BÁSICOS

1.1 TENSÃO E CORRENTE ELÉTRICA

Nos fios, existem partículas invisíveis chamadas elétrons livres, que estão em constante
movimento de forma desordenada. Para que estes elétrons livres passem a se movimentar de forma
ordenada, nos fios, é necessário ter uma força que os empurre. A esta força é dada o nome de Tensão
Elétrica e sua unidade de medida é o Volt (V).

Figura 1 - Tensão Elétrica

Esse movimento ordenado dos elétrons livres nos fios, provocado pela ação da tensão, forma
uma corrente de elétrons. Essa corrente de elétrons livres é chamada de Corrente Elétrica e sua
unidade de medida é o Ampere (I).

Figura 2 - Corrente Elétrica

5
1.2 RESISTÊNCIA ELÉTRICA

A resistência elétrica é a dificuldade que a corrente elétrica encontra quando passa por um
condutor de eletricidade e tem como unidade de medida o OHM (Ω) e simbologia R. A resistência de
1Ω é a resistência que permite a passagem de 1A quando submetida a 1V. Ao aplicar-se uma tensão
U, em um condutor qualquer se estabelece nele uma corrente elétrica de intensidade I. Para a maior
parte dos condutores estas duas grandezas são diretamente proporcionais, ou seja, conforme uma
aumenta o mesmo ocorre à outra.

Desta forma:
𝑉∞𝑖
𝑉 (1)
= 𝐶𝑜𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐼

A esta constante chama-se resistência elétrica do condutor (R), que depende de fatores como
a natureza do material. Quando esta proporcionalidade é mantida de forma linear, chamamos o
condutor de ôhmico, tendo seu valor dado por:

𝑈 (2)
=𝑅
𝐼

Como dito anteriormente, alguns materiais têm características de conduzir mais corrente que
outros. Se fizemos uma analogia com canos, temos:

Figura 3-Condutor

Observando, a ilustração acima temos que o cano de seção fina se impõe mais a passagem de
agua que o cano de seção maior. Essa mesma ideia ocorre nos condutores, ou seja, a resistência do
material é inversamente proporcional a área de seção. Da mesma maneira que mostrada acima temos
que quanto maior o comprimento do cano maior a resistência, dessa maneira temos que a resistência
é proporcional ao comprimento do fio.

𝑙 (3)
𝑅 = 𝜌.
𝐴
6
1.3 1ª LEI DE OMH

A 1ª lei de Ohm estabelece que a razão entre a tensão entre dois pontos e a corrente
elétrica é constante. Essa constante é denominada de resistência elétrica.

Figura 4 - Lei de OHM

A partir do da relação descrita acima concluímos que:

 Aumentando I aumenta implica em aumentar V, fixando R


 Aumentando I implica em diminuir R, fixando V

1.4 LEIS DE KIRCHOFF

As Leis de Kirchhoff são empregadas em circuitos elétricos mais complexos, como por
exemplo circuitos com mais de uma fonte de resistores estando em série ou em paralelo. Para
estuda-las vamos definir o que são Nós e Malhas:

Nó: é um ponto onde três (ou mais) condutores são ligados.

Malha: é qualquer caminho condutor fechado.

7
Figura 5 - Circuito com varias malhas e nós

Analisando a figura 5, vemos que os pontos a e d são nós, mas b, c, e e f não são. Identificamos
neste circuito 3 malhas definidas pelos pontos: afed, adcb e badc.

1.4.1 Primeira lei de Kirchhoff (lei dos nós)


Em qualquer nó, a soma das correntes que o deixam (aquelas cujas apontam para fora do nó)
é igual a soma das correntes que chegam até ele. A Lei é uma consequência da conservação da carga
total existente no circuito. Isto é uma confirmação de que não há acumulação de cargas nos nós.

∑ 𝑖𝑛 = 0 (4)
𝑛

1.4.2 Segunda lei de Kirchhoff (lei das malhas)


A soma algébrica das forças eletromotrizes (f.e.m) em qualquer malha é igual a soma algébrica
das quedas de potencial ou dos produtos iR contidos na malha.

∑ 𝜀𝑘 = ∑ 𝑅𝑛 𝑖𝑛 (5)
𝑘 𝑛

1.5 ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES

Em um circuito é possível organizar conjuntos de resistores interligados, chamada associação


de resistores. O comportamento desta associação varia conforme a ligação entre os resistores, sendo
seus possíveis tipos: em série, em paralelo e mista.

1.5.1 Associação em Série

8
Associar resistores em série significa ligá-los em um único trajeto, ou seja:

Figura 6- Associação em série de resistores

Como existe apenas um caminho para a passagem da corrente elétrica esta é mantida por toda
a extensão do circuito. Já a diferença de potencial entre cada resistor irá variar conforme a resistência
deste, para que seja obedecida a 1ª Lei de Ohm, assim:

𝑉1 = 𝑅1 ∗ 𝑖 (6)
𝑉2 = 𝑅2 ∗ 𝑖 (7)
𝑉3 = 𝑅3 ∗ 𝑖 (8)
𝑉4 = 𝑅4 ∗ 𝑖 (9)

Esta relação também pode ser obtida pela análise do circuito:

Figura 7 - Tensão sobre os resistores

Sendo assim a diferença de potencial entre os pontos inicial e final do circuito é igual à:

𝑉 = 𝑉1 + 𝑉2 + 𝑉3 + ⋯ + 𝑉𝑛 (10)

𝑉 = 𝑅1 ∗ 𝑖 + 𝑅2 ∗ 𝑖 + 𝑅3 ∗ 𝑖 + … 𝑅𝑛 ∗ 𝑖 (11)

Analisando esta expressão, já que a tensão total e a intensidade da corrente são mantidas, é
possível concluir que a resistência total é:

𝑅𝑇 = 𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 + … 𝑅𝑛 (12)
Ou seja, um modo de se resumir e lembrar-se das propriedades de um circuito em série é:

Tabela 1 - Propriedades de um circuito em série

9
Tensão (V) Se divide
Intensidade da corrente (i) Se conserva
Resistência total (R) Soma algébrica das resistências

1.5.2 Associação em Paralelo


Ligar um resistor em paralelo significa basicamente dividir a mesma fonte de corrente, de
modo que a tensão em cada ponto seja conservada. Ou seja:

Figura 8 - Associação em paralelo

Usualmente as ligações em paralelo são representadas por:

Figura 9 - Associação de resistores em paralelo

Como mostra a Figura 9, a intensidade total de corrente do circuito é igual à soma das
intensidades medidas sobre cada resistor, ou seja:

𝑖 = 𝑖1 + 𝑖2 + 𝑖3 + ⋯ +𝑖𝑛 (13)

Pela 1ª lei de ohm:

10
V V V V (14)
𝑖= + + …+
R1 R 2 R 3 Rn

E por esta expressão, já que a intensidade da corrente e a tensão são mantidas, podemos
concluir que a resistência total em um circuito em paralelo é dada por:

1 1 1 1 1 (15)
= + + …+
RT R1 R 2 R 3 Rn

1.5.3 Associação Mista

Uma associação mista consiste em uma combinação, em um mesmo circuito, de associações


em série e em paralelo, como por exemplo:

Figura 10 - Associação mista de resistores

Em cada parte do circuito, a tensão (U) e intensidade da corrente serão calculadas com base
no que se conhece sobre circuitos série e paralelos, e para facilitar estes cálculos pode-se reduzir ou
redesenhar os circuitos, utilizando resistores resultantes para cada parte, ou seja:

Sendo: R1 = 100Ω R2 = 20Ω R3 = 10Ω

11
1.6 INDUTOR E INDUTÂNCIA

Um indutor é um dispositivo elétrico passivo que armazena energia na forma de campo


magnético, normalmente combinando o efeito de vários loops da corrente elétrica. Indutância é a
grandeza física associada aos indutores, é simbolizada pela letra L, medida em henry (H), e
representada graficamente por um fio helicoidal. Em outras palavras é um parâmetro dos circuitos
lineares que relaciona a tensão induzida por um campo magnético variável à corrente responsável
pelo campo. A tensão entre os terminais de um indutor é proporcional à taxa de variação da corrente
que atravessa.

Matematicamente temos:

𝑑𝑖(𝑡) (16)
𝑢(𝑡) = 𝐿
𝑑𝑡

Onde:

u(t) é a tensão instantânea →sua unidade de medida é o volt (V)

L é a indutância → sua unidade de medida é o Henry (H)

i(t) é a corrente instantânea→ sua unidade de medida é o ampere (A)

té o tempo (s)

1.7 CAPACITOR E CAPACITÂNCIA

Capacitor é um componente que armazena energia num campo elétrico, acumulando um


desequilíbrio interno de elétrica. A propriedade que estes dispositivos têm de armazenar energia
elétrica sob a forma de um campo eletrostático é chamada de capacitância ou capacidade (C) e é
medida pelo quociente da quantidade de carga (Q) armazenada pela diferença de potencial ou
tensão (V) que existe entre as placas:

𝑄 (17)
𝐶=
Δ𝑉

Pelo Sistema Internacional de Unidades (SI), um capacitor tem a capacitância de um farad (F)
quando um coulomb de carga causa uma diferença de potencial de um volt (1V) entre as placas. O
farad é uma unidade de medida considera da muito grande para circuitos práticos, por isso, são
utilizados valores de capacitâncias expressos em microfarads (μF), nanofarads (nF) ou picofarads (pF)

12
2 CIRCUITOS EM CORRENTE ALTERNADA

2.1 A CORRENTE ALTERNADA

Corrente Alternada é uma corrente oscilatória que varia sua magnitude no decorrer do tempo,
segundo uma lei definida. Devido aos mecanismos utilizados nas usinas de transformação de energia,
a forma mais utilizada de Corrente é a Alternada Senoidal, além do mais, possibilita o uso dos
transformadores que permitem a transmissão de energia elétrica para os centros consumidores,
Entretanto, em certas aplicações, diferentes formas de ondas são utilizadas, tais como triangular ou
ondas quadradas. Para descrever uma Corrente Alternada Senoidal, precisamos de três parâmetros,
Amplitude, Frequência e Fase.

Figura 11 - tensão alternada

A equação geral de uma corrente alternada é dada por:

𝐼(𝑡) = 𝐼𝑝. 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜃) (18)

Para a tensão alternada, tem-se:

𝑉(𝑡) = 𝑉𝑝. 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜃) (19)

 Amplitude (Vp): corresponde ao valor máximo admitido pela sua magnitude.


 Frequência (f): refere-se a frequência da onda, que é dada pelo inverso do período.
 Fase(θ): corresponde à defasagem da corrente.

O valor máximo da tensão (corrente) é também chamado de “valor de pico”, Vp, e é o valor
desde zero até a máxima ou a mínima amplitude.

Chamamos de valor de pico a pico, Vpp, a diferença entre o valor máximo e o mínimo valor da
amplitude. Vpp = Vmáx – Vmin = Vp – (- Vp) = 2 Vp

Chamamos de valor médio, Vm, a média temporal do sinal em meio período.

13
Chamamos de valor eficaz ou RMS, Vrms, o valor obtido quando relacionamos o valor da
potência calculada por efeito Joule ou pelo valor médio.

Outra forma de representarmos tensões ou correntes alternadas é escrevê-las na forma de


números complexos, ou seja:

𝑉 = 𝑉0 𝑒 𝑗𝜔𝑡 (20)
𝐼 = 𝐼0 𝑒 𝑗𝜔𝑡 (21)

É conveniente construirmos os chamados "diagramas de fasores" para representarmos


graficamente tensões ou correntes alternadas. Por exemplo, tomemos o circuito mostrado na figura
abaixo:

Figura 12 - Circuito série

Neste caso:

Figura 13 - Representação fasorial do circuito

Podemos notar que a primeira Lei de Kirchhoff continua válida, só que na forma complexa.

14
Nos circuitos de corrente contínua, definimos como a resistência de um componente, a
relação entre a tensão e a corrente. Para os circuitos de corrente alternada, a relação entre a tensão
e corrente é chamada IMPEDÂNCIA do componente. Então:
𝑉 (22)
𝑍=
𝐼

Esta é a forma generalizada da Lei de Ohm. Devemos observar que:

 Z é um numero complexo.
𝑉 𝑉
 |𝑍| = | | = | 𝑂 |
𝐼 𝐼 𝑂
𝑉𝑜𝑙𝑡𝑠
 [𝑍] =
𝐴𝑚𝑝é𝑟𝑒

Se tivermos um circuito com a presença de um nó, a Segunda Lei de Kirchhoff também


continua válida, só que na forma complexa. Usando estas informações, podemos mostrar que para
associações em série e em paralelo de impedâncias, valem as mesmas relações que para resistências,
só que na forma complexa, ou seja:

Série: 𝑍𝑒𝑞 = 𝑍1 + 𝑍2 + 𝑍3 +. . . 𝑍𝑛 (23)

Paralelo: 1 1 1 1 1 (24)
= + + +. . .
𝑍𝑒𝑞 𝑍1 𝑍2 𝑍3 𝑍𝑛

2.2 CIRCUITO RESISTIVO

A tensão nos terminais de um resistor com resistência R, é diretamente proporcional à


corrente que o atravessa. A constante de proporcionalidade é a resistência do resistor. Consideremos
um circuito resistivo:

Figura 14 - Circuito resistivo

Tomemos uma tensão alternada da forma:

15
𝑉𝑓 = 𝑉𝑜 𝑒 𝑗𝜔𝑡 (25)

Pela Lei de Kirchoff:

𝑉𝑓 = 𝑉𝑅 = 𝑉𝑜 𝑒 𝑗𝜔𝑡 (26)

A corrente no circuito será:

𝑉 𝑉𝑜 𝑒 𝑗𝜔𝑡 𝑉0 (27)
𝐼𝑜 𝑒 𝑗𝜔𝑡 = = ⇒ 𝑍=
𝑍 𝑍 𝐼0

A impedância num resistor será real e é dada por:

𝑍=𝑅 (28)

Graficamente:

Figura 15 - Diagrama fasorial do circuito resistivo

Podemos observar através da figura, que o ângulo entre a tensão e a corrente é nulo, ou seja,
elas "andam" sempre juntas. Então, dizemos que para um circuito resistivo, a tensão e a corrente estão
EM FASE. Mas, nem sempre as relações entre a tensão e a corrente em circuitos de corrente alternada
ficam completamente determinadas pela resistência do circuito, elas podem também sofrer influência
de elementos que tendem a se opor a qualquer variação da intensidade da corrente ou da tensão. Esta
oposição reativa é devida aos elementos capacitivos e indutivos, que podem alterar as relações entre
tensão e corrente.

2.3 CIRCUITO CAPACITIVO

16
Quando se aplica uma tensão alternada a um capacitor com capacitância C, a carga das placas
varia com a variação da tensão, formando assim uma corrente alternada no circuito. Consideremos
um circuito capacitivo:

Figura 16 - Circuito capacitivo

Pela definição, a corrente no capacitor é dada por:


𝑑𝑉𝑐 (𝑡) (29)
𝑖(𝑡) = 𝐶
𝑑𝑡

Tomemos uma tensão alternada da forma:

𝑉𝑓 = 𝑉𝐶 = 𝑉𝑜 𝑒 𝑗𝜔𝑡 (30)

A corrente no circuito será:

𝑑(𝑉𝑜 𝑒 𝑗𝜔𝑡 ) (31)


𝑖(𝑡) = 𝐶 = Ciω𝑉𝑜 𝑒 𝑗𝜔𝑡
𝑑𝑡

Mas,
𝜋
𝑖 = 𝑒𝑖2 (32)

Portanto:

𝐼 = 𝐼0 𝑒 𝑖(𝜔𝑡+𝜋/2) (33)

Onde:

𝐼0 = 𝜔𝐶𝑉0 (34)

A impedância do circuito será:


𝑉0 (35)
𝑍= = 𝑋𝐶
𝐼0

17
A quantidade XC é chamada REATÂNCIA CAPACITIVA. Então:
1 (36)
𝑋𝑐 =
𝜔𝐶
Graficamente:

Figura 17 - Diagrama fasorial do circuito capacitivo

𝜋
Podemos observar através desta figura que no capacitor a corrente está adiantada de 2 em
relação à tensão.

2.4 CIRCUITO INDUTIVO

Um indutor é um elemento de circuito constituído por um arranjo de espiras com a forma de


um "tubo". Quando passamos uma corrente por uma espira, de acordo com a Lei de Ampere do
Eletromagnetismo, esta corrente dará origem à um campo magnético no interior desta espira,
perpendicular à corrente. Se arranjamos várias espiras para formar um "tubo", ou seja, um solenoide,
o campo magnético estará no interior deste solenoide, conforme mostra a figura:

Figura 18 - Campo magnético no indutor

18
A variação com o tempo da "quantidade" de campo magnético por unidade de área, isto é, o fluxo
magnético no interior deste solenoide, devido à Lei de Indução de Faraday do Eletromagnetismo, dará
origem à uma força eletromotriz no próprio elemento que tende a se opor à força eletromotriz
aplicada quando a corrente está aumentando e tende a se somar com a força eletromotriz aplicada
quando a corrente está diminuindo. Esta força eletromotriz induzida é proporcional à variação da
corrente com o tempo e a constante de proporcionalidade chamamos INDUTÂNCIA do indutor.

Consideremos um circuito indutivo:

Figura 19 - Circuito indutivo

Em qualquer instante, a queda de tensão no indutor é proporcional à razão de variação da


corrente com relação ao tempo, então:
𝑑𝑖(𝑡) (37)
𝑢(𝑡) = 𝐿
𝑑𝑡

Tomemos uma tensão alternada da forma:

𝑉𝑓 = 𝑉𝐿 = 𝑉𝑜 𝑒 𝑗𝜔𝑡 (38)

A corrente será dada por:


1 1 𝑉𝑜 𝑗𝜔𝑡 −𝑖𝑉𝑜 𝑗𝜔𝑡 (39)
𝑖(𝑡) = ∫ 𝑉𝐿 𝑑𝑡 = ∫ 𝑉𝑜 𝑒 𝑗𝜔𝑡 𝑑𝑡 = 𝑒 = 𝑒
𝐿 𝐿 𝑖𝜔𝐿 𝜔𝐿

Então:

𝑖(𝑡) = −𝑖𝐼𝑜 𝑒 𝑗𝜔𝑡 (40)

A impedância do circuito será:


𝑉0 (41)
𝑍= = 𝑋𝐿
𝐼0

A quantidade XL é chamada REATÂNCIA INDUTIVA. Então:

𝑋𝐿 = 𝜔𝐿 (42)

19
Graficamente:

Figura 20 - Diagrama fasorial do circuito indutivo


𝜋
Podemos observar através da figura acima, que em um indutor a corrente está "atrasada" de 2
em relação à tensão.

3 CIRCUITO TRIFÁSICO EQUILIBRADO

3.1 CONCEITO

Os geradores monofásicos possuem apenas um enrolamento que, submetido à ação de um


campo magnético, produz apenas uma fase. Para demanda elevada de potência, usa-se geradores
trifásicos, pois para uma mesma potência, os circuitos trifásicos são mais econômicos. As três fases
são obtidas de maneira idêntica ao sistema monofásico, só que agora as três bobinas estão defasadas
de 120º elétricos no espaço entre si, dispostas no estator, e o enrolamento do campo girando com
velocidade constante. Com isso aparecerá nos terminais das bobinas do estator, tensões equilibradas,
ou seja, mesmo módulo e defasadas 120º elétricos no tempo, como mostra a Fig. 21.

20
Figura 21 - Diagrama Fasorial das tensões

As amplitudes e o defasamento das fases são idênticas entre si, por isso que dizem que é
equilibrado, se não forem idênticas é chamado de Sistema Trifásico desequilibrado. Nas redes elétricas
que abastecem as cidades ou grandes cargas, observamos três fios-fase e um fio-terra ou neutro. Já
nos circuitos de iluminação, podemos usar uma, duas ou três fases mais o neutro, concluímos assim
que número de fases depende da potência da carga instalada.

Nos circuitos trifásicos, há dois tipos básicos de ligação, tanto para os geradores e
transformadores como para as cargas: são as ligações em Delta ou em Estrela.

3.1.1 Ligação em Delta

Nesse tipo de configuração a tensão entre os terminais (os bornes) da carga é a mesma que a
existente entre as fases da rede, como ilustra a figura abaixo.'

Figura 22 - Ligação em Delta

21
Se a carga for equilibrada o módulo das correntes de fase na carga pode ser obtida
diretamente, sabendo-se as correntes de linha:

1 1 1 (43)
𝑖𝑎𝑏 = . 𝑖𝑎, 𝑖𝑏𝑐 = . 𝑖𝑏, 𝑖𝑐𝑎 = . 𝑖𝑐
√3 √3 √3

3.1.2 Ligação em Estrela

Corresponde no tipo de ligação trifásica onde se junta, em um único nó, um terminal de cada
enrolamento. Como pode ser visto na Fig. 23, a grande vantagem desse sistema é que temos duas
tensões diferentes, podendo ligar portanto cargas de comportamento (potência) diferentes, por
exemplo, motores ou lâmpadas.

Figura 23 - Ligação em Estrela

Nesse tipo de configuração e se a carga for equilibrada, a corrente de linha é igual à corrente
de fase e a intensidade da tensão de fase pode ser obtida a partir da tensão de linha, da seguinte
forma:

𝑉𝐴𝐵 𝑉𝐵𝐶 𝑉𝐶𝐴 (44)


𝑉𝐴𝑁 = 𝑉𝐵𝑁 = 𝑉𝐶𝑁 =
√3 √3 √3

22
4 FATOR DE POTÊNCIA

4.1 POTÊNCIA ATIVA E REATIVA

A maioria das cargas das unidades consumidores consome energia reativa indutiva, tais como:
motores, transformadores, reatores para lâmpadas de descarga, fornos de indução, entre outros. As
cargas indutivas necessitam de campo eletromagnético para seu funcionamento, por isso sua
operação requer dois tipos de potência:

Potência Ativa: potência que efetivamente realiza trabalho gerando calor, luz, movimento, etc. É
medida em KW.

Potencia Reativa: potência usada apenas para criar e manter os campos eletromagnéticos das
cargas indutivas. É medida em Kvar.

Figura 24 - Campo Magnético

Potencia Ativa é sempre consumida na execução de trabalho, a potência reativa, além de não
produzir trabalho, circula entre a carga e a fonte de alimentação, ocupando um espaço no sistema
elétrico que poderia ser utilizado para fornecer mais energia ativa.

4.2 FATOR DE POTÊNCIA

O fator de potência é a razão entre a potência ativa e a potência aparente. Ele indica a eficiência
do uso da energia. Um alto fator de potência indica uma eficiência alta e inversamente, um fator de
potência baixo indica baixa eficiência energética. Um triângulo retângulo é frequentemente utilizado
para representar as relações entre KW, KVAr e KVA, conforme a figura 25.

23
Figura 25 - Triângulo de Potência

𝐾𝑊 (45)
𝐹𝑃 = = cos(𝜑)
𝐾𝑉𝐴

4.3 CONSEQUÊNCIAS E CAUSAS DE UM BAIXO FATOR DE POTÊNCIA

As perdas de energia elétrica ocorrem em forma de calor e são proporcionais ao quadrado da


corrente total. Como essa corrente cresce com o excesso de energia reativa, estabelece – se uma
relação entre o incremento das perdas e o baixo fator de potência, provocando o aumento do
aquecimento de condutores e equipamentos.

4.3.1 Quedas de Tensão

O aumento da corrente devido ao excesso de energia reativa leva a quedas de tensão


acentuadas, podendo ocasionar a interrupção do fornecimento de energia elétrica e a sobrecarga em
certos elementos da rede. Esse risco é sobretudo acentuado durante os períodos nos quais a rede é
fortemente solicitada. As quedas de tensão podem provocar ainda, a diminuição da intensidade
luminosa das lâmpadas e aumento da corrente nos motores.

4.4 CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA

A correção do fator de potência tem como principal objetivo a especificação da potência reativa
necessária para a elevação do fator de potência, de forma a evitar a ocorrência de cobrança pela
concessionária dos valores referentes aos excedentes de demanda reativa e de consumo reativo e a

24
obter os benefícios adicionais em termos de redução de perdas e de melhoria do perfil de tensão da
rede elétrica.

Uma forma econômica e racional de se obter a energia reativa necessária para a operação
adequada dos equipamentos é a instalação dos capacitores próximos desses equipamentos (no caso
de um FP indutivo). A instalação de capacitores, porém, deve ser precedida de medidas operacionais
que levem à diminuição da necessidade de energia reativa, como o desligamento de motores e outras
cargas indutivas ociosas ou superdimensionadas.

5 PROJETO RESIDENCIAL

5.1 OBJETIVO

O objetivo desse capítulo é auxiliar o aluno a realização de um projeto elétrico de uma


residência baseado na norma técnica NDU 001 da Concessionária de energia da Paraíba - ENERGISA.
As características principais são:

5.1.1 Documentos exigidos pela concessionaria - ENERGISA

De acordo com o item 4.1.1 da NDU 001, a representação do projeto elétrico da instalação deve
ser constituída dos seguintes documentos:

Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) juntamente com o nome, número de registro do


CREA e assinatura do engenheiro ou técnico responsável, bem como a assinatura do proprietário da
obra.

 Memorial descritivo contendo localização e resumo da potência instalada.


 Planta da situação contendo indicação de quadros de medição.
 Planta baixa com a indicação do local da caixa de medição.
 Diagrama unifilar do ponto de entrega até a medição.
 Localização e especificação da caixa de medição e equipamentos de proteção geral.
 Detalhes do aterramento conforme NBR 5410.
 Quadro de carga referente a todos os centros de distribuição.
 Método de instalação dos condutores, conforme NBR 5410.

5.1.2 Anotação de Responsabilidade Técnica (ART)

25
Como mencionado acima um dos documentos necessários para a conclusão do projeto é o ART
no qual pode ser encontrado no site da disciplina (sexta aula) ou em anexo. É necessário o
preenchimento do mesmo com o nome, número de registro do CREA e assinatura do engenheiro ou
técnico responsável, bem como a assinatura do proprietário da obra.

5.1.3 Memorial Descritivo

No memorial descritivo deve ser exposto a localização e resumo das cargas instaladas, bem
como a demanda e o dimensionamento de condutores, eletrodutos e dispositivos de proteção.

5.2 PREVISÃO DE CARGAS

Para determinar a potência total prevista para a instalação elétrica, é preciso realizara previsão
de cargas. E isso se faz com o levantamento das potências (cargas) de iluminação e de tomadas a serem
instaladas.

5.2.1 Iluminação

Recomendações da norma ABNT NBR 5410 para o levantamento da carga de iluminação.

Condições para estabelecer a quantidade mínima de pontos de luz:

 Prever pelo menos um ponto de luz no teto, comandado por um interruptor de parede;
 Nas áreas externas, a determinação da quantidade de pontos de luz fica a critério do
instalador;
 Arandelas no banheiro devem estar distantes, no mínimo, 60 cm do limite do box ou da
banheira, para evitar o risco de acidentes com choques elétricos.

Condições para estabelecer a potência mínima de iluminação

A carga de iluminação é feita em função da área do cômodo da residência. Em área igual ou


inferior a 6 𝑚2 , atribuir no mínimo 100 VA. Em área superior a 6 𝑚2 , atribuir no mínimo 100 VA nos
primeiros 6 𝑚2 , acrescidos de 60 VA para cada aumento de 4 m inteiros.

Exemplo:

Área da sala: 4 m x 4 m = 16 𝑚2

26
Seguindo os critérios anteriores, a área pode ser dividida e a potência de iluminação atribuída
da seguinte maneira:
Tabela 2

Total
Área da sala (𝒎𝟐 ) 6 4 4 2 16
Potência atribuída (VA) 100 60 60 0 220

Atenção:
A norma ABNT NBR 5410 não estabelece critérios de
iluminação de áreas externas em residências, ficando
a decisão por contado projetista.

5.2.2 Tomadas

Recomendações da norma ABNT NBR 5410 para o levantamento da carga de pontos de


tomada de uso geral e especifico.

Condições para estabelecer a quantidade mínima de pontos de tomadas de uso geral (TUG):
Tabela 3

Local Área (𝒎𝟐 ) Quantidade mínima Potência mínima (VA) Observações


Banheiros(local com Qualquer 1 junto ao lavatório 600 A uma distância e
banheira e/ no mínimo 60 cm da
ou chuveiro) banheira ou do box. Se
houver mais de uma
tomada, a potência
mínima será de 600 VA
por tomada
Cozinha, copa, copa- Qualquer No mínimo uma tomada 600VA por ponto Acima de cada bancada
cozinha, área de serviço, para cada 3,5 m, ou de tomada, até 3 deve haver no mínimo
lavanderia e locais fração de perímetro. pontos, e 100 VA dois pontos de tomada,
similares por ponto adicional no mesmo ponto
ou em pontos distintos.
Varanda Qualquer 1 100 Admite-se que o ponto
de tomada não seja
instalado na própria
varanda, mas próximo
ao seu acesso, quando,
por causa da construção,
ela não comportar
ponto de tomada.
Salas e Dormitórios Qualquer 1 para cada 5 m, ou 100 No caso de salas de
fração de perímetro, estar, é possível que um
espaçadas tão ponto de tomada seja
uniformemente usado para alimentação
quanto possível. de mais de um
equipamento. Por isso, é
recomendável equipá-
las
com a quantidade de
tomadas necessárias.

27
Demais dependências Qualquer 1 ponto de 100 Quando a área do
tomada para cada cômodo ou da
5 m, ou fração dependência só for
de perímetro, se a área igualou inferior a 2,25
da m2,
dependência admite-se que esse
for superior a ponto seja posicionado
6 m2, devendo externamente ao
esses pontos ser cômodo
espaçados tão ou à dependência, no
uniformemente máximo a 80 cm da
quanto possível porta de acesso

Condições para estabelecer a quantidade de tomadas de uso especificas (TUE):

 De acordo com a NBR 5410, devem obrigatoriamente possuir circuitos exclusivos todos os
equipamentos que solicitam corrente igual ou superior a 10 amperes, e os circuitos terminais
que alimentam equipamentos de força motriz, como por exemplo, os aparelhos de ar-
condicionado;

 Os circuitos independentes são destinados à ligação de equipamentos fixos, como chuveiro,


torneira elétrica e secadora de roupas.

Chuveiro Torneira elétrica Secadora de roupas

Figura 26 - Equipamentos de uso domésticos

A potência nominal do equipamento a ser alimentado deve ser atribuída ao circuito.

Na tabela abaixo temos as potências dos aparelhos domésticos mais comuns:

28
Tabela 4- Potência média dos aparelhos

Aparelhos Potência (W)


Aquecedor de água de passagem 4.000 a 8.000
Aspirador de pó 500 a 1.000
Barbeador 8 a 12
Cafeteira 1.000
Churrasqueira 3.000
Chuveiro 2.500 a 7.500
Ar – Condicionado (tipo janela)
9.000 BTU/h 1.300
12.000 BTU/h 1.600
14.000 BTU/h 1.900
18.000 BTU/h 2.600
21.000 BTU/h 2.800
30.000 BTU/h 3.600

Aparelhos Potência (W)


Freezer residencial 500 a 800
Ferro de passar roupa 800 a 1.650
Forno micro-ondas 1.200
Liquidificador 270
Computador 300
TV 75 a 300
Ventilador 50 a 100
Observação:
As potências listadas nesta tabela podem ser diferentes das potências nominais dos aparelhos a ser
realmente utilizados. Verifique sempre os valores informados pelo fabricante.

Observação2: Veja uma lista mais completa na NDU 001 (Tabela 01).

5.2.3 Levantamento da potência total de uma residência


Para determinar a potência total prevista para a instalação elétrica, é preciso realizar a
previsão de cargas. E isso se faz com o levantamento das potências (cargas) de iluminação e de
tomadas a serem instaladas. Para exemplificar o cálculo de uma instalação elétrica, utilizaremos a
Residência-modelo a seguir:

29
Figura 27 – Planta baixa da Residência-modelo

30
Tabela 5- Cálculo de áreas de perímetros da residência

Dependência Dimensões
Área (m²) Perímetro (m)
Sala 4 x 4 = 16 4 + 4 + 4 + 4 = 16
Dormitório 4 x 4 = 16 4 + 4 + 4 + 4 = 16
Cozinha 3 x 4,25 = 12,75 3 + 3 + 4,25 + 4,25 = 14,5
Área de serviço 4x2=8 4 + 4 +2 + 2 = 12
Banheiro 2x3=6 2 + 2 + 3 + 3 = 10
Corredor (4 + 0,25 ) x 2 = 8,5 (4 + 0,25 )+(4 +
0,25 )+2+2=12,5
Tabela 6 - Previsão de cargas

Dependência Potência de Pontos de tomada Circuitos independentes


Iluminação(VA) Qde. Potência (VA) Discriminação Potência (W)
Sala 220 4 400
Dormitório 220 4 400
Cozinha 160 4 1.900 Torneira 3.500
Área de 100 4 1.900
serviço
Banheiro 100 1 600 Chuveiro 4.400
Corredor 100 3 300
Total 900 5.500 7.90

Potência aparente total (VA) Potência ativa total (W)


900 + 5.500 = 6.400 3.5000 + 4.400 = 7.900

No caso de alguns aparelhos, como o chuveiro e a torneira elétrica, a potência ativa já é fornecida,
podemos utilizá-la diretamente no cálculo da potência total.

A partir da tabela 5 calculam-se as dimensões de cada dependência e da tabela 6 faz-se o


levantamento da potência total envolvida (ou carga instalada) no projeto. A partir da potência total
pode-se determinar qual o tipo de fornecimento a ser utilizado.

Primeiro passo: Calcule a potência ativa de iluminação e dos pontos de tomada a partir da
potência aparente, utilizando o fator de potência.

Tomadas

Potência dos pontos de tomada = 5.500 VA

Fator de potência utilizado = 0,8

Potência ativa = 5.500 VA x 0,8 = 4.400 W

31
Iluminação

Potência de iluminação = 900 VA

Fator de potência utilizado = 1,00

Potência ativa = 900 VA x 1,00 = 900 W

Segundo passo: Calcule a potência ativa total.

Potência ativa de iluminação + Potência ativas dos pontos de tomada + Potência ativa dos
circuitos independentes = Potência ativa total

900 + 4.400 + 7.900 = 13.200 W

5.3 DIVISÃO DOS CIRCUITOS DA INSTALAÇÃO

A instalação elétrica de uma residência deve ser dividida em circuitos terminais. Isso facilita a
manutenção e reduz a interferência entre pontos de luz e tomada de diferentes áreas. Conforme as
recomendações da norma ABNT NBR 5410, a previsão dos circuitos terminais deve ser feita da seguinte
maneira:

 Os circuitos de iluminação devem ser separados dos circuitos de pontos de tomadas e dos
circuitos independentes (4.2.5.5);
 Todos os pontos de tomada de cozinhas, copas, copas cozinhas, áreas de serviço, lavanderias
e locais semelhantes devem ser atendidos por circuitos exclusivos (9.5.3.2);
 Todo ponto de utilização previsto para alimentar equipamento com corrente nominal superior
a 10 A, de modo exclusivo ou ocasional, deve constituir um circuito independente.

Além desses critérios, o projetista precisa considerar também as dificuldades referentes a


execução da instalação.

5.4 CÁLCULO DAS CORRENTES

Agora vamos calcular as correntes Ic (corrente calculada) e Ib (corrente de projeto) do circuito


de distribuição e dos circuitos terminais, para que, mais adiante, possamos dimensionar as seções
(bitolas) dos fios ou dos cabos.

Por que calcular Ic e Ib? Quando vários fios são agrupados em um mesmo eletroduto, eles se
aquecem, e o risco de um curto-circuito ou princípio de incêndio aumenta. Para que isso não ocorra,

32
e necessário utilizar fios ou cabos de maior seção (bitola), para diminuir os efeitos desse aquecimento.
Então a corrente Ic e corrigida através do fator de agrupamento (f) que é encontrado na tabela 45 da
norma NBR 5410, resultando em uma corrente maior Ib, que é utilizada para determinar a seção
(bitola) dos condutores.

Onde:

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜


𝑰𝒄 =
𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙
𝐼𝑐
𝑰𝒃 =
𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑎𝑔𝑟𝑢𝑝𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

5.5 CÁLCULO DA DEMANDA DO CIRCUITO DE DISTRIBUIÇÃO

A partir da potência instalada pode se determinar a demanda, como disposto no item 14 da


norma NDU 001.

A demanda provável do consumidor, em kW, é calculada pela seguinte expressão:

D(kW) = D(kVA) x 0,92


Onde:

D(kVA) = (d1 + d2 + d3 + d4 + d5 + d6 + d7)


sendo:

d1(kVA) = Demanda de iluminação e tomadas, calculada conforme fatores de demanda da


tabela 2.
d2(kVA) = Demanda dos aparelhos para aquecimento de água(chuveiros, aquecedores,
torneiras etc.) calculada conforme tabela 3 da NDU 001.
d3(kVA) = Demanda secador de roupa, forno de micro-ondas máquina de lavar louça e
hidromassagem calculada conforme tabela 4 da NDU 001.
d4(kVA) = Demanda de fogão e forno elétrico calculada conforme tabela 5 da NDU 001.
d5(kVA) = Demanda dos aparelhos de ar-condicionado tipo janela ou centrais individuais,
calculada conforme tabelas 6, 7 e 8, da NDU 001 respectivamente, para as residências e não
residências; Demanda das unidades centrais de ar-condicionado, calculadas a partir das respectivas
correntes máximas totais , valores a serem fornecidos pelos fabricantes e considerando-se o fator de
demanda de 100%.
d6(kVA) = Demanda dos motores elétricos e máquinas de solda tipo motor gerador, conforme
tabelas 9 e 10 da NDU 001. Não serão permitidos, motores com potência maior que 30CV, os métodos
de partidas dos motores trifásicos, conforme tabela 12.

33
d7(kVA) = Demanda de máquinas de solda a transformador e aparelhos de raio X, calculadas
conforme tabela 11 da NDU 001.

A NDU 001 está exposta no site da disciplina.

Para o nosso exemplo seguiremos os seguintes passos para o cálculo da demanda:

Primeiro passo: some os valores das potencias ativas de iluminação e dos pontos de tomada.
O resultado é a potência instalada.

900 W + 4.400 W = 5.300 W

Segundo passo: os 5.300 W de potência instalada seriam consumidos apenas se todos os


circuitos funcionassem ao mesmo tempo com a carga máxima para a qual foram projetados. Como
não pratica isso não ocorre, multiplique a potência instalada pelo fator de demanda correspondente
para encontrar a demanda máxima, ou seja, a máxima potência que realmente será utilizada
simultaneamente.

Figura 27 - Tabela 02 da NDU 001 (Fatores de demanda para iluminação e pequenos aparelhos)

Como os 5.300 W de potência instalada estão na faixa entre 5.001 e 6.000 W, o fator de
demanda a ser utilizado e 0,45.

5.300 W x 0.45 = 2.400 W (Demanda máx. dos circuitos de iluminação e de tomada)

34
Terceiro passo: em seguida, some as potencias instaladas dos circuitos independentes – no
nosso exemplo, são os circuitos para o chuveiro e a torneira elétrica – e multiplique o resultado pelo
fator de demanda correspondente. O fator de demanda dos circuitos independentes é obtido em
função do número de aparelhos previstos no projeto (Tabelas de 03 a 08 da NDU 001).

Figura 28 - Tabela 03 da NDU 001(Fatores de demanda para aparelhos de aquecimento de água)

Potência total instalada = 4.400 W + 3.500 W = 7.900 W

Demanda máxima dos circuitos independentes = 7.900 W x 0.75 = 5.925 W.

Quarto passo: some os valores das demandas máximas de iluminação, pontos de tomada e
circuitos independentes.

2.400 W + 5.925 W = 8.325 W

35
Quinto passo: esse valor (8.325 W) corresponde a potência ativa instalada no circuito de
distribuição. Na tabela 14 da NDU 001, utilizando esse valor, encontraremos as bitolas dos condutores,
eletrodutos e demais informações para a entrada de energisa da residência.

Figura 29 - Tabela 14 da NDU 001

No nosso caso o método de instalação será o M2 (Monofásico 2)

Figura 30 - Método de instalação M2

5.6 CÁLCULO DA CORRENTE DOS CIRCUITOS TERMINAIS

Obedecendo aos critérios estabelecidos pela norma ABNT NBR 5410, o projeto deve possuir,
no mínimo, quatro circuitos terminais:

 um para iluminação;
 um para os pontos de tomada;
 dois para os circuitos independentes (chuveiro e torneira elétrica).

36
Circuitos de iluminação: optou-se por dividir as cargas de iluminação em dois circuitos, mesmo
sendo pequena a potencia de cada um, pois, em caso de defeito ou manutenção, não é necessário
desligar toda a iluminação.

Circuitos de pontos de tomada: optou-se por dividir as cargas dos pontos de tomadas em três
circuitos, para não misturar no mesmo circuito os pontos de tomada da cozinha, da área de serviço,
do corredor e do banheiro com os pontos de tomada da sala e do dormitório, conforme a
recomendação 9.5.3.2 da norma ABNT NBR 5410.

Primeiro passo: monte a tabela de divisão dos circuitos.


Tabela 7

N° Circuito Tensão (V) Locais


1 Iluminação social 220 Sala, Dormitórios, Corredor e
Banheiro.
2 Iluminação serviço 220 Cozinha e área de serviço
3 Pontos de tomada 220 Cozinha
4 Pontos de tomada 220 Área de serviço, corredor e
banheiro
5 Pontos de tomada 220 Sala e dormitório
6 Circuitos 220 Torneira elétrica
independentes
7 Circuitos 220 Chuveiro
independentes
Distribuição 220 Circuito entre o quadro de
medição e o quadro de
distribuição

Os circuitos foram divididos desta maneira, seguindo os critérios já citados anteriormente. No


caso de um projeto real, pode-se optar por uma quantidade menor de circuitos conforme a
necessidade.

Tabela 8

Nº do Tensão Locais Potência (VA) Corrente


circuito (V) Qde. x Total Ic
Pot.
1 220 Sala, Dormitórios, 1 x 220 640 2,9 A
Corredor e Banheiro. 1 x 220
1 x 100
1 x 100
2 220 Cozinha e área de 1 x 160 260 1,2 A
serviço 1 x 100
3 220 Cozinha 3 x 600 1.900 8,6 A
1 x 100

37
4 220 Área de serviço, 3 x 600 2.800 12,7 A
corredor e banheiro 1 x 100
3 x 100
1 x 600
5 220 Sala e dormitório 4 x 100 800 3,6 A
4 x 100
6 220 Torneira elétrica 1 x 3.500 3.500 15,9 A
7 220 Chuveiro 1 x 4.400 4.400 20 A
220 Circuito entre o 8.325 W 38 A
quadro de medição e (calculo
o quadro de na pag.
distribuição 32)
Atenção: as potências aparentes do chuveiro e da torneira podem ser consideradas iguais as
suas respectivas potências ativas. Como as lâmpadas incandescentes, elas possuem apenas carga
resistiva, e, portanto, o fator de potência utilizado e igual a 1,00.

5.7 DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES

Para encontrar a bitola correta do fio ou do cabo a serem utilizados em cada circuito,
utilizaremos a tabela 11 (baseada na tabela de tipos de linhas elétricas da norma ABNT NBR 5410),
onde encontramos o método de referência das principais formas de se instalar fios e cabos em uma
residência.

Em nosso exemplo do circuito 1, supondo que o teto seja de laje e que os eletrodutos serão
embutidos nela, podemos utilizar “condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto de seção
circular embutido em alvenaria”. E o segundo esquema na tabela. Seu método de referência é B1. Se
em vez de laje o teto fosse um forro de madeira ou gesso, utilizaríamos o quarto esquema, e o método
de referência mudaria.

38
Figura 31- Tabela 33 da NBR 5410

Após determinar o método de referência, escolhe-se a bitola do cabo ou do fio que serão
utilizados na instalação. A quantidade de condutores carregados no circuito (fases e neutro) também
influencia a escolha. No exemplo do circuito 1, ha dois condutores carregados (uma fase e um neutro).
Conforme a tabela 8, sua corrente 2.9 A, e o método de referência que devemos utilizar e B1. Portanto,
de acordo com a tabela 9, a seguir, a seção (bitola) mínima do condutor deve ser 0,5 mm2 .

39
Figura 32 - Tabela 34 da NBR 5410

Sendo assim podemos calcular a bitola dos condutores de todos os circuitos terminais da
residência, levando em consideração que a norma ABNT NBR 5410 determina seções mínimas para os
condutores de acordo com a sua utilização. Para iluminação a seção mínima é de 1,5 mm² e para força
(tomadas) é de 2,5 mm².

Tabela 9

Circuito Tipo Seção mínima (mm²)


1 Iluminação 1,5
2 Iluminação 1,5
3 Alimentação 2,5
4 Alimentação 2,5
5 Alimentação 2,5
6 Alimentação 4,0
7 Alimentação 6,0
Distribuição Alimentação 10,0

5.7.1 Condutores de neutro e de proteção.

Normalmente, em uma instalação todos os condutores de um mesmo circuito tem a mesma


seção (bitola), porem a norma ABNT NBR 5410 permite a utilização de condutores de neutro e de
proteção com seção menor que a obtida no dimensionamento nas seguintes situações:

Condutor de neutro: em circuitos trifásicos em que a seção obtida no dimensionamento seja


igual ou maior que 35 mm2, a seção do condutor de neutro poderá ser como na tabela 48 da norma
ABNT NBR 5410 :

40
Tabela 10 – Tabela 48 da Norma ABNT NBR 5410

Seção dos condutores Seção do neutro


(mm²) (mm²)
35 25
50 25
70 35
95 50

As condições de utilização dessa tabela são dadas em 6.2.6.2.6

Condutor de proteção: em circuitos em que a seção obtida seja igual ou maior que 25 mm2, a
seção do condutor de proteção poderá ser como indicada na tabela 58 da norma ABNT NBR 5410:

Tabela 11 –Tabela 58 da Norma ABNT NBR 5410

Seção dos condutores Seção do neutro


(mm²) (mm²)
25 16
35 16
50 25
70 35

5.7.2 Coloração dos condutores

De acordo com a norma ABNT NBR 5410, os condutores deverão ter as colorações abaixo.

 Condutor de proteção (PE ou terra): verde ou verde-amarelo.


 Condutor de neutro: azul.
 Condutor de fase: qualquer cor, exceto as utilizadas no condutor de proteção e no condutor
de neutro.
 Condutor de retorno (utilizado em circuitos de iluminação): utilizar preferencialmente a cor
preta.

5.8 DIMENSIONAMENTO DOS ELETRODUTOS

Com as seções dos fios e dos cabos de todos os circuitos já dimensionadas, o próximo passo e
o dimensionamento dos eletrodutos. O tamanho nominal e o diâmetro externo do eletroduto
expresso em mm, padronizado por norma. Esse diâmetro deve permitir a passagem fácil dos
condutores. Por isso, recomenda-se que os condutores não ocupem mais que 40% da área útil dos

41
eletrodutos. Proceda da seguinte maneira em cada trecho da instalação:

 Conte o número de condutores que passarão pelo trecho;


 Dimensione o eletroduto a partir do condutor com a maior seção (bitola) que passa pelo
trecho.

Tendo em vista as considerações acima, a tabela a seguir fornece diretamente o tamanho do


eletroduto.

6 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO

42
6.1 PRINCIPAIS FALHAS ENCONTRADAS NAS INSTALAÇÕES

 Fuga de corrente: por problemas na isolação dos fios, a corrente “foge” do circuito e pode ir
para a terra (através do fio terra). Quando o fio terra não existe, a corrente fica na carcaça dos
equipamentos (eletrodomésticos), causando o choque elétrico.

 Sobrecarga: é quando a corrente elétrica é maior do que aquela que os fios e cabos suportam.
Ocorre quando ligamos muitos aparelhos ao mesmo tempo. Os fios são danificados pelo
aquecimento elevado.

 Curto-circuito: é causado pela união de dois ou mais potenciais (por ex.: fase-neutro/fase-
fase), criando um caminho sem resistência, provocando aquecimento elevado e danificando a
isolação dos fios e cabos, devido aos altos valores que a corrente elétrica atinge nessa situação.

 Sobretensão: é uma tensão que varia em função do tempo, ela varia entre fase e neutro ou
entre fases, cujo valor é superior ao máximo de um sistema convencional. Essa sobretensao
pode ter origem interna ou externa.
Externa: descargas atmosféricas
Interna: curto-circuito,falta de fase, manobra de disjuntores etc.

6.2 DISJUNTOR

Disjuntores são dispositivos utilizados para comando e proteção dos circuitos contra
sobrecarga e curtos-circuitos nas instalações elétricas. O disjuntor protege os fios e os cabos do
circuito. Quando ocorre uma sobrecorrente provocada por uma sobrecarga ou um curto-circuito, o
disjuntor e desligado automaticamente. Ele também pode ser desligado manualmente para a
realização de um serviço de manutenção. Os disjuntores para instalações domesticas devem atender
a norma ABNT NBR NM 60898.Para os disjuntores que atendam a esta norma, ela determina que
devem atuar com correntes nominais de até 125A com uma capacidade de curto-circuito de até
25.000A com tensão até 440V.

6.2.1 Funcionamento do Disjuntor

Na ocorrência de uma sobrecorrente, provavelmente de uma sobrecarga ou curto-circuito, o


disjuntor atua interrompendo o circuito elétrico de modo a protegê-lo. Estes disjuntores
termomagnéticos possuem o elemento térmico contra sobrecarga e o elemento magnético contra
curto-circuito. Quando há um excesso de corrente fluindo num circuito, dizemos que está havendo
uma sobrecarga corrente além da prevista. Surgindo esta condição num circuito, o elemento térmico
que protege o circuito contra sobrecargas entra em ação e desliga o circuito.

O elemento térmico e chamado de bimetal e é composto por dois metais soldados


paralelamente, possuindo coeficientes de dilatação térmica diferente. Caso haja no circuito uma

43
pequena sobrecarga de longa duração, o rele bimetálico atua sobre o mecanismo de disparo, abrindo
o circuito. No caso de haver um curto-circuito, o magnético e quem atua sobre o mecanismo de disparo,
abrindo o circuito instantaneamente. Um curto-circuito pode ser definido como uma elevação brusca
da carga de um circuito.

6.2.2 Tipos de disjuntores termomagnéticos

Os tipos de disjuntores termomagnéticos mais utilizados no mercado residencial são:


monopolares, bipolares e tripolares.

Figura 33 - Disjuntor termomagnético

6.2.3 Escolha da corrente nominal

Correntes nominais: a norma ABNT NBR NM 60898 define a corrente nominal (In) como a
corrente que o disjuntor pode suportar ininterruptamente, a uma temperatura ambiente de
referência, normalmente 30° C. Os valores preferenciais de In indicados pela norma ABNT NBR IEC
60898 são: 6, 10, 16, 20, 25, 32, 40, 50, 63, 80, 100 e 125A.

A corrente nominal (In) deve ser maior ou igual a corrente de projeto do circuito e menor ou
igual a corrente que o condutor suporta. Sendo assim o disjuntor protege tanto o circuito como o
condutor.

𝑰𝒃 ≤ 𝑰𝒏 ≤ 𝑰𝒛

 Ib – Corrente de projeto, ou seja, a corrente que passa pelo circuito;


 In – Corrente nominal do disjuntor utilizado;
 Iz – Corrente que o condutor utilizado no seu circuito suportará.

Tomando como exemplo um circuito em que a medida da corrente de projeto seja Ib=29A e
que nesse circuito a bitola do condutor seja de 4mm², tendo em vista que esse condutor vai suportar
uma corrente de até 32A sem danificar o circuito, temos que:

𝟐𝟗 ≤ 𝑰𝒏 ≤ 𝟑𝟐

44
Logo, o nosso disjuntor deve ser dimensionado nesse intervalo de valores, e de acordo com a
norma ABNT NBR IEC 60898 que indica os valores de In que são: 6, 10, 16, 20, 25, 32, 40, 50, 63, 80,
100 e 125A. O disjuntor a ser utilizado neste caso será o de 32A.

A norma ABNT NBR NM 60898 define, para atuação instantânea do disjuntor, as curvas B, C e
D:

• curva de disparo magnético B: atua entre 3 e 5 x In (corrente nominal), para circuitos


resistivos (chuveiros, lâmpadas incandescentes, etc);
• curva de disparo magnético C: atua entre 5 e 10 x In (corrente nominal), para circuitos de
iluminação fluorescente, tomadas e aplicações em geral;
• curva de disparo magnético D: atua entre 10 e 20 x In (corrente nominal), para circuitos
com elevada corrente de energização.

O disjuntor deve trazer essa informação gravada no produto. A indicação e feita com a letra
definidora da curva de atuação, seguida do valor da corrente nominal. Assim, por exemplo, uma
marcação C10 significa que o disjuntor e tipo C (ou curva C) e sua corrente nominal e 10A e a
capacidade de interrupção dada em milhares de Amperes (kA), por exemplo, uma marcação 6000
significa que a capacidade de interrupção do disjuntor e 6000 A ou 6kA.

6.3 DPS (DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS)

Os dispositivos de proteção contra surtos (DPS) são destinados a proteção das instalações
elétricas e dos equipamentos elétricos e eletrônicos contra os efeitos diretos e indiretos causados
pelas descargas atmosféricas. São conhecidos por limitar e eliminar as descargas atmosféricas. O DPS
protege a instalação elétrica e seus componentes contra as sobretensoes provocadas diretamente
pela queda de raios na edificação ou na instalação ou provocadas indiretamente pela queda de raios
nas proximidades do local. Em alguns casos, as sobretensoes podem também ser provocadas por
ligamentos ou desligamentos que acontecem nas redes de distribuição da concessionária de energia
elétrica. As sobretensoes são responsáveis, em muitos casos, pela queima de equipamentos
eletroeletrônicos e eletrodomésticos, particularmente aqueles mais sensíveis, tais como
computadores, impressoras, scanners, TVs, aparelhos de DVDs, fax, secretarias eletrônicas, telefones
sem fio, etc.

6.3.1 Instalação do DPS

Os DPS deverão ser instalados próximos a origem da instalação ou no quadro principal de


distribuição, porem pode ser necessário um DPS adicional para proteger equipamentos sensíveis e
quando a distância do DPS instalado no quadro principal é grande (> 30m). Estes DPS secundários
deverão ser coordenados com o DPS a montante.

A capacidade do DPS pode ser definida considerando dois fatores:

45
 Onde o local e mais propenso a descargas atmosféricas, escolher um DPS com maior
intensidade,
 Quando o local e propenso a poucas descargas atmosféricas, escolher um DPS com
menor intensidade.

No mercado, as intensidades mais utilizadas são: 8 kA, 20 kA, 40 kA e 65 kA. Nas instalações
residenciais, onde o condutor neutro e aterrado no padrão de entrada da edificação, os DPS são
ligados entre os condutores de fase e a barra de aterramento do quadro de distribuição.

6.4 DISJUNTOR DIFERENCIAL RESIDUAL

É um dispositivo constituído de um disjuntor termomagnético acoplado a outro dispositivo: o


diferencial residual. Sendo assim, ele conjuga as duas funções:

• do disjuntor termomagnético: protege os condutores do circuito contra sobrecarga e curto-


circuito;
• do disjuntor diferencial residual: protege as pessoas contra choques elétricos provocados
por contatos diretos e indiretos.

6.4.1 Dispositivos DR - Diferencial residual

O dispositivo DR protege as pessoas e os animais contra os efeitos do choque elétrico por


contato direto ou indireto (causado por fuga de corrente) e contra incêndios. Ele conjuga duas
funções:

• do interruptor: que liga e desliga, manualmente o circuito,


• do dispositivo diferencial residual (interno): que protege as pessoas contra os choques
elétricos provocados por contatos diretos e indiretos

6.4.2 Choque elétrico


O DR protege pessoas e animais contra choques elétricos causados por contatos diretos ou
indiretos que produzam uma corrente para a terra:

6.4.2.1 Proteção básica (contato direto)

É o contato acidental, seja por falha de isolamento, por ruptura ou remoção indevida de partes
isolantes: ou, então, por atitude imprudente de uma pessoa com uma parte elétrica normalmente
energizada (parte viva).

6.4.2.2 Proteção supletiva (contato indireto)

46
É o contato entre uma pessoa e uma parte metálica de uma instalação ou componente,
normalmente sem tensão, mas que pode ficar energizada por falha de isolamento ou por uma falha
interna. Em condições normais, a corrente que entra no circuito é igual a que sai. Quando acontece
uma falha no circuito, gerando fuga de corrente, a corrente de saída é menor que a corrente de
entrada, pois uma parte desta se perdeu na falha de isolação. O dispositivo DR é capaz de detectar
qualquer fuga de corrente. Quando isso ocorre, o circuito é automaticamente desligado. Como o
desligamento é instantâneo, a pessoa não sofre nenhum problema físico grave decorrente do choque
elétrico, como parada respiratória, parada cardíaca ou queimadura.

O dispositivo DR (diferencial residual) não protege contra sobrecargas nem de curto-circuito,


por este motivo não dispensa o uso do disjuntor, os dois devem ser ligados em série e o DR após o
disjuntor. A norma ABNT NBR 5410:2004 recomenda o uso do dispositivo DR (diferencial residual) em
todos os circuitos, principalmente nas áreas frias e úmidas ou sujeitas a umidade, como cozinhas,
banheiros, áreas de serviço e áreas externas (piscinas, jardins). Assim como o disjuntor, ele também
pode ser desligado manualmente se necessário.

6.4.3 Uso obrigatório de dispositivo DR de alta sensibilidade (30mA)

Segundo a norma ABNT NBR 5410, o uso do DR de alta sensibilidade é obrigatório nos
seguintes casos:

 Circuitos que alimentam tomadas de corrente situadas em áreas externas a edificação;


 Circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam vir a alimentar
equipamentos no exterior;
 Por extensão, também os circuitos de iluminação externa, como a de jardins;
 Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em locais que contenham chuveiro
ou banheira;
 Pontos de utilização situados em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço,
garagens e demais dependências internas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens.

Admite-se a exclusão de pontos que alimentem aparelhos de iluminação posicionados a uma altura
igual ou superior a 2,5 m.

7 CONHECENDO O CAD E ALGUNS COMANDOS BÁSICOS

47
7.1 INTRODUÇÃO

Essa apostila será um utilitário para de forma rápida começarmos a desenhar no Autocad com
algumas ferramentas básicas suficientes para se fazer o desenho de uma planta ou instalação elétrica,
que é o objetivo da disciplina.

7.2 AMBIENTE DE TRABALHO

 Letra A de AutoCAD: atalho para as principais opções AutoCAD: New, Open, Save, Save
as, Export, Publish, Print, Drawing utilities, Close.
 Barra de acesso rápido: barra com atalhos para acesso rápido do AutoCAD.
 Workspace: menu de acesso aos tipos de Wokspace do AutoCAD 2013.
 Barra de Menu: barra que contém os principais menus do AutoCAD.
 Panels / Toolbars: menus com os principais atalhos para determinada atividade de
cada menu principal.
 Área gráfica: área de trabalho para o usuário realizar os desenhos.
 ZOOM: principais atalhos de zoom e de visualização da área gráfica.
 Eixo de Referência: eixo principal de referência das coordenadas nos eixos X, Y e Z (3D).
 Linha do comando: local de inserção dos comandos a serem realizados.
 Janelas gráficas: janelas de inserção (Model) ou visualização (Layouts) do desenho.
 Barra de Status: barra que contém os comandos de precisão e as principais
configurações do AutoCAD 2013.

Figura 34 - Tela principal do AutoCAD

48
7.2.1 Home

Figura 35 - Menu Home

Menu com ferramentas de desenho, edição, layers, textos, blocos etc.

7.2.2 Insert

Figura 36 - Menu Insert

Menu com ferramentas de blocos, arquivos de referência, arquivos de sistemas “nuvem” etc.

7.2.3 Annotate

Figura 37 - Menu Annotate

Menu com ferramentas de texto, dimensão, linhas de chamadas, tabelas, escalas anotativas
etc.

7.2.4 Parametric

Figura 38 - Menu Parametric

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Menu com ferramentas de projetos paramétricos.

7.3 CRIANDO BIBLIOTECAS

7.3.1 Criação de um bloco

Primeiramente, deve-se desenhar os traços que farão parte do seu bloco, Fig. 39.

Figura 39 - Criando um bloco

Em seguida, selecione todos os traços do seu desenho e clique em Write Block, Fig. 40, Menu
Insert e Panel Block Definition, ou então digite wblock, ou simplesmente ‘w’ e aperte Enter.

Figura 40 - Menu Block Definition

50
Com isso, a tela da Fig. 41 aparecerá.

Figura 41 - Write Block

Em seguida, para a adição do bloco, siga os seguintes passos:

 Clique em “Select objects”, selecione todos os traços pertencentes ao bloco e aperte


“Enter”.
 Selecione a opção Convert to block.
 Clique em “Pick point” e selecione o ponto base do seu bloco.
 Em “File name and path:”, defina o local onde será salvo o bloco, bem como o seu
nome, cujo padrão é “new block”.
 Modifique a unidade do seu bloco para condizer com a do seu desenho ou deixe como
está.
 Aperte em OK para finalizar.

Pronto, o seu bloco está criado. Caso deseje editar algum bloco depois de criado, basta dar
dois cliques no bloco e, na janela que abrir, Fig. 42, selecionar o bloco desejado ou clicar em Block
Editor, mostrado anteriormente na Fig. 40.

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Figura 42 - Edit block definition

7.3.1.1 Criação de outros blocos

Podemos desenhar as paredes da planta baixa utilizando as seguintes funções:

 Pline – desenha linhas contíguas;


 Layers – Cria padrão de linhas;
 Las – Utilizar os padrões definidos;
 Trim – Para deletar(Tem que selecionar o ENTER duas vezes);
 u – desfazer.

Podemos desenhar as janelas da planta baixa utilizando as seguintes funções:

 pline – desenha linhas contíguas;


 offset – Traça paralelas;
 trim – Para deletar(Tem que selecionar o ENTER duas vezes).

Podemos desenhar as portas da planta baixa utilizando as seguintes funções:

 pline – desenha linhas contíguas;


 offset – Traça paralelas;
 trim – Para deletar(Tem que selecionar o ENTER duas vezes);
 Mirror – espelha um desenho;
 Las – cria um layer.

52
7.3.2 Parâmetros e Ações

Alguns blocos, ao serem inseridos, necessitam passar por determinadas alterações de posição,
como pontos de tomada sendo rotacionados ou espelhados. De forma a agilizar essas ações, pode-se
inserir parâmetros e ações na criação do bloco. Primeiro, criaremos um bloco chamado Tomadas, Fig.
43.

Figura 43 - Block editor

Em seguida, deve-se entrar no Block Editor, como explicado anteriormente. Serão utilizadas as
ferramentas da aba Palettes, ela aparece automaticamente ao se acessar o Block Editor, Fig. 43.

Figura 44 - Menu Palettes

53
Primeiro, deve-se inserir o parâmetro, seguido da ação. Ao selecionar a aba Parameters, faça
os passos a seguir para inserir um parâmetro de rotação no seu bloco.

 Selecione o parâmetro Rotation.


 Selecione o ponto base.
 Defina o raio base de rotação.
 Defina o ângulo base de rotação.
 Determine a localização do parâmetro.

Ao finalizar, seu bloco terá sido criado, Fig. 45.

Figura 45 - Bloco com parâmetro

Ao inserir o parâmetro, surge um ponto de exclamação no seu bloco. Isso indica que foi criado
um parâmetro e que falta inserir uma ação. Selecionando a opção Action na aba Palletes, siga as
seguintes ações para inserir a ação de rotação no seu bloco.

 Selecione a ação Rotate.


 Selecione o parâmetro de rotação inserido.
 Selecione o bloco.

Ao final, a ação terá sido inserida com sucesso. Faça o mesmo para o parâmetro de
espelhamento, Flip, Fig. 46.

54
Figura 46 - Bloco com ação

Com o bloco finalizado, insira-o no projeto criado. Note que, ao selecionar o bloco, surgiram
pontos em azul, semelhantes aos da Fig. 46. São as ações inseridas. O círculo representa a rotação,
bastando clicar e arrastar formando um arco. A seta representa o espelhamento, bastando clicar para
espelhar o bloco.

7.4 APRIMORANDO O DESENHO

Colocar objetos:

 Utilizar a função insert.


 Para aumentar ou diminuir o tamanho dos objetos será utilizada a função scale.

Para colocar uma hachure:

 Utiliza a função hatch e seleciona qual a melhor opção.

Para escrever:

 Nomeia-se um estilo, style name, e depois copia, dtext.

7.5 DESENHAR A INSTALAÇÃO ELÉTRICA

55
Com a planta baixa desenhada, o próximo passo é fazer a instalação elétrica com base nas
normas:

 dli – responsável por fazer o dimensionamento, ou seja, as cotas (1:50);


 copy – copia a imagem e arrasta;
 Circle – para fazer o ponto de iluminação;
 Spline – desenha linhas curvas;
 Rotate – rotacional o objeto;
 list - Diz o comprimento do conductor.

7.6 VISÃO GERAL DE UM PROJETO


7.6.1 Legenda

Figura 47 - Legendas

7.6.2 Layers

56
Figura 48 - Layers

7.6.3 Quadro auxiliar

Figura 49 - Quadro de cargas

7.7 CRIANDO LAYOUTS

57
7.7.1 Escalas de Plotagem

Para se configurar corretamente a escala de um desenho, deve-se primeiro definir a unidade


do seu desenho, pois embora a aba Model seja adimensional, a aba Layout trabalha em milímetros.
Para isso, define-se o fator de referência (F.R.), ou seja:

 1 unidade do seu desenho represente 1 metro, F.R. = 1000;


 1 unidade do seu desenho represente 1 centímetro, F.R. = 10;
 1 unidade do seu desenho represente 1 milímetro, F.R. = 1;

Com isso, depois de definir a escala que você deseja utilizar, clique em Scale List, Fig. 50, que
fica em Annotation Scaling do menu Annotate.

Figura 50 - Annotation scaling

Surgira a janela da Fig. 51.

Figura 51 - Edit drawing scales

Com isso, selecione a escala que você deseja utilizar e clique em Edit, Fig. 52.

58
Figura 52 - Edit Scale

Em Paper units, digite o fator de referência que você está utilizando. Na tela de Layout,
selecione a viewport da qual você deseja modificar a escala, insira o comando Zoom e depois digite a
escala desejada.

Para entender melhor o que significa cada valor e saber qual escala utilizar, pense de acordo
com o seguinte exemplo:

 O seu desenho tem um tamanho total de 10 m, com isso, seu fator de referência
será F.R. = 1000.
 Na plotagem, esse desenho deve ter um tamanho igual a 100 mm reais.
 Sua relação de escala então é 100 para 10.
 comando a ser executado deve ser zoom seguido de 100/10xp.
 Como seu fator de referência é 1000, sua relação de escala passa a ser 1000 para
100, ou seja, escala 1:100

Caso sua unidade de trabalho esteja em milímetros, sua escala é de expansão, com isso,
aconteceria da seguinte forma:

 O seu desenho tem um tamanho total de 10 mm, com isso, seu fator de referência
serpa F.R. = 1.
 Na plotagem, esse desenho deve ter um tamanho igual a 100 mm reais.
 Sua relação de escala então é 100 para 10.
 comando a ser executado deve ser zoom seguido de 100/10xp.
 Como seu fator de referência é 1, sua relação de escala passa a ser 10 para 1, ou
seja, escala 10:1

Note que nos dois casos, o comando de zoom inserido foi o mesmo, pelo fato de a aba Model
ser adimensional, no entanto o nome da escala designada é diferente de acordo com o F.R. definido.

59
7.7.2 Gerando arquivos de plotagem

Para realizar as configurações de plotagem, deve-se usar o menu Plot, que é aberto acessando
o menu inicial do AutoCAD, opção Print e clicando em Plot. Temos, então, a janela da Fig. 53.

Figura 53 - Plot Model

Abaixo estão listados os comandos disponíveis na janela Plot - Model.

O campo Page Setup permite que, após configurar os parâmetros de impressão, estes
parâmetros sejam salvos.

O campo Printer/plotter é onde é selecionada a impressora.

O campo Paper size permite a parametrização das dimensões do papel.

O campo Plot area permite configurar a área específica de impressão. Há três especificações:

 Display: imprime o conteúdo visível do zoom do AutoCAD na ativação do plot;


 Limits: imprime todo o Limits do desenho, definido pelo comando Drawing Limits;

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 Window: permite a seleção da área a ser impressa.

O camrpo Plot Offset localiza em relação aos eixos X e Y da área a ser impressa em relação à
folha, sendo a opção Center Plot útil caso se deseje centralizar o desenho no centro da folha.

O campo Plot Scale permite configurar a escala de impressão do desenho.

O campo Plot Style Table permite configurar cores, espessuras dentre várias outras partes da
impressão do desenho.

Como as viewports já foram todas configuradas corretamente no ambiente Layout, defina o


papel, a impressora e as “penas” a serem utilizadas e pronto, a impressão já pode ser realizada.

8 REFERÊNCIAS
Montero, R. R. L. (2014). Eletrotécnica Geral. Campina Grande.

Moreno, H. (2003). Instalações Eletricas Residênciais. ELEKTRO/PIRELLI.

Schneider Electric. (s.d.). Manual e Catálogo do Eletricista - Guia prático para instalações residenciais
e prediais.

Só Física. (s.d.). Associação de Resistores. Fonte: Só Física:


http://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/Eletrodinamica/associacaoderesi
stores.php

Só Física. (s.d.). Resistência Elétrica. Fonte: Só Física:


http://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/Eletrodinamica/resistencia.php

WEG. (s.d.). Manual para Correção de Fator de Potência. Jaraguá do Sul.

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