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Câmara Municipal de Ilhéus

1 Segunda-feira • 14 de Maio de 2012 • Ano VIII • Nº 162


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Câmara Municipal de
Ilhéus publica:
• Lei N° 3.598 de 09 de Maio de 2012 - Dispõe sobre o solo criado e a
regularização onerosa de obras de construção, modificação ou
acréscimo já executadas em desacordo com a legislação urbanística e
edilícia vigente, na forma e nas condições que menciona.

Gestor - Edivaldo Nascimento de Souza / Secretário - Gabinete / Editor - Ass. de Comunicação


Ilhéus - BA

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Segunda-feira
14 de Maio de 2012
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Leis

Câmara Municipal de Ilhéus

LEI N° 3.598 DE 09 DE MAIO DE 2012

Dispõe sobre o solo criado e a


regularização onerosa de obras de
construção, modificação ou
acréscimo já executadas em
desacordo com a legislação
urbanística e edilícia vigente, na
forma e nas condições que
menciona.

Câmara Municipal de Ilhéus, no uso de suas atribuições legais, decreta e


promulga e manda publicar a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

Do Solo Criado

Art. 1º – O Solo Criado é a concessão onerosa do Poder Público ao empreendedor para


fins de edificação em Área de Ocupação Intensiva, utilizando-se de estoques construtivos
públicos, e reger-se-á pelo disposto nesta Lei.

Art. 2º – O Poder Executivo Municipal poderá exercer a faculdade de outorgar


onerosamente o exercício do Direito de Construir, mediante contrapartida financeira a ser
prestada pelo beneficiário, conforme disposições dos artigos 28, 29, 30 e 31 do Estatuto da
Cidade, e de acordo com os critérios e procedimentos definidos nesta Lei.

Parágrafo único – A concessão da Outorga Onerosa do Direito de Construir poderá ser


negada pelo Conselho Municipal de Política Urbana caso se verifique possibilidade de
impacto não suportável pela infraestrutura ou o risco de comprometimento da paisagem
urbana.

Art. 3º – Áreas Passíveis de Outorga Onerosa de Potencial Construtivo Adicional são


aquelas onde o direito de construir poderá ser exercido acima do permitido pela aplicação
do Coeficiente de Aproveitamento Máximo, definido pelo Anexo II desta Lei, e até o
limite estabelecido pelo uso do Coeficiente de Aproveitamento Oneroso, mediante
contrapartida financeira.

§ 1º – A definição das áreas passíveis de outorga onerosa, bem como seus coeficientes de
aproveitamento com utilização de solo criado, dar-se-á de acordo com o zoneamento
urbano municipal definido pela Lei Municipal 2.400, de 06 de agosto de 1.991, cujo Anexo
II é revogado e substituído pelo Anexo II desta Lei.

§ 2º – Cria-se, por esta Lei, o coeficiente de outorga, assim entendido como o coeficiente
adicional ao coeficiente de aproveitamento máximo estabelecido pelo anexo II desta Lei.

§ 3º – Nenhuma obra de construção civil poderá ultrapassar a soma dos coeficientes


máximos de aproveitamento e o coeficiente de outorga onerosa.

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Art. 4º – A contrapartida financeira, que corresponde à outorga onerosa de potencial


construtivo adicional, será calculada segundo a seguinte equação: BF = SC x Ip x CUB,
onde:

BF – Benefício Financeiro, em reais, assim entendido o valor a ser pago à Prefeitura


Municipal de Ilhéus como contrapartida ao solo criado.

SC – Solo criado em metros quadrados, assim entendido a diferença entre o número de


metros quadrados do projeto em análise e o número de metros quadrados de construção
permitido com a utilização do coeficiente máximo permitido de acordo com o anexo I.

Ip – Índice de Planejamento, estabelecido na forma do artigo 9º.

CUB – Custo Unitário Básico de Construção divulgado pelo SINDUSCON - BAHIA


mensalmente. Será utilizado, para este cálculo, o CUB divulgado pelo SINDUSCON –
BAHIA para as obras de construção civil “Padrão R-8N”, vigente à data da concessão da
outorga onerosa, independentemente do tipo de construção a ser realizado no terreno
objeto da concessão.

Parágrafo único – Na eventualidade da extinção do CUB apurado pelo SINDUSCON –


BAHIA, aproveitar-se-á o último valor publicado pelo SINDUSCON-BAHIA e corrigir-
se-á anualmente pelo IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado) publicado pela
Fundação Getúlio Vargas.

CAPÍTULO II

Da Regularização Onerosa de Obras já Edificadas

Art. 5º – São passíveis de regularização onerosa às obras de construção, modificação ou


acréscimo, executadas em desacordo com as normas urbanística e edilícias vigentes, cuja
eventual demolição compulsória resulte, por entendimento do órgão competente como
prejudicial a terceiros, de implementação difícil ou inconveniente do ponto de vista social,
ambiental ou de impacto de vizinhança.

Art. 6º – O interessado deverá requerer a regularização onerosa acompanhada de certidão


de inteiro teor do imóvel, bem como de documento técnico elaborado por profissional de
engenharia ou arquitetura e atendendo as seguintes condições:

I – comprovação de existência do imóvel pelo proprietário ou por seu detentor;

II – requisitos mínimos de segurança, habilitação e higiene de acordo com os padrões e


normas técnicas vigentes;

III – não ocupem áreas públicas, não edificáveis, faixas de escoamento de águas pluviais e
de proteção a mares, rios e lagoas;

IV – não constituam uso em desacordo com o aprovado ou com a legislação em vigor à


época do pedido de regularização;

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V – não ultrapassem em mais de dois pavimentos ou 7 m (sete metros) de altura acima do


permitido para a edificação em função da legislação vigente à época;

§1º – A regularização onerosa de obras sobre as quais haja questionamento judicial


decorrente de direitos de condomínios ou vizinhos ficará condicionada ao resultado da
respectiva ação.

§2º – O requerimento do interessado deverá ser acompanhado de toda a documentação


necessária ao pedido de licença, de acordo com as normas vigentes.

§3º – A regularização onerosa implicará o imediato cadastramento, para fins de


lançamento da tributação municipal correspondente.

§4º – Considerar-se-ão obras executadas aquelas que apresentem, no mínimo, paredes,


pisos e cobertura construídos.

Art. 7º – A contrapartida financeira que corresponde à regularização onerosa de obra já


edificada será calculada segundo a seguinte equação: BF = Ar x Ip x CUB, onde:

BF – Benefício Financeiro, em UFIR, assim entendido o valor a ser pago à Prefeitura


Municipal de Ilhéus como contrapartida ao solo criado.

Ar – Área a regularizar, assim entendida a diferença entre a área construída irregularmente


e a área já regularizada pela municipalidade ou a permitida de acordo com a legislação em
vigor.

Ip – Índice de Planejamento, estabelecido na forma do artigo 9º.

CUB – Custo Unitário Básico de Construção divulgado pelo SINDUSCON - BAHIA


mensalmente. Será utilizado, para este cálculo, o CUB divulgado pelo SINDUSCON –
BAHIA para as obras de construção civil “Padrão R-8N”, vigente à data da concessão da
outorga onerosa, independentemente do tipo de construção a ser realizado no terreno
objeto da concessão.

§1º – Na regularização das obras na forma do artigo anterior em que houver ocupação nas
áreas de recuos e de afastamento, aplicar-se-á, quando possível a regularização, à equação
prevista neste artigo o fator multiplicador “3” (três), perfazendo a seguinte equação: BF =
Ar x Ip x CUB x 3.

§2º – Na regularização de obra de construção civil realizada em desacordo com a


legislação municipal após a publicação desta Lei, aplicar-se-á, quando possível a
regularização, a seguinte equação: BF = Ar x Ip x CUB x 3.

CAPÍTULO III

Das Normas Comuns ao Solo Criado e à Regularização Onerosa

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Art. 8º – Ficam isentos de pagamento referente à Outorga Onerosa do Direito de Construir


os equipamentos públicos destinados a educação, saúde, lazer, assistência social e
segurança.

Art. 9º – O Índice de Planejamento é estabelecido individualmente para cada zona de uso


da cidade, de acordo com condicionamento urbanístico necessário para atender a ocupação
excedente. Os índices de Planejamento, para os efeitos desta Lei, serão os definidos pelo
Anexo II desta Lei, no qual será representado pela sigla “IP”.

Art. 10 – Os recursos auferidos com a adoção da Outorga Onerosa do Direito de Construir


serão destinados ao Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, com as seguintes
finalidades:

I – regularização fundiária;

II – execução de programas e projetos habitacionais de interesse social;

III – constituição de reserva fundiária;

IV – ordenamento e direcionamento da expansão urbana;

V – implementação de equipamentos urbanos e comunitários;

VI – criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;

VII – criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas verdes;

VIII – criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse


ambiental;

IX – proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico.

Art. 11 – A Secretaria de Planejamento é o órgão técnico competente para esclarecer


dúvidas quanto à interpretação da presente Lei.

Art. 12 – As áreas criadas de acordo com o previsto nesta Lei passarão a ser tributada pelo
Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) nos termos da legislação tributária vigente.

Art. 13 – O pagamento da contrapartida financeira relativa à outorga onerosa não dispensa


o pagamento da taxa de licença da taxa de licença de execução de obras e urbanização de
áreas particulares.na forma dos artigos 183 e seguintes do Código Tributário do Município
– Lei Municipal 2.638, de 15 de dezembro de 1.997.

Art. 14 – O artigo 16 da Lei 2.400, de 06 de agosto de 1.991 passará a ter a seguinte


redação:

“Art. 16 – Quando as áreas destinadas a garagens forem de uso acessório, com no máximo
três pavimentos acima da cota do meio fio, não serão computadas para efeito de cálculo de
taxa de ocupação e ficarão desobrigadas dos recuos previstos no anexo I.

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§1º – Toda e qualquer habitação de até 80,00m2 deverá ter no mínimo uma vaga de
garagem.

§2º – Habitações acima de 80,00m2 e apartamentos de cobertura devem ter no mínimo 02


vagas de garagem.

§3º – Edifícios comerciais devem dispor de, no mínimo, uma vaga de garagem por unidade
comercial.

§4º – Hotéis e similares devem dispor de 30%, no mínimo, de vagas por habitação.

§5º – Shopping Centers e galerias comerciais deverão ter estudo pela Secretaria de
Planejamento Municipal.”

Art. 15 – O artigo 17 da Lei 2.400, de 06 de agosto de 1.991 passará a ter a seguinte


redação:

“Art. 17 – As varandas poderão avançar sobre as faixas de recuos desde que:

a) Sejam em balanço e estejam no mínimo a 2,50 m acima do nível do solo;

b) Sejam desprovidas de fechamento lateral;

c) Sua projeção sobre a faixa de recuo não seja superior a 1/3 (um terço) do mesmo.

d) A porção restante da área de avanço seja superior a 1,50m no mínimo”.

Art. 16 – Revogam-se as disposições em contrário, e em especial o Anexo II da Lei


2.400/91.

Art. 17 – Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio Monsenhor Teodolindo Ferreira, em Ilhéus - Ba., 09 de maio de 2012

Edivaldo Nascimento de Souza Valmir Freitas do Nascimento


Presidente 1º Secretário

Tarcísio Santos da Paixão


2º Secretário

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