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Turma/Turno: 02/Noturno
Disciplina: Direito Empresarial III
Professor: Roger Luiz Paz de Almeida
Trabalho
Questão 1
a) (Errada) não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial
com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo;
A questão em análise corresponde ao art. 48, inciso III da Lei de Falências em sua
redação antiga, que foi modificada pela Lei Complementar nº 147, 2014), alterando o prazo
de 8 anos para 5 anos. A previsão do inciso em questão é que não tenha o requerente obtido
a concessão de recuperação judicial de microempresa empresa de pequeno porte há
menos de 8 anos. Reiterando, está prazo foi alterado por lei posterior que reduziu o prazo,
por esta razão a questão está errada.
b) (Correta) não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada
em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
e) (Correta) não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador,
pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
Marque a alternativa errada. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com:
Corresponde literalmente ao art. 51, inciso I da Lei de Falências. Fica evidente que
intento só legislador ao incumbir o devedor de expor, detalhadamente, o estado
econômico da empresa, a situação patrimonial e as razões da crise econômico-financeira
que justificam o pedido de recuperação judicial, bem como uma proposta em forma de
Plano de Recuperação Empresaria.
b) (Correta) a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de
fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o
valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos
vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente;
e) (Correta) a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este
figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos
valores demandados.
Corresponde literalmente ao art. 51, inciso IX da Lei de Falências. Como toda ação
judicial, inclusive trabalhista, implica em custos é necessário que se saiba com
antecedência, para estimar com mais precisão as dívidas, quais são as ações que o
devedor é parte.
Questão 3
De acordo com o artigo 187 da Lei 11.101/05 a questão está correta, vez que o
Ministério Público, após ser intimado de sentença que decreta a falência ou concede a
recuperação judicial, desde que haja indício de prática de crime, pode agir de três formas:
1) oferecer imediatamente a denúncia num prazo de previsto no §1º desse artigo;
2) aguardar a apresentação do relatório administrativo judicial previsto no art. 22, inciso
III, alínea a), desta Lei para então oferecer a denúncia;
3) caso entenda que há necessidade de aprofundar as investigações o Ministério Público
poderá requisitar a instauração de inquérito policial.
O art. 188 da Lei 11.101/05 prevê a aplicação subsidiária da CPC ao que não for
incompatível com a lei. É válido ressaltar que a Lei de Falências prevê condutas típicas
específicas e o procedimento penal a ser adotado em relação a esses crimes. Mas
também estabeleceu, por exemplo, o adoção do rito sumário para o processamento e
julgamento dos crimes falimentares. Contudo, nada previu sobre produção de prova,
interrogatórios, recursos, etc. Portanto, o texto da Lei de Falência deverá ser seguido
naquilo que foi previsto e em caso de omissão será aplicado, de forma subsidiária, a regra
geral prevista no CPC.
c) (Correta) Compete ao juiz criminal da jurisdição onde tenha sido decretada a falência,
concedida a recuperação judicial ou homologado o plano de recuperação extrajudicial,
conhecer da ação penal pelos crimes previstos nesta Lei.
O art. 183 da Lei 11.101/05 estabelece que a competência para o processamento e
o julgamento das ações relativas aos crimes previstos nesta Lei será do juiz criminal da
mesma jurisdição onde for decretada a falência, concedida a recuperação judicial ou
homologado o plano de recuperação extrajudicial. Obviamente que a divisão de
competência nas comarcas e secções judiciárias com mais de juiz criminal será atribuição
das leis de organização judiciária local. Ou seja, o artigo em questão indica que será de
competência do juiz criminal e não mais do juiz do processo falimentar as ações penais
previstas por esta lei.
d) (Correta) Recebida a denúncia ou a queixa, observar-se-á o rito previsto nos arts. 531
a 540 do Código de Processo Penal.
Esta alternativa está correta pois expõe literalmente o conteúdo do art. 185 da Lei
11.101/05. Oferecida a denuncia ou queixa o juiz , se não rejeitar liminarmente (hipótese
do art. 397 do CPC) receberá a denúncia e ordenará a citação do acusado para
responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 dias. Após a apresentação dessa
defesa o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar (art. 397, CPC) a
existência de causa de excludente de ilicitude do fato; que o fato narrado não constitui
crime ou que fora extinta a punibilidade do agente. Caso não seja absolvido
sumariamente o juiz receberá a denúncia e designará dia e hora para a audiência,
ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, sendo o
caso, do querelante e do assistente.
e) (Errada) Os crimes previstos nesta Lei 11.101/05 são de ação penal pública
condicionada.
De acordo com o art. 184 da Lei 11.101/05 “os crimes previstos nesta Lei são de
ação penal pública incondicionada” e não condicionada como foi colocado no enunciado.
O artigo 24 do Código de Processo Penal que nos apresenta duas formas de ação:
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por
denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o
exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
De acordo com o texto de lei acima transcrito, a Ação Penal Pública é dividida em
duas: Penal Pública onde o Ministério Pública não precisa de representação e Penal
Pública que a representação é imprescindível. A primeira é chamada de Ação Penal
Pública Incondicionada (PPI) e a segunda de Ação Penal Pública Condicionada (PPC).
A ação prevista no art. 184 da Lei 11.101/05 é uma ação penal pública
incondicionada, assim sendo, será promovida por denúncia do Ministério Público,
dispensando autorização ou representação de quem quer que seja. Sendo que o
Promotor de Justiça não tem um querer, mas um dever de promover a denúncia.