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O que é Capelania Escolar?

A escola é o maior campo missionário dos nossos dias. Ao nos aproximarmos


das escolas, conhecemos uma realidade desafiadora. Professores, diretores,
alunos e pais estão exauridos em busca de soluções para seus conflitos e
percalços. Esta realidade pode ser vista como uma grande porta aberta para que
a igreja brasileira seja relevante em seu tempo, e a Capelania Escolar é o
ministério que oferece “pastoreio”, consolo e um ombro confiável para que a
pessoa sofrida possa compartilhar sua DOR.

Como posso me envolver no ministério de Capelania Escolar?


Deus nos deu um dom especial (I Co 7.7) que deve ser usado para transformar
a vida e a realidade das pessoas. Você pode colocar seu dom a disposição de
Deus para servir como voluntário em uma escola. É muito importante participar
de um treinamento para saber os desafios e oportunidades das escolas em
nossos dias.

Sou funcionário de uma empresa e não tenho todo o dia livre, mesmo assim
posso ser um capelão?
É verdade que Capelania e tempo de qualidade andam juntos, entretanto, você
pode atuar nesse ministério de várias formas:
a) Você pode dedicar um turno por semana em uma escola. Neste caso, é
importante definir com a direção os dias e horários em que ela poderá contar
com sua presença. Essa atuação, ainda que pequena, trará grandes resultados.
b) Você pode ser um mediador na escola. Esta função permitirá que membros
das igrejas de sua cidade estejam atuando em caráter voluntário dentro de suas
especialidades. Por exemplo: Um médico(a) poderá ministrar uma palestra por
mês com temas que venham a interessar aos pais, professores, alunos e
funcionários da escola. Um policial da igreja poderá ministrar palestras dentro da
escola falando dos riscos das drogas e suas conseqüências. Outros dons
poderão ser aplicados dentro dessa mesma dinâmica. É bom lembrar que todas
essas ferramentas virão acompanhadas de uma aplicação espiritual.

A Missão
A missão específica da Capelania é atuar na área do aconselhamento pastoral
e no ministério da consolação. Nunca se necessitou tanto de ação pastoral nas
escolas, via Capelania, como nos dias de hoje. Todo o tempo disponível é pouco
para atender os que carecem de apoio espiritual. Tanto por causa das
vicissitudes da vida moderna que abalaram os princípios da moral, da família e
consequentemente da sociedade, como devido à complexidade da adolescência
e da própria escola. O Capelão é o pastor da grande grei que envolve seres de
vários credos e até mesmo os que negam qualquer fé.
Particularidade da Capelania
Ser pontual;
Esclarecer as próprias dúvidas antes de falar aos alunos;
Auto avaliar-se;
Usar linguagem acessível aos juvenis;
Pensar bem antes de prometer algo;
Conhecer a fundo os programas e objetivos da escola;
Dialogar particularmente com cada aluno e sempre que possível orar com ele;
Demonstrar cortesia para com todos;
Ter domínio próprio firmeza e bondade;
Cuidar com tonalidade da voz: agradável e positiva;
Ter posição definida e coerente (sim, sim; não, não);

Respeitar as diferenças e limitações dos alunos e não esperar deles o


impossível;
Planejar tudo o que vai fazer;
Usar a motivação adequada;
Orar com os alunos;
Ter alvos definidos e alcançá-los;
Dar sempre atenção aos alunos;
Pedir a direção divina para seu trabalho;
Sorrir com os que se alegram e chorar com os que choram.

Praticando a Capelania
A Capelania Escolar é uma atividade religiosa de cunho espiritual que lida com
indivíduos em formação física, mental e espiritual, que frequentam escolas
públicas e particulares, procurando dar-lhes orientação religiosa e espiritual,
dentro do respeito à liberdade religiosa de cada pessoa e de cada família. O
Capelão deve inteirar-se do regimento interno da escola em que atua e das
normas disciplinares dos alunos, professores e funcionários, respeitando-os
plenamente. A atuação do capelão não deve contrariar o trabalho de
professores, pedagogos, psicólogos e diretores, nem lhes embaraçar os
programas, mas sim, cooperar para o bom desempenho dos alunos. Os
programas do capelão devem ser elaborados dentro de uma visão integrada aos
programas educacionais da escola para que possa contribuir para o
aproveitamento dos estudantes. O trabalho do capelão com os alunos não deve
contrariar orientações das famílias. Quando alguma família não permitir que seu
filho participe dos programas da Capelania, isto deve ser respeitado. A área de
educação a ser trabalhada pelo capelão é apenas a “educação religiosa” e o
“aconselhamento pastoral”. Não deverá ele entrar na área dos pedagogos nem
dos psicólogos da Escola, mesmo que tenha habilitação profissional na área. Se
na sua atividade surgirem casos desta área, ele deverá encaminhar os alunos
para aqueles profissionais. Assuntos de disciplina não deverão ser acolhidos
pelo Capelão, a menos que seja solicitado pela direção da Escola. Igualmente,
casos de avaliação pedagógica, em que alunos se julguem injustiçados por
professores e educadores, não devem ser acolhidos ou tratados pelo capelão,
especialmente quando exercerem suas atividades em Escola Pública ou
Particular não confessional.
Orientações

No contexto de uma escola surgem problemas de droga, de alcoolismo, de


gravidez de adolescente e outros casos especiais. O capelão pode ser a primeira
pessoa a detectar tais problemas em crianças, adolescentes e jovens. Ele não
deve se omitir em trabalhar esses problemas, buscando a melhor orientação
para a solução de cada caso. Ao detectar tais casos, o capelão averiguará
primeiro, se pertencem a outras áreas profissionais da Escola, antes de tomar
qualquer atitude. Ao convencer-se de que o caso pertence à sua área, o capelão
iniciará seu trabalho respeitando, evidentemente, o indivíduo e sua família.
Igualmente, ao tratar de problemas especiais com estudantes, o capelão deverá
avaliar o momento certo de comunicar o fato aos pais. E quando o fizer, deverá
ser com bastante cuidado para não criar recuo do jovem que está sendo ajudado
e nem provocar reações extremadas dos pais. Casos de grande gravidade
ocorrida com estudantes maiores de idade, só serão relatados aos pais, caso
eles concordem ou julguem que necessitam daquela ajuda. Casos de gravidade
ocorridos com estudantes menores de idade deverão ser relatados aos pais,
naturalmente dentro dos cuidados que exige cada questão.
Todo o procedimento que envolver esses problemas especiais com estudantes
deverá ser relatado à direção da escola, a quem de direito, uma vez que a
primeira responsabilidade sobre o aluno é dela. Respeitar as Diversidades Todo
o trabalho de ensino religioso de capelão e sua equipe devem levar em conta os
direitos à consciência religiosa de cada indivíduo. Isto deve ser feito mesmo em
escolas confessionais em que os pais que aceitam ali matricularem seus filhos
já sabem da posição religiosa da instituição. O capelão fará o seu trabalho
religioso e espiritual sem conotação sectária, mesmo porque numa escola
confessional, haverá alunos pertencentes a diversas linhas de doutrina cristã.
Este respeito à consciência religiosa do indivíduo fica mais exigente quando a
escola for pública ou particular não confessional.
Capelania e direção da escola deverão, também, falar a mesma língua. Ética do
Sigilo Ao atender pessoas sejam alunos, funcionários ou professores, o capelão
e seus auxiliares manterão absoluto sigilo dos casos tratados. Assuntos tratados
na sala da Capelania ou mesmo no aconchego dos lares de alunos, jamais serão
mencionados de público, nem mesmo a título de ilustração ou exemplo didático,
e nem passados para outras pessoas. Igualmente se tiver conhecimento de
doenças graves de alunos ou familiares, jamais passar para outros a informação,
ou mencionar o fato em público.

Trabalhando Com Sexo Oposto

Um capelão deverá agir com cuidado com pessoas do sexo oposto, evitando
aproximação íntima demais que possa provocar suspeitas diversas. O capelão
não deverá sair para programações especiais a sós com estudantes do sexo
oposto, e até mesmo com professores ou funcionários, quando as circunstâncias
possam ser interpretadas para um lado ou sentido negativo. Capelães solteiros
ou divorciados, não deverão entrar em relação de namoro com pessoas que
fazem parte da sua assistência de Capelania, seja aluno, funcionário ou
professor.

Do mesmo modo, capelão não deve entrar em relação de intimidade com


membros da família de estudantes. O capelão não deverá expor sua vida
particular diante de alunos, professores ou funcionários, seja em conversação
comum, seja em palestras. O capelão nunca deverá confessar suas fraquezas
ou pecados, nem mesmo a título de ilustração ou exemplo, em hipótese alguma.
Não deverão também falar de suas dificuldades financeiras a alunos,
professores ou mesmo familiares de estudantes. Igualmente, não deverá
reclamar problemas de salários ou vantagens ou desvantagens empregatícias
diante de alunos, professores ou funcionários da escola. Se tiver problemas em
casa, com esposa, esposo, filhos, o capelão jamais deverá mencionar este fato
a alunos, professores ou funcionários da escola, nem mesmo a título de
ilustração ou exemplo didático.

REFERÊNCIAS
BORGES, Inez Augusto. Confessionalidade e construção ética na
universidade. São Paulo: Editora Mackenzie, 2008.
VIEIRA, Walmir. Capelania Escolar, desafios e oportunidades. São Paulo:
Rádio Trans Mundial, 2011.

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