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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

MECÂNICA DOS SÓLIDOS 1

Aula 1
Apresentação
 Professor: Romildo Escarpini Filho
 Contatos:
 E-Mail: romildo.filho@delmiro.ufal.br

 Objetivos da Matéria:
 Conceituação básica e aplicações dos princípios que regem a Mecânica dos
Sólidos (corpos rígidos), tendo como suporte matemático noções de álgebra
vetorial.

 Livro Texto:
 BEER, F. P.; JOHNSTON JR, E. R. Mecânica Vetorial para Engenheiros -
Estática. 5ª edição revisada. McGraw-Hill. São Paulo, 1994.
 HIBBELER, R. C. Mecânica para Engenheiros – Estática. 10ª Edição. Pearson-Hall.
Metodologia
 Metodologia de Ensino:
 Aulas teóricas em sala de aula

 Metodologia de Avaliação:
 Três/Quatro avaliações
Cronograma

Data Assunto

Estática dos Pontos Materiais – Cap. 2

Corpos Rígidos – Cap. 3

Estática dos Corpos Rígidos – Cap. 4

Forças Distribuídas – Caps. 5 e 9

Reavaliação

Prova Final
Introdução
Mecânica dos Sólidos 1
O que é Mecânica?
 Ciência que descreve e prediz as condições de repouso ou movimento
dos corpos que estão sob a ação de forças.
Estática – Trata dos Corpos em REPOUSO

Corpos Cinemática – Trata dos Corpos em


Rígidos MOVIMENTO

Dinâmica – Trata dos Corpos em Movimento

Mecânica Corpos Resistência dos


Deformáveis Materiais

Compressíveis
Fluidos
Incompressíveis Hidráulica
Estática

 Parte da Física que estuda sistemas (partículas ou


corpos rígidos) sob a ação de forças em equilíbrio;

 Segundo a Primeira Lei de Newton, todas as partes


de um corpo em equilíbrio também estão em
equilíbrio;

 A Segunda Lei de Newton diz que, para esse caso,


a aceleração é nula.
Conceitos Fundamentais

Partícula Corpo Rígido

 Quantidade de matéria que  Corpo ideal, resultante de uma


ocupa um único ponto no combinação de infinitas
espaço partículas materiais ocupando
posições fixas no espaço
Princípios Fundamentais da Mecânica
 Regra do Paralelogramo/Polígono para Adição de Forças:
 DuasForças podem ser substituídas por uma única resultante obtida
traçando a diagonal do paralelogramo que tem por lados as forças
Princípios Fundamentais da Mecânica
 As Três Leis de Newton:
 1. Se a resultante das forças que atuam em uma partícula é nula, esta
permanecerá em repouso (se estava inicialmente em repouso) ou vai se
mover em velocidade constante (se estava inicialmente em movimento);
 2. Se a resultante que atua sobre um ponto material não for nula, este terá
aceleração não-nula, proporcional à intensidade da resultante, com a
mesma direção e sentido;
𝐹 = 𝑚. 𝑎
 3. As forças de ação e reação entre corpos interagindo são iguais em
módulo e direção, porém em sentidos contrários.
Princípios Fundamentais da Mecânica

 Lei da Transmissibilidade:
 As condições de equilíbrio de um corpo rígido não se alteram se uma das
forças for substituída por outra força idêntica (mesmo módulo, direção e
sentido) aplicada em um outro ponto do corpo, desde que ambas as forças
estejam na mesma linha de ação.
Princípios Fundamentais da Mecânica

 Lei de Gravitação de Newton:


 Dois pontos materiais de massas diferentes são mutuamente atraídos por
forças iguais e opostas F (e –F) de módulo

𝐺. 𝑀. 𝑚
𝐹=
𝑟2
Unidades Mecânicas
 Unidades Fundamentais:
 Comprimento – METRO (m);
 Tempo – SEGUNDO (s);
 Massa – GRAMA (g).
 Unidade Derivada:
 Força
– Definida como a quantidade de ação necessária para produzir
uma aceleração de 1 m/s2 numa massa de 1kg:
 Força – NEWTON (N) = 1 (m/s2) (1 kg)
Estática das Pontos Materiais
Mecânica dos Sólidos 1
Estática das Partículas

 Objetivo:
 Estudo do efeito de sistemas de forças concorrentes.

 Hipótese/Suposição:
 “[...] O tamanho e a forma dos corpos em estudo não afetam significativamente
a solução dos problemas [...], de modo que todas as forças que atuam em um
dado corpo serão consideradas como atuando em um único ponto.”
Exemplo

T T

P
Resultante de Duas Forças Concorrentes
 Regra do Paralelogramo:
 Duas forças atuando em uma partícula podem ser substituídas por uma
única força (resultante) obtida a partir do traçado da diagonal do
paralelogramo que tem por lados as duas forças dadas.

 Observações:
 Devem ter mesma origem;
 As inclinações devem ser obedecidas;

 Os tamanhos dos vetores (módulo)


devem obedecer a mesma escala de
conversão.
Resultante de Duas Forças Concorrentes
 Regra do Triângulo:
O mesmo vetor resultante pode ser obtido combinando-se os vetores-força
originais na sequência fim/início;
 A ordem da combinação não altera a força resultante (propriedade
comutativa da adição de vetores).
Identidades Trigonométricas

 Teorema de Tales:
𝛼 + 𝛽 + 𝛾 = 180𝑜
 Lei dos Senos:
sin 𝛼 sin 𝛽 sin 𝛾
= =
𝑎 𝑏 𝑐
 Lei dos Cossenos:
𝑎2 = 𝑏2 + 𝑐 2 − 2𝑏𝑐 cos 𝛼
𝑏2 = 𝑎2 + 𝑐 2 − 2𝑎𝑐 cos 𝛽
𝑐 2 = 𝑎2 + 𝑏2 − 2𝑎𝑏 cos 𝛾
Resultante das Forças - Exemplo

45°
25°
P = 300N
Q = 200N
Resultante das Forças - Exemplo

 Lei dos Cossenos:

45° 𝑅2 = 3002 + 2002 − 2 ∗ 300 ∗ 200 ∗ cos 110°


𝑅 = 413,57 𝑁
P = 300 N
𝛼  Lei dos Senos:
25°

sin(45° − 𝛼) sin 110°


R =
Q = 200 N
200 413,57
𝛼 = 18°
Resultante de n > 2 Forças Concorrentes

 Regra do Polígono:
 O vetor-força resultante de um sistema pode ser obtido a partir de uma
extensão da regra do triângulo, onde o começo de um vetor encontra o fim de
outro vetor (sequência ponta a cauda);
 A resultante é o vetor que liga o início do primeiro vetor à ponta do último
vetor posicionado;
 Não há diferença na ordem do posicionamento dos vetores.
Componentes de uma Força

 Vimos que, através da adição de vetores, podemos transformar dois


ou mais vetores em um único vetor resultante;

 Reciprocamente, a partir de um vetor, podemos substituí-lo em duas ou


mais forças que, juntas, façam o mesmo efeito sobre o corpo atuante;

 Esses vetores-forças são chamados componentes da força original e o


processo de substituição é chamado decomposição dos componentes
da força.
Por que decompor uma força?

 1- Um dos dois componentes de F (chamemos P) é conhecido.

Pela Regra do Triângulo,


descobre-se o vetor Q
Por que decompor uma força?

 2- A linha de ação de cada componente é conhecido.

A intensidade e o sentido
das componentes são
obtidos através da Lei do
Paralelogramo traçando-
se retas a partir da ponta
da força original,
paralelas às linhas de
ação.
Componentes Cartesianos de uma Força

 Utilizando-se do sistema cartesiano para decomposição de forças, o


paralelogramo das linhas de ação transforma-se em um retângulo, o que
leva à expressões analíticas simples para os componentes da força.

𝐹 = 𝐹𝑥 + 𝐹𝑦

𝐹𝑥 = 𝐹𝑥 𝐢 = 𝐹 Cos(θ)

𝐹𝑦 = 𝐹𝑦 𝐣 = F Sen(θ)
Adição de Forças

 Decompondo-se as forças em linhas de ação comuns, as componentes da


força resultante podem ser obtidas através da soma direta dos
componentes.
𝑅 = 𝑃𝑥 𝒊 + 𝑃𝑦 𝒋 + 𝑄𝑥 𝒊 + 𝑄𝑦 𝒋
+ (𝑆𝑥 𝒊 + 𝑆𝑦 𝒋)

𝑅 = 𝑃𝑥 + 𝑄𝑦 + 𝑆𝑦 𝒊
+ 𝑃𝑦 + 𝑄𝑦 + 𝑆𝑦 𝒋
Exercício – Q 2.20

A haste CB exerce no bloco B uma


força P dirigida ao longo da reta CB.
Sabendo que P tem uma componente
horizontal de 200 N, determine a força
P e sua componente vertical.
Equilíbrio de uma Partícula

 Quando o vetor resultante da soma vetorial de todas as forças


concorrentes que atuam em uma partícula for nulo, a partícula está
em equilíbrio.

𝑅=0

𝑅𝑥 = 0

𝑅𝑦 = 0
Problemas de Estática
 Os problemas que envolvem equilíbrio de uma partícula geralmente
são do seguintes tipos:

 Verificação: Quando todas as forças são conhecidas e pede-se para


verificar se a condição de equilíbrio é garantida;

 Imposição:Algumas das forças são conhecidas e pede-se o valor das forças


desconhecidas sabendo que a partícula está em equilíbrio.
Problemas de Estática
 Para a resolução dos problemas que envolvem estática, recomenda-
se:

A identificação do problema físico – faz-se um esboço da situação para


avaliar o sistema. Esse esboço é chamado Diagrama Espacial;

A seguir, observa-se uma partícula significativa dentro do problema


(geralmente, o ponto onde ocorre a concorrência das forças) e faz-se um
diagrama a parte, denotando a situação dessa partícula. Esse é o
Diagrama de Corpo Livre.
Exemplo – Q 2.46

A manga A, com 7.5 kg, desliza sem


atrito em um eixo vertical. Ela está
presa por um fio, através de uma polia
sem atrito a um peso de 8.5kg.

Determine a altura h para que o


sistema esteja em equilíbrio.
Exercício – Q 2.34

Dois cabos estão atados em


C, onde é aplicada uma
carga.

Determine as trações nos


cabos AC e BC.
Força no Espaço 3D

𝐹𝑥 = 𝐹𝑥 𝒊 = Fx Cos θ𝑥

𝐹𝑦 = 𝐹𝑦 𝒋 = Fy Cos θ𝑦

𝐹𝑧 = 𝐹𝑧 𝐤 = Fz Cos (θ𝑧 )

Força resultante:
𝐹= 𝐹𝑥2 + 𝐹𝑦2 + 𝐹𝑧2

Os cossenos de θx θy e θz são chamados


Cossenos Diretores.
Suas coordenadas formam o vetor unitário
λ da força F
Força no Espaço 3D

O Vetor unitário λ da força 𝐅 = F(cos𝜃𝑥 𝐢 + cos𝜃𝑦 𝒋 + 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑧 𝒌) é dado por:


λ = cos𝜃𝑥 𝐢 + cos𝜃𝑦 𝒋 + 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑧 𝒌.

Assim:

𝜆𝑥 = cos 𝜃𝑥 𝜆𝑦 = cos 𝜃𝑦 𝜆𝑧 = cos 𝜃𝑧

Levando em conta que 𝜆 é unitário, chega-se à:

𝜆2𝑥 + 𝜆2𝑦 + 𝜆2𝑧 = 1 ou cos2 𝜃𝑥 + cos2 𝜃𝑦 + cos2 𝜃𝑧 = 1


Força no Espaço 3D

Quando forem dadas as componentes 𝐹𝑥 , 𝐹𝑦 e 𝐹𝑧 de uma força F, os cossenos


diretores podem ser obtidos da seguinte forma:

𝐹𝑥 𝐹𝑦 𝐹𝑧
cos 𝜃𝑥 = cos 𝜃𝑦 = cos 𝜃𝑧 =
𝐹 𝐹 𝐹
Força definida por seu módulo e dois pontos de sua
linha de ação
Considerando 𝑀𝑁 o vetor que tem o mesmo
sentido da força F, com componentes
escalares 𝑑𝑥 , 𝑑𝑦 e 𝑑𝑧 , pode-se escrever:

𝑀𝑁 = 𝑑𝑥 𝒊 + 𝑑𝑦 𝒋 + 𝑑𝑧 𝒌

O vetor unitário 𝜆 pode ser obtido dividindo-se 𝑀𝑁 por sua norma.


Sendo d a distância entre M e N.

𝑀𝑁 1
𝜆= = 𝑑𝑥 𝒊 + 𝑑𝑦 𝒋 + 𝑑𝑧 𝒌
𝑀𝑁 𝑑
Força definida por seu módulo e dois pontos de sua
linha de ação
Lembrando que 𝑭 = F𝜆, pode-se encontrar que:

𝐹𝑑𝑥 𝐹𝑑𝑦 𝐹𝑑𝑧


𝐹𝑥 = 𝐹𝑦 = 𝐹𝑧 =
𝑑 𝑑 𝑑

Sendo

𝑑𝑥 = 𝑥2 − 𝑥1 𝑑𝑦 = 𝑦2 − 𝑦1 𝑑𝑧 = 𝑧2 − 𝑧1 𝑑= 𝑑𝑥2 + 𝑑𝑦2 + 𝑑𝑧2

Consequentemente,

𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧
cos 𝜃𝑥 = cos 𝜃𝑦 = cos 𝜃𝑧 =
𝑑 𝑑 𝑑
Adição das Forças – 3D

 Assim como no caso 2D, a resultante de um conjunto de forças pode


ser obtido a partir da soma dos componentes de cada força
individualmente.
𝑅 = 𝑃𝑥 𝒊 + 𝑃𝑦 𝒋 + 𝑃𝑍 𝒌
+ 𝑄𝑥 𝒊 + 𝑄𝑦 𝒋 + 𝑄𝑧 𝒌
+ (𝑆𝑥 𝒊 + 𝑆𝑦 𝒋 + 𝑆𝑧 𝒌)

𝑅 = 𝑃𝑥 + 𝑄𝑥 + 𝑆𝑥 𝒊
+ 𝑃𝑦 + 𝑄𝑦 + 𝑆𝑦 𝒋
+ 𝑃𝑧 + 𝑄𝑧 + 𝑆𝑧 𝒌
Exemplo – Q 2.58

• O cabo AB, de 19.5m, está sujeito a uma


tração de 19500N. Determine:
• A. As componentes cartesianas da força
aplicada pelos cabos em B;
• B. Os ângulos diretores que definem a direção
da força aplicada em B.
Equilíbrio de uma Partícula - 3D

 Assim como no caso 2D, o equilíbrio de uma partícula no espaço


ocorre quando o vetor resultante de um conjunto de forças for nulo.

𝑅𝑥 = 0

𝑅=0 𝑅𝑦 = 0

𝑅𝑧 = 0
Exemplo – Q 2.80

Três cabos estão atados em


A, onde são aplicadas as
forças P e Q.

Determine a tração em cada


cabo sabendo que P = 0 e
Q = 7,28 kN
Exercício – Q 2.74

Uma caixa está suspensa


por três cabos, como
ilustrado.

Determine o peso P da
caixa sabendo que a tração
no cabo AD é 4.620 N

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