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Quantas almas você já ganhou para Jesus? A pergunta, que todo crente já
ouviu, traduz aquela que é uma das principais motivações dos evangélicos – a
de levar o maior número de pessoas à salvação em Cristo. Mais do que uma
simples atitude, o evangelismo pessoal é uma ordenança do próprio Filho de
Deus. Foi ele que determinou que seus discípulos pregassem o Evangelho a
toda criatura. E a chamada grande comissão expressa em Marcos 16.15 (“Ide
por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”) tem sido cumprida à
risca pelos praticantes do Evangelismo Explosivo, ou simplesmente EE. Calma
– não se trata de nenhuma prática violenta ou fundamentalista. O EE nada
mais é que o bom e velho evangelismo pessoal exercido com técnicas que o
tornam ainda mais eficiente e frutífero.
Desenvolvido em 1962 pelo pastor americano James Kennedy (ver quadro), o
EE é um método que pode ser empregado por crentes de quaisquer
denominações ou linhas teológicas. Basta apenas o básico – amor pelas almas
sem Cristo. Diferentemente do que acontece hoje, quando muitas igrejas
buscam o crescimento através de sistemas de gestão empresarial e até
marketing, o EE centraliza suas ações apenas na evangelização e discipulado.
“Evangelismo Explosivo busca ser uma proposta eficiente e segura para a
divulgação do Evangelho e crescimento para as igrejas”, descreve José Carlos
Ribeiro, 44 anos, pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Bauru (SP) e
diretor-executivo do EE no Brasil. Ele conheceu o método quando ainda estava
no seminário, em 1986. Desde então, pastoreou várias outras igrejas, tendo
como base o EE. “Creio que o Evangelismo Explosivo está sendo um
instrumento de Deus para transformar em realidade o ideal da multiplicação
dos salvos do Novo Testamento”, anima-se.
No Brasil, o movimento chegou em 1977, quando o pastor John H. Abel, da
Igreja Luterana Livre, foi treinado nos EUA e começou a ministrar sobre o EE
no seminário de sua denominação. Depois de alguns anos de experimentação
em algumas igrejas, o ministério foi oficialmente instituído no Brasil em 1983,
através da primeira clínica realizada na Igreja Batista do Brooklin, em São
Paulo. Desde então, cerca de 4,5 mil pastores já foram treinados e 25 mil
pessoas, evangelizadas de maneira sistemática. É impossível falar em
conversões, mas quase todas efetivamente integraram-se a uma igreja
evangélica. Atualmente o ministério conta com três missionários atuando em
seu escritório de administração, em São Paulo, sete coordenadores regionais e
cerca de 64 pastores e líderes credenciados como professores de clínicas. Ao
todo, 45 igrejas estão trabalhando dentro das diretrizes de EE. Para este ano,
estão programadas mais trinta clínicas pelo país afora. “O Brasil é um terreno
fértil para evangelização. O Evangelismo no Brasil, como em outros países,
tem sido uma grande ferramenta na proposta de alcançar os descrentes”, diz
Robert Foster, pastor batista americano que trabalhou por 10 anos como diretor
de EE no Brasil. Foster, que atualmente é diretor de Ministérios Interculturais
para os Estados Unidos, diz que o EE veio preencher uma lacuna, pois não só
evangeliza, mas promove a integração total do convertido na igreja. “Não digo
que os outros métodos não sejam bons. Mas eu creio que o EE é o mais
completo que existe”, comenta.
De alma em alma
James Kennedy, pastor da Igreja Presbiteriana de Coral Ridge, na Flórida
(EUA) formou o primeiro treinador no processo de Evangelismo Explosivo em
1962. Quando passou a Victor Vieman alguns princípios para tornar seu
testemunho pessoal mais frutífero, Kennedy não poderia supor que estava
dando origem a um movimento que se expandiria pelo mundo. Em pouco
tempo, novos convertidos foram se integrando à igreja, que pulou de apenas 17
para mais de 3 mil membros. O sucesso que Kennedy teve com sua igreja fez
com que se despertasse o interesse de outros pastores pelo método de EE,
criando-se com isso uma clínica para que eles pudessem compreender melhor
a metodologia. Essas clínicas de EE são na verdade o motor do ministério,
constituindo-se em treinamentos onde os membros da igreja aprendem a
abordar, evangelizar e levar as pessoas a Cristo de forma sistemática.
Claiton Cesar
Jornalista da revista Eclésia