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COMO FUNCIONA O CÉREBRO DE UMA PESSOA APAIXONADA

Autor NATÁLIA CAROLINA BARRETO BRASIL


Orientador

RESUMO

O objetivo geral deste artigo foi descrever, através de levantamento bibliográfico,


como funciona o cérebro de uma pessoa apaixonada. Com isso, procurou apontar
os fenômenos neurobiológicos no corpo durante a paixão; descrever as fases da
paixão e destacar sobre o luto após o término da paixão. A hipótese da pesquisa
buscou averiguar se há sentimento posterior à paixão após o término da mesma ou
do relacionamento afetivo e se esse sentimento interfere na vida diária dos sujeitos.
Trata-se de uma pesquisa de cunho bibliográfico e abordagem qualitativa, realizada
em banco de dados como SCIELO, LILACS, MEDLINE, PSIC, Google acadêmico,
buscou-se artigos e revistas que estivessem compreendidas entre os anos de 2005
a 2018. Identificou-se que quando o cérebro encontra-se apaixonado possibilita ao
coração batimentos cada vez mais rápidos, além de que a pressão arterial tende a
subir, as pupilas dilatam, a temperatura passa a variar bruscamente, além de que há
uma sensação de aperto no estômago e as mãos tremem. Por fim foi possível
concluir que as sensações que se apresentam com mais intensidade e que estão
interligadas com a paixão ficam alojadas no centro do cérebro, de modo mais
específico no núcleo caudal e na área segmentar ventral.

Palavras- chave: paixão, cérebro, pessoa apaixonada.

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo busca dissertar através de pesquisas de ordem


bibliográfica sobre o funcionamento do cérebro de uma pessoa apaixonada, haja vista
que Souza (2016), comenta que quando apaixonado, é comum que o indivíduo
perca o senso crítico da realidade, assim como também sua capacidade de
avaliação torna-se diminuída, logo limita-se ao discernir o certo e errado, o que lhe
fará bem ou mal.
Zimerman (2008), complementa que para a teoria psicanalítica o indivíduo
quando foge da realidade e entra em contato com sua imaginação, chegando cada
vez mais próximo ao delírio, passa a justificar seus comportamentos e
pensamentos, assim como também justifica os do objeto amado, de modo que
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considera sempre a perspectiva de apreensão do objeto, ou seja, a tomado do


outro para si, assim se sente enquanto sujeito apaixonado.
Tem-se como objetivo geral a premissa de descrever através de
levantamento bibliográfico como funciona o cérebro de uma pessoa apaixonada.
Acerca dos objetivos específicos, os mesmos consistiram em apontar os
fenômenos neurobiológicos no corpo durante a paixão; Descrever as fases da
paixão; Destacar sobre o luto após o término da paixão. A hipótese da pesquisa
buscou averiguar se há sentimento posterior à paixão após o término da mesma ou
do relacionamento afetivo e se esse sentimento interfere na vida diária dos sujeitos.
A trajetória metodológica escolhida para o desenvolvimento do artigo foi de
pesquisa bibliográfica sobre a temática em questão, utilizando recursos como:
livros, internet, e revistas, onde os mesmos foram estudados e analisados para se
adquirir conhecimento sobre a temática em questão. Utilizou-se banco de dados
como SCIELO, LILACS, MEDLINE, PSIC, Google acadêmico, buscou-se artigos e revistas
que estivessem compreendidas entre os anos de 2005 a 2018. Segundo Marconi e
Lakatos (2006), esta é uma pesquisa de fonte bibliográfica. O tipo de pesquisa para
construção consistiu no método descritivo e exploratório de acordo com Vergara
(2010).
Este estudo é resultado das contribuições teóricas de alguns pesquisadores
deste tema e/ou de assuntos relacionados a estes. A escolha da base de dados dos
assuntos abordados foi predominante de livros e artigos de autores voltados à
psicologia e neuropsicologia, uma vez que estes materiais proporcionaram um olhar
mais amplo em relação ao assunto abordado no decorrer deste trabalho científico,
ao qual utilizou-se com descritores: Paixão; Amor; Fenômenos neurobiológicos;
Hormônios.

2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PAIXÃO

Antônio et al. (2008), citam que o levantamento do quesito emoções como


questão relativa ao conhecimento refere-se a uma perspectiva um tanto quanto
arcaica na cultura ocidental. No mundo grego, é possível encontrar no conceito de
παθos (pathós) a ideia de paixão, a qual é vista no âmbito da filosofia helênica
como sendo a raiz dos males e da infelicidade do homem, a paixão deveria então
ser sentida de forma moderada e, se possível, dominada. Cita-se nestes caso, por
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exemplo, a concepção platônica de alma tripartida, na qual se destaca como


simplesmente mortais as duas porções correspondentes às emoções, a
concupiscente assim como irascível e imortal, que se trata da alma racional.
Nessa premissa, Zimerman (2008), complementa citando que os inter-
relacionamentos humanos, seja no processo psicanalítico, ou mesmo ao que tange
a vida cotidiana dos sujeitos, estão permeados por quatro tipos de vínculos, os
quais encontram-se sempre presentes, influenciando-se mutuamente e
indissociados entre si, referem-se ao amor, ódio, conhecimento e reconhecimento.
Segundo Kendel (2010), conta-se hoje com técnicas recentes embasadas
em especializadas de pesquisa em neurofisiologia e em neuroimagem, tais
melhorias tem chamado a atenção para o interesse pelo estudo das bases neurais,
as quais envolvem os processos relacionados às emoções, a partir da
caracterização e das investigações acerca do que se refere o sistema límbico. É
possível discorrer sobre a existência de diferentes resultados, os quais destacam
acerca da grande integração que ocorre entre os processos emocionais, os
cognitivos e os homeostáticos.

2.1 Como ocorre a paixão

O estudo da personalidade é fundamental para compreensão da natureza


dos atos humanos, ocupando assim um lugar no destaque no campo da psicologia.
Diante disso viu-se a necessidade de descrever sobre o conjunto de características
que envolvem o processo que desencadeia a paixão. É importante que seja levada
em consideração a personalidade dos sujeitos, nessa premissa, cita-se que a
palavra personalidade vem do latim persona, que se refere ás mascaram utilizadas
pelos autores em uma peça. Para Shultz (2011) a personalidade diz respeito ás
características externas e visíveis, aos aspectos que os outros podem ver.
De acordo com Hall, Lindzey e Campbell (2010), a personalidade está ligada
a elaboração das interações dinâmicas das contribuições de várias causas de
desenvolvimento na medida em que se fundem no sistema integrado, ou seja, dá
peso especial às características distintivas do indivíduo que tem referência sócia. O
indivíduo nasce com um temperamento que pode ser modificado pelo ambiente,
traços como esses estão relacionados à sua personalidade.
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Para Garcia Roza (2013) qualquer prejuízo em uma das fases pode causar
problemas psicológicos. Assim acrescenta-se que a psicanálise é um método
terapêutico que procura favorecer nos pacientes a compreensão sobre os seus
conflitos emocionais e inconscientes, tais como a paixão, na qual o inconsciente
tem acesso somente aos sonhos, fugas de ideias tendo vontades próprias que
influencia na adolescência, na vida adulta que em determinados momentos podem
ser cruciais para o desenvolvimento de alguma patologia.
Destaca-se a partir de González (2015), que por meio da paixão emergem
diversos fatores relacionados ao estresse de acordo com o passar do tempo. Tal
fato ocorre em detrimento de uma ativação do eixo hipotálamo-hipofisário-adrenal,
fato que significa, que o cérebro emite sinais para que ocorra maior produção de
adrenalina, discorre-se que grau de estresse desenvolve a superação do medo
inicial, o qual é tido como neofobia. No entanto, discorre-se que ao decorrer dos
meses existe a diminuição do referido o mecanismo, proporcionando então uma
sensação que demanda paz.
Segundo Papez (2015), tal fenômeno refere-se a um dos poucos nos quais
as ocorrências cerebrais entre amor romântico e maternal não tendem a se
sobrepor. Tal fenômeno ocorre pelo fato de que no cérebro de uma mãe não existe
um local específico para a ativação da área de recompensa e consequentemente o
aumento de dopamina, de forma igualitária existe um acréscimo de oxitocina e
vasopressina, por fim, destaca-se a produção da inibição do córtex pré-frontal.
Acerca disso, afirma-se que o amor romântico possuiu maior evolução no decorrer
do tempo quando comparado ao amor materno.

2.2 Fenômenos neurobiológicos no corpo de quem está apaixonado

Acerca do tópico acima que aborda os fenômenos neurobiológicos no corpo


de quem está apaixonado, Hennemann (2012) menciona que no cérebro, quando o
sujeito vê a pessoa que ama ou até mesmo uma fotografia dela, tende a ser ativado
o sistema de recompensa, sendo este o responsável pela mediação dos sistemas de
alegria demasiada e prazer. Tal mecanismo é responsável por fazer com que os
sujeitos queiram tudo o que se mostra bom, é neste âmbito que a paixão encontra-
se incluída. Dependendo da personalidade dos sujeitos, é possível que a
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experiência de paixão desenfreada desencadeie alterações de humor parecidas as


que são provocadas por drogas como a cocaína e a anfetamina.
A figura abaixo possibilita visualizar como se encontra o cérebro quando os
sujeitos encontram-se apaixonados.

Figura 1- A paixão a partir do cérebro

FONTE: Alencar (2015)

De acordo com o mencionado a partir de Papez (2015), é possível descrever


que as estruturas e o circuito cerebral que concerne as emoções, possibilitam
sustentação na face medial dos lobos temporais e frontais. Dessa forma, discorre-se
que tais estruturas concerniriam ao hipotálamo, os corpos mamilares, o fórnice,
hipotálamo, giro cingulado no lobo frontal e os núcleos talâmicos anteriores.
Destaca-se que o hipocampo possui um papel primordial ao que se refere à
expressão das emoções e o giro cingulado, o qual se encontra no lobo frontal,
atuando como local receptor da experiência emocional.
Acerca disso, Hennemann (2012) descreve que se o cérebro encontra-se
apaixonado possibilita ao coração batimentos cada vez mais rápidos, além de que a
pressão arterial tende a subir, as pupilas dilatam, a temperatura passa a variar
bruscamente, além de que há uma sensação de aperto no estômago e as mãos
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tremem. No entanto, os seres humanos não foram programados para viver


constantemente apaixonado, tudo por uma questão de preservação da espécie, haja
vista que se a paixão tivesse longa duração, haveria problemas ao organismo, tendo
em vista que este entraria em colapso.
Nessa premissa, Hennemann (2012) faz uma estimativa de que a paixão
exista como um estado que possui data de validade que não é superior a superior a
36 meses, no entanto, tem uma variação. O processo ocorre de modo natural, a
paixão tende a passar naturalmente, fato que ocorre em alguns meses, com o
cérebro descarregando menos dopamina e reduzindo as endorfinas.
Segundo Alencar (2015) a partir de estudos realizados por neurocientistas, é
possível afirmar que os sentimentos desencadeados pela paixão constituem um
processo complexo, ao passo que se mostra como integral, pois envolve o ser
humano no âmbito biológico, psicológico e também social. Afirma-se que pessoas
amorosamente envolvidas possuem menores chances de desenvolver doenças
cardiovasculares, assim como também doenças crônicas como o diabetes e a
hipertensão, esses sujeitos se apresentam como mais longevos e terão melhor
qualidade de vida.
Alencar (2015) ainda discorre que a explicação para os acontecimentos
relacionados a paixão são bem simples, a paixão concerne a um dos maiores
reguladores fisiológicos, fato que ocorre em detrimento da paixão ser capaz de
controlar os níveis dos hormônios do estresse, os quais são a adrenalina,
noradrenalina e cortisol, além do mais, deixa o sistema imunológico mais resistente,
pois é capaz de diminuir os índices de ansiedade e depressão e ainda despertar nos
sujeitos a sensação de estar bem e plenitude.
Mediante a isso, cita-se a partir de Dalgalarrondo (2015) que ao que tange os
processos emocionais pode-se afirmar que esses concernem a refutações
neurológicas e fisiológicas decorrente de estímulos externos, bem como também
internos, sendo estes coordenados a partir do pensamento que engloba as
estruturas presentes no sistema límbico.
Por fim, é discorrido por Papez (2015), que é função do hipotálamo fazer a
transmissão de uma mensagem, tal mensagem utiliza diversos produtos químicos,
os quais irão para a hipófise, sendo esta responsável pela liberação de hormônios,
os quais são liberados de maneira rápida na corrente sanguínea. Dito isso, afirma-se
então que há a presença de neurotransmissores e hormônios sendo constantemente
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liberados durante o período referente à paixão, onde todos possuem funções


específicas, os mesmos serão descritos nos próximos tópicos abaixo.

2.2.1 Neurotransmissores

2.2.1.1 Feniletilamina

Acerca desse tipo de neurotransmissor, Caldwell e Young (2016) discorrem


que sua ação se assemelha ao processo que ocorre nas anfetaminas, as quais
possuem o poder de potencializar o sistema nervoso central. A Feniletilamina poderá
ser liberada a partir de acontecimentos que são vistos como simples, tal como
quando se realiza um aperto de mão ou então troca de olhares. No mais, quando um
sujeito encontra-se apaixonado, é comum que ocorra concentrações maiores ao que
se referem tais neurotransmissores.

2.2.1.2 Noradrenalina

Acerca desse tipo de neurotransmissor, Fernandes (2015) relata que se trata


daqueles responsáveis pela aceleração do coração, este momento refere-se a
preparação para ir ao encontro da pessoa que se ama, sendo esta ação sinônima da
reação de que concerne ao processo de ataque ou fuga, sendo causadora de efeitos
que são visíveis e capazes de serem percebidos, tais como emissão de suor, o
coração tende a acelerar, são desencadeados arrepios, assim como outros sinais,
ocorre os estímulos demandados a tais níveis pela feniletilamina.

2.2.1.3 Dopamina

Dalgalarrondo (2015), colabora destacando que este neurotransmissor é o


propulsor do controle das emoções. Sua função é potencializar a sensação do bem-
estar, os níveis de dopamina tendem a aumentar quando o sujeito encontra-se
apaixonado, ela é incumbida pela capacidade que se tem de desencadear maior
desejo pela pessoa que se ama, além do mais possui também a função de atuar no
desengatilhamento de emoções que vão do coração em direção às artérias.
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Mediante a isso, González (2015) comenta que entre as áreas cerebrais


estimuladas pela paixão, é comum que algumas se destaquem sobre a seguinte
maneira:

São as que formam o circuito de recompensa. Entre elas, impõe-se o


chamado núcleo accumbens, uma pequena região situada alguns
centímetros atrás de seus olhos, muito sensível à dopamina —
neurotransmissor que aumenta com a paixão— e ao qual se conhece,
popularmente, como o centro do prazer. É ele que é ativado especialmente
quando recebemos um prêmio, quando temos sede e bebemos água ou
quando consumimos praticamente todo tipo de droga. Realmente, o circuito
de recompensa é também o circuito do vício, daí o caráter viciante das
primeiras fases do amor (p.11).

2.2.1.4 Serotonina

Acerca do neurotransmissor serotonina, Dalgalarrondo (2015) discorre que


esta possui diversas funções, as quais incluem o controle do processo de
dispensação de alguns hormônios, assim como também atua no processo de
regulação do ritmo circadiano, assim como o sono e do apetite, destaca-se ainda
que a serotonina possui ligação com o estado de humor da pessoa apaixonada.
Afirma-se que a serotonina tende a apresentar níveis menores na paixão,
sendo esta responsável por como se encontra o humor. De acordo com Caldwell e
Young (2016), por conta da diminuição do referido retransmissor, há maior
probabilidade de ocorrer a depressão, no mais, não é correto afirmar que a paixão
configura-se como uma inimiga por conta disso, haja vista que quando apaixonadas
os sujeitos tendem a ser mais receptivos às novas sensações que concernem ao
bem estar quando se está apaixonado.
Nesse caso, Dalgalarrondo (2015) discorre há interação entre a Serotonina e
a Dopamina, no entanto, quando há diminuição dos seus níveis, ocorre então um
aumento do que concernem os níveis de dopamina, assim o sujeito tende a mudar o
modo como pensa e como sente, este fato corresponde a responsabilidade pelo
acréscimo do processo que concerne a euforia e momento de excitação.

2.2.1.5 Endorfina

Esse neurotransmissor de acordo com Caldwell e Young (2016), possui a


nomenclatura advinda das palavras “endo“ (interno) e “morfina“ (analgésico). Trata-
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se de um tipo de neurotransmissor, o qual quando é liberado na corrente sanguínea,


torna-se responsável pela sensação de euforia e bem-estar, é então chamado de
hormônio do prazer.
Acerca disso, Dalgalarrondo (2015) discorre que quando se a paixão,
discorre-se também da relação amorosa ou sexo, a produção da endorfina ocorre de
modo aumentado quando o sujeito chega ao orgasmo ou quando vivencia grande
momento relacionado ao prazer na relação. Esse tipo de neurotransmissor
possibilita diversos efeitos positivos, os quais podem ser descritos como o maior
estimulo a memória, o sujeito tende a ter seu humor melhorado, maior resistência,
aumento da disposição física e mental, seu sistema imunológico sofre melhorias,
existem os bloqueios de lesões dos vasos sanguíneos, remoção de superóxidos,
alivio de adores e melhoria na concentração.

2.2.2 Hormônios

2.2.2.1 Testosterona

Acerca desse tipo de hormônio, Caldwell e Young (2016) comenta que


mesmo que se trate de um hormônio sexual característico masculino, há também a
presença deste em mulher, no entanto, com quantidade reduzida. Quando o
indivíduo encontra-se apaixonado, ocorre uma estimulação da referida substância, e
ela tende a aumentar. As contribuições da testosterona na mulher, concernem ao
aumento da libido, já nos indivíduos do sexo masculino a testosterona cai, baixando
assim ao níveis de agressividade.

2.2.2.2 Oxitocina e vasopressina

De acordo com González (2015), a ocitocina e a vasopressina concernem a


dois pequenos hormônios, os quais possuem maior produção em momentos
aparentemente distantes da paixão, concernem ao parto e a amamentação, este tipo
de hormônio tem a função de fortalecer o vínculo entre a mãe e o filho. E o amor
(romântico) também se aproveita dele.
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Quando apaixonado, há um aumento na produção de ocitocina e


vasopressina, de modo que contribui para o fortalecimento da relação.
Dalgalarrondo (2015) comenta que:

Isso tem sentido do ponto de vista evolutivo: gasta-se um tempo e uma


energia consideráveis para se encontrar um parceiro idôneo. Uma vez
conseguido, o laço deve ser reforçado para tentar garantir que ambos
cuidarão da possível descendência. Pelo menos é assim que a natureza
tende a “pensar” (p.02).

2.2.2.3 Oxitocina em mulheres

Ao que tange esse tipo de hormônio, discorre-se a partir de Fernandes


(2015), que nas mulheres a oxitocina desenvolve a função interna e externa, leva-se
em consideração o fato da mesma ser responsável pela melhoria da libido, além do
mais atua para aumentar a lubrificação e o tônus da vagina. Além do mais, refere-se
ao fator responsável por impulsionar a momentos do orgasmo e a memória de
vivencias que demandam prazer. Nessa premissa, destaca-se que as mulheres
alcançam de modo mais breve ao ápice do prazer quando se faz uso de oxitocina e
são estarão mais propensas para vivenciar diversos orgasmos.
O neurobiólogo aponta que no caso feminino também existe um fator
adicional e mais abstrato: o poder (também ocorrem mudanças com o tempo e
cultura)
Segundo o pesquisador, como as mulheres geneticamente têm menos
oportunidades para procriar (o número de gametas femininos é menor do que o de
espermatozóides), elas buscam no selecionado a capacidade de prover e proteger
seus filhos.

2.2.2.4 Oxitocina em Homens

Sobre esse tipo de hormônio em homens, Papez (2015) discorre que esses
sujeitos tendem a obter maior sensibilidade no pênis durante o contato sexual, além
de que sofrem um aumento da frequência das ereções. Este tipo de hormônio
responsabiliza-se pela melhoria da ejaculação pela contração estimulante das
vesículas seminais, da próstata, túbulos seminíferos e epidídimo. Destaca-se ainda
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que quando liberados os espermatozoides a oxitocina atua como reforço a esse


processo.
Dalgalarrondo (2015), comenta que a oxitocina é liberada em situações que
envolvam carinhos, tais como beijos, relações sexuais, abraços, dentre outros tipos
de contatos físicos. Esse hormônio atuará em prol do estreitamento da relação do
casal em detrimento da sua capacidade que possui de desencadear conexões novas
relacionadas a emoção e sua capacidade de desenvolver uma explosão de
sentimentos, assim como melhoria da intimidade e desejo sexual entre os pares.

2.2.2.5 Vasopressina

Ao que se refere o Vasopressina, os autores Caldwell e Young (2016),


discorrem que existem estruturas límbicas, sendo estas possuidoras de receptores
para vasopressina, o referido hormônio está ligado aos aspectos emocionais,
comportamento, memória e aprendizado.
No mais, Fernandes (2015) comenta que a vasopressina refere-se a um tipo
de hormônio relacionado ao amor e paixão, levando em consideração que estimula
alguns órgãos, fato esse que ocorre por conta da relação com às ações no sistema
nervoso central.

2.3 Os sentidos e a paixão

O referido tópico emergiu com o pressuposto de destacar a paixão a partir


dos sentidos, nessa premissa, são citadas e comentadas abaixo as ações da paixão
aos cinco sentidos.

2.3.1 Visão

Ao que se refere a visão, é possível discorrer que este tipo trata-se


possivelmente da fonte de estímulo sexual que se apresenta de modo mais
importante. Nessa premissa, salienta-se a partir de Vilela (2018), que o sujeito
possui diversos estímulos visuais, os quais encontram-se interligados durante o
processo de atração sexual, tais estímulos caminham além da visão dos genitais do
sexo oposto.
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A autora supracitada ainda comenta que, a paixão a partir da visão leva em


consideração a forma como a pessoa se move, o jeito como esta olha, seus gestos,
assim como também o modo como esta se veste, os referidos emergem como
estímulos, capazes de potencializar a capacidade de imaginação dos sujeitos, por
fim, destaca-se que por meio da visão os indivíduos conseguem realizar a
contemplação pura e simples de um corpo nu.

2.3.2 Audição

Acerca desse tipo de sentido, menciona-se a partir de Vilela (2018), que a


linguagem se apresenta nas mais diversas sociedades como um meio de solicitação
sexual, é comum observar que por meio do uso de frases e canções que falam de
amor sejam estabelecidas as preliminares mais habituais. Uma fala, por exemplo, é
capaz de provocar no cérebro uma confusão, é possível libertá-lo da carga social,
assim uma frase erótica, quando sussurrada ao ouvido, poderá ter como resultante
uma incitação que fará o sujeito ter sensações sem iguais.
Mediante a isso, Jansen (2011), discorre que não são apenas as palavras que
possuem grande poder ao sujeito apaixonado, mas também os tons de voz da
pessoa amada, dessa forma, cita-se que o tom de voz é responsável por
desencadear padrões de saúde e genética almejados na busca pela pessoa amada.

2.3.3 Tato: a pele

Para Baumam (2004), a pele pode ser definida como o maior órgão sexual
que o corpo humano possui, trata-se de uma superfície de aproximadamente dois
metros quadrados de extensão. O tato não pode ser descrito como apenas maus um
dos sentidos que compõem o sujeito, o mesmo é resultado de muitas junções, trata-
se das sensibilidades superficiais, ao que tange as epidérmicas e dérmicas; refere-
se também a sensibilidades ditas como profundas, ao que se refere a proprioceptiva,
ligada a movimento , a partir da pele o sujeito sente vontade de explorar o corpo do
outro, assim como também é capaz de proporcionar emoções, memórias e aguçar a
imaginação.
Vilela (2018), complementa destacando que existem aproximadamente em
torno de cinco milhões de receptores do tato na pele, destaca-se que existem em
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torno de 3.000 -nas pontas dos dedos, os quais são responsáveis por enviar
impulsos nervosos que vão do cérebro através da medula. É provável que este seja
o mais primitivo dos sentidos, destaca-se ainda que este confere a maior experiência
do ser humano, mesmo que ele ainda não tenha sequer nascido, haja vista que o
bebê explora o mundo pelo tato, a partir dele consegue descobrir onde tem inicio e
onde finda o seu corpo, bem onde se inicia o seu mundo exterior, trata-se do seu
primeiro guia.
Dalgalarrondo (2015), comenta que o tato refere-se ao sentido que dá ao
sujeito um contato instantâneo com os objetos que o cerca, e ao que se refere a
relação humana, trata-se de um tipo de acontecimento inevitavelmente recíproco,
haja vista que o contato de pele com a pele é capaz de provocar de modo imediato
um nível de conhecimento entre ambas as partes, conhecimento único.
Vilela (2018), complementa que o processo de estimulo tátil refere-se a um
tipo de necessidade básica, a qual possui tanta importância para o desenvolvimento
quanto os alimentos diários, por exemplo. Por fim, cita-se o contato físico como uma
forma de comunicação que ocorre em um estágio mais íntimo e intenso dos sujeitos.

2.3.4 Gustação e Paladar

Ao que se refere o item 1.3.5, Fernandes (2015) discorre que a boca é tida
como o primeiro local de prazer, haja vista que com 16 semanas de vida as papilas
gustativas dos sujeitos já estão desenvolvidas. É comprovado que o feto faz careta
quando há alguma gota de substância amarga no líquido amniótico, no entanto,
quando há a presença de alguma substância doce no local, é capaz de provocar
neste ser a aceleração dos movimentos de sucção e deglutição.
Segundo Vilela (2018), mas a fase que envolve o paladar não para por aí,
após seu nascimento, o paladar ainda continua sendo a fonte de prazer do bebê, a
vista que este sujeito se amamenta por intermédio do mamilo da sua mãe. Dessa
forma, o paladar tende a ficar cada vez mais apurado.
A autora supracitada comenta que a língua refere-se a base de todo o paladar
do sujeito, assim como trata-se de uma das partes mais sensíveis do corpo humano
e também a que se apresenta de modo mais versátil. Destaca-se que quando ocorre
um beijo, faz-se uso dos três sentidos de tato, paladar e olfato. O beijo é um
fenômeno que favorece o aparelho circulatório, assim como também proporciona o
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aumento de 70 para 150 de batimentos cardíacos, além de proporcionar benefícios


para a oxigenação sanguínea, sem deixar de lado o fato de que o beijo proporciona
a liberação de hormônios responsáveis por causar o bem-estar.

2.3.5 Olfato

Acerca do quesito olfato, utiliza-se novamente as palavras de Vilela (2018),


nas quais é destacado que não é correto afirmar que o amor começa quando os
olhares se encontram, mas sim quando os cheiros se encontram. É possível afirmar
que existem circuitos que vão do olfato até o cérebro e estes carregam consigo uma
mensagem bem especifica e direta, sexo!
De acordo com Dalgalarrondo (2015), os sujeitos exalam de modo contínuo
bilhões de poros na pele, assim como também pelo seu hálito, produtos químicos
voláteis, os quais são denominados de ferormônios. Já foi identificado que maior
parte das espécies de vertebrados possuem um órgão que sem encontra na
cavidade nasal chamado de órgão vomeronasal (OVN), o qual possui como escopo
exclusivo realizar a detecção de sinais químicos, os ferormônios, os quais estão
inclusos no comportamento sexual e de marcação de território.

2.4 Fases da paixão

O tópico acima busca descrever quais as fases da paixão, mediante a isso,


fez-se uso das palavras de Jansen (2011), que destaca que a paixão possui três
estágios independentes. Primeiramente destaca-se o primeiro estágio que concerne
ao desejo ou luxúria, trata-se de um momento no qual é buscada a satisfação
sexual, este ocorre em detrimento do comando de hormônios sexuais,
essencialmente pela testosterona, sem que haja uma elaboração emocional maior.
Para Hennemann (2012), este primeiro momento se refere aos olhares que se
encontram, o momento em que os corpos que se comunicam, trata-se do sentir
através do tato, como dito nos tópicos anteriores. O corpo percebe uma tempestade
química por meio do cheiro.
Em seguida discorre-se sobre o segundo estágio, trata-se do amor romântico
ou paixão, neste irá ocorre a atração física e sexual. Trata-se de uma fase imersa
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em uma enxurrada de substâncias, tais como a endorfina, noradrenalina, serotonina,


e também testosterona, progesterona e estrógeno.
Segundo Hennemann (2012), este momento concerne ao primeiro encontro, a
paixão. O sujeito passa a sentir-se atraído sexualmente pelo seu par, ocorre o
aumento dos níveis de testosterona em ambos os sexos, inclusive nas mulheres. Em
seguida ocorre aquela dita paixão avassaladora, momento no qual um sujeito diz
não viver mais sem o outro, refere-se ao período em que o cérebro encontra-se
repleto de dopamina. Em seguida ocorre a ligação afetiva caracterizada como mais
sólida, o companheirismo, nas mulheres há a presença de ocitocina e nos homens
pela vasopressina.
Por fim, Bauman (2004) discorre sobre o terceiro estágio, sendo este
responsável pelo processo de construção que ocorre de modo gradual do vínculo
que se tornará ou não duradouro, trata-se do amor propriamente dito. Esta é
caracterizada pela ação da oxitocina na mulher e vasopressina no homem, tratam-se
dos chamados hormônios do vínculo.
Hennemann (2012) cita também sobre a última fase, a qual caracteriza o
amor propriamente dito, nesta tudo se torna ainda mais complexo, o sujeito passa a
criar um conceito do que realmente deseja, dos modelos amorosos que pretende
seguir e quem pretende ter como seu par.
Ademais, Jansen (2011), comenta que os referidos estágios em geral ocorrem
nesta sequencia de modo geral, mas não concerne a algo estático. Assim como
também não especificamente com a mesma pessoa, ou seja, é possível que
determinado sujeito mantenha um vínculo forte com a esposa, no entanto, sente
desejo por sua secretária, mas encontra-se apaixonado por sua vizinha. No entanto,
como dita anteriormente, nada é estático, ainda faz-se necessário que sejam
desenvolvidos muitos estudos quando se trata dessa temática, haja vista que a
neurociência necessita que sejam ampliados maiores estudos.

2.5 Onde moram as emoções

Ao que se refere o referido tópico que concerne o local onde possivelmente


estariam as emoções, González (2015) cita que para que seja possível identificar tal
local, é necessário entender que o cérebro é dividido em regiões. A fim de que tais
regiões possam ser encontradas, é usado pelos cientistas o que se conhece como
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‘ressonância magnética funcional’, trata-se de uma técnica que possui a


incumbência de captar a maior ou menor chegada de oxigênio a cada área do
cérebro.
Ademais, Jansen (2011) cita que por meio da ressonância magnética
funcional foi possível identificar que o circuito de recompensa trabalha de modo mais
intensificado e que o córtex pré-frontal parece desligar, o qual tem a função de
regular a capacidade de raciocinar, bem como também de emitir julgamentos
elaborados.
Hennemann (2012), comenta que as áreas cerebrais que são envolvidas no
fenômeno que se refere a paixão passam a possuir maior irrigação sanguínea,
assim como o metabolismo também passa a ficar mais intenso e há maior atividade
dos neurônios, a paixão envolve estruturas cerebrais como a Amígdala e o Córtex
pré-frontal, sendo esta primeira responsável pelos sentimentos ditos como
primitivos, tais como raiva, medo, tristeza e euforia, já o córtex frontal tem a posse
do discernimento da razão.
Jansen (2011), encerra este tópico destacando que as sensações que se
apresentam com mais intensidade e que estão interligadas com a paixão ficam
alojadas no centro do cérebro, de modo mais específico no núcleo caudal e na área
segmentar ventral.

2.6 O luto após o término da paixão

Acerca do processo de luto Ballone (2010) destaca que a ritualização do


mesmo na Idade Média fazia com que o sujeito ficasse em reclusão, para que assim
pudesse sentir a dor e superar a perda. Com o tempo, essa reclusão se tornou
voluntária, sendo um direito do sujeito viver o seu luto. No entanto, no século XX,
ocorre a negação do luto.
De acordo com Mattos (2013), modernamente o luto tem sido visto como um
processo que dura por toda a vida, podendo contemplar desde experiências de
sofrimento a celebração, os dois modos se manifestam como modo de manter uma
ligação com o sujeito. Dentro do luto há aspectos de dor intensa, mas essa dor
intensa pode ser findável, permanecendo apenas o luto como experiência duradoura
através do tempo.
17

O luto é a manifestação de reações a uma perda significativa, segundo


Parkes, (1998 apud BALLONE, 2010), há o rompimento dos vínculos que as
pessoas estabelecem umas com as outras durante a vida e a perda de uma pessoa
traz consigo também estresse, com isso o referido processo é uma resposta normal
de enfrentamento do ser humano. Portanto, não é uma doença. É um processo e
não um estado.
Segundo Melo (2010), o tempo de duração das lamentações é variado, pois
irá depender da forma como cada um a sente, da idade de quem vivencia a perda,
de quanto se está preparado para enfrenta-la, as circunstâncias em que ocorreu o
término do relacionamento, da trajetória de vida do enlutado e de sua história ao
lado da pessoa por quem manteve afeto, das significações particulares em relação
ao amor e às perdas.

2.6.1 O processo de luto para aqueles que perdem um amor

Segundo Mattos (2013), o luto traz consigo também o envolvimento de todo o


sentimento e processo vivido ao lado da pessoa amada, no entanto, as atitudes
frente a esta situação variam desde uma apatia, passividade e afastamento até uma
preocupação excessiva e aproximação. O processo envolto pelo luto é uma situação
de crise, na qual uma relação anteriormente estabelecida com um membro se torna
de maneira abrupta findável.
Nesse sentido, segundo Ballone (2010), é a pessoa enlutada que escolhe
como deve conduzir sua vida. Dentre as opções estão para a sua vida junto com o
término, no sentido de que essa pessoa opta por perder a alegria de viver; continuar
vivendo como uma pessoa incapaz de transpor a barreira determinada pela perda;
ou superá-la, passando a buscar uma nova maneira de enfrentar a vida, com a dor e
a lembrança, porém retomando da maneira mais cômoda as suas atividades
rotineiras, com as adaptações pertinentes. A autora ainda salienta que é por meio do
lamento, que se pode reconhecer sentir e superar a dor da perda, passando assim a
aceitar as dificuldades advindas.
É destacado por Melo (2010), ao que se refere à insensibilidade, a mesma
pode manifestar-se como um período de indiferença, contudo, não é normal que
persista por mais de duas semanas. Durante o período de luto é normal que haja
uma conformidade com o que aconteceu, no entanto, não deve estar acompanhado
18

de sentimento, com a perda a sensação para o sujeito é de um sonho, pois se sente


perdido e irreal.

2.6.2 Fases do luto após o término da paixão

Segundo Blasi (2015), quando comparado o luto em que ocorre por conta da
morte com o luto por conta do término do relacionamento, percebe-se que este
último é mais penoso do que a dor da morte, haja vista que a pessoa que se amou
ou que se ama sempre estará presente, até se relacionando com outras, quebrando
as promessas, juras de amor e sonhos que foram jurados a dois.

2.6.2.1 Fase 1- Estado de impacto ou choque

Refere-se a partir de Gomes (2013), que este trata-se do momento inicial do


luto. Concerne ao momento em que a pessoa não acredita e não possui consciência
do novo momento que está passando, é quase improvável que veja a nova situação.
Nesta fase é comum que seja identificada a ausência de reação, logo o sujeito age
como se não houvesse acontecido o término.
Para Baumam (2004), a referida fase é mais ocasionada em sujeitos que
foram deixados e nota-se menos naqueles que exerceram o término. Fato que
ocorre por conta de que a pessoa que decidiu terminar o relacionamento já
ultrapassou a fase de negação e choque, logo é mais fácil para ela tomar a decisão
de terminar o relacionamento, pois ela já elaborou a nova situação e não mostra
negação.
De acordo com Blasi (2015), quando o sujeito tiver consciência do término, de
modo que consiga entender o que ainda está por vir, é o momento que o mesmo
chega à fase seguinte, a qual concerne a fase de negação da perda.

2.6.2.2 Fase 2- Negação da perda

Baumam (2004), trata essa fase como sendo àquela que o sujeito passa a
tomar consciência do que perdeu, no entanto não quer aceitar, não aceita que o
relacionamento teve fim e fantasia com a volta. É comum que a mente se concentre
19

em encontrar meios que possam solucionar as problemáticas e, assim, retomar o


relacionamento.
Destaca-se como um momento adaptativo, o qual leva um tempo para que o
sujeito possa digerir o processo que envolve o término e tome consciência das
mudanças que ocorreram e que ainda virão.

2.6.2.3 Fase- Tristeza profunda

Segundo Baumam (2004) é característico que nesta o sujeito tenda a assumir


e a sentir o que o término é para si, neste momento começa a entender que sua vida
mudou e que irá mudar ainda mais. Sente tristeza por conta de todas consequências
da perda, passam a ter um olhar negativo em relação ao mundo, do futuro e dela
mesma.
Gomes (2013), comenta que poderá emergir um estado de tristeza profunda e
sintomas de depressão. No entanto, é necessário que se viva esta fase, haja vista
que torna-se importante para o enfrentamento da perda, pois essa vivencia o
possibilitará conectar-se com o ocorrido e começar de modo lento a superar o
sofrimento.

2.6.2.4 Fase 4- Culpa

De acordo com Baumam (2004), esta se refere a uma das fases mais
características do luto no término de um relacionamento, a fase de culpa é uma das
mais características, trata-se das fases mais notórias e mais difíceis de superar. O
sentimento de culpa é responsável feito ou dito para não ter perdido o
relacionamento.

2.6.2.5 Fase 5- Raiva

A fase que compete a raiva é destacada por Blasi (2015), como aquela que
vem depois da culpa, pois o sujeito passa a delimitar e repartir o que aconteceu
quando conseguir sentir raiva. Essa refere-se a fase mais “benéfica” ou “positiva”,
haja vista que se a situação ou a pessoa é capaz de causar raiva, é normal que o
evite e remova da vivencia.
20

Baumam (2004), comenta que a raiva mantém o sujeito longe de quem


pretende superar. Manter contato com um ex durante as fases de luto proporciona
muito provavelmente que ambos fiquem presas na fase de culpa ou tristeza, o quer
tonará mais difícil que avancem,
De acordo com Gomes (2013), há a probabilidade de ser tornarem amigos no
futuro, mas não durante o luto. A raiva é responsável por manter longe àqueles que
já se machucaram, no entanto, é primordial que o sujeito não fique preso nessa fase,
pois é capaz que a referida retorne ao indivíduo que a sente.

2.6.2.6 Fase 6- Aceitação

Trata-se da última fase, assim Blasi (2015) a mesma se refere ao conjunto de


emoções positivas ou gratificantes, neste momento torna-se possível ver o término a
partir de uma ótica repleta de experiência, história da sua vida, com seus pontos
negativos e positivos.
Segundo Baumam (2004), em geral nesta fase os sujeitos dão inicio ao
processo em que assumem o que houve, pensam em si mesmas e em traçar sua
mente para o futuro e não para o passado ou a perda. Quando o sujeito aceita,
tende a superar o término e pensa em um futuro para eles mesmos.
Por fim, ao ser destacado sobre as fases do luto após o término da paixão,
cita-se a partir de Gomes (2013), que não são todas as pessoas que passam pelas
referidas, assim como também os estágios não deverão necessariamente ocorrer
nas mesma ordem ou proporção para todos os sujeitos, é comum que os mesmos
se misturem e vão e voltem em diversos momentos, assim como não serão todas as
pessoas que passaram por essa fase, o que não significa que a mesma encontra-se
bem, pois é fundamental que o sujeito perpasse por todas as fases do luto, em prol
do bem estar de sua saúde mental.
Nessa premissa, Baumam (2004) comenta que por diversas vezes um ou
outro estágio emerge, no entanto, quando o sujeito passa pelos cinco, é comum que
passe a visualizar uma melhora, logo tende a banir o sexto estágio. No mais, os
sujeitos que desenvolvem a culpa estão mais propensos a patologizar a situação.
21

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tem-se como objetivo geral a premissa de descrever através de levantamento


bibliográfico como funciona o cérebro de uma pessoa apaixonada, mediante a isso,
é possível descrever de modo sucinto que a paixão é um dos maiores reguladores
fisiológicos, os processos emocionais concernem a refutações neurológicas, sendo
coordenados a partir do pensamento que engloba as estruturas presentes no
sistema límbico. O hipotálamo faz a transmissão de uma mensagem, que utiliza
diversos produtos químicos, estes vão para a hipófise, sendo esta responsável pela
liberação de hormônios. Existem neurotransmissores e hormônios que são
constantemente liberados durante o período referente à paixão, onde todos
possuem funções específicas.
Acerca dos objetivos específicos, os mesmos consistiram em apontar os
fenômenos neurobiológicos no corpo durante a paixão, destaca-se então o controle
níveis dos hormônios do estresse, desperta nos sujeitos a sensação de estar bem e
plenitude. É possibilitado ao coração batimentos mais rápidos, sensação de aperto
no estômago e as mãos tremem.
Foi possível de acordo com o segundo objetivo descrever as fases da paixão,
as quais concernem a três estágios independentes, desejo ou luxúria, amor
romântico e amor propriamente dito.
Por fim, o terceiro objetivo buscou destacar sobre o luto após o término da
paixão, aponta-se que as pessoas que passam pelo processo de luto, têm que
aprender a desempenhar novos papéis, até então vividos com o sujeito que
caminhava a seu lado, num momento de sofrimento e instabilidade emocional, o
tempo entre uma perda significativa, sua aceitação e a minimização das
lamentações não pode ser determinado, sendo possível que elas nunca terminem.
A hipótese da pesquisa buscou averiguar se há sentimento posterior à paixão
após o término da mesma e se esse sentimento interfere na vida diária dos sujeitos,
acerca disso identificou-se poderá surgir um sentimento ligado a amizade no futuro,
mas não durante o luto, é comum que a raiva seja o sentimento responsável por
manter longe àqueles que já se machucaram, no entanto, caso esse sentimento
permaneça por longo prazo, poderá ser descrito como patológico e assim será
provável que passe a interferir na vida do sujeito.
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Quanto as limitações encontradas, destaca-se a falta de referencial teórico


que pudesse embasar a pesquisa, pois ainda se mostram escassos os materiais que
possibilitariam subsidiar teoricamente o referido levantamento. Quanto a propostas
futuras, pensa-se em desenvolver novas pesquisas, as quais busquem referenciais
presentes em outras línguas, de modo que se possa contribuir com a literatura
brasileira e fomentar o âmbito teórico do que concerne a paixão e seus
acontecimentos neurobiológicos.

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23

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