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R321
Relatos de experiências na educação profissional e tecnológica [recurso
eletrônico] / organização Nayana Bruna Nery Monção , José Ribamar Lopes
Batista Júnior. - 1. ed. - São Paulo : Parábola, 2018.
recurso digital ; 5 MB
Formato: epdf
Requisitos do sistema: adobe acrobat reader
Modo de acesso: world wide web
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-68326-27-5 (recurso eletrônico)
Direitos reservados à
PÁ DE PALAVRA
[O selo de autopublicação da Parábola Editorial]
Rua Dr. Mário Vicente, 394 - Ipiranga
04270-000 São Paulo, SP
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zida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou
mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema
ou banco de dados sem permissão por escrito da editora.
ISBN: 978-85-68326-27-5
© da edição: Pá de Palavra, São Paulo, novembro de 2018.
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
Bruna Nery e Ribamar Jr.
EGRES: sistema de informação para acompanhamento das autorizaçoes de saída dos alunos
Diego Barbosa Tavares, Jesaías Carvalho Pereira Silva e Sheldon Nogueira Barbosa de Santana
Introdução
Referencial Teórico
Metodologia
Resultado e Discussões
Conclusão
Referências
PROJETO RADIOTEC: espaço para prática de leitura e escrita no ensino médio profissionalizante
Matheus Feitosa Marques, José Ribamar Lopes Batista Júnior, Diego Vieira da Rocha, Rawane Soares Santos e
Gilmarley Lima de Sousa
Introdução
Desenvolvimento
Resultados e Discussões
Conclusão
Referência
AUTORES/AS
OS ORGANIZADORES ISENTAM-SE
DE QUALQUER RESPONSABILIDADE AUTORAL,
SEJA DE CONTEÚDO OU DE ESTRUTURA,
FICANDO A CARGO DO/S AUTOR/ES
DE CADA TEXTO TAIS RESPONSABILIDADES.
A INFLUÊNCIA DO ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA PARA
OS ALUNOS DO COLÉGIO TÉCNICO DE FLORIANO
Maria do Perpétuo Socorro de Oliveira Santos
Ritaiane Brito Oliveira
Vanessa Carolainy Alves da Silva
INTRODUÇÃO
O ensino de língua espanhola no Colégio Técnico de Floriano é recente, pois a
incorporação da disciplina ao Ensino Médio aconteceu no final de 2014. No entan-
to, a lei que tratava sobre a obrigatoriedade da oferta do ensino de língua espanhola
no ensino médio é de 2005 (lei nº 11.161). Tal lei estabeleceu um prazo de até 5 anos
para que todas as escolas públicas a cumprissem de fato. As razões para a criação e
sanção dessa lei são claras, já que segundo o Instituto Cervantes no Informe 2016,
o número de falantes chega a 567 milhões. Além disso, o Brasil está, quase que em
totalidade, cercado por países falantes de língua espanhola. Apesar de toda impor-
tância desse idioma, com a Reforma do Ensino Médio, através da Medida Provisória
746/2016 aprovada e sancionada em 2017, a língua deixa de ter sua oferta obriga-
tória. Partindo da situação do idioma tanto na escola quanto no mundo, nasceu o
questionamento acerca da influência do ensino da língua espanhola para os alunos
do Colégio Técnico de Floriano (CTF – UFPI) e sua eficácia no processo de ensino
- aprendizagem.
A partir do questionamento que gerou essa pesquisa, os objetivos iniciais foram:
conhecer os benefícios e/ou deficiências percebidos no ensino de língua espanhola
(ELE) e as influências decorrentes disto e traçar o nível de aprendizagem dos estudan-
tes de ELE. Na escola em que se realizou a pesquisa, existem algumas modalidades
de cursos técnicos. Apenas os cursos técnicos integrados ao Ensino Médio, têm a lín-
gua espanhola como parte do currículo, que são os de Agropecuária e Informática.
O ensino de língua estrangeira no Brasil foi a maior parte do tempo esquecido
e quando, finalmente, começou a ser incorporado à educação básica, foi reduzido
à transmissão de normas gramaticais. Felizmente nas últimas décadas, o ensino ga-
nhou novas vertentes e percebeu-se a importância de contextualizar e dar cada vez
mais verossimilhança à prática educativa. Nesse sentido, os manuais de ensino tam-
bém mudaram bastante.
PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
O ensino de línguas estrangeiras no Brasil é norteado pelos Parâmetros Curri-
culares Nacionais na Educação Básica. Segundo os PCNs (2000, p. 25) “a língua
estrangeira moderna integrada à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias as-
sumiu a condição de ser parte indissolúvel do conjunto de conhecimentos essenciais
que permitem ao estudante aproximar-se de várias culturas”. Isto porque a língua
é algo intrínseco ao ser humano, ou seja, ao estudar uma língua estrangeira tem-se
acesso a tantos aspectos diferentes de algo que é muito maior do que se possa imagi-
nar. Especialmente quando se fala de uma língua que é oficial em mais de 20 países.
“Em seu sentido mais amplo, a aprendizagem pode ser definida como um processo de
mudança gradual da ignorância ao conhecimento, da impossibilidade de competência
e de indiferença em relação à compreensão.... Em grande parte da mesma forma, a
instrução ou a educação pode ser definida como os meios pelos quais podemos siste-
matizar as situações, condições materiais de tarefas, e as oportunidades em que os edu-
candos adquirem diferentes ou novas maneiras de pensar, sentir e fazer.” (CAMERON
FINCHER, 1994, p.54)
Estudar outro idioma (neste caso, Espanhol como Língua Estrangeira – ELE) é
também refletir sobre o seu papel na sociedade e reconhecer que ele funciona como
uma ponte para diversas outras “áreas” como costumes, alimentação, tradições,
história, geografia, música, dança, literatura. É fato, porém que muitas vezes é difícil
apresentar todo esse conjunto de informações, dadas as dificuldades de cada local
(por exemplo: carga horária pequena e grande quantidade de alunos em cada grupo).
Dessa forma, cabe à/ao profissional selecionar os temas mais pertinentes levando em
consideração, basicamente, o público e o tempo. Por isso, Freeman e Long (1994, p.
120) afirmam:
“Afinal, para poder comunicar-se numa língua qualquer não basta, unicamente, ser
capaz de compreender e de produzir enunciados gramaticalmente corretos. É preciso
também conhecer e empregar as formas de combinar esses enunciados num contexto
específico de maneira a que se produza a comunicação. Em outras palavras, é neces-
sário, além de adquirir a capacidade de compor frases corretas, ter o conhecimento de
como essas frases são adequadas a um determinado contexto.” (PCNs, 2000, p. 29)
Um dos objetivos do Ensino Médio é também educar para o trabalho, por essa
razão é interessante que sejam abordados assuntos referentes a esse universo, além
de ser mais um apoio para a oferta da língua estrangeira, seja ela espanhol ou inglês,
ou outras. Porque provavelmente, em algum momento surgirá a necessidade de sa-
ber, no mínimo, uma língua estrangeira.
METODOLOGIA
Houve o estudo dos textos que tratavam da implantação do ensino de espanhol
nas escolas brasileiras públicas de ensino médio para entender melhor sobre todo o
processo que estabeleceu o ensino da língua no Brasil. Em seguida, uma pesquisa
quali – quantitativa com a aplicação de questionários no início e final do projeto e
análise dos resultados. Nesse interstício, houve também a observação de aulas de
curso de línguas no CTF e em uma escola pública de idiomas e aulas do ensino mé-
dio regular na escola. Foram entrevistados 51 alunos que cursavam à época o 2º ano
do Ensino Médio.
O primeiro questionário tinha como objetivo traçar um perfil dos alunos, saber
o que eles gostariam de ver na língua estrangeira e identificar se eles percebiam a
importância de estudar a língua espanhola. Já o último questionário, teve a intenção
de ver os resultados das práticas adotadas em sala e se a partir delas houve melhoria
na aprendizagem e, consequentemente, nas notas.
Na visita à escola Centro Cultural de Línguas Pe. Raimundo José, uma esco-
la pública de idiomas que oferece cursos de português, inglês, espanhol, francês e
libras. Foram observadas a estrutura da escola que possui 10 salas de aula, todas
com condicionador de ar e projetor multimídia, o material didático de Espanhol que
é utilizado por 1 ano. O curso tem duração de 3 anos, divididos em 6 módulos. As
aulas são bem dinâmicas, exigindo a total participação do aluno, destaca-se que boa
parte da aula é dada em Espanhol. A turma visitada estava no módulo I, mas já apre-
sentava bom desempenho na língua estudada. Comparando-se com o ensino regular,
pode-se perceber poucas diferenças, como a participação dos alunos que é pouca, o
modo como o professor interagia com os alunos, pois na maioria das vezes falava em
espanhol. O material didático possui as mesmas características, os assuntos não são
complexos possuindo o mesmo nível do ensino regular.
Você considera que o ensino de forma mais dinâmica melhora o seu processo
de aprendizagem?
CONCLUSÃO
Os resultados obtidos apontaram para a melhoria das técnicas aplicadas em
sala de aula e, consequentemente, do rendimento escolar na disciplina já que os dis-
centes expressaram sua opinião sobre o trabalho realizado na disciplina e também
deram sugestões de atividades. Com a aplicação de atividades mais interativas, dinâ-
micas para o público – alvo do projeto (alunos do 2º ano), a participação e o interesse
dos alunos pela matéria melhoraram. O aprendizado, a leitura e interpretação de
textos também melhoraram. Esses pequenos avanços também influenciam na esco-
lha da língua estrangeira nos vestibulares, visto que nesta pesquisa foi constatado
que a maioria dos alunos entrevistados escolheu o espanhol como opção de língua
estrangeira no ENEM.
O trabalho proporcionou aos alunos a consciência da importância de aprender
uma língua estrangeira atualmente e a percepção do que já foi aprendido desde o
início do primeiro ano. O fato de entender que conhecer outra língua é também co-
nhecer outra(s) cultura(s) e ampliar o ponto de vista faz com que os alunos entendam
e compartilhem esses pensamentos com a família e amigos, já que, infelizmente,
ainda existe muita ignorância acerca do tema. Além de despertar o interesse para,
talvez, fazer um curso de línguas.
REFERÊNCIAS
CAMARGO RIBEIRO, LUÍS ROBERTO DE. A aprendizagem baseada em problemas (PBL): uma implemen-
tação na educação em engenharia na voz dos atores. 2005, 236 f. Trabalho de conclusão de curso (tese).
Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR, São Carlos, 2005.
LARSEN-FREEMAN, D.& LONG, M. Introducción al estudio de la adquisición de segundas lenguas. Ma-
drid: Gredos, 1994.
PCNs. Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC, 2000. http://
portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/14_24.pdf. Disponível online: Acesso em 26 de setembro de 2016.
A METODOLOGIA DIALÉTICA NA AULA DE PRODUÇÃO
TEXTUAL PARA O ENEM
Wallace Dantas
INTRODUÇÃO
Do século XX pra cá, tem surgido inúmeras críticas à aula meramente expo-
sitiva. Não que ela não seja necessária ao processo de ensino e aprendizagem, mas
não pode ser a única ferramenta usada pelos professores para, dentro de sala de
aula, como também fora dela, mediar o conhecimento. Percebemos, então, uma
necessidade premente dos professores do sistema educacional atual de se pautarem
em metodologias que fujam da prática apenas e tão somente expositiva (VASCON-
CELOS, 1992).
Partindo dessa realidade, este trabalho busca trazer reflexões pertinentes e
necessárias às aulas de produção textual. Tais reflexões emanam da realidade
que é o motivo de nossas aulas: o Enem. Observaremos, então, a Área de Lin-
guagens, Códigos e suas Tecnologias, nos dedicando, principalmente, à Redação
(tão somente pelo caráter essencialmente importante que o próprio exame lhe
concede e também pela dificuldade que os alunos atuais têm em escrever o gêne-
ro dissertativo-argumentativo conforme regras estabelecidas no já mencionado
certamente).
O que propomos como uma, dentro de várias, possibilidade de uma aula de
produção textual para o Enem já acontece em uma escola da rede privada do estado
da Paraíba, portanto, as reflexões aqui encontradas já são práticas experienciais que
têm dado certo na produção textual em nível de ensino médio.
Diante disso, para melhor compreensão do que queremos propor, nosso texto
tem a seguinte estrutura: no segundo ponto, trataremos da “Metodologia Dialética”,
a partir dos postulados de Vasconcelos (1992); no terceiro, traremos uma reflexão
sobre o que diz o Enem para o trabalho com o gênero textual solicitado – a disserta-
ção – argumentação; num quarto momento, refletiremos sobre a MD exposta aqui
e já usada em sala de aula para, assim, trazermos as considerações que, a nosso ver,
não serão em nenhum momento finais.
A METODOLOGIA DIALÉTICA
Nos últimos anos, a preocupação em ressignificar a prática docente é motivo de
muitas pesquisas e discussões nos centros acadêmicos e nos cursos de professores1.
O tradicionalismo tem sido barrado sempre na intenção de tornar o aluno protago-
nista do conhecimento que a ele interessa, como também de sua própria história. O
professor, cada vez mais, ganha uma papel de mediador de um conhecimento que
não é apenas dele, não é ele apenas e tão somente que possui e que sabe; mas, ao
lado do seu aluno, esse mesmo professor traz um conhecimento que já é conhecido,
de um jeito ou de outro, por parte do educando. Ambos, então, juntos, cada um com
a importância de protagonista, mediam tal conhecimento, trocando experiências,
refletindo sobre realidades divergentes e convergentes, num diálogo que emana da
exposição, mas que não está apenas nela.
Nessa perspectiva, o professor entende que o aluno é um ser ativo no meio so-
cial no qual se encontra. Cria, recria, forma e reforma a realidade da qual faz parte,
influenciando diretamente na sociedade que, a passos largos, caminha para uma
educação cada vez mais dialética e conjunta. Assim, em sala de aula, haverá sempre
uma mediação de conhecimentos que emanam de realidades diferentes, mas que se
complementam. O professor compreende que o aluno tem relações com outros e com
o mundo, portanto, não vem desprovido de vivências e experiências que, somadas ao
planejamento do professor e ligadas à aula mediada, certamente, complementarão o
sentido necessário para tal conhecimento.
Concordamos, então, com Vasconcelos (1992) quando diz que o professor traz
o conhecimento, enquanto que o aluno reflete e reelabora esse conhecimento. É, em
outras palavras, evidências de uma relação dialógica em sala de aula. Sem dialogis-
mo não há aula. Principalmente quando queremos refletir e ressignificar o trabalho
de língua portuguesa – que é o foco deste trabalho.
Partindo dessa realidade, defendemos aqui o uso de técnicas que vão além da
aula expositiva, porque acreditamos que a interação entre professor-aluno-conheci-
mento2 é elemento basilar para resultados significativos além da sala de aula, porque
pensamos no aluno como um ser crítico, politicamente construído e socialmente
integrado, portanto, capaz de se posicionar criticamente, a partir da realidade que
o cerca.
É entendo o aluno como ser social, ativo e capaz de pensar e de interagir com os
outros e com o mundo, que apontamos para a necessidade urgente do professor, em
sala de aula, inserir na mediação do conhecimento, a “Metodologia Dialética” (do-
ravante MD), ou “Metodologia Crítico-Social dos Conteúdos”. Para tratar da MD,
partimos dos postulados propostos por Vasconcelos (1992), que traz três momentos
1
Neste momento, para melhores informações sobre tal processo, sugerimos a leitura do artigo do professor An-
tonio Paulino de Sousa: “Didática e Metodologia: Percursos Históricos e Constituição de Disciplinas. Formação
de professor de língua portuguesa: quando a linguagem e o ensino se encontram” de 2010.
2
Vasconcelos (1992) chama esse “conhecimento” de objeto. Preferimos, então, manter o termo “conhecimento”.
fundamentais para que ela possa acontecer efetivamente: I) Síncrese; II) Análise e III)
Síntese3. Vejamos:
I) Síncrese – é, por assim dizer, o momento pedagógico. Neste início, a partir
de um planejamento prévio da aula (porque acreditamos que sem plane-
jamento a prática da MD não acontece realmente), o professor busca, de
várias formas (música, texto verbal, texto não-verbal, dinâmica individual,
dinâmica em grupo, etc), conforme conteúdo que será mediado, despertar
a atenção do aluno, fazendo com que o discente encontre sentido e signifi-
cado para aquilo que será tido como conhecimento em sala de aula. Neste
momento, o aluno tem seu interesse provocado, instigado. O professor passa
a acordar e provocar o aluno. Neste momento, temos as primeiras significa-
ções por parte do educando, as primeiras representações mentais, quanto ao
assunto/conhecimento tratado em sala de aula.
II) Análise – neste momento da MD, o conhecimento é confrontado. É media-
do. É repensando a partir da relação aluno – conhecimento. O aluno, com
o auxílio do professor, constrói conhecimentos a partir de relações totali-
zantes e reais. Conforme Vasconcelos (1992), construir conhecimento nada
mais é que estabelecer relações, portanto, neste momento, o aluno, a partir
de realidades diversas e da sua própria estabelece relações com o assunto da
aula planejada. Aqui, o aluno é protagonista, ao lado do professor, tendo em
vista que este auxilia aquele na representação mental construída.
III) Síntese – neste momento da MD, o papel do professor é de fundamental
importância, tendo em vista que o aluno deve, a partir das etapas anterio-
res, elaborar e explicitar o conhecimento construído em sala de aula. Aqui,
estamos tratando da “sistematização” do conhecimento que, a nosso ver, só
acontece realmente, com o auxílio do professor, tendo em vista a bagagem
experiencial que este possui. A ‘síntese’, portanto, é basilar para a compre-
ensão do conhecimento construído em sala de aula, podendo acontecer de
diferentes formas, como, por exemplo, oral, gestual, gráfica/escrita, prática,
conforme planejamento do professor.
Podemos, então, resumir tais momentos, que, nas palavras de Vasconcelos
(1992), podem ser considerados mais como “três preocupações do educador”, da
seguinte forma:
3
Em outro texto que estamos escrevendo, tratamos com maior rigor de detalhe de todos os processos elucidati-
vos da MD. Neste artigo, então, de maneira breve, expomos os processos necessários para que a MD, na prática,
aconteça. Tal exposição, apesar de preliminar, não prejudica a compreensão da ideia que defendemos aqui.
É importante, então, deixarmos claro que, à luz dos ditos de Vasconcelos
(1992), a MD não deve, em nenhum momento, ser usada como uma “camisa de
força”, podendo, então, passar por adaptações conforme planejamento do professor,
porém, tais momentos, de uma forma ou de outra, podem (e talvez, devem) sempre
acontecer quando pensamos em uma aula que traz um “novo” conhecimento a ser
mediado. Percebemos também que a MD parte do abstrato (enquanto indetermina-
do, não apreendido) para o concreto (de pensamento).
Torna-se importante, então, por parte do professor, o conhecimento da reali-
dade do grupo para que a aula, a partir da MD, possa efetivamente acontecer. Além
disso, o educador deve também ter os objetivos devidamente traçados e claros, a par-
tir de um planejamento cuidadoso da aula, e, por fim, a partir desse planejamento,
ele deve buscar as medicações adequadas para tal momento. Tudo isso, a nosso ver,
significa uma mudança da prática pedagógica. Significa uma reflexão-ação-reflexão
da aula a ser exposta aos alunos. Significa agir em prol do conhecimento atrelado à
realidade do ser social a quem a aula se destina. Significa amor à prática pedagógica.
Concordamos com as palavras de Vasconcelos (1992, p. 14) ao dizer que:
Esta postura de construção do conhecimento implica uma mudança de para-
digma pedagógico, qual seja, ao invés de dar o raciocínio pronto, de fazer para/pelo
aluno, o professor passa a ser o mediador da relação educando-objeto de conheci-
mento, ajudando o educando a construir a reflexão, pela organização de atividades,
pela interação e problematização junto ao aluno; os conceitos não precisam ser da-
dos prontos; podem ser construídos pelos alunos, propiciando que caminhem para
a autonomia. Assim, poderia se superar aquela ilusão de facilidade que o educando
tem ao assistir passivamente a explicação do mestre, vindo a perceber a dificuldade
somente mais tarde, quando se confronta pessoalmente com o assunto. O professor
deve levantar situações-problema que estimulem o raciocínio, ao invés de sobrecar-
regar a memória com uma série de informações desconexas. O professor propõe o
objeto de conhecimento, seja pela sua fala, por textos ou pelo contato direto com
o objeto. O aluno se debruça sobre o objeto buscando conhecê-lo, estabelecer as
relações. Surgem problemas. O professor ajuda no encaminhamento do problema:
devolve o problema, introduz a informação no momento certo. O aluno volta a se
debruçar sobre o objeto, etc.
A DISSERTAÇÃO-ARGUMENTAÇÃO E O ENEM
Desde 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio (doravante ENEM) traz uma
forma de seleção que, para muitos, é válida; para outros, nem tanto. Independente
de posições, que chamamos aqui de “partidárias”, não podemos deixar de elogiar o
legado social, dialógico e interdisciplinar constitutivos de tal exame, fazendo jus aos
documentos oficiais que o embasam, como os PCN e os PCN+, só para citar alguns.
Ao analisarmos a prova de maneira minuciosa e à luz de teorias educacionais
mais diversas, percebemos que a prova é bem elaborada, exige do aluno conhecimen-
tos relacionados a problemas diversos, fazendo com que o discente vá além de regras
e conceitos que, muitas vezes, são tratados em sala de aula sem um planejamento
prévio por parte do professor. Ou seja: entendemos que uma aula não preparada,
descontextualizada, que não considerada as necessidades e realidades do aluno, não
é uma aula satisfatória.
Deteremos nosso olhar, então, para a prova de Linguagens, Códigos e suas Tec-
nologias, principalmente a parte da Redação. Acreditamos num trabalho redacional
efetivamente dialógico, no qual o aluno, a partir dos temas atuais, possa se posicio-
nar, possa refletir, possa analisar e repensar aquilo que o cerca. Tal prática, a nosso
ver, acontece a partir de um trabalho redacional pautado na MD, no qual vemos que
o aluno é protagonista de sua própria ação, enquanto ser ativo e social. No entanto,
esse pensamento deve estar claro para o professor, caso contrário, o que estamos a
propor aqui, em absoluto, não acontecerá.
Conforme a Cartilha do participante (Redação) para o Enem 2016 (documento
mais atual que temos), há, na referida prova, a “exigência” de um texto dissertativo-
-argumentativo em prosa, a partir de um tema de ordem social, científica, cultural ou
política, sendo, na prática redacional, observadas as competências desenvolvidas ao
longo dos anos de escolaridade na educação básica (ensinos fundamental e médio).
Além disso, no referido documento, existe ainda uma estrutura sugerida e que deve
ser seguida no momento da produção do gênero solicitado, conforme quadro abaixo:
4
A exigência para a realização desta pesquisa foi que o nome da instituição parceira estivesse sempre no anoni-
mato, mesmo o trabalho tendo apresentado grande êxito na prática da metodologia aqui exposta.
5
Fazemos questão de, no corpo do texto, mencionarmos também a presença do Fundamental II (segundo seg-
mento) como forma de agradecimento. Ressaltamos que a exposição da teoria aqui apresentada se deu tanto para
os professores do Fundamental, quanto do Ensino Médio. No entanto, nossa discussão se detém aos professore
do ensino médio neste trabalho. Noutro trabalho que está no prelo trataremos da relação das aulas no nível fun-
damental a partir da Metodologia Dialética ou Teoria Crítico-Social dos Conteúdos (Vasconcelos, 1992).
sertação-argumentação, em sala de aula, sendo acompanhada pelo professor titular.
Neste momento, a sistematização do conteúdo, conforme exposto por Vasconcelos
(1992) aconteceu de forma que os alunos foram protagonistas do seu momento de
escrita que foi, então, organizado e acompanhado pelo professor titular. Neste mo-
mento ainda, foi acrescentado, no decorrer da semana, o processo de correção das
redações por parte do professor, conforme as competências disponibilizadas pelo
Enem, através da Cartilha do candidato, do ano de 2016. Após a correção, ainda
neste momento, conforme planejamento, foi acrescentada, também, a devolutiva das
redações, com os comentários, correções, além de uma análise oral em sala de aula.
3º momento – Síncrese: aqui, conforme planejamento, a partir da devolutiva, na
verdade, houve uma retomada, foi dado início o trabalho de reescrita do texto que
fora repassado aos alunos devidamente corrigido e comentado. A reescrita aconteceu
também em sala de aula, e os alunos tiveram o momento de, tanto com a primeira
versão do texto, quanto com o acompanhamento do professor titular, elaborar um
texto mais sistematizado, com o conteúdo já trabalho no primeiro momento apre-
sentado. Após a reescrita, nas duas últimas aulas, houve mais uma correção e outra
devolutiva. Os alunos perceberam o crescimento ao comparar a segunda produção
(reescrita) com a primeira produção. O índice de notas quantitativas acima da média
foi superior, se comparado com a devolutiva do segundo momento acima.
Podemos, a partir da análise-descrição acima apresentada, concluir que, a par-
tir da Metodologia Dialética, um trabalho efetivo de produção textual para o Enem
pode acontecer conforme quadro a seguir (Lembramos, usando as palavras do pró-
prio Vasconcelos (1992), que a MD é uma possibilidade que existe, dentro de várias
outras, i.e., não pode ser usada como uma camisa de força. Caberá, portanto, ao
professor usar, conforme necessidade da turma e também planejamento sugerido, a
metodologia que convier à aula e ao conteúdo a ser mediado):
Quadro 3 – Proposta de aula para a produção do gênero dissertativo-argumentativo para o Enem, a partir da
Metodologia Dialética (Vasconcelos, 1992)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante de tudo o que foi exposto, percebemos que a Metodologia Dialética é
essencial para o trabalho efetivo do gênero textual dissertativo-argumentativo, mas
não é o único método, apesar de ser – ao nosso ver – o mais viável, considerando
os aspectos sociodiscursivos e pragmáticos da prova de Linguagens e Códigos e a
Redação do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem.
Nessa aula dialógica, professor e aluno são peças-chave para a construção do
conhecimento necessária à prática redacional eficiente. Não acreditamos, portanto,
que apenas técnicas, regras e estruturas devem ser trabalhadas de forma a cansar o
aluno e fazer com que o professor se canse.
Partimos do pressuposto de que a estrutura do gênero é essencial, mas há a
necessidade de despertar a atenção do aluno para a prática redacional, a partir, por
exemplo, do debate e reflexões do tema sobre o qual discorrerá, afinal, é impossível
falar sobre o que não se tem conhecimento. Como visto, não defendemos uma aula
pautada no abstracionismo, mas na realidade na qual o aluno se encontra, buscando
dar sentido e tê-lo na atividade que está sendo realizada em sala e que é –deve! –
preparatória para Enem.
O trabalho do educador é um trabalho de mediação do conteúdo, por ser, no
processo, o ser mais experiente. O seu trabalho deve estar voltado para uma prática
social, real e dinâmica em sala de aula, tornando o aluno protagonista dessa aula, só
assim, portanto, de fato, existira uma situação de interlocução, resultando em uma
situação de interação concreta, ou seja, a partir da Metodologia Dialética na aula de
produção textual para o Enem, professor e aluno mostrar-se-ão ativos e participan-
tes na escrita da ideia que se pretende defender com fins de uma escrita de excelência.
REFERÊNCIAS
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AUMENTANDO A PRODUTIVIDADE POR MEIO DO
ESTÁGIO CURRICULAR: o papel do estagiário como vetor
extensionista numa indústria metalomecânica e a redução
do tempo de setup de máquinas
Neimar João Balan
Illyushin Zaak Saraiva
Guillermo Ney Caprario
Mário Wolfart Jr.
Jessé de Pelegrin
Eduardo Butzen
INTRODUÇÃO
A globalização tecnológica de finais do século XX e das primeiras décadas do
XXI tem trazido às indústrias brasileiras um aumento sem precedentes no nível de
competitividade (IPEA, 2010), já que, entre outras razões, as modernas tecnologias
de transporte e comunicação facilitam o escoamento da produção até regiões antes
consideradas ermas ou isoladas, com custos cada vez mais baixos (CORREA, 2010).
Em tese, para que a indústria seja competitiva, ela precisa fornecer produtos ou
serviços que tenham duas características básicas: a primeira é atender aos critérios
de qualidade do consumidor e a segunda é a apresentar os menores custos de pro-
dução, a partir da avaliação dos custos que são inerentes ao processo produtivo da
qualidade (FEIGENBAUM, 1994).
Dessa forma, o aperfeiçoamento profissional e tecnológico torna-se caminho
essencial para que o conjunto de empresas integrantes de Arranjos Produtivos em
regiões do interior consiga sucesso no mercado globalizado, tornando-se capaz de
atender aos critérios cada vez mais elevados de qualidade (CORREA, 2010).
Este trabalho, baseado em experiência de Estágio Curricular Obrigatório do
Instituto Federal Catarinense – Campus Luzerna, tem como objetivo principal apre-
sentar uma experiência bem-sucedida de estágio curricular em que um aluno do
Curso Técnico em Mecânica do referido Campus, sob a condição de estagiário em
uma indústria de autopeças localizada em Joaçaba-SC, desenvolveu, juntamente com
o professor orientador, uma metodologia para o aumento na eficiência operacional
da fábrica, baseada na literatura especializada e que julga-se poder ser aplicada, com
modificações, a pequenas e médias indústrias do setor metalomecânico, por meio da
redução do tempo de produção, notadamente pela redução do tempo de setup.
O texto é composto de cinco seções, sendo esta introdução, seguida da discus-
são de literatura, dos aspectos metodológicos do projeto, de seus resultados e das
considerações finais, além das referências.
O texto da lei faz clara e inequívoca referência ao lócus do estágio como o “am-
biente de trabalho”, ou seja, o local onde a prática profissional já é desenvolvida por
outros profissionais, dos quais o aluno fruirá experiências e compartilhará conheci-
mentos, por meio do convívio e do aprendizado diário.
Acerca da relação do estágio com a extensão, a mesma Lei nº 11.788/2008 traz
em seu artigo segundo uma diretriz de interesse:
Art. 2º [...]
§3º As atividades de extensão, de monitorias e de iniciação científica na educação su-
perior, desenvolvidas pelo estudante, somente poderão ser equiparadas ao estágio em
caso de previsão no projeto pedagógico do curso (BRASIL, 2008).
Depreende-se do referido trecho da Lei que atividades acadêmicas de extensão,
entre outras, podem ser equiparadas ao estágio, embora sem mais detalhes.
Outros autores, como Werneck et al. (2010), contudo, trazem uma definição
de Estágio mais contextualizada à realidade educacional brasileira, em que se pode
perceber presente o caráter extensionista do Estágio Curricular:
[...] pode ser descrita como uma metodologia para redução dos tempos de preparação
de equipamentos, possibilitando a produção econômica em pequenos lotes. A utiliza-
ção da TRF auxilia na redução dos tempos de atravessamento (lead times), possibili-
tando à empresa resposta rápida diante das mudanças do mercado. Outra vantagem da
TRF é a produção econômica de pequenos lotes de fabricação, o que geralmente exige
baixos investimentos no processo produtivo (FOGLIATTO; FAGUNDES, 2003, p. 1).
[...] Mitsubishi Heavy Industries, por exemplo, o tempo de setup em uma mandriladora
de 8 eixos foi reduzido de 24 horas para apenas 2 minutos e 40 segundos no decorrer
de um ano. Nesse mesmo período de tempo, o setup de uma máquina conformadora
de parafusos na Toyota Motors foi reduzido de 8 horas para 58 segundos. Em outros
países, por exemplo, na H. Weidmann Co., na Suíça, o setup de uma máquina injetora
de plástico de 150 g foi reduzido de 2 horas e meia para 6 minutos e 35 segundos. E, na
Federal-Mongul Co., nos Estados Unidos, a troca de ferramentas em uma fresadora foi
reduzida de 2 horas para 2 minutos (SHINGO, 1996, p. 77).
Para Shingo (1996), os casos acima citados são apenas alguns dos exemplos típi-
cos do tipo de melhorias obtidas ao se utilizar a TRF e a troca de ferramentas em um
único toque (OTED). Shingo demonstra que as reduções de tempo podem chegar ao
patamar de 80% a 95%, utilizando técnicas TRF e OTED. Em média, as reduções
de tempo obtidas são de 80 a 95% (SHINGO, 1996).
Shingo (1996) demonstrou que o exemplo da Mitsubishi citado acima mostra
haver dois tipos de setup nas fábricas:
Setup interno (SI) – operações de setup que podem ser executadas somente quando a
máquina estiver parada, como a fixação e remoção de matrizes (SHINGO, 1996, p.
78).
Setup externo (SE) – operações de setup que devem ser concluídas, enquanto a máquina
está funcionando, como o transporte de matrizes, da montagem à estocagem, ou no
sentido contrário (SHINGO, 1996, p. 80).
MÉTODO
O experimento aqui descrito foi realizado no primeiro semestre de 2015 na
empresa HG GEAR, especializada na produção de engrenagens e eixos automoti-
vos para caixas de câmbio de veículos de arrancada, com unidade produtiva em
Joaçaba-SC.
O método adotado concentra-se basicamente na redução do tempo de setup das
máquinas usadas na produção de engrenagens e eixos automotivos em aço, visando,
dessa forma, diminuir o tempo de produção numa medida considerável, aumentan-
do assim a produtividade e reduzindo os custos de produção, como se verá a seguir.
Os dados utilizados foram coletados mediante autorização da direção da em-
presa, por meio de observação direta in loco, de consulta a manuais e normas téc-
nicas, além de acesso aos relatórios de produção da própria empresa e outros do-
cumentos organizacionais. Também foram realizadas entrevistas com funcionários
experimentados.
Fez-se uso de formulários específicos, notadamente para a medição de tempos e
movimentos (SHINGO, 2000). Os tempos e movimentos apresentados foram todos
obtidos em condições de produção real, usando como cronômetro um aplicativo
disponível no aparelho telefone celular marca Samsung modelo GT-S3332 ano 2012.
De acordo com Miguel (2010), a análise dos dados foi quantitativa e qualita-
tiva. No que diz respeito aos tempos de operação e número de ferramentas, cálcu-
los foram feitos com operações matemáticas e estatísticas simplificadas, segundo o
exemplo de trabalhos similares como Souza (2009) e Fogliatto e Fagundes (2003).
O presente estudo, quanto à sua natureza e finalidade, é aplicado; quanto aos
objetivos, é exploratório e descritivo, uma vez que faz análise preliminar da utiliza-
ção da Redução de Tempo de Setup e sua aplicação ao ambiente produtivo de uma
empresa; e, quanto aos procedimentos, é experimental e bibliométrico (MIGUEL,
2010).
Segundo a metodologia para redução do tempo de setup proposta por Shingo
(2000) e para viabilizar o estudo, dada a grande variedade de máquinas utilizadas
na referida unidade produtiva, fez-se necessário selecionar uma das várias máquinas
componentes da linha de montagem sob análise, sendo escolhida a Fresadora marca
Lorenz modelo SJV00.
Foram efetuadas diversas medições do tempo de setup desta fresadora, além do
tempo de produção das peças subsequentes, a partir do qual foi calculado o tempo
médio.
Em seguida, procedeu-se ao estudo dos tempos e movimentos observados no
processo de setup da máquina, também conforme proposto por Shingo (2000).
A partir dos dados obtidos, foi realizado um estudo analítico com o estabele-
cimento de possíveis razões para os tempos encontrados, sendo então elaborado um
conjunto de propostas para redução do tempo de setup conforme Shingo (1996).
RESULTADOS
A empresa analisada é a HG Gear Ltda., fundada na cidade de Joaçaba/SC em
1º/10/1996 por Hildemar Gruneich. Os trabalhos produtivos nesta empresa inicia-
ram-se com quatro funcionários e com as respectivas máquinas: quatro Fresadoras,
um Torno Copiador, um Torno Convencional, dois Tornos CNC, uma Retífica, uma
Serra e uma Chanfradeira.
Eram inicialmente fabricadas na empresa caixas de câmbio da reduzida Willys,
compostas pelas seguintes peças: engrenagem reduzida grande, carretel, pino e en-
grenagem furo liso, juntamente com as engrenagens de 1ª, 2ª e 3ª marchas com o
eixo piloto, o grupo e a engrenagem da marcha ré.
Atualmente, a fábrica conta com quatro funcionários e 18 máquinas em fun-
cionamento. Fabrica engrenagens dos mais diversos tipos, além de eixos originais
de reposição para veículos utilitários, produz também engrenagens forjadas para
câmbios especiais (arrancada).
A Figura 1 mostra o interior do galpão onde ocorre a produção, localizado no dis-
trito industrial de Joaçaba. No destaque, a máquina fresadora analisada neste trabalho.
TEMPO DE TEMPO DE
DATA DA TEMPO DE
PEÇA FABRICAÇÃO FABRICAÇÃO
MEDIÇÃO SETUP
1ª PEÇA 2ª PEÇA
Engrenagem
23/03/15 35 min. 25 min. 19 min.
4ª do AP
Engrenagem
24/03/15 34 min. 27 min. 22 min.
3ª do AP
Engrenagem
25/03/15 34 min. 28 min. 26 min.
2ª do Dodge
Engrenagem
26/03/15 33 min. 22 min. 17 min.
3ª do GTI
Engrenagem 1ª
27/03/15 39 min. 26 min. 21 min.
do AP
DISTÂNCIA / TEMPO
ATIVIDADES REALIZADAS
FRESADORA MEDIDO
Observe-se na Tabela 2 que, para uma peça de cerca de 400g de peso e valor de
mercado em 2015 de cerca de R$300,00, um funcionário gabaritado levava quase
40 minutos para ajustar uma única máquina – a fresadora Lorenz SJV00 – que atua
em apenas uma fase da sua produção.
Some-se a este fato outro dado marcante, observado na Tabela 1: após o setup
de 38’50’’, a primeira peça foi trabalhada na fresadora em apenas 26’, e a segunda,
em 21’ ou apenas 54,1% do tempo de setup.
De acordo com a análise efetuada, levando-se em consideração os tempos me-
didos para o setup da Fresadora Lorenz SJV00, e conforme relatos verbais dos pro-
fissionais mais experientes da empresa, as prováveis razões para o elevado tempo de
setup são:
(1) desordem em que se encontram as ferramentas no carrinho móvel de aço;
(2) falta de mobilidade do carrinho, pois apesar de ele ser dotado de rodinhas
para locomoção, devido ao seu peso elevado mostra-se inviável movimentá-lo;
(3) posição em que o carrinho se encontra: por ser muito baixo, dificulta a atua-
ção dos profissionais quando precisam acertar ou ajustar comandos e partes
localizadas na porção superior da máquina;
(4) falta de indexação das engrenagens localizadas no armário de engrena-
gens situado atrás da Fresadora, levando um longo tempo para encontrar a
engrenagem;
(5) falta de separação entre setup interno e setup externo, conforme apontado
por Souza (2009) em referência aos estudos seminais de Shingo (2000).
Entre as medidas propostas para a redução do tempo de setup da máquina
analisada, estão:
(1) a utilização de um painel móvel de ferramentas de ajuste (Checktable);
(2) a indexação das engrenagens padronizadas utilizadas no cálculo dos dentes
da engrenagem fabricada;
(3) a utilização de grampos em “U” para fixação da peça na fresadora;
(4) a adoção do balanceamento das atividades entre dois operadores distintos; e
(5) a adoção da metodologia de separação entre setup interno e setup externo,
conforme mostrada a seguir.
Com base no estudo de tempos e movimentos feito pelos autores e constante na
Tabela 2, foi elaborada proposta de separação entre setup interno e setup externo,
conforme o Quadro 1.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo do presente estudo foi apresentar uma experiência bem-sucedida de
Estágio Curricular constituído como Ação Extensionista, quando, por meio de uma
melhoria proposta pelo aluno sob orientação do professor orientador, atingiu-se um
aumento na eficiência operacional de uma pequena indústria do setor metalomecâ-
nico com a redução do tempo de produção, a partir da proposta da Troca Rápida de
Ferramentas (TRF), usando, entre outros, a segregação entre setup interno e setup
externo, conforme proposto por Shingo (2000).
Observou-se que, para uma peça de cerca de 400g de peso e valor de mercado
em 2015 de cerca de R$300,00 brutos, um funcionário experiente, atuando sozinho,
levava originalmente 38’50” para ajustar uma única máquina – a fresadora Lorenz
SJV00 –, que atua em apenas uma fase da sua produção.
Verificou-se que, a partir da implantação da metodologia apresentada, foi pos-
sível reduzir-se o tempo original de setup da máquina Lorenz SJV00 de 38’50’’ para
cerca de 23’, uma redução da ordem de 38,6% ou 15 minutos.
Supõe-se que, por meio da aplicação desta experiência em indústrias simila-
res, seja possível aumentar em alguma medida a eficiência operacional de empresas
do setor Metalomecânico da região do meio-oeste Catarinense, reduzindo custos e
produzindo, assim, uma elevação no índice de competitividade do setor diante de
competidores de outras regiões, trazendo benefícios na economia regional.
Espera-se que este trabalho contribua com o estágio atual dos estudos sobre
aumento da produtividade e, mais concentradamente, com o desenvolvimento de
novas metodologias de redução do tempo de setup em indústrias metalomecânicas
no Brasil.
Sugere-se ao estudo a realização de análises similares, em outras indústrias do
ramo metalomecânico, propiciando, em termos práticos, a melhoria dos processos
destas indústrias e, em termos científicos, a compilação de dados futuros que ve-
nham, quiçá, a permitir a formatação de um banco de dados de base estadual ou
regional.
REFERÊNCIAS
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Disponível em: <http://www.radiocatarinense.com.br/portal/noticias_detalhe.php?id=1208>. Acesso em:
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AUTOMAÇÃO ESCOLAR COM ARDUINO
Jesaías Carvalho Pereira Silva
Ronaldo Borges Pires
INTRODUÇÃO
A segurança é de fundamental importância em qualquer instituição de ensino,
estabelecimentos comerciais, domicílios, dentro vários locais.
O Arduino é uma pequena placa de microcontrolador conectado a um compu-
tador por meio de uma conexão USB. Além disso, contém diversos outros terminais
que permitem a conexão com dispositivos externos, como motores, relés, sensores
luminosos, diodos, alto-falantes e outros. O projeto da placa é aberto, isso significa
que desenvolvedores podem construir placas compatíveis com o Arduino.
Assim, o presente trabalho vem apresentar um estudo sobre a placa de prototi-
pagem Arduino, que utiliza a linguagem de programação C++ em sua plataforma e
que serve como ferramenta para o desenvolvimento de protótipos. Com isso a pro-
posta deste trabalho é o estudo e viabilidade de uma nova tecnologia aplicada ao uso
de fechaduras escolares, propor um protótipo para segurança escolar que a partir
de um leitor de tags RFID que possa realizar a autenticação de portas ou portões
escolares, com baixo custo.
REFERENCIAL TEÓRICO
Com o uso de equipamentos que fazem coleta de dados atuando em processos de
sistemas computacionais, é minimizada a necessidade de influência humana resultan-
do assim em um maior fluxo de velocidade, controle e confiabilidade das informações,
que são os principais elementos para um gerenciamento eficaz (GS1 Brasil, 2009).
Nos tempos atuais, dispõe-se de aparatos tecnológicos que aprimoram cada vez
mais o fluxo de informações em sistemas. O leitor de tags RFID é um destes, pois
acelera o processo de identificação e acesso a determinada informação em sistemas
computacionais, agregando menor grau de complexidade se comparado com as de-
mais tecnologias existentes no mercado. Esse tipo de tecnologias de entrada e saída,
admite que pessoas e tecnologias agregadas façam a inserção de dados com o mí-
nimo possível de intervenção, agilizando o processo de coletar os dados, reduzindo
seus erros ao reuni-los em uma transação ou outro tipo de evento.
Neste sentido, não é possível ignorar o custo financeiro necessário para implemen-
tação e manutenção do protótipo. Por este motivo, no trabalho em questão, optou por
usar uma plataforma de prototipagem eletrônica, open-source, que se baseia em har-
dware e software flexíveis e fáceis de usar, chamada de Arduino (OLIVEIRA, 2015).
A placa de prototipagem Arduino é capaz de incorporar sensores que permitem
sentir a mudança de estado no ambiente que o cerca, e por meio da recepção de sinais
interagir com este ambiente, que seja, por meio do acionamento de alarmes, motores
e outros. Com o Arduino é possível criar projetos acessíveis, de baixo custo, fáceis
de usar e escaláveis. As possibilidades são variadas já que é possível o uso de placas
de expansão (shields), capazes de adicionar variadas funções (MCROBERTS, 2011).
O Arduino pode ser adotado em projeto na robótica, automação, segurança e
dentre outras. Os projetos feitos nessa placa de prototipagem podem ser autônomos
ou podem comunicar-se com um computador (BASCONCELLO, 2017).
A exemplo disso, o Arduino, que, de acordo com D’AUSILIO (2012), é uma
plataforma de desenvolvimento e automação e oferece toda uma estrutura de baixo
custo. O Arduino pode funcionar a partir de bateria ou pilha e possui um baixo
consumo energético. Com isso, ele pode funcionar por um longo período de tempo,
sem necessitar de muitos recursos energéticos.
METODOLOGIA
Nesta etapa foi realizada a montagem do Protótipo, em que testes de compati-
bilidade foram realizados entre a plataforma Arduino Uno utilizada e o dispositivo
leitor de tags RFID, com a finalidade de testar circuitos básicos de acionamento com
os módulos e verificar a correta manutenção da comunicação entre os dispositivos.
A figura 1 mostra a placa de prototipagem Arduino Uno.
RESULTADO E DISCUSSÕES
A partir do desenvolvimento, surgiu um protótipo capaz de realizar a determi-
nada leitura e autenticação, a partir do leitor de tags RFID, para segurança escolar.
A figura 2 mostra o protótipo desenvolvido.
CONCLUSÃO
O trabalho desenvolvido e a construção do protótipo tiveram seus objetivos al-
cançados que foi propor um protótipo para segurança escolar que a partir de um lei-
tor de tags RFID que pudesse realizar a autenticação de portas ou portões escolares,
com baixo custo. Nos testes realizados com o protótipo, ele se portou bem e realizou
as liberações e eventuais negações para não autorização da liberação da fechadura.
Com poucas alterações o sistema poderá ser adaptado para qualquer instituição,
estabelecimento e domicílios.
Tomando como base esse experimento ganhamos experiência e conhecimentos,
onde propomos para trabalhos futuros a realização de comunicação do protótipo
com uma web servisse, que possa a partir de um aplicativo web, realizar os novos
cadastros de tags (cartões), e o acompanhamento dos usuários de cada cartão.
REFERÊNCIAS
BASCONCELLO, Daniel. ROBOTIZANDO: robótica de um jeito fácil. Disponível em: <https://www.youtu-
be.com/channel/UC7rIhk7DDReqBPTlWcGaN1Q> Acesso em: 02 de janeiro de 2017.
D’AUSILIO, Alessandro. Arduino: A low-cost multipurpose lab equipment. Behavior research methods, v. 44,
n. 2, p. 305-313, 2012.
GS1 Brasil, Membros associados. Disponível em:<https://www.gs1br.org> Acesso em: 15 de setembro de
2016.
MCROBERTS, Michael. Arduino básico. Editora Novatec, 2011.
OLIVEIRA, Cláudia L. V., Arduino descomplicado: como elaborar projetos de eletrônica. Editora Erica, 2015.
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO
SANITÁRIO EM VALENÇA DO PIAUÍ/PI
Jordânia Catarina de Sousa e Silva
Francisco Anderson Vieira de Sousa
Marina Francisca Santos Rodrigues Alves
Anna Kelly Moreira da Silva
Francisco Amilcar Moreira Júnior
INTRODUÇÃO
Esgoto sanitário, segundo definição da norma brasileira NBR 9648 (ABNT,
1986) é o “despejo líquido constituído de esgotos doméstico e industrial, água de
infiltração e a contribuição pluvial parasitária”.
A produção de esgoto corresponde aproximadamente ao consumo de água. No
entanto, a fração de esgoto pertinente à rede coletora pode variar devido a vários fa-
tores como ligações clandestinas na rede de esgoto e infiltração (NUVOLARI, 2011;
VON SPERLING, 2005).
A importância de se trabalhar o esgotamento sanitário é com o objetivo pre-
ventivo da iniciativa, no sentido de proporcionar a população um ambiente que lhe
garanta condições adequadas para a sua saúde, podendo assim, possibilitar, priori-
tariamente o tratamento dos esgotamentos sanitários (JORDÃO, PESSOA, 2005).
O correto tratamento dos esgotamentos sanitários evitaria a proliferação de
doenças que podem ser transmitidas através do contato direto com o esgoto ou por
meio de vetores como baratas, ratos e mosquitos. Algumas dessas doenças são, por
exemplo: desinteirais hepatite infecciosa e cólera, além de evitar a contaminação de
rios e daria mais segurança à população quanto à saúde pública (JORDÃO, PES-
SOA, 2005).
O despejo dos esgotos sanitários a céu aberto trazem problemas também para
o meio ambiente, pois se lançados sem tratamento nos rios causam um desequilíbrio
aquático, afetam a qualidade das águas além de causarem eutrofização pelo excesso
de matéria orgânica e podem também infiltrar no solo e contaminar os lençóis freá-
ticos (JORDÃO, PESSOA, 2005).
A Organização Mundial de Saúde define Saneamento como o controle de todos
os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeito deletério
sobre o seu bem estar físico, mental ou social (MOTA, 2012).
Sendo assim o tratamento do esgotamento sanitário tem relação direta com o
saneamento ambiental, pois se não houver o devido tratamento do mesmo poderá
haver complicações para a população colocando assim em risco o bem-estar da co-
munidade (JORDÃO, PESSOA, 2005).
Com base nisso fica evidente a importância de sensibilizar os humanos para que
ajam de modo responsável e com consciência, conservando o ambiente saudável para
o presente e no futuro para que, saibam exigir e respeitar os direitos próprios e os
de toda a comunidade, tanto local, como internacional; e se modifiquem tanto inte-
riormente, como pessoas, quanto nas suas relações com o ambiente (KITZMANN;
ASMUS, 2002).
Diante deste contexto, o presente estudo objetivou avaliar a percepção ambien-
tal do esgotamento sanitário do município de Valença-PI, identificando assim os
problemas ambientais na localidade, bem como apresentando soluções para esses
problemas, melhorando assim a qualidade de vida da população local.
METODOLOGIA
Área de estudo
A pesquisa foi desenvolvida em parceria entre o Instituto Federal de Educa-
ção, Ciência e Tecnologia do Piauí – Campus Valença do Piauí e a Secretaria Mu-
nicipal de Agricultura e Meio Ambiente da cidade de Valença do Piauí como foco
para a avaliação da qualidade do tratamento do esgotamento sanitário existente
no município.
O município de Valença do Piauí Localiza-se na mesorregião do centro-
-norte piauiense apresentando-se com um clima tropical semiárido quente, com
temperaturas medias entre 26 C a 35 C. Conta com uma população de aproxima-
damente 20.555 habitantes e uma renda baseando-se em uma média em 368,54
per capita.
Procedimentos Metodológicos
O estudo foi desenvolvido em duas etapas: análise de campo e elaboração e apli-
cação de questionário onde foram abordadas as condições de sistema de tratamento
de esgoto sanitário.
Foram aplicados 25 questionários no mês de janeiro a fevereiro 2017, onde
foram aplicados em locais estratégicos na cidade. No questionário abordava per-
guntas de caráter pessoal (nome, idade, sexo e escolaridade) e perguntas de aspecto
especifico (oferta de sistema de coleta e tratamento de esgoto, como e feita à coleta
e tratamento, dentre outras).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com relação aos dados gerais obteve os seguintes dados ilustrados abaixo atra-
vés de gráficos na figura 1 (sexo), figura 2 (idade) e na figura 3 (escolaridade).
A figura 06 mostra que a maior parte dos entrevistados avaliou a situação como
péssimo (46%) e ruim (29%) demonstrando, de certa forma, uma possível insatis-
fação com o serviço de coleta e tratamento dos esgotos sanitários o que é essencial
para uma cidade, para que a população tenha uma saúde adequada.
Para estes esgotos sanitários, não somente esta exposição “a céu aberto” e o
contato direto com a população podem ser causadores de doenças por veiculação
hídrica, como também, servem de mecanismo para a proliferação de animais vetores
de doenças como, por exemplo, os ratos, responsáveis por casos de Leptospirose,
mosquitos como o AIDS Aegypti, urubus, baratas, moscas e outros seres vivos que
podem ser vetores de um determinado protozoário, vírus ou bactérias nocivas para
a população.
Figura 7 – Disposição inadequada do esgoto juntamente com água pluvial na cidade de Valença-PI. IFPI.
Outra problemática aliada à falta da coleta e tratamento dos esgotos sanitários
deve-se que, em união com a grande quantidade de resíduos sólidos urbanos, que
não sejam devidamente coletados e tratados, pode-se ter o acúmulo de efluentes e
resíduos em galerias pluviais e em bueiros ocasionando assim, em períodos de chuvas
intensas, pontos de acúmulo de água contaminada, com transtornos em vias públi-
cas, contaminação de corpos hídricos, bem como propícios ao contato direto com
a população, e para a alteração da qualidade de água em poços de captação para o
consumo humano. Um exemplo do que pode ser causado por com esse acumulo de
resíduos pode ser visto na figura abaixo.
A figura 7 reflete tanto a falta de tratamento do esgoto, pois o mesmo acaba se
misturando com a água pluvial o que acaba fazendo com que os esgotos cheguem
até as calçadas das casas, o que possibilita ainda mais que os indivíduos adquiram
doenças.
CONCLUSÃO
Os resultados obtidos com a aplicação dos questionários juntamente com a
análise de campo mostram que a cidade de Valença-PI necessita melhorar e muito
nos serviços de coleta e tratamento de esgoto para a população, tendo em vista, que
os serviços são inexistentes.
A comunidade envolvida possui uma rejeição quanto ao sistema saneamento
ambiental, todavia, dentre os parâmetros avaliado, demonstrou-se maior insatisfa-
ção referente à coleta e tratamento do esgoto sanitário com o total de avaliação em
péssimo de 46% na avaliação. Sabe-se que, as obras de saneamento ambiental são
invisíveis aos olhos da população, entretanto são responsáveis pelo bem-estar dos
habitantes e para a saúde dos municípios.
Para o caso de sistema de esgotamento sanitário, a sua coleta e tratamento é
mais que plausível, haja vista que, a simples presença deste efluente a céu aberto
como o descrito em algumas das respostas no formulário, pode servi como um sério
mecanismo de veiculação de uma gama de doenças como: diarreias, cólera, amebíase
e febre tifoide, por exemplo.
O que pode vim afetar a população, pensando nisso deveria ser investido mais
em sistemas e tratamentos de esgoto, para melhorar a qualidade de vida dos indiví-
duos haja vista que um sistema de tratamento de esgoto interfere significativamente
na saúde da população.
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA. Manual de Microbiologia Clínica para o
Controle de Infecção em Serviços de Saúde -1 ed. Edição Comemorativa para o IX Congresso Brasileiros
de Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar, Salvador, 2004. Disponível em: http://bvsms.saude.
gov.br/bvs/publicacoes/manual_microbiologia_completo.pdf> Acesso em 21 abr. 2016.
IBGE. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – 2008. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio
de Janeiro, 2010.
JORDÃO, E. P.; PESSOA, C.A. Tratamento de esgotos domésticos. 4. Ed. Rio de Janeiro: 238 2005. 906 p.
MATOS, A. R. V. Contribuição para o estudo da influência da recirculação de lixiviador no comportamento
de aterros de resíduos sólidos urbanos. (Dissertação de Mestrado). Universidade de Nova Lisboa. Lisboa,
Portugal. 2008.
NUVOLARI, A. (Coord.). Esgoto sanitário: coleta, transporte, tratamento e reuso agrícola. 248 2ª ed. rev.,
atual. Eampla. São Paulo, SP: Blucher, 2011. 565 p.
VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Belo 258 Horizonte:
UFMG. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2005. 452 p. 259 (Princípios do Tratamento
Biológico de Águas Residuais; v.1).
CADEIRA DE RODAS ELÉTRICA COM MÓDULO
AUTOEQUILIBRANTE: utilizando a lógica do pêndulo
invertido com base na plataforma arduino® para a
locomoção de deficientes motores em regiões distantes
Matheus Souza de Lacerda
Illyushin Zaak Saraiva
Ícaro Ilo da Silva
Ricardo Antonello
Rafael Garlet de Oliveira
Raphael da Costa Neves
INTRODUÇÃO
No Século XXI, o número acentuado de pessoas com deficiência no Brasil está
relacionado, principalmente, com fenômenos de ordem socioeconômica, como a pre-
cariedade da alimentação, as péssimas condições de higiene, ou, ainda, os elevados
graus de violência, passando por características do mundo do trabalho, como os
acidentes laborais, e, também, características congênitas, como as más-formações,
além de outras (JANUZZI, 2004).
Apenas em Santa Catarina há registro de mais de 125 mil pessoas com algum
tipo de deficiência motora grave, sendo que a população do estado é de 6.248.436
(IBGE, 2011), ou seja, mais de 2% da população sofre com algum tipo de impedi-
mento, no que tange ao assunto de mobilidade.
Em Luzerna – SC, cerca de 3,48% da população, ou aproximadamente 195 pes-
soas, têm alguma deficiência motora grave (IBGE, 2011), e é exatamente nesse nicho
da população que estão presentes os cadeirantes, já que necessitam se locomover
com o auxílio de cadeiras de rodas, aparato que durante a maior parte da história foi
movimentado pela força muscular do usuário ou de parentes ou tutores.
Chame-se a atenção ao fato de que Luzerna – assim como sua cidade vizinha
e irmã Joaçaba – tem sua localização em região montanhosa no seio do meio-
-oeste catarinense, com ruas inclinadas e grande dificuldade para garantir acessi-
bilidade nas estruturas públicas, como ruas, avenidas, praças e, principalmente,
passeios públicos.
Este trabalho apresenta resultados parciais de dois projetos de extensão exe-
cutados de forma conjunta no âmbito do Instituto Federal Catarinense – Campus
Luzerna, o projeto Extensão, Pesquisa e Desenvolvimento do APL Metalomecâ-
nico de Joaçaba com o Recurso à Robótica Pedagógica em Tecnologia Arduino®,
subvencionado pela Reitoria do IFC e no qual primeiro se gestou a ideia do desenvol-
vimento de uma cadeira de rodas motorizada de baixo custo, e o projeto Extensão
Tecnológica e Inclusão: a Relação entre IFC-Campus Luzerna e as Pessoas com
Deficiência sob a Perspectiva do Empoderamento, através do Projeto da Cadeira de
Rodas Motorizada, subvencionado pelo próprio Campus Luzerna e que tem como
um de seus objetivos a construção de um protótipo de cadeira de rodas motorizada
de baixo custo.
O texto está dividido em cinco seções, sendo esta introdução, seguida da dis-
cussão de literatura, dos aspectos metodológicos do projeto, de seus resultados e das
considerações finais, além das referências.
[...] 1726, foram criadas as chamadas rodas de expostos onde as crianças eram colo-
cadas e as religiosas os acolhiam, dando alimentação, educação, moradia e cuidados
necessários. Neste momento surgiu o movimento das ideologias e organização social da
sociedade frente às pessoas com deficiência (JANNUZZI, 2004, p. 9).
MÉTODO
O desenvolvimento da CRM no âmbito do IFC – Campus Luzerna tem como
objetivo, basicamente, a utilização de uma cadeira de rodas manual, de baixo custo,
à qual serão adicionados componentes capazes de permitir a sua utilização de forma
autônoma pelo usuário, porém capaz de locomover as pessoas com deficiência por
meio apenas do movimento do corpo do utilizador, que se inclina para trás ou para
frente para controlá-lo.
Dessa maneira, o método em prática está dimensionado visando à elaboração
de um protótipo, que usa como base uma cadeira de rodas elétrica, a partir da qual
está sendo construído um módulo autoequilibrante para o controle do sentido e da
velocidade do veículo.
Tal protótipo será inteiramente baseado na plataforma Arduino®, utilizando o
princípio do pêndulo invertido, que se mantém estável mesmo quando sofre a ação
de forças externas contrárias ao seu movimento, permitindo que paraplégicos ou até
certas categorias de tetraplégicos possam gozar de autonomia ao usar a CRM sem a
necessidade das mãos (NXT TWO WHEELS, 2011).
RESULTADOS
Os resultados, até o momento, são parciais. Destacam-se os avanços em duas
frentes, a seguir apresentadas.
Pesquisa Documental
Previamente à construção do protótipo, efetuou-se ampla pesquisa documental
pelo bolsista e alunos voluntários do projeto, chegando-se, de forma sucinta, às se-
guintes constatações:
a) há no Brasil, atualmente, diversos modelos e marcas disponíveis para cadei-
ras motorizadas; trazem ganho na mobilidade e conforto;
b) muitas delas são adaptadas para funcionamento com bateria de automóvel,
apresentando mais praticidade na carga, recarga e manutenção;
c) apesar da praticidade, as baterias de automóvel têm menor vida útil e menor
fator de eficiência energética;
d) os preços para 2017 variam entre R$7.000,00 e R$13.000,00;
e) dentre as diversas categorias de cadeira, destaca-se a relacionada à posição
das rodas motoras, sendo as cadeiras com roda traseira as mais utilizadas, e
aquelas com roda central as que proporcionam maior equilíbrio;
f) segundo categorização de Vidal Filho et al. (2011), a localização do motor
em relação às rodas é critério importante de classificação, conforme pode
ser verificado na Figura 1, a seguir:
Montagem da Cadeira
A cadeira de rodas pretendida é baseada no seguinte protótipo obtido mediante
doação, fabricado em aço e alumínio:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho teve como seu objetivo geral apresentar projeto em de-
senvolvimento no Instituto Federal Catarinense – IFC Campus Luzerna, que busca
construir um veículo autônomo semelhante às cadeiras de rodas convencionais, po-
rém, capaz de locomover pessoas com deficiência por meio apenas do movimento do
corpo do utilizador, que se inclina para trás ou para a frente para controlá-lo.
Como se verificou, o projeto está em pleno desenvolvimento no âmbito do
Campus Luzerna, havendo até o momento resultados parciais importantes, como
a aquisição da cadeira, mediante doação, e a elaboração dos projetos mecânico e
eletrônico.
Dessa maneira, considera-se que o objetivo principal do presente texto foi cum-
prido, com o projeto sendo analisado em sua totalidade, além da revisão de literatu-
ra realizada, permitindo-se uma compreensão geral dele pela leitura do artigo.
Espera-se que este trabalho contribua para estimular ações semelhantes em de-
mais Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica e que possa, ao
menos de forma preliminar, ampliar a literatura existente no Brasil sobre projeto e
montagem de CRM de baixo custo.
Finalmente, os autores do presente trabalho agradecem à Pró-Reitoria de Ex-
tensão do IFC, à Coordenação de Extensão do IFC – Campus Luzerna e à Coorde-
nação da III Jornada Acadêmica do CTF por todo o apoio granjeado à iniciativa,
sem o qual o projeto não poderia ter sido realizado.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Texto compilado até a inclusão da Emenda
Constitucional nº 91, de 2016. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/consti-
tuicaocompilado.htm>. Acesso em: 28 jun. 2016.
DUARTE, F.; LIBARDI, R.; SÁNCHEZ, K. Introdução à Mobilidade Urbana. Curitiba: Juruá, 2007.
GARCIA, E. M. S. A proteção da pessoa portadora de deficiência e seu fundamento no princípio da dignidade
humana. In: ARAUJO, L. A. D. (Coord.). Direito da pessoa portadora de deficiência: uma tarefa a ser
completada. Baury: EDITE, 2003.
IBGE. Censo Demográfico 2010 – Características Gerais da População, Religião, e Pessoas com Deficiência.
Resultados da Amostra. IBGE, 2011. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodi-
cos/94/cd_2010_religiao_deficiencia.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2017.
JANNUZZI, G. S. M. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. Campinas:
Autores Associados, 2004.
LACERDA, Matheus Souza de; LORENZI, Luan Cizeski de; PILLONETTO, Luis Henrique; ZAAK SA-
RAIVA, Illyushin; BRAATZ, Alessandro. Veículo Sobre Rodas com Base em Módulo Auto Equilibrante:
protótipo de veículo motorizado utilizando a lógica do pêndulo invertido e microcontrolado a partir da
plataforma Arduino. In: Anais da FICE. Camboriú: IFC. 28/11/2016, disponível em: <http://www.cambo-
riu.ifc.edu.br/fice/arquivos/Anais_VII_FICE_2016.pdf>. Acesso em: 13 ago 2017.
MELLO, M. Como Prescrever Cadeiras de Rodas Motorizadas. Technocare, 18 jul. 2016. Disponível em:
<http://technocare.net.br/portal/wp-content/uploads/2016/07/cadeiras-de-rodas-motorizadas-sem-fotos.
pdf>. Acesso em: 13 jun. 2017.
NXT TWO WHEELS. NXT Two Wheels Balancing Robot Tricks and Keys. 04 jan. 2011. Disponível em:
<http://nxttwowheels.blogspot.com.br/2011/01/nxt-two-wheels.html>. Acesso em: 20 jun. 2017.
TEIXEIRA, M. C. A. Políticas públicas para pessoas com deficiência no Brasil. Dissertação (Mestrado em
Administração de Empresas) – Escola de Administração de Empresas de São Paulo, São Paulo, 2010.
VIDAL FILHO, W. et al. Desenvolvimento de Kit Para Automação de Cadeira de Rodas Convencional. In:
CONGRESSO NACIONAL DE ENGENHARIA MECÂNICA, 6., Campina Grande – Paraíba, 18-21
ago. 2010. Anais...
EGRES: sistema de informação para acompanhamento das
autorizaçoes de saída dos alunos
Diego Barbosa Tavares
Jesaías Carvalho Pereira Silva
Sheldon Nogueira Barbosa de Santana
INTRODUÇÃO
A segurança nas escolas é fundamental para o bem-estar de todos os envolvidos
neste ambiente, por este motivo, são estabelecidas regras e procedimentos sobre o
funcionamento do mesmo. Como em todas as instituições de ensino, são estabeleci-
dos horários de entrada e saída dos alunos, que devem ser cumpridos por questões
de segurança e pontualidade. No IFPI Campus Floriano, durante o horário de aula,
o aluno só é permitido a sair mediante uma autorização que o justifique.
Diante disso, um aluno que tenha necessidade de sair do ambiente institucional
durante o horário de aula, precisará de uma autorização concedida pela coordena-
ção pedagógica, coordenação de disciplina ou diretoria de ensino.
Diariamente acontece a saída antecipada de alunos. Para fazer essas autori-
zações é utilizado uma ficha, onde são preenchidos os dados do aluno e acontece
uma validação através da assinatura do coordenador, o que torna o processo lento
e inseguro.
A ferramenta desenvolvida nessa pesquisa pode, a partir do controle eletrônico,
automatizar este processo, gerando uma autorização que é enviada a guarita, onde
o aluno ao sair utiliza sua carteira de estudante no ponto eletrônico localizado na
guarita da escola para confirmar sua autorização de saída.
Este trabalho tem como objetivo principal promover o gerenciamento diário
das autorizações de saída dos alunos. O objetivo principal deste trabalho demanda
os seguintes objetivos específicos:
• Realizar o controle eletrônico das autorizações das saídas dos alunos da
instituição;
• Diagnosticar quais alunos e respectivas turmas estão sendo mais autorizados;
• Diagnosticar os motivos principais das autorizações de saída dos alunos.
REFERENCIAL TEÓRICO
Algumas instituições de ensino dispõem de uma ordem de saída dos alunos, ou
seja, uma autorização. Os alunos que por algum motivo tiverem que se ausentar da
instituição devem procurar a coordenação de disciplina, pedagógica ou a diretoria
de ensino da instituição, que, caso dê o parecer, há a liberação do aluno ou da turma
completa.
Para o IFPI, o processo de autorização é compreendido como um instrumento
que contribui no melhoramento do ensino dos cursos técnicos e ensino médio. Ainda
segundo a mesma Resolução, os alunos têm o papel de colaborar com as coorde-
nações de ensino da instituição, de tais maneiras como colaborar com o papel de
estudante que exerce e cumpre as normas que a instituição repassa, entre outros de
natureza similar (Resolução 12/2016 – Conselho Superior do IFPI).
Libâneo (2013) afirma que o processo de autorização deve ser uma atividade
conjunta entre pais, professores e alunos, reunidos sob a coordenação da instituição
tendo a finalidade de fornecer as condições e meios nos quais alunos devem assi-
milar ativamente o processo de autorização, atitudes e convicções dos pedidos de
autorização.
Percebe-se assim, que a função de controle de autorização contribui muito para
a instituição com esse processo, uma vez que o aluno realize o pedido de autoriza-
ção, ao concluir o processo, automaticamente a autorização é deletada na visão do
usuário, sendo que o aluno só terá direito a saída quando o mesmo realizar outro
pedido de autorização.
Durante o processo de autorização de saída dos alunos, registrasse o motivo da
saída e o horário, além dos seus dados pessoais. Vê-se, então, que são muitas as res-
ponsabilidades dos coordenadores de ensino para manter a organização, o gerencia-
mento e controle das autorizações, desde o controle da saída ao efetivo desempenho
acadêmico da comunidade escolar que utiliza esse serviço.
Ao utilizar um sistema de controle de autorização são simplificados os traba-
lhos de seus usuários, os mesmos dispensam a criação de autorizações manualmente,
economizando tempo para um maior controle e facilidade no acesso de pesquisa
de um determinado aluno, junto com o motivo dado pelo aluno, e a data e horário
efetuado pelo aluno.
Com o uso da ferramenta para sistemas computacionais, é minimizada a ne-
cessidade de influência humana resultando assim em um maior fluxo de velocidade,
controle e confiabilidade das informações, que são os principais elementos para um
gerenciamento eficaz (GS1 Brasil, 2009).
Efetuando esse controle fica mais nítido quais são os alunos que estão saindo
muito da instituição no horário das aulas, o que será imprescindível para tomada de
providências pela instituição, caso necessárias.
Foram realizadas algumas pesquisas, sobre alguns aplicativos que teriam se-
melhança ao Egress, dos que foram encontrados, o mais semelhante foi o Marista
Virtual.
O Marista Virtual é um aplicativo gratuito dos Colégios da Rede Marista, que
conta com 18 unidades no Rio Grande do Sul e Brasília. Voltado a pais, estudantes
e educadores, é um canal de comunicação direto entre a instituição e seus públicos.
O aplicativo oferece diversas funcionalidades, tais como: boletim, ocorrências
pedagógicas do cotidiano do estudante em sala de aula, controle da entrada e saída,
rematrícula, avisos direcionados, agenda escolar, atualização de dados, informa-
ções institucionais, publicações de notícias, consulta financeira e grupos de estudo/
trabalho.
METODOLOGIA
A metodologia desenvolvida neste trabalho visa o desenvolvimento do aplica-
tivo web. O processo foi dividido em fases, tais como: Estudo de caso, Modelagem
e Implementação. As fases do processo estão representadas na Figura 1 e descritas
em seguida.
RESULTADO E DISCUSSÕES
Através do estudo de caso, foi constatado que os sujeitos da pesquisa estão
ávidos por receber um aplicativo Web para realizar o gerenciamento das saídas dos
alunos da instituição, pois eles têm interesse em uma forma que realize melhor esse
gerenciamento. Com isso, foi apresentado a solução computacional denominada
Egress.
Ao se logar no sistema e utilizar uma das telas de autorizações, os coordenado-
res da instituição poderão realizar a autorização de saída de um aluno ou de uma
turma completa, realizando a justificativa da autorização para eventuais pesquisas,
relatórios e a posterior liberação do aluno. Com isso haverá um maior fluxo de ve-
locidade e confiabilidade das informações (GS1 Brasil, 2009). O seguinte esquema
está ilustrado na figura 2 a seguir.
O sistema também poderá realizar pesquisas por alunos para verificação dos
motivos, horários e datas pelos quais este solicitou autorização de saída do campus,
além de suas respectivas turmas para geração de relatórios.
CONCLUSÃO
Como foi apresentado e discutido neste artigo, a autorização de saído dos alu-
nos do campus é uma atividade expressivamente significativa, e por haver uma difi-
culdade e insegurança por conta de ser feita em fichas, esse fato, fortalece a motiva-
ção para essa pesquisa, com intuito de promover mais eficiência no controle sobre o
acompanhamento e gerenciamento diário das autorizações de saída dos alunos.
Apresentou-se um aplicativo web denominado Egress, que conta com uma inter-
face para acompanhamento diário das autorizações de saída dos alunos da instituição,
e acoplado a um sistema leitor de código de barras. Portanto, chegou-se a conclusão
que o aplicativo Egress é uma alternativa viável para realizar o acompanhamento das
autorizações de saída dos alunos de uma instituição, pois a partir de relatórios poderá
ser feito um acompanhamento dos motivos que os alunos solicitam autorizações.
Espera-se que o Egress se destaque como uma importante tecnologia para coope-
ração entre os alunos, coordenadores e diretor de ensino da instituição objeto dessa pes-
quisa, e que com o seu uso seja instalado uma catraca eletrônica acoplado ao sistema.
REFERÊNCIAS
BEZERRA, Eduardo. Princípios de Análise e Projeto de Sistema com UML. Elsevier Brasil, 2015.
FUENTES, Vinícius Baggio. Ruby on Rails: Coloque sua aplicação web nos trilhos. Editora Casa do Código,
2014.
GS1 Brasil, Membros associados. Disponível em:<https://www.gs1br.org> Acesso em: 15 de setembro de
2016.
IFPI, D. G, Organização Didática. Disponível em: <http://www5.ifpi.edu.br/index.php?option=com_content
&view=article&id=615&catid=10> Acesso em: 14 de setembro de 2016.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2013.
PRESSMAN, R. S. Engenharia de Software. – 6ª ed. – Nova Iorque: McGraw-Hill, 2006.
Yin, R. K. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. Bookman editora, 2015.
ESTUDO DE CASO: a implementação de uma capacitação
em assistente administrativo na U. R. Mário Coelho Neto
em São Francisco do Piauí
Albano da Silva Melo Júnior
Guilherme da Silva Melo Neto
INTRODUÇÃO
Este artigo relata as dificuldades enfrentadas na implementação de um curso
por um grupo de professores da Unidade Remota Mário Coelho Neto, do PRONA-
TEC1 /SEDUC-PI em São Francisco do Piauí – PI, na elaboração e implementação
de um curso em Assistente Administrativo, destinado aos alunos do curso técnico
em nível médio. Buscando nesta unidade remota oferecer aos estudantes campo para
compreensão, participação e exercício de ações que sejam compatíveis para sua pro-
fissionalização em seu momento realizados por atividades requeridas para atuação
profissional de sua área de formação.
E tem como objetivo relatar as experiências vivenciadas por uma equipe de pro-
fessores na implementação de um curso de capacitação em assistente administrativo
para criar bases ao desenvolvimento local em uma região que tem oportunidade
para execução de atividades docentes. O referido projeto executado e desenvolvido
em salas de aula que são ocupadas pelo curso Técnico em Nível Médio de Admi-
nistração, evidentemente, em horário que não conflite com o das aulas do referido
curso, ou a critérios da 10ª Gerência Regional de Educação - GRE.
Considerando que é um grande problema uma região perder as pessoas que a
compõe, devido a evasão escolar no início de cada curso por razões particulares ou
1
PRONATEC, alteradas as Leis nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990, que regulava o Programa do Seguro De-
semprego, com Abono salarial e passou a instituir o Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, nº 8.212, de 24 de
julho de 1991, que regula sobre a organização da Seguridade Social instituindo o Plano de Custeio, nº 10.260, de
12 de julho de 2001, que dispõe sobre o fundo de Financiamento ao estudante do Ensino Superior, e nº 11.129,
de 30 de junho de 2005, que instituiu o Programa Nacional de Inclusão de Jovens - ProJovem; e deu-lhe outras
providências. Instituindo assim em sua Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011 em seu Art. 1º a ser executado
pela União, com a finalidade de ampliar a oferta de educação profissional e tecnológica, por meio de programas,
projetos e ações de assistência técnica e financeira a instituição do PRONATEC, nos Cursos Técnicos de Nível
Médio, e vinculados ao Programa Nacional de Acesso a Ensino Técnico e Emprego.
motivos peculiares, seja dificuldade para acompanhar o nível de ensino ou financei-
ra, este projeto justifica-se na sua busca por oferecer alternativas para que as pessoas
permaneçam na localidade, por meio da qualificação da mão-de-obra e qualificação
para profissionalização ao assistente administrativo. Através deste projeto, espera-
-se que o programa de capacitação que se propõe possa preencher as lacunas em
favor da qualificação das pessoas que aqui habitam bem como sirva de estímulo a
administração de nível médio no território, capacitando por meio de orientações em
curso, o discente para qualificação profissional na região.
Este artigo encontra-se estruturado para efeitos de avaliação, considerou-se
apenas a caracterização do projeto em tela e sua implementação que, onde sua rees-
truturação permitiu que o presente artigo ressalte as principais questões de ordem
prática relativas ao projeto em execução a partir da divisão deste, elencados abaixo,
dividido em linhas gerais seus conteúdos dos tópicos.
Espera-se que este artigo contribua para futuros projetos, auxiliando na gestão
dos mesmos. Ainda em relação ao referido curso, é possível observarmos que está
previsto no seu Projeto Político Pedagógico, atividades de extensão, envolvendo os
corpos discente e docente do mesmo curso, alunos que no interior dos estados bra-
sileiros, onde estão recebendo implementação de cursos como medida de ampliar o
acesso ao ensino técnico aos alunos do interior e também fazendo com que não haja
concentração de pessoas nas grandes cidades e capitais, por essa questão porquê não
consegue-se controlar a evasão nesta cidade citada neste artigo?
A resposta para essa pergunta está na própria cidade. Durante anos, a região de
São Francisco do Piauí – PI tem sofrido com a emigração para os grandes centros na
busca de educação e melhores oportunidades de emprego, sendo que poucos estudos
foram realizados para se identificar convictamente quais foram as causas desse fe-
nômeno. Sem o apoio de estudos científicos que atestem os reais motivos, podemos
afirmar de modo empírico que o mesmo resulta da falta de oportunidades em seus
locais de origem. Capacitar vinte e nove adolescentes da microrregião de Floriano-PI
na Unidade Remota Mário Coelho Neto em São Francisco do Piauí, com relação a
conteúdos voltados ao curso em assistente administrativo, para promover a geração
de renda e a inclusão social por meio da qualificação para o mundo do trabalho,
voltada ao eixo de gestão e negócio, durante o primeiro semestre do ano de 2016.
Sabendo da importância atribuída a educação nos dias de hoje, o presente tra-
balho pretende descrever como funciona as atividades educacionais dentro de uma
escola pública da cidade de São Francisco do Piauí-PI, enfocando as principais fun-
ções desempenhadas dentro deste setor.
Para isso, deve-se: 1). Oportunizar aos discentes, envolvidos nesta capacitação,
a inserção no mundo da extensão, acompanhando as atividades de jovens possibili-
tando oportunidade ao mercado de trabalho e a iniciação à docência e à extensão;
2). Possibilitar aos docentes a atuação e execução de planejamento em projeto de ca-
pacitação, ampliando o acesso ao conhecimento por meio da educação de jovens que
ainda não tiveram acesso a estes conhecimentos; 3). Ampliar o acesso à formação
em administração em nível técnico na microrregião, com vistas a aplicações práticas
de conhecimentos acadêmicos e experiências dos docentes vivenciadas durante a
capacitação, na realidade do discente neste projeto.
As ações do projeto - Capacitação em Assistente Administrativo, foram realiza-
das no semestre de 2016 por alunos bolsistas do PRONATEC e docentes do Curso
de Técnico em Administração em parceria com a Secretaria de Estado da Educação
(SEDUC-PI). Para sua implementação foi estabelecido o termo de aprovação para
realização do evento. Com sua caracterização na área onde ocorreu o evento do
projeto.
O contexto local: a cidade de São Francisco do Piauí e microrregião situa-se
na microrregião do estado brasileiro do Piauí pertencente à mesorregião Sudoeste
Piauiense. Hoje, São Francisco do Piauí é influente polo de desenvolvimento, consi-
derado município emergente, e sua sede da Gerência Regional de Educação, na Cida-
de de Floriano, é ponto de convergência de vasta área do Sul do Piauí e Maranhão.
DESENVOLVIMENTO
Na sua relação geral das atividades tratamos aqui sua avaliação e metodolo-
gia como a proposta que será executada pela metodologia de capacitação2. A estes
profissionais será apresentado projeto e serão capacitados quanto ao formato e seus
objetivos. Como meio de avaliação, os docentes atribuirão trabalhos e/ou pesquisas
de campo, as quais serão passíveis de verificação se os conteúdos repassados em sala
de aula foram adequadamente apreendidos. De acordo com Weber (apud Martins,
2008), entendemos que as atividades de extensão se ligam ao aprendizado em sala de
aula aliados as práticas de intervenção qualificada e qualificadora.
O curso será adaptado de forma a capacitar os discentes que atuarão nos pro-
cessos administrativos de empresas urbanas e rurais, executando atividades de apoio
nas áreas de recursos humanos, finanças, produção, logística e vendas, observando
os procedimentos operacionais e a legislação.
Este projeto tem suas bases metodológicas em Araújo Filho e Thiollent (2008)
e Zapata (2000):
2
Metodologia de Capacitação (transferência de conhecimentos, ensinar a fazer), por meio de uma equipe quali-
ficada de docentes componentes da Unidade Remota Mário Coelho Neto proponente do projeto.
Atividades com diferentes etapas possibilitaram maior participação, pois, per-
mitiram aos que possuíam mais dificuldades ter a oportunidade de interagir com
trabalho desenvolvido com os professores: realizando questionamentos, debatendo
sobre assuntos pertinentes. O envolvimento nas etapas mais simples, não deixando
de participar e, ao mesmo tempo, por exigirem mais comunicação entre os processos
de transmissão do conhecimento e nas decisões coletivas discutidas em sala de aula
que trabalharam a escuta e a tolerância diante da dificuldade do outro. No decorrer
das atividades propostas foi observado um predomínio de alunos, cabendo destacar
aqui, que eles foram a maioria responsáveis pelo sucesso do projeto que foi desenvol-
vido na Unidade Remota Mário Coelho Neto voltada para capacitá-los.
Por meio de um projeto de extensão e sua trajetória conseguiu conceituar: como uma
práxis transformadora4 à sua ação educativa. Propondo, junto aos movimentos sociais e
comunidades com que atuou, uma busca autônoma para o desenvolvimento de relações
educacionais concernentes às realidades de cada movimento social e a comunidade.
3
Nesse sentido, o Parecer CNE/CES nº 776, de 03 dez. de 1997. Orienta-se para as diretrizes curriculares dos
cursos de graduação no Brasil. Orientações curriculares que definem as proposições das instituições de ensino
sobre o que se deve ensinar e quais as competências a serem desenvolvidas e o perfil a ser formado.
4
Esta práxis transformadora se sustente por uma base política fundamental: a extensão universitária crítica.
Em abril de 2016, a equipe componente do projeto iniciou o planejamento para
a posterior execução do cronograma previsto, porém, alguns elementos adicionais
são necessários para o início do curso. Nos dois primeiros meses do ano, a equipe
executora deparou-se com questões administrativas para ser apresentadas as finali-
dades de ordem do projeto estabelecido pela Regional de Educação. A aquisição de
equipamentos e materiais, elaboração de apostilas didáticas, seleção de alunos bol-
sistas após aprovação (deferimento) deste projeto, irá requerer agora após apresen-
tação a Secretaria de Educação do Estado do Piauí – SEDUC, e estaremos ao maior
tempo aguardando resultados do projeto, devido ao elevado grau de burocratização
(na gestão dos órgãos internos que compõe a 10ª Gerência Regional de educação -
GRE e a própria SEDUC/PI, órgão financiador do projeto). Atendemos todos os pra-
zos dados, pois, o projeto foi entregue, sendo executado no seu tempo normal, não
havendo necessidade de mudanças na equipe de trabalho, ou atraso na elaboração de
apostilas didáticas, e, nem atraso na seleção de alunos bolsistas.
A seleção dos alunos da região de São Francisco do Piauí mostrou-se fácil, dado
que os alunos para o curso são os componentes do curso técnico em administração,
não sendo obrigatório aos mesmos, mas serão ofertadas 29 vagas, onde para com-
pletar o quadro inicial de vagas, serão compostas pelo critério de classificação apre-
sentados neste projeto, teremos a sua execução com todos alunos desta turma que
se inscreverão o que denotará bastante interesse da comunidade neste tipo de curso.
Trata-se de uma oportunidade gratuita ofertada aos habitantes desta região
como jovens que serão a longo prazo técnicos em administração e pessoas que pos-
sam desenvolver a localidade e que foi subvalorizada. Pelo Público nas áreas de
identificação com o curso. Os docentes serão avaliados segundo os mesmos critérios
estabelecidos nas resoluções atinentes da Secretaria de Educação do Piauí, no que
tange aos mesmos aspectos considerados na avaliação de um docente por parte dos
alunos regulares de cursos nível técnico da referida unidade remota.
Estas avaliações serão aplicadas, ao final de cada módulo, pelo coordenador do
projeto, a avaliação é parte do processo de ensino aprendizagem e será realizada de
forma contínua, cumulativa e evolutiva, em consonância com a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação nº 9.394/96. A avaliação cumpre papel de diagnosticar a apren-
dizagem, na qual professores e alunos acompanham o progresso da aprendizagem,
podendo ser averiguado através de: observação do processo de formação, análise das
produções individuas e coletivas dos alunos.
Presentes no título VI - Dos Profissionais da Educação, e, obedece ao disposto
no art. 61 da Lei de Diretrizes e Bases n.º 9394/1996. E ao disposto no parágrafo
único do art. 62-A5 da Lei de Diretrizes e Bases, por meio do qual a profissionaliza-
ção tornou-se direito de todos os funcionários da educação.
5
Art. 62-A. formação dos profissionais a que se refere o inciso III do art. 61 far-se-á por meio de cursos de
conteúdo técnico-pedagógico, em nível médio ou superior, incluindo habilitações tecnológicas. (Incluído pela Lei
nº 12.796, de 2013). Parágrafo único. Garantir-se-á formação continuada para os profissionais a que se refere o
caput, no local de trabalho ou em instituições de educação básica e superior, incluindo cursos de educação pro-
fissional, cursos superiores de graduação plena ou tecnológicos e de pós-graduação. (Incluído pela Lei nº 12.796,
de 2013)
O conjunto com as fichas de avaliação e os relatórios de avaliação, os documen-
tos de área constituem expressa nos processos e os resultados da avaliação. A Di-
retoria de Formação de Professores da Educação Básica - DEB atua em duas linhas
de ação, citaremos a conveniente neste trabalho: no fomento a projetos de estudos,
pesquisas e inovação, desenvolvendo um conjunto articulado de programas voltados
para a valorização do magistério. Segundo ideia de Chueiri (2008):
Art. 61. A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos
diferentes níveis e modalidades de ensino e as características de cada fase do desenvol-
vimento do educando, terá como fundamentos:
I - a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço;
II - aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e
outras atividades.
[...] diante dessa nova visão de extensão universitária, esta passa a se constituir parte
integrante da dinâmica pedagógica curricular do processo de formação e produção do
conhecimento, envolvendo professores e alunos de forma dialógica, promovendo a al-
teração da estrutura rígida dos cursos para uma flexibilidade curricular que possibilite
a formação crítica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nas diferentes formas e maneiras de ensinar e de aprender onde se permite
uma maior aproximação entre a escola e a comunidade, e colaborando para que a
educação seja de qualidade, a qual deve possibilitar durante a formação acadêmica.
Dentro de propostas, para o alunado, temos que os projetos de extensão procuram
contribuir para essa formação, sendo essa uma possiblidade de contextualizar a pro-
fissão e de interagir numa troca dialógica com a comunidade para a construção de
novos conhecimentos nas escolas.
Todas as atividades realizadas neste projeto de certa forma contribuíram para
o resgate e a construção de novas relações entre professores e alunos em sua forma
interpessoais, facilitaram o relacionamento e a comunicação entre os participantes
assertivamente. Além disso, os alunos foram encorajados a romper todas barreiras
e dificuldades relacionadas ao projeto de extensão e suas dificuldades, onde aqui
apresentado constituiu uma oportunidade ímpar de estreitar o relacionamento entre
a unidade remota e a sociedade de interesse que ocorreu de acordo com os recursos
disponíveis, na medida em que este se apresentou como uma via de mão dupla na
qual a comunidade acadêmica teve a oportunidade de aplicar seus conhecimentos
em benefício da sociedade para capacitação de futuros técnicos de administração
que tiveram e estão tendo a oportunidade antes de chegar ao último módulo e já
estão tendo retorno de longo prazo para sua profissionalização.
No retorno à escola, os docentes e discentes envolvidos trouxeram uma experi-
ência que submetido à reflexão teórica se acrescentou aquele conhecimento, possibi-
litando a geração de novos saberes. E que com todas dificuldades encontradas, tudo
foi simplesmente um sucesso.
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FATORES DE RISCO PARA A OCORRÊNCIA DE ACIDENTES
DOMÉSTICOS COM CRIANÇAS NO AMBIENTE DOMICILIAR
Amanda Delmondes de Brito Fontenele Fernandes
Cristianne Teixeira Carneiro
Maria Augusta Rocha Bezerra
Ruth Cardoso Rocha
Rafaela Almeida Sousa Tomaz
Silvana Santiago da Rocha
INTRODUÇÃO
Acidentes constituem um importante problema de saúde pública em todo o
mundo. Eles são uma das principais causas de morte entre as crianças menores de
cinco anos e em sua grande maioria ocorrem na infância e no domicílio, desafiando
os conceitos tradicionais de segurança das crianças e ressaltando a necessidade de
intensificar a prevenção de lesões em contexto apropriado. Os acidentes domésticos
são uma ameaça para a saúde da criança e ainda existem poucas informações so-
bre a prevenção de lesões em casa, particularmente nos países em desenvolvimento
(ATAK et al., 2010; CHANDRAN et al., 2013; HE et al., 2014). Entretanto, esse
problema de saúde pública não é observado apenas nos países em desenvolvimento,
pois a ocorrência de acidentes no ambiente doméstico é a principal causa de morta-
lidade em crianças menores de cinco anos de idade nos Estados Unidos (OYETUNJI
et al., 2012).
Na infância, em especial na fase pré-escolar, as causas externas têm sido cada
vez mais responsáveis pelas lesões e óbitos que acometem inúmeras crianças no Bra-
sil e no mundo. Devido ao conjunto de características que as tornam mais vulnerá-
veis aos acidentes, como a imaturidade física, mental e comportamental, as crianças
ficam mais propensas aos acidentes domésticos, como quedas, ferimentos causados
por objetos cortantes, intoxicações, choques e queimaduras (SANTOS et al., 2010;
TAVARES et al., 2013).
No Brasil, uma pesquisa que objetivou analisar informações referentes a 7.123
vítimas de causas externas com menos de 10 anos de idade, atendidas nos serviços
incluídos no Inquérito VIVA 2009 em todo o país, demonstrou que dos atendimentos
em crianças, 6.897 (96,8%) foram vítimas de acidentes e 226 (3,2%), de violências.
A maioria das ocorrências (66,6%) se deu no domicílio, sendo esse local associado
estatisticamente aos acidentes; os cortes foram a lesão mais frequente (35,7%), se-
guidos de contusão. Além disso, do total de crianças, 60,5% tinham até cinco anos
de idade (MALTA et al., 2009).
Diante do cenário apresentado, percebe-se que o ambiente doméstico tem alta
influência para a incidência de acidentes em crianças e isso deve-se ao fato de o am-
biente domiciliar não estar adequadamente organizado para segurança, o que pode
ser influenciado por fatores como baixas condições socioeconômicas, baixo grau
de instrução e desinformação dos cuidadores. Nesse sentido, para a elaboração de
programas e ações que sejam eficazes na redução da quantidade e gravidade de aci-
dentes envolvendo crianças, é necessário o levantamento dos principais riscos reais
ou potenciais passíveis de prevenção – uma vez que existem acidentes que não podem
ser previstos (como uma lesão por projétil) – para que as estratégias sejam bem ela-
boradas e tenham focos dirigidos (SILVEIRA; PEREIRA, 2011).
Ao identificar os principais fatores de risco para os acidentes domiciliares com
crianças, torna-se possível a sensibilização dos pais, cuidadores e dos profissionais
de saúde para intervir com medidas preventivas e, desse modo, reduzir a quantidade
de acidentes envolvendo crianças, sendo que, uma vez identificados esses fatores,
será possível preveni-los.
Assim, o objetivo deste estudo é analisar os fatores de risco para os acidentes
domésticos em crianças menores de cinco anos em Floriano, Piauí, Brasil.
MATERIAL E MÉTODOS
Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa realizado na Rede de Atenção
Básica do município de Floriano, inserido na região Nordeste do Brasil e localizado
na região do médio Parnaíba do estado do Piauí, a 253 km da capital, Teresina,
sendo que a população estimada em 2010 era de 57.690 habitantes. O município
apresenta uma característica demográfica de uma população predominantemen-
te urbana – 86,62%. Utilizando-se dos dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), a investigação foi realizada em seis bairros cuja
concentração de crianças na faixa etária predeterminada era mais significativa até
que se alcançasse o total da amostra (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRA-
FIA E ESTATÍSTICA, 2010).
Segundo dados do IBGE, a população de crianças de zero a nove anos do mu-
nicípio era de 8.745, desta 4.138 tinham de zero a quatro anos, 11 meses e 29 dias.
Levando em consideração o cálculo de amostragem para população finita, uma pro-
porção de 50% do evento (acidentes no domicílio, pois não se tem a prevalência
desse evento), considerando um nível de significância de 5% e um erro amostral de
5% (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010).
Figura 1 – Fórmula para estudos transversais com população finita
Fonte: LUIZ; MAGNANINI; 2008
RESULTADOS
A análise do perfil social permitiu a identificação das seguintes variáveis rela-
cionadas ao cuidador: sexo, idade, nível de instrução (escolaridade), tipo de ocupa-
ção, renda familiar, número de residentes, estado civil, número de filhos, número de
crianças na residência (Tabela 1).
Tabela 1 – Características sociais dos cuidadores de crianças da cidade de Floriano, Piauí, Brasil, 2014.
Fonte: coleta de dados, 2014
Observou-se que entre os 364 cuidadores entrevistados, apresentou-se grande
predominância do sexo feminino (96,70%), com faixa etária variando entre 25 e
35 anos (45,05%). Em relação ao nível de instrução, a maioria possui ensino médio
(49,18%) e se autorreferiu como cuidadores informais (91,58%), com renda entre
um e três salários mínimos (67,03%). Quanto ao número de pessoas que residem
na casa, prevaleceu o quantitativo superior a quatro pessoas (37,91%); e no que
concerne ao estado civil, a maioria referiu ser casada ou estar em uma união estável
(70,05%). Em relação ao número de filhos, prevaleceram os cuidadores que não
possuíam nenhum filho (40,11%); e quanto ao número de crianças na residência,
predominou o quantitativo de uma criança (60,16%).
No que diz respeito à observação do ambiente domiciliar, foram analisados os
fatores de risco para a ocorrência de acidentes envolvendo quedas, cortes, aspiração
de corpos estranhos, queimaduras, intoxicação/ envenenamento, mordeduras/pica-
das de animais, asfixia, afogamentos e armas de fogo. Destaca-se que em todos os
ambientes foi observada a presença ou ausência do fator de risco específico a cada
tipo de acidente, os quais foram determinados a partir dos constructos apresentados
na literatura nacional e internacional acerca dos acidentes envolvendo crianças me-
nores de cinco anos. O termo “Não se aplica” foi empregado em situações em que
não era possível identificar a presença ou ausência do fator de risco (por exemplo,
presença de objetos soltos em escada quando na casa não havia escada, entre outras
situações).
Quanto ao acidente queda, o fator de risco mais encontrado no domicílio foi o
piso escorregadio/desnível em 60,16% das residências (p<0,05) (Figura 1a).
Figura 1 – Gráficos do percentual de fatores de risco para a ocorrência de acidentes com crianças envolvendo
quedas (1a), cortes (1b) e corpos estranhos (1c), Floriano, Piauí, Brasil, 2014.
(n = 364) do ambiente domiciliar
Fonte: coleta de dados, 2014
Os eventos que levam ao risco de queimadura das crianças foram os menos cita-
dos pelos cuidadores dentre os investigados (p<0,05). Entretanto, em relação a fato-
res ligados aos riscos de asfixia no domicílio para as crianças, 57,14% das residências
apresentavam (p<0,05) como fator de risco para ocorrência a presença de cortinas
ou mosqueteiros (Figura 2b). Acesso a sacos plásticos (49,45%), crianças que dor-
mem com travesseiro (43,13%) e alimentos sólidos fornecidos em grande quantidade
(40,38%) também foram mencionados por grande parte dos participantes, apesar de
a maioria afirmar que estes eventos não ocorriam nos domicílios (p<0,05).
Quanto ao risco de ocorrer intoxicação/envenenamento, 69,23% dos domicí-
lios investigados estavam relacionados à presença de plantas no jardim ou quintal
(p<0,05). Outro dado preocupante é que em 57,14% dos ambientes analisados ha-
via produtos de limpeza e/ou inseticidas (p<0,05) ao alcance das crianças menores
de cinco anos, conforme apresentado na Figura 2c. Cigarro e bebidas alcoólicas
(12,64%) e remédios (20,05%) foram os menos relacionados com este tipo de aci-
dente (p<0,05).
Em 1,65% das residências havia arma de fogo em casa (Figura 2d) (p<0,05). E
em 43,96% os afogamentos poderiam ser ocasionados pelo fato da tampa do vaso
sanitário estar aberta. Poucos cuidadores afirmaram (7,42%) que as crianças tinham
acesso a poços e tanques no domicílio (p<0,05).
Já em 26,10% dos domicílios, mordeduras/ picadas de animais tinham risco de
ocorrer pelo fato de o animal ter acesso aos cômodos da casa (Figura 3a). Entretan-
to, a grande maioria dos cuidadores (69,78%) afirmou que animais peçonhentos não
possuíam acesso ao domicílio (p<0,05) (Figura 3b).
Figura 3 – Gráficos do percentual de fatores de risco para a ocorrência de acidentes com crianças envolvendo
mordeduras/picadas de animais com acesso a casa (3a) e de animais peçonhentos de lixos, matagais etc.
(3b), Floriano, Piauí, Brasil, 2014.
(n = 364) do ambiente domiciliar
Fonte: coleta de dados, 2014
DISCUSSÃO
No que diz respeito ao perfil do cuidador, a figura feminina se destaca em par-
cela significativa dos estudos, tendo a mãe como a principal cuidadora no núcleo
familiar, depois as irmãs mais velhas, as sogras, as avós, tias e amigas. Nóbrega e
Pereira (2011) confirmam esse dado em pesquisa realizada com 32 cuidadores de
crianças com neoplasia cerebral, ao constatar que 96,9% destes eram mães.
Um estudo realizado no município de Itapipoca, no estado do Ceará, na região
Nordeste do Brasil, que teve entre os objetivos conhecer os principais locais de ocor-
rência de acidentes em crianças no interior do ambiente doméstico, determinou que,
com relação as 65 famílias participantes, também foi possível verificar o predomínio
da idade materna entre 18 e 35 anos (n= 58; 89,2%). A maioria das mães entrevista-
das nessa pesquisa também tinha ensino fundamental incompleto (n=40; 61,5%) e
dedicava-se somente às atividades do lar (n=27; 41,5%) (LIMA et al., 2009).
Os cuidadores informais que compuseram a maioria dos participantes do estu-
do (91,48%) prestam cuidados não profissionais a crianças menores de cinco anos,
nas residências das próprias crianças, e estas são, em geral, seus filhos ou netos, os
quais geralmente possuem um parentesco bem próximo com a criança ou podem
ser também amigos e/ou vizinhos. Ressalta-se, ainda, que normalmente a responsa-
bilidade principal recai sobre uma única pessoa, denominada “cuidador principal”
(VIEIRA et al, 2011). Essa mesma designação dada pelo Ministério da Saúde do
Brasil ainda acrescenta ao cuidador principal a função de ser aquele quem realiza a
maioria das atividades (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012b).
As cuidadoras mães desta investigação provavelmente desistiram dos estudos
pelas circunstâncias associadas ao papel de ser mãe, corroborando com dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, do ano de 2012, referente à análise
do padrão etário da fecundidade da mulher brasileira, que demonstrou que as mu-
lheres têm se tornado mães entre as idades de 20 e 29 anos e com a fecundidade, em
muitos casos, atrasando ou mesmo interrompendo o processo de escolarização, visto
que esta que se mantém ainda como a principal responsável pelo cuidado dos filhos
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2012).
Quanto ao nível de instrução, vale mencionar a distribuição percentual de anos
de estudo no estado do Piauí em 2011, a qual revelou que das 1756 pessoas de 25
anos ou mais de idade, apenas 6,3% possuíam 15 anos ou mais de estudos, referente
ao ensino superior. Enquanto que 4,2 % possuíam entre nove e 10 anos de estudos,
o que corresponde ao período de estudo até o ensino médio incompleto. No que
se refere à realidade econômica baixa destes participantes, constituída de 67,03%
dos entrevistados com renda familiar entre um e três salários mínimos, indicadores
sociais evidenciam que no Piauí a distribuição do rendimento mensal familiar não
passa de um salário mínimo em 73,2% dos 972 domicílios pesquisados (INSTI-
TUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2012). Esse fator pode
ser determinante para a ocorrência de acidentes domésticos, visto que um estudo
realizado nos Estados Unidos, que tinha como um dos objetivos determinar que fa-
tores socioeconômicos têm sido associados com o risco de queimaduras, identificou
dentre outros riscos: a baixa renda, o analfabetismo e a baixa escolaridade materna
(EDELMAN, 2007).
No que concerne aos acidentes domésticos, destacou-se como fator de risco
para quedas no ambiente domiciliar o piso escorregadio, presente em 60,16% das
residências observadas, fato também verificado na literatura. Em uma pesquisa que
objetivou analisar a epidemiologia das lesões não intencionais na infância realizada
em hospitais de cinco locais selecionados em países de baixa e de média renda (Ban-
gladesh, Colômbia, Egito, Malásia e Paquistão), a queda foi encontrada como a lesão
mais comum (50,4%) (HE et al., 2014).
Os resultados apontaram que os ventiladores ligados ao alcance das crianças
ofereceram risco para a ocorrência de cortes em 69,23% dos domicílios. Infere-se
que esse risco elevado se justifica pela presença desse eletrodoméstico na maior parte
dos domicílios investigados, estando relacionada ao clima da região e à realidade
socioeconômica de baixa renda, uma vez que é uma forma de amenizar as altas tem-
peraturas a baixo custo. Nos últimos anos, importantes alterações foram realizadas
na perspectiva de melhorar a segurança e a partir de 2012 o Instituto Brasileiro de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) determinou o cumprimento de requi-
sitos técnicos de segurança para ventiladores de mesa, parede e pedestal (BRASIL,
2012c). Entretanto, em muitos domicílios foram encontrados ventiladores sem a de-
vida proteção e ao alcance das crianças.
Um estudo que objetivou identificar fatores de risco para acidentes domésticos
em crianças nascidas expostas ao HIV e indicar os diagnósticos de enfermagem as-
sociados relacionou o ventilador como problema identificado para acidentes domés-
ticos ao diagnóstico de risco de trauma, indicando que objetos perigosos aumentam
o risco de trauma e que os cuidadores precisam estar atentos para que tais objetos
não se tornem acessíveis à criança (LIMA et al., 2014). Ademais, estudos interna-
cionais indicam que lacerações/cortes são as lesões mais frequentes decorrentes de
acidentes domésticos (D’IPPOLITO; COLLINS; COMSTOCK, 2010; BENÍTEZ;
SORIANO; LEÓN, 2010).
Quanto ao fator de risco para a ocorrência de acidentes com corpos estranhos,
o mais prevalente foi a presença de superfícies de madeira que não estavam bem
polidas ao entrarem em contato com a pele da criança (42,86%) e a presença de
botões, alfinetes, moedas e grãos de alimentos (42,31%). A verificação da presença
do risco de corpos estranhos passíveis de serem aspirados é essencial, visto que uma
pesquisa que teve o objetivo de descrever as características dos atendimentos de
emergência em Teresina-Piauí-Brasil demonstrou que as características relativas ao
local de ocorrência evidenciam que no domicílio há maior proporção de ocorrência
de penetração de corpo estranho, destacando este espaço para o desenvolvimento de
ações que abordem o cuidado com pequenos objetos, como moedas e grãos/semen-
tes, porém não fazendo alusão às superfícies de madeira (PEDROSA et al., 2012).
As queimaduras são causas importantes de morbimortalidade na população in-
fantojuvenil, podendo gerar limitações funcionais significativas e acarretar prejuízos
sociais, econômicos e emocionais. Os resultados demostraram que 47,80% das resi-
dências apresentavam riscos para a ocorrência de queimaduras, uma vez que os ca-
bos das panelas no fogão estavam ao alcance das crianças. Além disso, identificou-se
o risco de queimaduras elétricas pela presença de tomadas desprotegidas (42,58%) e
fios elétricos (40,93%) ao alcance das crianças. Um estudo epidemiológico realizado
na Austrália Ocidental relatou que ocorreram, entre 1983 e 2008, 5.398 internações
decorrentes de lesões por queimadura entre crianças menores de cinco anos. Destas,
48,5% foram decorrentes de escaldadura (líquidos e vapores) e 1,2% em consequ-
ência de queimaduras elétricas. Destaca-se que nesse estudo a maioria das queima-
duras (78,2%) ocorreu no domicílio e resultou de exposição a um perigo doméstico
(DUKE et al., 2011).
Os resultados evidenciaram ainda que a maior parte das residências apresentou
risco para a ocorrência de intoxicação/envenenamento, os quais poderiam ser oca-
sionados, em sua maioria, pela presença de plantas em jardins (69,23%), seguidos
pela presença de produtos de limpeza e/ou inseticidas (57,14%) que poderiam ser
acessados por crianças menores de cinco anos. A investigação sobre a presença de
fatores de risco para intoxicação é relevante, pois, de acordo com o Sistema Nacional
de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) brasileiro, dos casos registrados
de intoxicação humana no ano de 2012, 22,2% ocorreram em crianças menores de
cinco anos, correspondendo à faixa etária mais acometida. Entretanto, diferente-
mente dos fatores de risco encontrados nesta pesquisa, para o mesmo ano, o agente
tóxico mais prevalente foi o medicamento, responsável por 8.287 dos 22.032 casos
(37,6%), seguido dos domissanitários/saneantes/produtos de limpeza (19,6%), tendo
os agrotóxicos de uso doméstico sido responsáveis por 3,8% e as plantas encontra-
das por apenas 2,4% dos registros (BRASIL, 2012a).
Percebe-se que, de fato, o ambiente físico é determinante para a saúde da crian-
ça, podendo oferecer condições de risco para a ocorrência de acidentes. Os resulta-
dos apontaram que 57,14% dos riscos para asfixia foram determinados pela presen-
ça de cortinas ou mosqueteiros e, em 49,45% dos domicílios, as crianças têm acesso
ou brincam com sacos plásticos. Para a Sociedade Pediátrica Canadense (SPC), a
asfixia, o sufocamento e o estrangulamento podem causar graves lesões não inten-
cionais em crianças e são as principais causas de morte acidental em crianças e bebês
no Canadá. A SPC enfatiza que deve ser reduzido ou eliminado, sempre que possível,
o uso de filmes plásticos, sacos de plástico e outros riscos de asfixia em embalagens
de produtos para crianças pequenas. Também, rotulagem de brinquedos e produtos
infantis devem identificar claramente um risco específico, em vez de simplesmente
fazer recomendações para a idade (CYR, 2012).
Seguindo a discussão, destaca-se que 43,96% dos riscos para os afogamentos
foram relacionados ao fato de a tampa do vaso sanitário estar aberta. Uma pesquisa
realizada a partir do banco de dados sobre mortalidade (referente aos anos de 2002
a 2004) da Organização Mundial de Saúde, que teve o objetivo de investigar os
ferimentos fatais de crianças no domicílio, em comparação com aqueles ocorridos
nos transportes em países europeus, determinou que entre as cinco principais causas
de ferimentos fatais em crianças de zero a 14 anos no domicílio, em todos os países
agregados, encontra-se o afogamento/submersão, seguido de fogo/chamas (SENGO-
ELGE; HASSELBERG; LAFLAMME, 2011).
Verificou-se que 1,65% das residências possuía arma de fogo. Infere-se que o
número reduzido de domicílios onde foram encontradas ou referida a presença de
armas de fogo está relacionado ao Estatuto do Desarmamento, lei nº 10.826, de 22
de dezembro de 2003, que dispôs sobre registro, posse e comercialização de armas
de fogo e munição no Brasil, sobre o Sistema Nacional de Armas (SINARM), definiu
crimes e estabeleceu outras providências. Este dispositivo legal tornou obrigatório o
registro de arma de fogo no órgão competente e estabeleceu requisitos para aquisi-
ção de arma de fogo de uso permitido, tais como comprovação de idoneidade, apre-
sentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa, bem
como comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio
de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta lei (BRASIL,
2003).
Compreende-se que a presença dessa lei tanto pode ter contribuído para a exis-
tência discreta de armas nas residências investigadas como para o sub-registro desse
fator de risco na presente pesquisa, tendo a maioria dos cuidadores afirmado não ha-
ver armas na perspectiva de evitar represálias. Ainda assim, destaca-se a importân-
cia da quantidade reduzida de domicílios com armas de fogo e o fato dessas armas
e de suas munições não estarem ao alcance das crianças, já que leis como essa são
projetadas para limitar o acesso das crianças e uso de armas de fogo em residências.
As leis exigem que os proprietários mantenham as armas de fogo em local seguro,
descarregada, ou ambos, e fazem com que os proprietários de armas de fogo sejam
responsabilizados quando crianças usam uma arma de fogo no ambiente doméstico,
ameaçando ou prejudicando a si ou aos outros (BRASIL, 2003).
Uma pesquisa que objetivou descrever e analisar os óbitos por causas externas
entre menores de 24 anos de idade, na capital do estado de Mato Grosso, Brasil,
apontou que o perfil epidemiológico das mortes por causas externas em Cuiabá-MT
é semelhante ao do Brasil: a maioria dos óbitos resulta de agressão, em que prevalece
a arma de fogo (81,2%) e são mais acometidos os indivíduos do sexo masculino, de
cor ou raça negra e na fase juvenil. Entretanto, os autores chamaram atenção para
o fato de que o estudo encontrou um caso fatal de violência na faixa etária de um
a quatro anos (agressão por arma de fogo), mostrando que a violência também viti-
miza crianças e revelando a importância de despertar na sociedade a necessidade de
prevenção e medidas de vigilância sobre essa população mais suscetível (MATOS;
MARTINS, 2012).
No que diz respeito aos riscos para a ocorrência de mordeduras de animais,
observou-se que 26,10% poderiam ser provocadas pelo fato de o animal ter acesso
aos cômodos da casa. Verifica-se que as mordidas por animais selvagens, domésticos
ou seres humanos são comuns, embora não sejam encontrados dados epidemiológi-
cos no Brasil. Com base em dados de outros países, é possível atentar para a elevada
incidência de mordeduras de cães e gatos, responsáveis por complicações como san-
gramento, lacerações e infecções bacterianas graves. O tratamento inclui medidas
iniciais (de primeiros socorros) e tardias destinadas ao tratamento das infecções se-
cundárias e reparos de tecidos (HADDAD JUNIOR; CAMPOS NETO; MENDES,
2013).
Uma pesquisa que teve o objetivo de descrever a epidemiologia de acidentes
domésticos na infância em um departamento de emergência de um hospital em Ka-
rachi, Paquistão, verificou que dos 566 casos, 409 (72%) das lesões ocorreram em
casa e que as causas mais frequentes destes acidentes domésticos foram as quedas (n
= 240, 59%), seguidas da mordedura de cão (n = 44, 11%), acometendo crianças de
um a quatro anos (n = 7, 16%) e de cinco a 11 anos (n = 37,84%). Apesar de não ha-
ver mortalidade devido à lesão por mordedura de cão, muitos destes casos envolvem
mordidas de cães vadios, que são comumente encontrados em Karachi em virtude da
falta de medidas para controle efetivo destes animais, realidade que também corro-
bora com a situação do local deste estudo (ZIA et al., 2012).
CONCLUSÕES
Os principais fatores de risco identificados no domicílio para a ocorrência de
acidentes domésticos em crianças foram relacionados a quedas, cortes e aspiração
de corpos estranhos. Quanto ao acidente queda, o fator de risco mais encontrado
foi o piso escorregadio/desnível. Para cortes, os ventiladores ligados ao alcance das
crianças ofereceram maior risco no ambiente investigado. No que concerne aos cor-
pos estranhos, predominaram as superfícies de madeira que entram em contato com
a criança e que não se apresentavam bem polidas, seguidas de presença de botões,
alfinetes, moedas, grãos de alimentos ao alcance das crianças.
A existência de inúmeros fatores de risco no ambiente doméstico é uma reali-
dade que necessita ser amplamente pesquisada e divulgada. Em todos os domicílios
avaliados foram encontrados mais de um predisponente para ocorrência de acidentes
envolvendo crianças em todos os cômodos, representando situações que podem ge-
rar desde acidentes leves, sem repercussões físicas, psicológicas e financeiras, a lesões
que comprometem a integridade das crianças ou mesmo que são responsáveis por
sequelas e óbitos.
Algumas condições, como a presença de pisos escorregadios, demandam trans-
formações estruturais e, portanto, mais difíceis de serem empreendidas em um con-
texto socioeconômico de baixa renda, como é a realidade do município investigado.
Entretanto, uma parte considerável dos fatores de risco identificados, como venti-
ladores ao alcance das crianças, presença de botões, cabos de panelas virados para
fora do fogão, tomadas desprotegidas e fios elétricos, tampa de vaso sanitário aber-
ta, necessita de mudanças relacionadas, principalmente, à educação e promoção da
saúde.
Faz-se necessária a identificação desses fatores de risco, assim como alertar os
cuidadores quanto aos perigos presentes no domicílio a fim de que estes se tornem
mais conscientes e mais atentos aos riscos que as crianças estão expostas. Além
disso, os acidentes domésticos atualmente são uma das principais causas de mortes,
com representação significativa em todo o mundo, sendo um problema de saúde
pública, uma vez que o ambiente físico pode ser um fator determinante para a saúde
das crianças, oferecendo, assim, inúmeras condições de risco para a ocorrência de
acidentes.
Uma vez identificados os fatores de risco para acidentes com crianças, faz-se ne-
cessário o planejamento de intervenções práticas e eficazes, dirigidas aos cuidadores,
que envolvam a organização do ambiente domiciliar de modo a reduzir ao máximo
as possibilidades de ocorrência de acidentes com crianças.
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FATORES QUE INFLUENCIAM O SUCESSO DO TRATAMENTO
DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
Fernando Júlio Guedes e Silva
INTRODUÇÃO
As doenças cardiovasculares hoje em dia, possuem um alto grau de letalidade,
sabe-se que complicações como o Infarto agudo do miocárdio colaboram para essa
realidade. Segundo a base de dados do DATASUS, esse tipo de isquemia, é a primei-
ra causa de morte no país e é responsável por 100 mil óbitos por ano.
O IM se refere ao processo pelo qual células miocárdicas são destruídas de ma-
neira permanente geralmente, mas nem sempre, pelo fluxo sanguíneo reduzido em
uma artéria coronária, devido a aterosclerose e a oclusão completa de uma artéria por
êmbolo ou trombo. Outras causas são o vasoespasmo de uma artéria coronária, supri-
mento sanguíneo diminuído no músculo cardíaco, como perda sanguínea aguda, ane-
mia, ou pressão arterial baixa, e também nos casos onde há demanda aumentada de
oxigênio, como no uso de cocaína e na tireotoxicose (BRUNNER & SUDART, 2012).
Sua sintomatologia cursa na maioria das vezes de forma tradicional, com dor
precordial ou sensação de aperto no peito, dor irradiada para parte interna dos
braços e pescoço, náuseas ou hêmese, sudorese, dispneia e palidez cutânea. Os sin-
tomas duram tempo superior a 10 minutos e persistem mesmo quando o paciente se
encontra em repouso; Idosos, diabéticos e mulheres apresentam geralmente sintomas
inespecíficos e atípicos. (WAJNGARTEN, 2012).
O diagnóstico de IAM se dá através da avaliação clínica complementada pela
análise dos marcadores bioquímicos de lesão miocárdica, como a Troponina, a Mio-
globina e a creatinofosfoquinase massa (CK-MB), além da obtenção de eletrocardio-
grafia, este último com o objetivo de identificar arritmias (que são frequentes) e flu-
tuações no segmento ST (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2015).
O atendimento inicial com rapidez e efetividade diante de uma sintomatologia
indicativa de Infarto, resulta em sucesso no tratamento e melhora no prognóstico do
paciente, aumentando as chances de eficácia no retrocesso da isquemia miocárdica.
Com essa mesma intenção, Damasceno e Mussi (2010), afirmam que o diagnós-
tico e tratamento precoces do IM podem salvar vidas, reduzindo a possibilidade de
arritmias ventriculares e melhorando a função ventricular esquerda do coração após
o infarto, sendo assim o fator tempo e a qualidade da assistência médico-hospitalar
fatores relevantes nos primeiros instantes do surgimento do infarto.
O profissional de enfermagem é responsável direto pela assistência tanto em ní-
vel primário quanto secundário de pacientes em risco de infarto. (AZEVEDO, 2009;
BAGGIO, 2011; BEZERRA, 2011). São eles que atuam diretamente no cuidado a
esses pacientes, tanto nas ações de educação em saúde (prevenção primária), quanto
na agilidade do provimento de cuidados médicos e de enfermagem quando o quadro
já encontra-se instalado (prevenção secundária).
Frente a isso, este estudo objetivou analisar as ações de enfermagem que são
decisivas no desfecho clínico do paciente com quadro de Infarto Agudo do Miocár-
dio, selecionando para isso os seguintes objetivos específicos: Identificar as ações de
educação em saúde desenvolvidas para o reconhecimento precoce do IAM, investi-
gar os fatores que influenciam o retardo do atendimento e avaliar a qualidade da as-
sistência prestada pelo enfermeiro durante o tratamento intra-hospitalar do infarto
agudo do miocárdio.
METODOLOGIA
A pesquisa apresentada se trata de uma revisão de literatura narrativa, des-
critiva de caráter qualitativo. Segundo Bardin (2011) a análise qualitativa é válida,
sobretudo, na elaboração das deduções específicas sobre um acontecimento ou uma
variável de inferência precisa e pode funcionar sobre corpus reduzidos.
Foram utilizados como instrumentos de pesquisa, os indexados de literatura,
livros impressos e artigos sobre o infarto agudo do miocárdio. As bases de dado
online consultadas foram o site da Scielo (Biblioteca Científica Eletrônica em Linha
– CientificElectronic Library), Bibliomed, Ministério da Saúde, DATASUS, Socieda-
de Brasileira de Cardiologia e livros da biblioteca da Universidade Federal do Piauí-
Campus Floriano.
Foram encontrados um total de 24 materiais de análise, dos quais 03 eram li-
vros e 21 artigos. A escolha e pré-análise desse material se deu após uma leitura flu-
tuante e exposição aos critérios de inclusão e exclusão da pesquisa, restando assim,
para exploração de conteúdo, apenas quinze artigos e um livro, esses por apresenta-
rem relação íntima com os objetivos da pesquisa e bastante clareza nas informações,
os outros foram descartados por não satisfazerem condições de concordância com
o próprio tema.
Após a revisão criteriosa dos artigos, documentos e livros, foram organizadas
e sistematizadas três categorias ou eixos temáticos que tratam das ações de enfer-
magem responsáveis por aumentar a rapidez e agilidade no tratamento, produzindo
assim resultados mais eficazes e satisfatórios.
A pesquisa se deu num recorte cronológico de 30 dias estabelecido entre os
meses de julho e agosto de 2016.
ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Após a exploração do material e aplicação de técnicas no corpus, os resultados
obtidos condensaram que a educação em saúde, a agilidade no atendimento inicial
e a qualidade no atendimento intra-hospitalar, são significativamente importantes
diante de um IAM para que este tenha um desfecho menos danoso.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho apresentado teve como objetivo analisar os tópicos relacionados ao
tratamento do infarto que interferem positivamente no seu desfecho, reduzindo as
sequelas e evitando o possível óbito.
Após a análise dos estudos foi possível identificar que os fatores indispensáveis
no sucesso do tratamento do IAM se caracterizam por ações de educação em saúde,
pela busca rápida de atendimento emergencial quando se iniciam os sinais e sintomas
e uma boa qualidade assistencial por parte da enfermagem no ambiente hospitalar,
concluindo-se assim que para sanar as dificuldades existentes deve-se fortificar as
ações de educação em saúde e incentivar enfermeiros e demais profissionais de saúde
a lançarem mão de estratégias para educação nos mais diversos setores, e que além
disso deve fortificar-se também as redes de atenção as urgências e emergências faci-
litando a logística e agilidade da chegada do paciente ao serviço hospitalar quando
se é solicitado um serviço de transporte, não esquecendo da atenção, do acolhimento
e do acatar dos protocolos de cuidado ao IAM por parte do enfermeiro para que se
possa assim finalizar o conjunto de fatores necessários ao aumento do sucesso no
tratamento do infarto agudo do miocárdio.
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WAJNGARTEN, Maurício; MANSUR, Antônio de Pádua. Cardiopatia no idoso e na mulher. São Paulo:
Editora Atheneu, 2012
IDENTIDADE DISCENTE E O ENSINO TÉCNICO NA CIDADE DE
FLORIANO/PI
Filange Soares Vieira Neto
José Ribamar Lopes Batista Júnior
Daniel de Sousa Barbosa
Luiz Francisco da Silva Barros
Nivea Gomes Nascimento de Oliveira
INTRODUÇÃO
A Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica no Brasil apresentou
várias mudanças em função do plano de expansão da Rede Federal de ensino, com
a ampliação da oferta de ensino básico, técnico e tecnológico, nas modalidades pre-
sencial e a distância, bem como a criação de várias unidades de Institutos Federais,
a partir de Decreto e Lei Federal.
Nesse sentido, esta pesquisa foi realizada através de questionários para identifi-
carmos o perfil dos estudantes que optam em fazer cursos na Rede Federal de Ensino
na cidade de Floriano/PI. Além disso, pretendemos conhecer os motivos sociais e
econômicos que levam os jovens e os adultos a escolherem a Educação Profissional
e Tecnológica (EPT).
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Educação Profissional e Tecnológica teve sua consolidação a partir da revolu-
ção industrial, do crescente número de produção e da procura de mão de obra qua-
lificada. No entanto, foi a Lei Federal nº 5.693, de 1971, que deu uma qualificação a
essa modalidade de ensino e tornou-se urgente a formação de profissionais de níveis
técnicos.
Com o Decreto nº 2.208 de 17 de abril de 1997, a Educação Profissional passou
por nova reforma. Essa deu ao ensino, prescrito no artigo 3º, incisos I, II e III do
Decreto, os níveis Básico, destinado à qualificação, requalificação e reprofissiona-
lização de trabalhadores; Técnico, que se destinou à habilitação profissional para
alunos egressos do Ensino Médio; Tecnológico, correspondente aos cursos de nível
superior na área tecnológica, como forma de atender os alunos matriculados ou os
que estão no ensino básico, assim como os trabalhadores em geral.
Isso introduziu na formação do Ensino Técnico duas modalidades: a) concomi-
tante ao Ensino Médio (em escolas diferentes ou na mesma, porém com matrículas
e currículos distintos) ou integrado; b) Subsequente, para os que já concluíram o
Ensino Médio.
Desde a criação do EPT até o final do ano de 2002, o ensino profissionalizante
era apenas para as classes altas, mas isso mudou a partir de 2003, e se segue até os
dias atuais, como a implementação de políticas que deram oportunidades para as
classes trabalhadoras e pobres de cursarem um ensino profissionalizante a fim de
traçar uma nova perspectiva para a vida.
METODOLOGIA
O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa, em que os
alunos falam espontaneamente e de forma livre sobre o tema abordado. Esse fator
é bastante significativo para a pesquisa, pois, a partir disso, obtém-se os motivos,
razões ou circunstâncias que levaram o indivíduo a escolher a modalidade de ensino
técnico. Para chegar aos fins desejados, foram utilizados como instrumentos ques-
tionários, provocando o entrevistado a falar sobre questões como seu interesse em
atuar na área do curso técnico, bem como questões financeiras e de origem.
O Colégio Técnico de Floriano (CTF) foi o campo de realização da pesquisa,
com participação de 195 alunos e alunas do ensino técnico dos cursos de Agropecu-
ária, Enfermagem e Informática, nas modalidades de concomitância e subsequência,
sendo executado no período de agosto de 2013 até março de 2016.
ANÁLISE
A partir das informações que obtivemos com a aplicação dos questionários
no CTF, foram feitas análises a partir de observações e interpretações dos dados,
apresentando-os a seguir em forma de gráficos.
Ao analisarmos os dados obtidos com a pesquisa sobre a renda familiar, po-
demos notar que a maioria dos alunos possuem renda de 1 a 3 salários mínimos
(conforme gráfico 1). Isso demonstra que os participantes veem o ensino técnico
como uma forma de melhorar a sua renda. Além disso, não podemos deixar de des-
tacar número expresso de pessoas que possuem renda familiar menor que 1 salário
mínimo.
Gráfico 1 – Renda Familiar
Foi observado, também, que a maioria dos alunos deseja atuar na área do curso
que estão cursando. Isso demonstra que acreditam na instituição e na formação/
capacitação profissional que estão a receber, pois percebe-se estímulo em continuar
na área (conforme gráfico 2).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como resultados da pesquisa no CTF, obtivemos que a maioria dos alunos são
do sexo feminino, com idade entre 15 e 17 anos, em sua maioria, alunos da conco-
mitância, mas há um número significativo de estudantes com faixa etária de 18 a 21
anos de idade da subsequência.
Além disso, são, em sua maior parte, participantes que nasceram na cidade de
Floriano, embora exista uma grande quantidade de alunos de outros municípios da
região e que optam pela instituição, especialmente, por conta do alojamento, um
dos maiores motivos de escolha dos/as alunos/as, e, também, por conta Restaurante
universitário ser gratuito e excelente corpo docente.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Heloisa Helena. A trajetória da educação profissional no Brasil e os desafios da construção de um
Ensino Médio integrado à Educação Profissional. Universidade Federal do Pará. Pará, pp. 2-21.
PACHECO, Eliezer. Institutos Federais - uma revolução na educação profissional e tecnológica. Fundação
Santillana. Brasília, São Paulo: Moderna, 2011 pp. 5 – 113.
TOMÉ, Ana Clécia de Abreu. Trabalho e/ou educação: história da educação profissional no Brasil. Revista de
Educação, Ciência e Tecnologia. Canoas, v.1, n.2, 2012, pp. 1-13.
OLHAR DE CRIANÇAS, OLHAR DE MÁQUINAS: relato das
experiências do projeto de robótica pedagógica com
Arduino do Instituto Federal Catarinense – campus Luzerna
Luis Guilherme Menezes dos Santos
Maicon Renan Brand
Illyushin Zaak Saraiva
Ícaro Ilo da Silva
Ricardo Antonello
Rafael Garlet de Oliveira
Raphael da Costa Neves
INTRODUÇÃO
Uma ação extensionista voltada aos estudantes das escolas públicas teve início
no âmbito do Campus Luzerna do Instituto Federal Catarinense (IFC) em 2014, em
parceria com a 7ª Gerência Regional da SED-SC (7ª GERED) em Joaçaba-SC, cujo
objetivo principal era o intercâmbio entre o saber científico-acadêmico produzido no
Campus e o saber trazido do ambiente escolar – especialmente de escolas estaduais
da região no entorno da Cidade de Luzerna – por meio da oferta de oficinas de capa-
citação de Robótica Pedagógica utilizando os kits de robôs Lego Mindstorms® para
professores e alunos da região.
Posteriormente, o grupo de pesquisadores responsável pela primeira versão do
projeto com Robótica Lego® deu continuidade a ele – atualmente já está sendo con-
tinuado pela quarta vez consecutiva, sempre com fomento de editais de auxílio à
extensão do próprio Campus Luzerna, com bolsas para alunos do IFC.
Tal grupo de professores e alunos conseguiu em 2015, mediante patrocínio do
CNPq, a compra de três kits Lego Mindstorms®, que, desde então, têm sido usados
em diversas atividades extensionistas contempladas pelo referido projeto de extensão.
Em 2016, o grupo responsável submeteu à Reitoria do IFC o projeto que aqui se
analisa, iniciado em 1º/11/2016, integralmente baseado na plataforma open source
Arduino e voltado à realização de oficinas de Robótica Pedagógica com Arduino
para alunos e professores das escolas públicas da região no entorno de Luzerna,
com robôs construídos no próprio Campus, de acordo com metodologias conhecidas
(MONK, 2014).
É objetivo deste texto, portanto, apresentar resultados parciais do projeto de
extensão com robótica Arduino executado no âmbito do Instituto Federal Cata-
rinense – Campus Luzerna, intitulado Extensão, Pesquisa e Desenvolvimento do
APL Metalomecânico de Joaçaba com o Recurso à Robótica Pedagógica em Tecno-
logia Arduino ®, integralmente subvencionado pela Reitoria do IFC, fazendo uso de
análise descritiva e quantitativa.
Este artigo está disposto em cinco seções, sendo esta introdução, seguida da
discussão de literatura, dos aspectos metodológicos do projeto, de seus resultados e
das considerações finais, além das referências.
TECNOLOGIA ARDUINO
Amplamente utilizada na atualidade, a plataforma Arduino é uma tecnologia
de hardware e software de código aberto criada por uma companhia de mesmo nome
que projeta e fabrica kits de microcontroladores e microcontroladores de placa úni-
ca, usados para fins de prototipagem em escolas e universidades de todo o mundo no
desenvolvimento de dispositivos digitais e objetos interativos (ARDUINO, 2017a).
A tecnologia Arduino nasceu em 2003 na Itália, na cidade de Ivrea, no seio do
Interaction Design Institute Ivrea ou Instituto de Design Interacionista de Ivrea, de
um projeto coordenado pelo Professor Massimo Banzi, executado pelos estudantes
de mestrado David Mellis e David Cuartielles, que buscavam criar ferramentas bara-
tas e de baixo custo para o desenvolvimento de projetos digitais por não engenheiros
(ARDUINO, 2017b).
A tecnologia consiste de placas ou kits de código aberto, ou seja, que podem ser
fabricadas por qualquer companhia ou pessoa em todo o mundo, de forma totalmen-
te gratuita, estando hoje acessível em todos os países do globo por meio de um sem-
-número de fabricantes e fornecedores a um custo baixíssimo, até mesmo por cinco
dólares americanos, em Websites chineses, como AliExpress (ALIEXPRESS, 2017).
Desde seu surgimento, a Tecnologia Arduino tem atraído a atenção de projetis-
tas, professores e estudantes, dentro e fora das universidades, devido a características
únicas oferecidas por essa tecnologia, além do já relatado baixíssimo custo, como a
praticidade de obtenção de peças de reposição, a extrema facilidade de programa-
ção, além da sua versatilidade, podendo ser utilizada em praticamente qualquer tipo
de aplicação onde se requeira um circuito microprocessado (ALVES et al., 2012).
As Figuras 1 e 2 a seguir apresentam uma placa do tipo Arduino Uno, ampla-
mente utilizada na atualidade por seu baixo custo (cerca de R$10,00) e alta versati-
lidade, sendo que em 2013 havia 1,4 milhões de placas Arduino em funcionamento
(CUARTIELLES, 2013).
MÉTODO
A metodologia utilizada no projeto de Robótica com Arduino do IFC – Campus
Luzerna é fruto do desenvolvimento iniciado ainda em 2014, com o antigo projeto
baseado em Lego Mindstorms®, no qual os membros do projeto, após contato inicial
com a direção da escola a ser atendida, e de posse das informações acerca do número
de alunos a ser atendido, bem como sua formação, dimensionavam antecipadamente
as atividades, podendo, no caso de estudantes a partir da 7ª série (atual 8º ano),
incluir programação dos robôs pelos próprios alunos após a decisão sobre qual tipo
de robô seria montado, entre as várias alternativas disponíveis, como caminhão au-
tomático, robô seguidor de linha, trator, robô bípede etc.
Atualmente, no caso do projeto Arduino, essa metodologia foi aprimorada, sen-
do que somente são utilizados robôs na modalidade Seguidor de Linha, na qual o
robô, montado previamente no Campus do IFC em Luzerna, tem dois sensores na
parte debaixo, próximos às rodas, os quais permitem ao robô deslocar-se com per-
feição sobre uma linha negra desenhada no chão, sendo que normalmente a linha é
feita com fita isolante negra colada em uma superfície branca.
O projeto é integrado atualmente por cinco professores, três bolsistas e três vo-
luntários do Campus Luzerna do IFC e inteiramente financiado pelas Pró-Reitorias
de Pesquisa e de Extensão dessa instituição.
As oficinas dividem-se em duas fases:
(1) parte teórica, quando os bolsistas apresentam uma pequena introdução so-
bre robótica e sua evolução, utilizando datashow com slides previamente
elaborados, de acordo com o nível escolar e a idade dos alunos;
(2) parte prática, quando se utilizam os Robôs Segue Linha (montados com os
kits Arduino), que percorrem uma pequena pista de corrida (MONK, 2014).
Previamente, há o planejamento de cada oficina, realizado pelos integrantes do
projeto após contato com a direção da escola pública.
RESULTADOS
Pretende-se efetuar uma análise, o mais detalhadamente possível, dos resulta-
dos do projeto, a fim de permitir futuras constatações não apenas dos efeitos da ação
extensionista na comunidade no que se refere a aprendizado, construção e troca de
conhecimento, mas também acerca da eficiência do projeto em termos numéricos
do atingimento de suas metas, da utilização dos recursos, e da produtividade dos
membros integrantes.
Apresenta-se, portanto, nesta seção, uma pequena análise descritiva dos resul-
tados atingidos pelo projeto até 28 de julho de 2017, tendo-se transcorrido já mais
de 9 meses desde o seu início, em 1º/11/2016.
A Tabela 1 lista as principais ações extensionistas e quantifica o público atendi-
do, até o momento, pelo projeto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este texto teve como objetivo principal analisar o projeto de extensão tecnoló-
gica baseado em tecnologia Arduino (MONK, 2014) executado pelo Campus Lu-
zerna do IFC.
O Projeto tinha como metas iniciais a realização de seis oficinas em escolas
públicas de três municípios catarinenses, com um público previsto de 500 partici-
pantes, além da apresentação de, pelo menos, dois artigos em congressos científicos,
todas essas metas já atingidas em 9 meses de duração, conforme se viu.
Com efeito, o Gráfico 1 aqui trazido permite constatar que todas as metas fo-
ram atingidas em julho de 2017 – embora o projeto só finalize em novembro deste
ano –, sendo que algumas das metas foram superadas com boa margem.
Argumenta-se que uma das possíveis razões para este desempenho superior re-
sida no fato de que a equipe integrante do projeto já trabalha com atividades de ex-
tensão relacionadas à Robótica Pedagógica desde 2014, conferindo ao projeto aqui
analisado maior celeridade e eficiência.
Considera-se que o projeto representa solidez para a ação extensionista do
Campus Luzerna, com efeitos positivos sobre a região, levando a marca IFC para
várias cidades diferentes no ano de 2017 e treinando pessoal qualificado dentro do
Campus para a prática da extensão.
Argumenta-se, ainda, que o projeto em questão classifica-se sob a Perspectiva
Acadêmica de Extensão Universitária (JEZINE, 2004), pois, durante as atividades,
os objetivos e a postura da equipe caminham no sentido de aprender com a comuni-
dade, enquanto se ensina.
REFERÊNCIAS
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PERCURSOS DE PESQUISA SOBRE INCLUSÃO NO ENSINO
BÁSICO E TÉCNICO
João Marcos Messias Miranda
José Ribamar Lopes Batista Junior
INTRODUÇÃO
O presente trabalho apresenta os resultados de pesquisas realizadas no percurso
de três anos (2015, 2016, 2017), atrelados ao Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação Cientifica-PIBIC. Que tiveram como temática a inclusão de alunos com de-
ficiência nas escolas municipais de Floriano/Piauí. Sendo assim, o trabalho encontra-
-se dividido em três focos de análise, o primeiro investigou o conceito de educação
inclusiva e de deficiência de professores do Ensino Superior que formam professores
pedagogos, bem como os discursos e as práticas de letramento (práticas de leitura
e escrita) resultantes dessa visão no contexto da cidade de Floriano/PI. O segundo
investigou as práticas docentes na inclusão de alunos com deficiência. No terceiro,
buscamos perceber a articulação metodológica da prática da educação inclusiva em
relação à prática da gestão educacional e com a própria dinâmica escolar.
Esse trabalho se articula com a teoria dos Novos Estudos de Letramento (STRE-
ET, 2014). Assim, realizamos uma análise centrada nas práticas de letramento, para
perceber a influência do discurso emancipatório na prática docente, no que diz res-
peito à inclusão de alunos com deficiência.
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
Este trabalho foi realizado por meio de uma pesquisa qualitativa, centrado as-
sim, nos conceitos subjetivos sobre a temática da educação inclusiva disseminada pe-
los participantes. Este tipo e pesquisa tem como foco o contexto das relações sociais
e dos conceitos construídos nessa interação pelos participantes (DALFOVO, LANA
e SILVEIRA, 2008, p.07).
Sendo assim, a pesquisa qualitativa preconiza as relações conceituais e suas
respectivas práticas, que dão base ao espaço social e ideológico pertencente aos par-
ticipantes da pesquisa, com vista a interpretar e analisar esse contexto. Julgamos
necessário o uso deste tipo de pesquisa na investigação da inclusão de alunos/as
com deficiência por considerar o aspecto conceitual subjetivo, bem como os dis-
cursos disseminados pelos/as professores, gestores/as e coordenadores/as no tocante
as políticas inclusivas e as práticas pedagógicas empregadas no âmbito das escolas
municipais.
Tendo uma abordagem de cunho etnográfico (CRESWELL, 2014), que se re-
aliza por meio da inserção do pesquisador no ambiente pesquisado, participando
das interações sociais desse contexto, assim como na coleta de artefatos, como do-
cumentos e o uso de diferentes instrumentos de geração de dados, o que permite ao
pesquisador a triangulação dos dados propiciando maior confiabilidade nas infor-
mações geradas. Como afirma Gray (2012, p.138), “a etnografia busca entender os
processos sociais não tanto fazendo relatórios [...] e sim participando deles, muitas
vezes por longos períodos”. Sendo necessária a inserção no campo pesquisado para
contato direto com o contexto social.
Os instrumentos para geração e coletas de dados foram: observação partici-
pante, entrevistas, questionário, coletas de artefatos (desde objetos, até textos pro-
venientes dos locais da pesquisa). A pesquisa foi realizada nas escolas municipais de
Floriano/Piauí, na Secretaria Municipal de Educação, Universidade Federal do Piauí,
campus Floriano.
A observação participante relaciona-se com a abordagem etnográfica ao pos-
sibilitar ao pesquisador participar de forma ativa e observar o fenômeno estudado,
com vista a gerar dados para posterior interpretação. Tendo por principal função
“gerar dados por meio da observação e escuta de pessoas em seu contexto natural
e descobrir os sentidos e as interpretações sociais que elas atribuem a suas próprias
atividades” (GRAY, 2012, p. 323).
A entrevista semiestruturada, baseia-se em roteiro de perguntas previamente
elaborado, permitindo que o pesquisador aborde questões só percebidas no momento
da entrevista, sendo composto de perguntas abertas, o que possibilitou aos colabora-
dores da pesquisa manifestar sua opinião de forma livre. A entrevista semiestrutura-
da, de acordo com Gray (2012, p. 302), “permite fazer aprofundamentos das visões
e das opiniões onde for desejável que as respondentes aprofundem suas respostas”.
Esse processo foi realizado por meio de agendamentos com os/as gestores/as.
O questionário foi elaborado em um roteiro de perguntas abertas possibilitas-
se o livre posicionamento dos docentes. Orientamos que as respostas das questões
fossem efetivadas na nossa presença, para favorecer esclarecimentos sobre alguma
pergunta não entendida e propiciar uma análise mais segura dos conceitos dos cola-
boradores, uma vez que estes teriam que elaborar suas respostas em um intervalo de
tempo relativamente curto.
A coleta de artefatos consistiu em textos, documentos ou diretrizes que possam
ser disponibilizadas pelas escolas pesquisadas, a fim de analisar a influência destes na
organização, como no desenvolvimento das práticas relativas à inclusão de alunos/as
com deficiência. Nesse tocante, foi fornecida pela Secretaria Municipal de Educação
uma lista com a localização das escolas, nome dos/as gestoras/as, número do telefone
que utilizamos como orientação para a organização das visitas às escolas.
Os participantes das respectivas pesquisas correspondem: duas professoras do
Curso de Pedagogia, dez professores/as da Educação Básica (sendo quatro professo-
res de uma escola estadual e seis de uma escola Federal), além de, nove Gestores edu-
cacionais. Tendo como critério de escolha a livre anuência em participar da pesquisa
e a relevância desses sujeitos na efetivação de uma Educação Inclusiva.
A análise dos dados foi realizada mediante a interpretação dos conceitos de
educação inclusiva disseminada pelos participantes, a luz dos novos estudos de le-
tramento e dos referenciais teóricos e empíricos sobre a inclusão de alunos com
deficiência no contexto escolar.
MARIA JOANA