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ASPECTOS PEDAGÓGICOS DO ENSINO DAS LUTAS

NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

OLIVEIRA, Guilherme Ribeiro1 - Dom Bosco

MOURA, Gabriela2- PUCPR

URBINATI, Keith Sato3- PUCPR/Dom Bosco

Grupo de Trabalho - Educação, Arte e Movimento


Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

Por se tratar de atividades que geram contato físico entre estudantes, o senso comum acredita
que a modalidade de lutas acarreta violência e indisciplina. No entanto, observamos
benefícios na prática de lutas em ambiente escolar, como redução de violência e construção de
valores. O objetivo do presente estudo é determinar os fatores limitadores e facilitadores para
o ensino do conteúdo lutas na Educação Física escolar. Os métodos utilizados para o
desenvolvimento do presente trabalho foram revisão bibliográfica além de pesquisa aplicada
no banco de dados da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Os resultados, foram: 18,86
(46%) dos professores, não utilizam o conteúdo de lutas na Educação Física escolar e dentre
as principais justificativas, encontram-se a falta de instrução e falta de estrutura. Os
professores relataram ainda dificuldades em trabalhar o conteúdo na escola, sendo que 11,3
(27,7%) alegaram que a principal dificuldade é a falta de instrução, seguidos de 1,47 (3,6%)
que optaram pela falta de estrutura. Concluímos então, que mesmo fazendo parte dos
parâmetros que regem a educação física, muitos professores não utilizam as lutas como parte
dos conteúdos das suas aulas. Em relação aos fatores limitadores encontra-se a falta de
instrução, de estrutura e por achar o conteúdo impróprio. Em relação à falta de instrução, cabe
ao profissional entender que não é necessário ser um mestre em artes marciais para trabalhar
lutas na escola, basta que o professor busque conhecimento. Quando falamos em falta de
estrutura, nos remetemos não somente a falta de estrutura para as aulas de educação física, e
sim para as aulas em geral, e aqui entra a criatividade do professor. E quanto a achar o
conteúdo impróprio, com o referencial teórico apresentado no presente estudo comprovamos

1
Atleta de Muay Thai. Graduou-se em licenciatura em Educação Física pelo Dom Bosco, atualmente é
acadêmico de Bacharelado na mesma instituição de ensino. E-mail: guimaribeiro@hotmail.com
2
Acadêmica de licenciatura em Educação Física na PUCPR. Participa do Grupo de pesquisas GECOM. E-mail:
moura.gabrielade@hotmail.com
3
Atleta e técnica desportiva de Karate, atuando na seleção brasileira juvenil, júnior e adulto como atleta.
Graduou-se em licenciatura plena em Ed. Física pela UFPR. É especialista em Fisiologia do Exercício pela
UFPR, possui o título de Mestre em Ciência do Movimento Humano pela UDESC e também é Mestranda em
Bioengenharia pela PUCPR. E-mail: keith_sato@hotmail.com
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que as lutas são uma ferramenta importante para o profissional de educação física mediante a
educação física escolar.

Palavras-chave: Conteúdo Lutas. Eixo Curricular. Educação Física Escolar.

Introdução

Atualmente existe pré-conceito em relação ao conteúdo de lutas no ambiente escolar.


As lutas conceitualmente podem ser classificadas em três tipos: (1) lutas, (2) artes marciais e
(3) esportes de combate (FRANCHINI e DELVECHIO, 2011). Defende-se que arte marcial
além da luta em si traz a história e costumes de um povo, filosofias que acabaram sendo
criadas pelos povos para defesa ou ataque durante as guerras. Já as lutas envolvem técnicas e
táticas de ataque e defesa. E por fim os esportes de combate, modalidades que possuem
federações e confederações (FRANCHINI e DELVECHIO, 2011 apud CORREIA e
FRANCHINI, 2010). O conceito de luta pode ser definido como todo e qualquer combate, já a
arte marcial é mais específica, sendo que, enquanto as lutas têm como significado combate
com ou sem armas as artes marciais trazem consigo conceitos filosóficos, éticos e regras bem
específicas (LANÇANOVA, 2006). Rufino e Darido (2011) afirmam que as lutas são
atividades onde ocorrem disputas, sendo que um indivíduo deve ganhar do outro, utilizando
técnicas e táticas de desequilíbrio, dominação, imobilização ou exclusão de um determinado
espaço. Para isto utilizam-se técnicas e táticas de ataque e defesa (RUFINO e DARIDO,
2011). Dentro das lutas há uma subdivisão em três subconjuntos conforme a distância. As
lutas de longa distância são caracterizadas pela presença de um equipamento utilizado para
atingir o oponente (Ex: Esgrima). As de média distância utilizam-se de chutes e socos (Ex:
Muay Thai), e as de curta distância visam agarrar ou imobilizar o adversário (Ex: Jiu- Jitsu)
(CORREIA e FRANCHINI, 2010).
Desde os primórdios o homem preocupava-se em atacar e defender-se, o que
demonstra que as lutas existem desde o período pré-histórico (RUFINO e DARIDO, 2011).
Ou seja, as lutas existem desde o início da humanidade, seja ela por busca de alimento, por
domínio de território, contra animais ou até mesmo para conseguir uma companheira (TRUSZ
e NUNES, 2007 apud FERREIRA, 2009). Já as artes marciais surgiram com o início das
civilizações, tendo por objetivo a defesa e sobrevivência, inclusive muitas técnicas e
modalidades devem ter surgido durante combates e conflitos. As lutas surgiram como técnicas
de defesa e com o tempo evoluíram. Entretanto, a história de origem da luta ainda não é uma
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unanimidade devido à falta de documentos que comprovem sua origem, uma vez que há
registros na China, Índia, Império Romano e Grécia. Entretanto, para muitos, a China é
considerada o berço das artes marciais no século V a.C. (FERREIRA, 2006). Os esportes de
combate, antes de se tornarem modalidades esportivas eram técnicas de lutas, e uma forma de
defesa de um povo, com princípios e filosofias, ou seja, se a escola tem como objetivo formar
cidadão, seu enquadramento no ensino escolar é de suma importância (TRUSZ e NUNES,
2007). As lutas podem ser definidas como:

disputas em que o(s) oponente(s) deve(m) ser subjugado(s), mediante técnicas e


estratégias de desequilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão de um determinado
espaço na combinação de ações de ataque e defesa. Caracterizam-se por uma
regulamentação específica, a fim de punir atitudes de violência e de deslealdade.
Podem ser citados como exemplo de lutas desde as brincadeiras de cabo de guerra e
braço de ferro até as práticas mais complexas da capoeira, do judô e do caratê.
(BRASIL, 1998, p.70)

As lutas estão incluídas na Educação Física Escolar como conteúdo relacionado a


culturas corporais, sendo caracterizado como cultura: “o conjunto de características humanas
não inatas, que são criadas e preservadas, ou mesmo se aprimoram por meio da comunicação
e cooperação entre indivíduos em sociedade” (OLIVEIRA; GOMES; SUZUKI, 2009).
As modalidades de lutas, apesar de fazerem parte da matriz do eixo curricular
(BRASIL, 1998) ainda são pouco praticadas no ambiente escolar (NASCIMENTO, 2008). É
raro algum professor de Educação Física que, além dos costumeiros esportes coletivos de
quadra (handebol, vôlei, futsal, basquete), trabalhe também algum conteúdo relacionado às
lutas (FERREIRA, 2006). Parte disto está relacionada à falta de conhecimento dos professores
(NASCIMENTO, 2008). Isto se reflete na produção de estudos científicos, os quais são
poucos ainda, e em sua maioria se restringem a capoeira e ao judô, que são modalidades de
lutas com uma maior popularidade no Brasil (CORREIA e FRANCHINI, 2010). Algo que
pode influenciar na carência de produção de conhecimento na área de lutas é que nem todas as
faculdades de Educação Física ofertam a disciplina de lutas em sua grade curricular como
matéria obrigatória, ou tão pouco optativa, com poucos cursos de aperfeiçoamento na área
(GONÇALVES JUNIOR e DRIGO, 2001). Outro fator verificado é o distanciamento entre os
pesquisadores e os professores atuantes (CORREIA e FRANCHINI, 2010). Isto acaba
fazendo com que as produções científicas nem sempre atendam as necessidades dos
professores de Educação Física escolar.
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Devido à falta de experiência dos professores nesta área acaba existindo certo receio
quanto a sua habilidade para trabalhar as lutas no ambiente escolar. Uma vez que por se tratar
de atividades que geram contato físico entre os estudantes, a sociedade acredita que a
modalidade acarreta violência e indisciplina entre os praticantes, quando na verdade é o
oposto (NASCIMENTO, 2008). Deste modo, o objetivo do presente estudo foi determinar os
fatores limitadores e facilitadores para o ensino do conteúdo lutas na educação física escolar
conforme percepção de professores da rede municipal, estadual e particular de ensino.

Metodologia

Foi realizado levantamento sobre os principais fatores limitadores e facilitadores para


o ensino do conteúdo de lutas no ambiente escolar. Utilizou-se questionário similar ao de
Ferreira (2006), onde foram entrevistados 41 professores de Educação Física, sobre a
aplicação do conteúdo lutas como eixo curricular na Educação Física escolar. Do total de 41
professores entrevistados, 13 (31,70%) lecionam Educação Física escolar no Ensino
Fundamental I. Aproximadamente 10 (24,39%) professores lecionam no Ensino Fundamental
II e 3 (7,31%) no Ensino Médio. Alguns professores trabalham em dois sistemas de ensino ao
mesmo tempo, sendo que 6 no Fundamental I e II (14,63%); 8 (19,51%) em uma das etapas
do Fundamental e Médio e, 1 (2,43%) no Fundamental I e II e Médio. Quanto ao local de
ensino verificou-se que 14 (34,14%) lecionam em escola particular, 10 (24,39%) em escolas
municipais, 12 (29,26%) em escolas estaduais, 4 (9,75%) em escolas estaduais e municipais e
1 (2,43%) em escola particular e municipal. Para a análise estatística foi utilizada análise de
frequências.

Resultados e Discussões

Dentre os entrevistados (conforme figura 1) constatou-se que apenas 22,14 (54%)


utilizam as lutas nas suas aulas, e dentre os que não utilizam 9,59 (23,4%) alegaram a falta de
instrução ou falta de estrutura física da escola para tal prática.
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Figura 1- Utilização das Lutas na Escola


Fonte: Organizado pelos autores com base na análise de dados

Observou-se (através da figura 2) que a maior utilização do conteúdo de lutas ocorre


especialmente no Ensino Fundamental I e II. Menores níveis de utilização do conteúdo de
lutas no Ensino Médio podem estar associados a um modelo tecnicista que perdura na
educação física desse nível de ensino (POLIS e PORTO, 2010) (DARIDO et al, 1999), cujo
conteúdo de lutas não são contemplados na nova cultura corporal de movimento proposta
pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998).

Figura 2- Utilização do conteúdo de lutas conforme o nível de ensino.


Fonte: Organizado pelos autores com base na análise de dados
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Observa-se que quando a prática do conteúdo de lutas esta associada ao tipo de ensino
(figura 3), no ensino público (prefeitura e estado) é mais utilizada do que no ensino particular.
Talvez este fato ocorra porque as diretrizes e normativas da prefeitura de Curitiba
(PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA, 2006) e do estado do Paraná (LEITE et al,
2009) basearem suas publicações nos PCNs (BRASIL, 1998).

10
9 9
9

8
7
7

0
Particular Prefeitura Estado

Figura 3 – Utilização do conteúdo de lutas conforme o tipo de Instituição de ensino.


Fonte: Organizado pelos autores

Em relação as porcentagens apresentadas, podemos afirmar que para os professores


que relataram dificuldades na realização do conteúdo lutas na escola, observou-se que os
principais motivos foram a falta de instrução, com 11,3 (27,7%), seguido da falta de estrutura
na escola, que corresponde a 1,47 (3,6%). Encontramos com esses dados, algo bem próximo
ao encontrado por Nascimento e Almeida, (2007) Santos, Oliveira e Cândido (2011) onde
foram evidenciadas as restrições a prática mais apontada pelos professores: (1) a falta de
vivência pessoal em lutas por parte dos professores, tanto no cotidiano de vida, como no
âmbito acadêmico; (2) a preocupação com o fator violência, que julgam ser intrínseco às
práticas de luta, o que incompatibiliza a possibilidade de abordagem deste conteúdo na escola.
Muitos professores utilizam a falta de instrução, como motivo para a não aplicação das lutas
em suas aulas, porém este é um empecilho que não deve se tornar intransponível, uma vez que
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o profissional poderá recorrer a cursos de especialização (FERREIRA, 2006). Outro motivo


apontado para a rejeição dos professores quanto à utilização das lutas na Educação Física na
escola é a falta de material e falta de espaço apropriado para a prática das lutas (RUFINO e
DARIDO, 2011). Em estudo realizado por Ferreira (2006), observou-se que dos 50
professores entrevistados, 16 (32%) afirmaram que utilizavam as práticas das lutas em suas
aulas e 34 (68%) relataram que jamais recorreram às aulas com estes conteúdos. Ou seja, mais
de 50% dos professores entrevistados não se utilizam da modalidade de lutas em suas aulas.
Porém a Educação Física escolar não deve ficar restrita somente a 3 ou 4 modalidades
(NASCIMENTO, 2008). Uma vez que as lutas podem agregar diversos benefícios como:
respeito aos outros, melhora da autoestima, tomada de decisão, controle de violência, dentre
outros (FIGUEIREDO, 2000). Entretanto, nesta análise dos dados, estes mesmos professores
ao serem questionados quanto a possibilidade da utilização nas aulas de Educação Física
escolar 40 (97%) responderam que é possível trabalhar tal modalidade, porém se é possível
trabalhar tal conteúdo, por qual motivo apenas 19,18 (46,8%) dos professores entrevistados o
fazem? Algo também evidenciado por Santos, Oliveira e Cândido (2011) é que 32,8 (80%)
dizem ser possível trabalhar as lutas na escola, sobretudo de forma lúdica uma vez que sua
implementação na Educação Física escolar não esta ligada somente ao ensino da luta em si,
mas também a demonstração de valores éticos e morais e trabalhar as habilidades
psicomotoras (FERREIRA, 2009), proporcionando um ensinamento interdisciplinar
(LANÇANOVA, 2006).
Apesar da maioria 24,4 (59,6%) considerar qualquer modalidade onde haja
desequilíbrio, ataque, defesa, jogos de oposição dentre outros como atividades de lutas, ainda
há um número grande 11,3 (27,7%) que consideram lutas apenas práticas desportivas com
técnicas e táticas, algo também observado por Santos, Oliveira e Cândido (2011). Entretanto,
durante as aulas de Educação Física é possível desenvolver atividades que envolvam ataque e
defesa, reter, imobilizar, livrar-se, esquivar, sendo as duas últimas de suma importância para
atividades de ataque e defesa. Também é possível trabalhar as atividades de lutas já
conhecidas, desde que ocorra adaptação para as aulas no ambiente escolar e para a faixa etária
que irá executar a atividade (NASCIMENTO, 2008).
Quanto à utilização das modalidades de lutas obtiveram-se os seguintes dados: Jogos
de Oposição 5 (12,2%), Capoeira 26 (63,4%), Karate 11(26,8%), Judô 16 (39%), Jiu-Jitsu 1
(2,4%), Esgrima 2 (4,8%), Boxe 1 (2,4%), MMA 1 (2,4%), Kempo 1 (2,4%), totalizando 64
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respostas dentre os 41 entrevistados (alguns entrevistados responderam que utilizam mais de


uma modalidade). Com isto verifica-se que as modalidades mais aplicadas são Capoeira, Judô
e Karate, algo também evidenciado por Ferreira (2009) onde dos 50 entrevistados 13 (26%)
utilizavam a Capoeira, 12 (24%) o Karate, 9 (18%) responderam o Judô, 4 (8%) o Tae-Kwon-
do, 3 (6%) o Kung-Fu, 1 (2%) o Jiu-Jitsu.
Observa-se que em países orientais como China e Coréia do Sul as lutas fazem parte
da matriz escolar (LANÇANOVA, 2006). Entretanto no Brasil não se utiliza desta filosofia de
inclusão das modalidades na matriz escolar, apesar de ser a capoeira uma luta que tem o nosso
país como o de origem, além do brazilian jiu-jítsu, que foi inicialmente criado no Japão,
entretanto grandemente modificado pela família Grace sendo hoje considerada uma luta de
criação brasileira (FERREIRA, 2006), e mesmo assim tanto a capoeira quanto o jiu-jítsu
acabam não sendo classificados como conteúdos obrigatórios nas aulas de Educação Física
(FERREIRA, 2006) (FONTOURA e GUIMARÃES, 2002). O ensino da capoeira também é
defendido por Paim e Pereira (2004), pois pode ser utilizada de diversas formas na Educação
Física escolar, não só como a luta, mas também como dança jogos, conhecimentos culturais e
desenvolvimentos motores, autonomia, dentre outros, ideia também corroborada por Ferreira
(2009).

as lutas não são somente as técnicas sistematizadas como karate e judô. O braço de
ferro, o cabo de guerra, técnicas recreativas de empurrar, puxar,deslocar o parceiro
do local, lutas representativas como a luta do sapo (alunos agachados,um tentando
derrubar o outro), a luta do saci (alunos de mãos dadas, somente com um pé no
chão, vão tentar provocar o desequilíbrio do parceiro, forçando o colega a tocar com
o pé que estava elevado no chão), são apenas alguns exemplos de como se trabalhar
as lutas de forma estimulante e desafiadora na aula de educação física (FERREIRA,
2005b, p. 9).

Dos 41 entrevistados 17,4 (42,6%) alegam que o ensino das lutas na Educação Física
escolar não gera violência, entretanto outros 20 (48,78) entrevistados afirmam que se o ensino
das lutas irá gerar ou não violência, dependerá do professor. Dos entrevistados 28,7 (70,2%)
afirmam que a prática das lutas não torna os estudantes agressivos, algo bem próximo ao
encontrado por Santos, Oliveira e Cândido (2011) onde 65% responderam que não e 35% que
depende do professor, podendo ser possível até mesmo uma redução desta agressividade.
Verifica-se que o conteúdo de lutas é pouco explorado devido à preocupação e dúvidas
dos professores de Educação Física escolar quanto à utilização desta modalidade em suas
aulas, pois para a maioria dos pais e educadores o ensino das lutas geraria agressividade e
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violência entre os estudantes (NASCIMENTO, 2008) (NASCIMENTO e ALMEIDA, 2007).


Entretanto, os estudantes apenas representam nas escolas imagens e atitudes do meio onde
vivem, com isto, as lutas podem ser utilizadas como ferramenta pedagógica para a
contextualização do sentido das lutas no ambiente social e esportivo (ROBERTO SO e
BETTI 2009). As lutas quando aplicadas, de forma correta na Educação Física escolar acabam
sendo de grande aceitação, independente da faixa etária, inclusive tendo reflexo na
diminuição da agressividade dos estudantes (FERREIRA, 2006).
Sabe-se que a violência nos dias de hoje é algo que faz parte do cotidiano de cada
indivíduo e nas escolas isto não ocorre de forma diferente. Entretanto, há em várias
modalidades esportivas, atitudes que também podem ser consideradas violentas. Um exemplo
disto ocorre no futebol onde nas partidas ocorrem jogadas desleais e por vezes ofensas verbais
(NASCIMENTO e ALMEIDA, 2007).
Em estudo de Nascimento e Almeida (2007) realizado com estudantes da 4ª série do
Ensino Fundamental, não foram identificados problemas de indisciplina ou agressividade
durante as aulas de lutas na Educação Física, além de observados o cumprimento das regras e
tomadas de decisão pelos estudantes.
As lutas não podem se eximir dos princípios que regem o ensino escolar nos dias
atuais que é de inclusão e diversidade. Porém para que a inclusão ocorra de forma plena o
professor tem que estar bem preparado, e isto tem início em uma boa formação durante sua
graduação (TRUSZ e NUNES, 2007).
A prática das lutas requer um preparo mais elaborado de suas aulas, porém verifica-se
que a maioria dos profissionais não está preparada e compromissada para o ensino de tal
modalidade. E esta falta de preparo reflete-se em imagem de prática violenta das lutas
(LANÇANOVA, 2006).
Isto também fica evidenciado nas faculdades e universidades onde há uma
preocupação dentre os acadêmicos durante sua graduação em Educação Física, pois os
mesmos se questionam como poderão aplicar a modalidade de lutas nas aulas de Educação
Física, sendo que os que possuem contato com a modalidade o fazem por apenas seis meses
ou um ano, de forma superficial. Para um acadêmico torna-se tarefa complicada aprender as
artes marciais, esportes de combate ou lutas em tão pouco tempo, porém defende-se que o
ensino das lutas na Educação Física escolar pode ocorrer através de diversas atividades
lúdicas, não ficando restrito ao ensino de técnicas ou táticas das modalidades específicas.
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Outro ponto apontado que pode ser utilizado pelo professor são palestras, filmes e
documentários, bem como incentivar o conhecimento dos estudantes através de pesquisas
dadas a eles sobre diversos temas como história, regras, indumentárias, dentre outros
(FERREIRA, 2009).
Trusz e Nunes (2007) afirmam que:

os esportes de combate devem fazer parte da formação dos professores de Educação


Física não somente de uma maneira superficial, mas proporcionando aos estudantes
da graduação a oportunidade de buscarem mais embasamentos e de terem
disponíveis mais ferramentas para o futuro exercício de sua profissão. Nos PCNs
(BRASIL, 1998) também há a inclusão das lutas na Educação Física escola.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) mostram as 4 linhas


pedagógicas, para a Educação Física escolar: psicomotora, crítica, construtivista e
desenvolvimentista, e conforme Lançanova (2006) as lutas se enquadram em todos eles.
Ponto que pode demonstrar a pouca utilização das lutas na Educação Física escolar se
reflete na escassez de estudos específicos a cerca do tema em questão (LANÇANOVA, 2006).
Outro ponto a ser observado é que quando este estudo ocorre, é de forma muito específica,
pois se verifica que a maioria dos estudos relacionada à modalidade de lutas têm foco em uma
modalidade ou outra, mas de forma bem específica (NASCIMENTO, 2008). Entretanto,
observou-se no congresso CONPEFE (Congresso Paulistano de Educação Física Escolar)
realizado na cidade de Caraguatatuba litoral norte do Estado de São Paulo, no ano de 2009,
uma quantidade considerável de artigos a serem explanados com igual equivalência aos
esportes tradicionais de quadra, o que pode demonstrar uma melhora de pesquisas científicas
de assuntos relacionados às modalidades de lutas (CAZETTO, 2009).
Muito se questiona quanto ao fato se o professor deve ou não ter experiência na área
das lutas para ministrar essas aulas na Educação Física escolar, entretanto não há a
necessidade de o professor ser um especialista em lutas, uma vez que este ensino não visa
treino ou formação de atletas e sim a vivência na modalidade (NASCIMENTO e ALMEIDA,
2007). Para Roberto So e Betti, (2009) a luta:

é uma manifestação de cultura de movimento que não pode ser negada, e seu ensino
na escola não exige que o professor seja treinador ou professor de artes marciais, já
que não se pretende formar um atleta/lutador, mas sim que os estudantes se
apropriem e apreciem elementos das lutas como manifestações da cultura de
movimento.
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Com esta explanação, torna-se importante compreender as dificuldades e limitações


apontadas pelos professores e fazer uma análise, para que estes empecilhos possam ser
ultrapassados e que com isto ocorra à inserção da modalidade de lutas na Educação Física
escolar de forma efetiva (NASCIMENTO, 2008).
Atualmente observa-se que as aulas de Educação Física, têm visado o ensinamento de
técnicas e fundamentos, ou seja, tratando a modalidades de lutas apenas como esportivização,
deixando de lado o ensinamento de valores que ela agrega (NASCIMENTO e ALMEIDA,
2007) (ROBERTO SO e BETTI, 2009). Fator apontado por Lançanova (2006) que verificou
uma esportivização das aulas de Educação Física, em sua maioria com esportes coletivos, que
acabam fazendo da Educação Física escolar uma espécie de treinamento específico destas
modalidades. Entretanto consta nos PCNs (BRASIL, 1998) a necessidade de acabar com esta
esportivização: “é necessário mudar a ênfase na aptidão física e no rendimento padronizado
que caracterizava a Educação Física, para uma concepção mais abrangente, que contemple
todas as dimensões envolvidas em cada prática corporal”.
Em estudo realizado por Paim e Pereira (2004) identifica-se que os maiores fatores
motivantes para o estudante praticar capoeira não estão relacionados a ser um exímio lutador
e sim a aprender um novo esporte ou desenvolvimento de habilidades. E a motivação para a
prática de uma atividade é de suma importância, pois: "No momento em que o estudante
sente-se motivado para determinada prática, essa flui melhor e os objetivos propostos são
alcançados de uma maneira mais fácil” (PAIM e PEREIRA, 2004).
No Ensino Fundamental I deve-se focar no ensino de habilidades motoras básicas para
o ensino das lutas subsequentemente, além de estimular tomada de decisão e resolução de
problemas. (NASCIMENTO, 2008). Com isto no Ensino Fundamental I (primeiro ciclo
básico) poderia ocorrer o ensino das lutas, uma vez que dentro deste período objetiva-se
ensinar o companheirismo, cordialidade e respeito com os colegas e com o professor
(FIGUEIREDO, 2000).
Já no Ensino Fundamental II deve-se buscar o ensino das regras e conceitos históricos
e filosóficos das lutas, descaracterizando a violência, considerada intrínseca as lutas. Deve-se
priorizar além do ensinamento das táticas e técnicas das modalidades a construção motora da
criança (NASCIMENTO, 2008). Este ensinamento pode ocorrer por meio de atividades
lúdicas, pois esta seria a melhor forma de se trabalhar as lutas nas aulas de Educação Física
(FERREIRA, 2006). Durante este aprendizado em forma lúdica acaba por acontecer, mesmo
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que de forma intrínseca, um aprendizado das técnicas das lutas (FIGUEIREDO, 2000), além
de proporcionar um melhor conhecimento sobre saúde e qualidade de vida (LANÇANOVA,
2006). E para que isto ocorra de forma satisfatória é necessário trabalhar nos três conceitos:
afetivo-social, cognitivo e motor.
O ambiente escolar não deve buscar a formação de atletas e sim a formação de
cidadãos que durante as aulas de Educação Física conheçam e pratiquem a modalidade de
lutas (NASCIMENTO, 2008). Por meio desta afirmação pode-se verificar que o professor não
precisa ser especialista em uma determinada modalidade de lutas, pois o mesmo pode se
utilizar de filmes e vídeos demonstrativos para a execução das atividades durante as aulas
(LANÇANOVA, 2006).
Em estudo de campo feito por Nascimento e Almeida (2007) o professor se utilizou de
vídeos para que ocorresse a análise deste e com isto identificar e mostrar os valores éticos,
históricos e morais das lutas, enquanto que para o conhecimento das regras das modalidades
denominou pesquisa para os estudantes, e com isto desmistificou o conceito de que lutas são
esportes violentos. Cabe ao professor de Educação Física demonstrar, que as lutas não estão
vinculadas apenas ao contato físico entre os praticantes, mas que por meio dela é possível
estimular a tomada de decisão dos estudantes e resolução de problemas (FERREIRA, 2009).
Porém ocorre que há muitos professores que são apenas ex- atletas e se utilizam de
métodos sem comprovação de estudos quanto a sua eficácia quando relacionadas a
treinamento, ou pior, ser instrutor sem fundamentação teórica, apenas repassando práticas que
aprendeu, causando prejuízo a quem pratica a atividade (LANÇANOVA,2006), além destes
profissionais não terem conhecimento do projeto político pedagógico da escola (CORREIA e
FRANCHINI, 2010).
Com tudo que foi abordado neste estudo deve-se buscar uma reestruturação dos
métodos de ensino da Educação Física escolar relacionado às lutas para que sejam
enquadradas na realidade atual e cotidiana dos estudantes (NASCIMENTO e ALMEIDA,
2007), uma vez que as lutas têm papel fundamental na formação do estudante, tanto quanto os
esportes de quadra (LANÇANOVA, 2006).

Considerações Finais

Através deste estudo foi possível verificar que apesar do conteúdo de lutas ser um
conteúdo da educação física escolar (SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL,
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1998) tal pratica ainda é pouco exercida. A mudança deve ocorrer desde a formação
profissional do professor, demonstrando os benefícios de seu ensinamento no ambiente
escolar. As lutas não devem ser tratadas como esportivização nas escolas, algo evidenciado
nesta pesquisa, uma vez que a forma lúdica e de jogos de oposição não foram à forma mais
lembrada pelos professores, já que as modalidades aplicadas mais mencionadas foram às
técnicas esportivas pré- existentes. Entretanto, cabe uma pesquisa com cunho qualitativo para
observar-se a forma como estas modalidades estão inseridas nas aulas de Educação Física
escolar. Partindo do ponto de vista que este estudo verificou quantitativamente o uso ou não
das modalidades de lutas e não a forma de sua aplicação durante as aulas.
Considerando que os objetivos desse estudo foram determinar fatores limitadores e
facilitadores para o ensino do conteúdo lutas na educação física escolar conforme percepção
de professores da rede municipal, estadual e particular de ensino, entende-se que foram
considerados fatores limitadores a formação profissional e não conhecimento técnico
científico do conteúdo de lutas.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:


Educação Física. Brasília: MEC/SEF, 1998.

CAZETTO, Fabiano Filier. Lutas e Artes Marciais na Educação Física escolar: A produção
científica no CONPEFE 2009. EFDeportes (Revista Digital), Buenos Aires, ano 14, n. 138,
nov. 2009. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd138/lutas-e-artes-marciais-na-
educacao-fisica-escolar.htm>. Acesso em: 22 nov. 2012.

CORREIA, Walter Roberto; FRANCHINI, Emerson. Produção acadêmica em lutas, artes


marciais e esportes de combate. Motriz, Rio Claro, v. 16, n. 1, p. 1-9, jan./mar. 2010.
Disponível em:
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