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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA - CCET


DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
CURSO DE GEOLOGIA

ANDRÉ VIANA

ESTUDO DO SISTEMA POROSO DE ARENITOS DA FORMAÇÃO AÇU, NOS POÇOS

9-PHRF-16-RN E 9-PHRF-20-RN, BACIA POTIGUAR (RN)

Orientador:
Prof. MSc. Anibal César Alves

Natal – RN, Novembro de 2014


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA – CCET
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
CURSO DE GEOLOGIA

ANDRÉ VIANA

ESTUDO DO SISTEMA POROSO DE ARENITOS DA FORMAÇÃO AÇU, NOS POÇOS

9-PHRF-16-RN E 9-PHRF-20-RN, BACIA POTIGUAR (RN)

Trabalho referente à disciplina de


Relatório de Graduação (GLG-0001)
como parte dos requisitos para obtenção
do grau de Bacharel em Geologia pela
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte.

Orientador: Prof. MSc. Aníbal César Alves

Natal – RN, Novembro de 2014


ESTUDO DO SISTEMA POROSO DE ARENITOS DA FORMAÇÃO AÇU, NOS POÇOS

9-PHRF-16-RN E 9-PHRF-20-RN, BACIA POTIGUAR (RN)

ANDRÉ VIANA

Comissão Examinadora

Prof. MSc. Aníbal César Alves


(DG/UFRN/PRH22-ANP)

Prof. Dr. Narendra Kumar Srivastava (DG/UFRN)


(Membro Interno)

Profa. Dra. Marcela Marques Vieira (DG/UFRN)


(Membro Interno)

Natal, 19 de Novembro de 2014


“Primeiro a ciência, depois o lazer”
(Narendra Kumar Srivastava)
Dedico este relatório aos meus pais, Luiz Carlos e Rita.
À minha irmã, Noeme Viana.
À minha avó, Noemi Viana.
AGRADECIMENTOS

Demonstrar ou expressar gratidão; oferecer graças; reconhecer. Às vezes na correria do


dia a dia deixamos passar desapercebido esse nobre gesto de reconhecimento, venho nestas
linhas agradecer àqueles que contribuíram direta ou indiretamente para tornar esse relatório
possível.
Primeiramente agradecer a Deus, que me concedeu à saúde e proteção necessária para
chegar até aqui.
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, através do Setor de Aulas III,
Biblioteca Central Zila Mamede, Departamento de Geologia e Laboratório de Geologia e
Geofísica do Petróleo pela infraestrutura disponibilizada.
Ao Profº. MSc. Aníbal César Alves, pelas ótimas e dinâmicas aulas de Geologia do
Petróleo e Sistemas Petrolíferos, área que sempre sonhei seguir; e pela orientação, convivência
e colaboração para a construção do presente trabalho.
Ao Profº. Drº. Narendra Kumar Srivastava, pelas ótimas aulas, conhecimentos passados
em campo, e por admirar sua formação e sabedoria.
À Profª. Drª. Marcela Marques Vieira, por me ajudar na elaboração do relatório e
ministrar ótimas aulas de sedimentologia, uma das bases da área que eu sonho em trabalhar.
Aos meus grandes professores do curso de Geologia da UFRN, um dos mais bem
avaliados do país, graças à qualidade das aulas e o amor de todos pelas Ciências da Terra.
Aos funcionários e servidores do Departamento de Geologia, que sempre estiveram
dispostos a nos ajudar e preparar o melhor ambiente para nosso bem estar e aprendizado. À
Maria do Céo e Marconi da secretária, e Danillo da coordenação, sem esquecer do piloto da
Kombi Rover Feitosa Barrichello.
À Petrobras, por ter cedido espaço físico, testemunhos de rochas, seções delgadas e
dados laboratoriais para a realização desse trabalho. Agradeço aos geólogos da Gerência de
Geologia e Sedimentologia, e os servidores da Litoteca.
Aos meus amigos e colegas dessa jornada geológica (Samir, Tyrone, Gian, Henrickson,
Cayo, Caio, Daniel, Léo, Paulo, William, Jairo, Walter, Ewerton, Vinícius, Alexandre, Robson,
Micael, Raí, Francisco, Nádia, Emiliana, Anne, Rebeca, Erlanny, Carla, Helena, Letícia,
Aryane, Marília e Luanna).
RESUMO

O presente trabalho descreve o resultado da aplicação de um método para estudo do sistema


poroso de rochas sedimentares, utilizando um software de processamento de imagens (Image
J), aplicado em fotomicrografias de rochas siliciclásticas da Formação Açu, Bacia Potiguar. A
pesquisa embasou-se na descrição macroscópica de testemunhos dos poços rasos 9-PHRF-16-
RN e 9-PHRF-20-RN, perfurados pela Petrobrás, no km-98 da BR-304, nas proximidades da
Cidade de Assu (RN), tendo sido reconhecidas cinco litofácies para o intervalo estudado, que
foram descritas petrograficamente, incluindo tanto a composição mineralógica como a
diagênese e os tipos de porosidade. A Petrobras também forneceu dados de petrofísica dos
poços (porosidade e permeabilidade obtidas a partir de plugues efetuados nos testemunhos),
permitindo a comparação dos resultados obtidos no presente estudo com os dados laboratoriais,
obtidos através de medidas efetuadas em porosímetro e permeabilímetro. A análise de doze
seções delgadas permitiu uma descrição microscópica dos tipos de porosidade encontrados nos
arenitos fluviais da Formação Açu, e a aplicação da análise de imagem das fotomicrografias de
quatro litofácies do intervalo estudado, permitiu estimar o tamanho dos poros, e construir
gráficos de distribuição do tamanho de poros por litofácies, os quais foram correlacionados com
os valores de permeabilidade, para se obter uma ideia da qualidade do reservatório. Com a
análise e interpretação desses gráficos, concluiu-se que a litofácies 4 (arenito grosso, mal
selecionado) apresenta as melhores características em termos de padrão de distribuição do
tamanho dos poros e de permeabilidade, se constituindo portanto na melhor litofácies
reservatório. O resultado ressalta a importância da metodologia empregada (elaboração de
gráficos de distribuição de tamanho de poros a partir de análise de imagens) na caracterização
de rochas reservatórios, devido a sua simplicidade e baixo custo envolvido no processo.

Palavras Chaves: Bacia Potiguar; Formação Açu; Diagênese; Petrografia; Porosidade; Análise
de imagens.
ABSTRACT

This following report describes the result of the application of a method to study the pore system
of sedimentary rocks, using a software of image processing (Image J), applied in
photomicrographs of siliciclastic rocks of Acu Formation, Potiguar Basin. The research was
based in the macroscopic description of testimonies from shallow wells: 9-PHRF-RN-16 and
9-PHRF-RN-20, drilled by Petrobras, the 98-km of the BR-304, nearby Assú city (RN), five
lithofacies have been recognized for the range studied, which have been described
petrographically, including both the mineralogical composition such as diagenesis and different
types of porosity. Petrobras also have provided petrophysics data from wells (porosity and
permeability obtained from plugs made in the testimonies), it has allowed results comparison
obtained in this study with laboratory data, collected from measurements made in porosimeter
and permeabilímeter. The sample of twelve thin sections have allowed a microscopic
description of the different type of porosity found in fluvial sands of Açu Formation. The
application of image analysis of photomicrographs of four lithofacies in the range study could
estimate pore size and build distribution graphs as pore size for lithofacies, which were
correlated to permeability values, to obtain an idea of the quality of the reservoir. With the
analysis and interpretation of the former graphs, it was concluded that the lithofacies 4 (thick
sandstone, poorly selected) shows the greatest characteristics in terms of distribution of pore
size and permeability, making it therefore at best lithofacies reservoir. The result highlighted
the importance of methodology worked (charting the pore size distribution from image analysis)
in characterizing reservoirs rocks, due to its simplicity and low cost involved in the process.

Keywords: Potiguar Basin; Açu Formation; Diagenesis; Petrography; Porosity; Image


analysis.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1: Mapa de localização e vias de acesso da área de estudo. Partindo de Natal/RN, o acesso se dá pela BR-
304................................................................................................................................... ........................................18

Figura 1.2: Fluxograma demonstrando as etapas de elaboração do relatório..........................................................20

Figura 1.3: Demonstração da etapa de carregamento de arquivos no software........................................................22

Figura 1.4: Demonstração da ferramenta Straight Line Selection sendo desenhada sobre a escala da imagem.......23

Figura 1.5: Calibração da escala da imagem com o software...................................................................................24


Figura 1.6: Caixa demonstrando quais opções devem ser selecionadas para que o software calcule........................25

Figura 1.7: Demonstração de como proceder para limiarizar a imagem...................................................................26

Figura 1.8: Primeira sugestão de limiarização realizada automaticamente pela função Threshold.........................27

Figura 1.9: Limiriação ajustada manualmente com relação aos poros da fotomicrografia.......................................27

Figura 1.10: Caixa de análise de partículas, para determinar o intervalo a ser calculado pelo programa...............28

Figura 1.11: Sobreposição dos pixels limiarizados que foram calculados a partir dos intervalos determinados pela
análise de partículas.................................................................................................................................................29

Figura 1.12: Tabela de contagem dos resultados da distribuição de frequência por área do poro............................30

Figura 1.13: Histograma de frequência versus classes de tamanho da área do poro.................................................30

Figura 2.1: Mapa simplificado da Bacia Potiguar, Sousa (2002)..............................................................................32

Figura 2.2 – Arcabouço estrutural Bacia Potiguar. (1) Alto dos Canudos, (2) Alto de Quixaba, (3) Alto de Mossoró
e (4) Alto da Serra do Carmo. A – alto, B – baixo, G – graben, F – Falha. Amaral (2000), adaptado Cremonini et
al., (1996) ................................................................................................................................................................ 33

Figura 2.3 – Perfil esquemático da Bacia Potiguar (Parte terrestre) modificado de Bertani et al., (1989) ................34

Figura 2.4 – Carta Estratigráfica da Bacia Potiguar (Modificado de Pessoa Neto et al.2007) ...............................37

Figura 2.5 - Modelo de evolução estrutural mesozoica, adaptado de Szatmari et al. (1985 e 1987). (a) Jurássico;
(b) Final do Neocomiano; (c) Final do Alagoas; (d) Cretáceo Superior (Santoniano); (e) Cretáceo Superior
(Maastrichtiano)......................................................................................................................................................38

Figura 2.6 – Perfil esquemático da Bacia Potiguar (parte marinha), representando a deposição na fase transicional
e Drifte (Bertani et al.,1990) ...................................................................................................................................39
Figura 2.7 – Carta Estratigrafica da Bacia Potiguar (Pessoa Neto et. Al. 2007), correlacionando a Formação Açu
com a compartimentação informal de Vasconcelos et al., (1990) ............................................................................40

Figura 2.8 – Características das unidades de correlação da Fm. Açu. Adaptado de Vasconcelos et al.(1990) .........40

Figura 3.1: Tipos de canais fluviais baseados na morfologia (Miall, 1977) .............................................................43

Figura 3.2: Bloco diagrama de um sistema fluvial entrelaçado ilustrando a geometria dos corpos arenosos.
Modificado de Richards, 1996; retirado de Scherer 2004 ........................................................................................44

Figura 3.3 - Bloco diagrama de um sistema fluvial meandrante. Modificado de Richards, 1996; retirado de Scherer
(2004) ................................................................................................................ ......................................................45

Figura 3.4 – Elementos arquiteturais básicos de canais fluviais (Miall, 1988) ......................................................47

Figura 3.5 – Elementos arquiteturais básicos externos ao canal fluvial (Miall, 1996) .............................................48

Figura 3.6: Hierarquia de superfícies em depósitos fluviais. Os números representam a hierarquia das superfícies.
Existe uma progressiva ampliação das imagens no diagrama A (estruturação estratigráfica regional) até o E
(detalhamento das litofácies) (Miall, 1988) ............................................................................................. ................50

Figura 4.1: Caixas de testemunhos do poço raso 9-PHRF-16-RN............................................................................51

Figura 4.2: Caixas de testemunhos do poço raso 9-PHRF-20-RN............................................................................52

Figura 4.3: Argilito esverdeado. Poço: 9-PHRF-20-RN. T3, CX 02/02, 7,85m......................................................52

Figura 4.4: Argilito avermelhado com Skolithos Poço: 9-PHRF-16-RN. T7, CX 01/02, 12,5m.............................52

Figura 4.5: Siltito castanho róseo, coeso. Poço: 9-PHRF-20-RN. T6, CX 01/02, 12,85m........................................53

Figura 4.6: Siltito avermelhado bioturbado com climbing ripples, semifriável. Poço 9-PHRF-20-RN. T4, CX
02/02, 8,85m............................................................................................................................................................53

Figura 4.7: Siltito intercalado com argilito, semifriável. Poço 9-PHRF-20-RN. T8, CX 01/01, 16,50m..................53

Figura 4.8: Arenito fino intercalado com siltito, bioturbado e coeso. Poço: 9-PHRF-20-RN. T4, CX 01/02,
8,75m.......................................................................................................................................................................54
Figura 4.9: Arenito médio caulinizado. Poço: 9-PHRF-16-RN. T8, CX 01/02, 14,45m..........................................55
Figura 4.10: Arenito médio a grosso. Poço: 9-PHRF-20-RN. T7, CX 01/02, 14,55m............................................55

Figura 4.11: Arenito grosso mal selecionado, com fragmentos de k-felsdspato e bolas de argila localizadas. Poço:
9-PHRF-16-RN. T3, CX02/02, 5,90m.....................................................................................................................55

Figura 4.12: Arenito grosso mal selecionado. (A) Apresentando bolas de argila. Poço: 9-PHRF-16-RN. T2, CX
02/02, 3,90m. (B) Apresenta fragmentos de K-Feldspato. Poço: 9-PHRF-20-RN. T2, CX 02/02, 5,58m................56
Figura 4.13: Arenito conglomerático. Poço 9-PHRF-16-RN. T9, CX 01/02, 16,90m..............................................57
Figura 4.14: Arenito conglomerático. Poço: 9-PHRF-20-RN. T3, CX 01/02, 6,65m...............................................57

Figura 4.15: Arenito conglomerático. Poço: 9-PHRF-20-RN. T9, CX 01/02, 18,45m .........................................57

Figura 4.16: perfil descritivo dos poços...................................................................................................................58

Figura 4.17: Vista parcial do afloramento. KM-98 BR 304.....................................................................................59

Figura 4.18: Relações esquemáticas de deposição e arquitetura, e hierarquia de contorno, as linhas tracejadas
referem-se ao contato litológico entre os elementos de deposição. (A) megaescala, esboçando o afloramento como
um todo, (B) macroescala demonstrando uma heterogeneidade lateral na granulometria do pacote. Adaptado de
Becker (1996) .........................................................................................................................................................60

Figura 4.19: Paleoambientes de deposição arquitetural classificados de acordo com Miall (1996), onde são
observados depósitos de DA – Acresção frontal e FF – Planície de Inundação........................................................61

Figura 4.20: Paleoambientes de deposição arquitetural classificados de acordo com Miall (1996), onde são
observados depósitos de DA – Acresção frontal.....................................................................................................62

Figura: 4.21: Formação Jandaíra sobreposta a Formação Açu.................................................................................63

Figura 5.1: Escala de intervalos granulométricos, proposta por Wentworth (1992) ................................................65

Figura 5.2: Quadro de comparação visual para a esfericidade e arredondamento (Pettijohn, 1987) ........................65

Figura 5.3: Grau de seleção de uma rocha sedimentar, baseada em seus constituintes detríticos. (PETTIJHON et
al., 1987) ....................................................................................................................... ..........................................66

Figura 5.4: Tipos de contatos grão-grão (Scholle, 1979) ........................................................................................66

Figura 5.5: Travessia de varredura e classes de empacotamento utilizando o índice de Kahn (1956) ......................67

Figura 5.6: Fluxograma para identificação da maturidade textural (Scholle, 1979) ................................................68

Figura 5.7: Classificação do sistema poroso em rochas carbonáticas (Choquete & Pray, 1970) ..............................68

Figura 5.8: Fotomicrografia representativa da litofácies 1. Silte fino. Aumento de 40x. Poço: 9-PHRF-20-RN,
8,50m.............................................................................................................. .........................................................69

Figura 5.9: Fotomicrografia representativa da litofácies 1. Silte grosso. Aumento de 40x. Poço: 9-PHRF-16-RN,
7,50m.......................................................................................................................................................................69

Figura 5.10: Fotomicrografia representativa da litofácie 2. Arenito fino a muito fino. Aumento de 40x. Poço: 9-
PHRF-16-RN, 14,10m.............................................................................................................................................70

Figura 5.11: Fotomicrografia representativa da litofácies 3. Arenito médio a grosso, com argila infiltrada
mecanicamente. Aumento de 40x. Poço: 9-PHRF-16-RN, 1,50m...........................................................................71

Figura 5.12: Fotomicrografia representativa da litofácies 3. Arenito médio a grosso, sem argila infiltrada
mecanicamente. Aumento de 40x. Poço: 9-PHRF-16-RN, 3,70m.........................................................................71

Figura 5.13: Fotomicrografia representativa da litofácies 4. Arenito grosso a muito grosso mal selecionado.
Aumento de 40x. Poço: 9-PHRF-16-RN, 4,65m......................................................................................................72
Figura 5.14: Fotomicrografia representativa da litofácies 4. Arenito grosso a muito grosso mal selecionado.
Aumento de 40x. Poço: 9-PHRF-20-RN, 5,60m......................................................................................................72

Figura 5.15: Classificação das seções delgadas analisadas de acordo com o Diagrama de Folk (1979) ..................73

Figura 5.16: Diagrama de pressão x temperatura relacionando os regimes da diagênese e metamórficos, além de
gradientes P-T típicos para a crosta terrestre (adaptado de Worden & Burley, 2003) ..............................................74

Figura 5.17: Fotomicrografia mostrando argilas infiltradas mecanicamente, apresentando textura de cutícula (seta
amarela) e ponte (seta vermelha). Aumento de 100x. Poço: 9-PHRF-16-RN, 1,50 m............................................75

Figura 5.18: Fotomicrografia mostrando argilas infiltradas mecanicamente, apresentando textura de cutícula (seta
vermelha). Aumento de 100x. Poço: 9-PHRF-16-RN, 1,50 m.................................................................................75

Figura 5.19: Fotomicrografia mostrando grão de muscovita (dúctil) apresentando rearranjo textural. Aumento de
100x. Poço: 9-PHRF-16-RN, 3,15 m.......................................................................................................................76

Figura 5.20: Fotomicrografia mostrando grão de quartzo (rúptil) fraturado. Aumento de 40x. Poço: 9-PHRF-16-
RN, 1,50 m...............................................................................................................................................................76

Figura 5.21: Fotomicrografia mostrando empacotamento frouxo, com contatos flutuantes e retos. Aumento de
100x. Poço: 9-PHRF-16-RN, 14,10 m.....................................................................................................................77

Figura 5.22: Fotomicrografia mostrando empacotamento normal, com contatos retos e côncavos-convexos. A seta
amarela indica a presença de pseudomatriz. Aumento de 40x. Poço: 9-PHRF-16-RN, 6,40 m..............................77

Figura 5.23: Fotomicrografia mostrando dissolução parcial do grão e geração de porosidade secundária
intragranular. Aumento de 100x. Poço: 9-PHRF-16-RN, 6,40 m............................................................................78

Figura 5.24: Fotomicrografia mostrando dissolução total do grão e geração de porosidade secudária. Aumento de
100x. Poço: 9-PHRF-16-RN, 6,40 m.......................................................................................................................78

Figura 5.25: Fotomicrografia apresentando caulinita com textura booklet preenchendo os espaços intergranulares.
Aumento de 100x. Poço: 9-PHRF-16-RN, 1,50 m...................................................................................................79

Figura 5.26: Fotomicrografia apresentando caulinita próximo ao ortocásio, um dos reagentes da reação de
caulinitização. Aumento de 100x. Poço: 9-PHRF-16-RN, 6,40 m..............................................................79

Figura 5.27: Fotomicrografia apresentando cristais euédricos de minerais opacos. Aumento de 100x. Poço: 9-
PHRF-16-RN, 7,65 m......................................................................................................................79

Figura 5.28: Fotomicrografia apresentando massa de óxido de Fe preenchendo os espaços entre os grãos. Aumento
de 100x. Poço: 9-PHRF-20-RN, 8,45 m...................................................................................................................79

Figura 6.1: Morfologia dos poros, adaptado de Choquete & Pray (1970) ................................................................81

Figura 6.2: Morfologia dos poros, adaptado de Schimidt & McDonald (1979) ......................................................81

Figura 6.3: Porosidade intragranular. Aumento de 100X. Poço: 9-PHRF-16-RN, T1, CX 02/02, 1,50m…………81

Figura 6.4: Porosidade de encolhimento. Aumento de 100X. Poço: 9-PHRF-16-RN, T4, CX 02/02, 7,65m …….81

Figura 6.5: Porosidade intergranular, indicada pela seta amarela; porosidade de fratura, indicada pela seta
vermelha; porosidade de dissolução parcial do grão, indicada pela seta laranja; porosidade de encolhimento,
indicada pela seta verde; porosidade móldica, indicada pela seta roxa. Aumento de 40X. Poço: 9-PHRF-16-RN,
T1, CX 02/02, 1,50m...............................................................................................................................................82

Figura 6.6: Porosidade de dissolução parcial do grão, indicada pela seta vermelha; e dissolução total do grão,
indicada pela seta amarela. Aumento de 40X. Poço: 9-PHRF-16-RN, T1, CX 02/02, 1,50m................................82

Figura 6.7: Escala da rocha artificial para determinar a porosidade conhecida........................................................83

Figura 6.8: Rocha artificial testada no Image J........................................................................................................83

Figura 6.9: Histograma de frequência versus tamanho do poro...............................................................................84

Figura 6.10: Histograma com a frequência normatizada..........................................................................................84

Figura 6.11: Frequência acumulada.........................................................................................................................84

Figura 6.12: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-16-RN, 7,65 m........................................................85

Figura 6.13: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-16-RN, 14,10 m......................................................85

Figura 6.14: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-16-RN, 1,50 m..........................................................86

Figura 6.15: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-16-RN, 3,15 m..........................................................86

Figura 6.16: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-16-RN, 3,75 m........................................................87

Figura 6.17: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-16-RN, 5,80 m..........................................................87

Figura 6.18: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-16-RN, 6,40 m..........................................................88

Figura 6.19: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-20-RN, 4,40 m..........................................................88

Figura 6.20: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-20-RN, 13,25 m........................................................89

Figura 6.21: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-16-RN, 4,65 m..........................................................89

Figura 6.22: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-20-RN, 5,60 m.........................................................90

Figura 6.23: Curvas cumulativas para cada litofácies.............................................................................................91

Figura 6.24: Diagrama de porosidade (%) versus permeabilidade (mD).................................................................91


LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 – Classificação de litofácies fluviais (Miall. 1996). Retirado de Scherer (2004).....................................46

Tabela 3.2 – Elementos arquiteturais formados dentro dos canais fluviais (Miall, 1988).......................................48

Tabela 3.3 – Elementos arquiteturais externos aos canais (Miall, 1996).................................................................49

Tabela 6.1 – Média da porosidade por litofácies, por meio de dados cedidos pela PETROBRAS UO/RN-CE, e
calculados na contagem ponto a ponto pelo software Petroledge............................................................................82

Tabela 6.2: Dados da rocha artificial........................................................................................................................83

ABREVIAÇÕES

Kln – Kaolinite = Caolinita


Mc – Microcline = Microclínio
Qz – Quartz = Quartzo
Or – Orthoclase = Ortoclásio
Opq – Opaque mineral = Minerais opacos
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 17
1.1. APRESENTAÇÃO......................................................................................................................... 17
1.2. JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS ...................................................................................................... 17
1.3. LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO .............................................................................................. 18
1.4. BASE DE DADOS E METODOLOGIA EMPREGADA...................................................................... 19
1.4.1. ANÁLISE DOS TESTEMUNHOS DE SONDAGEM .................................................................. 21
1.4.2. ANÁLISE MICROSCÓPICA .................................................................................................... 21
1.4.3. ANÁLISE DO SISTEMA POROSO .......................................................................................... 22
1.4.4. EDIÇÃO DE IMAGENS, GRÁFICOS, TABELAS E MAPAS ....................................................... 31
2. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL ......................................................................................... 32
2.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 32
2.2. ARCABOUÇO ESTRUTURAL........................................................................................................ 33
2.3. LITOESTRATIGRAFIA .................................................................................................................. 34
2.4. EVOLUÇÃO TECTONO-SEDIMENTAR ......................................................................................... 38
2.5. FORMAÇÃO AÇU ....................................................................................................................... 39
3. SISTEMA FLUVIAL ..................................................................................................................... 42
3.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 42
3.2. PROCESSOS FLUVIAIS ................................................................................................................ 42
3.3. TIPOLOGIA DOS CANAIS FLUVIAIS ............................................................................................. 43
3.3.1. Rios Anastomosados E Retos .............................................................................................. 44
3.3.2. Rios Entrelaçados................................................................................................................ 44
3.3.3. Rios Meandrantes ............................................................................................................... 45
3.4. ÁREAS EXTERNAS AOS CANAIS .................................................................................................. 45
3.5. FÁCIES........................................................................................................................................ 46
3.6. ELEMENTOS ARQUITETURAIS ................................................................................................... 47
3.7. SUPERFÍCIES LIMÍTROFES .......................................................................................................... 49
4. LITOFÁCIES E PALEOAMBIENTE ................................................................................................ 51
4.1. INTROUÇÃO ............................................................................................................................... 51
4.2. LITOFÁCIES DOS POÇOS RASOS ................................................................................................. 52
4.2.1. Litofácies 1 .......................................................................................................................... 52
4.2.2. Litofácies 2 .......................................................................................................................... 54
4.2.3. Litofácies 3 .......................................................................................................................... 54
4.2.4. Litofácies 4 .......................................................................................................................... 55
4.2.5. Litofácies 5 .......................................................................................................................... 57

4.3. AFLORAMENTO KM-98/BR304.................................................................................................. 59


4.4. INTERPRETAÇÃO PALEOAMBIENTAL ......................................................................................... 60
5. PETROGRAFIA E DIAGENESE .................................................................................................... 64
5.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 64
5.2. CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA MICROSCÓPICA ................................................................. 68
5.2.1. Litofácies 1 .......................................................................................................................... 68
5.2.2. Litofácies 2 .......................................................................................................................... 69
5.2.3. Litofácies 3 .......................................................................................................................... 70
5.2.4. Litofácies 4 .......................................................................................................................... 71
5.3. DIAGÊNESE ............................................................................................................................... 73
5.3.1. Fundamentação Teórica ..................................................................................................... 73
5.3.2. Processos Diagenéticos ...................................................................................................... 75
6. ANÁLISE DO SISTEMA POROSO ................................................................................................ 80
6.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 80
6.2. POROSIDADE ............................................................................................................................. 80
6.2.1. Análise Qualitativa Dos Poros ............................................................................................. 81
6.2.2. Análise Quantitativa Da Porosidade ................................................................................... 82

6.3. HISTOGRAMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE POROSIDADE ................................................................. 83


6.3.1. Teste Do Software Image J Em Rocha Artificial .................................................................. 84
6.3.2. Histogramas De Distribuição Por Lâmina ........................................................................... 85
6.3.3. Curva Acumulativa Por Litofácies ....................................................................................... 90

7. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 93
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................... 94
APÊNDICES ......................................................................................................................................... 98
ANEXO .............................................................................................................................................. 112
17

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

1.1 – APRESENTAÇÃO

A produção e apresentação deste relatório constituem condição indispensável para a


obtenção do grau de Bacharel de Geologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte
– UFRN, capacitando o recém-graduado a exercer as atividades legais pertinentes, de acordo
com a Lei Federal nº 4076 de 23/06/1962 e as atribuições profissionais preconizadas na
Resolução 1010/2005 – CONFEA.

1.2 – JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS

A Formação Açu, situada na Bacia Potiguar, é um importante reservatório de água e de


hidrocarbonetos. A caracterização das rochas reservatórios abrange aspectos geológicos,
geofísicos e petrofísicos, com destaque para a porosidade e a permeabilidade, sendo que a
porosidade expressa a capacidade de armazenamento de fluidos de uma rocha reservatório, e a
permeabilidade o comportamento dinâmico desses fluidos.
A quantificação da porosidade e da permeabilidade é realizada, geralmente, a partir da
análise laboratorial de plugues (amostras cilíndricas) retirados de testemunhos de sondagem,
que são tratados e analisados em porosímetros e permeabilímetros. O presente estudo visa
estimar tais valores de modo indireto, utilizando a técnica de análise de imagens de
fotomicrografias obtidas de seções delgadas provenientes de testemunhos dos poços rasos 9-
PHRF-16-RN e 9-PHRF-20-RN, situados no afloramento do Km-98 da BR-304 (Natal-
Mossoró).
Sendo assim, os principais objetivos desta pesquisa são: (i) reconhecer as fácies
sedimentares e o paleoambiente, (ii) classificar essas litofácies microscopicamente (iii) estimar
a porosidade a partir de fotomicrografias através do software de análise de imagem Image J, e
compará-las com dados obtidos por Becker (1996) e pela Petrobrás UO-RNCE.
18

1.3 - LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO

A área de estudo (Figura 1.1) localiza-se próximo ao Município de Assu, no Estado do


Rio Grande do Norte. O afloramento alvo dos estudos está situado no km-98 da BR-304, que
liga a capital estadual, Natal (RN) à Cidade de Mossoró (RN). O afloramento dista
aproximadamente 210 km da cidade de Natal.

Figura 1.1: Mapa de localização e vias de acesso da área de estudo. Partindo de Natal/RN, o acesso se dá
pela BR-304.
19

1.4 – BASE DE DADOS E METODOLOGIA EMPREGADA

A base de dados utilizada para este trabalho engloba conhecimentos adquiridos através
de pesquisas bibliográfica da Bacia Potiguar, além de estudos prévios do afloramento em
questão (Becker, 1996), visita ao afloramento, descrição macroscópica de testemunhos de dois
poços rasos e descrição microscópica de doze seções delgadas.
Os métodos de trabalho envolveram seis etapas (Figura 1.2). A primeira etapa abrangeu
um levantamento bibliográfico da Bacia Potiguar e de estudos já realizados no afloramento,
bem como aprofundamento em petrologia sedimentar e sistemas fluviais.
Na segunda etapa, foi efetuada uma visita ao afloramento, onde foi realizada uma
descrição e interpretação macroscópica, visando à identificação litológica, geometria dos
estratos e estruturas sedimentares, parâmetros estes usados para reconhecimento das fácies
deposicionais e do paleoambiente.
A terceira etapa envolveu a descrição de 36,15 m de testemunhos de poços rasos,
visando caracterizar as litofácies, em subsuperfície, tomando-se como base as estruturas
sedimentares e características texturais das litologias pertencentes à Formação Açu.
Na quarta etapa, foi realizada a descrição petrográfica de doze seções delgadas,
provenientes dos testemunhos de poços rasos, visando à análise petrográfica, diagenética e das
propriedades do sistema poroso.
A quinta etapa compreendeu a análise das fotomicrografias das seções delgadas, visando
estimar a porosidade e a distribuição do tamanho dos poros das litofácies presentes.
Por fim, a sexta etapa buscou compreender e integrar os resultados obtidos nas etapas
anteriores, com os valores de porosidade e permeabilidade cedidos pela Petrobras UO-RNCE e
obtidos por Becker (1996).
20

Figura 1.2: Fluxograma demonstrando as etapas de elaboração do relatório


21

1.4.1 – Análise dos Testemunhos de Sondagem

Testemunhos são amostras cilíndricas de rochas, recuperados durante a perfuração de


um poço. Os mesmos preservam as estruturas originais, e apresentam os constituintes da rocha,
mantendo as relações de profundidades para possíveis correlações estruturais e
litoestratigráficas.
Foram analisados 19 metros de testemunho do poço 9-PHRF-16-RN (Figura 4.1), dos
quais, foram recuperados 13,50 metros, representando fator de recuperação de 71%, e 17,65
metros do poço 9-PHRF-20-RN (Figura 4.2), dos quais foram recuperados 10,15 metros,
representando um fator de recuperação de 57%.
Os testemunhos foram descritos na Gerência de Sedimentologia e Estratigrafia da
Petrobras UO-RNCE, sendo analisadas características macroscópicas como: litologia,
granulometria, grau de seleção, morfologia dos grãos, friabilidade, cor, composição
mineralógica e estruturas sedimentares.

1.4.2 – Análise Microscópica

A análise microscópica foi realizada no Laboratório de Microscopia Estudantil do


Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, realizada a partir
da descrição de seções delgadas.
A seção delgada representa uma amostra de rocha numa lâmina de vidro e polida com
pó abrasivo progressivamente mais fino, até atingir a espessura de apenas 0,30 mm (30
micrômetros).
Para a descrição petrográfica dessas lâminas foi utilizado o microscópio ótico modelo
BX41 da Olympus. As descrições foram documentadas (Apêndice - B) e as fotomicrografias
foram adquiridas com o dispositivo Finepix J 25 da Fujifilm. Para o auxílio da documentação
foi utilizado o software Petroledge 2.6.8. da Endeeper, utilizado para a contagem modal, onde
foram realizadas cinco travessias paralelas, contendo 60 pontos cada, de forma equidistante,
totalizando 300 pontos por lâmina.
22

1.4.3 – Análise do Sistema Poroso

A estimativa da porosidade realizou-se a partir da análise de fotomicrografias das seções


delgadas, objetivando quantificar a porosidade existente nas litofácies presentes nos poços 9-
PHRF-16-RN e 9-PHRF-20-RN. Para a captura das fotomicrografias, utilizou-se o dispositivo
Finepix J 25 da Fujifilm, o qual capturava as fotomicrografias posicionando-o na ocular do
microscópio ótico; visando uma maior representatividade da seção delgada, utilizou-se a
objetiva de 4X. As fotomicrografias foram processadas utilizando o software Image J
(Apêndice A) da Endeeper (desenvolvido por Wayne Rasband, do Research Services Branch,
National Institute of Mental Health, Bethesda, Maryland). Para análise dos dados, confecção
dos histogramas e elaboração dos gráficos foi utilizado o software Excel 2013 da Microsoft.
Ambos os softwares foram utilizados no sistema operacional Windows 8.

U Uso do software Image J / criação de histogramas / gráficos de curva acumulativa

Etapas:

 Primeira etapa: deve-se carregar a imagem a ser utilizada no processamento (Figura1.3).

File > Open

Figura 1.3: Demonstração da etapa de carregamento de arquivos no software.


23

 Segunda etapa: calibração do software. Está etapa é subdividida em duas:


- Com a ferramenta Straight Line Selection faça um traço sobre a escala na
fotomicrografia (Figura 1.4).

Figura 1.4: Demonstração da ferramenta Straight Line Selection desenhada sobre a escala da imagem.
24

- Realizada a sub etapa anterior, é necessário informar ao software qual a distância conhecida
da escala (Figura 1.5).
Analayze > Set Scale

Figura 1.5: Calibração da escala da imagem com o software.

a) Distance in pixels - aparecerá a distância relativa à quantidade de pixels contida no


tamanho da barra que foi desenhada sobre a escala da fotomicrografia.
b) Known distance - informar a real distância representada pela barra. No caso do presente
trabalho, a distância conhecida da escala é de 910 micrômetros.
c) Unit of lenght - deve-se informar a unidade de medida utilizada na escala.
d) Global - trata da calibração a ser utilizada para todos os processamentos a serem
efetuados, definindo uma escala global.

Este procedimento de calibração deve ser feito sempre que o software é iniciado, no
intuito de realizar uma análise quantitativa das imagens.
25

 Terceira etapa: Realizada a calibração, serão selecionadas quais medidas serão


calculadas pelo software durante a análise (Figura 1.6).

Analyze > Set Measuremets

Figura 1.6: Caixa demonstrando quais opções devem ser selecionadas para que o software calcule.

- Na caixa Set Measurements, deve-se selecionar as opções:


a) Area – trata da área que será calculada em pixels quadrados, ou unidades quadradas, ex.
mm², μm², etc.
b) Area fraction – trata da porcentagem que será calculada em imagens limiarizadas (em
vermelho).
c) Limit to threshold – se selecionada, apenas os pixels limiarizados serão calculados.
26

 Quarta etapa: Consiste na limiarização das fotomicrografias (Figura 1.7).

Image > Adjust > Threshold

Figura 1.7: Demonstração de como proceder para limiarizar a imagem.

A ferramenta Threshold consiste na limiarização da imagem, que se trata de processo


de segmentação que se baseia na diferença dos níveis de cinza que compõem diferentes objetos
de uma imagem, a partir de um limiar estabelecido de acordo com as características dos pixels
que se quer isolar. Após a seleção dessa opção, a imagem automaticamente será limiarizada,
mas observou-se que vários pixels dos poros, alvo do estudo, e de outros constituintes da seção
delgada apresentaram-se limiarizados (Figura 1.8). Para a limiarização exata dos poros da
seção, é necessário efetuar a correção manual dos níveis de cinza, efetuando a correção
visualmente através das barras de rolagem das opções Saturation e Brightness (Figura 1.9).
27

Figura 1.8: Primeira sugestão de limiarização realizada automaticamente pela função Threshold.

Figura 1.9: Limirização ajustada manualmente com relação aos poros da fotomicrografia.
28

 Quinta etapa: Após o processo de limiarização da fotomicrografia, a presente etapa


consiste na análise dos pixels limiarizados (Figura 1.10), onde será gerado um
histograma de frequência versus tamanho dos poros.

Analyze > Analyze Particles

Figura 1.10: Caixa de análise de partículas, para determinar o intervalo a ser calculado pelo
programa.

a) Size – Delimita o tamanho das partículas que devem ser calculadas. As partículas
com área fora da faixa especificada neste campo são ignoradas.
b) Circularity – Partículas com valores de circularidade de tamanho fora do
intervalo especificado neste campo são ignoradas.
Á𝑟𝑒𝑎
4𝜋 x (𝑃𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜2 ) Eq.1.1

c) Exclude on edges – exclui as bordas da imagem.


d) Display Results – as medições para cada partícula serão exibidas em uma tabela
de resultados.
e) Show – especifica qual imagem (sobreposição) é exibida após a analisada
(Figura 1.11).
29

Figura 1.11: Sobreposição dos pixels limiarizados que foram calculados a partir dos intervalos
determinados pela análise de partículas.

Junto com a imagem gerada, também é fornecida a tabela de resultados (Figura 1.12),
mostrando a frequência pela área que foi limiarizada. No caso do presente estudo, sobrepõem
a área dos poros.
30

Figura 1.12: Tabela de contagem dos resultados da distribuição de frequência por área do poro.

 Sexta etapa: Nesta etapa, com os dados de frequência versus área do poro, gerados na
tabela de resultado anterior, é possível gerar um histograma de frequência versus classes
de tamanho da área do poro (Figura 6.13).
Results > Distributions

Figura 1.13: Histograma de frequência versus classes de tamanho da área do poro.


31

Para a exportação dos dados para o Excel 2013, basta clicar na caixa Copy,
e colar no Excel, para então normatizar os dados, gerar histogramas normatizados
e gráficos de curvas acumulativas.

1.4.4 - Edição de Imagens, gráficos, tabelas e mapas.

As imagens, gráficos, tabelas e perfis litológicos contidos nesse relatório foram editados
e elaborados utilizando os programas: ArcMap 10.1 da Esri TM ; CorelDRAW Graphics Suite X6,
P P

CorelDRAW Graphics Suite X7, da Corel Corporation®; SedLog 3.0 e Excel 2013 da
Microsoft®.
32

CAPÍTULO 2 - CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL DA


BACIA POTIGUAR

2.1. – INTRODUÇÃO

A Bacia Potiguar localiza-se no extremo leste da Margem Equatorial Brasileira, na


região nordeste do Brasil, nos Estados do Rio Grande do Norte e Ceará (Figura 2.1). Sua área
total é de aproximadamente 48.000 km², sendo que desse total, 21.500 km² (45%) situam-se na
porção emersa, e 26.500 km² (55%) na porção submersa (plataforma e talude). A Bacia limita-
se geologicamente a noroeste com a Bacia do Ceará (Alto de Fortaleza), a leste, com a Bacia
Pernambuco-Paraíba (Alto de Touros), e a sul e oeste com o embasamento cristalino,
estendendo-se a bacia marinha para norte até a isóbata de 2.000m (Araripe & Feijó, 1994;
Pessoa Neto et al., 2007).
A Bacia Potiguar desenvolveu-se sobre um substrato de rochas pré-cambrianas
pertencentes à Província Borborema, cujos trends estruturais apresentam direção principal NE,
além de um importante sistema de zonas de cisalhamento E-W e NE-SW (ALMEIDA, F. M. &
Hasui, Y. 1984).

Figura 2.1: Mapa simplificado da Bacia Potiguar, Sousa (2002).


33

2.2 ARCABOUÇO ESTRUTURAL

Na porção emersa da Bacia Potiguar (Figura 2.2), o arcabouço estrutural apresenta


quatro feições morfo-estruturais (grabens, altos internos, plataformas rasas do embasamento e
talude), margeados por duas plataformas rasas, Touros (a leste), e Aracati (a oeste). Estas
feições são produtos de duas grandes falhas lístricas, relacionadas aos eventos de estiramento
crustal (rifte) e da fase de deriva continental que afetaram a bacia (Matos, 1922; Soares e
Rossetti, 2005).

Figura 2.2 – Arcabouço estrutural Bacia Potiguar. (1) Alto dos Canudos, (2) Alto de Quixaba, (3) Alto de
Mossoró e (4) Alto da Serra do Carmo. A – alto, B – baixo, G – graben, F – Falha. Amaral (2000), adaptado
Cremonini et al., (1996).

Segundo Matos (1992) o Rifte Potiguar instalou-se sobre rochas do embasamento


cristalino durante o Cretáceo Inferior, seguindo o trend predominante de direção NE-SW, sendo
a Falha de Carnaubais, a leste, a principal do Rifte Potiguar, e limitada a oeste pela Falha de
Areia Branca. Na estrutura do Rifte Potiguar, os grabens são separados por altos do
embasamento, constituídos por litotipos diversos, soerguidos por falhas normais, denominadas
de Canudos, Quixaba, Mossoró, Serra do Carmo e Macau (Figura 2.3). Segundo Hackspacher
& Oliveira (1984) a Falha de Carnaubais está associada a uma possível reativação da Zona de
Cisalhamento Portalegre no Brasiliano.
34

Além das estruturas de direção NE-SW presente na bacia, são observadas outras
importantes estruturas de direção NW-SE, interpretadas por Hackspacher et al., (1984), como
produto de reativações pós-campanianas. Matos (1992) interpreta estas estruturas como sendo
falhas de transferência durante a fase rifte inicial. Cremonini et al., (1996) caracterizaram este
padrão de falhamentos NW-SE e NE-SW na porção submersa da bacia como sendo o produto
de superposição de fases de rifteamento.

Figura 2.3 – Perfil esquemático da Bacia Potiguar (Parte terrestre) modificado de Bertani et al., (1989).

2.3 LITOESTRATIGRAFIA

Araripe & Feijó (1994) organizaram a litoestratigrafia da Bacia Potiguar em três grupos:
Areia Branca, Apodi e Agulha. Ainda nessa proposta, a par do preenchimento sedimentar,
ocorreram três episódios vulcânicos individualizados em três formações: Rio Ceará Mirim,
Serra do Cuó e Macau (Figura 2.4).
O Grupo Areia Branca, engloba as Formações Pendências, Pescada e Alagamar, e é
caracterizado por conteúdo essencialmente clástico.
A Formação Pendências caracteriza-se por arenito fino, médio e grosso, cinza-
esbranquiçado, com intercalações de siltito cinzento. Possui idades Neo-Rio da Serra e Jiquiá.
O sistema deposicional aponta para leques aluviais associados a falhamentos flúvio-deltaicos
35

progradando para pelitos lacustres, entremeados por frequentes turbiditos (Della Fávera, 1992;
apud Araripe & Feijó, 1994).
A Formação Pescada é composta por arenito médio branco e arenito fino cinzento, com
intercalações de folhelho e siltito cinzento. O sistema deposicional é constituído de leques
aluviais coalescentes e sistemas flúvio-deltaicos com pelitos lacustres entremeados por
turbiditos, estando esses depósitos geneticamente relacionados ao final da fase rifte na bacia
(Araripe & Feijó, 1994).
A Formação Alagamar é composta por arenitos e lamitos de origem flúvio-deltáica
(Membro Upanema) e transicional (Membro Galinhos), separados por uma camada de
folhelhos pretos e calcilutitos ostracoidais, de ambiente transicional, denominada Camada
Ponta do Tubarão (Araripe & Feijó, 1994).
O Grupo Apodi engloba as Formações: Açu, Jandaíra, Quebradas e Ponta do Mel.
A Formação Açu é composta por rochas siliciclásticas, de conglomerados até argilitos,
de idade Albo-Cenomoniana (Bertani et al.,1990). Devido ao presente estudo abranger rochas
dessa formação, a mesma será caracterizada em maiores detalhes no tópico 2.5.
A Formação Ponta do Mel (Tibana & Terra, 1981; apud Araripe & Feijó, 1994) contém
calcarenito oolítico creme, doloespatito castanho-claro e calcilutito branco, com camadas de
folhelho verde, estando essas rochas associadas a depósitos de plataforma rasa, planície de maré
e mar aberto, de idade neoalbiana.
A Formação Quebradas foi dividida por Araripe & Feijó (1994) em dois membros: o
Membro Redonda, constituído por intercalações de arenito, folhelho e siltito, e o Membro Porto
do Mangue, representado por folhelhos e arenitos subordinados. Ambos são depósitos
marinhos, de plataforma e talude, de idade Cenomaniana.
A Formação Jandaíra é composta por calcarenito bioclástico com foraminíferos
bentônicos, por vezes associado a algas verdes (Sampaio & Schaller 1968; apud Araripe &
Feijó, 1994). Também ocorre calcilutito com marcas de raízes, dismicrito e gretas de contração.
Esse conjunto de fácies aponta para ambiente de planície de maré (Monteiro e Faria, 1998; apud
Araripe & Feijó, 1994); de idades Turoniana a Mesocampaniana.
Por fim, o Grupo Agulha, formado por rochas carbonáticas e clásticas de baixa energia,
englobando as Formações: Guamaré, Ubarana e Tibau.
A Formação Ubarana caracteriza-se por uma espessa seção de folhelho e argilito
cinzento, entremeada por camadas relativamente delgadas de arenito grosso a muito fino
esbranquiçado, siltito cinza-acastanhado e calcarenito fino creme-claro. Trata-se de pelítos
depositados em talude e bacia do Albiano ao Holoceno.
36

A Formação Guamaré caracteriza-se por calcarenito bioclástico creme e calcilutito


(Souza, 1982; apud Araripe & Feijó 1994), depositados em plataforma e talude carbonáticos,
de idade Neocampaniana ao Holoceno.
Já a Formação Tibau é constituida de arenito grosso hialino, depositado em leques
costeiros, atuantes do Neocampaniano ao Holoceno (Silva, 1966; apud Araripe & Feijó, 1994).
As Rochas Vulcânicas foram individualizadas em três formações: Rio Ceará-Mirim,
Serra do Cuó e Macau.
A Formação Rio Ceará-Mirim é representada por diques de diabásio toleíticos com forte
orientação E-W, apresentando idades de 132 ± 1 Ma Araripe & Feijó, 1994).
Já a Formação Serra do Cuó é representada por diques de diabásio com tendência
alcalina, com idades de aproximadamente 93,1 ± 0,8 Ma (Souza et al. 2004).
A Formação Macau corresponde aos derrames de olivina-basalto, formam as intrusões
do Pico do Cabugi e de Pedro Avelino. São datados pulsos com idades distribuídas entre 70-65
Ma, com picos entre 48,9 ± 2,9 e 31,4 ± 1,5 M.a (Araripe & Feijó, 1994).
37

Figura 2.4 – Carta Estratigráfica da Bacia Potiguar (Modificado de Pessoa Neto et al.2007).
38

2.4 EVOLUÇÃO TECTONO-SEDIMENTAR

Bertani et al (1990) definem a história tectônica da Bacia em três fases distintas:


supersequência rifte, transicional e deriva continental. O preenchimento sedimentar da bacia
durante cada fase tectônica foi caracterizado, respectivamente, pela deposição das
megassequencias continental, transicional e marinha (Chang & Kowsmann, 1987, Chang et
al.,1992).
Essas fases estão inseridas no contexto da evolução da margem equatorial atlântica,
iniciado ao final do Jurássico (Figura 2.5). A rotação diferencial dextral entre a América do Sul
e a África gerou, na Província Borborema, um regime de esforços com distensão N-S e
compressão E-W, propiciando o desenvolvimento de diversas bacias rift sob regimes
transtensional (rift Potiguar) e transpressional (Françolim & Szatmari, 1987).

Figura 2.5 - Modelo de evolução estrutural mesozoica, adaptado de Szatmari et al. (1985 e 1987). (a)
Jurássico; (b) Final do Neocomiano; (c) Final do Alagoas; (d) Cretáceo Superior (Santoniano); (e) Cretáceo
Superior (Maastrichtiano).

A Fase Rifte (Neocomiano-Eoaptiano) caracteriza-se por um regime tectônico rúptil


distensivo, com afinamento crustal e formação de grabens assimétricos controlados por falhas
normais e de transferência. Ao longo destes grabens implantou-se uma sedimentação
continental constituída de folhelhos lacustres, arenitos flúvio-deltaicos e depósitos de planície
aluvial/planície de inundação. O preenchimento da bacia durante essa fase é representado pela
megassequencia continental (Matos, 1992).
A Fase Transicional (Neoaptiano-Eoalbiano) foi marcada por um regime tectônico
estável, caracterizado por subsidência termal devido ao início do processo de resfriamento da
litosfera previamente distendida e aquecida na fase rifte. Depositam-se nesta fase os folhelhos
39

e calcários lagunares, com influência marinha, intercalados por arenitos deltaicos, que
caracterizam a megassequencia transicional (Pessoa Neto, 2007).
Já a Fase de Deriva (Albiano-Holoceno) corresponde à fase de deriva continental,
caracterizado por uma sedimentação marinha (Figura 2.6). O regime tectônico controlador desta
fase é o de subsidência termal e compensação isostática (Chang & Kowsmann 1987, Chang et
al.,1992; apud Pessoa Neto 2003), típico do contexto de margem passiva. O preenchimento
sedimentar da bacia durante a fase de deriva pode ser dividido em duas fases: transgressiva e
regressiva. A fase transgressiva é representada por sistemas fluviais, costeiros, plataformais, até
marinho profundo. A fase regressiva é representada por sistemas deposicionais costeiros-
plataforma-talude-bacia (Pessoa Neto et al..2007).

Figura 2.6 – Perfil esquemático da Bacia Potiguar (parte marinha), representando a deposição na fase
transicional e Drifte (Bertani et al.,1990).

2.5 FORMAÇÃO AÇU

A formação Açu, de idade Albiano-Cenomaniano, é constituída de sedimentos


siliciclásticos, variando desde arenitos finos a grossos, intercalados com siltitos, folhelhos e
argilitos (Sampaio & Schaller, 1968). Abrange uma área de aproximadamente 40.000km²
(Vasconcelos et al., 1990). Seus depósitos constituem-se de um padrão de granodecrescência
40

ascendente, relacionado ao evento transgressivo que culminou no empilhamento vertical de


sistemas fluviais, com sistemas entrelaçados na base passando a meandrantes grossos,
meandrantes finos e estuarinos no topo (Pessoa Neto et al., 2007).

Figura 2.7 – Carta Estratigrafica da Bacia Potiguar (Pessoa Neto et. Al. 2007), correlacionando a Formação
Açu com a compartimentação informal de Vasconcelos et al., (1990).

Vasconcelos et al., (1990) compartimentaram a Formação Açu em quatro unidades


estratigráficas operacionais, baseando-se na descrição de afloramentos, análise de testemunhos
e em perfis elétricos (Figura 2.8), e denominaram a formação informalmente, da base para o
topo, em: Açu-1, Açu-2, Açu-3 e Açu-4, sendo que apenas as unidades 3 e 4 afloram. Na porção
emersa, as discordâncias limítrofes das sequências K60, K70 e K84 (Pessoa Neto et al., 2007)
coincidem, respectivamente, com os limites das unidades de correção de Vasconcelos,
denominadas de Açu-1, Açu-2 e Açu-3 (Figura 2.7).

Figura 2.8 – Características das unidades de correlação da Fm. Açu. Adaptado de Vasconcelos et al.(1990).
41

A unidade Açu-1, que corresponde à base da Formação Açu, é litologicamente


representada por arenitos grosseiros e argilosos, representando depósitos de leques aluviais,
depositados em um pequeno ciclo transgressivo com conglomerados na base. Já a unidade Açu-
2 é composta por arenitos grossos a finos, siltitos e folhelhos. Os corpos arenosos são mais
espessos na base, diminuindo de espessura para o topo. Este afinamento coincide com um
incremento de intercalações argilosas, indicando uma mudança para o sistema fluvial
meandrante (Vasconcelos et al., 1990).
A unidade Açu-3, alvo do presente trabalho, é representada por depósitos de origem
fluvial. Litologicamente, compreende arenitos grossos a finos, siltitos e folhelhos, apresentando
uma granodecrescência ascendente. Possui também uma diminuição da quantidade de argila da
base para o topo; tal unidade foi depositada em um sistema hibrído: sistema fluvial entrelaçado
e meandrante grosso. Lazarini (1995) adotou o modelo “meandrante grosso” proposto por
Brown (1976). No Brasil, a unidade Açu 3 foi uma das primeiras a serem estudadas, objetivando
um melhor entendimento do sistema fluvial para exploração e produção (Vasconcelos et al.,
1990).
A unidade Açu-4 corresponde ao topo da Formação Açu. Sua litologia abrange argilitos,
folhelhos, siltitos, arenitos muito finos a médios, e eventuais calcilutitos e margas
dolomitizados. O ambiente deposicional abrange fácies estuarinas a marinhas rasas com
desenvolvimento de ilhas barreiras (Vasconcelos et al., 1990).
Com relação ao conteúdo fóssil, na Formação Açu, foi observado em apenas duas
localidades, uma na região de Russas e outra em Tabuleiro do Norte, ambas localizadas na
borda oeste da bacia, no Estado do Ceará. Estavam preservados em folhelhos e siltitos que
ocorriam intercalados com os arenitos característicos da formação. Tratava-se de crustáceos
semelhantes às baratinhas-da-praia e biválvios dos gêneros Mytilus e Brachidontes,
característicos de ambiente parálico. Havia também resto de vegetais e escamas de peixe,
identificadas como Tharrhias castellanoi (Duarte & Santos, 1961; apud Soares & Rosseti,
2003). Todavia icnofósseis ocorrem com frequência em argilitos e folhelhos intercalados nos
arenitos.
42

CAPÍTULO 3 – SISTEMA FLUVIAL

3.1 – INTRODUÇÃO

Este capítulo aborda de modo sucinto o sistema fluvial, cujas características variam
significativamente no tempo e no espaço. Fatores como o relevo e a descarga controlam a
capacidade e competência dos rios, refletindo, principalmente, no tipo de sedimento
transportado, e na morfologia do canal (Scherer, 2004).

3.2 – PROCESSOS FLUVIAIS

A morfologia fluvial é o resultado de uma complexa interação entre os processos de


erosão, transporte e deposição.
Os processos de erosão estão associados à dinâmica dos canais fluviais, e podem ser
classificados como incisão e migração lateral.
A incisão compreende uma erosão vertical do substrato, que gera um aprofundamento
do canal. A mesma pode ser de natureza alocíclica, envolvendo um período de tempo maior, e
pode estar associada a um progressivo aumento da descarga, devido às mudanças do perfil de
equilíbrio (Schumm, 1993). A incisão autocíclica está relacionada à avulsão de canais fluviais
decorrentes de processos hidrodinâmicos e geomorfológicos internos à planície aluvial (Jones
& Schumm, 1999).
Em canais com alta sinuosidade, existe uma erosão contínua do banco externo ao
meandro, decorrente da progressiva migração lateral do canal. Rios margeados por sedimentos
finos com abundante vegetação tendem a possuir maior coesividade dos bancos, dificultando a
erosão e a migração lateral (Scherer, 2004).
Os processos de transporte fluvial podem ser classificados como: fluxo de detritos, carga
de fundo e carga em suspensão.
O fluxo de detritos ocorre quando uma grande quantidade de sedimentos é mobilizada
por liquefação em uma superfície inclinada, os depósitos são pobremente selecionados, com
alta variação granulométrica. Contém uma matriz arenosa-síltica-argilosa e os clastos do
arcabouço por vezes apresentam-se orientados (Scherer, 2004).
Na carga de fundo os grãos se movimentam individualmente ao longo do substrato. Os
grãos maiores são transportados por arrasto e rolamento, enquanto os grãos menores são
43

transportados por saltação. A morfologia das formas de leito é controlada pela granulometria e
pela velocidade do fluxo, considerando-se a profundidade da lâmina de água (Allen, 1982;
Ashley, 1990).
A carga em suspensão transporta sedimentos em suspensão na água, os quais são
depositados pela ação da gravidade em locais de baixa energia. Os processos de suspensão
geram marcas onduladas cavalgantes.

3.3 – TIPOLOGIA DOS CANAIS FLUVIAIS

Os canais podem ser classificados com base na carga sedimentar transportada ou na


morfologia. Com base na sua morfologia (Figura 3.1), os canais podem ser subdivididos em:
entrelaçado, meandrante, anastomosado e reto (Leopold & Wolman, 1957). O tipo de canal é
controlado pela descarga, suprimento sedimentar e pelo gradiente (Miall, 1978; Rust, 1978;
Schumm, 1985 e Bridge, 1985).

Figura 3.1: Tipos de canais fluviais baseados na morfologia (Miall, 1977).


44

3.3.1 – Rios Anastomosados e Retos

Os rios anastomosados consistem de um complexo de canais de baixa energia,


interconectados, atravessando uma região úmida e alagada, separados por ilhas de forma
alongada e cobertas por vegetação, localizados nas proximidades da desembocadura (Smith &
Putnam, 1980). Os canais são de moderada a baixa sinuosidade, profundos e estreitos. A
presença de margens vegetadas constituídas de materiais finos e coesos confere uma alta
estabilidade aos canais, reduzindo a possibilidade de migração lateral (Scherer, 2004). Os rios
retos possuem baixa ocorrência na natureza e carregam sedimentos de granulometria diversa.
Apresentam um canal simples com flancos estáveis, limitados por diques marginais.
Geralmente são controlados por sistemas de falhas.

3.3.2 - Rios Entrelaçados

São caracterizados por uma rede de canais interconectados por barras arenosas e
cascalhosa (Figura 3.2). Apresentam alta razão largura/profundidade, normalmente maior que
50 (Bridge,1993). Possui grande variabilidade de descarga, abundância de carga de fundo e
facilidade de erosão das margens (Scherer, 2004).

Figura 3.2: Bloco diagrama de um sistema fluvial entrelaçado ilustrando a geometria dos corpos arenosos.
Modificado de Richards (1996; apud Scherer, 2004).
45

3.3.3 – Rios Meandrantes

Caracterizam-se por rios com baixa velocidade e carga sedimentar, fluindo em planícies
de inundação quase plana (Figura 3.3). Seus canais possuem alta sinuosidade e geralmente
pouca variação na descarga. Em relação aos rios entrelaçados, os rios meandrantes contêm uma
maior proporção de silte e argila, e menor de areia e cascalho (Walker & James, 1992).

Figura 3.3 - Bloco diagrama de um sistema fluvial meandrante. Modificado de Richards (1996, apud
Scherer, 2004).

3.4 – ÁREAS EXTERNAS AOS CANAIS

As áreas externas aos canais podem ser subdivididas em dois tipos: áreas próximas de
canais ativos (diques marginais e depósitos de espraiamento crevasse) e áreas distantes de
canais ativos (planície de inundação).
Diques marginais são cristas estreitas e contínuas depositadas às margens do canal,
formado por sedimentos finos (areia fina e silte) (Brierley et al., 1997).
Espraiamento de crevasse são lobos arenosos com morfologia similar a leques aluviais
(Figura 3.3), depositados durante o extravasamento do canal, em grandes cheias.
A planície de inundação ocorre em locais de baixo relevo, com pouca drenagem e baixa
taxa de acumulação de sedimentos. Seus depósitos são de granulometria muito fina. Pode
ocorrer o desenvolvimento de uma grande quantidade de subambientes, dependendo do clima
atuante (Nanson & Croke, 1992; Miall, 1994).
46

3.5 – FÁCIES

Os depósitos fluviais resultam de processos sedimentares específicos, associados a


diferentes contextos deposicionais. Miall (1996) erigiu uma classificação de fácies fluviais, que
é mostrada na tabela 3.1.

Tabela 3.1 – Classificação de litofácies fluviais (Miall. 1996, apud Scherer, 2004).
47

3.6 – ELEMENTOS ARQUITETURAIS

Os elementos arquiteturais partem da análise bi e tridimensional dos depósitos,


caracterizando sua geometria interna (Figura 3.4) e externa (Figura 3.5), a partir de uma
associação de fácies e escala que, por fim, representam um processo particular ou um conjunto
de processos atuando em um sistema deposicional (Miall, 1985).
O estudo sistemático de inúmeros depósitos atuais e antigos possibilitou uma ampliação
da classificação inicial, incluindo-se um conjunto de outros elementos associados a depósitos
internos (Tabela 3.2) e externos (Tabela 3.3) ao canal (Miall, 1996).

Figura 3.4 – Elementos arquiteturais básicos de canais fluviais (Miall, 1988.).


48

Tabela 3.2 – Elementos arquiteturais formados dentro dos canais fluviais (Miall, 1988).

Figura 3.5 – Elementos arquiteturais básicos externos ao canal fluvial (Miall, 1996).
49

Tabela 3.3 – Elementos arquiteturais externos aos canais (Miall, 1996).

3.7 – SUPERFÍCIES LIMITROFES

De acordo com Miall (1988, 1991), existem seis ordens hierárquicas de superfícies
limítrofes em depósitos fluviais (Figura 3.6).
1ª ordem – Um limite de set, geralmente erosional, mas que não corta estratificações
anteriores. Interpretada como resultado da migração das formas de leitos sob um regime de
fluxo constante;
2ª ordem – São planas, e sem evidência de erosão expressiva, sendo superfícies limitadas
por cosets de litofácies distintas. São interpretadas como resultado de uma mudança nas
condições de fluxo;
3ª ordem – São superfícies erosionais com baixo ângulo de mergulho, relacionadas a
incrementos de macroformas, identificadas por superfícies de reativação. Indicam mudanças na
velocidade ou reorientação do fluxo;
4ª ordem – Separa as unidades individuais deposicionais, acima e abaixo das
macroformas. Morfologicamente são retas a levemente convexas. São resultado da mudança do
padrão das barras fluviais, decorrentes da mudança do fluxo.
5ª ordem – Superfícies limitantes maiores que separam o complexo de canais de lençois
de areia. Tem a forma plana a levemente convexa, e sua gênese se relaciona com a incisão e/ou
migração de canais.
6ª ordem – Define grupos de canais ou paleovales, mapeadas como unidades
estratigráficas. Marcam importantes mudanças no sistema fluvial, relacionadas ao nível de base
estratigráfico.
50

Figura 3.6: Hierarquia de superfícies em depósitos fluviais. Os números representam a hierarquia das
superfícies. Existe uma progressiva ampliação das imagens no diagrama A (estruturação estratigráfica
regional) até o E (detalhamento das litofácies) (Miall, 1988).
51

CAPÍTULO 4 - LITOFÁCIES E PALEOAMBIENTE

4.1 – INTRODUÇÃO

Este capítulo aborda a interpretação litofaciológica de rochas da Formação Açu


(Unidade Açu-3), a partir da análise dos testemunhos dos poços rasos 9-PHRF-16-RN (Figura
4.1) e 9-PHRF-20-RN (Figura 4.2), além da descrição petrográfica em escala macroscópica de
rochas do afloramento do tipo corte de estrada, localizado no km-98 da BR-304, que liga Natal
a Mossoró. Para a descrição da unidade, foram utilizados critérios como textura, composição
mineralógica, granulometria e estruturas sedimentares, o que resultou na caracterização de
cinco litofácies.

Figura 4.1: Caixas de testemunhos do poço raso 9-PHRF-16-RN.


52

Figura 4.2: Caixas de testemunhos do poço raso 9-PHRF-20-RN.

4.2 - LITOFÁCIES DOS POÇOS RASOS

4.2.1 Litofácies 1

Composta por argilitos esverdeados (Figura 4.3), por vezes avermelhados, apresentando
estrutura maciça, de natureza semifriável. É frequente a presença de bioturbações, do tipo
Skolithos (Figura 4.4). Também ocorrem intercalados com siltitos (Figura 4.7), e em formas de
bolas de argilas localizadas na base de arenitos.

Figura 4.3: Argilito esverdeado. Poço: 9-PHRF- Figura 4.4: Argilito avermelhado com Skolithos
20-RN. T3, CX 02/02, 7,85m. Poço: 9-PHRF-16-RN. T7, CX 01/02, 12,5m.
53

Está litofácies também engloba os siltitos, que se apresentam de cor castanho


avermelhado, de natureza semifriável; ou castanho róseo, de natureza coesa (Figura 4.5), com
estrutura maciça, e, raramente com estruturas do tipo climbing ripples (Figura 4.6). Geralmente
apresentam-se bioturbados por Skolithos e Planolites.

Figura 4.5: Siltito castanho róseo, coeso. Poço: 9- Figura 4.6: Siltito avermelhado bioturbado com
PHRF-20-RN. T6, CX 01/02, 12,85m. climbing ripples, semifriável. Poço 9-PHRF-20-
RN. T4, CX 02/02, 8,85m.

Figura 4.7: Siltito intercalado com argilito, semifriável. Poço 9-PHRF-20-RN. T8, CX 01/01, 16,50m.
54

4.2.2 Litofácies 2

Está litofácies foi pouco


observada na descrição dos dois
poços, sendo representada por
arenitos que apresentam uma
granulometria muito fina a fina, de
coloração branca amarelada,
composta por quartzo, feldpspato
e biotita. Seus grãos são de regular
a bem selecionados, com hábito
subangular, pouco argiloso e de
natureza coesa. São de caráter
maciço, e também ocorrem
intercalados com lâminas silticas
(Figura 4.8), apresentando
bioturbação moderada
(Planolites).

Figura 4.8: Arenito fino intercalado com siltito, bioturbado e


coeso. Poço: 9-PHRF-20-RN. T4, CX 01/02, 8,75m.

4.2.3 Litofácies 3

Trata-se da litofácies mais abundante encontrada nos poços. Compreende desde arenitos
médios (Figura 4.9) a grossos (Figura 4.10), de cores branco amarelado, nas porções mais rasas,
a alaranjado, nas porções mais profundas. Seus grãos são de regular a pobremente selecionados,
e subangulares. Esta litofácies é pouco argilosa e de natureza semifriável. Os grãos possuem
uma composição quatzo-feldspática, sendo bastante caulinitizados. Quanto às estruturas
sedimentares, apresenta-se maciça ou com cruzadas planares de baixo ângulo, sendo notório
um afinamento textural para o topo, evidenciando uma granodecrescência ascendente.
55

Figura 4.9: Arenito médio caulinitizado. Poço: 9- Figura 4.10: Arenito médio a grosso. Poço: 9-PHRF-
PHRF-16-RN. T8, CX 01/02, 14,45m. 20-RN. T7, CX 01/02, 14,55m.

4.2.4 Litofácies 4

Composta por arenito grosso a muito grosso e pobremente selecionado (Figura 4.11).
Pouco argilosa, de natureza semi-coesa, esta lifácies apresenta uma coloração esbranquiçada,
em parte branco alaranjada. Também se observam fragmentos de K-feldspato e seixos de
quartzo dispersos, além de fragmentos de folhelhos e bolas de argilas localizadas próximo à
base.

Figura 4.11: Arenito grosso pobremente selecionado, com fragmentos de k-felsdspato e bolas de argila
localizadas. Poço: 9-PHRF-16-RN. T3, CX02/02, 5,90m.
56

São observadas estratificações plano-paralelas e cruzadas de baixo ângulo, marcadas


por um alinhamento das bolas de argilas (Figura 4.12a). Pode-se inferir que se trata da base de
um canal, onde ocorre um fluxo sazonal de alta energia que erode os folhelhos e deposita-os
entre os sedimentos de granulometria mais grossa, com grânulos e seixos localizados na base
(Figura 4.12b) das camadas.

Figura 4.12: Arenito grosso pobremente selecionado. (A) Com bolas de argila. Poço: 9-PHRF-16-RN. T2,
CX 02/02, 3,90m. (B) Com fragmentos de K-Feldspato. Poço: 9-PHRF-20-RN. T2, CX 02/02, 5,58m.
57

4.2.5 Litofácies 5

Formada por arenitos conglomeráticos (Figura 4.13), com matriz alaranjada, grãos
pobremente selecionados e subangulares, pouco argilosa, e de natureza semicoesa, por vezes
semifriável. Apresenta-se maciça e, em algumas partes plano-paralela, pouco definida. Nota-se
uma granodecrescência ascendente e bolas de argila na base (Figura 4.14).

Figura 4.13: Arenito conglomerático. Poço 9-PHRF-16- Figura 4.14: Arenito conglomerático. Poço: 9-PHRF-
RN. T9, CX 01/02, 16,90m. 20-RN. T3, CX 01/02, 6,65m.

Na base das camadas de arenito


conglomerático (Figura 4.15), é possível
observar o contato erosional entre o siltito e
o arenito, evidenciando um ciclo onde houve
uma diminuição de energia, sendo
depositados os pelitos, seguido de um
aumento de energia, no qual de o arenito foi
depositado.

Figura 4.15: Arenito conglomerático. Poço: 9-


PHRF-20-RN. T9, CX 01/02, 18,45m
58

PAGINA RESERVADA PARA O PERFIL DESCRITIVO DOS POÇOS


EM FOLHA NO FORMATO A3

Figura 4.16
59

4.3 - AFLORAMENTO KM-98/BR304

O afloramento do tipo corte de estrada (Figura 4.17), com aproximadamente 6 metros


de altura, apresenta um perfil E-W às margens da BR-304. Quanto às litologias, foram
observados pacotes areníticos e pelíticos, sendo que os arenitos possuem camadas de até 4 m
de espessura, e os pelitos se estendem por todo o afloramento, com uma espessura da ordem de
1 a 2 m, por vezes, de ordem centimétrica.

Figura 4.17: Vista parcial do afloramento. Km 98 BR 304.

Essas camadas areníticas e pelíticas formam um ciclo (Figura 4.18A) em que, no topo
da sequência, encontram-se argilitos e siltitos (litofácies 1) e, logo acima, representando a base
de uma nova sequência, em um contato erosivo, encontram-se os arenitos de granulometria
grossa e os arenitos conglomeráticos (litofácies 4 e 5). Em alguns locais, o pacote arenítico
possui uma variação lateral em sua granulometria (Figura 4.18B), indo de fino a médio
(litofácies 2 e 3). O contato erosivo entre o argilito da base e o arenito sugere uma superfície
hierárquica limítrofe de 5ª ordem, de acordo com a classificação de Miall (1985,1988). Já na
porção intermediária do pacote arenítico, encontram-se arenitos com granulometria mais fina,
intercalados com os grossos, podendo-se inferir superfícies limítrofes de 2ª e 3ª ordem. Essas
mudanças granulométricas indicam a existência de uma variação sazonal no fluxo e,
consequentemente, geram uma variação na porosidade e permeabilidade do arenito
reservatório.
Na porção superior do pacote arenítico, não há contraste granulométrico significativo,
porém é observado um contato superior abrupto com o argilito, sendo definido como uma
superfície limítrofe de 4ª ordem.
60

Figura 4.18: Relações esquemáticas de deposição e arquitetura, e hierarquia de contorno. As linhas


tracejadas referem-se ao contato litológico entre os elementos de deposição. (A) megaescala, esboçando o
afloramento como um todo, (B) macroescala, demonstrando uma heterogeneidade lateral na granulometria
do pacote. Adaptado de Becker (1996).

De modo geral, o pacote arenítico é composto por barras arenosas amalgamadas,


interpretadas por Becker (1996) como barras arenosas transversais ao canal e dunas 3D
subaquosas, caracterizando o elemento arquitetural DA (acresção a favor do fluxo) de Miall
(1988).

4.4 - INTERPRETAÇÃO PALEOAMBIENTAL

Segundo Castro e Barrocas (1981), Farias (1990) e Becker (1996), o sistema


deposicional do afloramento corresponde ao fluvial entrelaçado, correlacionado com a unidade
informal Açu - 3 de Vasconcellos et al. (1990). As litofácies e arquitetura vistas em campo
(Figura 4.19), somada com as características granulométricas dos poços rasos, de
61

granodecrescência ascendente, e contato erosional entre argilito e arenitos, corroboram essa


interpretação.
De acordo com os elementos arquiteturais de Miall (1996), pode-se interpretar o sistema
deposicional de dois modos:
Depósito de acresção frontal (DA), abrangendo as litofácies 2, 3, 4 e 5, sendo composto
por arenitos com granulometria variada, em forma de barras amalgamadas, com estratificação
cruzada e plano paralelas.
Planície de Inundação (FF), composta pela litofácies 1, representada pelos pelitos,
argilitos e siltitos com espessura de ordem de 1 a 2m, característicos de depósito fluvial
meandrante.

Figura 4.19: Paleoambientes de deposição arquitetural classificados de acordo com Miall (1996), onde são
observados depósitos de DA – Acresção frontal e FF – Planície de Inundação.

De modo geral, o sistema fluvial entrelaçado apresenta barras arenosas no meio do canal,
depositado por acresção frontal (DA) (Figura 4.21), tal que, ocorre uma granodecrescência
ascendente da base para o topo, como também, em algumas partes, uma variação
granulométrica lateral, a depender da energia empregada no transporte e deposição dos
sedimentos. Também ocorrem intercalados depósitos pelíticos, na forma de lentes
centimétricas, representando o final do ciclo deposisional, devido uma mais baixa energia do
fluxo.
62

Figura 4.20: Paleoambientes de deposição arquitetural classificados de acordo com Miall (1996), onde são
observados depósitos de DA – Acresção fronta, intercalados com lentes pelíticas centimétricas.

O ambiente deposicional do afloramento do Km-98 é característico de dois tipos de


sistemas fluviais. Os depósitos de acresção frontal (DA) com lentes pelíticas caracterizam o
fluvial entrelaçado, de modo que, as planícies de inundação (FF), com depósitos pelíticos na
ordem de 1 a 2 metros, é classificado como fluvial meandrante.
63

A Formação Açu foi afogada pelas rochas carbonáticas da Fm. Jandaíra, durante a
transgressão marinha de idade Turoniana a Mesocampaniana, sendo possível observar as duas
formações na figura abaixo, onde a Fm. Jandaíra está sobreposta à Fm. Açu (Figura 4.22).

Figura 4.22: Formação Jandaíra sobreposta à Formação Açu.


64

CAPÍTULO – 5 PETROGRAFIA E DIAGENESE

5.1 – INTRODUÇÃO

Neste capítulo, serão abordadas as características petrográficas e diagenéticas de


arenitos da Formação Açu, a partir da descrição de doze seções delgadas, provenientes de poços
rasos perfurados no afloramento do Km 98 da BR-304. Destas, oito seções delgadas pertencem
ao poço 9-PHRF-16-RN e quatro são referentes ao poço 9-PHRF-20-RN.
A petrografia microscópica foi reconhecida como ferramenta para estudo de rochas
sedimentares por Henry Sorby, em meados do século XIX (Pettijohn et al., 1973). Todavia,
essa ferramenta passou a ter considerável importância a partir do direcionamento da pesquisa
para a indústria de exploração do petróleo, com o estudo detalhado dos espaços porosos capazes
de armazenar hidrocarbonetos (Adams et al., 1984). Essa técnica busca descrever as
características texturais, composicionais e diagenéticas das rochas reservatório.
A textura refere-se ao aspecto físico, no que diz respeito ao tamanho, à forma, à
disposição dos grãos e partículas. Dentre as características texturais, serão abordados:
granulometria, arredondamento/esfericidade e seleção dos constituintes.
A granulometria caracteriza e classifica a rocha, além de corroborar para o
entendimento do processo de transporte dos sedimentos e o ambiente deposicional. Neste
trabalho, foi utilizada a escala de intervalos granulométricos formulada por Udden-Wentworth
(1992) (Figura 5.1).
65

Figura 5.1: Escala de intervalos granulométricos, proposta por Wentworth (1922).

O arredondamento e a esfericidade gravam os registros do histórico da abrasão sofrida


pelo grão, que é controlada pelo tipo de transporte e pelo agente de deposição. O
arredondamento relaciona-se com o grau de desgaste das arestas presentes nos grãos ou clastos,
sendo seu índice determinado através da razão entre o raio médio de todas as reentrâncias e
saliências presentes na superfície da partícula e o raio do maior círculo inscrito (Folk, 1968). Já
a esfericidade, refere-se a quanto a forma de um grão se aproxima de uma esfera. Para tais
classificações, utilizou-se o quadro proposto por Powers (1953) apud Pettijohn et al, (1987)
(Figura 5.2).

Figura 5.2: Quadro de comparação visual para a esfericidade e arredondamento (Powers, 1953, apud
Pettijohn, 1987).

O grau de seleção dos constituintes é determinado pela predominância de uma ou mais


classes granulométricas em uma determinada seção. Um sedimento mal selecionado é
composto por duas ou mais classes granulométricas, apresentando uma grande variação no
66

tamanho dos grãos. Já um bem selecionado é quando a maioria de seus constituintes possui
dimensões aproximadamente semelhantes. Para inferir tal parâmetro, utilizaram-se as figuras
de Pettijohn et al (1949) (Figura 5.3).

Figura 5.3: Grau de seleção de uma rocha sedimentar, baseada em seus constituintes detríticos.
(PETTIJHON et al., 1987).

O conceito de maturidade mineralógica pode ser definido como a extensão por meio da
qual os processos que atuaram na formação do sedimento evoluíram para a litificação e
formação da rocha sedimentar. Arenitos mineralogicamente maduros são constituídos
predominantemente por um tipo de mineral.
Os contatos entre os grãos (Figura 5.4) podem ser classificados em cinco categorias:
flutuante, pontual, reto, côncavo-convexo e suturado. Para caracterizar a frequência na qual
cada tipo de contato ocorre na seção delgada, são utilizados os termos: predominante (P),
comum (C), raro (R) e traço (tr).

Figura 5.4: Tipos de contatos grão-grão (Scholle, 1979).


67

O empacotamento diz respeito à distribuição dos grãos e dos espaços intergranulares


numa rocha sedimentar. Portanto, o empacotamento é controlado pela forma e tamanho dos
grãos e pelo grau de compactação da rocha sedimentar; sendo um dos fatores determinantes
para a densidade da rocha. Para a determinação do empacotamento, foi utilizado o índice de
Kahn (1956) (eq. 5.1), tendo sido realizadas cinco travessias paralelas por lâmina (Figura 5.5),
na direção de maior comprimento da seção delgada.

P = 100 x Q/N (5.1)


Q = contato grão a grão;
N = número total de contatos.

Figura 5.5: Travessia de varredura e classes de empacotamento utilizando o índice de Kahn (1956).

A maturidade textural refere-se à porcentagem de quartzo sobre constituintes instáveis.


Os fatores levados em consideração são: o teor de argila, o grau de arredondamento dos grãos
e o grau de seleção das rochas (Figura 5.6).
A análise de porosidade deste trabalho foi fundamentada na classificação de Choquete
& Pray (1970), que apesar de ter sido desenvolvida para a identificação do sistema poroso de
rochas carbonáticas, também é aplicável em rochas siliciclásticas (Figura 5.7).
68

Figura 5.6: Fluxograma para identificação da Figura 5.7: Classificação do sistema poroso em rochas
maturidade textural (Scholle, 1979). carbonáticas (Choquete & Pray, 1970).

5.2 – CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA MICROSCÓPICA

A análise petrográfica realizada em doze seções delgadas permitiu caracterizar


microscópicamente quatro das cinco litofácies macroscópicas descritas no capítulo anterior. Os
valores referentes à composição modal da seção delgada em porcentagem podem ser
encontrados na Tabela de composição modal das seções delgadas em percentual (Apêndice-C).
As rochas foram classificadas como Arcóseo e Subarcóseo (Figura 5.15), de acordo com o
diagrama triangular de Folk (1975).

5.2.1 – Litofácies 1

Essa litofácies é a única representante da classe dos lamitos. Sua granulometria foi
mensurada na fração silte fino (Figura 5.8) (9-PHRF-20-RN, 8,50m) e silte grosso (Figura 5.9)
(9-PHRF-16-RN 7,65m). Seus grãos são bem selecionados, e os mesmos possuem uma boa
esfericidade, sendo subarrendodados a subangulares. Ambas as seções apresentam
empacotamento apertado; são abundantes os contatos pontuais e retos, os côncavos-convexos
69

ocorrem comumente, e os suturados são raros. São imaturos mineralogicamente e


texturalmente.
Os grãos do arcabouço são constituídos por quartzo, ortoclásio, microclínio e
plagioclásio; muscovita e biotita ocorrem como acessórios e dispersos na matriz. A matriz é
composta de matriz sindeposicional, além de traços de argila infiltrada e intraclastos argilosos.
Apresenta cimentação por caulinita com textura booklet, e oxidação.
Grande parte da porosidade foi perdida devido à compactação durante a litificação, e
pela alta coesividade dos grãos com essa fração granulométrica.
De acordo com o diagrama de Folk (1975), as rochas foram classificadas como
Subarcóseos.

Figura 5.8: Fotomicrografia representativa da litofácies Figura 5.9: Fotomicrografia representativa da


1. Silte fino. Aumento de 40x. Poço: 9-PHRF-20-RN, litofácies 1. Silte grosso. Aumento de 40x. Poço: 9-
8,50m. PHRF-16-RN, 7,50m.

5.2.2 – Litofácies 2

Essa litofácies representa psamitos com granulometria variando de muito fina a fina
(Figura 5.10). A mesma ocorre muito raramente nos intervalos analisados dos dois poços rasos,
e a única lâmina representativa dessa litofácies é a 9-PHRF-16-RN 14,10 m. Seus grãos
apresentam uma boa esfericidade, sendo bem selecionados, e morfologicamente subangulares
a subarredondados. O empacotamento foi calculado como normal, e contatos pontuais e retos
ocorrem em abundancia, enquanto os côncavos-convexos e flutuantes são raros. É uma
litofácies mineralógicamente imatura e texturalmente submatura.
70

Os grãos do arcabouço são constituídos predominantemente por quartzo, ortoclásio;


plagioclásio e microclínio ocorrem mais raramente; biotita, muscovita, opacos e apatita
aparecem como acessórios inseridos na matriz. A cimentação é composta por caulinita,
ocorrendo também a oxidação e argila infiltrada.
A seção delgada apresenta cerca de 18% de porosidade, sendo que cerca de ¾ é
representada por porosidade intergranular. Nota-se uma grande ocorrência de porosidade
secundária, do tipo móldica.
De acordo com o diagrama de Folk (1975), a rocha é classificada como Subarcóseo.

Figura 5.10: Fotomicrografia representativa da litofácies 2. Arenito fino a muito fino. Aumento de 40x.
Poço: 9-PHRF-16-RN, 14,10m.

5.2.3 – Litofácies 3

Trata-se da unidade que ocorre com mais frequência, sendo representada pelas seções
delgadas: 1,50m; 3,15m; 3,75m; 5,80m; e 6,40m do poço 9-PHRF-16-RN, e 4,40m e 13,25m
do poço 9-PHRF-20-RN. Sua granulometria varia de médio a grosso, com as camadas
apresentando um forte padrão de granodecrescência ascendente. Comparando as seções
delgadas analisadas em relação à profundidade, nota-se uma variação textural, na qual as seções
mais próximas à base das camadas, apresentam grãos maiores e pobremente selecionados, com
baixa esfericidade, gradando para grãos menores, e moderadamente selecionados, com uma boa
esfericidade para o topo. O empacotamento varia de apertado na base, gradando para normal
nas porções do topo, apresentando desde contatos pontuais, retos, côncavos-convexos,
suturados, até grãos flutuantes; os grãos são morfologicamente subarredondados e
71

subangulares. Apresenta seções imaturas e submaturas texturalmente, sendo


mineralogicamente imaturos.
A composição modal é representada por uma ampla gama mineralógica, com o
arcabouço apresentando grãos de quartzo, ortoclásio, plagioclásio e microclínio; como
acessórios aparecem biotita, muscovita, apatita, epidoto, turmalina, zircão e opacos. Também
apresenta grânulos localizados, próximo a base das camadas.
Apresenta matriz dos tipos sindeposicional, pseudomatriz resultante da compactação
grãos dúcteis e intracastos argilosos. Ocorre cimento de caulinita no formato de booklets e
precipitados de óxidos de Fe. Também ocorre argila infiltrada mecanicamente (Figura 5.11),
sendo observada em maior quantidade nas porções mais próximas ao topo, e mais raras nas
porções mais próximas a base das camadas (Figura 5.12).
Quanto à porosidade, essa litofácies apresenta em média 20,5%, sendo dos tipos
intergranular, intragranular, moldica, fratura e encolhimento.
De acordo com o diagrama de Folk (1975), a rocha é classificada como Subarcóseo.

Figura 5.11: Fotomicrografia representativa da Figura 5.12: Fotomicrografia representativa da


litofácies 3. Arenito médio a grosso, com argila litofácies 3. Arenito médio a grosso, sem argila
infiltrada mecanicamente. Aumento de 40x. Poço: 9- infiltrada mecanicamente. Aumento de 40x. Poço: 9-
PHRF-16-RN, 1,50m. PHRF-16-RN, 3,70m.

5.2.4 – Litofácies 4

Essa unidade é representada por arenito grosso a muito grosso pobremente selecionado,
descrita nas seções delgadas das profundidades 4,65 m do poço 9-PHRF-16-RN e 5,60 m do
poço 9-PHRF-20-RN. Seus grãos apresentam baixa esfericidade e morfologia subangular a
72

subarredondado. O empacotamento é normal, com contatos pontuais, retos e côncavos-


convexos. A maturidade textural classifica-a como submatura, e a mineralógica como imatura.
No arcabouço estão presentes grãos de quartzo e ortoclásio, além de grânulos e seixos
dispersos (Figura 5.13), sendo que o plagiocásio, microclínio, apatita, epidoto, biotita, opacos
e muscovita ocorrem como acessórios.
A matriz é sindeposicional. Ocorre cimento de caulinita, apresentando textura booklet,
argila infiltrada e oxidação (Figura 5.14).
A porosidade para essa unidade está entre 25 a 30%, sendo em sua maioria do tipo
intergranular, mas também ocorrem porosidades do tipo intragranular, encolhimento, fratura e
móldica.
De acordo com o diagrama de Folk (1975), as rochas são classificadas como
Subarcóseos.

Figura 5.13: Fotomicrografia representativa da Figura 5.14: Fotomicrografia representativa da


litofácies 4. Arenito muito grosso pobremente litofácies 4. Arenito muito grosso pobremente
selecionado. Aumento de 40x. Poço: 9-PHRF-16-RN, selecionado. Aumento de 40x. Poço: 9-PHRF-20-RN,
4,65m. 5,60m.

Os valores de quartzo total, feldspato total e litoclastos das amostras analisadas foram
plotados em diagrama triangular de classificação de Folk (1975) (Figura 5.15), sendo
classificadas como Subarcóseos, exceto a amostra 9-PHRF-16-RN 4,65m, classificada como
Arcóseo.
73

Figura 5.15: Classificação das seções delgadas analisadas de acordo com o Diagrama de Folk (1975).

5.3 – DIAGÊNESE

5.3.1. – Fundamentação teórica

Segundo De Ros (1987), a diagênese compreende o conjunto de condições físicas e


químicas que controla os processos geológicos atuantes sobre sedimentos depositados,
depósitos residuais e sobre todos os tipos de rochas na superfície da crosta terrestre (Figura
5.16). Esse conjunto de condições é caracterizado por baixas pressões (aproximadamente 500
kbars) e temperaturas (aproximadamente 200 ºC) que influenciam as soluções aquosas (água
meteórica e salmoras), e gases (CO 2 , O 2 , CH 4 ).
R R R R R R
74

Figura 5.16: Diagrama de pressão x temperatura relacionando os regimes da diagênese e metamórficos,


além de gradientes P-T típicos para a crosta terrestre (adaptado de Worden & Burley, 2003).

Os estágios diagenéticos foram inicialmente propostos por Choquette & Pray (1970),
subdividindo a diagênese em três estágios progressivos: Eodiagênese, mesodiagênese e
telodiagênese. Esses estágios foram adaptados posteriormente por Schmidt & McDonald
(1979), De Ros, 1987, e Morad et al. (2000).
De acordo com Morad et al. (2000), a eodiagênese ocorre desde a superfície até
profundidades em torno de 2 km e temperatura de 70ºC. A mesodiagênse, por sua vez, foi
subdividida em rasa e profunda. A primeira é caracterizada por profundidades de 2 a 3 km e
temperaturas compreendidas entre 70ºC e 100ºC. A pressão e temperatura são crescentes e os
fluidos diagenéticos são modificados pelas reações com os minerais. A mesodiagênese
profunda atinge profundidades superiores a 3 km e temperatura acima de 100ºC. Este estágio
pode atingir o anquimetamorfismo com o soterramento crescente, ou a telodiagênese com o
soerguimento.
De Ros, (1987) caracteriza a telodiagênese pela reexposição das rochas previamente
soterradas às condições superficiais por soerguimento ou erosão da parte da seção, ou pela
infiltração de água devido à presença de falhamentos, os quais permitem que tais rochas, apesar
de soterradas, sejam afetadas pelas condições superficiais.
75

5.3.2. – Processos diagenéticos

Os principais eventos diagenéticos atuantes nos arenitos da formação Açu são: (a)
Infiltração mecânica de argilas, (b) Compactação, (c) Crescimento secundário de quartzo e
feldspato, (d) Dissolução, (e) Cimentação por caulinita, (f) Precipitação de minerais opacos e
oxidação.

a) Infiltração mecânica de argilas

O processo de infiltração mecânica de argilas está relacionado às condições de clima


seco no ambiente deposicional, devido ao rebaixamento do lençol freático. Durante enxurradas
episódicas, águas com grande quantidade de carga em suspensão promovem a decantação na
superfície dos grãos. Provavelmente, essa argila trata-se de esmectita, ou interestratificado de
ilita-esmectita, sendo essa composição esperada para argilominerais de climas áridos e semi-
áridos (De Ros, 1987; Moraes & De Ros, 1988). Nos arenitos estudados, foram observadas
argilas infiltradas nas litofácies 2, 3 e 4, nas porções mais próximas ao topo de cada camada,
apresentando textura em forma de cutícula (Figura 5.17), e pontes e meniscos (Figura 5.18).

Figura 5.17: Argilas infiltradas mecanicamente, Figura 5.18: Argilas infiltradas mecanicamente,
apresentando textura de cutícula (seta amarela) e apresentando textura de cutícula (seta vermelha).
ponte (seta vermelha). Aumento de 100x. Poço: 9- Aumento de 100x. Poço: 9-PHRF-16-RN, 1,50 m.
PHRF-16-RN, 1,50 m.
76

b) Compactação

A compactação ocorre pela pressão litostática atuante na coluna de sedimentos durante


o soterramento; é caracterizada por reduzir o espaço intersticial, consequentemente, conduz à
diminuição de volume e porosidade de um sedimento em função da compressão exercida. É
dividida em compactação química e física/mecânica. Durante a compactação química ocorre a
dissolução por pressão dos minerais devido à concentração de esforços ao longo dos contatos
intergranulares. A compactação física ou mecânica é evidenciada pelo rearranjo textural (Figura
5.19), fraturamento (Figura 5.20) e esmagamento dos grãos, que podem gerar pseudomatriz
(Figura 5.22) (De Ros, 1987).

Figura 5.19: Grão de muscovita (dúctil) Figura 5.20: Grão de quartzo (rúptil) fraturado.
apresentando rearranjo textural. Aumento de Aumento de 40x. Poço: 9-PHRF-16-RN, 1,50 m.
100x. Poço: 9-PHRF-16-RN, 3,15 m.

Com o aumento da pressão litostática, a compactação também aumenta, e o espaço


intersticial é reduzido, aumentando o número de contatos grão-grão. Os contatos pontuais
(Figura 5.21) se transformam em retos e posteriormente em contatos suturados. Com a
diminuição do espaço, a rocha se torna mais densa (Figura 5.22) (Nichols, 2009).
77

Figura 5.21: Empacotamento frouxo, com contatos Figura 5.22: Empacotamento normal, com
flutuantes e retos. Aumento de 100x. Poço: 9- contatos retos e côncavos-convexos. A seta amarela
PHRF-16-RN, 14,10 m. indica a presença de pseudomatriz. Aumento de
40x. Poço: 9-PHRF-16-RN, 6,40 m.

c) Crescimento secundário de quartzo e feldspato

Ocorre apenas nas litofácies 3 e 4, onde há pouca ou nenhuma infiltração mecânica de


argila. A presença de argila nos interstícios cria uma barreira impermeável na superfície dos
grãos, de modo que impede o crescimento do quartzo ou feldspato.

d) Dissolução

A dissolução decorre da percolação de fluídos intersticiais de origem meteórica, que


interagem com os grãos do arcabouço e com o cimento, favorecendo a geração de porosidade
secundária, através da dissolução parcial (Figura 5.23) ou total dos grãos, evidenciado por poros
móldicos (Figura 5.24), alargamento dos poros preexistentes e alveolamento de grãos
relativamente instáveis (Schmidt & McDonald, 1979).
78

Figura 5.23: Dissolução parcial do grão e geração Figura 5.24: Poro agigantando a esquerda, e
de porosidade secundária intragranular. Aumento dissolução total do grão e geração de porosidade
de 100x. Poço: 9-PHRF-16-RN, 6,40 m. secudária. Aumento de 100x. Poço: 9-PHRF-16-
RN, 6,40 m.

e) Cimentação

O processo de cimentação está associado à precipitação química de diversas substâncias,


que preenchem os espaços intergranulares (Figura 5.25). Esse processo ocorre em regiões de
pequena precipitação pluviométrica, onde os sais oriundos da decomposição permanecem
retidos no interstício de onde foram formados, de modo que não são transportados até os rios e
mares.
Nas quatro litofácies analisadas predomina a presença de caulinita (Figura 5.26). Sua
origem está associada ao processo de caulinitização dos filossilicatos (5.2), intraclastos
argilosos, matriz e fragmentos de rocha (Morad, 1991).

2KAlSi 3 O 8 + 2H + 9H 2 O <——> Al 2 Si 2 O 5 (OH) 4 + 2k + + 4H 4 SiO 4


R R R R R R R R R R R R R R P P R R R (5.2)
R

R Microclínio
R Caulinita
79

Figura 5.25: Caulinita com textura booklet Figura 5.26: Caulinita próximo ao ortocásio, um
preenchendo os espaços intergranulares. Aumento dos reagentes da reação de caulinitização. Aumento
de 100x. Poço: 9-PHRF-16-RN, 1,50 m. de 100x. Poço: 9-PHRF-16-RN, 6,40 m.

f) Oxidação telodiagenética e precipitação de óxidos de Fe

A precipitação de minerais opacos foi observada em todas as litofácies estudadas, sob a


forma de cristais euédricos (Figura 5.27) e alongados, isolados ou como agregados. Por fim, a
oxidação telodiagenética é o único processo que evidencia a telodiagênese. Neste processo a
infiltração de água meteórica promove condições oxidantes que favorecem a precipitação de
óxidos de ferro, observados em todas as litofácies, em maior abundância na litofácies 1, sob a
forma de massas que preenchem os espaços entre os grãos (figura 5.28).

Figura 5.27: Grãos euédricos de minerais opacos. Figura 5.28: Massa de óxido de Fe preenchendo os
Aumento de 100x. Poço: 9-PHRF-16-RN, 7,65 m. espaços entre os grãos. Aumento de 100x. Poço: 9-
PHRF-20-RN, 8,45 m.
80

CAPÍTULO 6 – ANÁLISE DO SISTEMA POROSO

6.1 - INTRODUÇÃO

O estudo da porosidade e da permeabilidade é de importância primordial na prospecção


de fluidos contidos nas rochas sedimentares, tais como hidrocarbonetos, água subterrânea e no
reconhecimento das barreiras de permeabilidade dos reservatórios. Embora seja a porosidade
efetiva e não a porosidade total que define a permeabilidade das rochas, não existe uma relação
direta entre porosidade e permeabilidade (Suguio, 2003), sendo necessário efetuar o estudo
particular de cada reservatório.

6.2 - POROSIDADE

A porosidade (Equação 6.1) é representada como um percentual, relacionando o volume


de vazios da rocha e seu volume total.
P = Vv/Vt (6.1)

P = porosidade;
Vv = volume de vazios da rocha;
Vt = volume total.
A forma, a dimensão, o grau de empacotamento e o arranjo das partículas influenciam
a porosidade de uma dada rocha.
O estudo da porosidade é de extrema importância para a prospecção de hidrocarbonetos,
águas subterrâneas, e no reconhecimento de barreiras de permeabilidade. Em rochas
sedimentares a porosidade varia de zero, em sílex compacto não fraturado, a 80-90% em argilas.
Todavia, os valores mais frequentes são de 5% a 25%. Valores de porosidade na ordem de 35%
são tidos como excelentes para reservatórios de água e hidrocarbonetos (Suguio, 1980).
A porosidade primária mostra dados sobre o arcabouço deposicional da rocha, enquanto
a porosidade secundária é sugestiva do arcabouço pós-deposicional ou diagenético da rocha
(Choquette & Pray, 1970; Shanmungan,1985).
81

A porosidade primária é progressivamente reduzida com o aumento do soterramento,


devido aos processos de cimentação e compactação, enquanto que a porosidade secundária pode
ser desenvolvida em qualquer estágio diagenético.
Com relação à morfologia dos poros, foi utilizada a classificação de Choquette & Pray
(1970) (Figura 6.1) e Schmidt & McDonald (1979), (Figura 6.2).

Figura 6.1: Morfologia dos poros. Adaptada de Figura 6.2: Morfologia dos poros. Adaptada de
Choquete & Pray (1970). Schmidt & McDonald (1979).

6.2.1 – Análise Qualitativa dos Poros

Na análise petrográfica microscópica dos poços foi possível identificar porosidade


primária, representada por poros intergranulares; e porosidade secundária dos tipos
intragranular, encolhimento, móldica e de fratura.

Figura 6.3: Porosidade intragranular. Aumento de Figura 6.4: Porosidade de encolhimento. Aumento
100X. Poço: 9-PHRF-16-RN, T1, CX 02/02, 1,50m. de 100X. Poço: 9-PHRF-16-RN, T4, CX 02/02,
7,65m.
82

Figura 6.5: Porosidade intergranular, indicada Figura 6.6: Porosidade de dissolução parcial do
pela seta amarela; porosidade de fratura, indicada grão, indicada pela seta vermelha; e
pela seta vermelha; porosidade de dissolução microporosidade, indicada pela seta amarela.
parcial do grão, indicada pela seta laranja; Aumento de 40X. Poço: 9-PHRF-16-RN, T1, CX
porosidade de encolhimento, indicada pela seta 02/02, 1,50m.
verde; porosidade móldica, indicada pela seta roxa.
Aumento de 40X. Poço: 9-PHRF-16-RN, T1, CX
02/02, 1,50m.

6.2.2 – Análise Quantitativa Da Porosidade

A partir de dados provenientes da contagem de pontos nas seções delgadas usando o


software Petroledge, e nos dados de petrofísica, calculados por porosímetros nos plugues dos
poços cedidos pela Petrobras UO-RNCE, foi possível calcular os valores médios de porosidade
para cada litofácies identificada microscopicamente (Tabela 6.1).

Tabela 6.1 – Média da porosidade por litofácies, por meio de dados cedidos pela PETROBRAS
UO/RN-CE, e calculados na contagem ponto a ponto pelo software Petroledge.

Os valores das médias por litofácies cedidos pela PETROBRAS são mais precisos, visto
que foram calculados através de porosímetro, a partir de plugues dos poços. Para a litofácies 1,
foram fornecidos os valores das análises de 10 amostras; já para a litofácies 2, apenas uma
amostra, não representando portanto um valor confiável; para a litofácies 3, foram analisadas
83

21 amostras; e para a litofácies 4, um total de 14 amostras. Os valores obtidos através do


Petroledge apresentam uma certa discrepância. Além de possuir um menor número de amostras,
as fotomicrografias são parcialmente representativas da seção delgada. A presença de
componentes diagenéticos como caulinita, argila infiltrada e outros processos autigênicos
também interferem na inferência da porosidade. Sendo assim, os valores das médias para as
litofácies, calculadas pelo Petroledge são menos precisos.

6.3 – HISTOGRAMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE POROSIDADE

Com a análise de imagem das fotomicrografias, efetuada através do software Image J,


foi possível criar histogramas de frequência versus classes do tamanho do poro. O programa
relacionou tais valores na forma de histogramas e tabelas. Posteriormente, os dados da tabela
foram normatizados para 100%, e gerados gráficos de distribuição de tamanho de poros e
gráficos de curvas cumulativas, com o intuito de analisar essas curvas por litofácies e
correlacionar com os dados de permeabilidade.

6.3.1 – Teste do Software Image J em Rocha Artificial

Para o teste da eficiência do software Image J, foi criado no software Corel Draw uma
rocha artificial (Figura 6.7) de porosidade conhecida (28%), com poros (cor azul) em diferentes
tamanhos (Figura 6.8).
10 mm 1 mm
1 mm
10 mm

Figura 6.7: Escala da rocha artificial Figura 6.8: Rocha artificial testada no
para determinar a porosidade conhecida. Image J.

A partir da análise do software Image J, foi gerado o histograma abaixo (Figura 6.9),
relacionando frequência versus tamanho do poro, em milímetros.
84

Figura 6.9: Histograma de frequência versus tamanho do poro.

Com os dados fornecidos pela tabela que gerou o histograma acima, é gerado, no Excel 2013,
um histograma com esses valores normatizados a 100%. Esse processo é de fundamental importância
para poder comparar a frequência acumulativa entre as litofácies.

Figura 6.10: Histograma com a frequência normatizada.

Com a frequência normativa determinada, é calculada a curva de frequência acumulada


(Figura 6.11).

Rocha Artificial
Tamanho Freq. (%) Acumulativa
1 22 22
2 22 44
3 11 56
4 22 78
5 11 89
6 11 100

Tabela 6.2: Dados da rocha artificial. Figura 6.11: Frequência acumulada.


85

6.3.2 Histogramas de Distribuição por Lâmina

Figura 6.12: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-16-RN, 7,65 m.

Figura 6.13: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-16-RN, 14,10 m.


86

Figura 6.14: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-16-RN, 1,50 m.

Figura 6.15: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-16-RN, 3,15 m.


87

Figura 6.16: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-16-RN, 3,75 m.

Figura 6.17: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-16-RN, 5,80 m.


88

Figura 6.18: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-16-RN, 6,40 m.

Figura 6.19: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-20-RN, 4,40 m.


89

Figura 6.20: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-20-RN, 13,25 m.

Figura 6.21: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-16-RN, 4,65 m.


90

Figura 6.22: Análise do sistema poroso para o poço 9-PHRF-20-RN, 5,60 m.

6.3.3 Curva Cumulativa por Litofácies

Com os resultados dos histogramas obtidos para cada seção delgada, foi calculada a
média aritmética da frequência normatizada para as litofácies 3 e 4, visto que as litofácies 1 e 2
apresentam apenas uma seção delgada representando suas litofácies, não sendo necessário o
cálculo da média aritmética. Calculada a média para as litofácies 3 e 4, foi possível correlacionar
todas as seções e juntar em um só gráfico por litofácies (Figura 6.23). A partir da análise
comparativa das curvas acumulativas, conclui-se que a litofácies 4 (arenito grosso pobremente
selecionado) apresenta as melhores características em termos de padrão de distribuição do
tamanho dos poros dentre as quatro litofácies analisadas, pelo fato da curva cumulativa ser
menos acentuada, e apresentar tamanhos de poros maiores em relação às demais fácies.
91

Figura 6.23: Curvas cumulativas para cada litofácies.

Com os dados de petrofísica laboratoriais cedidos pela PETROBRAS UO-RNCE, foi


possível gerar um diagrama de dispersão relacionando porosidade versus permeabilidade
(Figura 6.24), que mostra a litofácies 4 (arenito grosso pobremente selecionado) apresentando
as melhores condições como reservatório de água ou hidrocarbonetos, pois apresenta os maiores
valores de permeabilidade.

Figura 6.24: Diagrama de dispersão porosidade (%) versus permeabilidade (mD).


92

A permeabilidade é a propriedade de uma rocha que permite a passagem de fluídos


através dela. O movimento dos fluídos subterrâneos é regido pela lei de Darcy (6.2).
Q = KA (h 1 – h 2 ) / μ. dl
R R R R (6.2)
Tal que:
Q = descarga do fluído por unidade de tempo;
K = coeficiente que depende da permeabilidade do meio (do tipo de rocha);
A = área da seção transversal do fluido (cm²);
h 1 e h 2 = locais de posicionamento de manômetros na base e no topo do meio pemeável, dentro
R R R R

do tubo vertical, definindo o gradiente de pressão hidráulica do sistema;


μ = viscosidade do fluido (em centipoises);
dl = comprimento (cm) da amostra permeável, ao longo de uma linha de fluxo dentro do tubo.
A seleção granulométrica, morfologia dos grãos e a petrofábrica influenciam no
coeficiente de permeabilidade K.
93

CAPÍTULO 7 – CONCLUSÃO

O estudo do sistema poroso das rochas sedimentares é de fundamental importância para


determinar a qualidade dos reservatórios. As rochas siliciclásticas da Formação Açu, Bacia
Potiguar (RN) vem sendo estudadas e exploradas comercialmente desde meados dos anos 70,
devido ao seu potencial de reserva de hidrocarbonetos. Este trabalho teve a proposta de estudar
a porosidade dos arenitos da Formação Açu, através de um método de análise de imagens das
fotomicrografias obtidas através de microscópio petrográfico, utilizando o software Image J.

Para a base de dados do estudo, foram feitas descrições petrográficas macroscópicas de


testemunhos de dois poços rasos (9-PHRF-16-RN e 9-PHRF-20-RN), perfurados pela
Petrobras; descrição petrográfica microscópica de doze seções delgadas e descrição
mesoscópica de um afloramento da Formação Açu, situado no km-98 da BR-304, buscando
caracterizar o paleoambiente e o sistema deposicional, que foi classificado como sistema fluvial
híbrido: entrelaçado e meandrante, representativo da unidade Açu-3, de Vasconcelos et al,
(1990). A partir desses estudos, foram identificadas cinco litofácies: litofácies 1 – argilitos e
siltitos; litofácies 2 – arenito muito fino a fino; litofácies 3 – arenito médio a grosso; litofácies
4 – arenito grosso pobremente selecionado e litofácies 5 – arenito conglomerático, sendo que
esta última não possui amostra representativa em escala microscópica.

Com a análise das fotomicrografias provenientes das doze seções delgadas a partir do
software Image J, foi possível estimar a porosidade e a qualidade dos reservatórios, através de
gráficos de distribuição do tamanho dos poros e da comparação dos resultados das curvas
cumulativas obtidas para cada litofácies com os dados de permeabilidade obtidos através de
análises laboratoriais.

O gráfico comparativo da distribuição do tamanho dos poros entre as litofácies permitiu


concluir que a litofácies 4 (arenito grosso pobremente selecionado) apresenta as melhores
condições permoporosas, sendo tal interpretação comprovada pelos dados de análises
petrofísicas cedidos pela Petrobras.

Mediante os resultados obtidos com esse trabalho, ressalta-se a importância da


metodologia empregada (elaboração de gráficos de distribuição de tamanho de poros a partir
da técnica de análise de imagens de fotomicrografias) na caracterização da qualidade de rochas
reservatório, devido à relativa simplicidade do método e seu baixo custo.
94

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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A2mica%20Externa%20e%20Risco%20Geol%C3%B3gico%22 acessado em 11/08/14 às
14T

13:17.
98

APÊNDICE - A
Software IMAGE J

 Linguagem de programação: JAVA.


 Requerimentos do Sistema: Microsoft Windows 95 ou mais recente, Mac OS, Mac OS
X e Linux.
 Gera gráficos de perfis de linha e histogramas de densidade.
 Suporta funções de processamento de imagem padrão, tais como operações de lógica e
aritmética entre imagens, contraste, manipulação, convolução, análise de Fourier,
nitidez, suavização, detecção de borda e filtragem mediana.
 Extensões suportadas: TIF/TIFF, BMP, JPG/JPEG, DICOM, FITS, NIH.
 Linguagem de Script: JAVA, permite que plugins de filtros e operações sejam
desenvolvidos e compartilhados em sites e fóruns do software.
 Ajuda ao usuário: Possui guia de usuário em inglês e um grande número de fóruns de
ajuda online.
 Desenvolvido por Wayne Rasband, do Research Services Branch, National Institute of
Mental Health, Bethesda, Maryland.
 14T http://imagej.nih.gov/ij/ 14T
99

APÊNDICE - B
Descrição das seções delgadas

APÊNDICE - B DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE SILICICLÁSTICAS


IDENTIFICAÇÃO: 9-PHRF-16-RN T01 CX02/02 1,50m
LÂMINA: 63092 BACIA POTIGUAR UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA: FORMAÇÃO AÇU
IMPREGINAÇÃO: ANÁLISE:
(X) SIM ( ) NÃO (x) QUALITATIVA (x) QUANTITATIVA
AUTOR: ANDRÉ VIANA
TEXTURA:
GRANULOMETRIA: MÉDIO A GROSSO ESFERICIDADE: Baixa
ARREDONDAMENTO: SUBANGULAR/SUBARREDONDADO ÍNDICE: 3,5
EMPACOTAMENTO: Normal 40<p<55 SELEÇÃO: Moderada
MATURIDADE TEXTURAL: Submaturo
COMPOSIÇÃO:
ESPÉCIE % MINERALOGIA TEXTURA %
CIMENTO

Quartzo Caulinita Booklet/Vermicular 3.00


GRÃOS DO ARCABOUÇO

57.00
Microclínio 4.33 Óxido de Fe --------------------------------------------- 3.00
Ortoclásio 2.67 Argila Infiltrada Cutícula/pontes e menisco 8,33
Apatita 0.67
Fragmento de rocha 0.67 TIPO COMPOSIÇÃO
Biotita 0.33 Intraclasto Argiloso 0.67
MATRIZ

Opacos 1.00 Pseudomatriz Siliciclástica 1.33

MATURIDADE MINERALÓGICA: Imaturo


POROSIDADE: CONTATOS:
TIPO ORIGEM % PONTUAIS E RETOS Abundante
INTERGRANULAR Primária 12.00 CÔNCAVOS E CONVEXOS Raro
INTRAGRANULAR Primária 2.67 SUTURADOS Traço
SHRINKAGE Secundária 0.67 FLUTUANTES Inexistente
FRATURA Secundária 1.00
MOLDICA Secundária 0.67
EVENTOS DIAGENÉTICOS:
1- Dissolução dos Feldspatos 5-Encolhimento/
2- Cimentação por caulinita 6-Infiltração mecânica de argila
3- Compactação mecânica 7-Oxidação
4- Fraturamento
NOME DA ROCHA: Subarcóseo
OBS.: Granulos dispersos.
100

APÊNDICE - B DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE SILICICLÁSTICAS


IDENTIFICAÇÃO: 9-PHRF-16-RN T02 CX02/02 3,15m
LÂMINA: 63094 BACIA POTIGUAR UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA: FORMAÇÃO AÇU
IMPREGINAÇÃO: ANÁLISE:
(X) SIM ( ) NÃO (x) QUALITATIVA (x) QUANTITATIVA
AUTOR: ANDRÉ VIANA
TEXTURA:
GRANULOMETRIA: MÉDIO A GROSSO ESFERICIDADE: Baixa
ARREDONDAMENTO: SUBANGULAR/SUBARREDONDADO ÍNDICE: 3,5
EMPACOTAMENTO: Normal 40<p<55 SELEÇÃO: Moderada
MATURIDADE TEXTURAL: Imatura
COMPOSIÇÃO:
ESPÉCIE % MINERALOGIA TEXTURA %
CIMENTO

Quartzo Caulinita Booklet/Vermicular 1.00


GRÃOS DO ARCABOUÇO

63.33
Ortoclásio 5.67 Óxido de Fe --------------------------------------------- 1.67
Microclínio 0.67 Argila Infiltrada Cutícula 3.00
Plagioclásio 0.33
Opacos 0.33 TIPO COMPOSIÇÃO
Deposicional Silte/argila? 7.67
MATRIZ

MATURIDADE MINERALÓGICA: Imatura


POROSIDADE: CONTATOS:
TIPO ORIGEM % PONTUAIS E RETOS Abundante
INTERGRANULAR Primária 9.00 CÔNCAVOS E CONVEXOS Raro
SHRINKAGE Secundária 5.67 SUTURADOS Traço
FRATURA Secundária 0.33 FLUTUANTES Inexistente
MOLDICA Secundária 0.67

EVENTOS DIAGENÉTICOS:
1- Dissolução dos Feldspatos 5-Encolhimento
2- Cimentação por caulinita 6-Infiltração mecânica de argila
3- Compactação mecânica 7-Oxidação
4- Fraturamento
NOME DA ROCHA: Subarcóseo
OBS.: Granulos dispoersos. Grãos menores apresentam alta esfericidade.
101

APÊNDICE - B DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE SILICICLÁSTICAS


IDENTIFICAÇÃO: 9-PHRF-16-RN T02 CX02/02 3,75m
LÂMINA: 63095 BACIA POTIGUAR UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA: FORMAÇÃO AÇU
IMPREGINAÇÃO: ANÁLISE:
(X) SIM ( ) NÃO (x) QUALITATIVA (x) QUANTITATIVA
AUTOR: ANDRÉ VIANA
TEXTURA:
GRANULOMETRIA: MÉDIO A GROSSO ESFERICIDADE: Baixa/Alta
ARREDONDAMENTO: SUBANGULAR/SUBARREDONDADO ÍNDICE: 3,5
EMPACOTAMENTO: Normal 40<p<55 SELEÇÃO: Moderada
MATURIDADE TEXTURAL: Submatura
COMPOSIÇÃO:
ESPÉCIE % MINERALOGIA TEXTURA %
CIMENTO

Quartzo Caulinita Booklet/Vermicular 3.33


GRÃOS DO ARCABOUÇO

62
Ortoclásio 2.00 Óxido de Fe --------------------------------------------- 0.33
Plagioclásio 0.67 Argila infiltrada Cutícula 1,67
Microclínio 0.33
Apatita 0.33 TIPO COMPOSIÇÃO
Epidoto 0.33 Deposicional Silte/argila 3.33
MATRIZ

Biotita 0.67
Opacos 0.33
Muscovita 0.33

MATURIDADE MINERALÓGICA: Imatura


POROSIDADE: CONTATOS:
TIPO ORIGEM % PONTUAIS E RETOS Abundante
INTERGRANULAR Primária 15.67 CÔNCAVOS E CONVEXOS Comum
INTRAGRANULAR Primária 1.97 SUTURADOS Raro
SHRINKAGE Secundária 2.67 FLUTUANTES Inexistente
FRATURA Secundária 0.67
MOLDICA Secundária 0.67
EVENTOS DIAGENÉTICOS:
1- Dissolução dos Feldspatos 5-Encolhimento
2- Cimentação por caulinita 6-Infiltração mecânica de argila
3- Compactação mecânica 7-Oxidação
4- Fraturamento
NOME DA ROCHA: Subarcóseo
OBS.: Menor quantidade de argila infiltrada. Granulometria heterogênea.
102

PÊNDICE - B DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE SILICICLÁSTICAS


IDENTIFICAÇÃO: 9-PHRF-16-RN T03 CX01/02 4,65m
LÂMINA: 63093 BACIA POTIGUAR UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA: FORMAÇÃO AÇU
IMPREGINAÇÃO: ANÁLISE:
(X) SIM ( ) NÃO (x) QUALITATIVA (x) QUANTITATIVA
AUTOR: ANDRÉ VIANA
TEXTURA:
GRANULOMETRIA: GROSSO A MUITO GROSSO ESFERICIDADE: Baixa
ARREDONDAMENTO: SUBANGULAR/SUBARREDONDADO ÍNDICE: 3,5
EMPACOTAMENTO: Normal 40<p<55 SELEÇÃO: Mal selecionado
MATURIDADE TEXTURAL: Imatura
COMPOSIÇÃO:
ESPÉCIE % MINERALOGIA TEXTURA %
CIMENTO

Quarzo Caulinita Booklet/Vermicular 1.67


GRÃOS DO ARCABOUÇO

47.33
Ortoclásio 14.67 Óxido de Fe --------------------------------------------- 0.33
Microclínio 1.33
Apatita 0.67
Biotita 1.33 TIPO COMPOSIÇÃO
Opacos 0.33
MATRIZ

Plagiocásio 1.33 Intraclasto Argiloso 0.33


Fragmento de rocha 0.33 Deposicional Silte/Argila 6.00
Muscovita 1.33
Zircão 0.33
MATURIDADE MINERALÓGICA: Imatura
POROSIDADE: CONTATOS:
TIPO ORIGEM % PONTUAIS E RETOS Abundante
INTERGRANULAR Primária 16.67 CÔNCAVOS E CONVEXOS Comum
INTRAGRANULAR Primária 1.00 SUTURADOS Raro
FRATURA Secundária 4.67 FLUTUANTES Inexistente
MOLDICA Secundária 0.67

EVENTOS DIAGENÉTICOS:
1- Dissolução dos Feldspatos 5-Encolhimento
2- Cimentação por caulinita 6- Oxidação
3- Compactação mecânica
4- Fraturamento
NOME DA ROCHA: Subarcóseo
OBS.:Seixos e grânulos dispersos. Arenito grosso a muito grosso mal selecionado.
103

APÊNDICE - B DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE SILICICLÁSTICAS


IDENTIFICAÇÃO: 9-PHRF-16-RN T03 CX02/02 5,80m
LÂMINA: 63097 BACIA POTIGUAR UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA: FORMAÇÃO AÇU
IMPREGINAÇÃO: ANÁLISE:
(X) SIM ( ) NÃO (x) QUALITATIVA (x) QUANTITATIVA
AUTOR: ANDRÉ VIANA
TEXTURA:
GRANULOMETRIA: MEDIO A GROSSO ESFERICIDADE: Baixa/Alta
ARREDONDAMENTO: SUBANGULAR/SUBARREDONDADO ÍNDICE: 3,5
EMPACOTAMENTO: Fechado p<55 SELEÇÃO: Moderada
MATURIDADE TEXTURAL: Submatura
COMPOSIÇÃO:
ESPÉCIE % MINERALOGIA TEXTURA %
CIMENTO

Quartzo Caulinita Booklet/Vermicular 1.00


GRÃOS DO ARCABOUÇO

60.00
Microclínio 2.00 Óxido de Fe --------------------------------------------- 1.00
Ortoclásio 2.00
Opacos 0.67
Plagioclásio 0.33 TIPO COMPOSIÇÃO
Apatita 0.33 Deposicional Silte/Argila 3.00
MATRIZ

Zircão 0.33 Intraclasto Argiloso 2.33

MATURIDADE MINERALÓGICA: Imatura


POROSIDADE: CONTATOS:
TIPO ORIGEM % PONTUAIS E RETOS Abundante
INTERGRANULAR Primária 22.00 CÔNCAVOS E CONVEXOS Comum
INTRAGRANULAR Primária 0.67 SUTURADOS Comum
FRATURA Secundária 1.00 FLUTUANTES Inexistente
MOLDICA Secundária 0.33

EVENTOS DIAGENÉTICOS:
1- Dissolução dos Feldspatos 5-Encolhimento/
2- Cimentação por caulinita 6- Oxidação
3- Compactação mecânica
4- Fraturamento
NOME DA ROCHA: Subarcóseo
OBS.:
104

APÊNDICE - B DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE SILICICLÁSTICAS


IDENTIFICAÇÃO: 9-PHRF-16-RN T04 CX01/02 6,40m
LÂMINA: 63098 BACIA POTIGUAR UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA: FORMAÇÃO AÇU
IMPREGINAÇÃO: ANÁLISE:
(X) SIM ( ) NÃO (x) QUALITATIVA (x) QUANTITATIVA
AUTOR: ANDRÉ VIANA
TEXTURA:
GRANULOMETRIA: MÉDIO A GROSSO ESFERICIDADE: Baixa
ARREDONDAMENTO: SUBANGULAR/SUBARREDONDADO ÍNDICE: 3,5
EMPACOTAMENTO: Normal 40<p<55/ Apertado p>55 SELEÇÃO: Moderada
MATURIDADE TEXTURAL: Imatura
COMPOSIÇÃO:
ESPÉCIE % MINERALOGIA TEXTURA %
CIMENTO

Quartzo Caulinita Booklet/Vermicular 2.33


GRÃOS DO ARCABOUÇO

60.00
Microclínio 1.67 Óxido de Fe --------------------------------------------- 0.67
Ortoclásio 2.33 Argila infiltrada Cutícula 3.00
Muscovita 1.00
Apatita 0.33 TIPO COMPOSIÇÃO
Biotita 0.67 Intraclasto Argiloso 0.33
MATRIZ

Deposicional Silte/Argila 7.00

MATURIDADE MINERALÓGICA: Imatura


POROSIDADE: CONTATOS:
TIPO ORIGEM % PONTUAIS E RETOS Abundante
INTERGRANULAR Primária 14.33 CÔNCAVOS E CONVEXOS Comum
INTRAGRANULAR Primária 2.33 SUTURADOS Comum
SHRINKAGE Secundária 0.33 FLUTUANTES Traço
FRATURA Secundária 1.00
MOLDICA Secundária 2.33
EVENTOS DIAGENÉTICOS:
1- Dissolução dos Feldspatos 5-Encolhimento
2- Cimentação por caulinita 6-Infiltração mecânica de argila
3- Compactação mecânica 7-Oxidação
4- Fraturamento
NOME DA ROCHA: Subarcóseo
OBS.: Apresenta variação lateral de granulométrica.
105

APÊNDICE - B DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE SILICICLÁSTICAS


IDENTIFICAÇÃO: 9-PHRF-16-RN T04 CX02/02 7,65m
LÂMINA: 63099 BACIA POTIGUAR UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA: FORMAÇÃO AÇU
IMPREGINAÇÃO: ANÁLISE:
(X) SIM ( ) NÃO (x) QUALITATIVA (x) QUANTITATIVA
AUTOR: ANDRÉ VIANA
TEXTURA:
GRANULOMETRIA: SILTE GROSSO ESFERICIDADE: BOA/MÉDIA
ARREDONDAMENTO: SUBANGULAR/SUBARREDONDADO ÍNDICE: 3,5
EMPACOTAMENTO: FECHADO p > 55 SELEÇÃO: BEM SELECIONADO
MATURIDADE TEXTURAL: Imatura
COMPOSIÇÃO:
ESPÉCIE % MINERALOGIA TEXTURA %
CIMENTO

Quartzo Caulinita Booklet/Vermicular 9.00


GRÃOS DO ARCABOUÇO

34.33
Ortoclásio 4,33 Óxido de Fe --------------------------------------------- 8,33
Microclínio 4.33 Argila Infiltrada Cutícula 1,00
Plagioclásio 2.33
Biotita 2.00 TIPO COMPOSIÇÃO
Muscovita 0.33 Deposicional Silte/Argila? 17.00
MATRIZ

Opacos 2.67 Intraclasto Argiloso 0.33


Pseudomatriz Silicicástica 0.33

MATURIDADE MINERALÓGICA: Imatura


POROSIDADE: CONTATOS:
TIPO ORIGEM % PONTUAIS E RETOS Abundante
INTERGRANULAR Primária 2.67 CÔNCAVOS E CONVEXOS Comum
INTRAGRANULAR Primário 0.67 SUTURADOS Raro
SHRINKAGE Secundário 5.33 FLUTUANTES Inexistente
FRATURA Secundário 0,67
MOLDICA Secundário 4.33
EVENTOS DIAGENÉTICOS:
1- Dissolução dos Feldspatos 5-Encolhimento/ressecamento
2- Cimentação por caulinita 6-Infiltração mecânica de argila
3- Compactação mecânica 7-Oxidação
4- Fraturamento
NOME DA ROCHA: Siltito
OBS.: Há ocorrência de epidoto e zircão, entretanto não foram computados nas travessias
106

APÊNDICE - B DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE SILICICLÁSTICAS


IDENTIFICAÇÃO: 9-PHRF-16-RN T08 CX01/02 14,10m
LÂMINA: 63100 BACIA POTIGUAR UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA: FORMAÇÃO AÇU
IMPREGINAÇÃO: ANÁLISE:
(X) SIM ( ) NÃO (x) QUALITATIVA (x) QUANTITATIVA
AUTOR: ANDRÉ VIANA
TEXTURA:
GRANULOMETRIA: MUITO FINO/FINO ESFERICIDADE: BOA
ARREDONDAMENTO: SUBANGULAR/SUBARREDONDADO ÍNDICE: 3,5
EMPACOTAMENTO: NORMAL 45<p<55 SELEÇÃO: BEM SELECIONADO
MATURIDADE TEXTURAL: Submaturo
COMPOSIÇÃO:
ESPÉCIE % MINERALOGIA TEXTURA %
CIMENTO

Quartzo Caulinita Booklet/Vermicular 12.33


GRÃOS DO ARCABOUÇO

50.00
Ortoclásio 9.67 Óxido de Fe 0.67
Microclínio 2.00 Infiltrada Argila 4.33
Plagioclásio 1.00
Biotita 0.67 TIPO COMPOSIÇÃO
Muscovita 0.33
MATRIZ

Opacos 2.67
Apatita 0.33

MATURIDADE MINERALÓGICA: Imaturo


POROSIDADE: CONTATOS:
TIPO ORIGEM % PONTUAIS E RETOS Abundantes
INTERGRANULAR Primária 12.67 CÔNCAVOS E CONVEXOS Raro
INTRAGRANULAR Primária 1.33 SUTURADOS Traço
FRATURA Secundária 3.33 FLUTUANTES Raro
MOLDICA Secundária 1.00

EVENTOS DIAGENÉTICOS:
1- Dissolução dos Feldspatos 5-Encolhimento
2- Cimentação por caulinita 6-Infiltração mecânica de argila
3- Compactação mecânica 7-Oxidação
4- Fraturamento
NOME DA ROCHA: Subarcóseo
OBS.:
107

APÊNDICE - B DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE SILICICLÁSTICAS


IDENTIFICAÇÃO: 9-PHRF-20-RN T02 CX01/02 4,40m
LÂMINA: 63101 BACIA POTIGUAR UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA: FORMAÇÃO AÇU
IMPREGINAÇÃO: ANÁLISE:
(X) SIM ( ) NÃO (x) QUALITATIVA (x) QUANTITATIVA
AUTOR: ANDRÉ VIANA
TEXTURA:
GRANULOMETRIA: MÉDIO A GROSSO ESFERICIDADE: Baixa
ARREDONDAMENTO: SUBANGULAR/SUBARREDONDADO ÍNDICE: 3,5
EMPACOTAMENTO: Normal 40<p<55 SELEÇÃO: Moderada
MATURIDADE TEXTURAL: Imatura
COMPOSIÇÃO:
ESPÉCIE % MINERALOGIA TEXTURA %
CIMENTO

Quartzo Caulinita Booklet/Vermicular 3.00


GRÃOS DO ARCABOUÇO

69.33
Ortoclásio 2.33 Óxido de Fe --------------------------------------------- 0.33
Microclínio 1.00
Muscovita 0.67
Fragmento de rocha 0.67 TIPO COMPOSIÇÃO
Biotita 0.33
MATRIZ

Apatita 0.33 Intraclasto Argiloso 0.66


Deposicional Silte/argila 6.33

MATURIDADE MINERALÓGICA: Imatura


POROSIDADE: CONTATOS:
TIPO ORIGEM % PONTUAIS E RETOS Abundante
INTERGRANULAR Primária 20.33 CÔNCAVOS E CONVEXOS Comum
INTRAGRANULAR Primária 1.00 SUTURADOS raro
FRATURA Secundária 1.00 FLUTUANTES Inexistente
MOLDICA Secundária 1.67

EVENTOS DIAGENÉTICOS:
1- Dissolução dos Feldspatos 5-Encolhimento
2- Cimentação por caulinita 6-Oxidação
3- Compactação mecânica
4- Fraturamento
NOME DA ROCHA: Subarcóseo
OBS.:
108

APÊNDICE - B DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE SILICICLÁSTICAS


IDENTIFICAÇÃO: 9-PHRF-20-RN T02 CX02/02 5,60m
LÂMINA: 63102 BACIA POTIGUAR UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA: FORMAÇÃO AÇU
IMPREGINAÇÃO: ANÁLISE:
(X) SIM ( ) NÃO (x) QUALITATIVA (x) QUANTITATIVA
AUTOR: ANDRÉ VIANA
TEXTURA:
GRANULOMETRIA: GROSSO A MUITO GROSSO ESFERICIDADE: Baixa
ARREDONDAMENTO: SUBANGULAR/SUBARREDONDADO ÍNDICE: 3,5
EMPACOTAMENTO: Normal 40<p<55 SELEÇÃO: Mal selecionado
MATURIDADE TEXTURAL: Imatura
COMPOSIÇÃO:
ESPÉCIE % MINERALOGIA TEXTURA %
CIMENTO

Quartzo Caulinita Booklet/Vermicular 3.33


GRÃOS DO ARCABOUÇO

50.67
Ortoclásio 7.00 Óxido de Fe --------------------------------------------- 2.67
Microclínio 3.00 Argila infiltrada Cutícula 9.33
Apatita 0.33
Biotita 0.33 TIPO COMPOSIÇÃO
Opacos 0.33 Deposicional Silte/Argila 7.00
MATRIZ

Intraclasto Argiloso 0.67

MATURIDADE MINERALÓGICA: Imatura


POROSIDADE: CONTATOS:
TIPO ORIGEM % PONTUAIS E RETOS Abundante
INTERGRANULAR Primária 10.00 CÔNCAVOS E CONVEXOS Comum
INTRAGRANULAR Primária 2.00 SUTURADOS Traço
SHRINKAGE Secundária 0.67 FLUTUANTES Traço
FRATURA Secundária 0.67
MOLDICA Secundária 2.00
EVENTOS DIAGENÉTICOS:
1- Dissolução dos Feldspatos 5-Encolhimento
2- Cimentação por caulinita 6- Infiltração mecânica de argila
3- Compactação mecânica 7- Oxidação
4- Fraturamento
NOME DA ROCHA: Subarcóseo
OBS.:Seixos e grânulos dispersos. Arenito grosso a muito grosso mal selecionado.
109

APÊNDICE - B DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE SILICICLÁSTICAS


IDENTIFICAÇÃO: 9-PHRF-20-RN T04 CX01/02 8,45m
LÂMINA: 63103 BACIA POTIGUAR UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA: FORMAÇÃO AÇU
IMPREGINAÇÃO: ANÁLISE:
( ) SIM (x) NÃO (x) QUALITATIVA (x) QUANTITATIVA
AUTOR: ANDRÉ VIANA
TEXTURA:
GRANULOMETRIA: SILTE FINO ESFERICIDADE: MÉDIA
ARREDONDAMENTO: SUBANGULAR/SUBARREDONDADO ÍNDICE: 3,5
EMPACOTAMENTO: FECHADO p > 55 SELEÇÃO: BEM SELECIONADO
MATURIDADE TEXTURAL: Imatura
COMPOSIÇÃO:
ESPÉCIE % MINERALOGIA TEXTURA %
CIMENTO
GRÃOS DO ARCABOUÇO

Quartzo 41,66
Ortoclásio 2,33
Plagioclásio 1,96
Muscovita 1,67
Opacos 3 TIPO COMPOSIÇÃO
Deposicional Silte/Argila? 42,67
MATRIZ

MATURIDADE MINERALÓGICA: Imatura


POROSIDADE: CONTATOS:
TIPO ORIGEM % PONTUAIS E RETOS Abundante
INTERGRANULAR CÔNCAVOS E CONVEXOS Comum
INTRAGRANULAR SUTURADOS Raro
SHRINKAGE FLUTUANTES Inexistente
FRATURA
MOLDICA
EVENTOS DIAGENÉTICOS:
1- Compactação mecânica
2- Oxidação

NOME DA ROCHA: Siltito


OBS.: *A quantificação da porosidade não é confiável por não haver impregnação na lâmina. Essa seção não foi
quantificada no software IMAGE J.
110

IDENTIFICAÇÃO: 9-PHRF-20-RN T06 CX01/02 13,25m


LÂMINA: 63104 BACIA POTIGUAR UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA: FORMAÇÃO AÇU
IMPREGINAÇÃO: ANÁLISE:
(X) SIM ( ) NÃO (x) QUALITATIVA (x) QUANTITATIVA
AUTOR: ANDRÉ VIANA
TEXTURA:
GRANULOMETRIA: MÉDIO A GROSSO ESFERICIDADE: Baixa/Alta
ARREDONDAMENTO: SUBANGULAR/SUBARREDONDADO ÍNDICE: 3,5
EMPACOTAMENTO: Normal 40<p<55 SELEÇÃO: Moderada
MATURIDADE TEXTURAL: Submatura
COMPOSIÇÃO:
ESPÉCIE % MINERALOGIA TEXTURA %
CIMENTO

Quartzo Caulinita Booklet/Vermicular 5.67


GRÃOS DO ARCABOUÇO

50.33
Ortoclásio 5.00 Óxido de Fe --------------------------------------------- 1.00
Microclínio 1.67 Infiltrada Argila 2.67
Biotita 1.00
Zircão 0.67 TIPO COMPOSIÇÃO
Opacos 0.67 Intraclasto Argiloso 1.00
MATRIZ

Plagioclásio 0.33 Deposicional Silte/Argila 2.33


Apatita 0.33 Pseudomatriz 0.33
Muscovita 0.33

MATURIDADE MINERALÓGICA: Imatura


POROSIDADE: CONTATOS:
TIPO ORIGEM % PONTUAIS E RETOS Abundante
INTERGRANULAR Primária 19.33 CÔNCAVOS E CONVEXOS Comum
INTRAGRANULAR Primária 1.00 SUTURADOS Comum
SHRINKAGE Secundária 1.67 FLUTUANTES Inexistente
MOLDICA Secundária 4,97

EVENTOS DIAGENÉTICOS:
1- Dissolução dos Feldspatos 5-Encolhimento/
2- Cimentação por caulinita 6-Infiltração mecânica de argila
3- Compactação mecânica 7-Oxidação
4- Fraturamento
NOME DA ROCHA: Subarcóseo
OBS.:
111

APÊNDICE - C
Tabela de composição modal das seções delgadas em percentual
112

ANEXO - A
DADOS DE PETROFÍSICA DOS POÇOS: 9-PHRF-16-RN e 9-PHRF-20-RN
Poço Direção da amostra Testemunho Topo(m) Porosidade (%) Permeabilidade (mD)
9-PHRF-16-RN VH1 1 0,75 24,8 1310
9-PHRF-16-RN VH1 1 1,2 25,5 220
9-PHRF-16-RN VH1 1 1,4 23,5 1670
9-PHRF-16-RN VH1 2 2,6 22,9 1920
9-PHRF-16-RN VH1 2 2,9 23 1310
9-PHRF-16-RN VH1 2 3,15 20,1 400
9-PHRF-16-RN VV1 2 3,15 21,5 230
9-PHRF-16-RN VH1 2 3,4 24,7 780
9-PHRF-16-RN VV1 2 3,75 22,3 200
9-PHRF-16-RN VH1 2 3,75 22,7 560
9-PHRF-16-RN VH1 3 4,3 22,9 1410
9-PHRF-16-RN VH1 3 4,65 22,8 1190
9-PHRF-16-RN VH1 3 4,9 24 670
9-PHRF-16-RN VH1 3 5,25 27,1 1450
9-PHRF-16-RN VH1 3 5,55 25,6 1320
9-PHRF-16-RN VH1 3 5,8 24,8 870
9-PHRF-16-RN VV1 4 6,1 21,3 88
9-PHRF-16-RN VH1 4 6,1 19,9 60
9-PHRF-16-RN VH1 4 6,4 23,3 180
9-PHRF-16-RN VV1 4 7,6 22,7 22
9-PHRF-16-RN VH1 4 7,7 22 13,4
9-PHRF-16-RN VH1 4 7,95 20,2 4,4
9-PHRF-16-RN VH1 8 14,1 29 2300
9-PHRF-16-RN VV1 8 14,85 26,7 210
9-PHRF-16-RN VH1 8 14,85 27,6 1630
9-PHRF-16-RN VH1 8 15,5 29,1 4400
9-PHRF-16-RN VV1 9 16,9 19,8 1
9-PHRF-16-RN VH1 10 18,15 23 850
9-PHRF-16-RN VV1 10 18,15 20,7 109
9-PHRF-16-RN VH1 10 18,4 19 430
9-PHRF-20-RN VV1 2 4,4 25,6 1120
9-PHRF-20-RN VH1 2 4,4 25,6 1870
9-PHRF-20-RN VH1 2 4,75 26,4 3600
9-PHRF-20-RN VH1 2 5,05 26,1 6200
9-PHRF-20-RN VV1 2 5,05 27,4 14700
9-PHRF-20-RN VV1 2 5,3 26,5 15700
9-PHRF-20-RN VH1 2 5,6 24,2 300
9-PHRF-20-RN VV1 2 5,6 25,8 1380
9-PHRF-20-RN VH1 3 7,55 26 1660
9-PHRF-20-RN VH1 4 8,85 23,9 11,9
9-PHRF-20-RN VV1 4 8,95 24,2 5,9
9-PHRF-20-RN VH1 6 12,9 24,8 6,5
9-PHRF-20-RN VV1 6 12,9 24,9 4,1
9-PHRF-20-RN VH1 6 13,25 31,5 2600
9-PHRF-20-RN VV1 7 14,85 30,7 790
9-PHRF-20-RN VH1 8 16,95 21,3 2,7

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