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Aleixo Garcia

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Aleixo Garcia (em castelhano: Alejo García ; Alentejo (Portugal), Aleixo Garcia
nascido em data desconhecida – Paraguai, 1525) foi um navegador que
Nascimento
participou na exploração do Rio da Prata em 1516 ao serviço da Coroa de Portugal
Castela sob o comando de Juan Díaz de Solís e em 1524 arregimentou um Morte 1525
exército formado por índios (após viver 8 anos entre eles) e partiu para Paraguai
uma incrível jornada em direcção ao Peru e às suas fabulosas riquezas. Nacionalidade portuguesa
Faleceu nessa expedição mas tornou-se o primeiro europeu a contactar com
Ocupação Navegador
o Império Inca.

Índice
Biografia
A saga de Aleixo Garcia
Os nomes "Argentina" e "Rio da Prata"
Referências
Ligações externas

Biografia
São desconhecidos o lugar e a data do nascimento de Aleixo Garcia, embora se saiba que tenha origem portuguesa e que faleceu
em terras do atual Paraguai quando retornava de uma expedição.

Em 1515, embarcou na expedição comandada pelo espanhol Juan Díaz de Solís, que tinha como objetivo encontrar uma
passagem para o Oceano Pacífico ao sul da América do Sul. A expedição ingressou do Rio da Prata e foi atacada por nativos da
etnia guarani. O ataque causou a morte do comandante e de muitos integrantes da expedição.

Os sobreviventes, comandados por Francisco de Torres, cunhado de Solís, decidiram retornar à Espanha. Durante o retorno, uma
da caravelas naufragou em frente à Ilha de Santa Catarina. Em decorrência do naufrágio, 18 tripulantes[1] (14 espanhóis e 4
portugueses), dentre eles Aleixo, foram deixados na Ilha de Santa Catarina, aos quais se juntou um outro português de expedições
portuguesas anteriores, onde se inteiraram da existência de "grandes riquezas" no interior do continente.

Poucos anos depois, Aleixo Garcia organizou por sua conta uma nova expedição, comandando uma bandeira[2], da qual fez parte
um grande número de guerreiros avá (guaranis), para percorrer aquelas terras. Entre 1521 e 1525, percorreu o rio Paraguai
chegando até os limites orientais[3] do Tawantinsuyu, passando pela região de Cochabamba no que hoje é a atual Bolívia e
atravessando a parte norte do Chaco. A expedição conseguiu encontrar as riquezas que buscava, mas foi atacada pelos paiaguás,
que mataram a maior parte de seus integrantes, entre eles Aleixo, que foi enterrado onde hoje se encontra a cidade de San Pedro
de Ycuamandyú, capital do departamento paraguaio de San Pedro.
Segundo a pesquisadora Rosana Bond, essa expedição teria utilizado o Caminho do Peabiru[4] e teria feito contado com os
incas[5].

A saga de Aleixo Garcia


A expedição organizada por Aleixo Garcia partiu no verão de 1524 do Porto de Patos, na costa de Santa Catarina, rumo ao Alto
Peru. Desde que chegara nesse porto com o que restara da expedição de Juan Díaz de Solís, Aleixo Garcia passara 8 anos ali,
convivendo com os nativos. Foi no local que ouviu falar da riqueza dos incas em relatos que narravam uma montanha de prata e
um poderoso rei "branco". Reuniu um grupo de dois mil homens, a imensa maioria ameríndios, e partiu à conquista do Império
Inca, seguindo o antigo Caminho do Peabiru.

A expedição demorou quatro meses para chegar ao lugar onde hoje se encontra a cidade de Assunção, no Paraguai. Alimentavam-
se coletando frutos silvestres e mel.

Quando chegaram às fronteiras incas, próximas à atual cidade de Sucre, atacaram os postos fronteiriços e chegaram a menos de
150 km de Potosí que, então, era uma montanha de prata e havia gerado as histórias que Aleixo Garcia ouvira em Santa Catarina.
O "rei branco" era o inca Huayna Capac, que residia em Cuzco.

Uma vez tendo saqueado a zona por onde passou, levando muito ouro e prata, retornou pelo rio Paraguai, onde a expedição foi
atacada por indígenas chamados de "payaguá" pelos guaranis, e boa parte da expedição, incluindo Aleixo Garcia, foi morta,
salvando-se porém um filho seu, o qual foi levado alguns anos depois para Assunção pelo adelantado (governador) Domingo
Martínez de Irala[6].

A rota aberta por Aleixo Garcia foi posteriormente muito utilizada. Por ela passaram Martim Afonso de Sousa, que fundou a
cidade de São Vicente, Álvar Núñez Cabeza de Vaca (em 1541)[7] e Ulrich Schmidl (em 1553)[8]. Por esses mesmos caminhos,
passaram os Jesuítas, que fundaram as missões onde se cristianizavam os guaranis.

De salientar que Aleixo Garcia chegou ao Tawantinsyo em 1524 bem antes de Pizarro que iniciou sua conquista do Peru em
novembro de 1532,[9]

Os nomes "Argentina" e "Rio da Prata"


A origem dos nomes "Argentina" e "Rio da Prata" não se deve à abundância desse metal em terras argentinas ou riopratenses. Em
1526, foram encontrados no estuário da desembocadura do rio Uruguai, no Atlântico, indígenas que traziam muita prata.
Sebastião Caboto, que foi quem os encontrou, pensou que houvesse abundância de prata no estuário de posterior nome, e assim o
apelidou. Esses indígenas eram remanescentes da expedição de Aleixo Garcia ao Peru. Mas, mesmo que se tenha clarificado a
procedência dos metais que traziam, os nomes permaneceram. Dali se estendeu o de Argentina (de argentum, prata em latim), que
foi usado pela primeira vez no poema histórico La Argentina o la conquista del Río de la Plata, publicado em 1602 por Martín
del Barco Centenera.

Referências
1. Alejo García (https://www.biografiasyvidas.com/biografia/g/garcia_alejo.htm), em espanhol, acesso em 07 de
setembro de 2017.
2. WACHOWICZ, Ruy Christovam. História do Paraná. Ponta Grossa, Editora UEPG, 2010, 10ª edição, pág. 37.
3. COSTA E SILVA, Paulo Pitaluga. Aleixo Garcia, o homem e o mito. Cuiabá, Carlini & Caniato Editorial, 2012, 192
págs..
4. BOND, Rosana. A Saga de Aleixo Garcia, o Descobridor do Império Inca. Florianópolis, Editora Insular, 1998, 88
págs.
5. Nova pesquisa sobre Aleixo Garcia e Caminho de Peabiru em livro (http://anovademocracia.com.br/no-140/5632-
nova-pesquisa-sobre-aleixo-garcia-e-caminho-de-peabiru-em-livro), acesso em 07 de setembro de 2017
6. SILVEIRA NETTO, Manuel Azevedo da. Do Guairá aos Saltos do Iguaçu. Curitiba, Fundação Cultural/Farol do
Saber, 1995, pág. 70.
7. CABEZA DE VACA, Álvar Núñez. Comentários. Curitiba, Farol do Saber, 1995, pág. 39.
8. MOCELLIN, Renato. História Concisa do Paraná. Curitiba, Editora Prismas, 2018, pág. 37.
9. Garcia, Alan "Pizarro El Rey de la Baraja - Politica, Confusión y Dolor em la Conquista" 2012 Ed. Titanium.

Ligações externas
Peabiru, a rota perdida (http://www.novomilenio.inf.br/sv/svh009b.htm)

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