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2016
RESUMO/ABSTRACT
1
PALAVRAS-CHAVE/KEY-WORDS
2
ÍNDICE
Resumo/Abstract 1
Palavras-chave/Key-Words 2
Agradecimentos 7
Siglas e abreviaturas 9
Introdução 13
Metodologia e Critérios 35
Manuel Inácio da Costa Quintela (1763-1838) 38
José Maria Dantas Pereira (1772-1836) 40
José Joaquim Lopes de Lima (1797-1852) 44
Joaquim Pedro Celestino Soares (1793-1870) 46
Joaquim José Gonçalves de Matos Correia (1801-1879) 49
Carlos André Testa (1823-1891) 51
António Filipe Marx de Sori (1833-1914) 54
António Pereira de Paiva e Pona (1849-1899) 56
João Braz de Oliveira (1851-1917) 58
Vicente de Moura Coutinho Almeida d’Eça (1852-1929) 62
Ernesto Júlio de Carvalho e Vasconcelos (1852-1930) 67
António Artur Baldaque da Silva (1852-1915) 71
Henrique Lopes de Mendonça (1856-1931) 75
Henrique Quirino da Fonseca (1868-1939) 80
Carlos Viegas Gago Coutinho (1869-1959) 84
Abel Fontoura da Costa (1869-1940) 90
Eugénio Estanislau de Barros (1870-1942) 99
3
Joaquim Anselmo da Matta Oliveira (1874-1948) 101
António Alves Pereira de Matos (1874-1930) 104
Alfredo Botelho de Sousa (1880-1960) 107
Jaime Correia do Inso (1880-1967) 113
Luís Manuel Júlio Frederico da Cunha Gonçalves (1881-1963) 117
César Augusto de Oliveira Moura Brás (1881-1954) 122
Tancredo Octávio Faria de Morais (1882-1951) 124
Humberto José Santos Leitão (1885-1973) 127
Carlos Gomes de Amorim Loureiro (1894-1966) 130
José Moreira de Almeida Campos (1898-1967) 132
António Marques Esparteiro (1898-1976) 134
José Augusto do Amaral Frazão de Vasconcelos (1899-1970) 140
Manuel Maria Sarmento Rodrigues (1899-1979) 145
António Alves dos Santos Júnior (1900-1971) 150
Jorge Maia Ramos Pereira (1901-1974) 152
Pedro Fragoso de Matos (1912-1986) 156
Viriato Augusto Tadeu (1913-1991) 159
José da Cruz Moura da Fonseca (1913-1998) 161
Henrique Alexandre da Fonseca (1915-2009) 164
António Tengarrinha Pires (1915-1994) 167
José Freire de Vasconcelos Carneiro e Menezes (1916-1994) 169
António Jorge da Silva Soares (1916-2010) 171
Avelino Teixeira da Mota (1920-1982) 173
Armando da Silva Saturnino Monteiro (1923-2015) 182
António Sérgio de Pereira Cardoso (1925-1998) 184
José Agostinho Frederico de Figueiredo Pacheco Teles de Sousa Mendes
(1926-1999) 186
Abílio Freire da Cruz Júnior (1926-2001) 188
Vasco dos Santos Viegas (1927-2000) 191
António Emílio de Almeida Azevedo Barreto Ferraz Sacchetti (1930-2009) 193
4
Associação Marítima e Colonial 202
Arquivo Central da Marinha 204
Museu de Marinha 206
Clube Militar Naval 208
Liga Naval Portuguesa 210
Academia de Marinha 212
Revista da Armada 214
Centro de Investigação Naval 215
Conclusão 217
5
6
AGRADECIMENTOS
7
8
SIGLAS E ABREVIATURAS
a. - ano
acad. - academia
ag. - agência
AM - Academia de Marinha
B.C.M. - Biblioteca Central da Marinha
bibl. - biblioteca
bol. - boletim
C.C.C.M. - Centro Científico e Cultural de Macau
c.m. - câmara municipal
C.N.C.D.P. - Comissão Nacional para as Comemorações
dos Descobrimentos Portugueses
c/ - com
CEM - Centro de Estudos de Marinha
Centro de Estudos dos Povos e Culturas de
CEPCEP -
Expressão Portuguesa
cª / cia. - companhia
cie. - compagnie
CINAV - Centro de Investigação Naval
comp. - companhia
coord. - coordenação
cx. - caixa
dir. - direcção
ed. - edição/edições/editor(a)(es)
emp. - empresa
eng. - engenheiro
fac. - faculdade
fasc. - fascículo(s)
fl. - fólio
Faculdade de Letras da Universidade de
FLUL -
Lisboa
fund. - fundação
GHEM - Grupo de Estudos de História Marítima
gráf. - gráfica
9
International Colloquium on Automata,
ICALP -
Languages, and Programming
id. - idem
IICT - Instituto de Investigação Científica Tropical
imp(r). - impressão/imprensa
ind. - industrial
inst. - instituto
intr. - introdução
inv. - investigação(ões)
j.f. - junta de freguesia
ldª - limitada
lit. - litografia/litografado(a)
liv(r). - livraria
nº(s) - número(s)
nac. - nacional
of. - oficina(s)
offi. - officina
op. cit. - obra citada
org. - organização
p. - página
pesq. - pesquisa
pp. - páginas
pref. - prefácio
pub(l). - publicação/publicado
reg. - regional
rev. - revista/revisão
s.d. - sem data
s.l. - sem local
s.n. - sem nome [da editora]
sec. - secretaria
séc(s). - século(s)
sep. - separata
soc. - sociedade
sr. - série
sup. - superior
t. - tomo
10
tip. - tipografia
trad. - tradução
typ. - typographia
v. / vol(s). - volume(s)
va. - viúva
vár. - Vário(a)(s)
11
12
INTRODUÇÃO
O presente trabalho teve início há cerca de sete anos, quando o autor foi
convidado pelo Professor-Doutor Francisco Contente Domingues a elaborar algumas
biobibliografias de historiadores da Marinha para figurarem naquele que se pretendia
que viesse a ser o “Dicionário de História Marítima Online”. Como, porém, este
projecto acabou por não ter grande desenvolvimento – pelo menos na forma
originalmente concebida –, vimo-nos na contingência de dar outro rumo ao trabalho
até ali produzido. Não tardou muito para que o punhado de biobibliografias inicial se
multiplicasse a algumas dezenas e que o seu redactor começasse a extrair delas o fio
condutor para a actividade historiográfica naval1 ao longo dos últimos dois séculos,
iniciados, nas primeiras décadas do século XIX, com os primeiros estudos históricos
efectuados por oficiais de Marinha, contemporâneos de boa parte da obra pioneira do
Visconde de Santarém.
Quem conhece a actividade cultural desenvolvida pela Marinha2 sabe a
importância que a História Marítima tem para a Instituição e para as pessoas que nela
servem. E sabe, por outro lado, que é difícil encontrar em Portugal outro organismo
que tenha contribuído tanto para este ramo da História. É por isso que quando, no
nosso país (e não só), se fala de História Marítima, o nome da Marinha vem,
inevitavelmente, a lume. Daí a pertinência de se estudar a actividade historiográfica
desenvolvido no seu seio, sabendo que esta acabará, no fundo, por reflectir a própria
evolução da historiografia marítima portuguesa.
Numa altura em que a abertura da Marinha ao mundo académico parece
definitivamente consumada – nomeadamente pela consolidação do Mestrado em
História Marítima e pela actividade do Centro de Investigação Naval (marcos mais
recentes) –, justifica-se, sem dúvida, um balanço e um ponto de situação, que
procuramos fazer na presente obra. Para o efeito, tentaremos responder às seguintes
perguntas:
Quem foram os principais historiógrafos da Marinha?
1
Empregamos a expressão “historiografia naval” para designar a actividade historiográfica desenvolvida
na Marinha. Não deve ser confundida com “História Naval”, comummente utilizada como sinónimo de
história dos navios e das navegações (conceito que retomaremos mais adiante).
2
Falamos, sobretudo, da Marinha de Guerra, embora a instituição “Marinha”, na dependência do
respectivo Ministro, tivesse sob a sua jurisdição, até 1974, o Ramo Naval (Armada), o Ramo do Fomento
Marítimo (Marinha mercante e de Pesca), o Ramo da Investigação no Mar (Instituto Hidrográfico) e as
entidades/organismos de natureza cultural e fabril.
13
Que legado nos deixaram?
De que modo o seu trabalho se enquadrou na missão institucional da
Marinha e no contexto social e histórico da época?
De que forma a Marinha apoiou e enquadrou este trabalho?
Qual o contributo da Marinha para o progresso da História Marítima em
Portugal?
14
PRIMEIRA PARTE: A ACTIVIDADE HISTORIOGRÁFICA NA
MARINHA
3
Tendo, no entanto, antecedentes na perdida Crónica de Espanha e Portugal (c. 1340) e na Crónica
Geral de Espanha de 1344, do Conde de Barcelos.
4
Não vamos, aqui, deter-nos demasiado sobre a influência que o movimento de Expansão possa ter
tido, a posteriori, sobre a redacção das crónicas dos reis da I Dinastia, criando, artificialmente, eventuais
antecedentes históricos que legitimassem as conquistas ultramarinas portuguesas. Tanto quanto
pudemos apreciar, essa influência não é clara. Um exemplo disso são as incursões a Ceuta do lendário D.
Fuas Roupinho, relatadas por Frei António Brandão e Duarte Galvão, que nos são apresentadas como
meras expedições punitivas, sem qualquer objectivo de conquista. Por outro lado, um feito tão notável
como as expedições marítimas às Canárias conduzidas durante o reinado de D. Afonso IV não é sequer
mencionado na crónica que Rui de Pina dedicou a este rei.
5
Cuja produção historiográfica, de carácter geral, não nos permite considerá-lo um historiador
marítimo.
6
Excluímos, naturalmente, os Périplos da Antiguidade e os relatos de viagens da Idade Média, pelo seu
carácter actual/prático (e, por vezes, fantasista), que os remete para a categoria de fontes primárias.
Também não contamos as sagas marítimas nórdicas, de pendor mais literário do que historiográfico.
15
Índia de Gaspar Correia (1556) e as Décadas da Ásia (1552-1616) de João de Barros e
Diogo do Couto7. E se nas duas primeiras se mantém a tradição de engrandecer o
soberano (D. João I) ou o príncipe (Infante D. Henrique)8, já encontramos nas outras –
descontando, talvez, o tom de exaltação patriótica de João de Barros9 – uma postura
mais crítica e rigorosa sobre os protagonistas e os acontecimentos relatados. No caso
específico das Lendas da Índia encontramos ainda uma vasta iconografia que
enriquece e aumenta consideravelmente o valor historiográfico da obra.
Mas é no Século XVIII que a História Marítima se reveste de uma nova
abordagem, imbuída do incipiente carácter científico que a racionalidade do Século das
Luzes10 imprime às grandes áreas do Saber. Em França, centro do novo movimento
cultural, vemos surgir obras como Histoire du Commerce et de la Navigation des
Anciens, de Pierre Daniel Huet (1716) e a Histoire Générale de la Marine, de Jean-
Baptiste de Boismele (1744-46). Em Portugal, onde os efeitos do Iluminismo não
deixaram de se fazer sentir (relembre-se a Real Academia Portuguesa de História,
criada em 1720, e a Academia Real das Ciências de Lisboa, que se lhe seguiria, em
1779), é de assinalar o lançamento, entre 1735 e 1736, da emblemática História
Trágico-Marítima, de Bernardo Gomes de Brito, que, sendo, basicamente, uma
colecção de relatos, não apresenta, ainda, a análise crítica do historiador. Já em
Espanha, vemos, em 1756, Pedro Rodríguez de Campomanes publicar a sua
Antigüedad Marítima de la República de Cartago - Con el Periplo de su General
Hannon.
Na viragem do Século XVIII para o Século XIX, as chamadas “Guerras da
República e do Império” (Revolução Francesa e campanhas napoleónicas) acendem no
grande público o gosto pelos relatos das grandes façanhas navais. Naturalmente
romanceadas e moldadas por cada um dos lados da contenda de acordo com as
respectivas conveniências, levam, no entanto, a uma grande procura de narrativas de
7
Nesta listagem incluímos apenas as obras baseadas em trabalho historiográfico (recolha de
testemunhos e consulta de documentação/arquivos). Excluímos, por conseguinte, relatos pessoais
como, por exemplo, as Navegações de Cadamosto, e os roteiros, como o Esmeraldo de Situ Orbis de
Duarte Pacheco Pereira.
8
Não estamos, de modo algum, a desvalorizar a importância histórica destas crónicas, até porque
Zurara, que foi Guarda-Mor da Torre do Tombo (tal como a generalidade dos cronistas oficiais), teve
acesso privilegiado a fontes documentais.
9
Conforme Manuel Alves de Oliveira e Manuela Rego, O Grande Livro dos Portugueses: 4000
Personalidades em Texto e Imagem, Lisboa, Círculo de Leitores, D.L., 1990, pp. 81-82 (BARROS, João de).
10
Na verdade iniciada no século anterior, materializada em instituições como a Academie Française
(1634) e a Royal Society (1660).
16
batalhas e das biografias de heróis como François-Paul Brueys ou Lord Nelson, assim
como à exaltação das tradições navais em que estes foram criados, o que dá um
significativo impulso à História Naval. Sintomático desta apetência pela imprensa naval
é o periódico britânico The Naval Chronicle, publicado entre 1799 e 1818.
Mas a Revolução Francesa traz consigo outra tendência marcante: abandona-
se, definitivamente, a “História dos Reis” para se passar a abordar a “História dos
Povos”. É assim que o início do Século XIX assiste a um reavivar do interesse pela
História como substrato legitimador das aspirações nacionalistas dos povos europeus
emergentes e re-emergentes, assumindo-se, algumas décadas depois, como base de
suporte dos interesses imperialistas das grandes potências mundiais. Estando, já,
bastante longe do tom laudatório dos cronistas, o estudo da História não deixa, porém,
de se sujeitar, em maior ou menor grau, ao espírito romântico e aos exacerbados
sentimentos patrióticos da época, não obstante os métodos introduzidos por
historiadores como Leopold Von Ranke, considerado o fundador da historiografia
científica11.
Numa nação marítima como Portugal, onde o Mar acolhia as memórias das
glórias do Passado e encerrava as maiores aspirações para o Futuro, a História
Marítima será objecto de especial atenção por parte dos estudiosos. Os primeiros
estudos académicos de âmbito histórico-marítimo terão sido os do Visconde de
Santarém, que a partir de 1810 se dedica a compilar vários apontamentos relacionados
com a prioridade das descobertas marítimas portuguesa, a ocupação de territórios
ultramarinos e os limites das possessões portuguesas na América do Sul, para servirem
de base às negociações com a Espanha no Congresso de Viena (1815). Segue-o de
perto Joaquim da Costa Macedo, com as suas Memorias para a Historia das
Navegações e Descobrimentos dos Portuguezes (1819).
E será, justamente, a temática dos Descobrimentos e das conquistas
ultramarinas a dominar a historiografia marítima até finais do Século XX12, sendo essa
a área sobre a qual se debruçaram os mais célebres historiadores marítimos
portugueses. No entanto, entre os “sucessores” do Visconde de Santarém, começarão
11
Introduzida na sua obra Zur Kritik Neuerer Geschichtsschreiber (Crítica da Historiografia Moderna),
publicada em 1824, através da análise rigorosa e crítica das fontes a que recorre (Dietrich Schwanitz,
Cultura – Tudo o que é Preciso Saber [ed. Portuguesa], Alfragide, Publicações D. Quixote, 2016, vol. 6, p.
58).
12
Como referem Francisco Contente Domingues e José Varandas (“Recursos para História Marítima
Portuguesa 1200-1700: um projecto de investigação face ao estado da arte”, Cuadernos de Estudios
Borjanos, nºs 50-51, [Saragoça], IFC-CESBOR, 2008, pp. 291-303. Esse facto é, de resto, facilmente
comprovável pela consulta do apêndice 2 desta obra.
17
a ter especial destaque os oficiais da Armada, que, ocupando-se especialmente –
embora não exclusivamente – das suas vertentes militar e naval13, serão, durante os
cem anos seguintes, os grandes dinamizadores da História Marítima em Portugal e,
porventura, os primeiros a alargar o seu espectro temático14.
Os Historiadores da Marinha
13
Empregamos aqui o termo “naval” para designar a parte referente aos marinheiros, aos navios e às
navegações. Entendemos, assim, a História Naval, como parte integrante da História Marítima, conceito
mais abrangente que engloba “todos os aspectos da actividade humana relacionada com o mar” (FLUL,
objectivos do Mestrado em História Marítima, 4 de Maio de 2015,
http://www.letras.ulisboa.pt/pt/cursos/mestrados-2-ciclo/historia-maritima). De acordo com esta
definição, a História Marítima poderá, eventualmente, incluir temas de âmbito não naval, como, por
exemplo, o estudo da actividade salineira ou a implantação territorial do sistema de Autoridade
Marítima. Não seguimos, portanto, à risca, as definições de autores como Almeida d’Eça, que
distinguem História Marítima – a história do uso do mar pelo Homem – da História da Marinha –
sobretudo a história dos combates navais e das conquistas marítimas, embora deixando algum espaço
para a actividade mercante –, acabando, no entanto, por praticamente limitar a primeira definição aos
conteúdos desta última (Almeida d’Eça, Lições de História Marítima Geral, “Preliminares”, Lisboa, Impr.
Nacional, 1895, pp. 9-13). Muito mais restritivo é, aliás, o seu antecessor Carlos Testa, que, limitado pelo
conteúdo programático desta disciplina, que lecciona na Escola Naval, atribui à História Marítima o
objectivo de “indagar […] quaes os povos que nos mais remotos tempos se dedicaram à navegação, e
quaes os feitos mais notáveis de que há noticia (Carlos Testa, Phases e Factos Notaveis da Historia
Maritima, “Esboço Preliminar”, Lisboa, Typ. Universal de Thomaz Quintino Antunes, 1885, p. 11).
14
A diversificação de assuntos entre os historiadores da Marinha começa logo em meados do século XIX,
destacando-se entre aqueles a História da Marinha Portuguesa, a História Naval Geral, as biografias de
personagens ilustres e o estudo da política marítima/naval/ultramarina portuguesa, a que se irão juntar
alguns trabalhos pontuais sobre a Marinha Mercante, a construção naval, o corso, a estratégia marítima
e o ensino naval. Entre os autores externos à Marinha, a primeira obra que identificamos fora do âmbito
temático dos Descobrimentos/Expansão – debruçando-se sobre a Marinha Mercante – surge apenas em
1904 (v. apêndice 2). A segunda, sobre o porto franco de Caminha no século XIV, aparece em 1912 e só
a partir de 1932 – graças, em boa parte, aos estudos do jornalista Maurício de Oliveira sobre a Armada
Portuguesa –, começamos a vê-las surgir com alguma regularidade, sendo que em 1950 constituíam
apenas 8% da produção total. Na Marinha, no mesmo ano, constituíam já cerca de 13%. Teremos, pois,
de esperar pela segunda metade do século XX para assistir a uma diversificação da historiografia
marítima “não-marinheira”, onde pontuam os estudos de Virgínia Rau sobre a exploração e o comércio
do sal e os de Lixa Filgueiras sobre as embarcações tradicionais portuguesas, assim como algumas obras
mais recentes sobre a actividade pesqueira nacional.
15
Vários, La Historiografía de la Marina Española, Cuadernos Monograficos del Instituto de Historia y
Cultura Naval, nº 56, Madrid, Outubro de 2008, p. 18.
18
Contribuido a sus Progresos entre los Españoles (1800) e Juan Antonio Enríquez
Lozano, com Glorias Marítimas de España (1803).
Não é de estranhar esta dianteira dos marinheiros espanhóis se tivermos em
conta que foi entre eles que surgiu oficialmente, em 1717, a primeira academia de
formação de oficiais da Armada, embora as companhias de Guardas-Marinhas
francesas, com o respectivo sistema de ensino, já existissem desde 1670 (depois de
um percurso algo agitado, acabariam por ser extintas em 1786, surgindo a École
Navale apenas em 1830). A sua congénere portuguesa, a Academia Real dos Guardas-
Marinhas (antecessora da Escola Naval) só seria fundada em 1796 (no entanto, a
Companhia dos Guardas-Marinhas já ministrava ensino de carácter académico desde
1782), enquanto na Grã-Bretanha, a aparição de uma instituição de ensino superior
naval seria muito mais tardia: 1863.
A verdade, porém, é que os marinheiros espanhóis foram antecedidos nas suas
publicações por um oficial da Marinha Britânica, John Charnock, que, entre 1794 e
1798, lançou a obra Biographia Navalis, uma colecção de biografias de oficiais da Royal
Navy, abrangendo o período que vai de 1660 até finais do Século XVIII. O mesmo
autor daria à estampa, alguns anos depois (1801), outra grande obra: An History of
Naval Architecture, que o consagra como pioneiro na área da Arqueologia Naval.
Saliente-se, contudo, o facto de Charnock não ser oficial de carreira, tendo prestado
serviço como voluntário. Só em 1825, encontramos, finalmente, um oficial dos quadros
da Royal Navy – Edward Pelham Brenton – a publicar um trabalho de considerável
dimensão: The Naval History of Great Britain: from the Year MDCCLXXXIII to
MDCCCXXII. Em França, a Histoire de la Marine Française surge em 183616, pela mão
de Eugène Sue, um cirurgião com serviço na Armada (participara, em 1827, como
aprendiz, na batalha de Navarino) e, três anos mais tarde, encontramos um autor
formado na École Navale francesa, Auguste Jal, a escrever os dois volumes de
Archéologie Navale. É, também, em 1839 que a Historia de la Armada Española vê, por
fim, a luz do dia, só que escrita por um professor civil (Juan Miguel de los Rios).
Em Portugal, os primeiros trabalhos de um “historiador marinheiro” (sem contar
com a obra escrita do atrás mencionado D. Manuel de Meneses, a qual, como vimos,
não se enquadra no âmbito da História Marítima) pertencem a José Maria Dantas
Pereira, que em 1813 redigiu um elogio histórico de D. Pedro Carlos de Bourbon e
Bragança, Almirante-General da Armada Portuguesa (no qual nos dá um panorama
16
Praticamente em simultâneo com as Chroniques de la Marine Française (1836-1837), baseadas nos
documentos oficiais, dos jornalistas/escritores Fulgence Girard e Jules Lecomte.
19
bastante completo das acções e da organização da Armada na época), e em 1832
publicou um estudo sobre a acção do Marquês de Pombal em prol da Marinha, além de
ter procedido, entre 1824 e 1832, ao registo cronológico de toda a legislação da
Marinha desde 1450. No entanto, o primeiro trabalho de vulto (e a primeira grande
obra de História Marítima em Portugal) coube a Inácio da Costa Quintela – pertencente
à primeira geração de oficiais formados pela Academia Real dos Guardas-Marinhas –,
com os seus Annaes da Marinha Portugueza, publicados entre 1839 e 1840. Esta
grande compilação histórica das batalhas navais, conquistas e viagens dos
portugueses, que procurava colmatar a displicência ou a má-fé com que os autores
estrangeiros tratavam, de modo geral, a história marítima portuguesa17, foi,
verdadeiramente, a nossa primeira “História da Marinha”, conquanto o seu autor só
tenha conseguido redigir dois dos três volumes inicialmente previstos, os quais cobrem
o período que vai desde o governo do Conde D. Henrique até 1610. E embora Quintela
declare que “reuni nestas Memorias quanto achei espalhado por huma multidão de
Authores, que ex professo, ou accidentalmente tratarão dos fastos da nossa
Marinha”18, levando-nos, eventualmente, à tentação de classificá-lo como um “proto-
historiador”19 naval, cujo método ainda não se enquadraria nos parâmetros da
historiografia científica (que, na altura, ainda não estaria devidamente implantada em
Portugal), acaba por desmentir tal classificação pelo surpreendente rigor demonstrado
na redacção desta obra, que passa não só pela análise crítica exaustiva das fontes
secundárias existentes (crónicas) como também pela consulta da documentação
disponível à data (em que manifesta, inclusive, a sua frustração por não terem ainda
sido localizadas algumas fontes primárias como os roteiros de certas viagens) e ainda
pela localização/confrontação geo-cartográfica de muitos dos locais descritos.
Pouco tempo depois, em 1845, Joaquim Celestino Soares dá ao prelo os
Quadros Navaes, uma colecção de folhetins publicados no jornal O Patriota, que,
misturando as memórias do autor com relatos de façanhas do passado, e apesar de
não constituírem propriamente um estudo de carácter académico, acabam, no entanto,
por aliar um precioso testemunho da época à recuperação de episódios históricos
17
Annaes da Marinha Portugueza, tomo I, Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias, 1839, p. [1]
(“Prefação”).
18
Id., p. [2].
19
Eugene L. Rasor utiliza este termo para designar os historiadores navais britânicos da primeira metade
do século XIX, nomeadamente William James (1780-1827), Sir John Barrow (1764-1848) e Nicholas
Harris Nicolas (1799-1848) - English/British Naval History to 1815 – a Guide to Literature, Bibliographies
and Indexes in Military Studies, Londres, Praeger Publishers, 2004, p. 42.
20
diversos. Claro que nos episódios relatados sobressai uma dimensão moral que se
enquadra na perspectiva didáctica com que a História era, por essa altura, encarada20,
apesar da progressiva implantação das ideias positivistas. Essa dimensão moral e
patriótica nunca deixará, de estar, de algum modo, presente em grande parte dos
estudos historiográficos desenvolvidos pelos oficiais da Armada, que dificilmente
abdicam do seu estatuto de “servidores da Nação”. Será, porventura, legítimo afirmar
que essa característica acaba sempre por afectar, em maior ou menor grau, mesmo
que inconscientemente, o rigor das suas obras. No entanto, não é menos verdade que
os condicionamentos mentais, quando existem, podem ser ultrapassados ou, pelo
menos, minimizados através do método e da disciplina de trabalho, podendo, ainda,
como adiante veremos, ser contrabalançados por outras qualidades. Cremos, por outro
lado – e deixando sempre margem para discussão –, que uma postura patriótica não
tem, necessariamente, de ser inimiga da verdade histórica.
Concluído este breve aparte, é importante referir que a década de 1840 regista
alguns notáveis incentivos à produção historiográfica. Um dos mais relevantes é o
facto de a documentação do Arquivo Central da Marinha (cujos documentos mais
antigos remontam ao Século XVI), ter começado a ser reunida em 1843 a partir dos
fundos da Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e do Ultramar. Este processo,
em que se procurou pôr a salvo o acervo documental que escapara ao terramoto de
1755, às Invasões Francesas e às Guerras Liberais (assim como à extinção das ordens
religiosas em 1834), mostra – juntamente com a criação da Biblioteca da Marinha oito
anos antes – como a Marinha se associou, institucionalmente, desde o início, ao
esforço historiográfico em assuntos marítimos.
Outro marco importante nesta década foi a criação dos Annaes Maritimos e
Coloniaes, onde os oficiais de Marinha tiveram a oportunidade de escrever e divulgar
os seus conhecimentos sobre assuntos em que eram entendidos, entre os quais a
História Naval. Contudo, em 1846, ano em que, ironicamente, Alexandre Herculano dá
um grande impulso à historiografia científica nacional com a sua História de Portugal,
dá-se a extinção da Associação Marítima e Colonial, proprietária dos Annaes. Este
revés, acabaria, no entanto, por ser parcialmente colmatado dois anos depois, com a
fundação da Revista Militar, que sendo, essencialmente, um órgão maioritariamente
20
Segundo João Couvaneiro (“O Ensino Superior da História em Portugal (1859-1911)”, História da
Historiografia, nº 11, Universidade Federal de Ouro Preto, Abril de 2013, p. 163), esta visão da História
permaneceu até às revoluções liberais. Se considerarmos estas “revoluções liberais” como a série de
perturbações que agitaram a Europa entre 1820 e 1848, podemos afirmar que só na segunda metade do
século XIX se terá ultrapassado esta perspectiva da História.
21
composto por oficiais do Exército21, incluiu dois oficiais de Marinha entre os seus sócios
fundadores e se manteve aberto à colaboração de autores da Marinha. Há, ainda, que
referir que estes nunca deixaram de marcar presença efectiva noutras agremiações de
natureza académica, como a Academia das Ciências e, a partir de 1875, a Sociedade
de Geografia de Lisboa.
De resto, não era só nas academias que os oficiais de Marinha intervinham na
sociedade portuguesa. Representantes, desde o princípio do século, da autoridade
marítima do Estado nos portos nacionais, começaram, sobretudo a partir de 1836, a
ser, cada vez mais, envolvidos na administração ultramarina. Em 1841, por exemplo,
as funções de capitão de porto, governador de província e outros cargos de natureza
política ou administrativa empenhavam 22 elementos da Marinha, número
22
correspondente a cerca de 10% dos efectivos de oficiais . Estas funções, a que vieram
juntar-se outras tarefas de carácter técnico-científico, como os levantamentos hidro-
geográficos e a delimitação de fronteiras nos territórios ultramarinos (desenvolvidos,
sobretudo, na segunda metade do Século XIX), contribuíram significativamente para
uma visão mais abrangente da História Marítima por parte dos historiadores navais, da
qual daremos, mais adiante, alguns exemplos.
Comparativamente a estes desenvolvimentos, a historiografia militar (não-
naval) parecia um pouco mais atrasada. Em 1832 é publicada a Memória Estatístico-
Histórico-Militar, da autoria do juiz António Joaquim de Gouveia, e em 1866 surge a
monumental obra História da Guerra Civil, do jornalista e académico (que servira como
artilheiro nas forças liberais durante o cerco do Porto) Luz Soriano. Os grandes
trabalhos produzidos por oficiais do Exército (cujo sistema de ensino superior já se
encontrava estabelecido em Portugal desde finais do Século XVIII23 e que desde a
primeira metade do Século XIX já vinham ocupando importantes cargos políticos) só
começariam a ver a luz do dia em 1874, pela mão de Latino Coelho, com a sua História
Política e Militar de Portugal desde os Fins do XVIII Século até 1814. Já em finais da
21
Entre os quais, curiosamente, encontramos alguns autores de artigos versando a História Marítima.
22
O envolvimento dos oficiais de Marinha em funções não-militares foi por nós abordado, de modo
mais detalhado, no capítulo 5 do nosso trabalho Das Naus à Vela às Corvetas de Ferro - A Marinha de
Guerra e a Evolução da Sociedade Portuguesa de 1807 a 1857 (Lisboa, Tribuna da História, Novembro de
2012, pp. 120-123).
23
Mais concretamente desde 1790, data da fundação da Academia Real de Fortificação, Artilharia e
Desenho.
22
década de 1880, vemos surgir outros nomes, como Luís Mardel, Martins de Carvalho e
Magalhães Sepúlveda24 (v. apêndice 3).
Ora, esta década de 1880 marca, precisamente, o segundo grande período de
produção historiográfica de temática marítima no nosso país (v. gráfico 1)25. A
competição colonial entre as potências europeias, que esgrimem argumentos na
Conferência de Berlim, leva Portugal a recorrer ao peso da sua História para
compensar a falta de poderio militar26. Na década seguinte são as comemorações
centenárias da descoberta da América, promovidas pela Espanha, a excitar os brios
nacionais no estudo dos Descobrimentos portugueses. Nestes anos, em que, sob a
coordenação das principais academias e empenho de alguns eruditos nacionais, são
publicados importantes documentos relativos à Expansão Portuguesa, surgem nomes
notáveis como Lopes de Mendonça, Braz de Oliveira (ambos pioneiros da Arqueologia
Naval portuguesa27) e Almeida d’Eça. As páginas dos Anais do Clube Militar Naval,
publicação criada em 1870, na tradição dos Annaes Maritimos e Coloniaes, servem
para divulgar muitos dos trabalhos então surgidos.
As últimas décadas do Século XIX devem também ser assinaladas pela
introdução formal, na Escola Naval, da disciplina de História Marítima (1885)28,
integrada na cadeira de Direito Internacional Marítimo29 (em que a História surge como
suporte às reivindicações jurídicas portuguesas na Cena Internacional)30. Coube a
24
Emília Salvado Borges, História Militar e Diplomática de Portugal na Era Moderna – Recursos, Centro
de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Dezembro 2013
(http://rhmod.weebly.com/bibliografia.html).
25
Ver, no início da Segunda Parte, os critérios que, de modo geral, seguimos na escolha das obras e dos
autores. No entanto, as nossas estatísticas incluem autores não listados nessa parte do nosso trabalho,
nomeadamente os autores ainda vivos, que integramos anonimamente nas contagens.
26
Não é só o nosso país que o faz. Referimos, a título de exemplo, e apenas no âmbito da História
Marítima, a Histoire des Flottes Militaires, de Chabault-Arnauld (Paris, 1889), e a Storia Navale
Universale Antica e Moderna, de Cario Randaccio (Roma, 1891), ambas citadas por Almeida d’Eça (op.
cit., pp. 6-7).
27
A este respeito consultámos a Bibliografia Anotada da Arqueologia Naval Portuguesa, de Francisco
Contente Domingues (s.l., s.d., disponível em http://documents.mx/documents/contente-domingues-f-
bibliografia-anotada-de-arqueologia-naval-portuguesa-1892-2003.html - consultada em Fevereiro de
2016), na qual comprovamos que os trabalhos de Lopes de Mendonça foram os primeiros no âmbito da
Arqueologia Naval lançados em Portugal.
28
Anuário da Escola Naval e Escola Auxiliar de Marinha, Ano Lectivo 1915-1916, Lisboa, Imprensa
Nacional, 1916, p. 175.
29
Área aprofundada na Marinha na sequência do combate ao tráfico negreiro (desde 1837) e das
disputas coloniais com outras potências europeias, de que são exemplo os litígios com a Grã-Bretanha a
respeito da Baía de Lourenço Marques (1823-1875) e de Bolama (1860-1868).
30
José Gervásio Leite, “História e Direito”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 75, Abril-Junho de 1945, pp.
263-267.
23
Carlos Testa e a Almeida d’Eça, primeiros regentes desta cadeira, a tarefa de incutir
nos futuros oficiais da Marinha o gosto pela História, cujos resultados, não obstante os
modestos objectivos programáticos daquela disciplina31, muito se fariam notar no início
do século seguinte. E se este conceito de “História Marítima” é, na prática, muito mais
limitado do que aquele que temos hoje (na década de 1970, o nome da disciplina viria
a ser alterado para “História Naval”32), deve ser realçada a importância dos manuais
produzidos por aqueles dois professores, nomeadamente as Lições de História Marítima
Geral (1895) do segundo, que constituem o primeiro grande compêndio de História
Naval33 universal34 em Portugal.
A partir daí, a produção não cessa de aumentar. No virar do século, a
implantação da República e a participação na Grande Guerra renova o alento patriótico
dos historiadores navais, a que não é, também, alheia a influência que a obra do
almirante norte-americano Alfred Mahan The Influence of Sea Power upon History
(1890) exerce nalguns autores portugueses35, como é o caso de Botelho de Sousa. Um
novo impulso fora, entretanto, dado em 1902, com a criação da Liga Naval Portuguesa
(por iniciativa do Clube Militar Naval), a qual tinha por principal objectivo promover o
desenvolvimento da Marinha nacional nas suas diversas vertentes: de guerra, de
pesca, mercante e de recreio. Além de promover palestras, debates e conferências, a
Liga publicava, ainda, um boletim oficial, o Boletim Marítimo, em que os sócios, muitos
deles oficiais de Marinha, expunham as suas teorias e os seus pontos de vista.
31
Conforme refere Almeida d’Eça, nas suas Lições de História Marítima Geral: “a idéa que
principalmente domina no ensino da Historia marítima na Escola Naval é fornecer aos alumnos, a par de
um certo numero de conhecimentos indispensáveis para illustração do seu espirito, a demonstração
pratica das diversas theorias ensinadas no Direito marítimo” (op. cit., pp. 5-6).
32
De acordo com a informação disponibilizada pelo Comandante António Rodrigues Pereira, que em
1982 assumiu na Escola Naval a regência desta disciplina, em 1969, ano em que concluiu o seu curso de
Marinha, esta ainda tinha a designação antiga. A consulta do Anuário de 1979-1980 da Escola Naval
(publicação que estava interrompida desde 1967) remeteu-nos para a Portaria do Chefe do Estado-
Maior da Armada nº 575/79, de 2 de Novembro (nova redacção do n.º 1 do artigo 235.º do
Regulamento da Escola Naval e actualização dos planos de cursos), a qual, por sua vez, nos
reencaminhou para a Portaria do Chefe do Estado-Maior da Armada nº 313-A/78 de 9 de Junho
(Regulamento da Escola Naval), em que a disciplina surge já com a nova designação (Diário da
República, I Série, nº 132, 9 de Junho de 1978, pp. 1050(26), 1050(29) e 1050(31)).
33
Pelo que atrás foi exposto, preferimos utilizar esta expressão.
34
Enquanto nos Annaes da Marinha Portugueza Costa Quintela se debruça exclusivamente sobre a
história naval nacional, cujo ponto de partida coloca no governo do Condado Portucalense pelo Conde
D. Henrique, Almeida d’Eça dá-nos uma perspectiva de dimensão mundial, com início nas navegações,
comércio e batalhas da Antiguidade.
35
Tinha, de resto, já sido amplamente citado por Almeida d’Eça.
24
Nas décadas de 30 e 40 do Século XX o mote é dado pelas comemorações do
Duplo Centenário (Fundação e Restauração). Embora o Estado Novo imprima um tom
propagandístico a estas celebrações36, é inegável o valor científico dos estudos
desenvolvidos, sobretudo na área da Náutica dos Descobrimentos37, por homens da
craveira de Fontoura da Costa, Quirino da Fonseca ou Gago Coutinho, cujo rigor e
carácter objectivo os torna insuspeitos de qualquer viciação ideológica.
Abra-se aqui um “parêntesis” para explicar que temos estado a falar,
essencialmente, em oficiais da classe de Marinha (classificação em que incluímos todos
os oficiais da Armada formados antes do surgimento das classes técnicas). Claro que
estes, à partida, já levavam uma considerável vantagem pelo facto de as classes
técnicas terem surgido bastante mais tarde, nomeadamente a de Engenheiros
Maquinistas Navais, em 1868, e a de Administração Naval, em 1887 (o mesmo já não
sucedia, porém, com os médicos e com os engenheiros construtores navais, que
tinham os respectivos quadros estabelecidos desde a segunda metade do Século
XVIII). Além disso, enquanto as outras classes se debruçam sobre áreas técnicas muito
específicas, a classe de Marinha, vocacionada para o comando e para o desempenho
de funções na estrutura superior da Armada, tem uma formação mais abrangente, com
uma visão mais ampla da vivência naval. E, mais importante de tudo, a sua formação
de base é a mais completa do ponto de vista náutico, passando pela Marinharia,
Navegação e Hidrografia, sem esquecer o Armamento e a Táctica, áreas essenciais
para a compreensão da História Naval. Verificamos, assim, sem surpresa, que os
oficiais de Marinha constituem cerca de 75% dos “historiadores marinheiros”. No
entanto, em finais do Século XIX, começaram a brilhar os Médicos Navais, como
António Paiva e Pona, a que se seguem outros, como Júlio Gonçalves ou José de
Vasconcelos e Meneses, estes já no século seguinte. E a primeira metade do Século XX
vê surgir alguns válidos contributos de oficiais de outras classes (assim como de, pelo
menos, um civil dos quadros da Marinha), como Estanislau de Barros (Engenheiro
Construtor Naval), Tancredo de Morais (Administração Naval), António dos Santos
36
Não obstante a postura isenta e rigorosa de alguns historiadores de renome como Vitorino Magalhães
Godinho, distinguido discípulo da “Escola dos Annales”.
37
Embora antecedidos, neste campo, pelas obras de Luciano Cordeiro (De como Navegavam os
Portugueses no Começo do Século XVI, 1883) e de Luciano Pereira da Silva (a partir de 1913), sem falar
no papel pioneiro desempenhado por Heinrich David Wilckens, na viragem do século XVIII para o século
XIX (conforme referem Marília dos Santos Lopes e Luís de Albuquerque em “Heinrich David Wilckens,
Primeiro Historiador de Náutica Portuguesa do Século XV”, in Mare Liberum, nº 6, Dezembro de 1993,
pp. 25-29), os historiadores da Marinha trazem a esta área uma importante dimensão empírica.
25
Júnior (Administração Naval) e Viriato Tadeu (Engenheiro Maquinista Naval)38.
Naturalmente, alguns destes oficiais abordaram a História do ponto de vista específico
da sua formação profissional, sendo Estanislau de Barros, com os seus trabalhos sobre
Construção Naval o exemplo mais flagrante. Júlio Gonçalves, Santos Júnior e
Vasconcelos e Menezes abordaram a história das respectivas classes e áreas técnicas,
mas apresentam um repertório de estudos mais alargado.
Refira-se, por outro lado, que mesmo os oficiais da classe de Marinha não
deixaram, em grande parte dos casos, de ter a sua Obra marcada, enriquecida e
mesmo sustentada pelos conhecimentos adquiridos por força da respectiva
especialização39 ou orientação profissional específica. Apontamos, a título de exemplos,
Almeida d’Eça e Baldaque da Silva na Hidrografia e nas Pescas, Carlos Testa no Direito
Marítimo, Fontoura da Costa na Navegação, Matta Oliveira, Botelho de Sousa e Ferraz
Sacchetti na Estratégia, Ramos Pereira e Moura da Fonseca nas Radiocomunicações,
Silva Soares na Aviação Naval e Sarmento Rodrigues na Administração Ultramarina.
Temos ainda alguns casos de autores cuja produção evidencia a experiência colhida
em comissões no Ultramar, especialmente no Oriente, como sucedeu com Lopes de
Lima, Humberto Leitão ou Jaime do Inso.
Outro aspecto que merece ser mencionado é que a actividade historiográfica
destes autores não os impediu, em geral, de serem publicamente enaltecidos como
hábeis marinheiros, bravos combatentes, carismáticos comandantes, competentes
administradores, brilhantes técnicos ou briosos profissionais – até porque muitos deles
desenvolveram o grosso da sua actividade intelectual depois de se retirarem do serviço
activo. Basta ver, na lista de autores que compilámos (Segunda Parte), o modo como
grande parte deles se distinguiu nas respectivas carreiras, com mais de metade (60%
nos da classe de Marinha) a atingir a categoria de oficial-general (embora dois deles
por distinção, após a passagem á Reserva) e três (8% dos autores da classe de
Marinha) a atingir o mais alto posto da estrutura da Armada40. E fechemos, com isto, o
nosso “parêntesis”.
38
Já na segunda metade do século, surgiram autores oriundos de outras classes, nomeadamente
Fuzileiros, Serviço técnico, e Técnicos Superiores Navais.
39
Aqui importa referir que entre os historiadores da classe de Marinha a especialização em Artilharia é a
mais frequente, seguindo-se, muito de perto, as de Hidrografia e Comunicações. Não é difícil perceber a
que a primeira apresenta uma natural afinidade com o estudo dos combates navais, enquanto a
segunda está especialmente vocacionada para a cartografia antiga. Estas “vocações” não são, contudo,
limitativas, como facilmente se depreenderá da leitura da Segunda Parte deste estudo.
40
Como termo de comparação, registe-se que em 1801, para o conjunto dos oficiais da classe de
Marinha, estas percentagens eram, respectivamente, de 52% e 2%, em 1850 de 45% e 5%, em 1900 de
26
A década de 1960 traz as Comemorações Henriquinas, as quais iniciam um
período comemorativo dos quinhentos anos dos Descobrimentos com um pendor
menos ideológico do que o antecedente41 (para o que terá, eventualmente, contribuído
um ambiente internacional mais liberal). Neste período sobressaem vultos como
Marques Esparteiro, Sarmento Rodrigues ou Teixeira da Mota, os quais estão ligados à
fundação, em 1969, do Grupo de Estudos de História Marítima, que estará origem da
Academia de Marinha, nove mais tarde. Deve também ser mencionado que o início da
década de 1960 trouxe consigo uma reforma da organização da estrutura da Marinha,
na qual os órgãos culturais, como a Biblioteca Central, o Arquivo Geral e o Museu de
Marinha, reconhecido oficialmente o seu papel na difusão da história da Marinha
Portuguesa, mereceram especial atenção, sendo dotados de uma orgânica mais
adequada à conservação e à gestão do seu valioso espólio, além de o tornar mais
acessível ao público em geral.
E a partir de 1971 a comunidade marinheira encontra na Revista da Armada,
um órgão de divulgação alargado a toda a “família naval” (e não só), embora revestido
de um cunho mais didáctico do que científico. No entanto, a queda do Estado Novo e a
desagregação do espaço imperial português, traduzidos no arrefecimento da exaltação
nacionalista, parecem fazer abrandar o ritmo da produção historiográfica naval42.
Contudo, o período de transição entre as décadas de 70 e de 80, com o
alargamento dos cursos superiores, a introdução do grau de Mestre e o aumento do
número de doutoramentos, traz consigo um notável crescimento da investigação
historiográfica nacional43, que, longe de ensombrar o autodidactismo característico de
36% e 4%, em 1950 de 25% e 4% e em 2000 de 25% e 1% (conforme efectivos registados nas Listas da
Armada dos referidos anos – Arquivo Central da Marinha), o que, para o período abarcado pelo nosso
estudo, nos dá uma média de, respectivamente, 36% e 3%. Claro que a pré-selecção por nós efectuada,
baseada na dimensão intelectual dos biografados, explica, em boa parte a elevada taxa de sucesso na
carreira registada entre eles.
41
Veja-se como na obra de referência Os Descobrimentos Portugueses (1960-62) – que, no âmbito deste
trabalho, serviu, sobretudo pelas referências historiográficas – Jaime Cortesão, embora rejeitando o
hipercriticismo de alguns autores, denuncia abertamente o “patriotismo retrógrado que explora, sem o
menor vislumbre crítico, as glórias do passado” (consultado na edição exclusiva do Expresso, Lisboa,
Alêtheia Editores, Março de 2016, Parte III, cap. I, vol. III, p. 277).
42
A própria Revista da Armada, canalizando para as suas páginas algum do trabalho dos historiadores
da Marinha, materializado em publicações de teor mais ligeiro, poderia ser, em parte, responsável por
este decréscimo da produção, já que, pelas características da sua linha editorial, não incluímos na nossa
estatística os muitos artigos de História Marítima nela publicados. Preferimos, no entanto, considerar
que a Revista teve um impacto positivo nos números, quer pelo estímulo à produção escrita – falamos
por experiência própria – quer pela descoberta de novos autores.
43
Conforme refere João Paulo Oliveira e Costa no posfácio à edição de 2016 de Os Descobrimentos
Portugueses de Jaime Cortesão (op. cit., vol. VIII, p. 960).
27
grande parte dos historiadores navais, vai incentivá-los a procurar habilitações
universitárias. Certo é que a História Marítima vai, progressivamente, ganhando maior
espaço fora da Marinha, sobretudo após a criação, pela Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa (FLUL), do Mestrado em História dos Descobrimentos e da
Expansão (1985)44.
Em 1986, tem início um novo ciclo de comemorações dos Descobrimentos –
que se prolongará até 2002 – com destaque para as efemérides dos 500 anos da
passagem do Cabo da Boa Esperança (1989), da chegada de Vasco da Gama à Índia
(1998) e da Descoberta do Brasil (2000). Com ela assistimos a um novo e significativo
crescimento da produção escrita na Marinha, que ultrapassa os níveis das décadas de
1940-1960 e atinge o seu máximo nos anos 90, com o ano de 1999 a ultrapassar
ligeiramente o máximo pontual obtido em 1940 (24 para 22 trabalhos publicados).
Claro que neste processo não podemos ignorar, por muito banal e terreno que
se afigure, o grande incentivo à escrita que foi, no final dos anos 80, a massificação
dos computadores pessoais e a introdução do processador de texto na vida quotidiana,
que, com a sua capacidade de memorização, edição, revisão e correcção, veio facilitar
significativamente o trabalho dos autores.
44
Agradecemos a informação ao Prof.-Doutor Francisco Contente Domingues.
28
adiante veremos, registaram-se recentemente alguns desenvolvimentos cujos efeitos
só serão conhecidos dentro de alguns anos.
E tal como a quantidade de obras produzidas, também o número de autores
manteve, não obstante ligeiras flutuações, uma tendência solidamente crescente até
ao fim do Século XX (gráfico 2). No início do Século XXI, a Marinha conta com cerca de
três dezenas e meia de autores activos, vários dos quais detentores de licenciaturas e
pós-graduações universitárias na área da História. E, com a “democratização” do
acesso aos cursos superiores, até já fora da categoria de Oficial se começam a
aventurar alguns entusiastas.
70
60
50
40 Autores da Marinha
20
10
0
1910s
1810s
1820s
1830s
1840s
1850s
1860s
1870s
1880s
1890s
1900s
1920s
1930s
1940s
1950s
1960s
1970s
1980s
1990s
2000s
45
Para efeitos de actividade considerámos não só a publicação de trabalhos mas também os intervalos
de estudo e de redacção, considerando que o período activo de um autor é, por norma, contínuo
(excepto nos casos de publicações pontuais).
29
No Grupo de Estudos de História Marítima (1969), onde pela primeira vez em
Portugal a História Marítima é tratada como um todo, numa abordagem interdisciplinar
(na boa tradição da escola dos Annales, iniciada 40 anos antes), os oficiais de Marinha
partilham, já, o “palco” com reputados historiadores civis, como Virgínia Rau, Luís de
Albuquerque e Armando Cortesão, assim como com alguns académicos estrangeiros
que contribuíram para descentralizar e alargar a perspectiva historiográfica
portuguesa. E será a Academia de Marinha, sua sucessora (1978), a reunir, na
transição do Século XX para o Século XXI, um grupo de reputados historiadores
militares e civis para a compilação da obra História da Marinha Portuguesa, que, em
vários volumes cronológicos e temáticos, pretende constituir-se como a grande
referência da historiografia naval nacional, numa abordagem científica, isenta e
abrangente, sem o carácter épico de trabalhos similares antecedentes.
Em 2007, a FLUL estabeleceu com a Escola Naval uma parceria para a criação
do Mestrado em História Marítima, com partilha de instalações, de professores e,
sobretudo, de experiências. E foi também através da Escola Naval que, em 2010, foi
dado um novo passo para a abertura da Marinha ao mundo académico, com a criação
do Centro de Investigação Naval (CINAV), órgão investigativo universitário aberto à
participação de investigadores de fora da Marinha, onde, entre várias disciplinas
enquadráveis na área das Ciências do Mar, a História Marítima surge com grande
destaque (não faltando sequer a componente prática de Arqueologia Subaquática).
Claro que este convívio mais próximo acarreta sempre algumas polémicas. No
entanto, não obstante as críticas de alguns académicos, que lhes apontam
(salvaguardando as devidas excepções) a falta de formação de base em História –
parecendo, aliás, esquecer que mesmo fora da Marinha alguns dos maiores
historiadores marítimos não eram licenciados em História46 – e a falta de
disponibilidade para se dedicarem totalmente à investigação47, é inegável o papel
pioneiro desempenhado pelos oficiais de Marinha no desenvolvimento da História
Marítima em Portugal. Profundos conhecedores da realidade dos navios e do ambiente
marítimo – qualidade que falta a muitos dos seus detractores – e, por norma, bastante
familiarizados com o impacto do Mar nas populações costeiras e nas economias dos
46
Basta lembrar que Luciano Pereira da Silva, Armando Cortesão, Luís de Albuquerque, Joaquim
Bensaúde e Octávio Lixa Filgueiras pertenciam à área das Engenharias e que Jaime Cortesão era médico.
47
De acordo com alguns comentários ouvidos pelo autor. Naturalmente, nem todos os académicos da
área de História se revêem neste preconceito. No entanto, não deixamos de registar que da lista de
historiadores marinheiros por nós elaborada apenas dois – Fontoura da Costa e Gago Coutinho (além do
civil Frazão de Vasconcelos) – foram membros da Academia Portuguesa da História.
30
estados ribeirinhos, constituem um ilustrativo exemplo de empirismo48 e de
interdisciplinaridade, hoje considerada indispensável ao estudo da História. Por outro
lado, a sua formação técnico-profissional permitiu-lhes, muitas vezes, testar na prática
as teorias em estudo (e aqui torna-se inevitável mencionar as navegações de Gago
Coutinho), dando à História Marítima a componente experimental do método científico.
A parceria entre a Escola Naval e a FLUL na criação e na condução do Mestrado em
História Marítima, onde 28% da bibliografia de base fornecida aos estudantes é
constituída por obras de autores da Marinha (35% das obras de autores
portugueses)49, mostra, aliás, que o mundo universitário reconhece estas
competências, que se aliam a uma cada vez maior procura de habilitações académicas.
E estas habilitações começam logo nos bancos da Escola Naval, que, com a adesão
50
definitiva – a partir de 2004 – ao segundo ciclo de estudos do chamado Processo de
Bolonha, passou a exigir aos seus alunos a elaboração de uma dissertação de
mestrado, onde a História Marítima figura no leque de temas abordados (engrossando,
deste modo, o número de potenciais autores).
Se compararmos o panorama historiográfico de âmbito marítimo dentro e fora
da Marinha entre 1810 e 2010 (v. apêndice 251), o número de autores activos fora da
instituição naval só ultrapassa, definitivamente, o dos “historiadores marinheiros” a
partir da década de 193052 (gráfico 2) – constituindo estes, no entanto, 37%53 do total
48
Como vários autores de renome fazem questão de referir, ao citá-los nas suas obras. Vejam-se, por
exemplo, as múltiplas alusões feitas por Jaime Cortesão a especialista da Náutica como Gago Coutinho,
Fontoura da Costa ou Quirino da Fonseca, entre outros (op. cit.).
49
Dados do 1º curso (2007-2009), frequentado pelo autor.
50
Conforme Anuário da Escola Naval 2006-2007, Outubro de 2008, p. 105 (consultado em
http://escolanaval.marinha.pt/pt/aescolanaval_web/Anuarios/2006-2007_.pdf).
51
É de referir que este apêndice, seguindo o critério geral desta obra, apenas menciona autores já
falecidos, embora as nossas estatísticas incluam também, de modo anónimo, os autores ainda vivos. E
aqui há que acrescentar às referências indicadas no apêndice em nota de rodapé a lista de teses de
história marítima defendidas nas universidades portuguesas, elaborada pela FLUL no âmbito do
Mestrado em História Marítima, que nos permitiu identificar vários autores ainda activos.
52
O notório aumento do número de autores civis que se verifica nas primeiras décadas do Século XX
estará, provavelmente, relacionada com a introdução em Portugal dos cursos superiores de ciências
históricas, nomeadamente o Curso de Ciências Histórico-Geográficas (1911) e o Curso de Ciências
Histórias e Filosóficas (1930) – João Paulo Avelãs Nunes e Américo Freire (coord.), Historiografias
Portuguesa e Brasileira no Século XX: Olhares Cruzados, Coimbra, Imprensa da Universidade, 2014, p.
243 –, embora este último pareça não ter influenciado significativamente a evolução dos números. O
surgimento da Licenciatura em História, no ano de 1957, já parece ter tido algum efeito, tal como a
criação, em 1985, do Mestrado em História dos Descobrimentos e da Expansão, embora aqui também
se deva considerar, respectivamente, a influência das Comemorações Henriquinas e das efemérides dos
500 anos da passagem do Cabo da Boa Esperança (1989), da chegada de Vasco da Gama à Índia (1998) e
da Descoberta do Brasil (2000).
31
–, enquanto a produção daqueles – quantitativamente falando – não é
significativamente superior à da destes últimos (gráfico 3). Mesmo considerando que o
nosso levantamento de obras e autores não terá sido completamente exaustivo,
julgamos ser razoável afirmar que a produção dos historiadores navais foi, pelo menos,
semelhante – 47% a 49% do total – à dos seus congéneres externos à Marinha (que,
aliás, se repartem por grande número de profissões, das Engenharias ao Exército,
passando pela Medicina e pelo Direito – com pouco mais de metade (58%) a
apresentar formação de base em História54, relação que, tendo vindo a aumentar
desde meados do Século XIX, parece ter atingido um ponto de equilíbrio/estabilização).
É, ainda, de referir que cerca de 10% da produção dos autores externos foi feita sob o
patrocínio da Marinha (Grupo de Estudos de História Marítima, Centro de Estudos de
Marinha, Academia de Marinha, Museu de Marinha e Anais do Clube Militar Naval), se
bem que outro tanto possa ser dito relativamente aos autores da Marinha que
publicaram sob os auspícios da Academia das Ciências ou da Sociedade de Geografia
de Lisboa.
1400
Produção Acumulada - comparação
1200
1000
800
Autores Marinha
600
Autores não-
400 Marinha
[tolerância 10%
200 Autores não-
Marinha]
0
1896
1810
1818
1826
1832
1840
1848
1856
1864
1872
1880
1888
1904
1912
1920
1928
1936
1944
1952
1960
1968
1976
1984
1992
2000
2008
53
No nosso levantamento identificámos 85 autores da Marinha e 123 externos a esta.
54
Conforme atrás referimos, o primeiro curso universitário em ciências históricas (Curso de Ciências
Histórico-Geográficas) só surgiu em Portugal em 1911 – e a Licenciatura em História apenas em 1957 –,
embora já existisse, desde 1858, um Curso Superior de Letras que incluía várias cadeiras de História
(João Paulo Avelãs Nunes e Américo Freire, op. cit. e João Couvaneiro, op. cit.).
32
Abstemo-nos, neste estudo, de fazer uma comparação em termos qualitativos,
não só por ser um trabalho extremamente vasto e ambicioso como por considerarmos
que existem autores com muito maior autoridade para o fazer. Assinalamos, porém, o
facto de os historiadores navais constituírem uma assinalável percentagem dos nomes
ilustres habitualmente citados no campo da História Marítima.
A “fuga” ao eterno e inevitável tema dos Descobrimentos/Expansão é outro
campo em que os historiadores da Marinha parecem levar vantagem, quer na
quantidade (26% contra 22% da produção total) quer no facto de se terem adiantado
várias décadas em relação aos demais historiadores55. Percorrendo praticamente todo
o espectro cronológico – a começar logo nos primeiros trabalhos de História Naval
geral –, abordaram os principais aspectos militares, náuticos, técnicos, administrativos,
jurídicos e ultramarinos da História Marítima nacional, embora descurando um pouco a
– não menos importante – vertente económica, sobre a qual os seus confrades civis
apenas começaram a debruçar-se de forma consistente na segunda metade do Século
XX.
E se a quantidade de “historiadores marinheiros” é, neste momento, inferior à
dos seus homólogos não-navais, o seu contínuo aumento (veremos até quando), a
melhor preparação científica dos autores e a maior abertura aos meios académicos,
impondo novos padrões de qualidade e de rigor (naturalmente sem deslustrar os
trabalhos antecedentes), parecem assegurar à historiografia naval um futuro bastante
promissor.
55
V. nota 14.
33
34
SEGUNDA PARTE: OS AUTORES
Metodologia e Critérios
56
Naturalmente, admitimos a subjectividade deste termo.
57
Por norma, não incluímos, nesta selecção, a Revista da Armada, por se tratar, essencialmente, de uma
revista de divulgação, sem pendor científico ou académico, o que não nos impede de reconhecer a
qualidade de muitos artigos ali publicados, boa parte dos quais redigida por autores que figuram na
nossa lista.
35
Titularidade de membro/sócio da Academia das Ciências, da Sociedade
de Geografia de Lisboa, da Academia de Marinha, da Academia
Portuguesa de História ou de instituição de prestígio equivalente
36
biobibliografias, que têm, essencialmente, carácter histórico, não devem ser
consideradas guias bibliográficos, embora possam constituir uma razoável referência
nesse campo). Também optámos por não incluir prefácios, introduções ou comentários
a trabalhos de outros autores, a menos que o seu conteúdo os torne especialmente
relevantes.
Há que referir que boa parte dos autores da nossa lista não dedicou, de modo
exclusivo, a sua produção intelectual à História Marítima, surgindo esta muitas vezes
no meio de outros estudos, eventualmente complementando-os ou deles recebendo
contributos. Optámos, por isso, em manter nas respectivas bibliografias trabalhos de
outra natureza, o que, na nossa opinião, ajuda a enquadrar a sua Obra, ou não fosse a
interdisciplinaridade uma característica por demais desejável no estudo da História.
37
Manuel Inácio da Costa Quintela (1763-1838)
38
também, consideradas da sua lavra a versão portuguesa de várias odes de Horácio,
publicadas sem o nome do tradutor nos Annaes da Sciencia, das Artes e das Letras,
entre os tomos VIII e XVI.
Bibliografia
Fontes/Estudos
39
(Quadro da Galeria dos Comandantes da Escola Naval)
40
Em 1807, nas vésperas da 1ª Invasão Francesa, Dantas Pereira é nomeado
Director de Estudos da Academia Real dos Guardas-Marinhas. Quando a Esquadra, no
Tejo, se prepara para transportar a família Real para o Brasil, o novo Director tem o
cuidado de organizar o embarque da Companhia Real dos Guardas-Marinha e da sua
Academia, que acompanharão a Corte, e todo o acervo, didáctico e documental que se
encontrava no valioso “Depósito de Escritos”, tal como todo o material que estava à
guarda da Sociedade Real Marítima.
Chegado ao Brasil, trata imediatamente de consolidar as estruturas da Real
Academia da Marinha, instalando-a no mosteiro de São Bento. Por outro lado, deposita
no Arquivo Militar do Rio de Janeiro a colecção de cartas hidrográficas, acompanhadas
de um inventário detalhado dos documentos que lá se encontravam.
Atingindo o posto de Chefe de Divisão ainda em 1807, regressou a Portugal em
1819 como membro do Conselho do Almirantado. Nesse mesmo ano é agraciado com
a Comenda da Ordem Militar de Cristo, de que era já Cavaleiro desde 1803. Entre 1820
e 1823, período de grande agitação política, desempenha as funções de Conselheiro de
Estado.
Casa, a 24 de Junho de 1823, com D. Maria Eugénia Cunha, que lhe dará nove
filhos,
Durante o governo absolutista de D. Miguel, passa a ter, a partir de 1828, um
lugar na Assembleia dos Três Estados como representante da Nobreza, sendo ainda
nomeado para diversas comissões especiais encarregadas dos processos dos presos
políticos. O fim da guerra civil, em 1833, com a vitória dos liberais, leva Dantas Pereira
a partir para o exílio: primeiro para Inglaterra e em seguida para França, falecendo em
Montepellier a 22 de Outubro de 1836.
A par da sua notável carreira naval, José Maria Dantas Pereira foi um
académico de reconhecidos méritos. Sócio correspondente da Academia das Ciências
de Lisboa em 1792, e efectivo em 1823, veio a ser eleito seu Secretário-Geral, cargo
que desempenhou até 1833. Foi também membro (desde 1827) da Sociedade
Filosófica de Filadélfia.
Publicou múltiplos estudos, versando sobre Hidrografia, Matemática, Literatura,
História e organização da Marinha. As suas “Noções de Legislação Naval Portuguesa
até 1820”, publicadas em três volumes, entre 1824 e 1832, registam cronologicamente
toda a legislação da Marinha desde 1450.
41
Bibliografia
42
Modelo de hum Diccionario de Algibeira Polyglotto e Passigraphico = Modèle
d'un Dictionnaire de Poche Polyglotte et Passigraphique, Paris, [s.n.], 1835
Fontes/Estudos
43
(Litografia de J. McPhail, 1856[?])
44
ilha das Flores e o arquipélago de Solor, recebendo Portugal, como contrapartida, o
enclave holandês de Maubara e 200 mil florins em dinheiro (algo cuja necessidade
se fazia desesperadamente sentir na província).
A notícia deste acordo não foi bem recebida em Lisboa, tendo Lopes de Lima
sido destituído do cargo e mandado regressar, sob prisão, à Metrópole. Faleceu
durante a viagem de regresso, em Batávia (Jakarta), a 8 de Novembro de 1852.
Bibliografia
Jornal da Viagem de José Joaquim Lopes de Lima de Goa para Lisboa por
Bombaim, Suez, Alexandria e Malta em 1842, Lisboa, Impr. de Galhardo e
Irmãos, 1843
Ensaios Sobre a Estatística das Possessões Portuguezas na África Occidental
e Oriental, na Ásia Occidental, na China e na Oceania: Escriptos de Ordem
do Governo de Sua Magestade Fidelissima a Senhora D. Maria II, Lisboa,
Imprensa Nacional, 1844-1862
Descobrimento e Posse do Reino do Congo pelos Portugueses no século XV:
sua Conquista por as Nossas Armas no século XVI: e Sucessos
Subsequentes até o Começo do século XVII, Lisboa, Impr. Nacional, 1845
Fontes/Estudos
45
(litografia publicada no 3º volume dos Quadros Navaes –
2ª impressão, 1863)
46
Tendo ganho as simpatias dos portugueses residentes na Índia, foi duas vezes
eleito seu representante no Parlamento, tendo ainda sido deputado por Castelo
Branco.
Envolvido na revolta da Patuleia, em 1846, esteve preso a bordo da fragata
“Diana”, sendo amnistiado por ocasião da Convenção de Gramido, no ano seguinte.
Entre 1851 e 1866, foi Director da Escola Naval e do Museu da Marinha, a ela
agregado, após o que transitou para o Supremo Tribunal de Justiça Militar.
Reformado como Contra-Almirante, faleceu em Lisboa, a 7 de Agosto de 1870.
Estudioso da História Marítima, publicou, entre 1851 e 1853, a obra Bosquejo
das Possessões Portuguesas no Oriente, em dois volumes, que lhe fora encomendada
pelo Governo.
Dedicou-se também à literatura em verso e em prosa, tendo editado a colecção
de folhetins Quadros Navais (1845) – que, misturam as memórias do autor com relatos
de façanhas do passado – e o livro poético Romance Patrio Marítimo (1870). Foi
colaborador de vários periódicos, entre os quais o Patriota e a Gazeta de Portugal.
Destaque, ainda, para o seu “Itinerário de Bombaim a Lisboa”, publicado no Diário do
Governo em 1838, o qual, segundo o autor, foi o primeiro do genro publicado em
língua portuguesa.
Era sócio efectivo da Academia Real das Ciências e sócio de mérito da
Academia de Belas-Artes de Lisboa.
Bibliografia
47
Fontes/Estudos
48
Joaquim José Gonçalves de Matos Correia (1801-1879)58
Nasceu em 1801.
Oficial de Marinha, combateu pelas forças liberais durante a guerra civil entre
D. Pedro IV e D. Miguel, tendo comandado os vapores “Jorge IV” e “Lord das
Ilhas”.
Foi sócio fundador e dirigente da Associação Marítima e Colonial (1839-1846),
tendo, feito parte da Comissão de Redacção dos Anais Marítimos e Coloniais.
Foi um dos pioneiros do estudo da primazia dos descobridores portugueses
(um pouco na senda do Visconde de Santarém) na América do Norte, com um
trabalho publicado nos Anais Marítimos e Coloniais entre Abril e Julho de 1841, no
qual analisa as fontes referentes à descoberta da Terra Nova e defende que esta
foi uma consequência natural do plano de descobertas traçado pelo Infante D.
Henrique.
Membro da Maçonaria, foi Grão-Mestre da Grande Loja Provincial de Portugal
da Grande Loja da Irlanda entre 1871 e 1872. Foi, também, sócio da Revista
Militar.
Reformado como Contra-Almirante, faleceu em 1879.
Bibliografia
Descrição das Máquinas a Vapor e sua Applicação à Navegação para Uso dos
Alumnos da Marinha, Lisboa, Imprensa Nacional, 1842
Memória Sobre o Limite de Velocidade Util dos Navios Mareados à Bolina a Fim
de Ganhar Barlavento, Lisboa, Imprensa Nacional, 1849
“Acerca da Prioridade das Descobertas Feitas pelos Portugueses nas Costas
Orientais da América do Norte”, Annaes Maritimos e Coloniaes, nº 6, Abr.1841,
pp. 269-282; nº 9, Jul.1841, pp. 423-433
58
Este autor fica um pouco aquém dos critérios de escolha por nós seguidos para a elaboração desta
lista. No entanto, optámos por incluí-lo devido à escassez de produção historiográfica naval no período
em que viveu e pela originalidade do seu estudo sobre as prioridades das descobertas portuguesas na
América do Norte, que o colocam na senda dos trabalhos pioneiros do Visconde de Santarém.
49
Fontes/Estudos
50
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
51
Sócio fundador e grande dinamizador do Clube Militar Naval, publicou trabalhos
sobre vários assuntos de temática marítima, nomeadamente Direito Marítimo, Material
Naval, História Marítima e Arte da Guerra, tendo também abordado o tema da
influência europeia em África e a problemática das grandes transformações que a
Marinha atravessou em finais do século XIX.
Bibliografia
52
Phases e Factos Notaveis da Historia Maritima, Lisboa, Typ. Universal de
Thomaz Quintino Antunes, 1885
As Transformações na Arte da Guerra Naval com Relação ao Sistema de Navios
e aos Modernos Meios de Ataque e Defesa, Lisboa, Tip. Universal, 1886
Portugal e Marrocos Perante a Historia e a Politica Europea, Lisboa, Typ.
Universal, 1888
Verdades Amargas Sobre Questões Sociais, Lisboa, Typ. Universal, 1888
Incidentes da Politica Externa de Portugal ou Titulos de Recommendação na
Escolha das suas Alianças, Lisboa, Typ. Universal, 1890
Conflitos Internacionaes e Diferentes Phases de Ultimatums, Lisboa, Typ.
Universal, 1890
Questão de Preferências na Aquisição de Navios de Guerra, Lisboa, Typ.
Universal, 1890
Artigos Dispersos Sobre Assumptos Varios, Lisboa, Tip. Universal, 1891
Fontes/Estudos
53
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
54
Era condecorado com os graus de Cavaleiro das Ordens de Cristo, de Nª
senhora da Conceição, de S. Bento de Avis, e da Torre e Espada, tendo, ainda, sido
agraciado como Oficial da ordem italiana de S. Maurício e S. Lázaro.
Faleceu em 1914.
Bibliografia
Fontes/Estudos
55
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
Bibliografia
56
Plutarcho Portuguez: Colecção de Retratos e Biographias dos Principaes Vultos
Historicos da Civilisação Portugueza (co-autor), E. Biel & Cia., 1881
“Construcções navais no século XVII”, Anais do Club Militar Naval, nº 20, 1890,
pp. 217-223 e 255-258
Les Champs d’Or (Afrique Portugaise), Lisboa, Academia Real das Sciencias,
1891
“O Clima de Tânger no Tratamento da Tísica Pulmonar”, Anais do Club Militar
Naval, nº 21, 1891, pp. 337-359
“Uma Batalha Naval nos Açores”, Anais do Club Militar Naval, nº 21, 1891, pp.
593-614
Primeiros Trabalhos dos Portuguezes no Monomotapa: O Padre D. Gonçalo de
Silveira, 1560, memória apresentada à 10ª Sessão do Congresso Internacional
dos Orientalistas, Lisboa, Imprensa Nacional, 1892
Talent de Bien Faire: O Infante D. Henrique, número único comemorativo das
festas do 5º centenário da cidade do Porto, Porto, Typographia Occidental,
1894
Fontes/Estudos
57
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
58
Aliando o gosto pela escrita aos seus sólidos conhecimentos profissionais,
publica, entre 1871 e 1917, vários artigos nos Anais do Clube Militar Naval, na sua
maior parte dedicados à Artilharia, ao Desenho e à Arte da Guerra.
O interesse pela História, com especial destaque para a Arqueologia Naval,
surge ligado à sua aptidão para o desenho rigoroso e para o minucioso estudo dos
navios. Em 1887, no artigo “Navios Portugueses do Tempo dos Descobrimentos e
Conquistas”, publicado na Revista Portuguesa Colonial e Marítima, dá a conhecer ao
público o provável aspecto das barcas, barinéis, caravelas, naus, galeões, fustas e
galés dos séculos XV e XVI. Em 1894 profere no Clube Militar Naval uma conferência
subordinada ao tema “Os Navios das Descobertas”, em que, devidamente sustentado
pelo estudo de diversas fontes, descreve pormenorizadamente a construção, o
aparelho e o armamento dos diferentes tipos de navios do período da Expansão. O
texto da palestra seria reimpresso em 1940, significativamente enriquecido com quinze
ilustrações da sua autoria. E aqui é importante referir que os seus apurados desenhos
à pena e as suas aguarelas virão, durante muitos anos, a constituir uma incontornável
referência na reconstituição gráfica das naves das Descobertas. Em 1896 publica outro
trabalho relacionado com o tema: Modelos de Navios Existentes na Escola Naval que
Pertenceram ao Museu da Marinha, o qual permitirá a reconstrução dos modelos de
navios destruídos num incêndio ocorrido na Escola Naval em 1916.
As biografias de personagens ilustres é outro assunto a merecer a sua atenção
e o seu rigor, sendo exemplo o “Elogio Histórico do Contra-Almirante Celestino
Soares”, que abre o primeiro volume do Anuário da Escola Naval e da Escola Auxiliar
de Marinha, de 1913, a cuja comissão presidiu.
Criado em meio literário e com acesso à rica biblioteca do seu pai, cultiva,
paralelamente, o exercício das Letras, tendo chegado a integrar uma tertúlia da qual
faziam parte distintos literatos da época, como Alexandre Herculano. A sua veia
literária traduz-se em vários contos como as Narrativas Navais (1908) e “Gente
Portuguesa”, uma série de episódios publicados nas páginas do jornal A Capital
durante os anos da Grande Guerra e que conheceriam uma significativa popularidade
junto do público. O género lírico, de pendor marcadamente patriótico, é outra vertente
que explora com sucesso, dando à estampa a Xácara dos Pilotos, lançada em 1899, no
âmbito das comemorações da chegada de Vasco da Gama à Índia, e a Xácara do
Brasil, editada no ano seguinte, numa homenagem à viagem de Pedro Álvares Cabral.
Em 1917, ano em que se estabelecem, por lei, os 65 anos como idade limite
para a passagem à Reforma no posto de Contra-Almirante, Braz de Oliveira é obrigado
59
a deixar as suas funções docentes. Pouco tempo depois, adoece. Falece no dia 12 de
Setembro, data marcada para a sua substituição na Escola Naval.
Bibliografia
“O Novo Mundo”, Anais do Clube Militar Naval, nº 7, Lisboa, 1877, pp. 209-219
Algumas Palavras Acerca da Marinha Portugueza: e da sua Influência na
Prosperidade da Nação, Lisboa, Typ. Sousa Neves, 1885
Marinha Portuguesa, Biblioteca do Povo e das Escolas, 149, Lisboa, David
Carazzi, 1887
Os Navios de Vasco da Gama, Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias,
1892
Noções de Manobra dos Navios, Lisboa, Livr. Nacional e Estrangeira, 1893
Influência do Infante D. Henrique no Progresso da Marinha Portugueza: Navios
e Armamentos, Lisboa, Imp. Nacional, 1894
Marinha Portuguesa no Tempo dos Franceses: Centenário da Guerra da
Peninsula, Lisboa, [s.n.], 1894
Modelos de Navios Existentes na Escola Naval que Pertenceram ao Museu de
Marinha: Apontamentos para um Catálogo, Lisboa, Imprensa Nacional, 1896
A Xácara dos Pilotos, Biblioteca da Revista Portuguesa Colonial e Marítima,
Lisboa, Ferin, 1899
“A Xácara do Brasil”, Revista Portuguesa Colonial e Marítima, Lisboa, 1900
Da Utilidade do Desenho no Ensino Naval: Oração Lida na Sessão Solene de
Abertura das Aulas da Escola Naval em 8 de Novembro de 1900, Lisboa,
Imprensa Nacional, 1900
Apparelho e Manobra dos Navios, Lisboa, Liga Naval Portuguesa, 1902
O Contra-Almirante Joaquim Pedro Celestino Soares: Estudo Biographico,
Lisboa, Typ. de Empreza da História de Portugal, 1902
“Padrão do Zaire”, Anais do Clube Militar Naval, nº 36, Lisboa, 1905, pp. 72-78
Arte da Guerra, Fortificação, Estratégia e Táctica Naval, Lisboa, Escola Naval,
1906
Campos Rodrigues: Discurso Pronunciado por Ocasião da Inauguração do seu
Retrato no Club Militar Naval em 12 de Março de 1906, Lisboa, J. P. Pinheiro,
1906
Narrativas Navaes, Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias, 1908
60
Arte da Guerra e Fortificação: sua Importância Durante as Invasões Francesas
em Portugal, centenário da Guerra Peninsular, Lisboa, Escola Naval, 1910
Gente Portuguesa, Lisboa, Casa Portuguesa, 1918
Os Navios da Descoberta, reimpressão da conferência feita em 23-11-1894 no
Clube Militar Naval, Lisboa, Museu e Biblioteca da Marinha, 1940
Fontes/Estudos
EÇA, Vicente Almeida d’, O Contra-Almirante João Braz d´Oliveira, separata dos
Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Setembro de 1917
FONSECA, Henrique Quirino, “No Abismo: ao Seu Camarada e Professor João
Braz de Oliveira”, Boletim da Liga Naval Portuguesa, v. 2, nº 4, Lisboa, Abril de
1903, pp. 60-64
PINTO, José Luís Leiria, “O Almirante João Braz de Oliveira. Lente da Escola
Naval. Homem das Letras e das Artes”, Revista da armada, nº 418, Lisboa,
Abril de 2008
61
(Retrato existente na Sociedade de Geografia de Lisboa)
62
Bibliografia
63
“Almirante da Índia”, Revista Portuguesa Colonial e Marítima, nº1, Lisboa,
1897, pp.507-525
“Pescas Portuguesas: a Lagosta”, Revista Portuguesa Colonial e Marítima, nº 1,
Lisboa, 1897, pp.58-62, 130-132
“Nyassa Portuguez”, Revista Portuguesa Colonial e Maritima, nº 2, Lisboa,
1898, pp-978-987, 1040-1053, 1116-1122, 1175-1184
O Marinheiro Portuguez Atravéz da História, Conferência na Academia de
Estudos Livres em 12 de Abril de 1898 - 4º centenário do descobrimento do
caminho marítimo para a Índia, Annaes da Academia de Estudos Livres, Lisboa,
Academia de Estudos Livres, 1898
O Official de Marinha, Oração lida na sessão solene de abertura das aulas da
Escola Naval em 18 de Outubro de 1899, Lisboa, Imprensa Nacional, 1899
Portugal e Brasil, Oração pronunciada na sessão Solene de 5 de Maio de 1900
na Sociedade de Geografia de Lisboa em comemoração do 4º Centenário do
Descobrimento do Brasil, Lisboa, Imprensa Nacional, 1901
Considerações Gerais Sobre Historia Colonial: Esboço Geographico-Historico dos
Territorios portugueses entre o Indico e o Nyassa, Conferências preliminares do
Congresso Colonial Nacional, nº 12, Lisboa, Imprensa Nacional, 1902
Sobre o Estado Actual das Pescas Marítimas em Portugal, 2ª conferencia
preparatoria do Congresso Maritimo Nacional de 1903, Lisboa, Liga Naval
Portugueza, 1903
A Exposição de Cartographia e a Cartographia Marítima Portugueza, Lisboa,
Sociedade de Geographia de Lisboa, 1904
Delimitação das Fronteiras Terrestres, Lisboa, Sociedade de Geographia de
Lisboa, 1904
A Cartografia Marítima Portuguesa e os seus Antecedentes, sep. dos Annaes do
Club Militar Naval, v. XXXIV, Lisboa, 1904
Chorographia de Portugal: Noções Elementares, Lisboa, Ferreira & Oliveira,
1905
Situação Actual da Pesca da Sardinha na Póvoa do Varzim, Anais da Marinha,
nº 1, Lisboa, 1905
Alguns problemas Actuaes no Direito da Guerra Maritima: Communicação Lida
ao Club Militar Naval em 29 de Janeiro de 1906, [Lisboa], Tip. J. F. Pinheiro,
1906
64
A Obra Scientifica do Visconde de Santarem, Lisboa, Sociedade de Geografia,
1907
“Política Marítima de Portugal na História”, Boletim da Liga Naval Portuguesa,
nº 6, Lisboa, Maio de 1907, pp.100-103
“Congresso de Pesca em Anvers”, Boletim da Liga Naval Portuguesa, nº 6,
Lisboa, Setembro de 1907, pp.177-186
Missão Portugueza ao Congresso de Saint-Nazaire e Nantes em 1908, Lisboa,
Typ. J. F. Pinheiro, 1908
“Momentos do Domínio Português em Mombaça”, Boletim da Liga Naval
Portuguesa, nº 7, Lisboa, Março de 1908, pp.33-38
As Pescas em Portugal: as Salinas, Notas sobre Portugal / Exposição Nacional
do Rio de Janeiro em 1908, Lisboa, 1908
A Abertura dos Portos do Brasil: Ensaio Histórico, Lisboa, Sociedade de
Geografia, 1908
As Pescas Marítimas em Portugal, Lisboa, Sociedade de Geographia de Lisboa,
1909
Sá da Bandeira, Oração lida na sessão solene de 21 de Junho de 1909 na
Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa, Typ. Universal, 1909
Causas Políticas das Invasões, Lisboa, Escola Naval, 1910
No Centenário de Ceuta, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1915
Os Filhos da Escola Naval na Grande Guerra, Lisboa, Imprensa Nacional, 1919
Normas Económicas na Colonização Portuguesa até 1808, Coimbra, Imprensa
da Universidade, 1921
Ostras e Ostreicultura em Portugal: Comunicação ao VII Congresso
Internacional de Pesca, Santander, 1921, Lisboa, Imprensa Nacional, 1921
O Feito de Fernão de Magalhães, sep. Historia e Memórias da Academia das
Sciencias de Lisboa, Nova Série, 2ª classe, Sciencias Morais e Políticas e Belas
Letras, t.14, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1921
Geografia: Livro para a 4ª e 5º Classe, Lisboa, J. Rodrigues, 1922
Castles of Portugal, publ. by The Portuguese Government Tourist Office, Lisboa,
Of. da Soc. Nac. de Tipografia, 1925
Quadros Sinópticos de Direito Internacional Marítimo: da 12ª Cadeira da Escola
Naval, [1921], Lisboa, Imprensa da Armada, 1927
A Pesca, Exposição Portuguesa em Sevilha, Lisboa, Imprensa Nacional, 1929
65
Fontes/Estudos
66
(Foto da Bibliothèque Nationale de France)
67
Reformou-se no posto de Vice-Almirante.
Membro da Sociedade de Geografia desde os 25 anos, foi Secretário e
Presidente daquela instituição. Entre os estudos que desenvolveu, salienta-se o das
questões geográficas da história dos Descobrimentos, sendo de destacar a sua obra
Subsídios para a História da Cartografia Portuguesa nos Séculos XVI, XVII e XVIII
(1916). Foi também director da Revista Portuguesa Colonial e Marítima
Faleceu em Lisboa a 15 de Novembro de 1930.
Bibliografia
68
Postos Meteorologicos nas Colonias, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa,
1901
As Colonias nas Suas Relações com o Mar, Lisboa, Sociedade de Geografia,
1901
Trabalhos Emprehendidos: Discurso na Sessão Solemne da Abertura do
Congresso Colonial Nacional, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1902
“O Navegador Queirós”, Revista Portuguesa Colonial e Marítima, A.8, vol.15,
Lisboa, 1904, pp.145-150
Uniformité des Conventions Géographiques, Lisboa, Sociedade de Geographia,
1907
No Centenário de Bento de Goes (1607-1907): Homenagem da Sociedade de
Geographia de Lisboa, Lisboa, Typ. Universal, 1907
Missão ao Brasil: a Cidade e o Estado de S. Paulo, Lisboa, Sociedade de
Geographia, 1911
Exposição Parcelar: Gomas, Resinas e Cereais das Colónias, Lisboa, Sociedade
de Geografia de Lisboa, 1913
Les Voyages et les Travaux Géographiques des Portugais Depuis l'Année 1889,
Roma, Tip. dell'Unione Editrice, 1914
Uma Planta de Ceuta de 1774 Dedicada ao Marquês de Pombal, Lisboa,
Sociedade de Geografia, 1915
Investigações Geográficas, Lisboa, Centro Tipográfico Colonial, 1915
Archipelago de Cabo Verde: Estudo Elementar de Geografia Física, Económica e
Política, Lisboa, Centro Tipográfico Colonial, 1916
Compendio de Geografia Commercial, Lisboa, A.M.Teixeira, 1916
Subsídios para a História da Cartografia Portuguesa nos Séculos XVI, XVII e
XVIII, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1916
O Nosso Patrimonio Colonial, Lisboa, Livraria Profissional, 1916
Guiné Portuguesa: Estudo Elementar de Geografia Física, Económica e Política,
Lisboa, Tip. da Cooperativa Militar, 1917
O Rio Aripuana, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1917
S. Tomé e Principe: Estudo Elementar de Geografia Física, Económica e Política,
Lisboa, Tip Cooperativa Militar, 1918
As Nossas Colonias de Africa, Lisboa, Typ. do Annuario Comercial, 1920
“A Carta Planisférica”, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, v.40, nºs
7-9, 1922, pp. 308-316
69
Geografia Comercial, Lisboa, A. M. Teixeira, 1923
Colónias Portuguesas: Elementos para o Estudo da Sua Climatologia, Lisboa,
Sociedade de Geografia de Lisboa, 1923
Relação de Capitaens Mores e Naos que Vierão do Reino a Este Estado da India
des do Seu Descobrimento, Coimbra, Imp. da Universidade, 1925
Discurso Proferido na Sessão Inaugural do 2º Congresso Colonial Nacional,
Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1924
“A Viagem do Gama na Evolução da Cartografia Náutica”, Boletim da Agência
Geral das Colónias, v.4, nº 31, 1928, pp.6-14
As Colónias, Lisboa, Imprensa Nacional, 1929
“Um Atlas de Batista Agnese?”, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa,
v.47, nºs 9-10, 1929, pp.347-350; v.48, nºs 9-10, 1930, pp.216-218
“Um Atlas Português do Século XVII”, Boletim da Sociedade de Geografia de
Lisboa, série 48, nºs 3-4, 1930, pp.53-61
Fontes/Estudos
70
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
António Artur Baldaque da Silva nasceu em Lisboa (de acordo com os registos
oficiais) a 28 de Dezembro de 1852. Depois de ter frequentado o Colégio Militar,
assentou praça na Armada como Aspirante Extraordinário a 17 de Outubro de 1870.
Após uma passagem pela Direcção-geral dos Trabalhos Hidrográficos, como
coadjuvante dos trabalhos geodésicos nacionais, conclui, em 1881, o Curso de
Engenheiro Hidrógrafo na Escola Politécnica.
No âmbito específico da Hidrografia, foi encarregue de proceder à organização
do Roteiro das Costas e Portos do Continente do Reino, trabalho de que resulta a
publicação, em 1889, do Tomo I do Roteiro Marítimo da Costa Occidental e Meridional
de Portugal, referente à costa do Algarve.
Nomeado vogal da Comissão das Pescarias, publicou, em 1891, aquela que é a
sua obra mais conhecida, o Estado Actual das Pescas em Portugal, que o credita como
uma autoridade nacional na matéria.
No mesmo ano, já como Capitão-Tenente, faz parte da Comissão das Obras do
Porto de Lisboa para modificar o projecto primitivo, de modo a torná-lo melhor e mais
económico. É no âmbito dessas funções que publicará, em 1893, o Estudo Historico
Hydrographico Sobre a Barra e o Porto de Lisboa.
Em 1892 a Espanha organiza em Madrid a Exposição Colombiana, destinada a
comemorar o centenário da chegada de Colombo à América, e Baldaque da Silva é
escolhido para organizar a representação marítima portuguesa. Para a ocasião, de
modo a contribuir para a divulgação dos Descobrimentos Portugueses no exterior e
para que estes não surjam apagados face às celebrações espanholas, apresenta duas
71
obras: O Descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral e Notícia Sobre a Nao São
Gabriel em que Vasco da Gama Foi pela Primeira Vez à Índia. A primeira destinava-se a
contrapor o descobrimento intencional do Brasil à descoberta acidental da América por
Colombo. Nela o autor utiliza os seus conhecimentos dos ventos e das correntes
atlânticos, assim como das técnicas de manobra e de navegação do século XIV, para
demonstrar que a descoberta do Brasil não se dera por acidente ou por erro de
navegação. A segunda mais não é do que a memória descritiva da construção do
modelo reduzido da nau “S. Gabriel”, que a Academia das Ciências lhe encomendara
(durante a composição do Estado Actual das Pescas em Portugal fizera construir vários
modelos reduzidos de embarcações e de aparelhos de pesca, o que teria consolidado
os seus conhecimentos sobre construção naval e despertado o seu interesse pela
arqueologia naval), em resposta à construção, por parte dos governos da Espanha e
dos Estados Unidos, de modelos dos navios de Colombo.
Em Novembro do mesmo ano é nomeado para a recém-criada Comissão Central
de Piscicultura, onde concebe a primeira estação aquícola em Portugal: a estação
aquícola do Ave (que será construída em 1898).
Reformado, por motivos de saúde, no posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra, em
1911, dedicou-se à actividade política, tendo sido eleito senador do Congresso pelo
distrito de Coimbra em 1914.
Na sequência da sua doença, viria a falecer, em Lisboa, a 21 de Agosto de
1915.
Ao longo de toda a sua obra, Baldaque da Silva apresenta-nos uma
personalidade científica prolífica e multifacetada que se debruça sobre praticamente
todos os aspectos do Conhecimento aplicáveis às ciências do Mar: Hidrografia,
Oceanografia, Astronomia, Biologia Marinha, Demografia, Estatística, Arte da Pesca,
Navegação, Economia, Construção Naval, Arquitectura, História e Estratégia.
Era Membro da Real Academia de La Historia de Madrid, Sócio Correspondente
do Instituto de Coimbra e Sócio Honorário da Associação dos Engenheiros Civis de
Londres.
Bibliografia
“Choque das Ondas”, Anais do Clube Militar Naval, nº 11, Lisboa, 1881, pp. 87-
91
72
“Initium et Terminus” (Emprego da agulha de marcar para a determinação do
ponto de partida e chegada de uma derrota de alto mar), Anais do Clube Militar
Naval, nº 12, Lisboa, 1882, pp. 39-42
Sondas e Marés, Lisboa, Typographia da Vª Sousa Neves, 1882
“Correntes Fluviaes, Marítimas e Oceânicas”, Anais do Clube Militar Naval, nº
14, Lisboa, 1884, pp. 24-29/40-46
“Historia dos Eclipses (Estudo sobre os eclipses da Lua)”, Anais do Clube Militar
Naval, nº 14, Lisboa, 1884, pp. 7-15/33-36/53-61
“Porto de Abrigo na Costa do Algarve”, Diário de Portugal, Lisboa 1885
Planta Hydrographica da Entrada, Barra, Porto de Setúbal e Relatório sobre a
Pesca Marítima e Fluvial n’Esta Localidade, Lisboa, Imprensa Nacional, 1887
“Uma Objecção Técnica às Obras do Porto de Lisboa”, série de artigos
publicados no Commercio de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, Janeiro de
1888
Étude Sur L’Ameloration des Ports Établis sur les Cotes Basses et Sablonneuses,
Lisboa, Société Typographique Franco-Portugaise, 1888
Relatório Sobre a Pesca Marítima nas Águas de Peniche, Berlengas e Farilhões,
Lisboa, Imprensa Nacional, 1889
Tomo I Roteiro Marítimo da Costa Occidental e Meridional de Portugal, Lisboa,
Imprensa Nacional, 1889
Projecto de Navegação Interior em Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1890
Estado Actual das Pescas em Portugal Compreendendo a Pesca Marítima,
Fluvial e Lacustre em Todo o Continente do Reino, Referido ao Ano de 1886,
Lisboa, Imprensa Nacional, 1891
Catalogo da Secção Maritima Portugueza na Exposição de Madrid em 1892,
Lisboa, Academia das Sciencias de Lisboa, 1892
O Descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral: Memória Typographica da
Academia Real das Sciencias, Lisboa, 1892
Notícia Sobre a Nao S. Gabriel em que Vasco da Gama Foi pela Primeira Vez à
Índia, Lisboa, Typographia da Academia Real das Sciencias, 1892
Estudo Historico Hydrographico Sobre a Barra e o Porto de Lisboa, Lisboa,
Imprensa Nacional, 1893
“A Educação Physica do Homem do Mar”, Anais do Clube Militar Naval, nº 23,
Lisboa, 1893, pp. 37-38
73
“A Entrega do Commando”, Anais do Clube Militar Naval, nº 23, Lisboa, 1893,
pp. 195-196
“As Publicações na Marinha”, Anais do Clube Militar Naval, nº 23, Lisboa, 1893,
pp. 69-70
Restauração do Poder Marítimo de Portugal, Lisboa, António Maria Pereira Ed.,
1894
“A Muleta de Pesca”, Arte Portugueza, Ano I, nº 5, s.l., Maio de 1895
“A Pesca do Atum”, Revista Portugueza Colonial e Marítima, s.l., 1º e 2º
semestres 1897-1898, pp. 318-325/401-409/594-604
“Estação Aquícola do Ave”, O Século, Lisboa, 10 de Junho de 1898, p. 1
Notice sur le Vaisseau S. Gabriel : Monté par Vasco da Gama Lors de son
Voyage aux Indes, Paris-Lisboa, Aillaud & Cie., 1900
Le Probleme de la Vie, Lisboa, Imprensa Libanio da Silva, 1911
O Engrandecimento da Região Central de Portugal: Representação Dirigida ao
Congresso Nacional da República Portugueza Sobre o Engrandecimento da
Beira e a Construção do Porto Oceanico-Commercial do Cabo Mondego, Lisboa,
Centro Typographico Colonial, 1913
Projecto de Lei Sobre o Porto Oceânico do Cabo Mondego. Canal Marítimo de
Aveiro. Coimbra e Leiria, Portos de Mar. Ligação do Mondego com a Ria
d’Aveiro e o Liz. Canal Marítimo do Mondego. Melhoramentos da Figueira da
Foz, Fomento Nacional, Lisboa, Centro Typographico Colonial, 1913
“O Porto do Cabo Mondego, os Entrepostos de Aveiro, Coimbra e Leiria e os
Melhoramentos da Figueira da Foz”, A Voz da Justiça, Figueira da Foz, 21 de
Outubro de 1913 a 16 de Junho de 1914
Fontes/Estudos59
59
Não pretendendo citar-nos a nós próprios, recomendamos, aos mais curiosos, a consulta do nosso
trabalho Baldaque da Silva: um Olhar Completo, C. M. Figueira da Foz, Cadernos Municipais (38), 2003.
74
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
75
município de Luanda e a escrever os versos do hino A Portuguesa, associados à música
de Alfredo Keil e levados à cena em 1891, composição que a República viria a
consagrar como Hino Nacional. A sua veia poética veria, aliás, a luz do dia em diversas
ocasiões, dispersa por jornais e revistas ao longo de cerca de cinquenta anos.
Entretanto, a paixão pela História ia-se manifestando em conferências,
discursos comemorativos, artigos e memórias académicas que muito contribuíram para
o arranque e desenvolvimento da Arqueologia Naval no nosso país. Para as gerações
vindouras ficarão, com especial destaque, os Estudos Sobre Navios Portugueses dos
Séculos XV e XVI (1892). Pelos seus reconhecidos méritos como estudioso da História
será convidado, em 1901, para ser professor daquela disciplina na Escola de Belas
Artes. Também o seu talento de pedagogo se manifesta neste âmbito, ao publicar, em
1904, História de Portugal Contada aos Pequenos Portugueses.
Desde sempre seduzido pela novela histórica e profundamente marcado pelas
leituras da obra de Herculano, lança-se também naquele género literário, publicando,
em 1894, o romance Os Órfãos de Calecute, à qual se seguiram vários contos e
folhetins, publicados em diversos periódicos e mais tarde reunidos em oito volumes
com o título genérico Cenas da Vida Heróica.
A sua faceta de dramaturgo ganha uma nova dimensão em 1905, com as peças
Nó Cego e O Azebre, de carácter naturalista, consideradas as melhores da sua autoria.
Sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa desde 1900, exerce a
presidência daquela instituição em 1915. Em 1923 é eleito para a Academia Brasileira
de Letras, em substituição de Guerra Junqueiro. Nesse mesmo ano, sob proposta de
Júlio Dantas, recebe a grã-cruz da ordem de Santiago. Outras distinções incluem o
título de sócio do Instituto de Coimbra, vogal do Conselho de Arte Dramática, membro
honorário do PEN Club de Londres e membro das comissões oficiais dos centenários de
Colombo e de Vasco da Gama.
Lopes de Mendonça reformou-se da Marinha, como Capitão-de-Mar-e-Guerra, a
25 de Maio de 1912. A sua intensa produção literária estava, no entanto, longe de
esmorecer.
Faleceu em Lisboa a 24 de Agosto de 1931.
Bibliografia
76
"Estudos sobre caravelas", Anais do Clube Militar Naval, vol. 20, 1890, pp. 84-
90, 137-141, 339-346, 377-383
A Morta, Lisboa, s.n., 1891
As Cores da Bandeira [A Portugueza], Lisboa, s.n., 1891
Estudos Sobre Navios Portugueses dos Séculos XV e XVI, Lisboa, Typographia
da Academia Real das Sciencias, 1892
"Uma questão de Arqueologia", Anais do Clube Militar Naval, vol. 23, 1893, pp.
39-46
Os Órphãos de Calecut, Lisboa, Lello e Azevedo, 1894
Carácter e Influência da Obra do Infante D. Henrique, Lisboa, Imprensa
Nacional, 1894
Paraízo Conquistado: Phantasia Dramática, Lisboa, Revista Theatral, 1895
Apontamentos Sobre o Piloto Pero d’Alenquer, separata dos Anais do Clube
Militar Naval, nº 26, Lisboa, 1896
Afonso de Albuquerque, Lisboa, Companhia Nacional Editora, 1898
O Padre Fernando Oliveira e a Sua Obra Nautica. Memoria, Comprehendendo
um Estudo Biographico Sobre o Afamado Grammatico e Nautographo, e a
Primeira Reproducção Typographica do seu Tratado Inedito Livro da Fabrica
das Naus, Lisboa, Typographia da Academia Real das Sciencias, 1898
Bartholomeu Dias e a Rota da Índia, Lisboa, Typ. Mattos Moreira & Pinheiro,
1898
O Salto Mortal, Amor Louco: Theatro Pitoresco, Lisboa, Companhia Nacional
Editora, 1900
História de Portugal Contada aos Pequenos Portugueses, Lisboa, Ferreira e
Oliveira, 1904
Nó-Cego, Lisboa, Ferreira e Oliveira, 1905
A Funda de David: aos Heroes da Campanha do Cuamato, Lisboa, Clube Militar
Naval, 1907
O Azebre, Porto, s.n., 1909
A Herança: Episódio Dramático em Verso, Lisboa, J. Rodrigues e Cª, 1913
Sol Novo, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1915
Saudade: um Acto em Verso, Lisboa, Aillaud e Bertrand, 1916
Sempre Português: Contos de Outro Tempo, Lisboa, Portugal-Brasil, 1920
A Inspiração de Fernão de Magalhães, separata de O Instituto, Coimbra, Imp.
Universidade, 1921
77
Gente Namorada, Lisboa, Portugal-Brasil, 1921
Lanças n’Africa, Lisboa, Portugal-Brasil, 192?
Arqueiros e Cavaleiros, Lisboa, Portugal-Brasil, 192?
A Alma do trinca-Fortes, Lisboa, Portugal-Brasil, 192?
Capa e Espada: Contos, Lisboa, Portugal-Brasil, 1922
Santos de Casa, Lisboa, Portugal-Brasil, 1923
Novas de Portugal Descobridor, Lisboa, Livraria Portugal-Brasil, 1923
Júlio Dantas: Esboço do Perfil Literário, Lisboa, Companhia editora, 1923
O Crime de Arronches, Lisboa, Portugal-Brasil, 1924
Vasco da Gama, Lisboa, Imprensa Nacional, 1924
“Uma armada portuguesa no século XVI”, Lusitânia, vol. III, 1925, pp. 141-151
Navegações dos Portugueses, Lisboa, Imprensa Nacional, 1929
Fumos da Índia, Lisboa, Portugal-Brasil, 19??
Sangue Português: Contos de Outro Tempo, Lisboa, Portugal-Brasil, 19??
Fontes/Estudos
78
SAMPAIO, Albino Forjaz de (dir.), Henrique Lopes de Mendonça: a Sua Vida e a
Sua Obra, Lisboa, Empresa do Diário de Notícias, 1926
79
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
80
de Os Portugueses no Mar (1926) e A Caravela Portuguesa (1934). Na ocasião, ficou
celebre a polémica que teve com Gago Coutinho a respeito de determinadas
particularidades no aparelho e na manobra das caravelas. Embora as suas ideias
tenham sido muito contestadas, nunca foram postos em causa a qualidade e o valor
dos seus estudos.
Paralelamente, cultivou a literatura naval de ficção e a narrativa histórica.
Possuía os graus de Grande Oficial das ordens de Avis e Santiago e de Cavaleiro
da Ordem de Cristo, sendo ainda condecorado com a medalha de prata de Serviços
Distintos, a medalha de ouro das campanhas de 1919 e a Medalha da Vitória.
Foi sócio da Academia das Ciências, da Academia Nacional de História, da
Associação de Arqueólogos Portugueses e da Sociedade de Geografia, sendo membro
de várias outras instituições científicas e literárias.
Faleceu em Lisboa, a 6 de Dezembro de 1939.
Bibliografia
81
“A Arte de Navegar: Cartografia e Cartógrafos Portugueses: os Navios das
Descobertas e Conquistas”, separata de Memórias e Conferências sobre História
e Arqueologia, Lisboa, 1931, pp.331-363
O Brazão da Cidade de Lisboa: Conferência, sep. do Boletim da Associação dos
Arqueólogos Portugueses , Lisboa, 19??
Os Navios do Infante, Lisboa, Academia das Ciências, 1933
“O Problema das Características dos Galeões Portugueses”, Arquivo Histórico da
Marinha, v. 1, nº 1, Lisboa, 1933, pp. 77-91
A Caravela Portuguesa e a Prioridade Técnica das Navegações Henriquinas, 2
vols., Coimbra, Imprensa da Universidade, 1934
“A Ribeira das Naus”, Anais das Bibliotecas, Arquivos e Museus Municipais,
nº12, Lisboa, Abril-Junho de 1934, pp.21-30
Luís de Camões, o Trinca-Fortes: Novela Heróica, Vila-Nova de Famalicão,
Minerva, 1934
Viagens Maravilhosas: Episódios da História de Portugal, Vila Nova de
Famalicão, Typ. Minerva, 1935
“João Baptista, Pioneiro da Dupla Travessia de África em Princípios do Século
XIX”, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, A. 53, nº 3-4, Lisboa, 1935,
pp. 141-157
“Contribuição Portuguesa para os Conhecimentos Geográficos”, Boletim da
Agência Geral das Colónias, v. 12, nº 131, Lisboa, Maio de 1936, pp. 98-123
Um Drama no Sertão: Tentativa da Travessia de África em 1878, Famalicão,
s.n., 1936
A Participação dos Portugueses Godinho de Heredia e Pedro Queirós no
Descobrimento da Austrália, sep. Memórias, classe de letras, t. 2, Lisboa,
Academia das Ciências de Lisboa, 1937
Diários de Navegação da Carreira da Índia nos Anos de 1595, 1596, 1597, 1600
e 1603 (dir.), Lisboa, Academia das Ciências, 1938
O Conhecimento das Línguas Africanas e Orientais, Auxiliando a Expansão do
Império Português, sep. Memorias da Academia das Ciências de Lisboa, Classe
de Letras, t.3, Lisboa, 1938
“A Marinha Portuguesa Sob a Gerência de Martinho de Melo e Castro”, Revista
de Marinha, vol. 2, nº 19, Lisboa, 1938, pp. 13-22
82
Fontes/Estudos
83
(Retrato da autoria de R. G. Mignot, 1922)
84
artificial) que foi baptizado com o seu nome. Ensaia-o em 1921, no voo entre Lisboa e
a Madeira, na companhia de Sacadura Cabral e Ortins de Bettencourt.
Entre 30 de Março e 17 de Junho de 1922, juntamente com Sacadura Cabral,
leva a cabo a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, entre Lisboa e o Rio de Janeiro,
que foi também a primeira navegação aérea efectuada com rigor científico. O feito
vale-lhe a atribuição da Grã-Cruz da Ordem da Torre e Espada e a Grã-Cruz da Ordem
de Santiago da Espada. A França agracia-o com a comenda da legião de Honra, o
Brasil atribui-lhe a Grã-Cruz da Ordem do Cruzeiro do Sul e a Espanha condecora-o
com as medalhas de Mérito Naval e Mérito Militar. É também condecorado pela Bélgica
e pela Itália.
Em 1926 é nomeado director honorário da Aeronáutica Naval Portuguesa,
ganhando o direito de usar o distintivo de piloto aviador encimado por duas palmas.
Em 1928 foi nomeado pelo Ministério da Guerra para presidir à comissão de
reorganização dos serviços geográficos, cadastrais e cartográficos. Ainda nesse ano foi
encarregue de proceder a estudos cartográficos em França e na Itália, sendo, logo
depois, enviado ao Brasil para inventariar os documentos cartográficos com interesse
para a História de Portugal.
Em 1930 integra a comissão instaladora do Museu de Marinha e no ano
seguinte é nomeado para a comissão encarregada de organizar as comemorações
centenárias de Nuno Álvares Pereira.
Em 1933 regressa a Moçambique para trabalhos geográficos, passando à
Reserva, como Vice-Almirante, no ano seguinte.
Em 1936 é nomeado para a Comissão Orientadora da Exposição Histórica da
Ocupação e do primeiro Congresso da Expansão Portuguesa no Mundo.
A sua experiência como navegador serviu-lhe para compilar um valioso
conjunto de trabalhos sobre a náutica do tempo dos Descobrimentos, do qual se
salienta o estudo das rotas de Vasco da Gama e de Pedro Álvares Cabral. Tendo,
essencialmente, publicado artigos dispersos, A Náutica dos Descobrimentos, obra em
dois volumes publicada em 1951, que compila um significativo núcleo dos seus estudos
sobre o tema, é o seu grande contributo para a história da Náutica. Colaborou em
várias revistas, como os Anais do Clube Militar Naval, Boletim da Sociedade de
Geografia, Seara Nova e em vários jornais portugueses e brasileiros, tendo também
efectuado várias conferências em Portugal e no Brasil.
Foi sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa (desde 1928), vogal da
Academia de Ciências de Portugal, sócio da Academia Portuguesa de História, sócio do
85
Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, sócio honorário da Sociedade de
Geografia de Lisboa e sócio da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. Além das
distinções atrás enunciadas era também condecorado com a Ordem do Império
Colonial, a Grã-Cruz da Ordem de Avis e a medalha comemorativa das campanhas do
Exército português.
Reformado em 1944, foi promovido por distinção ao posto de Almirante em
1958.
Faleceu em Lisboa um dia depois de completar noventa anos.
Bibliografia
86
Continuação dos erros em que se apoiou o desdobramento da rota de Vasco da
Gama em "Os Lusíadas", separata da Biblos Coimbra, Coimbra Editora, 1934
Passagem do Cabo Bojador, Lisboa, Soc. de Geografia, 1935
Influencia que as Primitivas Viagens Portuguesas à América do Norte tiveram
sobre o descobrimento das "Terras de Santa Cruz", Lisboa, Imp. Soc. Ind.
Tipográfica, 1937
Mecânica Clássica e Mecânica Relativista, Lisboa, Seara Nova, 1937
Portugueses no Descobrimento da Austrália, conferência lida na noite de 4 de
Fevereiro. - sep. do Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, nº 1 e 2,
Lisboa, 1939
Panorama Marítimo das Obras de Gil Vicente, Lisboa, Academia das Ciências
(separata), 1938
As Obras de Henry Harrise sobre os Descobrimentos, ed. lit., sep. de Memórias,
Classe de Ciências, Lisboa, Academia das Ciências de Lisboa, 1939
A Descoberta do Brasil em 1500, Lisboa, Soc. Ind. de Tipografia, 1940
Onde Teria Invernado Gomes de Sequeira em 1525?, separata do Boletim da
Sociedade de Geografia de Lisboa, ser. 58, nº 1-2, Lisboa, 1940
A Minha Viagem na Barca "Foz do Douro" do Brasil a Portugal e Algumas
Reflexões Náuticas, Lisboa, Inst. Marítimo-Colonial, 1945
Dia da Raça: Palestras, Rio de Janeiro, s.n. 1945
Bartolomeu Dias: Sua Viagem, Lisboa, sep. dos Anais do Club Militar Naval,
1946
Pombo ao Mar!: Fragmento de Memórias Marítimas, sep. Anais do Clube Militar
Naval, Lisboa, 1947
Américo Vespúcio: as Ideias Modernas do Prof. Frederick Pohl, Lisboa,
Sociedade Astória, 1948
Como Nasceu o Aeroplano, Lisboa, Soc. Astória, 1948
De Como o Plano Português da Índia Levou ao Descobrimento da América:
memória apresentada ao Congresso Internacional de Geografia de Lisboa,
1949, Lisboa, Astória, 1949
Cartas de Navegar Rectangulares, Lisboa, sep. Anais do Clube Militar Naval,
1949
Travessia Atlântica do Navio-Volante: Memórias Pessoais, sep. Anais do Clube
Militar Naval, Lisboa, 1949
87
Nuno Tristão e o Mar de Sargaço, Bissau, sep. do Boletim Cultural da Guiné
Portuguesa, nº 13, 1949
Ainda Gaspar Corte-Real: Contribuição da Sociedade de Geografia de Lisboa
para o «Coloquium» Internacional de Estudos Luso-Brasileiros, sep. Boletim da
Soc. de Geografia de Lisboa, 68, série, n. 5 e 6, Lisboa, 1950
Rota Atlântica da Nau "Gryfo" em 1538, sep. dos Anais do Clube Militar Naval,
Lisboa, 1950
Passagem de Sudoeste, sep. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 9 e
10, Lisboa, 1951
A Náutica dos Descobrimentos: os Descobrimentos Marítimos Vistos por um
Navegador: colectânea de artigos, conferências e trabalhos inéditos do
Almirante Gago Coutinho, org. e pref. pelo Comandante Moura Braz, [ed. lit.],
Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1951-1952
Contribuição Sobre os Descobrimentos Marítimos, Lisboa, Academia das
Ciências, 1952
“Astrolábio e Latitudes”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, 1953, pp. 311-
342
Bartolomeu Dias, Congresso Comemorativo do 4º Centenário da Cidade de São
Paulo, Lisboa, Sociedade de Geografia, 1953
O Segredo de Colombo: Apontamentos para Filme Cultural, sep. dos Anais do
Clube Militar Naval, Lisboa, 1954
O Acaso de Cabral: Reflexões Técnicas, Lisboa, separata do Boletim da
Sociedade de Geografia de Lisboa, série 74, 10-12, 1956
O Achamento dos Açores, Lisboa, separata do Boletim da Sociedade de
Geografia de Lisboa, 1956
Astronomia Marítima, Lisboa, sep. do Boletim da Sociedade de Geografia de
Lisboa, Julho-Setembro de 1956
Prática da Relatividade, Rio de Janeiro, Livros de Portugal, 1956
Descobrimento das Américas, Lisboa, sep. Anais do Clube Militar Naval, 1958
Les Caravelles du Christ, Lisboa, Soc. Geografia Lisboa, 1958
88
Fontes/Estudos
89
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
90
Em Novembro desse ano é nomeado professor da Escola Naval, nas cadeiras de
Arquitectura Naval e Navegação. É o início de um período de cerca de 30 anos
dedicados, em grande parte, ao ensino.
Por essa altura, redige vários trabalhos na área da Navegação, dos quais se
destaca a elaboração, em parceria com Azevedo Coutinho, das “Tábuas Náuticas”, que
serão utilizadas pela Marinha durante cerca de meio século
Em Abril de 1907 é nomeado reitor do Liceu Central de Lisboa, cargo que
desempenha até ao ano da proclamação da República
Promovido a Capitão-Tenente em 1909, é nomeado membro da comissão
encarregada de elaborar um programa de educação básica escolar
Em Setembro de 1910 é eleito presidente da Associação de Futebol de Lisboa, o
que denota um carácter manifestamente multifacetado.
Em Julho de 1911 inicia funções como encarregado da Biblioteca da Marinha,
onde descobre ou, pelo menos, desenvolve uma nova componente dos seus estudos: a
História Marítima.
É promovido a Capitão-de-Fragata em Agosto de 1915, ano em que é nomeado
Governador de Cabo verde. Durante dois anos, estuda a fundo as questões agrícolas
cabo-verdianas (apoiado na sua experiência de administrador de uma propriedade
agrícola em Timor nos dois anos anteriores) e empenha-se no fomento do ensino
naquele arquipélago, contribuindo para erradicar o analfabetismo e conseguindo taxas
de escolarização muito superiores às da Metrópole
Capitão-de-Mar-e-Guerra desde 1919, é chamado ao Governo em 1923,
assumindo, sucessivamente, os cargos de Ministro da Agricultura (de Janeiro a
Setembro) e de Ministro da Marinha (até Novembro).
Regressa ao ensino no ano seguinte, como professor da Escola Náutica na
cadeira de Pilotagem.
Na sequência dos seus estudos náuticos é convidado, no início dos anos 30,
para fazer parte da comissão nacional encarregada de estudar a reforma do
calendário.
Em 1932 passa à Reserva por limite de idade, mas a sua actividade não
diminui, dedicando-se, então, ao estudo da náutica portuguesa da época dos
Descobrimentos. Publica, sobre o tema, obras de fundo, das quais se destaca A
Marinharia dos Descobrimentos, publicado em 1933. Outro importante trabalho que
desenvolve é a publicação de textos náuticos inéditos, como os Livros de Marinharia do
91
século XVI e a compilação das obras completas de Pedro Nunes, das quais dá à
estampa os quatro primeiros volumes.
Em 1934 participa no III Congresso Internacional da História da Ciência. Dois
anos mais tarde, a Academia Francesa de Marinha elege-o, por unanimidade, como
membro.
Dedica-se, entretanto, a actividades de outro âmbito. Muito interessado por
assuntos da Natureza, aventura-se por terrenos da Ornitologia, publicando, em 1935,
O Canário Encarnado, onde mostra, uma vez mais, a sua polivalência e a capacidade
de estudar com minúcia qualquer tema da sua esfera de interesses.
Prosseguindo a sua actividade como professor da Escola Náutica, é nomeado,
em 1936, Director daquela instituição, cargo que exercerá até 1939. Ainda naquele ano
é escolhido como membro da comissão organizadora do Museu Naval Português
Em 1938 participa no III Congresso de História da Expansão Portuguesa no
Mundo e no Congresso Internacional de Geografia, em Amsterdão. As suas
deslocações ao exterior tornam-se mais frequentes quando é encarregado pela
Comissão Executiva dos Centenários de obter cópias das principais cartas portuguesas
do século XVI, obra mais tarde prosseguida pelo Almirante Teixeira da Mota
Faleceu em Lisboa, a 7 de Dezembro de 1940.
Bibliografia
92
“Pinhas d’Anel de um Só Cordão”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 31,
Lisboa, 1901, pp. 109-139
“A Ciência Náutica dos Pilotos Portugueses”, Anais do Clube Militar Naval, tomo
32, Lisboa, 1902, pp. 618-621
“Instrução dos Artilheiros e Torpedeiros”, Anais do Clube Militar Naval, tomo
32, Lisboa, 1902, pp. 368-369
“A Instrução Prática dos Aspirantes e Guardas-marinhas”, Anais do Clube Militar
Naval, tomo 32, Lisboa, 1902, pp. 671-678
“Subsídios para um Roteiro das Costas Portuguesas - Fundeadouros da
Canhoneira «Mandovy» nos Principais Portos de Cabo Verde”, Anais do Clube
Militar Naval, tomo 32, Lisboa, 1902, pp. 83-98, pp. 344-351, pp. 414-420, pp.
690-701, pp.747-762
“A Reforma da Escola Naval”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 33, Lisboa,
1903, pp. 41-44
“Sobre a Marcha dos Cronómetros. Isotempos”, Anais do Clube Militar Naval,
tomo 33, Lisboa, 1903, pp. 569-576
“Viagens nas Regiões Antárticas. O Encontro da Expedição de Nordenskiold
pelo Navio Argentino «Uruguay»“, Anais do Clube Militar Naval, tomo 33,
Lisboa, 1903, pp. 633-638
“Sobre as Tábuas Náuticas de Martelli e Similares”, Anais do Clube Militar
Naval, tomo 33, Lisboa, 1903, pp. 650-655, 1904, pp. 143-153
“Despesas no Arsenal da Marinha”, Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, tomo
34, 1904, pp. 41-44
Arithmetica, Systhema Metrico e Geometria: 4ª Classe [do] Ensino Primário
Oficial, Lisboa, Typ. de Adolpho Mendonça, 1905
Elementos de Matemática: em Harmonia com o Programma Oficial, Lisboa, J. A.
Rodrigues, 1905
Sur les Deflecteurs, Lisbonne, Librairie Ferin, 1905
“Sobre Defletores”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 36, Lisboa, 1906, pp. 59-
66, pp. 127-140, pp. 176-180
Tábuas de Logarithmos 5 Decimais dos Números e das Funções
Trigonométricas: para Uso dos Lyceus, Institutos, Escolas Industriais e
Comerciais (c/ Azevedo Coutinho), Lisboa, Livraria Ferreira, 1907
“Naufrágios na ilha da Boa Vista (Desde 1842 a 1916)”, Anais do Clube Militar
Naval, tomo 48, Lisboa, 1917, pp. 736-738
93
Cronómetro [texto litografado]: 5ª cadeira [da] Escola Naval, 1918-1919,
Lisboa, [s.n.; s.d.]
“Fórmulas do Triângulo de Posição”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 51,
Lisboa, 1920, 1922, pp. 35-39, pp. 273-279
“Uma Recta de Altura Histórica”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 52, Lisboa,
1921, pp. 97-100
Elementos de Navegação Astronómica Moderna, Lisboa, Tip. Cooperativa
Militar, 1921
Dezasseis Meses em Timôr (1913-14), Lisboa, Tipografia da Cooperativa Militar,
1923
Tábuas Náuticas (c/ Azevedo Coutinho), Lisboa, Typ. Cooperativa Militar, 1922
“Observações Simultâneas de 3 ou 4 Astros”, Anais do Clube Militar Naval, vol.
53, Lisboa, 1924, pp. 242-245
“Traçado das Curvas de Altura”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 57, Lisboa,
1926, pp. 184-201, pp. 292-316
Navegação Radiogoniométrica: Curvas e Rectas do Azimute, Lisboa, Imprensa
da Armada, 1927
“Hora do Relógio de Bordo (Hora Legal) ao Meio Dia Verdadeiro, Sendo o
Observador Móvel”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 60, Lisboa, 1929, pp. 3-
10
“O Actual e o Futuro Ponto no Mar”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 61,
Lisboa, 1930, pp. 73-115
Desvios da Agulha Magnética: 5ª cadeira [da] Escola Naval, Lisboa, Escola
Naval, 1930
Moderna Navegação Astronómica [texto litografado]: 5ª cadeira [da] Escola
Naval, Lisboa, Escola Naval, 1930
“A Evolução da Pilotagem em Portugal”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 62,
Lisboa, 1931, pp. 93-105
“A Reforma do Calendário”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 62, Lisboa, 1931,
pp. 3-61
“Atribulações dum Marinheiro em Terras de Além-mar, Cabinda-Timor-Cabo
Verde-S. Tomé”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 62, Lisboa, 1932, pp. 113-
140
94
“Compensação Estável do Desvio Quadrantal das Agulhas Líquidas de Forte
Momento Magnético”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 62, Lisboa, 1932, pp. 3-
16
Este Liuro he de Rotear, Lisboa, Imprensa da Armada, 1933
Bibliografia dos Roteiros Portugueses até ao Ano de 1700, Lisboa, Arquivo
Histórico da Marinha, 1933
A Marinharia dos descobrimentos (contém Bibliografia náutica portuguesa até
1700), Lisboa, Imprensa da Armada, 1933
Via do Infante, Antes Terça Nabal e Sagres Depois, Lisboa, [s.n.], 1933
Bibliografia Náutica Portuguesa até 1700, Lisboa, Imprensa da Armada, 1934
O Canário Encarnado, Lisboa, Editorial Século, 1935
Às Portas da Índia em 1484, Lisboa, Imprensa da Armada, 1935
Um dos 5 Regimentos da Altura do Polo ao Meio Dia, do “Livro de Marinharia”
de João de Lisboa, Lisboa, [s.n.], 1933
“Unificação das Anotações Especialmente Bibliográficas nos Trabalhos
Históricos”, Ethnos, Lisboa, 1935, pp. 37-39
“L’Almanach Perpetuum de Abraham Zacut, Leiria, 1496”, Actes, Conférences et
Communications/III Congrès Internacional d’Histoire des Sciences, Lisboa,
1936, pp. 137-146
“Sócios Fundadores do Clube Militar Naval”, Anais do Clube Militar Naval, vol.
66, Lisboa, 1936, pp. 9-64
“A Arrojada Viagem de Pedro Álvares Cabral e da sua Armada (1500-1501)”,
Anais do Clube Militar Naval, vol. 67, Lisboa, 1937, pp. 233-242
Astronomical Fixes by Azimuth, Astronomical Fixes by Simultaneous Altitude
and Azimuth of the Sun, Radiogoniometric Fixes for Distances Nearer the
Station, [s.l.; s.n.], 1937
“A Actividade dos Descobrimentos desde a Morte de D. Henrique até o Advento
de D. João II”, História da Expansão Portuguesa no Mundo, Lisboa, Ática, 1937,
pp. 357-361
“Bartolomeu Dias e a Passagem do Sueste”, História da Expansão Portuguesa
no Mundo, Lisboa, Ática, 1937
Deambulações da Ganda de Modafar, Rei de Cambaia, de 1514 a 1516, Lisboa,
Agência Geral das Colónias, 1937
Deambulations of the Rhinoceros, Ganda of Muzafar, King of Cambaia, from
1514 to 1516, Lisboa, Agency General of the Colonies, 1937
95
“A Intrigante Penúltima Página do «Regimento de Munich»“, Anais do Clube
Militar Naval, vol. 67, Lisboa, 1937, pp. 525-543
Les Déambulations du Rhinocéros de Modafar: Roy de Cambaye, de 1514 à
1516, Lisboa, Agênce Générale des Colonies, 1937
“As Orações de Obediência de D. João II aos Papas Inocêncio VIII em 1485 e
Alexandre VI em 1493”, Memórias da Academia das Ciências de Lisboa, Lisboa,
1937, pp. 19-31
Point Astronomique par des Azimuts, Point Astronomique par la Hauteurs et
l’Azimuth Simultanés du Soleil, Point Radiogonométrique pour les Distances
Rapprochées, [s.l.; s.n.], 1937
“Para a História da Armada Nacional: Figuras e Factos de há Cem Anos”,
Revista da Marinha, Lisboa, A.1, 1937, nºs 3,4,6,7,8,9,12,13; A.2, 1938, nºs
14,17
“Quarto Centenário da Publicação do Tratado da Sphaera de Pedro Nunes”,
Petrus Nonius, Lisboa, 1938, pp. 337-356
“Cartas Portuguesas dos Séculos XV e XVI, de Paradeiro Conhecido”, Boletim
Geral das Colónias, Lisboa, 1938, pp. 31-52
Descobrimentos Marítimos Africanos dos Portugueses com D. Henrique, D.
Afonso V e D. João II, Lisboa, Publicações do Primeiro Congresso da História da
Expansão Portuguesa no Mundo, 1938
“Fernão Gomes e o Monopólio do Resgate da Guiné”, Boletim da Sociedade de
Geografia de Lisboa, Lisboa, 1938, pp. 189-194
“As Ilhas Mascarenhas: Reunião e Maurícia”, Boletim da Sociedade de Geografia
de Lisboa, Lisboa, 1938, pp. 469-471
La Découverte du Brésil en 1500: 22 Avril, Date Historique, 3 Mai, Date
Conventionelle, Lisboa, [s.n.], 1938
“La Liene Marine des Portugais aux XVe e XVIe Siècles”, Boletim da Sociedade
de Geografia de Lisboa, Lisboa, 1938, p. 370
Pedro Nunes, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1938
S. Gregório em False Island como Afirmei em 1935, Lisboa, Academia das
Ciências de Lisboa, 1938
Sobre uma Nova Versão do Descobrimento da Ilha de Santiago de Cabo Verde,
Lisboa, Academia das Ciências, 1938
Descobrimento de Lourenço Marques, [s.l.; s.n.], 1939
96
“O Descobrimento do Brasil”, História da Expansão Portuguesa no Mundo,
Lisboa, Ática, 1939, p. 359
Cartas das Ilhas de Cabo Verde de Valentim Fernandes 1506-1508, Lisboa,
Agência Geral das Colónias, 1939
L’art Nautique des Découvertes, Paris, Librairie Félix Alcan, 1939
“Catálogo da Exposição de Cartografia”, Publicações/Congresso do Mundo
Português, Lisboa, 1940, pp. 390-459
“A Contribuição Literária da Agência Geral das Colónias às Comemorações
Centenárias”, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1940, pp. 315-316
“Descobrimentos Portugueses no Atlântico e Costa Ocidental Africana do
Bojador ao Cabo de Catarina”, Publicações/Congresso do Mundo Português,
Lisboa, 1940, pp. 243-286A
“Elogio do Comandante Quirino da Fonseca”, Boletim da Sociedade de
Geografia de Lisboa, Lisboa. 1940, pp. 94-96
“Fontes Contemporâneas sobre a Arrojada e Trágica Viagem de Pedro Álvares
Cabral 1500-1501”, Petrus Nonius, Lisboa, 1940, pp. 249-252
Uma Carta Náutica Portuguesa, Anónima, de “circa” 1471, Lisboa, Agência
Geral das Colónias, 1940
“Para a história de Lourenço Marques”, Anais da Academia Portuguesa da
História, Lisboa, 1944, pp. 93-97
Ciência Náutica dos Portugueses na Época dos Descobrimentos, Lisboa,
Comissão Executiva do Quinto Centenário da Morte do Infante D. Henrique,
1958
Fontes/Estudos
97
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/11033/1/ASPOF%20M%20Joana%
20Canas%20Costa%202015.pdf)
COUTINHO, Carlos Viegas Gago, “Abel Fontoura da Costa”, Anais da Academia
Portuguesa de História, II série, vol. 2, Lisboa, Academia Portuguesa de
História, 1949, pp. 146-151
MOTA, Avelino Teixeira da, O Comandante Abel Fontoura da Costa, Historiador
da Marinharia dos Descobrimentos, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar,
1973
FONSECA, Henrique Quirino da, “Fontoura da Costa o Emérito Historiador de A
Marinharia dos Descobrimentos”, Anais do Clube Militar Naval, Discurso
proferido na sessão de homenagem a Abel Fontoura da Costa, vol. 65, Lisboa
1935, pp. 549-563
LIMA, Joaquim dos Santos Quelhas, “Homenagem à memória de Fontoura da
Costa”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 71, Lisboa, 1941, pp. 455-474
MOTA, Teixeira da, O Comandante Abel Fontoura da Costa, Historiador da
“Marinharia dos Descobrimentos”, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar,
1973
PEREIRA, Jorge Ramos, Fontoura da Costa, Professor Insigne, Matemático
Categorizado, Marinheiro Brioso, mas Inconformado, que Dignificou a Marinha e
Honrou a Pátria, Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1973
PINTO, José Luís Leiria, “Comandante Fontoura da Costa – Realidade e Mito”,
Revista da Armada, nº 368, Lisboa, Setembro-Outubro de 2003, pp. 17-21
SILVA, Fernando Augusto Pereira da, “Capitão de Mar e Guerra Abel Fontoura
da Costa”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 70, Lisboa, 1940, pp. 581-585
98
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
99
Passou à Reserva, como Capitão-de-Mar-e-Guerra, em 1935, tendo falecido a 6
de Maio de 1942.
Bibliografia
Fontes/Estudos
100
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
101
aquela guerra. Nele advoga que uma potência continental como a França jamais
poderia bater a Inglaterra num conflito tão marcadamente marítimo como aquele,
relevando o facto de os dois principais contendores estarem separados pelo mar, o que
prejudicava, sobretudo, o primeiro.
Em 1918, na sequência dos ensinamentos colhidos durante a Grande Guerra, é
criado o Estado-Maior Naval, tornando-se Mata Oliveira, já Capitão-Tenente, um dos
seus primeiros oficiais. Ali se distingue pelos seus trabalhos de carácter doutrinário e
pelo contributo dado à organização do Curso Naval de Guerra.
Em 1923 volta a embarcar, como comandante do contratorpedeiro “Douro”. É,
por essa altura, convidado a integrar a recém-criada Comissão de História Militar.
Regressa ao Estado-Maior no ano seguinte. Cinco anos depois é nomeado chefe
de gabinete do Ministro da Marinha, Almirante Magalhães Correia, junto de quem
acompanha o lançamento do mais ambicioso programa de reequipamento naval levado
a cabo durante o século XX.
Em Março de 1931 regressa a Macau, desta vez na qualidade de Governador.
Além de fomentar o ensino, o turismo e as telecomunicações, teve uma acção
determinante na pacificação das perturbações causadas no território pela guerra civil
em curso na China.
Em Dezembro do mesmo ano estava, já, de volta a Lisboa e ao Estado-Maior
Naval. Era o seu regresso definitivo à estrutura superior da Marinha, com a qual tivera
o primeiro contacto trinta anos antes.
Aproveitando a sua experiência ultramarina, integra a delegação metropolitana
na 1ª Conferência Económica do Império colonial Português, realizada em Lisboa em
1934.
Em 1935 publica as memórias dos seus tempos de embarque: No Mar –
Episódios da Vida dos Marinheiros.
No ano seguinte é promovido Contra-Almirante e investido no cargo de
Superintendente dos Serviços da Armada. Em Maio de 1937 assume, apenas por dois
meses, a chefia do Estado-Maior Naval, logo antes de ascender ao mais alto cargo
militar da Marinha: o de Major-General da Armada.
Passa à Reserva, por limite de idade, em 1941, sendo, então, nomeado
presidente da comissão de estudo das novas instalações do Museu de Marinha.
Mais disponível para se dedicar à investigação histórica, debruça-se, sobretudo,
sobre o período das Guerras Liberais.
Morre em Lisboa, a 24 de Julho de 1948.
102
Bibliografia
“O Recrutamento das Praças da Armada”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 38,
1907, pp. 224-232
“Subsidios para a Historia da Esquadra do Marquês de Nisa (1798-1800): Papel
Historico sobre a Comissão de Tripoli, em Maio de 1799”, Revista Militar, vol.
LXIV, 1912, pp. 714-725, 776-801; vol. LXV, 1913, pp. 590-617
O Poder Marítimo na Guerra da Península, Lisboa, Tip. Cooperativa Militar,
1914
“Serviços Militares e Políticos do Marquês de Nisa”, Anais do Clube Militar Naval,
vol. 48, 1917, pp. 458-477
“O Bombardeamento e as Defesas Acessórias da Fortificação das Bases
Marítimas”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 48, 1917, pp. 775-792
“As Operações Costeiras e os Progressos da Técnica Naval”, Anais do Clube
Militar Naval, vol. 49, 1918, pp. 407-417, 550-569; vol. 50, 1919, pp. 69-86,
173-182, 427-437, 475-491
“Ordens e Instruções”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 55, 1924, pp. 177-185
“Marinha Espanhola. Escola de Guerra Naval”, Anais do Clube Militar Naval,
vol. 56, 1925, pp. 340-354
“A História Militar na Preparação dos Oficiais”, Anais do Clube Militar Naval,
vol. 59, nºs 1-2, 1928, pp. 3-9
“Novas Orientações a Seguir no Estudo da geografia Militar Naval”, Anais do
Clube Militar Naval, vol. 60, nºs 5-6, 1929, pp. 15-19
No Mar – Episódios da Vida dos Marinheiros, Lisboa, Liga Naval Portuguesa,
1935
Alguns Manuscritos sobre a Batalha do Cabo Matapan, Lisboa, Comissão de
História Militar, 1950
Fontes/Estudos
103
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
104
Bibliografia
105
Na “Bengo” 1903: comissões desempenhadas por este navio sob o comando de
A. Mattos, Lisboa, Typ. do Commercio, 1903
O Congresso Internacional Maritimo de Nantes em 1902: relatório, Porto, Typ.
Pereira, 1903
“Operações Militares de Angoche”, Anais do Clube Militar Naval, nº 33, Lisboa,
1903, pp. 455-473
O Problema Naval Portuguez, Porto, Typ. Pereira, 1908
A Unificação do Direito Comercial Marítimo, Porto, Typ. Pereira, 1910
Palestras Sociaes, Porto, Typ. Pereira, 1916
Fontes/Estudos
106
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
107
No fim da guerra integra, como relator da Marinha, a delegação portuguesa nas
negociações de paz. Regressado a Lisboa, em 1921, é nomeado regente da 11ª
cadeira (Arte Militar Marítima) da Escola Naval e da e 36ª cadeira (Material e
Operações Navais) da Escola Militar. Em acumulação, faz parte da comissão
encarregada do projecto de organização do Ministério da Marinha (1922) e da
Comissão de História Militar (1923).
Entre 1926 e 1927, comanda o contratorpedeiro “Tâmega”. Naquele último ano
torna-se professor do Curso Naval de Guerra. De 1934 a 1936 exerce novo comando,
desta vez do contratorpedeiro “Lima”, cargo que acumula com o de comandante da
esquadrilha.
Em 1936 é chamado a chefiar o gabinete do Major-General da Armada,
integrando, no mesmo ano, a comissão organizadora do Museu de Marinha.
Em 1939 torna-se Chefe do Estado-Maior Naval e em 1940 ascende ao cargo de
Major-General da Armada.
Tendo passado à Reserva no posto de Vice-Almirante, faleceu em 1960.
Além dos estudos de natureza estratégica e de algumas centenas de artigos
dispersos pelo Diário dos Açores, jornal O Século, e Anais do Clube Militar Naval, além
de muitos outros periódicos, publicou, no âmbito da História Naval, Os Primeiros Cem
Anos da Escola Naval (coordenação - 1945); Subsídios para a História das Guerras da
Restauração no Mar e no Além-Mar; O Período da Restauração na Índia; o Período da
Restauração nos Mares da Metrópole, no Brasil e em Angola (1940) e Subsídios para a
História Militar Marítima da Índia: 1585-1669 (1930-1956).
Bibliografia
“Algumas Notas sobre a Eficácia da Artilharia”, Anais do Clube Militar Naval, vol.
38, 1907, pp. 523-536
“Deslocamento, Velocidade e Armamento dos Navios de Linha”, Anais do Clube
Militar Naval, vol. 38, 1907, pp. 722-753,; vol. 39, 1908, pp. 4-13
“A Táctica do Almirante Fournier”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 39, 1908,
pp. 132-137, 217-236
“Progressos no Tiro de Artilharia Naval nos Últimos Dez Anos”, Anais do Clube
Militar Naval, vol. 39, 1908, pp. 279-294, 321-335
“Sinais Sonoros Submarinos”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 39, 1908, pp.
701-712
108
“Cruzadores Couraçados”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 40, 1909, pp. 65-
87, 161-177
“Direcção do Fogo”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 40, 1909, pp. 443-455,
530-557
Marinha e Defesa Nacional. Doutrina, Coimbra, França & Armenio, 1912
“Administração Central da Marinha”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 44, 1913,
pp. 67-84, 579-608, 659-688, 749-760, 829-839, 872-880
“Estratégia do Tempo de Guerra”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 45, 1914,
pp. 311-335, 511-525, 546-571, 654-672
“Alfred Thayer Mahan”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 46, 1915, pp. 255-
264
“O Estudo da História de Guerra Naval”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 46,
1915, pp. 463-481
“Ensinamentos da História de Guerra Naval. A Batalha de Lepanto”, Anais do
Clube Militar Naval, vol. 46, 1915, pp. 636-670
“Perda e Restauração da Baía, 1624-25”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 47,
1916, pp. 554-590, 679-686, 711-731
“Guerra Contra os Holandeses no Brasil”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 47,
1916, pp. 777-802; vol. 48, 1917, pp. 15-34, 136-153, 250-262; vol. 60, 1929,
nºs 5-6, pp. 63-29; nºs 9-10, pp. 77-105; nºs 11-12, pp. 51-80; vol. 61, 1930,
nºs 1-2, pp. 37-65
“A Defesa da Navegação Mercante na Guerra Submarina”, Anais do Clube
Militar Naval, vol. 48, 1917, pp. 850-868
“A Guerra Submarina”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 49, 1918, pp. 39-46,
215-221, 262-271
O Problema da Marinha Mercante, Lisboa, Tip. J. F. Pinheiros, 1919
“O Estudo da Arte da Guerra na Preparação dos Oficiais”, Anais do Clube Militar
Naval, vol. 50, 1919, pp. 492-502
“A Grande Guerra e a Composição Futura das Armadas”, Anais do Clube Militar
Naval, vol. 50, 1919, pp. 579-595
Lições de Arte Militar Marítima: Feitas ao Curso do Ano de 1921-1922: 11ª
cadeira, 2 vols. Lisboa, Escola Naval, Lit. da Escola Naval, 1922
“O Curso Naval de Guerra”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 51, 1920, pp. 97-
123
“Aviação Naval”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 54, 1923, pp. 40-44
109
“O Triângulo Estratégico”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 56, 1925, nºs 1-3,
pp. 33-55; nºs 4-6, pp. 71-83; nºs 7-9, pp. 210-234; nºs 10-12, pp. 275-297;
vol. 57, 1926, pp. 18-29
“Estudos de Orgânica. A Administração Central da Marinha”, Anais do Clube
Militar Naval, vol. 57, 1926, pp. 272-291
“Um Curso de Comunicações Navais”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 58,
1927, pp. 131-135
“A Influência do Poder Aéreo na Estratégia Naval”, Anais do Clube Militar Naval,
vol. 58, 1927, pp. 265-271
Os Factores Imponderáveis da Guerra [Manuscrito], lições feitas ao Curso Naval
de Guerra, 1927 [publicado em Lisboa, Ministério da Marinha, 1970]
“Comunicações Navais”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 59, nºs 1-2, 1928,
pp. 31-43
“França e Itália no Mediterrâneo”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 59, nºs 7-8,
1928, pp. 84-90
“Estudos de Orgânica. O Pessoal”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 59, 1928,
nºs 5-6, pp. 11-26; nºs 11-12, pp. 20-29; vol. 60, 1929, nºs 1-2, pp. 11-31
“Aspectos Navais da Guerra Química”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 60, nºs
1-2, 1929, pp. 148-154
“A Educação dos Oficiais da Armada até à Criação da Escola Naval”, Anais do
Clube Militar Naval, vol. 60, nºs 3-4, 1929, pp. 17-31
“Recrutamento, Instrução e Selecção dos Oficiais” Anais do Clube Militar Naval,
vol. 60, 1929, nºs 3-4, pp. 97-104; nºs 5-6, pp. 95-105
“Estudos de Orgânica. A Defesa da Costa”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 60,
nºs 7-8, 1929, pp. 33-60
“Campos Minados e seu Emprego à Luz dos Ensinamentos da Grande Guerra”,
Anais do Clube Militar Naval, vol. 60, nºs 9-10, 1929, pp. 115-131
“Marinha de Qualidade e Marinha de Quantidade”, Anais do Clube Militar Naval,
vol. 61, nºs 3-4, 1930, pp. 159-167
“Política Naval Nacional: Necessidade e Vantagens de Defini-la”, Anais do Clube
Militar Naval, vol. 61, 1930, nºs 7-8, pp. 91-116; nºs 9-10, pp. 121-154
Subsídios para a História Militar Marítima da Índia 1585-1669, 4 vols., Lisboa,
Imprensa da Armada, 1930-56
“Princípios do Mando”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 61, 1930, nºs 11-12,
pp. 3-29; vol. 62, 1931, nºs 1-2, pp. 55-78
110
As Novas Formas da Guerra Naval e a Futura Composição das Marinhas, sep.
Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Impr. da Armada, 1931
“Um Capítulo da História da Índia”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 62, nºs 1-
2, 1931, pp. 3-19
“Aviões de Bombardeamento e Aviões Torpedeiros”, Anais do Clube Militar
Naval, vol. 62, nºs 5-6, 1932, pp. 215-222
“As Grandes Expedições Combinadas”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 62,
1932, nºs 9-10, pp. 51-70: nºs 11-12, pp. 21-36; vol. 63, 1933, nºs 1-2, pp 29-
45
A Geografia, lição inaugural do ano lectivo 1932-33 da Escola Naval
pronunciada em 23 de Outubro, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa,
Imprensa da Armada, 1933
A Cooperação do Exército e da Marinha, lição inaugural do ano lectivo 1933-
1934 da Escola Militar, sep. Revista Militar, Lisboa, [s.n.], 1933
“Marinheiros em Terra”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 64, nºs 1-2, 1934,
pp. 99-107
As Operações Contra a Costa e as Expedições Combinadas, sep. Anais do Clube
Militar Naval, Lisboa, Tip. da L. C. G. G., 1939
O Período da Restauração nos Mares da Metrópole, no Brasil e em Angola,
Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1940
Nuno Álvares Botelho, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1940
O Período da Restauração na Índia, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1940
Subsídios para a História das Guerras da Restauração no Mar e no Além-Mar,
Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1940
Os primeiros cem anos da Escola Naval: 23-IV-1845 a 23-IV-1945 (pref. e
coord.), Lisboa, Escola Naval, Tip. da União Gráfica, 1945
“O Futuro das Forças Armadas Perante a Recente Evolução do Material Bélico e
a Organização Mundial para a Paz”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 75, 1945,
pp. 557-583; vol. 76, 1946, pp. 3-19
“As Reduções Navais Britânicas”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 77, 1947,
pp. 391-401
“Dois Anos do Período da Decadência do Nosso Império Oriental – 1620-22”,
Anais do Clube Militar Naval, vol. 80, 1950, pp. 3-22
“A Evacuação de Hungman”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 81, 1951, pp. 3-
7
111
“A Preponderância Aérea e as Armas Atómicas na Defesa do Ocidente”, Anais
do Clube Militar Naval, vol. 81, 1951, pp. 299-309
“O Problema Orgânico da Força Aérea”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 82,
1952, pp. 177-181
“A Marinha e o Império Português das Índias Ocidentais”, Anais do Clube Militar
Naval, vol. 84, 1954, pp. 87-102
Fontes/Estudos
112
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
113
depois, aos embarques, tendo tido oportunidade, em 1922, de apoiar, a bordo do
cruzador “Carvalho Araújo”, a travessia aérea do Atlântico Sul efectuada por Gago
Coutinho e Sacadura Cabral. Fora, entretanto, promovido, em 1919, ao posto de
Capitão-Tenente.
Depois de servir, durante dois anos (1923-1925), como Capitão do Porto de Vila
Real de Santo António, regressa a Macau, para assumir o comando da sua velha
canhoneira “Pátria”. Foi o seu último embarque operacional e a sua última estadia
naquelas paragens orientais.
Regressa a Lisboa em 1929, sendo portador de uma série de crónicas, relatos e
contos que publicará ao longo da década seguinte e que consolidarão a sua reputação
como escritor da história de Macau e da presença portuguesa no Extremo Oriente. De
entre os trabalhos publicados, destacam-se A Caminho do Oriente (1932), que é
premiado no Concurso de Literatura Colonial, a colectânea de artigos Visões da China
(1933) e a monumental obra em 12 volumes China (1936).
Nessa altura dedica-se, com especial relevo, às actividades culturais,
representando a Marinha na Exposição Colonial Portuguesa em Antuérpia (1931) e na
Semana das Colónias da Sociedade de Geografia de Lisboa (1933), sendo a sua acção
muito louvada. Em 1933, recebe o encargo de compilar elementos para a elaboração
de uma História dos Navios da Marinha de Guerra Portuguesa, tarefa que prosseguirá
mesmo após o fim do seu serviço activo.
Promovido a Capitão-de-Fragata em 1935, é nomeado comandante da fragata
“D. Fernando II e Glória”, cargo que acumula, entre 1937 e 1938, com o de Director
da Escola de Artilharia Naval ali sedeada. Naquele último ano, é dado como incapaz
para o serviço pela Junta de Saúde Naval, passando, então, à Reserva.
É, então, nomeado para prestar serviço na Secção de História do Estado-Maior
Naval, na mesma altura em que é publicado, em separata dos Anais do Clube Militar
Naval, o seu notável trabalho A Marinha Portuguesa na Grande Guerra, que, de forma
abrangente, nos dá um panorama da participação das várias componentes da Marinha
(unidades navais, batalhões expedicionários e aviação naval) no primeiro grande
conflito mundial.
Em 1947, é nomeado Director da Biblioteca da Marinha e do Museu Naval que,
na altura, lhe estava agregado. Passa à situação de Reforma em 1950, mas isso não
impede que continue a dedicar-se, de forma apaixonada, à área da Museologia, sendo
a sua acção seria decisiva para o desenvolvimento do Museu da Marinha e para a sua
relocalização nas actuais instalações anexas ao Mosteiro dos Jerónimos.
114
Entre 1950 e 1957 é vogal da Comissão de Redacção dos Anais de Marinha e
em 1959 é nomeado Director do renovado Museu da Marinha, inaugurando as suas
novas instalações em 1962. E é ao Museu que dedica o seu último trabalho escrito,
publicado em separata dos Anais do Clube Militar Naval em 1967, ano da sua morte.
Bibliografia
115
O Museu da Marinha, Lisboa, Tip. da União Gráfica, 1950
“A Necessidade do Monumento ao Infante D. Henrique”, Anais do Clube Militar
Naval, vol. 82, 1952, pp. 39-49
A Estética Histórico-Marítima da Cidade de Lisboa, Lisboa, Império, 1953
Os "Genários" uma Nova Espécie Zoológica, Lisboa, [s.n.], 1958
O Museu de Marinha, Lisboa, Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos
Nacionais, 1962
“Uma Curiosidade do Tempo da Vela”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 92,
1962, pp. 353-360
“A Marinha em África. Silva Nunes”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 94, 1964,
pp. 523-534
“Recordando Timor”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 95, 1965, pp. 259-274
“Um Planetário desconhecido, de 1736”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 95,
1965, pp. 753-760
O Museu de Marinha, sep. Anais do Clube Militar Naval, nºs 4 a 6, Abril-Junho
1967
Fontes/Estudos
116
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
117
Considerado um dos maiores especialistas em orientalismo e história medieval
italiana, dedicou grande parte dos seus trabalhos históricos ao período áureo dos
Descobrimentos e da Expansão Portuguesa. Foi membro da Comissão de Redacção dos
Anais do Clube Militar Naval, vogal efectivo da Comissão de História Militar, Secretário-
Geral da Sociedade de Geografia de Lisboa e membro da Academia das Ciências.
Aposentado, por limite de idade, em 1941, faleceu em Lisboa a 1 de Outubro
de 1963.
Bibliografia
118
Bibliografia dos Descobrimentos e Navegações Existente na Sociedade de
Geografia de Lisboa, Lisboa, Sociedade de Geografia, 1954
Filosofia da História Marítima Portuguesa: sobre uma Hermenêutica dos
Descobrimentos, Notas Críticas, Lisboa, Tip. da L.C.G.G, 1954
“As Mostras Italianas de 1254-1454-1954”, Boletim da Sociedade de Geografia
de Lisboa, vol. 72, nºs 7-12, 1954, pp. 193-199
“A Propósito do Centenário de Marco Pólo – 1254-1954. Reflexões e Outras
Coisas”, Anais do Clube Militar Naval, nº 85, Lisboa, 1955, pp. 3-14
O Infante D. Pedro, as Sete Partidas e a Génese dos Descobrimentos, Lisboa,
Agência Geral do Ultramar, 1955
Travessia Aerea Portuguesa do Atlantico 1921: o Sextante de Gago Coutinho,
Lisboa, sep. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1955
Capitão Renato Baptista: o seu Centenário 1855-1955, Lisboa, sep. Boletim da
Sociedade de Geografia, Outubro-Dezembro 1955
Marco Polo e os Portugueses: duas Fases da Geografia do Oriente, Lisboa, sep.
Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Julho-Setembro 1955
Also Sprach: ... Assim Falou Sardar K. M. Panikkar, Lisboa, Separata do Boletim
da Sociedade de Geografia de Lisboa, Outubro-Dezembro, 1956
De Portugal e da Armoriada Bruges: Política, Navegação e Comércio, Lisboa,
sep. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Janeiro-Março 1956
Escultura dos Negros da Guiné, Lisboa, sep. Revista do Grupo de Estudos
Ultramarinos, 1956
Bibliografia do Ultramar Português Existente na Sociedade de Geografia de
Lisboa, Lisboa, Soc. Geografia, 1957
Alvise Cá da Mosto e o V Centenário Caboverdeano, Lisboa, Sep. do Boletim da
Sociedade de Geografia de Lisboa, 1957, nº s 10-12, p. 349-404
Da Crise do Arabismo, Lisboa, Sociedade de Geografia, 1958
Victoria Falls e os Portugueses, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1958
Novas "Mostras" italianas da Universitaria de Pavia a Laurenziana de Florenca,
Lisboa, sep. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Outubro-Dezembro
1958
O Mundo Árabo-Islâmico e o Ultramar Português, Junta de Investigações do
Ultramar, 1958
Os Portugueses no Sião, Lisboa, sep. Boletim da Sociedade de Geografia de
Lisboa, Outubro-Dezembro 1958
119
Batalha Naval de Matapan /Lopo Furtado de Mendonça, 1º Conde do Rio
Grande, Lisboa, Comissão de História Militar, 1959
“Gago Coutinho, Geógrafo e Historiador: 1869-1959”, Lisboa, Boletim da
sociedade de Geografia de Lisboa, série 77, nºs 4- 6, Abril- Junho 1959, pp.
117- 126
“Da Expansão Geográfica Portuguesa”, Lisboa, Boletim da Sociedade de
Geografia de Lisboa, série 77, nºs 1-3, Jan.- Mar. 1959, p. 3- 14
Homenagem a Gago Coutinho, Lisboa, Centro de Estudos Históricos
Ultramarinos, 1959
“Cabo da Boa Esperança - Cavo di Diab: uma Questão de Prioridade”, Lisboa,
Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Série 77, nº 10-12 (1959), pp.
355-364
O Infante Dom Pedro e a Expansão Geográfica Portuguesa, Lisboa, [s.n.], 1960
“A Sentença do Tribunal Internacional de Haia”, Lisboa, Boletim Geral do
Ultramar, Ano 36º, nºs 418-419, Abril-Maio de 1960, p. 35-126
O Islamismo Através dos Números, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1960
Protestantismo em África, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1960
O Enigma das Insignias da Jarreteira no Padrão dos Descobrimentos, Lisboa,
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Síntese Religiosa da África, Lisboa, Ministério do Ultramar, Centro de Estudos
Políticos e Sociais, 1961
O Islamismo na Guiné Portuguesa: Ensaio Sociomissionológico, Lisboa,
Agência-Geral do ultramar, 1961
Técnicas de Propaganda, Élites, Quadros e Outros Estudos, Lisboa, Agência-
Geral do Ultramar, 1961
Faleiro e Medina, separata do Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa,
Lisboa, Janeiro-Março-1961
O Além-Mar Português na Estrutura da Nação, Lisboa, Soc. Geografia, 1961
Motivos Portugueses no Planisfério de Fra Mauro, Lisboa, Academia das
Ciências, 1961
Na Gesta e Estrutura da Expansão Portuguesa: Espiões e Delatores, Lisboa,
Empresa Tipográfica Casa Portuguesa, 1962
“De Como se Ganhou e se Perdeu Goa”, Boletim da Sociedade de Geografia de
Lisboa, Série 80, nº 7-12, Lisboa, 1962, pp. 99-130
120
Criação e Reorganização do Instituto Superior de Estudos Ultramarinos 1906-
1961, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1962
Garcia de Orta e a sua Ilha de Bombaim, separata do Boletim da Sociedade de
Geografia de Lisboa, Lisboa, Julho-Dezembro de 1963
Política de Informação: Ensaios, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar,
Centro de Estudos Políticos e Sociais, 1963
Sociologia da Informação, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, Centro
de Estudos Políticos e Sociais, 1963
“A Informação em Angola: Alguns Subsídios para o Seu Estudo”, Angola,
Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, Curso de Extensão
Universitária, ano lectivo 1963/64, 1964, pp. 257-371
A Informação em Moçambique: Contribuição para o Seu Estudo, Lisboa,
Universidade Técnica de Lisboa, 1965
“A Informação na Guiné, em Cabo Verde e em São Tomé e Príncipe: Achegas
para o Seu Estudo”, Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Política
Ultramarina, Curso de Extensão Universitária, ano lectivo 1965/66, 1966, pp.
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Síntese Bibliográfica de Goa, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1966
Portugal no Mundo, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1967
A Informação nas Províncias do Oriente: Elementos para o seu Estudo, Lisboa,
Universidade Técnica, Instituto de Ciências Sociais e Política Ultramarina, 1969
Os Portugueses na Ásia e Oceânia, Lisboa, sep. Comunidades Portuguesas, nº
19, 1970
Portugueses Dispersos pelo Mundo: Síntese Estatística, Lisboa, Agência-Geral
do Ultramar, 1971
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(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
122
Bibliografia
Fontes/Estudos
123
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
Bibliografia
“A Marinha Militar Portuguesa no Século XVIII”, Revista Militar, vol. 84, 1932,
pp. 407-408, 678-712; vol. 85, 1933, pp. 222-304, 370-406, 525-610
“Conta de Moçambique”, Boletim Agência Geral das Colónias, Ano 9, nº93,
Lisboa, Março 1933, pp. 38-55
124
“A Casa da Índia”, Anais do Clube Militar Naval, nº 64, 1934, Lisboa, pp. 1429-
1459
História da Marinha Portuguesa: da Nacionalidade a Aljubarrota, Lisboa, sep.
Anais do Clube Militar Naval, 1940
China e Portugal, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Tip. da L. C. G. G.,
1943
“Evocações do Nosso Passado nos Mares: a Ásia e o Rei Venturoso”, Revista de
Marinha, Ano 9, nº265, Lisboa, Julho 1945, pp. 5-7
“Um Século de Ensino Naval”, Revista Militar, vol. 97, 1945, pp. 177-204
“Marinha de Outros Tempos: Evocações do Nosso Passado nos Mares: a Morte
do Titam”, Revista de Marinha, Ano 11, nº 296, Lisboa, Novembro 1947, pp.15-
18
“Karma”, Revista de Marinha, Ano 12, nº299, Lisboa, Fevereiro 1948, pp.59-62,
64
“A Armada de Pedro Álvares Cabral”, Revista de Marinha, Ano 12, nº301,
Lisboa, Abril 1948, pp. 29-33
“João da Nova: Capitão de Armada em 1501”, Revista de Marinha, Ano 12,
nº305, Lisboa, Agosto 1948, pp.33-36, 39
“Episódios Navais da História da Espanha”, Revista de Marinha, Ano 12, nº306,
Lisboa, Setembro 1948, pp. 9-14
“Marinha de Outros Tempos: Frei Sebastião Manrique”, Revista de Marinha, Ano
12, Lisboa, nº310, Janeiro 1949, pp. 41-44; nº311, Fevereiro 1949, pp. 15-18
“Fumos da Índia”, Revista de Marinha, Ano 12, nº312, Lisboa, Março 1949, pp.
19-22, 30
“Religião e Comércio”, Revista de Marinha, Ano 13, Nº313, Lisboa, Abril 1949,
pp.31-33
“Como os Portugueses se Instalaram em Diu”, Revista de Marinha, Ano 13,
nº314, Lisboa, Maio 1949, pp.29-32
“D. Duarte de Menezes: 5º Governador da Índia”, Revista de Marinha, Ano13,
nº317, Lisboa, Agosto 1949, pp. 29-32
“Martim Afonso de Sousa e o Samorim”, Revista de Marinha, Ano 13, nº318,
Lisboa, Setembro 1949, pp. 31-34
“D. Cristóvão da Gama“, Revista de Marinha, Ano 13, nº320, Lisboa, Novembro
1949, pp. 22-24, 50
125
Fontes/Estudos
126
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
127
Alguns anos depois passou a dedicar-se à história da Náutica, da qual
produziu quatro livros e alguns artigos. Ainda neste âmbito, editou textos do início
do século XVII, por si minuciosamente comentados e anotados, na tradição da obra
de Fontoura da Costa.
Contando com o apoio do Almirante Sarmento Rodrigues, ao tempo Ministro
do Ultramar, teve na Agência Geral do Ultramar, sobretudo através do Centro de
Estudos Históricos Ultramarinos, um válido auxiliar na publicação dos seus estudos.
Entre os seus trabalhos de maior vulto conta-se o Dicionário da Linguagem
de Marinha Antiga e Actual (1963), compilado em colaboração com José Vicente
Lopes e motivado pelas dificuldades encontradas na interpretação da linguagem
utilizada nos antigos diários de navegação. Este dicionário, que veio enriquecer a
colecção de obras de referência marítima existentes, tem a particularidade de
ilustrar muitos dos termos nele contidos com excertos de várias obras antigas.
Tornou-se membro efectivo do Grupo de Estudos de História Marítima (que,
mais tarde, daria origem à Academia de Marinha) em 1969. Na altura, já tinha
passado, como vogal, pela comissão destinada a estudar a reorganização do Museu
de Marinha (1956) e pela Comissão de História Militar (1957).
Era Comendador da ordem Militar de Avis e possuía a Medalha de Prata de
Filantropia de Socorros a Náufragos.
Faleceu em 5 de Setembro de 1973.
Bibliografia
128
Dois Roteiros do Século XVI, de Manuel Monteiro e Gaspar Ferreira Reimão,
Atribuídos a João Baptista Lavanha, Lisboa, Centro de Estudos Históricos
Ultramarinos, 1963
Dicionário da Linguagem de Marinha Antiga e Actual, em colaboração com
José Vicente Lopes, Lisboa, Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, 1963
“Uma Carta de João Baptista Lavanha a Respeito das Agulhas de Luís da
Fonseca Coutinho”, Revista da Faculdade de Ciências, separata XI do
Agrupamento de Estudos de Cartografia Antiga, Coimbra, XXXIX, 1967, pp.
163-194
Os Dois Descobrimentos da Ilha de São Lourenço Mandados Fazer pelo
Vice-Rei D. Jerónimo de Azevedo nos Anos de 1613 a 1616, Lisboa, Centro
de Estudos Históricos Ultramarinos, 1970
O Régulo Timorense D. Aleixo Corte-Real, Lisboa, Grupo de Estudos de
História Marítima, 1970
“Um Notável Episódio do Primeiro Cerco de Moçambique em 1607”,
Ultramar, XII, 45, 1971, pp. 5-13
“O Caso do Galeão Nossa Senhora da Nazaré, da Armada de Luís Velho,
1650”, Studia, 35, Dezembro de 1972, pp. 7-10
Fontes/Estudos
129
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
130
estaleiros navais, dos quais se distingue a obra Estaleiros Navais Portugueses,
publicada, em dois volumes, entre 1960 e 1965.
Faleceu a 30 de Outubro de 1966.
Bibliografia
Fontes/Estudos
131
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
Bibliografia
132
Corsários Célebres, Lisboa, Editorial da Marinha, 1946
D. Francisco de Almeida, 1º Vice-rei da índia, Lisboa, Editorial da Marinha, 1947
A vida Heróica do Grande Capitão André Furtado de Mendonça, Lisboa, Tip.
L.C.G.G., 1951
Afonso de Albuquerque: da Fantasia à Realidade, Lisboa, Tip. L.C.G.G., 1953
Mestre José Vizinho, Viseu , [s.n.], 1955
Da fantasia à Realidade II: O Infante D. Henrique e os Descobrimentos
Portugueses, Lisboa, [s.n.], 1957
Bom nome e Reputação, [s.l., s.n.], 1959
Da fantasia à Realidade III: a Fé e o Império, Lisboa, [s.n.], 1960
“A Expansão Africana para Fortalecimento da Nacionalidade”, Anais do Clube
Militar Naval, número especial, 1960, pp. 119-126
“Quadros da Nossa História”, Anais do Clube Militar Naval, nº91, 1961, pp. 499-
500
Rumo de Portugal, Lisboa, Gráfica Portuguesa, 1963
A Restauração em Portugal e no Brasil, Lisboa, Portugália, 1965
A Descobrir: Ponto de Partida Ponto de Destino, Lisboa, [s.n.], 1965
Fontes/Estudos
133
(Foto do arquivo histórico da Sociedade de Geografia de
Lisboa)
134
conheceu duas actualizações. Já em meados da década de 1970, publicou o Dicionário
de Marinha Português-Inglês e o Dictionary of Naval Terms English Portuguese.
Colaborador da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, foi honrado com uma
entrada nesta obra colectiva de referência.
Possuía os graus de Grande Oficial e de Comendador da Ordem de Avis, sendo,
ainda, condecorado com a medalha de Mérito Militar de 1ª Classe e com a medalha
comemorativa das campanhas das Forças Armadas Portuguesas na Índia.
Faleceu em 1976.
Bibliografia
135
Nau D. João VI , Subsídios para a História da Marinha de Guerra, 11, sep. Anais
do Clube Militar Naval, Lisboa, 1947
A Corveta D. João I e o Ultramar Português, Subsídios para a História da
Marinha de Guerra, 12, sep. Bol. Geral das Colónias, Lisboa, Agência Geral das
Colónias, 1949
A Fragata Tritão e a Batalha do Cabo de S. Vicente, Subsídios para a História da
Marinha de Guerra, 13, Lisboa, Of. Gráficas da Rádio Renascença, 1950
A canhoneira Diu e a Guerra de Timor, sep. Bol. Geral das Colónias, nº 309-
310, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1951
A Fragata Princesa Carlota e a Primeira Batalha Naval de Trafalgar, Subsídios
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O Famoso Botão de Âncora (1600-1895), Lisboa, Agência Geral do Ultramar,
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O Almirante Pedro de Mariz de Sousa Sarmento, sep. Bol. Geral do Ultramar,
Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1960
“Corvetas Mistas Portuguesas (1858-1913): Corveta Sagres (1858-1905)”, sep.
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“O Comandante Matos no Daomé, 1879”, Ocidente, V. 61, Lisboa, 1961,
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“Combate Naval na Boca do Tigre 1810”, sep. de Ocidente, v. LXI, Lisboa,
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“Thomaz Andrea no Catavento”, Revista de Marinha, A.25, nº 455, Lisboa,
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Actas do Conselho de Comandantes da Esquadra da Baía 1822-1823, sep.
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de Lisboa, Outubro-Dezembro de 1961
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“Corveta Estefânia”, Ocidente, v. 63, Lisboa, 1962, p. 36
“Corvetas Mistas Portuguesas: Sá da Bandeira”, sep. Bol. Geral do Ultramar, nº
444 ano 38, Lisboa, 1962, p. 58
“Corvetas Mistas Portuguesas: Duque da Terceira (1864-1911)”, sep. Bol. Geral
do Ultramar, nº 446-447, ano 38, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1962, p.
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Portugal em Daomé (1471-1961), sep. Bol. Geral do Ultramar, 38, nº 439-440,
Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1962
Corvetas Mistas Portuguesas: “Afonso de Albuquerque” (1884-1909), sep. do
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Junho-Julho 1963
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Ultramar, 1968
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Padrão de Santiago 1488, sep. Ethnos, v.6, Lisboa, Editorial Minerva, 1970
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“Ramires Esquível Derrota no Mar de Pernambuco uma Esquadra Holandesa,
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“O Comandante César Alexandre Monte Cembra Valsassina 1846-1905”,
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A Campanha do Rio da Prata 1736-1737, sep. Anais do Clube Militar Naval,
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Três datas que importam à independência do Brasil: 1808-1815-1822, Lisboa,
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Três Séculos no Mar, 1640-1910, Lisboa, Ministério da Marinha, 1974-1987
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Marinha, 1976
138
Fontes/Estudos
139
(Foto: Academia Portuguesa da História)
140
Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém. Recebeu, ainda, do papa Bento XV a cruz
“Pro Ecclesia et Pontifice”.
Colaborador de diversos jornais e revistas, foi redactor efectivo do diário A
Nação e chefe dos serviços de revisão do Diário de Notícias. A obra que deixou foi
maioritariamente sobre a História da Marinha.
Bibliografia
141
A Aclamação d’El-Rei D. João IV em Macau, Lisboa, Agência Geral das Colónias,
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11-12, 1930, pp. 93-102
As Pinturas das Armadas da Índia: Subsídios Históricos e Bibliográficos, Lisboa,
[s.n.], 1932
Os Pilotos dos Séculos XV e XVI e a Nobreza do Reino, Lisboa, [s.n.], 1932
Ortografistas Portugueses dos Séculos XVI a XVIII, Lisboa, Imp. Beleza, 1933
Eugénio dos Santos: Arquitecto da Lisboa Pombalina, Lisboa, Imp. da Armada,
1934
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261
Alguns Subsídios sobre Álvaro Lopes de Chaves, Secretário dos Reis D. Afonso
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O Galeão "Santa Teresa" que Tomou Parte na Batalha das Damas, em 1639,
Lisboa, F. de Vasconcelos, 1936.
“Advertências que fez Diogo Luis mestre da Ribeira de Goa para se mandar ao
Reino e se executar nas naus novas que se fizeram”, Arquivo Histórico da
Marinha, vol. V, nº 4, 1936
"Documentos iconográficos das caravelas, naus e galeões portugueses dos
séculos XV e XVI [II]", Arquivo Histórico da Marinha, vol. I, nº 4, 1936, pp.
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Um Documento Inédito que Importa à História da Marinharia dos
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Geral das Colónias, 1940
As Pinturas das Armadas da Índia e Outras Representações Artísticas de Navios
Portugueses do Século XVI, [s.l., s.n.], 1941
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Pilotos das Navegações Portuguesas dos Séculos XVI e XVII, Lisboa, Casa
Portuguesa, 1942
Diário da Navegação da "Nau S. Francisco" de Goa para Lisboa em 1600-1601,
Lisboa, Acad. Portuguesa da História, 1944
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Gráfica, 1946
A Casa e Quinta da Alfarrobeira dos Ludovices, Lisboa, [s.n.], 1947
A Edição "Princeps" dos Lusíadas, [s.l., s.n.], 1949
Os Condes dos Arcos de S. Miguel em Caparica, Lisboa, Tip. Ramos Afonso &
Moita, 1950
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Gouveia, 1951
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XVII, sep. Boletim Geral das Colónias, Lisboa, Bertrand, 1951
Novos Subsídios para a Biografia do Arquitecto-Mor João Frederico Ludovice,
separata do boletim Estremadura, Lisboa, [s.n.], 1954
Diogo Gomes: Caravelista do Infante e Descobridor da Ilha de Santiago de
Cabo Verde, Lisboa, Tip. Silvas, 1956
O Navio nos “Ex-libris” Portugueses, separata do Boletim da Academia
Portuguesa, Lisboa, [s.n.], 1956
A Academia Real dos Guardas Marinhas no Brasil (1808-1825), Lisboa, Of. Gráf.
Rádio Renascença, 1956
António de Mariz Carneiro Cosmógrafo-Mor de Portugal Chamado “O Agulha
Fixa”: Notas e Documentos, sep. Boletim Geral do Ultramar, [s.n.], 1956
Alguns Companheiros de Luís de Camões na viagem da nau "Galega" para a
Índia em 1553, Lisboa, [s.n.], 1957
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História, 1993
A Ordem Constantiniana de S. Jorge, [s.l., s.n.], 1996
Fontes/Estudos
144
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
145
significativo leque de informação histórica, política, etnográfica e social referida àquela
região.
Sempre ligado à administração ultramarina, foi empossado como Ministro das
Colónias em 1950. Nestas funções teve a cargo a elaboração e condução do Plano de
Fomento para o Ultramar (1953-58), a reforma do Hospital do Ultramar e a construção
do Instituto de Medicina Tropical.
Nomeado comandante da Escola Naval em 1957, dirigiu a reforma do ensino
neste estabelecimento, adequando-o à realidade tecnológica e doutrinária do pós-
guerra. Entre as inovações introduzidas inclui-se a criação do Curso de Formação de
Oficiais da Reserva Naval, destinado a habilitar os mancebos que cumpriam o serviço
militar na Marinha como oficiais.
Em 1961, num período particularmente difícil para a administração ultramarina
das províncias africanas, é chamado a desempenhar as funções de Governador-Geral
de Moçambique, cargo que deixa, em 1964, com a saúde já bastante debilitada.
Reformado da Marinha com o posto de Vice-Almirante, entrega-se, então,
plenamente, às actividades intelectuais. Apaixonado pelos estudos e assuntos de
natureza cultural, com especial destaque para a investigação histórica e social, e tendo
já publicado vários trabalhos da sua autoria, foi presidir ao Centro de Estudos de
História Marítima, mais tarde designado por Centro de Estudos de Marinha, que daria,
em 1978, origem à Academia de Marinha. Sendo um dos primeiros dez académicos,
Sarmento Rodrigues foi eleito Presidente daquela prestigiada instituição, cargo que
ocuparia até à sua morte, ocorrida a 1 de Agosto de 1979.
Bibliografia
146
Aos portugueses da Índia, conjunto de discursos e mensagens do Ministro do
Ultramar Com. Sarmento Rodrigues sobre o Estado da Índia e seus problemas,
Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1954
Portugal na Índia, Discurso proferido na Assembleia Nacional em 1 de Março de
1950, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1954
The Portuguese Overseas Provinces, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1954
A Vida Heróica de Nelson, Lisboa, Ática, 1955
Unidade da Nação Portuguesa: Discursos, Conferências, Mensagens e
Entrevistas, 2 vols., Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1956
The New World in Face of Europe, Africa and their Enemies, sep. Introduction
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Ultramar, Junta de Inv. do Ultramar, 1957
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Geografia de Lisboa, Lisboa, Sociedade de Geografia, Abril-Junho 1958, pp.
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A Vida do Almirante Afonso de Cerqueira: Combatente Heróico da Terra e do
Mar, sep. de Revista de Marinha, [s.l. : s.n.], 1958
Revolução Recente de Política Africana, conferência proferida no Inst. de Altos
Estudos Militares, 17 de Março de 1960, sep. Bol. Geral do Ultramar, Lisboa,
Agência Geral do Ultramar, 1960
Almirante Gago Coutinho 7-11-1869/18-11-1959, sep. Bol. do Centro de
Estudos Geográficos, v. 2, nº 18, Coimbra, Inst. de Alta Cultura, 1961
Pátria e República: Cinquenta Anos de Vida Nacional (1910-1960), Lourenço
Marques, Minerva Central, 1962
Horizontes para um Médico em África, Lourenço Marques, Imprensa Nacional
de Moçambique, 1962
Foi Assim que Moçambique Nasceu, Lourenço Marques, [s.n.], 1963
Um Ideal para Viver, Lourenço Marques, [s.n.], 1963
Esperanças e Realidades da Vida Portuguesa: Discursos, Conferências, Estudos
1950-1960, Lisboa, Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, 1965
A Viagem de Vasco da Gama e o Ideal da Expansão, sep. O Instituto, v. 127,
Coimbra, Coimbra Editora, 1965
Homenagem à Memória do Inspector Superior César Maria de Serpa Rosa,
Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1968
147
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Academia das Ciências de Lisboa, Classe de Letras, T. XII, Lisboa, Academia
das Ciências de Lisboa, 1969
“Portugal e o Ocidente”, Bol. Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa,
Sociedade de Geografia, Julho-Setembro 1969, pp. 175-186
O Almirante Vasco da Gama e a Nação que nos Deixou, Lisboa, Comissão
Executiva do V Centenário do Nascimento de Vasco da Gama, 1970
“A Nossa Guiné”, Bol. Cultural de Guiné Portuguesa, nº101, ano XXVI, Bissau,
[s.n.], 1971, pp.15-20
Para a Elevação do Nível Cultural da Guiné Portuguesa, evocação no quarto de
século do Boletim Cultural, sep. de Bol. Cultural da Guiné Portuguesa, nº101,
ano XXVI, Bissau, [s.n.], 1971
Celestino Soares: Marinheiro, Patriota, Humanista, Escritor, Lisboa, Centro de
Estudos da Marinha, 1972
Almirante Gago Coutinho: um dos Maiores de Portugal, Funchal, Junta Geral do
Distrito Autónomo, 1972
Gilberto Freyre, Lisboa, [s.n.], 1972
Algumas Informações sobre o Rio Douro, seu Curso em Portugal e sua
Navegação, comentários ao filme Última Descida do Rio Douro em Barco
Rabelo, Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1972
O Descobrimento do Caminho Aéreo para o Brasil, sep. Revista da Univ. de
Coimbra, v. 23, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1972
“Gago Coutinho e Sacadura Cabral na Academia das Ciências de Lisboa”,
Memórias da Academia Ciências de Lisboa, Classe de Letras, T. 15, Lisboa,
Academia das Ciências de Lisboa, 1972, pp. 71-77
Negrão de Lima, Lisboa, [s.n.], 1972
Fontoura da Costa: Governador em Cabo Verde, Lisboa, Centro de Estudos da
Marinha, 1973
Contratorpedeiro Lima: Relatório do Comandante de 15 a 31 de Janeiro de
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Fontes/Estudos
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Teixeira da Mota, 25 de Outubro de 1990”, Lisboa, Memórias da Academia de
Marinha, 1990
FERRÃO, Nuno de Sotto-Mayor Quaresma, Aspectos da Vida e Obra do
Almirante Sarmento Rodrigues (1899-1979), s. l., C. M. Freixo de Espada à
Cinta, 1999
MATOS, Jorge Semedo de, “Vice-Almirante Sarmento Rodrigues, o Patrono do
Novo Curso da Escola Naval”, Revista da Armada, nº 325, Novembro de 1999,
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VALENTIM, Carlos Manuel, “Vice-Almirante Sarmento Rodrigues (1899-1979)
Patrono do Curso de 1999”, Patronos dos Cursos Tradicionais da Escola Naval
1936-2007, coord. Carlos Valentim, Almada, Escola Naval, Outubro de 2007,
pp. 425-431
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(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
Bibliografia
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“A Primeira Acção Naval da Armada Portuguesa”, Anais do Clube Militar Naval,
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Caixa de Previdência do Pessoal da Marinha Mercante Nacional. XXV
Aniversário, Lisboa, Junta Nacional da Marinha mercante, 1971
Ainda e Sempre Gago Coutinho, Lisboa, Separata do Anais do Clube Militar
Naval, Tipografia Minerva, 1971
A Primeira Lista da Armada, Lisboa, Ministério da Marinha, 1973
Fontes/Estudos
151
(foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
152
Lisboa”, enviado em missão de soberania à Índia portuguesa, por ocasião das graves
perturbações ali ocorridas naquele ano.
Regressado à Metrópole em 1956, ano em que foi promovido a Capitão-de-Mar-
e-Guerra, passou pelo Estado-Maior Naval, antes de ser enviado a frequentar o Naval
Command Course no United States Naval College.
Em Junho de 1958 foi nomeado Subdirector do Instituto Superior Naval de
Guerra, ascendendo a Director, já no posto de Comodoro, no início de 1960.
Empreende, então, profundas alterações na organização e nos curricula daquele
Instituto, tendo sido responsável pela sua mudança para as instalações definitivas, na
Rua da Junqueira. Promovido a Contra-Almirante em Julho de 1960, viria a pedir a sua
demissão na sequência de um discurso do Ministro da Marinha, aquando da abertura
solene do ano lectivo 1961-62, que considerou atentatório do seu brio profissional.
Passa à Reserva em Abril de 1966, tendo, ainda, exercido as funções de
Director do Museu da Marinha, entre 1968 e 1971. Em Outubro de 1969 chega a ter
alguns assomos de actividade política, candidatando-se a deputado por Viana do
Castelo na lista da Oposição Democrática.
Nos últimos anos da sua vida desenvolveu uma intensa actividade intelectual,
quer na vertente técnico-científica quer, principalmente, na vertente cultural. Foi um
dos dez fundadores do Centro de Estudos de História Marítima, mais tarde designado
por Centro de Estudos de Marinha, que daria, em 1978, origem à Academia de
Marinha.
Entre os vários trabalhos que publicou, maioritariamente de cariz técnico,
avulta, no campo da História, um estudo sobre a vida de Gago Coutinho, que publica
em 1973. Também se debruçou sobre a figura de Fontoura da Costa, sendo ainda de
mencionar o seu interesse pelo património arquitectónico da Marinha.
Faleceu em Lisboa, no Hospital da Marinha, na sequência de um carcinoma
estomacal, no dia 16 de Março de 1974.
Em 1982 foi, a título póstumo, agraciado pelo Presidente da República com a
Comenda da Ordem da Liberdade. A sua memória foi ainda homenageada com a
atribuição do seu nome à estação radionaval da Apúlia (na sua terra natal), hoje
desactivada.
153
Bibliografia
154
Fontes/Estudos
155
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
156
Entre várias condecorações, detinha a Medalha de Prata de Serviços
Distintos, o grau de Grande Oficial da Ordem de Avis, a Medalha de Bons serviços
no Ultramar a o grau de Cavaleiro da Ordem de Leopoldo I da Bélgica.
Faleceu em Lisboa, a 26 de Novembro de 1986.
Bibliografia
157
“Recordações do passado: o eclipse total do Sol de1973”, Lisboa, Anais do
Clube Militar Naval, vol. CXI, 1981, pp. 475-496
“Recordações do passado: um salvamento de náufragos na costa de África”,
Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXI, 1981, pp. 695-712
“Recordações do passado: operações oceânicas especiais no comando naval de
Cabo Verde”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXII, 1982, pp. 455-488
Recordações do passado: a pesca em Angola, Lisboa, Minerva, 1984
Recordações do passado: a prova de marcha de patrulhas militares de Braga a
Lisboa, em Maio de 1944, Lisboa, [s.n.], 1984
“Recordações do passado: ligeira contribuição para a história dos serviços de
Marinha de Angola”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXIV, 1984. pp.
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Acção naval portuguesa contra os piratas no mar da China, Lisboa, sep. Anais
do Clube Militar Naval, vol. CXV, 1985
O maior tufão de Macau, Lisboa, sep. Anais do Clube Militar Naval, vol. CXV,
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As origens da Baía do Lobito, Lisboa, Academia de Marinha, 1986
“A odisseia da corveta «Íris» no mar da China”, Lisboa, Anais do Clube Militar
Naval, vol. CXVI, 1986. pp. 265-295
“Uma tromba marítima em Macau”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol.
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Recordações do passado: Ano Novo China no porto interior de Macau, Lisboa,
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Cartas de um comandante no Extremo Oriente, Macau, Instituto Cultural de
Macau, 1987
Navios de guerra portugueses nos tufões do mar da China, Macau, Instituto
Cultural de Macau, 1987
Fontes/Estudos
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(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
Bibliografia
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1946, pp. 395-404
“Venceslau de Morais”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 90, 1960, pp. 531-
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“A Propósito do Monumento a Venceslau de Morais em Kobe”, Anais do Clube
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Soponata: Rumo ao Futuro: 25 Anos ao Serviço da Nação 1947-1972, (c/ Luisa
Manuel Vilhena), [Lisboa], Soponata, 1972
“Uma Placa Comemorativa que deu «Bronca» Diplomática”, Anais do Clube
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Aspectos da Crise do Petróleo, Lisboa, Centro de Estudos da Marinha, 1976
Diaporama de Malta, Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1977
Evocação de Wenceslau de Moraes: Diaporama do Japão, Lisboa, Centro de
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Um Bosquejo Histórico da Cultura e da Marinha e a Fundação da Casa Pia,
Lisboa, Academia da Marinha, 1981
“O Extinguir dum Clarão”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXII, 1982, pp.
257-262
Quando a Marinha Tinha Asas...: Anotações para a História da Aviação Naval
Portuguesa (1916-1952), Lisboa, Ed. Culturais da Marinha, 1984
Evocação de Sacadura Cabral, Lisboa, Academia de Marinha, 1985
“Um Inconfundível Intérprete do Japão e de Wenceslau de Moraes”, Anais do
Clube Militar Naval, vol. CXIX, 1989, pp. 405-412
Propulsão Electromagnética de Navios: Sonho ou Realidade em Marcha? (c/
Fukuro Shibata), Lisboa, Academia de Marinha, 1989
Fontes/Estudos
ANAIS DO CLUBE MILITAR NAVAL, “Cap. Frag. EMQ (Ref.) Viriato Augusto
Tadeu” (notícia necrológica), vol. CXXII, Outubro-Dezembro de 1991, p. 719
160
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
161
Promovido a Vice-Almirante, assumiu o cargo de Comandante Naval de
Moçambique, de onde regressou, em 1974, para passar à Reserva.
Em 1980 foi, no entanto, convidado a chefiar a Comissão Eventual para
Localização e Recolha de Documentação da Marinha Sobre a sua Acção nas Operações
Militares em África e Timor (COLOREDO).
Reformado em 1983, faleceu em Lisboa a 7 de Agosto de 1998.
Os seus estudos foram, sobretudo, voltados para a história das
radiocomunicações na Armada.
Bibliografia
162
“Dia do Mar 1983 – As Telecomunicações no Mar e a TSF em Portugal”, Anais
do Clube Militar Naval, vol. CXIII, 1983, pp. 633-650
“A Marinha de Guerra na Guiné em 1972 e a Operação «Verga Latina»”, Anais
do Clube Militar Naval, vol. CXIV, 1984, pp. 501-515
“Apontamentos sobre a Evolução dos Transportes Marítimos”, Anais do Clube
Militar Naval, vol. CXIV, 1984, pp. 627-649
A TSF na Armada: o seu Septuagésimo Aniversário e Algumas Páginas da sua
História, Lisboa, Academia de Marinha, 1985
“Monumento Comemorativo da Primeira Travessia aérea do Atlântico Sul por
Gago Coutinho e Sacadura Cabral”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXVII,
1987, pp. 49-52
As Comunicações Navais e a TSF na Armada: Subsídios para a sua História
(1900-1985), [Lisboa], Edições Culturais da Marinha, 1988
“Evocação do N.R.P. «João de Lisboa»”, Anais do Clube Militar Naval, vol.
CXXII, 1992, pp. 13-22
“A Marinha e o 5 de Outubro”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 123, Outubro-
Dezembro 1993
Viagens e Histórias da Marinha no Mar, em Terra e no Ultramar, Lisboa,
Comissão Cultural da Marinha, 1995
Fontes/Estudos
163
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
164
Bibliografia
As Escolas de Alunos Marinheiros”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CV, tomos
4 a 9, Lisboa, Abril-Setembro de 1975, pp. 269-285
As Capitanias, sep. Anais do Clube Militar Naval, vol. 105, nºs 10-12, Outubro-
Dezembro, 1975
O Algarve e as Capitanias, Faro, separata do Correio do sul, 1977
As Esquadrilhas de Fiscalização da Costa, Separata dos Anais do Clube Militar
Naval, nºs 7 a 9, Julho a Setembro de 1978
“Fiscalização da Z.E.E.: Missão da Armada ou de uma Guarda Costeira?”,
Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol. 109, Abril-Junho 1979, pp.323-332
“A Viagem do Aviso «Gonçalves Zarco» ao Oriente em 1941-1943”, Anais do
Clube Militar Naval, vol. CX, nºs 1-3 (Janeiro-Março 1980), pp. 53-66; nºs. 4-6
(Abril-Junho 1980), pp. 377-390
As viagens dos Portugueses para a Índia no Princípio do Século XVII, Segundo
a Narrativa do Aventureiro Francês Francisco Pyrard de Laval, Lisboa, s.n., 1984
A colónia de Sacramento, Lisboa, Academia de Marinha, 1985
A Propósito do Bicentenário da Criação da Companhia de Guarda-Marinhas e da
Sua Academia, Lisboa, Academia de Marinha, 1985
O Arsenal da Ribeira do Ouro, Lisboa, Academia de Marinha, 1989
A Propósito da Passagem do 4º Centenário da Derrota da Invencível Armada,
Lisboa, Academia de Marinha, 1989
Os Estaleiros da Ribeira das Naus, Lisboa, Academia de Marinha, 1990
“A Intendência de Marinha de Faro: subsídios para a sua história”, sep. Anais
do Município de Faro, nº XIX, Faro, C. M. Faro, 1990, pp. 93-115
“A Marinha no Algarve no Século Passado”, Anais do Municipio de Faro, nº XX,
Faro, C. M. Faro, 1990, pp. 163-186
Contribuição para o Estudo das Características das Naus e Galeões dos Séculos
XVI e XVII: Ordenações Filipinas de 1607 e 1613, Lisboa, Academia de Marinha,
1992
“A Marinha no Algarve na Primeira Década do Século Vinte”, Anais do Municipio
de Faro, nº XXII, Faro, C. M. Faro, 1992, pp. 101-113
A Fábrica Nacional de Cordoaria: breve resumo da sua história, Lisboa,
Academia de Marinha, 1993
165
A intendência de Marinha do Porto: subsídios para a sua história, Lisboa,
Comissão Cultural de Marinha, 1993
“A Corveta «Duque de Palmela» em Faro: 1895-1913”, Anais do Municipio de
Faro, nº XXIII, Faro, C. M. Faro, 1993, pp. 159-183
“A Marinha no Algarve na I Grande Guerra”, Anais do Municipio de Faro, nº XXV
Faro, C.M. Faro, 1995, pp. 105-134
O Prior do Crato e os Açores, Lisboa, Academia de Marinha, 1995
“A Tonelagem dos Navios Portugueses Antigos”, Anais do Clube Militar Naval,
vol. CXXXVI, 1996, pp. 711-723
“A Conflitualidade no Mar”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXXXVIII, 1998,
pp. 807-817
A Marinha no Reinado de D. João V, Lisboa, Academia de Marinha, 1998
Crónicas de Marinha [compilação], Lisboa, Comissão Cultural de Marinha, 1999
“Algumas Reflexões Sobre o Descobrimento do Brasil”, in VI Simpósio de
História Marítima, Lisboa, Academia de Marinha, 2003 pp. 77-93
1625, Reconquista da Bahia: Portugueses e Espanhóis na Defesa do Brasil, (c/
José Maria Blanco Nuñez), Lisboa, Academia de Marinha, 2006
“As Lanchas-Canhoneiras nas Campanhas de Pacificação”, in XVIII Colóquio de
História Militar, Lisboa, 2009, pp. 41-47
Fontes/Estudos
166
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
167
fontes escritas, sem esquecer os fundamentos da navegação com vela latina, o
estudo das rotas e um minucioso levantamento de embarcações tradicionais com
armações equiparáveis.
Foi membro da Academia de Marinha e professor de Geopolítica Tropical no
Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
Era condecorado com a Medalha de Ouro de serviços Distintos com Palma e
com os graus de Grande Oficial da Ordem de Avis e de Comendador da ordem do
Infante D. Henrique. Possuía, ainda, a Cruz de 3ª Classe da ordem Naval de
Espanha e o grau de Oficial da Ordem de Mérito Naval do Brasil.
Faleceu em 8 de Julho de 1994.
Bibliografia
Fontes/Estudos
168
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
Bibliografia
169
“Hospital da Marinha”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXIV, 1984, pp.
331-365
“Armadas portuguesas (Séculos XV e XVI): abastecimento e alimentação”,
Lisboa, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Série 102, nº7/12 (Jul-
Dez 1984), pp. 55-88
Medidas sanitárias no tempo de D. Afonso V e de D. João II, Lisboa, Academia
de Marinha, 1985
Almirante: o termo e o seu significado, Lisboa, Academia de Marinha, 1986
“A armada do ano de 1502: algumas considerações à volta da 2ª viagem de
Vasco da Gama”, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Série 105,
nº1/6 (Jan-Jun 1987), pp. 109-134
Apoio sanitário da nossa marinha de outrora, Lisboa, Academia de Marinha,
1987
Armadas portuguesas: apoio sanitário na época dos Descobrimentos, Lisboa,
Academia de Marinha, 1987
Armadas portuguesas: os marinheiros e o almirantado: elementos para a
história da marinha: século XII-século XVI, Lisboa, Academia de Marinha, 1989
“Notícias sobre a vida a bordo”, Oceanos, nº2 (Out.1989), pp.61-63
Antigos pesos e medidas séculos XV-XVI-XVII, [Lisboa], Sociedade de Geografia
de Lisboa, 1990
“Cristóvão de Mendonça e a Nau Vitória”, Oceanos, Lisboa, nº5 (Nov. 1990),
pp.41-42
Hospitais no além-mar na época dos Descobrimentos, Lisboa, Academia de
Marinha, 1993
Fontes/Estudos
170
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
171
Membro da Academia de Marinha, venceu, em 1997, o prémio Almirante
Sarmento Rodrigues, com a obra A Ciência Náutica e a Expansão Marítima Portuguesa.
Faleceu em Sintra, a 8 de Abril de 2010.
Bibliografia
Fontes/Estudos
172
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
173
Em 1947 integra Missão Geo-Hidrográfica da Guiné, na qual se empenha a
cartografar o litoral do território e a aprofundar os seus conhecimentos na área da
Cartografia.
Em 1953, já como Primeiro-Tenente, é nomeado pelo Ministério dos Negócios
Estrangeiros para iniciar o inventário e reprodução fotográfica da cartografia antiga
portuguesa dos territórios ultramarinos e em 1958 assume a direcção da Secção de
Lisboa do Agrupamento de Estudos de Cartografia Antiga da Junta de Investigações do
Ultramar. É, então, convidado por Armando Cortesão para colaborar numa compilação
da cartografia portuguesa anterior ao século XVIII, a emblemática obra Portugaliae
Monumenta Cartográfica, que será publicada em 1960.
Promovido a Capitão-Tenente em 1958, desempenha, entre 1959 e 1964,
funções de professor na Escola Naval, onde co-organiza o 5º Colóquio Internacional
sobre História do Navio e da Economia Marítima, além de colaborar no ciclo de
conferências “A cartografia Antiga e a Travessia de África pelos Portugueses”. Até
1961, acumula este cargo com o de deputado na assembleia Nacional pela província
da Guiné, para o qual fora eleito em 1957. Em 1964 é nomeado Vogal do Conselho
Ultramarino.
De 1964 a 1969 serve no Estado-Maior da Armada e, simultaneamente,
prossegue as actividades docentes na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
como professor de História da Expansão.
Depois de um breve regresso á Guiné, como Chefe do Estado-Maior do
respectivo Comando de Defesa Marítima, é nomeado, em 1970, Chefe do Estado-Maior
do Comando Naval de Angola, onde permanecerá até ao ano seguinte.
Passa à reserva em 1976, com o posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra, mas
mantém-se na efectividade de serviço, desempenhando funções no Tribunal da
Marinha e no Ministério da Defesa Nacional. Nesse período é convidado a proferir
várias palestras por diversas universidades e instituições internacionais. Em Setembro
de 1981 é promovido, por distinção, ao posto de Vice-Almirante.
Membro da Academia Portuguesa de História, da Academia das Ciências de
Lisboa e da Sociedade de Geografia, assim como da Comission Internationale d’Histoire
Maritime, da Society of Discoveries e da Real Academia de la Historia de Madrid –
entre muitas outras – foi, em 1969, um dos fundadores do Grupo de Estudos de
História Marítima (GEHM), embrião da futura Academia de Marinha (1978), de que será
eleito Presidente pouco antes de falecer por motivo de doença prolongada.
174
Bibliografia
175
“Origem da Casa Indígena Rectangular no Litoral da «Guiné do Cabo Verde»”,
Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, vol. VII, nº 25, Bissau, Janeiro de 1952,
pp. 157- 160
Notas Sobre a História dos Fulas: Coli Tenguêlá e a Chegada dos Primeiros
Fulas ao Futa-Jalom, Lisboa, Junta de Investigações Coloniais, 1952
Importância dos Antigos Documentos Geográficos Portugueses para o Estudo
Etnológico das Populações Oeste-Africanas, Junta de Investigações Coloniais,
Lisboa, 1952
Novos Elementos Sobre a Acção dos Portugueses e Franceses em Benim na
Primeira Metade do Século XVI, sep. Boletim cultural da Guiné Portuguesa, nº
27, Bissau, 1952
O Regimento da Altura de Leste-Oeste de Rui Faleiro, [Lisboa], Agência Geral
do Ultramar, 1953
Guiné Portuguesa, Lisboa, Agência Geral do Ultramar - Divisão de Publicações e
Biblioteca, 1954
Bartolomeu Dias, Descobridor do Cabo de Boa Esperança, [Lisboa], N.R.P.
“Bartolomeu Dias”, 1955
A Arte de Navegar no Mediterrâneo nos Séculos XIII-XVII e a Criação da
Navegação Astronómica no Atlântico e Índico, sep. Anais do Clube Militar Naval,
Lisboa, 1957
O Segundo Colóquio Internacional sobre a História do Navio e da Economia
Marítima, Lisboa, [s.n.], 1957
“Notas sobre a história dos portugueses na África Negra”, Boletim da sociedade
de Geografia de Lisboa, série 77, nºs 1-3, Lisboa, Janeiro-Março 1959, pp. 27-
56
“Descoberta de Bronzes Antigos na Guiné Portuguesa”, Boletim Cultural da
Guiné Portuguesa, Centro de Estudos da Guiné Portuguesa, vol. XV, nº 59,
Julho 1960, pp. 625-633.
A Escola de Sagres, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1960
Os Problemas da Guiné na Assembleia Nacional (discurso), Bolama, Imprensa
Nacional da Guiné, 1960
Tabularum Geographicarum Lusitanorum Specimen [c/ Armando Cortesão],
Lisboa, Comissão para as Comemorações do V Centenário da Morte do infante
D. Henrique. 1960
Um Luso-Africano: Honório Pereira Barreto, Lisboa, [s.n.], 1960
176
Portugaliae Monumenta Cartographica [c/ Armando Cortesão], Lisboa,
Comissão para as Comemorações do V Centenário da Morte do Infante D.
Henrique, 1960
Bartolomeu Dias e o Valor do Grau Terrestre, sep. Actas do Congresso
Internacional da História dos Descobrimentos, n.º 2, Lisboa, CIHD, 1961
A Evolução da Ciência Náutica Durante os Séculos XV-XVI na Cartografia
Portuguesa da Época, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1961
“Cinco Séculos de Cartografia das Ilhas de Cabo Verde, Lisboa, Garcia de Orta:
revista da Junta das Missões Geográficas e de Investigações do Ultramar, vol.
9, n.º 1, 1961, pp. 11-16
Estudos Sobre a História da Cartografia Antiga / Studies on the History of Early
Cartography [c/ Armando Cortesão], Coimbra, Agrupamento de Estudos de
Cartografia Antiga, Imprensa de Coimbra, 1962
D. Luís da Cunha e a Carta da África Meridional de Bourguignon d'Anville, 1725,
Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1962
Elogio Histórico do Almirante Gago Coutinho, sep. Boletim da Academia das
Ciências, nº 34, Lisboa, 1962
Nouveaux Éléments sur le Pilote Lourenço Marques, Lisboa, Centro de Estudos
Históricos Ultramarinos, 1963
Méthodes de Navigation et Cartographie Nautique dans l'Océan Indien Avant le
XVIe Siécle, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1963
Curso de História da Cartografia (c/ Armando Cortesão e Luís Albuquerque),
Coimbra, Fac. de Letras, 1964
A Cartografia Antiga da África Central e a Travessia entre Angola e
Moçambique: 1500-1860, Lourenço Marques, Sociedade de Estudos de
Moçambique, 1964
Bronzes Antigos da Guiné, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1965
O Cosmógrafo Bartolomeu Velho em Espanha, Coimbra, Junta de Investigações
do Ultramar, 1966
Influence de la Cartographie Portugaise sur la Cartographie Européenne à
l'époque des Découvertes, [Paris], S.E.V.P.E.N., 1967
Novos Documentos sobre uma Expedição de Gonçalo Coelho ao Brasil, entre
1503 e 1505, Lourenço Marques, Universidade, 1968
A Primeira Visita de um Governador das Ilhas de Cabo Verde à Guiné (António
Velho Tinoco C. 1575), Lisboa, Junta de Investigação do Ultramar, 1968
177
Un Document Nouveau pour l'Histoire des Peuls au Sénégal Pendant les XVème
et XVIème Siècles, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1969
Os Regimentos do Cosmógrafo-Mor de 1559 e 1592 e as Origens do Ensino
Náutico em Portugal, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1969
Evolução dos Roteiros Portugueses Durante o Século XVI, Lisboa/Coimbra,
Junta de Investigações do Ultramar, 1969
A Viagem do Navio "Santiago" à Serra Leoa e Rio de S. Domingos em 1526:
Livro de Armação, Lisboa, Junta de Investigação do Ultramar, 1969
“Gago Coutinho Marinheiro e Geógrafo, e a Exploração de Cabora-Bassa”,
Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Série 87, nºs 1-3; 4-6, Lisboa,
1969, pp. 17-33
Fulas e Beafadas no Rio Grande no século XV: Achegas para a Etnohistória da
África Ocidental, Lisboa, Junta de investigação do Ultramar, 1970
A Malograda Viagem de Diogo Carreiro a Tombuctu em 1565, Lisboa, Junta de
Investigações do Ultramar, 1970
Dois Escritores Quinhentistas de Cabo Verde: André Álvares de Almada e André
Dornelas, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1971
A Viagem de António de Saldanha em 1503 e a Rota de Vasco da Gama no
Atlântico Sul, Lisboa, Junta de Investigação do Ultramar, 1971
D. João Bemoim e a Expedição Portuguesa ao Senegal em 1489, Lisboa, Junta
de Investigações Científicas do Ultramar, 1971
A África Ocidental em “Os Lusíadas”, Lisboa, Junta de Investigações do
Ultramar, 1972
Duarte Coelho, Capitão-Mor de Armadas no Atlântico: 1531-1535, Lisboa, Junta
de Investigações do Ultramar, 1972
Acerca de Recente Devolução a Portugal, pelo Brasil, de Manuscritos da
Sociedade Real Marítima, Militar e Geográfica: 1793-1807, Lisboa, Junta de
Investigações do Ultramar, 1972
Mar, Além-Mar: Estudos e Ensaios de História e Geografia, Lisboa, Junta de
Invest. do Ultramar, 1972
O Comandante Abel Fontoura da Costa, Historiador da Marinharia dos
Descobrimentos, Lisboa, Junta de Invest. do Ultramar, 1973
Cartografia Antiga de Sofala, Lisboa, Junta de Investigação do Ultramar, 1973
Reflexos do Tratado de Tordesilhas na Cartografia Náutica do século XVI,
Coimbra, Junta de Investigações do Ultramar, 1973
178
Honório Barreto, Português da Guiné (c/ Joaquim Duarte Silva), Lisboa,
Agência-Geral do Ultramar, 1973
A Obra da Prof. Doutora Virginia Rau no Campo da História Marítima, Lisboa,
Centro de Estudos de Marinha, 1974
As Viagens do Bispo D. Frei Vitoriano Portuense à Guiné e a Cristianização dos
Reis de Bissau, Lisboa, Junta de Investigações Científicas do Ultramar, 1974
Instruções Náuticas para os Pilotos da Carreira da Índia nos Começos do Século
XVII, [s.l.], Junta de Investigações do Ultramar, 1974
Actividade Marítima dos Bijagós nos Séculos XVI e XVII, Lisboa, Neogravura
Ldª, 1975
Um Manuscrito Náutico Seiscentista Reencontrado, Lisboa, Junta de
Investigações do Ultramar, 1975
A Viagem de Fernão de Magalhães e a Questão das Molucas: Actas do II
Colóquio Luso-Espanhol de História Ultramarina, Lisboa, Junta de Invest.
Científicas do Ultramar, 1975
“Le Voyage du Navire Santiago à la Sierra Leone et à la Rivière de S. Domingo
(1526)” [c/ Raymond Mauny], Bulletin de l'Institut Fondamental d'Afrique Noire,
nº 37-B, [s.l.], 1975, pp. 589-603
Alguns Aspectos da Colonização e do Comércio Marítimo dos Portugueses na
África Ocidental nos Séculos XV e XVI, Lisboa, Junta de Investigações
Científicas do Ultramar, 1976
A África no Planisfério Português Anónimo "Cantino" (1502), Lisboa, Junta de
Investigações do Ultramar, 1977
Cartas Portuguesas Antigas na Colecção de Groote Schuur, Lisboa, Centro de
Estudos de Cartografia Antiga, 1977
Novidades Náuticas e Ultramarinas numa Informação dada em Veneza em 1517
(c/ Francisco Leite de Faria), Lisboa, Junta de Investigações Cientificas do
Ultramar, 1977
Cartas Antigas da Índia Existentes em Portugal: séculos XVIII, XIX e XX, Lisboa,
Junta de Investigações Científicas do Ultramar, 1979
A Escola de Sagres e Cartografia Portuguesa dos Descobrimentos, Lisboa,
Museu da Marinha, 1985
Cartas Antigas do Estado da Índia Existentes em Paris e Londres, Lisboa,
Instituto de Investigação Científica Tropical/Centro de Estudos da História e
Cartografia Antiga, 1985
179
Cristóvão Colombo e os Portugueses, Lisboa, Imp. Nacional-Casa da Moeda,
1987
East of Mina: Afro-European Relations on the Gold Coast in the 1550s and
1560s: an Essay with Supporting Documents (c/ P. E. H. Hair), Madison,
University of Wisconsin, 1988
Fontes/Estudos
180
ID., “A Africa na Acção e na Obra de Avelino Teixeira da Mota (1920-1982)”,
Anais do Clube Militar Naval, vol. CXXXIV, 2004, pp. 779-809
ID., Avelino Teixeira da Mota: Ajudante de Campo do Governador da Guiné
Portuguesa (1945-1947), Academia de Marinha, 2005
ID, O Trabalho de uma Vida. Biobliografia de Avelino Teixeira da Mota (1920-
1982), Lisboa, Edições Culturais da Marinha, 2007
181
(foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
Bibliografia
“Canhoneiras para o Ultramar”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 88, 1958, pp.
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“Sistema de Promoção”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 99, 1969, pp. 637-
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“Informações do Pessoal”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 104, 1974, pp.
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182
“Uma Armada Nova?”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 105, 1975, pp. 869-
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“Selecção e Formação de Oficiais”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 107, 1977,
pp. 269-286
“Reflexões sobre a Carreira Naval”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXIV,
1984, pp. 441-461
A Propósito da Batalha do Golfo de Omã: Sugestão de Corrigenda às Legendas
de Dois Desenhos de uma das Estampas da “Portugaliae Monumenta
Cartographica”, Lisboa, Academia de Marinha, Junho de 1989
Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa (volumes I a VIII), Lisboa, Livraria
Sá da Costa, 1989-1997
A Evolução do Pensamento Naval Português, Lisboa, Academia de Marinha,
Junho de 1993
Espadas Contra canhões: Balanço da Guerra no Mar Contra os Ingleses e os
Holandeses, 1583-1663, Lisboa, Academia de Marinha, Novembro de 1995
Em que o autor se propõe demonstrar que não foi Vasco da Gama quem
descobriu o caminho marítimo para a Índia nem Pedro Álvares Cabral quem
descobriu o Brasil, IV Simpósio de História Marítima, Lisboa, Academia de
Marinha, Novembro de 1996
Actividades da Comissão Científica da História da Marinha Portuguesa, Lisboa,
Academia de Marinha, Novembro de 1997
Recordações da Reocupação de Timor, 1945, Lisboa, Academia de Marinha,
Junho de 2005
A Batalha Naval do estreito de Malaca de 1606 e as operações subsequentes –
um rosário de interrogações, Lisboa, Academia de Marinha, Outubro de 2006
Portuguese Sea Battles (1139-1975) (volumes I a VIII), Oeiras, 2010
Fontes/Estudos
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(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
184
Bibliografia
Fontes/Estudos
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(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
Bibliografia:
“Serão Âncoras de Cristóvão Colombo?”, Anais do Clube Militar Naval, nº 105,
Lisboa, 1975, pp. 61-67
Setenta e Cinco Anos no Mar (1910-1985), [Lisboa], Comissão Cultural de
Marinha, 1989
186
Retalhos Históricos Marítimos e Navais, Lisboa, Comissão Cultural de Marinha,
2000
Fontes/Estudos
187
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
188
afinco à história marítima portuguesa da segunda metade do século XVIII. A
Marinha Mercante, com a qual se relacionara bastante como capitão de porto e na
qualidade de Director-Geral do Fomento Marítimo merece, igualmente, particular
atenção.
Dedicou-se também, com especial paixão, à história da Aviação Naval, onde
servira, embora os seus trabalhos de maior vulto, neste âmbito, tenham
permanecido inéditos (na Biblioteca Central de Marinha podem ser encontrados
alguns textos policopiados da sua autoria). A excepção mais notória foi o artigo
“Sacadura Cabral, o Homem que Deu Asas à Marinha”, que mereceu o prémio de
melhor trabalho publicado na Revista da Armada durante o ano 2000.
Foi sócio efectivo da Academia de Marinha e Presidente da Secção dos
Transportes na Sociedade de Geografia de Lisboa.
Faleceu a 1 de Março de 2001.
Bibliografia
189
Raid Aéreo Lisboa-Rio de Janeiro: Tecnologia, Ciência e Perícia, Exposição Raid
Aéreo Lisboa-Rio de Janeiro, Cascais, Câmara Municipal de Cascais, 2000
A Marinha Mercante portuguesa: a evolução na transição do séc. XX para o séc.
XXI, painel - 7 de Novembro 2000, Lisboa, Academia de Marinha, 2000
“Sacadura Cabral, o Homem que Deu Asas à Marinha”, Revista da Armada, nº
330, Abril de 2000, pp. 17-20; nº 331, Maio de 2000, pp. 6-11
O Mundo Marítimo Português na Segunda Metade do Século XVIII, ensaio,
Lisboa, Comissão Cultural da Marinha, 2002
Fontes/Estudos
190
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)
191
Bibliografia
Fontes/Estudos
192
(foto do arquivo da Academia de Marinha)
193
presente nas suas obras de maior vulto, quer em termos de estudo retrospectivo quer em
termos de lições aprendidas.
Foi membro do Conselho de Académicos da Academia Internacional da Cultura
Portuguesa, da Associação Portuguesa de História das Relações Internacionais e da Associação
Nacional dos Profissionais de Relações Internacionais. Foi ainda professor catedrático
convidado no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e na Universidade Autónoma
de Lisboa, presidente do Instituto Português da Conjuntura Estratégica, presidente do
Grupo de Estudo e Reflexão de Estratégia da Marinha (GERE), membro efectivo do
Conselho Supremo da Liga de Combatentes, director da Sociedade de Geografia de Lisboa
e membro da Comissão de Relações Internacionais da mesma Sociedade, membro do
Centro de Estudos Estratégicos do Instituto de Altos Estudos Militares, membro do
Conselho Consultivo do Instituto Euro-Atlântico, sócio do Instituto Dom João de Castro e
membro da Comissão de Avaliação Externa de Ciência Política e Relações Internacionais.
Era também sócio da Revista Militar e da Sociedade Histórica da Independência de
Portugal.
Era Cavaleiro da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém e possuía
diversas condecorações, entre as quais as salientam a Grã-Cruz da Ordem do Infante D.
Henrique, a Comenda da Ordem do Mérito Naval do Brasil e o grau de Cavaleiro da
Ordem de Mérito da República Italiana.
Bibliografia:
194
Ensinamentos Militares do Conflito das Falkland, Ilações Nacionais, Lisboa,
Instituto Superior Naval de Guerra, 1983
A organização das Nações Unidas, Lisboa, Instituto Superior Naval de Guerra,
1983
Pactos Militares e Organização de Defesa: Região Euro Norte Americana,
Lisboa, Instituto Superior Naval de Guerra, 1983
O papel de Portugal na NATO (intervenção num coloquio realizado no ISCSP em
15 de Março de 1984), Lisboa, Instituto Superior Naval de Guerra, 1984
A NATO e o Atlântico Sul, Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e
Politicas, 1985
Da Détente às Guerras Justas: Alguns Conceitos, Lisboa, Instituto Superior
Naval de Guerra, 1985
Temas de Política e Estratégia, Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e
Políticas, 1986
As Relações Leste-Oeste, Lisboa, Instituto Superior Naval de Guerra, 1987
A Marinha: a Instituição e os Homens: Reflexões, Lisboa, Instituto Superior
Naval de Guerra, 1988
A Europa, a Africa e o Atlântico no Quadro da Cooperação: Aspectos
Estratégicos, Porto, Universidade Portucalense, 1990
“Geopolítica e Geoestratégia do Atlântico”, in Estratégia, vol.1, Lisboa, Instituto
Superior de Ciências Sociais e Políticas/-Instituto de Relações Internacionais,
1990 pp.13-52
“Os Conceitos de Poder Marítimo na Expansão Portuguesa”, Anais do Clube
Militar Naval, Lisboa, vol.CXX, Outubro-Dezembro 1990, pp. 667-675
Estratégia da Dissuasão na Década de 90, Lisboa, Academia Internacional da
Cultura Portuguesa, 1992
“Os Mares Antárcticos”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 124, Abril-Junho,
1994, pp. 345-356
Estudo da Estratégia e das Relações Internacionais nas Universidades
Portuguesas, Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, 1995
Segurança Europeia 1989-1995, Lisboa, Universidade Técnica, Instituto
Superior de Ciências Sociais e Políticas, 1995
A Segurança Leste-Oeste e o Atlântico, Lisboa, Instituto da Defesa Nacional,
1995
195
As Relações Transatlânticas no Quadro da Segurança Internacional:
Implicações para a Europa e para Portugal, Lisboa, Academia Internacional da
Cultura Portuguesa, 1995
Guerra e Paz na Perspectiva do Actual Sistema de Relações Internacionais,
Lisboa, Instituto da Defesa Nacional, 1995
Reestruturação da NATO, Lisboa, Instituto da Defesa Nacional, 1996
Da Defesa à Segurança na Ordem Internacional, Lisboa, Instituto Superior de
Ciências Sociais e Políticas, 1996
“Das Viagens das Caravelas à Globalização”, Anais do Clube Militar Naval, Vol.
CXXVII, nºs 7-9, Julho-Setembro 1997, pp. 543-554
D. Fernando II e Glória: a Fragata que Renasceu das Cinzas = The Frigate
Reborn from the Ashes, Lisboa, CTT Correios de Portugal, 1998
“Apontamento Histórico”, in O Último Cinquentenário do Segundo Milénio
(1949-1999), Lisboa, Marinha, 1999, pp.15-42
A Comunidade Internacional 1997/1998, Lisboa, Instituto Superior de Ciências
Sociais, 1999
A Marinha nos 50 Anos da NATO, Lisboa, Instituto da Defesa Nacional, 1999
“A Marinha no Tempo da Fragata D. Fernando II e Glória”, Lisboa, Anais do
Clube Militar Naval, vol. CXXIX, Janeiro-Março 1999, pp.85-104
“A Acção da Armada nas Campanhas de África”, in Estudos Sobre as
Campanhas de África (1961-1974), Instituto de Altos Estudos Militares, Lisboa,
Atena, 2000, pp.205-224
O Mediterrâneo e a Segurança Europeia, Lisboa, Instituto Português da
Conjuntura Estratégica, 2000
As Diferentes Interpretações do Conceito de Fronteiras, [Lisboa], Sociedade de
Geografia de Lisboa, 2000
Segurança e Defesa 1996-2000, Edições Culturais da Marinha, Lisboa, Comissão
Cultural da Marinha, 2000
Segurança Humana e Segurança Nacional, Lisboa, Academia Internacional da
Cultura Portuguesa, 2001
Reestruturação das Forças Armadas: Equívocos e Realizações, Lisboa, Comissão
Cultural da Marinha, Grupo de Estudo e Reflexão de Estratégia, 2001
A Marinha e a Revolução nos Assuntos Militares, Lisboa, Comissão Cultural da
Marinha, 2002
196
Conceito Estratégico de Defesa Nacional: Estudos (c/ Victor Manuel Lopo
Cajarabille), Lisboa, Comissão Cultural da Marinha, 2002
A Conjuntura Internacional e os Novos Conflitos: a Organização e Defesa do
Ocidente Face aos Novos Desafios, Lisboa, Instituto Português da Conjuntura
Estratégica, 2002
“Estratégia e Relações de Poder”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol.
CXXXIII, Julho-Setembro 2003, pp.423-450
A Estratégia Marítima e o Progresso das Nações, in A Estratégia Naval
Portuguesa: Ciclo de Conferências, Lisboa, Instituto Superior Naval de Guerra,
2004, pp. 9-22
“Grupo de estudo e reflexão de estratégia: GERE”, Lisboa, Anais do Clube
Militar Naval, vol. CXXXIV, Outubro-Dezembro 2004, pp.887-896
A Conjuntura Estratégica Mundial, sep. de Lusíada - Revista de Relações
Internacionais, nº 5, 2004
Forças Armadas, a Instituição e as Associações, Lisboa, Grupo de Estudo e de
Reflexão Estratégica, 2005
A Marinha: Instituição em Transformação, Lisboa, Grupo de Estudo e Reflexão
Estratégica, Comissão Cultural da Marinha, 2005
O Mediterrâneo: Geopolítica e Segurança Europeia, Lisboa, Grupo de Estudo e
Reflexão de Estratégia, Comissão Cultural da Marinha, 2006
Fontes/Estudos
197
198
TERCEIRA PARTE: AS INSTITUIÇÕES
Metodologia e Critérios
60
A Empresa da Revista Militar, “uma sociedade com fins editoriais e culturais, constituída por Oficiais
de todos os Ramos das Forças Armadas”, foi fundada no dia 1 de Dezembro de 1848, por um grupo de
26 oficiais do Exército e da Armada, dirigido pelo então tenente Fontes Pereira de Mello. A sua
finalidade, vertida nos respectivos estatutos, era a de “promover o estudo, debate e divulgação de
assuntos de defesa nacional, em especial os militares”. Com o primeiro número publicado em Janeiro de
1849, foi um dos primeiros títulos da imprensa militar portuguesa, seguindo-se a cinco periódicos cuja
existência foi, no entanto, bastante curta. A Revista, pelo contrário, chegou aos dias de hoje.
199
BIBLIOTECA CENTRAL DA MARINHA
200
documental par o estudo de temas como a História dos Descobrimentos e da Expansão
ou a História Ultramarina.
Fontes/Estudos
201
ASSOCIAÇÃO MARÍTIMA E COLONIAL
Após o conturbado período das guerras napoleónicas e das lutas políticas, com
a marinha nacional muito diminuída em relação ao que fora no início do século, um
grupo de oficiais da Armada reúne-se, sob os auspícios do Visconde de Sá da Bandeira,
e funda a Associação Marítima e Colonial, a qual recebe o beneplácito de D. Maria II
por decreto de 5 de Novembro de 1839. Os objectivos desta associação são
enunciados no discurso preliminar de José Xavier Bressane Leite, a 17 de Janeiro de
1840:
“A Associação Maritima [...] tomou a seu cargo promover (quanto em suas forças
coubesse) aquelle melhoramento [da Marinha]; indagar as causas que têm influido, ou podem
influir na declinação da Marinha tanto militar, como mercante; indicar os meios da sua
restauração; e propôr ao Publico todos os conhecimentos, todas as reflexões, e todos os
arbitrios, que possam parecer uteis a tão importante fim, concorrendo ao mesmo tempo para
estreitar cada vez mais as relações commerciaes dos nossos Estabelecimentos Ultramarinos
com a Mãi-Patria, e desta com os differentes pontos e nações do globo, que se empregam nas
operações do commercio.”
202
não oficial contendo exames críticos a publicações nacionais e estrangeiras sobre
assuntos marítimos e memórias redigidas pelos sócios, num leque de matérias que ia
da História Naval às Máquinas Marítimas, passando pela Administração Ultramarina e
relatos de viagens. Era uma oportunidade para os oficiais de Marinha escreverem e
divulgarem a sua opinião e os seus conhecimentos sobre assuntos em que eram
entendidos, dando, deste modo, o seu contributo à Sociedade.
A Associação acabou por não sobreviver às convulsões políticas desencadeadas
em 1846. Na sua curta existência, tinha, no entanto, alertado a opinião pública para a
necessidade urgente de se investir na Armada, apoiada na ideia de que o caminho
para se recuperar parcialmente a grandeza perdida e o prestígio internacional do País
passava pela exploração de África. Vinte e seis anos depois, o Clube Militar Naval
recuperaria boa parte desta acção dinamizadora na sociedade portuguesa.
Fontes/Estudos
203
ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA
204
inclui salas de avaliação, catalogação, restauro, conservação e uma sala de leitura,
além de uma ampla área de armazenamento do acervo documental. Recentemente
iniciou-se o processo de informatização de todo o espólio, facilitando assim o trabalho
dos utilizadores em geral.
Fontes/Estudos
205
MUSEU DE MARINHA
206
ocupa, nas alas norte e poente do Mosteiro dos Jerónimos, junto do qual se construiu,
posteriormente, um amplo pavilhão para exposição das galeotas reais.
O Museu ocupa uma área total de cerca de 50 mil metros, 16 mil dos quais
dedicados a exposição permanente. Do seu espólio constam mais de 20.000 peças,
estando expostas apenas seis mil. Entre elas, destacam-se vários modelos de navios e
de embarcações, armas, uniformes, instrumentos de navegação e cartas marítimas.
Possui também um centro de documentação, um arquivo de imagem e um arquivo de
desenhos e planos com mais de 1.500 documentos de navios portugueses antigos.
Para além do seu espaço central, o Museu tem a seu cargo a supervisão dos
vários núcleos museológicos da Marinha Portuguesa, tais como os da Escola de
Fuzileiros e da Escola de Tecnologias Navais.
Fontes/Estudos
INSO, Jaime do, O Museu de Marinha, sep. Anais do Clube Militar Naval, n.ºs 4
a 6, Abril-Junho 1967
MUSEU DE MARINHA, “Museu de Marinha, 150 Anos”, Revista da Armada, nº
478, Setembro-Outubro de 2013, pp. 18-20
MUSEU DE MARINHA, página do Museu de Marinha na Internet,
http://museu.marinha.pt/ [consultada em Março de 2016]
VALE, José Augusto da Costa Picas do, Museu de Marinha: Contributos para a
Definição de um Projeto Cultural, Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e
Humanas da Universidade Nova, de Lisboa, 30 de Setembro de 2009
(consultado em https://www.academia.edu/2043332/O_Museu_de_Marinha_-
_Contributos_para_a_defini%C3%A7%C3%A3o_de_um_projecto_cultural)
207
CLUBE MILITAR NAVAL
208
viria a integrar a vanguarda científica e cultural de âmbito marítimo em Portugal e as
suas páginas viriam a divulgar trabalhos de reconhecida qualidade redigidos por
autores como Baldaque da Silva, Fontoura da Costa ou Gago Coutinho, constituindo,
por isso, um valioso estímulo à produção intelectual dos oficiais da Marinha
Portuguesa.
Tendo a sua primeira assembleia-geral sido realizada, no ano da sua fundação,
no Palácio do Conde de Almada (hoje Palácio da Independência), o Clube passou por
diversas localizações, entre elas, numa fase inicial, as instalações da Escola Naval.
Estabeleceu-se na sede actual (Avenida Defensores de Chaves, ao Saldanha) em 1989.
Fontes/Estudos
209
LIGA NAVAL PORTUGUESA
Criada em 1902, por iniciativa do Clube Militar Naval, a Liga Naval Portuguesa
tinha por principal objectivo promover o desenvolvimento da Marinha nacional nas
suas diversas vertentes: de guerra, de pesca, mercante e de recreio. À semelhança das
ligas navais que, por essa altura, despontavam em vários países (nomeadamente,
Alemanha, Brasil, Reino Unido, Espanha, Rússia e Bélgica), fazia parte de um
movimento internacional baseado na obra de Alfred Thayer Mahan The Influence of
Sea Power upon History, que realçava a importância do poder naval no
engrandecimento das nações.
Tinha a sua sede no Palácio Palmela, no Calhariz (Lisboa), contando ainda com
várias delegações regionais e locais espalhadas por todo o império português.
Vivendo de um subsídio governamental de 5 contos de réis, ao qual se
somavam as quotas dos sócios, a liga tomou a seu cargo a criação e a conservação do
Museu Nacional de Marinha (um dos antecessores do Museu de Marinha, que, entre
outros artefactos, albergava a colecção oceanográfica do rei D. Carlos), assim como as
despesas de funcionamento da Escola de Pilotagem e Armamentos Marítimos de
Lisboa.
Além de promover palestras, debates e conferências – de que são exemplos o
1º Congresso Marítimo Nacional (1903) e o Congresso nacional das Pescarias (1904) –
a Liga publicava, ainda, um boletim oficial, o Boletim Marítimo, em que os sócios
expunham as suas teorias e os seus pontos de vista. Organizou também um grande
festival marítimo em 1907 e uma importante exposição de oceanografia na Sociedade
de Geografia.
Com a queda da Monarquia, a Liga deixou de receber o subsídio
governamental, iniciando um período de crise. Apesar de um apelo lançado em 1914
ao povo português, a Liga entraria em irreversível declínio, extinguindo-se em 1929. O
seu nome continuaria, no entanto, a aparecer ligado a algumas iniciativas
desenvolvidas na década seguinte.
Fontes/Estudos
210
TEIXEIRA, Ricardo Miguel Alves, “Liga Naval Portuguesa - Génese e
Intervenção”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXXXVI, Fevereiro de 2006, pp.
253-298
211
ACADEMIA DE MARINHA
212
Colaborar com outras entidades e instituições culturais, com o objectivo
de aprofundar o conhecimento do mar e contribuir para o prestígio das
marinhas nacionais e do País
Fontes/Estudos
213
REVISTA DA ARMADA
Fontes/Estudos
214
CENTRO DE INVESTIGAÇÃO NAVAL
Fontes/Estudos
215
216
CONCLUSÃO
217
ao mesmo tempo, a ligação destes ao mundo académico. Esta interacção foi muito
impulsionada pelo Grupo de Estudos de História Marítima (1969) e pelos seus
sucessores, o Centro de Estudos de Marinha (1970) e, sobretudo, a Academia de
Marinha (1978), tendo o seu corolário na criação, em 2010, do Centro de Investigação
Naval (CINAV). Nesta nova dinâmica, a História Marítima nacional ultrapassou,
definitivamente, o seu âmbito tendencialmente naval e acentuou a sua
interdisciplinaridade, enquanto os historiadores da Marinha (agora já não limitados à
categoria de Oficial) aperfeiçoavam os seus métodos através de estudos universitários
e aumentavam a sua credibilidade com a obtenção de graus académicos. Não é, assim,
de surpreender que, no início do século XXI, a consagração da História Marítima como
ramo semi-autónomo tenha na Marinha um dos seus principais promotores.
A importância da historiografia naval é, de resto, demonstrada pelo facto de os
historiadores da Marinha constituírem cerca de 37% do total de autores por nós
identificado (86 em 233) e a sua produção, em termos quantitativos, constituir perto
de metade de todas as obras publicadas (no nosso levantamento – entre busca
sistemática e achados acidentais – escrutinámos mais de dois milhares delas, o que se
afigura, no mínimo, uma amostragem bastante razoável). Neste processo acabámos,
inevitavelmente, por elaborar um panorama geral do estudo da História Marítima em
Portugal, o qual esperamos que possa vir a servir de base a trabalhos mais
abrangentes.
E, falando, ainda, em termos de números, tanto a produção historiográfica
naval como o número de autores tem vindo a progredir solidamente – tendência que
se verifica desde meados do século XIX –, o que, aliado à consolidação das
habilitações académicas destes últimos, nos faz antever que a História Marítima
continuará, durante muitos e bons anos, a usufruir do valioso contributo da Marinha e
dos “historiadores marinheiros”.
Faltou-nos, neste estudo, definir uma “data fundadora” da actividade
historiográfica na Marinha. Podíamos estabelecê-la no ano de 1813, data do
lançamento do primeiro trabalho histórico-biográfico de Dantas Pereira, ou em 1839,
quando Costa Quintela deu à estampa os seus Annaes da Marinha Portugueza.
Deixamos ao leitor essa escolha, esperando que, qualquer que ela seja, não ponha em
causa a oportunidade do momento por nós escolhido para celebrar dois séculos de
historiografia naval em Portugal.
218
FONTES E BIBLIOGRAFIA61
Fontes:
Obras de Referência:
61
Além das obras e estudos mencionados individualmente na Segunda e Terceira Partes por
autor/instituição.
219
REVISTA MILITAR, índices, Lisboa, Empresa da Revista Militar, vol. I (1849-
1874); vol. II (1875-1899); vol. III (1900-1924); vol. IV (1925-1949); vol. V
(1950-1974); vol. VI (1975-1999)
SÉRGIO, António (coord.), Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Lisboa-
Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d.
VALENTIM, Carlos Baptista (coord.), Patronos dos Cursos Tradicionais da Escola
Naval 1936-2007, Almada, Escola Naval, Outubro de 2007
Referências Computorizadas:
220
Obras Gerais:
Bibliografia Específica:
221
222
APÊNDICE 1
OBRAS DE REFERÊNCIA E DE BASE POR ASSUNTOS
Arqueologia Naval:
FONSECA, Henrique Quirino da, Os Portugueses no Mar: Memórias Históricas e
Arqueológicas das Naus de Portugal, Lisboa, Ministério da Marinha, 1926
ID., A Caravela Portuguesa e a Prioridade Técnica das Navegações Henriquinas,
2 vols., Coimbra, Imprensa da Universidade, 1934
MENDONÇA, Henrique Lopes de, Estudos Sobre Navios Portugueses dos
Séculos XV e XVI, Lisboa, Typographia da Academia Real das Sciencias, 1892
OLIVEIRA, João Braz de, Os Navios da Descoberta, reimpressão da conferência
feita em 23-11-1894 no Clube Militar Naval, Lisboa, Museu e Biblioteca da
Marinha, 1940
PIRES, António Tengarrinha, Caravelas dos Descobrimentos, Lisboa, Centro
de Estudos de Marinha, 1980-1990, 2 T em 5 V
Aviação Naval:
TADEU, Viriato, Quando a Marinha Tinha Asas...: Anotações para a História da
Aviação Naval Portuguesa (1916-1952), Lisboa, Ed. Culturais da Marinha, 1984
223
Biografias:
VALENTIM, Carlos Baptista (coord.), Patronos dos Cursos Tradicionais da Escola
Naval 1936-2007, Almada, Escola Naval, Outubro de 2007
Dicionários:
LEITÃO, Humberto José Santos, Dicionário da Linguagem de Marinha Antiga
e Actual, em colaboração com José Vicente Lopes, Lisboa, Centro de
Estudos Históricos Ultramarinos, 1963
História da Marinha:
ACADEMIA DE MARINHA, História da Marinha Portuguesa, Lisboa, Academia de
Marinha (publicação em curso):
EÇA, Vicente de Moura Coutinho Almeida d’, Historia Marítima, Biblioteca do
Povo e das Escolas, Lisboa, David Corazzi, 1884
ID., Vicente de Moura Coutinho Almeida d’, Lições de História Marítima Geral,
Lisboa, Impr. Nacional, 1895
MENEZES, José Freire de Vasconcelos Carneiro e, Armadas Portuguesas: os
Marinheiros e o Almirantado: Elementos para a História da Marinha: Século XII-
Século XVI, Lisboa, Academia de Marinha, 1989
QUINTELA, Manuel Inácio da Costa, Annaes da Marinha Portugueza, 2 vols.,
Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias, 1839-1840
224
TESTA, Carlos, Phases e Factos Notaveis da Historia Maritima, Lisboa, Typ.
Universal de Thomaz Quintino Antunes, 1885
Náutica/Navegação:
COSTA, Abel Fontoura da, A Marinharia dos Descobrimentos, Lisboa, Imprensa
da Armada, 1933
COUTINHO, Carlos Viegas Gago, A Náutica dos Descobrimentos: os
Descobrimentos Marítimos Vistos por um Navegador: colectânea de artigos,
conferências e trabalhos inéditos do Almirante Gago Coutinho, org. e pref. pelo
Comandante Moura Braz, [ed. lit.], Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1951-
1952
225
APÊNDICE 2
LISTAGEM DE OBRAS DE HISTÓRIA MARÍTIMA
PUBLICADAS POR AUTORES PORTUGUESES NÃO
PERTENCENTES À MARINHA62
Até 1850:
MACEDO, Joaquim José da Costa, Memorias para a Historia das Navegações e
Descobrimentos dos Portuguezes, [Lisboa], Typ. da Academia Real das
Sciencias, 1819
ID., Memória em que se Pretende Provar que os Arabes não Conhecerão as
Canarias antes dos Portugueses, Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias,
1844
SANTARÉM, Visconde de, Analyse du Journal de la Navigation de la Flotte qui
est Allée à la Terre du Brésil de 1530 a 1532 pour Pedro Lopes de Sousa,
Publiée pour la Premiére Fois á Lisbonne par Mr. de Varnhagen, Paris, [s.n.],
1810
ID., Introduccão e Notas á Chronica do Descobrimento e Conquista da Guiné,
por Azurara, etc., Paris, [s.n.], 1811
ID., Recherches sur la Priorité de la Découverte des Pays Situés sur la Côte
Occidental d'Afrique, au-delà du Cap Bojador, et sur les Progrés de la Science
Géographique, Aprés les Navigations des Portugais au XV Siécle, Acompagnées
d'un Atlas Composé de Mappe-Mondes, et de Cartes pour le Plupart Inedites,
Dressées Depuis le XI jusqu'au XVII Siècle, Paris, [s.n.], 1812
62
Para a elaboração deste índice, que procurámos tornar o mais exaustivo possível (mesmo sabendo
que não o é completamente), recorremos, em primeiro lugar, às bibliografias fornecidas aos alunos do
Mestrado em História Marítima, ao Dicionário de Historiadores Portugueses – da Academia Real das
Ciências ao Final do Estado Novo, do Centro de História da Universidade de Lisboa (s.l., s.d.
http://dichp.bnportugal.pt/index.htm - consultado em Julho de 2016) e ao estudo “Recursos para
História Marítima Portuguesa 1200-1700: um projecto de investigação face ao estado da arte”, de
Francisco Contente Domingues e José Varandas (op. cit.). Em seguida, ampliámos o rol de autores
identificados com recurso às listas de membros da Academia de Marinha (e dos seus antecessores -
Grupo de Estudos de História Marítima e Centro de Estudos de Marinha) e à lista de teses de história
marítima defendidas nas universidades portuguesas, elaborada pela FLUL no âmbito do Mestrado em
História Marítima (2009). Por fim, pesquisámos a produção destes autores através da consulta dos
catálogos da Biblioteca Nacional e da Biblioteca Central da Marinha, processo que veio, ainda,
acrescentar novos autores e obras à nossa lista, quer pelas referências encontradas, quer pela
identificação de co-autores de obras publicadas, sem falar nos que fomos encontrando em leituras e
pesquisas diversas. No entanto, seguindo os critérios gerais desta obra, limitámos a lista apresentada
aos autores já falecidos, guardando os dados dos restantes para a elaboração das estatísticas gerais.
226
ID., Note sur la Veritable Date des Instructions Donnés a un des Premiers
Capitaines qui Sont Allés duns l'Inde Aprés Cabral, Publiées dans les Annales
Maritimes de Lisbonne, cahier, n.º 7, 1815 (Extrait du Bulletin de La Société do
Géographie, septembre, 1846)
ID., Notice sur l'État Actuel de la Publication de l'Atlas de Mr. le Vicomte de
Santarem, Composé de Mappe-Mondes, de Portulans et de Cartes Historiques,
depuis le VI jusqu'au VIII Siécle, pour La Plupart Inedites, Tirées des
Manuscripts des Différents Bibliotéques de l'Europe, pour Servir, de Preuves à
l'Histoirre de la Géographie du Moyen Age, et à Celle des Découvertes des
portugais, Paris, [s.n.], 1816
ID., Mémoire sur la Question de Savoir a Quelle Époque l'Amérique Meridionale
a Cessé d'être Réprésentée dans les Cartes Géographiques comme une Ile
d'une Grande Étendue (Extrait du Bulletin de la Société de Géographie, Mars,
1817), Paris
ID., Recherches sur Améric Vespuce, et sur ses Prétendues Découvertes en
1501 et 1503 (Extrait du Bulletin de Ia Société de Géographie, n.º 11) Paris,
1836
ID., Memoria Sobre a Prioridade dos Descobrimentos Portuquezes na Costa de
África Occidental, para Servir de Illustração á «Chronica da Conquista da
Guiné» por Azurara, Paris, [s.n.], 1841
ID., Notice sur André Alvarez d'Almada et sa Description de la Guiné, Paris,
Bertrand, 1842
ID., Rapport sur une Mémoire de M. da Silveira, Relativement à la Découverte
des Terres du Prétre Jean de la Guinée par les Portugais, Paris, [s.n.], 1846
ID., Rapport lu par M. le Vicomte de Santarem à la Societé Géographique sur
l'Ouvrage de M. Lopes de Lima intitulé: « Ensaios, etc.» - Essais Statistiques sur
les Possessions Portugaises en Outre-mer (Extrait du Bulletin de la Societé de
Géographie, Mars, 1846), Paris
ID., Examen des Assertions Contenues dans un Opuscule Intitulé «Sur la
Publication des Monuments de la Géographie» Publié au Mois d'Aout, 1847,
Paris, [s.n.], 1847
SARAIVA, Francisco de São Luiz (dito Cardeal), Reflexões Geraes Ácerca do
Infante D. Henrique e dos Descobrimentos de que Elle Foi Autor no Século XV,
Lisboa, Imprensa Nacional, 1840
227
ID., dito Cardeal, Índice Cronológico das Navegações, Viagens, Descobrimentos
e Conquistas dos Portugueses desde o Princípio do século XV até 1811, Lisboa,
Imprensa Nacional, 1841
ID., Os Portugueses em África, Ásia, América e Occeania: Obra Clássica, Lisboa,
Tip. de Borges, 1848
1851-1900:
ACADEMIA DAS CIÊNCIAS DE LISBOA, Memórias da Comissão Portuguesa do
Centenário do Descobrimento da América, Lisboa, 1892
BARCELOS, Cristiano de Senna, "Construcções de Naus em Lisboa e Goa para a
Carreira da Índia no Começo do Seculo XVII", Boletim da Sociedade de
Geografia de Lisboa, 17ª série, nº 1, 1898-1899, pp. 5-72
BRANDÃO, Manuel José da Cunha, “O Descobrimento do Caminho Marítimo
para a Índia”, Revista Militar, nº 50, [Lisboa], 1898, pp. 274-309
CHAGAS, Pinheiro, Os Descobrimentos Portugueses e os de Colombo: Tentativa
de Coordenação Histórica, Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias, 1892
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271
APÊNDICE 3
PRINCIPAIS OBRAS DE HISTÓRIA MILITAR NÃO-NAVAL
PUBLICADAS EM PORTUGAL NO SÉCULO XIX63
63
Extraído de Emília Salvado Borges, História Militar e Diplomática de Portugal na Era Moderna –
Recursos, Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Dezembro 2013
(http://rhmod.weebly.com/bibliografia.html).
272
ÍNDICE REMISSIVO
273
Centro de Investigação Naval (v. "CINAV")
Charnock, John - 19
CINAV - 30, 215
Classes de Oficiais da Marinha (v. "Oficiais da Marinha, classes")
Clube Militar Naval - 23, 24, 208-209
Coelho, Latino - 22
Comemorações do Duplo Centenário (v. "Duplo Centenário")
Comemorações dos Descobrimentos (v. também "Henriquinas,
Comemorações") - 26, 27
Comemorações Henriquinas (v. "Henriquinas, Comemorações")
Companhia dos Guardas-Marinhas (v. "Guardas-Marinhas")
Correia, Gaspar - 16
Correia, Joaquim José Gonçalves de Matos - 49-50
Cortesão, Armando (v. também "Autores externos à Marinha") - 29
Costa, Abel Fontoura da - 25, 26, 90-98
Coutinho, Carlos Viegas Gago - 25, 84-89
Couto, Diogo do - 16
Crónicas - 15-16
Cruz Jr., Abílio Freire da - 188-190
274
Fonseca, Henrique Quirino da - 25, 80-83
Fonseca, José da Cruz Moura da - 26, 161-163
Galvão, António - 15
Gonçalves, Luís Manuel Júlio Frederico da Cunha - 25, 117-121
Gouveia, António Joaquim de - 22
Grupo de Estudos de História Marítima - 27, 29, 32, 212
Guardas-Marinhas,
o Academia Real dos - 19
o Companhia dos - 19
Guerras Liberais - 21
Henriquinas, Comemorações - 26
História da Marinha Britânica - 19
História da Marinha Espanhola - 18-19
História da Marinha Francesa - 19
História da Marinha Portuguesa - 20, 29-30
História dos Descobrimentos e da Expansão (v. “Descobrimentos e Expansão
(geral)”
História dos Descobrimentos e da Expansão (mestrado) - 27
História Marítima (mestrado) - 30, 36
História Militar - 22-23, 272
História Naval – 17-18, 21, 24, 25, 33
História Trágico-Marítima - 16
Historiadores da Marinha (v. "Autores da Marinha")
Historiadores externos à Marinha (v. "Autores externos à Marinha")
Huet, Pirre Daniel - 16
275
Lima, José Joaquim Lopes de - 26, 44-45
Lopes, Fernão - 15
Loureiro, Carlos Gomes de Amorim - 130-131
Lozano, Juan Antonio Enríquez - 19
276
Pereira, José Maria Dantas - 19, 40-43
Pires, António Tengarrinha - 167-168
Pona, António Pereira de Paiva e - 25, 56-57
Quadros Navaes - 20
Quintela, Manuel Inácio da Costa - 20, 38-39
277