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A MARINHA E A HISTÓRIA

- Dois Séculos de Historiografia Naval -

Jorge Manuel Moreira Silva


capitão-de-fragata

2016
RESUMO/ABSTRACT

Análise do contributo das instituições e dos historiadores da Marinha para a


História Marítima em Portugal ao longo dos últimos dois séculos, quer numa
perspectiva integrada, quer na óptica individualizada dos vários intervenientes.

An overview on the contribution of the naval institutions and naval historians to


Portuguese Maritime History in the last two centuries, under both an integrated view
and an individualized perspective of the several actors involved.

1
PALAVRAS-CHAVE/KEY-WORDS

 História Marítima / Maritime History


 Historiadores da Marinha / Naval Historians
 Historiografia Naval / Naval Historiography

2
ÍNDICE

Resumo/Abstract 1
Palavras-chave/Key-Words 2
Agradecimentos 7
Siglas e abreviaturas 9
Introdução 13

PRIMEIRA PARTE – A ACTIVIDADE HISTORIOGRÁFICA NA MARINHA

A História Marítima em Portugal 15


Os Historiadores da Marinha 18
A Abertura ao Mundo Académico 29

SEGUNDA PARTE – OS AUTORES

Metodologia e Critérios 35
Manuel Inácio da Costa Quintela (1763-1838) 38
José Maria Dantas Pereira (1772-1836) 40
José Joaquim Lopes de Lima (1797-1852) 44
Joaquim Pedro Celestino Soares (1793-1870) 46
Joaquim José Gonçalves de Matos Correia (1801-1879) 49
Carlos André Testa (1823-1891) 51
António Filipe Marx de Sori (1833-1914) 54
António Pereira de Paiva e Pona (1849-1899) 56
João Braz de Oliveira (1851-1917) 58
Vicente de Moura Coutinho Almeida d’Eça (1852-1929) 62
Ernesto Júlio de Carvalho e Vasconcelos (1852-1930) 67
António Artur Baldaque da Silva (1852-1915) 71
Henrique Lopes de Mendonça (1856-1931) 75
Henrique Quirino da Fonseca (1868-1939) 80
Carlos Viegas Gago Coutinho (1869-1959) 84
Abel Fontoura da Costa (1869-1940) 90
Eugénio Estanislau de Barros (1870-1942) 99

3
Joaquim Anselmo da Matta Oliveira (1874-1948) 101
António Alves Pereira de Matos (1874-1930) 104
Alfredo Botelho de Sousa (1880-1960) 107
Jaime Correia do Inso (1880-1967) 113
Luís Manuel Júlio Frederico da Cunha Gonçalves (1881-1963) 117
César Augusto de Oliveira Moura Brás (1881-1954) 122
Tancredo Octávio Faria de Morais (1882-1951) 124
Humberto José Santos Leitão (1885-1973) 127
Carlos Gomes de Amorim Loureiro (1894-1966) 130
José Moreira de Almeida Campos (1898-1967) 132
António Marques Esparteiro (1898-1976) 134
José Augusto do Amaral Frazão de Vasconcelos (1899-1970) 140
Manuel Maria Sarmento Rodrigues (1899-1979) 145
António Alves dos Santos Júnior (1900-1971) 150
Jorge Maia Ramos Pereira (1901-1974) 152
Pedro Fragoso de Matos (1912-1986) 156
Viriato Augusto Tadeu (1913-1991) 159
José da Cruz Moura da Fonseca (1913-1998) 161
Henrique Alexandre da Fonseca (1915-2009) 164
António Tengarrinha Pires (1915-1994) 167
José Freire de Vasconcelos Carneiro e Menezes (1916-1994) 169
António Jorge da Silva Soares (1916-2010) 171
Avelino Teixeira da Mota (1920-1982) 173
Armando da Silva Saturnino Monteiro (1923-2015) 182
António Sérgio de Pereira Cardoso (1925-1998) 184
José Agostinho Frederico de Figueiredo Pacheco Teles de Sousa Mendes
(1926-1999) 186
Abílio Freire da Cruz Júnior (1926-2001) 188
Vasco dos Santos Viegas (1927-2000) 191
António Emílio de Almeida Azevedo Barreto Ferraz Sacchetti (1930-2009) 193

TERCEIRA PARTE – AS INSTITUIÇÕES

Metodologia e Critérios 199


Biblioteca Central da Marinha 200

4
Associação Marítima e Colonial 202
Arquivo Central da Marinha 204
Museu de Marinha 206
Clube Militar Naval 208
Liga Naval Portuguesa 210
Academia de Marinha 212
Revista da Armada 214
Centro de Investigação Naval 215

Conclusão 217

Fontes e Bibliografia 219

APÊNDICE 1 – Obras de Referência e de Base por Assunto 223


APÊNDICE 2 – Listagem de Obras de História Marítima Publicadas por
Autores Portugueses não Pertencentes à Marinha 226
APÊNDICE 3 – Principais Obras de História Militar Não-Naval Publicadas em
Portugal no Século XIX 272

Índice Remissivo 273

5
6
AGRADECIMENTOS

 Ao Sr. Professor Contente Domingues, ao Sr. Almirante Silva da Fonseca e ao


Srs. Comandantes Rodrigues Pereira, Semedo de Matos e Alves Teixeira pelas
informações fornecidas;
 Aos Srs. Comandantes Costa Canas e Baptista Valentim pelos conselhos,
informações e oportunas sugestões;
 Ao Sr. Comandante Gonçalves Agostinho pelo apoio à consulta do arquivo de
membros da Academia de Marinha;
 À Sra. Dra. Maria Leonor Pinto pela disponibilização da lista de sócios da
Sociedade de Geografia de Lisboa;
 À Sra. Dra. Maria Isabel Beato pela orientação e ajuda na localização de
registos e processos individuais no Arquivo Histórico da Marinha;
 Ao Sr. Tenente Fernandes Rodrigues pela disponibilização de registos
individuais e notas de assentamentos existentes na Direcção de Pessoal da
Marinha.

7
8
SIGLAS E ABREVIATURAS

a. - ano
acad. - academia
ag. - agência
AM - Academia de Marinha
B.C.M. - Biblioteca Central da Marinha
bibl. - biblioteca
bol. - boletim
C.C.C.M. - Centro Científico e Cultural de Macau
c.m. - câmara municipal
C.N.C.D.P. - Comissão Nacional para as Comemorações
dos Descobrimentos Portugueses
c/ - com
CEM - Centro de Estudos de Marinha
Centro de Estudos dos Povos e Culturas de
CEPCEP -
Expressão Portuguesa
cª / cia. - companhia
cie. - compagnie
CINAV - Centro de Investigação Naval
comp. - companhia
coord. - coordenação
cx. - caixa
dir. - direcção
ed. - edição/edições/editor(a)(es)
emp. - empresa
eng. - engenheiro
fac. - faculdade
fasc. - fascículo(s)
fl. - fólio
Faculdade de Letras da Universidade de
FLUL -
Lisboa
fund. - fundação
GHEM - Grupo de Estudos de História Marítima
gráf. - gráfica

9
International Colloquium on Automata,
ICALP -
Languages, and Programming
id. - idem
IICT - Instituto de Investigação Científica Tropical
imp(r). - impressão/imprensa
ind. - industrial
inst. - instituto
intr. - introdução
inv. - investigação(ões)
j.f. - junta de freguesia
ldª - limitada
lit. - litografia/litografado(a)
liv(r). - livraria
nº(s) - número(s)
nac. - nacional
of. - oficina(s)
offi. - officina
op. cit. - obra citada
org. - organização
p. - página
pesq. - pesquisa
pp. - páginas
pref. - prefácio
pub(l). - publicação/publicado
reg. - regional
rev. - revista/revisão
s.d. - sem data
s.l. - sem local
s.n. - sem nome [da editora]
sec. - secretaria
séc(s). - século(s)
sep. - separata
soc. - sociedade
sr. - série
sup. - superior
t. - tomo

10
tip. - tipografia
trad. - tradução
typ. - typographia
v. / vol(s). - volume(s)
va. - viúva
vár. - Vário(a)(s)

11
12
INTRODUÇÃO

O presente trabalho teve início há cerca de sete anos, quando o autor foi
convidado pelo Professor-Doutor Francisco Contente Domingues a elaborar algumas
biobibliografias de historiadores da Marinha para figurarem naquele que se pretendia
que viesse a ser o “Dicionário de História Marítima Online”. Como, porém, este
projecto acabou por não ter grande desenvolvimento – pelo menos na forma
originalmente concebida –, vimo-nos na contingência de dar outro rumo ao trabalho
até ali produzido. Não tardou muito para que o punhado de biobibliografias inicial se
multiplicasse a algumas dezenas e que o seu redactor começasse a extrair delas o fio
condutor para a actividade historiográfica naval1 ao longo dos últimos dois séculos,
iniciados, nas primeiras décadas do século XIX, com os primeiros estudos históricos
efectuados por oficiais de Marinha, contemporâneos de boa parte da obra pioneira do
Visconde de Santarém.
Quem conhece a actividade cultural desenvolvida pela Marinha2 sabe a
importância que a História Marítima tem para a Instituição e para as pessoas que nela
servem. E sabe, por outro lado, que é difícil encontrar em Portugal outro organismo
que tenha contribuído tanto para este ramo da História. É por isso que quando, no
nosso país (e não só), se fala de História Marítima, o nome da Marinha vem,
inevitavelmente, a lume. Daí a pertinência de se estudar a actividade historiográfica
desenvolvido no seu seio, sabendo que esta acabará, no fundo, por reflectir a própria
evolução da historiografia marítima portuguesa.
Numa altura em que a abertura da Marinha ao mundo académico parece
definitivamente consumada – nomeadamente pela consolidação do Mestrado em
História Marítima e pela actividade do Centro de Investigação Naval (marcos mais
recentes) –, justifica-se, sem dúvida, um balanço e um ponto de situação, que
procuramos fazer na presente obra. Para o efeito, tentaremos responder às seguintes
perguntas:
 Quem foram os principais historiógrafos da Marinha?

1
Empregamos a expressão “historiografia naval” para designar a actividade historiográfica desenvolvida
na Marinha. Não deve ser confundida com “História Naval”, comummente utilizada como sinónimo de
história dos navios e das navegações (conceito que retomaremos mais adiante).
2
Falamos, sobretudo, da Marinha de Guerra, embora a instituição “Marinha”, na dependência do
respectivo Ministro, tivesse sob a sua jurisdição, até 1974, o Ramo Naval (Armada), o Ramo do Fomento
Marítimo (Marinha mercante e de Pesca), o Ramo da Investigação no Mar (Instituto Hidrográfico) e as
entidades/organismos de natureza cultural e fabril.

13
 Que legado nos deixaram?
 De que modo o seu trabalho se enquadrou na missão institucional da
Marinha e no contexto social e histórico da época?
 De que forma a Marinha apoiou e enquadrou este trabalho?
 Qual o contributo da Marinha para o progresso da História Marítima em
Portugal?

Para o efeito, começaremos por mergulhar nas origens da historiografia


marítima em Portugal (devidamente enquadrada no contexto internacional) para, em
seguida, dar ao leitor uma perspectiva conjunta da acção, personalizada e institucional,
da Marinha neste campo, fazendo, necessariamente, uma breve comparação com o
trabalho e a produção de entidades e de autores externos à Instituição. Depois,
apresentaremos, individualmente, os principais protagonistas dessa acção, assim como
das instituições que a enquadraram e para ela contribuíram. Chamamos a atenção
para o facto de não ter sido essa a sequência real da nossa pesquisa, uma vez que,
como atrás referimos, passámos, grosso modo, dos contributos particulares para uma
visão global, sem prejuízo de, à medida que o trabalho progredia, oscilarmos,
reiteradamente, entre estes dois pontos de vista, de modo a refinar, o mais possível, o
produto final. A ordem que seguimos neste estudo pretende, antes do mais, dar-lhe
uma sequência lógica que facilite a leitura e a compreensão cabal do seu conteúdo.
Esperamos ser bem-sucedidos nesse objectivo, assim como na satisfação do
desejo de ver reconhecido, conforme cremos e tentaremos demonstrar, o importante
papel da Marinha no desenvolvimento da História Marítima em Portugal.

14
PRIMEIRA PARTE: A ACTIVIDADE HISTORIOGRÁFICA NA
MARINHA

A História Marítima em Portugal

Até ao século XVII, a grande historiografia nacional esteve, sobretudo, a cargo


dos cronistas oficiais, cuja maior preocupação era, essencialmente, exaltar as
realizações do seu soberano e as dos respectivos antecessores. Diluída no meio dos
relatos cronísticos, a História Marítima só teve, neste campo, algum destaque nas
crónicas dos reis e dos príncipes do período da Expansão. Acontece que é, justamente,
nesse período, inaugurado por Fernão Lopes em 14193, que os cronistas nacionais
desenvolvem grande parte do seu trabalho, consolidando o prestígio internacional de
que os monarcas portugueses na altura gozavam com a nobreza da sua linhagem e a
grandeza das suas raízes históricas4. E é entre os cronistas que vamos encontrar o
primeiro “historiador marinheiro”: D. Manuel de Meneses (1565-1628), General da
Armada Real e Cronista-Mor do Reino5.
Por outro lado, e quase simultaneamente, os descobrimentos e as conquistas
trazem consigo uma cronística específica – que diríamos pioneira6 – dedicada aos feitos
marítimos dos portugueses, começando na Crónica da Tomada de Ceuta (1449-1450)
e na Crónica do Descobrimento e Conquista da Guiné (1452-1453), de Gomes Eanes
de Zurara, às quais se seguem, no século seguinte, o Tratado dos Descobrimentos
Antigos e Modernos de António Galvão (c. 1550), a História do descobrimento e
Conquista da Índia pelos Portugueses de Lopes de Castanheda (1551), as Lendas da

3
Tendo, no entanto, antecedentes na perdida Crónica de Espanha e Portugal (c. 1340) e na Crónica
Geral de Espanha de 1344, do Conde de Barcelos.
4
Não vamos, aqui, deter-nos demasiado sobre a influência que o movimento de Expansão possa ter
tido, a posteriori, sobre a redacção das crónicas dos reis da I Dinastia, criando, artificialmente, eventuais
antecedentes históricos que legitimassem as conquistas ultramarinas portuguesas. Tanto quanto
pudemos apreciar, essa influência não é clara. Um exemplo disso são as incursões a Ceuta do lendário D.
Fuas Roupinho, relatadas por Frei António Brandão e Duarte Galvão, que nos são apresentadas como
meras expedições punitivas, sem qualquer objectivo de conquista. Por outro lado, um feito tão notável
como as expedições marítimas às Canárias conduzidas durante o reinado de D. Afonso IV não é sequer
mencionado na crónica que Rui de Pina dedicou a este rei.
5
Cuja produção historiográfica, de carácter geral, não nos permite considerá-lo um historiador
marítimo.
6
Excluímos, naturalmente, os Périplos da Antiguidade e os relatos de viagens da Idade Média, pelo seu
carácter actual/prático (e, por vezes, fantasista), que os remete para a categoria de fontes primárias.
Também não contamos as sagas marítimas nórdicas, de pendor mais literário do que historiográfico.

15
Índia de Gaspar Correia (1556) e as Décadas da Ásia (1552-1616) de João de Barros e
Diogo do Couto7. E se nas duas primeiras se mantém a tradição de engrandecer o
soberano (D. João I) ou o príncipe (Infante D. Henrique)8, já encontramos nas outras –
descontando, talvez, o tom de exaltação patriótica de João de Barros9 – uma postura
mais crítica e rigorosa sobre os protagonistas e os acontecimentos relatados. No caso
específico das Lendas da Índia encontramos ainda uma vasta iconografia que
enriquece e aumenta consideravelmente o valor historiográfico da obra.
Mas é no Século XVIII que a História Marítima se reveste de uma nova
abordagem, imbuída do incipiente carácter científico que a racionalidade do Século das
Luzes10 imprime às grandes áreas do Saber. Em França, centro do novo movimento
cultural, vemos surgir obras como Histoire du Commerce et de la Navigation des
Anciens, de Pierre Daniel Huet (1716) e a Histoire Générale de la Marine, de Jean-
Baptiste de Boismele (1744-46). Em Portugal, onde os efeitos do Iluminismo não
deixaram de se fazer sentir (relembre-se a Real Academia Portuguesa de História,
criada em 1720, e a Academia Real das Ciências de Lisboa, que se lhe seguiria, em
1779), é de assinalar o lançamento, entre 1735 e 1736, da emblemática História
Trágico-Marítima, de Bernardo Gomes de Brito, que, sendo, basicamente, uma
colecção de relatos, não apresenta, ainda, a análise crítica do historiador. Já em
Espanha, vemos, em 1756, Pedro Rodríguez de Campomanes publicar a sua
Antigüedad Marítima de la República de Cartago - Con el Periplo de su General
Hannon.
Na viragem do Século XVIII para o Século XIX, as chamadas “Guerras da
República e do Império” (Revolução Francesa e campanhas napoleónicas) acendem no
grande público o gosto pelos relatos das grandes façanhas navais. Naturalmente
romanceadas e moldadas por cada um dos lados da contenda de acordo com as
respectivas conveniências, levam, no entanto, a uma grande procura de narrativas de

7
Nesta listagem incluímos apenas as obras baseadas em trabalho historiográfico (recolha de
testemunhos e consulta de documentação/arquivos). Excluímos, por conseguinte, relatos pessoais
como, por exemplo, as Navegações de Cadamosto, e os roteiros, como o Esmeraldo de Situ Orbis de
Duarte Pacheco Pereira.
8
Não estamos, de modo algum, a desvalorizar a importância histórica destas crónicas, até porque
Zurara, que foi Guarda-Mor da Torre do Tombo (tal como a generalidade dos cronistas oficiais), teve
acesso privilegiado a fontes documentais.
9
Conforme Manuel Alves de Oliveira e Manuela Rego, O Grande Livro dos Portugueses: 4000
Personalidades em Texto e Imagem, Lisboa, Círculo de Leitores, D.L., 1990, pp. 81-82 (BARROS, João de).
10
Na verdade iniciada no século anterior, materializada em instituições como a Academie Française
(1634) e a Royal Society (1660).

16
batalhas e das biografias de heróis como François-Paul Brueys ou Lord Nelson, assim
como à exaltação das tradições navais em que estes foram criados, o que dá um
significativo impulso à História Naval. Sintomático desta apetência pela imprensa naval
é o periódico britânico The Naval Chronicle, publicado entre 1799 e 1818.
Mas a Revolução Francesa traz consigo outra tendência marcante: abandona-
se, definitivamente, a “História dos Reis” para se passar a abordar a “História dos
Povos”. É assim que o início do Século XIX assiste a um reavivar do interesse pela
História como substrato legitimador das aspirações nacionalistas dos povos europeus
emergentes e re-emergentes, assumindo-se, algumas décadas depois, como base de
suporte dos interesses imperialistas das grandes potências mundiais. Estando, já,
bastante longe do tom laudatório dos cronistas, o estudo da História não deixa, porém,
de se sujeitar, em maior ou menor grau, ao espírito romântico e aos exacerbados
sentimentos patrióticos da época, não obstante os métodos introduzidos por
historiadores como Leopold Von Ranke, considerado o fundador da historiografia
científica11.
Numa nação marítima como Portugal, onde o Mar acolhia as memórias das
glórias do Passado e encerrava as maiores aspirações para o Futuro, a História
Marítima será objecto de especial atenção por parte dos estudiosos. Os primeiros
estudos académicos de âmbito histórico-marítimo terão sido os do Visconde de
Santarém, que a partir de 1810 se dedica a compilar vários apontamentos relacionados
com a prioridade das descobertas marítimas portuguesa, a ocupação de territórios
ultramarinos e os limites das possessões portuguesas na América do Sul, para servirem
de base às negociações com a Espanha no Congresso de Viena (1815). Segue-o de
perto Joaquim da Costa Macedo, com as suas Memorias para a Historia das
Navegações e Descobrimentos dos Portuguezes (1819).
E será, justamente, a temática dos Descobrimentos e das conquistas
ultramarinas a dominar a historiografia marítima até finais do Século XX12, sendo essa
a área sobre a qual se debruçaram os mais célebres historiadores marítimos
portugueses. No entanto, entre os “sucessores” do Visconde de Santarém, começarão

11
Introduzida na sua obra Zur Kritik Neuerer Geschichtsschreiber (Crítica da Historiografia Moderna),
publicada em 1824, através da análise rigorosa e crítica das fontes a que recorre (Dietrich Schwanitz,
Cultura – Tudo o que é Preciso Saber [ed. Portuguesa], Alfragide, Publicações D. Quixote, 2016, vol. 6, p.
58).
12
Como referem Francisco Contente Domingues e José Varandas (“Recursos para História Marítima
Portuguesa 1200-1700: um projecto de investigação face ao estado da arte”, Cuadernos de Estudios
Borjanos, nºs 50-51, [Saragoça], IFC-CESBOR, 2008, pp. 291-303. Esse facto é, de resto, facilmente
comprovável pela consulta do apêndice 2 desta obra.

17
a ter especial destaque os oficiais da Armada, que, ocupando-se especialmente –
embora não exclusivamente – das suas vertentes militar e naval13, serão, durante os
cem anos seguintes, os grandes dinamizadores da História Marítima em Portugal e,
porventura, os primeiros a alargar o seu espectro temático14.

Os Historiadores da Marinha

Quando, na segunda metade do Século XVIII, começou, entre os nossos


vizinhos ibéricos, a tomar forma a ideia de se escrever a história da Marinha
Espanhola, foram os oficiais da Armada a tomar a dianteira desse processo. Como, na
altura, se afirmava, “la historia de la Marina […] no puede ser escrita sino por un
marino”15. Destacam-se, então, Martín Fernández de Navarrete (ex-oficial da Armada),
com Disertación sobre la Historia de la Náutica, y de las Ciencias Matemáticas que han

13
Empregamos aqui o termo “naval” para designar a parte referente aos marinheiros, aos navios e às
navegações. Entendemos, assim, a História Naval, como parte integrante da História Marítima, conceito
mais abrangente que engloba “todos os aspectos da actividade humana relacionada com o mar” (FLUL,
objectivos do Mestrado em História Marítima, 4 de Maio de 2015,
http://www.letras.ulisboa.pt/pt/cursos/mestrados-2-ciclo/historia-maritima). De acordo com esta
definição, a História Marítima poderá, eventualmente, incluir temas de âmbito não naval, como, por
exemplo, o estudo da actividade salineira ou a implantação territorial do sistema de Autoridade
Marítima. Não seguimos, portanto, à risca, as definições de autores como Almeida d’Eça, que
distinguem História Marítima – a história do uso do mar pelo Homem – da História da Marinha –
sobretudo a história dos combates navais e das conquistas marítimas, embora deixando algum espaço
para a actividade mercante –, acabando, no entanto, por praticamente limitar a primeira definição aos
conteúdos desta última (Almeida d’Eça, Lições de História Marítima Geral, “Preliminares”, Lisboa, Impr.
Nacional, 1895, pp. 9-13). Muito mais restritivo é, aliás, o seu antecessor Carlos Testa, que, limitado pelo
conteúdo programático desta disciplina, que lecciona na Escola Naval, atribui à História Marítima o
objectivo de “indagar […] quaes os povos que nos mais remotos tempos se dedicaram à navegação, e
quaes os feitos mais notáveis de que há noticia (Carlos Testa, Phases e Factos Notaveis da Historia
Maritima, “Esboço Preliminar”, Lisboa, Typ. Universal de Thomaz Quintino Antunes, 1885, p. 11).
14
A diversificação de assuntos entre os historiadores da Marinha começa logo em meados do século XIX,
destacando-se entre aqueles a História da Marinha Portuguesa, a História Naval Geral, as biografias de
personagens ilustres e o estudo da política marítima/naval/ultramarina portuguesa, a que se irão juntar
alguns trabalhos pontuais sobre a Marinha Mercante, a construção naval, o corso, a estratégia marítima
e o ensino naval. Entre os autores externos à Marinha, a primeira obra que identificamos fora do âmbito
temático dos Descobrimentos/Expansão – debruçando-se sobre a Marinha Mercante – surge apenas em
1904 (v. apêndice 2). A segunda, sobre o porto franco de Caminha no século XIV, aparece em 1912 e só
a partir de 1932 – graças, em boa parte, aos estudos do jornalista Maurício de Oliveira sobre a Armada
Portuguesa –, começamos a vê-las surgir com alguma regularidade, sendo que em 1950 constituíam
apenas 8% da produção total. Na Marinha, no mesmo ano, constituíam já cerca de 13%. Teremos, pois,
de esperar pela segunda metade do século XX para assistir a uma diversificação da historiografia
marítima “não-marinheira”, onde pontuam os estudos de Virgínia Rau sobre a exploração e o comércio
do sal e os de Lixa Filgueiras sobre as embarcações tradicionais portuguesas, assim como algumas obras
mais recentes sobre a actividade pesqueira nacional.
15
Vários, La Historiografía de la Marina Española, Cuadernos Monograficos del Instituto de Historia y
Cultura Naval, nº 56, Madrid, Outubro de 2008, p. 18.

18
Contribuido a sus Progresos entre los Españoles (1800) e Juan Antonio Enríquez
Lozano, com Glorias Marítimas de España (1803).
Não é de estranhar esta dianteira dos marinheiros espanhóis se tivermos em
conta que foi entre eles que surgiu oficialmente, em 1717, a primeira academia de
formação de oficiais da Armada, embora as companhias de Guardas-Marinhas
francesas, com o respectivo sistema de ensino, já existissem desde 1670 (depois de
um percurso algo agitado, acabariam por ser extintas em 1786, surgindo a École
Navale apenas em 1830). A sua congénere portuguesa, a Academia Real dos Guardas-
Marinhas (antecessora da Escola Naval) só seria fundada em 1796 (no entanto, a
Companhia dos Guardas-Marinhas já ministrava ensino de carácter académico desde
1782), enquanto na Grã-Bretanha, a aparição de uma instituição de ensino superior
naval seria muito mais tardia: 1863.
A verdade, porém, é que os marinheiros espanhóis foram antecedidos nas suas
publicações por um oficial da Marinha Britânica, John Charnock, que, entre 1794 e
1798, lançou a obra Biographia Navalis, uma colecção de biografias de oficiais da Royal
Navy, abrangendo o período que vai de 1660 até finais do Século XVIII. O mesmo
autor daria à estampa, alguns anos depois (1801), outra grande obra: An History of
Naval Architecture, que o consagra como pioneiro na área da Arqueologia Naval.
Saliente-se, contudo, o facto de Charnock não ser oficial de carreira, tendo prestado
serviço como voluntário. Só em 1825, encontramos, finalmente, um oficial dos quadros
da Royal Navy – Edward Pelham Brenton – a publicar um trabalho de considerável
dimensão: The Naval History of Great Britain: from the Year MDCCLXXXIII to
MDCCCXXII. Em França, a Histoire de la Marine Française surge em 183616, pela mão
de Eugène Sue, um cirurgião com serviço na Armada (participara, em 1827, como
aprendiz, na batalha de Navarino) e, três anos mais tarde, encontramos um autor
formado na École Navale francesa, Auguste Jal, a escrever os dois volumes de
Archéologie Navale. É, também, em 1839 que a Historia de la Armada Española vê, por
fim, a luz do dia, só que escrita por um professor civil (Juan Miguel de los Rios).
Em Portugal, os primeiros trabalhos de um “historiador marinheiro” (sem contar
com a obra escrita do atrás mencionado D. Manuel de Meneses, a qual, como vimos,
não se enquadra no âmbito da História Marítima) pertencem a José Maria Dantas
Pereira, que em 1813 redigiu um elogio histórico de D. Pedro Carlos de Bourbon e
Bragança, Almirante-General da Armada Portuguesa (no qual nos dá um panorama

16
Praticamente em simultâneo com as Chroniques de la Marine Française (1836-1837), baseadas nos
documentos oficiais, dos jornalistas/escritores Fulgence Girard e Jules Lecomte.

19
bastante completo das acções e da organização da Armada na época), e em 1832
publicou um estudo sobre a acção do Marquês de Pombal em prol da Marinha, além de
ter procedido, entre 1824 e 1832, ao registo cronológico de toda a legislação da
Marinha desde 1450. No entanto, o primeiro trabalho de vulto (e a primeira grande
obra de História Marítima em Portugal) coube a Inácio da Costa Quintela – pertencente
à primeira geração de oficiais formados pela Academia Real dos Guardas-Marinhas –,
com os seus Annaes da Marinha Portugueza, publicados entre 1839 e 1840. Esta
grande compilação histórica das batalhas navais, conquistas e viagens dos
portugueses, que procurava colmatar a displicência ou a má-fé com que os autores
estrangeiros tratavam, de modo geral, a história marítima portuguesa17, foi,
verdadeiramente, a nossa primeira “História da Marinha”, conquanto o seu autor só
tenha conseguido redigir dois dos três volumes inicialmente previstos, os quais cobrem
o período que vai desde o governo do Conde D. Henrique até 1610. E embora Quintela
declare que “reuni nestas Memorias quanto achei espalhado por huma multidão de
Authores, que ex professo, ou accidentalmente tratarão dos fastos da nossa
Marinha”18, levando-nos, eventualmente, à tentação de classificá-lo como um “proto-
historiador”19 naval, cujo método ainda não se enquadraria nos parâmetros da
historiografia científica (que, na altura, ainda não estaria devidamente implantada em
Portugal), acaba por desmentir tal classificação pelo surpreendente rigor demonstrado
na redacção desta obra, que passa não só pela análise crítica exaustiva das fontes
secundárias existentes (crónicas) como também pela consulta da documentação
disponível à data (em que manifesta, inclusive, a sua frustração por não terem ainda
sido localizadas algumas fontes primárias como os roteiros de certas viagens) e ainda
pela localização/confrontação geo-cartográfica de muitos dos locais descritos.
Pouco tempo depois, em 1845, Joaquim Celestino Soares dá ao prelo os
Quadros Navaes, uma colecção de folhetins publicados no jornal O Patriota, que,
misturando as memórias do autor com relatos de façanhas do passado, e apesar de
não constituírem propriamente um estudo de carácter académico, acabam, no entanto,
por aliar um precioso testemunho da época à recuperação de episódios históricos

17
Annaes da Marinha Portugueza, tomo I, Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias, 1839, p. [1]
(“Prefação”).
18
Id., p. [2].
19
Eugene L. Rasor utiliza este termo para designar os historiadores navais britânicos da primeira metade
do século XIX, nomeadamente William James (1780-1827), Sir John Barrow (1764-1848) e Nicholas
Harris Nicolas (1799-1848) - English/British Naval History to 1815 – a Guide to Literature, Bibliographies
and Indexes in Military Studies, Londres, Praeger Publishers, 2004, p. 42.

20
diversos. Claro que nos episódios relatados sobressai uma dimensão moral que se
enquadra na perspectiva didáctica com que a História era, por essa altura, encarada20,
apesar da progressiva implantação das ideias positivistas. Essa dimensão moral e
patriótica nunca deixará, de estar, de algum modo, presente em grande parte dos
estudos historiográficos desenvolvidos pelos oficiais da Armada, que dificilmente
abdicam do seu estatuto de “servidores da Nação”. Será, porventura, legítimo afirmar
que essa característica acaba sempre por afectar, em maior ou menor grau, mesmo
que inconscientemente, o rigor das suas obras. No entanto, não é menos verdade que
os condicionamentos mentais, quando existem, podem ser ultrapassados ou, pelo
menos, minimizados através do método e da disciplina de trabalho, podendo, ainda,
como adiante veremos, ser contrabalançados por outras qualidades. Cremos, por outro
lado – e deixando sempre margem para discussão –, que uma postura patriótica não
tem, necessariamente, de ser inimiga da verdade histórica.
Concluído este breve aparte, é importante referir que a década de 1840 regista
alguns notáveis incentivos à produção historiográfica. Um dos mais relevantes é o
facto de a documentação do Arquivo Central da Marinha (cujos documentos mais
antigos remontam ao Século XVI), ter começado a ser reunida em 1843 a partir dos
fundos da Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e do Ultramar. Este processo,
em que se procurou pôr a salvo o acervo documental que escapara ao terramoto de
1755, às Invasões Francesas e às Guerras Liberais (assim como à extinção das ordens
religiosas em 1834), mostra – juntamente com a criação da Biblioteca da Marinha oito
anos antes – como a Marinha se associou, institucionalmente, desde o início, ao
esforço historiográfico em assuntos marítimos.
Outro marco importante nesta década foi a criação dos Annaes Maritimos e
Coloniaes, onde os oficiais de Marinha tiveram a oportunidade de escrever e divulgar
os seus conhecimentos sobre assuntos em que eram entendidos, entre os quais a
História Naval. Contudo, em 1846, ano em que, ironicamente, Alexandre Herculano dá
um grande impulso à historiografia científica nacional com a sua História de Portugal,
dá-se a extinção da Associação Marítima e Colonial, proprietária dos Annaes. Este
revés, acabaria, no entanto, por ser parcialmente colmatado dois anos depois, com a
fundação da Revista Militar, que sendo, essencialmente, um órgão maioritariamente

20
Segundo João Couvaneiro (“O Ensino Superior da História em Portugal (1859-1911)”, História da
Historiografia, nº 11, Universidade Federal de Ouro Preto, Abril de 2013, p. 163), esta visão da História
permaneceu até às revoluções liberais. Se considerarmos estas “revoluções liberais” como a série de
perturbações que agitaram a Europa entre 1820 e 1848, podemos afirmar que só na segunda metade do
século XIX se terá ultrapassado esta perspectiva da História.

21
composto por oficiais do Exército21, incluiu dois oficiais de Marinha entre os seus sócios
fundadores e se manteve aberto à colaboração de autores da Marinha. Há, ainda, que
referir que estes nunca deixaram de marcar presença efectiva noutras agremiações de
natureza académica, como a Academia das Ciências e, a partir de 1875, a Sociedade
de Geografia de Lisboa.
De resto, não era só nas academias que os oficiais de Marinha intervinham na
sociedade portuguesa. Representantes, desde o princípio do século, da autoridade
marítima do Estado nos portos nacionais, começaram, sobretudo a partir de 1836, a
ser, cada vez mais, envolvidos na administração ultramarina. Em 1841, por exemplo,
as funções de capitão de porto, governador de província e outros cargos de natureza
política ou administrativa empenhavam 22 elementos da Marinha, número
22
correspondente a cerca de 10% dos efectivos de oficiais . Estas funções, a que vieram
juntar-se outras tarefas de carácter técnico-científico, como os levantamentos hidro-
geográficos e a delimitação de fronteiras nos territórios ultramarinos (desenvolvidos,
sobretudo, na segunda metade do Século XIX), contribuíram significativamente para
uma visão mais abrangente da História Marítima por parte dos historiadores navais, da
qual daremos, mais adiante, alguns exemplos.
Comparativamente a estes desenvolvimentos, a historiografia militar (não-
naval) parecia um pouco mais atrasada. Em 1832 é publicada a Memória Estatístico-
Histórico-Militar, da autoria do juiz António Joaquim de Gouveia, e em 1866 surge a
monumental obra História da Guerra Civil, do jornalista e académico (que servira como
artilheiro nas forças liberais durante o cerco do Porto) Luz Soriano. Os grandes
trabalhos produzidos por oficiais do Exército (cujo sistema de ensino superior já se
encontrava estabelecido em Portugal desde finais do Século XVIII23 e que desde a
primeira metade do Século XIX já vinham ocupando importantes cargos políticos) só
começariam a ver a luz do dia em 1874, pela mão de Latino Coelho, com a sua História
Política e Militar de Portugal desde os Fins do XVIII Século até 1814. Já em finais da

21
Entre os quais, curiosamente, encontramos alguns autores de artigos versando a História Marítima.
22
O envolvimento dos oficiais de Marinha em funções não-militares foi por nós abordado, de modo
mais detalhado, no capítulo 5 do nosso trabalho Das Naus à Vela às Corvetas de Ferro - A Marinha de
Guerra e a Evolução da Sociedade Portuguesa de 1807 a 1857 (Lisboa, Tribuna da História, Novembro de
2012, pp. 120-123).
23
Mais concretamente desde 1790, data da fundação da Academia Real de Fortificação, Artilharia e
Desenho.

22
década de 1880, vemos surgir outros nomes, como Luís Mardel, Martins de Carvalho e
Magalhães Sepúlveda24 (v. apêndice 3).
Ora, esta década de 1880 marca, precisamente, o segundo grande período de
produção historiográfica de temática marítima no nosso país (v. gráfico 1)25. A
competição colonial entre as potências europeias, que esgrimem argumentos na
Conferência de Berlim, leva Portugal a recorrer ao peso da sua História para
compensar a falta de poderio militar26. Na década seguinte são as comemorações
centenárias da descoberta da América, promovidas pela Espanha, a excitar os brios
nacionais no estudo dos Descobrimentos portugueses. Nestes anos, em que, sob a
coordenação das principais academias e empenho de alguns eruditos nacionais, são
publicados importantes documentos relativos à Expansão Portuguesa, surgem nomes
notáveis como Lopes de Mendonça, Braz de Oliveira (ambos pioneiros da Arqueologia
Naval portuguesa27) e Almeida d’Eça. As páginas dos Anais do Clube Militar Naval,
publicação criada em 1870, na tradição dos Annaes Maritimos e Coloniaes, servem
para divulgar muitos dos trabalhos então surgidos.
As últimas décadas do Século XIX devem também ser assinaladas pela
introdução formal, na Escola Naval, da disciplina de História Marítima (1885)28,
integrada na cadeira de Direito Internacional Marítimo29 (em que a História surge como
suporte às reivindicações jurídicas portuguesas na Cena Internacional)30. Coube a

24
Emília Salvado Borges, História Militar e Diplomática de Portugal na Era Moderna – Recursos, Centro
de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Dezembro 2013
(http://rhmod.weebly.com/bibliografia.html).
25
Ver, no início da Segunda Parte, os critérios que, de modo geral, seguimos na escolha das obras e dos
autores. No entanto, as nossas estatísticas incluem autores não listados nessa parte do nosso trabalho,
nomeadamente os autores ainda vivos, que integramos anonimamente nas contagens.
26
Não é só o nosso país que o faz. Referimos, a título de exemplo, e apenas no âmbito da História
Marítima, a Histoire des Flottes Militaires, de Chabault-Arnauld (Paris, 1889), e a Storia Navale
Universale Antica e Moderna, de Cario Randaccio (Roma, 1891), ambas citadas por Almeida d’Eça (op.
cit., pp. 6-7).
27
A este respeito consultámos a Bibliografia Anotada da Arqueologia Naval Portuguesa, de Francisco
Contente Domingues (s.l., s.d., disponível em http://documents.mx/documents/contente-domingues-f-
bibliografia-anotada-de-arqueologia-naval-portuguesa-1892-2003.html - consultada em Fevereiro de
2016), na qual comprovamos que os trabalhos de Lopes de Mendonça foram os primeiros no âmbito da
Arqueologia Naval lançados em Portugal.
28
Anuário da Escola Naval e Escola Auxiliar de Marinha, Ano Lectivo 1915-1916, Lisboa, Imprensa
Nacional, 1916, p. 175.
29
Área aprofundada na Marinha na sequência do combate ao tráfico negreiro (desde 1837) e das
disputas coloniais com outras potências europeias, de que são exemplo os litígios com a Grã-Bretanha a
respeito da Baía de Lourenço Marques (1823-1875) e de Bolama (1860-1868).
30
José Gervásio Leite, “História e Direito”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 75, Abril-Junho de 1945, pp.
263-267.

23
Carlos Testa e a Almeida d’Eça, primeiros regentes desta cadeira, a tarefa de incutir
nos futuros oficiais da Marinha o gosto pela História, cujos resultados, não obstante os
modestos objectivos programáticos daquela disciplina31, muito se fariam notar no início
do século seguinte. E se este conceito de “História Marítima” é, na prática, muito mais
limitado do que aquele que temos hoje (na década de 1970, o nome da disciplina viria
a ser alterado para “História Naval”32), deve ser realçada a importância dos manuais
produzidos por aqueles dois professores, nomeadamente as Lições de História Marítima
Geral (1895) do segundo, que constituem o primeiro grande compêndio de História
Naval33 universal34 em Portugal.
A partir daí, a produção não cessa de aumentar. No virar do século, a
implantação da República e a participação na Grande Guerra renova o alento patriótico
dos historiadores navais, a que não é, também, alheia a influência que a obra do
almirante norte-americano Alfred Mahan The Influence of Sea Power upon History
(1890) exerce nalguns autores portugueses35, como é o caso de Botelho de Sousa. Um
novo impulso fora, entretanto, dado em 1902, com a criação da Liga Naval Portuguesa
(por iniciativa do Clube Militar Naval), a qual tinha por principal objectivo promover o
desenvolvimento da Marinha nacional nas suas diversas vertentes: de guerra, de
pesca, mercante e de recreio. Além de promover palestras, debates e conferências, a
Liga publicava, ainda, um boletim oficial, o Boletim Marítimo, em que os sócios, muitos
deles oficiais de Marinha, expunham as suas teorias e os seus pontos de vista.

31
Conforme refere Almeida d’Eça, nas suas Lições de História Marítima Geral: “a idéa que
principalmente domina no ensino da Historia marítima na Escola Naval é fornecer aos alumnos, a par de
um certo numero de conhecimentos indispensáveis para illustração do seu espirito, a demonstração
pratica das diversas theorias ensinadas no Direito marítimo” (op. cit., pp. 5-6).
32
De acordo com a informação disponibilizada pelo Comandante António Rodrigues Pereira, que em
1982 assumiu na Escola Naval a regência desta disciplina, em 1969, ano em que concluiu o seu curso de
Marinha, esta ainda tinha a designação antiga. A consulta do Anuário de 1979-1980 da Escola Naval
(publicação que estava interrompida desde 1967) remeteu-nos para a Portaria do Chefe do Estado-
Maior da Armada nº 575/79, de 2 de Novembro (nova redacção do n.º 1 do artigo 235.º do
Regulamento da Escola Naval e actualização dos planos de cursos), a qual, por sua vez, nos
reencaminhou para a Portaria do Chefe do Estado-Maior da Armada nº 313-A/78 de 9 de Junho
(Regulamento da Escola Naval), em que a disciplina surge já com a nova designação (Diário da
República, I Série, nº 132, 9 de Junho de 1978, pp. 1050(26), 1050(29) e 1050(31)).
33
Pelo que atrás foi exposto, preferimos utilizar esta expressão.
34
Enquanto nos Annaes da Marinha Portugueza Costa Quintela se debruça exclusivamente sobre a
história naval nacional, cujo ponto de partida coloca no governo do Condado Portucalense pelo Conde
D. Henrique, Almeida d’Eça dá-nos uma perspectiva de dimensão mundial, com início nas navegações,
comércio e batalhas da Antiguidade.
35
Tinha, de resto, já sido amplamente citado por Almeida d’Eça.

24
Nas décadas de 30 e 40 do Século XX o mote é dado pelas comemorações do
Duplo Centenário (Fundação e Restauração). Embora o Estado Novo imprima um tom
propagandístico a estas celebrações36, é inegável o valor científico dos estudos
desenvolvidos, sobretudo na área da Náutica dos Descobrimentos37, por homens da
craveira de Fontoura da Costa, Quirino da Fonseca ou Gago Coutinho, cujo rigor e
carácter objectivo os torna insuspeitos de qualquer viciação ideológica.
Abra-se aqui um “parêntesis” para explicar que temos estado a falar,
essencialmente, em oficiais da classe de Marinha (classificação em que incluímos todos
os oficiais da Armada formados antes do surgimento das classes técnicas). Claro que
estes, à partida, já levavam uma considerável vantagem pelo facto de as classes
técnicas terem surgido bastante mais tarde, nomeadamente a de Engenheiros
Maquinistas Navais, em 1868, e a de Administração Naval, em 1887 (o mesmo já não
sucedia, porém, com os médicos e com os engenheiros construtores navais, que
tinham os respectivos quadros estabelecidos desde a segunda metade do Século
XVIII). Além disso, enquanto as outras classes se debruçam sobre áreas técnicas muito
específicas, a classe de Marinha, vocacionada para o comando e para o desempenho
de funções na estrutura superior da Armada, tem uma formação mais abrangente, com
uma visão mais ampla da vivência naval. E, mais importante de tudo, a sua formação
de base é a mais completa do ponto de vista náutico, passando pela Marinharia,
Navegação e Hidrografia, sem esquecer o Armamento e a Táctica, áreas essenciais
para a compreensão da História Naval. Verificamos, assim, sem surpresa, que os
oficiais de Marinha constituem cerca de 75% dos “historiadores marinheiros”. No
entanto, em finais do Século XIX, começaram a brilhar os Médicos Navais, como
António Paiva e Pona, a que se seguem outros, como Júlio Gonçalves ou José de
Vasconcelos e Meneses, estes já no século seguinte. E a primeira metade do Século XX
vê surgir alguns válidos contributos de oficiais de outras classes (assim como de, pelo
menos, um civil dos quadros da Marinha), como Estanislau de Barros (Engenheiro
Construtor Naval), Tancredo de Morais (Administração Naval), António dos Santos

36
Não obstante a postura isenta e rigorosa de alguns historiadores de renome como Vitorino Magalhães
Godinho, distinguido discípulo da “Escola dos Annales”.
37
Embora antecedidos, neste campo, pelas obras de Luciano Cordeiro (De como Navegavam os
Portugueses no Começo do Século XVI, 1883) e de Luciano Pereira da Silva (a partir de 1913), sem falar
no papel pioneiro desempenhado por Heinrich David Wilckens, na viragem do século XVIII para o século
XIX (conforme referem Marília dos Santos Lopes e Luís de Albuquerque em “Heinrich David Wilckens,
Primeiro Historiador de Náutica Portuguesa do Século XV”, in Mare Liberum, nº 6, Dezembro de 1993,
pp. 25-29), os historiadores da Marinha trazem a esta área uma importante dimensão empírica.

25
Júnior (Administração Naval) e Viriato Tadeu (Engenheiro Maquinista Naval)38.
Naturalmente, alguns destes oficiais abordaram a História do ponto de vista específico
da sua formação profissional, sendo Estanislau de Barros, com os seus trabalhos sobre
Construção Naval o exemplo mais flagrante. Júlio Gonçalves, Santos Júnior e
Vasconcelos e Menezes abordaram a história das respectivas classes e áreas técnicas,
mas apresentam um repertório de estudos mais alargado.
Refira-se, por outro lado, que mesmo os oficiais da classe de Marinha não
deixaram, em grande parte dos casos, de ter a sua Obra marcada, enriquecida e
mesmo sustentada pelos conhecimentos adquiridos por força da respectiva
especialização39 ou orientação profissional específica. Apontamos, a título de exemplos,
Almeida d’Eça e Baldaque da Silva na Hidrografia e nas Pescas, Carlos Testa no Direito
Marítimo, Fontoura da Costa na Navegação, Matta Oliveira, Botelho de Sousa e Ferraz
Sacchetti na Estratégia, Ramos Pereira e Moura da Fonseca nas Radiocomunicações,
Silva Soares na Aviação Naval e Sarmento Rodrigues na Administração Ultramarina.
Temos ainda alguns casos de autores cuja produção evidencia a experiência colhida
em comissões no Ultramar, especialmente no Oriente, como sucedeu com Lopes de
Lima, Humberto Leitão ou Jaime do Inso.
Outro aspecto que merece ser mencionado é que a actividade historiográfica
destes autores não os impediu, em geral, de serem publicamente enaltecidos como
hábeis marinheiros, bravos combatentes, carismáticos comandantes, competentes
administradores, brilhantes técnicos ou briosos profissionais – até porque muitos deles
desenvolveram o grosso da sua actividade intelectual depois de se retirarem do serviço
activo. Basta ver, na lista de autores que compilámos (Segunda Parte), o modo como
grande parte deles se distinguiu nas respectivas carreiras, com mais de metade (60%
nos da classe de Marinha) a atingir a categoria de oficial-general (embora dois deles
por distinção, após a passagem á Reserva) e três (8% dos autores da classe de
Marinha) a atingir o mais alto posto da estrutura da Armada40. E fechemos, com isto, o
nosso “parêntesis”.

38
Já na segunda metade do século, surgiram autores oriundos de outras classes, nomeadamente
Fuzileiros, Serviço técnico, e Técnicos Superiores Navais.
39
Aqui importa referir que entre os historiadores da classe de Marinha a especialização em Artilharia é a
mais frequente, seguindo-se, muito de perto, as de Hidrografia e Comunicações. Não é difícil perceber a
que a primeira apresenta uma natural afinidade com o estudo dos combates navais, enquanto a
segunda está especialmente vocacionada para a cartografia antiga. Estas “vocações” não são, contudo,
limitativas, como facilmente se depreenderá da leitura da Segunda Parte deste estudo.
40
Como termo de comparação, registe-se que em 1801, para o conjunto dos oficiais da classe de
Marinha, estas percentagens eram, respectivamente, de 52% e 2%, em 1850 de 45% e 5%, em 1900 de

26
A década de 1960 traz as Comemorações Henriquinas, as quais iniciam um
período comemorativo dos quinhentos anos dos Descobrimentos com um pendor
menos ideológico do que o antecedente41 (para o que terá, eventualmente, contribuído
um ambiente internacional mais liberal). Neste período sobressaem vultos como
Marques Esparteiro, Sarmento Rodrigues ou Teixeira da Mota, os quais estão ligados à
fundação, em 1969, do Grupo de Estudos de História Marítima, que estará origem da
Academia de Marinha, nove mais tarde. Deve também ser mencionado que o início da
década de 1960 trouxe consigo uma reforma da organização da estrutura da Marinha,
na qual os órgãos culturais, como a Biblioteca Central, o Arquivo Geral e o Museu de
Marinha, reconhecido oficialmente o seu papel na difusão da história da Marinha
Portuguesa, mereceram especial atenção, sendo dotados de uma orgânica mais
adequada à conservação e à gestão do seu valioso espólio, além de o tornar mais
acessível ao público em geral.
E a partir de 1971 a comunidade marinheira encontra na Revista da Armada,
um órgão de divulgação alargado a toda a “família naval” (e não só), embora revestido
de um cunho mais didáctico do que científico. No entanto, a queda do Estado Novo e a
desagregação do espaço imperial português, traduzidos no arrefecimento da exaltação
nacionalista, parecem fazer abrandar o ritmo da produção historiográfica naval42.
Contudo, o período de transição entre as décadas de 70 e de 80, com o
alargamento dos cursos superiores, a introdução do grau de Mestre e o aumento do
número de doutoramentos, traz consigo um notável crescimento da investigação
historiográfica nacional43, que, longe de ensombrar o autodidactismo característico de

36% e 4%, em 1950 de 25% e 4% e em 2000 de 25% e 1% (conforme efectivos registados nas Listas da
Armada dos referidos anos – Arquivo Central da Marinha), o que, para o período abarcado pelo nosso
estudo, nos dá uma média de, respectivamente, 36% e 3%. Claro que a pré-selecção por nós efectuada,
baseada na dimensão intelectual dos biografados, explica, em boa parte a elevada taxa de sucesso na
carreira registada entre eles.
41
Veja-se como na obra de referência Os Descobrimentos Portugueses (1960-62) – que, no âmbito deste
trabalho, serviu, sobretudo pelas referências historiográficas – Jaime Cortesão, embora rejeitando o
hipercriticismo de alguns autores, denuncia abertamente o “patriotismo retrógrado que explora, sem o
menor vislumbre crítico, as glórias do passado” (consultado na edição exclusiva do Expresso, Lisboa,
Alêtheia Editores, Março de 2016, Parte III, cap. I, vol. III, p. 277).
42
A própria Revista da Armada, canalizando para as suas páginas algum do trabalho dos historiadores
da Marinha, materializado em publicações de teor mais ligeiro, poderia ser, em parte, responsável por
este decréscimo da produção, já que, pelas características da sua linha editorial, não incluímos na nossa
estatística os muitos artigos de História Marítima nela publicados. Preferimos, no entanto, considerar
que a Revista teve um impacto positivo nos números, quer pelo estímulo à produção escrita – falamos
por experiência própria – quer pela descoberta de novos autores.
43
Conforme refere João Paulo Oliveira e Costa no posfácio à edição de 2016 de Os Descobrimentos
Portugueses de Jaime Cortesão (op. cit., vol. VIII, p. 960).

27
grande parte dos historiadores navais, vai incentivá-los a procurar habilitações
universitárias. Certo é que a História Marítima vai, progressivamente, ganhando maior
espaço fora da Marinha, sobretudo após a criação, pela Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa (FLUL), do Mestrado em História dos Descobrimentos e da
Expansão (1985)44.
Em 1986, tem início um novo ciclo de comemorações dos Descobrimentos –
que se prolongará até 2002 – com destaque para as efemérides dos 500 anos da
passagem do Cabo da Boa Esperança (1989), da chegada de Vasco da Gama à Índia
(1998) e da Descoberta do Brasil (2000). Com ela assistimos a um novo e significativo
crescimento da produção escrita na Marinha, que ultrapassa os níveis das décadas de
1940-1960 e atinge o seu máximo nos anos 90, com o ano de 1999 a ultrapassar
ligeiramente o máximo pontual obtido em 1940 (24 para 22 trabalhos publicados).
Claro que neste processo não podemos ignorar, por muito banal e terreno que
se afigure, o grande incentivo à escrita que foi, no final dos anos 80, a massificação
dos computadores pessoais e a introdução do processador de texto na vida quotidiana,
que, com a sua capacidade de memorização, edição, revisão e correcção, veio facilitar
significativamente o trabalho dos autores.

Obras produzidas por década


160
140
120
100
80
60
40
20
0
1810s
1820s
1830s
1840s
1850s
1860s
1870s
1880s
1890s
1900s
1910s
1920s
1930s
1940s
1950s
1960s
1970s
1980s
1990s
2000s

Gráfico 1 – Número de obras produzidas (por década) por historiadores da Marinha

Na primeira década do Século XXI parece registar-se um muito ligeiro


decréscimo, que, nesta fase, não nos parece significativo. Isto porque, conforme

44
Agradecemos a informação ao Prof.-Doutor Francisco Contente Domingues.

28
adiante veremos, registaram-se recentemente alguns desenvolvimentos cujos efeitos
só serão conhecidos dentro de alguns anos.
E tal como a quantidade de obras produzidas, também o número de autores
manteve, não obstante ligeiras flutuações, uma tendência solidamente crescente até
ao fim do Século XX (gráfico 2). No início do Século XXI, a Marinha conta com cerca de
três dezenas e meia de autores activos, vários dos quais detentores de licenciaturas e
pós-graduações universitárias na área da História. E, com a “democratização” do
acesso aos cursos superiores, até já fora da categoria de Oficial se começam a
aventurar alguns entusiastas.

Autores Activos por Década


80

70

60

50

40 Autores da Marinha

30 Autores externos à Marinha

20

10

0
1910s
1810s
1820s
1830s
1840s
1850s
1860s
1870s
1880s
1890s
1900s

1920s
1930s
1940s
1950s
1960s
1970s
1980s
1990s
2000s

Gráfico 2 – Evolução do número de autores activos (por década) 45

A Abertura ao Mundo Académico

Vimos que desde muito cedo os historiadores da Marinha se fizeram ouvir no


mundo académico, já que muitos deles foram membros destacados de instituições
académicas de renome, como a Academia das Ciências e a Sociedade de Geografia.
Mas só na segunda metade do Século XX a Marinha se abre institucionalmente a este
universo.

45
Para efeitos de actividade considerámos não só a publicação de trabalhos mas também os intervalos
de estudo e de redacção, considerando que o período activo de um autor é, por norma, contínuo
(excepto nos casos de publicações pontuais).

29
No Grupo de Estudos de História Marítima (1969), onde pela primeira vez em
Portugal a História Marítima é tratada como um todo, numa abordagem interdisciplinar
(na boa tradição da escola dos Annales, iniciada 40 anos antes), os oficiais de Marinha
partilham, já, o “palco” com reputados historiadores civis, como Virgínia Rau, Luís de
Albuquerque e Armando Cortesão, assim como com alguns académicos estrangeiros
que contribuíram para descentralizar e alargar a perspectiva historiográfica
portuguesa. E será a Academia de Marinha, sua sucessora (1978), a reunir, na
transição do Século XX para o Século XXI, um grupo de reputados historiadores
militares e civis para a compilação da obra História da Marinha Portuguesa, que, em
vários volumes cronológicos e temáticos, pretende constituir-se como a grande
referência da historiografia naval nacional, numa abordagem científica, isenta e
abrangente, sem o carácter épico de trabalhos similares antecedentes.
Em 2007, a FLUL estabeleceu com a Escola Naval uma parceria para a criação
do Mestrado em História Marítima, com partilha de instalações, de professores e,
sobretudo, de experiências. E foi também através da Escola Naval que, em 2010, foi
dado um novo passo para a abertura da Marinha ao mundo académico, com a criação
do Centro de Investigação Naval (CINAV), órgão investigativo universitário aberto à
participação de investigadores de fora da Marinha, onde, entre várias disciplinas
enquadráveis na área das Ciências do Mar, a História Marítima surge com grande
destaque (não faltando sequer a componente prática de Arqueologia Subaquática).
Claro que este convívio mais próximo acarreta sempre algumas polémicas. No
entanto, não obstante as críticas de alguns académicos, que lhes apontam
(salvaguardando as devidas excepções) a falta de formação de base em História –
parecendo, aliás, esquecer que mesmo fora da Marinha alguns dos maiores
historiadores marítimos não eram licenciados em História46 – e a falta de
disponibilidade para se dedicarem totalmente à investigação47, é inegável o papel
pioneiro desempenhado pelos oficiais de Marinha no desenvolvimento da História
Marítima em Portugal. Profundos conhecedores da realidade dos navios e do ambiente
marítimo – qualidade que falta a muitos dos seus detractores – e, por norma, bastante
familiarizados com o impacto do Mar nas populações costeiras e nas economias dos

46
Basta lembrar que Luciano Pereira da Silva, Armando Cortesão, Luís de Albuquerque, Joaquim
Bensaúde e Octávio Lixa Filgueiras pertenciam à área das Engenharias e que Jaime Cortesão era médico.
47
De acordo com alguns comentários ouvidos pelo autor. Naturalmente, nem todos os académicos da
área de História se revêem neste preconceito. No entanto, não deixamos de registar que da lista de
historiadores marinheiros por nós elaborada apenas dois – Fontoura da Costa e Gago Coutinho (além do
civil Frazão de Vasconcelos) – foram membros da Academia Portuguesa da História.

30
estados ribeirinhos, constituem um ilustrativo exemplo de empirismo48 e de
interdisciplinaridade, hoje considerada indispensável ao estudo da História. Por outro
lado, a sua formação técnico-profissional permitiu-lhes, muitas vezes, testar na prática
as teorias em estudo (e aqui torna-se inevitável mencionar as navegações de Gago
Coutinho), dando à História Marítima a componente experimental do método científico.
A parceria entre a Escola Naval e a FLUL na criação e na condução do Mestrado em
História Marítima, onde 28% da bibliografia de base fornecida aos estudantes é
constituída por obras de autores da Marinha (35% das obras de autores
portugueses)49, mostra, aliás, que o mundo universitário reconhece estas
competências, que se aliam a uma cada vez maior procura de habilitações académicas.
E estas habilitações começam logo nos bancos da Escola Naval, que, com a adesão
50
definitiva – a partir de 2004 – ao segundo ciclo de estudos do chamado Processo de
Bolonha, passou a exigir aos seus alunos a elaboração de uma dissertação de
mestrado, onde a História Marítima figura no leque de temas abordados (engrossando,
deste modo, o número de potenciais autores).
Se compararmos o panorama historiográfico de âmbito marítimo dentro e fora
da Marinha entre 1810 e 2010 (v. apêndice 251), o número de autores activos fora da
instituição naval só ultrapassa, definitivamente, o dos “historiadores marinheiros” a
partir da década de 193052 (gráfico 2) – constituindo estes, no entanto, 37%53 do total

48
Como vários autores de renome fazem questão de referir, ao citá-los nas suas obras. Vejam-se, por
exemplo, as múltiplas alusões feitas por Jaime Cortesão a especialista da Náutica como Gago Coutinho,
Fontoura da Costa ou Quirino da Fonseca, entre outros (op. cit.).
49
Dados do 1º curso (2007-2009), frequentado pelo autor.
50
Conforme Anuário da Escola Naval 2006-2007, Outubro de 2008, p. 105 (consultado em
http://escolanaval.marinha.pt/pt/aescolanaval_web/Anuarios/2006-2007_.pdf).
51
É de referir que este apêndice, seguindo o critério geral desta obra, apenas menciona autores já
falecidos, embora as nossas estatísticas incluam também, de modo anónimo, os autores ainda vivos. E
aqui há que acrescentar às referências indicadas no apêndice em nota de rodapé a lista de teses de
história marítima defendidas nas universidades portuguesas, elaborada pela FLUL no âmbito do
Mestrado em História Marítima, que nos permitiu identificar vários autores ainda activos.
52
O notório aumento do número de autores civis que se verifica nas primeiras décadas do Século XX
estará, provavelmente, relacionada com a introdução em Portugal dos cursos superiores de ciências
históricas, nomeadamente o Curso de Ciências Histórico-Geográficas (1911) e o Curso de Ciências
Histórias e Filosóficas (1930) – João Paulo Avelãs Nunes e Américo Freire (coord.), Historiografias
Portuguesa e Brasileira no Século XX: Olhares Cruzados, Coimbra, Imprensa da Universidade, 2014, p.
243 –, embora este último pareça não ter influenciado significativamente a evolução dos números. O
surgimento da Licenciatura em História, no ano de 1957, já parece ter tido algum efeito, tal como a
criação, em 1985, do Mestrado em História dos Descobrimentos e da Expansão, embora aqui também
se deva considerar, respectivamente, a influência das Comemorações Henriquinas e das efemérides dos
500 anos da passagem do Cabo da Boa Esperança (1989), da chegada de Vasco da Gama à Índia (1998) e
da Descoberta do Brasil (2000).

31
–, enquanto a produção daqueles – quantitativamente falando – não é
significativamente superior à da destes últimos (gráfico 3). Mesmo considerando que o
nosso levantamento de obras e autores não terá sido completamente exaustivo,
julgamos ser razoável afirmar que a produção dos historiadores navais foi, pelo menos,
semelhante – 47% a 49% do total – à dos seus congéneres externos à Marinha (que,
aliás, se repartem por grande número de profissões, das Engenharias ao Exército,
passando pela Medicina e pelo Direito – com pouco mais de metade (58%) a
apresentar formação de base em História54, relação que, tendo vindo a aumentar
desde meados do Século XIX, parece ter atingido um ponto de equilíbrio/estabilização).
É, ainda, de referir que cerca de 10% da produção dos autores externos foi feita sob o
patrocínio da Marinha (Grupo de Estudos de História Marítima, Centro de Estudos de
Marinha, Academia de Marinha, Museu de Marinha e Anais do Clube Militar Naval), se
bem que outro tanto possa ser dito relativamente aos autores da Marinha que
publicaram sob os auspícios da Academia das Ciências ou da Sociedade de Geografia
de Lisboa.

1400
Produção Acumulada - comparação

1200

1000

800
Autores Marinha
600
Autores não-
400 Marinha

[tolerância 10%
200 Autores não-
Marinha]

0
1896
1810
1818
1826
1832
1840
1848
1856
1864
1872
1880
1888

1904
1912
1920
1928
1936
1944
1952
1960
1968
1976
1984
1992
2000
2008

Gráfico 3 – Comparação da produção (acumulada) entre autores de Marinha e externos à Marinha

53
No nosso levantamento identificámos 85 autores da Marinha e 123 externos a esta.
54
Conforme atrás referimos, o primeiro curso universitário em ciências históricas (Curso de Ciências
Histórico-Geográficas) só surgiu em Portugal em 1911 – e a Licenciatura em História apenas em 1957 –,
embora já existisse, desde 1858, um Curso Superior de Letras que incluía várias cadeiras de História
(João Paulo Avelãs Nunes e Américo Freire, op. cit. e João Couvaneiro, op. cit.).

32
Abstemo-nos, neste estudo, de fazer uma comparação em termos qualitativos,
não só por ser um trabalho extremamente vasto e ambicioso como por considerarmos
que existem autores com muito maior autoridade para o fazer. Assinalamos, porém, o
facto de os historiadores navais constituírem uma assinalável percentagem dos nomes
ilustres habitualmente citados no campo da História Marítima.
A “fuga” ao eterno e inevitável tema dos Descobrimentos/Expansão é outro
campo em que os historiadores da Marinha parecem levar vantagem, quer na
quantidade (26% contra 22% da produção total) quer no facto de se terem adiantado
várias décadas em relação aos demais historiadores55. Percorrendo praticamente todo
o espectro cronológico – a começar logo nos primeiros trabalhos de História Naval
geral –, abordaram os principais aspectos militares, náuticos, técnicos, administrativos,
jurídicos e ultramarinos da História Marítima nacional, embora descurando um pouco a
– não menos importante – vertente económica, sobre a qual os seus confrades civis
apenas começaram a debruçar-se de forma consistente na segunda metade do Século
XX.
E se a quantidade de “historiadores marinheiros” é, neste momento, inferior à
dos seus homólogos não-navais, o seu contínuo aumento (veremos até quando), a
melhor preparação científica dos autores e a maior abertura aos meios académicos,
impondo novos padrões de qualidade e de rigor (naturalmente sem deslustrar os
trabalhos antecedentes), parecem assegurar à historiografia naval um futuro bastante
promissor.

55
V. nota 14.

33
34
SEGUNDA PARTE: OS AUTORES

Metodologia e Critérios

Tendo sido dada uma perspectiva da actividade historiográfica na Marinha


Portuguesa, vamos, agora, debruçar-nos sobre os seus principais autores, por nós
designados como “historiadores da Marinha” ou “historiadores marinheiros”.
Conscientes de que a escolha dos nomes que compõem a lista apresentada terá
sempre um certo grau de subjectividade, procurámos seguir alguns critérios que a
tornassem o mais justa possível, sem, contudo, deixar de admitir eventuais objecções
por parte dos nossos leitores. Em primeiro lugar, limitámos a nossa escolha ao
universo de autores já falecidos, não só para evitar melindres entre os vivos mas
também para não desencorajar aqueles que ainda podem vir a produzir trabalho(s) de
vulto ou, pelo menos, acrescentar a Obra já produzida. Em segundo lugar, procurámos
escolher aqueles que, no âmbito da História Marítima, tivessem alcançado certa
notoriedade, cumprindo pelo menos um (preferencialmente mais do que um, sendo o
primeiro obrigatório) dos seguintes parâmetros:

 Publicação de livro(s) e/ou artigo(s) em publicações de reconhecido56


mérito cultural ou científico (Anais do Clube Militar Naval, Revista Militar,
Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Boletim da Academia das
Ciências de Lisboa, etc.57);
 Produção escrita múltipla ou autoria de uma obra de referência ou de
um estudo de reconhecida qualidade/importância;
 Introdução de uma nova temática ou de uma abordagem inovadora;
 Inclusão nos catálogos bibliográficos da Biblioteca Nacional e/ou da
Biblioteca Central da Marinha;
 Referência em dicionários/enciclopédias ou em trabalhos de outros
autores;

56
Naturalmente, admitimos a subjectividade deste termo.
57
Por norma, não incluímos, nesta selecção, a Revista da Armada, por se tratar, essencialmente, de uma
revista de divulgação, sem pendor científico ou académico, o que não nos impede de reconhecer a
qualidade de muitos artigos ali publicados, boa parte dos quais redigida por autores que figuram na
nossa lista.

35
 Titularidade de membro/sócio da Academia das Ciências, da Sociedade
de Geografia de Lisboa, da Academia de Marinha, da Academia
Portuguesa de História ou de instituição de prestígio equivalente

Para o efeito, começámos por construir, de memória, uma lista básica de


autores de renome que, numa primeira aproximação, nos pareceram a escolha mais
óbvia. Em seguida, procurando, na medida do possível, evitar lacunas na nossa
pesquisa, consultámos, de forma sistemática, por temas/assunto, os catálogos da
Biblioteca Nacional e da Biblioteca Central da Marinha e os índices dos Anais Marítimos
e Coloniais, da Revista Militar e dos Anais do Clube Militar Naval, assim como as listas
bibliográficas fornecidas aos alunos do Mestrado em História Marítima, sem esquecer
as listas de membros da Sociedade de Geografia, da Academia das Ciências e da
Academia de Marinha. Fomos, assim, pouco a pouco, adensando a nossa lista, à qual,
ao longo dos últimos sete anos, se foram acrescentando alguns nomes com que nos
deparámos nas referências dos nossos estudos e trabalhos escritos. É provável que
alguns leitores detectem a falta de alguns nomes sonantes da área cultural da
Marinha. No entanto, relembramos, esta lista centra-se na actividade desenvolvida no
âmbito da História Marítima e na respectiva relevância, sendo que muitos dos escritos
que encontrámos tiveram de ser por nós filtrados, não por falta de qualidade mas por
terem um carácter mais divulgativo/descritivo do que de
pesquisa/aprofundamento/discussão.
Para cada autor identificado, e de modo a enquadrar a respectiva Obra,
procurámos redigir uma síntese biográfica sucinta, baseada, sobretudo, em artigos e
estudos já publicados (até porque muitos autores justificam – ou já justificaram – a
elaboração de monografias dedicadas) e recorrendo à pesquisa documental apenas
para complementar as lacunas mais evidentes. Em compensação, fizemos questão de
ser o mais exaustivos possível na lista bibliográfica de cada autor, que, no âmbito do
presente estudo, nos pareceu ser a informação mais importante. Para o efeito,
percorremos, uma vez mais, os índices e os catálogos bibliográficos atrás mencionados
(desta vez por autor), o que, decerto, não terá evitado falhas pontuais. Um critério por
nós seguido foi o de não mencionar reimpressões ou publicações múltiplas da mesma
obra – com excepção de edições em língua estrangeira –, privilegiando os títulos
publicados sob a forma de livro em relação às séries de artigos, os livros e separatas
em relação aos artigos (a menos que aqueles sejam muito mais tardios em relação a
estes) e as edições originais em relação às reimpressões (razão pela qual estas

36
biobibliografias, que têm, essencialmente, carácter histórico, não devem ser
consideradas guias bibliográficos, embora possam constituir uma razoável referência
nesse campo). Também optámos por não incluir prefácios, introduções ou comentários
a trabalhos de outros autores, a menos que o seu conteúdo os torne especialmente
relevantes.
Há que referir que boa parte dos autores da nossa lista não dedicou, de modo
exclusivo, a sua produção intelectual à História Marítima, surgindo esta muitas vezes
no meio de outros estudos, eventualmente complementando-os ou deles recebendo
contributos. Optámos, por isso, em manter nas respectivas bibliografias trabalhos de
outra natureza, o que, na nossa opinião, ajuda a enquadrar a sua Obra, ou não fosse a
interdisciplinaridade uma característica por demais desejável no estudo da História.

37
Manuel Inácio da Costa Quintela (1763-1838)

Nascido em Lisboa em 1763, Manuel Inácio da Costa Quintela concluiu o curso


na Academia Real da Marinha em 1791.
Voluntário no serviço naval, teve uma rápida progressão na carreira, sendo
nomeado, decorridos apenas 6 anos desde o seu ingresso na Armada, para comandar
uma fragata integrada na esquadra enviada em 1798 para o Mediterrâneo sob as
ordens do Marquês de Nisa.
Em 15 de Maio de 1801, no comando da corveta “Andorinha”, ganhou nome no
renhido e desigual combate travado, ao largo da Baía, contra a fragata francesa “Le
Chiffone”, que tinha mais do que o dobro do seu poder de fogo. Tendo apresentado a
sua rendição só depois de ter esgotado a sua capacidade combatente, recebeu
tratamento honroso da parte do inimigo, que lhe restituiu o navio, desequipado de
armas e instrumentos mas com bandeira e flâmula.
Seis anos mais tarde, como comandante da nau “Afonso de Albuquerque”,
acompanha ao Brasil a Família Real.
Prosseguindo a sua rápida ascensão, chega ao posto de Vice-Almirante em
1812. Serve como Almirante-General às ordens do infante D. Carlos, ascende a Major-
General da Armada e, a 24 de Fevereiro de 1821, é nomeado Ministro do Reino.
Regressa a Lisboa com o Rei, assumindo, então, o cargo de Ministro da Marinha
até se dar o golpe da Vilafrancada, em Maio de 1823. Em 31 de Julho de 1826, após o
juramento da Carta Constitucional, retoma a pasta, retirando-se no fim desse ano por
divergências com o novo governo.
Nos últimos anos da sua vida dedica-se à escrita dos Annaes da Marinha
Portuguesa, narração concisa e abrangente das batalhas navais, conquistas e viagens
dos portugueses. Completa dois dos três volumes inicialmente projectados, os quais
cobrem o período que vai desde o governo do Conde D. Henrique até 1610 e cuja
publicação, pela Academia Real das Ciências (entre 1839 e 1840), é levada a efeito já
depois da sua morte, ocorrida em Lisboa a 6 de Dezembro de 1838.
Entre outras honras, Quintela era condecorado com a Grã-Cruz da Ordem da
Torre e Espada. Era, ainda, sócio honorário da Academia das Ciências e membro do
Conservatório de Lisboa.
No tempo livre que o serviço lhe deixava, cultivava a poesia, tendo convivido
com alguns dos mais conhecidos escritores da época. São-lhe atribuídas, neste âmbito,
algumas obras inéditas, entre as quais uma tradução em verso da Eneida. São,

38
também, consideradas da sua lavra a versão portuguesa de várias odes de Horácio,
publicadas sem o nome do tradutor nos Annaes da Sciencia, das Artes e das Letras,
entre os tomos VIII e XVI.

Bibliografia

 Relatório Acerca do Combate Entre a Corveta Andorinha e a Fragata Francesa


Le Chiffone, nos Mares do Brasil no Dia 19 de Maio de 1801 [Manuscrito], s.d.
 Annaes da Marinha Portugueza, 2 vols., Lisboa, Typ. da Academia Real das
Sciencias, 1839-1840

Fontes/Estudos

 PORTUGAL – DICIONÁRIO HISTÓRICO, COROGRÁFICO, HERÁLDICO,


BIOGRÁFICO, NUMISMÁTICO E ARTÍSTICO, vol. VI, Lisboa, João Romano
Torres, 1912, pp. 60-61, (Inácio da Costa QUINTELA)

39
(Quadro da Galeria dos Comandantes da Escola Naval)

José Maria Dantas Pereira (1772-1836)

Nasceu em Alenquer a 1 de Outubro de 1772 e assentou praça na Companhia


Real de Guardas-Marinhas, como aspirante a guarda-marinha, aos 15 anos, em 10 de
Setembro de 1788. Completando o curso com distinção, foi promovido a guarda-
marinha a 18 de Janeiro de 1789, sendo imediatamente nomeado professor do infante
D. Pedro Carlos de Bourbon, por escolha pessoal do Príncipe Regente, que assistira aos
seus exames finais. Foi promovido a Tenente de Mar ainda no final daquele ano.
Nomeado chefe da 2ª Brigada dos Guardas-Marinhas a 20 de Janeiro de 1790,
assume, a 16 de Outubro, as funções de lente de Matemática na Academia Real de
Guardas-Marinhas. Ainda nesse ano, embarca na Fragata “Cisne”, para instrução e
ensino dos futuros oficiais.
É promovido a Capitão-Tenente em 20 de Outubro de 1796 e a Capitão-de-
Fragata a 11 de Março do ano seguinte (com apenas 25 anos de idade). A promoção a
Capitão-de-Mar-e-Guerra vem a 12 de Janeiro de 1801, apanhando-o já como Segundo
Comandante da Companhia.
Paralelamente, dedica-se, na Sociedade Real Marítima, ao estudo e elaboração
das cartas hidrográficas, bem como à preservação do acervo documental daquela
instituição.
O seu cunho também se faz sentir no estabelecimento do “Depósito de Escritos
Marítimos”, que, por decreto de 1 de Abril de 1802, funcionará como biblioteca da
Companhia. Todo esse trabalho está patente na colectânea Escritos Marítimos e
Académicos (Lisboa, 1828), que tem o cuidado de reunir, com o objectivo de veicular
as suas ideias sobre a reforma e modernização da Marinha Portuguesa no século XIX.

40
Em 1807, nas vésperas da 1ª Invasão Francesa, Dantas Pereira é nomeado
Director de Estudos da Academia Real dos Guardas-Marinhas. Quando a Esquadra, no
Tejo, se prepara para transportar a família Real para o Brasil, o novo Director tem o
cuidado de organizar o embarque da Companhia Real dos Guardas-Marinha e da sua
Academia, que acompanharão a Corte, e todo o acervo, didáctico e documental que se
encontrava no valioso “Depósito de Escritos”, tal como todo o material que estava à
guarda da Sociedade Real Marítima.
Chegado ao Brasil, trata imediatamente de consolidar as estruturas da Real
Academia da Marinha, instalando-a no mosteiro de São Bento. Por outro lado, deposita
no Arquivo Militar do Rio de Janeiro a colecção de cartas hidrográficas, acompanhadas
de um inventário detalhado dos documentos que lá se encontravam.
Atingindo o posto de Chefe de Divisão ainda em 1807, regressou a Portugal em
1819 como membro do Conselho do Almirantado. Nesse mesmo ano é agraciado com
a Comenda da Ordem Militar de Cristo, de que era já Cavaleiro desde 1803. Entre 1820
e 1823, período de grande agitação política, desempenha as funções de Conselheiro de
Estado.
Casa, a 24 de Junho de 1823, com D. Maria Eugénia Cunha, que lhe dará nove
filhos,
Durante o governo absolutista de D. Miguel, passa a ter, a partir de 1828, um
lugar na Assembleia dos Três Estados como representante da Nobreza, sendo ainda
nomeado para diversas comissões especiais encarregadas dos processos dos presos
políticos. O fim da guerra civil, em 1833, com a vitória dos liberais, leva Dantas Pereira
a partir para o exílio: primeiro para Inglaterra e em seguida para França, falecendo em
Montepellier a 22 de Outubro de 1836.
A par da sua notável carreira naval, José Maria Dantas Pereira foi um
académico de reconhecidos méritos. Sócio correspondente da Academia das Ciências
de Lisboa em 1792, e efectivo em 1823, veio a ser eleito seu Secretário-Geral, cargo
que desempenhou até 1833. Foi também membro (desde 1827) da Sociedade
Filosófica de Filadélfia.
Publicou múltiplos estudos, versando sobre Hidrografia, Matemática, Literatura,
História e organização da Marinha. As suas “Noções de Legislação Naval Portuguesa
até 1820”, publicadas em três volumes, entre 1824 e 1832, registam cronologicamente
toda a legislação da Marinha desde 1450.

41
Bibliografia

 Curso de Estudos para Uso do Commercio, e da Fazenda. Primeiro Compendio,


que Trata da Arithmetica Universal, Lisboa, Regia Officina Typografica, 1798
 Memoria sobre um Projecto de Pasigraphia, Lisboa, Offi. da Casa Litteraria do
Arco do Cego, 1800
 Elogio Historico do Senhor D. Pedro Carlos de Bourbon e Bragança, Infante de
Hespanha e Portugal, Rio de Janeiro, Impr. Regia, 1813
 Bosquejo de hum Quadro Synoptico Civil Mediante o Qual Poderemos Conhecer
e Avaliar os Homens e as Naçoens com Acerto e Facilidade, Rio de Janeiro,
Imp. Regia, 1814
 Escritos, Rio de Janeiro, Impr. Regia, 1816
 Reflexões sobre a Organisação da Suprema Authoridade Naval Portugueza,
Lisboa, Imprensa Nacional, 1821
 Reflexões Sobre a Marinha ou Discurso Demonstrativo do Esboço da
Organisação e Regime da Repartição Naval Portugueza, Lisboa, Imp. Nacional,
1821
 Esboço da Organização e Regime da Marinha Conforme Convem aos Dictames
da Razão, Lisboa, Impr. Nacional, 1821
 Diversões Métricas e Dramáticas..., Appendice as Diversões Metricas... ou o
Beneficio Anonimo, comedia em 3 actos e em prosa, Lisboa, Impressão Regia,
1824
 Noções de Legislação Naval Portugueza até ao Anno 1820, Lisboa, Imp. Regia,
1824-1832
 Carta Demonstrativa de que Felizmente Ainda Basta Combinar a Melhor Receita
com a Melhor Despeza, para Conseguirmos Anniquilar as Dividas Publicas de
Todas as Classes e Pagar a Proposito os Serviços Convenientes, sem se Tirar a
Pessoa Alguma nem hum Seitil, Lisboa, Imp. Regia, 1828
 Escritos Maritimos e Académicos a Bem do Progresso dos Conhecimentos Uteis,
e Mormente da Nossa Marinha Indústria e Agricultura, Lisboa, Imp. Regia. 1828
 Memoria sobre Bloqueio e Prezas, Lisboa, Imp. Regia, 1831
 Memoria para a Historia do Grande Marquez de Pombal no Concernente à
Marinha, Sendo a de Guerra o Principal Objecto Considerado, Lisboa, Typ. da
Academia Real das Sciencias, 1832

42
 Modelo de hum Diccionario de Algibeira Polyglotto e Passigraphico = Modèle
d'un Dictionnaire de Poche Polyglotte et Passigraphique, Paris, [s.n.], 1835

Fontes/Estudos

 FONSECA, Henrique Alexandre da, “Dantas Pereira: Comandante da Companhia


de Guardas-Marinhas e Director da sua Academia em Portugal e no Brasil”,
Revista da Armada, nº 156, Setembro de 1984, pp. 10-11
 GUEDES, Max Justo, Bicentenário do Chefe-de-Esquadra José Maria Dantas
Pereira, sep. de Memórias da Academia de Ciências de Lisboa, Classe de
Ciências, nº17, 1974
 VALENTIM, Carlos Baptista, ”Chefe-de-Esquadra José Maria Dantas Pereira
(1772-1836) Patrono do Curso de 1994”, Patronos dos Cursos Tradicionais da
Escola Naval 1936-2007, coord. Carlos Valentim, Almada, Escola Naval, Outubro
de 2007, pp. 397-402

43
(Litografia de J. McPhail, 1856[?])

José Joaquim Lopes de Lima (1797-1852)

Nasceu no Porto, por volta de 1797.


Emigrou para o Brasil em 1820, tendo regressado a Portugal para integrar,
como oficial de Marinha, as forças liberais. Em duas promoções sucessivas, passou,
no espaço de três meses, de Segundo-Tenente a Capitão-Tenente (1833). Viria a
atingir o posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra.
Foi Governador Civil de Aveiro entre 1835 e 1836, e em 1840 foi nomeado
Governador da Índia. Apesar de ter levado a cabo importantes reformas
administrativas, a sua passagem de dois anos por esta província foi considerada
desastrosa, granjeando-lhe fama de incompetência.
Durante os governos de Costa Cabral, de quem era partidário, foi deputado
e Conselheiro de Estado.
Tendo sido autor de uma importante obra sobre as estatísticas coloniais,
escreveu também sobre Teatro, Literatura e História, sobressaindo o seu estudo
sobre a descoberta e colonização do Congo pelos Portugueses entre os séculos XV
e XVII.
Foi membro da Associação Marítima e Colonial, tendo desempenhado o
cargo de presidente da comissão de redacção dos Anais Marítimos e Coloniais.
Em 1851 tornou-se o primeiro Governador da recém-criada província de
Solor e Timor, até aí dependente do governo de Macau. Numa altura delicada, em
que holandeses e portugueses disputavam territórios na região, coube-lhe presidir
à representação portuguesa na comissão conjunta encarregue de proceder à
delimitação territorial. Durante as negociações, concordou em ceder à Holanda a

44
ilha das Flores e o arquipélago de Solor, recebendo Portugal, como contrapartida, o
enclave holandês de Maubara e 200 mil florins em dinheiro (algo cuja necessidade
se fazia desesperadamente sentir na província).
A notícia deste acordo não foi bem recebida em Lisboa, tendo Lopes de Lima
sido destituído do cargo e mandado regressar, sob prisão, à Metrópole. Faleceu
durante a viagem de regresso, em Batávia (Jakarta), a 8 de Novembro de 1852.

Bibliografia

 Jornal da Viagem de José Joaquim Lopes de Lima de Goa para Lisboa por
Bombaim, Suez, Alexandria e Malta em 1842, Lisboa, Impr. de Galhardo e
Irmãos, 1843
 Ensaios Sobre a Estatística das Possessões Portuguezas na África Occidental
e Oriental, na Ásia Occidental, na China e na Oceania: Escriptos de Ordem
do Governo de Sua Magestade Fidelissima a Senhora D. Maria II, Lisboa,
Imprensa Nacional, 1844-1862
 Descobrimento e Posse do Reino do Congo pelos Portugueses no século XV:
sua Conquista por as Nossas Armas no século XVI: e Sucessos
Subsequentes até o Começo do século XVII, Lisboa, Impr. Nacional, 1845

Fontes/Estudos

 ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA, Livro-Mestre do Corpo da Armada Real, nº


380, tomo 4-1800, fl. 80 v.

45
(litografia publicada no 3º volume dos Quadros Navaes –
2ª impressão, 1863)

Joaquim Pedro Celestino Soares (1793-1870)

Nasceu em Lisboa a 8 de Junho de 1793. Tendo ingressado na Academia Real


da Marinha em 1815, entrou para a Companhia de Guardas-Marinhas no Rio de
Janeiro.
Efectuou a sua primeira viagem em 1819, a bordo da fragata “Sucesso”.
Regressado a Portugal, embarcou em vários navios, fazendo várias deslocações ao
Ultramar.
Em Julho de 1832, ao regressar de uma viagem, embarcou clandestinamente
num navio inglês e juntou-se às forças constitucionais cercadas no Porto. Durante o
cerco desta cidade comandou as escunas “Terceira” e “Graciosa”, a esquadrilha de
canhoneiras do Douro e as baterias do Terreiro e da Vitória, sendo, pelos serviços
prestados, agraciado por D. Pedro IV com o grau de Cavaleiro da Ordem da Torre e
Espada. Ainda durante a Guerra Civil, foi nomeado comandante da escuna “Amélia”,
que participava no bloqueio da costa.
Chamado às funções de chefe do distrito marítimo da Aveiro, foi eleito
deputado em 1834.
Participou activamente na revolução de Setembro de 1836, sendo enviado à
Índia, pouco tempo depois, comandando uma expedição destinada a pacificar uma
rebelião. Incompatibilizando-se com o Governador, rebelou-se contra este, o que lhe
valeu o julgamento em conselho de guerra. Absolvido, recebeu o comando da fragata
“Rainha”.

46
Tendo ganho as simpatias dos portugueses residentes na Índia, foi duas vezes
eleito seu representante no Parlamento, tendo ainda sido deputado por Castelo
Branco.
Envolvido na revolta da Patuleia, em 1846, esteve preso a bordo da fragata
“Diana”, sendo amnistiado por ocasião da Convenção de Gramido, no ano seguinte.
Entre 1851 e 1866, foi Director da Escola Naval e do Museu da Marinha, a ela
agregado, após o que transitou para o Supremo Tribunal de Justiça Militar.
Reformado como Contra-Almirante, faleceu em Lisboa, a 7 de Agosto de 1870.
Estudioso da História Marítima, publicou, entre 1851 e 1853, a obra Bosquejo
das Possessões Portuguesas no Oriente, em dois volumes, que lhe fora encomendada
pelo Governo.
Dedicou-se também à literatura em verso e em prosa, tendo editado a colecção
de folhetins Quadros Navais (1845) – que, misturam as memórias do autor com relatos
de façanhas do passado – e o livro poético Romance Patrio Marítimo (1870). Foi
colaborador de vários periódicos, entre os quais o Patriota e a Gazeta de Portugal.
Destaque, ainda, para o seu “Itinerário de Bombaim a Lisboa”, publicado no Diário do
Governo em 1838, o qual, segundo o autor, foi o primeiro do genro publicado em
língua portuguesa.
Era sócio efectivo da Academia Real das Ciências e sócio de mérito da
Academia de Belas-Artes de Lisboa.

Bibliografia

 Projecto de hum Farol Facho para a Barra de Aveiro [Manuscrito], 1814,


Memória oferecida pelo autor à Academia Real das Sciencias de Lisboa, 1814
 “Itinerário de Bombaim a Lisboa, Atravessando o Egipto desde Suez até
Alexandria”, Diário do Governo, Lisboa, 26 de Julho de 1838, pp. 744-745
 Quadros Navaes ou Collecção dos Folhetins Marítimos Publicados no Patriota,
Lisboa, Typ. de António Joaquim da Costa, 1845.
 Bosquejo das Possessões Portuguezas no Oriente ou Resumo de Algumas
Derrotas da Índia e da China, 2 vols., Lisboa, Imprensa Nacional, 1851-53
 Romance Patrio Maritimo em Quatro Estancias, em Quadras de Dupla Rima
Offerecido ao Illmo. Snr. Pedro Wenceslao de Brito Aranha, Lisboa, Typ. da
Academia, 1870

47
Fontes/Estudos

 COSTA, Abel Fontoura da, O Contra-Almirante Joaquim Pedro Celestino Soares:


Estudo Biographico, Lisboa, Typ. de Empreza da História de Portugal, 1902
 RODRIGUES, Manuel Sarmento, Celestino Soares: Marinheiro, Patriota,
Humanista e Escritor, Lisboa, Centro de Estudos da Marinha, 1972

48
Joaquim José Gonçalves de Matos Correia (1801-1879)58

Nasceu em 1801.
Oficial de Marinha, combateu pelas forças liberais durante a guerra civil entre
D. Pedro IV e D. Miguel, tendo comandado os vapores “Jorge IV” e “Lord das
Ilhas”.
Foi sócio fundador e dirigente da Associação Marítima e Colonial (1839-1846),
tendo, feito parte da Comissão de Redacção dos Anais Marítimos e Coloniais.
Foi um dos pioneiros do estudo da primazia dos descobridores portugueses
(um pouco na senda do Visconde de Santarém) na América do Norte, com um
trabalho publicado nos Anais Marítimos e Coloniais entre Abril e Julho de 1841, no
qual analisa as fontes referentes à descoberta da Terra Nova e defende que esta
foi uma consequência natural do plano de descobertas traçado pelo Infante D.
Henrique.
Membro da Maçonaria, foi Grão-Mestre da Grande Loja Provincial de Portugal
da Grande Loja da Irlanda entre 1871 e 1872. Foi, também, sócio da Revista
Militar.
Reformado como Contra-Almirante, faleceu em 1879.

Bibliografia

 Descrição das Máquinas a Vapor e sua Applicação à Navegação para Uso dos
Alumnos da Marinha, Lisboa, Imprensa Nacional, 1842
 Memória Sobre o Limite de Velocidade Util dos Navios Mareados à Bolina a Fim
de Ganhar Barlavento, Lisboa, Imprensa Nacional, 1849
 “Acerca da Prioridade das Descobertas Feitas pelos Portugueses nas Costas
Orientais da América do Norte”, Annaes Maritimos e Coloniaes, nº 6, Abr.1841,
pp. 269-282; nº 9, Jul.1841, pp. 423-433

58
Este autor fica um pouco aquém dos critérios de escolha por nós seguidos para a elaboração desta
lista. No entanto, optámos por incluí-lo devido à escassez de produção historiográfica naval no período
em que viveu e pela originalidade do seu estudo sobre as prioridades das descobertas portuguesas na
América do Norte, que o colocam na senda dos trabalhos pioneiros do Visconde de Santarém.

49
Fontes/Estudos

 ANNAIS DO CLUBE MILITAR NAVAL, “Contra-Almirante Joaquim José


Gonçalves de Matos correia”, (notícia necrológica), vol. 9, 1879, pp. 181-
183
 ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA, Livro-Mestre do Corpo da Armada Real, nº
380, tomo 4-1800, fl. 150

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(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Carlos André Testa (1823-1891)

Filho de um genovês e de uma piemontesa, nasceu em Lisboa em 1823, tendo


ingressado na Armada em 1839.
Promovido a Guarda-Marinha em 1843, serviu, nos primeiros anos, na costa
ocidental africana, combatendo o tráfico negreiro. Em 1856, já como Segundo-Tenente
(posto a que fora promovido nove anos antes), foi louvado pela sua acção no combate
a um incêndio que deflagrara a bordo do brique “Cearense”, onde estava embarcado.
Entre 1859 e 1862, prestou serviço como ajudante de ordens do Ministro da
Marinha, após o que foi nomeado comandante interino da corveta “Sá da Bandeira”.
Foi promovido a Primeiro-Tenente em 1869.
Por essa altura, já os seus estudos o creditavam como um especialista na área
do Direito Internacional Marítimo (área eventualmente aprofundada durante a sua
participação no combate ao tráfico de escravos). Nessa qualidade, tornou-se, em 1864,
o primeiro professor dessa cadeira na Escola Naval, no âmbito da qual se iniciaram
também as lições da disciplina de História Marítima (em que a História surge como
sustento das pretensões jurídicas portuguesas no quadro das conferências
internacionais).
Atinge a categoria de Oficial Superior em 1866. Promovido a Capitão-de-
Fragata em 1873, comandou o transporte “África” entre os dias 10 e 15 de Julho desse
ano, num trânsito entre Inglaterra e Portugal.
Chega a Capitão-de-Mar-e-Guerra em 1879, atingindo, onze anos mais tarde, o
posto de Contra-Almirante.
Faleceu em Lisboa em 1891.

51
Sócio fundador e grande dinamizador do Clube Militar Naval, publicou trabalhos
sobre vários assuntos de temática marítima, nomeadamente Direito Marítimo, Material
Naval, História Marítima e Arte da Guerra, tendo também abordado o tema da
influência europeia em África e a problemática das grandes transformações que a
Marinha atravessou em finais do século XIX.

Bibliografia

 Breves Considerações Ácerca da Navegação por Vapor: em Relação á Força das


Machinas, Economia do Combustivel e Extensão das Viagens, Lisboa, Imprensa
Nacional, 1860
 Considerações Sobre os Navios de Guerra: em Relação aos Systemas de
Construcção e Armamento e sua Efficiencia para o Ataque e Defeza , Lisboa,
Imp. de Joaquim Germano de Sousa Neves, 1864
 Lord Palmerston: a Opinião e os Factos, Lisboa, Typ. Soc. Typ. Franco-
Portuguesa, 1865
 Inconveniencias e Contradições no Julgamento da Política dos Estados e
Conducta dos Governos, Lisboa, Typ. G. M. Martins, 1866
 Quadros Vivos da Politica ou Justificação de Descrentes e Desenganos de
Iludidos, Lisboa, [s.n.], 1869
 A conquista de Roma ou o Final da Obra, Lisboa, Imp. de J. G. de Sousa Neves,
1870
 Sobre a Punição dos Crimes, Lisboa, [s.n.], 1874
 A Artilharia Moderna e a Canhoneira de Peça Fixa e sua Importancia para a
Defensa dos Portos, Lisboa, [s.n.], 1879
 A Influência Europea na Africa Perante a Civilisação e as Relações
Internacionaes: considerações acerca do tratado de 30 de Maio de 1879
denominado de "Lourenço Marques", Lisboa, Typ. Universal, 1880
 A Política Intercolonial e Internacional e o Tratado de Lourenço Marques,
Lisboa, Typ. Universal de Thomaz Quintino Antunes, 1881
 Principios Geraes e Regras Praticas de Direito Internacional Marítimo, Lisboa,
Typ. Universal, 1882
 A Egreja das Chagas: Recordações, Lisboa, Typ. Universal de Thomaz Quintino
Antunes, 1883

52
 Phases e Factos Notaveis da Historia Maritima, Lisboa, Typ. Universal de
Thomaz Quintino Antunes, 1885
 As Transformações na Arte da Guerra Naval com Relação ao Sistema de Navios
e aos Modernos Meios de Ataque e Defesa, Lisboa, Tip. Universal, 1886
 Portugal e Marrocos Perante a Historia e a Politica Europea, Lisboa, Typ.
Universal, 1888
 Verdades Amargas Sobre Questões Sociais, Lisboa, Typ. Universal, 1888
 Incidentes da Politica Externa de Portugal ou Titulos de Recommendação na
Escolha das suas Alianças, Lisboa, Typ. Universal, 1890
 Conflitos Internacionaes e Diferentes Phases de Ultimatums, Lisboa, Typ.
Universal, 1890
 Questão de Preferências na Aquisição de Navios de Guerra, Lisboa, Typ.
Universal, 1890
 Artigos Dispersos Sobre Assumptos Varios, Lisboa, Tip. Universal, 1891

Fontes/Estudos

 VALENTIM, Carlos Baptista, ”Carlos Testa”, Patronos dos Cursos Tradicionais da


Escola Naval 1936-2007, coord. Carlos Valentim, Almada, Escola Naval, Outubro
de 2007, pp. 403-406

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(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

António Filipe Marx de Sori (1833-1914)

Nasceu em 1833 e, com apenas 10 anos, assentou praça na Marinha como


aspirante de 3ª classe. Foi promovido a Guarda-Marinha em Outubro de 1852 e a
Segundo-Tenente quatro anos depois.
Embarcou na nau “Vasco da Gama”, nas fragatas “D. Maria II” e “D.
Fernando”, nas corvetas “Porto”, “Goa” e “Sagres” e nos vapores “Conde do Tojal”,
“Duque de Saldanha” e “Mindelo”. Cumpriu uma estação naval em África entre
1856 e 1860, tendo sido louvado e condecorado em virtude do seu desempenho,
de que se destaca o apresamento da barca negreira “Velha Anita”, que conduziu
para Luanda, e a substituição do padrão erigido por Diogo Cão na foz do Zaire.
Em 1861 tornou-se instrutor de Artilharia da Escola Naval e no ano seguinte
foi nomeado para as funções de Oficial às Ordens do Ministro da Marinha,
conselheiro José da Silva Mendes Leal.
Em 1864 foi encarregue, pelo Ministro, de redigir um tratado sobre Direito
Marítimo Internacional e História Marítima das diversas nações. Dois anos depois
foi nomeado vogal do Conselho Geral de Estatística do Reino. Nesse mesmo ano
integrou também o Conselho de Aperfeiçoamento da Escola Naval.
Depois de prestar, durante vários anos, serviço na Direcção-Geral de
Marinha, foi nomeado bibliotecário da Escola Naval, cargo em que se reformou,
como Contra-Almirante, em 1895.
Com vários trabalhos publicados na imprensa periódica, é de destacar o seu
estudo Descobrimentos dos Portuguezes nos séculos XV e XVI, de 1867, que lhe
valeu a entrada, como sócio correspondente, na Academia Real das Ciências.
Foi sócio fundador do Clube Militar Naval.

54
Era condecorado com os graus de Cavaleiro das Ordens de Cristo, de Nª
senhora da Conceição, de S. Bento de Avis, e da Torre e Espada, tendo, ainda, sido
agraciado como Oficial da ordem italiana de S. Maurício e S. Lázaro.
Faleceu em 1914.

Bibliografia

 Descobrimentos dos Portuguezes nos séculos XV e XVI: causas que os


determinaram, sua importância e consequências mais notáveis que d'elles
resultaram, Lisboa, Typ. de Castro Irmão, 1867
 “Novo Instrumento Horizontal para Achar a Altura do Sol a Qualquer Hora
do Dia”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 6, 1876, pp. 61-63
 “As Proas dos Navios”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 6, 1876, pp. 97-99
 “Máquinas de Vapor Simples e Mistas”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 6,
1876, pp. 281-285
 “Sinais de Noite”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 7, 1877, pp. 141-146

Fontes/Estudos

 ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA, documentos avulsos, caixa 780-7-3


 V.G.C., “Contra-almirante reformado Antonio Filipe Marx de Sori” (notícia
necrológica), Anais do Clube Militar Naval, nº 45, 1914, pp. 377-382

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(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

António Pereira de Paiva e Pona (1849-1899)

Nasceu na Lapa, em Lisboa, a 26 de Janeiro de 1849 e faleceu na mesma


cidade (Alcântara) a 2 de Setembro de 1899.
Assentou praça na Armada, como Médico Naval, em 1873, tendo tido
oportunidade de percorrer o império português em várias missões de soberania e de
presença naval. Vindo a atingir a categoria de Médico de 1ª Classe, foi, em 1893,
nomeado Director do Hospital da Marinha.
Muito interessado pelas explorações em território africano, foi membro
fundador da Sociedade de Geografia de Lisboa, em cujo boletim publicou vários
artigos. Tendo sido co-autor de Plutarcho Portuguez: Colecção de Retratos e
Biographias dos Principaes Vultos Historicos da Civilisação Portugueza, publicado no
Porto em 1881, colaborou também na redacção da obra De Angola à Contra-costa
(1886), de Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens.
O diagnóstico de uma nefrite crónica aguda em 1897, da qual viria a falecer
dois anos mais tarde, interrompeu de forma abrupta a sua paixão pelas viagens.
Erudito e eminente linguista, foi tradutor e autor de várias obras científicas e
literárias, tendo agraciado com o grau de Cavaleiro da Ordem de Avis.

Bibliografia

 Arte da Tachygraphia, Porto, Typographia Occidental, 1876


 “O Canal do Panamá”, Anais do Club Militar Naval, nº 9, 1879, pp. 97-104
 Infante D. Henrique, Porto, Typographia Occidental, 1881

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 Plutarcho Portuguez: Colecção de Retratos e Biographias dos Principaes Vultos
Historicos da Civilisação Portugueza (co-autor), E. Biel & Cia., 1881
 “Construcções navais no século XVII”, Anais do Club Militar Naval, nº 20, 1890,
pp. 217-223 e 255-258
 Les Champs d’Or (Afrique Portugaise), Lisboa, Academia Real das Sciencias,
1891
 “O Clima de Tânger no Tratamento da Tísica Pulmonar”, Anais do Club Militar
Naval, nº 21, 1891, pp. 337-359
 “Uma Batalha Naval nos Açores”, Anais do Club Militar Naval, nº 21, 1891, pp.
593-614
 Primeiros Trabalhos dos Portuguezes no Monomotapa: O Padre D. Gonçalo de
Silveira, 1560, memória apresentada à 10ª Sessão do Congresso Internacional
dos Orientalistas, Lisboa, Imprensa Nacional, 1892
 Talent de Bien Faire: O Infante D. Henrique, número único comemorativo das
festas do 5º centenário da cidade do Porto, Porto, Typographia Occidental,
1894

Fontes/Estudos

 ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA, Livros mestres I/84/129/188 e II/11; Caixas


800 e 802;
 PONA, Diogo Paiva e, Paiva e Pona de Trás-os-Montes, Genealogias, [s.l., 2010,
s.n.], pp. 57-61 (consultado em
http://genealogias.info/1/upload/historia_ponas_2010.pdf)
 SÉRGIO, António (coord.), Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Lisboa-
Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d., vol. 20, p. 26 (PAIVA E PONA,
António Pereira de)

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(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

João Braz de Oliveira (1851-1917)

Nasceu em Lisboa no ano de 1851.


Tendo ingressado na Marinha aos 18 anos, iniciou, em 1872, como Guarda-
Marinha, o período de treino em que deveria cumprir três anos de embarque fora dos
portos do Continente e do Reino. Nesse período embarcou nas corvetas “Duque da
Terceira”, “Sá da Bandeira” e “D. João I”, todas em comissão de serviço em Angola.
Em Dezembro de 1875 inicia a especialização em Artilharia a bordo da fragata “D.
Fernando II e Glória”, passando, no ano seguinte, à Escola Naval como instrutor de
Artilharia e de Infantaria.
Em 1881 embarca novamente na corveta “Duque da Terceira” e depois, como
Imediato, na canhoneira “Sado”, participando nas últimas missões de combate ao
tráfico de escravos nas costas africanas.
Depois de regressar à “D. Fernando”, como instrutor, e de uma rápida
passagem pelo transporte “Índia”, inicia, em 1884, a sua carreira docente na Escola
Naval, como professor auxiliar de Desenho de Hidrografia (no qual introduz novas
técnicas gráficas), de Construção Naval e de Máquinas. Três anos mais tarde torna-se
professor efectivo.
Em 1904, já como Capitão-de-Mar-e-Guerra, assume a regência da recém-
criada 11ª Cadeira – Ciência da Guerra, Fortificação, Estratégia e Táctica do Combate
Naval. Promovido a Contra-Almirante em 1913, acumula, três anos depois, as suas
funções de lente da Escola Naval com as de professor dos Oficiais do Exército a
frequentar o curso de Estado-Maior.

58
Aliando o gosto pela escrita aos seus sólidos conhecimentos profissionais,
publica, entre 1871 e 1917, vários artigos nos Anais do Clube Militar Naval, na sua
maior parte dedicados à Artilharia, ao Desenho e à Arte da Guerra.
O interesse pela História, com especial destaque para a Arqueologia Naval,
surge ligado à sua aptidão para o desenho rigoroso e para o minucioso estudo dos
navios. Em 1887, no artigo “Navios Portugueses do Tempo dos Descobrimentos e
Conquistas”, publicado na Revista Portuguesa Colonial e Marítima, dá a conhecer ao
público o provável aspecto das barcas, barinéis, caravelas, naus, galeões, fustas e
galés dos séculos XV e XVI. Em 1894 profere no Clube Militar Naval uma conferência
subordinada ao tema “Os Navios das Descobertas”, em que, devidamente sustentado
pelo estudo de diversas fontes, descreve pormenorizadamente a construção, o
aparelho e o armamento dos diferentes tipos de navios do período da Expansão. O
texto da palestra seria reimpresso em 1940, significativamente enriquecido com quinze
ilustrações da sua autoria. E aqui é importante referir que os seus apurados desenhos
à pena e as suas aguarelas virão, durante muitos anos, a constituir uma incontornável
referência na reconstituição gráfica das naves das Descobertas. Em 1896 publica outro
trabalho relacionado com o tema: Modelos de Navios Existentes na Escola Naval que
Pertenceram ao Museu da Marinha, o qual permitirá a reconstrução dos modelos de
navios destruídos num incêndio ocorrido na Escola Naval em 1916.
As biografias de personagens ilustres é outro assunto a merecer a sua atenção
e o seu rigor, sendo exemplo o “Elogio Histórico do Contra-Almirante Celestino
Soares”, que abre o primeiro volume do Anuário da Escola Naval e da Escola Auxiliar
de Marinha, de 1913, a cuja comissão presidiu.
Criado em meio literário e com acesso à rica biblioteca do seu pai, cultiva,
paralelamente, o exercício das Letras, tendo chegado a integrar uma tertúlia da qual
faziam parte distintos literatos da época, como Alexandre Herculano. A sua veia
literária traduz-se em vários contos como as Narrativas Navais (1908) e “Gente
Portuguesa”, uma série de episódios publicados nas páginas do jornal A Capital
durante os anos da Grande Guerra e que conheceriam uma significativa popularidade
junto do público. O género lírico, de pendor marcadamente patriótico, é outra vertente
que explora com sucesso, dando à estampa a Xácara dos Pilotos, lançada em 1899, no
âmbito das comemorações da chegada de Vasco da Gama à Índia, e a Xácara do
Brasil, editada no ano seguinte, numa homenagem à viagem de Pedro Álvares Cabral.
Em 1917, ano em que se estabelecem, por lei, os 65 anos como idade limite
para a passagem à Reforma no posto de Contra-Almirante, Braz de Oliveira é obrigado

59
a deixar as suas funções docentes. Pouco tempo depois, adoece. Falece no dia 12 de
Setembro, data marcada para a sua substituição na Escola Naval.

Bibliografia

 “O Novo Mundo”, Anais do Clube Militar Naval, nº 7, Lisboa, 1877, pp. 209-219
 Algumas Palavras Acerca da Marinha Portugueza: e da sua Influência na
Prosperidade da Nação, Lisboa, Typ. Sousa Neves, 1885
 Marinha Portuguesa, Biblioteca do Povo e das Escolas, 149, Lisboa, David
Carazzi, 1887
 Os Navios de Vasco da Gama, Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias,
1892
 Noções de Manobra dos Navios, Lisboa, Livr. Nacional e Estrangeira, 1893
 Influência do Infante D. Henrique no Progresso da Marinha Portugueza: Navios
e Armamentos, Lisboa, Imp. Nacional, 1894
 Marinha Portuguesa no Tempo dos Franceses: Centenário da Guerra da
Peninsula, Lisboa, [s.n.], 1894
 Modelos de Navios Existentes na Escola Naval que Pertenceram ao Museu de
Marinha: Apontamentos para um Catálogo, Lisboa, Imprensa Nacional, 1896
 A Xácara dos Pilotos, Biblioteca da Revista Portuguesa Colonial e Marítima,
Lisboa, Ferin, 1899
 “A Xácara do Brasil”, Revista Portuguesa Colonial e Marítima, Lisboa, 1900
 Da Utilidade do Desenho no Ensino Naval: Oração Lida na Sessão Solene de
Abertura das Aulas da Escola Naval em 8 de Novembro de 1900, Lisboa,
Imprensa Nacional, 1900
 Apparelho e Manobra dos Navios, Lisboa, Liga Naval Portuguesa, 1902
 O Contra-Almirante Joaquim Pedro Celestino Soares: Estudo Biographico,
Lisboa, Typ. de Empreza da História de Portugal, 1902
 “Padrão do Zaire”, Anais do Clube Militar Naval, nº 36, Lisboa, 1905, pp. 72-78
 Arte da Guerra, Fortificação, Estratégia e Táctica Naval, Lisboa, Escola Naval,
1906
 Campos Rodrigues: Discurso Pronunciado por Ocasião da Inauguração do seu
Retrato no Club Militar Naval em 12 de Março de 1906, Lisboa, J. P. Pinheiro,
1906
 Narrativas Navaes, Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias, 1908

60
 Arte da Guerra e Fortificação: sua Importância Durante as Invasões Francesas
em Portugal, centenário da Guerra Peninsular, Lisboa, Escola Naval, 1910
 Gente Portuguesa, Lisboa, Casa Portuguesa, 1918
 Os Navios da Descoberta, reimpressão da conferência feita em 23-11-1894 no
Clube Militar Naval, Lisboa, Museu e Biblioteca da Marinha, 1940

Fontes/Estudos

 EÇA, Vicente Almeida d’, O Contra-Almirante João Braz d´Oliveira, separata dos
Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Setembro de 1917
 FONSECA, Henrique Quirino, “No Abismo: ao Seu Camarada e Professor João
Braz de Oliveira”, Boletim da Liga Naval Portuguesa, v. 2, nº 4, Lisboa, Abril de
1903, pp. 60-64
 PINTO, José Luís Leiria, “O Almirante João Braz de Oliveira. Lente da Escola
Naval. Homem das Letras e das Artes”, Revista da armada, nº 418, Lisboa,
Abril de 2008

61
(Retrato existente na Sociedade de Geografia de Lisboa)

Vicente de Moura Coutinho Almeida d’Eça (1852-1929)

Nasceu no Porto a 15 de Agosto de 1852 e alistou-se na Marinha em 17 de


Outubro de 1870.
Nomeado Professor na Escola Naval em 1885, foi, durante 44 anos, lente da
cadeira de Direito Internacional Marítimo (que integrava a História Marítima), tendo
mantido as funções de docência mesmo depois da reforma por limite de idade, no
posto de Vice-Almirante.
Até 1896 foi vogal da Comissão Central de Pescarias, onde participou em vários
estudos oceanográficos, tendo ainda desempenhado as funções de Director da Escola
Superior Colonial.
Foi deputado às Cortes e Presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa, além
de Sócio de Honra da Academia das Ciências de Lisboa.
Estudioso das pescas portuguesas, com especial incidência na vertente do
Direito Internacional, participou em diversos congressos internacionais, tendo
desempenhado um importante papel no estabelecimento de um tratado com a
Espanha em assuntos de pesca.
Mas foi, sobretudo, na História Marítima que se evidenciou. No meio de uma
vasta produção, as suas Lições de Historia Maritima Geral, publicadas em 1895, mais
do que uma bibliografia de base para os seus alunos, são uma verdadeira referência
nacional naquela disciplina, constituindo o primeiro grande compêndio de História
Naval universal em Portugal.
Faleceu em Lisboa, a 10 de Novembro de 1929.

62
Bibliografia

 Luís de Camões Marinheiro: Estudo, Lisboa, Empreza Horas Românticas, 1880


 Historia Marítima, Biblioteca do Povo e das Escolas, Lisboa, David Corazzi, 1884
 Do Exercício da Pesca Marítima: Questões de Direito Internacional: Dissertação
para o Concurso à Quinta Cadeira da Escola Naval, Lisboa, Tip. Souza Neves,
1885
 Contos sem Cor, Porto, Campos & Godinho Ed., 1885
 Viagens e Descobrimentos Marítimos, Biblioteca do Povo e das Escolas, 115,
Lisboa, David Corazzi, 1885
 Trabalhos Hidrográficos no Ministério da Marinha e Ultramar: Parecer das
Secções Reunidas Cartographia e Nautica sobre o Relatório e Proposta de
Organização do Sócio Francisco Maria Pereira da Silva, Lisboa, Sociedade de
Geographia de Lisboa, 1886
 Viagens e Descobrimentos Terrestres, Biblioteca do povo e das escolas, 133,
Lisboa, David Corazzi, 1886
 Viagens e Descobrimentos Marítimos dos Portugueses, Biblioteca do Povo e das
Escolas, 166, Lisboa, Companhia Nacional Editora, 1889
 A Organização da Marinha de Guerra e as Últimas Reformas, Lisboa, Tip.
Stereotypia Moderna, 1890
 Quadros Synopticos, Chronologicos e Bibliographicos das Matérias Professadas
na Cadeira de Direito Internacional Maritimo: Escola naval, Lisboa, Impr.
Nacional, 1891
 Nota Sobre os Estabelecimentos de Instrução Naval em Portugal,
Principalmente Sobre a Escola Naval, Lisboa, Imprensa Nacional, 1892
 O Infante D. Henrique e a Arte de Navegar dos Portugueses, Conferência feita
em 19 de Fev. 1894 no Club Militar Naval na comemoração do Centenário
Henriquino, Lisboa, Férin, 1894
 Lições de História Marítima Geral, Lisboa, Impr. Nacional, 1895
 As Lanchas-canhoneiras nas Recentes Operações em Lourenço Marques,
Comunicação feita à Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa, Imprensa
Nacional, 1896
 Noções Elementares de Geographia, Chronologia e Corografia de Portugal,
Lisboa, Tip. Comp. Nacional Editora, 1897

63
 “Almirante da Índia”, Revista Portuguesa Colonial e Marítima, nº1, Lisboa,
1897, pp.507-525
 “Pescas Portuguesas: a Lagosta”, Revista Portuguesa Colonial e Marítima, nº 1,
Lisboa, 1897, pp.58-62, 130-132
 “Nyassa Portuguez”, Revista Portuguesa Colonial e Maritima, nº 2, Lisboa,
1898, pp-978-987, 1040-1053, 1116-1122, 1175-1184
 O Marinheiro Portuguez Atravéz da História, Conferência na Academia de
Estudos Livres em 12 de Abril de 1898 - 4º centenário do descobrimento do
caminho marítimo para a Índia, Annaes da Academia de Estudos Livres, Lisboa,
Academia de Estudos Livres, 1898
 O Official de Marinha, Oração lida na sessão solene de abertura das aulas da
Escola Naval em 18 de Outubro de 1899, Lisboa, Imprensa Nacional, 1899
 Portugal e Brasil, Oração pronunciada na sessão Solene de 5 de Maio de 1900
na Sociedade de Geografia de Lisboa em comemoração do 4º Centenário do
Descobrimento do Brasil, Lisboa, Imprensa Nacional, 1901
 Considerações Gerais Sobre Historia Colonial: Esboço Geographico-Historico dos
Territorios portugueses entre o Indico e o Nyassa, Conferências preliminares do
Congresso Colonial Nacional, nº 12, Lisboa, Imprensa Nacional, 1902
 Sobre o Estado Actual das Pescas Marítimas em Portugal, 2ª conferencia
preparatoria do Congresso Maritimo Nacional de 1903, Lisboa, Liga Naval
Portugueza, 1903
 A Exposição de Cartographia e a Cartographia Marítima Portugueza, Lisboa,
Sociedade de Geographia de Lisboa, 1904
 Delimitação das Fronteiras Terrestres, Lisboa, Sociedade de Geographia de
Lisboa, 1904
 A Cartografia Marítima Portuguesa e os seus Antecedentes, sep. dos Annaes do
Club Militar Naval, v. XXXIV, Lisboa, 1904
 Chorographia de Portugal: Noções Elementares, Lisboa, Ferreira & Oliveira,
1905
 Situação Actual da Pesca da Sardinha na Póvoa do Varzim, Anais da Marinha,
nº 1, Lisboa, 1905
 Alguns problemas Actuaes no Direito da Guerra Maritima: Communicação Lida
ao Club Militar Naval em 29 de Janeiro de 1906, [Lisboa], Tip. J. F. Pinheiro,
1906

64
 A Obra Scientifica do Visconde de Santarem, Lisboa, Sociedade de Geografia,
1907
 “Política Marítima de Portugal na História”, Boletim da Liga Naval Portuguesa,
nº 6, Lisboa, Maio de 1907, pp.100-103
 “Congresso de Pesca em Anvers”, Boletim da Liga Naval Portuguesa, nº 6,
Lisboa, Setembro de 1907, pp.177-186
 Missão Portugueza ao Congresso de Saint-Nazaire e Nantes em 1908, Lisboa,
Typ. J. F. Pinheiro, 1908
 “Momentos do Domínio Português em Mombaça”, Boletim da Liga Naval
Portuguesa, nº 7, Lisboa, Março de 1908, pp.33-38
 As Pescas em Portugal: as Salinas, Notas sobre Portugal / Exposição Nacional
do Rio de Janeiro em 1908, Lisboa, 1908
 A Abertura dos Portos do Brasil: Ensaio Histórico, Lisboa, Sociedade de
Geografia, 1908
 As Pescas Marítimas em Portugal, Lisboa, Sociedade de Geographia de Lisboa,
1909
 Sá da Bandeira, Oração lida na sessão solene de 21 de Junho de 1909 na
Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa, Typ. Universal, 1909
 Causas Políticas das Invasões, Lisboa, Escola Naval, 1910
 No Centenário de Ceuta, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1915
 Os Filhos da Escola Naval na Grande Guerra, Lisboa, Imprensa Nacional, 1919
 Normas Económicas na Colonização Portuguesa até 1808, Coimbra, Imprensa
da Universidade, 1921
 Ostras e Ostreicultura em Portugal: Comunicação ao VII Congresso
Internacional de Pesca, Santander, 1921, Lisboa, Imprensa Nacional, 1921
 O Feito de Fernão de Magalhães, sep. Historia e Memórias da Academia das
Sciencias de Lisboa, Nova Série, 2ª classe, Sciencias Morais e Políticas e Belas
Letras, t.14, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1921
 Geografia: Livro para a 4ª e 5º Classe, Lisboa, J. Rodrigues, 1922
 Castles of Portugal, publ. by The Portuguese Government Tourist Office, Lisboa,
Of. da Soc. Nac. de Tipografia, 1925
 Quadros Sinópticos de Direito Internacional Marítimo: da 12ª Cadeira da Escola
Naval, [1921], Lisboa, Imprensa da Armada, 1927
 A Pesca, Exposição Portuguesa em Sevilha, Lisboa, Imprensa Nacional, 1929

65
Fontes/Estudos

 LIMA, Joaquim Quelhas, Almirante Almeida d’Eça, Lisboa, sep. do Boletim da


Sociedade de Geografia de Lisboa, 1953
 RIBEIRO, António Silva (coord.) e outros, “Vicente de Moura Coutinho Almeida
d'Eça (1852-1929)”, A Marinha na Investigação do Mar 1800-1999, Lisboa,
Instituto Hidrográfico, 2002, p. 186

66
(Foto da Bibliothèque Nationale de France)

Ernesto Júlio de Carvalho e Vasconcelos (1852-1930)

Nasceu em Almeirim a 17 de Setembro de 1852.


Assentou praça na Armada aos 11 anos (1863), tendo sido promovido a
Guarda-marinha em 1879.
Efectuou várias comissões de embarque em África, onde participou em vários
levantamentos hidrográficos. Desses trabalhos destaca-se o levantamento efectuado
na foz do Zaire (1886), em que descobriu a existência de um vale submarino no
prolongamento daquele rio.
Habilitado com o curso de Engenheiro Hidrógrafo, foi envolvido nos trabalhos
de levantamento da costa portuguesa entre as barras do Tejo e do Guadiana.
Em 1887, ainda como primeiro-tenente, concebeu um projecto de
uniformização internacional dos serviços de farolagem, o qual foi enviado a todos os
países marítimos. Mas foi, sobretudo, nas áreas da Geografia e da Cartografia que
ganhou renome, tendo sido nomeado para integrar várias comissões de delimitação de
fronteiras, nomeadamente em Angola e em Timor.
Presidiu à Comissão de Cartografia do Ministério da Marinha e Ultramar e
desempenhou funções como chefe de gabinete do Ministro. Foi também professor da
Escola Naval e da Escola Colonial (depois Instituto de Altos Estudos Ultramarinos).
A Política foi outra área em que se distinguiu, tendo sido deputado às Cortes,
vice-presidente da Câmara de Deputados, Director-Geral no Ministério das Colónias e
Conselheiro. Após a proclamação da República foi nomeado para integrar várias
comissões formadas pelo governo.

67
Reformou-se no posto de Vice-Almirante.
Membro da Sociedade de Geografia desde os 25 anos, foi Secretário e
Presidente daquela instituição. Entre os estudos que desenvolveu, salienta-se o das
questões geográficas da história dos Descobrimentos, sendo de destacar a sua obra
Subsídios para a História da Cartografia Portuguesa nos Séculos XVI, XVII e XVIII
(1916). Foi também director da Revista Portuguesa Colonial e Marítima
Faleceu em Lisboa a 15 de Novembro de 1930.

Bibliografia

 Portugal Colonial, Lisboa, Livraria Profissional, 1880


 A Astronomia Photographica: Dissertação, Lisboa, Typ. Va. Sousa Neves, 1884
 Melhoramentos do Porto de Lisboa, Pareceres Apresentados à Comissão
Especial da Sociedade (c/ J. M. Cordeiro de Sousa), Lisboa, Sociedade de
Geographia, 1884
 “As Vagas Abatidas pelo Azeite”, Anais do Clube Militar Naval, t.15, Lisboa
1885, pp.44-49
 “A Conservação das Caldeiras a Vapor”, Anais do Clube Militar Naval, t.15,
Lisboa 1885, pp.130-133
 “Algumas Applicações Marítimas da Electricidade”, Anais do Clube Militar Naval,
t.16, Lisboa 1885, pp.126-129, 152-158
 Uniformidade Internacional de Boias e Balisas Marítimas: Proposta e Parecer da
Commissão de Illuminação e da Balisagem, Sociedade de Geographia de
Lisboa, Lisboa, Tip. Adolfo Modesto, 1887
 Moçambique: Notas Sobre a Questão com a Inglaterra, Lisboa, Tip. Neto, 1890
 Subsídio para a Grande Subscrição Nacional, Lisboa, Academia de Estudos
Livres, 1890
 Relação de Diversos Mapas, Cartas, Plantas e Vistas Pertencentes a Este
Ministério com Algumas Notas e Notícias, Lisboa, Comp. Nacional Ed., 1892
 África Portuguesa, Lisboa, sep. de Portugal em África, nºs 21 e 22, [s.n.],
Setembro/Outubro 1895
 As Colonias Portuguezas: Geographia Physica, Politica e Economica, Lisboa,
Typ. da Companhia Nacional Editora, 1896
 Les Phares des Colonies Portugaises en 1900, [Paris], Aillaud, 1900.

68
 Postos Meteorologicos nas Colonias, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa,
1901
 As Colonias nas Suas Relações com o Mar, Lisboa, Sociedade de Geografia,
1901
 Trabalhos Emprehendidos: Discurso na Sessão Solemne da Abertura do
Congresso Colonial Nacional, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1902
 “O Navegador Queirós”, Revista Portuguesa Colonial e Marítima, A.8, vol.15,
Lisboa, 1904, pp.145-150
 Uniformité des Conventions Géographiques, Lisboa, Sociedade de Geographia,
1907
 No Centenário de Bento de Goes (1607-1907): Homenagem da Sociedade de
Geographia de Lisboa, Lisboa, Typ. Universal, 1907
 Missão ao Brasil: a Cidade e o Estado de S. Paulo, Lisboa, Sociedade de
Geographia, 1911
 Exposição Parcelar: Gomas, Resinas e Cereais das Colónias, Lisboa, Sociedade
de Geografia de Lisboa, 1913
 Les Voyages et les Travaux Géographiques des Portugais Depuis l'Année 1889,
Roma, Tip. dell'Unione Editrice, 1914
 Uma Planta de Ceuta de 1774 Dedicada ao Marquês de Pombal, Lisboa,
Sociedade de Geografia, 1915
 Investigações Geográficas, Lisboa, Centro Tipográfico Colonial, 1915
 Archipelago de Cabo Verde: Estudo Elementar de Geografia Física, Económica e
Política, Lisboa, Centro Tipográfico Colonial, 1916
 Compendio de Geografia Commercial, Lisboa, A.M.Teixeira, 1916
 Subsídios para a História da Cartografia Portuguesa nos Séculos XVI, XVII e
XVIII, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1916
 O Nosso Patrimonio Colonial, Lisboa, Livraria Profissional, 1916
 Guiné Portuguesa: Estudo Elementar de Geografia Física, Económica e Política,
Lisboa, Tip. da Cooperativa Militar, 1917
 O Rio Aripuana, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1917
 S. Tomé e Principe: Estudo Elementar de Geografia Física, Económica e Política,
Lisboa, Tip Cooperativa Militar, 1918
 As Nossas Colonias de Africa, Lisboa, Typ. do Annuario Comercial, 1920
 “A Carta Planisférica”, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, v.40, nºs
7-9, 1922, pp. 308-316

69
 Geografia Comercial, Lisboa, A. M. Teixeira, 1923
 Colónias Portuguesas: Elementos para o Estudo da Sua Climatologia, Lisboa,
Sociedade de Geografia de Lisboa, 1923
 Relação de Capitaens Mores e Naos que Vierão do Reino a Este Estado da India
des do Seu Descobrimento, Coimbra, Imp. da Universidade, 1925
 Discurso Proferido na Sessão Inaugural do 2º Congresso Colonial Nacional,
Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1924
 “A Viagem do Gama na Evolução da Cartografia Náutica”, Boletim da Agência
Geral das Colónias, v.4, nº 31, 1928, pp.6-14
 As Colónias, Lisboa, Imprensa Nacional, 1929
 “Um Atlas de Batista Agnese?”, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa,
v.47, nºs 9-10, 1929, pp.347-350; v.48, nºs 9-10, 1930, pp.216-218
 “Um Atlas Português do Século XVII”, Boletim da Sociedade de Geografia de
Lisboa, série 48, nºs 3-4, 1930, pp.53-61

Fontes/Estudos

 BRÁS, César Augusto Moura, Almirante Ernesto de Vasconcelos, Lisboa, Astória,


1953
 RIBEIRO, António Silva (coord.) e outros, “Ernesto Júlio de Carvalho e
Vasconcelos (1852-1930)”, A Marinha na Investigação do Mar 1800-1999,
Lisboa, Instituto Hidrográfico, 2002, p. 186

70
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

António Artur Baldaque da Silva (1852-1915)

António Artur Baldaque da Silva nasceu em Lisboa (de acordo com os registos
oficiais) a 28 de Dezembro de 1852. Depois de ter frequentado o Colégio Militar,
assentou praça na Armada como Aspirante Extraordinário a 17 de Outubro de 1870.
Após uma passagem pela Direcção-geral dos Trabalhos Hidrográficos, como
coadjuvante dos trabalhos geodésicos nacionais, conclui, em 1881, o Curso de
Engenheiro Hidrógrafo na Escola Politécnica.
No âmbito específico da Hidrografia, foi encarregue de proceder à organização
do Roteiro das Costas e Portos do Continente do Reino, trabalho de que resulta a
publicação, em 1889, do Tomo I do Roteiro Marítimo da Costa Occidental e Meridional
de Portugal, referente à costa do Algarve.
Nomeado vogal da Comissão das Pescarias, publicou, em 1891, aquela que é a
sua obra mais conhecida, o Estado Actual das Pescas em Portugal, que o credita como
uma autoridade nacional na matéria.
No mesmo ano, já como Capitão-Tenente, faz parte da Comissão das Obras do
Porto de Lisboa para modificar o projecto primitivo, de modo a torná-lo melhor e mais
económico. É no âmbito dessas funções que publicará, em 1893, o Estudo Historico
Hydrographico Sobre a Barra e o Porto de Lisboa.
Em 1892 a Espanha organiza em Madrid a Exposição Colombiana, destinada a
comemorar o centenário da chegada de Colombo à América, e Baldaque da Silva é
escolhido para organizar a representação marítima portuguesa. Para a ocasião, de
modo a contribuir para a divulgação dos Descobrimentos Portugueses no exterior e
para que estes não surjam apagados face às celebrações espanholas, apresenta duas

71
obras: O Descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral e Notícia Sobre a Nao São
Gabriel em que Vasco da Gama Foi pela Primeira Vez à Índia. A primeira destinava-se a
contrapor o descobrimento intencional do Brasil à descoberta acidental da América por
Colombo. Nela o autor utiliza os seus conhecimentos dos ventos e das correntes
atlânticos, assim como das técnicas de manobra e de navegação do século XIV, para
demonstrar que a descoberta do Brasil não se dera por acidente ou por erro de
navegação. A segunda mais não é do que a memória descritiva da construção do
modelo reduzido da nau “S. Gabriel”, que a Academia das Ciências lhe encomendara
(durante a composição do Estado Actual das Pescas em Portugal fizera construir vários
modelos reduzidos de embarcações e de aparelhos de pesca, o que teria consolidado
os seus conhecimentos sobre construção naval e despertado o seu interesse pela
arqueologia naval), em resposta à construção, por parte dos governos da Espanha e
dos Estados Unidos, de modelos dos navios de Colombo.
Em Novembro do mesmo ano é nomeado para a recém-criada Comissão Central
de Piscicultura, onde concebe a primeira estação aquícola em Portugal: a estação
aquícola do Ave (que será construída em 1898).
Reformado, por motivos de saúde, no posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra, em
1911, dedicou-se à actividade política, tendo sido eleito senador do Congresso pelo
distrito de Coimbra em 1914.
Na sequência da sua doença, viria a falecer, em Lisboa, a 21 de Agosto de
1915.
Ao longo de toda a sua obra, Baldaque da Silva apresenta-nos uma
personalidade científica prolífica e multifacetada que se debruça sobre praticamente
todos os aspectos do Conhecimento aplicáveis às ciências do Mar: Hidrografia,
Oceanografia, Astronomia, Biologia Marinha, Demografia, Estatística, Arte da Pesca,
Navegação, Economia, Construção Naval, Arquitectura, História e Estratégia.
Era Membro da Real Academia de La Historia de Madrid, Sócio Correspondente
do Instituto de Coimbra e Sócio Honorário da Associação dos Engenheiros Civis de
Londres.

Bibliografia

 “Choque das Ondas”, Anais do Clube Militar Naval, nº 11, Lisboa, 1881, pp. 87-
91

72
 “Initium et Terminus” (Emprego da agulha de marcar para a determinação do
ponto de partida e chegada de uma derrota de alto mar), Anais do Clube Militar
Naval, nº 12, Lisboa, 1882, pp. 39-42
 Sondas e Marés, Lisboa, Typographia da Vª Sousa Neves, 1882
 “Correntes Fluviaes, Marítimas e Oceânicas”, Anais do Clube Militar Naval, nº
14, Lisboa, 1884, pp. 24-29/40-46
 “Historia dos Eclipses (Estudo sobre os eclipses da Lua)”, Anais do Clube Militar
Naval, nº 14, Lisboa, 1884, pp. 7-15/33-36/53-61
 “Porto de Abrigo na Costa do Algarve”, Diário de Portugal, Lisboa 1885
 Planta Hydrographica da Entrada, Barra, Porto de Setúbal e Relatório sobre a
Pesca Marítima e Fluvial n’Esta Localidade, Lisboa, Imprensa Nacional, 1887
 “Uma Objecção Técnica às Obras do Porto de Lisboa”, série de artigos
publicados no Commercio de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, Janeiro de
1888
 Étude Sur L’Ameloration des Ports Établis sur les Cotes Basses et Sablonneuses,
Lisboa, Société Typographique Franco-Portugaise, 1888
 Relatório Sobre a Pesca Marítima nas Águas de Peniche, Berlengas e Farilhões,
Lisboa, Imprensa Nacional, 1889
 Tomo I Roteiro Marítimo da Costa Occidental e Meridional de Portugal, Lisboa,
Imprensa Nacional, 1889
 Projecto de Navegação Interior em Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1890
 Estado Actual das Pescas em Portugal Compreendendo a Pesca Marítima,
Fluvial e Lacustre em Todo o Continente do Reino, Referido ao Ano de 1886,
Lisboa, Imprensa Nacional, 1891
 Catalogo da Secção Maritima Portugueza na Exposição de Madrid em 1892,
Lisboa, Academia das Sciencias de Lisboa, 1892
 O Descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral: Memória Typographica da
Academia Real das Sciencias, Lisboa, 1892
 Notícia Sobre a Nao S. Gabriel em que Vasco da Gama Foi pela Primeira Vez à
Índia, Lisboa, Typographia da Academia Real das Sciencias, 1892
 Estudo Historico Hydrographico Sobre a Barra e o Porto de Lisboa, Lisboa,
Imprensa Nacional, 1893
 “A Educação Physica do Homem do Mar”, Anais do Clube Militar Naval, nº 23,
Lisboa, 1893, pp. 37-38

73
 “A Entrega do Commando”, Anais do Clube Militar Naval, nº 23, Lisboa, 1893,
pp. 195-196
 “As Publicações na Marinha”, Anais do Clube Militar Naval, nº 23, Lisboa, 1893,
pp. 69-70
 Restauração do Poder Marítimo de Portugal, Lisboa, António Maria Pereira Ed.,
1894
 “A Muleta de Pesca”, Arte Portugueza, Ano I, nº 5, s.l., Maio de 1895
 “A Pesca do Atum”, Revista Portugueza Colonial e Marítima, s.l., 1º e 2º
semestres 1897-1898, pp. 318-325/401-409/594-604
 “Estação Aquícola do Ave”, O Século, Lisboa, 10 de Junho de 1898, p. 1
 Notice sur le Vaisseau S. Gabriel : Monté par Vasco da Gama Lors de son
Voyage aux Indes, Paris-Lisboa, Aillaud & Cie., 1900
 Le Probleme de la Vie, Lisboa, Imprensa Libanio da Silva, 1911
 O Engrandecimento da Região Central de Portugal: Representação Dirigida ao
Congresso Nacional da República Portugueza Sobre o Engrandecimento da
Beira e a Construção do Porto Oceanico-Commercial do Cabo Mondego, Lisboa,
Centro Typographico Colonial, 1913
 Projecto de Lei Sobre o Porto Oceânico do Cabo Mondego. Canal Marítimo de
Aveiro. Coimbra e Leiria, Portos de Mar. Ligação do Mondego com a Ria
d’Aveiro e o Liz. Canal Marítimo do Mondego. Melhoramentos da Figueira da
Foz, Fomento Nacional, Lisboa, Centro Typographico Colonial, 1913
 “O Porto do Cabo Mondego, os Entrepostos de Aveiro, Coimbra e Leiria e os
Melhoramentos da Figueira da Foz”, A Voz da Justiça, Figueira da Foz, 21 de
Outubro de 1913 a 16 de Junho de 1914

Fontes/Estudos59

 ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA, Processo individual do CMG António Artur


Baldaque da Silva, caixas 776 e 1421
 ID., Livros-Mestres: B/85, C/53, D/94, H/53 e Reformados 2/45
 RIBEIRO, António Silva (coord.) e outros, “António Artur Baldaque da Silva
(1852-1915)”, A Marinha na Investigação do Mar 1800-1999, Lisboa, Instituto
Hidrográfico, 2002, p. 186

59
Não pretendendo citar-nos a nós próprios, recomendamos, aos mais curiosos, a consulta do nosso
trabalho Baldaque da Silva: um Olhar Completo, C. M. Figueira da Foz, Cadernos Municipais (38), 2003.

74
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Henrique Lopes de Mendonça (1856-1931)

Henrique Lopes de Mendonça nasceu em Lisboa, a 12 de Fevereiro de 1856.


Inspirado pelos escritos de seu tio António Pedro Lopes de Mendonça, precocemente
desaparecido, desde muito cedo começou a manifestar um intenso pendor para a
literatura.
Aspirante de Marinha em 1871, percorreu, durante dez anos, os portos da
Europa e de África, enquanto efectuava as primeiras incursões literárias nos jornais de
Angola e da Metrópole.
Aventurando-se pelo género dramático, conheceu o seu primeiro grande êxito
em 1884, com a peça A Noiva. Pouco tempo depois, a sua colaboração literária era
solicitada pelos jornais Diário Popular e Correio da Noite.
Em 1886, consegue novo e estrondoso sucesso com o drama O Duque de
Viseu, muito aplaudido em Portugal e no Brasil, que levou o rei D. Luís a conferir-lhe
pessoalmente o grau de Cavaleiro da ordem de Santiago. Este trabalho valeu-lhe
igualmente o prémio da Academia das Ciências.
E a sua produção teatral prossegue, inspirada, em grande parte, pela História
de Portugal, sendo exemplos ilustrativos A Morta (1890), que recria o assassínio de
Inês de Castro, e Afonso de Albuquerque (1897), evocando aquela personagem
histórica. Pela primeira recebeu o Prémio D. Luís, enquanto a segunda lhe valia a
comenda de Santiago, entregue pelo rei D. Carlos.
As distinções régias não atenuavam, porém, os seus fortes sentimentos
republicanos, que antes o haviam levado a candidatar-se pelo Partido Republicano ao

75
município de Luanda e a escrever os versos do hino A Portuguesa, associados à música
de Alfredo Keil e levados à cena em 1891, composição que a República viria a
consagrar como Hino Nacional. A sua veia poética veria, aliás, a luz do dia em diversas
ocasiões, dispersa por jornais e revistas ao longo de cerca de cinquenta anos.
Entretanto, a paixão pela História ia-se manifestando em conferências,
discursos comemorativos, artigos e memórias académicas que muito contribuíram para
o arranque e desenvolvimento da Arqueologia Naval no nosso país. Para as gerações
vindouras ficarão, com especial destaque, os Estudos Sobre Navios Portugueses dos
Séculos XV e XVI (1892). Pelos seus reconhecidos méritos como estudioso da História
será convidado, em 1901, para ser professor daquela disciplina na Escola de Belas
Artes. Também o seu talento de pedagogo se manifesta neste âmbito, ao publicar, em
1904, História de Portugal Contada aos Pequenos Portugueses.
Desde sempre seduzido pela novela histórica e profundamente marcado pelas
leituras da obra de Herculano, lança-se também naquele género literário, publicando,
em 1894, o romance Os Órfãos de Calecute, à qual se seguiram vários contos e
folhetins, publicados em diversos periódicos e mais tarde reunidos em oito volumes
com o título genérico Cenas da Vida Heróica.
A sua faceta de dramaturgo ganha uma nova dimensão em 1905, com as peças
Nó Cego e O Azebre, de carácter naturalista, consideradas as melhores da sua autoria.
Sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa desde 1900, exerce a
presidência daquela instituição em 1915. Em 1923 é eleito para a Academia Brasileira
de Letras, em substituição de Guerra Junqueiro. Nesse mesmo ano, sob proposta de
Júlio Dantas, recebe a grã-cruz da ordem de Santiago. Outras distinções incluem o
título de sócio do Instituto de Coimbra, vogal do Conselho de Arte Dramática, membro
honorário do PEN Club de Londres e membro das comissões oficiais dos centenários de
Colombo e de Vasco da Gama.
Lopes de Mendonça reformou-se da Marinha, como Capitão-de-Mar-e-Guerra, a
25 de Maio de 1912. A sua intensa produção literária estava, no entanto, longe de
esmorecer.
Faleceu em Lisboa a 24 de Agosto de 1931.

Bibliografia

 A Noiva, Lisboa, Livraria Portuguesa e Francesa, 1884


 O Duque de Vizeu, Lisboa, s.n., 1886

76
 "Estudos sobre caravelas", Anais do Clube Militar Naval, vol. 20, 1890, pp. 84-
90, 137-141, 339-346, 377-383
 A Morta, Lisboa, s.n., 1891
 As Cores da Bandeira [A Portugueza], Lisboa, s.n., 1891
 Estudos Sobre Navios Portugueses dos Séculos XV e XVI, Lisboa, Typographia
da Academia Real das Sciencias, 1892
 "Uma questão de Arqueologia", Anais do Clube Militar Naval, vol. 23, 1893, pp.
39-46
 Os Órphãos de Calecut, Lisboa, Lello e Azevedo, 1894
 Carácter e Influência da Obra do Infante D. Henrique, Lisboa, Imprensa
Nacional, 1894
 Paraízo Conquistado: Phantasia Dramática, Lisboa, Revista Theatral, 1895
 Apontamentos Sobre o Piloto Pero d’Alenquer, separata dos Anais do Clube
Militar Naval, nº 26, Lisboa, 1896
 Afonso de Albuquerque, Lisboa, Companhia Nacional Editora, 1898
 O Padre Fernando Oliveira e a Sua Obra Nautica. Memoria, Comprehendendo
um Estudo Biographico Sobre o Afamado Grammatico e Nautographo, e a
Primeira Reproducção Typographica do seu Tratado Inedito Livro da Fabrica
das Naus, Lisboa, Typographia da Academia Real das Sciencias, 1898
 Bartholomeu Dias e a Rota da Índia, Lisboa, Typ. Mattos Moreira & Pinheiro,
1898
 O Salto Mortal, Amor Louco: Theatro Pitoresco, Lisboa, Companhia Nacional
Editora, 1900
 História de Portugal Contada aos Pequenos Portugueses, Lisboa, Ferreira e
Oliveira, 1904
 Nó-Cego, Lisboa, Ferreira e Oliveira, 1905
 A Funda de David: aos Heroes da Campanha do Cuamato, Lisboa, Clube Militar
Naval, 1907
 O Azebre, Porto, s.n., 1909
 A Herança: Episódio Dramático em Verso, Lisboa, J. Rodrigues e Cª, 1913
 Sol Novo, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1915
 Saudade: um Acto em Verso, Lisboa, Aillaud e Bertrand, 1916
 Sempre Português: Contos de Outro Tempo, Lisboa, Portugal-Brasil, 1920
 A Inspiração de Fernão de Magalhães, separata de O Instituto, Coimbra, Imp.
Universidade, 1921

77
 Gente Namorada, Lisboa, Portugal-Brasil, 1921
 Lanças n’Africa, Lisboa, Portugal-Brasil, 192?
 Arqueiros e Cavaleiros, Lisboa, Portugal-Brasil, 192?
 A Alma do trinca-Fortes, Lisboa, Portugal-Brasil, 192?
 Capa e Espada: Contos, Lisboa, Portugal-Brasil, 1922
 Santos de Casa, Lisboa, Portugal-Brasil, 1923
 Novas de Portugal Descobridor, Lisboa, Livraria Portugal-Brasil, 1923
 Júlio Dantas: Esboço do Perfil Literário, Lisboa, Companhia editora, 1923
 O Crime de Arronches, Lisboa, Portugal-Brasil, 1924
 Vasco da Gama, Lisboa, Imprensa Nacional, 1924
 “Uma armada portuguesa no século XVI”, Lusitânia, vol. III, 1925, pp. 141-151
 Navegações dos Portugueses, Lisboa, Imprensa Nacional, 1929
 Fumos da Índia, Lisboa, Portugal-Brasil, 19??
 Sangue Português: Contos de Outro Tempo, Lisboa, Portugal-Brasil, 19??

Fontes/Estudos

 AGUIAR, Mário José de, “Comandante Henrique Lopes de Mendonça: no


Cinquentenário da Sua Morte”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 111, Abril-
Julho de 1981, pp. 219-222
 CARTAXO, Alexandre Ribeiro, “Comandante Henrique Lopes de Mendonça
(1856-1931), Patrono do Curso de 1990”, Patronos dos Cursos Tradicionais da
Escola Naval 1936-2007, coord. Carlos Valentim, Almada, Escola Naval, Outubro
de 2007, pp. 371-377
 DANTAS, Júlio, CASTRO, Eugénio de, LEITÃO, Joaquim, Consagração
Académica de Henrique Lopes de Mendonça, Coimbra, Imp. Universidade, 1933
 PEREIRA, Jorge Ramos, Henrique Lopes de Mendonça, Investigador e
Historiógrafo de Alto Nível Intelectual que Muito Honrou o País e Dignificou a
Armada, comunicação apresentada ao Centro de Estudos de Marinha, 2 de
Maio de 1973
 REBELO, Luís Francisco, Evocação de Henrique Lopes de Mendonça no
Cinquentenário da sua Morte, separata das Memórias da Academia de Ciências
de Lisboa, Classe de Letras, vol. 22, 1981
 REIS, A. Estácio dos, “O Comandante Henrique Lopes de Mendonça”, Revista
da Armada, nº 153, Junho de 1984, pp. 6-7

78
 SAMPAIO, Albino Forjaz de (dir.), Henrique Lopes de Mendonça: a Sua Vida e a
Sua Obra, Lisboa, Empresa do Diário de Notícias, 1926

79
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Henrique Quirino da Fonseca (1868-1939)

Henrique Quirino da Fonseca nasceu em Santa Luzia, no Funchal, a 20 de


Março de 1863. Tendo frequentado a Escola Naval entre 1888 e 1892, veria grande
parte da sua carreira militar subsequente desenrolar-se nos territórios ultramarinos
africanos.
Em 1897 assumiu as funções de ajudante de campo do Governador-Geral de
Angola, acumulando com o cargo de secretário do governo do Congo.
Em 1916, sendo imediato do cruzador “Adamastor”, foi nomeado comandante
da esquadrilha de operações no Rovuma, tendo a sua acção merecido a atribuição da
Cruz de Guerra. Voltaria a Moçambique, como Segundo Comandante do Batalhão de
Marinha, entre 1918 e 1919. Desta sua experiência deixou memória escrita no artigo
“A Campanha Contra os Alemães na África Oriental”, publicado em 1918 nos Anais do
Clube Militar Naval.
Exerceu o comando das canhoneiras “Limpopo” e “Cacongo”, do navio-depósito
“Bartolomeu Dias” e do cruzador “República”, assim como do Batalhão de Marinha. Em
terra, chefiou as secretarias da Intendência do Arsenal de Marinha e da
Superintendência dos serviços da Armada.
Prestou serviço público como vogal do pelouro de Engenharia da Câmara
Municipal de Lisboa, tendo contribuído decisivamente para vários melhoramentos na
cidade, como o prolongamento da Avenida Almirante Reis, o embelezamento do
Parque Eduardo VII, o traçado da linha eléctrica entre Sete-Rios e Carnide e a
construção dos miradouros do Monte e de Santa Luzia. Desempenhou, ainda, as
funções de Director da Biblioteca e do Museu da Marinha (1936-1939).
A sua faceta mais conhecida é, no entanto, a de historiador, tendo deixado
obras que ainda hoje são referência no domínio da Arqueologia Naval, como é o caso

80
de Os Portugueses no Mar (1926) e A Caravela Portuguesa (1934). Na ocasião, ficou
celebre a polémica que teve com Gago Coutinho a respeito de determinadas
particularidades no aparelho e na manobra das caravelas. Embora as suas ideias
tenham sido muito contestadas, nunca foram postos em causa a qualidade e o valor
dos seus estudos.
Paralelamente, cultivou a literatura naval de ficção e a narrativa histórica.
Possuía os graus de Grande Oficial das ordens de Avis e Santiago e de Cavaleiro
da Ordem de Cristo, sendo ainda condecorado com a medalha de prata de Serviços
Distintos, a medalha de ouro das campanhas de 1919 e a Medalha da Vitória.
Foi sócio da Academia das Ciências, da Academia Nacional de História, da
Associação de Arqueólogos Portugueses e da Sociedade de Geografia, sendo membro
de várias outras instituições científicas e literárias.
Faleceu em Lisboa, a 6 de Dezembro de 1939.

Bibliografia

 Céu e Mar: Contos Marítimos, [s.l., s.n.], 1902


 “Ásia de Diogo Couto: Década X”, Boletim da Liga Naval Portuguesa, v. 3, nº 3,
Lisboa, Março de 1904, pp. 65-73
 “Glórias e Tradições Marítimas de Portugal: dos Almirantes de Portugal até ao
Presente e Senhores de Odemira”, Boletim da Liga Naval Portuguesa, v. 2, nº
4, Lisboa. - v. 2, nº 4, Abril de 1905, pp. 57-60
 A Obra Colonial de Afonso de Albuquerque, Lisboa, Typ. da Coop. Militar, 1910
 Memórias da Arqueologia Marítima Portuguesa, Lisboa, Tip. J. F. Pinheiro, 1915
 Memorial dos Adjectivos da Língua Portuguesa: Agrupados por Analogias com
Índice Remissivo e um Proémio Sobre o Valor da Adjectivação na Arte da Prosa,
Lisboa, [s.n.], 1916
 “A Campanha Contra os Alemães na África Oriental”, Anais do Clube Militar
Naval, nº 49, 1918
 A Arquitectura Naval na Época de Fernão de Magalhães, Lisboa, s.n., Empresa
Nacional de Indústrias Gráficas, Ldª, 1921
 Os Portugueses no Mar: Memórias Históricas e Arqueológicas das Naus de
Portugal, Lisboa, Ministério da Marinha, 1926

81
 “A Arte de Navegar: Cartografia e Cartógrafos Portugueses: os Navios das
Descobertas e Conquistas”, separata de Memórias e Conferências sobre História
e Arqueologia, Lisboa, 1931, pp.331-363
 O Brazão da Cidade de Lisboa: Conferência, sep. do Boletim da Associação dos
Arqueólogos Portugueses , Lisboa, 19??
 Os Navios do Infante, Lisboa, Academia das Ciências, 1933
 “O Problema das Características dos Galeões Portugueses”, Arquivo Histórico da
Marinha, v. 1, nº 1, Lisboa, 1933, pp. 77-91
 A Caravela Portuguesa e a Prioridade Técnica das Navegações Henriquinas, 2
vols., Coimbra, Imprensa da Universidade, 1934
 “A Ribeira das Naus”, Anais das Bibliotecas, Arquivos e Museus Municipais,
nº12, Lisboa, Abril-Junho de 1934, pp.21-30
 Luís de Camões, o Trinca-Fortes: Novela Heróica, Vila-Nova de Famalicão,
Minerva, 1934
 Viagens Maravilhosas: Episódios da História de Portugal, Vila Nova de
Famalicão, Typ. Minerva, 1935
 “João Baptista, Pioneiro da Dupla Travessia de África em Princípios do Século
XIX”, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, A. 53, nº 3-4, Lisboa, 1935,
pp. 141-157
 “Contribuição Portuguesa para os Conhecimentos Geográficos”, Boletim da
Agência Geral das Colónias, v. 12, nº 131, Lisboa, Maio de 1936, pp. 98-123
 Um Drama no Sertão: Tentativa da Travessia de África em 1878, Famalicão,
s.n., 1936
 A Participação dos Portugueses Godinho de Heredia e Pedro Queirós no
Descobrimento da Austrália, sep. Memórias, classe de letras, t. 2, Lisboa,
Academia das Ciências de Lisboa, 1937
 Diários de Navegação da Carreira da Índia nos Anos de 1595, 1596, 1597, 1600
e 1603 (dir.), Lisboa, Academia das Ciências, 1938
 O Conhecimento das Línguas Africanas e Orientais, Auxiliando a Expansão do
Império Português, sep. Memorias da Academia das Ciências de Lisboa, Classe
de Letras, t.3, Lisboa, 1938
 “A Marinha Portuguesa Sob a Gerência de Martinho de Melo e Castro”, Revista
de Marinha, vol. 2, nº 19, Lisboa, 1938, pp. 13-22

82
Fontes/Estudos

 COSTA, Abel Fontoura da, Elogio do Comandante Quirino da Fonseca, Lisboa,


Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, sr. 58, nº 1-2, Janeiro-Fevereiro
de 1940, pp. 94-96
 “HENRIQUE QUIRINO DA FONSECA (1868-1939)”, in Quirino da Fonseca, A
Caravela Portuguesa e a Prioridade Técnica das Navegações Henriquinas, vol. I
- introdução, Lisboa, Ministério da Marinha, 1978
 OLIVEIRA, Manuel Alves de [1902]; RÊGO, Manuela [1952], O Grande Livro dos
Portugueses: 4000 Personalidades em Texto e Imagem / texto Manuel Alves de
Oliveira, pesq. iconográfica Manuela Rego, Lisboa, Círculo de Leitores, D.L.,
1990, p. 225 (Henrique Quirino da FONSECA)
 SÉRGIO, António (coord.), Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Lisboa-
Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d., vol. 11, p. 761 (FONSECA, Henrique
Quirino da)

83
(Retrato da autoria de R. G. Mignot, 1922)

Carlos Viegas Gago Coutinho (1869-1959)

Carlos Viegas Gago Coutinho nasceu em Lisboa, a 17 de Fevereiro de 1869.


Frequentou a Escola Politécnica em 1885-86, completando o curso da Escola Naval nos
dois anos seguintes.
Seguiu-se o embarque em vários navios, nomeadamente nas corvetas “Afonso
de Albuquerque”, “Duque da Terceira”, “Rainha de Portugal” e “Mindelo”, couraçado
“Vasco da Gama”, canhoneiras “Liberal”, “Zambeze”, “Limpopo” e “Douro” e nos
transportes “Pedro de Alenquer” e “Índia”. Nesse período, em que Cruzou o Atlântico
Sul em veleiros e navios mistos, adquiriu uma grande experiência na manobra de
navios à vela e um profundo conhecimento dos ventos e das correntes daquela área
oceânica.
Comandou as canhoneiras “Sado” e “Pátria” e a lancha-canhoneira “Lage”,
tendo, na segunda participado na campanha de Timor, entre Abril e Junho de 1912.
Entre 1898 e 1918 trabalhou como geógrafo de campo em missões geodésicas
e de delimitação de fronteiras nas províncias de Timor, Moçambique, Índia e S. Tomé,
sendo, em 1918, nomeado vogal da Comissão de Cartografia, que viria a presidir sete
anos mais tarde.
A partir de 1917, a sua curiosidade científica leva-o a interessar-se pela
Aviação. Procura, então, adaptar à navegação aérea os instrumentos e as técnicas da
navegação marítima, tendo em 1919 concebido um sextante adaptado (com horizonte

84
artificial) que foi baptizado com o seu nome. Ensaia-o em 1921, no voo entre Lisboa e
a Madeira, na companhia de Sacadura Cabral e Ortins de Bettencourt.
Entre 30 de Março e 17 de Junho de 1922, juntamente com Sacadura Cabral,
leva a cabo a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, entre Lisboa e o Rio de Janeiro,
que foi também a primeira navegação aérea efectuada com rigor científico. O feito
vale-lhe a atribuição da Grã-Cruz da Ordem da Torre e Espada e a Grã-Cruz da Ordem
de Santiago da Espada. A França agracia-o com a comenda da legião de Honra, o
Brasil atribui-lhe a Grã-Cruz da Ordem do Cruzeiro do Sul e a Espanha condecora-o
com as medalhas de Mérito Naval e Mérito Militar. É também condecorado pela Bélgica
e pela Itália.
Em 1926 é nomeado director honorário da Aeronáutica Naval Portuguesa,
ganhando o direito de usar o distintivo de piloto aviador encimado por duas palmas.
Em 1928 foi nomeado pelo Ministério da Guerra para presidir à comissão de
reorganização dos serviços geográficos, cadastrais e cartográficos. Ainda nesse ano foi
encarregue de proceder a estudos cartográficos em França e na Itália, sendo, logo
depois, enviado ao Brasil para inventariar os documentos cartográficos com interesse
para a História de Portugal.
Em 1930 integra a comissão instaladora do Museu de Marinha e no ano
seguinte é nomeado para a comissão encarregada de organizar as comemorações
centenárias de Nuno Álvares Pereira.
Em 1933 regressa a Moçambique para trabalhos geográficos, passando à
Reserva, como Vice-Almirante, no ano seguinte.
Em 1936 é nomeado para a Comissão Orientadora da Exposição Histórica da
Ocupação e do primeiro Congresso da Expansão Portuguesa no Mundo.
A sua experiência como navegador serviu-lhe para compilar um valioso
conjunto de trabalhos sobre a náutica do tempo dos Descobrimentos, do qual se
salienta o estudo das rotas de Vasco da Gama e de Pedro Álvares Cabral. Tendo,
essencialmente, publicado artigos dispersos, A Náutica dos Descobrimentos, obra em
dois volumes publicada em 1951, que compila um significativo núcleo dos seus estudos
sobre o tema, é o seu grande contributo para a história da Náutica. Colaborou em
várias revistas, como os Anais do Clube Militar Naval, Boletim da Sociedade de
Geografia, Seara Nova e em vários jornais portugueses e brasileiros, tendo também
efectuado várias conferências em Portugal e no Brasil.
Foi sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa (desde 1928), vogal da
Academia de Ciências de Portugal, sócio da Academia Portuguesa de História, sócio do

85
Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, sócio honorário da Sociedade de
Geografia de Lisboa e sócio da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. Além das
distinções atrás enunciadas era também condecorado com a Ordem do Império
Colonial, a Grã-Cruz da Ordem de Avis e a medalha comemorativa das campanhas do
Exército português.
Reformado em 1944, foi promovido por distinção ao posto de Almirante em
1958.
Faleceu em Lisboa um dia depois de completar noventa anos.

Bibliografia

 Navegação Moderna: a Propósito dos Naufragios do "Lisboa" e "Lusitania",


Lisboa, Typ. de J. F. Pinheiro, 1911
 Algumas Determinações de Longitude Feitas Ultimamente em África, pela
Missão da Fronteira do Barotze: Tanto por Meio da Lua Como por Meio do Cabo
Submarino, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1915
 Impressões das Duas Viagens Através d'África entre Angola e Moçambique,
Lisboa, Tip. Universal, 1915
 Tentativa de Interpretação Simples da "Teoria da Relatividade Restrita",
Coimbra, Imp. da Universidade, 1926
 O Roteiro da Viagem de Vasco da Gama e a sua Versão nos "Lusíadas", Lisboa,
Portugália, 1930
 Desdobramento da Derrota de Vasco da Gama nos "Lusíadas", Coimbra,
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra Editora, 1931
 Possibilidade da Rota Única de Vasco da Gama em "Os Lusíadas":
Impossibilidade de Vasco da Gama ter, de Cabo Verde, Navegado Sempre para
Sul, Coimbra, Coimbra Ed., 1931
 Alguns Erros em que se Apoiou o Desdobramento da Rota de Vasco da Gama
em “Os Lusíadas", Coimbra, sep. da Biblos, IX, 5 a 8, 1933
 Gaspar Corte Real, comunicação lida na sessão comemorativa dos Côrte-Reais
em 2 de Julho de 1933, na Sociedade de Geografia de Lisboa, sep. do Boletim
da Sociedade de Geografia de Lisboa, nº 11, 1933
 Pela Segunda Vez, Possibilidade de Ler em os "Lusíadas", uma Rota Única de
Vasco da Gama, sep. Biblos, Coimbra, Coimbra Ed., 1933

86
 Continuação dos erros em que se apoiou o desdobramento da rota de Vasco da
Gama em "Os Lusíadas", separata da Biblos Coimbra, Coimbra Editora, 1934
 Passagem do Cabo Bojador, Lisboa, Soc. de Geografia, 1935
 Influencia que as Primitivas Viagens Portuguesas à América do Norte tiveram
sobre o descobrimento das "Terras de Santa Cruz", Lisboa, Imp. Soc. Ind.
Tipográfica, 1937
 Mecânica Clássica e Mecânica Relativista, Lisboa, Seara Nova, 1937
 Portugueses no Descobrimento da Austrália, conferência lida na noite de 4 de
Fevereiro. - sep. do Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, nº 1 e 2,
Lisboa, 1939
 Panorama Marítimo das Obras de Gil Vicente, Lisboa, Academia das Ciências
(separata), 1938
 As Obras de Henry Harrise sobre os Descobrimentos, ed. lit., sep. de Memórias,
Classe de Ciências, Lisboa, Academia das Ciências de Lisboa, 1939
 A Descoberta do Brasil em 1500, Lisboa, Soc. Ind. de Tipografia, 1940
 Onde Teria Invernado Gomes de Sequeira em 1525?, separata do Boletim da
Sociedade de Geografia de Lisboa, ser. 58, nº 1-2, Lisboa, 1940
 A Minha Viagem na Barca "Foz do Douro" do Brasil a Portugal e Algumas
Reflexões Náuticas, Lisboa, Inst. Marítimo-Colonial, 1945
 Dia da Raça: Palestras, Rio de Janeiro, s.n. 1945
 Bartolomeu Dias: Sua Viagem, Lisboa, sep. dos Anais do Club Militar Naval,
1946
 Pombo ao Mar!: Fragmento de Memórias Marítimas, sep. Anais do Clube Militar
Naval, Lisboa, 1947
 Américo Vespúcio: as Ideias Modernas do Prof. Frederick Pohl, Lisboa,
Sociedade Astória, 1948
 Como Nasceu o Aeroplano, Lisboa, Soc. Astória, 1948
 De Como o Plano Português da Índia Levou ao Descobrimento da América:
memória apresentada ao Congresso Internacional de Geografia de Lisboa,
1949, Lisboa, Astória, 1949
 Cartas de Navegar Rectangulares, Lisboa, sep. Anais do Clube Militar Naval,
1949
 Travessia Atlântica do Navio-Volante: Memórias Pessoais, sep. Anais do Clube
Militar Naval, Lisboa, 1949

87
 Nuno Tristão e o Mar de Sargaço, Bissau, sep. do Boletim Cultural da Guiné
Portuguesa, nº 13, 1949
 Ainda Gaspar Corte-Real: Contribuição da Sociedade de Geografia de Lisboa
para o «Coloquium» Internacional de Estudos Luso-Brasileiros, sep. Boletim da
Soc. de Geografia de Lisboa, 68, série, n. 5 e 6, Lisboa, 1950
 Rota Atlântica da Nau "Gryfo" em 1538, sep. dos Anais do Clube Militar Naval,
Lisboa, 1950
 Passagem de Sudoeste, sep. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 9 e
10, Lisboa, 1951
 A Náutica dos Descobrimentos: os Descobrimentos Marítimos Vistos por um
Navegador: colectânea de artigos, conferências e trabalhos inéditos do
Almirante Gago Coutinho, org. e pref. pelo Comandante Moura Braz, [ed. lit.],
Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1951-1952
 Contribuição Sobre os Descobrimentos Marítimos, Lisboa, Academia das
Ciências, 1952
 “Astrolábio e Latitudes”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, 1953, pp. 311-
342
 Bartolomeu Dias, Congresso Comemorativo do 4º Centenário da Cidade de São
Paulo, Lisboa, Sociedade de Geografia, 1953
 O Segredo de Colombo: Apontamentos para Filme Cultural, sep. dos Anais do
Clube Militar Naval, Lisboa, 1954
 O Acaso de Cabral: Reflexões Técnicas, Lisboa, separata do Boletim da
Sociedade de Geografia de Lisboa, série 74, 10-12, 1956
 O Achamento dos Açores, Lisboa, separata do Boletim da Sociedade de
Geografia de Lisboa, 1956
 Astronomia Marítima, Lisboa, sep. do Boletim da Sociedade de Geografia de
Lisboa, Julho-Setembro de 1956
 Prática da Relatividade, Rio de Janeiro, Livros de Portugal, 1956
 Descobrimento das Américas, Lisboa, sep. Anais do Clube Militar Naval, 1958
 Les Caravelles du Christ, Lisboa, Soc. Geografia Lisboa, 1958

88
Fontes/Estudos

 BOLÉO, José de Oliveira, Gago Coutinho e Sacadura Cabral, Lisboa, Sociedade


de Geografia, 1972
 CORREIA, Pinheiro, Gago Coutinho, Precursor da Navegação Aérea, Lisboa,
edição de autor, 1965
 LEITÃO, António Egídio de Sousa, “Apresentação e Carreiras Navais de Gago
Coutinho e Sacadura Cabral”, Comemorações dos 75 Anos da Primeira
Travessia Aérea Lisboa-Rio de Janeiro por Gago Coutinho e Sacadura Cabral,
Lisboa, Academia de Marinha, 1997
 LEMOS; Carlos M. Oliveira e, O Almirante Gago Coutinho, Lisboa, Instituto
Hidrográfico, 2000.
 MARINHO, J. Teixeira, O Almirante Gago Coutinho, Lisboa, Agência Geral das
Colónias, 1943
 MENDES, H. Gabriel, O Geógrafo Gago Coutinho. A Homenagem que Ainda Não
Teve a Sua Mensagem Cartográfica, separata do Boletim do S.C.E., nº 42. Vol.
VIII, 1973
 MOTA, Avelino Teixeira da (org.), Obras Completas de Gago Coutinho. Obras
Técnicas, Científicas e Históricas (1893-1915), vols. I (1893-1915) e II (1917-
1921), Lisboa, Junta de Investigações Científicas do Ultramar, 1972-75
 PEREIRA, Jorge M. Ramos, Gago Coutinho, Geógrafo, Lisboa, Ministério da
Educação Nacional, 1973
 PINTO, Rui Manuel Costa, Gago Coutinho - O Último Grande Aventureiro
Português, Eranos, 2014
 REIS, Manuel dos, CORTESÃO, Armando, Gago Coutinho Geógrafo, sep. de
Memórias da Academia das Ciências de Lisboa, Tomo XIII, Coimbra, Junta de
Investigações do Ultramar, 1969.

89
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Abel Fontoura da Costa (1869-1940)

Abel Fontoura da Costa nasceu em Alpiarça, a 9 de Dezembro de 1869.


Entrou na Escola Naval em 1887. Ainda como aspirante, publica nos Anais do
Clube Militar Naval o artigo “Aplicação das Tábuas de Estrada e Logaritmos de
Subtracção ao Método de St. Hilaire”.
É promovido a Guarda-Marinha em 1890 e a Segundo-Tenente em 1892.
Enviado para África, numa altura em que Portugal se empenha na delimitação e
cadastro territorial das suas possessões ultramarinas, efectua o levantamento do plano
hidrográfico da baía do Lobito. Depois disso, presta serviço, em Moçambique, a bordo
da canhoneira “Quanza.
Entre 1894 e 1896 permanece em Lisboa, prestando serviço no Corpo de
Marinheiros e, já no posto de Primeiro-Tenente, como oficial às ordens do Vice-
Presidente do Conselho do Almirantado
Nos quatro anos seguintes serve a bordo do transporte “África”, período em
que visita Macau.
Exerce o seu primeiro comando entre 1898 e 1899 na canhoneira “Mandovi”,
destacada em Cabo Verde. Durante esta comissão redige uma série de artigos para os
Anais, posteriormente reunidos em separata sob o título “Fundeadouros da Canhoneira
Mandovy nos Principaes Portos de Cabo Verde”.
No início do século XX encontramo-lo como instrutor na Escola Prática de
Artilharia Naval. Em 1901 faz parte da Comissão de Delimitação entre o Enclave de
Cabinda e o Congo Francês.

90
Em Novembro desse ano é nomeado professor da Escola Naval, nas cadeiras de
Arquitectura Naval e Navegação. É o início de um período de cerca de 30 anos
dedicados, em grande parte, ao ensino.
Por essa altura, redige vários trabalhos na área da Navegação, dos quais se
destaca a elaboração, em parceria com Azevedo Coutinho, das “Tábuas Náuticas”, que
serão utilizadas pela Marinha durante cerca de meio século
Em Abril de 1907 é nomeado reitor do Liceu Central de Lisboa, cargo que
desempenha até ao ano da proclamação da República
Promovido a Capitão-Tenente em 1909, é nomeado membro da comissão
encarregada de elaborar um programa de educação básica escolar
Em Setembro de 1910 é eleito presidente da Associação de Futebol de Lisboa, o
que denota um carácter manifestamente multifacetado.
Em Julho de 1911 inicia funções como encarregado da Biblioteca da Marinha,
onde descobre ou, pelo menos, desenvolve uma nova componente dos seus estudos: a
História Marítima.
É promovido a Capitão-de-Fragata em Agosto de 1915, ano em que é nomeado
Governador de Cabo verde. Durante dois anos, estuda a fundo as questões agrícolas
cabo-verdianas (apoiado na sua experiência de administrador de uma propriedade
agrícola em Timor nos dois anos anteriores) e empenha-se no fomento do ensino
naquele arquipélago, contribuindo para erradicar o analfabetismo e conseguindo taxas
de escolarização muito superiores às da Metrópole
Capitão-de-Mar-e-Guerra desde 1919, é chamado ao Governo em 1923,
assumindo, sucessivamente, os cargos de Ministro da Agricultura (de Janeiro a
Setembro) e de Ministro da Marinha (até Novembro).
Regressa ao ensino no ano seguinte, como professor da Escola Náutica na
cadeira de Pilotagem.
Na sequência dos seus estudos náuticos é convidado, no início dos anos 30,
para fazer parte da comissão nacional encarregada de estudar a reforma do
calendário.
Em 1932 passa à Reserva por limite de idade, mas a sua actividade não
diminui, dedicando-se, então, ao estudo da náutica portuguesa da época dos
Descobrimentos. Publica, sobre o tema, obras de fundo, das quais se destaca A
Marinharia dos Descobrimentos, publicado em 1933. Outro importante trabalho que
desenvolve é a publicação de textos náuticos inéditos, como os Livros de Marinharia do

91
século XVI e a compilação das obras completas de Pedro Nunes, das quais dá à
estampa os quatro primeiros volumes.
Em 1934 participa no III Congresso Internacional da História da Ciência. Dois
anos mais tarde, a Academia Francesa de Marinha elege-o, por unanimidade, como
membro.
Dedica-se, entretanto, a actividades de outro âmbito. Muito interessado por
assuntos da Natureza, aventura-se por terrenos da Ornitologia, publicando, em 1935,
O Canário Encarnado, onde mostra, uma vez mais, a sua polivalência e a capacidade
de estudar com minúcia qualquer tema da sua esfera de interesses.
Prosseguindo a sua actividade como professor da Escola Náutica, é nomeado,
em 1936, Director daquela instituição, cargo que exercerá até 1939. Ainda naquele ano
é escolhido como membro da comissão organizadora do Museu Naval Português
Em 1938 participa no III Congresso de História da Expansão Portuguesa no
Mundo e no Congresso Internacional de Geografia, em Amsterdão. As suas
deslocações ao exterior tornam-se mais frequentes quando é encarregado pela
Comissão Executiva dos Centenários de obter cópias das principais cartas portuguesas
do século XVI, obra mais tarde prosseguida pelo Almirante Teixeira da Mota
Faleceu em Lisboa, a 7 de Dezembro de 1940.

Bibliografia

 “Aplicação das Tábuas de Estrada e Logaritmos de Subtracção ao método de S.


Hilaire”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 19, Lisboa, 1889, pp. 405-407
 “Latitude por Circum-meridianas”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 22,
Lisboa, 1892, pp. 273-276
 “Observações ao Pôr Aparente do Sol”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 22,
Lisboa, 1892, pp. 225-237
 “Tábuas de Johnson para Circum-meridianas”, Anais do Clube Militar Naval,
tomo 22, Lisboa, 1892, pp. 238-239
 Tábuas para o Ponto no Mar, Lisboa, Imp. Nacional, 1898
 “Nomeações para Serviço de Estação”, Anais do Clube Militar Naval, Lisboa,
tomo 30, 1900, pp. 221-231
 “Vencimentos dos Oficiais, Alunos e Praças da Armada e seus Descontos
Legais”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 30, Lisboa, 1900, pp. 621-644

92
 “Pinhas d’Anel de um Só Cordão”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 31,
Lisboa, 1901, pp. 109-139
 “A Ciência Náutica dos Pilotos Portugueses”, Anais do Clube Militar Naval, tomo
32, Lisboa, 1902, pp. 618-621
 “Instrução dos Artilheiros e Torpedeiros”, Anais do Clube Militar Naval, tomo
32, Lisboa, 1902, pp. 368-369
 “A Instrução Prática dos Aspirantes e Guardas-marinhas”, Anais do Clube Militar
Naval, tomo 32, Lisboa, 1902, pp. 671-678
 “Subsídios para um Roteiro das Costas Portuguesas - Fundeadouros da
Canhoneira «Mandovy» nos Principais Portos de Cabo Verde”, Anais do Clube
Militar Naval, tomo 32, Lisboa, 1902, pp. 83-98, pp. 344-351, pp. 414-420, pp.
690-701, pp.747-762
 “A Reforma da Escola Naval”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 33, Lisboa,
1903, pp. 41-44
 “Sobre a Marcha dos Cronómetros. Isotempos”, Anais do Clube Militar Naval,
tomo 33, Lisboa, 1903, pp. 569-576
 “Viagens nas Regiões Antárticas. O Encontro da Expedição de Nordenskiold
pelo Navio Argentino «Uruguay»“, Anais do Clube Militar Naval, tomo 33,
Lisboa, 1903, pp. 633-638
 “Sobre as Tábuas Náuticas de Martelli e Similares”, Anais do Clube Militar
Naval, tomo 33, Lisboa, 1903, pp. 650-655, 1904, pp. 143-153
 “Despesas no Arsenal da Marinha”, Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, tomo
34, 1904, pp. 41-44
 Arithmetica, Systhema Metrico e Geometria: 4ª Classe [do] Ensino Primário
Oficial, Lisboa, Typ. de Adolpho Mendonça, 1905
 Elementos de Matemática: em Harmonia com o Programma Oficial, Lisboa, J. A.
Rodrigues, 1905
 Sur les Deflecteurs, Lisbonne, Librairie Ferin, 1905
 “Sobre Defletores”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 36, Lisboa, 1906, pp. 59-
66, pp. 127-140, pp. 176-180
 Tábuas de Logarithmos 5 Decimais dos Números e das Funções
Trigonométricas: para Uso dos Lyceus, Institutos, Escolas Industriais e
Comerciais (c/ Azevedo Coutinho), Lisboa, Livraria Ferreira, 1907
 “Naufrágios na ilha da Boa Vista (Desde 1842 a 1916)”, Anais do Clube Militar
Naval, tomo 48, Lisboa, 1917, pp. 736-738

93
 Cronómetro [texto litografado]: 5ª cadeira [da] Escola Naval, 1918-1919,
Lisboa, [s.n.; s.d.]
 “Fórmulas do Triângulo de Posição”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 51,
Lisboa, 1920, 1922, pp. 35-39, pp. 273-279
 “Uma Recta de Altura Histórica”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 52, Lisboa,
1921, pp. 97-100
 Elementos de Navegação Astronómica Moderna, Lisboa, Tip. Cooperativa
Militar, 1921
 Dezasseis Meses em Timôr (1913-14), Lisboa, Tipografia da Cooperativa Militar,
1923
 Tábuas Náuticas (c/ Azevedo Coutinho), Lisboa, Typ. Cooperativa Militar, 1922
 “Observações Simultâneas de 3 ou 4 Astros”, Anais do Clube Militar Naval, vol.
53, Lisboa, 1924, pp. 242-245
 “Traçado das Curvas de Altura”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 57, Lisboa,
1926, pp. 184-201, pp. 292-316
 Navegação Radiogoniométrica: Curvas e Rectas do Azimute, Lisboa, Imprensa
da Armada, 1927
 “Hora do Relógio de Bordo (Hora Legal) ao Meio Dia Verdadeiro, Sendo o
Observador Móvel”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 60, Lisboa, 1929, pp. 3-
10
 “O Actual e o Futuro Ponto no Mar”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 61,
Lisboa, 1930, pp. 73-115
 Desvios da Agulha Magnética: 5ª cadeira [da] Escola Naval, Lisboa, Escola
Naval, 1930
 Moderna Navegação Astronómica [texto litografado]: 5ª cadeira [da] Escola
Naval, Lisboa, Escola Naval, 1930
 “A Evolução da Pilotagem em Portugal”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 62,
Lisboa, 1931, pp. 93-105
 “A Reforma do Calendário”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 62, Lisboa, 1931,
pp. 3-61
 “Atribulações dum Marinheiro em Terras de Além-mar, Cabinda-Timor-Cabo
Verde-S. Tomé”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 62, Lisboa, 1932, pp. 113-
140

94
 “Compensação Estável do Desvio Quadrantal das Agulhas Líquidas de Forte
Momento Magnético”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 62, Lisboa, 1932, pp. 3-
16
 Este Liuro he de Rotear, Lisboa, Imprensa da Armada, 1933
 Bibliografia dos Roteiros Portugueses até ao Ano de 1700, Lisboa, Arquivo
Histórico da Marinha, 1933
 A Marinharia dos descobrimentos (contém Bibliografia náutica portuguesa até
1700), Lisboa, Imprensa da Armada, 1933
 Via do Infante, Antes Terça Nabal e Sagres Depois, Lisboa, [s.n.], 1933
 Bibliografia Náutica Portuguesa até 1700, Lisboa, Imprensa da Armada, 1934
 O Canário Encarnado, Lisboa, Editorial Século, 1935
 Às Portas da Índia em 1484, Lisboa, Imprensa da Armada, 1935
 Um dos 5 Regimentos da Altura do Polo ao Meio Dia, do “Livro de Marinharia”
de João de Lisboa, Lisboa, [s.n.], 1933
 “Unificação das Anotações Especialmente Bibliográficas nos Trabalhos
Históricos”, Ethnos, Lisboa, 1935, pp. 37-39
 “L’Almanach Perpetuum de Abraham Zacut, Leiria, 1496”, Actes, Conférences et
Communications/III Congrès Internacional d’Histoire des Sciences, Lisboa,
1936, pp. 137-146
 “Sócios Fundadores do Clube Militar Naval”, Anais do Clube Militar Naval, vol.
66, Lisboa, 1936, pp. 9-64
 “A Arrojada Viagem de Pedro Álvares Cabral e da sua Armada (1500-1501)”,
Anais do Clube Militar Naval, vol. 67, Lisboa, 1937, pp. 233-242
 Astronomical Fixes by Azimuth, Astronomical Fixes by Simultaneous Altitude
and Azimuth of the Sun, Radiogoniometric Fixes for Distances Nearer the
Station, [s.l.; s.n.], 1937
 “A Actividade dos Descobrimentos desde a Morte de D. Henrique até o Advento
de D. João II”, História da Expansão Portuguesa no Mundo, Lisboa, Ática, 1937,
pp. 357-361
 “Bartolomeu Dias e a Passagem do Sueste”, História da Expansão Portuguesa
no Mundo, Lisboa, Ática, 1937
 Deambulações da Ganda de Modafar, Rei de Cambaia, de 1514 a 1516, Lisboa,
Agência Geral das Colónias, 1937
 Deambulations of the Rhinoceros, Ganda of Muzafar, King of Cambaia, from
1514 to 1516, Lisboa, Agency General of the Colonies, 1937

95
 “A Intrigante Penúltima Página do «Regimento de Munich»“, Anais do Clube
Militar Naval, vol. 67, Lisboa, 1937, pp. 525-543
 Les Déambulations du Rhinocéros de Modafar: Roy de Cambaye, de 1514 à
1516, Lisboa, Agênce Générale des Colonies, 1937
 “As Orações de Obediência de D. João II aos Papas Inocêncio VIII em 1485 e
Alexandre VI em 1493”, Memórias da Academia das Ciências de Lisboa, Lisboa,
1937, pp. 19-31
 Point Astronomique par des Azimuts, Point Astronomique par la Hauteurs et
l’Azimuth Simultanés du Soleil, Point Radiogonométrique pour les Distances
Rapprochées, [s.l.; s.n.], 1937
 “Para a História da Armada Nacional: Figuras e Factos de há Cem Anos”,
Revista da Marinha, Lisboa, A.1, 1937, nºs 3,4,6,7,8,9,12,13; A.2, 1938, nºs
14,17
 “Quarto Centenário da Publicação do Tratado da Sphaera de Pedro Nunes”,
Petrus Nonius, Lisboa, 1938, pp. 337-356
 “Cartas Portuguesas dos Séculos XV e XVI, de Paradeiro Conhecido”, Boletim
Geral das Colónias, Lisboa, 1938, pp. 31-52
 Descobrimentos Marítimos Africanos dos Portugueses com D. Henrique, D.
Afonso V e D. João II, Lisboa, Publicações do Primeiro Congresso da História da
Expansão Portuguesa no Mundo, 1938
 “Fernão Gomes e o Monopólio do Resgate da Guiné”, Boletim da Sociedade de
Geografia de Lisboa, Lisboa, 1938, pp. 189-194
 “As Ilhas Mascarenhas: Reunião e Maurícia”, Boletim da Sociedade de Geografia
de Lisboa, Lisboa, 1938, pp. 469-471
 La Découverte du Brésil en 1500: 22 Avril, Date Historique, 3 Mai, Date
Conventionelle, Lisboa, [s.n.], 1938
 “La Liene Marine des Portugais aux XVe e XVIe Siècles”, Boletim da Sociedade
de Geografia de Lisboa, Lisboa, 1938, p. 370
 Pedro Nunes, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1938
 S. Gregório em False Island como Afirmei em 1935, Lisboa, Academia das
Ciências de Lisboa, 1938
 Sobre uma Nova Versão do Descobrimento da Ilha de Santiago de Cabo Verde,
Lisboa, Academia das Ciências, 1938
 Descobrimento de Lourenço Marques, [s.l.; s.n.], 1939

96
 “O Descobrimento do Brasil”, História da Expansão Portuguesa no Mundo,
Lisboa, Ática, 1939, p. 359
 Cartas das Ilhas de Cabo Verde de Valentim Fernandes 1506-1508, Lisboa,
Agência Geral das Colónias, 1939
 L’art Nautique des Découvertes, Paris, Librairie Félix Alcan, 1939
 “Catálogo da Exposição de Cartografia”, Publicações/Congresso do Mundo
Português, Lisboa, 1940, pp. 390-459
 “A Contribuição Literária da Agência Geral das Colónias às Comemorações
Centenárias”, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1940, pp. 315-316
 “Descobrimentos Portugueses no Atlântico e Costa Ocidental Africana do
Bojador ao Cabo de Catarina”, Publicações/Congresso do Mundo Português,
Lisboa, 1940, pp. 243-286A
 “Elogio do Comandante Quirino da Fonseca”, Boletim da Sociedade de
Geografia de Lisboa, Lisboa. 1940, pp. 94-96
 “Fontes Contemporâneas sobre a Arrojada e Trágica Viagem de Pedro Álvares
Cabral 1500-1501”, Petrus Nonius, Lisboa, 1940, pp. 249-252
 Uma Carta Náutica Portuguesa, Anónima, de “circa” 1471, Lisboa, Agência
Geral das Colónias, 1940
 “Para a história de Lourenço Marques”, Anais da Academia Portuguesa da
História, Lisboa, 1944, pp. 93-97
 Ciência Náutica dos Portugueses na Época dos Descobrimentos, Lisboa,
Comissão Executiva do Quinto Centenário da Morte do Infante D. Henrique,
1958

Fontes/Estudos

 CANAS, António Costa, “Comandante Fontoura da Costa (1869-1940), Patrono


do Curso de 1987”, Patronos dos Cursos Tradicionais da Escola Naval 1936-
2007, coord. Carlos Valentim, Almada, Escola Naval, Outubro de 2007, pp. 351-
355
 COSTA, Sofia Canas, A Obra Náutica do Comandante Fontoura da Costa
(dissertação para obtenção do grau de Mestre em Ciências Militares Navais na
especialidade de Marinha, com orientação de Luís Semedo de Matos), Alfeite,
Escola Naval, 2015 (consultada em Junho de 2016 em

97
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/11033/1/ASPOF%20M%20Joana%
20Canas%20Costa%202015.pdf)
 COUTINHO, Carlos Viegas Gago, “Abel Fontoura da Costa”, Anais da Academia
Portuguesa de História, II série, vol. 2, Lisboa, Academia Portuguesa de
História, 1949, pp. 146-151
MOTA, Avelino Teixeira da, O Comandante Abel Fontoura da Costa, Historiador
da Marinharia dos Descobrimentos, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar,
1973
 FONSECA, Henrique Quirino da, “Fontoura da Costa o Emérito Historiador de A
Marinharia dos Descobrimentos”, Anais do Clube Militar Naval, Discurso
proferido na sessão de homenagem a Abel Fontoura da Costa, vol. 65, Lisboa
1935, pp. 549-563
 LIMA, Joaquim dos Santos Quelhas, “Homenagem à memória de Fontoura da
Costa”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 71, Lisboa, 1941, pp. 455-474
 MOTA, Teixeira da, O Comandante Abel Fontoura da Costa, Historiador da
“Marinharia dos Descobrimentos”, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar,
1973
 PEREIRA, Jorge Ramos, Fontoura da Costa, Professor Insigne, Matemático
Categorizado, Marinheiro Brioso, mas Inconformado, que Dignificou a Marinha e
Honrou a Pátria, Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1973
 PINTO, José Luís Leiria, “Comandante Fontoura da Costa – Realidade e Mito”,
Revista da Armada, nº 368, Lisboa, Setembro-Outubro de 2003, pp. 17-21
 SILVA, Fernando Augusto Pereira da, “Capitão de Mar e Guerra Abel Fontoura
da Costa”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 70, Lisboa, 1940, pp. 581-585

98
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Eugénio Estanislau de Barros (1870-1942)

Nasceu no Porto, a 12 de Janeiro de 1870.


Sendo Engenheiro Civil pela Academia Politécnica do Porto, assentou praça
como aspirante a Engenheiro Construtor Naval a 25 de Outubro de 1899. Formou-se
como Engenheiro Naval e Mecânico pela Reggia Scuola Navale Superiore, de Génova,
sendo o primeiro português a fazê-lo.
Participou na reconstrução do antigo couraçado “Vasco da Gama” e dirigiu a
reconstrução do cruzador” Adamastor”.
Teve um papel fundamental na construção da capacidade submarina
portuguesa, tendo sido encarregado pelo Governo de efectuar um estudo que
percorreu grande parte da Europa. O relatório subsequente serviu de apoio ao
processo de aquisição do “Espadarte”, o primeiro submersível português.
Durante vários anos, desempenhou as funções de Subdirector do Arsenal da
Marinha e de demonstrador na Escola Naval.
Aquando da criação do Instituto Superior Técnico, foi convidado como professor
efectivo para as cadeiras de Máquinas e Termodinâmica.
Tendo publicado várias obras técnicas de ampla divulgação, revelou, também,
grande interesse pela Arqueologia Naval, no campo da construção de navios. Na
sequência de estudos de que foi encarregue pelo Ministério da Marinha, publicou As
Galés Portuguesas do Século XVI (1930) e Traçado e Construção das Naus
Portuguesas dos Séculos XVI e XVII (1933).
Era condecorado com a Ordem da Coroa de Itália, a Medalha de Mérito Naval
de Espanha e a comenda da Ordem de Avis.

99
Passou à Reserva, como Capitão-de-Mar-e-Guerra, em 1935, tendo falecido a 6
de Maio de 1942.

Bibliografia

 Elementos de Mecânica, Lisboa, Biblioteca de Instrução Profissional, 1900


 Construcção Naval, Lisboa, Biblioteca de Instrução Profissional, 1915
 Elementos de Máquinas: Teoria e Construção, Porto, Renascença Portuguesa,
1917
 As Galés Portuguesas do Século XVI, Lisboa, Ministério da Marinha, 1930
 Traçado e Construção das Naus Portuguesas dos Séculos XVI e XVII, Lisboa,
Ministério da Marinha, 1933

Fontes/Estudos

 V.T.F., “Capitão de Mar e Guerra Engenheiro Construtor Naval Eugénio


Estanislau de Barros” (notícia necrológica), Anais do Clube Militar Naval, vol. 74,
Lisboa, 1944, pp. 643-644

100
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Joaquim Anselmo da Matta Oliveira (1874-1948)

Nasceu em Lisboa, a 5 de Março de 1874 e ingressou na Escola Naval em


Outubro de 1892.
Promovido a Guarda-Marinha em 1895, serviu a bordo de vários navios em
comissão no Ultramar, tendo prestado serviço em Cabo Verde, na Índia e em
Moçambique. Foi nesta última província que exerceu o seu primeiro comando, a bordo
da lancha-canhoneira “Obus”.
Até 1911 prossegue as suas comissões ultramarinas, com destaque para o
comando da lancha-canhoneira “Macau” nos mares da China, onde dá o seu contributo
para a erradicação da pirataria em águas macaenses. Pelo meio, cumpre curtas
comissões de serviço em terra, na Majoria-General da Armada e como ajudante de
ordens do Inspector-Geral de Marinha, do Director-Geral de Marinha e do Ministro da
Marinha. Adquire, deste modo, uma visão de topo da instituição que serve e um
grande interesse por questões de doutrina e de política naval.
É neste período, mais concretamente a partir de 1906, que inicia a sua
colaboração na Revista Militar, debruçando-se sobre temas de Política, Estratégia e
História Marítima. Pouco depois, é encarregue de coordenar a Secção da Marinha de
Guerra e da Defesa Nacional do Boletim Marítimo da Liga Naval Portuguesa. Também
colabora assiduamente nos Anais do Clube Militar Naval, cuja comissão de redacção
integra por várias vezes. Os seus trabalhos escritos ganham rápida notoriedade.
Em 1914 publica a sua obra mais notável, O Poder Marítimo na Guerra da
Península, premiado no concurso literário evocativo da Guerra Peninsular. Neste estudo
procura pôr em evidência a grande influência que o domínio do mar teve durante

101
aquela guerra. Nele advoga que uma potência continental como a França jamais
poderia bater a Inglaterra num conflito tão marcadamente marítimo como aquele,
relevando o facto de os dois principais contendores estarem separados pelo mar, o que
prejudicava, sobretudo, o primeiro.
Em 1918, na sequência dos ensinamentos colhidos durante a Grande Guerra, é
criado o Estado-Maior Naval, tornando-se Mata Oliveira, já Capitão-Tenente, um dos
seus primeiros oficiais. Ali se distingue pelos seus trabalhos de carácter doutrinário e
pelo contributo dado à organização do Curso Naval de Guerra.
Em 1923 volta a embarcar, como comandante do contratorpedeiro “Douro”. É,
por essa altura, convidado a integrar a recém-criada Comissão de História Militar.
Regressa ao Estado-Maior no ano seguinte. Cinco anos depois é nomeado chefe
de gabinete do Ministro da Marinha, Almirante Magalhães Correia, junto de quem
acompanha o lançamento do mais ambicioso programa de reequipamento naval levado
a cabo durante o século XX.
Em Março de 1931 regressa a Macau, desta vez na qualidade de Governador.
Além de fomentar o ensino, o turismo e as telecomunicações, teve uma acção
determinante na pacificação das perturbações causadas no território pela guerra civil
em curso na China.
Em Dezembro do mesmo ano estava, já, de volta a Lisboa e ao Estado-Maior
Naval. Era o seu regresso definitivo à estrutura superior da Marinha, com a qual tivera
o primeiro contacto trinta anos antes.
Aproveitando a sua experiência ultramarina, integra a delegação metropolitana
na 1ª Conferência Económica do Império colonial Português, realizada em Lisboa em
1934.
Em 1935 publica as memórias dos seus tempos de embarque: No Mar –
Episódios da Vida dos Marinheiros.
No ano seguinte é promovido Contra-Almirante e investido no cargo de
Superintendente dos Serviços da Armada. Em Maio de 1937 assume, apenas por dois
meses, a chefia do Estado-Maior Naval, logo antes de ascender ao mais alto cargo
militar da Marinha: o de Major-General da Armada.
Passa à Reserva, por limite de idade, em 1941, sendo, então, nomeado
presidente da comissão de estudo das novas instalações do Museu de Marinha.
Mais disponível para se dedicar à investigação histórica, debruça-se, sobretudo,
sobre o período das Guerras Liberais.
Morre em Lisboa, a 24 de Julho de 1948.

102
Bibliografia

 “O Recrutamento das Praças da Armada”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 38,
1907, pp. 224-232
 “Subsidios para a Historia da Esquadra do Marquês de Nisa (1798-1800): Papel
Historico sobre a Comissão de Tripoli, em Maio de 1799”, Revista Militar, vol.
LXIV, 1912, pp. 714-725, 776-801; vol. LXV, 1913, pp. 590-617
 O Poder Marítimo na Guerra da Península, Lisboa, Tip. Cooperativa Militar,
1914
 “Serviços Militares e Políticos do Marquês de Nisa”, Anais do Clube Militar Naval,
vol. 48, 1917, pp. 458-477
 “O Bombardeamento e as Defesas Acessórias da Fortificação das Bases
Marítimas”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 48, 1917, pp. 775-792
 “As Operações Costeiras e os Progressos da Técnica Naval”, Anais do Clube
Militar Naval, vol. 49, 1918, pp. 407-417, 550-569; vol. 50, 1919, pp. 69-86,
173-182, 427-437, 475-491
 “Ordens e Instruções”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 55, 1924, pp. 177-185
 “Marinha Espanhola. Escola de Guerra Naval”, Anais do Clube Militar Naval,
vol. 56, 1925, pp. 340-354
 “A História Militar na Preparação dos Oficiais”, Anais do Clube Militar Naval,
vol. 59, nºs 1-2, 1928, pp. 3-9
 “Novas Orientações a Seguir no Estudo da geografia Militar Naval”, Anais do
Clube Militar Naval, vol. 60, nºs 5-6, 1929, pp. 15-19
 No Mar – Episódios da Vida dos Marinheiros, Lisboa, Liga Naval Portuguesa,
1935
 Alguns Manuscritos sobre a Batalha do Cabo Matapan, Lisboa, Comissão de
História Militar, 1950

Fontes/Estudos

 PINTO, José Luís Leiria, “Vice-Almirante Matta Oliveira, Distinto Oficial de


Estado-Maior e Major-General da Armada”, Revista da Armada, nº 432, Julho
de 2009, pp. 25-27

103
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

António Alves Pereira de Matos (1874-1930)

Nasceu no Porto a 10 de Setembro de 1874.


Depois de concluir o curso na Escola Naval, serviu vários anos embarcado na
África Ocidental.
Em 1898 foi colocado na Divisão Naval do Índico como oficial imediato do
navio-chefe. No ano seguinte assumiu o comando da corveta “Baptista de Andrade”,
levando-a de regresso a Lisboa. Distinguiu-se nessa viagem pela perícia com que
salvou o navio após uma explosão na caldeira que causou a morte a vários
marinheiros.
Voltou a Moçambique em 1904, como comandante da canhoneira “Bengo”. Ali
comandou também o destacamento de marinheiros desembarcados durante a
campanha de Angoche e nas operações contra o gentio de Sabaja.
Em 1902, foi fundador da Liga Naval Portuguesa, tendo nela desempenhado as
funções de Secretário-Geral. Foi o grande promotor da organização, em Lisboa, do
Congresso Internacional Marítimo e da Exposição Oceanográfica, em 1910.
Como historiador, debruçou-se, sobretudo, sobre a história da Marinha
Mercante, tendo colaborado em vários jornais e revistas, nomeadamente nos Anais do
Clube Militar naval e no Boletim da Liga Naval Portuguesa.
Foi agraciado com os graus de Comendador da Ordem da Conceição de Vila
Viçosa e de Oficial da Ordem de Avis e do Mérito Naval de Espanha.

104
Bibliografia

 “A Superioridade da Artilharia Canet”, Anais do Clube Militar Naval, nº 24,


Lisboa, 1894, pp. 655-662, 717-725
 “O Cruzador”, Anais do Clube Militar Naval, nº 25, Lisboa, 1895, pp. 133-150,
227-238, 297-310, 383-391
 A Baía de Cabinda, Plano Hidrográfico, sep. Anais do Clube Militar Naval,
Lisboa, 1896
 “Armstrong e Canet e o Cruzador”, Anais do Clube Militar Naval, nº 26, Lisboa,
1896, pp. 7-20, 55-76, 127-135, 613-632
 “Os Cronómetros da «Douro», Anais do Clube Militar Naval, nº 27, Lisboa,
1897, pp. 1069-112
 A Determinação do Ponto de Mar, pelas Curvas de Posição e Rectas de Altura,
sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1897
 A Marinha de Guerra, Porto, Magalhães & Moniz, 1897.
 “A Marinha na Defesa das Costas”, Anais do Clube Militar Naval, nº 27, Lisboa,
1897, pp. 63-87
 “Marinha Nacional”, Anais do Clube Militar Naval, nº 27, Lisboa, 1897, pp. 627-
630
 “Cabinda”, Anais do Clube Militar Naval, nº 28, Lisboa, 1898, pp. 177-187
 Nas Águas de Moçambique: comissões desempenhadas pelo vapor "Baptista de
Andrade" desde 17 de Março de 1899 a 27 de Janeiro de 1900, Porto, Typ.
Pereira, 1900
 A Marinha de Commercio: Estudo, Porto, Magalhães e Moniz, 1900
 “Através da História”, Anais do Clube Militar Naval, nº 31, Lisboa, 1901, pp. 75-
92
 De l'État Actuel de l'Application des Resolutions de la Conférence de
Washington en Portugal, Lisboa, Typ. do Commercio, 1902
 A Marinha Colonial: estudo apresentado ao Congresso Marítimo Nacional de
1902, Lisboa, Typ. da Companhia Nacional, 1902
 “Uma Arribada Forçada (Vapor «Baptista de Andrade» na Costa de
Moçambique”, Anais do Clube Militar Naval, nº 32, Lisboa, 1902, pp. 428-434,
763-768
 O Congresso Internacional Maritimo de Copenhague em 1902: relatório, Porto :
Typ. Pereira, 1903

105
 Na “Bengo” 1903: comissões desempenhadas por este navio sob o comando de
A. Mattos, Lisboa, Typ. do Commercio, 1903
 O Congresso Internacional Maritimo de Nantes em 1902: relatório, Porto, Typ.
Pereira, 1903
 “Operações Militares de Angoche”, Anais do Clube Militar Naval, nº 33, Lisboa,
1903, pp. 455-473
 O Problema Naval Portuguez, Porto, Typ. Pereira, 1908
 A Unificação do Direito Comercial Marítimo, Porto, Typ. Pereira, 1910
 Palestras Sociaes, Porto, Typ. Pereira, 1916

Fontes/Estudos

 ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA, Livros mestres D/56, E/212, F/192, H/120,


J/29 e Ref.2/123; Caixas 754 e 1414A;
 SÉRGIO, António (coord.), Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Lisboa-
Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d., vol. 21, p. 217 (PEREIRA DE MATOS,
António Alves)

106
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Alfredo Botelho de Sousa (1880-1960)

Nasceu em S. Miguel, Açores, a 1 de Dezembro de 1880.


Vem para Lisboa em 1896 e frequenta a Escola Politécnica como preparação
para a entrada na Escola Naval, dois anos depois.
Concluído o curso em 1901, embarca sucessivamente no cruzador “D. Carlos” e
nas canhoneiras “Sado”, “D. Luís” e “Tâmega”, em comissões que o levam às águas do
seu arquipélago natal e aos mares de Cabo Verde.
Em 1903 cumpre serviço no Índico, entre a Índia e Moçambique, tomando,
então, um contacto mais profundo com as memórias dos portugueses de Quinhentos.
Regressa à Metrópole em 1908 e é como capitão do porto de Ponta Delgada
que toma conhecimento da implantação da República. É eleito deputado à Assembleia
Constituinte em 1911, participando na aprovação da nova Constituição.
Desde cedo influenciado pela leitura das obras do almirante norte-americano
Alfred Mahan e pelas suas teorias sobre a importância do poder marítimo, publica, em
1912, uma obra de carácter estratégico intitulada Marinha e Defesa Nacional. Nos seus
estudos estratégicos ressalta a permanente preocupação em inverter a decadência do
império português através da edificação de um poder naval à altura das aspirações
nacionais.
Em 1916, com a entrada de Portugal na Grande Guerra, pede a exoneração da
chefia do Observatório Meteorológico de Ponta Delgada e embarca, como comandante
do vapor “Almirante Paço de Arcos”, que efectua o transporte de tropas para a
Flandres. Recebe, nessa comissão, o grau de cavaleiro da Ordem Militar da Torre e
Espada.

107
No fim da guerra integra, como relator da Marinha, a delegação portuguesa nas
negociações de paz. Regressado a Lisboa, em 1921, é nomeado regente da 11ª
cadeira (Arte Militar Marítima) da Escola Naval e da e 36ª cadeira (Material e
Operações Navais) da Escola Militar. Em acumulação, faz parte da comissão
encarregada do projecto de organização do Ministério da Marinha (1922) e da
Comissão de História Militar (1923).
Entre 1926 e 1927, comanda o contratorpedeiro “Tâmega”. Naquele último ano
torna-se professor do Curso Naval de Guerra. De 1934 a 1936 exerce novo comando,
desta vez do contratorpedeiro “Lima”, cargo que acumula com o de comandante da
esquadrilha.
Em 1936 é chamado a chefiar o gabinete do Major-General da Armada,
integrando, no mesmo ano, a comissão organizadora do Museu de Marinha.
Em 1939 torna-se Chefe do Estado-Maior Naval e em 1940 ascende ao cargo de
Major-General da Armada.
Tendo passado à Reserva no posto de Vice-Almirante, faleceu em 1960.
Além dos estudos de natureza estratégica e de algumas centenas de artigos
dispersos pelo Diário dos Açores, jornal O Século, e Anais do Clube Militar Naval, além
de muitos outros periódicos, publicou, no âmbito da História Naval, Os Primeiros Cem
Anos da Escola Naval (coordenação - 1945); Subsídios para a História das Guerras da
Restauração no Mar e no Além-Mar; O Período da Restauração na Índia; o Período da
Restauração nos Mares da Metrópole, no Brasil e em Angola (1940) e Subsídios para a
História Militar Marítima da Índia: 1585-1669 (1930-1956).

Bibliografia

 “Algumas Notas sobre a Eficácia da Artilharia”, Anais do Clube Militar Naval, vol.
38, 1907, pp. 523-536
 “Deslocamento, Velocidade e Armamento dos Navios de Linha”, Anais do Clube
Militar Naval, vol. 38, 1907, pp. 722-753,; vol. 39, 1908, pp. 4-13
 “A Táctica do Almirante Fournier”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 39, 1908,
pp. 132-137, 217-236
 “Progressos no Tiro de Artilharia Naval nos Últimos Dez Anos”, Anais do Clube
Militar Naval, vol. 39, 1908, pp. 279-294, 321-335
 “Sinais Sonoros Submarinos”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 39, 1908, pp.
701-712

108
 “Cruzadores Couraçados”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 40, 1909, pp. 65-
87, 161-177
 “Direcção do Fogo”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 40, 1909, pp. 443-455,
530-557
 Marinha e Defesa Nacional. Doutrina, Coimbra, França & Armenio, 1912
 “Administração Central da Marinha”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 44, 1913,
pp. 67-84, 579-608, 659-688, 749-760, 829-839, 872-880
 “Estratégia do Tempo de Guerra”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 45, 1914,
pp. 311-335, 511-525, 546-571, 654-672
 “Alfred Thayer Mahan”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 46, 1915, pp. 255-
264
 “O Estudo da História de Guerra Naval”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 46,
1915, pp. 463-481
 “Ensinamentos da História de Guerra Naval. A Batalha de Lepanto”, Anais do
Clube Militar Naval, vol. 46, 1915, pp. 636-670
 “Perda e Restauração da Baía, 1624-25”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 47,
1916, pp. 554-590, 679-686, 711-731
 “Guerra Contra os Holandeses no Brasil”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 47,
1916, pp. 777-802; vol. 48, 1917, pp. 15-34, 136-153, 250-262; vol. 60, 1929,
nºs 5-6, pp. 63-29; nºs 9-10, pp. 77-105; nºs 11-12, pp. 51-80; vol. 61, 1930,
nºs 1-2, pp. 37-65
 “A Defesa da Navegação Mercante na Guerra Submarina”, Anais do Clube
Militar Naval, vol. 48, 1917, pp. 850-868
 “A Guerra Submarina”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 49, 1918, pp. 39-46,
215-221, 262-271
 O Problema da Marinha Mercante, Lisboa, Tip. J. F. Pinheiros, 1919
 “O Estudo da Arte da Guerra na Preparação dos Oficiais”, Anais do Clube Militar
Naval, vol. 50, 1919, pp. 492-502
 “A Grande Guerra e a Composição Futura das Armadas”, Anais do Clube Militar
Naval, vol. 50, 1919, pp. 579-595
 Lições de Arte Militar Marítima: Feitas ao Curso do Ano de 1921-1922: 11ª
cadeira, 2 vols. Lisboa, Escola Naval, Lit. da Escola Naval, 1922
 “O Curso Naval de Guerra”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 51, 1920, pp. 97-
123
 “Aviação Naval”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 54, 1923, pp. 40-44

109
 “O Triângulo Estratégico”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 56, 1925, nºs 1-3,
pp. 33-55; nºs 4-6, pp. 71-83; nºs 7-9, pp. 210-234; nºs 10-12, pp. 275-297;
vol. 57, 1926, pp. 18-29
 “Estudos de Orgânica. A Administração Central da Marinha”, Anais do Clube
Militar Naval, vol. 57, 1926, pp. 272-291
 “Um Curso de Comunicações Navais”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 58,
1927, pp. 131-135
 “A Influência do Poder Aéreo na Estratégia Naval”, Anais do Clube Militar Naval,
vol. 58, 1927, pp. 265-271
 Os Factores Imponderáveis da Guerra [Manuscrito], lições feitas ao Curso Naval
de Guerra, 1927 [publicado em Lisboa, Ministério da Marinha, 1970]
 “Comunicações Navais”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 59, nºs 1-2, 1928,
pp. 31-43
 “França e Itália no Mediterrâneo”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 59, nºs 7-8,
1928, pp. 84-90
 “Estudos de Orgânica. O Pessoal”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 59, 1928,
nºs 5-6, pp. 11-26; nºs 11-12, pp. 20-29; vol. 60, 1929, nºs 1-2, pp. 11-31
 “Aspectos Navais da Guerra Química”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 60, nºs
1-2, 1929, pp. 148-154
 “A Educação dos Oficiais da Armada até à Criação da Escola Naval”, Anais do
Clube Militar Naval, vol. 60, nºs 3-4, 1929, pp. 17-31
 “Recrutamento, Instrução e Selecção dos Oficiais” Anais do Clube Militar Naval,
vol. 60, 1929, nºs 3-4, pp. 97-104; nºs 5-6, pp. 95-105
 “Estudos de Orgânica. A Defesa da Costa”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 60,
nºs 7-8, 1929, pp. 33-60
 “Campos Minados e seu Emprego à Luz dos Ensinamentos da Grande Guerra”,
Anais do Clube Militar Naval, vol. 60, nºs 9-10, 1929, pp. 115-131
 “Marinha de Qualidade e Marinha de Quantidade”, Anais do Clube Militar Naval,
vol. 61, nºs 3-4, 1930, pp. 159-167
 “Política Naval Nacional: Necessidade e Vantagens de Defini-la”, Anais do Clube
Militar Naval, vol. 61, 1930, nºs 7-8, pp. 91-116; nºs 9-10, pp. 121-154
 Subsídios para a História Militar Marítima da Índia 1585-1669, 4 vols., Lisboa,
Imprensa da Armada, 1930-56
 “Princípios do Mando”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 61, 1930, nºs 11-12,
pp. 3-29; vol. 62, 1931, nºs 1-2, pp. 55-78

110
 As Novas Formas da Guerra Naval e a Futura Composição das Marinhas, sep.
Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Impr. da Armada, 1931
 “Um Capítulo da História da Índia”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 62, nºs 1-
2, 1931, pp. 3-19
 “Aviões de Bombardeamento e Aviões Torpedeiros”, Anais do Clube Militar
Naval, vol. 62, nºs 5-6, 1932, pp. 215-222
 “As Grandes Expedições Combinadas”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 62,
1932, nºs 9-10, pp. 51-70: nºs 11-12, pp. 21-36; vol. 63, 1933, nºs 1-2, pp 29-
45
 A Geografia, lição inaugural do ano lectivo 1932-33 da Escola Naval
pronunciada em 23 de Outubro, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa,
Imprensa da Armada, 1933
 A Cooperação do Exército e da Marinha, lição inaugural do ano lectivo 1933-
1934 da Escola Militar, sep. Revista Militar, Lisboa, [s.n.], 1933
 “Marinheiros em Terra”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 64, nºs 1-2, 1934,
pp. 99-107
 As Operações Contra a Costa e as Expedições Combinadas, sep. Anais do Clube
Militar Naval, Lisboa, Tip. da L. C. G. G., 1939
 O Período da Restauração nos Mares da Metrópole, no Brasil e em Angola,
Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1940
 Nuno Álvares Botelho, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1940
 O Período da Restauração na Índia, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1940
 Subsídios para a História das Guerras da Restauração no Mar e no Além-Mar,
Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1940
 Os primeiros cem anos da Escola Naval: 23-IV-1845 a 23-IV-1945 (pref. e
coord.), Lisboa, Escola Naval, Tip. da União Gráfica, 1945
 “O Futuro das Forças Armadas Perante a Recente Evolução do Material Bélico e
a Organização Mundial para a Paz”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 75, 1945,
pp. 557-583; vol. 76, 1946, pp. 3-19
 “As Reduções Navais Britânicas”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 77, 1947,
pp. 391-401
 “Dois Anos do Período da Decadência do Nosso Império Oriental – 1620-22”,
Anais do Clube Militar Naval, vol. 80, 1950, pp. 3-22
 “A Evacuação de Hungman”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 81, 1951, pp. 3-
7

111
 “A Preponderância Aérea e as Armas Atómicas na Defesa do Ocidente”, Anais
do Clube Militar Naval, vol. 81, 1951, pp. 299-309
 “O Problema Orgânico da Força Aérea”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 82,
1952, pp. 177-181
 “A Marinha e o Império Português das Índias Ocidentais”, Anais do Clube Militar
Naval, vol. 84, 1954, pp. 87-102

Fontes/Estudos

 MATOS, Jorge Semedo de, “Vice-Almirante Botelho de Sousa, o Patrono do


Novo Curso da Escola Naval”, Revista da Armada, nº 360, Janeiro de 2003, p. 9
 ID., “Vice-Almirante Botelho de Sousa (1880-1960) Patrono do Curso de 2002”,
Patronos dos Cursos Tradicionais da Escola Naval 1936-2007, coord. Carlos
Valentim, Almada, Escola Naval, Outubro de 2007, pp. 447-451
 RILEY, Carlos Guilherme, Alfredo Botelho de Sousa (1880-1960) – um Apóstolo
Açoriano do Poder Naval Português, Lisboa, Academia de Marinha, 1998

112
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Jaime Correia do Inso (1880-1967)

Nasceu em Nisa a 18 de Dezembro de 1880.


Em 1903, durante a viagem de Guarda-Marinha, atravessa o Mediterrâneo e
visita Macau, escalando, no regresso, Moçambique, Angola e Cabo Verde. A passagem
pelo Oriente desperta nele uma paixão que se manifestará ao longo de toda a sua
vida.
Dois anos mais tarde, integra a Divisão Naval do Atlântico Sul, com base em
Luanda, tendo, então, oportunidade de escalar os principais portos do Brasil.
Regressado à Metrópole em 1806, é promovido a Segundo-Tenente, mas volta,
pouco tempo depois, a Angola, para exercer as funções de Encarregado do Depósito
da Divisão Naval. Em seguida, presta serviço no Corpo de Marinheiros.
Em 1909 inicia a colaboração com os Anais do Clube Militar Naval, publicando o
artigo “Apontamentos sobre Movimentos Atmosféricos”.
No início de 1911, parte, a bordo da canhoneira “Pátria”, para Macau, com a
missão de defender a soberania portuguesa naquele território face às perturbações
revolucionárias na China. Durante essa comissão, distingue-se nas acções de repressão
da revolta de Baucau (Timor-Leste). Em 2012 inicia, nos Anais, a publicação de
escritos relacionados com o Extremo Oriente, com o artigo “Ecos de Macau. Guerra dos
Piratas”. No ano seguinte profere na Sociedade de Geografia de Lisboa a conferência
“Macau, a Jóia do Oriente”.
Já como Primeiro-Tenente, dedica-se à área técnica da Artilharia e da Balística
e publica nos Anais um artigo sobre o assunto. Em terra, presta serviço no Corpo de
Marinheiros, na Majoria-Geral da Armada e na Escola Prática de Artilharia Naval. Volta,

113
depois, aos embarques, tendo tido oportunidade, em 1922, de apoiar, a bordo do
cruzador “Carvalho Araújo”, a travessia aérea do Atlântico Sul efectuada por Gago
Coutinho e Sacadura Cabral. Fora, entretanto, promovido, em 1919, ao posto de
Capitão-Tenente.
Depois de servir, durante dois anos (1923-1925), como Capitão do Porto de Vila
Real de Santo António, regressa a Macau, para assumir o comando da sua velha
canhoneira “Pátria”. Foi o seu último embarque operacional e a sua última estadia
naquelas paragens orientais.
Regressa a Lisboa em 1929, sendo portador de uma série de crónicas, relatos e
contos que publicará ao longo da década seguinte e que consolidarão a sua reputação
como escritor da história de Macau e da presença portuguesa no Extremo Oriente. De
entre os trabalhos publicados, destacam-se A Caminho do Oriente (1932), que é
premiado no Concurso de Literatura Colonial, a colectânea de artigos Visões da China
(1933) e a monumental obra em 12 volumes China (1936).
Nessa altura dedica-se, com especial relevo, às actividades culturais,
representando a Marinha na Exposição Colonial Portuguesa em Antuérpia (1931) e na
Semana das Colónias da Sociedade de Geografia de Lisboa (1933), sendo a sua acção
muito louvada. Em 1933, recebe o encargo de compilar elementos para a elaboração
de uma História dos Navios da Marinha de Guerra Portuguesa, tarefa que prosseguirá
mesmo após o fim do seu serviço activo.
Promovido a Capitão-de-Fragata em 1935, é nomeado comandante da fragata
“D. Fernando II e Glória”, cargo que acumula, entre 1937 e 1938, com o de Director
da Escola de Artilharia Naval ali sedeada. Naquele último ano, é dado como incapaz
para o serviço pela Junta de Saúde Naval, passando, então, à Reserva.
É, então, nomeado para prestar serviço na Secção de História do Estado-Maior
Naval, na mesma altura em que é publicado, em separata dos Anais do Clube Militar
Naval, o seu notável trabalho A Marinha Portuguesa na Grande Guerra, que, de forma
abrangente, nos dá um panorama da participação das várias componentes da Marinha
(unidades navais, batalhões expedicionários e aviação naval) no primeiro grande
conflito mundial.
Em 1947, é nomeado Director da Biblioteca da Marinha e do Museu Naval que,
na altura, lhe estava agregado. Passa à situação de Reforma em 1950, mas isso não
impede que continue a dedicar-se, de forma apaixonada, à área da Museologia, sendo
a sua acção seria decisiva para o desenvolvimento do Museu da Marinha e para a sua
relocalização nas actuais instalações anexas ao Mosteiro dos Jerónimos.

114
Entre 1950 e 1957 é vogal da Comissão de Redacção dos Anais de Marinha e
em 1959 é nomeado Director do renovado Museu da Marinha, inaugurando as suas
novas instalações em 1962. E é ao Museu que dedica o seu último trabalho escrito,
publicado em separata dos Anais do Clube Militar Naval em 1967, ano da sua morte.

Bibliografia

 “Apontamentos sobre Movimentos Atmosféricos”, Anais do Clube Militar Naval,


vol. 40, 1909, pp. 801-840
 “De Minimis…”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 41, 1910, pp. 302-316, 471-
479
 “Novo Método para Determinar o Raio de Giração”, Anais do Clube Militar
Naval, vol. 41, 1910, pp. 553-560
 “Ecos de Macau. Guerras dos Piratas – A Batalha de Landau”, Anais do Clube
Militar Naval, vol. 43, 1912, pp. 107-117
 “Em Socorro de Timor”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 43, 1912, pp. 296-
309, 399-416, 571-594, 692-700, 707-713; vol. 43, 1913, pp. 84-100, 188-198,
366-374, 431-442, 608-626, 881-894
 “Preliminares do Tiro”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 45, 1914, pp. 431-451
 Macau: a mais Antiga Colónia Europeia no Extremo-Oriente, Macau, [s.n], 1929
 Macau, Macau, Escola Tip. do Orfanato, 1929
 A Caminho do Oriente, Lisboa, Tip. "Elite", 1932
 “A Bandeira do Batalhão de Marinha Expedicionário a Angola”, Anais do Clube
Militar Naval, vol. 62, nºs 11-12, 1932, pp. 3-19; vol. 64, nºs 7-8, 1934, pp.
999-1000
 “A Exposição de Marinha na Semana das Colónias”, Anais do Clube Militar
Naval, vol. 63, 1933, pp. 75-99
 Visões da China, Lisboa, Tip. "Elite", 1933
 China, Lisboa, Europa, 1936
 A Marinha Portuguesa na Grande Guerra, sep. Anais do Club Militar Naval, de
Novembro de 1937 a Março de 1939, Lisboa, Imprensa da Armada, 1937
 Timor 1912, Lisboa, Edições Cosmos, 1939
 A Arte de Navegar, Lisboa, Edições Cosmos, 1943
 Cenas da Vida de Macau, Cadernos Coloniais, nº 70, Lisboa, Edições Cosmos,
1950

115
 O Museu da Marinha, Lisboa, Tip. da União Gráfica, 1950
 “A Necessidade do Monumento ao Infante D. Henrique”, Anais do Clube Militar
Naval, vol. 82, 1952, pp. 39-49
 A Estética Histórico-Marítima da Cidade de Lisboa, Lisboa, Império, 1953
 Os "Genários" uma Nova Espécie Zoológica, Lisboa, [s.n.], 1958
 O Museu de Marinha, Lisboa, Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos
Nacionais, 1962
 “Uma Curiosidade do Tempo da Vela”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 92,
1962, pp. 353-360
 “A Marinha em África. Silva Nunes”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 94, 1964,
pp. 523-534
 “Recordando Timor”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 95, 1965, pp. 259-274
 “Um Planetário desconhecido, de 1736”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 95,
1965, pp. 753-760
 O Museu de Marinha, sep. Anais do Clube Militar Naval, nºs 4 a 6, Abril-Junho
1967

Fontes/Estudos

• PINTO, J. L. Leiria, ”Jaime do Inso”, Revista da Armada, nº 390, Setembro-


Outubro 2005, pp. 18-21

116
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Luís Manuel Júlio Frederico da Cunha Gonçalves (1881-


1963)

De seu nome verdadeiro Luís Manuel Júlio Frederico da Cunha Gonçalves,


nasceu em Goa, na Ilha de Divar, a 4 de Junho de 1881. Tendo terminado, com nota
final de 18 valores, o curso de Medicina, assentou praça na Armada, como Segundo-
Tenente Médico Naval, em Abril de 1911.
Logo no ano seguinte, integrou o batalhão de Marinha enviado a deter a
invasão monárquica no Norte do País. Voltaria a combater as forças realistas, como
voluntário, aquando da insurreição de 1919.
Tendo cumprido comissões de embarque a bordo do cruzador “Vasco da Gama”
e da canhoneira “Save”, fez parte do batalhão de Marinha expedicionário ao Sul de
Angola (1914-1915), distinguindo-se pela sua coragem debaixo de fogo aquando do
célebre combate de Môngua. Ainda durante a I Guerra Mundial, embarcou nos
cruzadores “Pedro Nunes”, “S. Gabriel”, “Almirante Reis” e “Gil Eanes”, a bordo dos
quais fez várias viagens a França e à Inglaterra, em águas semeadas de minas e
infestadas de submarinos alemães.
Entre vários cargos, desempenhou as funções de Director do Serviço de Saúde
do Arsenal de Marinha, Chefe da Repartição de Saúde, Vogal do Tribunal de Marinha e
Director do Hospital da Marinha, cuja operacionalidade melhorou consideravelmente.
Foi também um cientista de renome, distinguindo-se na área da Antropologia.
De espírito inovador, inventou uma maca de transporte de feridos que lhe valeu uma
menção honrosa no Congresso da Cruz Vermelha de 1931, em Genebra.

117
Considerado um dos maiores especialistas em orientalismo e história medieval
italiana, dedicou grande parte dos seus trabalhos históricos ao período áureo dos
Descobrimentos e da Expansão Portuguesa. Foi membro da Comissão de Redacção dos
Anais do Clube Militar Naval, vogal efectivo da Comissão de História Militar, Secretário-
Geral da Sociedade de Geografia de Lisboa e membro da Academia das Ciências.
Aposentado, por limite de idade, em 1941, faleceu em Lisboa a 1 de Outubro
de 1963.

Bibliografia

 Serviços de Saude Naval em Guerra: Postos de Socorro, Transporte de Feridos,


Ambulancias Expedicionarias, Lisboa, Soc. Typographica Editora, 1917
 Sul d'Angola e o Quadrado da Môngua na Epopêa Nacional d'África, Lisboa, J.
Rodrigues, 1926
 “Mascate, Albuquerque e os Sultanatos do Oman – 1507-1659”, Anais do Clube
Militar Naval, nº 70, Lisboa, 1940, pp. 421-435
 “A Catástrofe de Hugli e os Portugueses no Golfo de Bengala”, Anais do Clube
Militar Naval, nº 70, Lisboa, 1940, pp. 511-525
 “Das Quintas Fidalgas de Baçaim aos Templos Subterrâneos de Salsete e
Elefanta”, Anais do Clube Militar Naval, nº 71, Lisboa, 1941, pp. 3-23
 “A Base Naval de Surate”, Anais do Clube Militar Naval, nº 71, Lisboa, 1941, pp.
127-142
 Seis Fortalezas Feitorias da India, Lisboa, Tip. da Liga dos Combatentes da
Grande Guerra, 1942
 Notícias para a História das Armadas de Cruzeiro da Índia, Lisboa, Tip. da
L.C.G.G., 1943
 Pelos Descobrimentos da Guiné Visava o Infante o Caminho da India?, Lisboa,
Bertrand, 1947
 Os portugueses e o Mar das Indias, Lisboa, Livraria Luso-Espanhola, 1947
 “O Infante D. Pedro e os Descobrimentos Portugueses”, Anais do Clube Militar
Naval, nº 77, Lisboa, 1947, pp. 127-138
 “Da Finalidade dos Descobrimentos”, Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, nº
77, 1947, pp. 403-415, 495-505, nº 78, 1948, pp. 3-16, 117-128
 “O Enigma de um Emblema da Jarreteira num Padrão dos Descobrimentos”,
Anais do Clube Militar Naval, nº 81, Lisboa, 1951, pp. 449-456

118
 Bibliografia dos Descobrimentos e Navegações Existente na Sociedade de
Geografia de Lisboa, Lisboa, Sociedade de Geografia, 1954
 Filosofia da História Marítima Portuguesa: sobre uma Hermenêutica dos
Descobrimentos, Notas Críticas, Lisboa, Tip. da L.C.G.G, 1954
 “As Mostras Italianas de 1254-1454-1954”, Boletim da Sociedade de Geografia
de Lisboa, vol. 72, nºs 7-12, 1954, pp. 193-199
 “A Propósito do Centenário de Marco Pólo – 1254-1954. Reflexões e Outras
Coisas”, Anais do Clube Militar Naval, nº 85, Lisboa, 1955, pp. 3-14
 O Infante D. Pedro, as Sete Partidas e a Génese dos Descobrimentos, Lisboa,
Agência Geral do Ultramar, 1955
 Travessia Aerea Portuguesa do Atlantico 1921: o Sextante de Gago Coutinho,
Lisboa, sep. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1955
 Capitão Renato Baptista: o seu Centenário 1855-1955, Lisboa, sep. Boletim da
Sociedade de Geografia, Outubro-Dezembro 1955
 Marco Polo e os Portugueses: duas Fases da Geografia do Oriente, Lisboa, sep.
Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Julho-Setembro 1955
 Also Sprach: ... Assim Falou Sardar K. M. Panikkar, Lisboa, Separata do Boletim
da Sociedade de Geografia de Lisboa, Outubro-Dezembro, 1956
 De Portugal e da Armoriada Bruges: Política, Navegação e Comércio, Lisboa,
sep. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Janeiro-Março 1956
 Escultura dos Negros da Guiné, Lisboa, sep. Revista do Grupo de Estudos
Ultramarinos, 1956
 Bibliografia do Ultramar Português Existente na Sociedade de Geografia de
Lisboa, Lisboa, Soc. Geografia, 1957
 Alvise Cá da Mosto e o V Centenário Caboverdeano, Lisboa, Sep. do Boletim da
Sociedade de Geografia de Lisboa, 1957, nº s 10-12, p. 349-404
 Da Crise do Arabismo, Lisboa, Sociedade de Geografia, 1958
 Victoria Falls e os Portugueses, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1958
 Novas "Mostras" italianas da Universitaria de Pavia a Laurenziana de Florenca,
Lisboa, sep. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Outubro-Dezembro
1958
 O Mundo Árabo-Islâmico e o Ultramar Português, Junta de Investigações do
Ultramar, 1958
 Os Portugueses no Sião, Lisboa, sep. Boletim da Sociedade de Geografia de
Lisboa, Outubro-Dezembro 1958

119
 Batalha Naval de Matapan /Lopo Furtado de Mendonça, 1º Conde do Rio
Grande, Lisboa, Comissão de História Militar, 1959
 “Gago Coutinho, Geógrafo e Historiador: 1869-1959”, Lisboa, Boletim da
sociedade de Geografia de Lisboa, série 77, nºs 4- 6, Abril- Junho 1959, pp.
117- 126
 “Da Expansão Geográfica Portuguesa”, Lisboa, Boletim da Sociedade de
Geografia de Lisboa, série 77, nºs 1-3, Jan.- Mar. 1959, p. 3- 14
 Homenagem a Gago Coutinho, Lisboa, Centro de Estudos Históricos
Ultramarinos, 1959
 “Cabo da Boa Esperança - Cavo di Diab: uma Questão de Prioridade”, Lisboa,
Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Série 77, nº 10-12 (1959), pp.
355-364
 O Infante Dom Pedro e a Expansão Geográfica Portuguesa, Lisboa, [s.n.], 1960
 “A Sentença do Tribunal Internacional de Haia”, Lisboa, Boletim Geral do
Ultramar, Ano 36º, nºs 418-419, Abril-Maio de 1960, p. 35-126
 O Islamismo Através dos Números, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1960
 Protestantismo em África, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1960
 O Enigma das Insignias da Jarreteira no Padrão dos Descobrimentos, Lisboa,
sep. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Outubro-Dezembro 1961
 Síntese Religiosa da África, Lisboa, Ministério do Ultramar, Centro de Estudos
Políticos e Sociais, 1961
 O Islamismo na Guiné Portuguesa: Ensaio Sociomissionológico, Lisboa,
Agência-Geral do ultramar, 1961
 Técnicas de Propaganda, Élites, Quadros e Outros Estudos, Lisboa, Agência-
Geral do Ultramar, 1961
 Faleiro e Medina, separata do Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa,
Lisboa, Janeiro-Março-1961
 O Além-Mar Português na Estrutura da Nação, Lisboa, Soc. Geografia, 1961
 Motivos Portugueses no Planisfério de Fra Mauro, Lisboa, Academia das
Ciências, 1961
 Na Gesta e Estrutura da Expansão Portuguesa: Espiões e Delatores, Lisboa,
Empresa Tipográfica Casa Portuguesa, 1962
 “De Como se Ganhou e se Perdeu Goa”, Boletim da Sociedade de Geografia de
Lisboa, Série 80, nº 7-12, Lisboa, 1962, pp. 99-130

120
 Criação e Reorganização do Instituto Superior de Estudos Ultramarinos 1906-
1961, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1962
 Garcia de Orta e a sua Ilha de Bombaim, separata do Boletim da Sociedade de
Geografia de Lisboa, Lisboa, Julho-Dezembro de 1963
 Política de Informação: Ensaios, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar,
Centro de Estudos Políticos e Sociais, 1963
 Sociologia da Informação, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, Centro
de Estudos Políticos e Sociais, 1963
 “A Informação em Angola: Alguns Subsídios para o Seu Estudo”, Angola,
Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, Curso de Extensão
Universitária, ano lectivo 1963/64, 1964, pp. 257-371
 A Informação em Moçambique: Contribuição para o Seu Estudo, Lisboa,
Universidade Técnica de Lisboa, 1965
 “A Informação na Guiné, em Cabo Verde e em São Tomé e Príncipe: Achegas
para o Seu Estudo”, Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Política
Ultramarina, Curso de Extensão Universitária, ano lectivo 1965/66, 1966, pp.
165-376
 Síntese Bibliográfica de Goa, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1966
 Portugal no Mundo, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1967
 A Informação nas Províncias do Oriente: Elementos para o seu Estudo, Lisboa,
Universidade Técnica, Instituto de Ciências Sociais e Política Ultramarina, 1969
 Os Portugueses na Ásia e Oceânia, Lisboa, sep. Comunidades Portuguesas, nº
19, 1970
 Portugueses Dispersos pelo Mundo: Síntese Estatística, Lisboa, Agência-Geral
do Ultramar, 1971

Fontes/Estudos

 ALMEIDA, António de, “Dr. Júlio Gonçalves”, Lisboa, Boletim da Sociedade de


Geografia de Lisboa, Janeiro-Março de 1964, pp. 11-16
 CORDEIRO, Mário Júlio Gonçalves, Júlio Gonçalves: de Goa a Lisboa: Histórias
de um Percurso de Vida, Lisboa, Glaciar, 2013
 CRUZ, Frederico Jaime César de Figueira, “Capitão-de-fragata MN Júlio
Gonçalves” (notícia necrológica), Anais do Clube Militar Naval, nº 94, Lisboa,
1964, pp. 480-483

121
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

César Augusto de Oliveira Moura Brás (1881-1954)

Nascido em 1881, assentou praça em Outubro de 1899. Entre 1900 e 1902


efectuou vários embarques, tendo no ano seguinte seguido para Cabo Verde.
Em 1909, efectuou o plano hidrográfico da Baía do Lobito (Angola), sendo, no
ano seguinte, nomeado capitão do porto de Luanda.
Em 1916 destacou para a Estação Naval da Guiné.
Em Agosto de 1923 foi-lhe entregue o comando do transporte «Pebane», da
Marinha Colonial de Moçambique. A bordo daquele navio, efectuou, entre 1923 e 1925,
uma missão oceanográfica na costa de Moçambique. Serviu ainda como adjunto da
missão de demarcação de fronteiras da Província de Moçambique.
Em 1931 efectuou nova missão hidrográfica em Angola a bordo do NRP
“República”.
Retirou-se do serviço activo, no posto de Capitão-de-Fragata, em 1933,
passando a dedicar-se ao estudo e à discussão de temas militares e ultramarinos em
artigos e conferências públicas. Foi membro da Secção de História da Sociedade de
Geografia de Lisboa, onde desempenhou também as funções de Vogal e de Vice-
Presidente da Secção de Estudos Militares.
Muito interessado pelo tema da navegação medieval no Índico, foi um profundo
conhecedor da bibliografia árabe sobre o assunto. Tomou também a seu cargo a
compilação dos trabalhos de Gago Coutinho na obra A Náutica dos Descobrimentos, de
1959, da qual redigiu o prefácio e o posfácio.
Faleceu em 1954.

122
Bibliografia

 Relatório do Governador: Distrito da Huila: Ano de 1912, Coimbra, Imprensa da


Universidade, 1918
 Géographie Physique: Sol et Climat, Lourenço Marques, Imprensa Nacional,
1931
 “Determinação do Ponto no Mato”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 66, nºs 9-
12, 1935, pp. 325-342
 “Dos Navios Torpedeiros e da Sua utilização Prática na Prática da Guerra”,
Anais do Clube Militar Naval, vol. 66, nºs 7-9, 1935, pp. 3-37; vol. 67, 1937, pp.
199-226
 Fronteiras do Território Nacional no Ultramar, Lisboa, Agência Geral das
Colónias, 1943
 “Algumas Notas sobre Colonização e Povoamento”, Boletim da Sociedade de
Geografia de Lisboa, vol. 61, nºs 5-8, 1943, pp. 329-356
 Moçambique, Lisboa, Sociedade de Geografia, 1950
 “A Guerra Anglo-Boer”, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, vol. 70,
nºs 7-9, 1952, pp. 227-255
 Almirante Ernesto de Vasconcelos, Lisboa, Astória, 1953
 O Encontro das Marinharias Oriental e Ocidental na Era dos Descobrimentos,
Lisboa, Sociedade de Geografia, 1962

Fontes/Estudos

 GONÇALVES, Júlio, “Capitão-de-fragata César Augusto de Oliveira Moura Brás”


(notícia necrológica), Anais do Clube Militar Naval, nº 84, Lisboa, 1954, pp.
377-379
 RIBEIRO, António Silva (coord.) e outros, “César Augusto de Oliveira Moura
Brás (1881-1954)”, A Marinha na Investigação do Mar 1800-1999, Lisboa,
Instituto Hidrográfico, 2002, p. 191

123
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Tancredo Octávio Faria de Morais (1882-1951)

Nasceu em Vila Flor a 24 de Setembro de 1882.


Oficial de Administração Naval, era licenciado em Ciências Económicas e
Financeiras.
Foi professor da Escola Naval.
Tendo atingido o posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra em 1938, passou à Reserva
em 1942.
Dedicou-se ao estudo da História Naval, tendo publicado vários trabalhos entre
1933 e 1949, dos quais se destaca a História da Marinha Portuguesa: da Nacionalidade
a Aljubarrota (1940). Colaborou em diversas publicações periódicas, nomeadamente na
Revista de Marinha, onde publicou vários episódios da história naval portuguesa, na
Revista Militar e nos Anais do Clube Militar Naval, cuja comissão de redacção integrou.
Foi, ainda, colaborador da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, que o incluiu
numa das suas entradas.
Faleceu a 25 de Março de 1951.

Bibliografia

 “A Marinha Militar Portuguesa no Século XVIII”, Revista Militar, vol. 84, 1932,
pp. 407-408, 678-712; vol. 85, 1933, pp. 222-304, 370-406, 525-610
 “Conta de Moçambique”, Boletim Agência Geral das Colónias, Ano 9, nº93,
Lisboa, Março 1933, pp. 38-55

124
 “A Casa da Índia”, Anais do Clube Militar Naval, nº 64, 1934, Lisboa, pp. 1429-
1459
 História da Marinha Portuguesa: da Nacionalidade a Aljubarrota, Lisboa, sep.
Anais do Clube Militar Naval, 1940
 China e Portugal, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Tip. da L. C. G. G.,
1943
 “Evocações do Nosso Passado nos Mares: a Ásia e o Rei Venturoso”, Revista de
Marinha, Ano 9, nº265, Lisboa, Julho 1945, pp. 5-7
 “Um Século de Ensino Naval”, Revista Militar, vol. 97, 1945, pp. 177-204
 “Marinha de Outros Tempos: Evocações do Nosso Passado nos Mares: a Morte
do Titam”, Revista de Marinha, Ano 11, nº 296, Lisboa, Novembro 1947, pp.15-
18
 “Karma”, Revista de Marinha, Ano 12, nº299, Lisboa, Fevereiro 1948, pp.59-62,
64
 “A Armada de Pedro Álvares Cabral”, Revista de Marinha, Ano 12, nº301,
Lisboa, Abril 1948, pp. 29-33
 “João da Nova: Capitão de Armada em 1501”, Revista de Marinha, Ano 12,
nº305, Lisboa, Agosto 1948, pp.33-36, 39
 “Episódios Navais da História da Espanha”, Revista de Marinha, Ano 12, nº306,
Lisboa, Setembro 1948, pp. 9-14
 “Marinha de Outros Tempos: Frei Sebastião Manrique”, Revista de Marinha, Ano
12, Lisboa, nº310, Janeiro 1949, pp. 41-44; nº311, Fevereiro 1949, pp. 15-18
 “Fumos da Índia”, Revista de Marinha, Ano 12, nº312, Lisboa, Março 1949, pp.
19-22, 30
 “Religião e Comércio”, Revista de Marinha, Ano 13, Nº313, Lisboa, Abril 1949,
pp.31-33
 “Como os Portugueses se Instalaram em Diu”, Revista de Marinha, Ano 13,
nº314, Lisboa, Maio 1949, pp.29-32
 “D. Duarte de Menezes: 5º Governador da Índia”, Revista de Marinha, Ano13,
nº317, Lisboa, Agosto 1949, pp. 29-32
 “Martim Afonso de Sousa e o Samorim”, Revista de Marinha, Ano 13, nº318,
Lisboa, Setembro 1949, pp. 31-34
 “D. Cristóvão da Gama“, Revista de Marinha, Ano 13, nº320, Lisboa, Novembro
1949, pp. 22-24, 50

125
Fontes/Estudos

 J.G., “Capitão de Mar e Guerra da A.N. Tancredo Octávio Faria de Morais”,


Anais do Clube Militar Naval, nº 81, Lisboa, 1951, pp. 405-407

126
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Humberto José Santos Leitão (1885-1973)

Nasceu em 29 de Março de 1885 e entrou para a Marinha a 22 de Setembro


de 1905, tendo sido promovido a Guarda-Marinha quatro anos mais tarde. Em 1909
viajou para Macau a bordo do iate “Amélia”.
Durante as incursões monárquicas no Norte, entre 1911 e 1912, serviu sob
as ordens do Comandante Afonso Cerqueira na Companhia de Marinha em Monção,
tendo o seu desempenho sido louvado pelo Ministro da Marinha.
No mar, comandou o vapor “Dili” (1916-19), o torpedeiro “Ave” (1925-28),
e os contratorpedeiros “Guadiana” (1930-32) e “Sado” (1932-33). Foi,
posteriormente, comandante do Agrupamento de Torpedeiros.
Depois de uma curta passagem pela Repartição dos Serviços de Marinha em
Macau (1919), cumpriu uma longa comissão em Timor, entre 1921 e 1925, durante
a qual desempenhou as funções de Capitão dos Portos, Encarregado do Governo e
Chefe dos Serviços de Marinha.
Regressado à Metrópole, e terminados os seus embarques, prestou serviço
como Director do serviço de Faróis e Presidente do tribunal de Marinha
Passou à Reserva, como Capitão-de-Mar-e-Guerra (posto a que fora
promovido em 1940), em 29 de Março de 1945, tendo desenvolvido a maior parte
dos seus estudos depois dessa data.
Iniciou os seus trabalhos de pesquisa histórica com dois livros dedicados ao
passado dos portugueses em Timor (1948 e 1952), território onde prestara serviço.
Nestas obras podemos acompanhar a actividade comercial e marítima dos
portugueses e a acção dos missionários dominicanos naquelas paragens durante os
séculos XVI e XVII.

127
Alguns anos depois passou a dedicar-se à história da Náutica, da qual
produziu quatro livros e alguns artigos. Ainda neste âmbito, editou textos do início
do século XVII, por si minuciosamente comentados e anotados, na tradição da obra
de Fontoura da Costa.
Contando com o apoio do Almirante Sarmento Rodrigues, ao tempo Ministro
do Ultramar, teve na Agência Geral do Ultramar, sobretudo através do Centro de
Estudos Históricos Ultramarinos, um válido auxiliar na publicação dos seus estudos.
Entre os seus trabalhos de maior vulto conta-se o Dicionário da Linguagem
de Marinha Antiga e Actual (1963), compilado em colaboração com José Vicente
Lopes e motivado pelas dificuldades encontradas na interpretação da linguagem
utilizada nos antigos diários de navegação. Este dicionário, que veio enriquecer a
colecção de obras de referência marítima existentes, tem a particularidade de
ilustrar muitos dos termos nele contidos com excertos de várias obras antigas.
Tornou-se membro efectivo do Grupo de Estudos de História Marítima (que,
mais tarde, daria origem à Academia de Marinha) em 1969. Na altura, já tinha
passado, como vogal, pela comissão destinada a estudar a reorganização do Museu
de Marinha (1956) e pela Comissão de História Militar (1957).
Era Comendador da ordem Militar de Avis e possuía a Medalha de Prata de
Filantropia de Socorros a Náufragos.
Faleceu em 5 de Setembro de 1973.

Bibliografia

 “Algumas Indicações sobre a nossa Colónia de Timor”, Boletim da Agência


Geral das Colónias, V, 54, Dezembro de 1929, pp. 3-31
 Os Portugueses em Solor e Timor de 1515 a 1702, Lisboa, s.n., 1948
 Vinte e Oito Anos de História de Timor (1698 a 1725), Lisboa, Agência Geral
do Ultramar, 1952
 “A Fundação da Cristandade de Solor”, Portugal em África, XII, 71,
Setembro-Outubro de 1955, pp. 394-396
 “As Duas Viagens de Cadamosto à África Ocidental, 1455-1456, O Centro de
Estudos Históricos Ultramarinos e as Comemorações Henriquinas, Lisboa,
1961, pp. 1-20

128
 Dois Roteiros do Século XVI, de Manuel Monteiro e Gaspar Ferreira Reimão,
Atribuídos a João Baptista Lavanha, Lisboa, Centro de Estudos Históricos
Ultramarinos, 1963
 Dicionário da Linguagem de Marinha Antiga e Actual, em colaboração com
José Vicente Lopes, Lisboa, Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, 1963
 “Uma Carta de João Baptista Lavanha a Respeito das Agulhas de Luís da
Fonseca Coutinho”, Revista da Faculdade de Ciências, separata XI do
Agrupamento de Estudos de Cartografia Antiga, Coimbra, XXXIX, 1967, pp.
163-194
 Os Dois Descobrimentos da Ilha de São Lourenço Mandados Fazer pelo
Vice-Rei D. Jerónimo de Azevedo nos Anos de 1613 a 1616, Lisboa, Centro
de Estudos Históricos Ultramarinos, 1970
 O Régulo Timorense D. Aleixo Corte-Real, Lisboa, Grupo de Estudos de
História Marítima, 1970
 “Um Notável Episódio do Primeiro Cerco de Moçambique em 1607”,
Ultramar, XII, 45, 1971, pp. 5-13
 “O Caso do Galeão Nossa Senhora da Nazaré, da Armada de Luís Velho,
1650”, Studia, 35, Dezembro de 1972, pp. 7-10

Fontes/Estudos

 ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA, Listas da Armada, 1905-1974


 ID., Livros-Mestres de Oficiais da Armada I-52/135; M-57
 MOTA, Avelino Teixeira da, "O Comandante Humberto Leitão, historiador da
Náutica e do Ultramar", Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Vol. CIV, Tomos 4
a 6, Abril-Junho, 1974, pp. 257-263

129
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Carlos Gomes de Amorim Loureiro (1894-1966)

Nasceu em Lisboa a 9 de Agosto de 1894.


Neto do poeta Gomes de Amorim, grande apaixonado pelo Mar, e do general
de Engenharia Adolfo Loureiro, conhecido pelos seus trabalhos portuários, assentou
praça na Marinha em Setembro de 1914, tendo sido promovido a Guarda-Marinha em
1917. Em 1920, já como Segundo-Tenente, obteve a especialização em piloto-aviador.
Cumpriu várias comissões de embarque e serviu no Ultramar, em Moçambique,
entre 1924 e 1929, ali tendo regressado em 1939. No período da II Guerra Mundial,
distinguiu-se pelo socorro prestado aos náufragos de alguns navios torpedeados no
Canal de Moçambique, acto que lhe valeu a medalha de Coragem, Abnegação e
Humanidade.
Atingiu a categoria de Oficial Superior (Capitão-Tenente) em 1933 e foi
promovido a Capitão-de-Mar-e-Guerra em 1945, tendo passado à Reserva nesse posto
em 1954. Continuou, no entanto, na efectividade de serviço, na Direcção do Serviço do
Pessoal, até 1962.
Ao longo da sua carreira foi distinguido com as medalhas de prata
comemorativas da Guerra Europeia e das Campanhas do Exército Português em
Moçambique, a Medalha da Vitória, a Medalha de Ouro de Comportamento Exemplar e
a Medalha Naval Comemorativa do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique. Foi
também agraciado com o grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Avis.
Perito em fotografia, dedicou-se à divulgação de imagens dos navios nacionais,
tendo ainda publicado alguns notáveis trabalhos de investigação sobre navios e

130
estaleiros navais, dos quais se distingue a obra Estaleiros Navais Portugueses,
publicada, em dois volumes, entre 1960 e 1965.
Faleceu a 30 de Outubro de 1966.

Bibliografia

 Navios com o Nome “Guiné”, Lisboa, Tip. Da L.C.G.G., 1947


 O Nome de Lisboa nos Navios, Lisboa, Soc. Ind. de Tipografia, 1948
 “Crónica dos Navios da Marinha Portuguesa. Marinha de Guerra. Marinha
Mercante. Navios de Emergência (Abatidos ou Adquiridos Durante a 2ª Guerra
Mundial)”, Anais do Clube Militar Naval, v. 78, 1948, pp. 87-102, 179-200, 455-
487
 A História de um Navio, o “Gil Eanes”, Lisboa, Gabinete de Estudos das Pescas,
1952
 Estaleiros Navais Portugueses, Lisboa, Ramos Afonso & Moita, 1960-65

Fontes/Estudos

 N. DE B., J.V.A.S., “Capitão-de-Mar-e-Guerra Carlos Gomes de Amorim


Loureiro” (notícia necrológica), Anais do Clube Militar Naval, v. 97, 1967, pp.
257-258

131
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

José Moreira de Almeida Campos (1898-1967)

Nasceu em Tondelinha (Viseu) a 24 de Setembro de 1898.


Oficial da Armada, distinguiu-se, ainda como Guarda-Marinha, durante a
repressão da revolta monárquica de 1919. Devido à sua oposição activa ao Estado
Novo, foi alvo de processo disciplinar em 1935. No entanto, o Conselho de Disciplina
da Armada entendeu, por unanimidade não se ter provado a prática de qualquer acto
pelo qual pudesse ser posta em causa a sua honra, sendo, por conseguinte,
amnistiado.
Tendo passado à Reforma, como Capitão-Tenente, em Julho de 1940, dedicou-
se à actividade política e manteve ligações a alguns dos principais opositores de
Salazar, sendo preso pela PIDE em 1952.
Foi membro da Sociedade de Geografa de Lisboa e notável historiador, tendo
publicado importantes trabalhos sobre as vidas e as obras de ilustres figuras dos
Descobrimentos e da Expansão.
Faleceu em Lisboa, a 30 de Abril de 1967.

Bibliografia

 A Luta pelo Poder Naval, Lisboa, Papelaria Fernandes, 1938


 A invasão da Inglaterra Através dos Tempos, Lisboa, Livraria Portugália, 1940
 Guerra no Mar, Lisboa, Livraria Popular, 1942
 Caminhos de invasão: a Luta em Volta do Mediterrâneo, Lisboa, Tip. Gráfica
Santelmo, 1943

132
 Corsários Célebres, Lisboa, Editorial da Marinha, 1946
 D. Francisco de Almeida, 1º Vice-rei da índia, Lisboa, Editorial da Marinha, 1947
 A vida Heróica do Grande Capitão André Furtado de Mendonça, Lisboa, Tip.
L.C.G.G., 1951
 Afonso de Albuquerque: da Fantasia à Realidade, Lisboa, Tip. L.C.G.G., 1953
 Mestre José Vizinho, Viseu , [s.n.], 1955
 Da fantasia à Realidade II: O Infante D. Henrique e os Descobrimentos
Portugueses, Lisboa, [s.n.], 1957
 Bom nome e Reputação, [s.l., s.n.], 1959
 Da fantasia à Realidade III: a Fé e o Império, Lisboa, [s.n.], 1960
 “A Expansão Africana para Fortalecimento da Nacionalidade”, Anais do Clube
Militar Naval, número especial, 1960, pp. 119-126
 “Quadros da Nossa História”, Anais do Clube Militar Naval, nº91, 1961, pp. 499-
500
 Rumo de Portugal, Lisboa, Gráfica Portuguesa, 1963
 A Restauração em Portugal e no Brasil, Lisboa, Portugália, 1965
 A Descobrir: Ponto de Partida Ponto de Destino, Lisboa, [s.n.], 1965

Fontes/Estudos

 PEREIRA, Jorge Maia Ramos, “Capitão-Tenente José Moreira de Campos”


(notícia necrológica), Anais do Clube Militar Naval, nº 97, Lisboa, 1967, pp.
518-519

133
(Foto do arquivo histórico da Sociedade de Geografia de
Lisboa)

António Marques Esparteiro (1898-1976)

António Marques Esparteiro nasceu em Engarnais Cimeiros, freguesia de


Mouriscas, em 21 de Outubro de 1898.
Depois de completar o curso da Escola Naval, especializou-se em Artilharia,
tendo frequentado o Royal Naval College de Greenwich e a Gunnery School, em
Portsmouth.
No mar, comandou o torpedeiro “Lis”, o vapor “Lidador” e o aviso de 1ª classe
“Afonso de Albuquerque. Foi, ainda, Director da Escola de Alunos Marinheiros,
Comandante da Defesa Marítima do Douro e Leixões e comandante interino das Forças
Navais do Estado da Índia.
No final da sua carreira de Marinha prestou serviço na Direcção-Geral Militar do
Ultramar (entre Junho de 1949 e Agosto de 1954) e na embaixada de Portugal nos
E.U.A.. Na vertente cultural, foi Director do Arquivo Geral da Marinha, vogal do
Conselho Consultivo do Museu da Marinha e vogal da Comissão de História Militar.
No início de 1955 foi promovido a Capitão-de-Mar-e-Guerra, posto em que
passou á Reserva, por limite de idade, em 21 de Outubro de 1958.
Escritor profícuo, publicou inúmeros trabalhos de natureza técnica (Artilharia e
Marinharia) e cultural, com especial incidência na vertente de História Naval. Entre as
suas obras de maior vulto, destacam-se O Almirante Marquês de Nisa (1944) e os 28
volumes de Três Séculos no Mar (1640-1910), começados a publicar em 1974, em que
procede a um levantamento exaustivo dos navios da Marinha de Guerra da dinastia de
Bragança.
Foi também um conceituado dicionarista, tendo publicado, em 1936, ainda
como Primeiro-Tenente, o Dicionário Ilustrado de Marinharia, que durante a sua vida

134
conheceu duas actualizações. Já em meados da década de 1970, publicou o Dicionário
de Marinha Português-Inglês e o Dictionary of Naval Terms English Portuguese.
Colaborador da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, foi honrado com uma
entrada nesta obra colectiva de referência.
Possuía os graus de Grande Oficial e de Comendador da Ordem de Avis, sendo,
ainda, condecorado com a medalha de Mérito Militar de 1ª Classe e com a medalha
comemorativa das campanhas das Forças Armadas Portuguesas na Índia.
Faleceu em 1976.

Bibliografia

 Dicionário ilustrado de Marinharia, Lisboa, Sociedade Astória, 1936


 Panoramas Navais, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1939
 Comandos e Manobras de Vela, Sep. Anais do Clube Militar Naval , Lisboa, 1940
 Fragata D. Fernando II e Glória, Subsídios para a História da Marinha de
Guerra, 1, sep. Petrus Nonius , Lisboa, [s.n.], 1940
 Corvetas Mistas Portuguesas (1858-1913): Bartolomeu Dias 1858-1905, Lisboa,
Tip. da L.C.G.G, 1941
 Corveta Mindelo”, Subsídios para a história marinha de guerra, 3, sep. Anais do
Clube Militar Naval, Lisboa, 1941, p. 58
 O Último Cruzeiro do "Graf Spee" : Breves Estudo Sobre a Batalha Naval do Rio
da Prata, Lisboa, Parceria António Maria Pereira, 1941
 A Tecnologia Naval dos "Lusíadas", sep. Ethnos, v. 2, Lisboa, 1941
 Corveta Rainha de Portugal, Subsídios para a História da Marinha de Guerra, 4,
Sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1942
 Navio Escola Sagres, Subsídios para a História da Marinha de Guerra, 6, sep.
Petrus Nonius, Lisboa, 1943
 Fragata Rainha de Portugal, Subsídios para a História da Marinha de Guerra, 7,
sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1943
 Crónicas do Mar, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1943
 O Almirante Marquês de Nisa, Lisboa, António Maria Pereira, 1944
 “Canhoneira Douro”, Anais do Clube Militar Naval, 76, nº5-6, Maio-Junho 1946
pp. 237-271, nº7-8, Julho-Agosto 1946, pp. 373-392, nº9-10, Setembro-
Outubro 1946, pp. 463-488

135
 Nau D. João VI , Subsídios para a História da Marinha de Guerra, 11, sep. Anais
do Clube Militar Naval, Lisboa, 1947
 A Corveta D. João I e o Ultramar Português, Subsídios para a História da
Marinha de Guerra, 12, sep. Bol. Geral das Colónias, Lisboa, Agência Geral das
Colónias, 1949
 A Fragata Tritão e a Batalha do Cabo de S. Vicente, Subsídios para a História da
Marinha de Guerra, 13, Lisboa, Of. Gráficas da Rádio Renascença, 1950
 A canhoneira Diu e a Guerra de Timor, sep. Bol. Geral das Colónias, nº 309-
310, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1951
 A Fragata Princesa Carlota e a Primeira Batalha Naval de Trafalgar, Subsídios
para a História da Marinha de Guerra, 14, sep. Anais do Clube Militar Naval,
Lisboa, 1951
 Heróis do Mar (1600-1918), Beira, Tip. Centro Social, 1953
 Portugal no Mar (1608-1923), Lisboa, Gráf. San-Telmo, 1954
 “A Higiene nas Naus de Viagem em Meados do Século XVIII”, sep. Bol. Soc.
Geografia de Lisboa, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1958, pp. 279-
296
 “Um Bergantim Português Derrota Dois Corsários”, Boletim Geral do Ultramar,
ano 35, nº 411/412, Lisboa, 1959, pp.127-131
 O Famoso Botão de Âncora (1600-1895), Lisboa, Agência Geral do Ultramar,
1959
 O Almirante Pedro de Mariz de Sousa Sarmento, sep. Bol. Geral do Ultramar,
Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1960
 “Corvetas Mistas Portuguesas (1858-1913): Corveta Sagres (1858-1905)”, sep.
Bol. da Soc. Geografia de Lisboa, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa,
Janeiro-Junho 1960. pp. 45-208
 “O Comandante Matos no Daomé, 1879”, Ocidente, V. 61, Lisboa, 1961,
pp.71-83
 “Combate Naval na Boca do Tigre 1810”, sep. de Ocidente, v. LXI, Lisboa,
Sociedade de Geografia de Lisboa, 1961, pp. 71-83
 “Thomaz Andrea no Catavento”, Revista de Marinha, A.25, nº 455, Lisboa,
Fevereiro de 1961, pp. 25-26, 42
 Actas do Conselho de Comandantes da Esquadra da Baía 1822-1823, sep.
Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa, Sociedade de Geografia
de Lisboa, Outubro-Dezembro de 1961

136
 “Corvetas mistas Portuguesas: Infante D. João (1863-1878)”, sep. Ocidente,
v.63, Lisboa, 1962, pp. 273-290
 “Corveta Estefânia”, Ocidente, v. 63, Lisboa, 1962, p. 36
 “Corvetas Mistas Portuguesas: Sá da Bandeira”, sep. Bol. Geral do Ultramar, nº
444 ano 38, Lisboa, 1962, p. 58
 “Corvetas Mistas Portuguesas: Duque da Terceira (1864-1911)”, sep. Bol. Geral
do Ultramar, nº 446-447, ano 38, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1962, p.
98
 Portugal em Daomé (1471-1961), sep. Bol. Geral do Ultramar, 38, nº 439-440,
Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1962
 Corvetas Mistas Portuguesas: “Afonso de Albuquerque” (1884-1909), sep. do
Boletim Geral do Ultramar, nº 456-57, Lisboa, Agência Geral do Ultramar,
Junho-Julho 1963
 “Corvetas Mistas Portuguesas: Duque de Palmela”, Ocidente, v.65, Lisboa,
1963, pp. 229-249
 Galeotas e Bergantins Reais, Lisboa, Ministério do Ultramar, Direcção Geral das
Obras Públicas e Comunicações, 1965
 “Os Iates Amélia e a Retirada de D. Manuel II (1888-1910)”, Ethnos, v. 4,
Lisboa, [s.n.], 1965, pp. 171-176
 Um Herói de Mouriscas: Séculos XVII e XVIII, Lisboa, Agência Geral do
Ultramar, 1968
 O Almirante Barão de Lazarim (1781-1856), separata de Ocidente, Lisboa,
[s.n.], 1969
 “O Almirante Miguel de Sousa de Mello e Alvim (1784-1866)”, Ocidente, v. 76,
Lisboa, [s.n.], 1969, pp.113-120
 Wenceslau de Morais Oficial de Marinha, sep. Ocidente, v.77, Lisboa, [s.n.],
1969
 “Os navios da Esquadra de Vasco da Gama”, Panorama, 4ª série, 31, s.l., 1969,
pp.35-38
 Padrão de Santiago 1488, sep. Ethnos, v.6, Lisboa, Editorial Minerva, 1970
 “A Peça do Porto das Barcas”, Ocidente, v. 78, Lisboa, [s.n.], 1970, pp. 77-79
 “Ramires Esquível Derrota no Mar de Pernambuco uma Esquadra Holandesa,
1650”, sep. Ocidente, v.80, Lisboa, 1971, pp. 119-131

137
 “Analogia das Línguas Portuguesa e Inglesa”, Anais do Clube Militar Naval,
Lisboa, Editorial Minerva, Outubro-Dezembro 1971, Janeiro-Março, Abril-Junho,
1972, pp.891-979
 O Almirante Henrique da Fonseca de Sousa Prego, separata de Ocidente, v. 83,
Lisboa, [s.n.], 1972
 “O Comandante César Alexandre Monte Cembra Valsassina 1846-1905”,
Ocidente, v. 82, Lisboa, 1972, pp. 155-175
 Cortesias Navais em Lagos 1903, sep. Anais do Clube Militar Naval, nº 1/3,
Lisboa, Editorial Minerva, Janeiro-Março 1972
 A Campanha do Rio da Prata 1736-1737, sep. Anais do Clube Militar Naval,
Lisboa, Editorial Minerva, Julho-Setembro 1972
 Três datas que importam à independência do Brasil: 1808-1815-1822, Lisboa,
Centro de Estudos de Marinha, 1972
 O Almirante José Joaquim da Rosa Coelho (1773-1833), sep. Bol. Cultural da
Câmara Municipal do Porto, v. 34, fasc. 1-2, Porto, Câmara Municipal, 1973
 “A Marinharia de «Os Lusíadas»", Anais do Clube Militar Naval, nº 1-3, Lisboa,
Janeiro-Março 1973, pp. 105-118
 “A Marinha de D. João IV (1640-1656)”, Anais do Clube Militar Naval, 103, nº4-
6, 104, nº 7-9, Lisboa, Julho-Set. 1973), pp. 615-648, Abril-Junho 1974,
pp.385-420
 Dictionary of Naval Terms: English-Portuguese, Lisboa, Centro de Estudos de
Marinha, 1974
 Três Séculos no Mar, 1640-1910, Lisboa, Ministério da Marinha, 1974-1987
 Dicionário de Marinha: Português-Inglês, Lisboa, Centro de Estudos de Marinha,
1975
 O General dos Galeões do Estado da Índia António de Figueiredo e Utra (1678-
1751), Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1975
 “Causas e declínio da Marinha Portuguesa no Século XIX (1793-1834)”, Anais
do Clube Militar Naval, 10-12, Lisboa, Outubro-Dezembro 1975, Janeiro-
Setembro 1976
 Catálogo dos Navios Brigantinos (1640-1910), Lisboa, Centro de Estudos de
Marinha, 1976

138
Fontes/Estudos

 ALVES, João Manuel Maia, “Comandante António Marques Esparteiro, Oficial de


Marinha, Escritor, Historiador, Dicionarista”, Mouriscas – Terra e Gentes, 22 de
Maio de 2007 (http://motg.blogs.sapo.pt/arquivo/1069430.html)
 SÉRGIO, António (coord.), Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Lisboa-
Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d., vol. 10, pp. 213-214 (ESPARTEIRO,
António Marques)

139
(Foto: Academia Portuguesa da História)

José Augusto do Amaral Frazão de Vasconcelos (1899-


1970)

Nasceu em Lisboa a 4 de Janeiro de 1899 e faleceu em 1970.


Ingressou no quadro dos funcionários civis da Administração dos Serviços
Fabris da Marinha em 1912. Prestou serviço em várias repartições e foi secretário do
Ministro da Marinha Joaquim Pedro Vieira Júdice Bicker entre 8 de Março e 30 de
Junho de 1920. Esteve por duas vezes colocado na Biblioteca de Marinha (1930 e
1941), participou como vogal da comissão organizadora do Museu Naval chefiada pelo
Almirante Gago Coutinho (1930) e foi secretário da comissão nomeada pelo Ministério
da Marinha para organizar uma exposição de bibliografia, iconografia e cartografia
relativa à ciência náutica e à história das navegações portuguesas (1934). Foi ainda
vogal da comissão nomeada pelo Ministério da Instrução Pública para compilar a
documentação relativa à história dos Açores (1921) e da comissão organizadora da
primeira exposição de ex-libris nacionais e estrangeiros (1927).
Foi sócio da Associação dos Arqueólogos Portugueses, cuja Secção de Heráldica
secretariou, sócio fundador e vogal da direcção do Instituto Português de Arqueologia
e membro da Academia Portuguesa da História. Pertenceu a diversas organizações
internacionais de Heráldica, das quais se destaca: o Conseil des Héraldistes, francês, a
Société Suisse de Heráldique e o Collegio Araldico de Roma.
Foi agraciado com os graus de Cavaleiro da Ordem de Santiago da Espada,
Cavaleiro do Mérito da Real Ordem Constantiniana de S. Jorge e Cavaleiro da Ordem

140
Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém. Recebeu, ainda, do papa Bento XV a cruz
“Pro Ecclesia et Pontifice”.
Colaborador de diversos jornais e revistas, foi redactor efectivo do diário A
Nação e chefe dos serviços de revisão do Diário de Notícias. A obra que deixou foi
maioritariamente sobre a História da Marinha.

Bibliografia

 Ascendência Materna do Desembargador João de Barros, Lisboa, [s.n.], 1915


 Justiça do Marquez de Pombal: duas Cartas Régias Notáveis, Lisboa, Tip. D’A
Modesta, 1915
 Um Companheiro de Salvador Corrêa, Capitão Manoel de Almeida Falcão,
Lisboa, [s.n.], 1916
 Um Michaelense Illustre do Seculo XVII: Pedro de Sousa Pereira, Lisboa, [s.n.],
1918
 João Pereira Côrte Real: Conselheiro de Guerra d'El-Rei D. João IV, e as naus
da carreira da Índia, Lisboa, [s.n.], 1921
 António de Albuquerque Coelho: Notas Genealogico-biograficas, Lisboa, Tip. do
Comercio, 1922
 Ligeiros Apontamentos sobre a Família de Manuel Severim de Faria, Coimbra,
Imp. da Universidade, 1922
 A ilha de Fernando Noronha é Erradamente Assim Designada, Lisboa, Tip. do
Comércio, 1923
 A Sepultura de Fernão Soares, Pagem do Llivro del-Rei Dom João III Existente
no Convento de Almeirim, Lisboa, Tip. do Comércio, 1924
 O Paço dos Negros da Ribeira de Muge e os seus Almoxarifes, Tip. do
Comercio, 1926.
 Subsídios Inéditos Sobre o Capitão João Ribeiro, Autor da "Fatalidade Histórica
da Ilha de Ceilão", Lisboa, [s.n.], 1927
 A Fábrica das Naus da Carreira da Índia no Século XVII, Lisboa, Imprensa da
Armada, 1928
 O Galeão São Bento e a sua Viagem à Índia em 1638-1640, Lisboa, [s.n.], 1928
 "Uma Nova Achega para a História da Fábrica das Naus da Carreira da Índia no
Séc. XVII", Anais do Clube Militar Naval, vol. 59, fasc. 9-10, 1928, pp. 3-16

141
 A Aclamação d’El-Rei D. João IV em Macau, Lisboa, Agência Geral das Colónias,
1929
 O Primeiro Mapa Impresso de Portugal: Notas Genealógicas Sobre a Família
Sêco, Lisboa, [s.n.], 1930
 Subsidios Inéditos Sobre Eugénio dos Santos, Arquitecto da Nova, Lisboa,
Centro Tip. Colonial, 1930
 "De Re Nautica (Miscelânea histórica)", Anais do Club Militar Naval, t. LXI, nºs
11-12, 1930, pp. 93-102
 As Pinturas das Armadas da Índia: Subsídios Históricos e Bibliográficos, Lisboa,
[s.n.], 1932
 Os Pilotos dos Séculos XV e XVI e a Nobreza do Reino, Lisboa, [s.n.], 1932
 Ortografistas Portugueses dos Séculos XVI a XVIII, Lisboa, Imp. Beleza, 1933
 Eugénio dos Santos: Arquitecto da Lisboa Pombalina, Lisboa, Imp. da Armada,
1934
 A Fortaleza de S. Jorge da Mina: Glorioso Padrão do Império: Plano para a sua
Recuperação, em 1657, por Francisco de Brito Freire, Vencedor dos Holandeses
em Pernambuco, Lisboa, [s.n.], 1934
 "Documentos Iconográficos das Caravelas, Naus e Galeões Portugueses dos
Séculos XV e XVI [I]", Arquivo Histórico da Marinha, vol. I, nº 3, 1934, pp. 260-
261
 Alguns Subsídios sobre Álvaro Lopes de Chaves, Secretário dos Reis D. Afonso
V e D. João II, Lisboa, J.A.A.F. de Vasconcelos, 1936
 O Galeão "Santa Teresa" que Tomou Parte na Batalha das Damas, em 1639,
Lisboa, F. de Vasconcelos, 1936.
 “Advertências que fez Diogo Luis mestre da Ribeira de Goa para se mandar ao
Reino e se executar nas naus novas que se fizeram”, Arquivo Histórico da
Marinha, vol. V, nº 4, 1936
 "Documentos iconográficos das caravelas, naus e galeões portugueses dos
séculos XV e XVI [II]", Arquivo Histórico da Marinha, vol. I, nº 4, 1936, pp.
339-340
 Timor: Subsídios Históricos, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1937
 Um Documento Inédito que Importa à História da Marinharia dos
Descobrimentos, sep. Petrus Nonius, Lisboa, Bertrand, 1937
 O Primeiro Malabar que se Baptisou na Índia, Lisboa, [s.n.], 1938

142
 Diarios da Navegação da Carreira da Índia nos Séculos XVI e XVII, Porto: Impr.
Portuguesa, 1939
 Henrique Dias, Herói da Restauração de Pernambuco, [ed. lit.], Lisboa, Agência
Geral das Colónias, 1940
 As Pinturas das Armadas da Índia e Outras Representações Artísticas de Navios
Portugueses do Século XVI, [s.l., s.n.], 1941
 As naus Garças: nota histórica, Sep. de O Mundo Português, 94, Lisboa, Soc.
Industrial de Tipografia, 1941
 Pilotos das Navegações Portuguesas dos Séculos XVI e XVII, Lisboa, Casa
Portuguesa, 1942
 Diário da Navegação da "Nau S. Francisco" de Goa para Lisboa em 1600-1601,
Lisboa, Acad. Portuguesa da História, 1944
 Joaquim José Falcão: Ministro da Marinha (1842-1846), Lisboa, Tip. da União
Gráfica, 1946
 A Casa e Quinta da Alfarrobeira dos Ludovices, Lisboa, [s.n.], 1947
 A Edição "Princeps" dos Lusíadas, [s.l., s.n.], 1949
 Os Condes dos Arcos de S. Miguel em Caparica, Lisboa, Tip. Ramos Afonso &
Moita, 1950
 A Cruz da Ordem de Cristo na Marinha Portuguesa, Tomar, Tip. Santos &
Gouveia, 1951
 Contribuição dos Portugueses para o conhecimento do Amazonas no Século
XVII, sep. Boletim Geral das Colónias, Lisboa, Bertrand, 1951
 Novos Subsídios para a Biografia do Arquitecto-Mor João Frederico Ludovice,
separata do boletim Estremadura, Lisboa, [s.n.], 1954
 Diogo Gomes: Caravelista do Infante e Descobridor da Ilha de Santiago de
Cabo Verde, Lisboa, Tip. Silvas, 1956
 O Navio nos “Ex-libris” Portugueses, separata do Boletim da Academia
Portuguesa, Lisboa, [s.n.], 1956
 A Academia Real dos Guardas Marinhas no Brasil (1808-1825), Lisboa, Of. Gráf.
Rádio Renascença, 1956
 António de Mariz Carneiro Cosmógrafo-Mor de Portugal Chamado “O Agulha
Fixa”: Notas e Documentos, sep. Boletim Geral do Ultramar, [s.n.], 1956
 Alguns Companheiros de Luís de Camões na viagem da nau "Galega" para a
Índia em 1553, Lisboa, [s.n.], 1957

143
 Pêro Escobar, [ed. lit.] Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, Lisboa, Ag.
Geral do Ultramar, 1957
 Subsídios para a História da Carreira da Índia no Tempo dos Filipes, Lisboa, O
Mundo do Livro, 1960
 Leandro Roiz: Construtor Naval Micaelense dos Séculos XVI e XVII, sep. Boletim
Geral do Ultramar, Lisboa, [s.n.], 1962
 Subsídios para a História da Vila de Almeirim, Lisboa, O Mundo do Livro, 1965
 André Furtado de Mendonça: 1558-1610, (c/ C. R. Boxer), [Lisboa], Fundação
Oriente/ Macau, Centro de Estudos Marítimos, 1989
 Os Portugueses no Oriente: 1601 e 1610, Lisboa, Academia Portuguesa da
História, 1993
 A Ordem Constantiniana de S. Jorge, [s.l., s.n.], 1996

Fontes/Estudos

 FREITAS, Eugénio da Cunha, FARIA, António Machado de, Elogio de José


Frazão de Vasconcelos, Lisboa, Academia Portuguesa de História, 1976
 SÉRGIO, António (coord.), Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Lisboa-
Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d., vol. 11, pp. 809-810 (FRAZÃO DE
VASCONCELOS, José Augusto do Amaral)

144
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Manuel Maria Sarmento Rodrigues (1899-1979)

Nasceu em Freixo de Espada à Cinta a 15 de Junho de 1899. Tendo completado


o curso secundário no liceu de Bragança, ingressou em 1917 na Universidade de
Coimbra, onde fez os estudos preparatórios de admissão à Escola Naval. Frequentou
aquele estabelecimento entre 1918 e 1921, altura em que embarcou, como Guarda-
Marinha, no cruzador “República”, que acompanhou a travessia aérea do Atlântico Sul
levada a cabo por Gago Coutinho e Sacadura Cabral.
Em 1941, em plena II Guerra Mundial, encontramo-lo nos mares dos Açores
como comandante do contratorpedeiro “Lima”. A batalha do Atlântico estava no auge e
multiplicavam-se os ataques dos submarinos alemães à navegação aliada. Numa
dessas ocasiões, a 30 de Janeiro de 1943, foi chamado a socorrer as tripulações dos
navios de transporte “Julia Ward Howe” e “City of Flint”, tarefa que cumpriu em
condições de mar extremas, em que o seu navio sofreu uma inclinação de 67º, a maior
registada, sem consequências, a bordo de qualquer navio. Em toda a comissão, o
“Lima” resgatou das águas atlânticas cerca de duas centenas e meia de náufragos.
Tendo-se inscrito, por iniciativa própria, na Escola Superior Colonial, foi, em
1945, ainda como Capitão-Tenente, nomeado Governador da Guiné. Ali desenvolveu
um intenso trabalho de organização territorial, de que se destacam a estruturação da
rede interna de comunicações, o combate às doenças endémicas e a construção de
uma rede de distribuição de água potável. Paralelamente, fomentou os estudos
relacionados com a Guiné e com a África Ocidental. Desta acção resultou a criação, em
1946, do Centro Cultural da Guiné, cujo boletim trimestral compilou um vasto e

145
significativo leque de informação histórica, política, etnográfica e social referida àquela
região.
Sempre ligado à administração ultramarina, foi empossado como Ministro das
Colónias em 1950. Nestas funções teve a cargo a elaboração e condução do Plano de
Fomento para o Ultramar (1953-58), a reforma do Hospital do Ultramar e a construção
do Instituto de Medicina Tropical.
Nomeado comandante da Escola Naval em 1957, dirigiu a reforma do ensino
neste estabelecimento, adequando-o à realidade tecnológica e doutrinária do pós-
guerra. Entre as inovações introduzidas inclui-se a criação do Curso de Formação de
Oficiais da Reserva Naval, destinado a habilitar os mancebos que cumpriam o serviço
militar na Marinha como oficiais.
Em 1961, num período particularmente difícil para a administração ultramarina
das províncias africanas, é chamado a desempenhar as funções de Governador-Geral
de Moçambique, cargo que deixa, em 1964, com a saúde já bastante debilitada.
Reformado da Marinha com o posto de Vice-Almirante, entrega-se, então,
plenamente, às actividades intelectuais. Apaixonado pelos estudos e assuntos de
natureza cultural, com especial destaque para a investigação histórica e social, e tendo
já publicado vários trabalhos da sua autoria, foi presidir ao Centro de Estudos de
História Marítima, mais tarde designado por Centro de Estudos de Marinha, que daria,
em 1978, origem à Academia de Marinha. Sendo um dos primeiros dez académicos,
Sarmento Rodrigues foi eleito Presidente daquela prestigiada instituição, cargo que
ocuparia até à sua morte, ocorrida a 1 de Agosto de 1979.

Bibliografia

 A Batalha do Atlântico: Estudo Estratégico, Lisboa, António Maria Pereira, 1942


 Ancoradouros das Ilhas dos Açores, Lisboa, Anais de Marinha, 1943
 “O Nosso Navio”/ “Uma consagração”, Rio Lima: o seu Navio e os seus Heróis,
Lisboa, Soc. Industrial de Tipografia, 1944
 Exposição de Arte Sacra Missionária: Discursos, Lisboa, Agência Geral do
Ultramar, 1951
 “An Extraordinary Roll”, Proceedings, v. 77, nº 5, [s.l.], U.S. Naval Institute,
Maio 1951

146
 Aos portugueses da Índia, conjunto de discursos e mensagens do Ministro do
Ultramar Com. Sarmento Rodrigues sobre o Estado da Índia e seus problemas,
Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1954
 Portugal na Índia, Discurso proferido na Assembleia Nacional em 1 de Março de
1950, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1954
 The Portuguese Overseas Provinces, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1954
 A Vida Heróica de Nelson, Lisboa, Ática, 1955
 Unidade da Nação Portuguesa: Discursos, Conferências, Mensagens e
Entrevistas, 2 vols., Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1956
 The New World in Face of Europe, Africa and their Enemies, sep. Introduction
to a series of studies "Inquiry on anti-colonialism", Lisboa, Agência Geral do
Ultramar, Junta de Inv. do Ultramar, 1957
 “Prioridade Portuguesa das Investigações Científicas no Ultramar”, Bol. da Soc.
Geografia de Lisboa, Lisboa, Sociedade de Geografia, Abril-Junho 1958, pp.
107-120
 A Vida do Almirante Afonso de Cerqueira: Combatente Heróico da Terra e do
Mar, sep. de Revista de Marinha, [s.l. : s.n.], 1958
 Revolução Recente de Política Africana, conferência proferida no Inst. de Altos
Estudos Militares, 17 de Março de 1960, sep. Bol. Geral do Ultramar, Lisboa,
Agência Geral do Ultramar, 1960
 Almirante Gago Coutinho 7-11-1869/18-11-1959, sep. Bol. do Centro de
Estudos Geográficos, v. 2, nº 18, Coimbra, Inst. de Alta Cultura, 1961
 Pátria e República: Cinquenta Anos de Vida Nacional (1910-1960), Lourenço
Marques, Minerva Central, 1962
 Horizontes para um Médico em África, Lourenço Marques, Imprensa Nacional
de Moçambique, 1962
 Foi Assim que Moçambique Nasceu, Lourenço Marques, [s.n.], 1963
 Um Ideal para Viver, Lourenço Marques, [s.n.], 1963
 Esperanças e Realidades da Vida Portuguesa: Discursos, Conferências, Estudos
1950-1960, Lisboa, Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, 1965
 A Viagem de Vasco da Gama e o Ideal da Expansão, sep. O Instituto, v. 127,
Coimbra, Coimbra Editora, 1965
 Homenagem à Memória do Inspector Superior César Maria de Serpa Rosa,
Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1968

147
 João Rodrigues Cabrilho: Descobridor da Califórnia, sep. de Memórias da
Academia das Ciências de Lisboa, Classe de Letras, T. XII, Lisboa, Academia
das Ciências de Lisboa, 1969
 “Portugal e o Ocidente”, Bol. Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa,
Sociedade de Geografia, Julho-Setembro 1969, pp. 175-186
 O Almirante Vasco da Gama e a Nação que nos Deixou, Lisboa, Comissão
Executiva do V Centenário do Nascimento de Vasco da Gama, 1970
 “A Nossa Guiné”, Bol. Cultural de Guiné Portuguesa, nº101, ano XXVI, Bissau,
[s.n.], 1971, pp.15-20
 Para a Elevação do Nível Cultural da Guiné Portuguesa, evocação no quarto de
século do Boletim Cultural, sep. de Bol. Cultural da Guiné Portuguesa, nº101,
ano XXVI, Bissau, [s.n.], 1971
 Celestino Soares: Marinheiro, Patriota, Humanista, Escritor, Lisboa, Centro de
Estudos da Marinha, 1972
 Almirante Gago Coutinho: um dos Maiores de Portugal, Funchal, Junta Geral do
Distrito Autónomo, 1972
 Gilberto Freyre, Lisboa, [s.n.], 1972
 Algumas Informações sobre o Rio Douro, seu Curso em Portugal e sua
Navegação, comentários ao filme Última Descida do Rio Douro em Barco
Rabelo, Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1972
 O Descobrimento do Caminho Aéreo para o Brasil, sep. Revista da Univ. de
Coimbra, v. 23, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1972
 “Gago Coutinho e Sacadura Cabral na Academia das Ciências de Lisboa”,
Memórias da Academia Ciências de Lisboa, Classe de Letras, T. 15, Lisboa,
Academia das Ciências de Lisboa, 1972, pp. 71-77
 Negrão de Lima, Lisboa, [s.n.], 1972
 Fontoura da Costa: Governador em Cabo Verde, Lisboa, Centro de Estudos da
Marinha, 1973
 Contratorpedeiro Lima: Relatório do Comandante de 15 a 31 de Janeiro de
1943, Edições Culturais da Marinha, Documentos, II série, 1, Lisboa, Comissão
Cultural da Marinha, 2005

Fontes/Estudos

 ACADEMIA DE MARINHA, Sarmento Rodrigues: in Memoriam, Lisboa, 1979

148
 ID., Almirante Sarmento Rodrigues 1899-1979 – Testemunhos e Inéditos,
Academia de Marinha e C. M. Freixo de Espada à Cinta, 1999
 ID., “Sessão de Homenagem à Memória dos Almirantes Sarmento Rodrigues e
Teixeira da Mota, 25 de Outubro de 1990”, Lisboa, Memórias da Academia de
Marinha, 1990
 FERRÃO, Nuno de Sotto-Mayor Quaresma, Aspectos da Vida e Obra do
Almirante Sarmento Rodrigues (1899-1979), s. l., C. M. Freixo de Espada à
Cinta, 1999
 MATOS, Jorge Semedo de, “Vice-Almirante Sarmento Rodrigues, o Patrono do
Novo Curso da Escola Naval”, Revista da Armada, nº 325, Novembro de 1999,
p. 15
 VALENTIM, Carlos Manuel, “Vice-Almirante Sarmento Rodrigues (1899-1979)
Patrono do Curso de 1999”, Patronos dos Cursos Tradicionais da Escola Naval
1936-2007, coord. Carlos Valentim, Almada, Escola Naval, Outubro de 2007,
pp. 425-431

149
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

António Alves dos Santos Júnior (1900-1971)

Nasceu a 8 de Dezembro de 1900 e ingressou na Escola Naval, no curso de


Administração Naval, em 1918.
Desde cedo começou a escrever, publicando vários artigos sobre temática
histórica diversa. Entre os seus diversos trabalhos sobressai o estudo, publicado
em 1973, da primeira Lista da Armada, de 1770.
Foi professor, periodista e membro da Academia de Marinha.
Reformou-se no posto de Comodoro, tendo falecido a 3 de Agosto de 1971.

Bibliografia

 Antecedentes Históricos do tratado de Methuen, Lisboa, Of. Gráficas do


Instituto Sup. de Ciências Económicas e Financeira, 1933
 O Primeiro de Dezembro, Lisboa, Tip. União Gráfica, 1951
 “Uma Página de Heroísmo. Evocação para a Gente Moça” (combate do caça-
minas “Augusto de Castilho” em 1918), Anais do Clube Militar Naval, nº 89,
Lisboa, 1959, pp. 791-798
 “João Brás de Oliveira, Contra-Almirante, 1851-1917”, Anais do Clube Militar
Naval, nº 90, Lisboa, 1960, pp. 579-583
 “Rumo à Índia”, Anais do Clube Militar Naval, nº 91, Lisboa, 1961, pp. 487-497
 “A Classe de Administração Naval nos Últimos Cem Anos”, Anais do Clube
Militar Naval, número especial, Lisboa, 1966, pp. 555-562
 Retalhos da História Ultramarina, Lisboa, Editorial Minerva, 1968

150
 Portugueses de Ouro, Lisboa, Separata da Revista Portuguesa, Série A- Língua
Portuguesa, 1968, pp. 346-352
 “A Primeira Acção Naval da Armada Portuguesa”, Anais do Clube Militar Naval,
nº 99, Lisboa, 1969, pp. 901-908
 Caixa de Previdência do Pessoal da Marinha Mercante Nacional. XXV
Aniversário, Lisboa, Junta Nacional da Marinha mercante, 1971
 Ainda e Sempre Gago Coutinho, Lisboa, Separata do Anais do Clube Militar
Naval, Tipografia Minerva, 1971
 A Primeira Lista da Armada, Lisboa, Ministério da Marinha, 1973

Fontes/Estudos

 PASCOAL, Joel, “Comodoro AN Ref. António Alves dos Santos Júnior”


(notícia necrológica), Anais do Clube Militar Naval, nº 101, Lisboa, 1971, p.
725

151
(foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Jorge Maia Ramos Pereira (1901-1974)

Nasceu em Vila Praia de Âncora, concelho de Caminha, a 6 de Abril de 1901.


Frequentou o Colégio Militar e, após dois anos de serviço no Exército, ingressou
na Escola Naval, onde concluiu o curso de Marinha como primeiro classificado.
Promovido a Guarda-Marinha em Fevereiro de 1924, efectuou vários embarques
como oficial subalterno, dos quais se destaca uma comissão no Extremo Oriente, entre
1930 e 1932, a bordo do cruzador “Adamastor”. Nessa comissão começou a revelar um
grande interesse pelas radiocomunicações, tendo sido louvado pela sua acção técnica
na direcção da instalação eléctrica e dos equipamentos rádio do navio.
Foi colocado na Direcção do Serviço de Electricidade e Comunicações em
Outubro de 1932. Ali viria a passar cerca de 21 anos, apenas interrompidos por duas
comissões de embarque como Imediato dos contratorpedeiros “Lima” e “Douro”, entre
1935 e 1936. Durante esse longo período, desenvolveu um significativo trabalho no
desenvolvimento das comunicações rádio, dirigindo a construção e experimentação de
novos equipamentos (actividade em que se valeu da sua experiência de radioamador)
e organizando cursos para oficiais, sargentos artífices e praças. Entre as várias
publicações técnicas que elaborou, destaca-se um compêndio de radioelectricidade
editado em 1952, que serviu de base de apoio a vários cursos. Foi também
responsável pela reorganização e modernização, em equipamento e instalações, da
rede de estações radionavais da Marinha.
Passando, sucessivamente, pelos cargos de Secretário, Subdirector e Director,
deixaria a Direcção do Serviço de Electricidade e Comunicações em Fevereiro de 1954,
já como Capitão-de-Fragata, para exercer o comando do aviso de 2ª classe “João de

152
Lisboa”, enviado em missão de soberania à Índia portuguesa, por ocasião das graves
perturbações ali ocorridas naquele ano.
Regressado à Metrópole em 1956, ano em que foi promovido a Capitão-de-Mar-
e-Guerra, passou pelo Estado-Maior Naval, antes de ser enviado a frequentar o Naval
Command Course no United States Naval College.
Em Junho de 1958 foi nomeado Subdirector do Instituto Superior Naval de
Guerra, ascendendo a Director, já no posto de Comodoro, no início de 1960.
Empreende, então, profundas alterações na organização e nos curricula daquele
Instituto, tendo sido responsável pela sua mudança para as instalações definitivas, na
Rua da Junqueira. Promovido a Contra-Almirante em Julho de 1960, viria a pedir a sua
demissão na sequência de um discurso do Ministro da Marinha, aquando da abertura
solene do ano lectivo 1961-62, que considerou atentatório do seu brio profissional.
Passa à Reserva em Abril de 1966, tendo, ainda, exercido as funções de
Director do Museu da Marinha, entre 1968 e 1971. Em Outubro de 1969 chega a ter
alguns assomos de actividade política, candidatando-se a deputado por Viana do
Castelo na lista da Oposição Democrática.
Nos últimos anos da sua vida desenvolveu uma intensa actividade intelectual,
quer na vertente técnico-científica quer, principalmente, na vertente cultural. Foi um
dos dez fundadores do Centro de Estudos de História Marítima, mais tarde designado
por Centro de Estudos de Marinha, que daria, em 1978, origem à Academia de
Marinha.
Entre os vários trabalhos que publicou, maioritariamente de cariz técnico,
avulta, no campo da História, um estudo sobre a vida de Gago Coutinho, que publica
em 1973. Também se debruçou sobre a figura de Fontoura da Costa, sendo ainda de
mencionar o seu interesse pelo património arquitectónico da Marinha.
Faleceu em Lisboa, no Hospital da Marinha, na sequência de um carcinoma
estomacal, no dia 16 de Março de 1974.
Em 1982 foi, a título póstumo, agraciado pelo Presidente da República com a
Comenda da Ordem da Liberdade. A sua memória foi ainda homenageada com a
atribuição do seu nome à estação radionaval da Apúlia (na sua terra natal), hoje
desactivada.

153
Bibliografia

 A Propagação das Ondas Electromagnéticas em Torno da Superfície da Terra,


sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Imprensa Nacional, 1934
 Radioelectricidade Elementar, Lisboa, Livraria Luso-Espanhola, 1952
 Radioelectricidade, Lisboa, Livraria Luso-Espanhola, 1955
 A Educação e a Ciência na Competição Comunista, Lisboa, Tip. da L. C. G. G.,
1959
 A Preparação dos Oficiais Superiores da Nossa Armada, sep. Anais do Clube
Militar Naval, Lisboa, Tip. da L. C. G. G., Outubro-Dezembro 1959
 A Carreira Naval na Era Nuclear, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa,
L.C.G.G., Janeiro-Março 1960
 O Ministério da Marinha e as suas Precárias Instalações, sep. dos Anais do
Clube Militar Naval, nºs 10 a 12,Lisboa, Tip. L.C.G.G., 1961
 “As Instalações da Marinha”, Revista de Marinha, v. 25, nº 457, Lisboa, Abril de
1961, pp. 13-22
 As Longas Comissões de Serviço da Marinha de Guerra nas Águas da Índia
Portuguesa, palestra proferida no Rotary Clube de Viana do Castelo em 19 de
Setembro de 1962, Porto, Ed. do Rotary Clube de Viana do Castelo, 1962
 “Subsídios para a História dos Cursos de Radioelectricidade e de Comunicação
da nossa Armada”, Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Of. Graf. Minerva,
1965, pp. 691-752
 Divagando sobre o Passado e o Futuro do Clube Militar Naval, sep. Anais do
Clube Militar Naval, ed. especial comemorativa do centenário 1866-1966,
Lisboa, Instituto Hidrográfico, 1966
 A Instrução: Base do Progresso dos Povos, Braga, Rotary Club, 1967
 “Subsídios para a História do Instituto Superior Naval de Guerra”, Anais do
Clube Militar Naval, v. 97, t. 1-3, 4-6, 10-12, Lisboa, 1967
 Gago Coutinho: Geógrafo, Lisboa, Ministério da Educação Nacional, 1973
 Fontoura da Costa: Professor Insigne, Matemático Categorizado, Marinheiro
Brioso mas Inconformado que muito Dignificou a Marinha e Honrou a Pátria,
Lisboa, Centro de Estudos da Marinha, 1973

154
Fontes/Estudos

 ACADEMIA DE MARINHA, V/ALM Jorge Ramos Pereira: Sessão Solene


Evocativa, 6 de Abril de 2001, Lisboa, 2001
 ANTÓNIO, Joaquim Félix, “Sessão Solene Evocativa do Vice-Almirante Jorge
Maia Ramos Pereira por Ocasião do 1º Centenário do seu Nascimento”,
Revista da Armada, nº 342, Lisboa, Maio de 2001, pp. 14-17
 MARREIROS, Glória Maria, Almirante Jorge Ramos Pereira: uma Vida – um
Exemplo, Caminha, C. M. Caminha, 2001

155
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Pedro Fragoso de Matos (1912-1986)

Nasceu em Montemor-o-Novo, a 2 de Maio de 1912.


Entrou para a Escola Naval em 1931 e foi promovido a Segundo-Tenente
em 1936. Especializado em Artilharia, embarcou em várias unidades navais, tendo
comandado a canhoneira “Faro” e o aviso “Gonçalves Zarco”, a bordo do qual
cumpriu uma comissão no Oriente.
Foi ainda comandante da Escola Naval e do Grupo nº1 de Escolas da
Armada.
No Ultramar foi Comandante-Chefe das Forças Armadas e Comandante
Naval de Cabo Verde, tendo, cumulativamente, durante alguns períodos,
desempenhado as funções de Encarregado do Governo da Província. Também
prestou serviço em Angola, onde, durante dez anos (1945-1955), assumiu os
encargos de Subdirector dos Serviços de Marinha, Chefe da Repartição de Faróis e
Capitão dos portos de Moçâmedes e Lobito. Nesta última cidade ocupou, em
acumulação o cargo de Presidente da Câmara.
Tendo sido presidente da Federação da Pesca de Angola, fez parte das
direcções de várias colectividades desportivas.
Foi, ainda, Presidente da Assembleia-Geral do clube Militar Naval, tendo tido
frequente colaboração nos Anais.
Promovido a Vice-Almirante em 1972, passou à Reserva em 1974.
Estudioso da história da actividade pesqueira nas províncias ultramarinas e
da acção de Fomento da Marinha, ficou conhecido, sobretudo, pela colecção de
memórias que publicou entre 1977 e 1986 subordinadas ao título genérico
“Recordações do Passado”.
Em 1985 tornou-se membro efectivo da Academia de Marinha.

156
Entre várias condecorações, detinha a Medalha de Prata de Serviços
Distintos, o grau de Grande Oficial da Ordem de Avis, a Medalha de Bons serviços
no Ultramar a o grau de Cavaleiro da Ordem de Leopoldo I da Bélgica.
Faleceu em Lisboa, a 26 de Novembro de 1986.

Bibliografia

 Evolução da indústria de pesca na província de Benguela, Lobito, [s.n.], 1952?


 A pesca no distrito de Moçâmedes: suas possibilidades e limitações,
Moçâmedes, Centro Tip. Colonial, 1956
 Recordações do passado: longa comissão no Extremo-Oriente a bordo do
Gonçalves Zarco, de Mormugão a Macau (29 Out. 60 - 30 Out. 62), Lisboa,
Anais do Clube Militar Naval, nº 107, 1977, pp. 725-763, nº108, 1978. pp. 101-
118, 297-327
 “Recordações do passado: farolagem e balizagem do Rio Zaire, 1957-1958”,
Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, nº108, 1978, pp. 785-804
 “Recordações do passado: a operação "Dacca City" no porto de Ponta
Delgada”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, nº108, 1978, pp. 467-476
 “Recordações do passado: caça a baleia em Angola”, Lisboa, Anais do Clube
Militar Naval, nº109, 1979, pp. 65-83
 “Recordações do passado: o oficial da Armada no Ultramar”, Lisboa, Anais do
Clube Militar Naval, nº110, 1980, pp. 193-213
 “Recordações do passado: a nossa última viagem a bordo da «Sagres»”,
Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, nº110, 1980. pp. 415-432
 Das areias e mangais nasceu a cidade do Lobito, Lisboa, [s.n.], 1980
 “Recordações do passado: breves notas sobre as comemorações radionavais no
antigo ultramar português”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, nº110, 1980.
pp. 589-604
 “Recordações do passado: ligeira contribuição para a história da indústria de
pesca de Angola”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, nº110, 1980. pp. 845-
865
 O Natal e os marinheiros, Lisboa, [s.n.], 1980
 Alguns incêndios a bordo..., Lisboa, [s.n.], 1981
 “Oficiais da Armada na Academia das Ciências de Lisboa”, Lisboa, Anais do
Clube Militar Naval, vol. CXI, 1981. pp. 251-279

157
 “Recordações do passado: o eclipse total do Sol de1973”, Lisboa, Anais do
Clube Militar Naval, vol. CXI, 1981, pp. 475-496
 “Recordações do passado: um salvamento de náufragos na costa de África”,
Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXI, 1981, pp. 695-712
 “Recordações do passado: operações oceânicas especiais no comando naval de
Cabo Verde”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXII, 1982, pp. 455-488
 Recordações do passado: a pesca em Angola, Lisboa, Minerva, 1984
 Recordações do passado: a prova de marcha de patrulhas militares de Braga a
Lisboa, em Maio de 1944, Lisboa, [s.n.], 1984
 “Recordações do passado: ligeira contribuição para a história dos serviços de
Marinha de Angola”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXIV, 1984. pp.
115-164
 Acção naval portuguesa contra os piratas no mar da China, Lisboa, sep. Anais
do Clube Militar Naval, vol. CXV, 1985
 O maior tufão de Macau, Lisboa, sep. Anais do Clube Militar Naval, vol. CXV,
1985
 As origens da Baía do Lobito, Lisboa, Academia de Marinha, 1986
 “A odisseia da corveta «Íris» no mar da China”, Lisboa, Anais do Clube Militar
Naval, vol. CXVI, 1986. pp. 265-295
 “Uma tromba marítima em Macau”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol.
CXVI, 1986, pp. 669-685
 Recordações do passado: Ano Novo China no porto interior de Macau, Lisboa,
[s.n.], 1986
 Cartas de um comandante no Extremo Oriente, Macau, Instituto Cultural de
Macau, 1987
 Navios de guerra portugueses nos tufões do mar da China, Macau, Instituto
Cultural de Macau, 1987

Fontes/Estudos

 M.F., “Vice-Almirante Pedro Fragoso de Matos” (notícia necrológica), Anais


do Clube Militar Naval, nºs 10-12, Outubro-Dezembro de 1986, pp. 741-
744.

158
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Viriato Augusto Tadeu (1913-1991)

Nasceu a 26 de Janeiro de 1913 e faleceu a 15 de Outubro de 1991.


Aspirante de 2ª Classe em Outubro de 1932, concluiu o curso de Engenheiro
Maquinista Naval em Março de 1936.
Entre Maio de 1939 e Junho de 1943, foi Director das Oficinas Navais da Guiné.
Em 1944 concluiu a especialização em Engenheiro Maquinista Naval de Aviação.
Nessa altura, já prestava serviço na Escola de Aviação Naval Almirante Gago Coutinho.
Manteve-se naquela escola até Dezembro de 1952.
Foi, então, nomeado para as funções de Secretário de Estado da Aeronáutica,
que desempenhou até Março de 1953. Naquele ano, tornou-se professor na Escola
Náutica (que, na altura, se encontrava sob tutela da Marinha).
Fez parte da comissão de estudo para a instalação da Escola de Artilharia Naval
e foi vogal da comissão para estudar o reabastecimento no mar dos avisos de 1ª
classe, fragatas e contratorpedeiros pelo “São Brás”, assim como da Comissão Técnica
de Máquinas e Caldeiras.
Entrou na situação de Licença Ilimitada em Abril de 1957, passando à Reserva,
como Capitão-de-Fragata, em Julho de 1975.
Foi membro do Centro de Estudos de Marinha e da Academia de Marinha, onde
desempenhou o cargo de Secretário-Geral.

Bibliografia

 Contos do Caramô: Lendas e Fábulas Mandingas da Guiné Portuguesa, Lisboa,


Ag. Geral das Colónias, 1945

159
 “O V Centenário da Descoberta da Guiné”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 76,
1946, pp. 395-404
 “Venceslau de Morais”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 90, 1960, pp. 531-
535; vol. 91, 1961, pp. 77-78
 “A Propósito do Monumento a Venceslau de Morais em Kobe”, Anais do Clube
Militar Naval, vol. 96, 1966, pp. 719-734
 Soponata: Rumo ao Futuro: 25 Anos ao Serviço da Nação 1947-1972, (c/ Luisa
Manuel Vilhena), [Lisboa], Soponata, 1972
 “Uma Placa Comemorativa que deu «Bronca» Diplomática”, Anais do Clube
Militar Naval, vol. 104, 1974, pp. 907-914
 Aspectos da Crise do Petróleo, Lisboa, Centro de Estudos da Marinha, 1976
 Diaporama de Malta, Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1977
 Evocação de Wenceslau de Moraes: Diaporama do Japão, Lisboa, Centro de
Estudos de Marinha, 1978
 Um Bosquejo Histórico da Cultura e da Marinha e a Fundação da Casa Pia,
Lisboa, Academia da Marinha, 1981
 “O Extinguir dum Clarão”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXII, 1982, pp.
257-262
 Quando a Marinha Tinha Asas...: Anotações para a História da Aviação Naval
Portuguesa (1916-1952), Lisboa, Ed. Culturais da Marinha, 1984
 Evocação de Sacadura Cabral, Lisboa, Academia de Marinha, 1985
 “Um Inconfundível Intérprete do Japão e de Wenceslau de Moraes”, Anais do
Clube Militar Naval, vol. CXIX, 1989, pp. 405-412
 Propulsão Electromagnética de Navios: Sonho ou Realidade em Marcha? (c/
Fukuro Shibata), Lisboa, Academia de Marinha, 1989

Fontes/Estudos

 ANAIS DO CLUBE MILITAR NAVAL, “Cap. Frag. EMQ (Ref.) Viriato Augusto
Tadeu” (notícia necrológica), vol. CXXII, Outubro-Dezembro de 1991, p. 719

160
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

José da Cruz Moura da Fonseca (1913-1998)

Nasceu em Meimoa, Penamacor, a 14 de Outubro de 1913 e entrou para a


Marinha em 1931.
Como Guarda-marinha serviu na Estação naval de Angola, a bordo do aviso
“República” e da canhoneira “Beira”.
Promovido a Segundo-Tenente em 1936, especializou-se em
Radiocomunicações no ano seguinte. Cumpriu, então, como chefe de serviço, uma
comissão de embarque no aviso “João de Lisboa”, a bordo do qual se deslocou a África
e ao Extremo Oriente.
Entre 1943 e 1947, serviu como Capitão do Porto de Angra do Heroísmo.
Foi Imediato do contratorpedeiro “Dão” e, depois disso, comandou o patrulha
“São Tiago” (1953-55) e o contratorpedeiro “Lima” (1963-64), no qual cumpriu
missões em Cabo Verde e na Guiné. Servira, entretanto, e já como oficial superior, nas
funções de Capitão do Porto do Funchal, entre 1959 e 1963.
Em 1965, assumiu o comando da Flotilha de Draga-Minas, passando, ainda
nesse ano, às funções de Chefe do Estado-maior do Comando Naval do Continente.
Na sequência da sua especialização, esteve grande parte da sua carreira (doze
anos) ligado ao serviço de Radiocomunicações, acabando, como Capitão-de-Mar-e-
Guerra, por assumir o cargo de Director do Serviço de Electricidade e Comunicações,
entre 1966 e 1970.
Promovido, nesse mesmo ano, a Contra-Almirante, assume as funções de
Comandante da Base Naval de Lisboa e, dois anos depois, é nomeado Comandante da
Defesa Marítima da Guiné.

161
Promovido a Vice-Almirante, assumiu o cargo de Comandante Naval de
Moçambique, de onde regressou, em 1974, para passar à Reserva.
Em 1980 foi, no entanto, convidado a chefiar a Comissão Eventual para
Localização e Recolha de Documentação da Marinha Sobre a sua Acção nas Operações
Militares em África e Timor (COLOREDO).
Reformado em 1983, faleceu em Lisboa a 7 de Agosto de 1998.
Os seus estudos foram, sobretudo, voltados para a história das
radiocomunicações na Armada.

Bibliografia

 “Subsídios para a História da T.S.F. na Armada e Oficiais que Mais Contribuíram


para o seu Desenvolvimento”, Anais do Clube Militar Naval, número especial
comemorativo do primeiro centenário do Clube Militar Naval, 1966
 “A Remodelação da Superintendência dos Serviços da Armada e a Direcção do
Serviço de Electricidade e Comunicações”, Anais do Clube Militar Naval, vol.
107, Janeiro-Março 1977, pp. 148-156
 Subsídios para a História das Instalações Radiotelegráficas da Armada, sep.
Anais do Clube Militar Naval, nºs 10-12, Outubro-Dezembro 1978
 Comunicações Navais: Generalidades e Tópicos da sua Evolução, sep. Anais do
Clube Militar Naval, vol. CIX, Abril-Junho 1979
 “Evolução da Estrutura Orgânica dos Serviços Radiotelegráficos da Armada”,
Anais do Clube Militar Naval, volume CX, nºs 1-3, Janeiro-Março 1980, pp. 19-
28
 Comandante Álvaro Augusto Nunes Ribeiro: Notas biográficas, Lisboa, Instituto
Hidrográfico, 1980
 “A Marinha na Região do Lago Niassa”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXI,
1981, pp. 359-365
 “A Marinha no Leste e no Sueste de Angola”, Anais do Clube Militar Naval, vol.
CXI, 1981, pp. 619-642
 “Exposição Comemorativa do 80º Aniversário da Primeira Comunicação
Radiotelegráfica”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXII, 1982, pp. 409-411
 “A Marinha no Rio Zambeze”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXIII, 1983, pp.
215-252

162
 “Dia do Mar 1983 – As Telecomunicações no Mar e a TSF em Portugal”, Anais
do Clube Militar Naval, vol. CXIII, 1983, pp. 633-650
 “A Marinha de Guerra na Guiné em 1972 e a Operação «Verga Latina»”, Anais
do Clube Militar Naval, vol. CXIV, 1984, pp. 501-515
 “Apontamentos sobre a Evolução dos Transportes Marítimos”, Anais do Clube
Militar Naval, vol. CXIV, 1984, pp. 627-649
 A TSF na Armada: o seu Septuagésimo Aniversário e Algumas Páginas da sua
História, Lisboa, Academia de Marinha, 1985
 “Monumento Comemorativo da Primeira Travessia aérea do Atlântico Sul por
Gago Coutinho e Sacadura Cabral”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXVII,
1987, pp. 49-52
 As Comunicações Navais e a TSF na Armada: Subsídios para a sua História
(1900-1985), [Lisboa], Edições Culturais da Marinha, 1988
 “Evocação do N.R.P. «João de Lisboa»”, Anais do Clube Militar Naval, vol.
CXXII, 1992, pp. 13-22
 “A Marinha e o 5 de Outubro”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 123, Outubro-
Dezembro 1993
 Viagens e Histórias da Marinha no Mar, em Terra e no Ultramar, Lisboa,
Comissão Cultural da Marinha, 1995

Fontes/Estudos

 BRANDÃO, A. Almeida, “Vice-almirante Ref. José da Cruz Moura da Fonseca”


(notícia necrológica), Anais do Clube Militar Naval, vol. CXXVIII, Outubro-
Dezembro de 1998, pp. 989-991

163
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Henrique Alexandre da Fonseca (1915-2009)

Nasceu na cidade de Faro, no Algarve, a 31 de Janeiro de 1915, tendo-se


alistado na Armada, na Escola Naval, em Outubro de 1934. Frequentou aquela Escola
entre 1934 e 1937, primeiro na Rua do Arsenal, depois nas novas instalações do
Alfeite.
Especializado em Radiocomunicações, foi oficial de guarnição em avisos e
comandou a lancha de fiscalização “Bicuda”, adstrita à fiscalização da pesca do
Algarve. Foi Oficial Imediato da fragata “Diogo Gomes” e comandou os contra-
torpedeiros “Tejo” e “Vouga”.
Em terra, foi Capitão dos portos de Olhão (1948-1952), da Horta (1954-1956)
e, em Moçambique, dos portos da Beira e de Lourenço Marques (1960-1964).
Desempenhou, ainda, funções no Secretariado-Geral da Defesa Nacional e frequentou
o Colégio de Defesa NATO, então em Paris (1958). Como Capitão-de-Mar-e-Guerra,
desempenhou as funções de Director das Pescarias, Subdirector dos Serviços de
Marinha em Moçambique e de Segundo Comandante da Escola Naval.
Foi reformado no posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra em 1985, tendo falecido
em Lisboa em 13 de Agosto de 2009.
Membro efectivo da Classe de História Marítima da Academia de Marinha,
deixou vasta e diversa obra de pesquisa histórica, na qual se incluem vários estudos
dedicados ao Algarve, região de onde era natural.

164
Bibliografia

 As Escolas de Alunos Marinheiros”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CV, tomos
4 a 9, Lisboa, Abril-Setembro de 1975, pp. 269-285
 As Capitanias, sep. Anais do Clube Militar Naval, vol. 105, nºs 10-12, Outubro-
Dezembro, 1975
 O Algarve e as Capitanias, Faro, separata do Correio do sul, 1977
 As Esquadrilhas de Fiscalização da Costa, Separata dos Anais do Clube Militar
Naval, nºs 7 a 9, Julho a Setembro de 1978
 “Fiscalização da Z.E.E.: Missão da Armada ou de uma Guarda Costeira?”,
Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol. 109, Abril-Junho 1979, pp.323-332
 “A Viagem do Aviso «Gonçalves Zarco» ao Oriente em 1941-1943”, Anais do
Clube Militar Naval, vol. CX, nºs 1-3 (Janeiro-Março 1980), pp. 53-66; nºs. 4-6
(Abril-Junho 1980), pp. 377-390
 As viagens dos Portugueses para a Índia no Princípio do Século XVII, Segundo
a Narrativa do Aventureiro Francês Francisco Pyrard de Laval, Lisboa, s.n., 1984
 A colónia de Sacramento, Lisboa, Academia de Marinha, 1985
 A Propósito do Bicentenário da Criação da Companhia de Guarda-Marinhas e da
Sua Academia, Lisboa, Academia de Marinha, 1985
 O Arsenal da Ribeira do Ouro, Lisboa, Academia de Marinha, 1989
 A Propósito da Passagem do 4º Centenário da Derrota da Invencível Armada,
Lisboa, Academia de Marinha, 1989
 Os Estaleiros da Ribeira das Naus, Lisboa, Academia de Marinha, 1990
 “A Intendência de Marinha de Faro: subsídios para a sua história”, sep. Anais
do Município de Faro, nº XIX, Faro, C. M. Faro, 1990, pp. 93-115
 “A Marinha no Algarve no Século Passado”, Anais do Municipio de Faro, nº XX,
Faro, C. M. Faro, 1990, pp. 163-186
 Contribuição para o Estudo das Características das Naus e Galeões dos Séculos
XVI e XVII: Ordenações Filipinas de 1607 e 1613, Lisboa, Academia de Marinha,
1992
 “A Marinha no Algarve na Primeira Década do Século Vinte”, Anais do Municipio
de Faro, nº XXII, Faro, C. M. Faro, 1992, pp. 101-113
 A Fábrica Nacional de Cordoaria: breve resumo da sua história, Lisboa,
Academia de Marinha, 1993

165
 A intendência de Marinha do Porto: subsídios para a sua história, Lisboa,
Comissão Cultural de Marinha, 1993
 “A Corveta «Duque de Palmela» em Faro: 1895-1913”, Anais do Municipio de
Faro, nº XXIII, Faro, C. M. Faro, 1993, pp. 159-183
 “A Marinha no Algarve na I Grande Guerra”, Anais do Municipio de Faro, nº XXV
Faro, C.M. Faro, 1995, pp. 105-134
 O Prior do Crato e os Açores, Lisboa, Academia de Marinha, 1995
 “A Tonelagem dos Navios Portugueses Antigos”, Anais do Clube Militar Naval,
vol. CXXXVI, 1996, pp. 711-723
 “A Conflitualidade no Mar”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXXXVIII, 1998,
pp. 807-817
 A Marinha no Reinado de D. João V, Lisboa, Academia de Marinha, 1998
 Crónicas de Marinha [compilação], Lisboa, Comissão Cultural de Marinha, 1999
 “Algumas Reflexões Sobre o Descobrimento do Brasil”, in VI Simpósio de
História Marítima, Lisboa, Academia de Marinha, 2003 pp. 77-93
 1625, Reconquista da Bahia: Portugueses e Espanhóis na Defesa do Brasil, (c/
José Maria Blanco Nuñez), Lisboa, Academia de Marinha, 2006
 “As Lanchas-Canhoneiras nas Campanhas de Pacificação”, in XVIII Colóquio de
História Militar, Lisboa, 2009, pp. 41-47

Fontes/Estudos

 DIRECÇÃO DE PESSOAL DA MARINHA, Nota de Assentamentos do 135634 CMG


Henrique Alexandre da Fonseca
 Informação pessoal disponibilizada pelo VALM Henrique Alexandre Machado da
Silva da Fonseca

166
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

António Tengarrinha Pires (1915-1994)

Nasceu em 7 de Julho de 1915 e alistou-se na Marinha a 1 de Outubro de


1934, tendo sido promovido a Guarda-Marinha três anos mais tarde.
Tendo embarcado em diversos navios, comandou a lancha de fiscalização
“Azevia” (1952-54), o navio oceanográfico “Baldaque da Silva” (interino, 1954-55),
os patrulhas “Funchal” (1955-56) e “Porto Santo” (1957-58) e o navio-escola
“Sagres” (1958-61). Comandou, ainda, a Flotilha de Escoltas Oceânicos, de 1970 a
1971.
Foi professor da escola Naval (1960-61) e do Instituto Superior Naval de
Guerra (1961-65 e 1968-69). Interrompeu esta última comissão para desempenhar
as funções de Chefe do Estado-Maior do Comando Naval de Angola, de 1965 a
1967.
Serviu durante três anos no Estado-Maior da Armada, pouco antes de se
tornar Director do Serviço do Pessoal, em 1972. Dois anos mais tarde ascendeu a
Superintendente dos Serviços do pessoal da Armada.
Passou à Reserva, como Vice-Almirante, em 1975. Com o fim do serviço
activo dedicou-se mais profundamente aos seus estudos, embora ainda tenha sido
chamado a presidir à Comissão Contra a Poluição no Mar e à Comissão do Domínio
Público Marítimo.
Tendo publicado alguns escritos relacionados com a estratégia marítima,
distinguiu-se, sobretudo, pela sua obra, Caravelas dos Descobrimentos, obra de
dois tomos em 5 volumes (publicado entre 1980 e 1990), considerado, por muitos
estudiosos, um dos melhores e mais completos trabalhos alguma vez publicados
sobre o assunto. Nela aborda, de modo exaustivo, a vasta temática relacionada
com aqueles emblemáticos navios, do aparelho à manobra e da iconografia às

167
fontes escritas, sem esquecer os fundamentos da navegação com vela latina, o
estudo das rotas e um minucioso levantamento de embarcações tradicionais com
armações equiparáveis.
Foi membro da Academia de Marinha e professor de Geopolítica Tropical no
Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
Era condecorado com a Medalha de Ouro de serviços Distintos com Palma e
com os graus de Grande Oficial da Ordem de Avis e de Comendador da ordem do
Infante D. Henrique. Possuía, ainda, a Cruz de 3ª Classe da ordem Naval de
Espanha e o grau de Oficial da Ordem de Mérito Naval do Brasil.
Faleceu em 8 de Julho de 1994.

Bibliografia

 “Os Veleiros nas Comemorações”, Anais do Clube Militar Naval, número


especial, 1960, pp. 153-155
 “Portugal na Estratégia Atlântica”, Anais do Clube Militar Naval, v. 27, nº 480,
(Março 1963), pp. 7-12; nº 481 (Abril 1963), pp. 7-11
 Caravelas dos Descobrimentos, Lisboa, Centro de Estudos de Marinha,
1980-1990, 2 t. em 5 vols.

Fontes/Estudos

 ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA, Listas da armada, 1934-1994


 ID., documentos avulsos, sala 6

168
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

José Freire de Vasconcelos Carneiro e Menezes (1916-


1994)

Nasceu em 28 de Junho de 1916.


Assentou praça a 1 de Março de 1937 e atingiu a categoria de oficial em
1944.
Médico Naval, dedicou especial atenção ao estudo da Saúde e da Medicina
na Marinha, tendo desenvolvido diversos estudos nessa área. Fez, no entanto,
algumas abordagens de carácter mais generalista à história da marinha de guerra,
com especial destaque para a sua obra Os Marinheiros e o Almirantado: Elementos
para a História da Marinha, de 1989.
Membro correspondente da Academia de Marinha desde 1984, tornou-se
membro efectivo em 1988 e emérito em 1992.
Faleceu em 14 de Março de 1994.

Bibliografia

 Os médicos e a Marinha: comemoração dos 150 anos da admissão dos médicos


navais por concurso, 1835-1985, [s.l., s.n., s.d.]
 Armadas Portuguesas de meados do séc. XIV a meados do Séc. XVI:
alimentação e abastecimento, Lisboa, Resistência, 1980
 Armadas portuguesas de meados do Século XV ao 3º quartel do Século XVI:
boticas e boticários de além-mar, Lisboa, Ed. Resistência, 1981
 Armadas portuguesas: apontamentos sobre alimentação e alguns géneros para
dieta dos doentes nas armadas e fortalezas no séc. XVI, Lisboa, [s.n.], 1983

169
 “Hospital da Marinha”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXIV, 1984, pp.
331-365
 “Armadas portuguesas (Séculos XV e XVI): abastecimento e alimentação”,
Lisboa, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Série 102, nº7/12 (Jul-
Dez 1984), pp. 55-88
 Medidas sanitárias no tempo de D. Afonso V e de D. João II, Lisboa, Academia
de Marinha, 1985
 Almirante: o termo e o seu significado, Lisboa, Academia de Marinha, 1986
 “A armada do ano de 1502: algumas considerações à volta da 2ª viagem de
Vasco da Gama”, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Série 105,
nº1/6 (Jan-Jun 1987), pp. 109-134
 Apoio sanitário da nossa marinha de outrora, Lisboa, Academia de Marinha,
1987
 Armadas portuguesas: apoio sanitário na época dos Descobrimentos, Lisboa,
Academia de Marinha, 1987
 Armadas portuguesas: os marinheiros e o almirantado: elementos para a
história da marinha: século XII-século XVI, Lisboa, Academia de Marinha, 1989
 “Notícias sobre a vida a bordo”, Oceanos, nº2 (Out.1989), pp.61-63
 Antigos pesos e medidas séculos XV-XVI-XVII, [Lisboa], Sociedade de Geografia
de Lisboa, 1990
 “Cristóvão de Mendonça e a Nau Vitória”, Oceanos, Lisboa, nº5 (Nov. 1990),
pp.41-42
 Hospitais no além-mar na época dos Descobrimentos, Lisboa, Academia de
Marinha, 1993

Fontes/Estudos

 ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA, Listas da Armada 1944-1994

170
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

António Jorge da Silva Soares (1916-2010)

Nasceu a 14 de Dezembro de 1916 em Vera-Cruz (Aveiro). Frequentou o


Colégio Militar e a Universidade de Coimbra, tendo entrado para a Escola Naval em
1935.
Em 1940 entrou na Escola de Aviação Naval, onde se qualificou como piloto-
aviador. Tendo prestado serviço em S. Jacinto (Aveiro) e em Ponta Delgada (Açores),
foi convidado pelo Tenente-coronel Humberto Delgado, director do Secretariado de
Aeronáutica Civil, para integrar o primeiro grupo de pilotos da recém-criada
transportadora aérea portuguesa (TAP). No entanto, a Marinha só autorizou a
transferência em Janeiro de 1947.
Ainda regressou ao Ramo em 1955 para ser promovido a Capitão-Tenente, mas
decidiu passar à Reserva três anos depois, dedicando-se a tempo inteiro à aviação
civil. Na sua longa carreira na TAP, que duraria até à sua reforma em 1978, abriu
linhas aéreas, estreou novos aparelhos e teve a honra de efectuar o primeiro voo
presidencial, em Julho de 1954. Em 1955 foi agraciado, pelo Presidente da República,
com as insígnias do grau de Oficial da Ordem Militar de Cristo e, dez anos mais tarde,
com a comenda da Ordem do Infante D. Henrique. Em 1985 foi condecorado no Brasil
com a Medalha de Mérito Santos-Dumont e em 2007 foi distinguido com o prémio
Carlos Bleck pela Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea.
Entusiasta da Música e da Pintura, encontrou na escrita, após a reforma, outra
das suas grandes paixões, tendo sido, durante dez anos (1978-1988), colaborador da
revista dos pilotos portugueses de linha aérea Sírius, na qual escreveu vários artigos
técnicos e históricos. Foi, também, o coordenador do livro Histórias com Asas, lançado
em 1992, que relata os primórdios da TAP.

171
Membro da Academia de Marinha, venceu, em 1997, o prémio Almirante
Sarmento Rodrigues, com a obra A Ciência Náutica e a Expansão Marítima Portuguesa.
Faleceu em Sintra, a 8 de Abril de 2010.

Bibliografia

 “Um Estudo para a Implantação de um Aeroporto Internacional em Macau”,


Anais do Clube Militar Naval, v. CXVI, Lisboa, Janeiro-Março de 1986, pp. 89-
111
 “A propósito de Sacadura Cabral e Gago Coutinho”, Anais do Clube Militar
Naval, v. CXVII, Lisboa, Abril-Junho de 1987, pp.257-260
 70º Aniversário da 1ª Travessia Aérea do Atlântico Sul Realizada por Gago
Coutinho e Sacadura Cabral (c/ A. J. Malheiro do Vale), Lisboa, Academia de
Marinha, 1992
 Histórias com Asas: Memórias dos Pilotos da TAP dos Tempos do Hélice
(coord.), Lisboa, Cooperativa dos Pilotos de Aviação Civil, 1992
 “A Génese da Navegação Aérea”, Anais do Clube Militar Naval, v. CXXVII,
Lisboa, Abril-Junho de 1997, pp.453-471
 A Ciência Náutica e a Expansão Marítima Portuguesa: Dúvidas, Certezas e
Deturpações Históricas, Lisboa, Academia de Marinha, 1997
 Sessão Cultural de Recepção à Academia de Marinha Francesa de Visita a
Portugal, 13 de Maio de 1999, Lisboa, Academia de Marinha, 1999
 Aviação Naval: Evocação do 50º Aniversário da Sua Extinção, Lisboa, Academia
de Marinha, 2002

Fontes/Estudos

 REIS, Ricardo, “Comandante Silva Soares”, Up Magazine, TAP, Março de 2014


(consultado em http://upmagazine-tap.com/pt_artigos/comandante-silva-
soares/)

172
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Avelino Teixeira da Mota (1920-1982)

Nasceu em Lisboa a 22 de Setembro de 1920 e faleceu na mesma cidade em


10 de Abril de 1982.
Em 1938 entrou para a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, para
frequentar as disciplinas necessárias à admissão na Escola Naval, obtendo aprovação
em Julho do ano seguinte.
Ainda como Guarda-Marinha, compõe, em 1942, uma brilhante memória de fim
de curso sobre a viagem de Fernão de Magalhães e o cálculo da Longitude no século
XVI. Conclui o curso da Escola Naval no ano seguinte, sendo, então, promovido a
Segundo-Tenente.
Depois de vários embarques, serviu, entre Setembro de 1944 e Abril de 1945, a
bordo do contratorpedeiro “Lima”, sob as ordens do Capitão-Tenente Sarmento
Rodrigues. É nessa altura que, durante uma comissão nos Açores, publica na imprensa
insular os seus primeiros artigos.
Entre 1945 e 1947, serviu na Guiné Portuguesa como ajudante de campo do
Governador Sarmento Rodrigues, seu antigo comandante. Nesse período, em que
contacta com destacadas personalidades nacionais e internacionais do mundo
académico e da investigação ultramarina, funda o Centro de Estudos e o Boletim
Cultural da Guiné Portuguesa, além de dirigir um importante Inquérito Etnográfico
sobre aquela província ultramarina. Desta actividade cultural resultará a sua
nomeação, em 1948, como membro do Conselho Científico do Institut Français de
l’Afrique Noir, com sede em Dakar.

173
Em 1947 integra Missão Geo-Hidrográfica da Guiné, na qual se empenha a
cartografar o litoral do território e a aprofundar os seus conhecimentos na área da
Cartografia.
Em 1953, já como Primeiro-Tenente, é nomeado pelo Ministério dos Negócios
Estrangeiros para iniciar o inventário e reprodução fotográfica da cartografia antiga
portuguesa dos territórios ultramarinos e em 1958 assume a direcção da Secção de
Lisboa do Agrupamento de Estudos de Cartografia Antiga da Junta de Investigações do
Ultramar. É, então, convidado por Armando Cortesão para colaborar numa compilação
da cartografia portuguesa anterior ao século XVIII, a emblemática obra Portugaliae
Monumenta Cartográfica, que será publicada em 1960.
Promovido a Capitão-Tenente em 1958, desempenha, entre 1959 e 1964,
funções de professor na Escola Naval, onde co-organiza o 5º Colóquio Internacional
sobre História do Navio e da Economia Marítima, além de colaborar no ciclo de
conferências “A cartografia Antiga e a Travessia de África pelos Portugueses”. Até
1961, acumula este cargo com o de deputado na assembleia Nacional pela província
da Guiné, para o qual fora eleito em 1957. Em 1964 é nomeado Vogal do Conselho
Ultramarino.
De 1964 a 1969 serve no Estado-Maior da Armada e, simultaneamente,
prossegue as actividades docentes na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
como professor de História da Expansão.
Depois de um breve regresso á Guiné, como Chefe do Estado-Maior do
respectivo Comando de Defesa Marítima, é nomeado, em 1970, Chefe do Estado-Maior
do Comando Naval de Angola, onde permanecerá até ao ano seguinte.
Passa à reserva em 1976, com o posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra, mas
mantém-se na efectividade de serviço, desempenhando funções no Tribunal da
Marinha e no Ministério da Defesa Nacional. Nesse período é convidado a proferir
várias palestras por diversas universidades e instituições internacionais. Em Setembro
de 1981 é promovido, por distinção, ao posto de Vice-Almirante.
Membro da Academia Portuguesa de História, da Academia das Ciências de
Lisboa e da Sociedade de Geografia, assim como da Comission Internationale d’Histoire
Maritime, da Society of Discoveries e da Real Academia de la Historia de Madrid –
entre muitas outras – foi, em 1969, um dos fundadores do Grupo de Estudos de
História Marítima (GEHM), embrião da futura Academia de Marinha (1978), de que será
eleito Presidente pouco antes de falecer por motivo de doença prolongada.

174
Bibliografia

 O Regimento da Altura de Leste-Oeste de Rui Faleiro, Subsídios para o Estudo


Náutico e Geográfico da Viagem de Fernão de Magalhães, memória
apresentada pelo Guarda-Marinha Avelino Teixeira da Mota, 1942 [publicado
em Lisboa, pelas Ed. Culturais da Marinha, em 1986]
 Como Foi Descoberta a Guiné, sep. Anais do Club Militar Naval, Lisboa, 1946
 A Descoberta da Guiné, Lisboa, Governo da Colónia da Guiné Portuguesa, 1946
 Cronologia e Âmbito das Viagens Portuguesas de Descoberta na África
Ocidental, de 1445 a 1462, separata do Boletim Cultural da Guiné Portuguesa,
n.º 6, Bissau, Abril de 1947
 Inquérito etnográfico, Bissau, Governo da Colónia da Guiné Portuguesa, 1947
 “O Noroeste Africano na Cartografia Portuguesa Antiga”, Boletim Cultural da
Guiné Portuguesa, vol. III, nº 9, Bissau, 1948, pp. 173-199
 Classificação e Evolução da Casa e Povoamento Indígena, Bissau, Centro de
Estudos da Guiné Portuguesa, 1948
 Dom João de Castro Navegador e Hidrógrafo, sep. Anais do Clube Militar Naval,
Lisboa, 1949
 “Notas Sobre os Vestígios Portugueses na Cartografia Francesa do Noroeste
Africano nos Séculos XVII e XVIII”, Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, vol.
IV, nº14, Bissau, 1949, pp. 273-287
 Topónimos de Origem Portuguesa na Costa Ocidental de África: desde o Cabo
Bojador ao Cabo de Santa Catarina, Bissau, Centro de Estudos da Guiné
Portuguesa, 1950
 Fernão Vaz: Explorador Ignorado do Golfo da Guiné, sep. Boletim cultural da
Guiné Portuguesa, nº 19, Bissau, 1950
 “A agricultura de Brames e Balantas Vista Através da Fotografia Aérea”, Boletim
Cultural da Guiné Portuguesa, vol. V, nº18, Bissau, 1950, pp. 131-172
 Influência Portuguesa na Toponímia Costeira da África Ocidental, Lisboa, Junta
de Investigações Coloniais, 1950
 Diogo Gomes, Primeiro Grande explorador do Gâmbia, 1456, Lisboa, Junta de
Investigações Coloniais, 1950
 Contactos Culturais Luso-Africanos na Guiné do Cabo Verde, Lisboa, Sociedade
Astória, 1951

175
 “Origem da Casa Indígena Rectangular no Litoral da «Guiné do Cabo Verde»”,
Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, vol. VII, nº 25, Bissau, Janeiro de 1952,
pp. 157- 160
 Notas Sobre a História dos Fulas: Coli Tenguêlá e a Chegada dos Primeiros
Fulas ao Futa-Jalom, Lisboa, Junta de Investigações Coloniais, 1952
 Importância dos Antigos Documentos Geográficos Portugueses para o Estudo
Etnológico das Populações Oeste-Africanas, Junta de Investigações Coloniais,
Lisboa, 1952
 Novos Elementos Sobre a Acção dos Portugueses e Franceses em Benim na
Primeira Metade do Século XVI, sep. Boletim cultural da Guiné Portuguesa, nº
27, Bissau, 1952
 O Regimento da Altura de Leste-Oeste de Rui Faleiro, [Lisboa], Agência Geral
do Ultramar, 1953
 Guiné Portuguesa, Lisboa, Agência Geral do Ultramar - Divisão de Publicações e
Biblioteca, 1954
 Bartolomeu Dias, Descobridor do Cabo de Boa Esperança, [Lisboa], N.R.P.
“Bartolomeu Dias”, 1955
 A Arte de Navegar no Mediterrâneo nos Séculos XIII-XVII e a Criação da
Navegação Astronómica no Atlântico e Índico, sep. Anais do Clube Militar Naval,
Lisboa, 1957
 O Segundo Colóquio Internacional sobre a História do Navio e da Economia
Marítima, Lisboa, [s.n.], 1957
 “Notas sobre a história dos portugueses na África Negra”, Boletim da sociedade
de Geografia de Lisboa, série 77, nºs 1-3, Lisboa, Janeiro-Março 1959, pp. 27-
56
 “Descoberta de Bronzes Antigos na Guiné Portuguesa”, Boletim Cultural da
Guiné Portuguesa, Centro de Estudos da Guiné Portuguesa, vol. XV, nº 59,
Julho 1960, pp. 625-633.
 A Escola de Sagres, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1960
 Os Problemas da Guiné na Assembleia Nacional (discurso), Bolama, Imprensa
Nacional da Guiné, 1960
 Tabularum Geographicarum Lusitanorum Specimen [c/ Armando Cortesão],
Lisboa, Comissão para as Comemorações do V Centenário da Morte do infante
D. Henrique. 1960
 Um Luso-Africano: Honório Pereira Barreto, Lisboa, [s.n.], 1960

176
 Portugaliae Monumenta Cartographica [c/ Armando Cortesão], Lisboa,
Comissão para as Comemorações do V Centenário da Morte do Infante D.
Henrique, 1960
 Bartolomeu Dias e o Valor do Grau Terrestre, sep. Actas do Congresso
Internacional da História dos Descobrimentos, n.º 2, Lisboa, CIHD, 1961
 A Evolução da Ciência Náutica Durante os Séculos XV-XVI na Cartografia
Portuguesa da Época, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1961
 “Cinco Séculos de Cartografia das Ilhas de Cabo Verde, Lisboa, Garcia de Orta:
revista da Junta das Missões Geográficas e de Investigações do Ultramar, vol.
9, n.º 1, 1961, pp. 11-16
 Estudos Sobre a História da Cartografia Antiga / Studies on the History of Early
Cartography [c/ Armando Cortesão], Coimbra, Agrupamento de Estudos de
Cartografia Antiga, Imprensa de Coimbra, 1962
 D. Luís da Cunha e a Carta da África Meridional de Bourguignon d'Anville, 1725,
Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1962
 Elogio Histórico do Almirante Gago Coutinho, sep. Boletim da Academia das
Ciências, nº 34, Lisboa, 1962
 Nouveaux Éléments sur le Pilote Lourenço Marques, Lisboa, Centro de Estudos
Históricos Ultramarinos, 1963
 Méthodes de Navigation et Cartographie Nautique dans l'Océan Indien Avant le
XVIe Siécle, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1963
 Curso de História da Cartografia (c/ Armando Cortesão e Luís Albuquerque),
Coimbra, Fac. de Letras, 1964
 A Cartografia Antiga da África Central e a Travessia entre Angola e
Moçambique: 1500-1860, Lourenço Marques, Sociedade de Estudos de
Moçambique, 1964
 Bronzes Antigos da Guiné, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1965
 O Cosmógrafo Bartolomeu Velho em Espanha, Coimbra, Junta de Investigações
do Ultramar, 1966
 Influence de la Cartographie Portugaise sur la Cartographie Européenne à
l'époque des Découvertes, [Paris], S.E.V.P.E.N., 1967
 Novos Documentos sobre uma Expedição de Gonçalo Coelho ao Brasil, entre
1503 e 1505, Lourenço Marques, Universidade, 1968
 A Primeira Visita de um Governador das Ilhas de Cabo Verde à Guiné (António
Velho Tinoco C. 1575), Lisboa, Junta de Investigação do Ultramar, 1968

177
 Un Document Nouveau pour l'Histoire des Peuls au Sénégal Pendant les XVème
et XVIème Siècles, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1969
 Os Regimentos do Cosmógrafo-Mor de 1559 e 1592 e as Origens do Ensino
Náutico em Portugal, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1969
 Evolução dos Roteiros Portugueses Durante o Século XVI, Lisboa/Coimbra,
Junta de Investigações do Ultramar, 1969
 A Viagem do Navio "Santiago" à Serra Leoa e Rio de S. Domingos em 1526:
Livro de Armação, Lisboa, Junta de Investigação do Ultramar, 1969
 “Gago Coutinho Marinheiro e Geógrafo, e a Exploração de Cabora-Bassa”,
Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Série 87, nºs 1-3; 4-6, Lisboa,
1969, pp. 17-33
 Fulas e Beafadas no Rio Grande no século XV: Achegas para a Etnohistória da
África Ocidental, Lisboa, Junta de investigação do Ultramar, 1970
 A Malograda Viagem de Diogo Carreiro a Tombuctu em 1565, Lisboa, Junta de
Investigações do Ultramar, 1970
 Dois Escritores Quinhentistas de Cabo Verde: André Álvares de Almada e André
Dornelas, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1971
 A Viagem de António de Saldanha em 1503 e a Rota de Vasco da Gama no
Atlântico Sul, Lisboa, Junta de Investigação do Ultramar, 1971
 D. João Bemoim e a Expedição Portuguesa ao Senegal em 1489, Lisboa, Junta
de Investigações Científicas do Ultramar, 1971
 A África Ocidental em “Os Lusíadas”, Lisboa, Junta de Investigações do
Ultramar, 1972
 Duarte Coelho, Capitão-Mor de Armadas no Atlântico: 1531-1535, Lisboa, Junta
de Investigações do Ultramar, 1972
 Acerca de Recente Devolução a Portugal, pelo Brasil, de Manuscritos da
Sociedade Real Marítima, Militar e Geográfica: 1793-1807, Lisboa, Junta de
Investigações do Ultramar, 1972
 Mar, Além-Mar: Estudos e Ensaios de História e Geografia, Lisboa, Junta de
Invest. do Ultramar, 1972
 O Comandante Abel Fontoura da Costa, Historiador da Marinharia dos
Descobrimentos, Lisboa, Junta de Invest. do Ultramar, 1973
 Cartografia Antiga de Sofala, Lisboa, Junta de Investigação do Ultramar, 1973
 Reflexos do Tratado de Tordesilhas na Cartografia Náutica do século XVI,
Coimbra, Junta de Investigações do Ultramar, 1973

178
 Honório Barreto, Português da Guiné (c/ Joaquim Duarte Silva), Lisboa,
Agência-Geral do Ultramar, 1973
 A Obra da Prof. Doutora Virginia Rau no Campo da História Marítima, Lisboa,
Centro de Estudos de Marinha, 1974
 As Viagens do Bispo D. Frei Vitoriano Portuense à Guiné e a Cristianização dos
Reis de Bissau, Lisboa, Junta de Investigações Científicas do Ultramar, 1974
 Instruções Náuticas para os Pilotos da Carreira da Índia nos Começos do Século
XVII, [s.l.], Junta de Investigações do Ultramar, 1974
 Actividade Marítima dos Bijagós nos Séculos XVI e XVII, Lisboa, Neogravura
Ldª, 1975
 Um Manuscrito Náutico Seiscentista Reencontrado, Lisboa, Junta de
Investigações do Ultramar, 1975
 A Viagem de Fernão de Magalhães e a Questão das Molucas: Actas do II
Colóquio Luso-Espanhol de História Ultramarina, Lisboa, Junta de Invest.
Científicas do Ultramar, 1975
 “Le Voyage du Navire Santiago à la Sierra Leone et à la Rivière de S. Domingo
(1526)” [c/ Raymond Mauny], Bulletin de l'Institut Fondamental d'Afrique Noire,
nº 37-B, [s.l.], 1975, pp. 589-603
 Alguns Aspectos da Colonização e do Comércio Marítimo dos Portugueses na
África Ocidental nos Séculos XV e XVI, Lisboa, Junta de Investigações
Científicas do Ultramar, 1976
 A África no Planisfério Português Anónimo "Cantino" (1502), Lisboa, Junta de
Investigações do Ultramar, 1977
 Cartas Portuguesas Antigas na Colecção de Groote Schuur, Lisboa, Centro de
Estudos de Cartografia Antiga, 1977
 Novidades Náuticas e Ultramarinas numa Informação dada em Veneza em 1517
(c/ Francisco Leite de Faria), Lisboa, Junta de Investigações Cientificas do
Ultramar, 1977
 Cartas Antigas da Índia Existentes em Portugal: séculos XVIII, XIX e XX, Lisboa,
Junta de Investigações Científicas do Ultramar, 1979
 A Escola de Sagres e Cartografia Portuguesa dos Descobrimentos, Lisboa,
Museu da Marinha, 1985
 Cartas Antigas do Estado da Índia Existentes em Paris e Londres, Lisboa,
Instituto de Investigação Científica Tropical/Centro de Estudos da História e
Cartografia Antiga, 1985

179
 Cristóvão Colombo e os Portugueses, Lisboa, Imp. Nacional-Casa da Moeda,
1987
 East of Mina: Afro-European Relations on the Gold Coast in the 1550s and
1560s: an Essay with Supporting Documents (c/ P. E. H. Hair), Madison,
University of Wisconsin, 1988

Fontes/Estudos

 ACADEMIA DE MARINHA, Teixeira da Mota (1920-1982) in Memoriam, Lisboa,


1982
 ID., “Sessão de Homenagem à Memória dos Almirantes Sarmento Rodrigues e
Teixeira da Mota, 25 de Outubro de 1990”, Lisboa, Memórias da Academia de
Marinha, 1990
 ID., Vice-Almirante Teixeira da Mota: Homenagem no 20º Aniversário do Seu
Falecimento, 21 de Março 2002, Lisboa, 2002
 ACADEMIA DE MARINHA e INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
TROPICAL, Vice-Almirante A. Teixeira da Mota in Memoriam (2 vols.), Lisboa,
1987-1989
 BRANDÃO, Eduardo H. Serra, “Vice-Almirante Avelino Teixeira da Mota”, ”,
Anais do Clube Militar Naval, vol. 112, Abril-Junho de 1982, pp. 551-554
 ID., O Almirante Teixeira da Mota, sep. Boletim da Sociedade de Geografia de
Lisboa, 1983
 FARIA, Francisco Leite de (coord.), SERRÃO, Joaquim Veríssimo (coord.), Elogio
do Almirante Avelino Teixeira da Mota, Lisboa, Academia Portuguesa da
História, 1985
 MARTINS, Mário Dias, “Homenagem ao Almirante Teixeira da Mota: Primeiros
Passos no Liceu e na Escola Naval”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 112,
Abril-Junho de 1982, pp. 263-270
 VALENTIM, Carlos Manuel, “Avelino Teixeira da Mota, Historiador das
Sociedades e dos Oceanos”, Colóquio Vasco da Gama, os Oceanos e o Futuro,
Alfeite, Escola Naval, 1999, pp. 128-143
 ID., “Avelino Teixeira da Mota: uma Vida Dividida entre a África e o Mar”,
Revista da Armada, nº 352, Abril de 2002, pp. 10-13
 ID., “O Legado do Vice-Almirante Teixeira da Mota”, Revista da Armada, nº
352, Abril de 2002, contracapa

180
 ID., “A Africa na Acção e na Obra de Avelino Teixeira da Mota (1920-1982)”,
Anais do Clube Militar Naval, vol. CXXXIV, 2004, pp. 779-809
 ID., Avelino Teixeira da Mota: Ajudante de Campo do Governador da Guiné
Portuguesa (1945-1947), Academia de Marinha, 2005
 ID, O Trabalho de uma Vida. Biobliografia de Avelino Teixeira da Mota (1920-
1982), Lisboa, Edições Culturais da Marinha, 2007

181
(foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Armando da Silva Saturnino Monteiro (1923-2015)

Nasceu em Seia, Paranhos, em 1923 e ingressou na Escola Naval em 1942.


Ainda como guarda-marinha, embarcou no aviso “Bartolomeu Dias”, que em 1945
participou na reocupação de Timor depois da rendição dos japoneses na II Guerra
Mundial. Nessa comissão, fez ainda parte da equipa que procedeu ao primeiro
levantamento hidrográfico da baía de Díli.
Especializado em Artilharia, foi comandante do navio-patrulha “S. Vicente”, em
comissão no norte de Angola, comandante de companhia de alunos da Escola Naval,
comandante da Defesa Marítima de Porto Amélia (Moçambique) e professor de História
da Escola Naval.
Passou à Reserva em 1975 e reformou-se em Julho de 1990, tendo falecido,
aos 92 anos, em 21 de Setembro de 2015.
Membro Honorário da Academia de Marinha, foi o autor dos oito volumes da
obra Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa que em 2010 foi, à sua própria
custa, traduzida para Inglês e distribuída por várias bibliotecas e universidades
nacionais e estrangeiras.

Bibliografia

 “Canhoneiras para o Ultramar”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 88, 1958, pp.
491-495
 “Sistema de Promoção”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 99, 1969, pp. 637-
642
 “Informações do Pessoal”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 104, 1974, pp.
395-404

182
 “Uma Armada Nova?”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 105, 1975, pp. 869-
876
 “Selecção e Formação de Oficiais”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 107, 1977,
pp. 269-286
 “Reflexões sobre a Carreira Naval”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXIV,
1984, pp. 441-461
 A Propósito da Batalha do Golfo de Omã: Sugestão de Corrigenda às Legendas
de Dois Desenhos de uma das Estampas da “Portugaliae Monumenta
Cartographica”, Lisboa, Academia de Marinha, Junho de 1989
 Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa (volumes I a VIII), Lisboa, Livraria
Sá da Costa, 1989-1997
 A Evolução do Pensamento Naval Português, Lisboa, Academia de Marinha,
Junho de 1993
 Espadas Contra canhões: Balanço da Guerra no Mar Contra os Ingleses e os
Holandeses, 1583-1663, Lisboa, Academia de Marinha, Novembro de 1995
 Em que o autor se propõe demonstrar que não foi Vasco da Gama quem
descobriu o caminho marítimo para a Índia nem Pedro Álvares Cabral quem
descobriu o Brasil, IV Simpósio de História Marítima, Lisboa, Academia de
Marinha, Novembro de 1996
 Actividades da Comissão Científica da História da Marinha Portuguesa, Lisboa,
Academia de Marinha, Novembro de 1997
 Recordações da Reocupação de Timor, 1945, Lisboa, Academia de Marinha,
Junho de 2005
 A Batalha Naval do estreito de Malaca de 1606 e as operações subsequentes –
um rosário de interrogações, Lisboa, Academia de Marinha, Outubro de 2006
 Portuguese Sea Battles (1139-1975) (volumes I a VIII), Oeiras, 2010

Fontes/Estudos

 ACADEMIA DE MARINHA, “Homenagem ao Comandante Saturnino Monteiro”,


Revista da Armada, nº 478, Setembro-Outubro de 2013, pp. 21-23
 PAES, José Manuel Castanho, “Armando da Silva Saturnino Monteiro,
14Jul1923-21Set2015”, Revista de Marinha, nº 988, Novembro-Dezembro de
2015, p. 5

183
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

António Sérgio de Pereira Cardoso (1925-1998)

Nasceu a 28 de Fevereiro de 1925.


Distinguiu-se, ainda na Escola Naval, como atleta brilhante e versátil, vindo a
especializar-se em Educação Física.
Começou por servir, como instrutor, a bordo do navio-escola “Sagres”, tendo,
depois, embarcado no aviso “Afonso de Albuquerque”. Uma vez promovido a Primeiro-
Tenente, serviu, durante cinco anos, na esquadrilha de draga-minas, onde comandou
três navios deste tipo, tendo também comandado uma pequena força que participou
num exercício em Inglaterra.
Como oficial superior, foi destacado para Timor, onde desempenhou funções
como capitão dos portos daquela província ultramarina. Após o regresso a Portugal,
foi-lhe confiada a capitania do porto de Cascais.
Afastou-se do serviço activo como Capitão-de-Fragata, mas regressou à
Marinha para prestar serviço como subdirector do Museu de Marinha, onde se manteve
durante onze anos.
Os últimos dezasseis anos da sua vida foram dedicados à Academia de Marinha,
onde assumiu o cargo de Secretário da Classe de Artes, Letras e Ciências. Mas também
se dedicou, com grande destaque, à História Marítima, nomeadamente à história das
navegações, quer portuguesas, quer polinésias e chinesas.
Condecorado, pelo Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada com a Medalha
Naval Vasco da Gama, por ter contribuído, de modo notável, para o prestígio da
Marinha, faleceu a 2 de Setembro de 1998.

184
Bibliografia

 As Caravelas dos Descobrimentos e os Mais Ilustres Caravelistas Portugueses,


Lisboa, Museu de Marinha, 1970
 O Bandeirismo Amazónico: Expedição de Pedro Teixeira 1637-1639, Lisboa,
Museu de Marinha, 1975
 “Manobra de Navios”, Anais do Clube Militar Naval, v. CVIII, Lisboa, Julho-
Setembro de 1978, pp.477-494
 Missão a Mombaça, Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1978
 “Os Clipers: Criação Americana”, Anais do Clube Militar Naval , v. CXIV, Lisboa,
Julho-Setembro de 1984, pp.517-525
 Participação do Museu de Marinha na 3ª Conferência do International Congress
of Maritime Museums, realizada em Mystic Seaport, de 24 a 29 de Dezembro de
1978 (c/ Emmanuel Ricou), Lisboa, Academia de Marinha, 1984
 Os Descobrimentos Marítimos, as Plantas e os Animais, Lisboa, Academia de
Marinha, 1989
 Viagem de Bartolomeu Dias em 1487/88 Vista por um Marinheiro, Lisboa,
Academia de Marinha, 1990
 A Epopeia dos Descobrimentos Marítimos Continua-se nas Bandeiras no Brasil,
Lisboa, Academia de Marinha, 1991
 Interpretações Supostamente Erradas da Nossa História dos Descobrimentos
Marítimos, Lisboa, Academia de Marinha, 1993
 A Provável Viagem de Cristóvão de Mendonça à Austrália em 1522, Lisboa,
Academia de Marinha, 1994
 Navegação dos Polinésios, Lisboa, Academia de Marinha, 1996
 Navegação dos chineses, Lisboa, Academia de Marinha, 1996
 “O Descobrimento da Austrália”, Revista Militar, Ano 51, nº 1, Lisboa, Janeiro
de 1999, pp.411-428

Fontes/Estudos

 S.H., “Capitão-de-Fragata António Sérgio de Pereira Cardoso” (notícia


necrológica), Anais do Clube Militar Naval, vol. CXXVIII, Outubro-Dezembro de
1998

185
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

José Agostinho Frederico de Figueiredo Pacheco Teles de


Sousa Mendes (1926-1999)

Nasceu a 31 de Janeiro de 1926 e entrou para a Escola Naval em Setembro de


1945, tendo sido promovido a Guarda-Marinha em Julho de 1948.
Atingiu a categoria de Oficial Superior, com a promoção a Capitão-Tenente, em
Setembro de 1962. Nessa altura desempenhou as funções de Capitão do Porto do
Mindelo (Cabo Verde).
Passou à Reserva em Setembro de 1977, no posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra
(a que fora promovido seis meses antes) e faleceu a 25 de Maio de 1999.
Foi membro da Academia de Marinha, tendo-se notabilizado pela publicação da
obra Setenta e Cinco Anos no Mar (1910-1985), na qual, prosseguindo o trabalho de
Marques Esparteiro (este referido, essencialmente, ao período da dinastia Brigantina),
nos descreve o percurso dos navios de guerra portugueses durante os primeiros 75
anos da República. Escreveu, também, várias dezenas de artigos para a Revista da
Armada.
Era condecorado com o grau de Oficial da Ordem Militar de Aviz e com a
Medalha Naval Vasco da Gama.

Bibliografia:
 “Serão Âncoras de Cristóvão Colombo?”, Anais do Clube Militar Naval, nº 105,
Lisboa, 1975, pp. 61-67
 Setenta e Cinco Anos no Mar (1910-1985), [Lisboa], Comissão Cultural de
Marinha, 1989

186
 Retalhos Históricos Marítimos e Navais, Lisboa, Comissão Cultural de Marinha,
2000

Fontes/Estudos

 Arquivo de membros da Academia de Marinha


 ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA, Listas da Armada, 1926-1999

187
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Abílio Freire da Cruz Júnior (1926-2001)

Nasceu a 9 de Julho de 1926 e entrou para a Marinha em 1946.


Depois de promovido a Guarda-Marinha, em 1949, ingressou na Aviação
Naval como piloto, tendo prestado serviço na base de S. Jacinto e no Centro de
Aviação Naval de Lisboa. Seguiram-se embarques no aviso “Afonso de
Albuquerque” e no navio-escola “Sagres”. Depois disso, comandou o draga-minas
“S. Miguel” e o navio oceanográfico “Salvador Correia”.
Entre 1956 e 1971 cumpriu várias comissões de serviço em África, primeiro
como Capitão de Porto e Comandante da Defesa Marítima de Santo António do
Zaire e, com 34 anos apenas, governador do distrito do Zaire. Depois de uma
interrupção de quatro anos, em que desempenhou as funções de Imediato da
fragata “Diogo Cão” (1965-1967) e de Capitão do Porto de Portimão e de Lagos
(1967-1969), foi nomeado chefe da Divisão de Operações do Comando Naval de
Moçambique.
Regressado definitivamente à Metrópole, prestou serviço no Estado-Maior
da Armada (até 1975) e na Direcção do Serviço do Pessoal, cuja chefia assumiu
pouco tempo depois, ao ser promovido a Contra-Almirante. Antes de passar à
Reserva por limite de idade, em 1985, desempenhou ainda as funções de Director-
Geral dos Serviços de Fomento Marítimo.
Em 1988 é nomeado Presidente da Comissão Coordenadora de Investigação
de Defesa da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica e dois anos
depois assume a presidência do Conselho de Ciências e Tecnologias da Defesa do
Ministério da Defesa Nacional.
Embora já muito antes tivesse produzido alguns escritos, é neste período
que começa a evidenciar a sua faceta de historiador, dedicando-se com especial

188
afinco à história marítima portuguesa da segunda metade do século XVIII. A
Marinha Mercante, com a qual se relacionara bastante como capitão de porto e na
qualidade de Director-Geral do Fomento Marítimo merece, igualmente, particular
atenção.
Dedicou-se também, com especial paixão, à história da Aviação Naval, onde
servira, embora os seus trabalhos de maior vulto, neste âmbito, tenham
permanecido inéditos (na Biblioteca Central de Marinha podem ser encontrados
alguns textos policopiados da sua autoria). A excepção mais notória foi o artigo
“Sacadura Cabral, o Homem que Deu Asas à Marinha”, que mereceu o prémio de
melhor trabalho publicado na Revista da Armada durante o ano 2000.
Foi sócio efectivo da Academia de Marinha e Presidente da Secção dos
Transportes na Sociedade de Geografia de Lisboa.
Faleceu a 1 de Março de 2001.

Bibliografia

 A construção naval em Angola, tese apresentada no V Congresso Nacional de


Pesca realizado na cidade de Luanda, Julho de 1958
 Gago Coutinho, sua vida e obra, [texto dactilografado], [s.l. : s.n.], 1969
 “O Canal de Moçambique”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 103, 1973, pp.
395-404
 “A África em Movimento”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 108, 1978, pp. 75-
89
 “O Cabo de S. Vicente. Sua Importância Estratégica no Passado e no Presente”,
Anais do Clube Militar Naval, vol. 109, 1979, pp. 141-158
 Breves considerações sobre o tráfego marítimo dos Açores, Lisboa, Instituto da
Defesa Nacional, 1979
 Aproveitamento das potencialidades marítimas nacionais, Lisboa, Sociedade de
Geografia de Lisboa, 1985
 A Aviação naval: evocação de alguns momentos da sua historia, [texto
policopiado] [s.l., s.n.], 1999
 A política naval na segunda metade do século XVIII, Lisboa, Academia de
Marinha, 1999
 O transporte marítimo na segunda metade do século XVIII, Lisboa, Academia
de Marinha, 2000

189
 Raid Aéreo Lisboa-Rio de Janeiro: Tecnologia, Ciência e Perícia, Exposição Raid
Aéreo Lisboa-Rio de Janeiro, Cascais, Câmara Municipal de Cascais, 2000
 A Marinha Mercante portuguesa: a evolução na transição do séc. XX para o séc.
XXI, painel - 7 de Novembro 2000, Lisboa, Academia de Marinha, 2000
 “Sacadura Cabral, o Homem que Deu Asas à Marinha”, Revista da Armada, nº
330, Abril de 2000, pp. 17-20; nº 331, Maio de 2000, pp. 6-11
 O Mundo Marítimo Português na Segunda Metade do Século XVIII, ensaio,
Lisboa, Comissão Cultural da Marinha, 2002

Fontes/Estudos

 L.P., “Vice-almirante Abílio Freire da Cruz Júnior” (notícia necrológica), Anais do


Clube Militar Naval, vol. CXXXIII, Janeiro-Março 2003, pp. 209-211

190
(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Vasco dos Santos Viegas (1927-2000)

Nascido a 9 de Janeiro de 1927, frequentou o Colégio Militar, tendo entrado


para a Escola Naval em 1945.
Tendo efectuado diversas comissões de embarque, comandou os patrulhas
“Porto Santo e Fogo”.
Especializado em Comunicações, foi professor daquela área na Escola Naval e
na Escola Náutica, tendo ainda desempenhado as funções de Director da Escola de
Comunicações da Armada.
Como oficial superior prestou serviço no Estado-Maior do Comando Naval de
Angola, no Estado-Maior da Armada e no Estado-Maior General das Forças Armadas.
Desempenhou, também, funções como Comandante da Defesa Marítima de Lourenço
Marques (Moçambique) e de Faro. Antes de ser promovido a Contra-Almirante, em
1980, foi Director do Centro de Investigação Operacional da Armada.
Nomeado professor no Instituto de Altos Estudos Militares, passou à Reserva
em Janeiro 1984. Manteve-se, porém, ao serviço como assessor militar no Instituto de
Defesa Nacional, até se reformar, em 1994.
Membro da classe de História Marítima da Academia de Marinha, dedicou-se,
entre outros assuntos, ao estudo dos navios da Expansão portuguesa.
Faleceu em 15 de Novembro de 2000.

191
Bibliografia

 Alguns Aspectos da Marinha em que São Destacados os Conceitos Estratégicos


da Defesa Nacional, [Lisboa], Instituto da Defesa Nacional, 1980.
 “Os Conceitos de Defesa numa Perspectiva Histórica ”, Anais do Clube Militar
Naval, v.113, Lisboa, Abril-Junho de 1983, pp.355-365
 “Os Conceitos Estratégicos numa Perspectiva Histórica-II ”, Anais do Clube
Militar Naval, v.113, Lisboa, Outubro-Dezembro de 1983, pp. 741-747
 “Breve Introdução ao Plano Editorial Proposto”, Anais do Clube Militar Naval,
v.114, Lisboa, Abril-Junho de 1984, pp.233-241
 “O Tratado de Methween: um Tratado de Aliança com a Potência Marítima”,
Revista Militar, Lisboa, Janeiro de 1989, p. 43-58
 “Os Açores e os Conceitos Estratégicos de Defesa Nacional”, in Os Açores e as
Dinâmicas do Atlântico: do Descobrimento à II Guerra Mundial, Angra do
Heroísmo, Instituto Histórico da Ilha Terceira 1989, pp.1385-1388
 O Tratado de Aliança Defensiva entre Portugal, Inglaterra e Holanda em 1703,
Lisboa, Academia de Marinha, 1991
 As Naus da Índia, Macau, Comissão Territorial de Macau para as
Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1999

Fontes/Estudos

 CURSO BARTOLOMEU DIAS, “Contra-Almirante Vasco dos Santos Viegas”


(notícia necrológica), Anais do Clube Militar Naval, vol. CXXXI, Janeiro-Março de
2001, pp. 225-226

192
(foto do arquivo da Academia de Marinha)

António Emílio de Almeida Azevedo Barreto Ferraz Sacchetti


(1930-2009)

Nasceu em Aveiro a 2 de Dezembro de 1930. Tendo frequentado a


Universidade de Coimbra, entrou para a Escola Naval em Setembro de 1949.
Fez vários embarques e serviu em várias comissões em África, nas províncias
de Angola, Moçambique - onde foi Capitão do Porto de António Enes, entre 1960 e
1965 - e Guiné, ao longo de mais de 8 anos.
Entre 1966 e 1967 comandou o navio-patrulha “Boavista”, em comissão nos Açores.
Serviu na NATO, no Estado-Maior do COMIBERLANT, em Oeiras, e, de 1971 a 1973,
no Comando-Chefe da Guiné.
No Instituto Superior Naval de Guerra foi, durante 9 anos, professor e director dos
três Cursos Navais de Guerra. Ascendeu a subdirector e, por fim, a director do Instituto.
Durante este período, foi assessor no Instituto de Defesa Nacional e representou o
Chefe do Estado-Maior da Armada nas Assembleias do Tratado do Atlântico Norte, em
Londres (1981) e no Funchal (1982), tendo participado ainda nos International Seapower
Symposia, em Newport, EUA, em 1985 e 1987.
Entre 1988 e 1989 foi Vice-Chefe do Estado-Maior da Armada.
De 1990 a 1992, sendo presidente da Comissão Nacional contra a Poluição do Mar,
representou Portugal nas Comissões Oslo, Paris e Londres, e ainda em todas as sessões para a
redacção da nova Convenção de Paris, assinada em 22 de Setembro de 1992.
Desempenhou as funções de Presidente da Academia de Marinha desde Janeiro de
2004 até ao seu falecimento, ocorrido em Lisboa a 15 de Janeiro de 2009.
Autor de mais de meia centena de estudos, virados, sobretudo, para a Estratégia e
Relações Internacionais, também publicou vários trabalhos relacionados com a História
Marítima e Militar do País, sendo a análise histórica uma componente fundamental e sempre

193
presente nas suas obras de maior vulto, quer em termos de estudo retrospectivo quer em
termos de lições aprendidas.
Foi membro do Conselho de Académicos da Academia Internacional da Cultura
Portuguesa, da Associação Portuguesa de História das Relações Internacionais e da Associação
Nacional dos Profissionais de Relações Internacionais. Foi ainda professor catedrático
convidado no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e na Universidade Autónoma
de Lisboa, presidente do Instituto Português da Conjuntura Estratégica, presidente do
Grupo de Estudo e Reflexão de Estratégia da Marinha (GERE), membro efectivo do
Conselho Supremo da Liga de Combatentes, director da Sociedade de Geografia de Lisboa
e membro da Comissão de Relações Internacionais da mesma Sociedade, membro do
Centro de Estudos Estratégicos do Instituto de Altos Estudos Militares, membro do
Conselho Consultivo do Instituto Euro-Atlântico, sócio do Instituto Dom João de Castro e
membro da Comissão de Avaliação Externa de Ciência Política e Relações Internacionais.
Era também sócio da Revista Militar e da Sociedade Histórica da Independência de
Portugal.
Era Cavaleiro da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém e possuía
diversas condecorações, entre as quais as salientam a Grã-Cruz da Ordem do Infante D.
Henrique, a Comenda da Ordem do Mérito Naval do Brasil e o grau de Cavaleiro da
Ordem de Mérito da República Italiana.

Bibliografia:

 A Condução de Crises e o Poder Marítimo, Lisboa, Instituto da Defesa Nacional,


1980
 A NATO e o Atlântico Sul, Lisboa, Instituto da Defesa Nacional, 1980
 As Forças Nucleares de Teatro de Operações e a Dissuasão Global, Lisboa,
Instituto de Defesa Nacional, 1980
 A Relação de Forças entre o Pacto de Varsóvia e a NATO, Lisboa, Instituto da
Defesa Nacional, 1980
 O Terceiro Mundo e o Diálogo Norte-Sul, Lisboa, Instituto Superior Naval de
Guerra, 1980
 Pactos Militares e Organizações de Defesa na Região Euro-Americana, Lisboa,
Universidade Técnica de Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e
Politicas, 1983

194
 Ensinamentos Militares do Conflito das Falkland, Ilações Nacionais, Lisboa,
Instituto Superior Naval de Guerra, 1983
 A organização das Nações Unidas, Lisboa, Instituto Superior Naval de Guerra,
1983
 Pactos Militares e Organização de Defesa: Região Euro Norte Americana,
Lisboa, Instituto Superior Naval de Guerra, 1983
 O papel de Portugal na NATO (intervenção num coloquio realizado no ISCSP em
15 de Março de 1984), Lisboa, Instituto Superior Naval de Guerra, 1984
 A NATO e o Atlântico Sul, Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e
Politicas, 1985
 Da Détente às Guerras Justas: Alguns Conceitos, Lisboa, Instituto Superior
Naval de Guerra, 1985
 Temas de Política e Estratégia, Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e
Políticas, 1986
 As Relações Leste-Oeste, Lisboa, Instituto Superior Naval de Guerra, 1987
 A Marinha: a Instituição e os Homens: Reflexões, Lisboa, Instituto Superior
Naval de Guerra, 1988
 A Europa, a Africa e o Atlântico no Quadro da Cooperação: Aspectos
Estratégicos, Porto, Universidade Portucalense, 1990
 “Geopolítica e Geoestratégia do Atlântico”, in Estratégia, vol.1, Lisboa, Instituto
Superior de Ciências Sociais e Políticas/-Instituto de Relações Internacionais,
1990 pp.13-52
 “Os Conceitos de Poder Marítimo na Expansão Portuguesa”, Anais do Clube
Militar Naval, Lisboa, vol.CXX, Outubro-Dezembro 1990, pp. 667-675
 Estratégia da Dissuasão na Década de 90, Lisboa, Academia Internacional da
Cultura Portuguesa, 1992
 “Os Mares Antárcticos”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 124, Abril-Junho,
1994, pp. 345-356
 Estudo da Estratégia e das Relações Internacionais nas Universidades
Portuguesas, Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, 1995
 Segurança Europeia 1989-1995, Lisboa, Universidade Técnica, Instituto
Superior de Ciências Sociais e Políticas, 1995
 A Segurança Leste-Oeste e o Atlântico, Lisboa, Instituto da Defesa Nacional,
1995

195
 As Relações Transatlânticas no Quadro da Segurança Internacional:
Implicações para a Europa e para Portugal, Lisboa, Academia Internacional da
Cultura Portuguesa, 1995
 Guerra e Paz na Perspectiva do Actual Sistema de Relações Internacionais,
Lisboa, Instituto da Defesa Nacional, 1995
 Reestruturação da NATO, Lisboa, Instituto da Defesa Nacional, 1996
 Da Defesa à Segurança na Ordem Internacional, Lisboa, Instituto Superior de
Ciências Sociais e Políticas, 1996
 “Das Viagens das Caravelas à Globalização”, Anais do Clube Militar Naval, Vol.
CXXVII, nºs 7-9, Julho-Setembro 1997, pp. 543-554
 D. Fernando II e Glória: a Fragata que Renasceu das Cinzas = The Frigate
Reborn from the Ashes, Lisboa, CTT Correios de Portugal, 1998
 “Apontamento Histórico”, in O Último Cinquentenário do Segundo Milénio
(1949-1999), Lisboa, Marinha, 1999, pp.15-42
 A Comunidade Internacional 1997/1998, Lisboa, Instituto Superior de Ciências
Sociais, 1999
 A Marinha nos 50 Anos da NATO, Lisboa, Instituto da Defesa Nacional, 1999
 “A Marinha no Tempo da Fragata D. Fernando II e Glória”, Lisboa, Anais do
Clube Militar Naval, vol. CXXIX, Janeiro-Março 1999, pp.85-104
 “A Acção da Armada nas Campanhas de África”, in Estudos Sobre as
Campanhas de África (1961-1974), Instituto de Altos Estudos Militares, Lisboa,
Atena, 2000, pp.205-224
 O Mediterrâneo e a Segurança Europeia, Lisboa, Instituto Português da
Conjuntura Estratégica, 2000
 As Diferentes Interpretações do Conceito de Fronteiras, [Lisboa], Sociedade de
Geografia de Lisboa, 2000
 Segurança e Defesa 1996-2000, Edições Culturais da Marinha, Lisboa, Comissão
Cultural da Marinha, 2000
 Segurança Humana e Segurança Nacional, Lisboa, Academia Internacional da
Cultura Portuguesa, 2001
 Reestruturação das Forças Armadas: Equívocos e Realizações, Lisboa, Comissão
Cultural da Marinha, Grupo de Estudo e Reflexão de Estratégia, 2001
 A Marinha e a Revolução nos Assuntos Militares, Lisboa, Comissão Cultural da
Marinha, 2002

196
 Conceito Estratégico de Defesa Nacional: Estudos (c/ Victor Manuel Lopo
Cajarabille), Lisboa, Comissão Cultural da Marinha, 2002
 A Conjuntura Internacional e os Novos Conflitos: a Organização e Defesa do
Ocidente Face aos Novos Desafios, Lisboa, Instituto Português da Conjuntura
Estratégica, 2002
 “Estratégia e Relações de Poder”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol.
CXXXIII, Julho-Setembro 2003, pp.423-450
 A Estratégia Marítima e o Progresso das Nações, in A Estratégia Naval
Portuguesa: Ciclo de Conferências, Lisboa, Instituto Superior Naval de Guerra,
2004, pp. 9-22
 “Grupo de estudo e reflexão de estratégia: GERE”, Lisboa, Anais do Clube
Militar Naval, vol. CXXXIV, Outubro-Dezembro 2004, pp.887-896
 A Conjuntura Estratégica Mundial, sep. de Lusíada - Revista de Relações
Internacionais, nº 5, 2004
 Forças Armadas, a Instituição e as Associações, Lisboa, Grupo de Estudo e de
Reflexão Estratégica, 2005
 A Marinha: Instituição em Transformação, Lisboa, Grupo de Estudo e Reflexão
Estratégica, Comissão Cultural da Marinha, 2005
 O Mediterrâneo: Geopolítica e Segurança Europeia, Lisboa, Grupo de Estudo e
Reflexão de Estratégia, Comissão Cultural da Marinha, 2006

Fontes/Estudos

 ACADEMIA DE MARINHA, “Novo Presidente da Academia de Marinha”, Revista


da Armada, nº 372, Fevereiro de 2004, p. 13
 FREIRE, Manuel Carlos, “Um militar que Brilhou como Oficial e Académico”,
Diário de Notícias, 16 de Janeiro de 2009

197
198
TERCEIRA PARTE: AS INSTITUIÇÕES

Metodologia e Critérios

Nesta parte debruçar-nos-emos sobre as instituições de Marinha


particularmente ligadas à História Marítima, apresentando, de forma sucinta, o seu
historial, as suas competências e as suas actividades. A respectiva integração lógica e
cronológica na actividade historiográfica da Marinha é apresentada na Primeira Parte
deste trabalho.
Dizemos “DE Marinha” e não “DA Marinha” porque algumas delas não
pertencem/pertenceram institucionalmente àquela Organização, como são os casos da
Associação Marítima e Colonial, do Clube Militar Naval e da Liga Naval Portuguesa.
Optámos, no entanto, por incluí-las devido à sua forte ligação à Marinha e pela
predominância que os militares da Marinha (especialmente os oficiais) nelas
assumiram. Esse mesmo critério levou-nos a excluir desta lista a Revista Militar, que,
tendo dois oficiais da Armada entre os seus vinte e seis membros fundadores e
estando estatutariamente aberta aos oficiais dos três ramos60, é uma instituição
transversal às Forças Armadas (sendo maioritariamente constituída por oficiais do
Exército).
Distinguimos, assim, nesta lista, dois tipos de instituições: as de carácter oficial,
que atestam o envolvimento directo da Marinha, e as de carácter particular, que
ilustram o empenho e o entusiasmo dos seus servidores.

60
A Empresa da Revista Militar, “uma sociedade com fins editoriais e culturais, constituída por Oficiais
de todos os Ramos das Forças Armadas”, foi fundada no dia 1 de Dezembro de 1848, por um grupo de
26 oficiais do Exército e da Armada, dirigido pelo então tenente Fontes Pereira de Mello. A sua
finalidade, vertida nos respectivos estatutos, era a de “promover o estudo, debate e divulgação de
assuntos de defesa nacional, em especial os militares”. Com o primeiro número publicado em Janeiro de
1849, foi um dos primeiros títulos da imprensa militar portuguesa, seguindo-se a cinco periódicos cuja
existência foi, no entanto, bastante curta. A Revista, pelo contrário, chegou aos dias de hoje.

199
BIBLIOTECA CENTRAL DA MARINHA

A Biblioteca Central da Marinha mergulha as suas origens na biblioteca da


Academia Real dos Guardas-Marinhas (levada para o Brasil aquando das invasões
francesas, ali tendo deixado grande parte do seu espólio) e na Biblioteca da Escola
Naval. A sua criação oficial, com a designação de Biblioteca de Marinha, data de 7 de
Janeiro 1835 (decreto de D. Maria II).
Até à transferência da Escola Naval para o Alfeite, funcionou anexa a este
estabelecimento de ensino, mantendo-se nas Instalações Centrais da Marinha, na Rua
do Arsenal, até 1960. Foi neste ano que o Decreto-Lei nº 42841/60 de 10 de Fevereiro
lhe deu a denominação de Biblioteca Central da Marinha e definiu o seu papel como
“centro de difusão de cultura para todo o pessoal da Armada, servindo também de
organismo técnico orientador de todas as bibliotecas existentes nas unidades e
serviços do Ministério da Marinha”. Na sequência deste decreto-lei, a Biblioteca foi
transferida para instalações mais adequadas, num pátio interior do Mosteiro dos
Jerónimos.
Em 1994, pelo Decreto Regulamentar 35/94, de 1 de Setembro, passou a ter na
sua dependência o Arquivo Central (ex-Arquivo Geral) da Marinha.
No seu riquíssimo acervo de 48.000 títulos, contendo valiosas colecções
abarcando assuntos como a Astronomia, a Geometria, a Aritmética, a Geografia, a
Náutica, a Cartografia e a História, destacam-se os volumes provenientes das
bibliotecas dos conventos, quando as ordens religiosas foram extintas em 1834. Entre
estes últimos, contam-se vários livros editados nos séculos XVI e XVII. São também de
assinalar os legados bibliográficos de alguns vultos notáveis da cultura naval, como
Gago Coutinho, Teixeira da Mota, Marques Esparteiro e Nunes Ribeiro.
Ali podem ser encontradas as obras de maior significado publicadas no âmbito
da Marinha e dos assuntos do Mar, constituindo um indispensável centro bibliográfico e

200
documental par o estudo de temas como a História dos Descobrimentos e da Expansão
ou a História Ultramarina.

Fontes/Estudos

 GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA, Decreto-Lei nº 42841/60 de 10 de


Fevereiro, Diário do Governo n.º 33/1960, Série I, de 10 de Fevereiro de 1960
 GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA, Decreto Regulamentar 35/94, de 1 de
Setembro, Diário da República n.º 202/1994, Série I-B, de 1 de Setembro de
1994
 MARINHA, Biblioteca Central da Marinha, Portal da Marinha na Internet,
https://www.marinha.pt/pt-pt/marinha/cultura/Paginas/Biblioteca-Central-
Marinha.aspx [consultada em Março de 2016]

201
ASSOCIAÇÃO MARÍTIMA E COLONIAL

Após o conturbado período das guerras napoleónicas e das lutas políticas, com
a marinha nacional muito diminuída em relação ao que fora no início do século, um
grupo de oficiais da Armada reúne-se, sob os auspícios do Visconde de Sá da Bandeira,
e funda a Associação Marítima e Colonial, a qual recebe o beneplácito de D. Maria II
por decreto de 5 de Novembro de 1839. Os objectivos desta associação são
enunciados no discurso preliminar de José Xavier Bressane Leite, a 17 de Janeiro de
1840:

“A Associação Maritima [...] tomou a seu cargo promover (quanto em suas forças
coubesse) aquelle melhoramento [da Marinha]; indagar as causas que têm influido, ou podem
influir na declinação da Marinha tanto militar, como mercante; indicar os meios da sua
restauração; e propôr ao Publico todos os conhecimentos, todas as reflexões, e todos os
arbitrios, que possam parecer uteis a tão importante fim, concorrendo ao mesmo tempo para
estreitar cada vez mais as relações commerciaes dos nossos Estabelecimentos Ultramarinos
com a Mãi-Patria, e desta com os differentes pontos e nações do globo, que se empregam nas
operações do commercio.”

Em termos funcionais, a Associação organizou-se em três secções: Marinha


Militar, Colónias e Marinha Mercantil. Para o cargo de Presidente foi eleito o Visconde
de Sá da Bandeira, mentor da Associação e profundo conhecedor, na qualidade de
governante, da realidade da Marinha e das colónias, tendo as suas leis relativas à
abolição da Escravatura sido um importante pretexto e incentivo para o aumento da
presença naval portuguesa em África. Para além de Sá da Bandeira e de Bressane
Leite, a Associação contava, entre os seus sócios, com vários outros nomes sonantes,
como António Jervis de Atouguia, João Fontes Pereira de Melo, João Maria Ferreira do
Amaral, Francisco Soares Franco e Joaquim Celestino Soares, muitos deles fazendo
parte do grupo de “jovens turcos” saídos da Guerra Civil. Refira-se que nem todos os
sócios eram oficiais de Marinha, contando-se alguns pertencentes ao Exército, assim
como alguns civis ligados à Política ou à Cultura.
O produto mais conhecido da Associação foram os Anais Marítimos e Coloniais,
publicados a partir de Novembro de 1840, sem periodicidade definida e agregados em
séries anuais. Eram estes compostos de uma parte oficial, em que eram publicados os
actos governamentais e administrativos relativos à Marinha e às colónias, e uma parte

202
não oficial contendo exames críticos a publicações nacionais e estrangeiras sobre
assuntos marítimos e memórias redigidas pelos sócios, num leque de matérias que ia
da História Naval às Máquinas Marítimas, passando pela Administração Ultramarina e
relatos de viagens. Era uma oportunidade para os oficiais de Marinha escreverem e
divulgarem a sua opinião e os seus conhecimentos sobre assuntos em que eram
entendidos, dando, deste modo, o seu contributo à Sociedade.
A Associação acabou por não sobreviver às convulsões políticas desencadeadas
em 1846. Na sua curta existência, tinha, no entanto, alertado a opinião pública para a
necessidade urgente de se investir na Armada, apoiada na ideia de que o caminho
para se recuperar parcialmente a grandeza perdida e o prestígio internacional do País
passava pela exploração de África. Vinte e seis anos depois, o Clube Militar Naval
recuperaria boa parte desta acção dinamizadora na sociedade portuguesa.

Fontes/Estudos

 ASSOCIAÇÃO MARÍTIMA E COLONIAL, Annaes Marítimos e Coloniaes, 1ª-6ª


séries, Lisboa, Imprensa Nacional, Novembro de 1840 a Abril de 1846

203
ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA

A documentação do Arquivo Central da Marinha, cujos documentos mais


antigos remontam aos séculos XVI e XVIII, começou a ser reunida em 1843 a partir
dos fundos da Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e do Ultramar.
Vicissitudes várias, como o terramoto de 1755, as Invasões Francesas e as Guerras
Liberais, assim como vários incêndios tinham, entretanto, provocado a destruição de
muita documentação, originando algumas lacunas no seu acervo.
A reforma de 29 de Dezembro de 1868 deu ao arquivo a categoria de
repartição, que, trinta anos mais tarde, passou a constituir a 6.ª Repartição da
Direcção-Geral da Marinha. Em 1914 aquela Repartição foi transformada no Arquivo
Geral da Marinha. O Decreto 16719, de 12 de Abril de 1929, regulamentou o seu
funcionamento e tornou-o dependente da Superintendência dos Serviços da Armada.
As posteriores reformas do Ministério da Marinha mantiveram a sua orgânica, embora
alterassem a sua designação para Arquivo da Marinha.
O Decreto-Lei nº 42840 de 10 de Fevereiro de 1960 recuperou a designação de
Arquivo Geral de Marinha e procurou dotá-lo de uma estrutura apropriada ao
desempenho das importantes funções que lhe competiam, entre as quais a
conservação dos valiosos documentos ali depositados. Nessa altura, regressou à
Marinha o conjunto documental até ali confiado á guarda da Biblioteca Nacional e,
depois de 1930, ao Arquivo Histórico Ultramarino.
Em 1994, pelo Decreto Regulamentar 35/94, de 1 de Setembro, este órgão
ficou na dependência da Biblioteca Central da Marinha, passando a designar-se como
“Arquivo Central da Marinha”. Quatro anos depois, foi transferido das Instalações
Navais de Alcântara para o antigo edifício da Cordoaria Nacional, na Junqueira.
O Arquivo dispõe de um núcleo histórico-cultural, com temáticas como a
Astronomia, a Cartografia, e outra documentação sobre navios, pessoal, organismos,
infra-estruturas, viagens e legislação, além de cartas e planos de navios. O seu espaço

204
inclui salas de avaliação, catalogação, restauro, conservação e uma sala de leitura,
além de uma ampla área de armazenamento do acervo documental. Recentemente
iniciou-se o processo de informatização de todo o espólio, facilitando assim o trabalho
dos utilizadores em geral.

Fontes/Estudos

 ALMEIDA, Eduardo de Castro, Archivo da Marinha e Ultramar na Biblioteca


Nacional, Lisboa, 1907
 BRITO, Ana Alexandra, “Arquivo Central – Ex-Arquivo Geral da Marinha”,
Revista da Armada, nº 312, Agosto de 1998, pp. 10-11
 ESTEVENS, Manuel Santos Estevens, “Arquivo Geral e Biblioteca Central da
Marinha”, Relatório, Anais de Marinha, Ano VI, Dezembro de 1944, nº 9, pp.
19-81
 GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA, Decreto Regulamentar 35/94, de 1 de
Setembro, Diário da República n.º 202/1994, Série I-B, de 1 de Setembro de
1994
 MARINHA, Arquivo Histórico, Portal da Marinha na Internet,
https://www.marinha.pt/pt-pt/marinha/cultura/Paginas/Arquivo-Historico.aspx
[consultada em Março de 2016]

205
MUSEU DE MARINHA

As origens do Museu de Marinha remontam ao decreto de 22 de Julho de 1863


do rei D. Luís I que dotou a Escola Naval de um espaço didático dedicado à História
Naval portuguesa. Funcionando na Sala do Risco daquele estabelecimento de ensino, o
pequeno museu começou por reunir alguns objectos antigos do espólio da instituição,
do qual se destacava a coleção de modelos de navios existentes no Palácio da Ajuda
que tinha sido oferecida à Real Academia de Guardas-Marinha (antecessora da Escola
Naval) por D. Maria II.
Em 1934 – e depois da tentativa de criação de um Museu Nacional de Marinha
anexo à antiga Liga Naval Portuguesa, no Palácio dos Duques de Palmela, no Calhariz
(que, entre outros artefactos, albergava a colecção oceanográfica do rei D. Carlos) –
criou-se uma comissão instaladora tendo em vista a relocalização do então designado
Museu Naval Português (uma das várias designações que teve ao longo da sua
existência) num edifício anexo ao Mosteiro dos Jerónimos (embora houvesse algumas
propostas alternativas), mas aquele espaço cultural continuou, ainda por alguns anos,
a funcionar na antiga sala do risco do Arsenal, mesmo depois de se consumar a
transferência da Escola Naval para o Alfeite, em 1936.
Em 1948, o espólio do Museu foi consideravelmente enriquecido pelo legado do
benemérito Henrique Maufroy de Seixas, que impôs, no entanto, a condição de
mudança de instalações, de modo a que se pudesse albergar condignamente a sua
vasta colecção de modelos de navios e embarcações. O Museu foi, então, transferido
para o Palácio dos Condes de Farrobo, nas Laranjeiras, que se revelou, no entanto,
insuficiente para acolher todas as peças.
Só em 1962, após uma passagem pelas instalações da Biblioteca de Marinha, o
novo Museu de Marinha seria formalmente inaugurado no espaço que actualmente

206
ocupa, nas alas norte e poente do Mosteiro dos Jerónimos, junto do qual se construiu,
posteriormente, um amplo pavilhão para exposição das galeotas reais.
O Museu ocupa uma área total de cerca de 50 mil metros, 16 mil dos quais
dedicados a exposição permanente. Do seu espólio constam mais de 20.000 peças,
estando expostas apenas seis mil. Entre elas, destacam-se vários modelos de navios e
de embarcações, armas, uniformes, instrumentos de navegação e cartas marítimas.
Possui também um centro de documentação, um arquivo de imagem e um arquivo de
desenhos e planos com mais de 1.500 documentos de navios portugueses antigos.
Para além do seu espaço central, o Museu tem a seu cargo a supervisão dos
vários núcleos museológicos da Marinha Portuguesa, tais como os da Escola de
Fuzileiros e da Escola de Tecnologias Navais.

Fontes/Estudos

 INSO, Jaime do, O Museu de Marinha, sep. Anais do Clube Militar Naval, n.ºs 4
a 6, Abril-Junho 1967
 MUSEU DE MARINHA, “Museu de Marinha, 150 Anos”, Revista da Armada, nº
478, Setembro-Outubro de 2013, pp. 18-20
 MUSEU DE MARINHA, página do Museu de Marinha na Internet,
http://museu.marinha.pt/ [consultada em Março de 2016]
 VALE, José Augusto da Costa Picas do, Museu de Marinha: Contributos para a
Definição de um Projeto Cultural, Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e
Humanas da Universidade Nova, de Lisboa, 30 de Setembro de 2009
(consultado em https://www.academia.edu/2043332/O_Museu_de_Marinha_-
_Contributos_para_a_defini%C3%A7%C3%A3o_de_um_projecto_cultural)

207
CLUBE MILITAR NAVAL

A 8 de Setembro de 1866, um grupo de oficiais de Marinha, presidido pelo


contra-almirante Joaquim Pedro Celestino Soares, reuniu para discutir a recentemente
introduzida modalidade de “promoção por escolha”. Assim nasceu um grupo de
reflexão, que, além do tema que dera o pretexto para a primeira reunião, passou a
debruçar-se sobre outros problemas nacionais, como a defesa das possessões
ultramarinas em relação à cobiça de outras potências europeias, o estado de
enfraquecimento da Armada portuguesa ou a resposta às recentes inovações
tecnológicas.
Os estatutos do Clube Militar Naval foram formalmente aprovados pelo Ministro
da Marinha a 15 de Novembro daquele ano, 20 anos depois da extinção da sua
antecessora, a Associação Marítima Colonial, de efémera existência. Entre os objectivos
que presidiram à sua criação destacam-se os seguintes:

 “Fazer convergir os esforços colectivos dos associados para que a corporação


da armada sirva com abnegação, zelo e denodo o seu país”
 “Buscar quanto em si couber para que se torne conhecido o seu préstimo,
procurando que a Marinha seja animada e favorecida em suas laboriosas
fadigas”
 “Excitar, por meio de palestras científicas e literárias, por adequadas
publicações e por todos os meios legais, os estímulos geradores das grandes
acções e os factos que honram a Humanidade, para que os oficiais se tornem
distintos e continuem a conservar as gloriosas tradições da Marinha
Portuguesa”

Destes objectivos, é, sobretudo, o terceiro a definir a forte componente cultural


desta associação. Neste âmbito, assume particular relevância a publicação, a partir de
1871, dos Anais do Clube Militar Naval, que até hoje se manteve ininterrupta, não
obstante algumas variações na sua periodicidade. Esta prestigiada publicação cedo

208
viria a integrar a vanguarda científica e cultural de âmbito marítimo em Portugal e as
suas páginas viriam a divulgar trabalhos de reconhecida qualidade redigidos por
autores como Baldaque da Silva, Fontoura da Costa ou Gago Coutinho, constituindo,
por isso, um valioso estímulo à produção intelectual dos oficiais da Marinha
Portuguesa.
Tendo a sua primeira assembleia-geral sido realizada, no ano da sua fundação,
no Palácio do Conde de Almada (hoje Palácio da Independência), o Clube passou por
diversas localizações, entre elas, numa fase inicial, as instalações da Escola Naval.
Estabeleceu-se na sede actual (Avenida Defensores de Chaves, ao Saldanha) em 1989.

Fontes/Estudos

 CANAS, António Costa, CARTAXO, Alexandre Manuel Ribeiro, BRAGA, Helena


Sofia, “Origens do Clube Militar Naval”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXXIX,
Julho a Setembro de 1999, pp. 457–497
 CLUBE MILITAR NAVAL, Historial, página do Clube Militar naval na Internet,
http://www.cmnaval.com/historial [consultada em Março de 2016]
 VALENTIM, Carlos Manuel Baptista, “Clube Militar Naval. Uma Memória de 150
Anos. Associativismo, Cultura e Ciência”, Anais do Clube Militar Naval, vol.
CXLVI, Janeiro-Junho de 2016, pp. 19-66

209
LIGA NAVAL PORTUGUESA

Criada em 1902, por iniciativa do Clube Militar Naval, a Liga Naval Portuguesa
tinha por principal objectivo promover o desenvolvimento da Marinha nacional nas
suas diversas vertentes: de guerra, de pesca, mercante e de recreio. À semelhança das
ligas navais que, por essa altura, despontavam em vários países (nomeadamente,
Alemanha, Brasil, Reino Unido, Espanha, Rússia e Bélgica), fazia parte de um
movimento internacional baseado na obra de Alfred Thayer Mahan The Influence of
Sea Power upon History, que realçava a importância do poder naval no
engrandecimento das nações.
Tinha a sua sede no Palácio Palmela, no Calhariz (Lisboa), contando ainda com
várias delegações regionais e locais espalhadas por todo o império português.
Vivendo de um subsídio governamental de 5 contos de réis, ao qual se
somavam as quotas dos sócios, a liga tomou a seu cargo a criação e a conservação do
Museu Nacional de Marinha (um dos antecessores do Museu de Marinha, que, entre
outros artefactos, albergava a colecção oceanográfica do rei D. Carlos), assim como as
despesas de funcionamento da Escola de Pilotagem e Armamentos Marítimos de
Lisboa.
Além de promover palestras, debates e conferências – de que são exemplos o
1º Congresso Marítimo Nacional (1903) e o Congresso nacional das Pescarias (1904) –
a Liga publicava, ainda, um boletim oficial, o Boletim Marítimo, em que os sócios
expunham as suas teorias e os seus pontos de vista. Organizou também um grande
festival marítimo em 1907 e uma importante exposição de oceanografia na Sociedade
de Geografia.
Com a queda da Monarquia, a Liga deixou de receber o subsídio
governamental, iniciando um período de crise. Apesar de um apelo lançado em 1914
ao povo português, a Liga entraria em irreversível declínio, extinguindo-se em 1929. O
seu nome continuaria, no entanto, a aparecer ligado a algumas iniciativas
desenvolvidas na década seguinte.

Fontes/Estudos

 SALTÃO, Joaquim Beltrão, “Memória – Liga Naval Portuguesa”, Bordo Livre


(Revista do clube de Oficiais da Marinha Mercante, Janeiro-Fevereiro 2008, pp.
5-9

210
 TEIXEIRA, Ricardo Miguel Alves, “Liga Naval Portuguesa - Génese e
Intervenção”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXXXVI, Fevereiro de 2006, pp.
253-298

211
ACADEMIA DE MARINHA

A Academia de Marinha foi fundada, por portaria do Chefe do estado-Maior da


Armada, em 27 de Dezembro de 1978. É herdeira natural do Grupo de Estudos de
História Marítima (GEHM), criado em 1969 por acção de um grupo de notáveis, entre
os quais Manuel Sarmento Rodrigues, Avelino Teixeira da Mota e António Marques
Esparteiro, e estabelecido por portaria do Ministro da Marinha de 5 de Março, assim
como do Centro de Estudos de Marinha, que, por sua vez, lhe sucedeu em 1970
(Portaria do Ministro da Marinha de 27 de Agosto).
A Academia de Marinha tem por missão promover e desenvolver os estudos e a
divulgar os conhecimentos relacionados com as Ciências, as Letras, as Artes e tudo o
mais que diga respeito ao mar e às actividades marítimas, sendo a sua divisa “Por
mares nunca de outro lenho arados”, um verso d’Os Lusíadas de Luís Vaz de Camões.
Órgão de natureza cultural, agrupa um conjunto de personalidades que se distinguiram
no meio cultural e académico português, as quais se distribuem pelas classes de
História e de Artes, Letras e Ciências.

Tem como objectivos:


 Promover e executar estudos e trabalhos de investigação científica no
domínio da história, das ciências, das letras e das artes, nos aspectos
relativos ao mar e às actividades marítimas, e divulgar os seus
resultados;
 Publicar estudos, obras bibliográficas e outros documentos;
 Realizar reuniões de carácter científico e cultural, de discussão e
divulgação, sobre as ciências e actividades ligadas ao mar;
 Promover ou colaborar na realização de actos ou obras evocativas de
vultos ou feitos históricos;

212
 Colaborar com outras entidades e instituições culturais, com o objectivo
de aprofundar o conhecimento do mar e contribuir para o prestígio das
marinhas nacionais e do País

A Academia organiza mais de 45 sessões culturais e edita, em média, cinco


livros por ano. Entre os projectos actualmente em curso salienta-se a compilação da
obra, História da Marinha Portuguesa, em vários volumes, reunindo trabalhos de vários
reputados historiadores militares e civis.
Pelo seu trabalho meritório, a Academia foi, em 1999, agraciada pelo Governo
com o título de Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique.

Fontes/Estudos

 ACADEMIA DE MARINHA, “Academia de Marinha – 30º Aniversário”,


Revista da Armada, nº 427, Fevereiro 2009, pp. 6-8
 MARINHA, Portaria do Ministro da Marinha nº 23958, de 5 de Março de
1969, Diário do Governo n.º 54/1969, Série I, de 5 de Março de 1969
 ID., Portaria do Ministro da Marinha nº 428, de 27 de Agosto de 1970,
Diário do Governo n.º 198/1970, Série I, de 27 de Agosto de 1970
 ID., portaria do Chefe do estado-Maior da Armada Nº 769, DE 27 de
Dezembro de 1978, Diário da República n.º 296/1978, Série I, de 27 de
Dezembro de 1978
 ID., Academia de Marinha, Portal da Marinha na Internet,
https://www.marinha.pt/pt-pt/marinha/cultura/Paginas/Academia-
Marinha.aspx [consultada em Março de 2016]

213
REVISTA DA ARMADA

A Revista da Armada foi criada em 1971, por iniciativa do então Ministro da


Marinha, almirante Pereira Crespo (despacho nº 55/71 de 30 de Abril). O primeiro
número saiu em Julho desse ano.
Tendo como missão “reforçar o espírito de corpo que une o pessoal militar,
militarizado e civil da Marinha e, simultaneamente, dar a conhecer à sociedade civil as
missões, actividades e a realidade da Instituição”, este órgão de divulgação oficial tem
desempenhado um importante papel de dinamização cultural na Instituição e também
fora dela, tendo a História Naval (e Marítima) assumido sempre um papel de destaque
entre os temas divulgados. Constitui-se, assim, um importante “campo de treino” para
muitos autores e uma útil ferramenta de trabalho para grande parte dos “historiadores
marinheiros” (e não só) activos.

Fontes/Estudos

 MARINHA, Revista da Armada, Portal da Marinha na Internet,


https://www.marinha.pt/pt-pt/media-center/revista-armada/Paginas/Revista-
Armada.aspx [consultada em Março de 2016]
 REVISTA DA ARMADA, “40 anos da Revista da Armada”, Revista da Armada, nº
454, Julho de 2011, subcapa

214
CENTRO DE INVESTIGAÇÃO NAVAL

Criado por Despacho do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada de 3 de


Fevereiro de 2010, o Centro de Investigação Naval (CINAV), herdeiro do antigo Centro
de Estudos Especiais da Armada (CEEA) e do Gabinete Coordenador das Actividades de
Investigação e Desenvolvimento da Escola Naval (GCAID), é uma unidade orgânica de
Investigação científica, Desenvolvimento tecnológico e Inovação (IDI), de índole
multidisciplinar, integrado na Escola Naval e constituído na dependência directa do
Comandante da Escola Naval, desenvolvendo a sua actividade em áreas de interesse
para a Marinha, sem prejuízo das competências próprias do Instituto Hidrográfico,
decorrentes da sua missão e do seu Estatuto de Laboratório do Estado.
Permitindo dotar o ensino de nível universitário na Marinha da indispensável
componente de Investigação, a sua criação está intimamente relacionada com a
condição de Estabelecimento de Ensino Superior Público Universitário Militar da Escola
Naval decorrente do chamado “Processo de Bolonha”, iniciado em Maio de 1998 e que
tem como principais objectivos a harmonização e a interoperabilidade das estruturas
do ensino superior na União Europeia. As suas linhas de investigação abrangem a
Estratégia Marítima, a História Marítima, a Gestão da Manutenção, a Robótica Móvel, o
Processamento de Sinal, os Sistemas de Apoio à Decisão e a Saúde Naval.
Embora o seu núcleo seja constituído, essencialmente, por professores da
Escola Naval e oficiais de Marinha, o CINAV está aberto à participação de outros
investigadores que, na categoria de membros Efectivos (apenas os que possuem o
grau de Doutor) ou Associados, queiram debruçar-se sobre a área das Ciências do Mar.

Fontes/Estudos

 MARINHA, Despacho do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada, nº


13/10, de 03 de Fevereiro (Ordem da Armada nº 09 de 10 de Fevereiro de
2010)
 OLIVEIRA, Paulo Mónica de, “O Centro de Investigação Naval”, Revista da
Armada, nº 451, Abril de 2011

215
216
CONCLUSÃO

Do atrás exposto, pudemos ver que, embora pertencendo ao Visconde de


Santarém os primeiros estudos académicos de âmbito histórico-marítimo (sem contar
com as crónicas redigidas entre os séculos XV e XVII), foram os oficiais de Marinha,
graças, sobretudo, à sua formação cultural de base, os grandes dinamizadores e
expansores da História Marítima em Portugal – papel que ainda não lhes é
consensualmente reconhecido na comunidade historiográfica portuguesa –,
inicialmente de modo mais épico e quase-cronístico, depois com um cunho mais
académico e científico. Os seus contributos foram, em várias ocasiões, impulsionados e
catalisados por acontecimentos históricos e efemérides que avivaram os brios
patrióticos e o interesse pela história nacional, daí resultando, inevitavelmente, um
certo tom laudatório nos trabalhos produzidos. Isto não diminui, no entanto, o valor
intelectual e o carácter pioneiro de muitas obras vindas a lume, sobretudo nas áreas
da Arqueologia Naval – em que os oficiais de Marinha tomaram, indiscutivelmente a
dianteira – e da Náutica dos Descobrimentos, em que sobressaíram os seus
conhecimentos empíricos e até, nalguns casos, uma vertente experimental que
raramente se encontra no estudo da História.
Essa produção foi, por outro lado, regularmente apoiada por entidades – quer
oficiais quer particulares – de forte pendor cultural que facilitaram a sua divulgação e
promoveram a discussão académica, sendo de destacar o importante papel da
Associação Marítima e Colonial (1839-1846) e do Clube Militar Naval (1866). A própria
Marinha, embora de modo descontínuo (a sua acção far-se-á sentir sobretudo a partir
de meados do século XX), desde cedo se associou institucionalmente ao esforço
historiográfico marítimo, de tal modo que, sem deixar de reconhecer aos homens o
primado da iniciativa, nos fica a ideia de um primeiro passo dado quase em
simultâneo.
Ao mesmo tempo, os historiadores de Marinha marcavam presença, de modo
distinto, em instituição de reconhecido prestígio cultural e científico, como a Academia
das Ciências ou a Sociedade de Geografia de Lisboa. O papel activo desempenhado
pelos oficiais de Marinha na sociedade portuguesa em funções não-militares foi, aliás,
um dos factores preponderantes para a diversificação da sua produção escrita, que
incluiu, naturalmente, o alargamento do espectro temático da História Marítima.
Mas é, principalmente, a partir de meados do século XX que os contributos dos
“historiadores marinheiros” se revestem de um carácter mais científico, aumentando,

217
ao mesmo tempo, a ligação destes ao mundo académico. Esta interacção foi muito
impulsionada pelo Grupo de Estudos de História Marítima (1969) e pelos seus
sucessores, o Centro de Estudos de Marinha (1970) e, sobretudo, a Academia de
Marinha (1978), tendo o seu corolário na criação, em 2010, do Centro de Investigação
Naval (CINAV). Nesta nova dinâmica, a História Marítima nacional ultrapassou,
definitivamente, o seu âmbito tendencialmente naval e acentuou a sua
interdisciplinaridade, enquanto os historiadores da Marinha (agora já não limitados à
categoria de Oficial) aperfeiçoavam os seus métodos através de estudos universitários
e aumentavam a sua credibilidade com a obtenção de graus académicos. Não é, assim,
de surpreender que, no início do século XXI, a consagração da História Marítima como
ramo semi-autónomo tenha na Marinha um dos seus principais promotores.
A importância da historiografia naval é, de resto, demonstrada pelo facto de os
historiadores da Marinha constituírem cerca de 37% do total de autores por nós
identificado (86 em 233) e a sua produção, em termos quantitativos, constituir perto
de metade de todas as obras publicadas (no nosso levantamento – entre busca
sistemática e achados acidentais – escrutinámos mais de dois milhares delas, o que se
afigura, no mínimo, uma amostragem bastante razoável). Neste processo acabámos,
inevitavelmente, por elaborar um panorama geral do estudo da História Marítima em
Portugal, o qual esperamos que possa vir a servir de base a trabalhos mais
abrangentes.
E, falando, ainda, em termos de números, tanto a produção historiográfica
naval como o número de autores tem vindo a progredir solidamente – tendência que
se verifica desde meados do século XIX –, o que, aliado à consolidação das
habilitações académicas destes últimos, nos faz antever que a História Marítima
continuará, durante muitos e bons anos, a usufruir do valioso contributo da Marinha e
dos “historiadores marinheiros”.
Faltou-nos, neste estudo, definir uma “data fundadora” da actividade
historiográfica na Marinha. Podíamos estabelecê-la no ano de 1813, data do
lançamento do primeiro trabalho histórico-biográfico de Dantas Pereira, ou em 1839,
quando Costa Quintela deu à estampa os seus Annaes da Marinha Portugueza.
Deixamos ao leitor essa escolha, esperando que, qualquer que ela seja, não ponha em
causa a oportunidade do momento por nós escolhido para celebrar dois séculos de
historiografia naval em Portugal.

218
FONTES E BIBLIOGRAFIA61

Fontes:

 ACADEMIA DE MARINHA, Arquivo de Membros


 BIBLIOTECA CENTRAL DA MARINHA – ARQUIVO HISTÓRICO
o Arquivo Fotográfico
o Documentos avulsos
o Listas da armada
o Livros-Mestres
 DIÁRIO DA REPÚBLICA, I Série, nº 132, 9 de Junho de 1978
 ESCOLA NAVAL, Anuários
o Ano lectivo 1915-1916 (Escola Naval e Escola Auxiliar de Marinha),
Lisboa, Imprensa Nacional, 1916
o Ano lectivo 1979-1980, Lisboa, s.n., Junho de 1982
o Ano lectivo 2006-2007, s.l., s.n., Outubro de 2008

Obras de Referência:

 ANAIS DO CLUBE MILITAR NAVAL, índices


o 1870-1970, sep. vol. 109, Outubro-Dezembro 1979
o 1971-1980, sep. nºs 8-9, Agosto-Setembro 1981
o 1981-1990, sep. nºs 10-12, Outubro-Dezembro 1993
o Índices vols. CXXI a CXLV, Outubro-Dezembro 1991 a 2014/Julho-
Dezembro 2014 e 2015
 OLIVEIRA, Manuel Alves de [1902]; RÊGO, Manuela [1952], O Grande Livro dos
Portugueses: 4000 Personalidades em Texto e Imagem / texto Manuel Alves de
Oliveira, pesq. iconográfica Manuela Rego, Lisboa, Círculo de Leitores, D.L.,
1990
 PORTUGAL – DICIONÁRIO HISTÓRICO, COROGRÁFICO, HERÁLDICO,
BIOGRÁFICO, NUMISMÁTICO E ARTÍSTICO, Lisboa, João Romano Torres, 1912

61
Além das obras e estudos mencionados individualmente na Segunda e Terceira Partes por
autor/instituição.

219
 REVISTA MILITAR, índices, Lisboa, Empresa da Revista Militar, vol. I (1849-
1874); vol. II (1875-1899); vol. III (1900-1924); vol. IV (1925-1949); vol. V
(1950-1974); vol. VI (1975-1999)
 SÉRGIO, António (coord.), Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Lisboa-
Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d.
 VALENTIM, Carlos Baptista (coord.), Patronos dos Cursos Tradicionais da Escola
Naval 1936-2007, Almada, Escola Naval, Outubro de 2007

Referências Computorizadas:

 BIBLIOTECA CENTRAL DA MARINHA, Catálogo,


http://bibliotecas.defesa.pt/ipac20/ipac.jsp?session=14676V73U344E.14218&pr
ofile=bcm&menu=search&ts=1467627373442
 BIBLIOTECA NACIONAL DE PORTUGAL, Catálogos,
http://www.bnportugal.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=22
6&Itemid=54&lang=pt
 BORGES, Emília Salvado, História Militar e Diplomática de Portugal na Era
Moderna – Recursos, Centro de História da Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa, Dezembro 2013
(http://rhmod.weebly.com/bibliografia.html - consultada em Junho de 2016)
 CENTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA, Dicionário de
Historiadores Portugueses – da Academia Real das Ciências ao Final do Estado
Novo, s.l., s.d. (http://dichp.bnportugal.pt/index.htm - consultado em Julho de
2016)
 DOMINGUES, Francisco Contente, Bibliografia Anotada da Arqueologia Naval
Portuguesa, s.l., s.d. (http://documents.mx/documents/contente-domingues-f-
bibliografia-anotada-de-arqueologia-naval-portuguesa-1892-2003.html –
consultada em Fevereiro de 2016)
 DOMINGUES, Francisco Contente, História da Marinha Portuguesa [séculos XV-
XVIII] – Guia Bibliográfico, s.l., Outubro de 2004
(http://homepage.oniduo.pt/fcd/hmp-guia.pdf – consultada em Julho de 2016)

220
Obras Gerais:

 CORTESÃO, Jaime, Os Descobrimentos Portugueses (prefácio de Henrique


Leitão e posfácio de João Paulo Oliveira e Costa), 8 vols., edição exclusiva do
Expresso, Lisboa, Alêtheia Editores, Março de 2016
 EÇA, Vicente Almeida d’, Lições de História Marítima Geral, Lisboa, Impr.
Nacional, 1895
 SCHWANITZ, Dietrich, Cultura – Tudo o que é Preciso Saber [ed. Portuguesa –
6 vols.], Alfragide, Publicações D. Quixote, 2016

Bibliografia Específica:

 BIBLIOTECA NACIONAL, Historiografia Portuguesa dos Séculos XVI a XVIII,


exposição bibliográfica (guia), Lisboa, Soc. Industrial Gráfica, 1976
 COUVANEIRO, João, “O Ensino Superior da História em Portugal (1859-1911)”,
História da Historiografia, nº 11, Universidade Federal de Ouro Preto, Abril de
2013, pp. 162-171
 DOMINGUES, Francisco Contente, VARANDAS, José, “Recursos para História
Marítima Portuguesa 1200-1700: um projecto de investigação face ao estado
da arte”, Cuadernos de Estudios Borjanos, nºs 50-51, [Saragoça], IFC-CESBOR,
2008, pp. 291-303
 MATOS, Pedro Fragoso de, “Oficiais da Armada na Academia das Ciências de
Lisboa”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXI, 1981. pp. 251-279
 NUNES, João Paulo Avelãs, FREIRE, Américo (coord.), Historiografias
Portuguesa e Brasileira no Século XX – Olhares Cruzados, Coimbra, Imprensa
da Universidade, 2014
 RASOR, Eugene L., English/British Naval History to 1815 – a Guide to
Literature, Bibliographies and Indexes in Military Studies, Londres, Praeger
Publishers, 2004
 VÁRIOS, La Historiografía de la Marina Española, Cuadernos Monograficos del
Instituto de Historia y Cultura Naval, nº 56, Madrid, Outubro de 2008

221
222
APÊNDICE 1
OBRAS DE REFERÊNCIA E DE BASE POR ASSUNTOS

É sempre discutível a apresentação de uma lista de obras tidas como “de


referência” ou “de base”. As publicações aqui listadas – exclusivamente redigidas por
autores da Marinha ou compiladas por iniciativa de um órgão da Marinha – foram
escolhidas, de entre os títulos que compilámos, pelo seu carácter abrangente ou por
tratarem de assuntos de reconhecida (outro termo sujeito a discussão) importância e
centralidade no âmbito da História Marítima, sem ajuizar da sua actualidade ou do
mérito do respectivo conteúdo.
Mantivemos o critério de mencionar apenas autores já falecidos.

Arqueologia Naval:
 FONSECA, Henrique Quirino da, Os Portugueses no Mar: Memórias Históricas e
Arqueológicas das Naus de Portugal, Lisboa, Ministério da Marinha, 1926
 ID., A Caravela Portuguesa e a Prioridade Técnica das Navegações Henriquinas,
2 vols., Coimbra, Imprensa da Universidade, 1934
 MENDONÇA, Henrique Lopes de, Estudos Sobre Navios Portugueses dos
Séculos XV e XVI, Lisboa, Typographia da Academia Real das Sciencias, 1892
 OLIVEIRA, João Braz de, Os Navios da Descoberta, reimpressão da conferência
feita em 23-11-1894 no Clube Militar Naval, Lisboa, Museu e Biblioteca da
Marinha, 1940
 PIRES, António Tengarrinha, Caravelas dos Descobrimentos, Lisboa, Centro
de Estudos de Marinha, 1980-1990, 2 T em 5 V

Aviação Naval:
 TADEU, Viriato, Quando a Marinha Tinha Asas...: Anotações para a História da
Aviação Naval Portuguesa (1916-1952), Lisboa, Ed. Culturais da Marinha, 1984

Batalhas/Combates/Naufrágios/Acções Navais (v. também “Navios de Guerra”):


 MONTEIRO, Armando da Silva Saturnino, Batalhas e Combates da Marinha
Portuguesa (volumes I a VIII), Lisboa, Livraria Sá da Costa, 1989-1997

223
Biografias:
 VALENTIM, Carlos Baptista (coord.), Patronos dos Cursos Tradicionais da Escola
Naval 1936-2007, Almada, Escola Naval, Outubro de 2007

Descobrimentos (v. também “Náutica/Navegação”):


 EÇA, Vicente de Moura Coutinho Almeida d’, Viagens e Descobrimentos
Marítimos, Biblioteca do Povo e das Escolas, 115, Lisboa, David Corazzi, 1885
 SORI, António Filipe Marx de, Descobrimentos dos Portuguezes nos séculos
XV e XVI: causas que os determinaram, sua importância e consequências
mais notáveis que d'elles resultaram, Lisboa, Typ. de Castro Irmão, 1867

Dicionários:
 LEITÃO, Humberto José Santos, Dicionário da Linguagem de Marinha Antiga
e Actual, em colaboração com José Vicente Lopes, Lisboa, Centro de
Estudos Históricos Ultramarinos, 1963

Estratégia/Poder Marítimo (perspectiva histórica):


 MONTEIRO, Armando da Silva Saturnino, A Evolução do Pensamento Naval
Português, Lisboa, Academia de Marinha, Junho de 1993
 OLIVEIRA, Joaquim Anselmo da Matta, O Poder Marítimo na Guerra da
Península, Lisboa, Tip. Cooperativa Militar, 1914

História da Marinha:
 ACADEMIA DE MARINHA, História da Marinha Portuguesa, Lisboa, Academia de
Marinha (publicação em curso):
 EÇA, Vicente de Moura Coutinho Almeida d’, Historia Marítima, Biblioteca do
Povo e das Escolas, Lisboa, David Corazzi, 1884
 ID., Vicente de Moura Coutinho Almeida d’, Lições de História Marítima Geral,
Lisboa, Impr. Nacional, 1895
 MENEZES, José Freire de Vasconcelos Carneiro e, Armadas Portuguesas: os
Marinheiros e o Almirantado: Elementos para a História da Marinha: Século XII-
Século XVI, Lisboa, Academia de Marinha, 1989
 QUINTELA, Manuel Inácio da Costa, Annaes da Marinha Portugueza, 2 vols.,
Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias, 1839-1840

224
 TESTA, Carlos, Phases e Factos Notaveis da Historia Maritima, Lisboa, Typ.
Universal de Thomaz Quintino Antunes, 1885

Náutica/Navegação:
 COSTA, Abel Fontoura da, A Marinharia dos Descobrimentos, Lisboa, Imprensa
da Armada, 1933
 COUTINHO, Carlos Viegas Gago, A Náutica dos Descobrimentos: os
Descobrimentos Marítimos Vistos por um Navegador: colectânea de artigos,
conferências e trabalhos inéditos do Almirante Gago Coutinho, org. e pref. pelo
Comandante Moura Braz, [ed. lit.], Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1951-
1952

Navios de Guerra (geral):


 ESPARTEIRO, António Marques, Três Séculos no Mar, 1640-1910, Lisboa,
Ministério da Marinha, 1974-1987
 ID., Catálogo dos Navios Brigantinos (1640-1910), Lisboa, Centro de Estudos
de Marinha, 1976
 MENDES, José Agostinho Frederico de Figueiredo Pacheco Teles de Sousa,
Setenta e Cinco Anos no Mar (1910-1985), [Lisboa], Comissão Cultural de
Marinha, 1989

225
APÊNDICE 2
LISTAGEM DE OBRAS DE HISTÓRIA MARÍTIMA
PUBLICADAS POR AUTORES PORTUGUESES NÃO
PERTENCENTES À MARINHA62

Até 1850:
 MACEDO, Joaquim José da Costa, Memorias para a Historia das Navegações e
Descobrimentos dos Portuguezes, [Lisboa], Typ. da Academia Real das
Sciencias, 1819
 ID., Memória em que se Pretende Provar que os Arabes não Conhecerão as
Canarias antes dos Portugueses, Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias,
1844
 SANTARÉM, Visconde de, Analyse du Journal de la Navigation de la Flotte qui
est Allée à la Terre du Brésil de 1530 a 1532 pour Pedro Lopes de Sousa,
Publiée pour la Premiére Fois á Lisbonne par Mr. de Varnhagen, Paris, [s.n.],
1810
 ID., Introduccão e Notas á Chronica do Descobrimento e Conquista da Guiné,
por Azurara, etc., Paris, [s.n.], 1811
 ID., Recherches sur la Priorité de la Découverte des Pays Situés sur la Côte
Occidental d'Afrique, au-delà du Cap Bojador, et sur les Progrés de la Science
Géographique, Aprés les Navigations des Portugais au XV Siécle, Acompagnées
d'un Atlas Composé de Mappe-Mondes, et de Cartes pour le Plupart Inedites,
Dressées Depuis le XI jusqu'au XVII Siècle, Paris, [s.n.], 1812

62
Para a elaboração deste índice, que procurámos tornar o mais exaustivo possível (mesmo sabendo
que não o é completamente), recorremos, em primeiro lugar, às bibliografias fornecidas aos alunos do
Mestrado em História Marítima, ao Dicionário de Historiadores Portugueses – da Academia Real das
Ciências ao Final do Estado Novo, do Centro de História da Universidade de Lisboa (s.l., s.d.
http://dichp.bnportugal.pt/index.htm - consultado em Julho de 2016) e ao estudo “Recursos para
História Marítima Portuguesa 1200-1700: um projecto de investigação face ao estado da arte”, de
Francisco Contente Domingues e José Varandas (op. cit.). Em seguida, ampliámos o rol de autores
identificados com recurso às listas de membros da Academia de Marinha (e dos seus antecessores -
Grupo de Estudos de História Marítima e Centro de Estudos de Marinha) e à lista de teses de história
marítima defendidas nas universidades portuguesas, elaborada pela FLUL no âmbito do Mestrado em
História Marítima (2009). Por fim, pesquisámos a produção destes autores através da consulta dos
catálogos da Biblioteca Nacional e da Biblioteca Central da Marinha, processo que veio, ainda,
acrescentar novos autores e obras à nossa lista, quer pelas referências encontradas, quer pela
identificação de co-autores de obras publicadas, sem falar nos que fomos encontrando em leituras e
pesquisas diversas. No entanto, seguindo os critérios gerais desta obra, limitámos a lista apresentada
aos autores já falecidos, guardando os dados dos restantes para a elaboração das estatísticas gerais.

226
 ID., Note sur la Veritable Date des Instructions Donnés a un des Premiers
Capitaines qui Sont Allés duns l'Inde Aprés Cabral, Publiées dans les Annales
Maritimes de Lisbonne, cahier, n.º 7, 1815 (Extrait du Bulletin de La Société do
Géographie, septembre, 1846)
 ID., Notice sur l'État Actuel de la Publication de l'Atlas de Mr. le Vicomte de
Santarem, Composé de Mappe-Mondes, de Portulans et de Cartes Historiques,
depuis le VI jusqu'au VIII Siécle, pour La Plupart Inedites, Tirées des
Manuscripts des Différents Bibliotéques de l'Europe, pour Servir, de Preuves à
l'Histoirre de la Géographie du Moyen Age, et à Celle des Découvertes des
portugais, Paris, [s.n.], 1816
 ID., Mémoire sur la Question de Savoir a Quelle Époque l'Amérique Meridionale
a Cessé d'être Réprésentée dans les Cartes Géographiques comme une Ile
d'une Grande Étendue (Extrait du Bulletin de la Société de Géographie, Mars,
1817), Paris
 ID., Recherches sur Améric Vespuce, et sur ses Prétendues Découvertes en
1501 et 1503 (Extrait du Bulletin de Ia Société de Géographie, n.º 11) Paris,
1836
 ID., Memoria Sobre a Prioridade dos Descobrimentos Portuquezes na Costa de
África Occidental, para Servir de Illustração á «Chronica da Conquista da
Guiné» por Azurara, Paris, [s.n.], 1841
 ID., Notice sur André Alvarez d'Almada et sa Description de la Guiné, Paris,
Bertrand, 1842
 ID., Rapport sur une Mémoire de M. da Silveira, Relativement à la Découverte
des Terres du Prétre Jean de la Guinée par les Portugais, Paris, [s.n.], 1846
 ID., Rapport lu par M. le Vicomte de Santarem à la Societé Géographique sur
l'Ouvrage de M. Lopes de Lima intitulé: « Ensaios, etc.» - Essais Statistiques sur
les Possessions Portugaises en Outre-mer (Extrait du Bulletin de la Societé de
Géographie, Mars, 1846), Paris
 ID., Examen des Assertions Contenues dans un Opuscule Intitulé «Sur la
Publication des Monuments de la Géographie» Publié au Mois d'Aout, 1847,
Paris, [s.n.], 1847
 SARAIVA, Francisco de São Luiz (dito Cardeal), Reflexões Geraes Ácerca do
Infante D. Henrique e dos Descobrimentos de que Elle Foi Autor no Século XV,
Lisboa, Imprensa Nacional, 1840

227
 ID., dito Cardeal, Índice Cronológico das Navegações, Viagens, Descobrimentos
e Conquistas dos Portugueses desde o Princípio do século XV até 1811, Lisboa,
Imprensa Nacional, 1841
 ID., Os Portugueses em África, Ásia, América e Occeania: Obra Clássica, Lisboa,
Tip. de Borges, 1848

1851-1900:
 ACADEMIA DAS CIÊNCIAS DE LISBOA, Memórias da Comissão Portuguesa do
Centenário do Descobrimento da América, Lisboa, 1892
 BARCELOS, Cristiano de Senna, "Construcções de Naus em Lisboa e Goa para a
Carreira da Índia no Começo do Seculo XVII", Boletim da Sociedade de
Geografia de Lisboa, 17ª série, nº 1, 1898-1899, pp. 5-72
 BRANDÃO, Manuel José da Cunha, “O Descobrimento do Caminho Marítimo
para a Índia”, Revista Militar, nº 50, [Lisboa], 1898, pp. 274-309
 CHAGAS, Pinheiro, Os Descobrimentos Portugueses e os de Colombo: Tentativa
de Coordenação Histórica, Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias, 1892
 CORDEIRO, Luciano, De la Part Prise par les Portugais dans la Découverte de
l'Amerique: Lettre au Congrés International des Americanistes (primiere
session-Nancy-1875), Lisboa, Veuve J.P. Aillaud Guillard, 1876
 ID., L'Hydrographie Africaine au XVI Siècle d'Après les Premieres Explorations
Portugaises: Lettres a M. le President de la Societé de Géographie de Lyon,
Lisboa, Imp. J.H. Verde, 1878
 ID., Da Mina ao Cabo Negro: 1574-1620, Segundo Garcia Mendes Castello
Branco, Lisboa, Imp. Nac., 1881
 ID., Estabelecimentos e Resgates Portugueses na Costa Occidental de África:
1607 / por um Anónymo, Lisboa, Imp. Nac., 1881
 ID., Direitos de Padroado de Portugal em África: Memoranda, Lisboa, Ministério
da Marinha e Ultramar, Imprensa Nacional, 1883
 ID., “De Como Navegavam os Portugueses no Começo do Século XVI”, Boletim
da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1883
 ID., De Como e Quando Foi Feito Conde Vasco da Gama, Lisboa, Imp. Nac.,
1892
 ID., Diogo Cão: Memória Apresentada à 10ª Sessão do Congresso Internacional
dos Orientalistas, Lisboa, Imp. Nac., 1892

228
 ID., Diogo d'Azambuja: Memória Apresentada à 10ª Sessão do Congresso
Internacional dos Orientalistas, Lisboa, Imp. Nacional, 1892
 ID., Como se Perdeu Ormuz: Processo Inédito do Século XVII, Lisboa, Imp.
Nacional, 1896
 ID., Dois Capitães da Índia: Documentos Inéditos Entre os Quaes Diversas
Certidões Authographas de Diogo de Couto, Lisboa, Bibliotheca de Clássicos
Portugueses, 1898
 FELNER, Rodrigo de Lima, Nome Verdadeiro do Portuguez João Fernandes nas
Guerras de Pernambuco Contra os Hollandezes, Lisboa, Typ. da Academia Real
das Ciências de Lisboa, 1873
 FICALHO, 4º Conde de, Memorias Sobre a Influencia dos Descobrimentos dos
Portuguezes no Conhecimento das Plantas: Memória Sobre a Malagueta
Apresentada à Academia Real das Sciencias de Lisboa, Lisboa, Typographia da
Academia, 1878
 ID., Viagens de Pedro da Covilhan, Lisboa : António Maria Pereira, 1898
 LOPES, David, Extractos da História da Conquista do Yaman pelos Othmanos:
Contribuições para a História do Estabelecimento dos Portugueses na Índia:
Memória Destinada à X Sessão do Congresso Internacional dos Orientalistas,
Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1892
 MARTINS, Joaquim P. de Oliveira, O Brazil e as Colonias Portuguezas, Lisboa,
António Maria Pereira, 1880
 ID., Portugal nos Mares: Ensaios de Crítica, História e Geografia, Lisboa,
António Maria Pereira, 1889
 ID., Navegaciones y Descubrimientos de los Portugueses Anteriores al Viaje de
Colon: Conferencia, Madrid, Sucesores de Rivadeneyra, 1892
 ID., Les Explorations des Portugais Anterieures a la Découverte de l'Amerique:
Conference, Paris, Ernest Leroux, 1893
 PATO, Bulhão, Portuguezes na India: Scenas Historicas, Imp. Nacional, 1883
 PEDROSO, Z. Consiglieri, Influência dos Descobrimentos dos Portuguezes na
História da Civilização: Conferência Realizada na Sociedade de Geographia de
Lisboa no Dia 26 de Novembro de 1897, Lisboa, A Liberal, 1898.
 SANTARÉM, Visconde de, Essai sur l'Histoire de la Cosmographique et de la
Cartographie pendant le Moyen Age, et sur les Progrés de la Géographie après
les Grandes Découvertes du XV Siécle, pour Servir d'Introduction et
d'Explication á l'Atlas Composé de Mappe-Mondes et de Portulans, et d'autres

229
Monuments Géographiques depuis le VI Siécle de Notre Ère jusqu'au XVII,
Paris, Impr. Maulde et Renou, tomo I, 1849; II, 1850; III, 1852
 ID., Demonstração dos Direitos que Tem a Corôa de Portugal sobre os
Territorios Situados na Costa Occidental d'Africa, entre o 5.º Grau e 12 minutos
e o 8.º de Latitude Meridional, Lisboa, Imprensa Nacional, 1855
 SEPÚLVEDA, Cristóvão Aires de Magalhães, Testamento de Affonso de
Albuquerque: Memoria Lida à Academia Real das Sciencias de Lisboa, Lisboa,
Typographia da Academia Real das Sciencias, 1899
 VITERBO, Francisco Marques de Sousa, Trabalhos Náuticos dos Portugueses
nos Séculos XVI e XVII, Lisboa, Tip. da Academia Real das Sciencias, 1898

1901-1950:
 AZEVEDO, Pedro A. de, “A Marinha Mercante no Norte de Portugal em 1552”,
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 ID., “O Porto Franco de Caminha no século XIV”, Lisboa, Revista de História,
A.1, nºs 1-4, 1912, p.105
 BAIÃO, António, Affonso de Albuquerque, Lisboa, Ferin, 1913
 ID., Alguns Ascendentes de Albuquerque e o seu Filho à Luz de Documentos
Inéditos: a Questão da Sepultura do Governador da Índia: Memória, Lisboa,
Academia das Sciencias de Lisboa, 1915
 ID., O Matemático Pedro Nunes e sua Família à Luz de Documentos Inéditos,
Lisboa, Academia das Sciências, 1915
 ID., A Questão da Naturalidade de Fernão de Magalhães, Trasmontano Não,
Minhoto, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1921
 ID., A Inquisição de Goa, Lisboa, Academia das Ciências, 1930
 BAIÃO, António, CIDADE, Hernâni, MÚRIAS, Manuel (Dir.), História da
Expansão Portuguesa no Mundo, 3 vols., Lisboa, Ática, 1937-40
 BARBOSA, António, Instrumentos Náuticos da Época dos Descobrimentos
Marítimos, Lisboa, Tip. da Empresa Diário de Noticias, 1925
 ID., Elementos de Cosmografia: Instrumentos Astronómicos e Náuticos, sua
História, Descrição e Uso, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1926
 ID., O Almanach Perpetuum de Abraham Zacuto e as Tábuas Nauticas
Portuguesas, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1928
 ID., Novos Subsídios para a História da Ciência Náutica Portuguesa da Época
dos Descobrimentos, Lisboa, Sociedade Nacional de Geografia, 1938

230
 ID., Origem e Evolução da Cartografia Náutica Portuguesa na Época dos
Descobrimentos, Lisboa, Editorial Império, 1938
 ID., L'astronomie Nautique au Portugal Pendant les Decouvertes, Paris, Felix
Alcan, 1939
 BENSAÚDE, Joaquim, L'Astronomie Nautique au Portugal a l'Époque des
Grandes Découvertes, Berna, Akademische Buchhandlung Von Max Drechsel,
1912
 ID., Tractado da Sphera do Mundo: Regimento da Declinaçam do Sol, Genebra,
Société Sadag, 1913
 ID., Histoire de la Science Nautique Portugaise: Résumé, Genebra, A. Kunding,
1917
 ID., Les Légends Allemandes sur l'Histoire des Découvertes Maritimes
Portugaises: Réponse a M. Hermann Wagner, Genebra, Imprimerie A. Kunding,
1917
 ID., Origine du Plan des Indes: Études sur l'Histoire des Découvertes Maritimes,
Coimbra, Imp. da Universidade, 1929
 ID., Origem do Plano Português da Conquista Oriental, [s.l.], conferência
realizada na Exposição Ibero-Americana de Sevilha, Bol. da Ag. Geral das
Colonias, ano 6, nº 54 Maio de 1930
 ID., As Origens do Plano das Índias: Resposta ao Artigo de Duarte Leite, Paris,
Librairie Aillaud, 1930
 ID., Lacunes et Surprises de l'Histoire des Découvertes Maritimes - 1ère partie,
Coimbra, Imprensa da Universidade, 1930
 ID., A Cruzada do Infante D. Henrique, Lisboa, Agência Geral das Colónias,
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 ID., O Roteiro da Flandres e D. Joao II, Lisboa, Sociedade Astoria, 1944
 ID., Estudos sobre D. João II, Lisboa, Academia Portuguesa da História, 1946
 ID., The Attacks Against Portuguese History, [s.l.], Tip. Soc. Astória, 1950
 ID., Les Attaques Contre l'Histoire Maritime Portugaise , [s.l.], Tip. Soc. Astória,
1950
 BOLÉO, José de Oliveira, O Descobrimento e os Descobridores das Ilhas de
Cabo Verde, Lisboa, Grupo Português da Historia das Ciências, 1939
 ID., El-Rei D. Carlos e a Política do Império, Sintra, Minerva Comercial
Sintrense, 1943

231
 ID., “Viagens de descobrimento e exploração das Costas da Guiné : a propósito
do 5º Centenário do Descobrimento da Guiné Portuguesa”, Boletim Cultural da
Guiné Portuguesa, Ano 1, nº 4, Outubro de 1946, pp. 713-728
 BRITO, F. Nogueira de, Caravelas, Naus e Galés de Portugal, Porto, Lello &
Irmão, [1930]
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Esmeraldo de Situ Orbis”, Rev. de Historia, nº65, São Paulo, [s.n.], 1946, pp.
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 CIDADE, Hernâni, Les Découvertes Portugaises dans les Litteratures Française
et Portugaise: Contacts et Correspondances, Lisboa, Institut Français au
Portugal, 1942
 ID., A Literatura Portuguesa e a Expansão Ultramarina: as Ideias, os
Sentimentos, as Formas de Arte, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1943
 COELHO, Possidónio Laranjo, Um Episodio da Guerra dos Holandeses no Brasil:
o Ataque à Cidade da Baia, Coimbra, Coimbra Editora, 1943
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da Universidade, 1932
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Japan in 1513”, Comptes Rendus du Congrès International de Géographie, t. 2,
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 ID., António Pereira and His Map of Circa 1545: an Unknown Portuguese
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the Amazon, and the Ladrones, Nova Iorque, American Geographical Society,
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232
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 ID., Primeira Embaixada Europeia à China: o Boticário e Embaixador Tomé
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 ID., “The City of Bengal in Early Reports”, Journal of the Royal Asiatic Society of
Bengal, v. 11, Calcutá,[s.n.], 1945, pp. 9-14
 ID., Nautical Science and the Renaissance, sep. Archives Internationales
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 CORTESÃO, Jaime, A Expedição de Pedro Álvares Cabral e o Descobrimento do
Brazil, Lisboa, Bertrand, Paris, Aillaud, 1922
 ID., A Tomada e Ocupação de Ceuta, Lisboa, Imprensa Limitada, 1925
 ID., L'Expansion des Portugais dans l'Histoire de la Civilisation, Lisboa, Agência
Geral das Colónias, 1930
 ID., A Viagem de Diogo de Teive e Pero Vasquez de la Frontera ao Banco da
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 ID., The Pre-Columbian Discovery of America, Londres, The Royal Geographical
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 ID., Teoria Geral dos Descobrimentos Portugueses: a Geografia e a Economia
da Restauração, Lisboa, Seara Nova, 1940
 ID., Cabral e as Origens do Brasil: Ensaio de Topografia Histórica, Rio de
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 ID., Camões e o Descobrimento do Mundo, Lisboa, Gráfica Lisbonense, 1944
 ID., Os Portugueses no Descobrimento dos Estados Unidos, Lisboa, Seara
Nova, 1949
 ID., Alexandre de Gusmão e o Tratado de Madrid: Conferência Pronunciada no
Rio de Janeiro no Palácio das Relações Exteriores, Itamarati em Setembro de
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 CORTESÃO, Jaime, BALLESTEROS BERETTA, Antonio, Genesis del
Descubrimiento: Los Portugueses, 1ª ed., Barcelona, Salvat, 1947
 FERREIRA, Fernando Bandeira, “Um Passo dos Prolegómenos de Ibn Haldum
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Lisboa, A, 64, nºs 5-6, 1946, pp.251-257
 ID., As Viagens de Descobrimento da Iniciativa Particular no Tempo de D.
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 ID., Expedições e Armadas nos Anos de 1488 e 1489, Lisboa, Livraria Ferin,
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 ID., “Étude Préliminaire sur la Prise de Ceuta par les Portugais”, 1915, Boletim
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 ID., Almirantado do Mar da Índia: Data da Sua Criação, Lisboa, Archivo
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 GODINHO, Vitorino Magalhães, História dos Descobrimentos e da Colonização
Portugueses (aulas práticas), Lisboa, Faculdade de Letras, 1943
 ID., A Expansão Quatrocentista Portuguesa: Problemas das Origens e da Linha
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 ID., História Económica e Social da Expansão Portuguesa, Lisboa, Terra Editora,
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 ID., Comemorações e História: a Descoberta da Guiné, Lisboa, Seara Nova,
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 IRIA, Alberto, “Breve Notícia Acerca da Expansão e Esforço Colonizador dos
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 LAGOA, Visconde de, Fernão de Magalhães: a Sua Vida e a Sua Viagem, Lisboa,
Seara Nova, 1938
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 ID., Grandes e Humildes na Epopeia Portuguesa do Oriente: Séculos XV, XVI e
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 ID., A Peregrinação de Frei Sebastião Manrique, Lisboa, Junta das Missões
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 ID., A Dupla Liampó das Crónicas Portuguesas, Colóquios realizados na Junta
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234
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 ID., Talant de Bien Faire: a Proposito da Conferencia de Joaquim Bensaude
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 LOBATO, Alexandre Marques, A Ilha de Moçambique: Monografia, Lourenço
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 LOPES, David, História de Arzila Durante o Domínio Português (1471-1550 e
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 PEDROSO, Z. Consiglieri, Catálogo Bibliográfico das Publicações Relativas aos
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 ID., O Descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral: Antecedentes e
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 ID., Américo Vespúcio e a Expedição de 1501-1502: Resposta a Marcondes de
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 BARATA, José Alberto Leitão,, “A Rota da Mina (1482-1567)”, III Simpósio de
História Marítima. D. João II, o Mar e o Universalismo Lusíada, Lisboa, 2000,
pp.199-212
 ID., “Como em Melinde : os Pilotos Orientais na Base do Domínio Português
dos Mares da Ásia”, IV Simpósio de História Marítima. A viagem de Vasco da
Gama: Actas, Lisboa, 2002, pp. 251-263

270
 BARROS, Joseph de, “The Indian Plan: Portuguese Navigation and Travel under
King John II”, D. João II, o Mar e o Universalismo Lusíada / III Simpósio de
História Marítima, Lisboa, 2000, pp.167-175
 CAPELA, José, O Tráfico de Escravos nos Portos de Moçambique, Porto,
Afrontamento, 2002
 FERREIRA, Ana Maria Pereira, Subornos, Espiões e Espionagem na Defesa do
"Mare Clausum": Alguns Episódios no Reinado de D. João III, Lisboa, Academia
de Marinha, 2001
 GODINHO, Vitorino Magalhães, Le Devisement du Monde: de la Pluralité des
Espaces à l'Espace Global de l'Humanité XVème-XVIème Siècles, Lisboa,
Instituto Camões, 2000
 LEITÃO, Manuel, Os Saveiros, Lisboa, Museu de Marinha, 2000
 ID., Barcos do Tejo: a Fragata do Tejo e Tipos Relacionados = Boats of the
Lisbon River: the Fragata and Related Types, Lisboa, Museu de Marinha, 2002
 PROENÇA, José Caro, “A Travessia «em Sul» do Atlântico por Fernão de
Magalhães”, VII Simpósio de História Marítima. Fernão de Magalhães: a Sua
Viagem no Pacífico: Actas, Lisboa, 2003, pp.127-143
 ID., “Brasil: Descobrimento ou Achamento?”, Pedro Álvares Cabral: Actas / VI
Simpósio de História Marítima, Lisboa, Academia de Marinha, 2003, pp. 47-75
 ID., Pero de Alenquer (Séc. XV): o Percursor da Ciência Náutica Aplicada com
Consciência Inter-hemisférios (Atlântico-Índico, N-S/W-E), Lisboa, Academia de
Marinha, 2005
 ID., Semiologia: o Relato, em Primeira Mão da Viagem do Gama (1497-1499)
Referente de «Os Lusíadas» (1572), Lisboa, Academia de Marinha, 2007
 RAPOSO, Pedro, “Campos Rodrigues: o Homem do Mar, o Engenheiro
Hidrógrafo, o Astrónomo”, Actas do Coloquio O Mar: um oceano de
oportunidades. Jornadas do Mar, Alfeite, [Escola Naval], 2004, pp. 549
 ID., “Campos Rodrigues: das Rotas Marítimas ao Grande Oceano Cósmico”,
Anais do Clube Militar Naval, v.134, Lisboa, Outubro-Dezembro de 2004,
pp.823-848
 SANTOS, José Ferreira dos, Navios da Armada Portuguesa na Grande Guerra,
Lisboa, Academia de Marinha, 2008
 TUDELA, José de Sousa, A Angra de Santa Helena e a Cartografia Quinhentista,
Lisboa, Academia de Marinha, 2008

271
APÊNDICE 3
PRINCIPAIS OBRAS DE HISTÓRIA MILITAR NÃO-NAVAL
PUBLICADAS EM PORTUGAL NO SÉCULO XIX63

 CARVALHO, Francisco Augusto Martins de, Subsídios para a História dos


Regimentos de Infantaria e Cavalaria do Exército Português, Coimbra, Imp.
Univ., 1888
 COELHO, José Maria Latino, História Política e Militar de Portugal desde os Fins
do XVIII Século até 1814, Lisboa, Imprensa Nacional, 1874-1891
 CORDEIRO, João Manuel, Apontamentos para a Historia da Artilharia
Portuguesa, Lisboa, Typ. do Comando Geral de Artilharia, 1895
 MARDEL, Luís, História da Arma de Fogo Portátil, Lisboa, Imprensa Nacional,
1887
 PINTO, António Joaquim de Gouveia, Memória Estatístico-Histórico-Militar,
Academia das Ciências, Lisboa, 1832
 SEPÚLVEDA, Cristóvão Aires de Magalhães, Historia da Cavallaria Portugueza, 4
vols., Lisboa, Imprensa Nacional, 1889-1894
 ID., O Conde de Schonberg. Estudo Histórico Baseado Sobre Alguns
Documentos Inéditos, Lisboa, Imprensa Nacional, 1892
 ID., A Evolução Orgânica do Exército, Lisboa, Imprensa Nacional, 1894
 ID., Um capítulo da Guerra da Restauração (1660 a 1668): O Conde de
Schömberg em Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1897
 ID., História Orgânica e Política do Exército Português, Lisboa, 1896
 SORIANO, Simão José da Luz, História da Guerra Civil e do Estabelecimento do
Governo Parlamentar em Portugal Comprehendendo a História Diplomática
Militar e Política d’este Reino desde 1777 até 1834, 19 volumes, Lisboa,
Imprensa Nacional, 1866-1890

63
Extraído de Emília Salvado Borges, História Militar e Diplomática de Portugal na Era Moderna –
Recursos, Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Dezembro 2013
(http://rhmod.weebly.com/bibliografia.html).

272
ÍNDICE REMISSIVO

 Academia das Ciências de Lisboa - 16, 22, 29, 32, 35, 36


 Academia de Marinha - 27, 32, 212-214
 Academia Portuguesa da História - 16, 36
 Academia Real dos Guardas-Marinhas (v. "Guardas-Marinhas")
 Albuquerque, Luís (v. também "Autores externos à Marinha") - 29
 Anais do clube Militar Naval - 23, 32, 35, 36, 208-209
 Annaes da Marinha Portuguesa - 20
 Annaes Maritimos e Coloniaes - 23, 36, 202-203
 Annales, Escola dos - 29
 Arqueologia Naval - 19, 23
 Arquivo Central/Histórico da Marinha - 21, 27, 204-205
 Associação Marítima e Colonial - 23, 202-203
 Autores da Marinha - 18-29, 30, 31, 32, 33, 35-197
 Autores externos à Marinha - 31, 226-271
 Azurara (v. "Zurara")

 Barros, Eugénio Estanislau de - 25, 99-100


 Barros, João de - 16
 Berlim, Conferência de - 23
 Biblioteca Central da Marinha - 21, 27, 35, 36, 200-201
 Biblioteca Nacional de Portugal - 35, 36
 Boismele, Jean-Baptiste de - 16
 Boletim Marítimo - 24
 Brás, César Augusto de Oliveira Moura - 122-123
 Brenton, Edward Pelham - 19
 Brito, Bernardo Gomes - 16

 Campomanes, Pedro Rodríguez de - 16


 Campos, José Moreira de Almeida - 132-133
 Cardoso, António Sérgio de Pereira - 184-185
 Carvalho, Martins de - 23
 Centro de Estudos de Marinha - 32, 212

273
 Centro de Investigação Naval (v. "CINAV")
 Charnock, John - 19
 CINAV - 30, 215
 Classes de Oficiais da Marinha (v. "Oficiais da Marinha, classes")
 Clube Militar Naval - 23, 24, 208-209
 Coelho, Latino - 22
 Comemorações do Duplo Centenário (v. "Duplo Centenário")
 Comemorações dos Descobrimentos (v. também "Henriquinas,
Comemorações") - 26, 27
 Comemorações Henriquinas (v. "Henriquinas, Comemorações")
 Companhia dos Guardas-Marinhas (v. "Guardas-Marinhas")
 Correia, Gaspar - 16
 Correia, Joaquim José Gonçalves de Matos - 49-50
 Cortesão, Armando (v. também "Autores externos à Marinha") - 29
 Costa, Abel Fontoura da - 25, 26, 90-98
 Coutinho, Carlos Viegas Gago - 25, 84-89
 Couto, Diogo do - 16
 Crónicas - 15-16
 Cruz Jr., Abílio Freire da - 188-190

 Descobrimentos e Expansão (geral) (v. também “Comemorações dos


Descobrimentos” e “Náutica dos Descobrimentos”) – 15, 17-18, 23, 32
 Direito Internacional Marítimo - 23-24
 Duplo Centenário - 24

 Eça, Vicente de Moura Coutinho Almeida d’ - 24, 26, 62-65


 Escola Naval - 19, 23-24, 30, 31
 Esparteiro, António Marques - 27, 134-139
 Especializações de Oficiais de Marinha (v. "Oficiais de Marinha,
especializações")
 Estado Novo - 24

 Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (v. "FLUL")


 FLUL - 27, 30
 Fonseca, Henrique Alexandre da - 164-166

274
 Fonseca, Henrique Quirino da - 25, 80-83
 Fonseca, José da Cruz Moura da - 26, 161-163

 Galvão, António - 15
 Gonçalves, Luís Manuel Júlio Frederico da Cunha - 25, 117-121
 Gouveia, António Joaquim de - 22
 Grupo de Estudos de História Marítima - 27, 29, 32, 212
 Guardas-Marinhas,
o Academia Real dos - 19
o Companhia dos - 19
 Guerras Liberais - 21

 Henriquinas, Comemorações - 26
 História da Marinha Britânica - 19
 História da Marinha Espanhola - 18-19
 História da Marinha Francesa - 19
 História da Marinha Portuguesa - 20, 29-30
 História dos Descobrimentos e da Expansão (v. “Descobrimentos e Expansão
(geral)”
 História dos Descobrimentos e da Expansão (mestrado) - 27
 História Marítima (mestrado) - 30, 36
 História Militar - 22-23, 272
 História Naval – 17-18, 21, 24, 25, 33
 História Trágico-Marítima - 16
 Historiadores da Marinha (v. "Autores da Marinha")
 Historiadores externos à Marinha (v. "Autores externos à Marinha")
 Huet, Pirre Daniel - 16

 Inso, Jaime Correia do - 26, 113-116


 Instituições ligadas à historiografia naval - 199-215
 Invasões Francesas - 21

 Leitão, Humberto José Santos - 26, 127-129


 Lições de História Marítima Geral - 24
 Liga Naval Portuguesa - 24, 210-211

275
 Lima, José Joaquim Lopes de - 26, 44-45
 Lopes, Fernão - 15
 Loureiro, Carlos Gomes de Amorim - 130-131
 Lozano, Juan Antonio Enríquez - 19

 Macedo, Joaquim da Costa - 17


 Mahan, Alfred Thayer - 24
 Mardel, Luís - 23
 Marinha, órgãos culturais - 27, 199, 214
 Matos, António Alves Pereira de - 104-106
 Matos, Pedro Fragoso de - 156-158
 Mendes, José Agostinho Frederico de Figueiredo Pacheco Teles de Sousa - 186-
187
 Mendonça, Henrique Lopes de - 23, 75-79
 Meneses, D. Manuel de - 15, 19
 Menezes, José Freire de Vasconcelos Carneiro e - 25, 169-170
 Mestrado em História dos Descobrimentos e da Expansão (v. "História dos
Descobrimentos e da Expansão (mestrado)")
 Mestrado em História Marítima (v. “História Marítima (mestrado)”)
 Monteiro, Armando da Silva Saturnino - 182-183
 Morais, Tancredo Octávio Faria de - 25, 124-126
 Mota, Avelino Teixeira da - 27, 173-181
 Museu de Marinha - 27, 32, 206-207

 Náutica dos Descobrimentos - 24


 Naval Chronicle, The - 17
 Navarrete, Martín Fernández de - 18

 Oficiais da Marinha, classes - 25


 Oficiais de Marinha, especializações - 26
 Oliveira, João Braz de - 23, 58-61
 Oliveira, Joaquim Anselmo da Matta - 26, 101-103
 Órgãos Culturais da Marinha (v. "Marinha, órgãos culturais")

 Pereira, Jorge Maia Ramos - 26, 152-155

276
 Pereira, José Maria Dantas - 19, 40-43
 Pires, António Tengarrinha - 167-168
 Pona, António Pereira de Paiva e - 25, 56-57

 Quadros Navaes - 20
 Quintela, Manuel Inácio da Costa - 20, 38-39

 Ranke, Leopold Von - 17


 Rau, Virgínia (v. também "Autores externos à Marinha") - 29
 Revista da Armada - 27, 35, 214
 Revista Militar - 21-22, 35, 36, 199
 Revolução Francesa - 16, 17
 Rodrigues, Manuel Maria Sarmento - 26, 27, 145-149

 Sacchetti, António Emílio de Almeida Azevedo Barreto Ferraz - 26, 193-197


 Santarém, Visconde de - 17
 Santos Jr., António Alves dos - 25, 150-151
 Sepúlveda, Magalhães - 23
 Silva, António Artur Baldaque da - 26, 71-74
 Soares, António Jorge da Silva - 26, 171-172
 Soares, Joaquim Pedro Celestino - 20, 46-48
 Sociedade de Geografia de Lisboa - 22, 29, 32, 35, 36
 Sori, António Filipe Marx de - 54-55
 Soriano, Luz - 22
 Sousa, Alfredo Botelho de - 26, 107-112
 Sue, Eugène - 19

 Tadeu, Viriato Augusto - 25, 159-160


 Testa, Carlos André - 24, 26, 51-53

 Vasconcelos, Ernesto Júlio de Carvalho e - 67-70


 Vasconcelos, José Augusto do Amaral Frazão de - 140-144
 Viegas, Vasco dos Santos - 191-192

 Zurara, Gomes Eanes de - 15

277

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