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FACULDADE SÃO LUIZ

História dos sistemas econômicos


Professor: Ms. Marcio Huber
Acadêmicos: Thiago Machado
Data: 24 mar. 2019

NOÇÕES INTERPRETATIVAS DO FILME


“GERMINAL”

O filme “Germinal” retrata um cenário da sociedade no século XIX, apresentando um


panorama dos operários franceses em uma extrema miséria, degradação humana e exploração
de mão de obra. Para tanto, o filme trouxe o personagem Etienne, um operário que perpassa
todos os dramas da vida diária do trabalho em uma mina de carvão em condições de
precariedade e exploração.
Diante tais condições do trabalhador mineiro, inicia-se os primeiros movimentos de
revolta contra os patrões em reinvindicação de melhores condições de trabalho. Desta forma,
percebe-se a partir deste filme um cenário da luta de classes, entre os proletários (operários)
que vendem a sua mão-de-obra; e os burgueses (patrões) que compram a mão-de-obra em vista
do lucro. Um cenário nítido do sistema econômico do capitalismo, onde se tem a exploração da
classe trabalhadora por aqueles que apresentavam a propriedade privada de capital, que segundo
tal filme, são os donos das mineradoras.
O contexto apresentado no filme demonstra as revoluções industriais em seu percurso
inicial. Tal contexto que demonstra a nítida busca dos donos do capital por lucro incessante,
perpassando sobre a dignidade humana do trabalhador. E desta forma, retrata a reação do
operário diante tal exploração do trabalhador, e isto dá-se a partir de greves e revoltas com o
intuito de reivindicar seus direitos de melhores condições de trabalho, bem como um salário
digno.
O filme, portanto, retrata as consequências e as marcas da revolução industrial na
sociedade e, assim perpassando um capitalismo exacerbado onde tem-se a primazia do lucro
sobre dignidade humana. Tal sistema econômico gera uma distinção de classes e, por seguinte,
desigualdades sociais e até mesmo um contexto de miséria como apresentado neste filme. Como
reação normativa de tais desigualdades sociais e diante um contexto de exploração do
trabalhador, tem-se a rebelião da classe trabalhadora, estes que são responsável por fazer a
máquina econômica dos donos do capital funcionar, e desta forma, lutam por melhores
condições de trabalho e dignidade humana ao trabalhador.
TRABALHO
01. Se a aristocracia feudal não era inerentemente superior à classe média, se a classe
média era chamada a livrar-se das velhas restrições que tolhiam sua liberdade de ação, e
se cada indivíduo era o melhor juiz de seus próprios atos, como então não atribuir os
mesmos direitos e vantagens às classes exploratórias?1
R.: Há um postulado radical onde tem-se24 a noção de que todos os indivíduo eram, em termos
abstratos, iguais e portadores dos meios de direitos fundamentais. Porém, nota-se que na prática
isso não acontece. Percebe-se na sociedade que a competição de lucros gerou não só a miséria
social, mas também a divisão da sociedade em classes, de natureza injusta e caráter antagônico
como na estrutura medieval de classes. A diferença é, no meio dos capitalistas, que a classe
dominante não está mais seguindo a geneaologia, e sim da propriedade. Diante disto, segundo
os filósofos socialistas lutar pela justiça social é lutar pela abolição da propriedade privada do
capital. Assim, as doutrinas socialistas resultam da conjunção da noção liberar a igualdade de
todos os homens com a noção paternalista e cristã de que todo homem deve ser o mantenedor
de seu irmão. Portanto, diante tal concepção das doutrinas socialistas, deve-se haver uma
igualdade entre todos, sem distinção de classes gerados em torno das propriedades privadas do
capital. Quando isso acontecer, não terá mais desigualdade sociais, ou melhor, um estado de
privilégio a uma certa classe, mas um vivência do bem comum em vista da liberdade e igualdade
de todos os homens.

1
Cf. HUNT, E. K.; SHERMAN, Howard J. História do pensamento econômico. 5 ed. Trad. Jaime Lerry
Benchimol. Petrópolis: Vozes, 1986, p. 80.

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