O filme “Germinal” retrata um cenário da sociedade no século XIX, apresentando um
panorama dos operários franceses em uma extrema miséria, degradação humana e exploração de mão de obra. Para tanto, o filme trouxe o personagem Etienne, um operário que perpassa todos os dramas da vida diária do trabalho em uma mina de carvão em condições de precariedade e exploração. Diante tais condições do trabalhador mineiro, inicia-se os primeiros movimentos de revolta contra os patrões em reinvindicação de melhores condições de trabalho. Desta forma, percebe-se a partir deste filme um cenário da luta de classes, entre os proletários (operários) que vendem a sua mão-de-obra; e os burgueses (patrões) que compram a mão-de-obra em vista do lucro. Um cenário nítido do sistema econômico do capitalismo, onde se tem a exploração da classe trabalhadora por aqueles que apresentavam a propriedade privada de capital, que segundo tal filme, são os donos das mineradoras. O contexto apresentado no filme demonstra as revoluções industriais em seu percurso inicial. Tal contexto que demonstra a nítida busca dos donos do capital por lucro incessante, perpassando sobre a dignidade humana do trabalhador. E desta forma, retrata a reação do operário diante tal exploração do trabalhador, e isto dá-se a partir de greves e revoltas com o intuito de reivindicar seus direitos de melhores condições de trabalho, bem como um salário digno. O filme, portanto, retrata as consequências e as marcas da revolução industrial na sociedade e, assim perpassando um capitalismo exacerbado onde tem-se a primazia do lucro sobre dignidade humana. Tal sistema econômico gera uma distinção de classes e, por seguinte, desigualdades sociais e até mesmo um contexto de miséria como apresentado neste filme. Como reação normativa de tais desigualdades sociais e diante um contexto de exploração do trabalhador, tem-se a rebelião da classe trabalhadora, estes que são responsável por fazer a máquina econômica dos donos do capital funcionar, e desta forma, lutam por melhores condições de trabalho e dignidade humana ao trabalhador. TRABALHO 01. Se a aristocracia feudal não era inerentemente superior à classe média, se a classe média era chamada a livrar-se das velhas restrições que tolhiam sua liberdade de ação, e se cada indivíduo era o melhor juiz de seus próprios atos, como então não atribuir os mesmos direitos e vantagens às classes exploratórias?1 R.: Há um postulado radical onde tem-se24 a noção de que todos os indivíduo eram, em termos abstratos, iguais e portadores dos meios de direitos fundamentais. Porém, nota-se que na prática isso não acontece. Percebe-se na sociedade que a competição de lucros gerou não só a miséria social, mas também a divisão da sociedade em classes, de natureza injusta e caráter antagônico como na estrutura medieval de classes. A diferença é, no meio dos capitalistas, que a classe dominante não está mais seguindo a geneaologia, e sim da propriedade. Diante disto, segundo os filósofos socialistas lutar pela justiça social é lutar pela abolição da propriedade privada do capital. Assim, as doutrinas socialistas resultam da conjunção da noção liberar a igualdade de todos os homens com a noção paternalista e cristã de que todo homem deve ser o mantenedor de seu irmão. Portanto, diante tal concepção das doutrinas socialistas, deve-se haver uma igualdade entre todos, sem distinção de classes gerados em torno das propriedades privadas do capital. Quando isso acontecer, não terá mais desigualdade sociais, ou melhor, um estado de privilégio a uma certa classe, mas um vivência do bem comum em vista da liberdade e igualdade de todos os homens.
1 Cf. HUNT, E. K.; SHERMAN, Howard J. História do pensamento econômico. 5 ed. Trad. Jaime Lerry Benchimol. Petrópolis: Vozes, 1986, p. 80.