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FACULDADE INTEGRADO DE CAMPO MOURÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

___________________________________________________________________

VITOR PELISSER

VERIFICAR A INTEGRAÇÃO DE ALUNOS CADEIRANTES NAS AULAS DE


EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA MUNICIPAL MARIA DO CARMO

CAMPO MOURÃO
2013
VITOR PELISSER

VERIFICAR A INTEGRAÇÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS


AUDITIVAS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA ESCOLA MUNICIPAL MARIA
DO CARMO

Trabalho apresentado ao Curso de


Licenciatura em Educação Física da
Faculdade Integrado de Campo
Mourão, como requisito parcial para
obtenção de nota da disciplina de
Projeto Integrador IV, sob orientação
do professora Laudenir Maria Gobbi
Molina.

CAMPO MOURÃO

2013

2
SUMÁRIO

LISTA DE GRÁFICOS..............................................................................................VI

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................05

1.1 OBJETIVOS........................................................................................................06

1.2 Objetivo Geral.....................................................................................................06

1.3 Objetivos Específicos..........................................................................................06

1.4 JUSTIFICATIVA...................................................................................................07

2 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................07

2.1 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA...............................................07

2.2 INTEGRAÇÃO DE ALUNOS COMNECESSIDADES ESPECIAIS NAS AULAS DE

EDUCAÇÃO FÍSICA.................................................................................................08

2.3 PREPARAÇÃO DOS PROFESSORES PARA O ENSINO APRENDIZAGEM DE

ALUNOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA.................................................................11

2.4 O INTERPRÉTE COMO MEDIADOR DO ENSINO ..........................................12

3 METODOLOGIA....................................................................................................13

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA.................................................................13

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA................................................................................13

3.2 INSTRUMENTOS PARA COLETA DOS DADOS...............................................14

3.3 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DOS DADOS............................................14

3.5 ANÁLISE DE DADOS.........................................................................................14

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.....................................14

CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................20

REFERÊNCIAS........................................................................................................21

3
LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 01 – RESULTADO REFERENTE SE O PROFESSOR CONCORDA COM

A INTEGRAÇÃO DE ALUNOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS

NAS AULAS NO ENSINO REGULAR........................................................................15

GRÁFICO 02 – RESULTADO REFERENTE SE O PROFESSOR RECEBEU

ALGUMA PREPARAÇÃO PARA TRABALHAR COM A INCLUSÃO NAS SUAS

AULAS........................................................................................................................15

GRÁFICO 03 – REFERENTE SE OS PROFESSORE RECEBEM AJUDA DE

INTERPRETES EM SUAS AULAS............................................................................16

GRÁFICO 04 – REFERENTE SE A ESCOLA EM RELAÇÃO A ESTRUTURA FÍSICA

ESTÁ PREPARADO PARA RECEBER OS ALUNOS COM NECESSIDADES

ESPECIAIS.................................................................................................................16

GRÁFICO 05 – REFERENTE SE NO RELACIONAMENTO ENTRE OS ALUNOS

SURDOS E OUVINTES NÃO OCORRE DESCRIMINAÇÃO POR PARTE DOS

ALUNOS OUVINTES NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA....................................16

GRÁFICO 06 – REFERENTE SE O PROFESSOR SE SENTE APTO PARA

MINISTRAR AS AULAS INCLUSIVAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA........16

4
1. INTRODUÇÃO

Para Damázio (2007) a integração de aluno com necessidades especiais

auditivas na escola regular deve romper barreiras, mudanças estruturais e

pedagógicas devem ser realizadas, não impor ao aluno condições de estudo e sim

dar suporte necessário para que receba um ensino de qualidade.

Góes (2002) concorda que a integração de pessoas surdas com ouvintes e de

grande importância para seu desenvolvimento, porém isso deve acontecer com

cautela, pois a escola deve estar preparada para recebê-los.

A inclusão de alunos com necessidades especiais vem sendo muito discutida,

existe uma ampla legislação especifica sobre a inclusão destes educando, porem

ainda ha muita dificuldade para que ocorra corretamente oque se diz a lei, pois não

basta apenas o aluno estar matriculado o suporte que as instituições têm ainda é

muito precário. (CARVALHO 2002)

A inclusão já é uma necessidade para sociedade, mais para que isso se

concretize é necessário avaliar alguns critérios tanto nas condições de estruturas

como de recursos humanos, levando em conta a capacitação dos professores para

estar preparado sobre as condições individuais de cada sujeito com necessidades

especiais. (SASSAKI 1997).

Para Carneiro (2007, p. 146)

É importante ressaltar que não existem receitas prontas para atender a cada
necessidade educacional de alunos com deficiência que a natureza é capaz
de produzir. Existem milhares de crianças e adolescentes cujas
necessidades são quase únicas no mundo todo. E espera-se que a escola,
ao abrir as portas para tais alunos, informe-se e oriente-se com profissionais
na Educação e Saúde sobre as especificidades e instrumentos adequados
para que aquele aluno encontre ali um ambiente adequado, sem
discriminações e que lhe proporcione o maior e melhor aprendizado
possível.

5
Carvalho (2004, p. 29-30) também destaca:

As escolas inclusivas são escolas para todos implicando um sistema


educacional que reconheça e atenda as diferenças individuais, respeitando
as necessidades de qualquer aluno. Sob essa ótica, não apenas portadores
de deficiência seriam ajudados e sim todos os alunos que por inúmeras
causas, endógenas ou exógenas, temporárias ou permanentes, apresentem
dificuldades de aprendizagem ou no desenvolvimento.

Para Lacerda (2006), a inclusão mostra-se como uma proposta adequada

para a comunidade escolar, que se apresenta disposta ao contato com as

diferenças, porém não satisfatória para quem tem necessidades especiais,

necessitam de algumas condições especiais.

A inclusão do aluno surdo na vida escolar impõe que o professor mude sua

maneira de pensar e agir, a Educação Física como uma matéria formativa é de

grande importância para a integração do mesmo. (MELERO 2007).

Kelman (2005) destaca que o professor não esta preparado com a realidade

nas salas de aula e sente que estão despreparados para a recepção desses alunos

a comunicação entre professor e aluno surdo se torna precário.

Jordão (2010) também destaca um ponto muito importante, é garantido que o

aluno portador de necessidades especiais auditivas possua o direito das aulas ser

ministrado no idioma de Libras, com a presença de interprete e tradutor, por se tratar

de uma linguagem própria utilizamos a linguagem corporal e facial para uma melhor

comunicação.

Esta pesquisa tem como objetivo geral verificar como se da à integração dos

alunos com necessidades especiais auditivas nas aulas de Educação Física na

Escola Municipal Maria do Carmo Pereira.

E, portanto se faz necessário verificar os seguintes itens:

 Verificar as dificuldades encontradas pelos alunos surdos no cotidiano

escolar
6
 Analisar se o professor possui capacitação e suporte para o ensino de

suas aulas

 Verificar se a integração dos alunos surdos ocorre de maneira

satisfatória

O presente trabalho justifica-se pela importância da inclusão nas escolas

regulares de alunos com necessidades especiais auditivas, proporcionando

aprofundar o conhecimento sobre o assunto e assim verificar como o Professor de

Educação Física ministra suas aulas, quais são suas principais dificuldades

encontradas no dia-dia se a instituição oferece o devido preparo para que o

professor obtenha bons resultados nas suas aulas, também verificar como ocorre a

integração entre alunos surdos e ouvintes.

PALAVRAS CHAVES: Necessidades Especiais Auditivas, Educação Física

Adaptada, Interpretes nas aulas, Integração.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 História da Educação Física Adaptada

A Educação Física Adaptada surgiu nos Estados Unidos na década de 1950

que segundo Winnick (2004, p. 6) é:

[...] “um programa diversificado de atividades desenvolvimentista, jogos


esportes e ritmos, adaptados aos interesses, ás capacidades de limitações
de alunos portadores de deficiência que não podem participar com sucesso
e segurança das rigorosas atividades do programa geral de educação
física”.

7
A Educação Física Adaptada é uma subdisciplina da Educação Física, que

tem como objetivo a participação de alunos com necessidades especiais suprindo as

necessidades dos alunos ao longo de sua vida. (WINNICK 2004)

Para Winnick (2004, p. 09)

Embora o progresso significativo no que diz respeito aos serviços


educacionais para pessoas portadores de deficiência seja relativamente
recente, o uso da atividade física ou do exercício como tratamento médico
ou terapia não é novo. O Exercício terapêutico remonta á China, por volta
de 3000 a. C. Sabe-se que os antigos gregos e romanos reconheciam o
valor médico e terapêutico do exercício. Entretanto, o conceito de educação
física voltada para supri às necessidades especiais dos portadores de
deficiência é um fenômeno recente.

No Brasil a EFA (Educação Física Adaptada) surgiu por volta da década de

1980, apesar de poucos registros, e os que existem trazem dados esparsos. (DIEHL

2008)

Carmo (1994) destaca que em algumas tribos era comum o abandono de

pessoas com deficiência, pois dificultavam as constantes mudanças que esses

povos faziam. O abandono e extermínio foram praticados durante muito tempo,

algumas culturas acreditavam que os corpos imperfeitos eram possuídos por

demônios.

Segundo Gonçalves (2002) a Educação Física deixou de se preocupar

apenas com corpos fortes e saudáveis e adotou uma nova abordagem de atuação

profissional, voltada para adaptação daqueles que necessitam.

Para Duarte e Werner (1995 p. 09)

A Educação Física Adaptada "é uma área da Educação Física que tem
como objeto de estudo a motricidade humana para as pessoas com
necessidades educativas especiais, adequando metodologias de ensino
para o atendimento às características de cada portador de deficiência,
respeitando suas diferenças individuais".

2.2 Integração de alunos com Necessidades Especiais Auditivas nas aulas de

Educação Física

8
O princípio integração esta vigorado no Brasil há mais de 3 décadas, visando

a interação de alunos com deficiência com alunos considerados “normais”. (SAINT

1997)

Deficiência auditiva caracteriza-se pela perda total ou parcial na condução ou

recepção dos sinais sonoros, dividem-se em leve, moderada, acentuada, severa

grave e profunda as causas podem ser congênita ou perinatal, também se pode

adquirir ao longo da vida. (DIEHL 2008)

Rosadas (1998) enfatiza que a pessoa que possui uma deficiência física é

capaz, utilizou as atividades físicas para demonstrar que eles podem superar suas

dificuldades.

A Educação Física escolar tem um papel importante na inclusão de pessoas


com deficiência auditiva nas escolas, o professor deve preparar-se para
assumir seu papel diante destes desafios e suas aulas podem ser espaços
privilegiados para iniciar uma conscientização da necessidade das
mudanças de comportamento. Assim, “é fato que o modo de ser do
professor, seu jeito de pensar, agir e sentir repercutirá no comportamento
dos alunos, bem como a imagem e a concepção que o aluno tem do
professor irá interferir na ação do professor” (SILVA, ARANHA, 2005, p. 03).

Para Betti e Zulani (2002) sabe-se que o processo inclusivo pode demorar

pois trata-se de questões sociais, culturais, pedagógicas e políticas, mais nunca

impossível pois nas aulas de Educação Física pode-se ter atividades comuns, basta

o professor organizar suas aulas para suprir a demanda e necessidades de todos,

existem muitos jogos e brincadeiras que podem muito facilmente serem adaptados.

“é importante deixar claro que para a pessoa surda sua limitação


fundamental seria a percepção do som, o que pode ou não prejudicá-la de
diferentes maneiras, mas não se devem associar a outras deficiências a
priori.” (SILVA, SAMPAIO, 2010, p. 04)

A Educação Física não precisa ser mais importante que as outras disciplinas,

porém deveria ter o mesmo grau de importância, já que faz parte do processo de

formação dos cidadãos. (MOREIRA 2004)

9
Para Palhares e Marins (2002) a Educação Física deve enfocar para que se

trabalhe a diversidade das atividades afim de que a criança surda perceba seus

desempenhos sem fracasso ou incapacidade.

Nas aulas realizadas na escola é onde o aluno têm a oportunidade de se

expressar através dos movimentos e assim satisfazer a sua necessidade de falar,

ela improvisa novas formas de expressão, menciona também o fato de que nas

aulas de Educação Física ocorre mais a socialização, as atividades em grupos,

desenvolvendo suas potencialidades, respeitar a opinião do próximo, coordenar

suas ações e ter os colegas como uma referência. (LE BOUCH 1990)

2.3 Preparação dos Professores para o Ensino Aprendizagem de alunos com

Deficiência Auditiva

Skilar (2006, p.31)

Afirma-se que a escola e os professores não estão preparados para receber


os “estranhos”, os “anormais” nas aulas. Não é verdade. Parece-me ainda
que não existe nenhum consenso sobre o que signifique “estar preparado”
e, muito menos, acerca de como deveria se pensar a formação quanto às
políticas de inclusão propostas em todo o mundo.

Vitaliano (2002, p. 60) fala sobre a formação do Professor:

“atualmente observamos que, quando falamos da formação do professor em


relação à Educação Especial, a ênfase está na formação do professor e não
mais na formação do professor habilitado ou especializado em Educação
Especial”.

Ferreira (1990) aponta a necessidade do desenvolvimento de cursos

direcionados a professores de Educação Física para se adequarem às necessidades

existentes nas salas de aula, ou seja, atender a todos de forma igualitária e

inclusiva.

. Nas palavras de Cidade e Freitas (2002, p. 30):

Não existe nenhum método ideal ou perfeito da Educação Física que se


aplique no processo de inclusão, porque o professor sabe e pode combinar
inúmeros procedimentos para remover as barreiras e promover a
aprendizagem dos seus alunos.
10
Fonseca (1995) se preocupa com a formação dos professores para obter

resultados satisfatórios é necessário um grande investimento na qualificação dos

profissionais.

Mantoan (1998, p. 3) propõe:

[...] uma verdadeira transformação da escola, de tal modo que o aluno tenha
a oportunidade de aprender, mas na condição de que sejam respeitados as
suas peculiaridades, necessidades e interesses, a sua autonomia
intelectual, o ritmo e suas condições de assimilação dos conteúdos
curriculares.

Para Mittler (2001), “a escola inclusiva só começa com uma radical reforma

da escola, com a mudança do sistema existente e repensando-se inteiramente o

currículo para alcançar as necessidades de todas as crianças”.

A escola não pode mudar tudo e nem pode mudar a si mesma sozinha. Ela
está intimamente ligada à sociedade que a mantém. Ela é, ao mesmo
tempo, fator e produto da sociedade. Como instituição social, ela depende
da sociedade e, para se transformar, depende também da relação que
mantém com outras escolas, com as famílias, aprendendo em rede com
elas, estabelecendo alianças com a sociedade, com a população (GADOTI,
2007, p. 12).

Ao discutir a escola inclusiva, Carvalho (2004, p. 115) destaca algumas das

inúmeras funções de uma escola que busca se enquadrar nessa perspectiva de

educação, pois não cabe somente ao professor estar preparado:

“desenvolver culturas, políticas e práticas inclusivas, marcadas pela


responsabilidade e acolhimento que oferece a todos os que participam do
processo educacional escolar; - promover todas as condições que permitam
responder às necessidades educacionais especiais para a aprendizagem de
todos os alunos de sua comunidade; - criar espaços dialógicos entre os
professores para que, semanalmente, possam reunir-se como grupos de
estudo e de troca de experiências; - criar vínculos mais estreitos com as
famílias, levando-as a participarem dos processos decisórios em relação à
instituição e a seus filhos e filhas; - estabelecer parcerias com a comunidade
sem intenção de usufruto de beneficiar apenas e sim para conquistar a
cumplicidade de seus membros, em relação às finalidades e objetivos
educativos acolherem todos os alunos, oferecendo-lhes as condições de
aprender e participar; operacionalizar os quatro pilares estabelecidos pela
UNESCO para a educação deste milênio: aprender a aprender, aprender a
fazer, aprender a viver junto e aprender a ser, tendo em conta que o verbo é
aprender; - respeitar as diferenças individuais e o multiculturalismo
entendendo que a diversidade é uma riqueza e que o aluno é o melhor
recurso de que o professor dispõe em qualquer cenário de aprendizagem;
valorizar o trabalho educacional escolar na diversidade”.

11
Montoan (2000) explica que as instituições devem estar preparadas para

receber alunos com qualquer deficiência com todo o respeito, ambientes

educacionais que caracterizam um ensino de qualidade, isso é um grande desafio a

todos mais cada um tem que fazer sua parte.

2.4 O interprete como mediador de ensino

Lima (2006 p.62) enfatiza que: “(...) o surdo não pode ouvir ou falar da mesma

maneira que o ouvinte – ele ouve como os olhos e fala com as mãos, embora

dispondo de outra linguagem (LIBRAS) por meio do qual se comunica”.

A falta de um interprete com conhecimento em Libras é oque mais dificulta o ensino,

a este respeito Damázio (2007 p. 20) faz a seguinte afirmação:

Contrariando o modelo de integração escolar, que concebe o aluno com


surdez, a partir dos padrões dos ouvintes, desconsiderando a necessidade
de serem feitas mudanças estruturais e pedagógicas nas escolas para
romper com as barreiras que se interpõe entre esse aluno e o ensino, as
propostas de atendimento a alunos com surdez, em escolas comuns devem
respeitar as especificidades, a forma de aprender de cada um, não impondo
condições à inclusão desses alunos no processo de ensino e aprendizagem.

Na visão de Goldfeld (1997) é necessário que o surdo adquira a língua de

sinais e a língua oficial de seu país, para que ocorra uma melhor interação entre as

pessoas, ainda ele destaca que a língua dos sinais seria a única língua que o surdo

poderia dominar plenamente, onde supria suas necessidades de comunicação e

pensamento.

Segundo Quadros (2004), o intérprete educacional é aquele que atua como

profissional intérprete de língua de sinais na educação como especialista para atuar

na área da educação, deverá intermediar relações entre os professores e os alunos,

também colegas ouvintes com os surdos, esse trabalho vai muito além de

simplesmente interpretar.

12
3 METODOLOGIA

3.1 Caracterização da pesquisa

Esta pesquisa caracterizou-se de natureza quantitativa que segundo Hylmann

(1967) levam como base questões ou problemas específicos, adota a utilização de

questionário e entrevistas para obter um resultado, “tudo que pode ser mensurado

em números, classificado e analisado, utiliza-se de técnicas estatísticas”.

Richardson (1999, p. 70) aponta uma abordagem quantitativa:

Pelo emprego de quantificação tanto nas modalidades de coleta de


informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas, estatísticas,
desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, ás mais
complexas, como coeficiente de relação, análise de regressão, etc.

Hylmann (1967) caracteriza uma pesquisa descritiva, na qual descreve e

registra um fenômeno a maneira que ocorre também como experimental quando há

interpretação e avaliação na aplicação de determinados fatores.

Góes (2002) descreve também como pesquisa descritiva as que “têm como

objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou

fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis”.

3.2 População e Amostra

A população desse artigo será por professores da Escola Municipal Maria do

Carmo Pereira, cidade de Campo Mourão P/R.

A amostra será composta por 100% dos professores de Educação Física da

Escola Municipal Maria do Carmo Pereira. Os professores escolhidos são os únicos

a lecionar no local.

13
3.3 Instrumento para coleta de dados

O instrumento utilizado na coleta de dados é um de questionários compostos

por seis questões fechadas (dissertativas), e devera abordar de modo direto os

objetivos gerais e específicos. Elaborada por meio do pesquisador.

3.4 Procedimentos para coleta de dados

Primeiramente a pesquisador irá até a instituição e utilizará de uma

autorização verbal junto a direção e professores. O instrumento será aplicado na

hora atividade do professor, entrega-se o questionário e aguarda até o mesmo ser

respondido.

3.5 Análise de dados

Os dados serão de forma estatística básica descritiva analisado de forma

quantitativa por meio da analise de conteúdos com caracterização de resposta.

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

GRÁFICO 01: Referente se o professor concorda com a integração de alunos


portadores de necessidades especiais nas aulas no ensino regular:

14
No gráfico acima verifica-se que 50% dos Professores entrevistados

concordam com a inclusão e 50% descordam. Para Lacerda (2006) quanto mais

tempo a criança demorar a se interagir o meio escolar mais tardio vai ficar seu

aprendizado. Turetta (2006) considera que a interação é um grande desafio a todos,

a escola e seus profissionais não estão aptos a concretizar essa demanda.

GRÁFICO 02: Referente se o professor recebeu alguma preparação para trabalhar


com a inclusão nas suas aulas:

O gráfico acima representa que 100% dos Professores entrevistados não

receberam nenhum tipo de curso ou auxilio para trabalhar em suas aulas com

alunos que possuam alguma deficiência. Lorenzetti (2002) destaca que é de total

importância que os professores recebam formação adequada como palestras,


15
seminários, reflexões teóricas com uma proposta de uma educação inclusiva.

Moreira (2004) coloca que a formação e preparação devem partir do governo

brasileiro para atender a demanda muito grande em que a sociedade esta se

deparando.

GRÁFICO 03: Referente se os Professore recebem ajuda de interpretes em suas


aulas:

100% dos professores disseram que a escola não disponibiliza de interpretes

para auxilia-los nas aulas. Segundo Montoan (2002) não é necessário que o

professor domine a língua dos sinais, mas ao saber ao menos o básico facilita a

comunicação e agiliza os procedimentos durante a aula, além de atender alguns

princípios de igualdade tão propagados e muitas vezes pouco praticados. Segundo

Bregonci e Machado (2010, p. 68) “Pensar em LIBRAS para os sujeitos surdos é

mais que pensar simplesmente em acessibilidade, é pensar em um mecanismo no

qual os seus usuários poderão exercer seus direitos de cidadão”.

GRÁFICO 04: Referente se a escola em relação a estrutura física está preparado


para receber os alunos com necessidades especiais:

16
100% dos Professores afirmaram que a escola não esta prepara fisicamente

para inclusão. Sassaki (1997) têm o sentimento de que todos são responsáveis pela

criação de uma escola e uma sociedade inclusiva, e crê que o momento é agora de

começar a avançar em escala e proporções maiores, pois a perspectiva da inclusão

já ganhou a maioridade no papel, mas na prática ainda há muito que se fazer,

estamos apenas engatinhando em alguns pontos, em outros estamos andando, mas

a passos bem lentos. É muito mais complexo do que se é pensado as escolas para

estarem preparadas para receber os alunos com qualquer tipo de necessidade

especial, é adaptação arquitetônica e de funcionário após essas mudanças as

escola conseguiram dar um suporte para um ensino de qualidade.

GRÁFICO 05: Referente se no relacionamento entre os alunos surdos e ouvintes


não ocorre descriminação por parte dos alunos ouvintes nas aulas de Educação
Física:

17
100% dos professores responderam que não ocorre nenhuma descriminação por

parte dos alunos ouvintes nas aulas. Carvalho (2004) retrata que as diferenças

existem em qualquer situação, não somente a que diz respeito a socialização de

pessoas surdas na escola, todas as pessoas que adentrem no recinto escolar

devem ser tratadas de maneira igual com as mesmas oportunidades. Vigotsky

(1985) explica que o surdo utiliza-se muitas maneiras para se comunicar, isso facilita

na socialização com as pessoas ouvintes.

GRÁFICO 06: Referente se o professor se sente apto para ministrar as aulas


inclusivas de Educação Física na escola:

50% dos Professores responderam que sentem preparados e 50%

responderam que ainda não se sentem aptos a dar aulas para alunos com

necessidades especiais. Ferreira (1990) aponta a necessidade do desenvolvimento


18
de cursos direcionados a professores de Educação Física para se adequarem às

necessidades existentes nas salas de aula, ou seja, atender a todos de forma

igualitária e inclusiva. Carvalho (2004) desta que o professor além da preparação

com cursos e outras qualificações o profissional deve querer trabalhar com alunos

especiais, pois o trabalho será diferenciado, se a instituição não disponibilizar

interpretes seu desgaste será maior ainda oque deve o Professor deve ter é prazer

em dar aulas.

19
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho concluiu-se observar a integração de crianças surdas na rede

educacional de ensino regular da Escola Municipal Maria do Carmo Pereira onde se

percebe grande interesse dos professores em proporcionar o desenvolvimento

educacional de todas as crianças de forma igualitária em um ambiente agradável.

Apesar das dificuldades que surgem no caminho de cada um, seja no

desenvolvimento de conceitos ou na comunicação, os professores buscam a melhor

maneira de integrar seus alunos no meio social, apesar de não receberem auxilio

como palestra ou cursos, mesmo assim não desanimam. Verificou-se que para

ministrar uma aula e obter melhores resultados é de grande importância que a

instituição disponibilize de interprete nas aulas, já que o professor não está

preparado para trabalhar com a língua de sinais. Com analise dos resultados

também se conclui que a principal dificuldade encontrada pelos alunos surdos é a

falta de interpretes nas aulas além da precariedade de infraestrutura na escola.

Para finalizar o trabalho mostrou que as escolas não estão preparadas para

integração de qualquer aluno independente de sua deficiência, falta muito por parte

das autoridades em melhorar nossas escolas, no que depender dos alunos eles

faram o melhor para que tudo aconteça corretamente.

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