A chave é considerada como símbolo de inteligência, tesouro, prudência e
discrição. Na antiguidade, a chave era vista como símbolo do silêncio e da circunspecção. Nos mistérios de Elêusis, o hierofante colocava sobre a língua dos iniciados uma chave feita de ouro para lembrar que se a palavra é de prata, o silêncio é de ouro. A própria palavra MISTÉRIO significa algo de oculto e secreto, de que não se devia falar. As sacerdotisas de Ceres, em Elêusis, usavam uma chave como insígnia do seu místico ofício. Nos mistérios de Isis, a chave representava a abertura ou a revelação do coração e da consciência, no reino da morte, para que fossem submetidas ao juízo final. As Chaves em todos os tempos foram símbolos de poder e de predominância. O porta-chaves, entre os gregos, era o título de um cargo elevado. Entre os romanos, no dia do casamento, eram entregues à noiva as chaves da casa, indicando-se desta forma que lhe era confiada à autoridade do mando. Por ocasião do divórcio, retirava-lhe as chaves como símbolo da privação desse direito. Entre os hebreus, as chaves eram usadas no mesmo sentido. No catolicismo, as chaves são atributo do Papado, e São Pedro, considerado o primeiro Papa, é sempre representado portando duas chaves, símbolos do poder temporal e do poder espiritual. Há quem diga que a chave é a língua obediente, a razão, que fala bem na presença, como na ausência daquele de quem se fala. Nos Altos Graus Maçônicos a chave é um símbolo de segredo e, segundo Mackey, em muitas Lojas alemãs uma chave de marfim faz parte da indumentária maçônica de cada irmão, para lembrar-lhe que deverá encerrar ou ocultar os segredos da Maçonaria em seu coração. É com a chave que se abrem as portas do conhecimento, chave simbólica (que pode ser de ouro, prata, cobre ou marfim) que cada um deve forjar para si mesmo, pois, como dizia Louis-Claude de Saint-Martin: "É ao homem que compete subir para ir buscar a chave, pois, com certeza, ninguém virá depositá-Ia em suas mãos, neste planeta”.