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SERVIÇO SOCIAL

ANGELA DOS SANTOS TORRES


BRUNO SARDÁ HENRIQUES DE VASCONCELOS
JAÍCE MORAES BARBOZA
LUCIANA EVANGELISTA DOS SANTOS
VALDEANE OLGA DE JESUS

CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROCESSO DE

INTENSIFICAÇÃO DA SOCIEDADE CAPITALISTA, SEUS

REFLEXOS SOCIAIS NA CONJUNTURA MUNDIAL E NO

BRASIL E SUAS FORMAS DE ENFRENTAMENTO AO FINAL

DO SÉCULO XIX ATÉ A SEGUNDA METADE DO SÉCULO

XX.

Petrolina-PE

2019
ANGELA DOS SANTOS TORRES
BRUNO SARDÁ HENRIQUES DE VASCONCELOS
JAÍCE MORAES BARBOZA
LUCIANA EVANGELISTA DOS SANTOS
VALDEANE OLGA DE JESUS

CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROCESSO DE INTENSIFICAÇÃO DA


SOCIEDADE CAPITALISTA, SEUS REFLEXOS SOCIAIS NA
CONJUNTURA MUNDIAL E NO BRASIL E SUAS FORMAS DE
ENFRENTAMENTO AO FINAL DO SÉCULO XIX ATÉ A SEGUNDA
METADE DO SÉCULO XX.

Trabalho de Produção Textual Interdisciplinar Em Grupo,


apresentado ao Curso de Serviço Social da UNOPAR -
Universidade Pitágoras Unopar, como requisito parcial
para obtenção de média bimestral nas disciplinas de
Acumuluação Capitalista e Desigualdade Social,
Estatística e Indicadores Sociais, Fundamentos
Históricos, Teóricos e Metodológicos do Serviço Social I,
Formação Social, História e Política Social, Seminário
Interdisciplinar III, Ed - Comunicação Oral e Escrita,
Sociologia (Adaptação Especial) e Atividades
Interdisciplinares.

Prof. Jusciara de Cássia Ferreira Gonçalves

Petrolina-PE

2019
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3
2 DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 4
2.1 Consolidação da sociedade capitalista e suas expressões sociais com ênfase
no século XIX e a primeira metade do século XX ....................................................... 6
2.2 A conjuntura brasileira ao final do século XIX até a primeira metade do século
XX 8
2.3 Reflexão sobre as medidas da sociedade civil e do Estado para o
enfrentamento das expressões da questão social na primeira metade do século XX
10
2.4 Análise e apresentação da relação entre o capitalismo, os indicadores sociais
e as políticas sociais ................................................................................................. 11
2.5 Análise da abolição da escravatura e suas consequências a partir da ótica da
intensificação da sociedade capitalista ..................................................................... 13
3 CONCLUSÃO .................................................................................................... 16
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 17
3

1 INTRODUÇÃO

O capitalismo começou a se expandir ao fim da Idade Média, criando


inúmeras instituições, como os bancos. Capitalismo, ou modo de produção
capitalista, é uma forma de organização social marcada pela separação entre os
proprietários e controladores dos meios de produção (máquinas, matérias-primas,
instalações etc.) e os que não possuem e não controlam os meios de produção,
dependendo exclusivamente da venda de sua força de trabalho, através do salário,
para sobreviver.
O capitalismo iniciou sua formação nos séculos finais da Idade Média, quando
paulatinamente as formas artesanais de trabalho – concentradas principalmente nas
corporações de ofício – foram dando lugar a uma divisão social trabalhista pela qual
alguns mestres-artesãos passaram a ter a propriedade das ferramentas e matérias-
primas, levando-os a assalariar pessoas que com seu trabalho produziam as
mercadorias. Era o início da ruptura com a forma de organização social baseada na
servidão entre senhores e servos.
Um mercado de trocas entre os diversos tipos de mercadorias (produtos e
pessoas) garantiria a venda do que era produzido, exercendo o dinheiro um papel
fundamental no mercado, em virtude de sua função de intermediário na realização
das trocas.
O intercâmbio dessas mercadorias garantiria um lucro ao capitalista. Para
alguns estudiosos do capitalismo, o lucro seria proveniente da venda da mercadoria
no mercado por um preço superior ao que custou para sua produção. Dessa forma,
o lucro se encontraria no mercado de trocas.
4

2 DESENVOLVIMENTO
Entre os homens, os caracteres e habilidades mais diferentes são úteis uns aos
outros, as produções diferentes dos respectivos talentos e habilidades, em virtude da
capacidade e propensão geral ao intercâmbio, ao escambo e à troca, são como que
somados em um cabedal comum, no qual um pode comprar qualquer parcela da
produção dos talentos dos outros, de acordo com suas necessidades. (SMITH, 1988,
p. 26)

Para alguns críticos do capitalismo, o lucro do capitalista provém da diferença


do valor do salário pago ao trabalhador em relação ao valor total produzido por ele,
no período em que ele executou sua ação de trabalho. Por exemplo: um trabalhador
foi contratado para trabalhar por um dia em uma jornada de oito horas, com um
salário de R$ 80,00. Entretanto, nas primeiras quatro horas, esse mesmo
trabalhador produziu mercadorias no valor de R$80,00, sendo que nas demais
quatro horas de trabalho ele produziria o mesmo valor, que seria apropriado pelo
capitalista como o resultado de um trabalho não pago. Seria essa a origem do lucro
do capitalista, conhecido também como mais-valia. A pessoa que ganhou maior
notoriedade por apontar a mais-valia como origem do lucro foi o alemão Karl Marx,
cuja principal obra, O Capital, pretendeu dissecar o funcionamento do capitalismo.
A mais-valia seria então o resultado de uma relação social de produção, cuja
organização do processo de trabalho teria como característica principal a divisão
entre os que são proprietários e controlam os meios de produção e aqueles que não
têm propriedade e nem controlam os meios de produção, sendo obrigados a
venderem sua força de trabalho em troca de um salário para sobreviverem. Essa
divisão seria a base da divisão da sociedade capitalista, entre duas classes
antagônicas: a burguesia exploradora e os trabalhadores explorados.
A expansão das forças de produção e da organização do trabalho capitalista,
com o assalariamento e a exploração da mais-valia, proporcionou um avanço
tecnológico que ficou conhecido como Revolução Industrial. Ela ocorreu inicialmente
na Inglaterra a partir do século XVIII, expandindo-se para os países da Europa
Ocidental e EUA no século seguinte, alcançando toda a superfície do planeta no
século XX.
A necessidade de exploração da mais-valia para a produção de capital e sua
acumulação levou ao fortalecimento das relações sociais de produção capitalista. No
aspecto econômico, ela resultou no desenvolvimento industrial, tecnológico e de
meios de comunicação, bem como na integração entre as várias unidades de
produção e os locais de venda para garantir a realização das trocas de mercadorias.
5

Resultou ainda na criação do sistema financeiro, que deu às instituições bancárias o


controle sobre a circulação de capital e do dinheiro.
Mas as relações sociais de produção capitalista em desenvolvimento
necessitavam de que o Estado fosse reestruturado para garantir a exploração da
mais-valia. Houve a necessidade de uma nova conformação política da sociedade
para que as relações sociais de produção se desenvolvessem com mais liberdade.
O principal evento que marcou essa nova conformação política foi a Revolução
Francesa de 1789, que através de uma ação violenta criou as instituições clássicas
do capitalismo, como o parlamento, os códigos jurídicos, um exército moderno e a
constituição de um poder executivo. Essa seria a estrutura política clássica do
capitalismo.
6

2.1 CONSOLIDAÇÃO DA SOCIEDADE CAPITALISTA E SUAS EXPRESSÕES


SOCIAIS COM ÊNFASE NO SÉCULO XIX E A PRIMEIRA METADE DO SÉCULO
XX

Sabe-se que o Capitalismo se consolidou no Séc. XVIII com a Revolução


Industrial na Inglaterra, com a introdução da Máquina ferramenta para que houvesse
o aumento da produtividade, impondo o ritmo do processo de trabalho, reduzindo os
custos e desvalorizando o trabalhador.
Sendo assim na nova ordem econômica internacional, a Inglaterra criou as
condições para fomentar a acumulação industrial através da exportação de bens
industriais. Ao fazê-lo, porém, induziu a industrialização de outras nações como a
França, os EUA e a Alemanha tiveram possibilidade de aproveitar os estímulos
oferecidos pelo dinamismo da economia inglesa e conseguiram desencadear o
processo de industrialização.
A difusão do capitalismo no Séc. XIX significou o surgimento de novas
potências industriais, que competiriam com a economia Inglesa e transformariam as
relações econômicas internacionais.
Entre 1830 e 1890 o capitalismo britânico imprimiu o tom do padrão de
acumulação e das relações internacionais.
A esse padrão de acumulação baseado no livre funcionamento das forças de
mercado podemos chamar de Capitalismo Concorrencial.
A partir de 1870 a Inglaterra foi perdendo seu monopólio da produção
industrial, intensificando o processo de centralização e concentração de capitais,
com a fusão de empresas, a união de bancos e indústrias, ao mesmo tempo em que
surgia um novo método de gestão da produção e da organização do processo de
trabalho (o Taylorismo).
Entre 1896 e as vésperas da Primeira Guerra Mundial, a economia mundial
experimentou um boom de crescimento, apoiado num aumento significativo do
consumo das populações urbanas dos países centrais. O barateamento dos bens de
consumo (propiciado pelo aumento da produtividade industrial) e a facilitação do
crédito para compras de bens duráveis (crediário) geraram uma produção em larga
escala sancionada por um mercado de massa. O fato é que, na virada do século, as
populações urbanas na Europa ocidental e nos EUA passaram a representar uma
parcela majoritária da população total, e não só a burguesia como também a classe
7

operária puderam desfrutar de uma elevação de seu padrão de vida.


Depois da guerra, não se conseguiu restabelecer o equilíbrio do poder
político/militar, e as assimetrias entre as principais economias capitalistas se
tornaram um fator agravante para a instabilidade do mercado mundial.
A partir da década de 30, diante de tanta crise, os estados capitalistas tiveram
que isolar suas economias, resguardando assim a economia nacional.
Com o final da 2ª Guerra Mundial, a preocupação central dos países europeus
era a reconstrução da economia e da sociedade, pairava o medo de uma revolução
social (avanço dos partidos comunistas em alguns Países), os Estados Unidos
querendo o controle político e econômico das relações internacionais entra em
conflito com a ex-URSS (Guerra Fria), e dão apoio econômico para a recuperação
dos aliados, bem como Alemanha e Japão. A Partir daí os EUA ditam o modo de
vida americano no mundo.
8

2.2 A CONJUNTURA BRASILEIRA AO FINAL DO SÉCULO XIX ATÉ A PRIMEIRA


METADE DO SÉCULO XX

O séc. XIX é o período onde o Brasil foi colônia até 1808, e Império de 1808
até 1889, para então se tornar república.
Não foi somente uma etapa marcada pela mudança da organização política,
mas sobretudo por uma transformação política e social sem precedentes na história
do país. Entretanto, transformações comparáveis não se processaram na economia.
Durante todo o período, a economia brasileira continuava organizada em torno da
produção de artigos tropicais (café, açúcar, algodão) para o mercado europeu. Pelo
menos até a década de 1850, não existiam formas alternativas de organização desta
produção além daquela apoiada no trabalho escravo. O marco inicial para o trabalho
livre foi dado em 1850.
Outro momento importante foi representado pela Lei do Ventre Livre de 1871,
resultado de debates sobre o fim da escravidão e uma economia baseada no
trabalho livre, regido por movimentos republicanos emergentes nas grandes cidades,
porém, outra vertente, composta por representantes do estado, não queriam que
houvesse a utilização da mão- de- obra de escravos libertos, preferiam os imigrantes
para trabalhar.
Na segunda metade do século, os escravos começam a ser substituídos,
sendo seu trabalho aproveitado somente no Nordeste.
Em função da abolição e da Imigração europeia para certas regiões do país, o
último quarto do séc. XIX vai consolidar um novo quadro para o mercado de trabalho
brasileiro.
Na cidade de São Paulo e Rio de Janeiro o crescimento urbano esteve ligado
ao processo de industrialização iniciado nos últimos anos do Séc. XIX, e empregará
quase que exclusivamente os europeus, porém, quando se foca nas regiões mais
pobres, onde houve um acréscimo da população negra o novo século irá encontrar a
região Nordeste ,em especial o Recife, em uma situação de subemprego da maioria
da força de trabalho, com isso, o excedente formado por antigos escravos e outros
trabalhadores foram denominados de Massa Marginal, a superpopulação funcional,
sem trabalho, vivendo nas periferias, à margem da sociedade.
Os anos 1930 marcarão também o início da efetiva regulamentação do
trabalho e do mercado de trabalho no Brasil. Vargas lançou as bases de uma
9

estrutura complexa, que caracteriza as relações de trabalho no país.


O assalariamento, se estabelecerá no Brasil a partir dos anos 1930, mas
somente para uma parte e não para a totalidade da força de trabalho. Com efeito,
pode-se dizer que o assalariamento, neste país, cumprirá somente a metade de seu
papel histórico.
10

2.3 REFLEXÃO SOBRE AS MEDIDAS DA SOCIEDADE CIVIL E DO ESTADO


PARA O ENFRENTAMENTO DAS EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL NA
PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX

As Questões sociais existem desde os primórdios, desde que o modelo de


sociedade foi criado. Ao longo dos sec. XVIII e XIX, com a consolidação do
capitalismo, observa-se um maior questionamento sobre as classes sociais, o
trabalhador e seus direitos. A política Social está ligada completamente as lutas
sociais e o estado assume algumas reivindicações ao longo dessa existência
histórica, ou seja, o que lhe convém aceitar.
Dos meados do Séc. XIX até os anos 30, foi um período marcado pelo
liberalismo e sustentado pela concepção do trabalho como mercadoria, ou seja, o
estado deve assumir um papel neutro e desenvolver ações complementares às
políticas sociais, dando-lhes uma espécie de paliativo, uma caridade, com esse
papel defendido pelos liberais e assumido pelo estado, esse período foi repressivo
para as causas sociais e sem avanços. Só a partir dos anos 80, no Brasil, que se vê
a mobilização e organização de diversos segmentos da sociedade civil pela luta por
direitos sociais.
11

2.4 ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE O CAPITALISMO, OS


INDICADORES SOCIAIS E AS POLÍTICAS SOCIAIS

Entre os anos de 1945 – 1975, chamado 30 Anos Gloriosos, foi caracterizado


pela ampla expansão da economia capitalista, sob a liderança do capital industrial e
pela regulação sistemática do Estado nas relações sociais e econômicas, nas
sociedades de capitalismo avançado.
Conforme Altvater (1983), a crise do capitalismo no final dos anos 1960
manifestou-se inicialmente, para o Estado, como crise fiscal dificultando o
cumprimento das tarefas de política social. E como consequência, temos uma
desmontagem e uma remontagem do Estado de Bem-Estar Social; logo, os
fundamentos da existência do Estado de Bem-Estar ficam enfraquecidos e também
entram em crise.
O caráter contraditório do capitalismo, que leva a crises periódicas e a ciclos
abruptos e violentos, como demonstra Marx ao analisar a natureza do capitalismo e
a sociedade capitalista nascente, não advém de algo extremo, mas deriva da
dominação do capital e exploração do trabalho (FRIGOTTO, 2000, p. 64).
A intervenção do Estado de bem-estar social na sociedade capitalista dava-se
pelo desenvolvimento das políticas de pleno emprego, onde o trabalho e o salário
eram elementos que possibilitavam as condições de reprodução do capitalismo, a
partir de mudanças da relação do Estado com o desenvolvimento da produção. O
aumento real da renda, através da garantia dos salários diretos e indiretos e a
cobertura dos riscos sociais tanto para os que estavam inseridos na ordem formal do
trabalho, como para a parcela excluída dessa ordem configuravam as políticas
adotadas pelo Estado de bem-estar.
Segundo Jannuzzi (2004), um indicador social é uma medida, em geral
quantitativa dotada de um significado social, utilizado para quantificar, substituir,
operacionalizar um conceito social abstrato. De acordo com Bonadío (2003, p.129)
compõem a agenda da política social como um referencial indispensável para a
definição de alocação de recursos e prioridades.
Os indicadores sociais trazem informações importantes, que permite avaliar
de que forma seguir, em relação aos valores e alcance dos objetivos previamente
identificados. Auxilia no trabalho de planejamento, implementação, execução,
avaliação dos programas, projetos, serviços sociais.
12

Avança-se no plano de garantia e ampliação dos direitos trabalhistas e


sociais, através da promulgação da Constituição de 1988 no Brasil. A consolidação
da Constituição foi fruto da luta de vários movimentos sociais organizados, através
do processo de redemocratização política. Instituiu o conceito de Seguridade Social,
reunindo as áreas da assistência social, saúde e previdência social.
Se utiliza de políticas sociais para assegurar um mínimo necessário para a
sobrevivência e para manter ativo o trabalhador no processo exploração, por meio
da venda de sua força de trabalho. Assim capitalismo, indicadores sociais e políticas
sociais estão interligadas, pois uma serve como base para estudo e ação da outra.
13

2.5 ANÁLISE DA ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA E SUAS CONSEQUÊNCIAS A


PARTIR DA ÓTICA DA INTENSIFICAÇÃO DA SOCIEDADE CAPITALISTA

No dia 13 de maio de 1888, chegou ao fim o trabalho escravo no Brasil, a


Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, um dispositivo legal de dois parágrafos que,
formalmente, acabou com a escravidão no Brasil. Agora no dia 13/05/2019,
completara 131 anos de libertação, mas os impactos de quase quatro séculos de
escravidão continuam presentes na sociedade Brasileira, as tortura e maus-tratos,
os negros estavam libertos perante a lei. O processo abolicionista foi também
resultado de uma luta política, que mobilizou alguns políticos da época que se
empenharam em ajudar a Princesa a aprovar a Lei Abolicionista.
A abolição foi um desfecho de um processo extenso, que por razoes políticas,
econômicas, sociais e culturais, levou a edificação da escravidão no Brasil. Antes da
divulgação da Lei Áurea, outras três leis começaram a dificultar e aumentar a
manutenção do trabalho escravo no país. Em 1850, foi anunciada uma lei que
acabar com o tráfico internacional de escravos para o Brasil. Assim, a quantidade de
escravos disponíveis diminuía e a então considerada mercadoria ficava mais cara.
É importante lembrar que estes primeiros passos para a libertação
escravocrata no país tiveram forte pressão da Inglaterra, Não por questões
humanitárias, mas por motivações econômicas. Aquele país potência industrial no
final do século XIX, tinha interesse em aumentar o mercado consumidor brasileiro,
isso era interessante converte os escravos em Mão de obrar assalariada.
Vinte e um anos mais tarde, em 1871 foi anunciada, a Lei do Ventre-Livre, que
tornava livre os filhos de escravos que nascessem a partir daquela data. Já em
1885, a lei Saraiva - Cotegipe, também conhecida como a Lei dos Sexagenários,
levou à liberdade os negros de mais de 65 anos de idade.
Paralelamente à redução do número de escravos, houve o crescimento da
utilização da mão de obrar assalariada de imigrantes europeus, que vinha morar em
colônias e trabalhar na produção cafeeira. Para os grandes fazendeiros, começava a
ficar mais viável e lucrativo utilizar a mão de obrar imigrante, barata e abundante, do
que adquirir escravos.
Ao longo dos anos que antecederam a libertação, o movimento abolicionista,
que surgiu na década de 1870, difundiu-se cada vez mais, realizando
manifestações, e conquistando o respaldo de mais pessoas e classes de
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trabalhadores. Em 1887, o próprio Exército passou a não mais realizar a função de


capturar escravos fugitivos e devolvê-los aos fazendeiros.
Houve, ainda, resistência da população escravizada, que realizou várias
rebeliões em todo o país, formando quilombos de negros fugitivos o mais importante
é os quilombos do palmares, que foi liberado por Zumbi dos Palmares, tornou
inviável a manutenção da escravidão e levou à promulgação da Lei Áurea, já que o
Brasil foi último país independente do continente americano a abolir a escravatura.
Em 1887, o ministério da Agricultura, em seu relatório anual, contabilizava a
existência de 723.419 escravos no País. Desse total, a Região Sudeste (São Paulo,
Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santos), produtora de café, abarcava uma
população cativa de 482, 571 pessoas. Ao mesmo tempo, o País passara a
incentivar, desde 1870, a entrada de trabalhadores imigrantes -principalmente
europeus – para as lavouras do Sudeste. É um período em que convivem, lado a
lado, escravos e assalariados. Os números da entrada de estrangeiros são
eloquentes, Segundo o IBGE, entre 1871 e 1880, chegaram ao Brasil 219 mil
imigrantes. Na década seguinte, o número salta para 525 mil. E, na última década do
século XIX, após a Abolição, o total soma 1,13 milhões.
A implantação de uma dinâmica capitalista – concretizada nos negócios
ligados à exportação de café, com casas bancarias, estradas de ferro, bolsas de
valores. Vai se radiando pela base produtiva. Isso faz com que parte da oligarquia
agrária se transforme numa florescente burguesia, estabelecendo novas relações
sócias e mudando desde as características do mercado de trabalho até o
funcionamento do Estado. Para essa economia, o negro cativo era uma peça
obsoleta. Além de seu preço ter aumentado após o fim do tráfico, em 1850, o
trabalho forçado mostrava-se mais caro que o assalariado.
A abolição foi o resultado, principalmente, da luta dos negros, escravos ou
não, que se mobilizaram ao longo da década de 1880 contra a continuidade do
trabalho escravo. Agitação dos negros se traduziu em fugas maciças, assassinatos
de proprietários de terras e dos capatazes, esses atos marcaram a ordem social do
final do Império, tornando inevitável, por um número cada vez maior de pessoas, o
questionamento se a escravidão era legítima ou não.
A escravidão chegou ao fim, o ex-escravo tornou-se igual perante a lei, mas
isso não lhe deu garantias de que ele seria aceito na sociedade, por isso os recém-
libertos passaram dias difíceis mesmo com o fim da escravidão. Diferente do que
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aconteceu nos Estados Unidos, no Brasil, após o fim da escravidão, os ex-escravos


foram abandonados à própria sorte. Nos Estados Unidos, com o fim da Guerra da
Secessão, a vitória do Norte sobre o Sul implicou na emancipação total dos escravos
e eles foram amparados por uma lei, que possibilitou assistência e formas de
inserção do negro na sociedade.
No Brasil, sem acesso à terra e sem qualquer tipo de indenização por tanto
tempo de trabalhos forçados, os analfabetos, vítimas de todo tipo de preconceito,
muitos ex-escravos continuaram nas fazendas em que trabalhavam, vendendo seu
trabalho em troca da sobrevivência. Aos negros que migraram para as cidades, só
restaram os subempregos, a economia informal e o artesanato. Com isso, aumentou
de modo significativo o número de ambulantes, empregadas domésticas,
quitandeiras sem qualquer tipo de assistência e garantia; O preconceito e a
discriminação e a ideia permanente de que o negro só servia para trabalhos duros,
ou seja, serviços pesados deixaram sequelas desde a abolição da escravatura até
os dias atuais.
16

3 CONCLUSÃO

Os dados mostra que o capitalismo se consolidou no século XVIII, a partir da


desestruturação feudal, modificando o setor produtivo e as relações de trabalho,
ressurgindo a pratica comercial, algo já praticado no século XV pelas grandes
potências europeias; Portugal e Espanha. Onde já exploravas outros continentes
com práticas mercantilista, comercialização e metalismo (sistema monetário em que
o valor da moeda nacional é definido legalmente como uma quantidade fixa de
determinado metal), entre outros.
Portanto este movimento ganha força no século XIV, com capitalismo
industrial, com várias evoluções como; maquinas a vapor, uso do carvão mineral,
aumento da capacidade produtiva da industrial. A produção deixa de ser artesanal
para industrial de larga escala, aumentando o lucro das industrias, esse movimento
começa a se espalhar por outros países como Alemanha, Estados Unidos, Japão e
França. Se destacando neste século, também o imperialismo europeu, a partilha
colonial, liberalismo e socialismo.
A expansão das forças de produção e da organização do trabalho capitalista,
traz serias consequência para sociedade, e como as riquezas estava concentrado
nas mãos dos burgueses, acabaram enriquecendo cada vez mais, enquanto a
classe trabalhadora era exploradas tendo que trabalhar várias horas e os salários
baixos mal dava para sua sobrevivência.
No aspecto econômico, ela resultou no desenvolvimento industrial,
tecnológico e de meios de comunicação, bem como na integração entre as várias
unidades de produção e os locais de venda para garantir a realização das trocas de
mercadorias. Resultou na criação do sistema financeiro, que deu às instituições
bancárias o controle sobre a circulação de capital e do dinheiro.
O capitalismo ganhou força com a ampliação do mercado internacional;
mundialização da economia e com os avanços tecnológicos, criando novas
instituições. Nesse momento o mercado busca lucros pautados nas ações das
empresa, nos juros, financiamentos, empréstimos, as quais passaram a ser
mercadorias. Aumentando a intensificação da monopolização dessas instituições, as
quais aumenta concentração o capital, provocado cada vez mais a desigualdade
social.
17

REFERÊNCIAS

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BECKER, Daiane AR; VIRIATO, Edaguimar Orquizas. A INTRÍNSECA RELAÇÃO


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PRONI, Marcelo Weishaupt – História do Capitalismo:uma visão panorâmica –


CADERNOS DO CESIT, Campinas, n.25, out. 1997.

THEODORO,Mário – As Características do Mercado de Trabalho e as Origens do


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PIANA,Maria Cristina – As Políticas Sociais no Conceito Brasileiro:Natureza e


Desenvolvimento - Editora UNESP.

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