O Yoga e o

Stress
Daniel De Nardi
Prefácio Este livro não se propôe a uma pesquisa científica sobre o
stress, embora apresente em alguns dados comprovados por
pesquisas. O foco principal será demonstrar como o Yoga,
com seus milhares de anos de História, manteve-se
conectado com as necessidades de seus praticantes e
desenvolveu técnicas que hoje podem ser usadas na redução
do stress.

O Yoga certamente existia antes disso, mas os primeiros

registros sobre a prática foram escritos por um sábio
chamado Patanjali no século III A.C. Seu livro, o
Yoga-Sutra, fala da busca final do YogIN, um estado de total
identificação do praticante com sua essência (purusha) que
proporciona um estado de libertação que ele chamou de
kaivalya.

Pode parecer frase de auto-ajuda, mas o que as mais antigas

escrituras propõem é a plena vivência deste EU ou Púrusha.
Para chegar a esse estado, o YogIN precisa livrar-se de
personagens que a sociedade lhe obriga a incorporar. Seu
papel é revelar esse Eu e depois conseguir trazê-lo para as
situações do cotidiano.   

Quando o púrusha, consciência pura que habita a todos,

entra em contato com o mundo, "contamina-se". Deixa de
ser livre pois agora está misturado com as diversas
manifestações da Natureza (prakriti). São as manifestações
que criam a confusão na essência. A pessoa passa acreditar
que é suas emoções ou pensamentos e deixa de viver

i
conectada à sua verdadeira realidade
(purusha).    corpo deixa muito claro o que deve ser
Os primeiros textos a tratarem de Yoga
buscavam explicações e técnicas para a
libertação do purusha, vivenciando a
liberdade plena (kaivalya). O que se
praticava de técnica de Yoga nesse
primeiro período era basicamente
meditação e isso persistiu por mais de
1000 anos.
A partir do século X, os YogINs começam
a questionar a infalibilidade dos textos e
dar mais valor às sensações. Os Nathas,
criadores do Hatha Yoga disseminam a
ideia de o que se sente é mais importante
do que o que está escrito nos textos
sagrados.
Isso foi revolucionário para a época e por
isso, eles foram perseguidos e muitos
foram mortos. Afinal somente os
Brahmanes podiam determinar como se
deveria praticar Yoga.
Os Nathas começaram a chamar mais
atenção para a saúde dos praticantes. Um
corpo saudável era um excelente
demonstrativo de vida equilibrada. As
doenças seriam algum tipo de desequilíbrio
gerado por um hábito errado (ficar muito
tempo no frio por exemplo) ou por uma
incoerência entre o sentir e o agir e o
corpo acusaria esses conflitos com
ii
sensações desagradáveis ou doenças. O
mudado para a pessoa viver melhor.   
As ideias dos Nathas são incorporadas ao
Yoga como um todo e seus benefícios
fazem o Yoga chegar até o Ocidente, em
1983, quando Vivekananda ministra uma
palestra no Encontro Mundial das
Religiões em Chicago. No início do século
XX, outro mestre chamado Kuvalaynanda
leva seus alunos para dentro de
laboratórios e comprova os efeitos do Yoga
sobre diversos fatores, entre eles o stress.
O stress tem sido chamado de o "Mal da
nossa Era" e não é uma preocupação à toa.
O mundo está mudando cada vez mais
rápido e toda mudança envolve
insegurança. O  detonador do estado de
stress.
Atualmente, a maior parte dos praticantes
busca o Yoga como uma ferramenta para
reduzir os níveis de stress.
Será essa uma busca legítima ou um sub
aproveitamento de técnicas milenares para
uso utilitário?
O Yoga nunca se posicionou como uma
verdade inalterável, perfeita em si mesma.
Os objetivos dos primeiros YogINs eram
diferentes dos YogINs medievais e
também dos YogINs modernos. Nem por
isso, como veremos ao longo desse livro,
deixaram de ser legítimos. A busca pela
diminuição do stress pode sim ser uma
busca verdadeira dentro da prática do
Yoga.
O stress pode ser emocional, fisiológico ou
puramente físico. O corpo humano quando
exposto muito tempo ao frio, se não lutar
para produzir calor, não resistiria por
muito tempo. Então, os sistemas de
proteção começam a enviar comandos para
que os músculos tremam, libera hormônios
para aumento de temperatura corporal e
pôe o cérebro para analisar a maior
quantidade possível de possibilidades de
sair dessa situação.
Este é um exemplo de um nível alto de
stress corporal. Entretanto, o corpo passa
o tempo todo "levemente" estressado.
Luta para chegar a um equelíbrio perfeito
que jamais atinge chamado de homeostase.
Nesse estado não há desperdícios de
energia pois todas as funções estão
perfeitamente reguladas.
Para ficar mais claro, imagine que seu
corpo tem que manter constantemente a
temperatura de 37,56 graus. O corpo
identifica que está abaixo dessa
temperatura e começa a produzir
combustão interna para aquecer-se. Só que
passa da temperatura ideal e chega a 37,60.
Coloca-se novamente em operação usando
todos os recursos para baixar os 0.4 graus
iii
que passaram do ideal e assim continua até
o fim da nossa vida. No estado natural, o
corpo está constantemente lutando pelo
equilíbrio perfeito das suas funções, mas a
verdade é nunca chega na homeostase.
Entretanto, se a temperatura chegar a 39
graus, há um problema mais sério que
merece atenção. Nesse caso o equilíbrio
está tão distante que o corpo precisa
disparar um alarme que pode ser um
desconforto, uma febre ou alguma doença.
Segundo Patanjali, Yoga é a suspensão das
agitações psíquicas. Somente quando as
modificações da Prakriti cessam que o
YogIN conhece sua essência. É na
estabilidade que o Purusha se revela. Um
estado de auto observação plena, sem
interferência de emoções ou pensamentos.
Um estado oposto ao stress no qual
prevalece a contemplação, descanso e
tranquilidade. Vejamos a seguir como o
Yoga propõe a chegada a esse estado de
"não stress".
1
Se objetivo é diminuir o stress gerando um estado oposto a
ele, entender o que é o stress parece ser um bom começo.
Pergunte aos seus amigos, o que é o stress? Alguns dirão,
nervosismo, tensão muscular, outros frio na barriga,
palpitação. Nenhum deles está errado, mas isso são os
O que é o efeitos físicos do stress, o stress mesmo começa bem antes.

Stress? Quando o cérebro de qualquer animal entende que está

numa situação de perigo (seja perigo de vida ou
simplesmente uma ameaça ao seu conforto) avisa ao corpo
para que se proteja da ameaça. Não são apenas os humanos
que se estressam, todo animal possui algum tipo de defesa
para casos de risco e as modificações que precisa fazer
podem ser chamadas de stress.

A sensação de medo aciona o sistema simpático (que de

simpático não juntem nada, pois é o sistema responsável
pela luta ou fuga, o sistema simpático é responsável pelos
instintos mais primitivos de sobrevivência). Quando isso
acontece, todas as sensações descritas pelos seus amigos
começam a aparecer: batimento cardíaco aumenta, vasos
4
sanguíneos se contraem (para que menos
sangue seja perdido em caso de corte),
sentidos ficam à flor da pele, pupilas
dilatam-se para ver mais detalhes, o sangue
sai de órgãos centrais como estômago e
intestinos e se desloca para o cérebro e
músculos. O animal estressado está pronto
para lutar bravamente pela vida.  
Como todo ônus tem seu bônus, há um
desgaste enorme para gerar esse estado de
stress e o corpo precisa de um tempo para
se recuperar disso, se não conseguir
recuperar, terá danos na saúde.
O que desencadeia o stress é uma
percepção subjetiva de um risco aparente.
Nos estressamos quando pensamos que
algo vai afetar nossa qualidade de vida, é o
medo de alguma perda que desencadeia o
stress. A percepção da ameaça é
totalmente subjetiva e individual. Em
outras palavras, o stress começa por causa
de alguma insegurança, um medo que
quanto maior, maior o estado do stress.
O stress em si não é ruim, ele já salvou
nossas vidas inúmeras vezes. O ponto é
que há um preço a ser pago pelo corpo por
todas essas alterações hormonais. Como o
corpo gasta muita energia para entrar no
estado de luta ou fuga, se o estado for
repetido constantemente, o sistema
imunológico cai, a recuperação do corpo é
prejudicada e mesmo dormindo, alguém
5
com altas taxas do hormônio cortisol,
permanece cansado. No médio prazo, pode
aparecer efeitos como tristeza e depressão.
O cortisol está associado a um efeito
bastante útil se utilizado em breves
períodos, inflamações em doenças auto
imunes. Entretanto, a presença constante
de taxas elevadas de cortisol tem um efeito
direto na redução do sistema imunológico.
O corpo perde a força e para lutar contra
bactérias, viroses, células canceriginas,
fungos ou qualquer outro micro organismo
prejudicial.  
A Organização Mundial de Saúde vem
chamando a atenção para a gravidade de
doenças do coração. Doenças como
hipertensão estão diretamente
relacionadas ao stress e 90% das pessoas
com diabetes ou doenças cardíacas
desenvolve os sintomas por causa do estilo
de vida. É uma unanimidade entre
especialistas, que o maior risco de doenças
cardíacas se dá em pessoas com pressão
alta, altos níveis de colesterol e açúcar no
sangue. Fatores relacionados às respostas
do stress e má alimentação.
Hoje em dia é comum as pessoas
procurarem o Yoga buscando por efeitos
no campo emocional. Uma pesquisa
interna do nosso site, mostrou que a maior
parte das pessoas que procuram Yoga é por
algum assunto relacionados à redução de No próximo capítulo, veremos como cada
ansiedade. uma das principais técnicas do Yoga
contribui na redução dos níveis de stress
Hoje a ciência tem abalizado muitas
ao mesmo tempo que desperta
hipóteses que os YogINs já acreditavam
autoconhecimento.  
serem verdadeiras como os efeitos do Yoga
sobre o corpo. Estudos como este,  
repetidamente, demonstram que a
meditação pode ajudar seus praticantes a
diminuir níveis de ansiedade/stress "with a
significant reduction of several
psychological indices related to worry,
state anxiety, depression and alexithymia."

Para entender como essa redução

acontece, precisamos falar um pouco do
sistema nervoso parasimpático, oposto ao
que aciona o stress(simpático). O
parasimpático atua na recuperação do
corpo e está associado ao descanso e
digestão.    

Quando acionado, o coração reduz a

pulsação, a pressão arterial baixa e a
respiração fica mais tranquila. O fluxo
sanguineo se reestabelece por todo o corpo
promovendo boa digestão, fortalecimento
do sistema imunológico e sensação de bem
estar.

O Yoga é uma ferramenta extremamente

eficaz para estimular o sistema nervoso
parasimpático produzindo o descanso
necessário para o corpo se preparar para a
próxima batalha.

6
 2
As técnicas que reduzem stress

Patanjali propõe um caminho de estabilidade, de

cessação do blá blá blá mental. A tão buscada
homeostase, no plano das emoções e pensamentos. Parar
tudo para se observar mais.
As
técnicas Stress = agitação

Oposto do que propõe Patanjali

Respiração, alongamento, relaxamento e meditação tem

por objetivo diminuir agitações e reconectar o YogIN ao
seu centro, sua estabilidade. Pesquisas demonstram que
as principais técnicas do Yoga influenciam o sistema
nervoso parassimpático. Cada técnica tem sua forma de
atuar na redução da agitação e por isso, aumento da auto
observação.

7
 os órgãos torácicos e abdominais. Entre
Pranayama outros comandos, ele troca informações
entre a respiração e o cérebro. A medida
O tema pranayama foi mais explorado nos
que este nervo detecta respirações mais
meus outros dois livros (Treinamento
profundas, estimula o sistema
YogIN de Respiração e Pranayama -
parassimpático a produzir relaxamento e
Respiração YogIN), aqui o objetivo é tratar
bem estar. Os YogINs sempre foram
especificamente da atuação da respiração
atentos a linguagem corporal. Entendiam a
na redução do stress. Não há como falar
relação entre respiração e estados de
em redução de stress pelas técnicas
consciência e perceberam que o ritmo
YogINs sem falar de pranayama.
respiratório pode mudar o estado
Os Nathas, criadores do Hatha Yoga, é que emocional ou de consciência.
trouxeram para o Yoga o conceito da
Katil Udupa, médico da universidade
energia biológica, que diziam se
indiana de Benares, cidade sagrada do
assemelhar ao ar, mas que não era o ar e
Ganges, produziu um vasto estudo
sim uma energia sutil que chamaram de
comprovando a atuação das técnicas de
prána. Manipulavam o prána,
Yoga no sistema hormonal. Os
direcionando-o para partes do corpo com
experimentos mostraram que o yoga
diferentes objetivos.  
poderia reduzir o cortisol, um dos
Respiratórios em que diminui-se o ritmo medidores do stress.
da respiração desencadeiam uma sensação
Katil publicou sua pesquisa no livro Stress
de tranquilidade. A respiração lenta envia
and Its Management by Yoga. O mais
mensagens ao cérebro de que não perigo à
interessante da sua pesquisa é que ele não
vista, logo, pode-se baixar a guarda e
apontou apenas os ganhos de redução de
relaxar. Esse tipo de pranayama que atua
cortisol, mas os inesperados aumentos de
no sistema nervoso parassimpático é
testosterona, hormônio responsável pela
bastante utilizado no combate ao stress.
atividade sexual tanto masculina quanto
Certamente, aqueles YogINs feminina. A testosterona é uma importante
desconheciam a existência de um nervo aliada no aumento de força vital, prana.
chamado nervo vago. Dizem que recebe
Sempre bom lembrar que o stress consome
esse nome por ser vagabundo e sempre
muita energia e que se a pessoa não tem
trabalhar a favor do relaxamento. Pois o
energia para recuperar-se, ficará propensa a
vagabundo viaja do cérebro a quase todos
8
doenças, pois o corpo enfraquece ao final
de um período de stress.   

O bhástika, respiração de sopro rápido,

 estimula plexo solar e consequentemente
toda a produção hormonal desta região.
Foi uma das técnicas escolhidas por Katil
na sua pesquisa. O respiratório é descrito
por Iyengar em Light on Pranayama, como
uma respiração que cria um estado de
euforia.

A respiração dos YogINs (profunda e

consciente) oposta a de uma pessoa
estressada, faz o nervo identificar uma
situação favorável para diminuir
batimentos cardíacos e relaxar o corpo. A
prática de pranayamas estimula o sistema
de descanso/digestão ou parassimpático,
por isso são técnicas importantíssima para
quem quer aprender a gerenciar melhor
suas emoções.

9

Relaxamento físico
A descontração é bastante conhecida no
Yoga com a postura do shavasana, que
quando bem vivenciada possibilita uma
experiência de entrega e descontração.
O relaxamento pode também ser induzido,
com visualizações que auxiliam a
descontração.
Nos dois casos, o objetivo de soltar o
corpo é livrá-lo das tensões musculares. Os
YogINs acreditam que as tensões
emocionais do dia a dia, geradas por
situações como uma discussão ou
preocupação excessiva, se transfiram para
o corpo, gerando nos músculos, tensões
que impedem a livre circulação do sangue e
da bio energia (prana).
A prática de yoga é conhecida por atuar na
redução da ansiedade e sensação de
relaxamento. Um estudo da Universidade
de Medicina de Boston, demonstrou que
após a prática de yoga, há um aumento nos
níveis de GABA (ácido gama
aminobutírico ou gamma-aminobutyric
acid, em inglês), capaz de melhorar o
humor e diminuir a ansiedade.
endorfinas, responsáveis pela sensação de
bem-estar.
Desfazer as tensões do corpo é permitir
que as informações contidas nos músculos
venham à tona. Um músculo mais rígido
sente menos dor, o músculo relaxado dói
mais. A descontração é importante para
uma sensibilidade mais aguçada.  Quando
um YogIN sente a musculatura travada,
procura prestar mais atenção para saber o
que gerou a tensão. Nem sempre é apenas
uma questão física, como um exercício
errado. Muitas vezes o que vem gerando
essas tensões são situações de tensão
emocional.
O corpo serve como um diagnóstico ao
YogIN dos pontos que ele deverá atuar,
tanto física quanto emocionalmente.
Os exercícios de relaxamento possibilitam
descontração muscular, liberando tensões e
melhorando a circulação sanguinea e
devem ser treinados por quem se sente
tenso ou tem dificuldade para dormir.

Além disso, yoga também é considerada

uma forma de exercício e prática ajuda na
liberação dos neurotransmissores como
10

Posturas de
alongamento - asanas
Os asanas como conhecemos hoje em dia
não faziam parte dos primórdios do Yoga.
O corpo como ferramenta, começa a ser
explorado no Yoga, a partir dos Nathas.
Os Nathas eram rebeldes que
questionavam a infalibilidade dos Vedas.
Eles não aceitavam que escrituras
pudessem valer mais que o que eles
sentiam. "O que eu sinto é a verdade e não
o que está nos Shastras."
Isso foi um enfrentamento ao
establishment da época que sempre punha
a leitura dos textos como a melhor forma
de libertação. Os Nathas criaram o Hatha
Yoga como uma forma de enfrentar a casta
mais alta, os brâmanes que detinham
sempre a última palavra da verdade. Eles
exploraram o corpo para se conhecer e
deram a todos uma possibilidade de auto
estudo. Ninguém mais precisaria ouvir um
Brahmane, bastava fechar os olhos e ouvir
a si mesmo.
Se tudo o que vivemos de alguma forma é
marcado no nosso corpo, existe estudo
melhor para o autoconhecimento do que o
que pode ser feito no próprio corpo?
11
Se você passar muito frio, seu corpo vai
tremer sem parar. Ele fará uma força
descomunal para manter a temperatura
interna. Isto é um tipo de stress corporal.
E assim como um stress emocional,
 depois da força para manter o corpo
vivo, a pessoa tem grande chance de pegar
uma doença.
Usar o corpo para investigar o stress é uma
ferramenta inteligente que vem sendo
usada no Yoga há pelo menos 1500 anos e
que vem sendo usado em linhas modernas
de psicologia. Uma das grandes vantagens
desse tipo de investigação é que não há
como mentir para o corpo. Você pode
dizer ao seu amigo que está correndo todo
dia, você pode fazer isso no divã também,
mas se um dia você tiver que correr de
verdade, o corpo deixará bem claro qual é a
verdade dos seus hábitos.
Como exemplo das modificações que os
asanas podem produzir no corpo/mente
podemos citar o trabalho do pesquisador
YogIN, Mel Robin que escreveu
PhysiPhysiological Handbook for Teachers
of Yogasana onde apresenta entre outras
pesquisas, uma a Postura da Vela
explicando que ao pressionar o queixo
contra o peito, você aciona sensores nas
carótidas que entendem que a pressão
corporal aumentou. Com isso o corpo
começa a reagir liberando acetilcolina,
neurotransmissor que baixa a pressão
arterial e os batimentos cardíacos.
Os sensores embutidos nas paredes
arteriais monitoram a contração ou
expansão que indica as mudanças na
pressão arterial. Com a liberação deste e
de outros hormônios tranqulizantes, o
corpo começa a baixar os níveis de cortisol
que é o hormônio que sobe quando é
gerado o stress. Quando o estado de stress
acontece, o corpo trabalha
desesperadamente para voltar ao normal, e
o sarvangasana assim como a técnica de
relaxamento podem contribuir para
acelerar a recuperação do desgaste
corporal que o stress produz.
Além destas técnicas há muitas outras que
podem ajudar você a ganhar mais energia,
recuperar-se mais rápido e administrar
melhor seus níveis de stress. O Yoga é uma
forma muito eficiente para reduzir o
cortisol, hormônio responsável pelo stress
e quando isso acontece o corpo consegue
se recuperar mais rápido e estar pronto
para o próximo desafio.
Uma pesquisa conduzida por um
fisiologista praticante de Yoga demonstrou
que somente a execução do bhujangasana
por dois ou três minutos todos os dias
durante poucos meses exibiu aumento que
variavam de 2% a 33% nas taxas de
testosterona.
12
“Rinad Minvaleev é pesquisador na
Universidade de São Petersburgo e na
Medical Academy of Postgraduate Studies.
A equipe se limitou a estudar as
repercussões fisiológicas daquela única
postura. A Cobra, ou Bhujangásana, do
sânscrito para “serpente”, é uma das
posturas mais antigas do Hatha. O
Bhujangásana é elogiada como um fator de
ignição. Feita corretamente, a postura
exerce muita pressão nos genitais. Como
diz Iyengar delicadamente em A luz da
ioga, o pupilo deve levantar o tronco “até
que o púbis esteja em contato com o chão
e fique nessa posição”. Mas o prêmio de
maior aumento foi para a única mulher do
estudo. Os níveis de testosterona dela
subiram acima daqueles dos homens e
continuaram crescendo até chegarem a
55%. Corredores, por exemplo, exibem
níveis de testosterona mais baixos que não
corredores. As quedas podem ser o
resultado do contínuo estresse do impacto
no chão.” A Moderna Ciência do Yoga de
Willian Broad
Essa energia extra que o stress gera, deve
ser usada a seu favor. Como foi
demonstrado, o stress já nos salvou de
muitas situações e quando bem utilizado
pode melhorar produtividade e fazer você
vencer mais desafios. Por tanto, algo
importante a fazer é não entrar em
desespero quando os sintomas do stress
aparecerem, é o seu corpo tentando
trabalhar a seu favor, aproveite isso.
Alian Crum, psicóloga da Universidade de
Stanford liderou uma pesquisa em que
expunha pessoas a entrevistas de emprego
em que todos eram severamente
criticados. Dividiu os participantes em
dois grupos. No primeiro ela explicava os
efeitos benéficos do stress, como ganho de
produtividade e concentração. O segundo
grupo foi para a entrevista sem saber de
nada.
Todos tiveram os níveis de stress bastante
altos, mas o primeiro grupo se saiu melhor,
pois a medida que observavam os efeitos
sabiam que era o corpo querendo ajudá-los
a vencer o desafio. O modo como você
encara as coisas determina a reação do seu
corpo: se vai disparar ou não uma carga de
medo ou ansiedade.
Praticar asana, a parte corporal do Yoga é
bastante eficiente para quem se incomoda
em ser tão agitado. Alongue-se e aumente
a curiosidade sobre você mesmo.
    
13
Meditação
Se quiser entender melhor a meditação e
montar um programa para treinamento em
casa, sugiro que baixe meu ebook
Programa YogIN de Meditação.
A meditação foi a primeira técnica
explorada pelos YogINs há milênios.
Desde que os primeiros textos (shastras)
foram escritos, meditar sempre foi
sinônimo de reduzir a agitação mental,
observar mais o universo interno para
descobrir sua verdadeira identidade e
trazê-la ao mundo.   
Essa questão de trazer o EU ao mundo
pode parecer subjetiva, mas podemos
observa-la no dia a dia. Essa identificação
não é permanente porque o contato com o
mundo produz desconexão. A solução para
o YogIN moderno não é o isolamento da
sociedade, mas invocar o purusha através
da meditação e procurar manter essa
conexão mesmo nas relações do dia a dia.
Você percebe quando uma pessoa próxima
está desconectada. Situações emocionais
difíceis costumam nos tirar do eixo e em
muitos casos a pessoa pode demorar a se
recompor. Esse desconexão parece tirar a
vontade da vida, as coisas parecem dar
sempre errado e muitas vezes as pessoas
não tem força para se mudar.
Na visão do Yoga, quando uma pessoa stress tem relação com os hábitos dos
passa por isso é porque está se pacientes.
identificando demais com as sensações e
A milenar técnica YogIN ajuda seus
pensamentos e passa a acreditar que é
praticantes a entender seus hábitos
aquilo e isso gera confusão, frustração
mentais dando-lhes uma oportunidade de
insegurança e todos os outros efeitos
observar seu comportamento de um ponto
emocionais relacionados ao stress.
de vista privilegiado. O observador se
A meditação é uma técnica que treina a distancia para entender condicionamentos
reaproximação com a essência (purusha). e reais vontades.
O meditante trabalha para "ser" menos o
Quanto mais se pratica meditação, melhor
que pensa ou sente para viver aquilo que
você consegue discernir sobre seus hábitos.
ele deve ser.
E como vimos 90% das doenças ligadas ao
No dia a dia, a desconexão com a essência stress tem relação com os hábitos dos
acontece quando nos emocionamos pacientes.
demais, brigamos com alguém e depois
Meditar faz os níveis de cortisol baixar
percebemos que estávamos desconectados.
conforme as pesquisas de Rinad Minvallev,
É comum falarmos coisas como "Desculpe,
um fisiologista da Universidade de São
não estava sendo eu mesmo" ou  "Foi sem
Petersburgo que chegaram a detectar até
querer". Momentos como esses são
33% de redução com a prática do Yoga.
oportunidades para identificar o que pode
tirá-lo do eixo.     Além disso, esse discernimento será útil na
sua avaliação do que é realmente uma
A milenar técnica YogIN ajuda seus
situação que merece stress ou quando não
praticantes a entender seus hábitos
passa de um medo exagerado.  
mentais dando-lhes uma oportunidade de
observar seu comportamento de um ponto
de vista privilegiado. O observador se
distancia para entender condicionamentos
e reais vontades.

Quanto mais se pratica meditação, melhor

você consegue discernir sobre seus hábitos.
E como vimos 90% das doenças ligadas ao

14
3
O Yoga e o Stress

O Yoga-Sutra, primeiro livro de Yoga da história, fala que se

o YogIN não encontra sua identidade, acaba vivendo
misérias existenciais. Não há muita opção ali no texto, ou

O Yoga e o você encontra esse EU, ou viverá essas misérias. A falta

dessa identificação seria fruto de um personagem montado
Stress pela situação social. É o caso do músico que nasce numa
família de médicos, todos são médicos e todos afirmam ao
menino que ele será médico. Como será a vida dele como
médico se o que ele ama é a música?

Dificilmente essa pessoa conseguirá viver de forma plena.

Expressar o que é só dela no mundo. Há falta de uma
coerência existencial e isso é trabalhado em toda literatura
do hinduísmo. O conceito de dharma, nada mais é que a
busca da sua missão no mundo. Somente quando vocações e
ações alinham-se o YogIN vive a liberdade (moksha).

Por outro lado, a incoerência existencial deixa a pessoa

insegura, frustrada, angustiada ou estressada.   

15
Segundo Patanjali, a não identificação com simples quanto parece. A sociedade admira
a essência acontece por um desses os originais ao mesmo tempo que critica
obstáculos (klêshas):   mudanças de comportamento.

& •& Ignorância (Quem sou eu?);
 O que o Yoga se propõe a fazer é revelar
esse EU (purusha). Mostrar ao YogIN
aquilo que ele já é, e sempre foi, mas nem
& •& Apego (Minha felicidade depende
sempre conseguiu perceber e muito menos
diretamente de fatores externos);

trazer para o mundo.

Viver desconectado daquilo que você

& •& Aversão (evitar as experiências);

& •& Egotismo (o personagem é tão forte
que obstrui o EU) ;
 seu. A sensação de estar o tempo todo
& •& Medo da morte (todo medo conduz
ao medo da morte).  
 Diminuir o stress requer prática dos
Os klêshas geram agitação. Uma pessoa
nervosa não esta consciente de si mesma?
Ela está identificada e acredita que é uma
sensação. Uma pessoa muito nervosa não
pode-se dizer que ela esteja sã.
A palavra sânscrita satya, verdade, vem de
sat, ser, existir - ser como se deve ser. A
melhor tradução para satya seria a verdade
no sentido de espontaneidade. A verdade
de satya não é a de contar uma verdade,
mas de ser verdadeiro. Uma tarefa não tão
realmente é, gera insegurança, você pisa
num terreno desconhecido, um terreno
criado para o personagem, mas que não é
pisando em terreno desconhecido gera
stress psíquico.
exercícios de Yoga, mas também uma
vontade do praticante de vencer esses
medos. Encará-los para conseguir
distinguir dentro das sensações o que é
realmente seu, o que verdadeiramente
ameaça-o daquilo que é pura construção
imaginária.
Praticar Yoga é trazer o EU para o eixo e
depois para o dia a dia.
Essa coerência de ação e propósito de vida
é essencial para que a pessoa se sinta
segura, diminua o stress e faça seu papel no
mundo.

16

Conclusão
O Yoga teve muita sorte de nunca ter sido
institucionalizado, permitindo que uma ala
tida como “dona da verdade” determinasse
o que era certo ou errado dentro da
prática. Isso permitiu uma adaptação do
Yoga às necessidades mais prementes de
cada época.  Claro que isso abre espaço
para o charlatanismo, para invencionices
onde qualquer coisa é Yoga.
Entretanto, os textos clássicos como
Yoga-Sutra ou Hatha Yoga Pradipika
continuam sendo estudados e seguidos
pelos YogINs mais comprometidos com as
tradições do Yoga. Só que isso também não
deve impedir criações de métodos novos
como Acro Yoga e outros.
Você pode pensar “mas Acro Yoga não é
Yoga” com certeza esse mesmo tipo de
pensamento era dito pelos brahmanes (os
sacerdotes que detinham o conhecimento
do Yoga na antiguidade) assim que o Hatha
Yoga surgiu cheio de posturas novas e com
uma pegada voltada para saúde.
O mesmo aconteceu com os objetivos do
Yoga. No Yoga de Patanjali buscava-se
Kaivalya, libertação através da parada dos
pensamentos, os Nathas consideravam
17
indispensável para os objetivos do Yoga,
trabalhar com a bio energia, prana e
desenvolvimento dos centros de força,
chakras.
No nosso tempo, a ciência tem abalizado
boa parte dos efeitos alardeados pelos
YogINs e o kaivalya dos YogINs modernos
certamente é diferente dos YogINs da
época de Patanjali. Isto não invalida sua
busca, pois o YogIN moderno repete o
comportamento dos seus ancestrais e usa o
Yoga para melhorar sua vida, criando uma
narrativa nova de como o Yoga pode
ajuda-lo a viver com mais qualidade.
Reduzir o stress tem sido uma busca
permanente de quem vive um mundo que
se transforma o tempo todo. Mudanças
representam ameaças e ameaças nos
amedrontam, nos estressam.
A saída da zona de conforto pode ser
positiva para o aprimoramento,
melhoramos mais quando somos forçados
a isso. Só que as coisas não acontecem de
uma forma tão linear é pode acontecer da
ameaça se tornar maior que a capacidade
de reação. Quando o medo é muito grande
ele toma conta da consciência, a pessoa
passa acreditar que é a sensação e disso
decorrem todos os tipos de frustração.
Nesse ponto acredito que o Yoga seja
bastante útil.
O Yoga possui em suas práticas técnicas
que fazem o praticante a manter-se
conectado com sua essência, como uma
espécie de ritual para que as situações do
dia a dia não deixem-no se afastar do que
realmente é.

  

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 Adicionei este texto para também refletirmos sobre os
efeitos positivos do stress, como saidas de zonas de
conforto para algum tipo de crescimento.

COMO O
YOGA Para falar de aprendizado temos que entender o princípio
básico de funcionamento do cérebro, que explorei melhor
PODE nesse outro artigo, o cérebro humano foi projetado para a
AJUDAR sobrevivência. Sendo assim o que rege suas decisões é o
princípio de conservação de energia. O cérebro trabalha
VOCÊ A incansavelmente para fazer as coisas com o mínimo de
APRENDER esforço possível.

? Toda mudança significa readaptação, logo desgaste. Como o

cérebro não quer desperdiçar energia, luta contra as
mudança, produzindo estímulos que prejudicam a mudança
na forma como fazemos as coisas.

Esse princípio de preservar a energia e evitar novos

aprendizados não é ruim, ele foi necessário para nossa
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perpetuação como espécie, especialmente
quando passávamos constantemente por
situações de perigo. Não podíamos
aprender uma nova técnica a cada vez que
nos deparássemos com um animal
predador. Não dava nem para pensar,
usávamos sempre o que funcionou.
Inventar moda podia custar a vida.
Continuamos precisando de padrões, sem
eles a vida congela. Se você tentar uma
nova forma de amarrar o cadarço cada vez
que tiver que por um tênis, sua vida se
tornará um estorvo. Só que de vez em
quando, pode tentar amarrar diferente,
não vai fazer mal.
O condicionamento de manter padrões
aprendidos e confirmados como eficientes
é atávico. Para o cérebro, há pelo menos
100.000 anos continua funcionando a
mesma fórmula:
[ mudança = gasto de energia]
[Plano de ação = produzir hormônios que
estimulem análises mostrando que a
mudança não vale mesmo a pena. Medo
pode ajudar aqui também. Que fique claro
– em time que está ganhando não se
mexe.]
{Conclusão: Estamos vivos, pra mudar??}
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Até 10 anos de idade (pode passar um
pouco), o cérebro humano mantém-se
extremamente propenso ao aprendizado.
O mundo é uma novidade e precisamos
aprender a habitá-lo.
Todos os estímulos que uma criança nessa
fase inicial recebe, serão determinantes
para seus hábitos como adulto. O que é
apresentado à criança começa a definir os
caminhos no cérebro que serão revisitados
ao longo da sua vida adulta. Criamos
trilhas para facilitar nosso vida, temos
trilhas para estímulos corporais, forma de
se relacionar com as pessoas, para gostos
de música ou comida. O exemplo clássico
de Mozart é somente entre os milhares de
gênios que tiveram uma infância repleta de
estímulos nas áreas que depois
despontaram.
Com esses estímulos da infância o cérebro
já começa a entender que não precisa mais
muita coisa para se manter vivo. Aquilo
que aprendeu já serve para sobreviver.
Logo, qualquer coisa a mais representa
gasto energético e ele tentará impedir. É
como se ele tivesse já traçado suas trilhas e
já sabe como chegar nos lugares que
precisa.
Toda vez que começamos a aprender algo
novo, a primeira reação do cérebro é
tentar convencê-lo de que aquilo não vai
servir para nada. Desnecessário. Não há
porque aprender algo novo se você já sabe conforto. Para aprender a sair das trilhas
de virar na vida. Borá fazer o que funciona. de 10 anos você ter que forçar  sua
readaptação. Isto será importante não
Devido aos estímulos iniciais tendemos a
apenas para favorecer sua capacidade de
seguir essas mesmas trilhas, elas são
aprendizado como fará você segurar
seguras, funcionam e não geram
melhor a barra em situações difíceis que
desconforto. Novos horizontes de
todos passamos. Quem não passou
aprendizados demandam gasto energético
dificuldade até os 10 anos, deve começar a
e o cérebro não gosta disso. Se você gosta
pensar em formas de incomodar um pouco
de filme de ação, quando começa a ver um
o seu cérebro. Fará bem para sua vida.
filme de diálogos, acha a situação
Quem passou, não se iluda, se perder o
absolutamente inútil e desnecessária. Que
treino, não continuará sabendo se
Coisa Chata!!! Em 30 minutos você já
readaptar. mexa ele também para
dormiu ou saiu da sala.
manter-se em forma.
Vou chamar esses atalhos da infância de
O cérebro precisa sair da sua zona de
trilhas de 10 anos. Elas não são criadas
conforto para se manter capaz de se
apenas nas nossas habilidades mentais, mas
readaptar, se ele não for estimulado a se
também nas questões emocionais e
readaptar ficará acomodado e isso sim é
corporais.
perigoso, pois além de dificultar novos
O tipo de estímulo corporal que você teve aprendizados, qualquer situação de stress
nas trilhas de 10 anos é o que o cérebro real como relacionamentos ou saúde
entendeu que é o melhor a se fazer, mesmo podem levar um cérebro acomodado à
que o esporte gere um monte de lesões, tragédia.
você continuará achando que é a melhor
Crianças que passam por dificuldades na
atividade do mundo. Atividades corporais
infância e conseguem se adaptar tem mais
que geram tipos de habilidades que você
tendência à felicidade. O cérebro reclama
não está habituado a fazer são excelentes
menos, aprendeu a se virar. Passou por
para tirar o cérebro de sua zona de
poucas e boas e o que acontecer a parti de
conforto e começar a jogá-lo em situações
agora é lucro. Lugares pobres como Índia,
que precisa se readaptar.
Indonésia, Peru parecem concentram mais
O ásana, é um excelente exercício para pessoas felizes que os desenvolvidos países
forçar o cérebro a sair de sua zona de europeus. Nada contra a civilidade, mas

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não há como negar que facilidades
prejudicam o psiquismo das pessoas. Não
precisamos ir longe, basta olhar para as
partes mais pobres do Brasil e constatar
essa relação de:
Necessidade de se adaptar   X
  Reclamar menos e aproveitar mais a
vida.
E o que dizer de jovens mimados que
passam o tempo todo reclamando de
coisas inexpressivas?
Podemos gerar essas necessidades de
readaptação forçando o cérebro a se
ajustar à situações desconhecidas. Você
pode fazer isso se forçando para aprender
uma língua por exemplo
(onde usarei italiano?) X (se você pensar
esse aprendizado novo apenas como um
treino de capacidade de readaptação do
cérebro que interferirá diretamente na sua
felicidade, será que não vale a pena
aprender italiano? De quebra pode assistir
La Traviata sem precisar olhar para o
letreiro.)
Assistir filmes que você sabe que não
gosta, experimente iranianos, japoneses,
indianos.
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Na parte emocional é complicado gerar
esse tipo de desconforto. Não posso ligar
para você e dizer que seu chefe vai
demiti-lo amanhã. Não será legal e talvez
você bloqueie nas redes sociais. Agora
garanto que se você vem se forçando a se
readaptar a situações desconhecidas, você
passará melhor por uma situação real de
demissão ou qualquer outro stress
emocional. Experiências de desconforto
corporal podem ensinar ao cérebro o
funcionamento da readaptação.
Que tal conhecer um tipo de arte que você
nunca ouviu falar ou ler revistas que nunca
lê?
Tal como um músculo, a medida que você
vai treinando seu cérebro a aprender sobre
assuntos diversos, ele começa a reclamar
menos de cada novo aprendizado, tal como
um músculo está mais maleável e já sabe
que não vai morrer por gastar um pouco
mais de energia.
Mircea Eliade, falava no Yoga como uma
técnica de transcender a condição humana.
O que seria mais insuportável para o órgão
dos comandos que parar de dar ordens?
Talvez a meditação seja a tarefa que ele vai
lutar mais para não fazer, mas imagina a
capacidade de flexibilidade e
consequentemente de aprendizado que ela
pode te dar?
aaaaaaaa não vai dar…… vou
morrerrrrrrrr…. não tudo menos parar os
pensamentos, aprendo italiano,isso não…..

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