Você está na página 1de 3

IFG-Unidade de Formosa

Disciplina:
Professor:
Acadêmico(a):
Semestre:

CAPÍTULO 2:
“METODOLOGIA DE ENSINO DE CIÊNCIAS SOCIAIS:
RELENDO AS OCEM-SOCIOLOGIA”

Por Amaury Cesar Moraes


& Elisabeth da Fonseca Guimarães

De forma introdutória, o capítulo aborda alguns pilares da estruturação


temática do ensino de Sociologia. Estes pilares, consolidados através das
Orientações Curriculares para o Ensino Médio, compreende-se em: princípios
epistemológicos; estranhamento e desnaturalização; princípios metodológicos e
transversal.

É sabido que a Sociologia introduzida no contexto do Ensino Médio no


país, se deu em virturde da Lei 7.044/82 que modificou alguns preceitos
estabelecidos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1961. Naquela época,
o ensino de sociologia vigorava em temáticas, e detinha de uma gama diversificada
de eixos temáticos.

Para tanto, a noção pautada pelos autores no contexto das OCEM,


destaca a noção de conceitos, temas, teorias e pesquisas. Esta primeira ideia,
remete-se ao campo da metodologia, que é analisar do ponto de vista
pragmático,todas as etapas pertinentes a real efetivação da disciplina.

Num segundo ponto, adentra a noção de "tranversalidade", que


constituem os preceitos de epistemologia e contextualizações possíveis perante os
temas da Sociologia com outras matérias. No que se refere ao "estranhamento", a
autora salienta que este princípio é primordial, pois possibilita aos alunos, terem
uma visão ampla dos fenômenos sociais, podendo ou não posicionar-se através do
senso crítico.
Problematizar um fenômeno social é fazer perguntas com o objetivo de
conhecê-lo: “– Por que isso ocorre?” “– Sempre foi assim?” “– É algo que
só existe agora?” Por exemplo: quando hoje estamos frente à questão da
violência, devemos perguntar: “– Houve violência em todas as
sociedades? Como era a violência na Antiguidade? Em outros países, há
a violência que vemos no nosso cotidiano? Há um só tipo de violência?
Quais as razões para tais e quais tipos de violência?” Estranhar situações
conhecidas, inclusive aquelas que fazem parte da experiência de vida do
observador, é uma condição necessária às Ciências Sociais para
ultrapassar – ir além – interpretações marcadas pelo senso comum, e
cumprir os objetivos de análise sistemática da realidade (MORAES &
GUIMARAES, 2010, p.46).

Neste contexto exemplificado pelos autores, o intuito maior do processo


de "estranhamento e desnaturalização", consiste no ato de problematizar as
questões postas, ou os fatos evidenciados, na tentativa de chegar a um certo
consenso, destacam Moraes & Guimarães (2010):

É essa propriedade das Ciências Sociais – olhar para além da realidade


imediata –, que possibilita a dessacralização e desnaturalização dos
fenômenos sociais, ao submetê-los a critérios científicos de análise: pois
os fenômenos sociais não participam do sagrado – não são obras divinas
–, nem da natureza – não são regidos por leis naturais –: são humanos
(Idem, p.48)

É justamente sobre esse fator, que os saberes sociológicos são


constituídos, a partir do processo de sistematização téorica e prática (metodologia);
das ações do homem no tempo e sociedade; e da análise futura destes eventos
passados, perante o olhar observador do "outro" (estranhamento).

No decorrer do capítulo, os autores salientam a necessidade de se


compreender as ciências Socias, através de seus múltiplos, especificados para
para contexto histórico. A esse detalhe, é pertinente dizer que, a historicidade dos
fatos, termo bastante comum no campo da História, serve de suporte para a
Sociologia, especialmente no que tange "as construções teóricas que o fenômeno
requer" (p.50).

No que se refere aos temas, ou eixos temáticos da disciplina de


Sociologia, os autores enfatizam a noção de análises dos "movimentos sociais".
Esta abordagem, por parte dos estudos sociológicos, permite ao pesquisador
(observador) obter certa dimensão do contexto social, dos fatores que integram as
rupturas e continuidades do processo histórico.
Seguindo na abordagem dos fenômenos, e da mediação por parte dos
eixos temáticos de Sociologia, os autores destacam a introdução cada vez mais
massiva, de temas como a "gravidez na adolescência" e "violência de gênero"
(p.53)
Tratada como uma das característica elementares dos fenômenos
sociais, a violência passou a ser analisada e interpretada por diversos teóricos do
campo das ciências. De Karl Marx e Friedrich Nietzsche, perpassando por questões
referentes à barbárie humana, da necessidade de combatê-la, algo que na Idade
Média, fazia parte do cotidiano, a prática da violência física.
O conceito de violência, ou sua descrição parcial, é referenciado por
diversos teóricos. Dentre os célebres, temos Nobert Elias, que em seu livro
intitulado como o “Processo Civilizador”, exemplifica em certo momento que o
fenômeno da violência foi uma "ferramenta" essencial para o ordenamento e bom
convívio dos indivíduos mediante ao Estado.
É pertinente dizer ainda, que a violência pode ser qualificada com
abordagens antropológicas, no sentido estrito da racionalidade humana e da
descaracterização do sujeito (indivíduo) se transformando em “coisas”, ou
coisificação. Para tanto, entende-se que a natureza subjetiva da violência está
fortemente ligada aos fenômenos decorrentes da interação social, histórico-cultural,
e que perpassa por geração em geração, tendo por sujeitos históricos homens e
mulheres.
E a pergunta que fica, com base na explanação dos autores, é a
preocupação em termos científicos, de como o curriculo educacional e os
professores, possam introduzir estes debates no âmbito sociológico. Neste quesito,
a proposta ou solução adequada, é o que chamamos de mediação pedagógica,
tendo por "recurso universal", aulas expositivas e que suscitem a participação dos
alunos no debate.

Referência Bibliográfica:

MORAES, A.; GUIMARÃES, E.. Metodologias de Ensino de Ciências Sociais:


relendo as OCEM-Sociologia. In: Sociologia:ensino médio / Coordenação Amaury
César Moraes. - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica,
2010. 304 p.: il. (Coleção Explorando o Ensino; v. 15).

Você também pode gostar