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Salvador
2019
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“Foi por causa dela”, dirão, para explicar o delito, como se a droga tivesse
um corpo que seduz e uma alma para penar nas profundezas do inferno
depois do julgamento. A parte humana dos humanos tem sido
sistematicamente substituída pela parte não humana das drogas (NERY,
2011, s/).
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................... 05
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA .............................................. 06
1.1.2 HIPÓTESES ............................................................................ 06
1.1.3 TEMA ....................................................................................... 06
1.1.4 LINHA....................................................................................... 06
1.2 OBJETIVOS............................................................................ 06
1.2.1 Objetivo Geral ....................................................................... 06
1.2.2 Objetivos Específicos............................................................ 06
1.3 JUSTIFICATIVA....................................................................... 07
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................. 07
3. METODOLOGIA ..................................................................... 11
4. CRONOGRAMA ...................................................................... 12
5. REFERÊNCIAS......................................................................... 13
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1.INTRODUÇÃO
1.1.2 HIPÓTESES
1.1.3 TEMA
1.1.4 LINHA
1.2 OBJETIVOS:
1.2.1 Geral:
1.2.2 Específicos:
1.3 JUSTIFICATIVA
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
sujeito, não elegendo outro, porém tem em sua estrutura a funcionalidade de retorno
as características libidinais da infância na história instintual, a serviço do princípio de
prazer (FREUD, 1920).
Freud em o “Mal-estar da civilização” (1930), aponta para ação das
substâncias tóxicas no organismo e como esta de forma dinâmica proporciona uma
sensação de prazer agradável ao indivíduo que a utiliza, proporcionando liberdade
para os seus usuários. Esta utilização se encontra presente nas culturas e povos, na
tentativa de aplacar o sofrimento com a finalidade de adequar certo grau de
independência, tão desejável referente ao mundo externo, gerando grande e
importante economia libidinal.
Quanto a representação pulsional, como um ato narcísico originário o mito de
narciso surge como representação simbólica da pessoa toxicomaníaca. Contribui
para compreender o mecanismo de autoerotismo e a estrutura psíquica dos
indivíduos que de alguma forma utilizam substâncias psicoativas de maneira
exacerbada, com possibilidade que o levara a destruição. Narciso se torna
conhecedor de si através do contato com a morte; torna-se pessoa pelo abandono do
outro vinculando-se consigo de forma a repetir desejos primitivos na tentativa de
aplacar a dor existencial. Sendo assim, Narciso tornou-se sujeito da sua própria vida,
ganhando existência fora do olhar do outro, isto é, soube existir em si, no ato de
morrer: “esta era a maldição, este era o impasse: existir enquanto não soubesse e
saber enquanto não existisse” (NERY, 2012, p. 13).
Faz-se necessário pontuar que o risco da dependência encontra-se consiste
na “convergência entre o narcisismo e a pulsão de morte” (SILVA, 2005, p.60).
Construindo uma analogia entre o mito de narciso e a dependência química, percebe-
se que narciso ao morrer entregou-se a morte mergulhado em sua própria imagem;
da mesma forma, o sujeito adicto busca pretensiosamente o eu ideal e embaraça-se
no engodo da satisfação do próprio corpo, levando-o a destruição física, subjetiva,
simbólica, psíquica, dentre outras, promovendo desfalecimento do sujeito desejante
que mergulha num imenso vazio existencial patológico permitindo a predominância
de Tânatos (SILVA, 2005).
Para Santos e Costa-Rosa (2007) a psicanálise contribui para o tratamento
da toxicomania, pois proporciona a pessoa dependente de substâncias químicas
ressignificar ou reinstalar a sua estrutura subjetiva, levando a entender que apenas
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ele tem o saber sobre o ato de drogar-se. Percebe-se na perceptiva clínica que o
sujeito da toxicomania entrega-se ao dispor do desejo pulsional com o próprio corpo,
logo se anula quanto pessoa, assim a psicanálise busca provocar novas
configurações (inter)subjetivas. Partindo dessa ideia é através da escuta que o
individuo assume a palavra, trazendo novos sentidos para os motivos e desejos que
o levam a utilização da substância. A escuta psicanalítica abre espaço como oferta de
transferência, e nesse processo é importante realizar intervenções que consistem em
tornar o sujeito autônomo diante das suas escolhas, realizando questionamentos
sobre a utilização da droga, quem ele é nesta relação e se ele não tem outra coisa
além da substância. Assim, a proposta da psicanálise e promover a desobjetalização
através da castração, ou seja, o individuo nega a substância a favor da vida, abrindo
possibilidade para novos desejos.
A clínica contemporânea no tratamento da toxicomania visa conduzir o
manejo terapêutico voltado para melhor configuração e utilização do corpo pulsional,
proporcionando a redistribuição da libido para outros objetos o que é denominado por
Lacam de sublimação, através do deslocamento retirando a fixação do sujeito com o
objeto droga que o leva gradativamente a ação mortífera, portanto cabe no processo
analítico conduzir o sujeito a, “um outro saber fazer com o corpo” (ROMANINI e
ROSO, 2012, p.12). Assim o individuo desejante constitui-se sujeito através do
próprio processo analítico e possivelmente em sua vida cotidiana, o que se espera no
processo terapêutico com indivíduos em situação de dependência química
(ROMANINI e ROSO, 2012).
3. METODOLOGIA
4. CRONOGRAMA
5. REFERÊNCIAS
FREUD, Sigmund. Além do princípio do prazer, (1920). Rio de Janeiro: Imago, 1996.
(Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, 18).
FREUD, Sigmund. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, 1905. In: ______. Um
caso de histeria e Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. Rio de Janeiro: Imago,
1996. (Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund
Freud, 7).
SILVA, A.L. Paixão e Droga como Vinculo Patológico: Um estudo Psicanalítico sobre
a realação de dependência entre sujeito e objeto. Universidade Católica de
Pernambuco. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica). Recife-PE, 2005.
Disponível em: <http://www.unicap.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=64>
acessado em 03 de Maio de 2019