O problema, para ele, não é tanto afirmar sua identidade sexual, mas
conseguir o amor de que todos nós precisamos. Sabemos que, se um
homossexual
quiser satisfazer um desejo puramente físico, pode
fazê-lo a qualquer momento. Basta freqüentar os lugares de
encontros que ele tão bem conhece — saunas, banheiros de
cafés, certos jardins ou cinemas — para encontrar rapidamente
um parceiro ocasional e obter um orgasmo masturbatório furtivo.
Mas a afeição, a ternura, ligar sua vida à de um companheiro
amado, escovar os dentes no mesmo banheiro, fazer
compras ou viajar juntos, em suma, viver no dia-a-dia, tudo
isto lhe falta, fazendo-o sofrer como se estivesse com uma
ferida aberta. Esse contraste doloroso entre uma hiperatividade
sexual e a instabilidade dos sentimentos amorosos explica
provavelmente a precariedade do casal para os jovens gays.