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HISTÓRIA:
Era conhecida como “síndrome da imunodeficiência relacionada com gays”, recebendo o nome de síndrome da imunodeficiência
adquirida apenas na década de 80, quando se tornou conhecida. Mais tarde, percebeu-se relação com uso de drogas, hemofilia, transfusão
sanguínea e comportamento sexual de risco.
A infecção concentra-se na África subsaariana (quase 2/3 de todas as pessoas infectadas pelo HIV se concentram na África).
Relações heterossexuais correspondem a 85% de todas as infecções.
TRANSMISSÃO:
O HIV é um retrovírus que ataca os linfócitos T CD4, sendo o principal o HIV do tipo 1 (HIV-1). O HIV tipo 2 (HIV-2) é endêmico em países
da África Ocidental.
Transmissão através de contato sexual (sêmen, sangue ou secreção) com mucosas, contato sangue com sangue ou por via perinatal.
Não é transmitido por contato casual.
Não é transmitido por vetores como mosquitos.
A transmissão está relacionada com a carga viral do indivíduo infectante.
O risco de infecção por exposição percutânea é de 0,3% e 0,9% em mucosas íntegras.
FISIOPATOLOGIA CLÍNICA:
Estrutura do HIV:
Vírus esférico e encapsulado composto por
duas cópias de RNA+ de cadeia única.
O RNA de cadeia única está ligado a
proteínas de nucleocapsídeo p7 e a
proteínas importantes como a transcriptase
reversa, ribonucleases e integrases.
Capsídeo: envolto por uma matriz de
proteína viral p17, que assegura a
integridade da partícula viral.
Envelope viral: envolve todo o conjunto,
sendo composto por duas camadas de
fosfolipídeo. Ele contém a glicoproteína
gp120 e gp41, que permite o vírus se ligar e
fundir-se com células alvo para dar início à
infecção.
Evolução clínica:
Progressores típicos: desenvolve AIDS após 10 anos.
Progressores rápidos: desenvolve AIDS após 5 anos.
Progressores lentos: desenvolve AIDS após 15 anos.
Não progressores no longo prazo (1%): Essas pessoas foram infectadas no mínimo 8 anos antes, nunca receberam antirretrovirais,
apresentam contagens de células CD4+ altas e em geral têm cargas virais muito baixas.
Controladores de elite: consistem em indivíduos que apresentam supressão virológica espontânea e sustentada sem o uso de
medicações antirretrovirais. Esse grupo de indivíduos infectados pelo HIV atualmente está sendo pesquisado para ajudar na determinação
das interações imunológicas e virológicas que lhes permitem manter a supressão virológica do HIV.
Diagnóstico:
Teste de anticorpos anti-HIV: detectar o anticorpo viral através de um teste e ensaio imunossorvente ligado a enzima (ELISA), sucedido
por um teste confirmatório (ensaio de Western blot), feito quando o teste é positivo.
O teste é considerado reativo, ou positivo, se houver produção de cor, e negativo, ou não reativo, se não houver cor. Os testes
EIA apresentam altos índices de falso-positivos, de modo que as amostras que são repetidamente reativas são testadas por um
teste de confirmação como o Western blot.
O teste Western blot é mais específico do que o EIA, e, no caso de um resultado EIA falso-positivo, o teste Western blot pode
identificar a pessoa como não infectada. O Western blot é um ensaio mais sensível que procura a presença de anticorpos contra
antígenos virais específicos. Para o teste, os antígenos do HIV são separados por eletroforese com base em seu peso e, a
seguir, transferidos para papel de nitrocelulose e organizados em tiras, com proteínas maiores na parte superior e proteínas
menores na parte inferior.
Conduta inicial:
Confirmada a exposição ao vírus, realiza-se uma avaliação basal: contagem de CD4 e carga viral a cada 3-4 meses.
PEP: Como profilaxia para o risco de infecção para o HIV, a PEP consiste no uso de medicamentos antirretrovirais para reduzir o risco de
infecção em situações de exposição ao vírus. Trata-se de uma urgência médica, que deve ser iniciada o mais rápido possível -
preferencialmente nas primeiras duas horas após a exposição e no máximo em até 72 horas. A duração da PEP é de 28 dias e a pessoa
deve ser acompanhada pela equipe de saúde.
PREP: