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Edital nº 02/2013

SUMÁRIO

Português - Prof. Carlos Zambeli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5


Português Apostila Complementar - Prof. Carlos Zambeli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Interpretação de Texto - Profª Maria Tereza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
Interpretação de Texto - Apostila Complementar - Profª Maria Tereza . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197
Redação - Profª Maria Tereza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221
Atualidades do Sistema Financeiro - Prof. Edgar Abreu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241
Legislação Específica - Prof. Pedro Kuhn . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273
Cultura Organizacional - Prof. Rafael Ravazolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 287
Técnicas de Venda e Marketing - Profª Amanda Lima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 327
Atendimento: Legislação - Profª Tatiana Marcello . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 401
Conhecimentos Bancários - Prof. Edgar Abreu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 415
Informática - Prof. Sérgio Spolador e Prof. Márcio Hunecke . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 525
Raciocínio Lógico-Matemático - Prof. Dudan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 791
Matemática Financeira - Prof. Edgar Abreu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 889
Inglês - Prof. Rafael Dupont . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 911

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Português

Professor: Carlos Zambeli

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Sumário e Planejamento das Aulas

Edital

Morfologia e sintaxe. Concordância nominal e verbal. Regência nominal e verbal. Compreensão


e interpretação de textos. Intertextualidade. Significado das palavras. Denotação e conotação.
Pontuação. Redação (reconhecimento de frases corretas e incorretas).

Conteúdo desenvolvido por aula

Aula 1 Morfologia/ Significado das palavras página 09


Aula 2 Sintaxe Interna página 23
Aula 3 Sintaxe Externa página 29
Aula 4 Concordância nominal e verbal página 37
Aula 5 Regência nominal e verbal página 47
Aula 6 Pontuação página 57

Caros alunos da Casa do Concurseiro, este material foi desenvolvido com base no edital do
concurso do Banco do Brasil 2013. Contem comigo! Bons estudos a todos!

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Aula 1

Morfologia

Além dos elementos que compõem e que formam as palavras, a morfologia está agrupada em
dez classes, denominadas classes de palavras ou classes gramaticais. São elas: Substantivo,
Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição, Conjunção e Interjeição.
Substantivo: sendo a classe de palavras variáveis em gênero, número e grau, o substantivo
denomina os seres em geral (coisas, pessoas, animais, lugares, ações, estados ou qualidades
tomadas como seres).

Coisas (objetos variados): mesa, garrafa, escova de dentes, etc.


Pessoas: Maria Cristina, João, Paulo, etc.
Animais: gato, cachorro, pássaro, etc.
Lugares: Porto Alegre, Rússia, Parque Farroupilha, etc.
Ações: leitura, corrida, cozinhar, etc.
Estados: alegria, tristeza, tédio, etc.
Qualidades: lealdade, sinceridade, honestidade, etc.
Sentimentos: amor, ciúme, ódio, etc.

Artigo: sendo variável em gênero e número, o artigo é a palavra que antecede o substantivo,
determinando-o de modo preciso ou não.

O artigo definido determina o O artigo indefinido determina o


substantivo de modo preciso substantivo de modo vago
Singular o/a um/uma
Plural os/as uns/umas

Os alunos do Zambeli fizeram a pesquisa solicitada.

Uns alunos do Zambeli fizeram uma pesquisa sobre os tipos de conjunções.

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Detalhes zambelianos

1. Substantivação:
Esperamos um sim de você, Carlos.

2. Nomes próprios: Artigo facultativo


Sérgio foi à praia.

O Sérgio foi à praia.

3. Pronomes possessivos: Artigo facultativo


Sua fome está aumentando?

A sua fome está aumentando?

4. Não utilizar artigo depois do pronome cujo:


ERRADO: Feliz é aquele cujos os sábados são de festa.

CERTO: Feliz é aquele cujos sábados são de festa.

5. Depois do pronome indefinido todo, emprega-se o artigo para conferir ideia de


totalidade.
A ausência deste confere ideia de qualquer elemento.

Ele bebeu toda a água. (a água toda)

Toda mulher é vaidosa. (qualquer mulher)

Adjetivo: sendo variável em gênero, número e grau, o adjetivo é a palavra que caracteriza o
substantivo, dando-lhe qualidade, estado ou modo de ser. Ele sempre exerce função sintática
relativa ao substantivo, atuando como adjunto adnominal ou como predicativo do sujeito ou do
objeto.

Tempo nublado.
Comida gostosa.
Garota simpática.

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Há casos em que o adjetivo não é representado por uma palavra apenas, mas por uma expressão
formada geralmente por uma preposição e por um substantivo (ou advérbio). Essas expressões
são chamadas de locuções adjetivas.

Consegui marcar a reunião da tarde (vespertino).

Os brincos de Diana são de ouro (áureo).

Amanhã será um dia de chuva (chuvoso).

Te liga!!!
Colocação do adjetivo:

1. O voluntário ajudou o pobre homem.


2. O voluntário ajudou o homem pobre.

1. Aquela grande mulher é um exemplo!


2. Aquele mulher grande é um exemplo!

Detalhe Zambeliano

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Advérbio: sendo uma classe de palavras invariáveis, o advérbio é a palavra que modifica o
sentido de um verbo, de um adjetivo e também de um advérbio, expressando a circunstância
em que determinado fato ocorre. Os advérbios podem ser classificados como:

a) lugar: ali, aqui, aí, cá, lá, longe, perto, junto, acima,
Marcos, fique aqui!
abaixo, atrás, adiante, dentro, fora, além, etc.;
b) tempo: amanhã, agora, hoje, ontem, antes, já,
jamais, nunca, sempre, breve, tarde, cedo, ainda, Hoje nós iremos ao jantar dos formandos.
etc.;
c) modo: bem, mal, assim, depressa, devagar e a
maioria dos advérbios terminados em “mente” Trabalhe devagar; no entanto, trabalhe bem.
(alegremente, etc.);
d) negação: não, tampouco, nunca, jamais, etc.; Nunca fomos aos jogos do Brasileirão.
e) dúvida: talvez, acaso, possivelmente,
Provavelmente iremos à praia no Carnaval.
provavelmente, quiçá, etc.;
f) intensidade: muito, pouco, bastante, bem, mais,
Meu irmão, Rafael, é tão inteligente!
menos, demais, tanto, tão, etc.;
g) afirmação: sim, certamente, realmente,
Você certamente emagreceu!
efetivamente, seguramente, etc.

Há casos em que o advérbio não é representado por uma palavra apenas, mas por uma
expressão que exerce a mesma função. Essas expressões são chamadas de locuções adverbiais.

À direita.
Em breve.
De vez em quando.

Na linguagem coloquial muitas vezes o advérbio recebe sufixo diminutivo. Nesses


casos, embora ocorra este tipo de sufixo, o advérbio assume valor superlativo:
Edgar e Sérgio chegaram cedinho. (ou seja, muito cedo)

Preposição: sendo uma palavra invariável, a preposição une os termos de uma oração, de forma
que o sentido do primeiro termo é completado pelo segundo, criando, então, uma relação de
subordinação.

Zambeli, quais são as preposições?


a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob,
sobre, trás.

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Não sei trabalhar sob pressão.

Vamos sair com Ana?

Deixei todos os teus livros sobre a mesa.

O prazo para a entrega dos documentos é até sexta-feira.

Vivemos entre o bem e o mal.

Ante a sua falta de educação, me retiro deste ambiente!

A palestra é direcionada a professores de Língua portuguesa.

As preposições são capazes de modificar completamente o sentido do que está sendo dito.

Regência verbal:
Giovana assistiu o paciente que estava na UTI.

Giovana assistiu ao filme de ação.

Regência nominal:
Tenho capacidade para ir bem nas provas.

Pronome: sendo variável em gênero, número e pessoa, o pronome é a palavra que:

Pronomes pessoais Pronomes possessivos


Retos Singular: meu/meus/minha/minhas
teu/teus/tua/tuas
Singular: eu, tu, ele seu/seus/sua/suas

Plural: nós, vós, eles Plural: nosso/nossos/nossa/nossas


vosso/vossos/vossa/vossas
seu/seus/sua/suas

Oblíquos
Átonos
Singular: me / te / o / a / lhe / se
Plural: nos / vos / os / as / lhes /se

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Tônicos
Singular: mim/comigo, ti/contigo, si/consigo/ele/ela
Plural: nós/conosco, vós/convosco, si/consigo/eles/elas

Pronome: sendo variável em gênero, número e pessoa, o pronome é a palavra que Acompanha
ou substitui o nome, designando-o como a pessoa do discurso (a pessoa que fala).
Raquel é excelente aluna; ela sempre apresenta bons trabalhos.

Os meus materiais ainda estão contigo.

Agora os cães estão bem; Mariana adotou-os.

Aquela fotografia dos meus pais, ainda tens?

Temos que descobrir quantas questões sobre pronomes aparecem na prova.

A professora observou que nenhum aluno era capaz de realizar a atividade.

Quem esqueceu as chaves do carro?

Pronomes demonstrativos Pronomes relativos


Variáveis
este, esta, estes, estas, isto o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas
quanto, quanta, quantos, quantas
esse, essa, esses, essas, isso

aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo Invariáveis


que, quem, onde, como
Pronomes indefinidos Pronomes interrogativos
Variáveis Variáveis
algum, nenhum, todo, vário, certo, qual
muito, pouco, tanto, qual, qualquer quanto

Invariáveis Invariáveis
quem, alguém, ninguém, outrem, quem
algo, tudo, nada, onde, que, cada que

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Atenção!!!
Emprego dos pronomes pessoais

1. Os pronomes do caso reto exercem a função de sujeito da oração, ao passo que o


pronome oblíquo exerce a função de complemento. É errado, portanto, o emprego do
pronome reto na função de complemento. Assim não se deve dizer “Convidei ele” e
sim “Convidei-o”.

2. Quando precedidos de preposição, os pronomes retos (a exceção de eu e tu) funcionam


como pronomes oblíquos. Poderão, portanto, ser usados como complemento:
Convidei a ele.

Convidaram a nós.

3. Os pronomes eu e tu não podem ser precedidos por preposição, exceto quando são
sujeito de um verbo no infinitivo.
ERRADO: Entre eu e tu não há qualquer mágoa.
CERTO: Entre mim e ti não há qualquer mágoa.
ERRADO: Sérgio pediu para mim guardar os materiais.
CERTO: Sérgio pediu para eu guardar os materiais.

4. Os pronomes oblíquos se, si e consigo devem ser empregados como pronomes


reflexivos.
João arranhou-se.

Quero que cada um estude por si.

O jogador trazia a bola consigo.

Emprego dos pronomes possessivos


Recebi notícias suas. (ou seja, notícias sobre você).

Recebi suas notícias. (ou seja, notícias transmitidas por você).

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Emprego dos pronomes demonstrativos

1. Quando indicam espaço:


este, esta, isto – perto de quem fala
esse, essa, isso – perto de quem ouve
aquele, aquela, aquilo – longe de ambos

2. Quando indicam tempo:


este, esta, isto – presente/futuro
esse, essa, isso – passado breve
aquele, aquela, aquilo – passado distante

3. Quando referem-se ao discurso:


este, esta, isto – vai ser dito
esse, essa, isso – já foi dito

Emprego dos pronomes indefinidos

1. Semântica: Livro algum resolveria o teu problema.

2. O pronome cada deve ser seguido de um substantivo ou de um numeral.


Compramos dois quilos de frutas cada um.

3. O pronome indefinido certo.


Certas (pronome indefinido) garotas deveriam ocupar lugares certos (adjetivo).

Detalhe zambeliano

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Numeral: é a palavra que indica a quantidade de determinado elemento e a sua ordem de


sucessão.
a) cardinal: um, dois, quarenta, setecentos, mil, milhão, etc.
Cento e cinco alunos da Casa do Concurseiro passaram no concurso.
b) ordinal: primeiro, terceiro, décimo quinto, etc.
Matheus passou em segundo lugar no processo seletivo para o doutorado.

Interjeição: sendo invariável, a interjeição é a palavra que exprime emoções, sensações,


estados de espírito ou apelos.

Oh!, Ah!, Ui!, Viva!,


Nossa!, Psiu!, Credo!,
Oba!, Alô!, Hum...!
Conjunção: sendo invariável, a conjunção é a palavra que liga duas orações ou palavras de
semelhante função numa mesma oração.

Observação: O assunto de verbos será estudado em outra aula.


Orações assindéticas: não se ligam por meio de uma conjunção.
Entrou em casa, largou as sacolas, acariciou o cachorro.
Orações sindéticas: ligam-se por meio de uma conjunção.
Rafael estudou na Casa do Concurseiro e passou no concurso.
Orações subordinativas: ligam orações dependentes, de sentido incompleto, a uma oração
principal que lhe completa o sentido. Podem ser adverbiais, substantivas e adjetivas.

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Questões

1. Se houvesse a seguinte transformação III –Carnaval.


em frases do texto: A situação da Itália IV –instituição.
e da Suíça é grave. Projeções indicam
que _______ (referindo-se à Itália) V –festa.
está prestes a _______: encolherá de Quais das palavras acima formam o plural
fato, os pronomes que completariam apenas acrescentando a letra “S” ao
correta e respectivamente as lacunas singular?
correspondentes a palavras seriam:
a) Apenas I, II e V.
a) aquela e isto. b) Apenas I, III e IV.
b) aquela e isso. c) Apenas II, III e V.
c) esta e isto. d) Apenas II, IV e V.
d) essa e isso. e) Apenas III, IV e V.
e) essa e aquilo.
5. Considerando a classificação morfológica
2. No trecho “a igreja suprimiu dez dias”, todas das palavras, assinale a alternativa correta.
as alternativas abaixo poderiam substituir a
a) As palavras sublinhadas em “Ronaldo já
palavra sublinhada sem acarretar mudança
foi a terceira pessoa mais conhecida do
de sentido na frase, MENOS:
mundo” são substantivos.
a) eliminou. b) Em “um símbolo do que o nosso
b) excluiu. país tem de melhor”, há pronome,
c) cortou. preposição, artigo, entre outras classes.
d) extinguiu. c) A palavra “várias”, em “Ronaldo usou
e) inteirou. várias vezes a palavra “aproximar”,
classifica-se como advérbio.
3. As palavras sublinhadas nas linhas em: “o d) Há adjetivo e advérbio em “fazer a
país costuma parar, parcialmente, suas ponte entre o governo federal e a
atividades.”/ “Somente com a entrada em Confederação Brasileira de Futebol
vigor do atual calendário” classificam-se (CBF)”.
como: e) Em “um símbolo da identidade
nacional”, as palavras sublinhadas são
a) Pronomes. respectivamente pronome e adjetivo.
b) Advérbios.
c) Conjunções. 6. Em tudo isso, indago: se as usinas atômicas
d) Adjetivos. são um perigo em si, por que insistir em
e) Numerais. mantê-las? Por que matar o futuro e cultivar
o apocalipse?
4. Analise as assertivas a seguir, que contêm
palavras retiradas do texto, considerando o Em relação aos pronomes contidos no
plural de cada uma delas: período acima, afirma-se que:
I –doutrina. I – Apenas o pronome isso tem referente
externo ao período.
II –Páscoa.

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II –Todos os pronomes têm referente no I –Nove formas verbais deveriam sofrer
próprio período. alteração para manter a concordância
III –O pronome las poderia, sem causar correta do período.
qualquer incorreção à frase, ser substituído II –Todos os adjetivos que compõem o
por elas. fragmento sofreriam alteração.
Quais estão corretas? III –Além das formas verbais e dos
a) I. adjetivos, nenhuma outra modificação seria
b) II. necessária.
c) III. Quais estão corretas?
d) I e II. a) I.
e) II e III. b) II.
c) I e II.
7. Exatamente com esse objetivo foi criado, d) II e III.
em 2001, o Instituto Akatu, que procura e) I, II e III.
conscientizar o cidadão do impacto de suas
escolhas ao adquirir algum produto ou 9. Assinale a alternativa que apresenta
serviço. classificação INCORRETA dos advérbios.
Em relação às palavras esse, que, suas e a) muito (Tenho um problema muito sério
algum, analise as afirmações que seguem, com o Natal.) – intensidade.
assinalando C, se corretas, ou E, se erradas. b) só (... o Natal virou uma festa pagã
( ) Todas são pronomes. em que só se pensa em comer e dar
( ) Apenas três são pronomes. presentes) – modo.
c) mais (... e poucas coisas me dão mais
( ) o referente de esse é externo ao alegria do que sair ) – intensidade.
período. d) sim (É bom, sim, com tantos presentes
( ) suas indica relação de posse entre os na árvore...) – afirmação.
vocábulos cidadão e escolhas. e) sempre (Nem sempre tenho tempo para
ela...) – tempo.
A ordem correta de preenchimento dos
parênteses, de cima para baixo, é: 10. Considerando a formação do período
a) C – E – C – C. composto, assinale a alternativa que indica
b) E – C – C – C. quantas orações formam o período seguinte
c) E – C – E – C. período:
d) C – E – E – E.
e) C – E – C – E. "É preciso rever o que a repetida divulgação
de casos famosos faz no inconsciente das
8. A pessoa se sente lenta, cansada, sonolenta; pessoas."
dorme demais, às vezes tem insônia. Fica a) 1.
inapetente, emagrece, perde o interesse nas b) 2.
coisas do cotidiano, diminui ou cessa suas c) 3.
atividades físicas e pode ter pensamentos d) 4.
suicidas. e) 5.
Caso a palavra pessoa fosse passada para o
plural, que outras alterações deveriam ser
feitas para manter a correção do período?

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11. Assinale a alternativa que NÃO apresenta


relação de sinonímia possível para o
vocábulo “ápice”.
"E esse risco sistêmico chega ao seu ápice
quando o Poder Judiciário...."
a) Vértice.
b) Cume.
c) Cimo.
d) Apogeu.
e) Ostracismo.

12. Considerando os processos de formação


de palavras e as classes gramaticais às
quais as palavras pertencem, a alternativa
que apresenta um vocábulo cuja classe da
palavra primitiva diverge das demais, é:
a) quinteto
b) barulhentos
c) bairristas
d) religiosos
e) simbólicas

Gabarito: 1. A 2. E 3. C 4. A 5. B 6. A 7. A 8. D 9. B 10. C 11. E 12. A

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Aula 2

ANÁLISE SINTÁTICA

SUJEITO – é o ser da oração ou a quem o verbo se refere e sobre o qual se faz uma declaração.

Que(m) é quê?

Ainda restam algumas vagas para o turno da noite.

Um bando de torcedores vaiou o juiz.

Corrigiram-se as provas.

Alguém discordou daquela questão.

Caminhavam em direção à lanchonete o gerente e os funcionários.

Casos especiais
Indeterminado – existe o sujeito, mas não pode ser identificado. Ocorre em duas situações:
•• verbo na 3ª pessoa do plural sem antecedente expresso.
Aceitaram todos os argumentos sem hesitação.

Falaram sobre esse assunto no meu trabalho.

•• verbo na 3ª pessoa do singular + se – VTI, VI e VL.


Luta-se por melhores salários.

Mora-se bem naquele bairro.

Era-se menos preocupado naqueles tempos.

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Inexistente (oração sem sujeito) – ocorre quando há verbos impessoais na oração.
•• haver significando existir, ocorrer, acontecer ou indicando tempo decorrido.
Haverá mais concursos neste ano.

Deve haver mais interessados naquela vaga.

Há meses não vou faço testes de português.

•• fazer indicando tempo, temperatura ou fenômeno natural.


Amanhã fará dois dias que me inscrevi na Casa do Concurseiro.

Irá fazer quatro meses que terminamos o namoro.

Faz dias muito quentes no mês de março.

•• Fenômenos meteorológicos.
Choveu bastante no verão passado.

Está anoitecendo.

Observação: quando empregados em sentido conotativo, haverá sujeito.


Choveram gritos naquela sessão de votação.

1. Sublinhe e classifique o sujeito das orações abaixo.


a) Entre os estudantes, foi encontrado um aluno dorminhoco.

b) Contar-se-ão as novidades neste site.

c) Convém que estudes mais.

d) Obedeceu-se às regras do concurso.

e) Será preciso que façamos o simulado da Casa do Concurseiro.

f) Vai haver simulado neste domingo!

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TRANSITIVIDADE
1. Verbo Intransitivo (VI) – verbo que não exige complemento
A professora se casou no sábado.

Todos os alunos chegaram ao curso na mesma hora.

2. Verbo Transitivo Direto (VTD) – precisa de complemento sem preposição.


As indicações deste dia registram a presença de temporais no sul da cidade.

As pessoas aspiravam, durante a passeata, aquele fedor de carniça.

3. Verbo Transitivo Indireto (VTI) – precisa de complemento com preposição.


Meus comentários, à margem da folha de redação, referem-se ao seu texto.

As crianças deveriam sempre obedecer a seus professores durante uma aula.

4. Verbo Transitivo Direto e Indireto (VTDI) – precisa de 2 complementos. (OD e OI)


As meninas da turma deram ao colega o melhor presente de todos.

Aos alunos dedico meu livro.

5. Verbo de Ligação (VL) – não indicam ação. Esses verbos fazem a ligação entre 2 termos: o
sujeito e suas características. Estas características são chamadas de predicativo do sujeito.
Os alunos desta aula parecem cansados, mas continuam felizes.

Fiquei doente antes da prova.

Adjunto Adverbial
Como o próprio nome indica, são advérbios ou locuções adverbiais que vêm associados a
verbos, adjetivos ou outros advérbios, acrescentando-lhes circunstâncias específicas.
Os exercícios muito difíceis ajudam-nos a compreender mais rapidamente as noções
fundamentais que precisamos dominar para atingir, durante o ano, os objetivos da aula
zambeliana.

Detalhe zambeliano

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Adjunto adnominal
É o termo que caracteriza e/ou define um substantivo. As classes de palavras que podem
desempenhar a função de adjunto adnominal são adjetivos, artigos, pronomes, numerais,
locuções adjetivas. Portanto se trata de um termo de valor adjetivo que modificara o nome ao
qual se refere.
Aquele restaurante de luxo serve, durante as refeições, dois pratos lindíssimos.
Artigo – As provas de português estão bem acessíveis.
Adjetivos – A prova azul será anulada.
Pronome – Aquele simulado da Casa do concurseiro...!
Numeral – Trinta pessoas realizaram o simulado do curso.
Locução adjetiva – O problema da empresa continua afetando aqueles funcionários.

Aposto – termo que apresenta uma explicação extra a respeito de outro, cujo intuito é o
esclarecimento, detalhamento.
Para vencer na vida, são necessárias três qualidades: coragem, determinação e paciência.
Encontrei o Sérgio, professor de informática do curso, hoje perambulando pelas ruas.
Vocativo – sua função é interpelar o interlocutor. Termo independente.
Meu bem, que tal pegarmos um cinema hoje?

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Questões

1. (FCC 2012) "Fica calmo, meu caro jornalista, c) A legenda de riquezas inapreciáveis por
avião comigo não cai", procurava me descobrir corre a Europa...
tranquilizar dr. Ulysses... d) O comércio interno europeu [...]
havia alcançado um elevado grau de
O segmento em destaque exerce na frase desenvolvimento no século XV...
acima a mesma função sintática que o e) Outros países tentarão estabelecer-se
elemento grifado exerce em: em posições fortes.
a) Como a Folha era o único veículo ...
b) ... essas coisas não pegariam bem para 4. (FCC – 2012) “... quando vierem as cheias...”
um repórter.
c) ... em que tudo devia estar acertado... O segmento em destaque exerce na frase
d) Viajava com os três líderes da campanha acima a mesma função sintática que o
em pequenos aviões fretados... elemento grifado exerce em:
e) ... quem era o comandante. a) ... todos fogem diante dele...
b) .. as coisas do mundo sejam governadas
2. (FCC) A República criou o brasileiro genérico pela fortuna e por Deus...
e abstrato. c) ... mas deixa a nosso governo a outra
metade...
O mesmo tipo de complemento verbal d) ... sem poder contê-lo minimamente...
grifado acima está na frase: e) ... só resta aos homens providenciar
a) ... esse esporte assumiu entre nós barreiras e diques...
funções sociais extrafutebolísticas ...
b) ... respondem por sua imensa 5. (FCC 2012)... de modo que ele próprio o
popularidade. anunciou no orçamento de 1925.
c) O advento do futebol entre nós coincidiu
com a busca de identidades reais ... Considerando-se o contexto, o verbo grifado
d) ... a vida recomeça continuamente ... acima está empregado como
e) ... os 22 jogadores não atuavam como a) transitivo indireto pronominal.
dois times de 11 ... b) transitivo indireto.
c) bitransitivo.
3. ( FCC - 2012) ... intervêm nele importantes d) transitivo direto.
fatores políticos. e) intransitivo.
O segmento em destaque exerce na frase 6. (FCC 2011) “Destes proviriam as pistas que
acima a mesma função sintática que o indicariam o caminho ...”
elemento grifado exerce em:
a) A partir daí a ocupação da América deixa O verbo empregado no texto que exige o
de ser um problema exclusivamente mesmo tipo de complemento que o grifado
comercial... acima está também grifado em:
b) A ocupação econômica das terras a) ... a principal tarefa do historiador
americanas constitui um episódio da consistia em estudar possibilidades de
expansão comercial da Europa. mudança social.

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b) Os caminhos institucionalizados 9. (FCC 2013) A substituição do elemento
escondiam os figurantes mudos e sua grifado pelo pronome correspondente,
fala. com os necessários ajustes, foi realizada de
c) Enfatizava o provisório, a diversidade, a modo INCORRETO em:
fim de documentar novos sujeitos ...
d) ... sociabilidades, experiências de a) acreditava incutir o ardor = acreditava
vida, que por sua vez traduzissem incutí-lo.
necessidades sociais. b) Nada superará a beleza = Nada lhe
e) Era engajado o seu modo de escrever superará.
história. c) não correspondera a seu sonho = não
lhe correspondera.
7. (FCC 2011- Banco do Brasil) A interiorização d) resolve o problema da vida = resolve-o
das universidades federais e a criação de e) para ilustrar essa perplexidade = para
novos institutos tecnológicos também ilustrá-la.
mudam a cara do Nordeste...
10. (FCC 2012) ... o tema das mudanças
O mesmo tipo de complemento grifado climáticas pressiona os esforços mundiais
acima está na frase: para reduzir a queima de combustíveis.
a) ... que mexeram com a renda ... A mesma relação entre o verbo grifado e o
b) ... que mais crescem na região. complemento se reproduz em:
c) ... que movimentam milhões de reais ...
d) A outra face do "novo Nordeste" está no a) ... a Idade da Pedra não acabou por falta
campo. de pedras ...
e) ... onde as condições são bem menos b) ... o estilo de vida e o modo da produção
favoráveis ... (...) são os principais responsáveis...
c) ... que ameaçam a nossa própria
8. (FCC 2013) E como dizer que a cidade, ao existência.
fim, deixara de corresponder à modernidade d) ... e a da China triplicou.
empenhada? e) Mas o homem moderno estaria
preparado ...
O verbo que exige o mesmo tipo de
complemento que o verbo grifado acima
está empregado em:
a) Houve um sonho monumental...
b) Nada superará a beleza...
c) Filho de fazendeiros, fora o único ateu e
comunista da família...
d) No Planalto Central, construíra a
identidade escultural do Brasil.
e) Brasília [...] resultara em alguma
decepção.

Gabarito: 1. E 2. A 3. B 4. A 5. D 6. A 7. C 8. E  9. B 10. C

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Aula 3

Análise Sintática Externa

As conjunções podem ser classificadas em:


Coordenativas: ligam orações independentes, ou seja, que possuem sentido completo.

1. aditivas: expressam ideia de adição, soma, acréscimo.


São elas: e, nem,não só... mas também, mas ainda, etc.
•• Carla estudou e foi bem em todos os exames.

•• Edgar não gosta de pipocas nem aprova essa orgia gastronômica no cinema.

2. adversativas: expressam ideia de oposição, contraste.


São elas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto, não obstante, etc.
•• Carla estudou, mas não foi bem em todos os exames.

•• O investimento no projeto foi enorme; o retorno financeiro, porém, foi insignificante.

3. alternativas: expressam ideia de alternância ou exclusão.


São elas; ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, etc.
•• Ora prefere que eu me cale, ora prefere que eu fale bastante!

•• Ela virá ao encontro, quer chova, quer faça sol.

4. conclusivas: expressam ideia de conclusão ou uma ideia consequente do que se disse


antes.
São elas: logo, portanto, por isso, por conseguinte, assim, de modo que, em vista disso então,
pois (depois do verbo) etc.
•• A torta é feita com chocolate, portanto está deliciosa!

•• Os alunos já haviam estudado tudo, de modo que não precisaram revisar nada.

•• Recebemos a incumbência há pouco; não poderíamos, pois, ter concluído hoje.

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5. explicativas: a segunda oração dá a explicação sobre a razão do que se afirmou na primeira
oração.
São elas: pois, porque, que.
•• Não iremos à festa porque trabalharemos no dia seguinte.

•• Não insista, Mônica, que Eduardo não virá sem as pipocas!

Subordinativas: ligam orações dependentes, de sentido incompleto, a uma oração principal


que lhe completa o sentido. Podem ser adverbiais, substantivas e adjetivas; neste caso,
estudaremos as conjunções que introduzem as orações subordinadas adverbiais.

1. causais: expressam ideia de causa, motivo ou a razão do fato expresso na oração principal.
São elas: porque, porquanto, posto que, visto que, já que, uma vez que, como, etc.
•• Como o valor da carne aumentou, comeremos arroz e feijão.

•• Edgar ficou indignado, porque arranharam seu carro.

2. comparativas: estabelecem uma comparação com o elemento da oração principal.


São elas: como, que (precedido de “mais”, de “menos”, de “tão” ), etc.
•• Minha mãe é como uma dama da alta sociedade.

•• Esses alunos falam mais do que papagaios.

3. condicionais: expressam ideia de condição ou hipótese para que o fato da oração principal
aconteça.
São elas: se, caso, exceto se, a menos que, salvo se, contanto que, desde que, etc.
•• Repenso a tua demissão contanto que acabes com este preconceito.

•• Caso você descubra uma questão de crase, envie para mim.

4. consecutivas: expressam ideia de consequência ou efeito do fato expresso na oração


principal.
São elas: que (precedido de termo que indica intensidade: tão, tal, tanto, etc.), de modo que,
de sorte que, de maneira que, etc.
•• A alegria era tanta que chorei de felicidade.

•• Edgar falou tanto durante a aula que ficou sem voz.

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5. conformativas: expressam ideia de conformidade ou acordo em relação a um fato expresso


na oração principal.
São elas: conforme, segundo, consoante, como.
•• Farei a tarefa conforme fui orientado.

•• Como havíamos previsto, o conteúdo está de acordo com o edital.

6. concessivas: expressam ideia de que algo que se esperava que acontecesse, contrariamente
às expectativas, não acontece.
São elas: embora, conquanto, ainda que, se bem que, mesmo que, apesar de que, etc.
•• Embora pretendesse chegar a tempo para a aula, o aluno se atrasou.

•• “Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada
seria.”

7. finais: expressam ideia de finalidade. São elas: a fim de que, para que, que, etc.
•• O texto foi traduzido a fim de que os alunos irlandeses o compreendam.

•• Os professores capricham na apostila para que seus alunos gabaritem a prova.

8. proporcionais: expressam ideia de proporção, simultaneidade. São elas: à medida que, à


proporção que, ao passo que, etc.
•• Ao passo que comes muito, deves engordar.

9. integrantes: introduzem uma oração que integra ou completa o sentido do que foi expresso
na oração principal. São elas: que, se.
•• A população deseja que haja uma educação digna.

•• Convém que você saiba isso!

10. temporais: expressam anterioridade, simultaneidade, posteridade relativas ao que vem


expresso na oração principal. São elas: quando, enquanto, assim que, desde que, logo que,
depois que, antes que, sempre que, etc.
•• “Quando o sol bater na janela do teu quarto, lembra e vê que o caminho é um só.”

•• “Enquanto você se esforça prá ser um sujeito normal e fazer tudo igual...”

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Questões

1. (FCC 2012) Aos poucos, contudo, fui 4. (FCC 2012) E assim, num impulso, lança a
chegando à constatação de que todo perfil primeira pincelada que, embora imprevista
de rede social é um retrato ideal de nós ....
mesmos.
Mantendo-se a correção e a lógica, sem
Mantendo-se a correção e a lógica, sem que nenhuma outra alteração seja feita na
que outra alteração seja feita na frase, o frase, o elemento grifado acima pode ser
elemento grifado pode ser substituído por: substituído por:
a) ademais. a) contudo.
b) conquanto. b) entretanto.
c) porquanto. c) apesar de.
d) entretanto. d) porém.
e) apesar. e) enquanto que.

2. (FCC 2012) Vencido o estágio mais básico 5. (FCC 2013) Como a agremiação partidária
da sobrevivência, esse grupo passa a não correspondera a seu sonho, descolara-
se preocupar com o futuro ... (último se dela, na companhia de seu líder, em
parágrafo). 1990.
Iniciando-se o período acima por Esse Sem prejuízo para a correção e o sentido, a
grupo passa a se preocupar com o futuro, frase acima pode ser reescrita do seguinte
o elemento grifado pode ser corretamente modo: Descolara-se da agremiação
alterado para: partidária, na companhia de seu líder, em
1990,
a) para vencer.
b) enquanto vencia. a) contanto que ela não correspondera a
c) à medida que vencia. seu sonho.
d) conquanto vencesse. b) conquanto ela não correspondera a seu
e) depois de vencer. sonho.
c) por conseguinte ela não correspondera
3. (FCC 2012) No entanto, da Antiguidade aos a seu sonho.
tempos modernos a história é fértil em d) se bem que ela não correspondera a
relatos protagonizados por guerreiras. seu sonho.
e) visto que ela não correspondera a seu
Mantendo-se a correção e a lógica, sem sonho.
que qualquer outra alteração seja feita na
frase, o segmento grifado acima pode ser 6. (FCC 2011) O conetivo portanto (linha 24)
substituído por: pode ser substituído, sem alteração de
a) Todavia. sentido, por:
b) Conquanto. a) porquanto.
c) Embora. b) entretanto
d) Porquanto. c) no entanto.
e) Ainda que. d) então.
e) conquanto.

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7. As orações subordinadas adverbiais, d) causa.
destacadas nos períodos abaixo são e) explicação.
respectivamente :
11. (FCC 2012) Não teria graça se só melhorasse.
Sempre que estava comigo, era a me beijar.
Segurava-lhe uma das mãos para que ela O elemento grifado na frase acima pode ser
não fugisse. corretamente substituído por:

A gente, por ser pobre, não deixava de a) conquanto.


apreciar o que é bom. b) porquanto.
c) caso.
Não tendo o rapaz reagido, nada aconteceu d) pois.
então. e) embora.
a) final – temporal – causal – concessiva
b) temporal – final – concessiva – causal 12. (FCC 2012) Nascidas do povo mais humilde
c) temporal – concessiva – final – causal do Brasil, as Escolas afirmam a vocação dos
d) concessiva – causal – temporal –final brasileiros, de todos os brasileiros, para a
e) causal - final – concessiva – temporal grandeza.
A oração grifada acima tem sentido ......
8. (FCC 2012) ... embora não literárias... e, ao reescrevê-la com o emprego da
Considerando-se o contexto, o elemento conjunção adequada, a oração resultante
grifado pode ser substituído corretamente deverá iniciar-se por ...... .
por: As lacunas estarão corretamente
a) ainda que. preenchidas, respectivamente, por:
b) entretanto. a) final – Para que tivessem nascido.
c) portanto. b) temporal – Enquanto tinham nascido.
d) por conseguinte. c) concessivo – Ainda que tenham
e) enquanto que. nascido.
d) consecutivo – Desde que tenham
9. Em "Como estamos na corte, aproveito nascido.
para elogiar o rei", a conjunção destacada e) condicional – Caso tenham nascido.
poderia ser substituída sem que se
provocasse nenhuma mudança no sentido e 13. No período “Isso tudo se a vida fosse um
na forma da frase por: filme”, o trecho sublinhado poderia ser
a) já que. substituído, sem prejuízo de seu sentido
b) se. original, por:
c) enquanto. a) desde que a vida fosse um filme.
d) porque. b) apesar de a vida ser um filme.
e) assim que. c) enquanto a vida fosse um filme.
d) mesmo que a vida fosse um filme.
10. A relação de sentido que há entre as orações e) em razão de a vida ser um filme.
do período "Foi uma sensação nova tão
desagradável que ele deu de andar quase 14. (FCC 2012) Quase metade da Amazônia
fugindo" é de: brasileira pertence hoje à categoria de área
a) condição. protegida por lei contra a devastação, ainda
b) conclusão. que essas reservas continuem sofrendo com
c) conseqüência.

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gestão precária e com a falta de pessoal c) finalidade.


para monitorá-las. d) proporção.
e) concessivo.
O segmento grifado na frase acima pode ser
substituído corretamente, sem alteração do 18. (FCC 2011) Quando a bordo, e por não
sentido, por: poderem acender fogo, os viajantes tinham
a) embora essas reservas continuam de contentar-se, geralmente, com feijão
sofrendo. frio, feito de véspera.
b) conquanto que essas reservas
continuem sofrendo. Identificam-se nos segmentos grifados na
c) apesar de que essas reservas continuam frase acima, respectivamente, noções de:
sofrendo. a) modo e consequência.
d) mesmo que essas reservas b) causa e concessão.
continuassem sofrendo. c) temporalidade e causa.
e) porquanto essas reservas continuem d) modo e temporalidade.
sofrendo. e) consequência e oposição

15. (FCC 2012) Mas, embora ele não tivesse 19. (FCC 2012) Victor fracassou porque cedeu a
sido nomeado, todos sabiam quem era o uma predisposição da natureza humana...
comandante.
O elemento grifado na frase acima tem o
Em relação à frase em que está inserido, o mesmo sentido de:
segmento grifado acima possui um sentido: a) ainda que.
a) condicional. b) conquanto.
b) causal. c) enquanto.
c) concessivo. d) embora.
d) comparativo. e) uma vez que.
e) conclusivo.
20. (FCC 2012) Com o avançar da idade, eles
16. (FCC 2011) A expressão No entanto (linha 8) precisam de mais cálcio e vitaminas...
pode ser substituída, alterando o significado
da frase, por: Iniciando o período por Eles precisam de
mais cálcio e vitaminas, o segmento grifado
a) entretanto. poderá passar corretamente a:
b) porquanto. a) à medida que a idade vai avançando.
c) todavia. b) conquanto a idade avance.
d) porém. c) se a idade for avançando.
e) contudo. d) ainda que a idade vá avançando.
e) em comparação à idade que avança.
17. (FCC 2011) A principal delas é a reconstrução
de cinco estações de pesquisa na Antártida, 21. (FCC 2011) A oração sublinhada exprime
para realizar estudos sobre mudanças uma finalidade em:
climáticas, recursos pesqueiros e navegação
por satélite, entre outros. a) Ele trabalha por trabalhar, e não por
qualquer razão mais nobre.
O segmento grifado na frase acima tem b) Kucinski escreveu um livro por sentir-
sentido de: se indignado com as atitudes de seus
a) adversativo. colegas.
b) consequência.

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c) Há jornalistas que perseguem valores 23. (FCC 2012) Preços mais altos proporcionam
éticos para orientá-los no exercício de aos agricultores incentivos para
sua profissão. produzir mais, o que torna mais fácil
d) A ideia de trabalhar para a comunidade a tarefa de alimentar o mundo. Mas
não está comovendo os jovens eles também impõem custos aos
profissionais. consumidores, aumentando a pobreza e o
e) Ele dedicou parte de sua vida ao descontentamento. (início do 2o parágrafo)
jornalismo enquanto acreditava na alta
relevância de sua profissão. A 2a afirmativa introduz, em relação à 1a ,
noção de:
22. (FCC 2012) Os resultados preocupam. É a) condição.
indiscutível que a prática de esportes, b) temporalidade.
associada a uma alimentação regrada, c) consequência.
está diretamente ligada a uma vida mais d) finalidade.
saudável. e) restrição.
Transformando as duas afirmativas acima 24. “Segurança depende de um processo que
em um só período, com as alterações chamo de “validação”, embora para os
necessárias, a conjunção que deverá uni-las estatísticos o significado seja outro.” A
está grifada em: palavra embora poderia ser substituída,
a) Os resultados preocupam, pois é sem prejuízo de seu significado no texto,
indiscutível ... por:
b) Os resultados preocupam, contanto
que seja indiscutível ... a) já que.
c) Os resultados preocupam, caso seja b) desde que.
indiscutível ... c) ainda que.
d) Os resultados preocupam, porém é d) no entanto.
indiscutível ... e) enquanto.
e) Os resultados preocupam, para que
seja indiscutível ..

Gabarito: 1. D 2. E 3. A 4. C 5. E 6. D 7. B 8. A 9. A 10. C 11. C 12. C 13. A 14. E 15. C 16. B 17. C 
18. C 19. E 20. A 21. C 22. A 23. E 24. C

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Aula 4

CONCORDÂNCIA VERBAL

Regra geral
O verbo concorda com o núcleo do sujeito.
As alunas dedicadas estudaram esse assunto complicado ontem.

1. Verbos impessoais
a) Verbo Haver
O verbo haver é impessoal ( permanecendo na 3o. pessoa do singular) quando significa : existir,
acontecer, ocorrer. Formando locução com outro verbo, a impessoalidade a ele se estenderá.
Comentam que vai haver questões anuladas na prova!

Havia cinco pessoas na fila.

Aqui houve modificações.

Está havendo rebeliões no presídio.

Estão ocorrendo rebeliões no presídio.

b) Verbo Fazer
Esse verbo é impessoal, mantendo-se na 3o. pessoa do singular e não apresentando sujeito,
quando indicar: tempo , temperatura ou fenômeno natural. A impessoalidade será transmitida
para o outro verbo, quando houver locução.
Está fazendo cinquenta anos que casei.

Já fez mais de cinco minutos que ela saiu.

Fez frio na serra gaúcha.

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c) Verbo Ser
É impessoal quando se refere a Horário, Data e Distância. Nesses casos, não há sujeito, e a
concordância será feita com o predicativo.
Hoje são 25 de março.

Hoje é dia 25 de março.

Eram dezessete horas em Brasília.

Daqui até Porto Alegre são 229 km.

2. A voz passiva sintética


Em expressões do tipo “vendem-se casas”, o verbo deve concordar com a palavra que o
acompanha, porque ela é o sujeito, a menos que venha precedida de preposição.
Assim, na frase vendem-se casas, a palavra casa não é objeto direto, como se poderia pensar ao
primeiro exame, mas sujeito. A frase deve ser entendida assim: Casas são vendidas.

Se o termo que acompanha o verbo vier preposicionado, não será sujeito (porque o
sujeito não pode ser preposicionado), e o verbo ficará no singular.

Compare

Se - Se -
Aluga-se uma bicicleta. Precisa-se de professores.
Alugam-se duas bicicletas.
Nunca se assistiu a tanta violência na tevê.
Consertam-se motores.
Obedecia-se, durante a aula, às regras.
Veem-se, desta janela, os raios do sol.

3. Expressões de tratamento
Vossa senhoria, queremos parabenizá-la pela sua nova conquista.

4. Sujeito posposto ao verbo


(faltar, restar, sobrar, existir, ocorrer, acontecer, bastar, etc..)
Faltam poucas vagas para o simulado.

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Existem pessoas desagradáveis nesta turma!

Durante a palestra, restariam algumas crianças na sala de aula.

Exercícios

1. Classifique:
1 – se – partícula apassivadora
2 – se – índice de indeterminação do sujeito
a) Precisa-se apenas de uma oportunidade. ( )
b) Não se perdoam certas atitudes. ( )
c) Aqui, anda-se muito. ( )
d) Manga chupa-se no pé. ( )
e) Aqui se vive em paz! ( )
f) debateu- se essa matéria na aula. ( )
g) Alugam-se bicicletas no Rio de janeiro. ( )
h) Repreendia-se o aluno durante a aula. ( )
i) Necessitava-se de vagas de emprego. ( )

CONCORDÂNCIA NOMINAL

Regra geral
Concordam com o substantivo:
Artigo;
Pronome;
Numeral;
Adjetivo;

Casos especiais:

1. Adjetivo + substantivos de gênero diferente: concordância com o termo mais próximo.


O concurseiro faz complicados simulados e provas.

O concurseiro faz complicadas provas e simulados.

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2. Substantivos de gênero e número diferentes mais adjetivo: concordância com o termo mais
próximo ou uso do masculino plural.
Aquele jovem tem pai e mãe compreensivos.

Aquele jovem tem pai e mãe compreensiva.

Atenção!

3. SÓ
Adjetivo X Advérbio
Ela só quer revisar tudo antes da prova.

Ela ficou só durante sua revisão.

4. OBRIGADO
Muito obrigado! – disse Sérgio a Ana.

Muito obrigada! – disse Ana a Sérgio.

5. BASTANTE
Adjetivo X Advérbio
Aproveitamos e compramos bastantes livros de concursos naquela loja.

Achei bastante complicadas as questões da prova.

No feriado, revisei bastante.

6. TODO, TODA, TODO O , TODA A


Toda vítima tem direito à indenização nesse caso.

Toda a turma riu dessa situação.

7. É BOM, É NECESSÁRIO, É PROIBIDO, É PERMITIDO


Ricota com cebolinha é bom.

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A ricota com cebolinha está muito boa.

A cautela é necessária no trato com concurseiros estressados.

É necessário cautela com esses estudantes.

8. MEIO
Adjetivo X Advérbio
Sérgio comeu meia bacia de pipocas.

Ana é meio desconfiada, pois não aceita meias palavras.

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Questões

1. (FCC - 2012) A frase em que a concordância c) A comunidade internacional trata os


está em conformidade com o padrão culto direitos humanos de forma global, justa
escrito é: e equitativa, em pé de igualdade e com
a mesma ênfase.
a) O seu intenso trabalho em favor das d) A maior parte dos países compreende
pessoas desassistidas pelas diferentes que o direito ao trabalho é de vital
instâncias governamentais tornaram- importância para o desenvolvimento de
se exemplos dignos de referência, povos e nações.
merecedores de aplausos. e) A declaração de Direitos Humanos de
b) Na região central, foi destinado aos Viena, de 1993, reconhece uma série de
jovens arquitetos uma área bastante direitos fundamentais, como o direito
grande para que nela se fizessem o ao desenvolvimento.
maior número de melhorias urbanas
possíveis. 3. (FCC 2013) As normas de concordância
c) Mais de um residente procurou o setor verbal estão plenamente observadas na
de instrumentos médico-cirúrgicos para frase:
solicitar que fosse preparados com
urgência os que seriam utilizados pelo a) Cabem a cada um dos usuários de uma
professor. língua escolher as palavras que mais
d) Apesar de ser os menos preparados lhes parecem convenientes.
tecnicamente, foram eles que se b) D. Glorinha valeu-se de um palavrório
distinguiram no combate às chamas pelo qual, segundo lhe parecia certo,
que, em segundos, chegou a destruírem viessem a impressionar os ouvidos de
uma vila inteira de casas. meu pai.
e) Fossem quais fossem os escolhidos para c) As palavras que usamos não valem
a tarefa, certamente não haveriam de apenas pelo que significam no
faltar com a palavra dada, pois o grupo dicionário, mas também segundo o
todo já tinha se comprometido em dar contexto em que se emprega.
o melhor de si. d) Muita gente se vale da prática de utilizar
termos, para intimidar o oponente,
2. (FCC 2012) O verbo flexionado no singular numa polêmica, que demandem uma
que também pode ser corretamente consulta ao dicionário.
flexionado no plural, sem que nenhuma e) Não convém policiar as palavras que
outra alteração seja feita na frase, está se pronuncia numa conversa informal,
destacado em: quando impera a espontaneidade da
fala.
a) Para promover os direitos humanos, a
consolidação da democracia em todos 4. (FCC 2013) Estão plenamente acatadas as
os países é extremamente necessária. normas de concordância verbal na seguinte
b) Cada um dos países do Conselho de frase:
Direitos Humanos da Organização das
Nações Unidas (ONU) há de zelar pela a) A virtude da confiança, assim como a
manutenção dos Direitos Humanos. da desconfiança, não independe das
circunstâncias que a requisitam.

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b) As ações de confiar ou desconfiar a) Será preciso ler Libertinagem para
constitui uma alternativa que não raro que se ...... (reconhecer), na poesia de
corresponde a um dilema. Bandeira, suas formas “libertinas”.
c) Destacam-se, no capítulo das b) A literatura muito freqüentemente
desconfianças, a escola dos filósofos explora esse tipo de conflito que ......
clássicos identificados com o ideário do (costumar) interiorizar as pessoas de
ceticismo. todas as épocas.
d) Entre todas as virtudes, a da confiança c) A razão de muitas tensões que nos
é das que mais requer argumentos para assaltam ......(estar) nas oscilações
se afirmarem junto aos críticos. provocadas pelos sucessivos
e) Aos desconfiados parecem inaceitável mascaramentos.
ingenuidade pensar que o otimismo e a d) Se cada norma de conduta a que nos
esperança possam nutrir alguém. ...... (submeter) fosse avaliada como
inteiramente justa, seríamos menos
5. (FCC 2013) Substituindo-se o segmento em tensos.
destaque pelo colocado entre parênteses ao e) ...... (acabar) por equilibrar-se num
final da frase, o verbo que deverá manter-se fio de navalha os que oscilam entre as
no singular está em: verdades e as máscaras.
a) Houve um sonho monumental...
(sonhos monumentais) 8. (FCC) Quanto à concordância verbal, está
b) Bem disse Le Corbusier que Niemeyer... inteiramente correta a frase:
(os que mais conheciam a sua obra) a) Devem-se ressaltar, nos meios de
c) Assim pensava o maior arquiteto... comunicação, a constância com que
(grandes arquitetos como Niemeyer) promovem abusos, na exploração da
d) O comunismo resolve o problema da cultura popular.
vida... (As revoluções vitoriosas da b) Nem mesmo um pequeno espaço
esquerda) próprio querem conceder à cultura
e) Niemeyer vira a possibilidade... (Os popular os que a exploram por
arquitetos da geração de Niemeyer) interesses estritamente econômicos.
c) Restam das festas, dos ritos e dos
6. (FCC 2013) O verbo que pode ser artesanatos da cultura popular pouco
corretamente flexionado no plural está mais que um resistente núcleo de
grifado em: práticas comunitárias.
a) Como teria sido a Primavera Árabe sem d) Muita gente acredita que se devem
e-mail, Twitter e Facebook? imputar aos turistas a responsabilidade
b) ...na última década surgiu a por boa parte desses processos de
comunicação digital... falseamento da cultura popular.
c) ...e parte das interações sociais adquiriu e) Produzem-se nas pequenas células
um caráter virtual... comunitárias, a despeito das pressões
d) ...é difícil definir e medir separadamente da cultura de massa, lento e seguro
a contribuição... dinamismo de cultura popular.
e) Mais tarde, nas cidades, havia
discussões em praça pública... 9. (FCC 2013) Atualmente, ...... que o número
de brasileiros conectados na internet já ......
7. (FCC) O verbo indicado entre parênteses ultrapassado a casa de 80 milhões, sendo
deverá flexionar-se numa forma do singular que 72.640.000 são usuários ativos de redes
para preencher corretamente a lacuna da sociais, e 56% destes ...... um aparelho
frase: celular para acessar a internet.

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(Dados publicados em www.agenciaopen. 12. (FCC 2012) Estão plenamente observadas as


com/blog/perfil-do-brasileiro-nas-redes- normas de concordância verbal na frase:
sociais-o-que-ha-de-novo/).
a) Dentro da elite nunca se criticou, diante
Preenchem corretamente as lacunas da da rotina do sistema penitenciário
frase acima, na ordem dada: brasileiro, os horrores a que os presos
a) estimam-se - tenham - usa. são submetidos.
b) estima-se - tenham - usa. b) Reserva-se ao pobre, tantas vezes
c) estima-se - tenham - usam. identificado como potencialmente
d) estimam-se - tenha - usa. perigoso, as opções da resignação ou da
e) estima-se - tenha – usam. marginalidade social.
c) Sem altos investimentos não haverão
10. (FCC 2012) O verbo empregado no plural como minimizar os horrores que vêm
que também poderia ter sido flexionado no caracterizando as nossas penitenciárias.
singular, sem prejuízo para a correção, está d) A nenhum dos intérpretes de um fato
em: faltarão argumentos para considerá-
a) Para o domínio desse jogo, especialistas lo segundo seu interesse e sua
dão instruções sobre ... conveniência.
b) Todos os jogos se compõem de duas e) Ainda que não lhes convenham fazer
partes ... altos investimentos, as elites terão que
c) As vitórias no jogo interior talvez não calcular os custos de tanta violência.
acrescentem novos troféus ...
d) Mas, por algum motivo, a maioria das 13. (FCC 2008) A concordância verbo-nominal
pessoas têm mais facilidade para ... está inteiramente correta na frase:
e) ... todos os hábitos da mente que
inibem a excelência do desempenho. a) No século XIX foi feito previsões
catastróficas sobre a falta de alimentos
11. (FCC 2012) As normas de concordância no mundo, mas não se levou em conta
verbal estão plenamente acatadas em: os progressos da tecnologia.
a) Aos ateus não se devem dispensar b) Novos usos para o etanol têm sido
o mesmo tratamento de que foram pesquisados, como seu emprego
vítimas os primeiros adeptos do até mesmo em aviões, além do
cristianismo. aproveitamento da biomassa da cana-
b) Nunca faltaram aos homens de todas de-açúcar.
as épocas o recurso das crenças no c) Produtos agrícolas, por sua natureza,
sobrenatural e a empolgação pelas é renovável, ao contrário do petróleo,
artes da magia. cada vez mais escasso e, portanto, com
c) Não se deixam levar pelas crenças preços cada vez mais elevados.
transcendentes quem só costuma d) Existe muitas críticas, sempre dirigida
atender as exigências do pensamento às condições de trabalho na colheita da
racional. cana-de-açúcar, e também preocupação
d) Poupem-se da ira dos fanáticos de com o meio ambiente.
sempre aquele tipo de pesquisador que e) Pesquisas realizadas pela comunidade
se baseia tão somente nos fenômenos científica tenta desenvolver projetos
que se podem avaliar. sustentáveis de energia inteiramente
e) Nunca se abrandaram nos homens limpa e renovável.
e mulheres que não se valem da fé
religiosa a reação hostil dos que se
proclamam filhos de Deus.

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14. (FCC 2012) Uma vez ...... as limitações
fundamentais da condição humana, é
possível dominar a fantasia e ...... as
possibilidades concretas que se ...... para
todos nós.
Preenchem corretamente as lacunas da
frase acima, na ordem dada:
a) aceita – testar – abrem.
b) aceitas – testar – abrem.
c) aceita – testarem – abre.
d) aceitas – testar – abre.
e) aceita – testarem – abrem.

Gabarito: 1. E 2. D 3. D 4. A 5. A 6. C 7. C 8. B 9. E 10. D 11. B 12. C 13. B 14. B

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Aula 5

REGÊNCIA VERBAL

Transitivos Diretos – exigem um complemento sem preposição, chamado de objeto direto.


Ex.: O carro atropelou um pedestre.
Transitivos Indiretos – exigem um complemento preposicionado, chamado de objeto indireto.
Ex.: Concordo com o professor Zambeli.
Transitivos Direto e Indireto – exigem um objeto direto e um objeto indireto.
Ex.: Escrevi uma carta ao presidente!

Dica zambeliana
•• As preposições essenciais são: a, ante, após, com, contra, de, desde, em, entre,
para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
•• No caso de você hesitar em classificar em verbo como transitivo direto ou
indireto,lembre-se de que SÓ os diretos têm passiva.
•• É bom lembrar que os pronomes oblíquos O, A, OS, AS funcionam como objeto
direto.

Regência de alguns verbos:

1. Agradecer – VTDI :OD- coisa; OI- pessoa prep. (A)


•• Agradeceu a preferência aos fregueses!
2. Aspirar
(A) = respirar, cheirar – é VTD.
•• Não aspire essa poeira.
(B) = desejar, pretender – é VTI.
•• Não aspiro A esse cargo!
Obs.: não aceita lhe: não aspiro a ele.

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3. Assistir
(A) = ver – é VTI.
•• Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida.
(B) = ajudar– é VTD.
•• Assistindo a criatura que morria, perdeu-lhe o ódio!

4. Agradar
(A) = ser agradável, contentar – é VTI.
•• O governo estadual tomou medidas que agradaram à população.
(B) =fazer carinho – é VTD.
•• Quando a mãe agradou o filho, nós nos emocionamos.

5. Esquecer / lembrar
(A) quando desacompanhados de pronome oblíquo, são VTD
•• Esqueci aqueles cadernos.
•• Lembramos o problema.
(B) quando acompanhado de pronome oblíquo, são VTI
•• Tu te esqueceste do compromisso.
•• Lembro-me daquela triste história!

6. Implicar
(A)= acarretar, causar – é VTD.
•• Várias crendices implicam comportamentos e gestos especiais para a passagem do ano.
(B)= embirrar, ter implicância. É VTI.
•• Implicas pouco com teus colegas, né?

7. Pagar/perdoar
(A) Paga-se o que se deve. Perdoa-se alguma coisa.
•• O prefeito paga suas contas. Só perdoou a briga porque eram amigas!
(B) Paga-se a quem se deve. Perdoa-se a alguém.
•• Paguei o pão ao padeiro! (VTDI

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8. Preferir
Prefere-se A a B ( não “ mais A do que B”)
•• Prefiro leite a café.

9. Atender
(A) VTD – quando se refere a pessoas
•• Atendemos os clientes!
(B) VTI- quando se refere a pessoas ou “coisas”
•• Atenda ao telefone! Atendemos aos clientes!

10. Obedecer/ desobedecer


VTI = prep. A
•• Obedeço ao professor.

11. Responder
VTI = responde-se A alguma coisa.
•• Você já respondeu ao meu bilhete?

12. Informar
•• Informou os colegas DE/SOBRE sua decisão.
•• Informou aos colegas sua decisão.

13. Querer
(A) VTD = no sentido de “desejar”
•• “ Eu quero uma casa no campo...”
(B) VTI = no sentido de “ gostar de, amar, querer bem”
•• Ele quer a seus colegas.

14. Chegar/ ir
VI – não precisa de complemento; ao significarem deslocamento de um lugar a outro, por meio
de movimento próprio, são regidos pela preposição “a”.
•• Cheguei ao colégio!

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15. Visar
(A) VTD – quando significa “mirar”
•• O caçador visou a testa do animal!
(B) VTI – quando significar “ pretender, almejar, ter por objetivo”
•• Visamos ao bem da nação!
(C) VTD- quando significa “assinar”
•• O cônsul visou nosso passaporte.

EXERCÍCIO
1. Complete as lacunas das frases abaixo de acordo com a regência dos verbos:
a) O governo almejava, para este mês, ____ uma inflação menor.
b) O diretor chamou _____ o funcionário à sua sala.
c) Ele não conhece ____ os pais.
d) Ele desconhece ____ nossas decisões.
e) Ele não reconheceu ____ acusados.
f) O resultado das pesquisas desagradou _____ diretores da empresa.
g) A verdade é que eles desobedeceram _____ acordo.
h) Ele esqueceu _______ todos os documentos.
i) Ele se esqueceu _______ todos os documentos.
j) Eu não lembro ______ seu nome.
k) Eu não me lembro ______ seu nome.
l) A decisão do árbitro acabou favorecendo ____ Flamengo.
m) A filha namorava _____ o primo.
n) Devemos obedecer _____ os sinais de trânsito.
o) Obedeça _____ sinalização.
p) O coordenador quer _______ todos os professores na reunião.
q) Os alunos querem bem ______ todos os professores.
r) A secretária procedeu _____ o chamamento dos candidatos.
s) Ele respondeu ____ o questionário.
t) Ele sempre usava _________ alguns meios ilícitos.
u) Agradeci __________ resultado _______ professores.
v) Acabou vencendo _____ o adversário com facilidade.
x) Muitos políticos visam __________ o poder.

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REGÊNCIA NOMINAL

É o nome da relação existente entre um substantivo, adjetivo ou advérbio transitivos e seu


respectivo complemento nominal. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição.
Deve-se considerar que muitos nomes seguem exatamente a mesma regência dos verbos
correspondentes. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime
dos nomes cognatos.
Por exemplo, obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos
pela preposição a:
Obedecer a algo/a alguém; obediência a algo/a alguém; obediente a algo/a alguém;
obedientemente a algo/a alguém.

admiração a, por horror a


atentado a, contra impaciência com
aversão a, para, por medo a, de
bacharel em, doutor em obediência a
capacidade de, para ojeriza a, por
devoção a, para com, por proeminência sobre
dúvida acerca de, em, sobre respeito a, com, para com, por

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Questões

01. (FCC - 2012) A frase que, segundo os 03. (FCC 2012) ... Amapá, Roraima, Pará e
preceitos da gramática normativa do Amazonas possuem mais da metade de seu
português do Brasil, está correta quanto à território nessa categoria.
regência é:
O verbo grifado acima tem o mesmo tipo de
a) A cada pequena discussão, costumava complemento que o verbo empregado em:
lhe chamar de aventureiro e até como a) Terras indígenas e unidades de
irresponsável, e disso já se havia conservação contribuem de modo
coletado muitas provas. quase parelho para o número total de
b) Nada daquela maluca versão interessava áreas protegidas...
a ele, principal testemunha do caso, b) ... cujo nome já diz tudo...
e por isso manifestou- se quanto c) ... esse número no mesmo período foi
à imediata retirada do indesejável de 2,1%.
depoimento. d) Quase metade da Amazônia brasileira
c) A afinidade entre os colegas pertence hoje à categoria de área
intensificava-se ao mesmo tempo que protegida por lei contra a devastação ...
seus estudos se desenvolviam, e disso e) É pouco mais do que um quarto de
surgiu uma amizade que todos tinham todas as terras do Brasil.
orgulho.
d) Sua obra é daquelas que se pode dizer 04. (FCC 2012) ... o recurso à coerção atenta
tudo, menos que passará despercebida contra os princípios do direito internacional
a futuras gerações, seja para negar-lhe ...
méritos, seja para reconhecê-los.
e) Aquele professor é a verdadeira razão O verbo que exige o mesmo tipo de
de que muitos estudantes decidiram complemento que o grifado acima está
dedicar-se à pesquisa, o que lhe faz ser empregado em:
constantemente mencionado como
a) Se nossos objetivos maiores incluem a
exemplo a ser seguido.
decidida defesa dos direitos humanos ...
b) ... o Brasil incorpora plenamente esses
02. (FCC 2012) Cronistas de reinos passados, valores a sua ação externa ...
gênios das navegações [...] não falam de c) A ONU constitui o foro privilegiado para
discos, pratos ou charutos voadores ... ...
O verbo que NÃO foi empregado com o d) Em meados da década de 90 surgiram
mesmo tipo de complemento que o verbo vozes que ...
grifado acima está em: e) ... a relação [...] passou por várias
etapas.
a) ... sequer pensarmos em outros mundos
... 05. (FCC) Está correto o emprego do elemento
b) Enjoaram de nós? sublinhado na frase:
c) Venceu a hipótese de naves ...
d) Começou com um piloto norte- a) Quem não se irrita por ser o destinatário
americano de caças ... de mensagens por cujo assunto não tem
e) ... que simplesmente desistimos deles? o menor interesse?

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b) Como reagir à recepção de textos aos c) ... no entanto ele possuía enorme
quais jamais houve solicitação nossa? delicadeza de toque ...
c) A autora refere-se ao deus Janus d) ... qualidades que espelham as de seu
Bifronte, às duas faces suas em cujas criador.
representavam-se o passado e o futuro. e) ... um novo caso produza em Holmes
d) Quem matou o hábito das cartas foi o uma onda de entusiasmo ...
telefone, em que o reinado começou
junto com o século XX. 09. A moça ____ feições me lembro, encontrava-
e) Os e-mails acabam chegando a se à porta ____ me referi.
destinatários de cuja privacidade não
costumam respeitar. a) cujas – à qual.
b) de cujas – a que.
06. (FCC 2012) ... e favoreça os seus amores por c) de cujas – a qual.
ela... d) cujas – a que.
e) de cujas – à que.
O verbo que exige o mesmo tipo de
complemento que o grifado acima está 10. Assinale a opção que completa corretamente
empregado em: as lacunas das frases:
a) A jovem é irmã de Hersé... I – O lugar ____ moro é muito pequeno.
b) ... este espetáculo a corrói... II – Esse foi o número ____ gostei mais.
c) ... Palas Atena vai à morada da Inveja...
d) ... e ordena-lhe que... III – O filme ____ enredo é fraco, tem dado
e) Assiste com despeito aos sucessos dos grande prejuízo.
homens... a) onde – que – cujo.
b) em que – de que – cujo o.
07. (CESPE) Julgo o item c) que – que – cujo o.
Segundo o Ministério da Justiça, a partir d) em que – de que – cujo.
de 2011, outros estados devem integrar- e) no qual – do qual – cujo o.
se gradativamente ao sistema. A previsão 11. (FCC) A interiorização das universidades
é que, em nove anos, todos os brasileiros federais e a criação de novos institutos
estejam cadastrados em uma base de dados tecnológicos também mudam a cara do
unificada na Polícia Federal. Nordeste... (3o parágrafo)
Pergunta:
O mesmo tipo de complemento grifado
O emprego da preposição a na combinação acima está na frase:
“ao” (em negrito e sublinhado) é exigência
sintática do verbo “integrar”. a) ... que mexeram com a renda ...
b) ... que mais crescem na região.
( ) Certo ( ) Errado c) ... que movimentam milhões de reais ...
d) A outra face do "novo Nordeste" está no
08. (FCC 2012) ... salvo durante os intervalos de campo.
torpor a que aludi. e) ... onde as condições são bem menos
favoráveis ...
O verbo que exige o mesmo tipo de
complemento que o grifado acima está em: 12. As crianças diferem entre si quanto aos tipos
a) ... começarão por Sherlock Holmes. de brinquedos ...............: algumas crianças
b) ... mas que fosse marcadamente ............ brincar com bonecas ............... jogar
diferente das narrativas ... xadrez, baralho, tênis e pingue-pongue.

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a) de que gostam – preferem – mais do 15. (FCC 2012) Seja qual for a resposta, em
que. seu poema ele lhe dizia que sua beleza era
b) que gostam – preferem – mais que. maior do que a de uma mortal.
c) que gostam – preferem – do que.
d) que gostam – preferem – mais do que. O verbo que exige o mesmo tipo de
e) de que gostam – preferem – a complemento que o grifado acima está
empregado em:
13. (FCC 2013) O acesso ...... redes sociais a) ... como um legado que provê o
voltadas para a carreira pode ajudar o fundamento de nossas sensibilidades.
profissional ...... conseguir uma colocação b) Poe certamente acreditava nisso...
no mercado de trabalho. Mas é preciso c) ... a primeira capaz de dar à palavra
atenção ao se criar um perfil na internet, escrita uma circulação geral...
pois todo o conteúdo ali veiculado afetará d) ... a primeira, em suma, a tornar-se
positiva ou negativamente ...... imagem do letrada no pleno sentido deste termo...
profissional. e) Eis aí duas culturas, a grega e a romana,
que na Antiguidade se reuniram para...
Preenchem corretamente as lacunas do
texto acima, na ordem dada:
a) às - à - a.
b) às - a - a.
c) as - à - a.
d) as - à - à.
e) às - a - à.

14. (FCC 2012) Apenas exigem imperiosamente


um final feliz...
O verbo que exige o mesmo tipo de
complemento que o grifado acima está em:
a) Leitores de romances policiais não são
exigentes.
b) ... e os meios para obtê-la.
c) ... que contribua com eficiência maior...
d) Os leitores contemporâneos acreditam
firmemente na onipotência...
e) ... porque lhes falta o valor literário.

Gabarito: 1. B 2. A 3. B 4. E 5. A 6. B 7. C 8. A 9. B 10. D 11. C 12. E 13. B 14. B 15. C

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Aula 6

PONTUAÇÃO

Emprego da Vírgula

Na ordem direta da oração (sujeito + verbo + complemento(s) + adjunto adverbial), NÃO use
vírgula entre os termos. Isso só ocorrerá ao deslocarem-se o predicativo ou o adjunto adverbial.
•• Todos os alunos entregaram as redações ao professor no término da aula.

•• Todos os alunos entregaram ao professor as redações no término da aula.

•• Ao professor todos os alunos entregaram as redações no término da aula.

•• As redações entregaram todos os alunos ao professor no término da aula.

Entre os termos da oração


•• para separar itens de uma série. (Enumeração)
•• Alegrias, tristezas, fracassos e êxitos fazem parte da vida.

•• para assinalar supressão de um verbo.


•• Ele prefere cinema; eu, teatro.

•• para separar o adjunto adverbial deslocado.


•• Naquele exato momento, lembrou o nome dela.

Obs.: Se o adjunto adverbial for pequeno, a utilização da vírgula não é necessária, a não ser que
se queira enfatizar a informação nele contida.
•• Ontem lembrou o nome dela.
•• para separar o aposto.
•• Naziazeno, personagem do romance “Os Ratos”, precisava arrecadar dinheiro para
pagar o leiteiro.

•• para separar o vocativo.

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•• Senhores passageiros, desliguem os celulares.
•• para separar expressões explicativas, retificativas, continuativas, conclusivas ou enfáticas
(aliás, além disso, com efeito, enfim, isto é, em suma, ou seja, ou melhor, por exemplo, etc).
•• Falar ao celular no cinema é, em suma, manifestação de falta de respeito.

Entre as orações
•• para separar orações coordenadas assindéticas.
•• Deu a volta na quadra, encontrou a vaga, estacionou o carro.

•• para separar orações ligadas por conjunções coordenativas (exceto e).


•• Ela queria muito o presente, entretanto não ganhou.

•• para separar orações coordenadas sindéticas ligadas por “e”, desde que os sujeitos sejam
diferentes.
•• Estacionou o carro, e logo o guarda infligiu a multa.

•• para separar orações adverbiais, especialmente quando forem longas.


•• Em determinado momento, ele ficou bastante estressado, porque não encontrava vaga
para estacionar.

•• para separar orações adverbiais antepostas à principal ou intercaladas, tanto desenvolvidas


quanto reduzidas.
•• Quando terminou a prova, sentiu-se aliviado.

•• Terminada a prova, sentiu-se aliviado.

•• para isolar orações subordinadas adjetivas explicativas.


•• A telefonia móvel, que facilitou a vida do homem moderno, provocou também
situações constrangedoras.

Orações Subordinadas Adjetivas


Podem ser:
•• Restritivas – delimitam o sentido do substantivo antecedente (sem vírgula). Encerram uma
qualidade que não é inerente ao substantivo.
•• Os concurseiros que estudaram obtiveram ótima classificação.

•• Explicativas – explicações ou afirmações adicionais ao antecedente já definido plenamente


(com vírgula). Encerram uma qualidade inerente ao substantivo.
•• O homem, que é racional, percebe a verdade.

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Emprego do Ponto-e-Vírgula

•• para separar orações que contenham ideias opostas ou independentes entre si.
•• A partida não seria um desastre; via-se que os jogadores estavam preparados para
vencer.

•• Aproximei-me; todos continuavam calados.

•• para separar orações que contenham várias enumerações já separadas por vírgula ou que
encerrem comparações e contrastes.
•• Os jogadores estavam suados, nervosos, procurando a vitória; os espectadores
gritavam, incentivavam o time, exigiam resultados; o treinador angustiava-se, projetava
substituições.

•• para separar orações em que as conjunções adversativas ou conclusivas estejam deslocadas.


•• Sem dúvida, jogaram bem; não conseguiram, no entanto, a vitória.

Emprego dos Dois-Pontos

•• para anunciar uma citação.


•• Os eleitores desabafam: “Não aguentamos mais ouvir promessas de campanha.”

•• para anunciar uma enumeração, um aposto, uma explicação, uma conseqüência ou um


esclarecimento.
•• Encontramos vários amigos: alguns da infância e outros atuais.

•• Não há motivo para preocupações: tudo já está resolvido.

Observações
•• É possível substituir vírgulas que isolem apostos, adjuntos adverbiais ou orações adverbiais
deslocados por travessões ou parênteses, conferindo maior ênfase à informação.
•• Os vestibulandos – depois da prova – comentaram sobre o tema da redação.

•• Também é possível substituir a vírgula que isola o aposto terminativo por dois-pontos.
•• Precisamos ficar atentos a um detalhe: o olhar.

•• A vírgula após as conjunções adversativas ou conclusivas em início de período é facultativa.


•• Portanto, não desistimos. / Portanto não desistimos.

•• Não se usa vírgula após as conjunções adversativas “mas” e “porém”.


•• Porém não concordamos com qualquer ideia.

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•• Os parênteses podem ser utilizados para destacar expressões, frases explicativas, reflexões,
digressões, pensamentos subentendidos, etc.
•• O primeiro beijo (creio) é dado com os olhos.

•• As aspas podem destacar citações, neologismos, gírias, expressões populares, afirmações


irônicas, etc.
•• Eu “adoro” fazer redações.

Exercícios
1. Pontue estas frases:
a) Na praia pela manhã comemos muitos lanches cachorro-quente queijo assado e acarajé.

b) Nós comemos bolinho de bacalhau eles croquete.

c) Ingerir bastante líquido fundamental para a hidratação é nosso hábito quando vamos à
praia.

d) É proibido trafegar pelo acostamento estacionar pode.

e) Parecíamos uns pimentões o protetor solar não havia sido suficiente e sentíamos frio.

f) Já em Porto Alegre aonde chegamos por volta das 2 horas da manhã fazia frio e chovia.

g) O mar estava tranquilo as ondas eram pequenas o vento soprava refrescante.

h) Aos convidados os anfitriões oferecerão uma lembrança após a festa.

i) Assustado o candidato preenchia a folha de respostas.

j) Tu gostarias de falar sobre concurso por exemplo?

l) Levei bastante tempo. Mas finalmente terminei de ler o livro.

m) Na Páscoa com muito amor e carinho Pedro entregou o presente à namorada.

n) Porto Alegre capital do pôr-do-sol é hospitaleira.

o) Se os homens soubessem o valor que têm as mulheres viveriam de joelhos a seus pés.

p) Vamos comer gente?

q) O dia da festa estava próximo e as obras ainda não haviam terminado.

r) Organizamos a festa e conseguimos patrocinadores.

s) Ao perceber a confusão saíram correndo.

t) Quem não quer raciocinar é um fanático quem não sabe raciocinar é um tolo quem não
ousa raciocinar é um escravo.

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Questões

1. (FCC – 2013) A frase que apresenta haver dois sinônimos perfeitos, há que
pontuação inteiramente adequada é: se empregar com toda a precisão os
vocábulos de uma língua, ainda que
a) Ainda que tenha se aproximado dos com isso, se corra o risco de passar por
poetas concretos, Paulo Leminski, pernóstico.
deixou uma obra poética, que não b) Acredita-se, sobretudo entre os
se reduz ao concretismo mas que é estudiosos da linguagem que, por não
caracterizada, antes de tudo, por uma haver dois sinônimos perfeitos há que
dicção extremamente pessoal avessa, a se empregar, com toda a precisão, os
todas as tentativas de rotulação. vocábulos de uma língua ainda que
b) Ainda que tenha se aproximado dos com isso, se corra o risco de passar por
poetas, concretos, Paulo Leminski pernóstico.
deixou uma obra poética que, não c) Acredita-se sobretudo entre os
se reduz ao concretismo, mas que é estudiosos da linguagem que, por não
caracterizada antes de tudo por uma haver dois sinônimos perfeitos, há que
dicção extremamente pessoal, avessa a se empregar com toda a precisão, os
todas, as tentativas de rotulação. vocábulos de uma língua ainda que,
c) Ainda que tenha se aproximado, dos com isso, se corra o risco de passar por
poetas concretos, Paulo Leminski pernóstico.
deixou uma obra poética, que não d) Acredita-se, sobretudo, entre os
se reduz ao concretismo, mas que é estudiosos da linguagem, que, por não
caracterizada antes de tudo, por uma haver dois sinônimos perfeitos, há que
dicção extremamente pessoal, avessa a se empregar com toda a precisão, os
todas as tentativas de rotulação. vocábulos de uma língua, ainda que
d) Ainda que tenha se aproximado dos com isso, se corra o risco de passar por
poetas concretos, Paulo Leminski pernóstico.
deixou uma obra poética que não e) Acredita-se, sobretudo entre os
se reduz ao concretismo, mas que é estudiosos da linguagem, que, por não
caracterizada, antes de tudo, por uma haver dois sinônimos perfeitos, há que
dicção extremamente pessoal, avessa a se empregar com toda a precisão os
todas as tentativas de rotulação. vocábulos de uma língua, ainda que
e) Ainda, que tenha se aproximado dos com isso se corra o risco de passar por
poetas concretos, Paulo Leminski pernóstico.
deixou uma obra poética que não se
reduz ao concretismo, mas, que é 3. (FCC – 2013) Está plenamente adequada a
caracterizada, antes de tudo por uma pontuação do seguinte período:
dicção, extremamente pessoal, avessa a
todas as tentativas de rotulação. a) Acredita-se sobretudo entre os
estudiosos da linguagem, que por não
2. (FCC – 2013) Está plenamente adequada a haver dois sinônimos perfeitos, há que
pontuação do seguinte período: se empregar com toda a precisão os
vocábulos de uma língua, ainda que
a) Acredita-se sobretudo entre os
estudiosos da linguagem, que por não

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com isso, se corra o risco de passar por Os dois-pontos poderiam ser substituídos
pernóstico. por um travessão, sem prejuízo para a
b) Acredita-se, sobretudo entre os correção e a lógica.
estudiosos da linguagem que, por não III – Algo semelhante ocorre com a fortuna,
haver dois sinônimos perfeitos há que que demonstra toda sua potência ali onde a
se empregar, com toda a precisão, os virtude não lhe pôs anteparos...
vocábulos de uma língua ainda que
com isso, se corra o risco de passar por A retirada da vírgula implicaria alteração do
pernóstico. sentido da frase.
c) Acredita-se sobretudo entre os Está correto APENAS o que se afirma em:
estudiosos da linguagem que, por não
haver dois sinônimos perfeitos, há que a) I e II.
se empregar com toda a precisão, os b) II.
vocábulos de uma língua ainda que, c) II e III.
com isso, se corra o risco de passar por d) III.
pernóstico. e) I e III.
d) Acredita-se, sobretudo, entre os
estudiosos da linguagem, que, por não 5. (CESGRANRIO – 2012) A pontuação é um
haver dois sinônimos perfeitos, há que recurso de que dispõe a língua escrita para
se empregar com toda a precisão, os auxiliar o leitor na construção dos sentidos
vocábulos de uma língua, ainda que do texto.
com isso, se corra o risco de passar por Sendo de base sintática na língua
pernóstico. portuguesa, a pontuação NÃO está
e) Acredita-se, sobretudo entre os empregada de acordo com a norma-padrão
estudiosos da linguagem, que, por não em:
haver dois sinônimos perfeitos, há que
se empregar com toda a precisão os a) Quando vemos um menino de rua,
vocábulos de uma língua, ainda que afastamo-nos rapidamente.
com isso se corra o risco de passar por b) Meninos de família, crianças educadas
pernóstico. e honestas, frequentam a escola.
c) Meninos de rua, que vivem à própria
4. (FCC – 2012) Atente para as afirmações sorte, sofrem agressões todos os dias.
abaixo. d) Meninos, é preferível estar em um
abrigo a passar as noites embaixo de
I – Não ignoro que muitos tiveram e têm a marquises.
convicção de que as coisas do mundo sejam e) As autoridades, tudo fazem para
governadas pela fortuna e por Deus... minimizar o problema dos menores
Uma vírgula poderia ser colocada abandonados.
imediatamente depois do termo convicção,
sem prejuízo para a correção e o sentido. 6. (FCC – 2012) Sobre a pontuação empregada
em um segmento do texto, é correto
II – Comparo-a a um desses rios afirmar:
devastadores que, quando se enfurecem,
alagam as planícies, derrubam árvores e a) Em um dos mais abrangentes relatórios
construções, arrastam grandes torrões de sobre as áreas protegidas amazônicas,
terra de um lado para outro: todos fogem que acaba de ser publicado pelo ISA
diante dele, todos cedem a seu ímpeto sem (Instituto Socioambiental) e pelo Imazon
poder contê-lo minimamente. (Instituto do Homem e Meio Ambiente
da Amazônia), no primeiro parágrafo, a

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vírgula poderia ser substituída por dois- poderiam ser substituídos por vírgulas,
pontos, sem prejuízo para a correção. sem prejuízo para a correção e a lógica.
b) Em Vários levantamentos apontam que d) Em Esse interesse contrapõe Espanha
formalizar a posse de certas áreas por e Portugal, “donos” dessas terras, às
seus habitantes nativos é uma excelente demais nações europeias, o emprego
maneira de evitar o desmatamento das aspas denota a atribuição de um
nelas (3º parágrafo), uma vírgula sentido particular ao termo destacado.
poderia ser colocada imediatamente e) Em A partir desse momento a ocupação
depois de apontam, sem prejuízo para a da América deixa de ser um problema
correção. exclusivamente comercial: intervêm
c) O segmento isolado por parênteses nele importantes fatores políticos, os
no início do segundo parágrafo - as dois-pontos indicam uma quebra da
de proteção integral, cujo nome já diz sequência das ideias.
tudo, e as de uso sustentável, nas quais
é possível a extração controlada de 8. (FCC – 2012) Está plenamente adequada a
madeira, por exemplo - constitui uma pontuação da seguinte frase:
ressalva ao que se afirma.
d) Em E, de fato, a taxa de desmate de a) O texto é polêmico, de vez que,
1998 a 2009 é a menor nas terras busca estabelecer um equilíbrio de
indígenas: cerca de 1,5% da área (3º julgamento, num terreno em que via de
parágrafo), os dois-pontos introduzem regra dominam as paixões, já que tanto
uma especificação do que se acabou de a religião como a ciência advogam para
afirmar. si mesmas, o estatuto do conhecimento
e) No segmento as de proteção integral, verdadeiro.
cujo nome já diz tudo (2º parágrafo), b) O texto é polêmico, de vez que
a vírgula poderia ser retirada sem busca estabelecer, um equilíbrio de
prejuízo para a correção e o sentido julgamento, num terreno em que via de
originais. regra dominam as paixões; já que tanto
a religião como a ciência advogam para
7. (FCC – 2012) A afirmação INCORRETA sobre si mesmas, o estatuto do conhecimento
a pontuação empregada em um segmento verdadeiro.
do segundo parágrafo do texto é: c) O texto é polêmico, de vez que:
busca estabelecer um equilíbrio de
a) Em A descoberta das terras americanas julgamento num terreno em que, via de
é, basicamente, um episódio dessa regra, dominam as paixões já que tanto
obra ingente, a retirada simultânea das a religião, como a ciência, advogam para
vírgulas manteria, em linhas gerais, o si mesmas o estatuto do conhecimento
sentido da frase. verdadeiro.
b) Em De início pareceu ser episódio d) O texto é polêmico, de vez que
secundário, uma vírgula poderia ser busca estabelecer um equilíbrio de
colocada imediatamente depois do julgamento num terreno em que, via de
termo início, sem prejuízo para a regra, dominam as paixões, já que tanto
correção e a lógica. a religião como a ciência advogam para
c) Em A Espanha - a quem coubera si mesmas o estatuto do conhecimento
um tesouro como até então não verdadeiro.
se conhecera no mundo - tratará e) O texto é polêmico de vez, que
de transformar os seus domínios busca estabelecer um equilíbrio de
numa imensa cidadela, os travessões julgamento, num terreno em que via de
regra, dominam as paixões já que, tanto

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a religião como a ciência, advogam, para mero fantasma, mas ruiu exatamente
si mesmas, o estatuto do conhecimento conforme as previsões de Kant.
verdadeiro.
Outra pontuação para a frase acima, que
9. (ESAF – 2012) Os trechos a seguir mantém o sentido e a correção originais, é:
constituem um texto adaptado do Editorial a) O equilíbrio alcançado pelo sistema
de O Globo de 20/3/2012. Assinale a opção de Estados nacionais, não foi um
correta quanto ao emprego dos sinais de mero fantasma (mas: ruiu exatamente
pontuação. conforme as previsões de Kant).
b) O equilíbrio alcançado pelo sistema
a) Estudo recente de uma instituição de Estados nacionais não foi: um mero
americana, mostra que, em termos da fantasma; mas ruiu, exatamente,
produtividade do trabalho, estamos conforme as previsões de Kant.
atrás da Argentina, do Chile, do México, c) O equilíbrio alcançado pelo sistema
do Uruguai, do Peru e da Colômbia, de Estados nacionais não foi um mero
para citar apenas algumas nações fantasma. Mas ruiu exatamente,
sul-americanas. Superamos apenas a conforme as previsões de Kant.
Bolívia e Equador. d) O equilíbrio alcançado pelo sistema
b) O aumento da escolaridade, foi um de Estados, nacionais, não foi um
passo à frente, pois os jovens estarão mero fantasma - mas ruiu; exatamente
mais aptos ao aprendizado necessário, conforme as previsões de Kant.
a um bom desempenho em suas e) O equilíbrio alcançado pelo sistema
profissões e atividades do que as de Estados nacionais não foi um mero
gerações anteriores. fantasma; mas ruiu, exatamente
c) Porém, para se nivelar aos parâmetros, conforme as previsões de Kant.
até mesmo, da maioria dos países do
continente, o Brasil, terá de andar bem 11. (FCC 2012) Está inteiramente adequada a
mais rápido. pontuação da frase:
d) O país já se encontra em um estágio
no qual os saltos de produtividade a) Como já se disse, poeta é aquele que,
não ocorrerão sem investimentos mais ao aplicar-se conscientemente à difícil
expressivos. Além de equipamentos, arte do desaprender, passa a ver o
automação e outras ferramentas da mundo com olhar infantil, despido das
tecnologia, parte desses investimentos camadas de preconceitos e prejuízos
precisará estar voltada para os recursos que, quase sempre à nossa revelia,
humanos. acumulamos ao longo da vida adulta.
e) É recente (menos de vinte anos) um b) Como, já se disse, poeta é aquele que ao
envolvimento mais vigoroso do poder aplicar-se conscientemente à difícil arte
público, nesse esforço, para qualificar do desaprender, passa a ver o mundo,
os recursos humanos disponíveis. Até com olhar infantil, despido das camadas
então, a iniciativa partia de instituições de preconceitos e prejuízos, que quase
privadas ou das empresas, muitas vezes sempre à nossa revelia, acumulamos ao
agindo de maneira isolada. longo da vida adulta.
c) Como já se disse poeta é aquele, que ao
10. (FCC – 2012) O equilíbrio alcançado pelo aplicar-se conscientemente à difícil arte
sistema de Estados nacionais não foi um do desaprender, passa a ver o mundo
com olhar infantil despido das camadas
de preconceitos e prejuízos que, quase

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sempre à nossa revelia acumulamos, ao prazo mais curto, que as circunstâncias


longo da vida adulta. permitiram.
d) Como já se disse poeta, é aquele que ao c) A conferência que o autor pronunciou
aplicar-se conscientemente à difícil arte na Sorbonne, foi traduzida e publicada
do desaprender, passa a ver o mundo no Brasil, mas não, na íntegra.
com olhar infantil despido das camadas d) Tanto os trajes masculinos quanto os
de preconceitos, e prejuízos, que quase femininos, foram incorporados aos
sempre à nossa revelia acumulamos ao bens da companhia, vendidos todos, a
longo da vida adulta. preço muito inferior ao de mercado.
e) Como já se disse, poeta é aquele que e) A promessa inicial feita a si mesmo e à
ao aplicar-se, conscientemente, à difícil irmã, cumpriu-se quando tinham ainda
arte do desaprender passa a ver, o pouca idade mas ao que tudo indica,
mundo, com olhar infantil despido das conseguiram mantê-la em segredo por
camadas de preconceitos e prejuízos décadas.
que quase sempre, à nossa revelia,
acumulamos ao longo da vida adulta. 14. (FCC 2012) Sobre a pontuação empregada
em um segmento do texto, é correto
12. (FUNDATEC – 2009) Em relação às vírgulas afirmar:
usadas no período, afirma-se que:
a) Em mas elas trazem recompensas
“Nas estradas estaduais, a regra é algo valiosas, que são permanentes e que
parecida, mas há menos variações.” contribuem de forma significativa...
I – Ambas são usadas face à mesma (3o parágrafo), a retirada da vírgula
justificativa. implicaria prejuízo para o sentido.
b) Em Todos os jogos se compõem de
II – A primeira separa um adjunto adverbial duas partes: um jogo exterior e um jogo
deslocado. interior (1o parágrafo), os dois-pontos
III – A segunda separa orações. introduzem uma consequência do que
foi enunciado.
IV – A segunda poderia ser retirada, pois c) Em Este é o jogo que se desenrola na
seu uso é facultativo. mente do jogador, e é jogado contra
Quais estão corretas? obstáculos como... (2o parágrafo), a
retirada da vírgula implicaria prejuízo
a) Apenas I e II.
para a correção.
b) Apenas II e III.
d) Em Para o domínio desse jogo,
c) Apenas III e IV.
especialistas dão instruções sobre como
d) Apenas I, II e III.
utilizar uma raquete ou um taco... (1o
e) Apenas II, III e IV.
parágrafo), a vírgula isola um segmento
que indica causa em relação ao que vai
13. (FCC 2012) A frase que está pontuada
ser enunciado.
segundo as orientações do padrão culto é:
e) Em Este é o jogo que se desenrola
a) Antecipando o destino que aquela na mente do jogador (2o parágrafo),
relação amorosa conheceria - o convívio uma vírgula poderia ser colocada
harmônico sempre celebrado -, os pais imediatamente depois do termo
da jovem serenamente abençoaram a jogo, sem prejuízo para o sentido e a
união. correção.
b) Identificados, os documentos
originalmente dispersos, nas pastas,
passou-se a catalogá-los; o que se fez no

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15. (FCC 2012) Está inteiramente adequada a d) Objetos voadores não identificados,
pontuação da frase: mais conhecidos como óvnis, foram
não apenas objeto de acaloradas
a) Objetos voadores não identificados, controvérsias, como tema de inúmeros
mais conhecidos como óvnis foram, filmes de sucesso, principalmente
não apenas objeto, de acaloradas aqueles produzidos em Hollywood,
controvérsias, como tema de inúmeros essa verdadeira fábrica de sonhos.
filmes de sucesso, principalmente e) Objetos voadores, não identificados,
aqueles produzidos em Hollywood essa mais conhecidos como óvnis foram
verdadeira fábrica de sonhos. não apenas, objeto de acaloradas
b) Objetos voadores, não identificados, controvérsias, como tema de inúmeros
mais conhecidos como óvnis foram, filmes, de sucesso principalmente
não apenas objeto de acaloradas aqueles produzidos em Hollywood,
controvérsias, como tema de inúmeros essa verdadeira fábrica de sonhos.
filmes de sucesso, principalmente,
aqueles produzidos em Hollywood essa
verdadeira fábrica de sonhos.
c) Objetos voadores não identificados
mais conhecidos, como óvnis foram
não apenas, objeto de acaloradas
controvérsias, como tema de inúmeros
filmes, de sucesso, principalmente
aqueles produzidos, em Hollywood,
essa verdadeira fábrica de sonhos.

Gabarito: 1. D 2. E 3. E 4. C 5. E 6. D 7. E 8. D 9. D 10. E 11. A 12. B 13. A 14. A 15. E

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Português
Apostila Complementar

Professor: Carlos Zambeli

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Aula 1

Emprego do Sinal de Crase

Ocorre Crase
• Assistimos à cena de vandalismo no youtube. (A prep. + A artigo)

• A cena à qual nos referimos é extremante chuva. (A prep. + A do pronome relativo A Qual)

• Esta onda de protestos é semelhante à de 1970. (A prep. + A pronome demonstrativo)

• As notícias fazem referência àquele protesto. (A prep. + A pronome demonstrativo Aquele).

1. Substitua a palavra feminina por outra masculina correlata; em surgindo a combinação AO,
haverá crase.

• Eles foram às ruas.

• Nunca fomos indiferentes às manifestações do povo.

2. Substitua os demonstrativos
Àquele = a este, àquela = a esta, àquilo = a isto

• Preferimos este material àquele livro velho e desatualizado.

• Não entregarei isso àquelas turmas.

3. Antes de nome próprio de lugares, deve-se colocar o verbo VOLTAR; se dissermos VOLTO
DA, haverá acento indicativo de crase; se dissermos VOLTO DE, não ocorrerá o acento.

• Vou à Bahia. (volto da). Vou a Florianópolis. (volto de).

Observação: Se o nome do lugar estiver acompanhado de uma


característica (adjunto adnominal), o acento será obrigatório.
• Vou a Portugal. Vou à Portugal das grandes navegações.

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4. Nas locuções

Exemplo: à frente de; à espera de; à procura de; à noite; à tarde; à esquerda; à direita; às vezes;
às pressas; à medida que; à proporção que; à toa; à vontade, etc.

Note a diferença

• Lavar a mão. Lavar à mão.

• Lavar a máquina. Lavar à máquina.

• Veio a tarde. Veio à tarde.

• Estudarei a sombra. Estudarei à sombra.

• Às vezes, ele trabalha à noite.

• À medida que o tempo passava, Sérgio falava à vontade.

• Na indicação de horas determinadas.

• Os protestos começarão às 18h no centro da cidade. (ao meio dia)

• Ele está aqui desde as duas horas. (o meio-dia).

Crase Opcional

1. Antes de nomes próprios femininos.


• A banca organizadora do concurso enviará, em vinte dias, um cartão a Ana (ou à Ana).

2. Antes de pronomes possessivos femininos adjetivos no singular.


• Nunca desobedeci a sua ordem (ou à sua ordem).

3. Depois da preposição ATÉ.


• Fui até a manifestação. (ou até à manifestação).

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Banco do Brasil 2013/2 – Português – Prof. Carlos Zambeli

Não ocorre crase

1. Antes de palavras masculinas.


• Cheirava a suor. Só vendem a prazo. Andava-se a pé naquele lugar.

2. Antes de verbos.
• Estou disposto a colaborar com ele. Eu só estava a contemplar os protestos.

3. Antes de artigo indefinido.


• Assisti a uma manifestação na rua. Encaminhou a proposta a uma empresa.

4. Antes de alguns pronomes

• Repassamos a ela todas as informações.

• Nossos alunos podem ir a qualquer lugar com essas dicas.

• Não me refiro a esta indignação coletiva.

• A pessoa a quem me dirigi estava atrapalhada.

• A empresa a cuja dona me referi foi multada em alguns milhões.

• Enderecei a correspondência a sua senhoria.

5. Depois de preposição.

• As pessoas foram para as praias. Estava perante a grande manifestação!

6. Quando o A estiver no singular e a palavra a que ele se refere estiver no plural.


• Agrediram-se a bofetadas. Nunca obedeci a suas ordens!

7. Em locuções formadas pela mesma palavra.


• Aplique o remédio gota a gota.
(cara a cara, lado a lado, face a face, passo a passo, frente a frente, dia a dia, etc.)

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Exercícios

1. Utilize o acento indicativo de crase quando necessário.

a) Renunciar as coisas boas da vida é um gesto contrário a mentalidade atual.

b) Resistiria a qualquer pressão, pois pretendia ser fiel a seu ideal.

c) O assunto vai da página cinco a oito.

d) Não dava atenção a normas propostas, pois estava pensando na festa regada a chope.

e) A fase a que chegamos é crítica.

f) Quero uma roupa igual a que vi ontem.

g) A medida que o aluno estuda, seu desempenho vai melhorando.

h) Sua prova está curiosamente igual a do vizinho!

i) Confiei a execução da tarefa a uma pessoa especializada.

j) Ele começou a gaguejar quando respondia as perguntas.

k) A cantora a cuja voz sempre me refiro estará entre nós neste ano!

l) Não venderemos a prazo durante a crise. Só a vista!

m) Voltamos para a escola.

n) Compareceu perante a turma.

o) A propósito, você se refere a ela ou a mim?

p) Graças a intervenção de um professor, reformulou a decisão.

q) Devemos dar exemplo as pessoas e induzi-las a preservação do meio ambiente.

r) Jamais chegaremos aquele ponto.

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Questões

1. (7629) PORTUGUÊS | CESGRANRIO | CEF | a) Os pesquisadores dedicaram um


2012 ASSUNTOS: CRASE estudo sobre games à um conjunto de
pessoas idosas.
O sinal indicativo de crase está b) Daqui à alguns anos, os pesquisadores
adequadamente usado em: pretendem verificar por que os games
são viciantes para os jovens.
c) Muitos dos idosos pesquisados
obtiveram resultados positivos e
passaram à se comportar de nova
maneira.
d) A escolha de um determinado
game se deveu à preocupação dos
pesquisadores com as características
que tal jogo apresentava.
e) Os estudos dos efeitos dos jogos
eletrônicos sobre os idosos vêm sendo
realizados à vários anos.

2. (7630) PORTUGUÊS | CESGRANRIO | BNDES


| 2011 ASSUNTOS: CRASE
O sinal indicativo da crase está empregado
de acordo com a norma-padrão em:
a) Depois de aportar no Brasil, Cabral
retomou à viagem ao Oriente.
b) O capitão e sua frota obedeceram às
ordens do rei de Portugal.
c) O ponto de partida da frota ficava no
rio Tejo à alguns metros do mar.
d) O capitão planejou sua rota à partir da
medição de marinheiros experientes.
e) Navegantes anteriores a Cabral haviam
feito menção à terras a oeste do
Atlântico.

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3. (7631) PORTUGUÊS | CESGRANRIO | FINEP se compromete com um corte de 17% até
| 2011 ASSUNTOS: CRASE 2020.
O sinal indicativo da crase é necessário em: As palavras que, na sequência, preenchem
as lacunas anteriores corretamente são:
a) Os cartões-postais traziam as novas
notícias de quem estava viajando. a) as ‒ à ‒ a ‒ a.
b) Recife abriga a mostra de antigos b) às ‒ à ‒ a ‒ a
cartões-postais, fruto do esforço de um c) às ‒ a ‒ à ‒ à.
colecionador. d) as ‒ a ‒ a ‒ à.
c) Reconhecer a importância de antigos e) as ‒ a ‒ a ‒ a.
hábitos, como a troca de cartões-
postais, é valorizar o passado. 6. (7633) PORTUGUÊS | CESGRANRIO |
d) Enviar um cartão-postal aquela pessoa PETROBRÁS | 2011 ASSUNTOS: CRASE
a quem se ama era, nos séculos XIX e Em qual dos pares de frases abaixo o a
XX, uma forma de amor. destacado deve apresentar acento grave
e) Durante muito tempo, e em vários indicativo da crase?
lugares do mundo, a moda de trocar
cartões-postais permaneceu. a) Sempre que possível não trabalhava a
noite. / Não se referia a pessoas que
4. (7638) PORTUGUÊS | CESGRANRIO | não participaram do seminário.
PETROBRÁS | 2010 ASSUNTOS: CRASE b) Não conte a ninguém que receberei
um aumento salarial. / Sua curiosidade
O sinal indicativo de crase deve ser usado aumentava a medida que lia o relatório.
somente no a presente em: c) Após o julgamento, ficaram frente
a) Mas a dor de dente pode passar a ser a frente com o acusado. / Seu
um problema. comportamento descontrolado levou-o
b) Os pais costumam levar a seus filhos a a uma situação irremediável.
obrigação de serem felizes. d) O auditório IV fica, no segundo andar,
c) Não se deve dar importância a a esquerda. / O bom funcionário vive a
chamada da capa da revista. espera de uma promoção.
d) Os livros publicados por universidades e) Aja com cautela porque nem todos
devem ser levados a sério. são iguais a você. / Por recomendação
e) O dinheiro não traz a felicidade que se do médico da empresa, caminhava da
imagina, quando se luta por ele. quadra dois a dez.

5. (7636) PORTUGUÊS | CESGRANRIO | BACEN 7. (5401) PORTUGUÊS | CESGRANRIO | EPE |


| 2010 ASSUNTOS: CRASE 2012

Leia as frases abaixo ASSUNTOS: CRASE


A Inglaterra aprovou uma lei pela qual o país No trecho “50% e 70% das falhas ocorridas
terá de cortar em 80% ____ suas emissões no passado em linhas de transmissão
de carbono. brasileiras estavam relacionadas às
condições climáticas” (L. 13-16), o sinal
O fato de as cifras virem ____ tona antes indicativo da crase deve ser empregado
da conferência é outro sinal alentador. obrigatoriamente.
Esse cipoal de números torna complexa
_____ discussão em Copenhague, mas não Esse sinal também é obrigatório na palavra
a inviabiliza. O Presidente Barack Obama destacada em:
anunciou que vai _____ Copenhague e que

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8. (5400) PORTUGUÊS | CESGRANRIO | EPE |


2012 ASSUNTOS: CRASE
O uso do sinal indicativo da crase é
obrigatório em:

a) O Brasil sofreu as consequências da


grande perda de carbono da floresta
Amazônica.
b) A transformação acelerada do clima
deve-se as estiagens em várias partes
a) A metrópole exerce influência social
do mundo.
e administrativa sobre a maioria das
c) Alguns tipos de vegetação dificilmente
cidades da região.
resistem a uma grande mudança
b) Cada vez mais, os moradores têm
climática.
acesso a bens de consumo como
d) As usinas hidrelétricas, a partir de
eletrodomésticos e celulares.
1920, estavam associadas a regiões
c) Nas grandes cidades, o crescimento
industriais.
populacional é sempre aliado a índices
e) O aumento da temperatura do planeta
econômicos altos.
causará danos expressivos a seus
d) O governo precisa investir na saúde
habitantes.
para corresponder a expectativa da
população.
e) O planejamento familiar é necessário
para não levar o mundo a uma situação
insustentável.

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9. (7637) PORTUGUÊS | CESGRANRIO | BANCO 10. (7635) PORTUGUÊS | CESGRANRIO |
DO BRASIL | 2010 ASSUNTOS: CRASE ELETROBRÁS | 2010 ASSUNTOS: CRASE
O sinal indicativo da crase deve ser aplicado O acento indicativo da crase só está
em qual das sentenças abaixo? corretamente empregado em:
a) Estarei na ilha a partir de amanhã. a) Só consegui comprar a televisão à
b) Ele é um cavalheiro a moda antiga. prestações.
c) O sabiá é admirado devido a seu belo b) O comerciante não gosta de vender à
canto. prazo.
d) Daqui a uma hora se iniciará o recital. c) Andar à pé pela orla é um ótimo
e) O pomar fica próximo a uma horta. exercício.
d) Entregue o relatório à uma das
secretárias.
e) Chegaremos ao trabalho à uma hora da
tarde.

Para ver a explicação do professor sobre as questões, acesse o link a seguir ou baixe
um leitor QR Code em seu celular e fotografe o código.

http://acasadasquestoes.com.br/prova-imprimir.php?prova=60383

 9. (7637) B 10. (7635) E


Gabarito: 1. (7629) D 2. (7630) B 3. (7631) D 4. (7638) C 5. (7636) A 6. (7633) D 7. (5401) B 8. (5400) D

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Aula 2

Processos Sintáticos: Coordenação e Subordinação

As conjunções podem ser classificadas em:

Coordenativas

Ligam orações independentes, ou seja, que possuem sentido completo.

1. Aditivas: Expressam ideia de adição, soma, acréscimo.


São elas: e, nem, não só... mas também, mas ainda, etc.
• Discutimos várias propostas e analisamos possíveis soluções.
• “Os amigos têm tudo em comum, e a amizade é a igualdade.” (Pitágoras)
• Não revisam a matéria, nem fazem exercícios de fixação.

2. Adversativas: Expressam ideia de oposição, contraste.


São elas: Mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto, não obstante, etc.
• Queria arrumar um namorado, todavia não conseguia ser feliz sozinha.
• O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda miséria.

3. Alternativas: Expressam ideia de alternância ou exclusão.


São elas; ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, etc.
• Ou você assume essa relação, ou verá o resultado da sua opção.
• Ora age com calma, ora trata a todos com muita aspereza.

4. Conclusivas: Expressam ideia de conclusão ou uma ideia consequente do que se disse


antes. São elas: logo, portanto, por isso, por conseguinte, assim, de modo que, em vista
disso então, pois (depois do verbo) etc.
• Apaixonou-se; deve, pois, sofrer em breve.
• “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance,
ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.”
(Charles Chaplin)

• A inflação é o maior inimigo da Nação, portanto é meta prioritária do governo eliminá-la.

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5. Explicativas: A segunda oração dá a explicação sobre a razão do que se afirmou na primeira
oração. São elas: pois, porque, que.
• Saia, pois você está incomodando.
• Aceite os fatos, pois eles são o espelho da realidade.
• Ana devia estar cansada, porque se separou rapidamente dele.

Subordinativas

Ligam orações dependentes, de sentido incompleto, a uma oração principal que lhe completa o
sentido. Podem ser adverbiais, substantivas e adjetivas; neste caso, estudaremos as conjunções
que introduzem as orações subordinadas adverbiais.

1. Causais: Expressam ideia de causa, motivo ou a razão do fato expresso na oração principal.
São elas: porque, porquanto, posto que, visto que, já que, uma vez que, como, etc.
• “Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes.” (Willian
Shakespeare)

• “Eu possa me dizer do amor (que tive): que não seja imortal, posto que é chama.
Mas que seja infinito enquanto dure. “ (Vinicius de Morais)

2. Comparativas: Estabelecem uma comparação com o elemento da oração principal. São


elas: como, que (precedido de “mais”, de “menos”, de “tão” ), etc.
• “Como arroz e feijão, é feita de grão em grão nossa felicidade.” (Teatro Mágico)
• “Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.” (Albert Einstein)
• Esses alunos falam mais do que papagaios.

3. Condicionais: Expressam ideia de condição ou hipótese para que o fato da oração principal
aconteça. São elas: se, caso, exceto se, a menos que, salvo se, contanto que, desde que, etc.
“Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...” (Mario Quintana)

• “Se a gente já não sabe mais rir um do outro, meu bem, então o que resta é chorar.” (Los
Hermanos)

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4. Consecutivas: Expressam ideia de consequência ou efeito do fato expresso na oração


principal. São elas: que (precedido de termo que indica intensidade: tão, tal, tanto, etc.), de
modo que, de sorte que, de maneira que, etc.
• Tanta era a expectativa para o concurso que não dormi à noite.
• A gente é tão cúmplice um do outro que nem precisa se olhar!

5. Conformativas: Expressam ideia de conformidade ou acordo em relação a um fato expresso


na oração principal. São elas: conforme, segundo, consoante, como.
• “Os homens estimam-vos conforme a vossa utilidade, sem terem em conta o vosso
valor” (Balzac)
• Como havíamos previsto, o conteúdo está de acordo com o edital.

6. Concessivas: Expressam ideia de que algo que se esperava que acontecesse, contrariamente
às expectativas, não acontece. São elas: embora, conquanto, ainda que, se bem que,
mesmo que, apesar de que, etc.
• “Mesmo que você tenha que partir, o amor não há de ir embora.” (Titãs)
• “Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor eu
nada seria.” (Legião)

7. Finais: Expressam ideia de finalidade. São elas: a fim de que, para que, que, etc.
• “Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos.” (Pitagoras)
• Os professores capricham na apostila para que seus alunos gabaritem a prova.

8. Proporcionais: Expressam ideia de proporção, simultaneidade. São elas: à medida que, à


proporção que, ao passo que, etc.
• Ao passo que estudas muito, deves ficar mais confiante.

9. Integrantes: Introduzem uma oração que integra ou completa o sentido do que foi expresso
na oração principal. São elas: que, se.
• A população deseja que haja uma educação digna.
• Convém que você saiba isso!

10. Temporais: Expressam anterioridade, simultaneidade, posteridade relativas ao que vem


expresso na oração principal. São elas: quando, enquanto, assim que, desde que, logo que,
depois que, antes que, sempre que, etc.
• “Quando o sol bater na janela do teu quarto, lembra e vê que o caminho é um só.”
• “Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra.”
(Bob Marley)

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Questões

1. (4477) PORTUGUÊS | CESPE | PC - ES | Julgue os seguintes itens, relativos ao texto


2011 / ASSUNTOS: SINTAXE DA ORAÇÃO anterior.
E DO PERÍODO (COORDENADAS E
SUBORDINADAS)/NEXOS A expressão “até que” (L. 6) confere ao
período a noção de tempo.
( ) Certo ( ) Errado

3. (4635) PORTUGUÊS | FCC | INSS | 2012


ASSUNTOS: SINTAXE DA ORAÇÃO
E DO PERÍODO (COORDENADAS E
SUBORDINADAS)/NEXOS
"[...] embora a maioria das pessoas
consuma calorias suficientes [...]" (início do
2º parágrafo)
A conjunção grifada acima imprime ao
Em relação às ideias e a aspectos gramaticais contexto noção de
do texto acima, julgue os itens a seguir.
a) finalidade de uma ação.
No trecho “ainda que deixasse entrever”
b) temporalidade relativa a um fato.
(L. 8-9), a locução conjuntiva “ainda que”
c) concessão quanto à afirmativa que a
poderia ser substituída por embora, sem
segue.
que fosse alterado o sentido da oração.
d) conjectura que não se realiza.
( ) Certo ( ) Errado e) incerteza quanto à comprovação de um
fato.
2. (4585) PORTUGUÊS | CESPE | PRF |
4. (5448) PORTUGUÊS | CESGRANRIO | EPE |
2012/ASSUNTOS: SINTAXE DA ORAÇÃO
2012
E DO PERÍODO (COORDENADAS E
SUBORDINADAS)/NEXOS ASSUNTOS: SINTAXE DA ORAÇÃO
E DO PERÍODO (COORDENADAS E
SUBORDINADAS)/NEXOS
No texto, a expressão No entanto (L. 37)
pode ser substituída, sem alteração do
sentido, por:
a) Desde que.
b) Entretanto.
c) Porque.
d) Quando.
e) Uma vez que.

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a junção da última oração ao lado com sua
antecedente, sem alterar o sentido, é
a) logo.
b) porque.
c) mas.
d) pois.
e) embora.

6. (4463) PORTUGUÊS | CESPE | TCU | 2012


ASSUNTOS: SINTAXE DA ORAÇÃO
E DO PERÍODO (COORDENADAS E
SUBORDINADAS)/NEXOS
Em relação aos sentidos e às estruturas
linguísticas do texto, julgue os itens que se
5. (5451) PORTUGUÊS | CESGRANRIO | BNDES seguem.
| 2011
Seriam mantidos a correção gramatical
ASSUNTOS: SINTAXE DA ORAÇÃO do período e o seu sentido original se a
E DO PERÍODO (COORDENADAS E conjunção “pois” (L. 7) fosse substituída por
SUBORDINADAS)/NEXOS qualquer uma das seguintes: porque, visto
que, uma vez que, conquanto.
Na passagem “Você tem sido um vizinho
muito compreensivo, e eu ando muito ( ) Certo ( ) Errado
relapsa na criação dos meus cachorros. Isso
vai mudar!” (L. 4-6) a conjunção que permite

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7. (5481) PORTUGUÊS | CESGRANRIO | CMB |


2012
ASSUNTOS: SINTAXE DA ORAÇÃO
E DO PERÍODO (COORDENADAS E
SUBORDINADAS)/NEXOS
Os conectivos são responsáveis por
relacionar termos e orações, criando entre
eles relações de sentido, conforme se
observa no trecho abaixo.
“É por isso, talvez, que, se vemos uma
criança bem-vestida chorando sozinha num
shopping center ou num supermercado
[...].” (L. 21-23)
Os sentidos expressos por se e ou são,
respectivamente,
a) tempo e lugar.
b) causa e adição.
c) concessão e modo. 9. (22259) PORTUGUÊS | CESPE | TCE - RS |
d) proporção e oposição. 2013
e) condição e alternância.
ASSUNTOS: SINTAXE DA ORAÇÃO
E DO PERÍODO (COORDENADAS E
8. (5454) PORTUGUÊS | FGV | TRE - PA | 2011
SUBORDINADAS)/NEXOS
ASSUNTOS: SINTAXE DA ORAÇÃO
Com base no texto acima, julgue o item que
E DO PERÍODO (COORDENADAS E
se segue.
SUBORDINADAS)/NEXOS
Se o termo “quando” (L. 13) for substituído
Ficam hibernando à espera do momento
pela conjunção se ou pela conjunção desde
eleitoral quando deveriam estar em praça
que, haverá prejuízo da coerência textual.
pública em busca de militantes e se expondo
ao debate. (L. 38-41) ( ) Certo ( ) Errado
A conjunção quando, no período anterior,
tem valor
a) proporcional.
b) comparativo.
c) consecutivo.
d) temporal.
e) concessivo.

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10. (22012) PORTUGUÊS | CESPE | PRF | 2013
ASSUNTOS: SINTAXE DA ORAÇÃO
E DO PERÍODO (COORDENADAS E
SUBORDINADAS)/NEXOS
Dado o fato de que nem equivale a e não,
a supressão da conjunção “e” empregada
logo após “inviolável”, na linha 10, manteria
a correção gramatical do texto.
( ) Certo ( ) Errado

Para ver a explicação do professor sobre as questões, acesse o link a seguir ou baixe
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8. (5454) E 9. (22259) Errado 10. (22012) Errado


Gabarito: 1. (4477) Certo 2. (4585) Certo 3. (4635) C 4. (5448) B 5. (5451) C 6. (4463) Errado 7. (5481) E

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Aula 3

Colocação Pronominal

Trata da colocação dos pronomes clíticos: me, te, se, o(s), a(s), lhe(s), nos, vos.
São três as posições que ficam na oração:
Antes do verbo: próclise: Não me abandone.
No meio do verbo: mesóclise: Dar-te-ei todo meu material.
Depois do verbo: ênclise: Entregou-nos os livros.

Próclise

a) Expressões negativas (sem pausa entre a palavra de negação):


“Não me deixe só.”
Nunca te viram só.
Ninguém me ajudou durante o concurso.
Nada nos aproxima mais.
Não mandou notícias, nem me telefonou.

b) Orações exclamativas ou orações optativas:


Macacos me mordam!
Deus nos ajude!
Bons ventos o levem!

c) Pronomes
Quem te chamou aqui?
Aquilo me a vida é muito frágil!
Esse me ajudou na aprovação.
As pessoas que me ajudaram merecem meu respeito!
Tu te lembras de mim?

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d) Orações subordinadas:
“Quando me perdi, você apareceu.”
Edgar pode ajudar, se o convidarmos para ir também.
Esses protestos saíram conforme nos disseram.
Ele disse que te viu com outra!

e) Advérbios (sem pausa entre eles e o verbo):


Aqui se aprende Português. (mas: Aqui, aprende se Português.)
Talvez te ajude nesse projeto.
Não nos apoiam!
Se, após a palavra atrativa houver pausa (vírgula, ponto e vírgula, dois-pontos, etc.), a atração
perde força e o pronome deve posicionar-se após o verbo:
Não nos falaram a verdade. Não, falaram-nos a verdade.
Agora nos fale a verdade. Agora, fale-nos a verdade.

f) Em + verbo no gerúndio:
Em se comentando o caso, seja discreto.
Em se tratando de concursos, conte conosco!

Mesóclise
Com verbos no futuro do presente ou futuro do pretérito:
Emprestar-me-á o carro amanhã?
Comprá-lo-ei, se for necessário.
O concurso realizar-se-á no próximo mês.
Far-lhe-ia um convite, se não fosse casada.

Ênclise
Ocorre em períodos iniciados por verbos (exceto no tempo futuro), pois não se abre frase com
pronome oblíquo.
“Sigam-me os bons!”
Ajude-me, colega!

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Locução Verbal
O pronome oblíquo átono pode posicionar-se em qualquer das três formas a seguir:

Infinitivo ou Gerúndio
Vou-lhe confessar. Estou-lhe telefonando.
Vou confessar-lhe. Estou telefonando-lhe.
Não lhe vou falar. Não lhe estou perguntando.
Não vou lhe falar. Não estou lhe perguntando.
Não vou falar-lhe. Não estou perguntando-lhe.

Particípio
Tenho-lhe contado a verdade.
Não lhe tenho contado a verdade.

Exercício

1. ( ) Vamos, amigos, cheguem-se aos bons.

2. ( ) O torneio iniciar-se-á no próximo Domingo.

3. ( ) Amanhã dizer-te-ei todas as novidades.

4. ( ) Os alunos nos surpreendem com suas tiradas espirituosas.

5. ( ) Os amigos chegaram e me esperam lá fora.

6. ( ) O torneio iniciará-se no próximo domingo.

7. ( ) Tinha oferecido-lhes as explicações, saíram felizes.

8. ( ) Este casamento não deve realizar-se.

9. ( ) Para não falar- lhe, resolveu sair cedo.

10. ( ) É possível que o leitor nos não creia.

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Questões

1. (4644) PORTUGUÊS | FCC | MPE - AP | 2012 3. (4489) PORTUGUÊS | CESPE | TRT - 10ª
REGIÃO (DF E TO) | 2013
ASSUNTOS: PRONOMES: EMPREGO,
FORMAS DE TRATAMENTO E COLOCAÇÃO ASSUNTOS: PRONOMES: EMPREGO,
FORMAS DE TRATAMENTO E COLOCAÇÃO
Ao se substituir um elemento de
determinado segmento do texto, o pronome
foi empregado de modo INCORRETO em:
a) e têm a convicção = e têm-na.
b) que demonstra toda sua potência = que
lhe demonstra.
c) alagam as planícies = alagam-nas.
d) só resta aos homens = só lhes resta.
e) providenciar barreiras e diques =
providenciá-los.

2. (16129) PORTUGUÊS | A CASA DAS


QUESTÕES | TRT - 18ª REGIÃO (GO) | 2013
ASSUNTOS: PRONOMES: EMPREGO,
FORMAS DE TRATAMENTO E COLOCAÇÃO
Com relação ao texto acima, julgue os
A frase em que se indica a substituição seguintes itens.
do elemento sublinhado por uma forma
pronominal correta é No trecho “A economia solidária vem-se
apresentando” (L. 1), o deslocamento do
a) Festas da empresa pedem pronome pessoal oblíquo para depois do
comportamento adequado. = pedem- verbo principal da locução não prejudicaria
lhe. a correção gramatical do texto: vem
b) ele avalia as promoções = avalia-as. apresentando-se.
c) A chegada dos celulares multiplicou a
responsabilidade = multiplicou ‒ ela. ( ) Certo ( ) Errado
d) Resolver assuntos confidencias =
Resolver-lhes.
e) começam a avaliar também a postura e
os valores morais = começam a avalia-
las também.

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5. (4665) PORTUGUÊS | FCC | TRE - SP | 2012
ASSUNTOS: PRONOMES: EMPREGO,
FORMAS DE TRATAMENTO E COLOCAÇÃO
A substituição do elemento grifado
pelo pronome correspondente, com os
necessários ajustes no segmento, foi
realizada de modo INCORRETO em
a) único veículo que mandava repórteres
= único veículo que os mandava.
b) Impunha logo respeito = Impunha-o
logo.
c) fazia questão de anunciar minha
presença = fazia questão de anunciá-la.
d) um telefone para passar a matéria = um
telefone para passar-lhe.
e) sugerir caminhos para as etapas
seguintes = sugeri-los.

6. (4655) PORTUGUÊS | FCC | MPE - PE | 2012


ASSUNTOS: PRONOMES: EMPREGO,
FORMAS DE TRATAMENTO E COLOCAÇÃO
Ao se substituir um elemento de
determinado segmento do texto, o pronome
foi empregado de modo INCORRETO em:
a) e mantém seu ser = e lhe mantém.
b) é dedicado [...] a uma mulher = lhe é
dedicado.
c) reviver acontecimentos passados =
revivê-los.
4. (5457) PORTUGUÊS | CESGRANRIO | EPE |
d) para criar uma civilização comum = para
2012
criá-la.
ASSUNTOS: PRONOMES: EMPREGO, e) que provê o fundamento = que o provê.
FORMAS DE TRATAMENTO E COLOCAÇÃO
7. (5459) PORTUGUÊS | CESGRANRIO |
No 6º parágrafo do texto, a palavra ela (L. LIQUIGÁS | 2012
43) refere-se a
ASSUNTOS: PRONOMES: EMPREGO,
a) infraestrutura (L. 31). FORMAS DE TRATAMENTO E COLOCAÇÃO
b) rede de transportes (L. 40).
c) priorização do automóvel (L. 44). “A gente se acostuma a morar em
d) impermeabilização (L. 47). apartamentos de fundos.” (L. 2-3)
e) pavimentação (L. 47).
Nós nos acostumamos a morar em
apartamentos de fundos.

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Banco do Brasil 2013/2 – Português – Prof. Carlos Zambeli

A troca de pronomes também respeita as 9. (4494) PORTUGUÊS | CESPE | TJ - AC | 2012


regras de concordância estabelecidas na
norma-padrão em ASSUNTOS: PRONOMES: EMPREGO,
FORMAS DE TRATAMENTO E COLOCAÇÃO
a) Tu te acostuma / Você se acostuma.
b) Tu se acostuma / Você se acostumas.
c) Tu te acostumas / Você se acostuma.
d) Tu te acostumas / Você vos acostuma.
e) Tu te acostumas / Você vos acostumais.

8. (4640) PORTUGUÊS | FCC | TRF - 5ª REGIÃO


| 2012
ASSUNTOS: PRONOMES: EMPREGO,
FORMAS DE TRATAMENTO E COLOCAÇÃO
Ao se substituir o elemento grifado em
um segmento do texto, o pronome foi
empregado de modo INCORRETO em
a) Julio Cortázar tem um conto = Julio
Cortázar tem-no.
b) ele encontrou esta frase = ele
encontrou-a.
c) desarticular as palavras = desarticular-
lhes.
d) dava arroz à raposa = dava-lhe arroz.
e) não só encantou o menino = não só o
encantou.

O vocábulo “seu” (L. 15) tem como referente


“consumo” (L. 13).
( ) Certo ( ) Errado

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9. (4494) Errado
Gabarito: 1. (4644) B 2. (16129) B 3. (4489) Certo 4. (5457) B 5. (4665) D 6. (4655) A 7. (5459) C 8. (4640) C

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Questões Complementares

Emprego das classes de palavras 3. (CESGRANRIO – 2010) A troca da palavra


destacada pela expressão entre parênteses
altera o sentido completo do trecho APENAS
em
1. (CESGRANRIO – 2012) As palavras
destacadas abaixo não se diferem somente a) “Hoje acho que teria dificuldade em
quanto à pronúncia mais ou menos forte. encontrar papel carbono...” (de)
“A gente se acostuma a coisas de mais.” (L. b) “com diversas vantagens sobre o
45) “não há muito o que fazer” (L. 51-52 sistema atual,” (em relação ao)
) A frase em que a palavra destacada foi c) “Sei de gente que dedica todas as suas
usada adequadamente à norma-padrão é a horas vagas à Internet, no sem-número
seguinte: de grupos de que se pode participar.”
(do).
a) Sua casa fica a muitos quilômetros
d) “Assim mesmo, não sobra tempo para
daqui.
responder à enxurrada diária de e-mails
b) Visitarei meu irmão daqui há dois dias.
e mensagens variadas.” (de)
c) Passei no vestibular a cerca de sete
e) “Assim como, do ponto de vista do
anos.
leitor,” (sob o)
d) Há muitas crianças dediquei a minha
vida.
4. (CESGRANRIO – 2010) A frase que se
e) A dois dias cheguei da viagem ao Pará.
completa corretamente com a palavra mau
é
2. (CESGRANRIO – 2010) A opção cuja classe
da palavra destacada difere da das demais é a) Sabia mergulhar mas nadava _____.
b) Escolheu um _____ momento para
a) “O futuro é construído a cada instante
brincar.
da vida,” (L. 1)
c) _____ conseguia respirar de tanta
b) “Perguntas a que também quero
alegria.
responder,” (L. 13)
d) Não havia _____ que resistisse a uma
c) “... os erros inerentes a minha
temporada de banhos de mar.
condição,” (L. 15)
d) “retirando a morte,” (L. 17)
e) “pode ser perfeitamente aplicável daqui
a um tempo.” (L. 36)

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Concordância verbal e nominal 3. (CESGRANRIO – 2012) A forma verbal em
destaque no trecho poderia estar tanto
no singular quanto no plural, conforme a
concordância exigida na norma-padrão.
1. (CESGRANRIO – 2011) A sentença em que
o verbo está corretamente flexionado de “A maior parte dos sabores que sentimos ao
acordo com a norma-padrão, sem provocar provar alimentos industrializados não vêm
contradição de significado, é: de ingredientes de verdade.”
a) O acaso ou a intencionalidade foi a Um outro exemplo dessa dupla possibilidade
causa da descoberta do Brasil. é:
b) Haviam 60% de possibilidades de o
Brasil ter sido descoberto por acaso. a) A metade dos jovens compareceram ao
c) Eu e vocês acreditam na descoberta campeonato no fim de semana.
casual do nosso país. b) Mais de 80 países participaram da
d) Não gastava a corte tempo com olimpíada de informática.
as preocupações que ocupava os c) Muitos de nós gostamos de comidas
historiadores. típicas de países orientais.
e) Devem haver mais evidências para a d) Naquela tarde, menos de cem mil
tese de descoberta casual do Brasil. pessoas foram ao estádio de futebol.
e) Os menores preços daquele antivírus
2. (CESGRANRIO – 2012) Considerando-se que estão disponíveis na internet.
há palavras variáveis e palavras invariáveis
na língua portuguesa, qual é a frase que 4. (CESGRANRIO – 2012) A seguinte frase
está em DESACORDO com a norma-padrão, apresenta concordância nominal de acordo
no que diz respeito à concordância? com as regras da norma-padrão da língua
portuguesa, já que o adjetivo anteposto
a) Estamos todos alerta em relação ao concorda com o primeiro dos dois
problema dos menores de rua. substantivos que o seguem.
b) A população está meio descrente em
relação a soluções de curto prazo. “Com esse resultado, renomadas
c) As organizações que cuidam das consultorias e bancos começam a revisar
crianças receberam bastantes recursos a projeção do Produto Interno Bruto (PIB)
este ano. deste ano.”
d) A partir de hoje, é proibido a adoção No caso de um adjetivo vir posposto a
de crianças que tenham pais biológicos dois substantivos, as seguintes expressões
vivos. apresentam concordância de acordo com a
e) No caso de crianças sob maus tratos, norma-padrão, EXCETO
muitas vezes, elas próprias fogem para
as ruas. a) empresas e consultorias renomadas
b) consultorias e bancos renomadas
c) consultorias e bancos renomados
d) bancos e consultorias renomadas
e) economistas e bancos renomados

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5. (CESGRANRIO-2011)Em que sentença a 8. (CESGRANRIO) Leia as frases abaixo.


concordância segue os parâmetros da I – Fazem, hoje, três meses que participo de
norma-padrão? um trabalho voluntário.
a) Paguei a dívida e fiquei quites com II – Seremos nós quem conseguirá levar
minhas obrigações. esperança para os enfermos.
b) A secretária disse que ela mesmo ia
escrever a ata. III – Não deve haver pessoas que não
c) Junto com o contrato, segue anexo a apreciem as nossas brincadeiras.
procuração. Em relação à concordância dos verbos
d) A vizinha adotou uma atitude pouca destacados, está(ão) correta(s) a(s) frase(s)
amistosa.
a) I, apenas.
e) Após a queda, a criança ficou meio
b) I e II, apenas.
chorosa. c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
6. (CESGRANRIO –2011)A concordância verbal e) I, II e III.
está de acordo com a norma-padrão em:
9. (CESGRANRIO – 2011) Considere as frases
a) Cada um dos curadores foram
abaixo. I – Há amigos de infância de quem
responsáveis por um tema.
nunca nos esquecemos. II – Deviam existir
b) Muitos cartões vem decorados com
muitos funcionários despreparados; por
guirlandas de flores.
isso, talvez, existissem discordâncias en- tre
c) A maior parte dos cartões expostos
os elementos do grupo. Substituindo-se em
encantou os visitantes.
I o verbo haver por existir e em II o verbo
d) Está acontecendo diversos eventos
existir por haver, a sequência correta é
sobre meios de comunicação na cidade.
e) Haviam poucos estudantes interessados a) existem, devia haver, houvesse.
em meios de comunicação do passado. b) existe, devia haver, houvessem.
c) existe, devia haver, houvesse.
7. (CESGRANRIO – 2011) Considere a frase: O d) existem, deviam haver, houvesse.
chefe de vários departamentos identifica e) existe, deviam haver, houvessem.
a mudança no cenário da informática. A
palavra “identifica” pode ser substituída, 10. (CESGRANRIO – 2011)
mantendo o sentido da sentença, pelo verbo I – _________________ ontem, na reunião,
ver, flexionado de acordo com a norma- as questões sobre ética e moral.
padrão, por
II – __________________ muito,
a) vêm atualmente, sobre política.
b) veem III – __________________ considerar as
c) vem ponderações que ela tem feito sobre o
d) vê assunto.
e) viram
As palavras que, na sequência, completam
corretamente as frases acima são:
a) Debateram-se / Fala-se / Devem-se
b) Debateu-se / Fala-se / Devem-se
c) Debateu-se / Falam-se / Deve-se
d) Debateram-se / Fala-se / Deve-se
e) Debateu-se / Fala-se / Deve-se

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11. (CESGRANRIO – 2010 – BNDES) Substituindo- e) O assunto que o pesquisador se
se o verbo destacado em “Só existem dois interessou traz uma marca de
dias...” por uma locução verbal, ficará em romantismo.
DESACORDO com as regras de concordância
verbal, segundo o registro culto e formal da 2. (CESGRANRIO – 2011) Substituindo o verbo
língua, a expressa em destacado por outro, a frase, quanto à
regência verbal, torna-se INCORRETA em:
a) podem existir.
b) hão de existir. a) O líder da equipe, finalmente, viu a
c) há de haver. apresentação do projeto. / O líder
d) deve haver. da equipe, finalmente, assistiu à
e) deve existir. apresentação do projeto.
b) Mesmo não concordando, ele acatou as
12. (CESGRANRIO – 2009) Ela ____________ me ordens do seu superior. / Mesmo não
contou que havia comprado uns óculos mais concordando, ele obedeceu às ordens
modernos. É ______________ a entrada nas do seu superior.
Festas Literárias de Paraty, sem a apresentação c) Gostava de recordar os fatos de sua
do convite. Ela andava ____________ infância. / Gostava de lembrar dos fatos
mulambenta pelas ruas da cidade. de sua infância.
d) O candidato desejava uma melhor
Tendo em vista a concordância nominal, colocação no ranking. / O candidato
as frases acima devem ser completadas, aspirava a uma melhor colocação no
segundo o registro culto e formal da língua, ranking.
com as palavras e) Naquele momento, o empresário
trocou a família pela carreira. / Naquele
a) mesma – proibido – meio. momento, o empresário preferiu a
b) mesma – proibido – meia. carreira à família.
c) mesma – proibida – meio.
d) mesmo – proibida – meia. 3. (CESGRANRIO – 2010 – BNDES) Em relação à
e) mesmo – proibido – meio. regência nominal ou verbal, qual a frase em
que NÃO se emprega o pronome relativo
precedido de preposição?
Regência nominal e verbal a) O físico ______ frase sempre me
recordo quebrou paradigmas com sua
1. (CESGRANRIO 2011) Cada período abaixo é nova forma de pensar.
composto pela união de duas orações. Em b) A conferência ______ assistimos
qual deles essa união está de acordo com a marcou o início de uma nova etapa em
norma – padrão? nossa vida.
c) Era impossível aceitar as provocações
a) A exposição que o pesquisador se ______ foram submetidos durante o
referiu foi prorrogada por mais um mês. discurso.
b) Mora em Recife o pesquisador que os d) As provações ________ estamos
postais estão sendo expostos. expostos são importantes para
c) Os estúdios em que eram elaborados os descobrirmos novas oportunidades.
postais ficavam na Europa. e) Os obstáculos _______ transpusemos
d) Foi impressionante o sucesso cuja ao longo da vida profissional nos
exposição de cartões-postais alcançou. ajudaram a atingirmos o sucesso.

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4. (CESGRANRIO – 2010) “A imprensa Crase


internacional foi convidada para assistir os
debates em Copenhague.” De acordo com
a norma escrita padrão da língua, na frase 1. (CESGRANRIO – 2011 – BNDES) O sinal
acima há um DESVIO de indicativo da crase está empregado de
a) regência nominal. acordo com a norma-padrão em:
b) regência verbal. a) Depois de aportar no Brasil, Cabral
c) concordância nominal. retomou à viagem ao Oriente.
d) concordância verbal. b) O capitão e sua frota obedeceram às
e) pontuação. ordens do rei de Portugal.
5. (CESGRANRIO- 2010) Em relação à c) O ponto de partida da frota ficava no
regência nominal, em qual das frases a rio Tejo à alguns metros do mar.
seguir a preposição empregada NÃO está d) O capitão planejou sua rota à partir da
ADEQUADA? medição de marinheiros experientes.
e) Navegantes anteriores a Cabral haviam
a) A partir daí, estava apto para ajudar feito menção à terras a oeste do
alguém. Atlântico.
b) Ele, então, estava sedento por um
futuro melhor. 2. (CESGRANRIO – 2012) As crases grafadas no
c) Não seja inconstante em suas decisões. início de cada uma das seguintes frases do
d) Na vida, todos nós somos passíveis a texto se justificam pela exigência do verbo
equívocos. acostumar: “Às bactérias de água potável.
e) Temeroso de um resultado negativo, À contaminação da água do mar. À lenta
não seguiu sua intuição. morte dos rios.”
6. (CESGRANRIO) É mais do que suficiente Uma quarta frase que poderia estar nessa
o vocabulário _____ dispomos. O termo sequência, grafada de acordo com a norma-
_______ o autor se refere é surfar. padrão, seria a seguinte:
Tendo em vista a regência verbal, a) À ver injustiças
completam-se corretamente as frases com: b) À vida sem prazer.
a) de que – a que. c) À alguma forma de tristeza.
b) com que – de que. d) À todas as mazelas do mundo
c) que – de que e) À essa correria em busca do sucesso.
d) a que – que.
e) a que – com que. 3. (CESGRANRIO – 2012) O sinal indicativo de
crase está adequadamente usado em:
7. (CESGRANRIO – 2009) Assinale a opção em a) Os pesquisadores dedicaram um estudo
que a preposição destacada constitui caso sobre games à um conjunto de pessoas
de regência nominal. idosas.
a) “se adaptar rapidamente a uma nova b) Daqui à alguns anos, os pesquisadores
situação,” pretendem verificar por que os games
b) “saber se comunicar com a equipe...” são viciantes para os jovens.
c) “ter capacidade de negociação são c) Muitos dos idosos pesquisados
características extras...” obtiveram resultados positivos e
d) “Para chegar a esta conclusão foram passaram à se comportar de nova
analisados três fatores:” maneira.
e) “e para aqueles com quem se
relaciona.”

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d) A escolha de um determinado b) Não conte a ninguém que receberei
game se deveu à preocupação dos um aumento salarial. / Sua curiosidade
pesquisadores com as características aumentava a medida que lia o relatório.
que tal jogo apresentava. c) Após o julgamento, ficaram frente
e) Os estudos dos efeitos dos jogos a frente com o acusado. / Seu
eletrônicos sobre os idosos vêm sendo comportamento descontrolado levou-o
realizados à vários anos. a uma situação irremediável.
d) O auditório IV fica, no segundo andar,
4. (CESGRANRIO – 2011) O sinal indicativo da a esquerda. / O bom funcionário vive a
crase é necessário em: espera de uma promoção.
e) Aja com cautela porque nem todos
a) Os cartões-postais traziam as novas são iguais a você. / Por recomendação
notícias de quem estava viajando. do médico da empresa, caminhava da
b) Recife abriga a mostra de antigos quadra dois a dez.
cartões-postais, fruto do esforço de um
colecionador. 7. (CESGRANRIO) Em “...que tem imputado
c) Reconhecer a importância de antigos àqueles que se empenham...”, ocorre
hábitos, como a troca de cartões- o acento grave, indicativo da crase, no
postais, é valorizar o passado. vocábulo destacado. Assinale a opção cujo
d) Enviar um cartão-postal aquela pessoa “a” também deve receber o acento grave,
a quem se ama era, nos séculos XIX e indicativo da crase.
XX, uma forma de amor.
e) Durante muito tempo, e em vários a) Referiu-se a busca exagerada por
lugares do mundo, a moda de trocar conhecimento.
cartões-postais permaneceu b) Dia a dia buscava informações diversas.
c) Nada falava a respeito da valorização
5. (CESGRANRIO – 2011) O sinal indicativo de do saber
crase é necessário em: d) O conhecimento atinge a todos.
e) O equilíbrio é necessário a quem busca
a) A venda de computadores chegou a o saber.
reduzir o preço do equipamento.
b) Os atendentes devem vir a ter novo 8. (CESGRANRIO) A corrida dos atletas em
treinamento. busca de medalhas deu ____ todas as
c) É possível ir as aulas sem levar o pessoas muita emoção. ____ muito tempo,
notebook. eles se referem ____ prova que foi ganha
d) Não desejo a ninguém uma vida infeliz. na Itália como ____ mais difícil. Assinale a
e) A instrutora chegou a tempo para a opção que preenche adequadamente as
prova. lacunas do texto acima.
6. (CESGRANRIO – 2011) Em qual dos pares de a) à – À – a – a.
frases abaixo o a destacado deve apresentar b) a – À – à – a.
acento grave indicativo da crase? c) à – Há – a – a.
d) à – Há – à – à.
a) Sempre que possível não trabalhava a e) a – Há – à – a.
noite. / Não se referia a pessoas que
não participaram do seminário.

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9. (CESGRANRIO) Os profissionais do riso, 12. (CESGRANRIO – 2010- BNDES) Já disse ____


________ partir de amanhã, darão você que, ____ medida que o tempo passa,
assistência, também, ________ família ____ situação se torna mais complicada
dos pacientes que estão internados, e não é mais possível ficar ____ espera
__________ espera de um transplante. da solução almejada. A sequência que
preenche corretamente as lacunas do
As palavras que preenchem, corretamente, período acima é
as lacunas da frase acima são
a) à – a – a – a.
a) à – à – à b) à – à – a – à.
b) à – à – a c) a – à – a – à.
c) a – à – à d) a – a – a – à.
d) a – a – à e) a – à – à – a.
e) a – a – a

10. (CESGRANRIO) Em “...inerentes a minha


condição,” (L. 15), segundo o registro culto
Conectores
e formal da língua, o acento grave indicativo
da crase é facultativo. A crase também é
facultativa na frase 1. (CESGRANRIO -2012) Em um texto, as
frases relacionam-se umas com as outras,
a) A ninguém interessam os meus erros. estabelecendo entre si relações que
b) Contou os seus problemas a um contribuem para a construção do sentido
profissional especializado. do texto. Essas relações podem não
c) Ele estava disposto a tentar de novo. ser explicitadas por meio do uso de um
d) Correu até a amiga para pedir conectivo, como é o caso das duas frases do
desculpas. fragmento abaixo.
e) Fez, de caso pensado, críticas a ela.
“Fui logo dizendo que não tinha, certa
11. (CESGRANRIO) Observe as frases. de que ele estava pedindo dinheiro. Não
estava.”
I – Dedicou-se às artes e ao estudo da língua
portuguesa. A relação construída entre essas duas
frases pode ser expressa, sem alteração de
II – O texto faz referência às importações sentido, pelo seguinte conectivo:
estrangeiras desnecessárias.
a) onde
III – Compete à nós zelar pelo nosso b) como
vocabulário. c) contudo
O acento indicativo da crase foi d) portanto
corretamente empregado APENAS na(s) e) conforme
frase(s)
a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) I e II

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2. (CESGRANRIO -2010) Assinale a opção 5. (CESGRANRIO -2010) Assinale a opção em
em que, na linha argumentativa do texto, que é possível substituir, de acordo com
NÃO há correspondência entre a ideia a norma culta, a expressão grifada pela
introduzida pelo conector destacado e o palavra “onde”.
valor a ela atribuído.
a) O cinema em que nos encontramos
a) “mas podem ser corrigidos.” – passa bons filmes.
[oposição] b) Vejo você às 11 horas, quando iremos
b) “Quando você passar por uma almoçar.
tragédia,”– [tempo] c) Se o tempo melhorar, então vamos à
c) “Para salvar seu crédito,”– [finalidade] praia.
d) “...se você quer ser bem sucedido.”– d) A situação que ele criou não é aceitável.
[condição] e) Lembrei-me do tempo no qual íamos
e) “O sucesso, pois, decorre da juntos trabalhar.
perseverança...”– [explicação]
6. (CESGRANRIO -2009) “Porém aquele que
3. (CESGRANRIO -2011) Considere a sentença fala, mal ou bem, sempre fala de s mesmo.”
abaixo.
Por qual conector a conjunção destacada
Mariza saiu de casa atrasada e perdeu o acima pode ser substituída sem que haja
ônibus. As duas orações do período estão alteração de sentido?
unidas pela palavra “e”, que, além de indicar
adição, introduz a ideia de a) Logo.
b) Pois.
a) oposição c) Entretanto.
b) condição d) Porquanto.
c) consequência e) Quando.
d) comparação
e) união 7. (CESGRANRIO-2010) Em “No entanto,
sem a criatividade nascida de uma boa
4. (CESGRANRIO -2011) “As coisas novas que imaginação,”, na linha argumentativa do
aprendo exercitam o cérebro.” tem a mesma texto, o conector destacado introduz um
classe da palavra destacada em: enunciado que, em relação ao anterior, se
configura como
a) “[...] um sintoma de que eu me
tornaria” a) adição.
b) “[...] um teste vocacional que, para b) alternância.
minha imensa surpresa, deu arquitetura c) condição.
c) “Tenho a comunicar que – aos 58 anos d) oposição.
– comecei a ter aulas de piano” e) consequência.
d) “Dizem que, quando chegamos a uma
certa idade, é bom aprendermos”
e) “Acho que nunca vou conseguir fazer
piruetas patinando, [...]”

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8. (CESGRANRIO – 2012) Os conectivos são 10. (CESGRANRIO – 2010)O valor gramatical do


responsáveis por relacionar termos e vocábulo que, no trecho “Há maníacos pela
orações, criando entre eles relações de propriedade que colocam tiras de papel no
sentido, conforme se observa no trecho interior da caneta com seu nome.” (??. 36-
abaixo. 37), é o mesmo que ele apresenta em
“É por isso, talvez, que, se vemos uma a) “É moda dizer que o socialismo
criança bem-vestida chorando sozinha num fracassou devido à natureza humana.”
shopping ou num supermercado” (??. 1-2)
b) “Não há nada mais comunista do que a
Os sentidos expressos por se e ou são, caneta Bic.” (??. 12-13)
respectivamente, c) “você não comprou nem 5% das Bics
a) tempo e lugar que usou em sua vida.” (??. 19-20)
b) causa e adição d) “São socializadas e ninguém se
c) concessão e modo desespera ao ver que sua Bic sumiu”
d) proporção e oposição (??. 22-23)
e) condição e alternância e) “pois tem certeza de que, em meia
hora, outra estará caindo em suas
9. (CESGRANRIO – 2009) Indique a opção em mãos.” (??. 24-25)
que a reescritura do período “ ‘Somos todos
corredores naturais, apesar de boa parte de
nós ter se esquecido desse fato,’ “ (l. 23-25)
NÃO mantém o mesmo sentido com que
ocorre no texto.
a) Somos todos corredores naturais,
embora boa parte de nós tenha se
esquecido desse fato.
b) Somos todos corredores naturais,
mesmo que boa parte de nós tenha se
esquecido desse fato.
c) Somos todos corredores naturais, já
que boa parte de nós se esqueceu
desse fato.
d) Somos todos corredores naturais, mas
boa parte de nós se esqueceu desse
fato.
e) Somos todos corredores naturais,
porém boa parte de nós se esqueceu
desse fato.

Gabarito:
Emprego das Classes de Palavras: 1. A 2. D 3. C 4. B
Concordância Verbal e Nominal: 1. A 2. D 3. A 4. B 5. E 6. C 7. D 8. D 9. A 10. A  11. E 12. C
Regência Nominal e Verbal: 1. C 2. C 3. E 4. B 5. D 6. A 7. C
Crase: 1. B 2. B 3. D 4. D 5. C 6. D 7. A 8. E 9. C 10. D 11. D 12. C
Conectores: 1. C 2. E 3. C 4. B 5. A 6. C 7. D 8. E 9. C 10. C

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Gabarito: 1. C 2. E 3. E 4. D 5. A 6. A 7. E 8. E 9. B 10. D 11. B 12. D 13. D 14. C 15. A 16. A 
17. C 18. E 19. C 20. A 21. D 22. D 23. E 24. E

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RESOLUÇÃO
Para responder às questões de números 1 a 6, c) por economistas que se especializam
considere o texto abaixo. em avaliar os objetos de consumo mais
procurados pelas pessoas.
O preço foi uma das mais revolucionárias d) pelo acordo possível entre pessoas
criações de todos os tempos. Invenção sem que desejam comprar e aquelas que
dono. Melhor seria chamá-la de uma evolução precisam desfazer-se de seus bens.
darwinista, resultado de milhares de anos de e) pela relação que as pessoas fazem
adaptação do ser humano à vida em sociedade: habitualmente entre custo e benefício
sobreviveu a maneira mais eficiente que quando tomam suas decisões.
o homem encontrou para alocar recursos
escassos, no enunciado da definição clássica da 2. A ideia contida no 2º parágrafo é:
ciência econômica.
a) o cálculo do preço de qualquer produto
Diariamente tomamos decisões (comprar uma pode basear-se não somente em
gravata, vender um apartamento, demitir um aspectos objetivos como também em
funcionário, poupar para uma viagem, ter elementos subjetivos.
um filho, derrubar ou plantar uma árvore), b) todas as escolhas feitas determinam um
ponderando custos e benefícios. É a soma preço real, calculado pelos envolvidos
dessas ações, feitas no âmbito pessoal, que nos negócios, a partir da importância
regula o custo e a disponibilidade de gravatas, de cada uma dessas escolhas.
apartamentos, funcionários, viagens, filhos ou c) as decisões de comprar ou vender
mesmo árvores. algo são rotineiras em uma sociedade
Como diz o jornalista americano Eduardo Porter
de consumo, fato que dá origem a um
em O preço de todas as coisas, "toda escolha
cálculo do valor dos produtos.
que fazemos é moldada pelo preço das opções
d) os benefícios resultantes da fixação de
que se apresentam diante de nós, pesadas em
preços adequados para as diferentes
relação a seus benefícios". As consequências
decisões tomadas individualmente
dessa atitude, mostra Porter, nem sempre
atingem todo o grupo social.
são óbvias. Até as formas femininas estão
e) as pessoas geralmente tendem a
submetidas a uma virtual bolsa de valores, e o
optar por escolhas cujo preço esteja
que se apresenta como grátis também tem seu
de acordo com as possibilidades de
preço – sem falar que a dinâmica da fixação
realização daquilo que pretendem
de preços pode falhar miseravelmente, como
obter.
comprovam as bolhas financeiras.
3. Invenção sem dono. (1º parágrafo). A
(Giuliano Guandalini. Veja, 3 de agosto de 2011, afirmativa acima se justifica pelo fato de
com adaptações) que:

1. De acordo com o texto, o preço de todas as a) as condições que regulavam as


coisas é estabelecido, trocas comerciais na antiguidade
não permitiam estabelecer valores
a) pelo valor das escolhas pessoais, adequados para os objetos em
apesar das regras da economia clássica circulação.
existentes na sociedade de consumo. b) a história da humanidade não tem
b) por sua situação no mercado registros a respeito do primeiro grupo
consumidor, que determina custos social que estabeleceu preços para
menores em função do aumento da todas as coisas.
oferta.

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c) o preço das coisas sofreu evolução e) demonstração da eficácia das teorias
resultante da necessidade de econômicas no controle de preços.
acomodação do homem às condições
da vida em sociedade. 6. (comprar uma gravata, vender um
d) os formuladores das doutrinas apartamento, demitir um funcionário,
econômicas que atualmente vigoram poupar para uma viagem, ter um filho,
no mercado não se preocuparam em derrubar ou plantar uma árvore). O
identificar os idealizadores da fixação segmento entre parênteses constitui:
de preços.
e) os poucos recursos à disposição do a) transcrição de um diálogo, que altera
homem primitivo impediam que o foco principal do que vem sendo
houvesse qualquer espécie de transação exposto.
comercial, o que impossibilitava a b) constatação de situações habituais, com
fixação de preços. o mesmo valor de mercado, vivenciadas
pelas pessoas.
4. Evidencia-se uma opinião pessoal do autor c) reprodução exata das palavras do
e não simplesmente um fato no segmento, jornalista americano citado no texto,
referentes à rotina diária das pessoas.
a) ... uma evolução darwinista, resultado d) interrupção intencional do
de milhares de anos de adaptação do desenvolvimento das ideias, para
ser humano à vida em sociedade acrescentar informações alheias ao
b) O preço foi uma das mais revolucionárias assunto abordado.
criações de todos os tempos. e) sequência explicativa, que enumera
c) ... que o homem encontrou para alocar as eventuais decisões que podem ser
recursos escassos, no enunciado da tomadas diariamente pelas pessoas.
definição clássica da ciência econômica.
d) É a soma dessas ações [...] que regula o
custo e a disponibilidade de gravatas ... Para responder às questões de números 7
e) As consequências dessa atitude, mostra a 10, considere os Textos I e II abaixo.
Porter, nem sempre são óbvias.
Texto I
5. ...sem falar que a dinâmica da fixação de Entre outras, constam no Dicionário Houaiss
preços pode falhar miseravelmente, como as seguintes definições a respeito do verbo
comprovam as bolhas financeiras. vender:
O segmento grifado acima constitui, no •• transferir (bens ou mercadorias)
contexto, para outrem em troca de dinheiro;
•• praticar o comércio de; comerciar
a) comentário crítico do autor do texto à com; negociar;
obra do jornalista americano citado.
b) exemplo para realçar o equilíbrio nos •• convencer (alguém) a aceitar
preços de todas as coisas nas relações (alguma coisa); persuadir (alguém)
de compra e venda. das boas qualidades de (uma ideia,
c) argumento que confirma a um projeto etc.);
possibilidade de erros de avaliação no •• trabalhar como vendedor;
estabelecimento de preços. •• ser facilmente vendável; ter boa
d) referência a uma situação que contribui aceitação de consumo. [...]
para o desenvolvimento da economia.

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Texto II 8. Com base no Texto II, conclui-se que o


sentido de propaganda está corretamente
Também são determinantes no discurso expresso em:
persuasivo a afirmação e a repetição.
A propaganda não pode dar margem a a) repetição de uma única ideia até que o
dúvidas; a meta é aconselhar o destinatário público a quem se dirige a mensagem
e conquistar a sua adesão. Daí as frases se canse de ouvir sempre as mesmas
afirmativas e o uso do imperativo na frases.
peroração ("abra sua conta", "ligue já"). A b) serviços oferecidos por um vendedor,
repetição objetiva minar a opinião contrária ao criar novas ideias em um mercado já
do receptor por meio da reiteração. estabilizado e conhecido.
É possível encontrá-la não apenas na c) imitação por vendedores de um
construção frasal, sobretudo nos slogans fenômeno da natureza, o de espalhar
que são insistentemente repetidos (quer na ideias como se faz a reprodução de
forma verbal quer na escrita) junto à marca plantas.
do produto, mas também nas diversas d) difusão de mensagens convincentes
inserções da peça publicitária nos veículos e repetitivas, faladas ou escritas, nos
conforme seu plano de mídia. Não por meios de comunicação, visando ao
acaso, o termo propaganda [...] originou-se consumo de um produto.
do verbo propagare, "técnica do jardineiro e) insistência voltada para os benefícios
de cravar no solo os rebentos novos das trazidos pelo consumo, seja de produtos
plantas a fim de reproduzir novas plantas naturais, seja de objetos criados pelo
que depois passarão a ter vida própria" – homem.
uma ação, portanto, nitidamente repetitiva.
(Carrascoza, João A. A evolução do texto publicitário. 9. ...a meta é aconselhar o destinatário e
São Paulo: Futura, 1999, p. 44 e 45) conquistar a sua adesão. (Texto II). Entre
os verbos que constam como sinônimos de
7. Tomando-se como referência o que consta vender no Texto I, o sentido mais próximo
nos dois textos, a afirmativa correta é: do segmento destacado acima é:

a) O Texto I pode ser corretamente a) transferir (bens ou mercadorias) para


entendido como uma espécie de outrem em troca de dinheiro.
resumo do assunto que é desenvolvido b) persuadir (alguém) das boas qualidades
no Texto II. de (uma ideia, um projeto etc).
b) O desenvolvimento do Texto II está c) praticar o comércio de.
desvinculado do que consta do d) ser facilmente vendável.
dicionário em relação aos sentidos do e) trabalhar como vendedor.
verbo vender.
c) O conteúdo do Texto I apresenta sentido 10. “técnica do jardineiro de cravar no solo
de oposição ao que se lê no Texto II. os rebentos novos das plantas a fim de
d) O sentido principal do Texto I está no reproduzir novas plantas que depois
verbo vender, enquanto o do Texto II passarão a ter vida própria.” (Texto II)
está no verbo propagar, verbos que
O segmento transcrito acima,
não podem ser empregados como
sinônimos. a) esclarece o sentido exato do antigo
e) A ideia central do Texto II aparece verbo propagare.
explicitada em um dos possíveis b) contém a ideia principal de todo o
significados do verbo vender, transcritos parágrafo em que ele se encontra.
no Texto I.

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c) confirma a informação de que não pode grupos sedentários fica menos diversificada,
haver dúvida na propaganda. concentrando-se em poucas espécies que
d) traz a informação de que jardineiros se reproduzem rápido, como lebres, raposas
também são propagandistas de ideias. e aves. E só quando o uso dos recursos
e) diferencia o trabalho manual daquele selvagens chega ao limite, sinais claros de
que envolve a divulgação de ideias. vegetais cultivados aparecem.
(Reinaldo José Lopes. Folha de S. Paulo, Ciência, C15,
15 de abril de 2012, com adaptações)
Para responder às questões de números 11
a 15, considere o texto abaixo.
11. A afirmativa que resume corretamente o
Depois de passar quase 200 mil anos desenvolvimento do texto é:
vivendo em pequenos grupos nômades,
os seres humanos (ou alguns deles, pelo a) alguns povos primitivos descobriram
menos) resolveram que era hora de técnicas de reprodução rápida de
assentar, criando vilas e cidades. A questão diversas espécies animais.
é: por quê? b) o cultivo de alimentos permitiu o
assentamento de seres humanos em
Durante muito tempo, a resposta-padrão vilas bastante povoadas.
foi simples: por causa da invenção da c) a agricultura acelerou a evolução
agricultura. Ao descobrir maneiras de da espécie humana em núcleos
produzir alimentos em grande escala, certos densamente habitados.
povos que viveram a partir de uns 10 mil d) pesquisas arqueológicas indicam que a
anos atrás desencadearam uma explosão vida urbana pode ter surgido bem antes
populacional que foi resolvida com outra da agricultura.
invenção, a da vida urbana. Acontece que a e) dados arqueológicos revelam cultivo
sequência verdadeira pode ser exatamente intenso de vegetais em núcleos de
a oposta, indicam dados arqueológicos que habitação bastante primitivos.
se acumularam nos últimos anos.
Ao menos no Crescente Fértil – a região que 12. (ou alguns deles, pelo menos) (1º
engloba países como Iraque, Israel, Turquia parágrafo). Considerando-se o contexto, a
e Síria, considerada o berço da civilização observação transcrita acima,
ocidental –, as pessoas parecem ter primeiro a) sugere que a explosão populacional
se juntado em assentamentos densos e da antiguidade foi a consequência
só depois – em parte como consequência imediata da invenção da vida urbana.
da aglomeração – ter desenvolvido o b) confirma a hipótese de que a resposta
cultivo de plantas e a criação de animais. para o assentamento urbano está na
E o processo parece ter começado muito invenção da agricultura.
antes do momento em que a agricultura c) assinala que a descoberta de maneiras
propriamente dita entra em cena. de produzir alimentos em larga
Restos de plantas aparecem em sítios escala extinguiu os pequenos grupos
arqueológicos com indícios de população nômades.
cada vez maior. O número de espécies d) restringe a afirmativa de que os seres
vegetais usadas se reduz, mas essas humanos resolveram que era hora de
plantas continuam com suas características assentar, criando vilas e cidades.
selvagens, o que indica que estavam apenas e) indica que as primeiras cidades
sendo coletadas mais intensivamente. Da surgiram há muito tempo no Crescente
mesma maneira a caça consumida por esses Fértil [...], berço da civilização ocidental.

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13. Da mesma maneira a caça consumida e) é extremamente difícil encontrar dados


por esses grupos sedentários fica menos arqueológicos que tragam respostas
diversificada, concentrando-se em poucas para explicar o modo de vida do homem
espécies que se reproduzem rápido ... primitivo nos aglomerados urbanos.
(último parágrafo)
A partir do segmento grifado na frase acima, 15. Ao descobrir maneiras de produzir
é correto afirmar que: alimentos em grande escala, certos povos
que viveram a partir de uns 10 mil anos atrás
a) alguns povos primitivos se alimentavam desencadearam uma explosão populacional
unicamente da caça aos pequenos que foi resolvida com outra invenção, a da
animais criados nos assentamentos. vida urbana.
b) somente animais domesticados podiam
servir de alimento para as pessoas que Outra redação para a frase acima, em que
viviam em assentamentos. se mantêm a correção, a clareza e, em
c) um grande número de pessoas em linhas gerais, o sentido, está em:
núcleos bastante povoados levava à
necessária oferta de alimentos. a) Há mais ou menos 10 mil anos, a
d) a reprodução de animais era sinal da descoberta da produção de alimentos
prosperidade dos grupos que passaram para um grande número de pessoas
a viver em comunidades primitivas. permitiu o crescimento da população
e) o número de espécies animais e, em consequência, os aglomerados
criadas pelo homem primitivo nos urbanos.
primeiros assentamentos era grande e b) O vertiginoso aumento da população,
diversificado. onde se criou os assentamentos
urbanos, com a produção de alimentos
14. Há no texto informação clara de que: para o grande número de pessoas que
a) as cidades da região mais civilizada da ali viviam, há 10 mil anos.
antiguidade serviram de modelo para c) Com a descoberta dos alimentos e o
as sociedades que se espalharam por que podia ser cultivado para manter um
todo o mundo conhecido nessa época. grande número de seres humanos nos
b) o homem que vivia em núcleos urbanos assentamentos, criou-se as condições
somente passou a cultivar vegetais da vida urbana, em época primitiva.
depois que se reduziu a oferta de d) Foi uns povos primitivos, de 10 mil anos
recursos naturais, que eram até então atrás, que descobriram como cultivar
coletados. alimentos, destinados para as pessoas
c) a produção de alimentos foi responsável que explodiram a população da vida
pela explosão populacional em uma urbana, também criada.
região que, por sua localização, facilitou e) Aos 10 mil anos, com a descoberta de
o surgimento das primeiras cidades como ter alimentos cultivados para
bem organizadas. a explosão do número das pessoas
d) a maior dificuldade existente nos vivendo em núcleos de vida urbana,
assentamentos urbanos mais antigos permitindo sua alimentação.
se concentrava na área de cultivo
de alimentos, em função do grande
número de habitantes.

Gabarito: 1. E 2. A 3. C 4. B 5. C 6. E 7. E 8. D 9. B 10. A 11. D 12. D 13. C 14. B 15. A

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Resolução 1: "toda escolha que fazemos é moldada pelo preço das opções que se apresentam
diante de nós, pesadas em relação a seus benefícios".;
Resolução 2: (comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir um funcionário, poupar
para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore);
Resolução 3: evolução darwinista, resultado de milhares de anos de adaptação do ser humano
à vida em sociedade;
Resolução 4: uma das mais revolucionárias criações = juízo de valor;
Resolução 5: fixação de preços pode falhar: exemplo = “bolhas financeiras;
Resolução 6: tomamos decisões, a saber = trecho entre parênteses. Expressões explicativas são
isoladas por vírgulas, travessões ou parênteses;
Resolução 7: convencer (alguém) a aceitar (alguma coisa); persuadir (alguém) das boas
qualidades de (uma ideia, um projeto etc.);
Resolução 8: discurso persuasivo a afirmação e a repetição [...](quer na forma verbal quer na
escrita) [...]aconselhar o destinatário e conquistar a sua adesão [...]veículos [...] de mídia;
Resolução 9: conquistar = fazer aderir a; atrair ao seio de, para (alguma coisa). / persuadir =
mostrar a importância, a necessidade ou a conveniência de;
Resolução 10: observe que o trecho, apresentado imediatamente após o verbo propagare, está
isolado por vírgula – marca dos termos explicativos;
Resolução 11: indicam dados arqueológicos [...]as pessoas parecem ter primeiro se juntado
em assentamentos densos e só depois – em parte como consequência da aglomeração – ter
desenvolvido o cultivo de plantas e a criação de animais;
Resolução 12: os (= todos os) seres humanos X alguns deles (= quantidade, quantia ou medida
indeterminada de algo; nem muito, nem pouco);
Resolução 13: pessoas parecem ter primeiro se juntado em assentamentos densos [...]
população cada vez maior = esses grupos sedentários; logo, os grupos são numerosos / espécies
que se reproduzem rápido redundam em maior oferta de alimentos;
Resolução 14: vida urbana. [...]O número de espécies vegetais usadas se reduz, mas essas
plantas continuam com suas características selvagens, o que indica que estavam apenas sendo
coletadas mais intensivamente. [...] E só quando o uso dos recursos selvagens chega ao limite,
sinais claros de vegetais cultivados aparecem;
Resolução 15:
(B) O vertiginoso aumento da população, (onde) DEVIDO AO QUAL se (criou) CRIARAM os
assentamentos urbanos, (com) PROVOCOU a produção de alimentos para o grande número de
pessoas que ali viviam (,) há 10 mil anos.
(C) (Com) DEVIDO À descoberta dos alimentos e (o) DO que podia ser cultivado para manter um
grande número de seres humanos nos assentamentos, (criou-se) CRIARAM-SE as condições da
vida urbana (,) em época primitiva.
(D) (Foi uns) Povos primitivos, HÁ 10 mil anos (atrás), (que) descobriram como cultivar alimentos
(,) destinados (para as) ÀS pessoas que (explodiram) COMPUNHAM ASSENTAMENTOS DENSOS
/ NUMEROSOS NÚCLEOS URBANOS (a população da vida urbana, também criada).
(E) HÁ (Aos) 10 mil anos, (com a) DEVIDO À descoberta (de) DA MANEIRA como (ter) CONTAR
COM alimentos cultivados (para) A FIM DE ATENDER AO (a explosão do) GRANDE número
(das) DE pessoas (vivendo) QUE VIVIAM em núcleos (de vida urbana) URBANOS, (permitindo)
PERMITIU-SE sua alimentação.
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EXERCITANDO
Exame Médico
Reforçam-se as evidências da baixa qualidade de ensino em cursos de medicina do país. Esse
retrato vem sendo confirmado anualmente desde 2005, quando o Cremesp (Conselho Regional
de Medicina do Estado de São Paulo) decidiu implementar uma prova de avaliação, facultativa,
dos conhecimentos dos futuros médicos.
Neste ano, 56% dos formandos que prestaram o exame foram reprovados. O número já é
expressivo, mas é razoável supor que a proporção de estudantes despreparados seja maior.
A prova não é obrigatória, e os responsáveis por sua execução avaliam que muitos dos maus
alunos boicotam o exame, frequentemente estimulados por suas faculdades.
A prova da Ordem dos Advogados do Brasil pode fornecer um parâmetro, ainda que imperfeito.
Na primeira fase do exame da OAB neste ano, o índice de reprovados na seccional paulista
chegou a 88%. A vantagem do teste entre advogados está em sua obrigatoriedade. Trata-se de
uma prova de habilitação, ou seja, a aprovação é indispensável para o exercício da profissão.
É do interesse da sociedade, da saúde pública e de seus futuros pacientes que os alunos de
medicina também sejam submetidos a uma prova de habilitação obrigatória.
O Cremesp, que defende o exame compulsório, diz, no entanto, que a aplicação de testes
teóricos, aos moldes do que faz a OAB, seria insuficiente. Devido ao caráter prático da
atividade médica, seria imprescindível, afirma a entidade, a realização de provas que
averiguem essa capacidade entre os recém-formados. Se implementado nesses moldes, um
exame obrigatório nacional cumpriria dupla função: impediria o acesso à profissão de recém-
formados despreparados e, ao longo do tempo, estimularia uma melhora gradual dos cursos
universitários de medicina.
(Editorial da Folha de S. Paulo, 17 de dez. de 2009, Opinião, A2)

1. Considere as afirmações abaixo sobre o editorial.


I – Faz sugestivo jogo de palavras: usa a expressão Exame médico, que remete à inspeção feita
no corpo de um indivíduo para chegar a um diagnóstico sobre seu estado de saúde, para referir
uma prova de avaliação a ser realizada por formandos em medicina.
II – Aproxima a área médica e a área do direito, acerca da avaliação dos indivíduos que desejam
exercer as respectivas profissões, de modo a evidenciar o reconhecimento, em plano mundial,
da fragilidade da formação desses futuros profissionais.
III – Critica a imperfeição do sistema de avaliação dos formados em direito, considerando essa
falha como fator que tira da prova realizada pela Ordem dos Advogados do Brasil a possibilidade
de ser tomada como padrão para outras áreas do conhecimento.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I.
b) I e II.
c) I e III.
d) II.
e) II e III.

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Inferno e paraíso
1. Por certo, existe o Carnaval. Mas a ideia de que o Brasil é uma espécie de paraíso onde pouco
se trabalha corresponde, em boa medida, a um preconceito, quando se tomam em comparação
os padrões vigentes nas sociedades europeias, por exemplo.
Já se a métrica for a realidade de países asiáticos, não há razão para 5.tomar como especialmente
infelizes as declarações do empresário taiwanês Terry Gou, presidente da Foxconn, a respeito
da operosidade dos brasileiros. O Brasil – país em que a empresa de componentes eletrônicos
planeja investir uma soma bilionária para fabricar telefones e tablets –, tem grande potencial,
disse Terry Gou numa entrevista à TV taiwanesa. Mas os brasileiros “não 10.trabalham tanto,
pois estão num paraíso”, acrescentou o investidor.
A frase, relatada pelo correspondente da Folha em Pequim, Fabiano Maisonnave, insere-
se entre outras ressalvas feitas pelo empresário quanto à possibilidade de o Brasil tornar-se
fornecedor internacional de componentes eletrônicos.
15. Quaisquer que sejam os seus julgamentos sobre o Brasil, as declarações do empresário
embutem um paradoxo típico da era globalizada. Refletem o clássico modelo da ética do
trabalho – antes associada aos países anglo-saxônicos, agora proeminente nas economias do
Oriente. Ocorre que, na sociedade de consumo contemporânea, a esse modelo veio sobrepor-
se outro – 20.o da ética empresarial.
Nem sempre os modelos coincidem. Haja vista as frequentes denúncias a respeito de
superexploração de mão de obra nas economias asiáticas, que já se voltaram, por exemplo,
contra empresas de artigos esportivos e agora ganham projeção no mundo da informática. A tal
ponto que a Apple, preocupada com o 25.impacto moral negativo em sua imagem, instituiu um
sistema de inspeções de fornecedores para precaver-se de acusações dessa ordem. A própria
Foxconn, de Terry Gou, foi objeto de severas reportagens e denúncias a respeito.
É de perguntar em que medida a globalização dos mercados – e dos 30. próprios hábitos
culturais – permitirá, no futuro, a coexistência entre regimes “infernais” e “paradisíacos” nas
relações de trabalho. Sob crescente pressão pública, é possível que noções como a de Terry
Gou venham, aos poucos, parecer bem menos modernas do que os produtos que fabrica.
(Folha de S.Paulo. Editoriais. A2 opinião. Domingo, 26 de fevereiro de 2012. p. 2)

2. O editorialista,
a) confronta a Foxconn com a Apple, com o objetivo de defender a segunda como modelo que
garante, em escala global, todos os direitos do trabalhador em empresa de eletrônicos.
b) admite desconhecer os verdadeiros motivos de o taiwanês Terry Gou ter declarado que o
Brasil é um país paradisíaco.
c) apresenta as razões que o fazem defender a competência do Brasil em tornar-se fornecedor
internacional de componentes eletrônicos.
d) interpreta a fala de Terry Gou como expressão do específico momento histórico em que o
intercâmbio econômico e cultural entre países é uma realidade.
e) analisa as implicações econômicas da falta de coerência dos empresários internacionais ao
avaliarem a capacidade produtiva de um país que deseja ingressar no mercado globalizado.

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Banco do Brasil – Interpretação de Texto – Prof. Maria Tereza

3. No primeiro parágrafo, quando o autor,


a) vale-se da expressão Por certo, está tornando patente que a frase constitui uma resposta ao
empresário taiwanês, que supostamente pôs em dúvida essa expressão cultural brasileira,
o carnaval.
b) emprega a expressão uma espécie de, está antecipando o detalhamento que fará do grupo
a que pertence o Brasil em função de seus hábitos culturais.
c) refere-se ao Carnaval, está apresentando um fato que poderia, em parte, ser tomado como
justificativa para a ideia de que o Brasil é uma espécie de paraíso onde pouco se trabalha.
d) menciona um preconceito, está expressando seu entendimento de que a ideia de que o
Brasil é uma espécie de paraíso onde pouco se trabalha é um prejulgamento absolutamente
inaceitável.
e) cita os padrões vigentes nas sociedades europeias, está remetendo a uma base de
comparação que considera sinônimo de excelência.

4. O editorial abona o seguinte comentário:


a) Se o parâmetro de avaliação do Brasil por Terry Gou for a realidade de países asiáticos, o
peso de seus comentários sobre o trabalho nesse país está por si só minimizado.
b) Considerado o ramo de componentes eletrônicos, os países asiáticos são reconhecidamente
insuperáveis no que se refere a sua capacidade de trabalho e à excelência dos seus
produtos.
c) Apesar do grande potencial que o Brasil tem de ser um líder mundial na fabricação
de eletrônicos, o atual contexto da globalização não lhe é favorável, dado o especial
desenvolvimento dos países do Oriente.
d) São muitas, e as mais variadas, as opiniões que empresários estrangeiros têm a respeito
dos brasileiros no trabalho, mas todas coincidem no que se refere à pouca produtividade
do Brasil quando comparado aos outros países.
e) A relevância da economia dos países orientais se deve a seu apego ao modelo clássico
de produção e distribuição de produtos, ainda que com adaptações à realidade
contemporânea.

5. Afirma-se com correção que o editorialista:


a) lança dúvidas sobre o futuro do mercado globalizado, dado que os específicos hábitos
culturais dos países que o integram impedem uma estrutura organizacional adequada a
cada um deles.
b) lança a hipótese de que a influência coativa da população pode tornar ultrapassados
regimes de trabalho que ele denomina “infernais”, como o das economias asiáticas.
c) defende a harmonia entre o produto comercializado e o regime de trabalho adotado para
sua manufatura, do que decorre, necessariamente, a coexistência de distintos sistemas
produtivos.
d) defende a superposição da ética do trabalho e da ética empresarial, sob a condição de que
os empresários vigiem para que sua mão de obra não especializada não afete a imagem do
produto.
e) mostra que o povo, informado pelos meios de comunicação, poderá monitorar a presença
simultânea dos regimes ditos “infernais” e “paradisíacos”, visando à adequada adoção de
cada um deles.

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CRÔNICAS
Pós-11/9
Li que em Nova York estão usando “dez de setembro” como adjetivo, significando antigo,
ultrapassado. Como em: “Que penteado mais dez de setembro!”. O 11/9 teria mudado o mundo
tão radicalmente que tudo o que veio antes – culminando com o day before [dia anterior], o
último dia das torres em pé, a última segunda-feira normal e a véspera mais véspera da História
– virou preâmbulo. Obviamente, nenhuma normalidade foi tão afetada quanto o cotidiano de
Nova York, que vive a psicose do que ainda pode acontecer. Os Estados Unidos descobriram
um sentimento inédito de vulnerabilidade e reorganizam suas prioridades para acomodá-
las, inclusive sacrificando alguns direitos de seus cidadãos, sem falar no direito de cidadãos
estrangeiros não serem bombardeados por eles.
Protestos contra a radicalíssima reação americana são vistos como irrealistas e anacrônicos,
decididamente “dez de setembro”. Mas fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às
nações se repensarem no bom sentido, não como submissão à chantagem terrorista, mas para
não perder a oportunidade do novo começo, um pouco como Deus – o primeiro autocrítico –
fez depois do Dilúvio. Sinais de revisão da política dos Estados Unidos com relação a Israel e os
palestinos são exemplos disto. E é certo que nenhuma reunião dos países ricos será como era
até 10/9, pelo menos por algum tempo. No caso dos donos do mundo, não se devem esperar
exames de consciência mais profundos ou atos de contrição mais espetaculares, mas o instinto
de sobrevivência também é um caminho para a virtude.
O horror de 11/9 teve o efeito paradoxalmente contrário de me fazer acreditar mais na
humanidade. A questão é: o que acabou em 11/9 foi prólogo, exatamente, de quê? Seja o que
for, será diferente. Inclusive por uma questão de moda, já que ninguém vai querer ser chamado
de “dez de setembro” na rua.
(Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro)

6. Já se afirmou a respeito de Luis Fernando Verissimo, autor do texto aqui apresentado que
"trata-se de um escritor que consegue dar seriedade ao humor e graça à gravidade, sendo ao
mesmo tempo humorista inspirado e ensaísta profundo". Essa rara combinação de planos e
tons distintos pode ser adequadamente ilustrada por meio destes segmentos do texto:
I – Que penteado mais dez de setembro! e Os Estados Unidos descobriram um sentimento
inédito de vulnerabilidade.
II – um pouco como Deus – o primeiro autocrítico – fez depois do Dilúvio e o instinto de
sobrevivência também é um caminho para a virtude.
III – fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações se repensarem e não se devem
esperar exames de consciência mais profundos.
Em relação ao texto, atende ao enunciado dessa questão o que se transcreve em:
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) II, apenas.

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7. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:


a) significando antigo, ultrapassado (1º parágrafo): conotando nostálgico, recorrente.
b) reorganizam suas prioridades para acomodá-las (1º parágrafo): ratificam suas metas para
as estabilizarem.
c) atos de contrição mais espetaculares (2º parágrafo): demonstrações mais grandiosas de
arrependimento.
d) teve o efeito paradoxalmente contrário (3º parágrafo): decorreu de uma irônica contradição.
e) foi prólogo, exatamente, de quê? (3º parágrafo): a que mesmo serviu de pretexto?

8. Ao comentar a tragédia de 11 de setembro, o autor observa que ela:


a) foi uma espécie de prólogo de uma série de muitas outras manifestações terroristas.
b) exigiria das autoridades americanas a adoção de medidas de segurança muito mais
drásticas que as então vigentes.
c) estimularia a população novaiorquina a tornar mais estreitos os até então frouxos laços de
solidariedade.
d) abriu uma oportunidade para que os americanos venham a se avaliar como nação e a
trilhar um novo caminho.
e) faria com que os americanos passassem a ostentar com ainda maior orgulho seu decantado
nacionalismo.

Notícias municipais
Chegaram notícias de minha cidade natal. Um pouco antigas: têm quarenta anos e estão numa
coleção de jornais velhos que me ofereceu um amigo, conterrâneo. Começo a compreender a
atitude de Machado de Assis, ao responder a alguém que lhe dizia serem feias certas casas do
Rio: “São feias, mas são velhas”. O prestígio da ancianidade, que não é aparente, velava a seus
olhos a mesquinhez da arquitetura.
Assim me ponho a folhear com emoção estas páginas amarelecidas, temendo que se rasguem,
porque a fibra do papel se gastou como fibra humana. Cheiram preciosamente a 1910, e
embora ninguém tenha nada que ver com a infância do autor, eu direi que cheiram também a
meninice, porque nelas se revê o menino daquele tempo, e o menino vai pelas ruas, sobe nas
árvores, contempla longamente o perfil da serra, prova o gosto dos araçás, dos araticuns e dos
bacuparis* silvestres – tudo isso que o jornal não tem, mas que se desenrola do jornal como
uma fita mágica.
* Araçás, araticuns e bacuparis:frutas tropicais
(Adaptado de Carlos Drummond de Andrade, Passeios na ilha)

9. Nos dicionários, o sentido primeiro da palavra notícia é nova, ou novidade. No texto, o autor
sugere que:
a) as notícias mais surpreendentes fazem-nos esquecer de tudo o que é inapelavelmente
antigo.
b) dos tempos remotos podem surgir lembranças que emprestam atualidade ao passado.
c) a oposição entre o que é novo e o que é antigo torna-se absoluta, quando lemos velhos
documentos.

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d) há notícias antigas que parecem novas, sobretudo se associadas a velhas amarguras.
e) as lembranças mais felizes de nosso passado fazem sombrias as notícias do presente.

10. Atente para as seguintes afirmações.


I – De acordo com o contexto, na frase “São feias, mas são velhas”, a conjunção sublinhada tem
o mesmo sentido de dado que.
II – Na frase O prestígio da ancianidade, que não é aparente, velava a seus olhos a mesquinhez da
arquitetura, afirma-se, em relação a certas casas do Rio, que seu ar de velhice, aparentemente
valorizada, não oculta a pobreza de sua arquitetura.
III – No 3º parágrafo, as páginas antigas do jornal são associadas, pela fragilidade de sua
matéria, à fragilidade dos homens, também condenados ao envelhecimento.
Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.

O motorista do 8-100
Um colega meu, jornalista, teve outro dia a oportunidade de ver uma coisa bela. Estava numa
manhã, bem cedo, junto ao edifício Brasília, na Avenida Rio Branco, aonde fora para reportar
uma singular coleta de lixo. Viu chegar o caminhão 8-100 da Limpeza Urbana e saltarem os
ajudantes, que se puseram a carregar e despejar as latas de lixo. Enquanto isso, o que fazia o
motorista? O mesmo de toda manhã. Pegava um espanador e um pedaço de flanela, e fazia o
seu carro ficar rebrilhando de limpeza. Esse motorista é “um senhor já, de estatura mediana,
cheio de corpo, claudicando da perna direita – não ficamos sabendo seu nome”.
Não poupa meu amigo repórter elogios a esse humilde servidor municipal. E sua nota no jornal,
feita com certa emoção e muita justeza, mostra que não apenas sabe reportar as coisas da rua
como também as coisas da alma. Cada um de nós tem, na memória da vida que vai sobrando,
seu caminhão de lixo que só um dia despejaremos na escuridão da morte. Grande parte do que
vamos coletando pelas ruas desiguais da existência é apenas lixo; dentro dele é que levamos a
joia de uma palavra preciosa, o diamante de um gesto puro.
Esse motorista que limpa seu caminhão não é um conformado, é o herói silencioso que lança
um protesto superior. A vida o obrigou a catar lixo e imundície; ele aceita sua missão, mas a
supera com esse protesto de beleza e de dignidade. Muitos recebem com a mão suja os bens
mais excitantes e tentadores da vida; as flores que vão colhendo no jardim de uma existência
fácil logo têm, presas em seus dedos frios, uma sutil tristeza e corrupção, que as desmerece e
avilta. O motorista do caminhão 8-100 parece dizer aos homens da cidade: “O lixo é vosso: meus
são estes metais que brilham, meus são estes vidros que esplendem, minha é esta consciência
limpa”.
(Adaptado de Rubem Braga. 200 crônicas escolhidas)

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11. O motivo central da admiração do autor da crônica pelo motorista do 8-100 está resumido no
seguinte segmento:
a) Não poupa meu amigo repórter elogios a esse humilde servidor municipal.
b) mostra que não apenas sabe reportar as coisas da rua como também as coisas da alma.
c) Grande parte do que vamos coletando pelas ruas desiguais da existência é apenas lixo.
d) A vida o obrigou a catar lixo e imundície; ele aceita sua missão.
e) não é um conformado, é o herói silencioso que lança um protesto superior.

12. Atente para as seguintes afirmações.


I – Um jornalista, colega do autor, presenciou acidentalmente uma cena cotidiana em que
encontrou inspiração para criar uma matéria de interesse para o jornal.
II – Na nota que redigiu para o jornal, soube o repórter reconhecer na justa medida a dignidade
daquele hábito do motorista do caminhão.
III – Tal como ocorria entre o motorista e o caminhão, muita gente colhe suas flores num jardim
de facilidades.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma SOMENTE em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.

13. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto


em:
a) Não poupa meu amigo repórter elogios (2º parágrafo) / não elogio suficientemente meu
amigo jornalista
b) feita com certa emoção e muita justeza (2º parágrafo) / intentada por algum sentimento de
rebuscada justiça
c) o diamante de um gesto puro (2º parágrafo) / a cortante frieza de um ato desinteressado
d) que lança um protesto superior (3º parágrafo) / que se insurge de modo elevado
e) que as desmerece e avilta (3º parágrafo) / que as reprime e nobilita

14. Emprega-se em sentido figurado o elemento em destaque na frase:


a) Um colega meu, jornalista, teve outro dia a oportunidade de ver uma coisa bela.
b) Pegava um espanador e um pedaço de flanela, e fazia seu carro ficar rebrilhando de
limpeza.
c) as flores que vão colhendo no jardim de uma existência fácil logo têm (...) uma sutil tristeza
e corrupção (...)
d) Não poupa meu amigo repórter elogios a esse humilde servidor municipal.
e) Esse motorista é “um senhor já, de estatura mediana, cheio de corpo, claudicando da perna
direita (...)”

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Modéstia à parte, também tenho lá a minha experiência em rádio. Quando era menino, em
Belo Horizonte, fui locutor do programa "Gurilândia" da Rádio Guarani. Não me pagavam
nada, a Rádio Guarani não passando de pretexto para namorar uma menina que morava nas
imediações. Mas ainda assim, bem que eu deitava no ar a minha eloquência cheia de efes e
erres, como era moda na época. Quase me iniciei nas transmissões esportivas, incitado pelo
saudoso Babaró, que era o grande mestre de então, mas não deu pé: eu não conseguia guardar
o nome dos jogadores.
Em compensação, minha irmã Berenice me estimulando a inspiração, usei e abusei do direito
de escrever besteiras, mandando crônicas sobre assuntos radiofônicos para a revista "Carioca".
"O que pensam os rádio-ouvintes" era o nome do concurso permanente. Com o quê, tornei-
me entendido em Orlando Silva, Carmen Miranda, César Ladeira, Sílvio Caldas, Bando da Lua,
Assis Valente, Ary Barroso, e tudo quanto era cantor, locutor ou compositor de sucesso naquele
tempo.
Rádio é mesmo uma coisa misteriosa. Começou fazendo sucesso na sala de visitas, acabou
na cozinha. Cedeu lugar à televisão, que já vai pelo mesmo caminho. Ninguém que se preze
[...] tem coragem de se dizer ouvinte de rádio − a não ser de pilha, colado ao ouvido, quando
apanhado na rua em dia de futebol. Mas a verdade é que tem quem ouça. Ainda me lembro
que Francisco Alves morreu num fim de semana, sem que a notícia de sua morte apanhasse
nenhum jornal antes do enterro; bastou ser divulgada pelo rádio, e foi aquela apoteose que se
viu.
Todo mundo afirma que jamais ouve rádio, e põe a culpa no vizinho, embora reconhecendo
que deve ter uma grande penetração, "principalmente no interior". Os ouvintes, é claro, são
sempre os outros. Mas hoje estou pensando no mistério que é o rádio, porque de repente me
ocorreu ter vivido uma experiência para cujas consequências não encontro a menor explicação,
e que foram as de não ter consequência nenhuma.
Todo mundo sabe que a BBC de Londres é uma das mais poderosas e bem organizadas estações
radiofônicas do mundo. [...] Ao longo de dois anos e meio, chovesse ou nevasse, fizesse frio ou
gelasse, compareci semanalmente aos estúdios do austero edifício da Bush House em Aldwich,
para gravar uma crônica, transmitida toda terça-feira, exatamente às 8 e 15 da noite, hora
de Brasília, ou zero hora e quinze de quarta-feira, conforme o Big Ben. Eram em torno de 10
minutos de texto que eu recitava como Deus é servido, seguro de estar sendo ouvido por todo
o Brasil, "principalmente no interior". E imaginava minha voz chegando a cada cidade, a cada
fazenda, a cada lugarejo perdido na vastidão da pátria amada. [...]
Pois bem − e aí está o mistério que me intriga: sei de fonte limpa que os programas da BBC têm
no Brasil esses milhares de ouvintes. No entanto, nunca encontrei ninguém que me tivesse
escutado: nem um comentário, uma palavra, uma carta, ainda que desfavorável − nada. A
impressão é de que passei todo esse tempo falando literalmente para o éter, sem que nenhum
ouvido humano me escutasse. [...]
(Fernando Sabino. Deixa o Alfredo falar! Rio de Janeiro: Record, 6.ed. 1976. pp. 36-37)

15. De acordo com o texto, o:


a) cronista cita o endereço do estúdio radiofônico, em Londres, onde gravava suas crônicas,
para evitar a repetição da expressão a BBC de Londres.
b) desenvolvimento permite entrever que o cronista conviveu com cantores famosos, sobre
os quais tinha informações privilegiadas para transmitir aos leitores.

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Banco do Brasil – Interpretação de Texto – Prof. Maria Tereza

c) rádio foi, certamente, e ainda o é, o meio de comunicação mais abrangente em todo o país,
levando-se em conta a vastidão territorial e a precária formação dos brasileiros.
d) título permanece sem explicação plausível, porque as lembranças do cronista passam a ser
mais importantes à medida que o assunto se desenvolve.

16. Pois bem − e aí está o mistério que me intriga ... (6º parágrafo). Com a afirmativa acima, o autor
aponta para a:
a) conclusão de que a transmissão de crônicas através das ondas do rádio era, na época,
sujeita a múltiplas interferências, embora a BBC de Londres fosse uma das mais poderosas
e bem organizadas estações radiofônicas do mundo.
b) enorme aceitação do rádio, bastante popular na época, ainda que esse público não se
declarasse ouvinte assíduo, pois todo mundo afirma que jamais ouve rádio, e põe a culpa
no vizinho.
c) falta de explicação para o fato de que, embora soubesse que os programas da BBC eram
acompanhados por milhares de ouvintes, ele nunca recebera qualquer manifestação de
alguém que o tivesse escutado.
d) oposição entre a qualidade dos programas transmitidos pela BBC de Londres e o despreparo
dos locutores brasileiros, apesar da penetração do rádio, que chegava a cada cidade, a cada
fazenda, a cada lugarejo perdido na vastidão da pátria amada.

17. Ninguém que se preze [...] tem coragem de se dizer ouvinte de rádio − a não ser de pilha, colado
ao ouvido, quando apanhado na rua em dia de futebol. (3º parágrafo)
A afirmativa acima vem justificar o que fica implícito a respeito:
a) da força do rádio, ouvido por um vasto público, fato que, entretanto, torna incompreensível
a informação de que os ouvintes, é claro, são sempre os outros.
b) da perda de popularidade do rádio, ao ser superado pela televisão, perda essa assinalada
pelo fato de que, tendo começado por fazer sucesso na sala de visitas, acabou na cozinha.
c) da dúvida que cerca a veracidade das transmissões de rádio vindas do exterior, confirmada
pela constatação de que Rádio é mesmo uma coisa misteriosa.
d) do acentuado desinteresse em torno das notícias transmitidas pelo rádio, apesar da
ressalva Mas a verdade é que tem quem ouça.

18. Mas ainda assim, bem que eu deitava no ar a minha eloquência cheia de efes e erres, como era
moda na época. (1º parágrafo). É correto entender, a partir da afirmativa, que o cronista:
a) havia evidentemente conseguido transformar-se em famoso locutor de rádio.
b) dificilmente conseguia ser claro em sua transmissão radiofônica.
c) se preocupava com estilo mais elaborado, especialmente ao falar no rádio.
d) geralmente se derramava em explicações longas e desnecessárias.

19. Quanto à repetição da expressão "principalmente no interior", (4º parágrafo) isolada por aspas,
é correto afirmar que se trata de:
a) insistência desnecessária, a se considerarem os comentários referentes à enorme
popularidade atingida pelo rádio.
b) recurso estilístico para realçar, com viés pejorativo, a pouca instrução dos ouvintes do rádio,
na maioria, analfabetos.

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c) justificativa aceitável para o fato de o autor não ter sido reconhecido pelos ouvintes, na
época, como um prestigiado cronista.
d) ironia com relação ao bordão repetido por todos sobre a penetração do rádio como meio
de comunicação na época.

A primeira vez que vi o mar eu não estava sozinho. Estava no meio de um bando enorme de
meninos. Nós tínhamos viajado para ver o mar. No meio de nós havia apenas um menino que
já o tinha visto. Ele nos contava que havia três espécies de mar: o mar mesmo, a maré, que é
menor que o mar, e a marola, que é menor que a maré. Logo a gente fazia ideia de um lago
enorme e duas lagoas. Mas o menino explicava que não. O mar entrava pela maré e a maré
entrava pela marola. A marola vinha e voltava. A maré enchia e vazava. O mar às vezes tinha
espuma e às vezes não tinha. Isso perturbava ainda mais a imagem. Três lagoas mexendo,
esvaziando e enchendo, com uns rios no meio, às vezes uma porção de espumas, tudo isso
muito salgado, azul, com ventos.
Fomos ver o mar. Era de manhã, fazia sol. De repente houve um grito: o mar! Era qualquer
coisa de largo, de inesperado. Estava bem verde perto da terra, e mais longe estava azul. Nós
todos gritamos, numa gritaria infernal, e saímos correndo para o lado do mar. As ondas batiam
nas pedras e jogavam espuma que brilhava ao sol. Ondas grandes, cheias, que explodiam com
barulho. Ficamos ali parados, com a respiração apressada, vendo o mar...
(Fragmento de crônica de Rubem Braga, Mar, Santos, julho, 1938)

20. As menções a rios e lagoas no primeiro parágrafo apontam para:


a) o fracasso da tentativa de se imaginar algo nunca visto por meio de associações inteiramente
despropositadas.
b) as tentativas de compor uma imagem do desconhecido a partir de elementos conhecidos e
familiares.
c) o desconhecimento da salinidade da água do mar por aqueles que só conheciam cursos ou
acúmulos de água doce.
d) a inabilidade daquele que se vale de analogias para dar ideia de um elemento único e
incomparável.
e) a importância da analogia, que muitas vezes propicia melhor conhecimento das coisas do
que o contato com a própria realidade.

21. O texto é construído por meio:


a) do perfeito encadeamento entre os dois parágrafos: as explicações sobre o mar, no
primeiro, harmonizam-se com sua visão extasiada, no segundo.
b) da violenta ruptura entre os dois parágrafos: o primeiro alonga-se em explicações sobre o
mar que não têm qualquer relação com o que é narrado no segundo.
c) de procedimentos narrativos diversos correspondentes aos dois parágrafos: no primeiro, o
narrador é o autor da crônica; no segundo, ele dá voz ao menino que já vira o mar.
d) do contraste entre os dois parágrafos: as frustradas explicações sobre o mar para quem
nunca o vira, no primeiro, são seguidas pela arrebatada visão do mar, no segundo.
e) da inversão entre a ordem dos acontecimentos em relação aos dois parágrafos: o que é
narrado no primeiro só teria ocorrido depois do que se narra no segundo.

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22. De repente houve um grito: o mar! Era qualquer coisa de largo, de inesperado.
Mantendo-se o sentido da frase, o elemento grifado acima poderia ser substituído por:
a) Oportunamente.
b) De modo rápido.
c) Logo.
d) Tempestivamente.
e) Subitamente.

Nosso espaço
Já somos mais de 6 bilhões, não contando o milhão e pouco que nasceu desde o começo desta
frase. Se fosse um planeta bem administrado isso não assustaria tanto. Mas é, além de tudo,
um lugar mal frequentado. Temos a fertilidade de coelhos e o caráter dos chacais, que, como se
sabe, são animais sem qualquer espírito de solidariedade. As megacidades, que um dia foram
símbolos da felicidade bem distribuída que a ciência e a técnica nos trariam – um helicóptero
em cada garagem e caloria sintética para todos, segundo as projeções futuristas de anos atrás -,
se transformaram em representações da injustiça sem remédio, cidadelas de privilégio cercadas
de miséria, uma réplica exata do mundo feudal, só que com monóxido de carbono.
Nosso futuro é a aglomeração urbana e as sociedades se dividem entre as que se preparam
– conscientemente ou não – para um mundo desigual e apertado e as que confiam que as
cidadelas resistirão às hordas sem espaço. Os jornais ficaram mais estreitos para economizar
papel, mas também porque diminui a área para a expansão dos cotovelos. Adeus advérbios de
modo e frases longas, adeus frivolidades e divagações superficiais como esta. A tendência de
tudo feito pelo homem é a diminuição – dos telefones e computadores portáteis aos assentos
na classe econômica. O próprio ser humano trata de perder volume, não por razões estéticas
ou de saúde, mas para poder caber no mundo.
(Adaptado de Luís Fernando Veríssimo, O mundo é bárbaro)

23. Tendo em vista o rápido crescimento populacional, o autor imagina, com seu humor peculiar,
que o futuro da humanidade se caracterizará
a) pela dispersão das pessoas por áreas até agora pouco povoadas, abandonando os centros
urbanos já congestionados.
b) pela inevitável redução do espaço físico de convívio, o que fará da diminuição de tudo uma
necessidade geral.
c) por pesados investimentos nas áreas da ciência e da tecnologia, de modo a modernizar e
agilizar os meios de comunicação.
d) por uma revolucionária distribuição de renda, sem a qual se renderão as ricas cidadelas às
hordas das classes humilhadas.
e) pelo advento das megacidades, em que devem cumprir-se as alentadoras metas futuristas
projetadas anos atrás.

24. Os seguintes segmentos estabelecem entre si uma estreita relação, em que um exemplifica e
reforça o sentido do outro:
a) um lugar mal frequentado // o caráter dos chacais.
b) símbolos da felicidade // representações da injustiça.

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c) caloria sintética para todos // aglomeração urbana.
d) projeções futuristas // cidadelas de privilégio.
e) um helicóptero em cada garagem // Os jornais ficaram mais estreitos

25. Deve-se entender que, no contexto, o segmento:


a) Se fosse um planeta bem administrado expressa uma hipótese que quase certamente se
confirmará.
b) um lugar mal frequentado projeta o mundo em que viveremos, caso não se tomem rápidas
medidas contra as aglomerações.
c) símbolos da felicidade bem distribuída alude a projeções fantasiosas que obviamente não
se cumpriram com o tempo.
d) as cidadelas resistirão às hordas sem espaço corresponde a uma projeção otimista do autor
do texto.
e) Adeus advérbios de modo expressa o lamento de um escritor diante do atual desprestígio
de um recurso essencial da língua.

26. Atente para as seguintes afirmações.


I – A palavra megacidades é adequada para expressar a aglomeração urbana, tanto quanto
cidadela é adequada para expressar o pequeno contingente de privilegiados.
II – Referindo-se ao Nosso futuro, o autor antevê que a progressiva falta de espaço só agravará
as presentes desigualdades sociais.
III – Em adeus frivolidades e divagações superficiais como esta, o cronista mostra-se um crítico
implacável do novo estilo a que os escritores deverão submeter-se.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em:
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, apenas.

Fomos uma geração de bons meninos. E acreditem: em boa parte por causa dos heróis dos
quadrinhos. Éramos viciados em gibis. Nosso ideal do bem e mesmo a prática do bem podem
ser creditados ao Batman & Cia. tanto quanto ao medo do inferno, aos valores da família e
aos ensinamentos da escola. Os heróis eram o exemplo máximo de bravura, doação pessoal e
virtude.
Gibis abasteciam de ética o vasto campo da fantasia infantil, sem cobrar pela lição. Não era só
por exigência da família, da escola ou da religião que os meninos tinham de ser retos e bons;
eles queriam ser retos e bons – como os heróis. Viviam o bem na imaginação, porque o bem
era a condição do herói. A lei e a ordem eram a regra dentro da qual transitavam os heróis. Eles
eram o lado certo que combatia o lado errado.
Atualmente não sei. Parei de ler gibis, só pego um ou outro da seção nostalgia. Nos anos
de 1970 e 80 ainda surgiram heróis interessantes, mas alguns parecem cheios de rancor,
como o Wolverine, ou vítimas confusas sem noção de bem e mal, como o Hulk, ou exilados

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freudianos, como o belo Surfista Prateado, ou presas possíveis da vaidade, como o Homem-
Aranha. Complicou-se a simplicidade do bem. Na televisão, os heróis urram, gritam, destroem,
torturam, tão estridentes quanto os arqui-inimigos maléficos. Não são simples, e retos, e fortes,
e afinados com seus dons, como os heróis clássicos; são complexos, e dramáticos, e ambíguos,
como ficou o mundo.
(Fragmento de Ivan Angelo. Meninos e gibis. Certos homens. Porto Alegre: Arquipélago, 2011. p.147-9)

27. Ao tratar da leitura de gibis, o autor contrapõe:


a) a complexidade das histórias antigas, ainda que o bem sempre triunfasse, ao maniqueísmo
dos quadrinhos recentes, em que o que sobressai é a pura maldade.
b) a bondade dos meninos de seu tempo à ausência da prática da virtude no mundo atual, em
função da ausência de heróis em que se espelhar.
c) a virtude como aspiração pessoal, despertada pelo exemplo dos heróis, ao dever de praticar
o bem, imposto pelas instituições sociais.
d) os heróis dos quadrinhos antigos, voltados para a prática do bem, aos personagens
maléficos das histórias surgidas depois dos anos 1970 e 80.
e) o aprendizado que levava à prática do bem, proporcionado pelos quadrinhos, àquele sem
nenhum efeito prático, propiciado pelas instituições sociais.

28. A conclusão expressa no último parágrafo do texto aponta para:


a) a constatação da inexistência de heróis de qualquer tipo no mundo atual, tanto na ficção
quanto na vida real.
b) o descompasso entre os heróis dos quadrinhos, mesmo os mais recentes, e aqueles que
aparecem na televisão.
c) a impossibilidade de separação entre o bem e o mal, seja nas histórias em quadrinhos, seja
na vida real.
d) os paralelos que podem ser estabelecidos entre os heróis de ontem e os de hoje, a despeito
das diferenças que os separam.
e) a adequação entre a personalidade dos heróis e as características do tempo em que as
histórias são criadas.

O lixo é nosso
Cena comum nas cidades: engolfado no trânsito, e também obstruindo-o, um homem, uma
formiga, puxa com enorme esforço pedaços do caos. É o carroceiro. Paciência, motorista, com
o pobre carroceiro. Cala a tua buzina irritada, que o homem que ali vai, puxando sua carga
enorme e desequilibrada, trabalha para o nosso bem. Não é muito o que ele pode fazer, ele não
é mais do que uma formiga na paisagem, um nada, mas faz sua parte mínima com a força e a
teimosia das formigas. Leva restos que espalhamos pelos caminhos.
Não o apresses, ele não consegue ir mais depressa. Não é ele que vai devagar, somos nós, o
país. O atraso é nosso. O homem da carroça, o burro sem rabo, caro motorista, está ali por um
conjunto de circunstâncias: para ele existir, tem de haver pobreza, tem de faltar trabalho, tem de
sobrar lixo nas ruas, tem de faltar educação, respeito, cidadania, planejamento administrativo,
consciência do bem comum.

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Considera que ele nas ruas é mais “verde” – mais limpo – do que nós: o carro dele não emite
gases, não buzina, ele não é um consumidor de artigos descartáveis, não produz esse lixo, antes
o leva para reciclagem. Vê que curiosa contradição: ele é uma pecinha na grande engrenagem do
avanço, a reciclagem, enquanto nós, participantes da poderosa cadeia de consumo, modernos,
temos um pé nos séculos passados, ligados à descuidada atitude que formou a sociedade atual
– pegar, usar e largar.
(Adaptado de Ivan Ângelo. Certos homens. Porto Alegre: Arquipélago, 2011. p.167-9)

29. O carroceiro é mostrado no texto:


a) com certo saudosismo, imaginando-se já o seu desaparecimento num futuro próximo,
superado por funções mais modernas.
b) com algum desprezo, manifesto em sua associação a animais como a formiga e o burro.
c) com indiferença, podendo-se entrever o cuidado do autor para não deixar transparecer sua
posição pessoal.
d) sem isenção, enaltecendo-se o seu trabalho de modo a que surja desvinculado da privação
e da miséria.
e) sem condescendência, reconhecendo-se a importância de seu trabalho, ainda que limitado,
e as agruras de sua existência.

30. A contradição a que se refere o autor no último parágrafo surge a partir de:
a) uma ocultação: todas as características que remeteriam o carroceiro ao atraso são
desconsideradas em favor do único elemento que permite associá-lo ao progresso.
b) um embaralhamento: avanço e atraso, geralmente vistos como opostos, passam a significar
a mesma coisa, a ponto de ser o mais atrasado descrito como o mais moderno.
c) uma inversão: o que costuma ser associado ao atraso é visto como elemento progressista;
o que se tem como mais moderno é relacionado ao mais retrógrado.
d) um equívoco: a suposição de que todos os motoristas sejam consumidores inveterados,
despreocupados do meio ambiente e hostis à reciclagem.
e) uma constatação: a sociedade atual progrediu tão velozmente que não há mais lugar para
elementos antiquados, mesmo os que têm uma função relativamente moderna.

31. Os segmentos que, no contexto da crônica, se aproximam pelo sentido estão em:
a) Cena comum nas cidades, grande engrenagem do avanço e poderosa cadeia de consumo.
b) restos que espalhamos pelos caminhos, consumidor de artigos descartáveis e pegar, usar e
largar.
c) Cala a tua buzina irritada, o carro dele não emite gases e grande engrenagem do avanço.
d) consciência do bem comum, consumidor de artigos descartáveis e trabalha para o nosso
bem.
e) O atraso é nosso, descuidada atitude que formou a sociedade atual e consciência do bem
comum.

ARTIGOS
Multidões de mascarados e maquiados com cores alegóricas das nacionalidades envolvidas nas
disputas da Copa do Mundo falam por esse meio uma linguagem que simbolicamente quer
dizer muito mais do que pode parecer. Trata-se de um ritual cíclico de renovação de identidades

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Banco do Brasil – Interpretação de Texto – Prof. Maria Tereza

nacionais expressas nos ornamentos e paramentos do que é funcionalmente uma nova religião
no vazio contemporâneo. Aqui no Brasil as manifestações simbólicas relacionadas com o futebol
e seus significados têm tudo a ver com o modo como entre nós se difundiu a modernidade, nas
peculiaridades de nossa história social.
Embora não fosse essa a intenção, rapidamente esse esporte assumiu entre nós funções
sociais extrafutebolísticas que se prolongam até nossos dias e respondem por sua imensa
popularidade. A República, em que todos se tornaram juridicamente brancos, sucedeu a
monarquia segmentada em senhores e escravos, brancos e negros, todos acomodados numa
dessas duas identidades. A República criou o brasileiro genérico e abstrato. O advento do
futebol entre nós coincidiu com a busca de identidades reais para preencher as incertezas
dessa ficção jurídica. Clubes futebolísticos de nacionalidades, de empresas, de bairros, de
opções subjetivas disfarçaram as diferenças sociais reais e profundas, sobrepuseram-se a elas e
tornaram funcionais os conflitos próprios da nova realidade criada pela abolição da escravatura.
No futebol há espaço para acomodações e inclusões, mesmo porque, sem a diversidade de
clubes e sem a competição, o futebol não teria sentido. O receituário da modernidade inclui,
justamente, esses detalhes de convivência com a diversidade e com a rotatividade dos que
triunfam. Nela, a vida recomeça continuamente; depois da vitória é preciso lutar pela vitória
seguinte.
O futebol, essencialmente, massificou e institucionalizou a competição e a concorrência,
elevou-as à condição de valores sociais e demonstrou as oportunidades de vitória de cada um
no rodízio dos vitoriosos. Nele, a derrota nunca é definitiva nem permanente. Por esse meio, o
que era mero requisito do funcionamento do mercado e da multiplicação do capital tornou-se
expressamente um rito de difusão de seus princípios no modo de vida, na mentalidade e no
cotidiano das pessoas comuns.
É nesse sentido que o futebol só pode existir em sociedades competitivas e de antagonismos
sociais administráveis. Fora delas, não é compreendido. Há alguns anos, um antropólogo
que estava fazendo pesquisa com os índios xerentes, de Goiás, surpreendeu-se ao ver que
eles haviam adotado entusiasticamente o futebol. Com uma diferença: os 22 jogadores não
atuavam como dois times de 11, mas como um único time jogando contra a bola, perseguida
em campo todo o tempo. Interpretaram o futebol como ritual de caça. Algo próprio de uma
sociedade tribal e comunitária.
(Adaptado de José de Souza Martins. O Estado de S. Paulo, Aliás, J7, 4 de julho de 2010)

32. É correto perceber no texto que o autor:


a) contesta a noção de que o futebol, com seu ritual próprio, possa ser considerado símbolo
de uma única nação ou região geográfica.
b) assinala a interferência dos rituais religiosos numa atividade esportiva, que deveria se
caracterizar por linguagem e normas específicas.
c) critica a interferência de interesses financeiros e de mercado que cercam o futebol,
extrapolando seus objetivos originais, de esporte e lazer.
d) defende a ideia de que o futebol é democrático, ao permitir a ascensão social,
independentemente de eventuais desigualdades.
e) aponta a transformação de um esporte, de início democrático, em elemento primordial de
afirmação de valores pessoais e de nacionalidades distintas.

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33. O exemplo dos índios xerentes coloca em evidência a:
a) retomada da imagem de multidões de mascarados e maquiados que falam por esse meio
uma linguagem que simbolicamente quer dizer muito mais do que pode parecer.
b) insistência na opinião já exposta de como entre nós se difundiu a modernidade, nas
peculiaridades de nossa história social.
c) dúvida a respeito do que foi afirmado sobre o modo como rapidamente esse esporte
assumiu entre nós funções sociais extrafutebolísticas.
d) importância, no Brasil, de um esporte cujas opções subjetivas disfarçaram as diferenças
sociais reais e profundas.
e) justificativa da afirmação de que o futebol só pode existir em sociedades competitivas e de
antagonismos sociais administráveis.

34. Dentre as funções sociais extrafutebolísticas apontadas no texto, só NÃO se encontra a:


a) descoberta de identidades que surgiram com a difusão desse esporte entre nós.
b) valorização do capital financeiro, que possibilita maior número de conquistas vitoriosas.
c) democratização, por ter se transformado em uma atividade acessível a todos.
d) igualdade de tratamento e de oportunidades aos integrantes das diferentes classes sociais.
e) possibilidade de triunfo em diferentes situações e a qualquer momento, com base no
esforço individual.

35. Algo próprio de uma sociedade tribal e comunitária.


O comentário acima, que encerra o texto, deve ser corretamente entendido como:
a) reconhecimento de um engano na avaliação da importância do futebol no mundo moderno,
a partir do desrespeito às suas regras em algumas sociedades.
b) percepção de que nem sempre o esporte é corretamente praticado, especialmente em
agrupamentos sociais afastados dos centros mais populosos.
c) conclusão coerente da constatação de que as regras do futebol reproduzem a
competitividade e a concorrência que caracterizam as sociedades contemporâneas.
d) concordância com uma visão conservadora do futebol, como símbolo de comunidades
mais desenvolvidas e organizadas socialmente.
e) opinião, de certo modo preconceituosa, de que sociedades marcadas por um certo
primitivismo não conseguem assimilar normas de sociedades mais avançadas.

Verdes, bonitas e de aparência inofensiva, as plantas também podem ser ecologicamente


incorretas – as chamadas "invasoras", por exemplo, representam a segunda maior causa de
destruição da biodiversidade do planeta, perdendo apenas para o desmatamento. Só para se
ter parâmetro de sua agressividade, segundo os especialistas, elas são mais predadoras do que
o aquecimento global. Trata-se de espécies exóticas trazidas de outros países que, plantadas
em um novo habitat, passam a destruir a flora e a fauna nativas. Livres de "adversários", elas
vão se alastrando até virarem praga. Mas quem poderia desconfiar de uma jaqueira, de uma
amendoeira ou de um bambuzal? Plantas invasoras como essas estão agora chamando a
atenção do governo federal e de secretarias do meio ambiente de todo o país.
Crescem as constatações de que ameaçam a flora causando, juntamente com outros animais,
um prejuízo anual superior a R$ 100 milhões. Para atacar o problema, o Ministério do Meio

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Banco do Brasil – Interpretação de Texto – Prof. Maria Tereza

Ambiente está elaborando uma estratégia para combatê-las, que deve ser colocada em prática
no próximo ano. Uma lista preliminar já tachou 542 seres vivos de "exóticos e invasores" no
Brasil, e cerca de 100 deles são plantas. O Ministério também lançará um livro que reúna dados
sobre espécies invasoras marinhas. Depois virão outros volumes, mostrando as vilãs dos rios, do
meio terrestre, do sistema de produção agrícola e da saúde humana − isso se dá no momento
em que diversos Estados também se ocupam do problema.
Quando se comemorou o Dia da Mata Atlântica (27 de maio), a Secretaria de Estado do Ambiente
do Rio recebeu de pesquisadores um rol de 226 espécies invasoras da flora local. "Queremos
que sirva como critério para barrar sua entrada e o seu plantio", diz a Superintendente de
Biodiversidade da secretaria. Entre as principais ameaças identificadas está a jaqueira – que,
ao contrário do que muitos julgam, não é um exemplar original. Trazida da Ásia durante a
colonização, foi proliferando aos poucos e hoje ocupa o lugar de espécies nativas nos parques e
reservas do Rio, como a floresta da Tijuca.
Segundo especialistas, o homem, desavisado do estrago que pode provocar no ambiente,
acaba sendo responsável pela introdução de boa parte das espécies invasoras. Uma forma de
disseminação é o uso dessas árvores exóticas no paisagismo urbano – tradição brasileira que
começou com a corte portuguesa, foi alterada na década de 1920 por paisagistas como Burle
Max (que preferiam as exóticas tropicais), mas que agora começa a ser revista.
(Adaptado de Maíra Magro. Revista Istoé, 24 de junho de 2009, p. 100-101)

36. De acordo com o texto, a afirmativa correta é:


a) Autoridades do governo federal e dos governos estaduais buscam descobrir a origem de
algumas espécies de plantas, para evitar seu plantio no país.
b) O desmatamento indiscriminado no Brasil atinge também espécies exóticas, que trazem
beleza à paisagem de muitas cidades, como o Rio de Janeiro.
c) Espécies alienígenas, incorporadas à paisagem brasileira por sua beleza, estão se
transformando em séria ameaça à flora nativa.
d) Plantas estrangeiras utilizadas no paisagismo urbano estão sendo proibidas por
determinação do Ministério do Meio Ambiente.
e) Uma das causas para o aquecimento global está na disseminação descontrolada, no Brasil,
de espécies da flora de outros países.

A liberdade ameaçada
Costumo dizer que a liberdade de imprensa, mais do que direito dos jornalistas e das empresas
jornalísticas, é da sociedade. Só com a livre circulação de ideias e de informações uma nação
pode evoluir e construir uma sociedade realmente justa e equilibrada. Foi para defender
essas propostas e para informar a sociedade brasileira sobre seu direito inalienável de receber
informação livre que criamos a nossa Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (RDLI).
Há três grandes temas em debate: “O direito à informação x privacidade”, “O acesso à
informação pública” e “As responsabilidades e os interesses dos jornalistas e das fontes”.
Em relação à informação e à privacidade, houve consenso de que se trata de questão complexa
e difícil. O direito da sociedade à informação e o direito das pessoas à privacidade são dois
princípios constitucionais, fundamentais, mas muitas vezes conflitantes.

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Quanto ao tema do acesso à informação pública, a principal conclusão é a de que o Brasil
precisa avançar muito. Infelizmente, alguns homens públicos ainda tratam a informação pública
como se fosse propriedade do Estado, e não da sociedade a que devem servir. O livre acesso à
informação pública é uma das principais características das democracias modernas.
Finalmente, no que se refere aos interesses e responsabilidades dos jornalistas e das fontes,
referendamos a velha máxima: o jornal e os jornalistas nunca deverão ter interesse próprio.
Eles trabalham para a sociedade e, por isso, devem sempre preservar sua independência.
(Nelson Pacheco Sirotsky. Folha de S. Paulo, 12/06/2005, p. 3)

37. Justifica-se o título do texto quando se considera, por exemplo, a preocupação do autor com o
fato de que:
a) as notícias de violência da sociedade brasileira costumam predominar em nossos jornais.
b) nossos jornalistas não defendem o interesse da classe, no exercício de sua função.
c) há políticos que se beneficiam das informações públicas em seus negócios particulares.
d) a informação de interesse público é por vezes considerada como se fosse uma propriedade
do Estado.
e) o direito do público à informação não é um princípio fundamental garantido em nossa
Constituição.

38. Considere as seguintes afirmações:


I – A frase o jornal e os jornalistas nunca deverão ter interesse próprio encarece o respeito que
se deve ter à função pública da imprensa.
II – A criação da RDLI deveu-se ao desejo de se garantir o direito das pessoas à privacidade.
III – No Brasil, o acesso à informação de interesse público é um direito garantido e um fato
consolidado.
Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.

39. A questão complexa e difícil referida no terceiro parágrafo diz respeito ao conflito entre:
a) os interesses do Estado e os interesses particulares.
b) um direito da coletividade e um direito do cidadão.
c) o direito à privacidade e o direito ao segredo de Estado.
d) os interesses dos jornalistas e os das empresas jornalísticas.
e) o direito ao ocultamento e a prática da revelação da fonte jornalística.

40. Finalmente, no que se refere aos interesses e responsabilidades dos jornalistas e das fontes,
referendamos a velha máxima (...)
Não haverá prejuízo para a correção e para o sentido básico da frase acima caso se substituam
os elementos sublinhados, respectivamente, por:

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Banco do Brasil – Interpretação de Texto – Prof. Maria Tereza

a) em função dos – vinculamos.


b) tendo por base os – reputamos.
c) no caso dos – propomos.
d) a partir dos – cogitamos.
e) no tocante aos – aprovamos.

Da política ao espetáculo
A rebeldia voltou. E nos lugares mais inesperados. O rastilho foi aceso em Túnis, seguiu para o
Cairo e depois para Sanaa, Manama, Damasco − cidades onde ação política não é um direito.
Onde as praças tiveram de ser ocupadas com o risco de prisão, tortura e morte. Mesmo assim,
as manifestações só ficaram violentas porque as autoridades as atacaram.
A centelha da revolta atravessou o Mediterrâneo e acendeu outras centenas de milhares de
pessoas na Grécia e na Espanha, países subitamente forçados ao empobrecimento. Na África,
no Levante, no Oriente Médio e na Europa, o que se quer é liberdade, trabalho e justiça.
Nenhuma mobilização foi tão inesperada quanto a que explodiu, no mês passado, do outro
lado do Atlântico Norte, numa das cidades mais ricas do mundo: Vancouver, no Canadá. Sua
motivação foi frívola. Por 4 a 0, o time local de hóquei no gelo perdeu a final do campeonato.
Não houve reivindicação social ou política: chateada, a gente saiu à rua e botou fogo em carros,
quebrou vitrines, invadiu lojas.
Fizeram tudo isso com a leveza da futilidade, posando para câmeras de celulares,
autorregistrando-se em instantâneos ambivalentes de prazer e agressão. O impulso de se
preservarem em fotos e filmes era tão premente quanto o de destruir. Alguns intelectuais
poderiam explicar assim o fenômeno: se o espetáculo do jogo não satisfez, o do simulacro da
revolta o compensará; o narcisismo frustrado vira exibicionismo compartilhado.
Em meio ao quebra-quebra, um casal de namorados tentava fugir quando a moça foi atingida
pelo escudo de um policial e caiu. O namorado deitou-se ao lado e, para acalmá-la, deu-lhe
um beijo. Um fotógrafo viu apenas dois corpos que pareciam feridos no chão e, sem perceber
direito o que fotografava, captou o beijo. Pronto: os jovens viraram celebridades. Namorando
há apenas seis meses, o casal cancelou uma viagem à Califórnia para cumprir uma agenda
extensa de entrevistas em Nova York. A sociedade do espetáculo não pode parar.
(Adaptado da Revista Piauí, n. 58, julho 2001, p. 55)

41. Ao tratar de diferentes manifestações de rebeldia no mundo, o autor considera que elas:
a) têm em comum tão somente o fato de irromperem e se extinguirem com a mesma
velocidade, em países de regime político fechado.
b) diferem quanto às suas motivações políticas particulares, mas traduzem a mesma
insatisfação com a economia global.
c) são todas inesperadas, uma vez que os fatores que as desencadeiam surgem de forma
misteriosa, sem qualquer razão objetiva.
d) variam quanto às reivindicações políticas ou econômicas, podendo ocorrer até mesmo por
força de uma motivação banal.
e) buscam conferir um grande peso político a algumas insatisfações menores, geradas pelas
razões mais injustificáveis.

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42. Considerando-se o contexto, estas duas expressões se aproximam e reforçam reciprocamente
uma mesma linha de argumentação, referindo-se ao mesmo fenômeno:
a) a leveza da futilidade e a centelha da revolta.
b) o rastilho foi aceso e não houve reivindicação social.
c) sua motivação foi frívola e a leveza da futilidade.
d) forçados ao empobrecimento e exibicionismo compartilhado.
e) ação política não é um direito e sua motivação foi frívola.

43. Atente para as seguintes afirmações.


I – Deve-se entender por sociedade do espetáculo, de acordo com o texto, a caracterização dos
movimentos de massa que pretendem explicitar publicamente sua insatisfação política.
II – O exibicionismo e o narcisismo estão na raiz de manifestações dos grupos que também as
promovem para se dar a conhecer nas imagens que eles mesmos produzem e cultuam.
III – O vandalismo das manifestações políticas acaba por desqualificar as justas reivindicações
que deram origem a um legítimo movimento social.
Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.

44. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:


a) O rastilho foi aceso (1º parágrafo) / inflamou-se em seu efeito
b) A centelha da revolta (2º parágrafo) / a meta da insubordinação
c) instantâneos ambivalentes (4º parágrafo) / encenações rápidas
d) simulacro da revolta (4º parágrafo) / sacralização insatisfeita
e) narcisismo frustrado (4º parágrafo) / autoadmiração baldada

45. Ao registrar a cena dos namorados caídos no chão, o fotógrafo,


a) imaginando-os vítimas, involuntariamente os promoveu a celebridades.
b) sabendo-os feridos, quis compensá-los com a notoriedade de um flagrante oportuno.
c) tomando-os por revoltosos, quis demonstrar que havia amor entre os manifestantes.
d) dando-os como mortos, quis perpetuar o beijo em que se imobilizaram.
e) não atinando bem com o que via, quis documentar o que imaginou mero exibicionismo.

Não há dúvida de que o preconceito contra a mulher é forte no Brasil e que cabe ao poder
público tomar medidas para reduzi-lo. Pergunto-me, porém, se faz sentido esperar uma
situação de total isonomia entre os gêneros, como parecem querer os discursos dos políticos.
Nos anos 60 e 70, acreditava-se que as diferenças de comportamento 5.entre os sexos eram
fruto de educação ou de discriminação. Quando isso fosse resolvido, surgiria o equilíbrio. Não
foi, porém, o que ocorreu, como mostra Susan Pinker, em "The Sexual Paradox". Para ela, não
se pode mais negar que há diferenças biológicas entre machos e fêmeas. Elas se materializam

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estatisticamente (e não deterministicamente) em gostos e 10.aptidões e, portanto, na opção


por profissões e regimes de trabalho.
Embora não tenham sido detectadas, por exemplo, diferenças cognitivas que as tornem piores
em ciências e matemática, mulheres, quando podem, preferem abraçar profissões que lidem
com pessoas (em oposição a objetos e sistemas). Hoje, nos Estados Unidos, elas dominam a
medicina e permanecem 15.minoritárias na engenharia.
Em países hiperdesenvolvidos, como Suécia e Dinamarca, onde elas gozam de maior liberdade
de escolha, a proporção de engenheiras é menor do que na Turquia ou na Bulgária, nações em
que elas às vezes são obrigadas a exercer ofícios que não os de seus sonhos. Só quem chegou
perto do 50-50 foi 20.a URSS, e isso porque ali eram as profissões que escolhiam as pessoas, e
não o contrário.
Mulheres também não se prendem tanto à carreira. Trocam um posto de comando para ficar
mais tempo com a família. Assim sacrificam trajetórias promissoras em favor de horários
flexíveis. É esse desejo, mais que a 25.discriminação, que explica a persistente diferença salarial
entre os gêneros em nações desenvolvidas.
Para Pinker, as mulheres seriam mais felizes se reconhecessem as diferenças biológicas e não
perseguissem tanto uma isonomia impossível.
(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, A2 opinião, 10 de março de 2012)

46. Fica evidente no texto que o autor:


a) discorda de Susan Pinker, ao considerar que, não só em países subdesenvolvidos como
também nos mais ricos, persistem as diferenças salariais entre homens e mulheres.
b) considera as diferenças biológicas entre homens e mulheres como razão suficiente que
explica a inabilidade feminina para os estudos científicos e os cálculos matemáticos.
c) aceita as afirmativas de Susan Pinker de que diferenças biológicas dificultam o equilíbrio
entre os sexos em relação à escolha das profissões e dos regimes de trabalho.
d) demonstra a necessidade de atuação dos governos de todo o mundo no sentido de
propiciar a igualdade de gêneros quanto à escolha e ao exercício das profissões.
e) defende a busca do equilíbrio entre homens e mulheres na escolha das diferentes
profissões, necessário para um desenvolvimento equitativo de todas as nações.

47. No 4º parágrafo, evidencia-se:


a) indicação das razões, muitas vezes de cunho político, que explicam a presença de menor
número de mulheres em determinadas profissões.
b) proposta de possíveis mudanças quanto à opção feminina por determinadas profissões em
alguns dos países mais desenvolvidos.
c) preferência por certas atividades determinada por fatores educacionais, que acabam
diferenciando o desempenho, seja o de homens, seja o de mulheres.
d) direcionamento das mulheres para algumas carreiras em países onde não há liberdade
pessoal para escolher a atividade profissional desejada.
e) ressalva à hipótese inicial de que se mantém o preconceito contra mulheres no mercado de
trabalho em diferentes países.

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Economia religiosa
Concordo plenamente com Dom Tarcísio Scaramussa, da CNBB, quando ele afirma que não faz
sentido nem obrigar uma pessoa a rezar nem proibi-la de fazê-lo. A declaração do prelado vem
como crítica à professora de uma escola pública de Minas Gerais que hostilizou um aluno ateu
que se recusara a 5.rezar o pai-nosso em sua aula.
É uma boa ocasião para discutir o ensino religioso na rede pública, do qual a CNBB é entusiasta.
Como ateu, não abraço nenhuma religião, mas, como liberal, não pretendo que todos pensem
do mesmo modo. Admitamos, para efeitos de argumentação, que seja do interesse do Estado
que os jovens sejam 10.desde cedo expostos ao ensino religioso. Deve-se então perguntar se
essa é uma tarefa que cabe à escola pública ou se as próprias organizações são capazes de
supri-la, com seus programas de catequese, escolas dominicais etc.
A minha impressão é a de que não faltam oportunidades para conhecer as mais diversas
mensagens religiosas, onipresentes em rádios, TVs e também 15.nas ruas. Na cidade de São
Paulo, por exemplo, existem mais templos (algo em torno de 4.000) do que escolas públicas
(cerca de 1.700). Creio que aqui vale a regra econômica, segundo a qual o Estado deve ficar fora
das atividades de que o setor privado já dá conta.
Outro ponto importante é o dos custos. Não me parece que faça muito 20.sentido gastar
recursos com professores de religião, quando faltam os de matemática, português etc. Ao
contrário do que se dá com a religião, é difícil aprender física na esquina.
Até 1997, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação acertadamente estabelecia que o ensino
religioso nas escolas oficiais não poderia representar 25.ônus para os cofres públicos. A
bancada religiosa emendou a lei para empurrar essa conta para o Estado. Não deixa de ser um
caso de esmola com o chapéu alheio.
(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 06/04/2012)

48. No que diz respeito ao ensino religioso na escola pública, o autor mantém-se:
a) esquivo, pois arrola tanto argumentos que defendem a obrigatoriedade como o caráter
facultativo da implementação desse ensino.
b) intransigente, uma vez que enumera uma série de razões morais para que se proíba o
Estado de legislar sobre quaisquer matérias religiosas.
c) pragmático, já que na base de sua argumentação contra o ensino religioso na escola pública
estão razões de ordem jurídica e econômica.
d) intolerante, dado que deixa de reconhecer, como ateu declarado, o direito que têm as
pessoas de decidir sobre essa matéria.
e) prudente, pois evita pronunciar-se a favor da obrigatoriedade desse ensino, lembrando
que ele já vem sendo ministrado por muitas entidades.

49. Atente para estas afirmações.


I – Ao se declarar um cidadão ao mesmo tempo ateu e liberal, o autor enaltece essa sua dupla
condição pessoal valendo-se do exemplo da própria CNBB.
II – A falta de oportunidade para se acessarem mensagens religiosas poderia ser suprida,
segundo o autor, pela criação de redes de comunicação voltadas para esse fim.

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III – Nos dois últimos parágrafos, o autor mostra não reconhecer nem legitimidade nem
prioridade para a implementação do ensino religioso na escola pública.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em:
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) III, apenas.

50. Pode-se inferir, com base numa afirmação do texto, que:


a) o ensino religioso demanda profissionais altamente qualificados, que o Estado não teria
como contratar.
b) a bancada religiosa, tal como qualificada no último parágrafo, partilha do mesmo
radicalismo de Dom Tarcísio Scaramussa.
c) as instituições públicas de ensino devem complementar o que já fazem os templos, a
exemplo do que ocorre na cidade de São Paulo.
d) o aprendizado de uma religião não requer instrução tão especializada como a que exigem
as ciências exatas.
e) os membros da bancada religiosa, sobretudo os liberais, buscam favorecer o setor privado
na implementação do ensino religioso.

51. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente um segmento em:


a) A declaração do prelado vem como crítica (l. 3) / o pronunciamento do dignitário eclesiástico
surge como censura.
b) Admitamos, para efeitos de argumentação (l. 8-9) / Consignemos, a fim de especulação.
c) sejam desde cedo expostos ao ensino religioso (l. 9-10) / venham prematuramente a expor-
se no ensino clerical.
d) onipresentes em rádios (l. 14) / discriminadas por emissoras de rádio.
e) não poderia representar ônus (l. 24-25) / implicaria que se acarretasse prejuízo.

NOTÍCIAS
Palavra indígena
A história da tribo Sapucaí, que traduziu para o idioma guarani os artefatos da era da
computação que ganharam importância em sua vida, como mouse (que eles chamam de
angojhá) e windows (oventã).
Quando a internet chegou àquela comunidade, que abriga em torno de 400 guaranis, há quatro
anos, por meio de um projeto do Comitê para Democratização da Informática (CDI), em parceria
com a ONG Rede Povos da Floresta e com antena cedida pela Star One (da Embratel), Potty e
sua aldeia logo vislumbraram as possibilidades de comunicação que a web traz.
Ele conta que usam a rede, por enquanto, somente para preparação e envio de documentos,
mas perceberam que ela pode ajudar na preservação da cultura indígena.

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A apropriação da rede se deu de forma gradual, mas os guaranis já incorporaram a novidade
tecnológica ao seu estilo de vida. A importância da internet e da computação para eles está
expressa num caso de rara incorporação: a do vocabulário.
— Um dia, o cacique da aldeia Sapucaí me ligou. “A gente não está querendo chamar computador
de “computador”. Sugeri a eles que criassem uma palavra em guarani. E criaram aiú irú rive,
“caixa pra acumular a língua”. Nós, brancos, usamos mouse, windows e outros termos, que
eles começaram a adaptar para o idioma deles, como angojhá (rato) e oventã (janela) — conta
Rodrigo Baggio, diretor do CDI.
Disponível em: http://www.revistalingua.uol.com.br. Acesso em: 22 jul. 2010.

52. O uso das novas tecnologias de informação e comunicação fez surgir uma série de novos termos
que foram acolhidos na sociedade brasileira em sua forma original como mouse, windows,
download, site, homepage, entre outros. O texto trata da adaptação de termos da informática
à língua indígena como uma reação da tribo Sapucaí, o que revela:
a) a preservação da identidade, demonstrada pela conservação do idioma, mesmo com a
utilização de novas tecnologias características da cultura de outros grupos sociais.
b) a possibilidade que o índio Potty vislumbrou em relação à comunicação que a web pode
trazer a seu povo e à facilidade no envio de documentos e na conversação em tempo real.
c) o uso da internet para preparação e envio de documentos, bem como a contribuição para
as atividades relacionadas aos trabalhos da cultura índigena.
d) adesão ao projeto do Comitê para Democratização da Informática (CDI), que, em parceria
com a ONG Rede Povos da Floresta, possibilitou o acesso à web, mesmo em ambiente
inóspito.
e) a apropriação da nova tecnologia de forma gradual, evidente quando os guaranis
incorporaram a novidade tecnológica ao seu estilo de vida com a possibilidade de acesso à
internet.

E se uma droga derivada do alcaçuz fosse capaz de salvar as nossas recordações? Segundo
um estudo da Universidade de Edimburgo (Escócia), a carbenoxolona melhora as capacidades
mentais dos idosos, incluindo a memória, que vai se deteriorando com o passar dos anos. Essa
substância − na realidade, um agente derivado da raiz do alcaçuz − poderá ser útil para combater
o mal de Alzheimer e talvez também para melhorar nossa performance nos exames.
“As memórias são um ‘fato’ químico”, confirma Nancy Ip, diretora de Instituto de Pesquisa em
Hong Kong: “Recentemente, nós identificamos a proteína que contribui para a sobrevivência
e para o desenvolvimento das células nervosas e que poderia oferecer recursos para criar
medicamentos contra doenças que afetam a memória”.
Enquanto se espera que os estudos possam conduzir a resultados mais concretos, o que
podemos fazer para melhorar a nossa capacidade mental? A memória é a capacidade de
adquirir, armazenar e recuperar informações disponíveis. Ela não é monolítica, mas constituída
de diversas atividades e funções. Uma importante distinção a ser feita é entre a memória de
curto e a de longo prazo. A primeira, que é encarregada de reter as informações por pouco
tempo, localiza-se no lobo parietal inferior e no lobo frontal do cérebro, enquanto a memória
de longo prazo é ligada ao hipocampo e às áreas vizinhas.

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De acordo com Alan Baddelay, da universidade inglesa de York, a memória de curto prazo
tem espaço limitado, podendo reter de cinco a nove unidades de informação: palavras, datas,
números. Já a memória de longo prazo é ilimitada. O problema é arquivar a informação na
memória de longo prazo, para recordar quando necessário. Como? “Quanto mais a pessoa
souber, mais fácil será recordar”, diz Baddelay. Em suma, a memória não é um recipiente que é
totalmente preenchido: ao contrário, ela sempre possibilita o ingresso de novas informações.
Quem usa uma linguagem rica e articulada recorda-se melhor. Da mesma forma, quem sabe
vários idiomas tem mais facilidade para aprender um novo.
(Adaptado de Fabíola Musarra, “Memória: segredos para explorar todo o seu poder”. In. Planeta: conheça o
mundo, descubra você.)

53. Considerado o primeiro parágrafo do texto, é correto afirmar:


a) A frase inicial levanta hipótese que, embora expressando um desejo humano, se revela
fantasiosa, pois não tem apoio algum na realidade atual.
b) A carbenoxolona é a nova droga que garantirá imunidade contra o mal de Alzheimer.
c) A capacidade mental mais afetada com o passar dos anos é a memória, conforme estudo
realizado com idosos em universidade escocesa.
d) Pessoas que não apresentam bom desempenho em exames podem ser potenciais
portadores de doenças como o mal de Alzheimer.
e) Na base da memória está um mecanismo químico que a ciência começa a conhecer.

54. No segundo parágrafo do texto, a autora,


a) ao definir o que é a memória, expressa seu desacordo com o entendimento de Nancy Ip
sobre essa capacidade mental.
b) ao afirmar que a memória não é monolítica, quer dizer que a memória não se compõe de
um único elemento.
c) ao mencionar a importante distinção, refere-se a uma diferença que os pesquisadores
citados têm deixado de lado em seus trabalhos.
d) ao caracterizar a memória de curta e a de longa duração, revela que a primeira é a que a
maioria das pessoas apresenta, e a segunda, só cérebros privilegiados.
e) ao caracterizar a memória de curta e a de longa duração, mostra que a segunda é a menos
conhecida pelos pesquisadores.

55. Considerado o terceiro parágrafo, é correto afirmar:


a) O emprego da expressão podendo reter evidencia que afirmações sobre a memória de
curto prazo são unicamente suposições.
b) Palavras, datas e números fixam-se de modo exclusivo na memória de curto prazo.
c) A memória de longo prazo já ultrapassou, na contemporaneidade, todo o seu limite.
d) O desafio a enfrentar não é a limitação do espaço da memória de longo prazo, mas o
arquivamento das informações para posterior utilização.
e) A autora apresenta um problema para o qual ainda não existem soluções possíveis.

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Os robôs têm se mostrado ferramentas valiosas para soldados, cirurgiões e pessoas que desejam
limpar seu carpete. Mas, em cada caso, eles são projetados e construídos especificamente para
uma tarefa. Agora existe um movimento que pretende construir máquinas multifuncionais −
robôs que 5.naveguem mudando de ambientes como escritórios ou salas de estar e trabalhem
com as próprias mãos. É claro que robôs multiuso não são uma ideia nova. “Faz cerca de 50
anos que faltam cinco ou dez anos para que isso aconteça”, ironiza Eric Berger, codiretor do
Programa de Robótica Pessoal da Willow Garage, empresa iniciante do Vale do Silício. A demora
deve-se em parte 10.ao fato de que mesmo tarefas simples requerem um grande conjunto
de habilidades. Para que busque uma caneca, por exemplo, um robô precisa processar dados
coletados por uma série de sensores − scanners a laser que identificam possíveis obstáculos,
câmeras que procuram o alvo, resposta de sensores de força nos dedos para segurar a caneca,
e muito mais. Mas Berger e 15.outros especialistas estão confiantes em relação a um progresso
real que possa ser obtido na próxima década.
(Adaptado de Gretory Mone. O robô faz-tudo. Scientific American Brasil. Ano 8, n. 92, 01/2010, p.39)

56. “Faz cerca de 50 anos que faltam cinco ou dez anos para que isso aconteça”, ironiza Eric Berger...
(l. 7-8). A ironia da frase evidencia dois aspectos do tema tratado no texto, que são:
a) as dificuldades insuperáveis da criação de robôs multifuncionais e a persistência dos
pesquisadores do passado e do presente para ao menos chegarem perto dessa meta.
b) o longo tempo de existência do propósito de se criarem robôs multifuncionais e o erro das
previsões sobre quando isso poderia vir a ocorrer.
c) o reconhecimento de que robôs multiuso existem há bastante tempo e o desconhecimento
disso por aqueles mesmos que deles se beneficiam.
d) o uso já antigo dos robôs multifuncionais nos setores de ponta e a constatação de que
ainda vai demorar muito a sua utilização em tarefas cotidianas.
e) a impossibilidade de se especular sobre quando os robôs multiuso poderão ser criados e a
pouca utilidade das pesquisas feitas nos últimos anos.

57. A demora deve-se em parte ao fato de que mesmo tarefas simples requerem um grande
conjunto de habilidades. Substitui adequadamente o termo grifado na frase acima:
a) instituem.
b) estatuem.
c) engendram.
d) demandam.
e) revelam.

FÁBULA: história curta de onde se extrai uma lição ou um preceito moral.


O corvo e o jarro
Um pobre corvo, quase morto de sede, avistou de repente um jarro de água. Aliviado e muito
alegre, voou velozmente para o jarro. Mas, embora o jarro contivesse água, o nível estava tão
baixo que, por mais que o corvo se esforçasse, não havia meio de alcançá-la. O corvo, então,
tentou virá-lo, na esperança de pelo menos beber um pouco da água derramada. Mas o jarro
era pesado demais para ele. Por fim, correndo os olhos à volta, viu pedrinhas ali perto. Foi,

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então, pegando-as uma a uma e atirando-as dentro do jarro. Lentamente a água foi subindo até
a borda, e finalmente pôde matar a sede.
(Fábulas de Esopo, recontadas por Robert Mathias, Círculo do Livro, p. 46)

58. Típica das fábulas, a moral da história que pode ser depreendida da leitura de O corvo e o jarro
é:
a) A utilidade é mais importante do que a beleza.
b) Devagar se vai ao longe.
c) O hábito torna as coisas familiares e fáceis para nós.
d) A necessidade é a mãe da invenção.
e) Contra esperteza, esperteza e meia.

BREVE ENSAIO
O tempo, como o dinheiro, é um recurso escasso. Isso poderia sugerir que ele se presta,
portanto, à aplicação do cálculo econômico visando o seu melhor proveito. O uso racional do
tempo seria aquele que maximiza a utilidade de cada hora do dia. Diante de cada opção de
utilização do tempo, a pessoa 5.delibera e escolhe exatamente aquela que lhe proporciona a
melhor relação entre custos e benefícios.
Ocorre que a aplicação do cálculo econômico às decisões sobre o uso do tempo é neutra em
relação aos fins, mas exigente no tocante aos meios. Ela cobra uma atenção alerta e um exercício
constante de avaliação racional do 10.valor do tempo gasto. O problema é que isso tende a
minar uma certa disposição à entrega e ao abandono, os quais são essenciais nas atividades que
envolvem de um modo mais pleno as faculdades humanas. A atenção consciente à passagem
das horas e a preocupação com o seu uso racional estimulam a adoção de uma atitude que nos
impede de fazer o melhor uso do 15.tempo.
Valéry investigou a realidade dessa questão nas condições da vida moderna: “O lazer aparente
ainda permanece conosco e, de fato, está protegido e propagado por medidas legais e pelo
progresso mecânico. O nosso ócio interno, todavia, algo muito diferente do lazer cronometrado,
está 20.desaparecendo. Estamos perdendo aquela vacuidade benéfica que traz a mente de
volta à sua verdadeira liberdade. As demandas, a tensão, a pressa da existência moderna
perturbam esse precioso repouso.”
O paradoxo é claro. Quanto mais calculamos o benefício de uma hora “gasta” desta ou daquela
maneira, mais nos afastamos de tudo aquilo que 25.gostaríamos que ela fosse: um momento
de entrega, abandono e plenitude na correnteza da vida. Na amizade e no amor; no trabalho
criativo e na busca do saber; no esporte e na fruição do belo − as horas mais felizes de nossas
vidas são precisamente aquelas em que perdemos a noção da hora.
(Adaptado de Eduardo Giannetti. O valor do amanhã. São Paulo, Cia. das Letras, 2005, p.206-209)

59. O posicionamento crítico adotado pelo autor em relação ao emprego do cálculo econômico
sobre a utilização do tempo está em:
a) O uso racional do tempo seria aquele que maximiza a utilidade de cada hora do dia.
b) Diante de cada opção de utilização do tempo, a pessoa delibera e escolhe exatamente
aquela que lhe proporciona a melhor relação entre custos e benefícios.

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c) A atenção consciente à passagem das horas e a preocupação com o seu uso racional
estimulam a adoção de uma atitude que nos impede de fazer o melhor uso do tempo.
d) Isso poderia sugerir que ele se presta, portanto, à aplicação do cálculo econômico visando
o seu melhor proveito.
e) O lazer aparente ainda permanece conosco e, de fato, está protegido e propagado por
medidas legais e pelo progresso mecânico.

60. O paradoxo a que o autor se refere está corretamente resumido em:


a) O tempo despendido na busca de conhecimento é recompensado pelo saber.
b) Os momentos de relaxamento pleno advêm do bom planejamento do uso do tempo.
c) A criatividade confere maior qualidade ao tempo despendido com o trabalho.
d) O controle do uso do tempo compromete o seu aproveitamento prazeroso.
e) As horas de maior prazer são aquelas empregadas em atividades bem planejadas.

O romance policial, descendente do extinto romance gótico, conserva características


significativas do gênero precursor: a popularidade imensa e os meios para obtê-la. “Romances
policiais”, reza um anúncio do editor de Edgar Wallace, “são lidos por homens e mulheres
de todas as classes; porque não há nada que seja tão interessante como a explicação de um
crime misterioso. Não há nada que contribua com eficiência maior para divertir os espíritos
preocupados”.
Os criminosos e detetives dos romances policiais servem-se dos instrumentos requintados
da tecnologia moderna para cometer e revelar horrores: sociedades anônimas do crime,
laboratórios científicos transformados em câmaras de tortura. Os leitores contemporâneos
acreditam firmemente na onipotência das ciências naturais e da tecnologia para resolver
todos os problemas e criar um mundo melhor; ao mesmo tempo, devoram romances nos
quais os mesmíssimos instrumentos físicos e químicos servem para cometer os crimes mais
abomináveis.
Leitores de romances policiais não são exigentes. Apenas exigem imperiosamente um final feliz:
depois da descoberta do assassino, as núpcias entre a datilógrafa do escritório dos criminosos e
o diretor do banco visado por eles, ou então a união matrimonial entre o detetive competente
e a bela pecadora arrependida.
Não adianta condenar os romances policiais porque lhes falta o valor literário. Eles são
expressões legítimas da alma coletiva, embora não literárias, e sim apenas livrescas de desejos
coletivos de evasão.
(Adaptado de Otto Maria Carpeaux. Ensaios reunidos 1942-1978. Rio de Janeiro: UniverCidade e TopBooks, v.1,
1999. p. 488-90)

61. O leitor de romances policiais, tal como caracterizado no texto,


a) pertence a determinada classe social e despreza a técnica literária.
b) é difícil de satisfazer e descrente da moral contemporânea.
c) confia na soberania da ciência e é condescendente com enredos inverossímeis.
d) é leigo em tecnologia e demonstra alto grau de erudição.
e) usa a leitura como fonte de entretenimento e prescinde de finais felizes.

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Banco do Brasil – Interpretação de Texto – Prof. Maria Tereza

Um dos mitos narrados por Ovídio nas Metamorfoses conta a história de Aglauros. A jovem é
irmã de Hersé, cuja beleza extraordinária desperta o desejo do deus Hermes. Apaixonado, o
deus pede a Aglauros que interceda junto a Hersé e favoreça os seus amores por ela; Aglauros
concorda, mas exige em troca um punhado de moedas de ouro. Isso irritou Palas Atena, que
já detestava a jovem porque esta a espionara em outra ocasião. Não admitia que a mortal
fosse recompensada por outro deus; decide vingar-se, e a vingança é terrível: Palas Atena vai à
morada da Inveja e ordena-lhe que vá infectar a jovem Aglauros.
A descrição da Inveja feita por Ovídio merece ser relembrada, pois serviu de modelo a todos
os que falaram desse sentimento: “A Inveja habita o fundo de um vale onde jamais se vê o sol.
Nenhum vento o atravessa; ali reinam a tristeza e o frio, jamais se acende o fogo, há sempre
trevas espessas. A palidez cobre o seu rosto e o olhar não se fixa em parte alguma. Ela ignora o
sorriso, salvo aquele que é excitado pela visão da dor alheia. Assiste com despeito aos sucessos
dos homens, e este espetáculo a corrói; ao dilacerar os outros, ela se dilacera a si mesma, e
este é seu suplício”.
(Adaptado de Renato Mezan. “A inveja”. Os sentidos da paixão. São Paulo: Funarte e Cia. das Letras, 1987. p.124-
25)

62. Atente para as afirmações abaixo.


I – O autor sugere que se rememore a descrição da Inveja feita por Ovídio com base no fato
de que antes dele nenhum autor de tamanha magnitude havia descrito esse sentimento de
maneira inteligível.
II – A importância do mito de Aglauros deriva do fato de que, a partir dele, se explica de maneira
coerente e lógica a origem de um dos males da personalidade humana.
III – Ao personificar a Inveja, Ovídio a descreve como alguém acometido por ressentimentos e
condenado à infelicidade, na medida em que não tolera a alegria de outrem.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I.
e) III.

Numa dessas anotações que certamente contribuíram para lhe dar a reputação de grande
fotógrafo da existência humana em sua época, Stendhal observou que a Igreja Católica aprendeu
bem depressa que o seu pior inimigo eram os livros. Não os reis, as guerras religiosas ou a
competição com outras religiões; isso tudo podia atrapalhar, claro, mas o que realmente criava
problemas sérios eram os livros. Neles as pessoas ficavam sabendo coisas que não sabiam,
porque os padres não lhes contavam, e descobriam que podiam pensar por conta própria, em
vez de aceitar que os padres pensassem por elas.
Abria-se para os indivíduos, nesse mesmo movimento, a possibilidade de discordar. Para quem
manda, não pode haver coisa pior − como ficou comprovado no caso da Igreja, que foi perdendo
sua força material sobre países e povos, e no caso de todas as ditaduras, de ontem, de hoje e de
amanhã. Stendhal estava falando, na sua França de 200 anos atrás, de algo que viria a evoluir,

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crescer e acabar recebendo o nome de "opinião pública". Os livros ou, mais exatamente, a
possibilidade de reproduzir de forma ilimitada palavras e ideias foram a sua pedra fundamental.
(J.R.Guzzo. Veja, 3 de agosto de 2011, p. 142)
Stendhal − escritor francês (1783-1842) que valorizava o perfil psicológico das personagens.

63. Segundo o texto,


a) a livre e ampla divulgação do conhecimento resulta naquilo que se entende por "opinião
pública", reflexo do acesso à informação e do desenvolvimento do espírito crítico.
b) Stendhal foi o criador do termo "opinião pública", para se referir à atuação da Igreja
Católica na França quanto ao controle da divulgação do conhecimento, o que em sua época
era feito pelos padres.
c) a grande força da Igreja Católica, em todos os tempos e lugares, se deve à educação
esmerada recebida pelos padres, única fonte do conhecimento transmitido aos fiéis.
d) a competição pelo poder é marcada, há alguns séculos, pela oposição entre valores
políticos, relativos aos reis, e religiosos, especialmente quanto à atuação da Igreja Católica
em todo o mundo.
e) escritores de todas as épocas, como Stendhal, aprofundaram-se na discussão de problemas
da sociedade de seu tempo e, por consequência, voltaram-se para a análise do poder que a
Igreja sempre manteve sobre os governantes.

PEÇA PUBLICITÁRIA
A propaganda é um modo específico de apresentar informação sobre produto, marca,
empresa, ideia ou política, visando influenciar a atitude de uma audiência em relação a uma
causa, posição ou atuação. A propaganda comercial é chamada, também, de publicidade. Ao
contrário da busca de imparcialidade na comunicação, a propaganda apresenta informações
com o objetivo principal de influenciar uma audiência. Para tal, frequentemente, apresenta
os fatos seletivamente (possibilitando a mentira por omissão) para encorajar determinadas
conclusões, ou usa mensagens exageradas para produzir uma resposta emocional e não
racional à informação apresentada. Costuma ser estruturado por meio de frases curtas e em
ordem direta, utilizando elementos não verbais para reforçar a mensagem.

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64. Sobre o folheto é correto afirmar que:


a) vale-se da linguagem e da visual para apresentar as qualificações dos novos medicamentos
a ser lançados até o fim de 2010.
b) utiliza o recurso gráfico que amplia a visibilidade para detalhar o que se encontra numa
embalagem de remédio.
c) serve-se da personagem para explicitar a ideia de que somente médicos e farmacêuticos
podem responder pela procedência do remédio.
d) mostra, ao indicar as marcas medicamento verdadeiro, que os equívocos ocorrem
unicamente por falha do comprador, pois os meios de segurança adotados atualmente são
os mais eficazes que existem.
e) demonstra, minuciosamente, como comprovar a procedência de um medicamento,
mecanismo de garantia da sua qualidade e, de maneira implícita, sugere que os
medicamentos falsos não têm eficácia garantida.

PIADA: dito ou pequena história espirituosa e/ou engraçada.

65. Na piada acima, o efeito de humor:


a) deve-se, principalmente, à situação constrangedora em que ficou um dos amigos quando a
mulher o cumprimentou.
b) constrói-se pela resposta inesperada de um dos amigos, revelando que não havia entendido
o teor da pergunta do outro.
c) é provocado pela associação entre uma mulher e minha esposa, sugerindo ilegítimo
relacionamento amoroso.
d) firma-se no aproveitamento de distintos sentidos de uma mesma expressão linguística,
devo muito.
e) é produzido prioritariamente pela pergunta do amigo, em que se nota o emprego malicioso
da expressão sua protetora.

66. É legítima a afirmação de que, na piada,


a) ouve-se exclusivamente a voz de personagens, exclusividade que é condição desse tipo de
produção humorística.
b) há a presença efetiva de um narrador, expediente típico desse tipo de texto.
c) as falas das personagens constituem recurso para a defesa de um ponto de vista, sinal da
natureza dissertativa desse específico texto.
d) os elementos caracterizadores da mulher, dados na descrição, são contrastados com a sua
profissão.
e) ocorre uma inadequação, dadas as normas da narrativa: a introdução à fala da primeira
personagem está no próprio trecho em que se compõe a cena introdutória.

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TEXTOS LITERÁRIOS
Texto I
No fim do século XIV, Portugal, vitimado por uma sucessão de administrações perdulárias, se
convertera em um reino endividado. Sem alternativas para produzir riquezas em seu território,
a coroa voltou os olhos para o mar. Essa epopeia em busca de riquezas é narrada pelo jornalista
mineiro Lucas Figueiredo em Boa Ventura!. Calcada sobre um minucioso levantamento
histórico, a obra traça um quadro desolador da penúria em que então vivia Portugal e retrata
as adversidades que enfrentou para achar uma solução: a chamada Corrida do Ouro brasileira,
que se deu entre os anos de 1697 e 1810.
Foi o sonho dourado português que levou dom Manuel a ordenar, em março de 1500, a viagem
de Pedro Álvares Cabral ao desconhecido. Depois de atingir o arquipélago de Cabo Verde, o
jovem navegador voltou a proa de sua caravela para o Ocidente, com a missão de salvar a coroa
da falência. O rei apostou nas terras ermas e inexploradas do Novo Mundo. Para ele, poderia
estar ali a fonte rápida e repleta de riquezas que guindariam Portugal à fartura.
A pressão de Lisboa levou o governador-geral Tomé de Sousa a organizar a primeira expedição
oficial em busca do metal, seduzido pelos rumores sobre a existência de uma montanha
dourada margeada por um lago também de ouro − local fantástico que os nativos chamavam
de Sabarabuçu. A comitiva partiu de Pernambuco em 5 de novembro de 1550, e os homens
que se embrenharam na floresta nunca mais foram vistos. Mas o mito de Sabarabuçu levaria
à organização de outras dezenas de expedições no decorrer dos 121 anos seguintes − todas
fracassadas.
Em 1671, o paulista Fernão Dias, uma das maiores fortunas da região, aceitou o pedido de
Lisboa para empreender mais uma missão em busca de Sabarabuçu. Ao contrário de seus
antecessores, porém, o bandeirante não partiu sem antes analisar os erros daqueles que
haviam perecido na floresta, devorados por animais ferozes ou índios e mortos eles próprios
pela fome e pelas adversidades naturais. Os preparativos levaram três anos. Ciente de que era
impossível que centenas de homens sobrevivessem sem uma linha de abastecimento, Dias
ordenou que, à medida que se embrenhassem na floresta, os pioneiros providenciassem a
plantação de lavouras e a criação de animais. Ao longo de toda a rota que interligava a vila de
São Paulo ao que hoje é o Estado de Minas Gerais, Dias montou a infraestrutura necessária
para o que seria a primeira experiência bem sucedida dos portugueses na busca de riquezas.
Em sete anos de trabalhos, ele percorreu 900 quilômetros entre São Paulo e Minas. Morreu no
caminho de volta para casa, sem jamais ter alcançado a lendária Sabarabuçu. Mas fizera algo
ainda mais extraordinário: havia inaugurado a primeira via de interligação entre o litoral e o
interior do país em um terreno antes intransponível.
Doze anos depois da morte de Fernão Dias, surgiram as primeiras notícias dando conta da
localização de ouro onde hoje é Minas Gerais. Com a descoberta de novas lavras, o sonho de
ouro continuava a mover os aventureiros. Em 1700, o bandeirante Borba Gato deu as boas
novas ao governador: havia encontrado Sabarabuçu. Festas e missas foram celebradas para
comemorar a "providência divina".
Localizada onde hoje é a cidade de Sabará, a terra batizada com o nome mítico por Borba Gato
incendiou a imaginação dos europeus. Dessa forma, a corrida do ouro levou um dos lugares
mais hostis de que se tinha notícia a abrigar o embrião do que viria a ser o estado de governança
no Brasil.
(Leonardo Coutinho. Veja, 30 de março de 2011, pp. 134-136, com adaptações)

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67. O texto,
a) expõe, com argumentos, a tese do enriquecimento da coroa portuguesa, levado a efeito
pelos destemidos colonizadores.
b) apresenta teor informativo, com base em fatos históricos narrados em uma obra que
aborda a procura do ouro pelos portugueses no Novo Mundo.
c) adquire forma de crônica histórica, em que o autor expõe sua própria opinião a respeito
dos fatos abordados sobre a busca do ouro no Brasil Colônia.
d) se desenvolve sob viés narrativo, em que as personagens dos fatos referentes à colonização
surgem tanto como heróis quanto como aventureiros fracassados.

68. O segmento que traduz uma opinião e não simplesmente um fato, considerando-se o contexto,
é
a) Morreu no caminho de volta para casa, sem jamais ter alcançado a lendária Sabarabuçu.
b) A comitiva partiu de Pernambuco em 5 de novembro de 1550, e os homens que se
embrenharam na floresta nunca mais foram vistos.
c) Mas fizera algo ainda mais extraordinário: havia inaugurado a primeira via de interligação
entre o litoral e o interior do país em um terreno antes intransponível.
d) Em 1700, o bandeirante Borba Gato deu as boas novas ao governador: havia encontrado
Sabarabuçu.

Para responder às questões que seguem, considere as estrofes seguintes (Texto II), em
correlação com o Texto I.
Texto II
O caçador de esmeraldas
Foi em março, ao findar das chuvas, quase à entrada
Do outono, quando a terra, em sede requeimada,
Bebera longamente as águas da estação,
− Que, em bandeira, buscando esmeraldas e prata,
À frente dos peões filhos da rude mata,
Fernão Dias Paes Leme entrou pelo sertão.
Ah! quem te vira assim, no alvorecer da vida,
Bruta Pátria, no berço, entre as selvas dormida,
No virginal pudor das primitivas eras,
Quando, aos beijos do sol, mal compreendendo o anseio
Do mundo por nascer que trazias no seio,
Reboavas ao tropel dos índios e das feras!
..............
Ah! mísero demente! o teu tesouro é falso!
Tu caminhaste em vão, por sete anos, no encalço
De uma nuvem falaz, de um sonho malfazejo!
Enganou-te a ambição! mais pobre que um mendigo,

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Agonizas, sem luz, sem amor, sem amigo,
Sem ter quem te conceda a extrema-unção de um beijo!
.............
Morre! morrem-te às mãos as pedras desejadas,
Desfeitas como um sonho, e em lodo desmanchadas ...
Que importa? dorme em paz, que o teu labor é findo!
Nos campos, no pendor das montanhas fragosas,
Como um grande colar de esmeraldas gloriosas,
As tuas povoações se estenderão fulgindo!
(Olavo Bilac. O caçador de esmeraldas, in: Obra reunida. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996, pp. 227, 233, 234)

69. É correto afirmar que o 4o parágrafo do Texto I e os versos do Texto II:


a) abordam de maneira subjetiva o tema recorrente na época colonial sobre lugares
fantásticos cheios de riquezas, cuja procura se tornou o centro das expedições pelo sertão
adentro.
b) mostram que Fernão Dias, impelido pelo sonho de riquezas a entrar pelo sertão, foi vencido
por ataques de índios e pelas precárias condições então existentes na colônia.
c) atestam a importância de Fernão Dias que, apesar de não haver descoberto as riquezas
que desejava encontrar, desempenhou marcante papel no desenvolvimento do então
inexplorado interior do Brasil.
d) exaltam simplesmente a figura de um aventureiro, como tantos outros que se aproveitavam
da ingenuidade de peões para enriquecer com a conquista de pedras e de metais preciosos.

70. Como um grande colar de esmeraldas gloriosas,


As tuas povoações se estenderão fulgindo! (versos finais do Texto II)
A imagem presente nos versos acima faz referência à seguinte informação constante do Texto I:
a) ... o paulista Fernão Dias (...) aceitou o pedido de Lisboa para empreender mais uma missão
em busca de Sabarabuçu.
b) ... o bandeirante não partiu sem antes analisar os erros daqueles que haviam perecido na
floresta, devorados por animais ferozes ou índios e mortos eles próprios pela fome e pelas
adversidades naturais.
c) Os preparativos levaram três anos.
d) ... Dias ordenou que, à medida que se embrenhassem na floresta, os pioneiros
providenciassem a plantação de lavouras e a criação de animais.

Eu, etiqueta
Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro

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Que não fumo, até hoje não fumei.


Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
[...]
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
[...]
Não sou −vê lá −anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
[...]
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
(Carlos Drummond de Andrade. Corpo. Rio de Janeiro, Record, 1984)

71. Há no poema de Drummond:


a) incentivo ao uso de frases de efeito em vestimentas e acessórios, desde que ofereçam
comentários educativos a quem as lê.
b) opinião desfavorável sobre o excesso de preocupação com a aparência física, o que leva o
homem a esquecer de buscar um bem-estar duradouro.
d) opinião favorável sobre a criatividade das agências de propaganda, que conseguem veicular
seus anúncios até mesmo através da vestimenta dos consumidores.
d) crítica à sociedade de consumo marcada pela comunicação visual, em que o próprio corpo
acaba sendo usado para exibir marcas de produtos diversos.

72. O verso em que o poeta se dirige diretamente ao leitor, incluindo-o em sua fala, está em:
a) Não sou − vê lá − anúncio contratado.
b) Meu nome novo é Coisa.
c) E fazem de mim homem-anúncio itinerante.
d) Meu blusão traz lembrete de bebida.

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73. Eu sou a Coisa, coisamente.
Considerando-se que coisamente não existe no dicionário, é correto afirmar que:
a) por estar fora de contexto, a palavra não foi bem empregada, já que, sendo a última do
poema, abre ao leitor múltiplas possibilidades de interpretação, o que enfraquece o poema
e o torna inconcluso.
b) o uso da palavra é inadequado, pois leva o leitor à falsa noção de que tal palavra possa ter
algum significado na língua portuguesa, induzindo-o, desnecessariamente, a correr o risco
de empregá-la mal e cometer um erro gramatical.
c) apesar de inventada, a palavra é apropriada, pois, além de ter sido empregada na poesia,
gênero literário que oferece ampla liberdade ao autor, ressalta a ideia de que o sujeito se
identifica com uma coisa.
d) a palavra é inapropriada para o gênero poético, pois palavras novas só devem ser
empregadas em gêneros como o romance, por exemplo, em que o autor tem a possibilidade
de explicar o significado que imaginou para elas.

Madrugada na aldeia
Madrugada na aldeia nervosa,
com as glicínias escorrendo orvalho,
os figos prateados de orvalho,
as uvas multiplicadas em orvalho,
as últimas uvas miraculosas.
O silêncio está sentado pelos corredores,
encostado às paredes grossas,
de sentinela.
E em cada quarto os cobertores peludos envolvem o sono:
poderosos animais benfazejos, encarnados e negros.
Antes que um sol luarento
dissolva as frias vidraças,
e o calor da cozinha perfume a casa
com lembrança das árvores ardendo,
a velhinha do leite de cabra desce as pedras da rua
antiquíssima, antiquíssima,
e o pescador oferece aos recém-acordados
os translúcidos peixes,
que ainda se movem, procurando o rio.
(Cecília Meireles. Mar absoluto, in Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p.311)

74. Considere as afirmativas seguintes.


I – O assunto do poema reflete simplicidade de vida, coerentemente com o título.
II – Predominam nos versos elementos descritivos da realidade.

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III – Há no poema clara oposição entre o frio silencioso da madrugada e o sol que surge e traz o
calor do dia.
Está correto o que consta em:
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I e II, apenas.

75. O verso com lembrança das árvores ardendo remete:


a) ao ambiente natural existente em toda a aldeia.
b) à queima da lenha no fogão da casa.
c) ao costumeiro hábito de atear fogo às florestas.
d) ao nascer do sol, que aquece as frias vidraças.
e) à colheita de frutas, no quintal da casa.

76. A afirmativa INCORRETA, considerando-se o que dizem os versos, é:


a) As cabras e os peixes são considerados animais benfazejos, por constituírem a base da
alimentação dos moradores.
b) A velhinha e o pescador oferecem seus produtos ainda bastante cedo aos moradores,
recém-acordados.
c) O silêncio que impera durante a madrugada pode ser visto como guardião do sono das
pessoas aconchegadas em suas camas.
d) O último verso deixa evidente o fato de que o pescador trazia peixes que havia acabado de
pescar.
e) A repetição da palavra orvalho acentua a sensação de frio e de umidade característicos de
uma madrugada de inverno.

Os privilegiados da Terra
O fragmento de satélite artificial – só podia ser de satélite – caído sobre o povoado transformou
de repente a vida dos moradores, que não chegavam a trezentos. Repórteres e cinegrafistas
cobriram o fato com o maior relevo. Não houve ninguém que deixasse de dar entrevista. O
fiscal do Governo apareceu para recolher o pedaço de coisa inédita, mas foi obstado pelo juiz
de paz, que declarou aquilo um bem da comunidade. A população rendeu guarda ao objeto
e jurou defender sua posse até o último sopro de vida. A força policial enviada para manter
a ordem aderiu aos moradores, pois seu comandante era filho do lugar. Acorreram turistas,
pessoas dormiam na rua por falta de acomodação, surgiram batedores de carteira, que foram
castigados, e começou a correr o boato de que aquele corpo metálico tinha propriedades
mágicas. Quem chegava perto dele seria fulminado se fosse mau-caráter; conquistava a eterna
juventude se fosse limpo de coração; e certa ardência que se evolava da superfície convidava
ao amor.
Não se desprendeu do satélite, diziam uns; veio diretamente do céu, emanado de uma estrela,
alvitravam outros. De qualquer modo, era dádiva especial para o lugarejo, pois ao tombar não

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ferira ninguém, não partira uma telha, nem se assustaram os animais domésticos com sua vinda
insólita.
Tudo acabou com o misterioso desaparecimento da coisa. Seus guardas foram tomados de
letargia, e ao recobrarem a consciência viram-se despojados do grande bem. Mas tinham
assimilado esse bem, e passaram a viver de uma alegria inefável, que ninguém poderia roubar-
lhes. Eram os privilegiados da Terra.
(Carlos Drummond de Andrade, Contos plausíveis)

77. O preceito moral que se deve concluir da leitura do texto encontra adequada formulação nesta
frase: As coisas que efetivamente nos trazem benefícios:
a) fazem-nos tão acomodados que passamos a viver desacreditando da existência de todo e
qualquer mal.
b) trazem-nos também os dissabores que passamos a experimentar quando já não contamos
com elas.
c) são as que nos legam o poder de desfrutá-los mesmo quando elas não mais se ofereçam ao
nosso convívio.
d) são as que nos ensinam a desfrutá-los somente quando começamos a descrer deles.
e) fazem-nos conscientes tanto da alegria que elas nos dão quanto das tristezas que podem
nos causar.

78. A presença do misterioso objeto provocou várias reações entre os moradores do vilarejo, que
passaram, por exemplo, a:
a) adotar rituais de fanática adoração diante da coisa.
b) comprometer-se com sua permanente proteção.
c) condescender com os autores de pequenos delitos.
d) abandonar antigos hábitos religiosos.
e) resistir às tentações mundanas e aos apelos do corpo.

Só me faltam seis meses e 28 dias para estar em condições de me aposentar. Deve fazer pelo
menos cinco anos que mantenho este cômputo diário de meu saldo de trabalho. Na verdade,
preciso tanto assim do ócio? Digo a mim mesmo que não, que não é do ócio que preciso, mas
do direito a trabalhar no que eu quiser. Por exemplo? Jardinagem, quem sabe. É bom como
descanso ativo para os domingos, para contrabalançar a vida sedentária e também como defesa
secreta contra minha futura e garantida artrite.
(Mário Benedetti. A trégua. Trad. de Joana Angelica D’Avila Melo)

79. Atente para as seguintes afirmações.


I – O autor afirma que ao completo ócio da aposentadoria prefere seu trabalho atual, que ele
classifica como um descanso ativo.
II – Ainda que já há muito tempo venha contando os dias que faltam para aposentar-se, o autor
teme não conseguir desfrutar de tamanho benefício.
III – Apesar de manter expectativa em relação à aposentadoria, o autor mostra-se preocupado
com os riscos de uma vida sedentária.

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Em relação ao texto está correto APENAS o que se afirma em:


a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.

GRÁFICOS E TABELAS

80. Observe o gráfico abaixo:

Analisando as informações contidas no gráfico, é correto afirmar que:


a) a taxa de analfabetismo entre as pessoas de 15 anos ou mais manteve-se a mesma em
todas as regiões do país desde 2000.
b) o número de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais diminuiu entre a população
brasileira em geral nas últimas décadas.
c) a região Centro-oeste é a que vem apresentando, nos últimos vinte anos, o menor número
de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais.
d) em comparação com o ano de 1991, pode-se dizer que, no Nordeste, em 2010, o número
de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais aumentou.

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TIPOLOGIA
Rio Grande do Norte: a esquina do continente
Os portugueses tentaram iniciar a colonização em 1535, mas os índios potiguares resistiram e os
franceses invadiram. A ocupação portuguesa só se efetivou no final do século, com a fundação
do Forte dos Reis Magos e da Vila de Natal. O clima pouco favorável ao cultivo da cana levou
a atividade econômica para a pecuária. O Estado tornou-se centro de criação de gado para
abastecer os Estados vizinhos e começou a ganhar importância a extração do sal – hoje, o Rio
Grande do Norte responde por 95% de todo o sal extraído no país. O petróleo é outra fonte
de recursos: é o maior produtor nacional de petróleo em terra e o segundo no mar. Os 410
quilômetros de praias garantem um lugar especial para o turismo na economia estadual.
O litoral oriental compõe o Polo Costa das Dunas − com belas praias, falésias, dunas e o maior
cajueiro do mundo –, do qual faz parte a capital, Natal. O Polo Costa Branca, no oeste do Estado,
é caracterizado pelo contraste: de um lado, a caatinga; do outro, o mar, com dunas, falésias
e quilômetros de praias praticamente desertas. A região é grande produtora de sal, petróleo
e frutas; abriga sítios arqueológicos e até um vulcão extinto, o Pico do Cabugi, em Angicos.
Mossoró é a segunda cidade mais importante. Além da rica história, é conhecida por suas águas
termais, pelo artesanato reunido no mercado São João e pelas salinas.
Caicó, Currais Novos e Açari compõem o chamado Polo do Seridó, dominado pela caatinga e
com sítios arqueológicos importantes, serras majestosas e cavernas misteriosas. Em Caicó há
vários açudes e formações rochosas naturais que desafiam a imaginação do homem.
O turismo de aventura encontra seu espaço no Polo Serrano, cujo clima ameno e geografia
formada por montanhas e grutas atraem os adeptos do ecoturismo. Outro polo atraente é
Agreste/Trairi, com sua sucessão de serras, rochas e lajedos nos 13 municípios que compõem a
região. Em Santa Cruz, a subida ao Monte Carmelo desvenda toda a beleza do sertão potiguar
– em breve, o local vai abrigar um complexo voltado principalmente para o turismo religioso.
A vaquejada e o Arraiá do Lampião são as grandes atrações de Tangará, que oferece ainda um
belíssimo panorama no Açude do Trairi.
(Nordeste. 30/10/2010, Encarte no jornal O Estado de S. Paulo).

81. O texto se estrutura notadamente:


a) com o objetivo de esclarecer alguns aspectos cronológicos do processo histórico de
formação do Estado e de suas bases econômicas, desde a época da colonização.
b) como uma crônica baseada em aspectos históricos, em que se apresentam tópicos que
salientam as formações geográficas do Estado.
c) de maneira dissertativa, em que se discutem as várias divisões regionais do Estado com a
finalidade de comprovar qual delas se apresenta como a mais bela.
d) sob forma narrativa, de início, e descritiva, a seguir, visando a despertar interesse turístico
para as atrações que o Estado oferece.
e) de forma instrucional, como orientação a eventuais viajantes que se disponham a conhecer
a região, apresentando-lhes uma ordem preferencial de visitação.

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Depois de subir uma serra que parecia elevar-se do caos, o taubateano Antônio Dias de Oliveira
se deparou com uma vista inebriante: uma sequência de morros enrugados, separados por
precipícios e vales. No fundo desses grotões, corriam córregos de água transparente. O mais
volumoso deles era o Tripuí. Foi nele que Antônio Dias encontrou um ouro tão escuro que foi
chamado de ouro preto. A região, que ficaria conhecida como Ouro Preto, tinha uma formação
geológica rara. Portugal tinha enfim seu Eldorado. O ouro era encontrado nas margens e nos
leitos dos rios, e até à flor da terra.
Já em 1697, el-rei pôde sentir em suas mãos o metal precioso do Brasil. Naquele ano, doze
navios vindos do Rio de Janeiro aportaram em Lisboa. Além do tradicional açúcar, traziam ouro
em barra. A presença do metal na frota vinda do Brasil era tão inusitada que espiões franceses
pensaram que o ouro era proveniente do Peru. Mas logo todos saberiam da novidade e o
mundo voltaria seus olhos para o Brasil.
Como só havia dois caminhos que levavam às lavras, o trânsito de ambos se intensificou.
Os estrangeiros que chegavam por Salvador ou Recife se embolavam às massas vindas do
Nordeste. Juntos, desciam às minas acompanhando o rio São Francisco até o ponto em que este
se encontra com o rio das Velhas, já em território mineiro. Os portugueses que desembarcavam
no Rio de Janeiro seguiam o fluxo dos moradores da cidade. Em Guaratinguetá, portugueses
e fluminenses agregavam-se às multidões vindas do Sul e de São Paulo e, unidos, subiam o
chamado Caminho Geral do Sertão, que terminava nas minas. Foi dessa forma desordenada e
no meio do sertão bruto que pela primeira vez o Brasil se encontrou.
(Adaptado de: Lucas Figueiredo. Boa Ventura!. Rio de Janeiro, Record, 2011, pp. 120; 131; 135)

82. Segundo o texto,


a) a região de Ouro Preto deve seu nome à cor de seus rios, muito escuros, onde foi encontrado
ouro no século XVII.
b) enganados pelos portugueses, espiões franceses acreditaram que o ouro enviado a Portugal
era de fato proveniente do Peru.
c) incentivadas pela promessa de enriquecimento, no século XVII pessoas de diversas regiões
do Brasil e de fora do país se dirigiram para Minas Gerais.
d) Antônio Dias experimentou um enorme prestígio na corte portuguesa ao se tornar o
primeiro homem a deparar com as densas serras mineiras.

83. O texto apresenta, predominantemente, características:


a) da narração de um episódio histórico, com o objetivo de oferecer ao leitor fatos e
comentários sobre um determinado assunto.
b) de uma exposição argumentativa, com o objetivo de defender um determinado ponto de
vista sobre um assunto polêmico.
c) da narração de fatos fictícios, sem vínculo com a realidade, com o objetivo de entreter o
leitor.
d) da descrição de um episódio biográfico de certa personagem histórica, com o objetivo de
fazer dela um herói nacional.

84. O segmento em que o autor emite uma opinião pessoal é:


a) A região, que ficaria conhecida como Ouro Preto, tinha uma formação geológica rara.
b) Foi dessa forma desordenada e no meio do sertão bruto que pela primeira vez o Brasil se
encontrou.

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c) Juntos, desciam às minas acompanhando o rio São Francisco até o ponto em que este se
encontra com o rio das Velhas... .
d) Os portugueses que desembarcavam no Rio de Janeiro seguiam o fluxo dos moradores da
cidade.

NÍVEIS DE LINGUAGEM
− Ã-hã, quer entrar, pode entrar... Mecê sabia que eu moro aqui? Como é que sabia? Hum,
hum...Cavalo seu é esse só? Ixe! Cavalo tá manco, aguado. Presta mais não.
(João Guimarães Rosa. Trecho de "Meu tio o Iauaretê", adaptado. Estas estórias. Rio de Janeiro, José Olympio,
1969, p.126)

85. Observando-se a variedade linguística de que se vale o falante do trecho acima, percebe-se uso
de:
a) linguagem marcada por construções sintáticas complexas e inapropriadas para o contexto,
responsáveis por truncar a comunicação e dificultar o entendimento.
b) linguagem formal, utilizada pelas pessoas que dominam o nível culto da linguagem, sendo,
portanto, adequada à situação em que o falante se encontra.
c) gírias e interjeições, como ixe e aguado, prioritariamente utilizadas entre os jovens, sendo,
assim, incompatíveis com a situação em que o falante se encontra.
d) coloquialismos e linguagem informal, como mecê e tá, apropriados para a situação de
informalidade em que o falante se encontra.

MAIS COMPREENSÃO...
A média universal do Índice de Desenvolvimento Humano aumentou 18% desde 1990. Mas a
melhora estatística está longe de animar os autores do Relatório de 2010. Eles argumentam
que, embora os números reflitam avanços em determinadas áreas, o mundo continua a
conviver com problemas graves, que exigem uma nova perspectiva política.
O cenário apresentado pelo Relatório não é animador. O documento adverte que, nestes 20
anos, parte dos países enfrentou sérios problemas, sobretudo na saúde, anulando em alguns
anos os ganhos de várias décadas. Além disso, o crescimento econômico tem sido desigual. Os
padrões de produção e consumo atuais são considerados inadequados.
Embora não queira apresentar receitas prontas, o Relatório traça caminhos possíveis. Entre
eles, o reconhecimento da ação pública na regulação da economia para proteger grupos mais
vulneráveis. Outro aspecto ressaltado é a necessidade de considerar pobreza, crescimento e
desigualdade como temas interligados. "Crescimento rápido não deve ser o único objetivo
político, porque ignora a distribuição do rendimento e negligencia a sustentabilidade do
crescimento", informa o texto.
Um aspecto importante revelado pelo Relatório é que muitas das ações para melhoria da saúde
e da educação não necessitam de grande investimento financeiro. Isso está mais presente
sobretudo onde os indicadores são ruins. "Numa primeira etapa, medidas simples como
inclusão do soro caseiro e lavagem das mãos já trazem impacto relevante", avalia Flávio Comim,
economista do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
(Adaptado de Lígia Formenti. O Estado de S. Paulo, A30 Vida, 5 de novembro de 2010)

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86. De acordo com o texto, o Relatório de 2010:


a) aponta vários problemas de saúde da população mundial, com as medidas a serem
adotadas para resolvê-los.
b) deixa de lado a avaliação das causas do crescimento econômico desigual, que ocorre no
mundo todo.
c) mostra preocupação com a persistência de problemas no mundo, apesar da constatação de
alguns avanços, desde 1990.
d) assinala algumas divergências, entre os autores do documento, em relação às conclusões
possíveis a partir de seus dados.
e) reconhece a importância da intervenção da ação pública no controle permanente da
economia.

87. O texto informa claramente que:


a) muitas ações voltadas para a melhoria das condições de vida em situação precária se valem
de expedientes bastante simples, como a adoção de hábitos de higiene.
b) alguns dados estatísticos sobre desenvolvimento humano vêm melhorando desde 1990,
realçando os indiscutíveis avanços em todo o mundo.
c) os atuais índices encontrados a respeito de desenvolvimento humano demonstram que os
problemas mais sérios já estão solucionados.
d) os grandes investimentos financeiros necessários para a solução de problemas mundiais,
como as crises econômicas, ainda não têm sido suficientes.
e) os ganhos em crescimento econômico, cujos resultados foram comprovados pelo recente
Relatório, foram bastante expressivos nas últimas décadas.

Desde o início da evolução humana, buscamos formas alternativas para o nosso desenvolvimento,
seja por meio da fala, de ferramentas ou de associações para superar barreiras. Nos últimos
tempos, nos acostumamos à expressão Tecnologia Social, sem compreender exatamente o que
isso significa.
Para a Fundação Banco do Brasil, o conceito de Tecnologia Social percorre as experiências
desenvolvidas nas comunidades urbanas e rurais, nos movimentos sociais, nos centros de
pesquisa e nas universidades −que podem produzir métodos, técnicas ou produtos que
contribuam para a inclusão e a transformação social, em particular quando desenvolvidas em
um processo no qual se soma e se compartilha o conhecimento científico com o saber popular.
Muitas experiências foram desenvolvidas no Brasil, nos últimos anos, tendo como perspectiva
a construção do desenvolvimento local, com sustentabilidade. Nesse processo, o objetivo é,
ao mesmo tempo, dinamizar as potencialidades locais e desbloquear aqueles entraves que
impedem esse potencial de se realizar. Grupos e comunidades organizadas, ou em organização,
presentes em todo o país, buscam levar adiante projetos de geração de trabalho e renda nas
mais diversas realidades, seja no campo, seja nas pequenas, médias e grandes cidades.
Nos povoados com características do mundo rural, esses projetos aparecem em atividades
tradicionais que vão do artesanato, casas de farinha, criação de galinha caipira, produção de
rapadura ou de cachaça até às atividades mais novas da apicultura, piscicultura, fruticultura.
Nas grandes cidades, na reciclagem, nos espaços de inclusão digital e nas rádios comunitárias,

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entre outras atividades, milhares de pessoas desenvolvem empreendimentos econômicos e
solidários, dos quais muitos contam com a parceria da Fundação Banco do Brasil.
(Adaptado de artigo de Jacques de Oliveira Pena. http://www.fbb.org.br/portal/pages/publico/expandir.
fbb?codConteudoLog 8577, acessado em 15 de janeiro de 2011)

88. O texto afirma que:


a) as áreas rurais, por suas características, têm recebido maior número de propostas
direcionadas para seu desenvolvimento.
b) projetos de desenvolvimento urbano são em número reduzido por serem essas áreas já
consideradas em desenvolvimento.
c) as atividades artesanais que se baseiam no saber popular nem sempre geram emprego e
renda na quantidade necessária para as comunidades carentes.
d) as atividades econômicas, cujo objetivo está no auxílio a comunidades carentes, devem
estar vinculadas a instituições financeiras.
e) projetos de geração de trabalho e renda surgem em todo o país, de acordo com as
características e necessidades do lugar onde são desenvolvidos.

89. A afirmativa correta, segundo o texto, é:


a) A organização de grupos voltados para melhorias das atividades econômicas esbarra na
ausência de formação de seus componentes.
b) O 2º parágrafo explica claramente o significado da expressão Tecnologia Social e seu papel
no desenvolvimento sustentável de comunidades.
c) É difícil determinar, com clareza, quais formas alternativas seriam necessárias para o
desenvolvimento de comunidades.
d) A indefinição sobre o que seja conhecimento científico ou saber popular torna difícil a
aplicação de um ou de outro nas comunidades mais pobres.
e) Nem sempre as experiências programadas para determinados lugares apresentam
resultados satisfatórios, devido à resistência contra inovações no modo de vida local.

90. ...que impedem esse potencial de se realizar. (3º parágrafo)


A expressão grifada acima retoma, considerando-se o contexto, o sentido de:
a) busca de formas alternativas. (1º parágrafo)
b) compartilhamento do saber científico. (2º parágrafo)
c) conceito de Tecnologia Social. (2º parágrafo)
d) construção do desenvolvimento local. (3º parágrafo)
e) espaço de inclusão digital. (4º parágrafo)

91. Nesse processo, o objetivo é, ao mesmo tempo, dinamizar as potencialidades locais e


desbloquear aqueles entraves que impedem esse potencial de se realizar. (3º parágrafo)
Os dois segmentos grifados acima podem ser substituídos, mantendo-se o mesmo sentido, na
ordem, por:
a) reduzir – equacionar os problemas.
b) incentivar – afastar os obstáculos.
c) desconsiderar – libertar os fatores.
d) diversificar – identificar os empecilhos.
e) valorizar – perceber as dificuldades.

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A multiplicação de desastres naturais vitimando populações inteiras é inquietante: tsunamis,


terremotos, secas e inundações devastadoras, destruição da camada de ozônio, degelo
das calotas polares, aumento dos oceanos, aquecimento do planeta, envenenamento de
mananciais, desmatamentos, ocupação irresponsável do solo, impermeabilização abusiva
nas grandes cidades. Alguns desses fenômenos não estão diretamente vinculados à conduta
humana. Outros, porém, são uma consequência direta de nossas maneiras de sentir, pensar e
agir.
É aqui que avulta o exemplo de Hans Jonas. Em 1979 ele publicou O Princípio Responsabilidade.
A obra mostra que as éticas tradicionais – antropocêntricas e baseadas numa concepção
instrumental da tecnologia – não estavam à altura das consequências danosas do progresso
tecnológico sobre as condições de vida humana na Terra e o futuro das novas gerações. Jonas
propõe uma ética para a civilização tecnológica, capaz de reconhecer para a natureza um
direito próprio. O filósofo detectou a propensão de nossa civilização para degenerar de maneira
desmesurada, em virtude das forças econômicas e de outra índole que aceleram o curso do
desenvolvimento tecnológico, subtraindo o processo de nosso controle.
Tudo se passa como se a aquisição de novas competências tecnológicas gerasse uma compulsão
a seu aproveitamento industrial, de modo que a sobrevivência de nossas sociedades depende da
atualização do potencial tecnológico, sendo as tecnociências suas principais forças produtivas.
Funcionando de modo autônomo, essa dinâmica tende a se reproduzir coercitivamente
e a se impor como único meio de resolução dos problemas sociais surgidos na esteira do
desenvolvimento. O paradoxo consiste em que o progresso converte o sonho de felicidade em
pesadelo apocalíptico – profecia macabra que tem hoje a figura da catástrofe ecológica. [...]
Jonas percebeu o simples: para que um "basta" derradeiro não seja imposto pela catástrofe,
é preciso uma nova conscientização, que não advém do saber oficial nem da conduta privada,
mas de um novo sentimento coletivo de responsabilidade e temor. Tornar-se inventivo no
medo, não só reagir com a esperteza de "poupar a galinha dos ovos de ouro", mas ensaiar
novos estilos de vida, comprometidos com o futuro das próximas gerações.
(Adaptado de Oswaldo Giacoia Junior. O Estado de S. Paulo, A2 Espaço Aberto, 3 de abril de 2010)

92. A conclusão do texto propõe, em outras palavras,


a) o respeito aos inúmeros benefícios oferecidos às condições de vida moderna pelos
avançados recursos decorrentes da tecnologia.
b) uma atitude comunitária voltada para a prevenção e disposta a alterações no modo de vida
na Terra para evitar a ocorrência de catástrofes ecológicas.
c) procedimentos conjuntos entre órgãos oficiais e a sociedade civil como solução para a
correta aplicação dos avanços tecnológicos.
d) uma preocupação mais ampla com o emprego da tecnologia em algumas áreas do
conhecimento humano, para evitar os atuais abusos.
e) uma visão otimista centrada na resolução dos problemas oriundos do progresso
tecnológico, por serem eles relativamente simples.

93. – antropocêntricas e baseadas numa concepção instrumental da tecnologia – (3º parágrafo). O


sentido da afirmativa acima está corretamente reproduzido, com outras palavras, em:
a) voltadas para o homem e fundamentadas na tecnologia como meio de atingir determinados
fins.

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b) preocupadas com a relação entre homem e natureza, atualmente imposta pela tecnologia.
c) determinadas pelo homem e expostas às comodidades trazidas a todos pelo progresso
tecnológico.
d) direcionadas para o bem-estar da humanidade e determinadas pelos avanços tecnológicos.
e) centralizadas nos avanços tecnológicos, mas preocupadas com a vida humana na Terra.

94. Considerando-se a organização do texto, a afirmativa INCORRETA é:


a) O autor toma como base os diversos desastres naturais que vêm ocorrendo em todo o
planeta para discutir aspectos ligados à questão ambiental.
b) A retomada das ideias do filósofo Hans Jonas constitui a base da argumentação necessária
para que o autor do texto fundamente suas próprias ideias.
c) O título da obra O Princípio Responsabilidade remete à necessária tomada de consciência
dos homens sobre os abusos que vêm cometendo contra o meio ambiente.
d) A relação de catástrofes ambientais apresentada no 1º parágrafo tem por objetivo
demonstrar a impossibilidade de deter o progresso tecnológico, cujos avanços são os
principais causadores desses desastres.
e) Todo o texto se desenvolve a partir da constatação de que o modo de vida atual, voltado
para o uso abusivo da tecnologia, leva o planeta a uma catástrofe ecológica.

95. A ideia central do texto está explicitada em:


a) Impotência da natureza contra os abusos decorrentes da tecnologia.
b) Proposição de uma nova ética para a civilização tecnológica.
c) Aceitação das inevitáveis consequências do atual progresso tecnológico.
d) Uso limitado dos recursos tecnológicos na vida moderna.
e) Práticas abusivas contra o meio ambiente, apesar das tecnociências.

“O folhetim é frutinha de nosso tempo”, disse Machado de Assis numa de suas deliciosas
crônicas. E volta ao assunto na crônica seguinte. “O folhetinista é originário da França [...] De
lá espalhou-se pelo mundo, ou pelo menos por onde maiores proporções tomava o grande
veículo do espírito moderno; falo do 5.jornal.” E Machado tenta “definir a nova entidade
literária”, procura esmiuçar a “organização do novo animal”. Mas dessa nova entidade só vai
circunscrever a variedade que se aproxima do que hoje chamaríamos crônica. E como na
verdade a palavra folhetim designa muitas coisas, e, efetivamente, nasceu na França, há que ir
ver o que o termo recobre lá na matriz.
10. De início, ou seja, começos do século XIX, “le feuilleton” designa um lugar preciso do jornal:
“o rez-de-chaussée” –rés-do-chão, rodapé −, geralmente o da primeira página. Tinha uma
finalidade precisa: era um espaço vazio destinado ao entretenimento. E pode-se já antecipar,
dizendo que tudo o que haverá de constituir a matéria e o modo da crônica à brasileira já é,
desde 15.a origem, a vocação primeira desse espaço geográfico do jornal, deliberadamente
frívolo, oferecido como chamariz aos leitores afugentados pela modorra cinza a que obrigava
a forte censura napoleônica. (“Se eu soltasse as rédeas da imprensa”, explicava Napoleão ao
célebre Fouché, seu chefe de polícia, “não ficaria três meses no poder.”)
(MEYER, Marlyse, Folhetim: uma história. 2 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2005, p. 57)

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96. No fragmento acima,


a) nota-se que o autor, reconhecendo a autoridade de Machado de Assis, acata sua observação
explícita de que os fundamentos do folhetim devem ser pesquisados na própria cultura
francesa.
b) fica evidente que Machado de Assis, nas crônicas citadas, trata de assunto relevante − o
jornal de sua época −, comparando sua organização à estrutura original do grande veículo
de comunicação de massa francês.
c) Machado de Assis é citado porque as crônicas desse escritor brasileiro constituem o tema
central do texto, especialmente o caráter recorrente de seus assuntos.
d) o autor vale-se das palavras de Machado de Assis para introduzir o assunto que pretende
desenvolver, ressaltando a necessidade de ampliar a perspectiva assumida pelo cronista no
texto citado.
e) está claro que Machado de Assis revela entusiasmo pelo jornal e procura definir o que seria
“o artigo de fundo” do novo meio de comunicação de seu tempo.

97. No texto,
a) (linhas 10 a 17) a finalidade do folhetim é citada em associação com o lugar que lhe era
destinado no jornal.
b) (linha 10) a expressão ou seja foi empregada para introduzir uma retificação: em busca da
precisão, anula-se o valor da expressão anteriormente utilizada (De início).
c) (linha 11) os dois-pontos justapostos à palavra jornal introduzem a citação de distintos
espaços associados ao folhetim.
d) (linhas 7-8) o emprego da expressão na verdade denota a concordância plena do autor com
as informações obtidas nas crônicas, de que cita passagens para provar que o cronista se
concentrou nos significados da palavra folhetim.
e) (linhas 17 a 19) a transcrição das palavras de Napoleão constitui recurso para sugerir que o
imperador era tema constante dos folhetins.

Atenção: as questões 98 e 99 referem-se ao fragmento que segue.


E pode-se já antecipar, dizendo que tudo o que haverá de constituir a matéria e o modo da
crônica à brasileira já é, desde a origem, a vocação primeira desse espaço geográfico do jornal,
deliberadamente frívolo, oferecido como chamariz aos leitores afugentados pela modorra cinza
a que obrigava a forte censura napoleônica.

98. Considerado o contexto, a expressão que está corretamente traduzida é:


a) procura esmiuçar - tenta desacreditar.
b) só vai circunscrever a variedade – reconhecerá como válida unicamente uma das variantes.
c) o que o termo recobre lá na matriz - o significado original da palavra.
d) é, desde a origem, a vocação primeira - revela sua tendência mais elevada.
e) deliberadamente frívolo – propositalmente anárquico.

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99. De lá [o folhetinista] espalhou-se pelo mundo, ou pelo menos por onde maiores proporções
tomava o grande veículo do espírito moderno. Uma nova redação para a frase acima, que não
prejudica o sentido original e está em conformidade com o padrão culto, é:
e) Sendo espalhado [o folhetinista] de lá para o mundo, ou a considerar minimamente onde o
grande veículo do espírito moderno tomava maiores proporções.
b) O grande veículo do espírito moderno ganhava boa importância pelo mundo e de lá [o
folhetinista] estava se espalhando, pelo menos por esses certos lugares.
c) [O folhetinista] Espalhou-se, de lá, pelo mundo todo, ou, quando menos, pelos lugares
onde o grande veículo do espírito moderno adquiria mais força.
d) Salvo os lugares que o grande veículo do espírito moderno ganhou terreno, [o folhetinista]
chegou a se espalhar, de lá, pelo mundo.
e) De lá não para o mundo todo, talvez, mas os espaços cobertos pelo grande veículo do
espírito moderno, nestes [o folhetinista] se espalhou.

Em todo o continente americano, a colonização europeia teve efeito devastador. Atingidos pelas
armas, e mais ainda pelas epidemias e por políticas de sujeição e transformação que afetavam
os mínimos aspectos de suas vidas, os povos indígenas trataram de criar sentido em meio à
devastação. Nas primeiras décadas do século XVII, índios norte-americanos comparavam a
uma demolição aquilo que os missionários jesuítas viam como “transformação de suas vidas
pagãs e bárbaras em uma vida civilizada e cristã.” (Relações dos jesuítas da Nova França, 1636).
No México, os índios comparavam seu mundo revirado a uma rede esgarçada pela invasão
espanhola. A denúncia da violência da colonização, sabemos, é contemporânea da destruição,
e tem em Las Casas seu representante mais famoso.
Posterior, e mais recente, foi a tentativa, por parte de alguns historiadores, de abandonar uma
visão eurocêntrica da “conquista” da América, dedicando-se a retraçá-la a partir do ponto
de vista dos “vencidos”, enquanto outros continuaram a reconstituir histórias da instalação
de sociedades europeias em solo americano. Antropólogos, por sua vez, buscaram nos
documentos produzidos no período colonial informações sobre os mundos indígenas demolidos
pela colonização.
A colonização do imaginário não busca nem uma coisa nem outra.
(Adaptado de PERRONE-MOISÉS, Beatriz, Prefácio à edição brasileira de GRUZINSKI, Serge, A colonização do
imaginário: sociedades indígenas e ocidentalização no México espanhol (séculos XVI-XVIII)).

100. A autora cita as comparações feitas pelos indígenas norte-americanos e mexicanos:


a) como recurso para comprovar que a ruína dos povos indígenas tinha sido provocada pela
ação das armas dos colonizadores espanhóis.
b) para beneficiar-se, na argumentação, de pontos de vista divergentes sobre o mesmo
processo de colonização.
c) como recurso para mostrar como a colonização europeia agiu de forma distinta em relação
a povos distintos.
d) como exemplificação da tentativa dos indígenas de compreender o que lhes acontecera
pela presença dos colonizadores.
e) para evidenciar que, em épocas distintas, os nativos só poderiam conceber de modo
diverso as aproximações entre a sua cultura e a do colonizador.

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O exercício da memória, seu exercício mais intenso e mais contundente, é indissociável da


presença dos velhos entre nós. Quando ainda não contidos pelo estigma de improdutivos,
quando por isso ainda não constrangidos pela impaciência, pelos sorrisos incolores, pela
cortesia inautêntica, pelos cuidados geriátricos impessoais, pelo isolamento, quando então
ainda não-calados, dedicam-se os velhos, cheios de espontaneidade, à cerimônia da evocação,
evocação solene do que mais impressionou suas retinas tão fatigadas, enquanto seus interesses
e suas mãos laborosas participavam da norma e também do mistério de uma cultura.
(GONÇALVES FILHO, José Moura, “Olhar e memória”. IN: O olhar. NOVAES, Adauto (org.). 10a reimpressão. São
Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 97)

101. A única substituição que não prejudica o sentido original é a de:


a) dedicam-se os velhos por “esforçam-se os velhos”.
b) cuidados geriátricos impessoais por “cuidados geriátricos desprovidos de calor humano”.
c) cheios de espontaneidade por “espontaneamente”.
d) do que mais impressionou suas retinas por “de tudo o que se esvaiu das suas retinas”.
e) suas retinas tão fatigadas por “suas retinas já comprometidas”.

102. Observe atentamente os segmentos ainda não contidos pelo estigma de improdutivos e
ainda não constrangidos pela impaciência. No contexto, eles:
a) expressam ideias que estão unicamente justapostas, sem nenhuma outra relação entre
elas.
b) expressam, respectivamente, uma causa e uma consequência.
c) estão em relação de alternância.
d) expressam dois desejos, por isso estão associados como se estivessem unidos pela
conjunção e.
e) expressam comparação entre dois fatos.

CONSUMIR NÃO É PECADO


A maneira como o consumo é visto no Brasil explica um bocado de coisas
Muita gente no Brasil vê o consumismo como um gesto um pouco nobre. Atribuem-se à sua
lógica coisas como a depauperação dos valores e o acirramento de desigualdades sociais. Essa
postura está refletida já em nosso léxico. O verbo “consumir”, segundo o Aurélio, significa “1.
Gastar ou corroer até a destruição; devorar, destruir, extinguir [...] 2. Gastar, aniquilar, anular
[...] 3. Enfraquecer, abater [...] 4. Desgostar, afligir, mortificar [...] 5. Fazer esquecer; apagar[...]
6. Gastar; esgotar [...]”. Os sentidos são negativos; as conotações, pejorativas. Não há uma única
referência à ideia de comprar ou adquirir. Muito menos uma associação com o ato de satisfazer
uma necessidade ou saciar um desejo. Um marciano de boa índole, que tivesse chegado à Terra
pelo Brasil e estivesse estudando a humanidade munido da língua portuguesa, certamente
anotaria na agenda que “consumir” é uma das coisas ruins que se fazem por aqui. (...)
Por que, enfim, tantas reservas em relação ao consumo? O primeiro foco de explicação
para essa antipatia reside no fato de que nossa economia fechada sempre encurralou os
consumidores no país. A falta de um leque efetivo de opções de compra tem deixado os
consumidores à mercê dos produtores no Brasil. Não por acaso, os apologistas do consumo
entre nós têm sido basicamente aqueles que podem exercer seu inchado poder de compra

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sem tomar conhecimento das fronteiras nacionais. O resto da população, mantida em situação
vulnerável, ignora os benefícios de uma economia baseada no consumo. Mais do que isso, o
entrincheiramento de consumidores no mercado doméstico fez, ao longo dos anos, com que a
própria imagem do cliente se deturpasse no país. No capitalismo avançado, a oferta corre atrás
da demanda – o vendedor lisonjeia o comprador, trata-o bem, estende à sua frente o tapete
vermelho.
No Brasil, ao contrário, os clientes servem às empresas docilmente. É como se o capital no país,
ao produzir e vender, fizesse um favor aos consumidores. Quem tem chiliques para ter seus
caprichos, desejos e necessidades atendidos por aqui são os produtores, e não os clientes – um
disparate. (...)
Só se pode falar efetivamente em sociedade de consumo se a competição entre os produtores
for aberta, aguda e justa. Essa é a alavanca que coloca o consumidor no camarote, no centro e
acima da arena econômica. (...)
A segunda explicação para as travas brasileiras em relação ao consumo está no fato de que
ele, enquanto acesso a benesses materiais, sempre foi privilégio de poucos no país. Outra vez
a estrutura social fendida em dois extremos, que arquitetamos no passado, azucrina nosso
presente e atravanca nosso futuro. Com um detalhe: o aparecimento de hábitos de consumo
avançados nos últimos anos, na porção abastada da sociedade brasileira, acarretou um
aumento das tensões em relação à porção destituída. (...)
Para responder a esse segundo foco de crítica, é necessário perceber que uma sociedade de
consumo não funciona se não se fizer extensiva a todos os indivíduos. O acesso ao consumo é
um direito individual sine qua non em uma economia desenvolvida. (...)
Ao transformar o sertanejo, o peão, o matuto em consumidores, o consumo se revela um
método extremamente eficaz para integrar os excluídos e estender a cidadania a todos os
brasileiros. Passando ao largo de discursos grandiloquentes e demagogias ocas, o advento de
uma sociedade de consumo no Brasil funcionaria como atalho econômico para a solução de
muitas de nossas mazelas. (...)
Adriano Silva – EXAME – 3/12/97– (Adaptado)

103. Com a alusão às definições do verbo consumir, o autor pretende:


a) demonstrar o cuidado com o significado no uso de determinadas palavras.
b) enfatizar a ideia de consumismo como algo prejudicial à sociedade.
c) esclarecer qualquer dúvida que o leitor possa ter quanto à significação do termo.
d) explicar o comportamento preconceituoso de muita gente quanto ao ato de consumir.
e) mostrar a incoerência entre o significado do termo e o comportamento das pessoas.

104. Para o autor, o consumismo se constitui na(o):


a) maneira mais fácil de manipular as massas.
b) forma de exacerbar os desníveis sociais.
c) estratégia que transforma o consumidor em cidadão.
d) estímulo à depauperação de valores.
e) hábito característico de países do terceiro mundo.

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105. O texto aponta como uma das razões para a ideia deturpada de consumidor que há no país:
a) o entrincheiramento de consumidores no mercado doméstico.
b) o advento de uma sociedade de consumo.
c) a sociedade de consumo extensiva a todos.
d) a transformação do sertanejo, do peão e do matuto em consumidores.
e) discursos grandiloquentes e demagogias ocas.

106. Segundo o autor, existe uma tensão entre a classe privilegiada e a classe destituída. Essa
tensão é causada por:
a) avanço cultural das classes abastadas.
b) ignorância da porção destituída da sociedade.
c) resistência da sociedade a uma economia desenvolvida.
d) desigualdade de condições de acesso aos bens.
e) travas brasileiras em relação ao consumo.

107. A atitude dos produtores em relação aos consumidores e o fato de que só parte da sociedade
tem a prerrogativa do consumo são apresentados pelo autor como:
a) motivos da demanda da parte vulnerável da população.
b) consequências de uma apologia do consumismo.
c) explicações para as reservas em relação ao consumo.
d) resultados da transformação dos destituídos em cidadãos.
e) soluções para o acesso indiscriminado ao consumo.

MODERNIDADE É HUMANIDADE
Pensar qual o processo de desenvolvimento que queremos é um dos pontos fundamentais da
Ação pelo Emprego e o Desenvolvimento. Temos uma massa de desempregados de “quarto
mundo” enquanto a classe empresarial, ao pensar em emprego, pensa em um mercado para
país de “primeiro mundo”. Quando pensamos em emprego pensamos em crescimento, em
integração no processo produtivo? O que passa exatamente pela cabeça da sociedade e dos
empresários que convivem com a fantástica situação dos países do primeiro mundo que têm
um PIB sensacional... e o desemprego igual?
(...)
O grande desafio colocado hoje, principalmente para a ciência e a tecnologia é: como podemos
pensar uma sociedade onde haja lugar, espaço e ocupação para todos os seus membros? Um
processo capaz de incorporar e não de excluir e marginalizar, até porque não inventamos ainda
uma sociedade onde 5% trabalham e 95% vivem de bolsa de estudo, ou de bolsa de consumo.
Seria uma forma de distribuir a riqueza, dar “vale cidadania” pra todo mundo. O sujeito iria com
o seu vale e teria saúde, educação, bolsa de alimentação. Sem dúvida, um quadro formidável,
mas totalmente irreal.
O problema imediato é pensar primeiro o desenvolvimento humano. É essa a grande
questão que desafia a ciência e, portanto, as pesquisas e a tecnologia a terem como principal
parâmetro a sociedade. Na verdade, estamos diante de uma questão ética. A quem serve
nosso conhecimento? A quem serve a economia? Para quem exatamente pensamos o

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desenvolvimento? Para darmos respostas a estes problemas, fica impossível olhar pelo
retrovisor. É preciso pensar o futuro, em, como reinventar a sociedade, isto é, as relações
culturais e econômicas e as relações de poder. Com essa visão, a ciência e a tecnologia podem
perfeitamente questionar o mundo atual e contribuir para criar um novo, porque este,
definitivamente, não está dando certo.
O que é importante perceber é que estamos hoje diante da consciência de que o desenvolvimento
humano se constitui no grande desafio moderno. Modernidade é humanidade. E essa visão só
é possível para quem pensa a sociedade do ponto de vista ético. (...)
Ironias à parte, entendo que deste ponto de vista, a contribuição das universidades e também
do mundo empresarial, apesar de sua visão imediatista e muito ligada ao primeiro mundo, é da
maior importância, porque quando qualquer setor coloca como questão central a estabilização
da economia, faz aterrissar no centro de nossa agenda um problema, quando a questão
central é: como eliminar, num prazo digno, a miséria, a indigência e a fome? E é para isso que
inteligências e vontades têm que se dirigir.
Quando colocamos o emprego como arma contra a miséria, apontamos caminhos e saímos
Brasil afora cobrando essa resposta, porque não temos mais tempo. Estamos correndo contra o
tempo, contra esta tragédia que se estabeleceu no país. O Brasil não pode mais aumentar a sua
taxa de indigência, sua massa de indigentes. Não falamos mais de pobreza e sim de indigência
– o estado extremo da miséria.
A Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida e a Ação pelo Emprego e o Desenvolvimento
existem, crescem e ecoam hoje em milhares de comitês, na mais densa corrente de
solidariedade já construída nos últimos tempos, porque – mesmo sabendo que está fazendo o
caminho da história pela contramão – a sociedade brasileira confia na mudança.
HERBERT DE SOUZA – (Adaptado)

108. No quarto parágrafo o autor afirma: “Modernidade é humanidade. E essa visão só é possível
para quem pensa a sociedade do ponto de vista ético.” Assinale a opção que NÃO confirma esta
ideia.
a) Um país avança e se desenvolve satisfatoriamente quando há a adequada integração da
sociedade ao processo produtivo.
b) Ciência e tecnologia constituem fatores indispensáveis ao desenvolvimento, se tiverem
como parâmetro a sociedade.
c) O crescimento de um país se dá à medida que há a prioridade para o desenvolvimento
humano.
d) O emprego deve ser sempre planejado em função do tipo de desenvolvimento que se quer
para o país.
e) O crescimento de um país mede-se pelo comportamento de primeiro mundo, demonstrado
pela sociedade.

109. Em “... e também do mundo empresarial, apesar de sua visão imediatista e muito ligada ao
primeiro mundo...”, a parte sublinhada pode ser substituída, sem alteração de sentido, por:
a) quanto à sua visão imediatista.
b) caso seja sua visão imediatista.
c) em razão da sua visão imediatista.

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d) enquanto sua visão é imediatista.


e) ainda que considerando sua visão imediatista.

110. Leia atentamente a afirmativa:


A exclusão social poderá ser afastada pela _______________.
Analise os trechos abaixo, preenchendo os parênteses com (V) ou (F), conforme completem a
afirmativa dada de modo verdadeiro ou falso, segundo o sentido geral do texto. A sequência
correta é:
( ) possibilidade de ocupação para todos os membros da sociedade.
( ) distribuição equânime da riqueza.
( ) alienação do indivíduo do processo produtivo.
( ) eliminação da taxa de indigência.
( ) volta aos processos de desenvolvimento do passado.
a) F–V–V–V–F
b) F–F–V–F–F
c) V–V–F–V–F
d) V–V–F–V–V
e) V–V–V–F–V

111. Os textos CONSUMIR NÃO É PECADO e MODERNIDADE É HUMANIDADE apresentam como


preocupação comum o (a):
a) desenvolvimento da tecnologia.
b) questionamento da modernidade.
c) competição entre os produtores.
d) distância entre as camadas sociais.
e) distribuição de parcelas do poder entre as classes.

112. Depreende-se da leitura e análise que os textos CONSUMIR NÃO É PECADO e MODERNIDADE
É HUMANIDADE têm como base, respectivamente:
a) economia e ética.
b) cidadania e individualismo.
c) lógica e liberalismo.
d) consumismo e imediatismo.
e) clientelismo e mercantilismo.

113. Considere as afirmações abaixo.


I – O texto MODERNIDADE É HUMANIDADE faz alusão à distribuição de bolsas de consumo e
nisto se aproxima do texto CONSUMIR NÃO É PECADO.
II – No texto CONSUMIR NÃO É PECADO, seletividade e espírito crítico dependem da
possibilidade de aquisição de bens; no texto MODERNIDADE É HUMANIDADE cidadania está na
dependência das condições do desenvolvimento humano.

www.acasadoconcurseiro.com.br 189
III – No texto CONSUMIR NÃO É PECADO, o autor sugere um encurtamento de caminho para a
solução dos nossos problemas; no texto MODERNIDADE É HUMANIDADE o autor propõe bases
para o estabelecimento de novas estruturas sociais.
De acordo com os textos lidos, é(são) verdadeira(s) somente a(s) afirmação(ções):
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.

Na prática, não é lei, e não há nenhuma obrigatoriedade. Mesmo assim, 140 países se
comprometeram a aumentar o acesso à água potável, ao tratamento de esgoto e a promover o
uso inteligente da água, na conclusão do último Fórum Mundial da Água.
Os acordos firmados no Fórum não têm caráter vinculante. Isso significa que as promessas
não serão cobradas de ninguém. A ideia, no entanto, é levar esse documento para a Rio+20,
conferência da ONU para o desenvolvimento sustentável, que acontecerá em junho no país.
Hoje, cerca de 28 agências ligadas à ONU lidam com a água sob várias abordagens, como
produção de energia e agricultura. Mas a água, por si só, não é o foco do trabalho de nenhuma
delas. O Ministério do Meio Ambiente, o das Relações Internacionais e a ANA (Agência
Nacional de Águas) propuseram durante o encontro mundial a criação de um Conselho de
Desenvolvimento Sustentável na ONU para tratar desse tema.
O Brasil possui 12% da água doce do planeta, mas há problemas: 70% dela estão na bacia
amazônica, longe dos maiores centros urbanos. E só 45% dos brasileiros têm água tratada.
(Sabine Righetti. Folha de S.Paulo, 19 de março de 2012, C11, com adaptações)

114. Conclui-se corretamente do texto que:


a) o Brasil, apesar da quantidade de água doce disponível, ainda não atende aos objetivos
previstos no acordo firmado no Fórum Mundial da Água.
b) a proposta sobre o aproveitamento sustentável da água será inatingível se esse tema não
for obrigatoriamente discutido na conferência Rio+20.
c) a quantidade de água disponível para a agricultura e para produzir energia prejudica o
fornecimento desse recurso natural para uso humano responsável.
d) a destinação prática da água, seja para a agricultura, seja para uso humano, está sujeita à
disponibilidade desse recurso natural, escasso no mundo todo.
e) os compromissos assumidos, principalmente quanto ao uso sustentável da água, serão
respeitados pelos países participantes do Fórum Mundial.

115. Na prática, não é lei, e não há nenhuma obrigatoriedade. O sentido do segmento grifado
acima reaparece no texto, com outras palavras, em:
a) ... aumentar o acesso à água potável ...
b) ... promover o uso inteligente da água ...
c) ... não têm caráter vinculante.
d) ... não é o foco do trabalho ...

190 www.acasadoconcurseiro.com.br
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e) O Brasil possui 12% da água doce do planeta ...

116. Outra redação clara e correta para o 1º parágrafo do texto, mantendo-se, em linhas gerais, o
sentido original, está em:
a) Com a conclusão do último Fórum Mundial da Água que, na prática, não é lei nem tem
obrigatoriedade, nem mesmo assim, 140 países se comprometeram a aumentar o acesso à
água potável, o tratamento de esgoto e promover o uso inteligente da água.
b) Sem a prática da lei, e sem obrigatoriedade, surgiu na conclusão do último Fórum Mundial
da Água comprometimento dos 140 países de aumentar a água potável, o tratamento de
esgoto e à promover o uso inteligente da água.
c) Os 140 países que mesmo assim, na conclusão do último Fórum Mundial da Água se
comprometeu à aumentar o acesso à água potável, ao tratamento de esgoto e a promover
o uso inteligente da água, não são obrigados por lei a fazer isso.
d) Na prática, a conclusão do último Fórum Mundial da Água não é lei, e não se tem nenhuma
obrigatoriedade no comprometimento dos 140 países que vai aumentar o acesso a água
potável, ao tratamento de esgoto e promover o uso inteligente da água.
e) Na conclusão do último Fórum Mundial da Água, mesmo não havendo compromisso
obrigatório de nenhum deles, 140 países se dispuseram a aumentar o acesso à água
potável, ao tratamento de esgoto e a promover o uso inteligente da água.

A mecanização dos meios de comunicação e da impressão foi de fundamental importância


para a expansão da imprensa no início do século XX. Os novos prelos (*) utilizados pela
grande imprensa eram comemorados em pequenos comentários dos semanários de narrativa
irreverente paulistana.
Surgiam as Marionis e outras tantas marcas de prelos, capazes de multiplicar os exemplares
e combinar textos e imagens como, durante o século XIX, nunca havia sido possível. Aliados
à maior capacidade de produção, impressão e composição estavam os correios e telégrafos,
principais responsáveis pela distribuição dos jornais, assim como meio de comunicação
fundamental para que leitores e os próprios produtores de jornais mantivessem contato com
os acontecimentos do momento.
Apesar de sua péssima fama, que atravessara o século XIX e permanecia ao longo da primeira
década do século XX em pequenas notas e comentários críticos dos jornais satíricos, por meio
dos correios se faziam entregas em locais distantes do interior paulista, recebiam-se jornais de
várias partes do mundo e correspondências de leitores e colaboradores das folhas.
*prelo − aparelho manual ou mecânico que serve para imprimir; máquina impressora, prensa.
(Paula Ester Janovitch. Preso por trocadilho. São Paulo: Alameda, 2006. p.137-138)

117. Fica evidente no texto:


a) a importância dos correios e telégrafos como meio de comunicação em alguns pontos do
país, ainda no início do século passado.
b) o papel predominante dos jornais brasileiros como elementos de divulgação dos fatos
importantes, acontecidos em todo o mundo.
c) a dificuldade para imprimir e distribuir jornais em uma época de reduzida capacidade
técnica para acompanhar essas atividades.

www.acasadoconcurseiro.com.br 191
d) o grande número de jornais que se incumbiam de divulgar os fatos da época, mesmo com
as dificuldades de distribuição em locais distantes.
e) o pequeno número de leitores interessados nos acontecimentos diários, até mesmo
mundiais, publicados nos jornais da época.

118. Surgiam as Marionis e outras tantas marcas de prelos, capazes de multiplicar os exemplares
e combinar textos e imagens como, durante o século XIX, nunca havia sido possível.
O segmento transcrito acima refere-se, implicitamente,
a) à presença de uma imprensa livre, atraente para seus leitores.
b) aos comentários críticos publicados nos jornais da época.
c) ao poder de divulgação de fatos recentes conferido aos jornais.
d) ao desenvolvimento industrial que possibilitava avanços nessa época.
e) aos recursos financeiros dos jornalistas no início do século XX.

Para responder às questões de números 119 e 120, considere o segmento que inicia o 3º
parágrafo.
Apesar de sua péssima fama, que atravessara o século XIX e permanecia ao longo da primeira
década do século XX ...

119. O emprego dos tempos dos verbos grifados acima indica, respectivamente,
a) fato a se realizar no futuro e ação repetitiva no passado.
b) situação presente e ação habitual também no presente.
c) ação realizada no presente e situação passada, sob certa condição.
d) fato habitual, repetitivo, e desejo de que uma ação se realize.
e) tempo passado anterior a outro e ação contínua na época referida.

120. Apesar de sua péssima fama ... A observação inicial do parágrafo indica
a) opinião que confirma o que vem sendo exposto desde o início do texto.
b) hipótese que introduz uma afirmativa que não poderá se realizar.
c) ideia oposta à que vai ser expressa, contrariando uma possível expectativa.
d) conclusão das ideias contidas em todo o desenvolvimento textual.
e) retificação de um engano cometido no parágrafo anterior.

Para responder às questões de números 121 a 125, considere o texto abaixo.


O sonho de voar alimenta o imaginário do homem desde que ele surgiu sobre a Terra. A inveja
dos pássaros e as lendas de homens alados, como Dédalo e Ícaro (considerado o primeiro
mártir da aviação), levaram a um sem-número de experiências, a maioria fatal.
A história dos homens voadores é a mesma, desde a mitologia até o século XXI. Na antiguidade
grega e latina, assim como em várias religiões asiáticas, africanas e pré-colombianas, os heróis
tinham asas. Entre o imaginário e o voo real, as ideias mais absurdas trouxeram, às vezes,
elementos para o progresso. A verdadeira compreensão da energia desenvolvida para voar
passa por essa relação histórica e os seus pontos fortes.

192 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Em 1903, um autor francês estava convencido de que a história de Ícaro não era uma lenda,
mas sim o relato de uma experiência autêntica de voo. O cuidado com que Dédalo dispôs as
penas, rígidas na base, soltas nas extremidades, e o fato de ter decolado do alto de uma colina
lhe pareceram provas de uma profunda reflexão. Mas o poeta latino Ovídio cometeu um erro
ao afirmar que a cera se derreteu ao se aproximar do sol. De fato, quanto mais alto se voa, mais
baixa é a temperatura.
Portanto, é necessário procurar outra causa para o acidente. Passaram-se os anos e chegamos
ao avião, que para os homens-pássaros foi uma decepção. Encontrou-se o que não se procurava.
Viajar dentro de uma caixa voadora não corresponde ao que o homem quis durante milênios,
nem ao ideal que contribuiu para animá-lo no seu inconsciente e nos seus sonhos.
(Xaropin Sotto. Céu Azul, n. 36. São Paulo: Grupo Editorial Spagat. p. 62-65, com adaptações)

121. A referência ao avião, no último parágrafo, permite:


a) concluir que a possibilidade de voar com segurança veio preencher o sonho humano,
existente desde a antiguidade, de imitar os pássaros.
b) perceber que, mesmo sendo possível a utilização desse aparelho, permanece em algumas
pessoas o sonho de voar livremente, como os pássaros.
c) entender as razões da existência de heróis alados desde a antiguidade, cuja imitação levou
o homem a construir esses aparelhos voadores.
d) descobrir as causas da frustração humana quanto ao fato de não poder se locomover
livremente no espaço, como o fazem as aves.
e) compreender a perda da capacidade de sonhar que o homem havia conseguido manter ao
longo da história, desde a antiguidade.

122. No 3º parágrafo,
a) comprova-se a dificuldade de alguns pesquisadores em aceitar as narrativas mitológicas
sobre homens que conseguiram voar com asas de pássaros.
b) aborda-se a incapacidade de autores mais antigos em interpretar corretamente as
narrativas sobre homens voadores e as causas dos fracassos.
c) evidencia-se a eficácia das tentativas humanas de voar como os pássaros, rompendo dessa
forma a ordem dos fatos imposta pela natureza.
d) exemplifica-se o fato de que as histórias antigas, narradas como fantasias, forneceram
elementos que permitiram a concretização do sonho de voar.
e) mostra-se que as experiências humanas não trouxeram benefícios para a arte de voar,
devido aos acidentes fatais resultantes dessas experiências.

123. Heróis alados, existentes desde a antiguidade,


a) comprovam o permanente desejo do homem quanto à possibilidade de voar como os
pássaros.
b) mostram a expectativa do homem primitivo de dominar a natureza, igualando-se aos
deuses.
c) apontam para a impossibilidade humana de voar, mesmo utilizando mecanismos
inovadores.
d) confirmam as tentativas humanas de voar, apesar dos castigos impostos por forças
superiores.
e) contrariam a constante busca do homem de, mesmo em imaginação, imitar o voo dos
pássaros.

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124. (considerado o primeiro mártir da aviação) Os parênteses isolam, no 1º parágrafo,
a) citação fiel de outro autor.
b) comentário explicativo.
c) informação repetitiva.
d) retificação necessária.
e) enumeração de fatos.

125. De fato, quanto mais alto se voa, mais baixa é a temperatura. (3º parágrafo) A relação lógica
entre as duas afirmativas acima estabelece noção de:
a) consequência.
b) condição.
c) finalidade.
d) proporcionalidade.
e) temporalidade.

Para responder às questões de números 126 a 134, considere o texto abaixo.


No casarão dos Vianna no Catumbi, que no fim do século XIX era um bucólico bairro carioca,
o som do choro preenchia todos os espaços. Quem comandava o sarau era o patriarca, um
flautista amador. Ainda pequeno para se juntar ao grupo instalado na sala, o 12º de 14 irmãos
resignava-se a espiadelas pela porta entreaberta do quarto. Não tardaria, entretanto, a revelar
seu talento e conquistar o direito de fazer parte da foto em que toda a família aparece junta,
cada qual com seu instrumento.
O ano era 1865 e o garoto de 11 anos, Alfredo da Rocha Vianna Júnior, o Pixinguinha. Na imagem
desbotada, ele empunha um cavaquinho. Pouco depois viria a flauta de prata presenteada pelo
pai, as aulas de música e os convites para tocar nas festas de família. O raro domínio técnico
como intérprete, o talento para compor e arranjar e a permeabilidade às novas sonoridades
acabaram por fazer de Pixinguinha um artista inigualável.
“O Brasil jamais produziu um músico popular dessa envergadura”, atesta o maestro Caio
Cezar. Ele divide com o neto de Pixinguinha, Marcelo Vianna, a direção musical da exposição
que o Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília apresenta de terça 13 de março a 6 de maio
– Pixinguinha. Para a produtora Lu Araújo, curadora da exposição e coordenadora do livro
Pixinguinha – O gênio e seu tempo, de André Diniz, a ser lançado na mostra, o músico “uniu
o saber das notas musicais à riqueza da cultura popular. Pixinguinha incorporou elementos
brasileiros às técnicas de orquestração. Fator fundamental para isso foi sua experiência nas
diversas formações em que atuou: bandas, orquestras regionais e conjuntos de choro e
samba”. E acrescenta: “As orquestras dos teatros de revista também foram fundamentais para a
formação dele como arranjador”.
(Fragmento adaptado de Ana Ferraz, O mago do Catumbi, CartaCapital, 14 de março de 2012, n. 688. p. 52-4)

126. No primeiro parágrafo do texto, a autora enfatiza:


a) o triunfo do talento de Pixinguinha sobre as restrições paternas ao desejo do menino de
onze anos de aprender a tocar um instrumento musical.

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b) a precocidade do interesse pela música e do talento de Pixinguinha, que aos onze anos já é
mostrado junto da família portando um instrumento musical.
c) o descompasso entre a alegria reinante no sarau familiar e a tristeza do menino que devia
permanecer trancado no quarto durante toda a noite.
d) a falta de um lugar para Pixinguinha no conjunto musical familiar, devido ao grande número
de irmãos músicos, até que completasse onze anos de idade.
e) o caráter ambivalente do pai de Pixinguinha, que durante parte da infância do filho
mostrava-se ao mesmo tempo festivo e autoritário.

127. Afirmações como uniu o saber das notas musicais à riqueza da cultura popular e incorporou
elementos brasileiros às técnicas de orquestração apontam para a mistura operada por
Pixinguinha entre:
a) a aptidão e a destreza.
b) a destreza e o romântico.
c) a aptidão e o popular.
d) o clássico e o romântico.
e) o erudito e o popular.

128. O segmento cujo sentido está adequadamente expresso em outras palavras é:


a) raro domínio - controle invulgar
b) bucólico bairro - distrito cosmopolita
c) imagem desbotada - personificação esquecida
d) teatros de revista - encenações periódicas
e) curadora da exposição - crítica da exibição

129. ... o som do choro preenchia todos os espaços. O verbo empregado nos mesmos tempo e
modo que o grifado na frase acima está em:
a) Não tardaria, entretanto, a revelar seu talento ...
b) “O Brasil jamais produziu um músico popular dessa envergadura”...
c) Fator fundamental para isso foi sua experiência nas diversas formações ...
d) ... o 12º de 14 irmãos resignava-se a espiadelas pela porta entreaberta do quarto.
e) ... atesta o maestro Caio Cezar.

130. Pixinguinha incorporou elementos brasileiros às técnicas de orquestração. O verbo que


exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está em:
a) “As orquestras dos teatros de revista também foram fundamentais para a formação dele
como arranjador”.
b) “O Brasil jamais produziu um músico popular dessa envergadura”...
c) Ele divide com o neto de Pixinguinha, Marcelo Vianna, a direção musical da exposição...
d) ... o som do choro preenchia todos os espaços.
e) Na imagem desbotada, ele empunha um cavaquinho.

www.acasadoconcurseiro.com.br 195
Gabarito: 1. A 2. D 3. C 4. A 5. B 6. B 7. C 8. D 9. B 10. C 11. E  12. B 13. D 14. C 15. A 16. C 
17. B 18. C 19. D 20. B 21. D 22. E 23. B 24. A 25. C 26. B 27. C 28. E 29. E 30. C 31. B 32. D 33. E 34. B 
35. C 36. C 37. D 38. A 39. B 40. E 41. D 42. C 43. B 44. E 45. A 46. C 47. D 48. C 49. E 50. D 51. A 52. A 
53. E 54. B 55. D 56. B 57. D 58. D 59. C 60. D 61. C 62. E 63. A 64. E 65. D 66. B 67. B 68. C 
69. B 70. C 71. D 72. A 73. C 74. E 75. B 76. A 77. C 78. B 79. A 80. B 81. D 82. C 83. A 84. B 
85. D 86. C 87. A 88. E 89. B 90. D 91. B 92. B 93. A 94. D 95. B 96. D 97. A 98. C 99. C 100. D 
101. B 102. B 103. D 104. C 105. A 106. D 107. C 108. E 109. E 110. C 111. D 112. A 113. E 114. A 115. C 
116. E 117. A 118. D 119. E 120. C 121. B 122. D 123. A 124. B 125. D 126. B 127. E 128. A 129. D 
130. C

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Interpretação de Texto
Apostila Complementar

Professora: Maria Tereza

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Interpretação de Texto

Edital
Compreensão de textos.

PROCEDIMENTOS

1. Observação da fonte bibliográfica, do autor e do título;

2. Identificação do tipo de texto (artigo, editorial, notícia, crônica, textos literários, científicos,
etc.);
Crônica (linguagem predominantemente coloquial): fotografia do cotidiano, realizada por
olhos particulares. Geralmente, o cronista apropria-se de um fato atual do dia a dia, para,
posteriormente, tecer críticas ao status quo, baseadas quase exclusivamente em seu ponto de
vista.

3. Leitura do enunciado.

EXEMPLIFICANDO
Poesia: a melhor autoajuda.
Calma, esperançoso leitor, iludida leitora, não fiquem bravos comigo, mas ler autoajuda
geralmente só é bom para os escritores de autoajuda. Pois não existe receita para ser feliz ou
dar certo na vida. Sabe por quê? Porque, na maior parte das vezes, apenas você sabe o que é
bom e serve para você. O que funciona para um nem sempre funciona para outro.
Os únicos livros de autoajuda que merecem respeito, e são úteis mesmo, são aqueles que
ensinam novas receitas de bolo, como consertar objetos quebrados em casa ou como operar
um computador. Ou seja, lidar com as coisas concretas, reais, exige um conhecimento também
real, tintim por tintim, item por item. [...]
Não adianta fugir de seus medos, suas dores, suas fragilidades, suas tristezas. Elas sempre
correm juntinho, coladas em você. Tentar ser perfeito, fazer o máximo, transformar-se em outro
dói mais ainda. Colar um sorriso no rosto, enquanto chora por dentro, é para palhaço de circo.
Portanto, entregue-se, seja apenas um ser humano cheio de dúvidas e certezas, alegrias e
aflições. Aproveite e use algo que, isso sim, com certeza é igual em todos nós: a capacidade de
imaginar, de voar, se entregar. Se nem Freud explica, tente a poesia. [...] A poesia vai resolver
seus problemas existenciais? Provavelmente, não. [...] Poesia está mais para lição de vida que
lição de casa.
TAVARES, Ulisses. Discutindo Literatura. Escala Educacional. São Paulo, ano 2, n. 8. p. 20-21. Adaptado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 199
•• Observação da fonte e do autor: o conhecimento prévio de quem escreveu o texto
constitui-se numa estratégia de compreensão, visto que facilita a identificação da
intenção textual. Ao reconhecermos o autor do texto – Ulisses Tavares, conhecido
poeta e cronista –, bem como o veículo de publicação – revista periódica sobre
Literatura – podemos afirmar que ele é uma crônica.
•• Observação do título: o título pode constituir o menor resumo possível de um texto.
Por meio dele, certas vezes, identificamos a ideia central do texto, sendo possível, pois,
descartar afirmações feitas em determinadas alternativas. No texto em questão, o
título – Poesia: a melhor autoajuda –, somado a expressões que remetem ao ato de
ler (leitor, leitora, livros, ser feliz ou dar certo na vida...), permite-nos inferir que o texto
remete ao fato de que a leitura de poesia auxilia seus leitores.

1. (CESGRANRIO – PROMINP – MÉDIO – 2012)


Para o autor, o verdadeiro livro de autoajuda
a) auxilia em tarefas do cotidiano.
b) explica como fazer para ser feliz.
c) funciona como um manual para a vida.
d) está disponível em programas de computador.
e) se atém a generalidades, sem entrar em detalhes.
4. identificação do “tópico frasal”: intenção textual percebida, geralmente, no 1º e 2º períodos
do texto;

5. identificação de termos cujo aparecimento frequente denuncia determinado enfoque do


assunto (campo semântico/lexical).

EXEMPLIFICANDO
Games: bons para a terceira idade
Jogar games de computador pode fazer bem à saúde dos idosos. Foi o que concluiu uma
pesquisa do laboratório, na Universidade da Carolina do Norte, nos EUA.
Os cientistas do laboratório reuniram um grupo de 39 pessoas entre 60 e 77 anos e testaram
funções cognitivas de todos os integrantes, como percepção espacial, memória e capacidade de
concentração. Uma parte dos idosos, então, levou para casa o RPG on-line “World of Warcraft”,
um dos títulos mais populares do gênero no mundo e com 10,3 milhões de usuários na internet.
Eles jogaram o game por aproximadamente 14 horas ao longo de duas semanas (em média,
uma hora por dia).
Outros idosos, escolhidos pelos pesquisadores para integrar o grupo de controle do
estudo, foram para casa, mas não jogaram nenhum videogame. Na volta, os resultados foram
surpreendentes. Os idosos que mergulharam no mundo das criaturas de “Warcraft” voltaram
mais bem dispostos e apresentaram nítida melhora nas funções cognitivas, enquanto o grupo
de controle não progrediu, apresentando as mesmas condições. [...]

200 www.acasadoconcurseiro.com.br
Banco do Brasil 2013/2 – Interpretação de Texto – Profª Maria Tereza

2. (CESGRANRIO – CEF – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – 2012)


O primeiro parágrafo do texto apresenta características de argumentação porque
a) focaliza de modo estático um objeto, no caso, um game.
b) traz personagens que atuam no desenvolvimento da história.
c) mostra objetos em minúcias e situações atemporalmente.
d) apresenta uma ideia central, que será evidenciada, e uma conclusão.
e) desenvolve uma situação no tempo, mostrando seus desdobramentos.

ERROS COMUNS

EXTRAPOLAÇÃO
Ocorre quando o leitor sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
normalmente porque já conhecia o assunto devido à sua bagagem cultural.

REDUÇÃO
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um ou outro aspecto, esquecendo-se de
que o texto é um conjunto de ideias.

EXEMPLIFICANDO
Bichos para a Saúde
Está nas livrarias a obra O poder curativo dos bichos. Os autores, Marty Becker e Daniel Morton,
descrevem casos bem-sucedidos de pessoas que derrotaram doenças ou aprenderam a viver
melhor graças à ajuda de algum animalzinho. Cães, gatos e cavalos estão entre os bichos
citados.
(ISTOÉ)

3. De acordo com o texto,


a) pessoas que têm animais de estimação são menos afeitas a contrair doenças.
b) a convivência entre seres humanos e animais pode contribuir para a cura de males físicos
daqueles.
c) indivíduos que têm cães e gatos levam uma existência mais prazerosa.
d) apenas cães, gatos e cavalos são capazes de auxiliar o ser humano durante uma
enfermidade.
e) pessoas bem-sucedidas costumam ter animais de estimação.

www.acasadoconcurseiro.com.br 201
Comentário:
a) EXTRAPOLAÇÃO: contrair doenças ≠ derrotar doenças.
c) REDUÇÃO: cães e gatos < animalzinho.
d) REDUÇÃO: cães, gatos e cavalos < animalzinho.
e) EXTRAPOLAÇÃO: pessoas bem-sucedidas > casos bem-sucedidos de pessoas
que derrotaram doenças.

ESTRATÉGIAS LINGUÍSTICAS
1. PALAVRAS DESCONHECIDAS = PARÁFRASES e CAMPO SEMÂNTICO/LEXICAL.
Paráfrase = versão de um texto, geralmente mais extensa e explicativa, cujo objetivo é torná-
lo mais fácil ao entendimento.
Campo Semântico/Lexical = conjunto de palavras que pertencem a uma mesma área de
conhecimento.
Exemplo:
•• Medicina: estetoscópio, cirurgia, esterilização, medicação, etc.

EXEMPLIFICANDO
A fila representa uma forma de convívio. Normalmente as pessoas deveriam estar todas
voltadas numa mesma direção, o cara de trás olhando a nuca do cara da frente. Mas não é
assim. Na fila formam-se, por assim dizer, nódulos de convivência; pessoas, especialmente
os jovens, que, sem se afastar de seus lugares, ou afastando-se muito pouco, conseguem
conversar, e conversar animadamente.

4. (CESGRANRIO – CHESF – MÉDIO – 2012)


A palavra destacada significa
a) problemas.
b) núcleos.
c) desajustes.
d) dispersões.
e) adequações.
2. PALAVRAS DE CUNHO CATEGÓRICO NAS ALTERNATIVAS:
•• advérbios;
•• artigos;
•• tempos verbais;
•• expressões restritivas;
•• expressões totalizantes;
•• expressões enfáticas.

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Banco do Brasil 2013/2 – Interpretação de Texto – Profª Maria Tereza

EXEMPLIFICANDO

Advérbios
O monstro – porque é um circo-monstro, que viaja em três vastos trens – chegou de manhã
e partiu à noite. Ao som das últimas palmas dos espectadores juntou-se o ruído metálico do
desmonte da tenda capaz de abrigar milhares de pessoas, acomodadas em cadeiras em forma
de x, que, como por mágica, foram se fechando e formando grupos exatos. E com as cadeiras,
foram sendo transportadas para outros vagões jaulas com tigres; e também girafas e elefantes
que ainda há pouco pareciam enraizados ao solo como se estivessem num jardim zoológico. A
verdade é que quem demorasse uns minutos mais a sair veria esta mágica também de circo: a
do próprio circo gigante desaparecer sob seus olhos.

5. (CESGRANRIO – PETROBRAS DISTRIBUIDORA – Administração – Júnior – 2012)


Analise as afirmações abaixo.
I – O circo era mágico, pois desaparecia literalmente num piscar de olhos.
II – O desmonte do circo era tão organizado que parecia um truque de mágica.
III – Apenas alguns minutos eram necessários para desmontar todo o circo.
É correto APENAS o que se afirma em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e III.
e) II e III

Artigos
Mas, como toda novidade, a nanociência está assustando. Afinal, um material com
características incríveis poderia também causar danos incalculáveis ao homem ou ao meio
ambiente. No mês passado, um grupo de ativistas americanos tirou a roupa para protestar
contra calças nanotecnológicas que seriam superpoluentes.

6. (CESGRANRIO – Ass. Legislativa/TO – Consultor Legislativo – Publicidade – 2005 / adaptada)


Assinale a opção correta.
a) Coisas novas costumam provocar medo nas pessoas.
b) Produtos criados pela nanotecnologia só apresentam pontos positivos.
c) Os danos ao meio ambiente são provocados pela nanotecnologia.
d) Os ativistas mostraram que as calças nanotecnológicas provocam poluição.

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Tempos verbais
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência
que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na
faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão.
O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É
esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente,
que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que
atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para
a pobre criança.

7. (CESGRANRIO – PETROBRÁS – ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO – 2010)


É irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-
sucedidos na profissão.
O emprego das formas verbais grifadas acima denota
a) hipótese passível de realização.
b) fato real e definido no tempo.
c) condição de realização de um fato.
d) finalidade das ações apontadas no segmento.
e) temporalidade que situa as ações no passado.

Expressões restritivas
A CARTA AUTOMÁTICA
Mais de cem anos depois do surgimento do telefone, o começo dos anos 90 nos oferece um
meio de comunicação que, para muitos, resgata um pouco do romantismo da carta. A Internet
não usa papel colorido e perfumado, e sequer precisa de selos, mas, para muitos, fez voltar
à moda o charme da comunicação por escrito. E, se o provedor não estiver com problemas,
faz isso com o imediatismo do telefone. A rede também foi uma invenção que levou algum
tempo para cair no gosto do público. Criada em 1993 para uso doméstico, há muito ela já era
usada por cientistas universitários que queriam trocar informações. Mas, só após a difusão do
computador doméstico, realizada efetivamente há uns quatro ou cinco anos, que o público
pôde descobrir sua utilidade.
Em The victorian internet, Tom Standage analisa o impacto da criação do telégrafo (surgido
em 1837).
Uma nova tecnologia de comunicação permitia às pessoas se comunicarem quase
que instantaneamente, estando à longa distância [...] Isto revolucionou o mundo
dos negócios.[...] Romances floresceram sob impacto do telégrafo. Códigos secretos
foram inventados por alguns usuários e desvendados por outros. [...] O governo e as
leis tentaram controlar o novo meio e falharam. [...] Enquanto isto, pelos cabos, uma
subcultura tecnológica com seus usos e vocabulário próprio se estabelecia.
Igual impacto teve a Internet. Antes do telégrafo, batizado de “a autoestrada do
pensamento”, o ritmo de vida era superlento. As pessoas saíam para viajar de navio e não se
ouviam notícias delas durante anos. Os países que quisessem saber se haviam ou não ganho

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Banco do Brasil 2013/2 – Interpretação de Texto – Profª Maria Tereza

determinada batalha esperavam meses pelos mensageiros, enviados no lombo dos cavalos.
Neste mundo em que reinava a Rainha Vitória (1819-1901), o telégrafo provocou a maior
revolução das comunicações desde o aparecimento da imprensa. A Internet não chegou a
tanto. Mas nada encurta tanto distâncias como entrar num chat com alguém que esteja na
Noruega, por exemplo. Se o telégrafo era “a autoestrada do pensamento”, talvez a rede possa
ser a “superautoestrada”. Dos pensamentos e das abobrinhas. As tecnologias de conversação
realmente mudam as conversas. Apesar de ser de fundamental utilidade para o trabalho e a
pesquisa, o correio feito pela rede permite um tipo de conversa diferente daquela que ocorre
por telefone. Talvez um dia, no futuro, pesquisadores analisem as razões pelas quais a rede,
rápida e imediata e sem o vivo colorido identificador da voz, se presta a bate-papos (via e-mails,
chats, comunicadores instantâneos) até mais informais do que os que fazemos por telefone.
CAMARGO, Maria Sílvia. 24 dias por hora. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. p. 135-137. Adaptado.

8. (CESGRANRIO - Técnico Ambiental – Petrobras – 2011 – Médio)


De acordo com o exposto no texto, a comunicação via Internet
a) foi concebida para atender ao uso doméstico de modo restrito.
b) perdeu o romantismo da troca de cartas escritas a mão.
c) teve sua utilidade aceita de imediato pelo público.
d) tornou-se imediatista, exceto quando há problema no provedor.
e) representou uma revolução similar à do telégrafo em sua época.

Expressões totalizantes
Dê uma chance ao ser humano A vizinha tocou a campainha e, quando abri a porta, surpreso
com a visita inesperada, ela entrou, me abraçou forte e falou devagar, olhando fundo nos meus
olhos: “Você tem sido um vizinho muito compreensivo, e eu ando muito relapsa na criação
dos meus cachorros. Isso vai mudar!” Desde então, uma série de procedimentos na casa em
frente à minha acabou com um pesadelo que me atormentou por mais de um ano. Sei que
todo mundo tem um caso com o cachorro do vizinho para contar, mas, com final feliz assim,
francamente, duvido. A história que agora passo a narrar do início explica em grande parte por
que ainda acredito no ser humano – ô, raça! [...]

9. (CESGRANRIO – BNDES – TÉCNICO DE ARQUIVO – MÉDIO – 2011)


A utilização da expressão “ô, raça exprime que o autor
a) pode ser surpreendido pelo ser humano, que é complexo.
b) julga negativamente o ser humano, que não muda.
c) iguala a raça humana a qualquer outra raça animal.
d) admira incondicionalmente a raça humana.
e) não se considera parte da mesma raça como os outros seres.

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Expressões enfáticas
A palavra
Freud costumava dizer que os escritores precederam os psicanalistas na descoberta do
inconsciente. Tudo porque literatura e psicanálise têm um profundo elo em comum: a palavra.
Já me perguntei algumas vezes como é que uma pessoa que tem dificuldade com a palavra
consegue externar suas fantasias e carências durante uma terapia. Consultas são um refinado
exercício de comunicação. Se relacionamentos amorosos fracassam por falhas na comunicação,
creio que a relação terapêutica também poderá naufragar diante da impossibilidade de o
paciente se fazer entender. [...]
Martha Medeiros. Revista O Globo. 2011.

10. (CEF – Engenheiro-Área 1 – 2012) No segundo parágrafo, ao se referir à comunicação, a cronista


valoriza a terapia, expressando seu ponto de vista em relação a esta. O recurso linguístico que
evidencia isso é o uso do(a)
a) advérbio já.
b) pronome possessivo suas.
c) adjetivo refinado.
d) conjunção se.
e) verbo entender.

INFERÊNCIA
Observe a seguinte frase:
Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.
Nela, o falante transmite duas informações de maneira explícita:
a) que ele frequentou um curso superior;
b) que ele aprendeu algumas coisas.
Ao ligar as duas informações por meio de “mas”, comunica também, de modo implícito, sua
critica ao ensino superior, pois a frase transmite a ideia de que nas faculdades não se aprende
muita coisa.
INFERÊNCIA = ideias implícitas, sugeridas, que podem ser depreendidas a partir da leitura do
texto, de certas palavras ou expressões contidas na frase.
Enunciados = “Infere-se”, Deduz-se”, “Depreende-se”, etc.

EXEMPLIFICANDO
É a felicidade necessária?” é a chamada de capa da última revista New Yorker para um artigo
que analisa livros recentes sobre o tema. No caso, a ênfase está nas pesquisas sobre felicidade e
no impacto que exercem, ou deveriam exercer, nas políticas públicas. Um dos livros analisados

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Banco do Brasil 2013/2 – Interpretação de Texto – Profª Maria Tereza

constata que nos últimos 35 anos o PIB per capita dos americanos aumentou de 17.000 dólares
para 27.000, o tamanho médio das casas cresceu 50% e as famílias que possuem computador
saltaram de zero para 70% do total. No entanto, a porcentagem dos que se consideram felizes
não se moveu. Conclusão do autor: se crescimento econômico não contribui para aumentar a
felicidade, “por que trabalhar tanto, arriscando desastres ambientais, para continuar dobrando
e redobrando o PIB”?
Outro livro informa que os nigerianos, com seus 1.400 dólares de PIB per capita, atribuem-
se grau de felicidade equivalente ao dos japoneses, com PIB per capita 25 vezes maior, e que
os habitantes de Bangladesh se consideram duas vezes mais felizes que os da Rússia, quatro
vezes mais ricos. Surpresa das surpresas, os afegãos atribuem-se bom nível de felicidade, e a
felicidade é maior nas áreas dominadas pelo Talibã.

11. (CESGRANRIO – PETROBRÁS – ASSITENTE SOCIAL JÚNIOR – 2010)


As conclusões das pesquisas mencionadas pelo autor parecem mostrar que
a) os habitantes de países pobres são mais felizes.
b) pessoas que trabalham muito não são mais felizes.
c) bom desenvolvimento econômico não traz felicidade.
d) o PIB per capita é o principal índice de grau de felicidade.
e) há uma relação intrínseca entre economia e sensação de felicidade.

TIPOLOGIA TEXTUAL
Narração: modalidade na qual se contam um ou mais fatos – fictício ou não - que ocorreram em
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de anterioridade
e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado.

EXEMPLIFICANDO
O trecho “Há 15 dias, uma educadora no Recife, Niedja Santos, indagou a um grupo de
estudantes quais os meios de comunicação que eles conheciam. Nenhum citou cartões postais.”
classifica-se como do tipo textual narrativo
PORQUE

12. (CESGRANRIO – FINEP – ANALISTA RECURSOS HUMANOS – 2011)


A narração se caracteriza pela apresentação de um evento marcado temporalmente, com a
participação dos personagens envolvidos.
Analisando-se as afirmações acima, conclui-se que
a) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
b) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
c) a primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa.
d) a primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira.
e) as duas afirmações são falsas.

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Descrição: é a modalidade na qual se apontam as características que compõem determinado
objeto, pessoa, ambiente ou paisagem. Usam-se adjetivos para tal.

EXEMPLIFICANDO
Amar é...
Noite de chuva
Debaixo das cobertas
As descobertas
Ricardo Silvestrin

13. (CESGRANRIO – PROMINP – MÉDIO – 2012)


De acordo com a tipologia textual, o texto é
a) descritivo.
b) expositivo.
c) argumentativo.
d) injuntivo.
e) narrativo.
Argumentação: modalidade na qual se expõem ideias e opiniões gerais, seguidas da
apresentação de argumentos que as defendam e comprovem.

EXEMPLIFICANDO
UM EM CADA 4 BRASILEIROS CONSEGUE COMPREENDER O TEXTO QUE LÊ
Apenas 26% da população brasileira com mais de 15 anos têm domínio pleno das habilidades
de leitura e escrita. Isso significa que somente um em cada quatro jovens e adultos consegue
compreender totalmente as informações contidas em um texto e relacioná-las com outros
dados.
O restante são os chamados analfabetos funcionais, que “mal conseguem identificar
enunciados simples, sendo incapazes de interpretar texto mais longo ou com alguma
complexidade”, aponta estudo Inaf (Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional), feito
pelo Instituto Paulo Montenegro, que é ligado ao Ibope. Segundo o trabalho, o Brasil possui 16
milhões de analfabetos com mais de 15 anos (9% da população).
Em contraponto, a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil” diz que 67% dos brasileiros
têm interesse pela leitura. O Plano Nacional do Livro, Leitura e Biblioteca – Fome de Livro, do
governo federal, considera que as pessoas têm vontade de ler e, para estimular o hábito, agirá
em várias frentes. Uma delas é zerar o número de cidades brasileiras sem uma biblioteca. A
outra é criar uma política federal centralizada para aumentar a leitura. A democratização do
acesso ao livro se dará por meio das bibliotecas públicas, da revitalização das 5.000 bibliotecas
existentes, construção de acervos básicos infanto-juvenis, proliferação de centros de inclusão
digital, livrarias e realização de campanhas de distribuição de livros. [...]

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Banco do Brasil 2013/2 – Interpretação de Texto – Profª Maria Tereza

Segundo pesquisa encomendada pela Câmara Brasileira do Livro e pelo Sindicato Nacional
de Editores de Livros em 2001, 61% dos brasileiros adultos alfabetizados têm muito pouco ou
nenhum contato com os livros, não existem livrarias em 89% dos municípios brasileiros e 6,5
milhões de pessoas não têm condições financeiras de comprar um livro. De acordo com o Mapa
do Analfabetismo no Brasil, produzido pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais), 35% dos analfabetos brasileiros já frequentaram a escola.
O título do projeto é uma homenagem a um de seus idealizadores, o poeta Waly Salomão,
que costumava dizer: o povo tem fome de comida e de livros. “O governo criou o Fome Zero
para combater a fome e a miséria que têm, como eixos estruturantes, a educação e a cultura”.
[...]
UOL – EDUCAÇÃO, 30 set. 2004. (Adaptado)

14. (CESGRANRIO – SEPLAG – COORDENADOR PEDAGÓGICO – 2010)


No Texto, a matéria é construída empregando uma estratégia discursiva que aponta para uma
reflexão sobre o problema do analfabetismo funcional no Brasil.
Com base na leitura da matéria, NÃO apresenta uma ação do texto que se caracteriza como um
recurso dessa estratégia
a) empregar dados estatísticos como comprovação de tese.
b) descrever experiências positivas como fatos incontestáveis.
c) expor a palavra de instituições como argumento de autoridade.
d) apresentar propostas, em várias áreas, que possam solucionar o problema.
e) adotar uma postura de inclusão como um dos pilares da resolução da questão.
Exposição: apresenta informações sobre assuntos, expõe ideias, explica e avalia e reflete Não
faz defesa de uma ideia, pois tal procedimento é característico do texto dissertativo. O texto
expositivo apenas revela ideias sobre um determinado assunto. Por meio da mescla entre texto
expositivo e narrativo, obtém-se o que conhecemos por relato.
Injunção: indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos
e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria,
empregados no modo imperativo.

EXEMPLIFICANDO
A sua vez

Você já é grandinho o suficiente para saber que brincadeira é para a vida toda.

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Boa parte das brincadeiras infantis são um ensaio para a vida adulta. Criança brinca de ser
mãe, pai, cozinheiro, motorista, polícia, ladrão (e isso, você sabe, não implica nenhum tipo de
propensão ao crime). E, ah, quando não há ninguém por perto, brinca de médico também. É
uma forma de viver todas as vidas possíveis antes de fazer uma escolha ou descoberta. Talvez
seja por isso que a gente pare de brincar aos poucos – como se tudo isso perdesse o sentido
quando viramos adultos de verdade. E tudo agora é para valer. Mas será que parar de brincar é,
de fato, uma decisão madura?
Atividades de recreação e lazer estimulam o imaginário e a criatividade, facilitam a
socialização e nos ajudam a combater o estresse. Mas, se tudo isso for o objetivo, perde a
graça, deixa de ser brincadeira. Vira mais uma atividade produtiva a cumprir na agenda. Você
só brinca de verdade (ainda que de mentirinha) pelo prazer de brincar. E só. Como escreveu
Rubem Alves, quem brinca não quer chegar a lugar nenhum – já chegou.
QUINTANILHA, Leandro. Disponível em: http://www.vidasimples.abril.com.br/edicoes/073/pe_no_chao/
conteudo_399675.shtml

15. (CESGRANRIO – SECAD-TO – TERAPEUTA OCUPACIONAL – 2009)


Quanto à tipologia, o Texto classifica-se como
a) injuntivo.
b) narrativo.
c) descritivo.
d) expositivo.
e) argumentativo.

GÊNEROS TEXTUAIS
EDITORIAL: texto opinativo/argumentativo, não assinado, no qual o autor (ou autores) não
expressa a sua opinião, mas revela o ponto de vista da instituição. Geralmente, aborda assuntos
bastante atuais. Busca traduzir a opinião pública acerca de determinado tema, dirigindo-se
(explícita ou implicitamente) às autoridades, a fim de cobrar-lhes soluções.

EXEMPLIFICANDO
MUNDO TEM MAIS OBESOS DO QUE DESNUTRIDOS
Segundo a OMS, 300 milhões são muito gordos e 170 milhões estão abaixo do peso
GENEBRA. Aproximadamente 170 milhões de crianças em todo o mundo têm peso abaixo do
normal, enquanto cerca de 300 milhões de adultos são obesos, informou ontem a Organização
Mundial da Saúde (OMS), na abertura da 33ª sessão anual do Comitê Permanente de Nutrição,
em Genebra.
Reunido até sexta-feira, o organismo formado por representantes de várias agências da
Organização das Nações Unidas (ONU) pretende elaborar um plano de ação que ajude as
autoridades nacionais a enfrentar os problemas.

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Banco do Brasil 2013/2 – Interpretação de Texto – Profª Maria Tereza

– Para alcançar as Metas do Milênio estabelecidas pela ONU e controlar a epidemia crescente
das doenças crônicas, é necessário lutar com urgência contra a má nutrição no mundo, tanto
causada pelo excesso quanto pela falta – afirmou a presidente do comitê, Catherine Bertini.
Das 170 milhões de crianças desnutridas, cerca de três milhões morrem a cada ano, de
acordo com os dados fornecidos pela OMS. No extremo oposto, calcula-se que há no mundo
cerca de 1 bilhão de pessoas com excesso de peso, das quais 300 milhões são obesas. Todos eles
estão mais expostos que os demais a sofrer cardiopatias, acidentes cardiovasculares, cânceres
e diabetes, entre outras doenças ligadas ao excesso de peso.
A OMS adverte que esse problema duplo não é simplesmente de países ricos ou pobres,
mas está ligado ao grau de desenvolvimento de cada nação.
O Globo,14 mar. 2006.

16. (CESGRANRIO – FUNASA – AGENTE ADMINISTRATIVO – 2009)


A ideia central do texto baseia-se na visão de que é preciso combater a má nutrição no mundo.
Qual dos trechos da matéria transcritos a seguir apresenta o argumento de consistência
compatível com essa tese?
a) “Aproximadamente 170 milhões de crianças em todo o mundo têm peso abaixo do normal,
enquanto cerca de 300 milhões de adultos são obesos,”
b) ...“é necessário lutar com urgência contra a má nutrição no mundo, tanto causada pelo
excesso quanto pela falta –”
c) “calcula-se que há no mundo cerca de 1 bilhão de pessoas com excesso de peso, das quais
300 milhões são obesas.”
d) “Todos eles estão mais expostos que os demais a sofrer cardiopatias, acidentes
cardiovasculares, cânceres e diabetes, entre outras doenças ligadas ao excesso de peso.”
e) “A OMS adverte que esse problema duplo não é simplesmente de países ricos ou pobres,
mas está ligado ao grau de desenvolvimento de cada nação.”
ARTIGOS: são os mais comuns. São textos autorais – assinados –, cuja opinião é da inteira
responsabilidade de quem o escreveu. Seu objetivo é o de persuadir o leitor.

EXEMPLIFICANDO
COMO NÃO PENSEI NISSO ANTES?
Para ser um inventor, basta enxergar os problemas como matéria-prima para a criatividade e
apostar nas próprias ideias.
01. “No meio do caminho tinha uma pedra/ tinha uma pedra no meio do caminho.” O
02. poeta Carlos Drummond de Andrade criou um dos textos mais famosos da literatura
03. brasileira ao buscar inspiração num obstáculo. De forma parecida, muita gente,
04. famosa ou anônima, no decorrer da história, tem convertido suas dificuldades em
05. criações.
06. Não é difícil perceber que, na origem de todos os objetos criados pelo homem,
07. havia um problema. Foi de tanto machucar os pés ao caminhar descalço que algum

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08. remoto ancestral inventou o calçado, por exemplo. Cansado de beber água usando as
09. próprias mãos, alguém concebeu o copo. E por aí vai.
10. Diante de uma pedra no caminho, pode-se lamentá-la ou tentar removê-la. A
11. primeira opção é a mais fácil, mas não leva a nada. A segunda nos permite não só dar
12. um fim ao empecilho, mas também deixar uma contribuição para a humanidade. Foi
13. esse rumo que o motorista de caminhão aposentado José Roberto Rodrigues, de 55
14. anos, escolheu.
15. Há 15 anos, em um acampamento, José viu um botijão de gás ir pelos ares.
16. Impressionado com o acidente, pôs na cabeça que poderia fazer algo para evitá-lo.
17. Anos depois, teve a ideia: se acondicionasse o botijão dentro de uma estrutura
18. fechada e a conectasse com a área externa da casa, o problema estaria resolvido.
19. Afinal, a explosão só acontece se há acúmulo de gás dentro da cozinha. Estava
20. concebida a cápsula antiexplosão.
21. Para construir a engenhoca, ele pegou um balde grande de plástico, desses usados
22. como lixeira, e fez dois furos: um para a mangueira do botijão e outro para permitir
23. a conexão com o exterior da casa. Se o gás vazar, sai para o ambiente externo. “Fiz
24. tudo sozinho”, orgulha-se José.
25. Tempos depois, inspirado pelas filhas, que volta e meia deixavam a comida
26. queimar, aperfeiçoou o invento. Adicionou-lhe um dispositivo capaz de controlar o
27. tempo pelo qual o fogão permanece aceso. Para isso, comprou um timer, aparelho
28. encontrado em lojas de material elétrico, e o acoplou à válvula do botijão. Funciona
29. como um relógio de corda: em quinze minutos, quando completa a volta, o
30. equipamento trava a saída de gás. Se o cozimento for demorado, é só reprogramar o
31. dispositivo.[...]
32. A história de José mostra que não é preciso pós-doutorado para transformar
33. problemas do dia a dia em solução. O necessário é ter autoconfiança, persistência,
34. motivação e capacidade de pensar por si próprio, como enumera a psicóloga Eunice
35. Alencar, da Universidade Católica de Brasília. “Todos temos essas características. O
36. que precisamos é saber cultivá-las para despertar nossa capacidade de criação”, diz
37. Eunice.[...]
38. A satisfação de ver a própria invenção ser usada por várias pessoas é algo que
39. Beatriz Zorovich, de 78 anos, conhece há muitas décadas. Um belo dia, quando estava
40. na cozinha, ela percebeu que, se a bacia que usava para lavar o arroz tivesse furinhos,
41. ficaria fácil escorrer os grãos. Com a ajuda do marido, o engenheiro Sólon Zorovich,
42. construiu um protótipo em uma espécie de papel alumínio grosso.[...] Deu certo:
43. lançado na Feira de Utilidades Domésticas de 1962, o escorredor de arroz ganhou as
44. cozinhas de todo o País. Beatriz não sabe calcular exatamente quanto ganhou com o
45. produto. Mas lembra que os lucros equivaliam ao seu salário de dentista. A patente
46. expirou em 1978.[...]
COSTA, Rachel. Sorria.

17. (CESGRANRIO – PROMINP – MÉDIO – 2010)


O texto “Como não pensei nisso antes?” tem como tema as(os)
a) invenções movidas pelo desespero do cotidiano.
b) origens dos objetos de inventores famosos.
c) problemas da vida de pessoas ilustres.
d) inventores que saíram do anonimato.
e) obstáculos do dia a dia transformados em invenções.

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NOTÍCIAS: são autorais, apesar de nem sempre serem assinadas. Seu objetivo é tão somente o
de informar, não o de convencer.

EXEMPLIFICANDO

RETRATOS DE UMA ÉPOCA


Mostra exibe cartões-postais de um tempo que não volta mais Em tempos de redes sociais
e da presença cada vez maior da internet no cotidiano, pouca gente se recorda de que nem
sempre tudo foi assim tão rápido, instantâneo e impessoal. Se os adultos esquecem logo,
crianças e adolescentes nem sabem como os avós de seus avós se comunicavam.
Há 15 dias, uma educadora no Recife, Niedja Santos, indagou a um grupo de estudantes
quais os meios de comunicação que eles conheciam. Nenhum citou cartões-postais. Pois eles
já foram tão importantes que eram usados para troca de mensagens de amor, de amizade, de
votos de felicidades e de versos enamorados que hoje podem parecer cafonas, mas que, entre
os séculos XIX e XX, sugeriam apenas o sentimento movido a sonho e romantismo. Para se ter
uma ideia de sua importância, basta lembrar um pouco da história: nasceram na Áustria, na
segunda metade do século XIX, como um novo meio de correspondência. E a invenção de um
professor de Economia chamado Emannuel Hermann fez tanto sucesso que, em apenas um
ano, foram vendidos mais de dez milhões de unidades só no Império Austro-Húngaro. Depois,
espalharam-se pelo mundo e eram aguardados com ansiedade.
– A moda dos cartões-postais, trazida da Europa, sobretudo da França, no início do século
passado para o Recife de antigamente, tornou-se uma mania que invadiu toda a cidade – lembra
o colecionador Liedo Maranhão, que passou meio século colecionando-os e reuniu mais de
600, 253 dos quais estão na exposição “Postaes: A correspondência afetiva na Coleção Liedo
Maranhão”, no Centro Cultural dos Correios, na capital pernambucana.
O pesquisador, residente em Pernambuco, começou a se interessar pelo assunto vendo,
ainda jovem, os postais que eram trocados na sua própria família. Depois, passou a comprá-
los no Mercado São José, reduto da cultura popular do Recife, onde eram encontrados em
caixas de sapato ou pendurados em cordões para chamar a atenção dos visitantes. Boa parte
da coleção vem daí. [...]
– Acho que seu impacto é justamente o de trazer para o mundo contemporâneo o glamour
e o romantismo de um meio de comunicação tão usual no passado – afirma o curador Gustavo
Maia.
– O que mais chama a atenção é o sentimento romântico como conceito, que pode ser
percebido na delicadeza perdida de uma forma de comunicação que hoje está em desuso –
reforça Bartira Ferraz, outra curadora da mostra. [...]
LINS, Letícia. Retratos de uma época. Revista O Globo, Rio de Janeiro, n. 353, p. 26-28, 1º maio 2011. Adaptado.

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18. (CESGRANRIO – FINEP – ANALISTA – 2011)
A ideia contida nos dois primeiros parágrafos é a de que
a) a necessidade de comunicação interpessoal desenvolveu-se só com a internet.
b) os cartões-postais eram, à sua época, considerados cafonas.
c) a atividade interpessoal realizada hoje pela internet era realizada, antes, similarmente por
meio dos cartões-postais.
d) a importância dos cartões-postais se deveu ao fato de terem sido criados na Europa e,
então, trazidos para o Brasil.
e) os cartões-postais eram o principal meio de correspondência entre os professores na
Áustria.

19. (CESGRANRIO – FINEP – ANALISTA – 2011)


As afirmações abaixo relacionam-se ao professor Emannuel Hermann.
I – Deixou de ser professor de Economia, após vender mais de dez milhões de postais.
II – Inventou os cartões-postais.
III – Nasceu na segunda metade do século XIX.
Está contido no texto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.
CRÔNICA: fotografia do cotidiano, realizada por olhos particulares. Geralmente, o cronista
apropria-se de um fato atual do cotidiano, para, posteriormente, tecer críticas ao status quo,
baseadas quase exclusivamente em seu ponto de vista. A linguagem desse tipo de texto é
predominantemente coloquial.

EXEMPLIFICANDO
A vida sem celular
O inevitável aconteceu: perdi meu celular. Estava no bolso da calça. Voltei do Rio de Janeiro,
peguei um táxi no aeroporto. Deve ter caído no banco e não percebi. Tentei ligar para o meu
próprio número. Deu caixa postal. Provavelmente eu o desliguei no embarque e esqueci de
ativá-lo novamente. Meu quarto parece uma trincheira de guerra de tanto procurá-lo.
Agora me rendo: sou um homem sem celular. O primeiro sentimento é de pânico. Como
vou falar com meus amigos? Como vão me encontrar? Estou desconectado do mundo. Nunca
botei minha agenda em um programa de computador, para simplesmente recarregá-la em um
novo aparelho. Será árduo garimpar os números da família, amigos, contatos profissionais.
E se alguém me ligar com um assunto importante? A insegurança é total. Reflito. Podem me
achar pelo telefone fixo. Meus amigos me encontrarão, pois são meus amigos. Eu os buscarei, é
óbvio. Então por que tanto terror?

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Banco do Brasil 2013/2 – Interpretação de Texto – Profª Maria Tereza

Há alguns anos – nem tantos assim – ninguém tinha celular. A implantação demorou por
aqui, em relação a outros países. E a vida seguia. Se alguém precisasse falar comigo, deixava
recado. Depois eu chamava de volta. Se estivesse aguardando um trabalho, por exemplo,
eu ficava esperto. Ligava perguntando se havia novidades. Muitas coisas demoravam para
acontecer. Mas as pessoas contavam com essa demora. Não era realmente ruim. Saía tranquilo,
sem o risco de que me encontrassem a qualquer momento, por qualquer bobagem.
A maior parte das pessoas vê urgência onde absolutamente não há. Ligam afobadas para
fazer uma pergunta qualquer. Se não chamo de volta, até se ofendem.
— Eu estava no cinema, depois fui jantar, bater papo.
— É... Mas podia ter ligado!
Como dizer que podia, mas não queria?
Vejo motoristas de táxi tentando se desvencilhar de um telefonema.
— Agora não posso falar, estou dirigindo.
— Só mais uma coisinha...
Fico apavorado no banco enquanto ele faz curvas e curvas, uma única mão no volante. Muita
gente não consegue desligar mesmo quando se explica ser impossível falar. Dá um nervoso!
A maioria dos chefes sente-se no direito de ligar para o subordinado a qualquer hora. Noites,
fins de semana, tudo submergiu numa contínua atividade profissional. No relacionamento
pessoal ocorre o mesmo.
— Onde você está? Estou ouvindo uma farra aí atrás.
— Vendo televisão! É um comercial de cerveja!
Um amigo se recusa a ter celular.
— Fico mais livre.
Às vezes um colega de trabalho reclama:
— Precisava falar com você, mas não te achei.
— Não era para achar mesmo.
Há quem desfrute o melhor. Conheço uma representante de vendas que trabalha na
praia durante o verão. Enquanto torra ao sol, compra, vende, negocia. Mas, às vezes, quando
está para fechar o negócio mais importante do mês, o aparelho fica fora de área. Ela quase
enlouquece!
Pois é. O celular costuma ficar fora de área nos momentos mais terríveis. Parece de
propósito! Como em um recente acidente automobilístico que me aconteceu. Eu estava bem,
mas precisava falar com a seguradora. O carro em uma rua movimentada. E o celular mudo!
Quase pirei! E quando descarrega no melhor de um papo, ou, pior, no meio da briga, dando a
impressão de que desliguei na cara?

www.acasadoconcurseiro.com.br 215
Na minha infância, não tinha nem telefone em casa. Agora não suporto a ideia de passar um
dia desconectado. É incrível como o mundo moderno cria necessidades. Viver conectado virou
vício. Talvez o dia a dia fosse mais calmo sem celular. Mas vou correndo comprar um novo!
CARRASCO, Walcyr. A vida sem celular. Veja São Paulo, São Paulo, n.2107, 08 abr. 2009. Disponível em: <http://
vejasp.abril.com.br/revista/ edicao-2107/avida-sem-celular> Acesso: 26 dez. 2011. Adaptado.

20. (CESGRANRIO – LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – MÉDIO - 2012)


De acordo com o texto, um exemplo de pessoa/setor da sociedade que consegue claramente
tirar proveito do celular é o(a)
a) motorista de táxi
b) próprio narrador
c) trabalhador subordinado
d) representante de vendas
e) família tradicional

21. (CESGRANRIO – LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – MÉDIO - 2012)


Ao longo do texto, o cronista reflete sobre aspectos diversos relativos à inserção do celular
no cotidiano. Pela leitura global do texto, sintetiza-se o conjunto da reflexão do cronista da
seguinte maneira:
a) Apesar dos aspectos negativos, hoje o celular é uma necessidade.
b) Sem a existência do celular, as pessoas eram tolerantes.
c) Para as pessoas de hoje, o celular traz novas oportunidades.
d) Com o advento dessa tecnologia, a comunicação ficou acelerada.
e) Em certas situações cotidianas, essa tecnologia é dispensável.
BREVE ENSAIO: é autoral; trata-se de texto opinativo/argumentativo, assinado, no qual o autor
expressa a sua opinião. Geralmente, aborda assuntos universais.

EXEMPLIFICANDO
O romance policial, descendente do extinto romance gótico, conserva características
significativas do gênero precursor: a popularidade imensa e os meios para obtê-la. “Romances
policiais”, reza um anúncio do editor de Edgar Wallace, “são lidos por homens e mulheres
de todas as classes; porque não há nada que seja tão interessante como a explicação de um
crime misterioso. Não há nada que contribua com eficiência maior para divertir os espíritos
preocupados”.
Os criminosos e detetives dos romances policiais servem-se dos instrumentos requintados
da tecnologia moderna para cometer e revelar horrores: sociedades anônimas do crime,
laboratórios científicos transformados em câmaras de tortura. Os leitores contemporâneos
acreditam firmemente na onipotência das ciências naturais e da tecnologia para resolver
todos os problemas e criar um mundo melhor; ao mesmo tempo, devoram romances nos
quais os mesmíssimos instrumentos físicos e químicos servem para cometer os crimes mais
abomináveis.

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Banco do Brasil 2013/2 – Interpretação de Texto – Profª Maria Tereza

Leitores de romances policiais não são exigentes. Apenas exigem imperiosamente um


final feliz: depois da descoberta do assassino, as núpcias entre a datilógrafa do escritório dos
criminosos e o diretor do banco visado por eles, ou então a união matrimonial entre o detetive
competente e a bela pecadora arrependida.
Não adianta condenar os romances policiais porque lhes falta o valor literário. Eles são
expressões legítimas da alma coletiva, embora não literárias, e sim apenas livrescas de desejos
coletivos de evasão.
(Adaptado de Otto Maria Carpeaux. Ensaios reunidos 1942-1978. Rio de Janeiro: UniverCidade e TopBooks, v.1,
1999. P. 488-90)

22. (CESGRANRIO – BB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – 2012)


O leitor de romances policiais, tal como caracterizado no texto,
a) pertence a determinada classe social e despreza a técnica literária.
b) é difícil de satisfazer e descrente da moral contemporânea.
c) confia na soberania da ciência e é condescendente com enredos inverossímeis.
d) é leigo em tecnologia e demonstra alto grau de erudição.
e) usa a leitura como fonte de entretenimento e prescinde de finais felizes.
PEÇA PUBLICITÁRIA: a propaganda é um modo específico de apresentar informação sobre
produto, marca, empresa, ideia ou política, visando a influenciar a atitude de uma audiência
em relação a uma causa, posição ou atuação. A propaganda comercial é chamada, também, de
publicidade. Ao contrário da busca de imparcialidade na comunicação, a propaganda apresenta
informações com o objetivo principal de influenciar uma audiência. Para tal, frequentemente,
apresenta os fatos seletivamente (possibilitando a mentira por omissão) para encorajar
determinadas conclusões, ou usa mensagens exageradas para produzir uma resposta emocional
e não racional à informação apresentada. Costuma ser estruturado por meio de frases curtas e
em ordem direta, utilizando elementos não verbais para reforçar a mensagem.

EXEMPLIFICANDO
O anúncio publicitário a seguir é uma campanha de um adoçante, que tem como seu slogan a
frase “Mude sua embalagem”.

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23. (CESGRANRIO – FUNASA – AGENTE ADMINISTRATIVO – 2009)
A palavra “embalagem”, presente no slogan da campanha, é altamente expressiva e substitui a
palavra
a) vida.
b) corpo.
c) jeito.
d) história.
e) postura.
CHARGE: é um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar algum acontecimento atual
com uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de origem francesa e significa carga,
ou seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. Apesar de ser
confundida com cartum, é considerada totalmente diferente: ao contrário da charge, que tece
uma crítica contundente, o cartum retrata situações mais corriqueiras da sociedade. Mais do
que um simples desenho, a charge é uma crítica político-social mediante o artista expressa
graficamente sua visão sobre determinadas situações cotidianas por meio do humor e da sátira.

EXEMPLIFICANDO
A charge a seguir trata da situação crítica a que está submetido o País em relação à dengue.

24. (CESGRANRIO – FUNASA – AGENTE ADMINISTRATIVO – 2009)Uma charge tem como objetivo,
por meio de seu tom caricatural, provocar, no leitor, dada reação acerca de um fato específico.
De acordo com a situação em que foi produzida, a charge de Ique, aqui apresentada, visa a
provocar, no leitor, uma reação de
a) consternação.
b) revolta.
c) alerta.
d) complacência.
e) belicosidade.
QUADRINHOS: hipergênero, que agrega diferentes outros gêneros, cada um com suas
peculiaridades.

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Banco do Brasil 2013/2 – Interpretação de Texto – Profª Maria Tereza

EXEMPLIFICANDO

25. (CESGRANRIO – IBGE – JORNALISMO – 2010)


Na tira acima, observa-se um desvio no emprego da norma culta da Língua Portuguesa. Com
base no entendimento da mensagem e considerando o último quadrinho, o uso de tal variação
pode ser explicado pelo fato de
a) criticar o emprego excessivo de línguas estrangeiras no Brasil.
b) abolir uma marca da oralidade na escrita.
c) ironizar a forma como os brasileiros utilizam a Língua Portuguesa.
d) exemplificar como a língua falada se diferencia da língua escrita.
e) valorizar o idioma nacional por meio do status da Língua Estrangeira.

Gabarito: 1. A 2. D 3. B 4. B 5. B 6. A 7. A 8. E 9. A 10. C 11. C 12. A 13. A 14. B 15. E 16. D 
17. E 18. C 19. B 20. D 21. A 22. C 23. B 24. C 25. A

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Redação

Professora: Maria Tereza

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Redação

INFORMAÇÕES GERAIS – CONFORME EDITAL

Será considerado habilitado para a prova de Redação (2ª Etapa) o candidato que esteja
classificado, na 1ª Etapa, em uma posição que não ultrapasse o dobro do número de vagas do
cadastro de reserva da Microrregião para a qual se candidatou.
A seleção na 2ª ETAPA será feita por meio de Prova de Redação, de caráter eliminatório.
A Redação deve ser estruturada na forma de texto em prosa do tipo dissertativo-argumentativo,
e valerá até 100,0 (cem) pontos.
Em atendimento ao que está estabelecido no Decreto nº 7.875, de 27 de dezembro de 2012,
serão aceitas como corretas, até 31 de dezembro de 2015, ambas as ortografias, isto é, a forma
de grafar e de acentuar as palavras vigentes até 31 de dezembro de 2008 e a que entrou em
vigor em 1º de janeiro de 2009.
A Redação será avaliada conforme os critérios a seguir:
•• adequação ao tema proposto;
•• adequação ao tipo de texto solicitado;
•• emprego apropriado de mecanismos de coesão (referenciação, sequenciação e
demarcação das partes do texto);
•• capacidade de selecionar, organizar e relacionar de forma coerente argumentos
pertinentes ao tema proposto;
•• pleno domínio da modalidade escrita da norma-padrão (adequação vocabular,
ortografia, morfologia, sintaxe de concordância, de regência e de colocação).
A Redação deverá ser feita com caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material
transparente, e deverá conter de 25 (vinte e cinco) a 30 (trinta) linhas.
Será atribuída nota ZERO à Redação do candidato que:
•• fugir ao tipo de texto em prosa dissertativo-argumentativo;
•• fugir ao tema proposto;
•• apresentar texto sob forma não articulada verbalmente em língua portuguesa (apenas
com desenhos, números e palavras soltas ou em forma de verso);
•• for produzida com menos de 15 (quinze) linhas;
•• for assinada e/ou apresentar qualquer sinal que, de alguma forma, possibilite a
identificação do candidato;
•• for escrita a lápis, em parte ou na sua totalidade.
Serão eliminados os candidatos que obtiverem nota inferior a 60,0 (sessenta) pontos na prova
de Redação.

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DÚVIDAS COMUNS

Linhas: respeite o número de linhas – de 25 a 30 linhas.


Margens: obedeça às margens direita e esquerda, bem como a do parágrafo.
Letra: faça letras de tamanho regular. Diferencie maiúsculas de minúsculas.
Retificações: atráz atrás
Título:
•• Há solução para a violência.
•• A Violência nas Grandes Cidades
•• A violência: causas e consequências.
A presença de título no texto não é penalizada, a não ser que haja determinação contrária
expressa em comando da prova. A linha em que o título for exposto é contada como
efetivamente escrita.

Translineação: hífen tão somente do lado direito da palavra translineada.


Grafia: você pode utilizar a nova ortografia ou a antiga – desde que escreva corretamente.
Afinal, a anterior vale até 31/12/15.

O QUE É DISSERTAÇÃO?

Trata-se da discussão de problemas por meio de um texto argumentativo, o qual deve apresentar
Introdução, Desenvolvimento e Conclusão, adotando-se o padrão de quatro/cinco parágrafos.
Em cada parágrafo, deve haver um mínimo de dois períodos com, aproximadamente, três linhas
em cada um.
Tal texto deve ser objetivo, veiculando informações consensuais. Sua finalidade não é literária.
Visa a convencer, a persuadir o leitor.
Evite definições e críticas virulentas, bem como manifestação de preconceitos.
(Dessa forma, apresente o máximo de conhecimento possível sobre o assunto, uma vez que
é pautado naquele que o examinador irá identificar os pontos-chave que interessam à banca
para atribuir pontuação ao seu texto.)

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Banco do Brasil 2013/2 – Redação – Profª Maria Tereza

ESTRUTURA
Introdução (± 5 linhas) Importante

Assunto + Tema + Tese Todos os


parágrafos
Desenvolvimento 1 (± 10 linhas) deverão
conter, no
Dissertar: assunto + tema. mínimo,
dois
Desenvolvimento 2 (± 10 linhas) períodos.
Argumentar: tese. Cuidado:
um § para
Conclusão (± 5 linhas): Tema + Tese + cada
sugestão de medidas e de ações efetivas. aspecto.

ESTRUTURA

1. INTRODUÇÃO: a principal finalidade da introdução é anunciar o assunto, definir o tema


que vai ser tratado, de maneira clara e concisa. Na introdução, são requisitos básicos a
definição do assunto e a indicação do caminho que será seguido para sua apresentação.

INTRODUÇÃO
Estrutura da Introdução:
1º período: assunto (palavra mais geral do tema).
2º período: tema
3º período: tese.

OU
1º período: assunto + tema.
2º período: tese.
3º período: encaminhamento de solução de eventual problema.

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2. EXPRESSÕES INTRODUTÓRIAS – DICAS
•• O (A) ..... é de fundamental importância em .... É de fundamental importância o (a) ....
•• É indiscutível que ... / É inegável que ...
•• Muito se discute a importância de ...
•• Comenta-se, com frequência, a respeito de ...
•• Não raro, toma-se conhecimento, por meio de ..., de ...
•• Apesar de muitos acreditarem que ... (refutação)
•• Ao contrário do que muitos acreditam ... (refutação)
•• Pode-se afirmar que, em razão de ... (devido a, pelo) ...
•• “Os recentes acontecimentos ... evidenciaram...”
•• “A questão ... está novamente em evidência...”
3. MODELOS DE INTRODUÇÃO
•• Declaratória – consiste em expor o mesmo que sugere a proposta, usando outras
palavras e outra organização. O principal risco desse tipo de introdução é o de ser
parafrástica.
•• Perguntas – pode-se iniciar a redação com uma série de perguntas. Porém, cuidado!
Devem ser perguntas não retóricas, que levem a questionamentos e reflexões, e
não vazias cujas respostas sejam genéricas. As perguntas devem ser respondidas, no
desenvolvimento, por meio de argumentações coerentes. Por ser uma forma bastante
simples de começar um texto, às vezes não consegue atrair suficientemente a atenção
do leitor.
•• Histórica – deve-se tomar o cuidado de escolher fatos históricos conhecidos e
significativos para o desenvolvimento que se pretende dar ao texto.
•• Comparação social, geográfica ou de qualquer outra natureza – trata-se de apresentar
uma analogia entre elementos, sem buscar no passado a argumentação. Constitui-
se na comparação de dois países, dois fatos, de duas personagens, enfim, de dois
elementos, para comprovar a tese. Lembre-se de que se trata da introdução, portanto
a comparação apenas será apresentada para, no desenvolvimento, ser discutido cada
elemento da comparação em um parágrafo.
•• Citação / Argumento de Autoridade – abre-se esse tipo de introdução por meio de
uma citação pertencente a qualquer área do conhecimento ou mediante a afirmação
de uma autoridade no tema em pauta. É preciso ressaltar que tais expedientes não são
gratuitos – meros “enfeites” – e que, portanto, a ideia que veiculam deve ser retomada
ao longo do texto ou na conclusão.
4. DESENVOLVIMENTO: é a parte nuclear e a mais extensa da redação. Nessa parte, são
apresentados os argumentos, as ideias principais. No D1 (tomando-se por base dois
parágrafos de desenvolvimento) primeiramente, analisa-se o tema, desdobrando-o,
decompondo o todo em partes. Dessa primeira análise surgirão os detalhes importantes
que serão, por sua vez, posteriormente analisados e justificados. A discussão dos detalhes
dará ensejo para a apresentação, no D2 (TESE), dos argumentos. A discussão pode ser
ilustrada com citações textuais ou conceituais de autoridades, escritores, filósofos,
cineastas, pensadores, educadores, atores etc.

226 www.acasadoconcurseiro.com.br
Banco do Brasil 2013/2– Redação – Profª Maria Tereza

5. MODOS DE DESENVOLVIMENTO
•• Causas e consequências – é a apresentação dos aspectos que levaram ao problema
discutido e das suas decorrências.
•• Exemplificação – a exemplificação é a maneira mais fácil de se desenvolver a
dissertação, desde que não seja exclusiva: é preciso analisar os exemplos e relacioná-
los ao tema. Devem-se apresentar exemplos concretos.
6. LIGAÇÃO ENTRE OS PARÁGRAFOS DE DESENVOLVIMENTO - DICAS
D1
•• É preciso, em primeiro lugar, lembrar...
•• É preciso, primeiramente, considerar...
•• É necessário frisar também...
D2/D3
•• Nota-se, por outro lado, que...
•• É imprescindível insistir no fato de que...
•• Não se pode esquecer
•• Além disso...
•• Outro fator existente...
•• Outra preocupação constante...
•• Ainda convém lembrar...
7. TIPOS DE ARGUMENTO
•• Argumento de autoridade - a citação de autores renomados (escritores célebres)
e de autoridades de certa área do saber (educadores, filósofos, cientistas etc.) é
aconselhável quando se trata de fundamentar uma ideia, uma tese.
•• Argumento baseado no consenso - são proposições evidentes por si mesmas ou
universalmente aceitas como verdade. Contudo, não se deve confundir argumento
baseado no consenso com lugares comuns carentes de base científica.
•• Argumento baseado em provas concretas - a argumentação consiste numa declaração
seguida de prova. As provas concretas constituem-se, principalmente, de fatos, de
dados estatísticos, de exemplos, de ilustrações.
8. CONCLUSÃO
Não confunda conclusão com apreciação do trabalho. É muito comum encontrar dissertações
que apresentam na conclusão uma apreciação do assunto, ou frases do tipo “Eu acho muito
importante .........., por isso ou aquilo...”
Na introdução, anuncia-se o que se vai fazer; na conclusão, confirma-se o que foi feito. Se a
introdução pode ser considerada um “trailer” do trabalho, a conclusão é um “replay”.
A despeito de ser um “replay” (tema – tese – solução), admite-se fato novo: ideia ou argumento.

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9. EXPRESSÕES CONCLUSIVAS – DICAS
Conjunções conclusivas:
•• Portanto,...

•• Por conseguinte,...

•• Logo,...

•• Em suma,...

•• Dessa forma,...

•• Definitivamente,...

•• Indubitavelmente,...

Na CONCLUSÃO não use


•Fórmulas prontas para iniciar a conclusão(Conclui-se,
Concluímos, De acordo com os argumentos citados
anteriormente, Com base na problemática acima enfocada,
etc.)
•Uma frase de efeito, um clichê, um slogan, um
provérbio:
A esperança é a última que morre.
•Um apelo a uma entidade milagrosa:
É preciso que o governo se conscientize de que...
•Uma conclusão utópica, messiânica:
No dia em que o homem perceber que... ele aprenderá
que...
Mas temos certeza de que, dentro de poucos anos, o
problema do menor abandonado estará resolvido.

10. COMO UTILIZAR ADEQUADAMENTE OS TEXTOS DE APOIO


•• Compreender as ideias desses textos: apenas apreender o essencial, deixar de lado o
acessório, fazer inferências, perceber o que está implícito.
•• Aproveitar os dados oferecidos como pontos de partida para reflexões: não faça
paráfrases, apenas parta do texto.
•• Acrescentar aos dados oferecidos sua contribuição: repetir o óbvio ou fixar-se no senso
comum resulta em produção de textos entediantes.

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Banco do Brasil 2013/2– Redação – Profª Maria Tereza

EXEMPLIFICANDO
CEF – TÉCNICO BANCÁRIO – CESGRANRIO – 2012
Sucata pós-moderna
À já extensa lista de problemas ambientais que enfrentamos adiciona-se um novo item: o
lixo eletrônico. Ignorado pela maioria dos consumidores, o destino final de aparelhos como
computadores, telefones celulares e televisores representa grave ameaça à saúde do planeta,
pois eles contêm elementos químicos tóxicos em seus componentes.
O lixo eletrônico é mais um produto da moderna sociedade de consumo, que se firma sobre
um modelo totalmente insustentável. Aparelhos de telefone, produtos de informática,
eletrodomésticos, equipamentos médico-hospitalares e até brinquedos são alguns dos novos
vilões do meio ambiente.
A reciclagem desse material pode ser vista de duas maneiras: uma boa, outra ruim. A boa é que
muitos aparelhos têm grande potencial para reciclagem, devido à presença de metais preciosos
em alguns circuitos eletrônicos. A ruim é que esse potencial raramente é explorado, uma vez
que reciclar lixo eletrônico é um desafio.
KUGLER, Henrique. Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje. 30 jun. 2008, p. 38 (Adaptado).

O progresso melhorou a vida da humanidade, mas criou muitos problemas. A acumulação do


lixo é inevitável, faz parte do mundo atual e não para de crescer e se multiplicar, com novos
e problemáticos ingredientes. Uma questão do nosso tempo é o que fazer com o espantoso
volume de detritos — sacolas plásticas, garrafas pet, placas e teclados de computadores,
celulares etc. — de modo a evitar o prejuízo à saúde humana e ao meio ambiente, além de
transformá-los em riqueza.
Tomando como ponto de partida essas reflexões, elabore um texto dissertativo-argumentativo,
em que se discuta
A POLÊMICA ENTRE A NECESSIDADE DO PROGRESSO E AS IMPLICAÇÕES DO LIXO NAS
CONDIÇÕES DE VIDA NO PLANETA.
Justifique sua posição com argumentos.

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Exemplo de Redação CESGRANRIO (CEF – 2012)
Bruno Falcão, aluno da Casa do Concurseiro. (7,0)
Muito se discute a respeito da necessidade de crescimento tecnológico(,) e Vírgula antes de "E".
(o) impacto ambiental causado pelo lixo produzido por meio do descarte de
"Sobre o"=Paralelismo.
(aparelhos eletrônicos). O desenvolvimento de alternativas que diminuam o
Restrição em relação
(impacto) ao meio ambiente é extremamente necessário. ao tema.
Repetição próxima.
Assunto: CRESCIMENTO (=PROGRESSO) TECNOLÓGICO <
Tema: POLÊMICA – PROGRESSO E IMPLICAÇÕES DO LIXO
Opinião + encaminhamento de solução = último período
Não se separa sj-verbo por
5 linhas = 2 períodos vírgula.
Idem.
É preciso frisar(,) que um (grante) grande vilão entre os eletrônicos(,) é o
aparelho celular. Pesquisas recentes indicam que, no Brasil, existem mais Retomada = esses.

aparelhos celulares do que pessoas. (Estes) aparelhos eletrônicos (tem) como Têm.
componente principal uma bateria feita de material nocivo ao meio Quebra de paralelismo.
ambiente (e que) não pode ser reciclado, (acumulando) (assim), uma quantidade
Ambiguidade: que(m)
enorme de lixo. acumula?

Deslocado = isolado.
Utilização adequada de nexos entre parágrafos.
Argumento de prova concreta = texto de apoio.
Trecho descritivo > aspectos reflexivos.
“Pesquisas recentes”: pouca consistência argumentativa.
Apenas?.
7 linhas = 3 períodos.
Sem hífen.

Além disso, as sacolas plásticas se acumulam (no fundo do mar) e dos rios, Repetição próxima./
"acumulado" - o lixo.
prejudicando o funcionamento do (meio-ambiente), (acumu) aumentando Retomada = essas.
cada vez mais a quantidade de lixo (acumulada) no planeta. (Estas) sacolas Sem vírgula antes de
demoram dezenas de anos para desaparecer do nosso planeta. Medidas "como" ordem direta.
simples podem ser adotadas(,) como(:) a substituição das sacolas de plástico Fragmentação.
por (sacolas) de papel, (diminuindo assim,) os danos causados ao meio Repetição próxima.
ambiente, pois o (papel) se decompõe muito mais rápido do que o (plástico). Deslocado = isolado.
Repetição próxima.
Utilização adequada de nexos entre parágrafos. Idem.
Argumento de consenso.
Ausência de argumento de autoridade.
Não abordagem da relação progresso – lixo.
9 linhas = 3 períodos.
Restrição incoerente:
retoma apenas D1
Portanto, ao considerar a necessidade de progredir tecnologicamente(,) é
necessário refletir a respeito dos danos causados ao ecossistema. É Não se separa sj-verbo
por vírgula.
(fundamental), que não somente os fabricantes, mas também a população(,)
Idem.
(mude) seu cotidiano com o objetivo de proteger o planeta. Só assim, é
possível progredir de verdade.
Concordância.

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Banco do Brasil 2013/2– Redação – Profª Maria Tereza

FINEP – ANALISTA – CESGRANRIO – 2011


ABAIXO A OBSOLESCÊNCIA
Nossos avós são de uma época em que a compra de um eletrodoméstico era uma aquisição
para a vida inteira. Uma geladeira, pois, tinha de perdurar por gerações... Hoje a lógica do
mercado é completamente oposta, e nós, consumidores, vivemos um ciclo constante de
compra, reposição e repetição. No início dos anos 1960, o visionário designer alemão Dieter
Rams previu o crescimento desenfreado dessa tendência e criou um produto que, nos 50 anos
seguintes, iria nadar contra a maré: o Sistema Universal de Prateleiras 606. Trata-se de um
produto simples, mas que foi concebido para durar ad eternum, pois a composição mantém os
mesmos padrões desde a primeira peça comercializada e a montagem é altamente flexível. [...]
Vida Simples. São Paulo: Abril, n. 105, maio 2011. p.14.

O iPad estreou ontem com sucesso nas lojas – físicas e virtuais – do Brasil. As filas que se
formaram ainda na quinta-feira já indicavam o interesse pelo tablet. [...] O economista Salmo
Valentim já tem um iPad, mas não resistiu à novidade. Levou para casa um modelo mais caro e
completo, com 64 GB, Wi-fi e 3G. [...]
O Globo, Rio de Janeiro, 28 maio 2011. p. 37. Adaptado.

Com base nos textos acima e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo/
argumentativo, expondo sua opinião e suas ideias sobre a sociedade de consumo e como esse
conceito afeta os consumidores, a indústria, o comércio e o setor de serviços (oficinas de
conserto, por exemplo). Aponte vantagens e desvantagens relacionadas a um ou mais desses
grupos.

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Exemplo de Redação CESGRANRIO – FINEP-2012 (segundo a internet, redação exemplar)

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Banco do Brasil 2013/2– Redação – Profª Maria Tereza

11. PROPOSTAS DE REDAÇÃO CESGRANRIO


PROPOSTA 1 (BNDES – Técnico Administrativo – 2012 – Banca Cesgranrio)
Texto 1
No início desse século, a atuação empresarial privada evidenciou a necessidade de
aperfeiçoamento da gestão da ética em suas organizações. Algumas grandes empresas
internacionais, entre elas líderes em seus respectivos setores de atuação, se viram envolvidas
em rumorosos casos de escândalos corporativos-financeiros. Nesse ambiente conturbado,
as autoridades americanas aprovaram a legislação Sarbanes-Oxley [...], reconhecendo a
necessidade de atuar com rigor na prevenção, na gestão e na punição dos responsáveis por
desvios éticos, fraudes e corrupção.
Disponível em:<http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/BNDES_Transparente/
Gestao_ da_ Etica/breve_ historia.html> Acesso em: 19 jul. 2012.

Texto 2
“Considerem uma pesquisa que envolveu quase 16.000 alunos de 31 importantes universidades,
realizada pelo Professor Donald MacCabe, da Universidade Rutgers: 76 por cento dos estudantes
com pretensão de desenvolver carreiras empresariais admitiram ter colado pelo menos uma
vez numa prova. Noventa por cento admitiram ter colado quatro vezes ou mais. [...]
Por que nossos estudantes pensam dessa maneira? Podemos constatar alguns fatos importantes
nas entrelinhas das respostas a outras perguntas incluídas na pesquisa das Bandeirantes da
América. Perguntou-se aos estudantes: “Qual seria, na sua opinião, a autoridade de maior
credibilidade para questões relacionadas à verdade?” [...]
Pouquíssimos dos entrevistados responderam “a imprensa” ou “a ciência”. Alguns outros
responderam “meus pais” ou “minha religião”. A maioria, na verdade, respondeu: ‘Eu. Não
existe qualquer outra autoridade para a verdade além de mim mesmo. Se eu não achar que
uma coisa é verdadeira, não há ninguém a quem eu possa recorrer para saber o que seria a
verdade.’”
Disponível em:http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/empresa/
etica/a_ etica_ e_ uma_ so.pdf> Acesso em: 19 jul. 2012.

Os textos evidenciam a relação que se pode estabelecer entre a ética individual e a ética
empresarial. Ou seja, as pessoas têm uma ética própria, que adquiriram por si mesmas ou
por outros fatores, mas existem e trabalham dentro de uma sociedade, de um grupo, de uma
comunidade.
Considerando-se que novos funcionários são constantemente admitidos em empresas, redija
um texto sobre COMO É POSSÍVEL FAZER CONVIVER OS PADRÕES DE COMPORTAMENTO DE
CADA INDIVÍDUO COM OS VALORES ESTIPULADOS PELAS EMPRESAS. (25 a 30 linhas)
PROPOSTA 2 (FINEP – Suporte Técnico – 2011 – Banca Cesgranrio)
“E se eu lhe disser que estou com medo de ser feliz para sempre?” [...]
É uma pergunta que vem ao encontro do que se debateu dias atrás num programa de tevê. Um
psicanalista comentou que ser feliz não é tão importante, que mais vale uma vida interessante.
[...]

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“Ser feliz”, no contexto em que foi exposto, significa o cumprimento das metas tradicionais: ter
um bom emprego, ganhar algum dinheiro, ser casado e ter filhos. Isso traz felicidade? Claro que
traz. Saber que “chegamos lá” sempre é uma fonte de tranquilidade e segurança. Conseguimos
nos encontrar como era esperado. A vida tal qual manda o figurino. [...]
Pessoas com vidas interessantes não se aborrecem. Elas trocam de cidade. Investem em
projetos sem garantia. Interessam-se por gente que é o oposto delas. Pedem demissão sem
ter outro emprego em vista. Aceitam convite para fazer o que nunca fizeram. Estão dispostas a
mudar de cor preferida, de prato predileto. Começam do zero inúmeras vezes. Não se assustam
com a passagem do tempo. [...]
MEDEIROS, Marta. Uma vida interessante. In: Doidas e Santas. Porto Alegre, L&PM, 2008. p. 54-55. Adaptado.

O texto de Marta Medeiros apresenta um confronto entre uma vida feliz e uma vida interessante.
Com base no texto e em sua experiência pessoal, escreva uma redação expondo sua opinião a
respeito do assunto, fundamentando suas ideias. (20 a 30 linhas)
PROPOSTA 3 (SEPLAG – Fiscal de Controle Sanitário / Enfermeiro – 2011 – Banca Cesgranrio)
Texto I
Estatuto do idoso
Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem
prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros
meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental
e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e
dignidade.
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar
ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao
respeito e à convivência familiar e comunitária.
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de
Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo
das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo
a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.
Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento às
necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim
como orientação a cuidadores familiares e grupos de autoajuda.
Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por meio do conjunto articulado de
ações governamentais e não governamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento:
I – políticas sociais básicas;

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II – políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para aqueles que


necessitarem;
III – serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de negligência, maus-tratos,
exploração, abuso, crueldade e opressão;
IV – serviço de identificação e localização de parentes ou responsáveis por idosos abandonados
em hospitais e instituições de longa permanência;
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos dos idosos;
VI – mobilização da opinião pública no sentido da participação dos diversos segmentos da
sociedade no atendimento do idoso.
BRASIL. Lei no 10.741, de 1 de outubro de 2003. Estatuto do idoso. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 3 out. 2003. Adaptado

Texto II
Rumo a um mundo de centenários
Quem tem por volta de 40 anos de idade hoje, ou menos, pode ir se preparando: se os
especialistas estiverem certos, suas chances de chegar aos cem serão muito maiores, e em
condições muito próximas das que vive atualmente. Este acréscimo na expectativa e qualidade
de vida virá de diversos avanços esperados para as próximas décadas em áreas como medicina
regenerativa, células-tronco e biologia molecular que, segundo alguns, não só vão interromper
o processo de envelhecimento como podem até revertê-lo.
— Nos últimos 100 anos houve um aumento da expectativa de vida em mais de 30 anos.
Agora, os cálculos são que, nos próximos 30 anos, a cada ano que você vive, vai conseguir viver
mais um em virtude do que está sendo descoberto e aplicado pela medicina. Há um avanço
muito grande que mostra que há formas de subverter ou manipular essa expectativa de vida
entendendo melhor como funcionam as células e o organismo, afirma o neurocientista.
Stevens Rehen. BAIMA, Cesar. Rumo a um mundo de centenários. Ciência/Saúde. O Globo. 3 jul. 2011. p. 46.
Adaptado

O envelhecimento populacional tem sido considerado uma das principais conquistas científicas
e sociais dos séculos XX e XXI, trazendo grandes desafios para as políticas públicas. A legislação
brasileira incorporou grande parte das sugestões das assembleias internacionais, mas é preciso
garantir que essas leis melhorem, efetivamente, o cotidiano dos idosos em nosso país.
As mudanças nos sistemas de seguridade social têm contribuído para o bem-estar dos
indivíduos nessa etapa da vida. É importante, agora, garantir acesso universal aos serviços de
saúde pública, em todos os aspectos envolvidos.
Tomando como ponto de partida essas reflexões, elabore um texto dissertativo-argumentativo,
em que você DISCUTA AS POLÍTICAS PÚBLICAS, ENTRE ELAS A DA SAÚDE, NECESSÁRIAS PARA
ENFRENTAR O IMPACTO SOCIOECONÔMICO DO ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO EM
NOSSO PAÍS. Justifique sua posição com argumentos. (25 a 30 linhas)

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PROPOSTA 4 (BNDES – Técnico de Arquivo – 2011 – Banca Cesgranrio)
Texto I
Dê uma chance ao ser humano
A vizinha tocou a campainha e, quando abri a porta, surpreso com a visita inesperada, ela
entrou, me abraçou forte e falou devagar, olhando fundo nos meus olhos: “Você tem sido um
vizinho muito compreensivo, e eu ando muito relapsa na criação dos meus cachorros. Isso vai
mudar!” Desde então, uma série de procedimentos na casa em frente à minha acabou com um
pesadelo que me atormentou por mais de um ano. Sei que todo mundo tem um caso com o
cachorro do vizinho para contar, mas, com final feliz assim, francamente, duvido. A história que
agora passo a narrar do início explica em grande parte por que ainda acredito no ser humano –
ô, raça!
Meus vizinhos, pelo menos assim os vejo da janela lá do cafofo, não são pessoas comuns. Falo
de gente especial, um casal de artistas, ele músico, ela bailarina, dupla de movimentos suaves
e silenciosos, olhar maduro, fuso horário próprio e descompromisso amplo, geral e irrestrito
com a pressa na execução das tarefas domésticas que assumem sem ajuda de ninguém. [...] A
paz mora do outro lado da rua e, confesso, morro de inveja quando me mato de trabalhar noite
adentro ali adiante. Queria ser como eles.
Quando o primeiro pastor alemão chegou ainda moleque para morar com meus adoráveis
vizinhos, a casa de pedra onde eles moravam viveu dias de alegria contagiante. O bicho era
uma gracinha, foi crescendo, começou a latir, mas nada que quebrasse a harmonia do lugar.
[...] Quando, logo depois do primeiro acasalamento, o segundo pastor alemão fez crescer a
família, cada paralelepípedo da minha rua pressentiu o que estava para acontecer. Ou não! De
qualquer forma, eu achava que, se porventura aquilo virasse o inferno que se anunciava, outro
vizinho decerto perderia a paciência antes de mim, que, afinal, virei tiete do jeito de viver que
espiava pela janela do escritório de casa. Eu, ir lá reclamar, nunca!
Não sei se os outros vizinhos decidiram em assembleia que esperariam a todo custo por uma
reação minha, mas, para encurtar a história, o fato é que um ano e tanto depois da chegada
do primeiro pastor alemão àquela casa, eu tive um ataque, enlouqueci, surtei. Imagine o mico:
vinha chegando da rua com meus filhos – gêmeos de 10 anos –, chovia baldes, eu não conseguia
achar as chaves e os bichos gritavam como se fôssemos assaltantes de banco. [...]
– Cala a booooocaaa! – gritei para ser ouvido em todo o bairro. Os cachorros emudeceram
por 10 segundos. Fez-se um silêncio profundo na Gávea. Os garotos me olhavam como se
estivessem vendo alguém assim, inteiramente fora de si, pela primeira vez na vida. Eu mesmo
não me reconhecia, mas, à primeira rosnada que se seguiu, resolvi ir em frente, impossível
recuar: “Cala a boooooocaaa! Cala a boooooocaaa!” Silêncio total. Os meninos estavam agora
admirados: acho que jamais tinham visto aqueles bichos de boca fechada.
[...] Entrei rápido com as crianças entre arrasado e aliviado. Achei na hora que devia conversar
com meus filhos, que melhor ainda seria escrever com eles uma carta educada e sincera
explicando a situação aos nossos vizinhos preferidos. Comecei pedindo desculpas pela explosão
daquela noite, mas pedia licença para contar o drama que se vivia do lado de cá da rua. Havia
muito tempo não entrava nem saía de casa sem que os cães dessem alarme de minha presença
na rua. Tinha vivido uma época de separações, morte de gente muito querida, além de
momentos de intensa felicidade, sempre com aqueles bichos latindo sem parar. [...] – escrevi

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algo assim, mais resignado que irritado, o arquivo original sumiu do computador. Mas chegou
aonde devia ou a vizinha não teria me dado aquele abraço comovido na noite em que abri a
porta, surpreso com ela se anunciando no interfone, depois de meu chilique diante de casa. [...]
Desde então – há coisa de um mês, portanto –, meus vizinhos têm feito o possível para
controlar o ímpeto de seus bichos, que já não me vigiam dia e noite, arrumaram para eles
coisa decerto mais interessante a fazer no quintal. [...] Às vezes não acredito que isso esteja
realmente acontecendo neste mundo cão em que vivemos. Se não estou vendo coisas – o que
também ocorre com certa frequência –, o ser humano talvez ainda tenha alguma chance de dar
certo. Pense nisso!
VASQUES, Tutty. Dê uma chance ao ser humano. In: SANTOS, Joaquim Ferreira. As Cem Melhores Crônicas
Brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. p. 311-313. Adaptado

No texto “Dê uma chance ao ser humano”, o autor narra um episódio de sua vida para concluir
que: “Se não estou vendo coisas [...], o ser humano talvez ainda tenha alguma chance de dar
certo. Pense nisso!”
Também sobre relações entre vizinhos, O Globo traz uma matéria intitulada “É proibido
fumar?”, da qual destacamos o seguinte trecho: “Por aqui, a discussão ainda gira em torno
do incômodo provocado por vizinhos que fumam na janela e jogam guimbas de cigarro que
acabam atingindo de varandas alheias a carrinhos de bebê.”
Transcreve-se abaixo um poema de Lya Luft.
DEUSES E HOMENS
Os deuses estavam de bom humor:
abriram as mãos e deixaram cair no mundo
os oceanos e as sereias,
os campos onde corre o vento,
as árvores com mil vozes,
as manadas, as revoadas
– e, para atrapalhar, as pessoas.
O coração bate com força
querendo bombear sangue
para as almas anêmicas.
Mas onde está todo mundo?
Correndo atrás da bolsa de grife,
do ipod, do ipad,
ou de coisa nenhuma.
Tudo menos parar, pensar, contemplar.
[...]
LUFT, Lya. A riqueza do mundo. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2011. p. 12. Adaptado.

Em seu poema, a autora diz que, no meio da natureza, as pessoas “atrapalham” e, na segunda
estrofe, questiona valores e sentimentos.
Com base nos textos acima, escreva um texto expondo seu ponto de vista a respeito da validade
de “dar uma chance ao ser humano”, levando em conta o comportamento das pessoas na
sociedade, em sua convivência com seus vizinhos e concidadãos. (20 a 30 linhas)

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12. PROPOSTAS INÉDITAS DE REDAÇÃO
PROPOSTA 5
O escritor Luiz Ruffato, na abertura da Feira do Livro de Frankfurt, em outubro de 2013, fez um
discurso em que expôs uma série de problemas com que convivemos diariamente no Brasil.
Leia, a seguir, um pequeno excerto do discurso:
Nós somos um país paradoxal.
Ora o Brasil surge como uma região exótica, de praias paradisíacas, florestas edênicas, carnaval,
capoeira e futebol; ora como um lugar execrável, de violência urbana, exploração da prostituição
infantil, desrespeito aos direitos humanos e desdém pela natureza. Ora festejado como um dos
países mais bem preparados para ocupar o lugar de protagonista no mundo – amplos recursos
naturais, agricultura, pecuária e indústria diversificadas, enorme potencial de crescimento de
produção e consumo; ora destinado a um eterno papel acessório, de fornecedor de matéria-
prima e produtos fabricados com mão de obra barata, por falta de competência para gerir a
própria riqueza. Agora, somos a sétima economia do planeta. E permanecemos em terceiro
lugar entre os mais desiguais entre todos...
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013

A partir do que diz Ruffato, posicione-se, por meio de um texto dissertativo-argumentativo,


sobre o Brasil que você vê: o Brasil das possibilidades ou o Brasil dos problemas irremediáveis.
(25 a 30 linhas)
PROPOSTA 6
Textos de Apoio
“O grande empreendimento do futebol não é uma máquina lúdica: o resultado deverá ser
sempre o lucro.”
Luiz Eduardo Soares. Futebol e Ideologia. Em: Estruturalismo e análise de estratégias simbólicas. Rio de Janeiro,
Centro João XXIII, 1974.

“Conforme já decretou a elite [...], o futebol é o ópio do povo brasileiro, espécie de suor azedo
de um sistema social sem salvação.”
Roberto da Matta. Os milagres do futebol. Em: Explorações. Rio de Janeiro, Rocco, 1986.

A bola não é a inimiga


como o touro, numa corrida;
e embora seja um utensílio
caseiro e que se usa sem risco,
não é o utensílio impessoal,
sempre manso, de gesto usual:
é um utensílio semivivo,
de reações próprias como bicho,
e que, como bicho, é mister
(mais que bicho, como mulher)
usar com malícia e atenção
dando aos pés astúcia de mão.
João Cabral de Melo Neto
238 www.acasadoconcurseiro.com.br
Banco do Brasil 2013/2– Redação – Profª Maria Tereza

Tendo em vista as reflexões apresentadas e seus conhecimentos, desenvolva suas ideias, em


um texto dissertativo-argumentativo, a propósito do tema:
A relação entre o futebol e a vida social brasileira. (25 a 30 linhas).
PROPOSTA 7
Texto de Apoio
O uso das redes sociais é a grande novidade na arregimentação de pessoas no século XXI e
chega agora ao Brasil, após mostrar sua força em países europeus, asiáticos e africanos, disse
hoje o professor de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Vítor Iório.
Para ele, trata-se de uma ferramenta poderosa, por ser on line e não ter obrigatoriedade de
identificação – tanto pode ser legitimada pela assinatura quanto ser anônima.
“Nada disso impede que ela [ferramenta] arregimente uma legião de jovens.” A arregimentação,
que começa com os mais jovens, em poucos instantes consegue envolver os jovens mais adultos
e, por fim, os adultos propriamente ditos, observou o professor . “Essa ferramenta não está
mais em discussão. Ela é uma realidade”, disse Iório.
Com base no texto motivador, redija um texto opinativo-argumentativo a respeito da influência
das redes sociais nas mudanças sociopolíticas brasileiras. (25 a 30 linhas).
PROPOSTA 8
Texto de Apoio
Não devemos aceitar a imortalidade
Trocar um gene defeituoso por outro, saudável, e curar uma doença é um feito louvável. Mas
e se a modificação genética fosse feita somente para tornar o ser humano mais forte, mais
bonito? Essa é uma das polêmicas surgidas a partir do florescimento de tecnologias capazes
de modificar o DNA e também é um dos temas do novo livro do filósofo americano Michael
Sandel, “Contra a Perfeição”. Professor de filosofia política da Universidade Harvard (EUA) e
celebrado como um dos mais brilhantes pensadores da atualidade, Sandel acredita que os
feitos proporcionados pela engenharia genética – entre eles a seleção dos melhores embriões
ou a escolha do sexo do filho – impõem à sociedade um espinhoso desafio moral que, no limite,
chega ao questionamento do que representa a própria humanidade.
(Trecho da matéria escrita por Monique Oliveira para a revista Istoé, edição de número 2284, de 23 de agosto de
2013).

Com base no texto de apoio, redija um texto dissertativo argumentativo expondo seu ponto de
vista sobre a manipulação do material genético sem fins curativos. (25 a 30 linhas).

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PROPOSTA 9
Texto de Apoio
Exposição pública e direito à privacidade
A tecnologia nos oferece a oportunidade de controlar o que o mundo vê – escolhendo e atuando
para uma audiência. (...) Precisamos de privacidade, certas coisas devem ser compartilhadas
apenas com as pessoas em quem realmente confiamos.
Tom Chatfield. Como viver na era digital

Com base no texto motivador, redija um texto opinativo-argumentativo a fim de responder à


seguinte pergunta: até que ponto a privacidade continua sendo um direito a ser preservado?
(25 a 30 linhas).
PROPOSTA 10
Texto de Apoio
Espionagem internacional e controle da internet
Nos últimos meses, informações revelaram que os americanos grampeiam os telefones e a
internet de embaixadas de vários países e que vigiam e-mails de milhões de pessoas ao redor
do mundo. Uma reportagem no programa Fantástico, da Rede Globo, deu indícios de que a
Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) também espionou as comunicações da
presidente Dilma Roussef e as mensagens de celular do presidente mexicano Enrique Peña Nieto.
Revista Veja, 11.09.2013

Com base no texto de apoio, redija um texto dissertativo argumentativo expondo seu ponto
de vista sobre a criação de uma organização mundial capaz de controlar a internet. (25 a 30
linhas).
PROPOSTA 11
Texto de Apoio
As efusivas manifestações mundiais de respeito por Nelson Mandela sugerem que não apenas
dissemos adeus ao homem no momento de sua morte (ocorrida em dezembro de 2013), mas
também que perdemos um líder... Entre as muitas frases a ele atribuídas – que revelam sua
sabedoria – está a afirmação de que “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua
pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se
podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.”
Com base no texto de apoio, redija um texto dissertativo argumentativo expondo seu ponto de
vista sobre a necessidade de líderes em uma sociedade. (25 a 30 linhas).

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Atualidades do Mercado Financeiro

Professor: Edgar Abreu

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Atualidades do Mercado Financeiro

NOTÍCIAS DO MERCADO FINANCEIRO

1. Especial Eike Batista

•• Fontes: Isto é e Globo.com


•• Relevância: 5
Imprensa estrangeira destaca "triste história" de Eike Batista
Bloomberg afirmou que a recuperação judicial da petroleira é o fim de um processo de 16
meses de declínio
Os veículos de comunicação internacionais destacaram o pedido de recuperação judicial da
OGX como um teste para o mercado da América Latina e como o maior processo desse tipo
na região. A agência de notícias Bloomberg afirmou que a recuperação judicial da petroleira
culmina com o fim de um processo de 16 meses de declínio que levaram US$ 30 bilhões da
fortuna pessoal de Eike Batista. “Você precisa entregar e ele (Eike) não fez isso”, disse um
investidor à agência.
A Bloomberg explicou trajetória do empresário como um empreendedor que aproveitou
o apetite dos investidores na década passada por commodities e lançou seis empresas para
captar esse fluxo de capitais. Porém, quando Eike perdeu a confiança do mercado, tentou
vender partes dessas empresas para se salvar. O fim do processo foi a tentativa de recuperação
e a mudança da sede da EBX de um prédio de 23 andares para escritórios menores no Rio.
O inglês Financial Times reportou a visão de responsáveis por fundos de investimentos nos
Estados Unidos, que chamaram o processo de “uma história triste”. Na opinião de outro
investidor, o mercado já entendeu que a derrocada é pontual e focada somente na empresa de
Eike Batista e que não irá respingar em outras companhias da região.
O The New York Times narrou a trajetória de Eike como alguém famoso por seus planos de
construir um império de empresas de energia, minérios e logística, mas que nenhum desses
empreendimentos conseguiu se tornar lucrativo. O jornal americano classificou a recuperação
judicial da OGX como o maior calote da história na América Latina.
As publicações ainda deram destaque para o fato de fundos de investimento americanos como
o Pimco – o maior do mundo de investimento em títulos de dívida –, a Pacific Investment
Management e o BlackRock são sócios de Eike na petroleira.
A endividada petroleira OGX, do empresário Eike Batista, pediu recuperação judicial na 4ª Vara
Empresarial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro nesta quarta-feira. A empresa

www.acasadoconcurseiro.com.br 243
declarou passivo consolidado de R$ 11,2 bilhões no pedido de recuperação judicial, segundo a
fonte, que pediu para não ser identificada.
A revista Forbes, que já teve Eike Batista no topo do seu ranking, ocupando a sétima posição,
afirmou que ele estava sofrendo e sofrendo ações pelos acionistas minoritários da OGX, que
está sendo acusada de divulgar dados falsos sobre as suas empresas, que estariam sofrendo
investigação juntamente com a Comissão de valores Imobiliários (CVM). “Sua fortuna pessoal
foi dizimada pela queda espetacular nos preços das ações de suas empresas, passando de US$
30 bilhões para menos de US$ 1 bilhão”, completa a publicação.

Entenda o 'calote' da petrolífera de Eike


O empresário Eike Batista entrou nesta quarta-feira com pedido de recuperação judicial de sua
petroleira, a OGX. Cnsiderada pelo próprio Eike como um de seus projetos “a prova de idiotas”,
a companhia agora vai ganhar uma “trégua” de até 180 dias para se mostrar capaz de resolver
os problemas ou terá que decretar falência.
Com o anúncio do não pagamento das parcelas de juros remuneratórios no valor aproximado
de US$ 45 milhões no final de setembro, a saída para a OGX passou a ser a recuperação judicial.
O pedido deveria ser realizado até o último dia do mês de outubro.
Com o anúncio do calote no pagamento dos juros, as ações da petroleira passaram o mês de
outubro sendo negociadas pelos menores valores desde que passaram a fazer parte da Bolsa
de Valores de São Paulo (Bovespa). Nesta quarta, as ações da empresa caíram mais 26,09%
e fecharam a R$ 0,17 - 99,26% menos que a cotação máxima que os papéis já atingiram (R$
23,28).
Em setembro, quando o fim da empresa já parecia iminente, o empresário ainda se recusava
a assumir a culpa pelo fracasso da OGX. Em entrevista ao The Wall Street Journal, ele afirmou
que foi enganado por seus ex-executivos, o qual costumava a chamar de "Dream Team" (time
dos sonhos), e disse ainda que seu mapa astral não o favorecia durante o anúncio de que a
OGX não conseguiria produzir o que havia prometido e que até mesmo seus investidores o
abandonaram muito rápido. Apesar da crise, dono do grupo EBX disse que voltará a ganhar
dinheiro com suas empresas.

Recuperação judicial
Eike não admitiu que tinha conhecimento que seus campos não teriam a produção anunciada
na prospecção de investidores de 2008 a 2010 – de cerca de 40 mil barris por dia – e afirmou
que foi enganado pelos executivos, que apresentaram relatórios de progresso nas operações a
fim de que ele os pagasse bônus. Segundo ele, por ser dono de uma grande empresa ele não
tinha o conhecimento técnico para analisar o que era repassado a ele nos relatórios.
Otimista, o empresário reiterou que suas empresas eram realmente "à prova de idiotas", pois
conseguiu vender o controle acionário de diversas delas, mesmo em um momento de "mercado
louco".

244 www.acasadoconcurseiro.com.br
Banco do Brasil 2013/2 – Atualidades do Mercado Financeiro – Prof. Edgar Abreu

Vantagens da recuperação judicial


A vantagem da recuperação judicial é que ela faz com que todos os processos de execução
contra a empresa fiquem parados pelo prazo legal de seis meses e que a mesma continue
produzindo e, nesse período, tente se reerguer.
De acordo com informações da Agência Nacional de Petróleo (ANP), as operações da OGX
continuam mesmo com a iminente recuperação judicial. “O pedido de recuperação judicial só
culmina na resolução dos contratos quando houver inadimplemento absoluto do concessionário
nos termos da cláusula”.

Início da queda
Em 2012, a derrocada da empresa transpareceu quando a OGX rebaixou a projeção de produção
de barris diários nos blocos de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. O campo,
que deverá interromper suas operações no ano que vem, era o único produtor de petróleo da
empresa. Inicialmente, a companhia previa reservas de até 110 milhões de barris no local, mas
até maio deste ano só tinha produzido 10 mil.
No ano de 2013, Eike perdeu a colocação que tinha na Forbes (passou da 8º para a centésima
posição no ranking dos mais ricos) e amargou um prejuízo de R$ 1,2 bilhão na OGX, 135%
maior na comparação com o ano anterior. Ele começou então a vender parte das operações
da petroleira. Segundo a agência de notícias Bloomberg, Batista, depois da crise, deixou de ser
bilionário e agora teria menos de US$ 500 milhões líquidos (R$ 1,1 bilhão), segundo estimativa
da publicação.
Em crise, a OGX não produziu nenhum barril de petróleo em agosto nem em setembro. Segundo
informações da Reuters, nos dois últimos meses, toda a produção da companhia, de 13,2 mil
barris de óleo equivalente (BOE) por dia, ficou restrita ao campo de Gavião Real, na Bacia do
Parnaíba, no Maranhão, mas apenas de gás natural. Não houve produção no campo de Tubarão
Azul, na bacia de Campos, o único da OGX em atividade no mar. A produção de petróleo estava
parada devido a danos nas bombas centrífugas submersas, de acordo com comunicado da
empresa.
A queda da OGX deve levar para baixou outras empresas “irmãs” do grupo EBX. Pelo menos a
A construtora de navios OSX, muito dependente das demandas geradas pelas plataformas da
OGX, deve sofrer em conjunto após o pedido de recuperação judicial da petroleira.

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2. Secretário do Ministério da Fazenda diz que desestatização vai tornar IRB-


Brasil mais competitivo

•• Fonte: Agência estado.Com, em 05 de Fevereiro de 2013


•• Relevância: 5
Brasília – O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, se reuniu hoje (5)
com o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Valmir Campelo para discutir a privatização
do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB-Brasil Resseguros), maior resseguradora da América
Latina, que deve ocorrer ainda este ano.
O governo decidiu desestatizar a IRB-Brasil para tornar a empresa mais competitiva
mundialmente. “O IRB, depois do processo de desestatização, terá flexibilidade necessária
para competir em condições de igualdade com grandes grupos mundiais. O IRB tem grande
potencial de expansão dos negócios, tendo em vista a realidade econômica do Brasil, com obras
de infraestrutura, a necessidade de seguros e resseguros se desencadeará”, disse Barbosa.
A transformação do IRB em empresa privada deve ocorrer por meio de um aumento de capital
dos atuais sócios privados, diluindo a participação do governo, que deverá se tornar sócio
minoritário. “Nós temos capacidade de ter um grande ressegurador de escala de capacidade de
competição internacional, baseado no Brasil, tendo participação da União, mas não majoritária,
e participação do capital privado, dos principais grupos nacionais”, explicou o secretário
executivo.
Para que o processo de privatização ocorra, o governo precisa do parecer favorável dos órgãos
de controle: TCU, Banco Central, Superintendência de Seguros Privados (Susep) e Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Segundo o governo, com a privatização, o capital do IRB, que atualmente é de cerca de R$ 15
bilhões, pode ser ampliado para R$ 50 bilhões, para estar entre as dez maiores resseguradoras
do mundo a longo prazo. “O importante é que ele [IRB] seja livre para buscar capital e
ressegurar”, disse Barbosa.

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O edital com as condições para a desestatização da empresa foi lançado pelo Banco Nacional
do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e publicado no dia 23 de janeiro no Diário
Oficial da União. Na próxima semana, o ministro do TCU se reunirá com técnicos do BNDES. A
previsão é que o parecer do TCU seja divulgado até 15 de março.

3. A partir de amanhã, bancos reduzem para R$ 1 mil valor mínimo de TED

•• Fonte: Agência Brasil, em 21 de Março de 2013


•• Relevância: 5
Brasília – A partir de amanhã (22), o valor mínimo para a realização de uma Transferência
Eletrônica Disponível (TED) cai de R$ 2 mil para R$ 1 mil, informou hoje (21) a Federação
Brasileira de Bancos (Febraban).
De acordo com Febraban, os “clientes pessoas físicas e jurídicas terão acesso ampliado a um
meio prático, ágil e seguro de realizar transferências de recursos entre bancos diferentes”.
A TED faz com que o crédito entre na conta do destinatário no mesmo dia em que a transferência
é solicitada. Em outras formas de movimentação financeira, como o Documento de Crédito
(DOC), é preciso aguardar pelo menos um dia para a conclusão da operação.
Segundo a Febraban, os bancos estabelecem um valor mínimo para esse tipo de transferência
para evitar que a TED gere uma demanda em excesso e sobrecarregue os sistemas de pagamento
e de compensação das transações financeiras. De acordo com a federação, investimentos em
tecnologia na rede de comunicações entre os bancos permitiram a redução sucessiva desses
limites nos últimos anos: de R$ 5 mil para R$ 3 mil em 2010, para R$ 2 mil em novembro de
2012 e, agora, para R$ 1 mil.
Para transferências interbancárias abaixo de R$ 1 mil, os clientes podem recorrer aos DOCs,
que têm valor limitado a R$ 5 mil por transação.
A Febraban informou ainda que as tarifas cobradas para a realização de TED variam de banco
para banco, conforme a política comercial de cada um. Os preços das tarifas podem ser
consultados no Sistema de Divulgação de Tarifas de Serviços Financeiros da Febraban.

4. Garantia de FGC passa de 70 mil para 250 mil reais

•• Fonte: EXAME.Com, em 30 de Abril de 2013


•• Relevância: 5
São Paulo – O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) elevou, nesta terça-feira, seu limite de
cobertura de 70 mil para 250 mil reais para cadernetas de poupança, depósitos à vista ou
a prazo e outros títulos. É o caso de CDBs e Letras de Crédito Imobiliário (LCI). A cobertura
também foi estendida às Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), antes excluída da lista de
produtos cobertos.

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Isso significa que, de agora em diante, quem tem dinheiro em conta corrente, caderneta de
poupança, CDBs, LCIs ou LCAs de qualquer instituição financeira tem uma quantia muito maior
garantida caso o banco passe por problemas financeiros.
Em outras palavras, se o banco quebrar, o FGC garante todo o dinheiro depositado nesses
produtos financeiros em um limite de até 250 mil reais por CPF, por instituição financeira.
Antes, se tivesse 200 mil reais aplicado em um CDB e o banco fosse à lona, o investidor só
receberia de volta 70 mil reais.
Outra novidade implementada nesta tarde é que, antes, dependentes e beneficiários de contas
conjuntas tinham direito à cobertura de 70 mil reais cada um (por CPF). Agora, contas conjuntas
têm cobertura de 250 mil reais, independentemente de haver ou não dependentes, e a quantia
deve ser dividida entre os titulares.
Em nota divulgada à imprensa nesta tarde, o Conselho de Administração do FGC informou
que “As modificações do Regulamento, as quais, entre outras, alteram o valor da garantia
ordinária do FGC para R$ 250 mil, passarão a ser aplicadas a partir das futuras Intervenções ou
Liquidações Extrajudiciais que porventura forem decretadas pelo Banco Central do Brasil”.
Isto é, quem investiu em bancos como Cruzeiro do Sul e BVA continuará com cobertura apenas
até 70 mil reais.
Para especialistas em finanças pessoais, a novidade é muito boa para o investidor e também
para os bancos médios. “Vejo essa decisão com bons olhos. É uma medida para trazer mais
segurança e tranquilidade para o investidor”, observa o professor William Eid, coordenador do
Centro de Estudos em Finanças da FGV.
A cobertura do FGC é válida para instituições financeiras de qualquer porte, mas para os bancos
médios, trata-se da principal garantia dos clientes investidores.
Esses bancos são mais suscetíveis aos soluços do mercado que os bancos grandes, e por isso
mesmo seus títulos (CDBs e LCIs, por exemplo) são mais rentáveis para o investidor. Com o
aumento da cobertura do FGC, será mais fácil para esses bancos atrair investidores.
Rentabilidades mais interessantes que aquelas oferecidas pelos bancões
Os bancos médios atualmente dispõem de uma ampla gama de produtos para os pequenos
investidores, como CDBs que pagam 100% do CDI com possibilidade de resgate diário ou que
pagam mais de 100% do CDI caso o dinheiro permaneça investido por mais tempo. O CDI é uma
taxa de juro que se aproxima da taxa básica da economia, a Selic.

5. BC quer evitar uso de recursos públicos para socorrer bancos em crise

•• Fonte: EXAME.Com, em 06 de Maio de 2013


•• Relevância: 3
Brasília – O Banco Central (BC) quer que o dinheiro público seja o último recurso usado para
manter a estabilidade do sistema financeiro em casos de quebra de bancos importantes para
o setor. Para isso, o BC está elaborando um anteprojeto de lei, em discussão no Seminário

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Internacional sobre Regimes de Resolução no Sistema Financeiro Brasileiro hoje (6) e amanhã
(7).
A proposta ainda será discutida com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a
Superintendência de Seguros Privados (Susep) e o Ministério da Fazenda para, então, ser
enviada ao Congresso Nacional.
Segundo o chefe de gabinete da Diretoria de Organização do Sistema Financeiro, Maurício
Moura, a proposta prevê que os recursos para o salvamento das instituições financeiras devem
vir, em primeiro lugar, dos acionistas dos bancos. Casos esses recursos são sejam suficientes, o
dinheiro pode vir de títulos de dívida subordinada (usada para reforçar o capital dos bancos)
convertidos em ações. “O anteprojeto não veta a utilização de recursos públicos, mas será
sempre a última alternativa”, disse.
Moura explicou que as regras previstas no anteprojeto serão válidas apenas para instituições
que podem gerar problemas sistêmicos para o setor. Ou seja, grandes instituições financeiras
ou aquelas que tenham “interconectividade” relevante com outros bancos. Também está nessa
lista algum banco que preste serviço não oferecido por outras instituições.
Segundo ele, a proposta também prevê que a liquidação de ativos dos bancos quebrados seja
feita de forma mais rápida do que ocorre atualmente. “O credor terá acesso mais rápido aos
seus recursos.”
Moura acrescentou que permanecem as regras atuais de intervenção do BC e liquidação
extrajudicial de instituições financeiras com problemas financeiros, mantendo a
indisponibilidade de bens de controladores e administradores. Também serão mantidos os
inquéritos administrativos e a participação do Ministério Público para apurar responsabilidades.
De acordo com Moura, a ideia é adequar a regulação brasileira ao padrão internacional,
aprovado pelos países do G20 (que representa as maiores economias do mundo).
Segundo o presidente do BC, Alexandre Tombini, há quase uma década a instituição vem
estudando a possibilidade de reformulação ampla da lei de resolução bancária brasileira, com
o objetivo de criar um arcabouço legal mais moderno e alinhado ao contexto econômico e
financeiro atual. De acordo com ele, em 2009, já havia um anteprojeto praticamente pronto,
mas o BC decidiu recuar para acompanhar e participar da discussão internacional gerada pela
crise financeira de 2008. A ideia foi incorporar “lições aprendidas” com a crise internacional.
De acordo com Tombini, também foram incorporadas lições do dia a dia vivenciadas nos últimos
dois anos no Brasil, principalmente em relação ao processo conduzido pelo BC para mitigar
vulnerabilidades identificadas no sistema financeiro do país. “Considero que esse processo foi
bem-sucedido, com início, meio e fim”.

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6. Bovespa tem projeto para incluir pequenas e médias empresas no


mercado de capitais

•• Fonte: Agência Estado, em 06 de Junho de 2013


•• Relevância: 3
Brasília – A Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) apresentou hoje (6) um projeto
para aumentar o acesso das pequenas e médias empresas ao mercado de capitais. O projeto,
apresentado ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, pelo diretor-presidente da Bovespa,
Edmir Pinto, tem envolvimento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A proposta ainda será avaliada pela equipe
econômica.
Ao explicar o projeto, Edmir Pinto disse que a ideia é instituir uma política fiscal que dê
incentivos a todos os investidores que comprarem papéis (títulos e ações) de pequenas e
médias empresas. "Não será só para pessoas físicas. O incentivo será por meio da isenção do
Imposto de Renda sobre ganhos de capital. O projeto é transformar o Brasil em um grande
mercado para essas empresas”, resumiu.
O projeto da Bovespa destina-se a empresas com faturamento anual de até R$ 500 milhões,
mas esse valor poderá ser modificado pelo governo, explicou Pinto. Segundo ele, já foram
identificadas potencialmente 15 mil empresas com faturamento anual entre R$ 40 milhões e
R$ 400 milhões por ano que poderão participar da abertura de capital, caso a proposta seja
aprovada pelo governo.
“O ministro Mantega foi muito receptivo. Gostou do projeto, já que é um grande incentivador
do crescimento da pequenas e médias empresas. O projeto é grandioso. Visitamos vários países
para ver como isso é feito”, disse o presidente da Bovespa.
Edmir Pinto acredita que, com os incentivos, é possível trazer os futuros compradores
desses papéis para o mercado de capitais. “O potencial é extraordinário, mas precisamos ter
um comprador para esse tipo de papel. Os papéis de pequenas e médias empresas trarão
obviamente rentabilidade alguns anos depois. As empresas precisam do dinheiro para
financiamento e expansão, para, depois, dar dividendos”, concluiu.

7. Banco Central decreta liquidação extrajudicial do Banco BVA

•• Fonte: Agência Estado, em 19 de Junho de 2013


•• Relevância: 5
Luciano Nascimento
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Banco Central (BC) decretou, hoje (19), a liquidação extrajudicial no Banco BVA S.A.,
que estava sob intervenção desde 19 de outubro de 2012. Ela foi assinada pelo presidente do
BC, Alexandre Tombini.

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O documento diz que foi confirmado o “comprometimento da situação econômico-financeira
da entidade e a grave violação das normas que disciplinam sua atividade, atestando a existência
de passivo a descoberto e a inviabilidade de normalização dos negócios da empresa”.
Em nota, o BC avaliou que a situação de insolvência da instituição se manteve inalterada, o
que indicava “a impossibilidade de normalização dos negócios da instituição por seus próprios
meios". A nota diz ainda que "até o momento não foram apresentadas quaisquer propostas de
solução de mercado, fato esse que embasou a anterior decisão de prorrogar o regime".
O Banco Central informou ainda que está adotando as “medidas cabíveis para apuração
de responsabilidade, nos termos de suas competências legais de supervisão do sistema
financeiro”. O resultado das apurações poderá levar à “aplicação de medidas punitivas de
caráter administrativo e ao encaminhamento de comunicação às autoridades competentes,
observadas as disposições legais aplicáveis”.
O Banco BVA, com sede na cidade do Rio de Janeiro, detinha 0,17% dos ativos do sistema
financeiro e 0,24% dos depósitos. Os bens dos controladores e dos ex-administradores da
instituição permanecem indisponíveis conforme prevê a legislação.

8. Cadastro positivo pode prevenir endividamento


•• Fonte: Agência Brasil, em 01 de Agosto de 2013
•• Relevância: 4
Brasília – O cadastro positivo, banco de dados de bons pagadores, vai contribuir para a queda
da inadimplência e para previnir o superendividamento, no médio prazo. A avaliação é da
Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
A partir de hoje (1º), as instituições financeiras, com a autorização dos clientes, começam a
repassar as informações para os bancos de dados.
Para a Febraban, com o cadastro positivo, haverá melhores condições de concessão de
crédito, com prazos mais longos, mais agilidade na liberação do financiamento, parcelas mais
adequadas ao perfil dos clientes. “Uma vez que permitirá avaliar não só o histórico de crédito
como também os valores tomados pelo cliente no mercado”, diz em nota.
Segundo a Febraban, o cadastro positivo “tende a diminuir a chamada assimetria de
informações”, ou seja, o tomador sabe mais sobre sua capacidade de pagamento do que quem
empresta. De acordo com a Febraban, essa assimetria dificulta a contratação de empréstimo,
“fazendo com que os bons pagadores paguem pelo risco representado pelos maus pagadores”.
A Febraban diz ainda que “a experiência internacional mostra que são necessários de três a
quatro anos para se observar os primeiros impactos do novo cadastro no crédito concedido”.
“A adesão ao novo cadastro é voluntária. Os clientes que não aderirem continuarão com o
mesmo relacionamento com o sistema financeiro”, lembra a Febraban.
Para a federação, “ao possibilitar históricos de crédito a partir do crediário em lojas de varejo
e de pagamentos de obrigações com serviços públicos como, por exemplo, contas de energia
elétrica, o cadastro torna-se um importante fator de inclusão financeira facilitando o acesso a
serviços e ao crédito bancário de pessoas que ainda não têm relacionamento com instituições
bancárias, mas que tem bom histórico de crédito fora do sistema financeiro”.

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Banco do Brasil 2013/2 – Atualidades do Mercado Financeiro – Prof. Edgar Abreu

9. BC anuncia programa de leilões de câmbio

•• Fonte: Site BACEN, em 22 de Agosto de 2013


•• Relevância: 4
Com o objetivo de prover “hedge” (proteção) cambial aos agentes econômicos e liquidez ao
mercado de câmbio, o Banco Central do Brasil comunica que iniciará, a partir desta sexta-
feira, 23/8, programa de leilões de swap cambial e de venda de dólares com compromisso de
recompra. Esse programa se estenderá, pelo menos, até 31 de dezembro de 2013.
Os leilões de swap ocorrerão todas as segundas, terças, quartas e quintas-feiras, quando serão
ofertados US$ 500 milhões por dia. Às sextas-feiras, será oferecida ao mercado, por meio de
leilão de venda com compromisso de recompra, linha de crédito no valor de US$ 1 bilhão.
Se julgar apropriado, o Banco Central do Brasil realizará operações adicionais.

10. BB Seguridade - Aquisição de ações de emissão do IRB

•• Fonte: Site BB, em 27 de Agosto de 2013


•• Relevância: 4
O Banco do Brasil S.A. (“Banco do Brasil”) e a BB Seguridade Participações S.A. (“BB Seguridade”),
em conformidade com o § 4º do artigo 157, da Lei n.º 6.404, de 15 de dezembro de 1976; com
a Instrução CVM n.º 358, de 03 de janeiro de 2002; com as Resoluções n.º 3/2011 e 3/2013 do
Conselho Nacional de Desestatização (“CND”), respectivamente de 07.04.2011 e 16.01.2013;
e em complemento ao Fato Relevante divulgado pelas duas Companhias em 24.05.2013, e aos
Fatos Relevantes publicados pelo Banco do Brasil em 15.10.2009 e 26.11.2012, comunicam
que:

1. Em Assembleia Geral Extraordinária (“AGE”) realizada em 20.08.2013, os acionistas do IRB-


Brasil Resseguros S.A. (“IRB”) deliberaram pela homologação do aumento do capital social
do IRB, que havia sido objeto de aprovação pela AGE realizada em 07.06.2013.

2. A realização da AGE para a homologação do aumento do capital social do IRB era condição
precedente para o pagamento, pela BB Seguros Participações S.A. (“BB Seguros”),
subsidiária integral da BB Seguridade, do montante de R$ 547.408.917,00, referente à
aquisição de 212.421 ações ordinárias de emissão do IRB detidas pela União.

3. Satisfeitas as condições precedentes, a BB Seguros efetivou, nesta data, o pagamento à


União, passando a deter 20,5% do capital social do IRB.

4. A aquisição de participação acionária no IRB foi aprovada pelo Conselho Administrativo da


Defesa Econômica – Cade, sendo que a eficácia dos atos acima mencionados estará sujeita
à aprovação do Tribunal de Contas da União – TCU, e posterior homologação do aumento
de capital pela Superintendência de Seguros Privados – Susep.

5. Fatos adicionais, julgados relevantes, serão prontamente divulgados ao mercado.

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11. CMN regulamenta instrumento de captação de recursos pelos bancos

•• Fonte: Agência Estado, em 09 de Setembro de 2013


•• Relevância: 3
Brasília – Os bancos terão novo instrumento de captação de recursos de longo prazo. O
Conselho Monetário Nacional (CMN) regulamentou as condições de emissão dos certificados
de Operações Estruturadas (COE), também chamados de notas estruturadas, por bancos
múltiplos, comerciais, de investimento e pela Caixa Econômica Federal.
O COE será um instrumento emitido pelas instituições financeiras, que vão pegar os recursos
dos clientes investidores e fazer aplicações que possibilitem retorno financeiro depois de um
prazo determinado.
Segundo comunicado do Banco Central (BC), o objetivo da criação desse instrumento
é disciplinar operações que já existem no mercado, que “combinam características de
investimento com rentabilidades típicas de instrumentos financeiros derivativos [cujo nome
vem do fato de o preço derivar de outro ativo negociado no mercado financeiro]”.
A diferença do que já existe é que, agora, essas operações deixarão de ser negociadas de forma
dispersa e passarão a ser definidas no certificado. Com a regulamentação, os bancos não
poderão mais estruturar essas operações de forma pulverizada. Será necessário emitir o COE.
Com um único papel, a tarefa de supervisão e monitoramento do Banco Central fica mais fácil.
Para a instituição, o COE também trará mais segurança e transparência para os investidores.
De acordo com o BC, serão dois tipos de COE. Um deles garante de volta ao investidor, pelo
menos, o valor nominal investido. No outro tipo, não há proteção do valor investido e, assim
como ocorre no mercado de ações, o investidor pode sair da operação sem ganhos.
Segundo o BC, no exterior, existe outro tipo de nota estruturada em que o investidor pode ser
chamado pelo banco para ampliar o valor investido. Isso não poderá ser feito no Brasil.
Para o Banco Central, o COE deve atrair investidores institucionais, que fazem gestão de
recursos de terceiros, como fundos de pensão e entidades de previdência privada. Para que
seja feita oferta pública de COE, levando à pulverização do instrumento no mercado, ainda será
necessária regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
De acordo com o BC, haverá mercado secundário de COE, ou seja, os papéis poderão trocar de
mãos.
Esses certificados foram criados pela Lei nº 12.249, de 11 de junho de 2010. A resolução do
CMN que regulamenta o COE só entra em vigor em 120 dias. Segundo o Banco Central, esse
prazo é necessário para que as operações possam ser iniciadas com segurança.

254 www.acasadoconcurseiro.com.br
Banco do Brasil 2013/2 – Atualidades do Mercado Financeiro – Prof. Edgar Abreu

12. Título de capitalização ganha prazo mínimo de resgate

•• Fonte: Site SUSEP, em 10 de Setembro de 2013


•• Relevância: 4
Norma foi publicada no DOU desta terça-feira (10/9)
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) publicou no Diário Oficial da União (DOU)
desta terça-feira (10/9), a Circular 475, que fixa prazo mínimo de carência para resgate dos
títulos de capitalização. A norma diz respeito aos títulos de capitalização que prevejam cessão
integral do direito de resgate e dos títulos da modalidade Incentivo.
Segundo a Circular, esses títulos cujos prazos de resgate sejam inferiores a 60 dias estão,
automaticamente, adaptados ao prazo de carência de 60 dias contados do início de vigência
do título. A norma diz ainda que os títulos de capitalização com cessão integral do direito de
resgate, aprovados em conformidade com a Circular Susep 365/2008, estão, automaticamente,
adaptados ao porcentual de 100% de resgate. Essa outra circular estabelece as normas para
elaboração, operação e comercialização de títulos de capitalização.

13. A omissão do Banco Central diante das denúncias de falcatruas bancárias

•• Fonte: Revista Época, em 13 de Setembro de 2013


•• Relevância: 5
O Banco Central, na gestão de Alexandre Tombini, foi omisso diante das denúncias de falcatruas
em liquidações bancárias
As autoridades costumam reagir a escândalos como se estivessem brincando de batata quente:
tentam livrar-se do problema e passá-lo à mão alheia. Foi o que fez o Banco Central quando
foram descobertos desvios na intervenção do Banco Cruzeiro do Sul. O caso enxovalhou o Fundo
Garantidor de Créditos (FGC), que se orgulhava de ter boa reputação no mercado financeiro.
Criado pelos bancos em 1995, para evitar prejuízos a correntistas de instituições quebradas,
o FGC adquiriu outras funções com o passar do tempo. Agora, quando um banco balança, ele
entra em campo para emprestar dinheiro. Se não é suficiente, trata de arranjar um comprador.
Poderes tão amplos lhe conferiram credenciais para assumir a gestão de bancos falidos. A
primeira vez em que isso aconteceu foi junho do ano passado, quando o Banco Cruzeiro do Sul
entrou em colapso. O BC interveio e nomeou o FGC como administrador. Celso Antunes, então
diretor executivo do FGC, cargo equivalente ao presidente, assumiu o comando. Uma vez no
Cruzeiro do Sul, Antunes contratou uma microempresa de um antigo sócio seu para prestar
serviços multimilionários à massa falida. O negócio, revelado por ÉPOCA em agosto, resultou
na demissão de Antunes e de outro diretor do FGC, José Lattaro.

>> Banco Central responde a reportagem de ÉPOCA


Quando o escândalo estourou, o BC se disse surpreso, afastou os envolvidos e abriu uma
investigação. Caso encerrado? Não. Aparecem agora provas de que a cúpula do BC conhecia

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há pelo menos 17 meses e em detalhes o esquema montado pelos diretores do FGC nas
liquidações bancárias. Subordinados diretos do presidente do BC, Alexandre Tombini, os
diretores de Organização do Sistema Financeiro, Sidnei Marques, e de Fiscalização, Anthero
Meirelles, foram informados oficialmente e por duas vezes das atividades de Antunes e Lattaro.
Uma correspondência da cúpula do FGC enviada à dupla relatou o curso das negociações para
contratação da empresa vinculada a Antunes. Outra carta enviada à área de liquidações do BC
detalha as gestões de Antunes e Lattaro e aponta a possibilidade de essas operações serem
enquadradas na Lei de Crime do Colarinho Branco, como gestão temerária, e de incorrerem em
violação de sigilo bancário.

>> O novo escândalo na bancarrota do Banco Cruzeiro do Sul


>> Cai diretor executivo do FGC, Celso Antunes
Toda a cadeia de comando da área de liquidações do BC acompanhou as negociações conduzidas
por Antunes e Lattaro. Pior: a troca de cartas ocorreu três meses antes de o BC decretar a
intervenção no Cruzeiro do Sul e de nomear Antunes como administrador. Se o BC sabia das
intenções de Antunes e de seus colegas, por que o nomeou para essa função? Se não enxergou
conflito de interesses no fato de Antunes gerir um banco em nome do fundo e de contratar
um ex-sócio sem qualificação para fazer um negocião, por que ele foi desligado depois? Se
sabia do caso em março de 2012, por que só tomou providências em maio deste ano? Dois
diretores do BC esconderam as denúncias de Tombini ou ele as ignorou? “O presidente não
tinha conhecimento. O presidente e os diretores têm alçadas diferentes”, afirma o procurador-
geral do BC, Isaac Ferreira.

>> BC decreta liquidação extrajudicial dos bancos Cruzeiro do Sul e


Prosper
A liquidação de um pequeno banco carioca, o Morada, pode trazer esclarecimentos tão valiosos
quanto os de Ferreira. Se não explica as razões que levaram o BC a fechar os olhos para as
intenções dos diretores do FGC, ao menos mostra como isso ocorreu. Dedicado à exploração de
crédito consignado, o Morada entrou em crise no início de 2011. Para se manter vivo, recorria a
empréstimos do FGC. Em 28 de abril, abriu no vermelho. O BC interveio e nomeou como gestor
Sidney Ferreira, que atuara nas crises do Banco Nacional e do Banerj. Cinco meses depois,
Sidney passou a ser assediado pelos diretores do FGC. Lattaro levou a Sidney dois empresários
interessados em prestar serviços ao Morada. José Marcelo Brandão tinha uma empresa
chamada M7 Cobranças Ltda. Carlos Cesarini apresentou-se como proprietário de uma certa
Interbank Soluções Tecnologia e Serviços. Por que eles eram ciceroneados pelo FGC? “A M7
foi contratada pelo FGC para prestar serviços de gestão das carteiras (do Morada) logo após a
liquidação”, diz o presidente do Conselho de Administração do FGC, Antonio Carlos Bueno. A
resposta de Cesarini envolve o BC: “No Banco Morada, a pedido do Banco Central, o FGC faria
uma gestão no resto da carteira que tinha lá”.

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>> FGC diz que mantém "interlocução com os Liquidantes"


No primeiro encontro, Brandão e Cesarini sugeriram ao liquidante Sidney que os contratasse
para administrar os créditos consignados do Morada. Esse encontro e os subsequentes foram
todos registrados por Sidney. Em outubro, os empresários tiveram mais dois encontros com ele.
Depois, a conversa de Lattaro, Brandão e Cesarini mudou de rumo. Em vez de prestar serviços
ao Morada, eles queriam que o FGC comprasse os ativos do banco e, depois, os contratasse
para administrá-los. Uma proposta chegou a ser enviada formalmente a Sidney por e-mail em
19 de outubro de 2011. Uma semana depois, o FGC informou, também por e-mail, ter desistido
da compra.
Em meio a idas e vindas, o FGC e os empresários voltaram a falar em prestação de serviços.
Sidney recebeu, então, um contrato que ele deveria firmar com o FGC. Em 19 de dezembro,
Lattaro, Brandão e Cesarini finalmente explicitaram seus planos: o Morada cederia os ativos ao
FGC, que contrataria Brandão para fazer as cobranças e Cesarini para processar dados. Seriam
remunerados com 3,5% do valor das prestações pagas mensalmente pelos devedores dos
créditos consignados. Seguiu-se uma discussão de valores. Sidney alegou que os 3,5% eram mais
do que o lucro que o Morada tinha com as operações. Por isso, o rombo do banco aumentaria,
em vez de encolher. O trio reclamou que ele não entendera os termos da operação. Sidney
impôs outros obstáculos. Entre eles, exigiu um portfólio da M7 Cobranças e da Interbank,
provando que elas tinham experiência nesse tipo de trabalho.

>> Quebrado com lucro: Cruzeiro do Sul tem saldo positivo de R$ 318 mi
Como Sidney relutava em assinar o contrato, os diretores do FGC levaram o caso a Brasília.
Em 3 de fevereiro, Antunes enviou um e-mail ao chefe do Departamento de Liquidações do
BC, Dawilson Sacramento. Nele, pede a Sacramento que “oriente” o liquidante a “permitir o
início dos trabalhos (...); liberar o acesso irrestrito às informações; prestar todas as informações
necessárias”. Dias depois, Antunes reuniu-se com Sidney para lhe dar um ultimato. Teria uma
semana para assinar o contrato. Caso contrário, o FGC desistiria do negócio. A semana se
passou, e Sidney nada fez, apesar de cobrado pelo adjunto de Sacramento.
Em vez de assinar o papel, Sidney mandou ao FGC uma carta de seis páginas, em que relata em
detalhes suas reuniões com os empresários e representantes do FGC. Elas foram acompanhadas
por autoridades do Departamento de Liquidações, enviadas de Brasília, ou pelos chefes dessa
área no Rio de Janeiro. A carta de Sidney vai além. Diz que o contrato não encontra respaldo no
estatuto do FGC, que Antunes e Lattaro não tinham alçada para assinar esse tipo de documento
e que a transferência de dados dos créditos consignados para a M7 Cobranças nos termos
exigidos por Antunes e pelo atual diretor executivo do FGC, Fabio Mentone, configuraria
quebra de sigilo bancário. Sidney passa, então, a apontar irregularidades graves. Ele relata
que a M7 Cobranças é uma microempresa com R$ 1.000 de capital. Funciona na casa do
próprio dono, que não tem empregados, telefone nem cartão de visita. Sidney diz que, se a
contratasse, incorreria em crime de gestão temerária, descrito na Lei do Colarinho Branco. A
situação da Interbank não é melhor. Cesarini, que se apresentava como dono, não aparecia
como sócio no registro da empresa na Junta Comercial. Em lugar dele, estavam seu filho e,
surpreendentemente, Antunes, do FGC. A empresa que estava registrada em nome de Cesarini
era a Interbank Consultoria em Informática, considerada inapta pela Junta Comercial. Esse tipo

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de punição ocorre quando não há declaração de Imposto de Renda. Com as seis páginas da
correspondência, Sidney enviou também um pequeno dossiê embasando suas afirmações.
A carta foi respondida no dia seguinte, 1º de março. A réplica não foi assinada por Antunes,
mas pelo chefe dele, Antonio Carlos Bueno. Por que Bueno responde a denúncias feitas contra
Antunes? Não está claro. O destinatário também não é Sidney. Em vez dele, aparecem os
diretores do BC Sidnei Marques e Anthero Meirelles. Bueno deixa claro que anexou a denúncia
de Sidney às três páginas que escreveu à dupla do BC. Por que os dois diretores? “Para deixá-
los cientes das dificuldades que vínhamos encontrando, decorrentes da quebra do Morada, e
de seus efeitos sobre o sistema financeiro”, diz Bueno, por meio de sua assessoria. No texto,
Bueno espinafra Sidney, responde às denúncias, defende Antunes e afirma: “Não mais daremos
continuidade junto àquele Banco ao trabalho idealizado”. Trata-se de uma ameaça? “O FGC
nunca fez nem faria ameaças a ninguém”, afirma Bueno.
O lance seguinte foi dado por Sidney. Em 6 de março do ano passado, ele enviou uma tréplica
à Gerência de Liquidações do Rio de Janeiro. Os diretores do BC Sidnei Marques e Anthero
Meirelles são mencionados mais uma vez no texto. Cinco dias depois de enviar esse documento,
ele foi demitido. No ato de sua exoneração, assinado pelo diretor Sidnei Marques, consta que
foi “dispensado, a pedido”. Questionado, Marques deu outra explicação: “O Departamento de
Liquidações me comunicou várias razões para a substituição”, diz. Em e-mail a ÉPOCA, ele as
enumera: “Retenção de recursos de terceiros, falta de providências para entrega das carteiras
cedidas antes da liquidação, falta de formação do quadro de credores”. Já que não foi a pedido,
a demissão de Sidney tem relação com as denúncias que ele fez? O BC afirma que não. E que
providências os diretores Marques e Meirelles tomaram a respeito dos alertas? Nada. “Tendo
sido comunicado pelo FGC de que aquela entidade não mais conduziria qualquer trabalho de
gestão das carteiras de crédito, nada haveria (sic) de providência a ser tomada”, afirma Marques.
“Não havia providências a ser tomadas pela Diretoria de Fiscalização”, disse Meirelles.
Outro funcionário aposentado do BC foi designado para a liquidação do Morada, no lugar
de Sidney Ferreira. Para assumir o cargo, Osmar Brasil teve de deixar a liquidação de uma
administradora de consórcio carioca, a Libra, onde teve uma experiência pouco usual. Os sócios
da Libra apresentaram à Polícia Federal uma queixa-crime contra ele. Nela, Brasil é acusado de
peculato, adulteração de documentos e formação de quadrilha. É comum que os liquidados
se revoltem contra os liquidantes. Curiosa foi a reação de Brasil: ele também apresentou uma
queixa-crime. Só que, na dele, os delitos são atribuídos a seus subordinados na Libra.
Na gestão de Brasil, Cesarini e Brandão finalmente assumiram os serviços de processamento
de dados e cobrança do Morada. Não foram contratados diretamente pelo banco. Recorreram
a uma triangulação. Seus serviços foram pagos pelos bancos que tinham negócios com a IMS
Tecnologia e Serviços, sucessora da M7 Cobranças. De acordo com um funcionário recrutado
para trabalhar na liquidação do Morada, a IMS recebeu R$ 25 milhões pelos serviços prestados.
Cesarini não confirma o valor. A mesma IMS recebeu R$ 70 milhões pelos serviços prestados
no Banco Cruzeiro do Sul. É um resultado espetacular, para uma empresa que, um ano e meio
antes, tinha R$ 1.000 de capital. O BC informou que esse contrato já foi encerrado. Agora
liquidante do Banco Rural, Brasil não atendeu os telefonemas para comentar o assunto nem
respondeu aos e-mails com questões referentes ao Morada e ao Libra.
Integrantes da equipe que participou da liquidação do Morada relataram que as gestões do FGC
para a contratação da M7 Cobranças e da Interbank foram acompanhadas por toda a cadeia
de comando do Departamento de Liquidações do BC. Os nomes dos funcionários subalternos

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Banco do Brasil 2013/2 – Atualidades do Mercado Financeiro – Prof. Edgar Abreu

que não constam das correspondências foram preservados nesta reportagem. O mesmo
benefício não se pôde dar aos diretores Sidnei Marques, Anthero Meirelles – ou ao presidente
Alexandre Tombini. A carta enviada por Bueno a Marques e Meirelles, com a denúncia de
Sidney anexada, exige explicações. O mesmo ocorre com as explicações dadas em carta por
Sidney a seus chefes. Esses dois documentos provam que o BC mentiu ao afirmar, há um mês,
que desconhecia irregularidades envolvendo a IMS. Por quê? Funcionários públicos como os do
BC são obrigados a tomar providências quando informados de irregularidades. Nada fizeram.
O BC diz que Tombini não sabia de nada e que não tinha razão funcional para fazê-lo. É crível
que, numa diretoria de oito membros, dois tenham sido informados de irregularidades que
poderiam constituir crime e, em vez de dar ciência ao chefe, tenham silenciado? Não há uma
boa saída para a direção do Banco Central.

14. Esclarecimento sobre reportagem da Revista Época

•• Fonte: Site BACEN, em 14 de Setembro de 2013


•• Relevância: 5
Em relação à matéria “Ele diz que não sabia”, publicada na edição deste final de semana da
Revista Época, o Banco Central do Brasil (BC) repele, rejeita e repudia, veementemente, todas
as ilações e afirmações mentirosas e vazias nelas contidas, relativas a eventual falta de lisura na
condução de regimes especiais decretados pela autarquia.
O jornalista Felipe Patury, que assina a matéria, fez o primeiro contato (por telefone) com a
Assessoria de Imprensa do BC na última segunda-feira (9), ocasião em que foi solicitado que
ele adiantasse a pauta e enviasse os questionamentos a respeito. Apenas na última quinta-
feira (12), às 15:40, o BC recebeu um total de 34 perguntas, dirigidas a 7 de seus servidores
(os nomes dos que não foram citados na matéria serão também preservados). Rigorosamente,
todas as perguntas foram tempestiva e integralmente respondidas, mesmo diante do exíguo
prazo estrategicamente fixado pelo jornalista para dificultar o envio das respostas em tempo
hábil pelo Banco Central.
A quase totalidade das respostas fornecidas pelos sete servidores do BC foi sumariamente
desprezada pelo jornalista na sua matéria. Além disso, para que nenhuma dúvida restasse
quanto à atuação do BC, o diretor da área de liquidações, Sidnei Corrêa Marques, após o
envio de resposta a todas às 34 perguntas, concedeu, na última sexta-feira (13), às 13:15,
uma entrevista ao jornalista de 30 minutos, ocasião em que todos os pontos, dúvidas e
questionamentos levantados foram novamente esclarecidos.
O Banco Central entende que a decretação de regimes especiais, sobretudo em casos em que
se apuraram fraudes, como foi o do Banco Morada e do Banco Cruzeiro do Sul, impacta de
maneira contundente a vida de banqueiros e ex-administradores responsáveis pela má gestão
de instituições financeiras liquidadas e pelos danos aos credores e à estabilidade financeira.
Assim, não é nenhuma surpresa para o BC que essas pessoas que viram seus interesses
contrariados e seus atos ilícitos desnudados e comunicados às autoridades competentes, se
insurjam e tentem denegrir a reputação do órgão regulador e supervisor do sistema financeiro.
É, entretanto, lamentável, que um profissional de um órgão de imprensa de reconhecida
referência se deixe pautar por esses interesses escusos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 259
Especificamente em relação a algumas afirmações irresponsáveis veiculadas na matéria, o BC
esclarece:
1. A cúpula do BC jamais tomou conhecimento da existência de qualquer “esquema montado
pelos diretores do FGC nas liquidações bancárias” e, se tivesse tomado, não hesitaria em
prontamente agir para coibir eventuais práticas ilícitas e punir os responsáveis;
2. Os diretores de Organização do Sistema Financeiro e de Fiscalização do BC não foram
informados de quaisquer “atividades” ilícitas ou não de dirigentes do FGC;
3. Ao contrário do que afirma o jornalista, as correspondências que o BC recebeu comunicavam
que o FGC não mais conduziria a gestão das carteiras de crédito cedidas do Banco Morada.
Além disso, as empresas M7 Cobranças e Interbank não foram contratadas pela referida
instituição financeira. Assim, a nomeação do FGC no âmbito do RAET do Banco Cruzeiro do
Sul não tem qualquer relação com aquelas correspondências. Ademais, no caso de RAET,
a presença de uma pessoa jurídica com especialização financeira é relevante, pois, nesse
regime, a instituição financeira continua operando normalmente, havendo necessidade de
se realizarem operações de liquidez com a instituição financeira em curto período, o que só
é possível com a conjugação dos papéis de administrador de regime especial e de provedor
de assistência financeira;
4. É inverídica e descabida a afirmação de que “dois diretores do BC esconderam as
denúncias” do presidente, pois, como respondido ao jornalista, nenhuma irregularidade foi
comunicada àqueles dirigentes que demandasse a adoção de qualquer providência, pois
as empresas não foram contratadas e o FGC afirmou que não mais daria continuidade ao
trabalho de gestão das carteiras;
5. Igualmente não é verdadeira a ilação de que “a demissão de Sidney tem relação com as
denúncias que ele fez”, pois, como veiculado na própria matéria, o diretor da área de
liquidações do BC declinou, pelo menos, quatro motivos da dispensa do liquidante. Cabe
ainda ressaltar que, mesmo após a dispensa do liquidante Sidney Ramos Ferreira, as
empresas M7 Cobranças e Interbank não foram contratadas pelo novo liquidante, como
dito ao jornalista nas respostas do BC;
6. É uma aleivosia intolerável a afirmação de que “o BC mentiu ao afirmar, há um mês, que
desconhecia irregularidades envolvendo a IMS”. Quando procurado pelo jornalista no mês
de agosto, o BC efetivamente não tinha conhecimento de que a empresa IMS prestava
serviço ao Banco Cruzeiro do Sul, por pelo menos duas razões: primeiramente, porque a
contratação de empresas pelas instituições financeiras liquidadas compete exclusivamente
ao liquidante, não sendo o BC comunicado prévia ou posteriormente; além disso, porque
a única informação que chegara ao BC dizia respeito às empresas M7 e Interbank, que não
foram contratadas nem pelo Banco Morada nem pelo Banco Cruzeiro do Sul. Ademais,
não cabe ao BC saber se determinada empresa é sucessora de outra. E tão logo tomou
conhecimento de possíveis irregularidades na gestão do RAET e da liquidação do Banco
Cruzeiro do Sul, o BC deu início a um procedimento de investigação, que se encontra em
curso.
Por fim, uma vez que o jornalista optou por não dar acesso aos leitores da revista a todas as
informações devidamente prestadas pelo BC, a autarquia publica abaixo a íntegra da mensagem
a ele enviada e das respostas às 34 indagações. (Acesse as respostas direto no site do BACEN ou
clicando aqui)

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Banco do Brasil 2013/2 – Atualidades do Mercado Financeiro – Prof. Edgar Abreu

15. Susep aprova transferência de controle acionário do IRB

•• Fonte: Site SUSEP, em 16 de Setembro de 2013


•• Relevância: 5
Empresa foi incluída no Programa Nacional de Desestatização – PND por meio do Decreto n°
2.423/1997
A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) aprovou a transferência do controle acionário
do IRB Brasil Resseguros S/A, no âmbito do processo de desestatização, transferindo-o da
União para um Bloco de Controle, celebrado via acordo de acionistas, formado pela União (por
meio do Ministério da Fazenda), BB Seguros Participações, Bradesco Auto RE Companhia de
Seguros, Itaú Seguros, Itaú Vida e Previdência e Fundo de Investimento em Participações Caixa
- Barcelona.
O IRB foi incluído no Programa Nacional de Desestatização – PND por meio do Decreto
n° 2.423/1997, sendo o procedimento amparado pela Lei nº 9.491/1997, regulamentada
pelo Decreto nº 2.594/1998, tendo as Resoluções CND nº 3/2011 e 3/2013, estabelecido as
condições gerais e as etapas do modelo de desestatização adotado.

16. CNSP aprova comercialização de seguros por meios remotos

•• Fonte: Site SUSEP, em 29 de Setembro de 2013


•• Relevância: 4
Resolução, elaborada pela Susep, permite uso da internet, celular e outros meios eletrônicos
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) aprovou a Resolução 294, que permite a
comercialização de produtos relacionados aos planos de seguros e de previdência complementar
aberta por meios remotos. A proposta, elaborada pela Superintendência de Seguros Privados
(Susep), autoriza às companhias a emissão de bilhetes, apólices e certificados individuais,
além troca de informações e transferência de dados, através da internet, telefonia (incluindo
aparelhos celulares), televisão a cabo ou digital, sistemas de comunicação via satélite etc.
A utilização dos meios remotos deverá garantir ao contratante a possibilidade de impressão
do documento e o fornecimento, quando solicitado, de sua versão física. A solicitação também
poderá ser realizada pelo meio remoto. A emissão das apólices e certificados individuais
observará os procedimentos efetuados sob hierarquia da Infraestrutura de Chaves Públicas
Brasileiras (ICP-Brasil) ou outra Autoridade Pública Raiz cuja infraestrutura seja equivalente à
PKI (Public Key Intrastructure), com identificação de data e hora do envio.
Na contratação por apólice ou por certificado, a proposta poderá ser formalizada por meio
de login e senha ou certificado digital, necessariamente pré-cadastrados pelo proponente/
representante legal em ambiente seguro.

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17. Governo padroniza regras para venda de garantia estendida de produtos

•• Fonte: Agência Estado, em 24 de Outubro de 2013


•• Relevância: 3
Brasília – As lojas não poderão mais fazer venda casada da garantia estendida de produtos,
decidiu hoje (24) o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). O órgão, vinculado ao
Ministério da Fazenda, regulamentou as regras para o oferecimento do serviço, que funciona
como um seguro adicional usado principalmente no comércio de eletrodomésticos.
O conselho também exigiu que o comércio ponha à disposição um representante das
seguradoras para explicar aos clientes a garantia estendida no ato da venda. O cliente terá
ainda uma semana para desistir do serviço e fazer o cancelamento sem custos. Além disso, as
lojas estão proibidas de vincular descontos nos produtos à aquisição desse tipo de garantia.
Caso descumpram as regras, as seguradoras que oferecem a garantia estendida pagarão multa
que variará de R$ 10 mil a R$ 500 mil. De acordo com a Superintendência de Seguros Privados
(Susep), as medidas valerão a partir da publicação no Diário Oficial da União, que deve ocorrer
na próxima semana, mas as seguradoras terão até 180 dias para se adaptar às novas normas.
A garantia estendida representa um seguro que o comprador contrata no momento da compra
de bens duráveis que permite consertos e até a troca do produto em prazo maior que a
garantia oferecida pelo fabricante. Atualmente, o serviço é oferecido não apenas no comércio
tradicional, mas também nas páginas das lojas na internet.

18. Banco do Brasil já oferece às empresas liberação de crédito via


smartphone

•• Fonte: Site BB, em 30 de Outubro de 2013


•• Relevância: 3
Novidade permite que os empresários consultem, simulem e liberem crédito diretamente em
seu telefone celular
O Banco do Brasil lançou mais uma novidade para as micro e pequenas empresas acessarem
crédito de forma rápida e prática. A partir de agora, os clientes pessoas jurídicas podem realizar
transações de liberação de crédito por meio de dispositivos móveis do tipo smartphone que
utilizam os sistemas operacionais iOS (iPhone), Android ou RIM (BlackBerry).
A funcionalidade está disponível para as principais linhas de capital de giro e de antecipação
de recebíveis. Além de liberar os recursos, o empresário pode consultar seus limites e simular
empréstimos pelo seu celular.
Com a inédita facilidade implantada pelo BB, os clientes têm à disposição o acesso ao crédito
por mais um canal de autoatendimento, além dos computadores pessoais e tablets com acesso
ao Gerenciador Financeiro (solução de internet banking para empresas) e da rede de agências.
Para as operações de capital de giro, também é possível liberar crédito por meio dos mais de 40
mil caixas eletrônicos do BB espalhados pelo país.

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Banco do Brasil 2013/2 – Atualidades do Mercado Financeiro – Prof. Edgar Abreu

Para o vice-presidente de Tecnologia do Banco do Brasil, Geraldo Afonso Dezena da Silva,


o lançamento da novidade está em linha com o objetivo do Banco em disponibilizar aos
seus clientes produtos financeiros com alto grau de tecnologia e inovação. “Além disso, a
possibilidade de liberar crédito pelo celular torna o mobile banking pessoa jurídica do BB uma
solução mais completa”, diz o executivo.
“A funcionalidade agrega mais comodidade, mobilidade e conveniência às empresas, ampliando
o acesso ao crédito”, explica o vice-presidente de Agronegócios e Micro e Pequenas do BB,
Osmar Dias. Segundo Osmar Dias, o empresário pode realizar suas transações bancárias de
qualquer lugar, sem precisar se dirigir a uma agência tradicional, o que permite mais tempo
para se dedicar integralmente para desenvolver seu empreendimento.

FOCO NOS CANAIS ELETRÔNICOS


O Banco do Brasil tem atuado para ampliar as soluções que visam elevar a utilização de canais
eletrônicos pelos seus clientes pessoas jurídicas.
O Gerenciador Financeiro é a solução de internet banking mais utilizada pelas empresas que
mantêm relacionamento com o BB, respondendo por mais de 50% do total de transações
realizadas, seguido pelos caixas eletrônicos com 11,6% das operações. A quantidade de
transações bancárias realizadas pelos clientes por meio de smartphones aumentou mais de
100% nos últimos 12 meses, totalizando 650 mil operações mensais.

19. Presidente do BC compõe a direção do BIS

•• Fonte: Site BACEN, em 02 de Dezembro de 2013


•• Relevância: 4
O presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini, passou a integrar o conselho de
diretores (Board of Directors) do Banco de Compensações Internacionais (Bank for International
Settlements, BIS), com sede em Basileia, na Suíça (http://www.bis.org/about/board.htm). A
nomeação foi feita pelos 21 membros do Board do BIS em 11 de novembro durante a última
reunião bimestral do órgão.
Além de Tombini, o conselho de diretores é atualmente composto pelos presidentes dos Bancos
Centrais dos Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, Japão, Suécia, China, Itália, Bélgica,
Alemanha, Índia e México.
Considerado o Banco Central dos Bancos Centrais, o BIS tem entre suas atribuições promover
discussões e facilitar a colaboração entre os bancos centrais, dar suporte ao diálogo com outras
autoridades responsáveis pela promoção da estabilidade financeira, conduzir pesquisas sobre
políticas de interesse dos bancos centrais, além de ser a primeira contraparte para os bancos
centrais em suas transações financeiras.
Atualmente, Tombini também é co-presidente do Regional Consultative Group Americas –
RCGA do Financial Stability Board – FSB (Grupo Consultivo Regional das Américas do Comitê de
Estabilidade Financeira) e presidente da Junta de Governo do Centro de Estudos Monetários
Latino-Americanos (Cemla)

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20. Juros sobem sinalizando nova alta da Selic em janeiro

•• Fonte: Agência Estado, em 02 de Dezembro de 2013


•• Relevância: 4
Alta desta segunda-feira faz crescerem as chances de uma elevação de 0,5 ponto porcentual da
Selic no próximo mês.
SÃO PAULO – Os juros futuros continuam renovando as máximas da sessão, nesta segunda-
feira, 2, acompanhando a alta dos yields dos Treasuries e em meio a uma agenda cheia no
mercado interno. Segundo um operador ouvido pelo Broadcast, serviço em tempo real da
Agência Estado, investidores estrangeiros começaram a entrar mais fortemente no mercado
brasileiro na tarde de hoje, após o ferido de Ação de Graças na semana passada nos EUA. Com a
alta de hoje, crescem as chances de uma elevação de 0,5 ponto porcentual da Selic em janeiro,
apesar de um aperto menor, de 0,25 ponto, não estar descartado.
Embora o reajuste de 4% concedido pelo governo para a gasolina ter ficado abaixo do esperado
pela maioria dos analistas, fontes do mercado explicam que a falta de clareza sobre a nova
política de preços dos combustíveis afeta as expectativas de inflação e impulsiona os juros
futuros. Por volta das 14h25, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro
de 2015 estava em 10,74%, ante 10,67% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2017
apontava 12,39%, ante 12,20% no último dia da semana passada.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou hoje que o nível de utilização da capacidade
instalada (NUCI) da indústria ficou estável em 82,1 em outubro ante setembro. O faturamento
real caiu 1,2%, considerando dados dessazonalizados. Na comparação com outubro do ano
passado, houve um aumento de 2,0% no faturamento real.
Enquanto isso, dados positivos nos EUA deram força à divisa norte-americana. No horário
citado acima o dólar à vista no balcão avançava para R$ 2,3510, um ganho de 0,64%. No
mercado futuro, o dólar para janeiro registrava valorização de 0,79%, a R$ 2,3710. No mercado
de ações, a Bovespa segue pressionada pela forte queda dos papéis da Petrobras. O Ibovespa
perdia 1,54%, a 51.675,54 pontos. A Vale também caía, mesmo com a realização de um evento
na Bolsa de Nova York onde estão sendo anunciados diversos investimentos. O papel ON da
mineradora recuava 1,78%, enquanto o PN perdia 0,85%.
O presidente do Conselho de Administração da Vale, Dan Conrado, disse há pouco que a
companhia irá manter a sua política de pagamento de dividendos e realizará o pagamento
mínimo em 2014. O presidente da companhia, Murilo Ferreira, disse há pouco, também durante
a apresentação, que a companhia manterá a sua estratégia de austeridade e simplicidade em
seus negócios. "Somos flexíveis para contemplar os diversos cenários e opções", destacou o
executivo.

21. PIB corrobora visão negativa sobre o Brasil e derruba Bovespa

•• Fonte: Agência Estado, em 03 de Dezembro de 2013


•• Relevância: 3

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Banco do Brasil 2013/2 – Atualidades do Mercado Financeiro – Prof. Edgar Abreu

Economia encolheu 0,5% no terceiro trimestre; pessimismo entre investidores também fica
evidente com a alta do dólar ante o real
SÃO PAULO – Mais do que a contração da atividade brasileira no terceiro trimestre, o resultado
do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado nesta terça-feira, 3, pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), com queda de 0,5% ante o trimestre imediatamente anterior,
corrobora a visão negativa dos investidores com relação aos fundamentos da economia
brasileira.
A Bolsa de Valores de São Paulo abriu em baixa e marcava recuo de 1,02% por volta das 10h45,
aos 50.709 pontos, com queda em todas as ações que compõem o Ibovespa. Na segunda-feira,
2, a Bovespa já havia fechado em baixa, de 2,36%, aos 51.245 pontos. Petrobras, que perdeu
mais de 10% ontem, chegou a abrir em alta, mas passou a cair novamente tanto nas ações ON
quanto nas PN.
O pessimismo fica evidente ainda com a alta do dólar ante o real, mesmo com a moeda norte-
americana perdendo valor ante o euro, iene e divisas ligadas a commodities. A alta só não é
maior pela cautela com indicadores programados para o restante da semana no exterior - que
podem complicar o quadro.
Os investidores ainda avaliam os impactos do resultado do PIB, mas ficou também evidente que
os números vieram fracos e piores do que o esperado. O setor agropecuário foi o responsável
por puxar o porcentual para baixo, enquanto indústria e serviços ficaram de lado. Chama
atenção ainda a queda de 2,2% da Formação Bruta de Capital Fixo

22. CMN aprova o estatuto e o regulamento do Fundo Garantidor do


Cooperativismo de Crédito – FGCoop
•• Fonte: Site BACEN em 05 de Novembro de 2013
•• Relevância: 5
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou resolução que estabelece a forma de
contribuição das instituições associadas ao Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito
(FGCoop), bem como aprova seu estatuto e regulamento. Conforme previsto na Resolução
nº 4.150, de 30.10.2012, esse fundo terá como instituições associadas todas as cooperativas
singulares de crédito do Brasil e os bancos cooperativos integrantes do Sistema Nacional de
Crédito Cooperativo (SNCC).
De acordo com seu estatuto, o FGCoop tem por objeto prestar garantia de créditos nos casos
de decretação de intervenção ou de liquidação extrajudicial de instituição associada, até o
limite de R$250 mil reais por pessoa, bem como contratar operações de assistência, de suporte
financeiro e de liquidez com essas instituições.
A contribuição mensal ordinária das instituições associadas ao Fundo será de 0,0125% dos
saldos das obrigações garantidas, que abrangem as mesmas modalidades protegidas pelo
Fundo Garantidor de Créditos dos bancos, o FGC, ou seja, os depósitos à vista e a prazo, as
letras de crédito do agronegócio, entre outros.
Ainda nos termos de seu estatuto, a governança do Fundo será exercida pela Assembleia Geral,
pelo Conselho de Administração e pela Diretoria Executiva, e está estruturada de modo a
permitir a efetiva representatividade das associadas, sejam elas cooperativas independentes ou
filiadas a sistemas, sendo o direito de voto proporcional às respectivas contribuições ordinárias.

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VIDEOTECA

Clique na imagem ou no link ao lado para assistir ao vídeo.

1. Retrospectiva 2013
Fonte: Estadão
Duração: 7 minutos
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2. Inflação 2013
Fonte: Globo.com
Duração: 7 minutos
Relevância: 4
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3. Liquidação Banco Rural


Fonte: Globo.com
Duração: 2 minutos
Relevância: 4
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Banco do Brasil 2013/2 – Atualidades do Mercado Financeiro – Prof. Edgar Abreu

4. Entrevista: Aldemir Bendine, presidente do


BB
Fonte: Isto É Dinheiro
Duração: 3 minutos
Relevância: 5
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5. Mercado de Resseguros
Fonte: UOLEconomia
Duração: 2 minutos
Relevância: 4
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6. Título de Capitalização
Fonte: Folha Invest
Duração: 5 minutos
Relevância: 3
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7. Microsseguro
Fonte: Isto É Dinheiro
Duração: 4 minutos
Relevância: 3
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Questões

OBS.: Como a disciplina é a primeira vez d) o BB Crédito Imóvel Próprio.


cobrada em um concurso elaborado pela e) a Letra Hipotecária.
CESGRANRIO, não existe histórico de
questões anteriores, por esse motivo iremos 4. (FCC – BB – 2013) No atual debate que se
estudar com base nas questões elaboradas dá pelos meios de comunicação sobre a
pelo professor Edgar Abreu, como revisão questão do controle da inflação, entre as
de estudos. medidas cogitadas, encontra-se a
a) desoneração de tributos incidentes
1. (FCC – BB – 2013) Presente no ambiente sobre o lucro das empresas estatais.
regulatório dos negócios bancários, tem b) redução do teto da meta anual da
merecido destaque para contribuir com a inflação estipulada pelo Ministério do
redução da taxa de juros: Planejamento.
c) restrição dos investimentos
a) restrição à entrada de novos bancos estrangeiros diretos.
estrangeiros no País. d) antecipação de reajuste de tarifas de
b) limitação de empréstimos para transporte público.
aquisição de veículos novos. e) elevação da taxa básica de juros
c) atuação conjunta do Banco do Brasil
com o Banco Central no crédito 5. (FCC – BB – 2013) Ao final de 2012, o
consignado. Banco Central do Brasil divulgou, por meio
d) determinação para financiamentos da diretoria de fiscalização, que vai passar
bancários sem garantia. a monitorar a conduta das instituições
e) portabilidade do crédito financeiras para além dos temas de liquidez
e solvência. O objetivo será fazer a chamada
2. (FCC – BB – 2013) O Banco Central do supervisão de conduta, com a missão de
Brasil decretou, em setembro de 2012, a verificar se as instituições estão seguindo
liquidação extrajudicial do Banco as regras atualmente existentes para uma
a) Nacional. série de assuntos, que incluem
b) Econômico. a) restrição ao funcionamento de
c) Santos. entidades controladas por capital
d) Cruzeiro do Sul. estrangeiro.
e) Crefisul. b) popularização do investimento
individual em títulos públicos.
3. (FCC – BB – 2013) Com o objetivo de c) determinação de áreas de atuação
diminuir o déficit habitacional, mediante a segregadas para bancos oficiais e
construção de novas moradias populares privados.
com financiamento acessível, o Governo d) monitoramento do relacionamento
Federal criou com correspondentes bancários.
a) a Carta de Crédito SBPE. e) incentivos fiscais para abertura de
b) o Programa Minha Casa Minha Vida. novas agências
c) o Consórcio Imobiliário para Todos.

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6. (FCC – BB – 2013) Investimentos em 9. (CASA – 2014) Ao final de Abril de 2013, o
infraestrutura são necessários para suportar valor garantido pelo FGC como cobertura
a dinâmica do crescimento econômico do para caso de inadimplência sofreu um
País. Atualmente, dentre as entidades do acréscimo, passando de R$ 70.000,00 para:
Sistema Financeiro Nacional, na concessão
de financiamentos de projetos de longo a) R$ 80.000,00
prazo, constata-se atuação com destaque b) R$ 100.000,00
c) R$ 150.000,00
a) dos Bancos comerciais. d) R$ 250.000,00
b) do Banco Nacional de Desenvolvimento e) R$ 20.000.000,00
Econômico e Social (BNDES).
c) das Companhias Hipotecárias. 10. (CASA – 2014) Com a publicação da
d) das Cooperativas Centrais de Crédito. Resolução CMN 4.222, um novo título de
e) das Sociedades de Crédito, crédito passou a ser coberto pelo FGC. O
Financiamento e Investimento. título em questão é:

7. (FCC – BB – 2013) Visando à obtenção a) Letra do Tesouro Nacional – LTN


de economia de custos operacionais e à b) Letra Financeira do Tesouro – LFT
ampliação do atendimento a clientes, a c) Letra do Crédito do Agronegócio – LCA
tendência entre as instituições financeiras d) Letra do Crédito Imobiliário – LCI
públicas federais é e) Letra Hipotecária – LH

a) unificar as contas correntes bancárias. 11. (CASA 2014) Recentemente o Banco Central
b) analisar e definir conjuntamente os liquidou mais um banco, o Rural. Afetado
limites individuais de crédito. pelo escândalo do mensalão e desvios de
c) compartilhar a rede de caixas conduta, não foi possível a sua salvação
eletrônicos e o acesso a determinados perante o Sistema Financeiro Nacional.
serviços em suas agências. Considerando as alterações provocadas
d) determinar um limite de crédito pela nova legislação do FGC, estabelecidas
consolidado para os portadores dos pela resolução CMN 4.222, e que um casal,
cartões de crédito emitidos por elas. com regime de casamento de comunhão
e) formalizar um acordo de não parcial de bens, tenha uma conta corrente
concorrência entre essas instituições. conjunta e que na data da liquidação o saldo
dessa era de R$ 800.000,00. Sendo assim, o
8. (CASA – 2014) Nos últimos anos, o BACEN valor creditado pelo FGC será:
vem liquidando vários bancos de tamanho
médio e pequeno. A maioria dos casos a) Creditado de forma conjunta no valor
são justificados pela má administração da de R$ 250.000,00
Instituição ou corrupção. Entre os bancos b) Creditado de forma conjunta no valor
abaixo, assinale aquele que não faz parte da de R$ 500.000,00
lista de bancos liquidados pelo BACEN. c) Creditado de forma individual no valor
de R$ 250.000,00 para cada um dos
a) Banco Rural titulares
b) Banco Cruzeiro do Sul d) Creditado de forma individual no valor
c) Banco Prósper de R$ 125.000,00 para cada um dos
d) Banco BVA titulares
e) Banco Panamericano e) Creditado de forma individual no valor
de R$ 70.000,00 para cada um dos
titulares

270 www.acasadoconcurseiro.com.br
Banco do Brasil 2013/2 – Atualidades do Mercado Financeiro – Prof. Edgar Abreu

12. (CASA 2014) No início de 2013 a Febraban, b) Agências das empresas de correios e
ampliou o acesso a TED para os clientes telégrafos.
pessoas físicas e jurídicas a terem acesso c) Maneiras remotas, como internet,
ampliado a um meio prático, ágil e seguro celular e etc.
de realizar transferências de recursos entre d) Casado com as operações de crédito
bancos diferente, reduzindo o valor mínimo e) Convênios com jornais, revistas e etc,
da TED para: que possibilitará o proponente adquirir
o seguro através de seu meio de
a) R$ 1.000,00 comunicação preferido.
b) R$ 2.000,00
c) R$ 3.000,00 15. (CASA 2014) Recentemente o presidente do
d) R$ 4.000,00 Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini,
e) R$ 5.000,00 passou a integrar o conselho de um banco
internacional muito importante, conhecido
13. (CASA 2014) O IRB, depois desse processo, como Banco Central dos Bancos Centrais,
terá flexibilidade necessária para competir esse banco é:
em condições de igualdade com grandes
grupos mundiais. O IRB tem grande a) Bank for International Settlements – BIS
potencial de expansão dos negócios, tendo b) Banco Mundial – BM
em vista a realidade econômica do Brasil, c) Federal Reserve Bank – FED
com obras de infraestrutura, a necessidade d) International Bank for Reconstruction
de seguros e resseguros. (Secretário and Development – BIRD
executivo do Ministério da Fazenda, Nelson e) European Central Bank – ECB
Barbosa, em Fevereiro de 2013). O processo
no qual se refere o secretário da fazenda é 16. (CASA 2014) O Conselho Monetário
Nacional (CMN) aprovou resolução que
a) Abertura de Capital do IRB na bolsa de estabelece a forma de contribuição
valores das instituições associadas ao Fundo
b) Desestatização do IRB Garantidor do Cooperativismo de Crédito
c) Injeção de recursos da União com o (FGCoop), bem como aprova seu estatuto
objetivo de aumentar o capital do IRB e regulamento. Entre as instituições que
d) Emissão de Debêntures pelo IRB, com o fazem parte do FGCoop, estão:
objetivo de captar recursos no mercado
de capitais. a) Bancos Múltiplos e Bancos Comerciais
e) Empréstimo realizado junto ao BNDES b) Sociedades de Crédito Imobiliários –
que irá garantir maior caixa ao IRB, SCI e Sociedades de Arrendamento
aumentando a sua competitividade. Mercantil – SAM
c) Cooperativas de Crédito e Bancos
14. (CASA 2014) O Conselho Nacional de Cooperativos
Seguros Privados (CNSP) aprovou a d) Cooperativas de Créditos apenas
Resolução 294, que permite uma nova e) Bancos de Investimentos e Bancos
forma de comercialização de produtos Cooperativos.
relacionados aos planos de seguros e de
previdência complementar aberta, essa 17. (CASA – 2014) Os bancos terão novo
maneira nova de comercialização se dá instrumento de captação de recursos de
através: longo prazo. O Conselho Monetário Nacional
(CMN) regulamentou em setembro de
a) Convênio com empresas lojas de 2013 as condições de emissão de um novo
varejos meio de captação utilizados pelos bancos

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múltiplos, comerciais, de investimento e 19. (CASA 2014) Em 2013 o Banco Central do
pela Caixa Econômica Federal. O meio de Brasil foi acusado por uma revista nacional
captação que o texto refere-se é: de omissão do diante das denúncias de
falcatruas bancárias. O fato teve grande
a) Certificados de Operações Estruturadas repercussão local e internacional. A revista
– COE que publicou tal denuncia foi
b) Certificado de Recebíveis Imobiliários –
CRI a) Veja
c) Certificados de Depósito Bancário – b) Isto É
CDB c) Época
d) Depósito a Prazo com Garantia Especial d) Exame
– DPGE e) Fantástico
e) Letra Financeira – LF
20. (CASA 2014) O ano de 2013 foi muito
18. (CASA 2014). A Bloomberg explicou criticado pelos economistas, principalmente
trajetória do empresário como um a atuação do governo nas execuções
empreendedor que aproveitou o apetite das políticas econômicas. Quanto ao
dos investidores na década passada por desempenho de inflação, taxa de juros,
commodities e lançou seis empresas para cotação do dólar e da bolsa de valores, ao
captar esse fluxo de capitais. Porém, ele final do ano de 2013, respectivamente foi
perdeu a confiança do mercado, tentou de:
vender partes dessas empresas para se
salvar. O fim do processo foi a tentativa de a) Alta (porém dentro da meta), queda,
recuperação e a mudança da sede da EBX alta e alta
de um prédio de 23 andares para escritórios b) Baixa, queda, queda e queda
menores no Rio. O empresário em questão, c) Alta (porém dentro da meta), alta, alta
que ficou famoso pelas grandes perdas e alta
financeiras em 2013 é: d) Alta (porém dentro da meta), alta, alta
e queda
a) Silvio Santos e) baixa, queda, queda e alta
b) Warren Buffett
c) Thor Batista
d) mark zuckerberg
e) Eike Batista

Gabarito: 1. E 2. D 3. B 4. E 5. D 6. B 7. C 8. E 9. D 10. C 11. D 12. A 13. B 14. C 15. A 16. C 17. A
18. E 19. C 20. D

272 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica

Professor: Pedro Kunh

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Legislação Específica

O homem, desde seu nascimento, passa a integrar uma sociedade, terá um convívio diário com
seus semelhantes (e precisa deste convívio) que manterá ao longo da vida.
Com o passar do tempo, cada pessoa constrói um conjunto de valores que servem como
sustentação do comportamento que adota ao longo da vida.
Uma vez que cada pessoa constrói um conjunto de valores diferentes, certamente ocorrerão os
conflitos nos relacionamentos.
Tais conflitos de relacionamentos precisam ser mantidos dentro de padrões aceitos pelas
sociedades, independentemente dos valores individuais.
É aqui que encontramos a ética que é o ramo de estudo que tem por objetivo o estudo do
comportamento humano dentro de cada sociedade. Este estudo busca a convivência pacífica
dentro de cada sociedade.
Sabedores do conceito de ética, nosso edital solicitou o estudo da termo MORAL, que não pode
ser confundido com a ética.
Na prova da Caixa Econômica Federal de 2006 foi apresentado o seguinte texto muito
elucidativo:
Texto concurso da Caixa 2006.
Ética e moral
Ética tem origem no grego ethos, que significa modo de ser. A palavra moral vem do latim mos
ou mores, ou seja, costume ou costumes. A primeira é uma ciência sobre o comportamento
moral dos homens em sociedade e está relacionada à Filosofia. Sua função é a mesma de
qualquer teoria: explicar, esclarecer ou investigar determinada realidade, elaborando os
conceitos correspondentes. A segunda, como define o filósofo Vázquez, expressa “um conjunto
de normas, aceitas livre e conscientemente, que regulam o comportamento individual dos
homens”.
Ao campo da ética, diferente do da moral, não cabe formular juízo valorativo, mas, sim, explicar
as razões da existência de determinada realidade e proporcionar a reflexão acerca dela. A
moral é normativa e se manifesta concretamente nas diferentes sociedades como resposta a
necessidades sociais; sua função consiste em regulamentar as relações entre os indivíduos e
entre estes e a comunidade, contribuindo para a estabilidade da ordem social.
Com base neste texto podemos traçar algumas distinções entre ética e moral:
ÉTICA É UNIVERSAL MORAL É CULTURAL – Exemplo do apedrejamento de mulheres pelos
muçulmanos, neste caso a ética estuda o comportamento e a moral diz se ele é cabível ou não
naquela sociedade. No Brasil certamente não seria aceito, mas no Irã sim.
ÉTICA É TEORIA MORAL É PRÁTICA.

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ÉTICA É ETERNA A MORAL É TEMPORÁRIA.

Dentro de nosso edital ainda constam 2 termos: VALORES E VIRTUDES.


•• VALORES – Conjunto de normas que materializam um ideal de perfeição buscado pelos
seres humanos. Se referem às normas ou critérios de conduta que afetam todas as áreas
da nossa atividade. Exemplos: Solidariedade, Honestidade, Verdade, Lealdade, Bondade,
Altruísmo... (O homem está buscando).
•• VIRTUDES - A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que
constituem o homem de bem. Segundo Aristóteles, é uma disposição adquirida de fazer
o bem,e elas se aperfeiçoam com o hábito. (o homem virtuoso já possui, mas certamente
pode buscar outros valores).

ÉTICA PROFISSIONAL E ÉTICA EMPRESARIAL.

•• ÉTICA PROFISSIONAL é o conjunto de princípios que regem a conduta funcional de uma


determinada profissão. Dessa maneira, cada pessoa deve proceder de acordo com os
princípios éticos. Cada profissão, porém, exige de quem a exerce, além dos princípios éticos
comuns a todos os homens, procedimento ético de acordo com a profissão. Exemplo: sigilo
do médico, do padre, do terapeuta.
•• ÉTICA EMPRESARIAL refere-se e atinge as empresas e organizações, pois estas necessitam
desenvolver-se de tal forma que a ética, a conduta ética de seus integrantes, bem como os
valores e convicções primários da organização se tornem parte de sua cultura.
Um código de ética profissional (como o do Banco do Brasil, que estudaremos a seguir, pode ser
entendido como uma relação das práticas de comportamento que se espera sejam observadas
no exercício da profissão. As normas do código de ética visam ao bem-estar da sociedade, de
forma a assegurar a lisura de procedimentos de seus membros dentro e fora da instituição.)
Assim, um dos objetivos de um código de ética profissional é a formação da consciência
profissional sobre padrões de conduta.

Código de Ética do Banco do Brasil

1.1. Clientes
1.1.1. Oferecemos produtos, serviços e informações para o atendimento das necessidades de
clientes de cada segmento de mercado, com inovação, qualidade e segurança.
1.1.2. Oferecemos tratamento digno e cortês, respeitando os interesses e os direitos do
consumidor.
1.1.3. Oferecemos orientações e informações claras, confiáveis e oportunas, para permitir aos
clientes a melhor decisão nos negócios.

276 www.acasadoconcurseiro.com.br
Banco do Brasil – Legislação Específica – Prof. Pedro Kuhn

1.1.4. Estimulamos a comunicação dos clientes com a Empresa e consideramos suas


manifestações no desenvolvimento e melhoria das soluções em produtos, serviços e
relacionamento.
1.1.5. Asseguramos o sigilo das informações bancárias, ressalvados os casos previstos em lei.
1.2. Funcionários e Colaboradores
1.2.1. Zelamos pelo estabelecimento de um ambiente de trabalho saudável, pautando as
relações entre superiores hierárquicos, subordinados e pares pelo respeito e pela cordialidade.
1.2.2. Repudiamos condutas que possam caracterizar assédio de qualquer natureza.
1.2.3. Respeitamos a liberdade de associação sindical e buscamos conciliar os interesses da
Empresa com os interesses dos funcionários e suas entidades representativas de forma
transparente, tendo a negociação como prática permanente.
1.2.4. Zelamos pela segurança no ambiente de trabalho e asseguramos aos funcionários
condições previdenciárias, assistenciais e de saúde que propiciem melhoria da qualidade de
vida e do desempenho profissional.
1.2.5. Asseguramos a cada funcionário o acesso às informações pertinentes à sua privacidade,
bem como o sigilo destas informações, ressalvados os casos previstos em lei.
1.2.6. Orientamos decisões relativas à retribuição, reconhecimento e ascensão profissional por
critérios previamente estabelecidos de desempenho, mérito, competência e contribuição ao
Conglomerado.
1.2.7. Adotamos os princípios de aprendizado contínuo e investimos em educação corporativa
para permitir o desenvolvimento pessoal e profissional.
1.2.8. Mantemos contratos e convênios com instituições que asseguram aos colaboradores
condições previdenciárias, fiscais, de segurança do trabalho e de saúde.
1.2.9. Reconhecemos, aceitamos e valorizamos a diversidade do conjunto de pessoas que
compõem o Conglomerado.
1.2.10. Zelamos pela melhoria dos processos de comunicação interna, no sentido de facilitar a
disseminação de informações relevantes aos negócios e às decisões corporativas.
1.2.11. Apoiamos iniciativas que resultem em benefícios e melhoria da qualidade de vida e da
saúde do funcionário e de seus familiares.
1.2.12. Repudiamos práticas ilícitas, como suborno, extorsão, corrupção, propina, em todas as
suas formas.
1.2.13. Orientamos os profissionais contratados a pautarem seus comportamentos pelos
princípios éticos do BB.
1.3. Fornecedores
1.3.1. Adotamos, de forma imparcial e transparente, critérios de seleção, contratação e
avaliação, que permitam pluralidade e concorrência entre fornecedores, que confirmem a
idoneidade das empresas e que zelem pela qualidade e melhor preço dos produtos e serviços
contratados.

www.acasadoconcurseiro.com.br 277
1.3.2. Requeremos, no relacionamento com fornecedores, o cumprimento da legislação
trabalhista, previdenciária e fiscal, bem como a não-utilização de trabalho infantil ou escravo
e a adoção de relações de trabalho adequadas e de boas práticas de preservação ambiental,
resguardadas as limitações legais.
1.4. Acionistas, Investidores e Credores
1.4.1. Pautamos a gestão da Empresa pelos princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência.
1.4.2. Somos transparentes e ágeis no fornecimento de informações aos acionistas, aos
investidores e aos credores.
1.4.3. Consideramos toda informação passível de divulgação, exceto a de caráter restrito que
coloca em risco o desempenho e a imagem institucional, ou que está protegida por lei.
1.5. Parceiros
1.5.1. Consideramos os impactos socioambientais na realização de parcerias, convênios,
protocolos de intenções e de cooperação técnico-financeira com entidades externas, privadas
ou públicas.
1.5.2. Estabelecemos parcerias que asseguram os mesmos valores de integridade, idoneidade e
respeito à comunidade e ao meio ambiente.
1.6. Concorrentes
1.6.1. Temos a ética e a civilidade como compromisso nas relações com a concorrência.
1.6.2. Conduzimos a troca de informações com a concorrência de maneira lícita, transparente e
fidedigna, preservando os princípios do sigilo bancário e os interesses da Empresa.
1.6.3. Quando solicitados, disponibilizamos informações fidedignas, por meio de fontes
autorizadas.
1.7. Governo
1.7.1. Somos parceiros do Governo Federal na implementação de políticas, projetos e
programas socioeconômicos voltados para o desenvolvimento sustentável do País.
1.7.2. Articulamos os interesses e as necessidades da Administração Pública com os vários
segmentos econômicos da sociedade.
1.7.3. Relacionamo-nos com o poder público independentemente das convicções ideológicas
dos seus titulares.
1.8. Comunidade
1.8.1. Valorizamos os vínculos estabelecidos com as comunidades em que atuamos e
respeitamos seus valores culturais.
1.8.2. Reconhecemos a importância das comunidades para o sucesso da Empresa, bem como a
necessidade de retribuir à comunidade parcela do valor agregado aos negócios.
1.8.3. Apoiamos, nas comunidades, iniciativas de desenvolvimento sustentável e participamos
de empreendimentos voltados à melhoria das condições sociais da população.

278 www.acasadoconcurseiro.com.br
Banco do Brasil – Legislação Específica – Prof. Pedro Kuhn

1.8.4. Zelamos pela transparência no financiamento da ação social.


1.8.5. Afirmamos nosso compromisso com a erradicação de todas as formas de trabalho
degradante: infantil, forçado e escravo.
1.8.6. Afirmamos estrita conformidade à Lei na proibição ao financiamento e apoio a partidos
políticos ou candidatos a cargos públicos.
1.9. Órgãos Reguladores
1.9.1. Trabalhamos em conformidade com as leis e demais normas do ordenamento jurídico.
1.9.2. Atendemos nos prazos estabelecidos às solicitações originadas de órgãos externos de
regulamentação e fiscalização e de auditorias externa e interna.

CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL

Art. 1º Fica instituído o Código de Conduta da esclarecimento de dúvidas quanto à


Alta Administração Federal, com as seguintes conduta ética do administrador.
finalidades:
Art. 2º As normas deste Código aplicam-se às
I - tornar claras as regras éticas de conduta seguintes autoridades públicas:
das autoridades da alta Administração
Pública Federal, para que a sociedade possa I - Ministros e Secretários de Estado;
aferir a integridade e a lisura do processo II - titulares de cargos de natureza especial,
decisório governamental; secretários-executivos, secretários ou
II - contribuir para o aperfeiçoamento dos autoridades equivalentes ocupantes de
padrões éticos da Administração Pública cargo do Grupo-Direção e Assessoramento
Federal, a partir do exemplo dado pelas Superiores - DAS, nível seis;
autoridades de nível hierárquico superior; III - presidentes e diretores de agências
III - preservar a imagem e a reputação nacionais, autarquias, inclusive as especiais,
do administrador público, cuja conduta fundações mantidas pelo Poder Público,
esteja de acordo com as normas éticas empresas públicas e sociedades de
estabelecidas neste Código; economia mista.

IV - estabelecer regras básicas sobre Art. 3º No exercício de suas funções, as


conflitos de interesses públicos e privados autoridades públicas deverão pautar-se pelos
e limitações às atividades profissionais padrões da ética, sobretudo no que diz respeito
posteriores ao exercício de cargo público; à integridade, à moralidade, à clareza de
posições e ao decoro, com vistas a motivar o
V - minimizar a possibilidade de conflito respeito e a confiança do público em geral.
entre o interesse privado e o dever funcional
das autoridades públicas da Administração Parágrafo único. Os padrões éticos de que
Pública Federal; trata este artigo são exigidos da autoridade
pública na relação entre suas atividades
VI - criar mecanismo de consulta, públicas e privadas, de modo a prevenir
destinado a possibilitar o prévio e pronto eventuais conflitos de interesses.

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Art. 4º Além da declaração de bens e rendas de que, por qualquer outro meio, cheguem ao
que trata a Lei no 8.730, de 10 de novembro de seu conhecimento.
1993, a autoridade pública, no prazo de dez dias
contados de sua posse, enviará à Comissão de § 3º A autoridade pública poderá consultar
Ética Pública - CEP, criada pelo Decreto de 26 previamente a CEP a respeito de ato
de maio de 1999, publicado no Diário Oficial da específico de gestão de bens que pretenda
União do dia 27 subsequente, na forma por ela realizar.
estabelecida, informações sobre sua situação § 4º A fim de preservar o caráter sigiloso
patrimonial que, real ou potencialmente, das informações pertinentes à situação
possa suscitar conflito com o interesse público, patrimonial da autoridade pública,
indicando o modo pelo qual irá evitá-lo. as comunicações e consultas, após
Art. 5º As alterações relevantes no patrimônio da serem conferidas e respondidas, serão
autoridade pública deverão ser imediatamente acondicionadas em envelope lacrado,
comunicadas à CEP, especialmente quando se que somente poderá ser aberto por
tratar de: determinação da Comissão.

I - atos de gestão patrimonial que envolvam: Art. 6º A autoridade pública que mantiver
participação superior a cinco por cento do
a) transferência de bens a cônjuge, capital de sociedade de economia mista, de
ascendente, descendente ou parente na instituição financeira, ou de empresa que
linha colateral; negocie com o Poder Público, tornará público
este fato.
b) aquisição, direta ou indireta, do controle
de empresa; ou Art. 7º A autoridade pública não poderá receber
salário ou qualquer outra remuneração de fonte
c) outras alterações significativas ou privada em desacordo com a lei, nem receber
relevantes no valor ou na natureza do transporte, hospedagem ou quaisquer favores
patrimônio; de particulares de forma a permitir situação que
II - atos de gestão de bens, cujo valor possa possa gerar dúvida sobre a sua probidade ou
ser substancialmente alterado por decisão honorabilidade.
ou política governamental. Parágrafo único. É permitida a participação
§ 1º É vedado o investimento em bens em seminários, congressos e eventos
cujo valor ou cotação possa ser afetado semelhantes, desde que tornada pública
por decisão ou política governamental a eventual remuneração, bem como o
respeito da qual a autoridade pública tenha pagamento das despesas de viagem pelo
informações privilegiadas, em razão do promotor do evento, o qual não poderá
cargo ou função, inclusive investimentos ter interesse em decisão a ser tomada pela
de renda variável ou em commodities, autoridade.
contratos futuros e moedas para fim Art. 8º É permitido à autoridade pública o
especulativo, excetuadas aplicações em exercício não remunerado de encargo de
modalidades de investimento que a CEP mandatário, desde que não implique a prática
venha a especificar. de atos de comércio ou quaisquer outros
§ 2º Em caso de dúvida, a CEP poderá solicitar incompatíveis com o exercício do seu cargo ou
informações adicionais e esclarecimentos função, nos termos da lei.
sobre alterações patrimoniais a ela Art. 9º É vedada à autoridade pública a
comunicadas pela autoridade pública ou aceitação de presentes, salvo de autoridades

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Banco do Brasil – Legislação Específica – Prof. Pedro Kuhn

estrangeiras nos casos protocolares em que I - atuar em benefício ou em nome de


houver reciprocidade. pessoa física ou jurídica, inclusive sindicato
ou associação de classe, em processo ou
Parágrafo único. Não se consideram negócio do qual tenha participado, em
presentes para os fins deste artigo os razão do cargo;
brindes que:
II - prestar consultoria a pessoa física ou
I - não tenham valor comercial; ou jurídica, inclusive sindicato ou associação
II - distribuídos por entidades de qualquer de classe, valendo-se de informações não
natureza a título de cortesia, propaganda, divulgadas publicamente a respeito de
divulgação habitual ou por ocasião de programas ou políticas do órgão ou da
eventos especiais ou datas comemorativas, entidade da Administração Pública Federal
não ultrapassem o valor de R$ 100,00 (cem a que esteve vinculado ou com que tenha
reais). tido relacionamento direto e relevante
nos seis meses anteriores ao término do
Art. 10. No relacionamento com outros órgãos exercício de função pública.
e funcionários da Administração, a autoridade
pública deverá esclarecer a existência de Art. 15. Na ausência de lei dispondo sobre
eventual conflito de interesses, bem como prazo diverso, será de quatro meses, contados
comunicar qualquer circunstância ou fato da exoneração, o período de interdição
impeditivo de sua participação em decisão para atividade incompatível com o cargo
coletiva ou em órgão colegiado. anteriormente exercido, obrigando-se a
autoridade pública a observar, neste prazo, as
Art. 11. As divergências entre autoridades seguintes regras:
públicas serão resolvidas internamente,
mediante coordenação administrativa, não I - não aceitar cargo de administrador
lhes cabendo manifestar-se publicamente ou conselheiro, ou estabelecer vínculo
sobre matéria que não seja afeta a sua área de profissional com pessoa física ou jurídica
competência. com a qual tenha mantido relacionamento
oficial direto e relevante nos seis meses
Art. 12. É vedado à autoridade pública opinar anteriores à exoneração;
publicamente a respeito:
II - não intervir, em benefício ou em nome
I - da honorabilidade e do desempenho de pessoa física ou jurídica, junto a órgão ou
funcional de outra autoridade pública entidade da Administração Pública Federal
federal; e com que tenha tido relacionamento oficial
direto e relevante nos seis meses anteriores
II - do mérito de questão que lhe será
à exoneração.
submetida, para decisão individual ou em
órgão colegiado. Art. 16. Para facilitar o cumprimento das
normas previstas neste Código, a CEP informará
Art. 13. As propostas de trabalho ou de negócio
à autoridade pública as obrigações decorrentes
futuro no setor privado, bem como qualquer
da aceitação de trabalho no setor privado após
negociação que envolva conflito de interesses,
o seu desligamento do cargo ou função.
deverão ser imediatamente informadas pela
autoridade pública à CEP, independentemente Art. 17. A violação das normas estipuladas neste
da sua aceitação ou rejeição. Código acarretará, conforme sua gravidade, as
seguintes providências:
Art. 14. Após deixar o cargo, a autoridade
pública não poderá: I - advertência, aplicável às autoridades no
exercício do cargo;

www.acasadoconcurseiro.com.br 281
II - censura ética, aplicável às autoridades § 3o A CEP poderá promover as diligências
que já tiverem deixado o cargo. que considerar necessárias, bem assim
solicitar parecer de especialista quando
Parágrafo único. As sanções previstas julgar imprescindível.
neste artigo serão aplicadas pela CEP,
que, conforme o caso, poderá encaminhar § 4o Concluídas as diligências mencionadas
sugestão de demissão à autoridade no parágrafo anterior, a CEP oficiará a
hierarquicamente superior. autoridade pública para nova manifestação,
no prazo de três dias.
Art. 18. O processo de apuração de prática de
ato em desrespeito ao preceituado neste Código § 5o Se a CEP concluir pela procedência da
será instaurado pela CEP, de ofício ou em razão denúncia, adotará uma das penalidades
de denúncia fundamentada, desde que haja previstas no artigo anterior, com
indícios suficientes. comunicação ao denunciado e ao seu
superior hierárquico.
§ 1º A autoridade pública será oficiada para
manifestar-se no prazo de cinco dias. Art. 19. A CEP, se entender necessário,
poderá fazer recomendações ou sugerir
§ 2o O eventual denunciante, a própria ao Presidente da República normas
autoridade pública, bem assim a CEP, de complementares, interpretativas e
ofício, poderão produzir prova documental. orientadoras das disposições deste Código,
bem assim responderá às consultas
formuladas por autoridades públicas sobre
situações específicas.

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Questões

1. (CEF 2006) Tome por base o texto a seguir 03. [___] Infere-se do texto que ética,
para julgar os itens 01 a 05, assinalando C definida como “uma ciência sobre o
(Certo) ou E (Errado): comportamento moral dos homens em
sociedade”, corresponde a um conceito
mais abrangente e abstrato que o de
ÉTICA E MORAL moral.
TEXTO: “No último dia 12 de outubro,
Ética tem origem no grego ethos, que dia das crianças, voluntários da FENAE
significa modo de ser. A palavra moral (Federação Nacional das Associações do
vem do latim mos ou mores, ou seja, Pessoal da CAIXA) e da ONG Moradia e
costume ou costumes. A primeira é uma Cidadania uniram-se para levar alegria
ciência sobre o comportamento moral dos e solidariedade a uma comunidade de
homens em sociedade e está relacionada catadores de papel: cerca de 40 crianças e
à Filosofia. Sua função é a mesma de 50 adultos que moram precariamente em
qualquer teoria: explicar, esclarecer um terreno próximo ao metrô, sem água,
ou investigar determinada realidade, luz ou qualquer infra-estrutura. Mesmo com
elaborando os conceitos correspondentes. todas as dificuldades, são pessoas que estão
A segunda, como define o filósofo Vázquez, se organizando e, em breve, graças à sua
expressa “um conjunto de normas, aceitas força de vontade e à ajuda de voluntários,
livre e conscientemente, que regulam o criarão uma cooperativa de catadores de
comportamento individual dos homens”. material reciclável, que contribuirá para a
inserção social dessas pessoas.
Ao campo da ética, diferente do da moral,
não cabe formular juízo valorativo, mas, Com base nas afirmativas do segundo
sim, explicar as razões da existência de parágrafo do texto “Ética e moral” e
determinada realidade e proporcionar a considerando a notícia reproduzida acima,
reflexão acerca dela. A moral é normativa julgue os itens subsequentes.
e se manifesta concretamente nas 04. [___] Depreende-se que deve
diferentes sociedades como resposta a haver um comprometimento moral
necessidades sociais; sua função consiste que impulsiona as pessoas da
em regulamentar as relações entre os comunidade carente citada na notícia
indivíduos e entre estes e a comunidade, a se organizarem em um sistema de
contribuindo para a estabilidade da ordem cooperativa, a fim de contribuírem para
social. a inserção social de todos.
01. [___] Compete à moral, como 05. [___] Pelo foco da ética, o
conjunto de normas reguladoras de comportamento dos voluntários da
comportamentos, chegar, por meio de FENAE e da ONG Moradia e Cidadania
investigações científicas, à explicação é considerado louvável e relevante.
de determinadas realidades sociais. São destinatários do Código de Conduta
02. [___] A distinção fundamental entre da Alta Administração Federal as
ética e moral decorre de explicação seguintes autoridades públicas:
etimológica. 06. [___] C – presidentes e diretores de
agências nacionais, autarquias, inclusive

www.acasadoconcurseiro.com.br 283
as especiais, fundações mantidas pelo 11. No que se refere à finalidade do Código de
Poder Público, empresas públicas e Conduta da Alta Administração Federal,
sociedades de economia mista. indique V (verdadeiro) ou F (falso) em
07. [___] F – todos os executivos que relação aos seguintes itens:
desenvolvam atividades profissionais,
mesmo em caráter temporário, nos ( ) Minimizar a possibilidade de conflito
ministérios e secretarias da área entre o interesse privado e o dever funcional
federal, estadual ou distrital. das autoridades públicas da Administração
08. [___] C – Ministros e Secretários de Pública Federal.
Estado; ( ) Valorizar o ser humano em sua
09. [___] C – titulares de cargos de natureza diversidade de relacionamento com o
especial, secretários-executivos, cidadão.
secretários ou autoridades equivalentes
ocupantes de cargo do Grupo-Direção e ( ) Estabelecer regras básicas sobre
Assessoramento Superiores – DAS, nível conflitos de interesses públicos e privados
seis; e limitações às atividades profissionais
posteriores ao exercício de cargo público.
10. De acordo com o Código de Conduta da Alta Assinale a opção que, pela ordem,
Administração Federal, julgue as afirmações representa as respostas corretas:
a seguir:
a) V–V–V
I – A autoridade pública não poderá b) V–V–F
receber salário ou qualquer outra c) V–F–V
remuneração de fonte privada em d) F–V–V
desacordo com a lei, nem receber e) F–F–F
transporte, hospedagem ou quaisquer
favores de particulares de forma a
12. A respeito do Código de Conduta da Alta
permitir situação que possa gerar
Administração Federal, assinale a única
dúvida sobre a sua probidade ou
alternativa INCORRETA:
honorabilidade.
II – Em princípio, é vedada à autoridade a) A violação das normas estipuladas
pública a aceitação de presentes, no Código acarretará, conforme sua
salvo de autoridades estrangeiras nos gravidade, as seguintes providências:
casos protocolares em que houver advertência (aplicável às autoridades
reciprocidade. no exercício do cargo) ou censura ética
III – É permitido à autoridade pública (aplicável às autoridades que já tiverem
opinar publicamente a respeito da deixado o cargo).
honorabilidade e do desempenho b) O processo de apuração de prática de
funcional de outra autoridade pública ato em desrespeito ao preceituado
federal. Código será instaurado pela Secretaria
Estão corretas apenas as afirmativas: Executiva da Presidência da República,
a) I e II de ofício ou em razão de denúncia
b) I e III fundamentada, desde que haja indícios
c) II e III suficientes.
d) nenhuma c) Após deixar o cargo, a autoridade
e) todas pública não poderá atuar em benefício
ou em nome de pessoa física ou jurídica,
inclusive sindicato ou associação de

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Banco do Brasil – Legislação Específica – Prof. Pedro Kuhn

classe, em processo ou negócio do qual exercidas pelos empregados e dirigentes da


tenha participado, em razão do cargo. CAIXA, pode-se afirmar que:
d) A autoridade pública que mantiver
participação superior a cinco por cento I - as situações de provocação e
do capital de sociedade de economia constrangimento no ambiente de
mista, de instituição financeira, ou de trabalho devem ser eliminadas;
empresa que negocie com o Poder II - os fornecedores habituais da CAIXA
Público, tornará público este fato. devem ter prioridade de contratação
e) As alterações relevantes no patrimônio quando da demanda por novos
da autoridade pública deverão ser serviços;
imediatamente comunicadas à III - no exercício profissional, os interesses
CEP – Comissão de Ética Pública, da CAIXA têm prioridade sobre interesses
especialmente quando se tratar de atos pessoais de seus empregados e dirigentes;
de gestão patrimonial que envolvam IV- não se admite qualquer espécie de
transferência de bens a cônjuge, preconceito, seja este relacionado a origem,
ascendente, descendente ou parente raça, cor, idade, religião, credo ou classe
na linha colateral. social.

13. (Caixa 2008 Nacional) Qual dos tópicos Estão corretas as afirmativas:
abaixo NÃO corresponde a um princípio ou a) I e III, apenas.
norma de conduta ética prevista no Código b) II e IV, apenas.
de Ética da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL? c) I, II e IV, apenas.
a) Compromisso com o oferecimento de d) I, III e IV, apenas.
produtos e serviços de qualidade, que e) I, II, III e IV.
atendam ou superem as expectativas
dos clientes. 15. Assinale a opção correta com referência ao
b) Eliminação das situações de provocação papel do Estado e à ética no serviço público.
entre empregados que importem
a) Ao Estado não compete estabelecer
diminuição de seu amor-próprio e de
as condutas proibidas ao servidor
sua integridade moral.
público, já que a ética e a moral no
c) Incentivo à participação voluntária de
serviço público têm por fundamento
seus empregados em atividades sociais
a concepção pessoal do servidor a
destinadas a resgatar a cidadania do
respeito de tais institutos.
povo brasileiro.
b) O Estado considera legítima a omissão
d) Contínua concentração de suas
da verdade por parte do servidor
atividades nos segmentos financeiros
público, quando esta for contrária aos
de maior rentabilidade, com vistas à
interesses da administração pública.
maximização do investimento público.
c) Quando há atraso na prestação do
e) Garantia de proteção, contra qualquer
serviço que lhe compete, a conduta do
forma de represália ou discriminação
servidor público causa dano moral aos
profissional, àqueles que denunciem
usuários, sem, contudo, caracterizar
violação ao Código de Ética.
atitude contrária à ética ou ato de
desumanidade.
14. (Caixa 2008 Acre) A respeito das normas d) Ressalvadas as hipóteses previstas
de conduta ética que pautam as atividades em lei, a publicidade de qualquer
ato administrativo constitui requisito
de eficácia e moralidade, ensejando

www.acasadoconcurseiro.com.br 285
sua omissão comprometimento ético 18. O código de conduta da alta Administração
contra o bem comum. pública tem a finalidade de:
e) A fim de evitar conduta negligente,
o servidor deve velar atentamente a) difundir padrões éticos impostos pelo
pelo cumprimento das ordens de seus Tribunal de Contas da União.
superiores, sejam elas legais ou ilegais. b) divulgar a imagem e reputação do
administrador público.
16. O Código de Ética do Banco do Brasil prevê: c) discriminar setores liberados para
atividades profissionais posteriores ao
a) estrita conformidade à Lei na proibição exercício de cargo público.
ao financiamento a partidos políticos. d) minimizar a possibilidade de conflitos
b) troca, sem limites, de informações com entre o interesse privado e o dever
a concorrência, na busca de negócios funcional de autoridades públicas.
rentáveis. e) desestimular a criação de mecanismo
c) relacionamento com o poder público, de consulta para esclarecimento de
dependente das convicções ideológicas dúvidas quanto à conduta ética do
dos seus titulares. administrador.
d) responsabilidade aos parceiros
pela avaliação de eventual impacto 19. O conhecimento prévio da cultura
socioambiental nas realizações organizacional, pelo interessado na
conjuntas. participação de Concurso Público, para
e) contratação de fornecedores a ingresso em instituição financeira, é fator
partir de um grupo selecionado com importante para:
parcialidade.
a) compatibilizar seus interesses
17. O Banco do Brasil espera de seus financeiros pessoais com a sua
colaboradores o atendimento a elevados remuneração futura.
padrões de ética, moral, valores e virtudes, b) acumular experiência com vistas à
tais como: busca de outra colocação no mercado
de trabalho.
a) aceitação de presentes oferecidos por c) preparar o movimento de formação de
clientes satisfeitos, sem restrição de grupos internos para reformulação dos
valor. princípios vigentes.
b) associação a entidades representativas d) permitir reflexão sobre a decisão
alinhadas ao pensamento da diretoria. de trabalhar em setor e empresa
c) repúdio a condutas que possam compatíveis com suas aptidões e
caracterizar assédio de qualquer valores pessoais.
natureza. e) possibilitar a realização imediata de
d) imposição dos princípios pessoais dos suas expectativas sobre trabalho,
chefes aos membros da sua equipe. colegas e superiores hierárquicos.
e) intolerância com a diversidade do
conjunto das pessoas que trabalham no
conglomerado.

Gabarito: 1. E 2. E 3. C 4. C 5. E 6. C 7. E 8. C 9. C 10. A 11. C 12. B 13. D 14. D 15. D 16. A 
17. C 18. D 19. D

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Cultura Organizacional

Professor: Rafael Ravazolo

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Cultura Organizacional

1. CULTURA ORGANIZACIONAL

Organizações são agrupamentos de pessoas e de recursos realizando atividades a fim de


alcançar objetivos comuns. Uma organização tem uma razão de ser, uma missão, e para que
esta seja executada com mais eficiência é necessário que haja uma relação estável entre as
estratégias, as decisões, as atividades e os recursos disponíveis.
Uma organização é o resultado de como seus membros pensam, sentem e agem.

Sabe-se que as atividades variam de uma organização para outra. Também é notório que
há relações espontâneas que ocorrem em toda atividade humana, sem qualquer objetivo
determinado, consciente ou preciso. O trabalho, por ser uma atividade tipicamente grupal, lida
com duas faces das organizações: as relações informais inerentes a qualquer interação humana
e a estrutura formal.
A partir dessa abordagem, pode-se concluir que cada organização é um sistema social complexo,
com características próprias, únicas, que são aprendidas e compartilhadas por um grupo de
pessoas. Isso é a Cultura Organizacional.
Importante ressaltar que Cultura Organizacional é um conceito descritivo, ou seja, se refere
à forma como os funcionários percebem as características da organização, e não ao fato de
eles gostarem ou não delas. Isso diferencia o conceito de Cultura do conceito de Satisfação no
trabalho (que é avaliativo).

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1.1. Principais Definições

Diversos autores pesquisaram e apresentaram suas visões do que é cultura e qual seu impacto
nas organizações.
O estudo da cultura organizacional é, geralmente, dividido em três períodos:

PERÍODO CONCEITUAÇÃO SOBRE CULTURA ORGANIZACIONAL


Ligação do conceito de cultura com o processo de
desenvolvimento organizacional;

Do início da década de 1960 até o final Concepção do que são valores;


da década de 1970 Cultura como instrumento de melhoria para as organizações;
Pouco interesse em tratar cultura como vantagem
competitiva;
Estabelecimento de valores, padrão de comportamento,
Do início da década de 1980 até o ritos, mitos e redes de relacionamento complementares;
início da década de 1990 A importância de se estudar a cultura organizacional era
ligada à capacidade de conduzir a empresa para o sucesso;
Definição e inclusão do conceito de cultura organizacional
como ativo intangível das organizações;
Dos meados dos anos 1990 até o
Mensuração da cultura e seu uso em um contexto de
momento atual
estratégia empresarial;
Associação de valores éticos nas organizações.

As teorias podem ser enquadradas em dois grandes grupos (ou visões):

Edgar Schein é um dos autores mais bem conceituados na literatura de cultura organizacional.
Ele acredita que a
“[…] cultura organizacional é o modelo de pressupostos básicos que um
grupo assimilou na medida em que resolveu os seus problemas de adaptação
externa e integração interna e que, por ter sido suficientemente eficaz, foi
considerado válido e repassado (ensinado) aos demais (novos) membros
como a maneira correta de perceber, pensar e sentir em relação àqueles
problemas.”

290 www.acasadoconcurseiro.com.br
Banco do Brasil – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Ele sugere que a cultura serve para a sobrevivência da organização, uma vez que possibilita
a adaptação ao meio ambiente estratégico e a coordenação das atividades internas. Se a
adaptação for bem sucedida, a tendência será evoluir na mesma direção. Caso contrário, a
tendência será a correção para outra direção.
É necessário, portanto, avaliar se os paradigmas culturais de uma organização apoiam ou
impedem os seus objetivos e estratégias.
Geert Hofstede, outro autor de destaque, conclui que a cultura organizacional
“[...] pode ser definida como a programação coletiva da mente que distingue
os membros de uma organização dos de outra”.

Para ele, a cultura organizacional é:


•• Holística: uma visão do todo - o todo é mais do que a simples soma das partes, pois a
cultura é um conjunto riquíssimo, fruto das relações, conhecimentos, experiências etc. das
pessoas da organização;
•• Determinada historicamente: reflete a história da organização, desde seus fundadores até
os dias atuais;
•• Relacionada com os estudos de antropólogos: heróis, rituais e símbolos coletivos;
•• Construída socialmente: criada e preservada pelas pessoas que em grupo formam a
organização;
•• Difícil de mudar: embora não haja acordo sobre o grau de dificuldade.
Outros autores trazem as seguintes definições sobre a Cultura Organizacional:
•• A cultura, tanto na sociedade quanto na organização, é composta de três dimensões
interdependentes: a material, a psicossocial e a ideológica.

•• Padrão de crenças e valores compartilhados que ajuda os indivíduos a compreender


o funcionamento organizacional e, além disso, proporciona aos mesmos normas de
comportamento a serem seguidas dentro da organização.

www.acasadoconcurseiro.com.br 291
•• Conjunto de hábitos, crenças, símbolos, tradições, interações e relacionamentos sociais,
estabelecidos através de normas, valores, atitudes e expectativas, compartilhadas por
todos os membros da organização. Representa a maneira tradicional/costumeira de pensar
e orienta o comportamento de seus membros.
•• Conjunto de fenômenos resultantes da ação humana, visualizada dentro das fronteiras de
um sistema, sendo composta de três elementos: a tecnologia, os preceitos e o caráter.
•• Tecnologia é o conjunto de instrumentos e processos utilizados no trabalho
organizacional, inclusive em suas relações com o ambiente externo, incluindo-
se aí: máquinas, equipamentos, divisão de tarefas, estrutura de funções, leiaute,
racionalização do trabalho, recursos materiais, cronogramas, redes de comunicações,
linguagem etc.;
•• Preceitos são o conjunto de regulamentos e valores, explícitos e implícitos, que regem a
vida organizacional, incluindo-se aí: política administrativa, costumes sociais, estilos de
gerência, rituais, cerimônias, tabus, tradições, dogmas, padrões de conduta esperada
etc.;
•• Caráter é o conjunto das manifestações espontâneas dos indivíduos que compõem a
organização: alegria, agressividade, medo, tensão, entusiasmo, carinho, apatia, etc.
A cultura engloba:
•• Estabilidade Estrutural – para algo se tornar cultural, além de ser compartilhado com os
integrantes do grupo, precisa ser reconhecido como estável.
•• Profundidade – é a parte inconsciente para o grupo, sendo menos tangível e menos visível
que outros aspectos desse grupo.
•• Largura – é penetrante e influencia todos os aspectos de como a organização procede com
suas atividades, seus vários ambientes e operações internas.
•• Padrão ou Integração – sugere que os rituais, o clima, os valores e os comportamentos
formam um conjunto coerente; esse padrão ou integração é a essência da cultura.
A cultura é algo presente na estrutura, nos processos e nas pessoas de uma organização,
interferindo de forma determinante no seu desempenho. Tais características tornam a cultura
muito difícil de sofrer mudanças - mas não é impossível mudá-la.
No processo de análise da cultura organizacional é importante destacar que nenhuma
organização é igual à outra, ou seja, cada uma possui sua própria identidade. Existem, por
exemplo, culturas conservadoras, que se caracterizam por sua rigidez e tradição, e culturas
adaptativas, que são flexíveis e maleáveis.

1.2. Formação e Desenvolvimento


A cultura permeia toda organização, desde o recrutamento e a seleção de candidatos até os
estilos de gestão e as decisões estratégicas.
A cultura não é inata, e sim aprendida, é compartilhada e suas distintas facetas são inter-
relacionadas, determinando os limites dos vários grupos existentes. Em outras palavras, a
cultura organizacional é uma percepção comum mantida pelos membros da organização e

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Banco do Brasil – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

é transmitida através de seus elementos, que podem ser mais ou menos visíveis, formais ou
informais, de acordo com sua influência sobre os integrantes da instituição.

1.2.1. Criação
Os fundadores são os principais responsáveis pela criação da cultura, pois têm a visão daquilo
que a organização deve ser. Fundadores:
1. Contratam/mantêm funcionários que pensem da mesma forma que eles;
2. Doutrinam e socializam esses funcionários;
3. Agem como modelo que encoraja os funcionários a assimilarem valores e premissas.

1.2.2. Desenvolvimento
São as práticas da organização que visam a manter a cultura viva: histórias (relatos), rituais
(atividades), símbolos (objetos, ações com significados especiais), linguagem (símbolos
verbais), dentre outras formas.
Os líderes, devido ao seu poder, colaboram fortemente na disseminação da cultura.
Outra forma de manter a cultura é a socialização (ou aculturação), definida como o processo
pelo qual os indivíduos aprendem a maneira de ser, de fazer e de agir em uma sociedade, ou
organização. Pode ser dividida em três estágios:
1. Pré-chegada – é o reconhecimento de que cada indivíduo chega com um conjunto de
valores, atitudes e expectativas.
2. Encontro – o novo membro vê o que a empresa é realmente e confronta a possibilidade de
que as expectativas (sobre o trabalho, os colegas, o chefe e a organização de maneira geral)
e a realidade podem não ser as mesmas.
3. Metamorfose – ele resolve os possíveis problemas surgidos no estágio do encontro e as
mudanças acontecem para se adaptar aos valores e normas de seu grupo.
Para Schein, as organizações desenvolvem suas próprias culturas por meio de 3 aspectos:
a) pela manutenção dos elementos da cultura que estão relacionados ao sucesso da
organização;
b) pelo alinhamento das várias subculturas;
c) pela identificação e mudança dos elementos menos funcionais, à medida que as condições
do ambiente externo mudam (dinamismo).

1.2.3. A Fábula dos Macacos


A seguir, uma pequena história para ajudar a retratar como funciona a criação e o
desenvolvimento (aprofundamento) de uma cultura organizacional:

www.acasadoconcurseiro.com.br 293
Um grupo de cientistas e pesquisadores colocou cinco macacos numa jaula. No meio da jaula
colocaram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas.
Quando um macaco subia a escada para pegar as bananas, um jato de água gelada era jogado
nos que estavam no chão, causando-lhes grande incômodo. Depois de certo tempo, quando
um macaco subia a escada para pegar as bananas, os outros que estavam no chão o pegavam
e o enchiam de pancada. Passou mais um tempo e nenhum macaco tinha coragem de subir a
escada, apesar da tentação das bananas.
Então substituíram um dos macacos por um novo. A primeira coisa que ele fez foi subir a
escada, sendo prontamente retirado e surrado pelos outros. Depois de algumas surras, o novo
integrante do grupo não subia mais a escada.
Um segundo substituto foi colocado na jaula e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto
participado com entusiasmo da surra ao novato. Um terceiro foi trocado e o mesmo ocorreu.
Um quarto e, finalmente, o último dos cinco macacos iniciais foi substituído. Os pesquisadores
então tinham na jaula um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um jato
de água gelada, continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas.
Se fosse possível perguntar aos macacos por que eles batiam em quem tentasse subir a escada,
com certeza, dentre as respostas, a mais frequente seria: “- Não sei, mas as coisas sempre
foram assim por aqui."

1.3. Características

Com base nas definições de diversos autores, pode-se exemplificar as seguintes características:
•• Estabilidade;
•• Profundidade;
•• Largura;
•• Determinada historicamente (pelos fundadores e líderes);
•• Construída socialmente: criada e preservada pelas pessoas da organização;
•• Cada organização forma a sua própria cultura;
•• Não é inata, é aprendida;
•• Não é estática, é dinâmica;
•• Composta por normas formais e informais;
•• Representa a maneira tradicional e costumeira de pensar ;
•• Orienta o comportamento das pessoas - padrão(ões);
•• Interfere no desempenho;
•• Holística: visão do todo sendo mais do que a soma das partes;
•• Difícil de mudar, mas não há acordo sobre o grau de dificuldade.
Importante: não existe a cultura melhor ou a pior, a certa ou a errada – é necessário avaliar se a
cultura de uma organização apoia ou impede os seus objetivos e estratégias.

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1.4. Níveis e Elementos

1.4.1. Iceberg
Para se conhecer uma cultura, é necessário diagnosticá-la de acordo com os diferentes níveis
de seus elementos. O nível é o grau no qual o elemento cultural é visível ao observador.
Uma das formas de expressar os níveis é pela figura do iceberg: a parte na superfície da água
é facilmente visível; já a parte inferior, oculta sob a água, está fora da visão e depende de um
estudo mais aprofundado para ser identificada.

Aspectos formais são facilmente perceptíveis e publicamente observáveis. Geralmente são


ditados pela estratégia e decorrem da estrutura organizacional e das atividades. Ex.: missão,
visão, objetivos, estratégias, políticas, regras, organograma, cargos, métodos e procedimentos,
tecnologia, medidas de produtividade física e financeira etc.
Já os aspectos informais são componentes ocultos. São manifestações tangíveis ou intangíveis
de valores compartilhados pelos membros da organização. Não estão registrados em manuais,
tampouco em organogramas, pois são aspectos sociais e psicológicos. Variam de valores muito
específicos de certos grupos até os que são guias gerais de comportamento. Dentre estes
componentes pode-se citar: percepções, sentimentos, atitudes, valores, padrões de influência
e poder, expectativas, interações informais, normas grupais etc.
A organização informal surge a partir de interesses comuns, ou da necessidade de “associar-se”,
ou de momentos de lazer, ou da própria interação provocada pela organização formal, e não se
modifica rapidamente e nem procede da lógica. Algumas características dos grupos informais
são:
•• Relação de coesão ou antagonismo – as pessoas criam relações pessoais de simpatia
(identificação) ou antipatia (antagonismo);
•• Possibilidade de oposição à organização formal – pode ocorrer quando há inabilidade da
direção formal em proporcionar um clima adequado;
•• Status – independente da posição na organização, as pessoas adquirem certa posição social
em função de seu papel no grupo;

www.acasadoconcurseiro.com.br 295
•• Colaboração espontânea – as pessoas colaboram espontaneamente na organização
informal;
•• A organização informal transcende a formal – a organização formal está restrita a local físico,
horário de trabalho; a informal escapa a essas limitações e possui costumes, tradições e
normas sociais próprias;
•• Padrões de desempenho dos grupos informais – nem sempre correspondem aos
estabelecidos pela organização formal. Podem estar em harmonia ou oposição, podem ser
maiores ou menores. Por um lado a Administração avalia por padrões que ela define e por
outro o indivíduo preocupa-se com o reconhecimento e aprovação social do grupo a que
pertence.
Alguns autores estimam que o nível externo (visível - formal) corresponde a apenas 10% a 20%
da cultura. Os 80% ou 90% restantes advém da organização informal.

1.4.2. Artefatos, Valores compartilhados e Pressuposições básicas


São os três níveis definidos por Schein, que vão desde o muito visível ao muito tácito e invisível.

1.4.2.1. Artefatos (superficial, observável)


Esse primeiro nível da cultura é composto pelos fenômenos que são vistos, sentidos e ouvidos
ao se deparar com um novo grupo. São os sintomas da cultura desse grupo.
São considerados artefatos: organização do ambiente físico, arquitetura, linguagem, tecnologia,
produtos, criações artísticas, modos de vestir, discursos, maneiras de demonstrar emoções,
mitos, heróis, histórias, lemas, cerimônias, padrões de comportamento visíveis, processos
organizacionais, dentre outros.
Interessante saber que, apesar de ser fácil de ser observar, às vezes são difíceis de interpretar
por um observador externo que não conhece o histórico da organização.

1.4.2.2. Valores compartilhados (justificativas da organização)


É o segundo nível, um pouco menos perceptível.
São os processos conscientes de pensamento que justificam as decisões e ações. Funcionam
como justificativas aceitas por todos os membros e definem por que as pessoas fazem o que
fazem.

296 www.acasadoconcurseiro.com.br
Banco do Brasil – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Este nível já não é tão visível, e para identificá-lo é necessário maior tempo de convívio, ou
entrevistas com alguns membros da organização, ou análise de documentos.
Valores se originam a partir de um processo de transformação cognitiva, muitas vezes criados
originalmente pelos fundadores da organização, ou pelas lideranças. Ex.: ao se deparar com
uma situação nova, o grupo irá acatar a solução proposta pelo líder. Se funcionar e se o grupo
compartilhar a percepção de sucesso, este valor se transformará num valor compartilhado.
Na sequência, se as ações baseadas no valor continuarem a proporcionar sucesso, ele se
transformará em um pressuposto compartilhado (nível 3).
São conscientes enquanto podem ser debatidos, testados e contestados. Quando são
“automáticos / inconscientes” passam ao 3º nível.

1.4.2.3. Pressuposições básicas (pressupostos, inconsciente)


É o nível mais profundo, íntimo e oculto, onde reside a essência da cultura.
São as crenças inconscientes, verdades implícitas, percepções e sentimentos nos quais as
pessoas acreditam. Formadas a partir das experiências vividas em conjunto, esse processo
resulta nos mitos e crenças não confirmadas, porém aceitas sem questionamento ou análise.
Uma vez que um grupo desenvolve um conjunto de tais pressupostos, as pessoas ficarão
mais confortáveis ao conviver com outras do mesmo grupo e desconfortáveis em grupos com
outros pressupostos (pois elas não entenderão o que está acontecendo ou perceberão as ações
erroneamente).

1.4.3. Símbolos, Rituais, Heróis e Valores


É o modelo teórico concebido por Hofstede.
Os símbolos, heróis e rituais constituem as práticas da organização, as manifestações visíveis
que são resultado dessa cultura. O núcleo da cultura (que explica as ações) é formado pelos
valores.
Tanto Hofstede como Schein acordam que há elementos na cultura que só podem ser decifrados
a partir da convivência com os grupos.
•• Símbolos – compreendem as palavras, gestos,
ações e objetos que têm significado especial
dentro da organização.
•• Heróis – personagens vivas ou mortas, reais
ou imaginárias, revestidas de prestígio na
cultura, frequentemente lembradas e que
servem de modelo (positivo ou negativo) de
comportamento para seus membros.
•• Rituais – atividades coletivas, supérfluas
do ponto de vista técnico, mas socialmente
indispensáveis.

www.acasadoconcurseiro.com.br 297
•• Valores – sentimentos raramente discutíveis, quase sempre inconscientes e não
diretamente observáveis, mas revelados através de comportamentos alternativos.

1.4.4. Resumo dos Elementos


Alguns elementos da cultura organizacional mais frequentemente citados na literatura estão
descritos a seguir.

ELEMENTO DESCRIÇÃO
Eventos especiais nos quais os membros da organização celebram os mitos,
Cerimônias
heróis e símbolos da empresa .
Atividades cerimoniais destinadas a comunicar ideias específicas ou a realizar
Ritos determinados propósitos (de passagem; de degradação; de confirmação; de
reprodução; para redução de conflitos; de integração).
Rituais Ações regularmente repetidas para reforçar normas e valores culturais.
Relatos de eventos passados que ilustram e transmitem normas e valores
Histórias / Estórias
culturais mais profundos.
Histórias imaginárias usadas para reforçar algumas crenças e que ajudam a
Mitos
explicar atividades ou eventos que de outro modo poderiam ser confusos.
Pessoas de sucesso, frequentemente citadas como exemplo, que corporificam
Heróis os valores e o caráter da organização e de sua cultura. Pode ser o fundador, um
gerente marcante etc.
Objetos, ações, eventos dotados de significados especiais e que permitem aos
Símbolos
membros, organização trocarem ideias complexas e mensagens emocionais.
Conjunto de símbolos verbais que geralmente reflete a cultura particular da
Linguagem
organização.
Tabus Questões proibidas pela organização, presentes, mas nem sempre explicitadas.
Etiqueta O que é de “bom tom”. Ex.: pronomes de tratamento, roupas etc.
Cânones Preceitos eclesiásticos. Ex.: missão, visão, regulamentos etc.
Presentes em todas as organizações, definem os limites do comportamento
Normas
esperado - aceito - e o não aceito - punido. Podem ser formais ou informais.
Processo de troca de informações que é essencial na vida da organização. Pode
Comunicação se dar via oral, escrita, gestos, comportamentos, transações simbólicas - nem
sempre a comunicação se dá diretamente e de forma objetiva.

Outro autor destaca as figuras folclóricas;


1. Arautos: Aquelas que sempre sabem das novidades antes dos outros.
2. Cabalas: grupos tipo “panelinhas”.
3. Espiões: pessoas que levam informações aos que decidem.
4. Mestres: aqueles que sabem tudo sobre a empresa, seu mercado, sua tecnologia, seus
clientes, etc. São os salvadores da pátria.
5. Eminências pardas: aqueles que detém certo poder “não formalizado”.

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1.5. Tipos/Modelos de Cultura

1.5.1. Cultura Dominante, Subculturas e Contracultura


As organizações, em sua maioria, possuem uma cultura dominante e diversas subculturas.
A cultura dominante expressa os valores essenciais compartilhados pela maioria dos membros
da organização - é a cultura organizacional.
Já as subculturas se referem à coexistência de diversas culturas dentro de uma mesma
organização. Representam atitudes e pontos de vista diferentes, os quais refletem problemas,
situações ou experiências específicos de certos grupos. Conforme as organizações crescem e se
diferenciam em unidades baseadas em função, produto, mercado, projeto e área geográfica,
estas desenvolvem culturas próprias.
As subculturas, portanto, são
formadas por membros de um
grupo particular que possuem
valores específicos – mesmos
ideais, funções similares,
conhecimentos étnicos e
religiosos etc. –, podendo
enfraquecer a organização
caso haja conflitos com a
cultura dominante e seus
objetivos.
Geralmente, uma subcultura
incluirá os valores essenciais
da cultura dominante, além de
valores específicos da sua área (ocupacional) e da cultura local (regional, nacional).
Há também o conceito de contracultura, que é a cultura peculiar de um grupo que se opõe à
cultura mais ampla, contestando seus padrões.
Se as organizações não possuíssem nenhuma cultura dominante e fossem constituídas apenas
de diversas subculturas, a importância da cultura organizacional seria consideravelmente
reduzida, porque não haveria nenhuma interpretação uniforme do que seria um comportamento
adequado ou inadequado. Dessa forma, seria difícil manter a coesão da empresa e o foco nos
objetivos principais.
Geert Hofstede estudou a culturas de países (nacionais) e culturas organizacionais (de
empresas), acreditando que as duas se relacionam fortemente.
A nacionalidade é o critério possível de classificação atribuindo-se características coletivas aos
cidadãos de diferentes países e, portanto, utilizado do ponto de vista prático para o estudo de
fatores culturais. Tais estudos examinaram as seguintes dimensões:

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Dimensões Nacionais
Medida do grau de aceitação, por aqueles que têm
Distância hierárquica (ou do poder) menos poder nas instituições e organizações de um
país, de uma repartição desigual do poder.
Força dos laços entre os indivíduos, ou seja, se a
preocupação do indivíduo ocorre consigo próprio
Grau de individualismo ou de coletivismo
(individualismo) ou com o grupo (integração, coesão do
grupo).
Serão ditas masculinas, as sociedades onde os papéis
são nitidamente diferenciados (o homem deve ser
forte, impor-se e interessar-se pelo sucesso material,
enquanto a mulher deve ser mais modesta, terna e
Grau de masculinidade ou de feminilidade preocupada com a qualidade de vida); são femininas
aquelas onde os papéis sociais dos sexos se sobrepõem
(tanto os homens quanto as mulheres devem ser
modestos, ternos e preocupados com a qualidade de
vida).
Mede o grau de inquietude dos seus habitantes em
situações desconhecidas ou incertas, podendo ser
Controle da incerteza
visualizado em forma de estresse e de necessidade de
previsibilidade.
Refere-se ao nível de incentivo proporcionado pela
organização para que as pessoas comportem-se de
maneira justa, gentil, amigável, cuidadosa, generosa,
altruísta para com os outros, buscando a construção
Orientação para afiliação ou humanista
de um ambiente de trabalho fraterno, em que todos se
relacionem bem, como em uma grande família, onde há
proteção aos mais fracos e onde as decisões agradem a
todos os envolvidos.
Grau em que se incentiva, reconhece, premia os seus
Orientação para a realização ou membros por esforços ou resultados voltados para a
desempenho qualidade, desenvolvimento, cumprimento de metas,
excelência, realizações.
A orientação para o longo prazo é mais dinâmica
e possui uma atitude pró-ativa que impulsiona as
mudanças com base nos objetivos e na mobilização dos
recursos. A orientação para o curto prazo é mais estática
Orientação a longo prazo
e representa uma atitude reativa e deseja preservar
a estabilidade, manter o status quo (solidez, respeito
pela tradição e reciprocidade de favores, oferendas e
gentilezas etc.).
Nível existente na organização entre a passividade e
a agressividade nas relações entre os indivíduos, na
Assertividade adoção de comportamentos decisivos, de defesa da
própria opinião, na prática de se abordar os assuntos
de forma direta.

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Para Hofstede, no nível nacional as diferenças culturais


residem mais nos valores e menos nas práticas; no nível
organizacional as diferenças culturais residem mais nas
práticas e menos nos valores.

1.5.2. Culturas Fortes e Fracas


A cultura organizacional possibilita que um grupo se fortaleça ou se desintegre.
A cultura fraca é heterogênea - há poucos (ou não há) valores essenciais compartilhados.
Quanto mais membros aceitarem os valores e quanto mais se comprometerem com eles, mais
forte será a cultura. Uma cultura forte, portanto, é homogênea - os valores essenciais são
intensamente acatados e amplamente compartilhados.

1.5.2.1. Vantagens
Uma cultura forte é mais eficaz e tem melhor desempenho que uma cultura fraca, pois:
•• Define fronteiras: diferencia uma organização da outra.
•• Gera um senso de união, uma identidade organizacional: compartilhar normas, valores e
percepções proporciona às pessoas um sentido de união, um compromisso com algo maior
que o interesse individual.
•• Promove a estabilidade organizacional: há uma compreensão clara dos papéis e da maneira
como as coisas são feitas.
•• Tem influencia maior sobre o comportamento dos seus membros: alto controle
comportamental, moldando as atitudes e servindo como uma fonte de significados comuns
para explicar por que as coisas acontecem do modo como acontecem.
•• Estabelece limites: possibilita menor preocupação em desenvolver regras e regulamentos
para orientar o comportamento dos funcionários, pois essa orientação é assimilada por
eles à medida que aceitam a cultura organizacional.
•• Gera um índice mais baixo de rotatividade da força de trabalho: a alta concordância em
relação aos pontos de vista da organização gera coesão, lealdade e comprometimento
organizacional, qualidades que, por sua vez, reduzem a propensão dos funcionários a
deixar a organização.
•• Constitui tradições: gera a memória histórica da organização.
•• Define perfis para admissão, promoção, capacitação, reconhecimento.
•• Permite, em tese, a adaptação da organização ao seu ambiente externo.

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1.5.2.2. Desvantagens
A cultura também pode ser um passivo, principalmente quanto os valores compartilhados não
são aqueles necessários para melhorar a eficácia da organização, ou seja, quando a cultura
diverge das necessidades do ambiente (interno e externo). Ex.: em um mercado estático, a
consistência do comportamento é um valor positivo. Caso o mercado se torne dinâmico, essa
mesma consistência passaria a ser um fator negativo. Assim, a cultura pode se tornar uma
barreira às mudanças, quando não é adequada para lidar com as novidades em seus ambientes.
A cultura pode se tornar também uma barreira à diversidade, quando padroniza comportamentos
e elimina as distintas experiências que as pessoas podem levar para a organização. Ex.: em
uma cultura forte, os novos funcionários contratados tendem a ser rapidamente socializados,
mesmo que não sejam parecidos com a maioria dos membros da organização.
Outro problema é quando ocorre a institucionalização, ou seja, quando a organização passa a
ser valorizada por si só e não pelos bens e serviços.
Outras possíveis disfunções da cultura organizacional são:
•• dificuldade de entender e processar mudanças ambientais;
•• resistência generalizada à necessidade de mudança interna;
•• dificuldade de aceitar outras culturas e pontos de vista alheios;
•• tendência a subestimar outros grupos, especialmente concorrentes e clientes;
•• uso excessivo de jargão como disfarce de solidez intelectual, prejudicando a comunicação
com outros grupos.

1.5.3. Modelo de Valores Competitivos


O modelo aborda duas dimensões principais. A primeira está baseada na estrutura
organizacional, com possibilidade de ênfase na flexibilidade e no dinamismo, ou na estabilidade,
ordem e controle. A segunda está relacionada ao enfoque organizacional, diferenciando a
ênfase na orientação para o ambiente interno ou para o ambiente externo.
Essas duas dimensões dão origem a quatro elementos culturais distintos e a inter-relação entre
eles gera a cultura.

Dimensões Elementos Características


Principais
Clã Local de trabalho amigável, as pessoas compartilham
experiências tanto pessoais como profissionais.
A organização é vista como uma extensão da família e se
mantém integrada na base da lealdade e da tradição.
Estrutura Valoriza o trabalho em equipe, a participação, o consenso, a
coesão e a moral.
Hierárquica Local de trabalho formal e estruturado, com regras e
políticas que mantêm a organização integrada e enfatizam a
estabilidade, eficiência e previsibilidade.

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Inovativa / Valores direcionam para mudanças e novos desafios,


Empreendedora acreditando que o sucesso está na produção de serviços e
produtos únicos e originais.
O comprometimento com a experimentação e com a
inovação é o que mantém a organização coesa.
Enfoque Mercado A principal tarefa da gerência é guiar a organização em
direção à produtividade, dos resultados e dos rendimentos.
O principal negócio da organização é melhorar sua posição
competitiva, assumindo que um propósito claro e uma
estratégia agressiva levam a organização à produtividade e
à rentabilidade.

1.5.4. Modelo dos Deuses e Filosofias


Charles Handy explica que existem certos padrões no comportamento das pessoas que podem
ser identificados e servirem de apoio na decisão dos administradores. Embora não defina
cultura organizacional, o autor propõe quatro tipos de culturas que podem ser discernidas nas
empresas, caracterizando quatro diferentes filosofias de administrar, cada uma simbolizada por
um deus grego - Zeus, Apolo, Atena e Dionísio.
Cada cultura, ou deus, não é única e nem pode ser classificada como boa ou ruim, e sim
adequada ou inadequada para a organização ou para o funcionário.
Esta concepção pode ser chamada de Teoria da Adequação Cultural, onde não existe uma
cultura ideal, sendo a sua validade consolidada pela experiência pessoal de cada funcionário,
sem o que seria apenas mais uma teoria sem utilidade.
O autor afirma que cada cultura opera a partir de suposições distintas sobre a base do poder e
da influência, sobre o que motiva as pessoas, como elas pensam, como elas aprendem e como
as situações e os comportamentos podem ser mudados.

1.5.4.1. Cultura Zeus


Representa a cultura do Clube, ou do Poder, cujo desenho simbólico é uma teia. É caracterizada
pela existência de um poder central, prevalecendo seus desejos e decisões.
Existem poucas regras e procedimentos documentados,
o controle é exercido pela figura central. As decisões são
tomadas em grande parte com base nos resultados de
experiências passadas e não com base em razões lógicas.
O poder é exercido por meio da confiança e da afinidade;
os esforços dos subordinados são recompensados com
atribuições de maiores responsabilidades e a seleção de
pessoal é baseada em vínculos pessoais. Como vantagens
da cultura Zeus pode-se destacar o dinamismo, pois reage
rapidamente às demandas externas, entretanto pode
sofrer com desafetos na equipe.

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1.5.4.2. Cultura Apolo
Deus da ordem, identifica a Cultura da Função, cuja
figura é de um templo grego. É caracterizada por
ser tipicamente uma burocracia, onde o indivíduo é
encarado como parte integrante do fluxo de produção e
dele espera-se apenas que cumpra o seu dever.
As funções são muito bem definidas e especializadas - há
um organograma claro e bem definido - sendo prescritas
num conjunto de regras e procedimentos, com o poder
exercido no topo da estrutura. A estabilidade e a
previsibilidade são encorajadas.
Os indivíduos desta cultura são parte da máquina e é bem inconveniente que tenha uma
personalidade, porque ele poderia ser tentado a expressar essa personalidade na função, e
assim alterá-la.
Na cultura Apolo a finalidade da ação de coordenar é inspecionar, assegurando que as regras
e os procedimentos sejam cumpridos. São culturas apropriadas para atividades em que a
economia de escala e a perícia técnica são mais importantes que a flexibilidade e a inovação.

1.5.4.3. Cultura Atena


É a cultura da Tarefa, representada pela deusa Atena e pela
figura da rede. É caracterizada pela liderança consensual, pela
meritocracia, recompensando-se o talento, a criatividade, a
inovação e o trabalho em equipe. O desempenho é avaliado em
termos de resultados alcançados.
Os indivíduos são pensados como humanos de recursos, em vez
de recursos humanos, sendo vistos como pessoas responsáveis
pelos seus destinos finais. A obediência é substituída pela
concordância e as discussões em grupos e a argumentação são
estimuladas.
É flexível e adaptável, as equipes são formadas para resolverem um projeto e tende a se
desenvolver bem quando o clima da organização é agradável, quando o produto é importante
e o cliente está acima de tudo.

1.5.4.4. Cultura Dionísio


É a cultura Existencial. A figura é de um agrupamento individual
de estrelas, pois Dionísio é o deus do indivíduo, da liberdade de
espírito.
Nas outras três culturas o indivíduo é subordinado à
organização. Nesta, a organização existe para que o indivíduo
atinja seus objetivos pessoais, ou seja, se caracteriza pela

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preservação da identidade e liberdade individual do empregado, por privilegiar o talento e a


habilidade e pelo fato de o empregado administrar seu próprio destino.
O administrador possui o consentimento dos funcionários e a qualidade do trabalho está acima
de tudo. É a cultura preferida pelos profissionais liberais, artistas e artesãos, pois eles podem
preservar a própria liberdade, sem sentirem-se usados por alguém.

1.5.5. Indicadores (Atributos)


Um indicador é um mecanismo de controle que serve para medir algo (geralmente, um
desempenho). Em outras palavras são quantificações das características de produtos e
processos, utilizados para acompanhar e melhorar os resultados da organização ao longo do
tempo. Ex.: Coeficiente de mortalidade infantil - mede o risco de um nascido vivo morrer no
seu primeiro ano de vida. É um dos indicadores mais empregados para medir níveis de saúde e
de desenvolvimento social de uma região. A fórmula de cálculo é: (nº de crianças mortas antes
de completar 1 ano)/(total de nascimentos).
No mesmo sentido, os indicadores da cultura organizacional permitem identificar a essência
da cultura em uma organização, em outras palavras, medem a(s) característica(s) da cultura
presente(s) na organização. Também são chamados de atributos da cultura.
Existem dezenas de indicadores, os mais comuns são:

1. Inovação/Propensão ao risco: grau em que as pessoas são incentivadas a inovar, a aceitar


desafios. As culturas inovativas são orientadas para incerteza (ambientes instáveis),
possuem alta tolerância à ambiguidade e incentivam as pessoas a preferirem os desafios,
os riscos, as mudanças e as situações de resultados duvidosos. Geralmente, organizações
com essa cultura possuem estrutura orgânica (cujas relações dinâmicas e altamente
interdependentes se assemelham aos organismos vivos, como por exemplo a relação entre
as células do corpo) e descentralizada, com foco nos sistemas abertos (interação com o
ambiente externo). Por outro lado, as culturas orientadas para a certeza (mecanicista) são
pouco tolerantes à ambiguidade e fazem as pessoas preferirem a acomodação, a rotina
e as situações estruturadas. É uma cultura com pouca capacidade de adaptação, pois o
comportamento das pessoas é mecânico, cada uma possui tarefas especializadas e a
hierarquia e o controle são valorizados.
2. Atenção aos detalhes: o grau em que se espera que os funcionários demonstrem precisão,
análise e atenção aos detalhes no trabalho.
3. Orientação para os resultados: o grau em que se focam os resultados mais do que as
técnicas ou os processos empregados para o seu alcance.
4. Foco nas pessoas: o grau em que as decisões levam em consideração o efeito dos resultados
sobre as pessoas dentro da organização.
5. Foco na equipe: o grau em que as atividades de trabalho em equipe são organizadas mais
em termos de equipes do que de indivíduos.
6. Agressividade: o grau em que as pessoas são competitivas, agressivas, em vez de dóceis ou
acomodadas.

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7. Estabilidade: o grau em que as atividades organizacionais enfatizam a manutenção do
status quo em contraste ao crescimento.
8. Linguagem: divide as culturas em dois tipos básicos. As de alto contexto baseiam-se na
confiança pessoal e na palavra falada. As de baixo contexto dão mais valor à palavra escrita
e à formalidade.
9. Universalismo: mede até que ponto as regras são inflexíveis e permanentes, ou então se
podem ser mudadas para se ajustar a situações particulares (particularismo).
10. Orientação para o ambiente (adaptação): as culturas adaptativas (orientadas pra fora,
sistemas abertos) preocupam-se seriamente com os clientes, acionistas e empregados. As
culturas não adaptativas (orientadas para dentro) preocupam-se principalmente consigo
mesmas, ou com algum produto ou tecnologia mais familiar.
11. Coletivismo: verifica se as pessoas já estão bem socializadas com a cultura e se há sinergia
no grupo, ou seja, se há confiança mútua entre os membros, foco no bem coletivo e nos
objetivos organizacionais. Nesse tipo de cultura, a principal forma de controle é a externa
(clientes, sociedade etc.). O inverso da cultura coletivista é a individualista, na qual há
desconfiança entre as pessoas, pouca solidariedade e baixa interação no trabalho. Nessas
culturas é necessário um forte controle interno para corrigir os desvios de conduta e
garantir o alcance dos objetivos da organização.
12. Conservadorismo: grau de rigidez, caracterizado pelo apego à tradição, alto controle e uso
de processos corretivos e negativos (punições etc.).
13. Identidade: grau de identidade das pessoas com a organização como um todo, mais do que
com seu grupo imediato ou colegas de profissão.
14. Participação: nível de participação das pessoas no processo de administrar a organização.
15. Espiritualidade: (não tem a ver com práticas religiosas) esse indicador reconhece que as
pessoas possuem uma consciência espiritual e necessidade de trabalho significativo. Uma
cultura espiritualizada, portanto, apoia o trabalho que tenha um forte sentido de propósito
(que dê inspiração), que gere confiança e respeito mútuo entre as pessoas e que seja
baseado em práticas humanistas (horários flexíveis, recompensas coletivas, autonomia
etc.).
16. Pragmatismo: foco no mercado, nas necessidades dos clientes. Na cultura pragmática os
resultados são mais importantes que os procedimentos. O inverso é a cultura normativa:
preocupação acentuada com o cumprimento correto dos procedimentos organizacionais,
meios (processos) são considerados mais importantes que os resultados.

1.6. Aplicação

O interesse pelo assunto Cultura Organizacional se deve à tentativa de entender as diferenças


de desempenho entre as empresas.
O estudo da cultura ajuda a explicar alguns aspectos aparentemente incompreensíveis e
irracionais que ocorrem em um grupo ou organização - os indivíduos incorporam maneiras de
fazer e agir que se tornam naturais e não mais passíveis de explicações.

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Vários estudos têm relacionado a cultura e o desempenho organizacional, apontando


uma associação entre ambos: o trabalho em equipe apresenta uma correlação forte com
desempenho, ou seja, organizações que adotam comportamento cooperativos tendem a ser
mais efetivas.
Os administradores usam a cultura explicitamente, por meio de credos, políticas e normas, ou
implicitamente, por meio de práticas e decisões. É um poderoso recurso para determinar a
forma como a estratégia do negócio é executada e a natureza da conduta com clientes, governo,
comunidade, meios de comunicação, acionistas, prestadores de serviços etc.
A cultura ajuda a definir, ainda, que tipos de pessoas devem ser admitidas (geralmente aquelas
cujo perfil é compatível à cultura da organização), como devem ser desenvolvidas, os critérios
que determinam a excelência do desempenho e as promoções de plano de carreira.
A cultura de certas organizações é tão forte (e reconhecida) que acaba atraindo os melhores
profissionais do mercado (ex.: Google).
Os pesquisadores estão começando a acreditar que os elementos lógicos da cultura em
um ambiente altamente competitivo podem exercer uma influência ainda maior sobre o
desempenho e os resultados que os aspectos físicos das estruturas, sistemas e estratégias
organizacionais. Em outras palavras, a cultura corporativa pode ter um impacto significativo
sobre o desempenho econômico de longo prazo de uma empresa.

1.6.1. Cultura Empresarial


Alguns autores dizem que a cultura empresarial é uma subdivisão da cultura organizacional,
outros as tratam como sinônimos.
Os conceitos são os mesmos:
•• Desenvolve-se ao longo da história da organização;
•• Tem a ver com valores, normas, símbolos e rituais;
•• É criada e mantida pelas pessoas da empresa;
•• Evolui constantemente;
•• É difícil de mudar radicalmente.
A diferença, porém, é que o foco da cultura empresarial é específico nas empresas (e não em
qualquer tipo de organização).
Pode-se defini-la, portanto, como a associação de valores e normas que uma empresa segue
para ter seu sucesso no mercado. Marca o comportamento interno e a postura da empresa no
Mercado - competição, rendimento, bom atendimento ao público, eficiência, lucro e demais
resultados.
Henry Mintzberg, um importante autor sobre Estratégia, abordou a face empresarial da
Cultura em seu livro Safari de Estratégia. Nesse livro, ele fez uma extensa pesquisa bibliográfica
sobre as diversas visões existentes sobre estratégia. Para melhor organizar os conteúdos,
dividiu o conteúdo em 10 Escolas Estratégicas, cada uma composta por diversos autores que
compartilhavam visões semelhantes.

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Uma dessas é a Escola Cultural, que se preocupa com a influência da cultura na definição e
manutenção da estratégia.
Para Mintzberg, a cultura é a mente - a alma, a força vital da organização -, a crença comum que
se reflete nas tradições e nos hábitos, bem como nas manifestações mais tangíveis – histórias,
símbolos ou mesmo edifícios e produtos.
Empresas bem sucedidas possuem valores-chave (valores dominantes) que provém vantagem
competitiva: atendimento, qualidade, inovação, talento, velocidade, reputação, desempenho,
colaboração, aprendizado, liderança etc.
Quanto mais forte for a cultura de uma empresa, a sua ideologia, o seu conjunto de crenças,
valores, a sua maneira de ver o mundo, maior será a influência cognitiva coletiva na geração de
estratégias.
Desta forma, a cultura pode tornar-se um caminho que orienta, em linhas gerais, o rumo
estratégico da empresa ao longo do tempo, dando estabilidade, mas também sendo o caminho
que prende a empresa a um conjunto de paradigmas estratégicos, que podem tornar-se
prejudiciais.
Premissas da Escola Cultural:

1. a formação de estratégia é um processo de interação social, baseado nas crenças e nas


interpretações comuns aos membros de uma organização.
2. Um indivíduo adquire essas crenças através de um processo de aculturação ou socialização,
o qual é em grande parte tácito e não verbal, embora seja, às vezes, reforçado por uma
doutrinação mais formal.
3. Os membros de uma organização podem descrever apenas parcialmente as crenças que
sustentam sua cultura, ao passo que as origens e explicações podem permanecer obscuras.
4. A estratégia assume a forma de uma perspectiva enraizada em intenções coletivas
(não necessariamente explicadas) e refletida nos padrões pelos quais os recursos ou
capacidades da organização são protegidos e usados para sua vantagem competitiva.
Portanto, a estratégia é melhor descrita como deliberada (mesmo que não seja plenamente
consciente).
5. A cultura e, em especial, a ideologia encorajam mais a perpetuação da estratégia existente
(e menos a mudança).

1.7. Mudanças

A cultura é difícil de mudar porque, além de ser estável, ela representa o aprendizado
acumulado de um grupo, bem como as formas de pensar, de sentir e, principalmente, o seu
sucesso.
As certezas culturais são compartilhadas e, para mudá-las, há que se pedir ao grupo inteiro que
mude essas certezas.

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As culturas só mudam no médio e no longo prazo, pois demoram muito para sofrer modificações
por conta de seu caráter profundamente arraigado nas pessoas. Além disso, mesmo mudando,
há uma tendência de que a cultura mantenha a sua “personalidade”, que são os seus traços e
valores mais profundos.
Os processos de mudança precisam começar por meio de ações educacionais que exigem gasto
de tempo e energia.
Schein enfatiza que durante um processo de mudança o indivíduo pode sentir-se ansioso por
sobreviver ou culpado, o que gera a necessidade de abandonar alguns velhos hábitos e formas
de pensar para aprender outros. A ansiedade do aprendizado é a combinação de vários medos,
como exemplos, o medo da incompetência temporária, medo de ser punido pela incompetência,
medo de perder a identidade pessoal, medo de deixar de ser membro do grupo.
Enquanto a ansiedade oriunda do aprendizado estiver alta, haverá resistência ou criação de
desculpas para não iniciar o processo de aprendizado transformador, podendo ser observados
estágios:
a) Negação – não acredita que a mudança seja válida.
b) Indicação de um bode expiatório - jogando o problema para outro membro e se negando a
aceitar (outras pessoas devem mudar antes dele).
c) Manobrar e negociar – requer uma compensação especial pelo esforço de mudar.
Segundo o autor, para criar a segurança psicológica é necessário seguir etapas que devem ser
realizadas de maneira simultânea. O gestor da mudança deve estar preparado para realizá-las.
São elas:
•• Criação de uma visão positiva – a liderança deve acreditar que, com essa mudança, os
indivíduos e a organização estarão em melhor situação.
•• Aplicação de treinamento formal – necessária, para que os indivíduos aprendam novas
maneiras de pensar, novas atitudes e novas habilidades.
•• Envolvimento do aprendiz – cada indivíduo deve desenvolver sua própria metodologia de
aprendizado.
•• Treinamento informal ou grupos familiares – criar treinamentos informais e em grupo, para
estimular o desenvolvimento das novas normas e certezas em grupo.
•• Exercícios, instrutores e feedback – aplicar exercícios, para que os indivíduos possam
aprender cometendo erros e receber feedback sem prejuízo aos resultados da organização.
•• Modelos de comportamento positivo – buscar enxergar os novos comportamentos e
atitudes, antes da implementação.
•• Grupos de apoio – criação de grupos de apoio para facilitar o aprendizado dos indivíduos.
•• Sistemas e estruturas coerentes – desenvolvimento de sistemas de recompensas e
disciplina e uma estrutura organizacional que seja coerente com a nova maneira de pensar
e agir.

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1.8. Clima Organizacional

O clima retrata o grau de satisfação material e emocional das pessoas no trabalho em uma
determinada época.
O clima representa a qualidade do ambiente psicológico e social que existe em uma organização
e que condiciona o comportamento dos seus membros. Está intimamente ligado ao moral e à
satisfação das necessidades humanas dos funcionários.
Dependendo de como os participantes se sentem em relação à sua organização em determinada
época, o clima pode ser positivo e favorável - quando é receptivo e agradável -, ou negativo e
desfavorável - quando é frio e desagradável. O clima organizacional é a causa e a consequência
do comportamento dos participantes de uma organização.
Ele influencia direta e indiretamente nas atitudes, na motivação, na produtividade do
trabalho e também na satisfação dos funcionários e das demais pessoas envolvidas com a
organização. Assim sendo, o mesmo deve ser favorável e proporcionar motivação e interesse
nos colaboradores, além de uma boa relação entre os funcionários e a empresa.
O clima organizacional é de certa forma, o reflexo da cultura da organização, ou melhor
dizendo, o reflexo dos efeitos dessa cultura na organização como um todo, mas Clima e Cultura
são conceitos bem diferentes.
Quando se assiste à previsão do tempo na televisão, o apresentador fala que "o clima está
bom", ou "o clima está ruim, mas pode melhorar nos próximos dias". O clima organizacional
segue o mesmo princípio, mas o que varia (em vez de sol e chuva) é a satisfação das pessoas
que trabalham na organização. O clima, portanto, pode variar mais facilmente (dependendo de
acontecimentos que agradem ou desagradem às pessoas), enquanto a cultura é mais perene.
Além da cultura, alguns fatores como políticas organizacionais, formas de gerenciamento,
lideranças formais e informais, atuação da concorrência e influências governamentais também
podem alterar o clima.
Geralmente, se analisa o clima a partir de quatro dimensões que influenciam o ambiente da
organização, conforme o quadro a seguir.

Resistência à
Estresse Liderança Motivação
mudanças
Relacionamento com Relacionamento com Relacionamento líder/ Relacionamento
as mudanças as ações do dia-a-dia colaborador intrapessoal
Colaboração dos
Amenizar o estresse Administrar pessoas, A organização cria
funcionários para
com ações que visem o desenvolver a estímulos para
a implantação e
bem estar dentro das organização de forma motivar o funcionário
adequação a um novo
organizações. eficaz e eficiente. (percepções).
sistema.

Exemplos de classificação do clima:


•• Desumano – é dada excessiva importância à tecnologia;

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•• Tenso – há forte pressão ao cumprimento de normas rígidas, burocráticas em que os


resultados podem levar a punições e/ou demissões;
•• Tranquilidade e confiança – existe plena aceitação dos afetos, sem descuidar de preceitos
e do trabalho.

1.8.1. Pesquisa de Clima Organizacional


Uma pesquisa de clima organizacional busca identificar a percepção das pessoas sobre a
organização, como elas se sentem, e consequentemente, verificar qual é o nível de satisfação e
de motivação. Sendo assim, pode-se dizer que ela é um canal de comunicação entre a direção e
os empregados, ou mesmo uma forma de se obter feedback dos funcionários, mantendo o foco
voltado para suas necessidades.
Em uma pesquisa, cada funcionário terá uma realidade percebida, o que produzirá sentimentos
individuais. Por isso, para se obter uma amostra confiável do clima da organização - e saber em
que áreas agir - é necessário aplicar questionários com o maior número possível de funcionários
e “somar” suas percepções.
Há diversos modelos de pesquisas de clima organizacional. A seguir, cita-se um que relaciona
Categorias de Análise com seus devidos componentes.

Categorias Componentes
Satisfação dos usuários; Percepção figurativa da organização;
Sentimento de identidade; percepção dos objetivos
Imagem e Avaliação Institucional.
organizacionais; Prestígio perante a comunidade; Valorização
profissional dos servidores.
Condições de progressão funcional; Reconhecimento
Desenvolvimento de Recursos
proporcionado; Justiça predominante; Comprometimento/
Humanos, Benefícios e Incentivos
Interesse pelo trabalho; Qualidade dos benefícios.
Adequação da estrutura; Clareza organizacional;
Apoio Logístico; terceirização; Justiça predominante;
Organização e Condições de Trabalho
Comprometimento e interesse pelo trabalho; Utilização do
tempo.
Relacionamento individual e grupal; Cooperação entre os
Relacionamento Interpessoal
seguimentos; Consideração humana.
Sucessão administrativa; Credibilidade das chefias;
Sucessão político-administrativa e Competência e qualificação das chefias; Delegação de
Comportamento das chefias competências; Clareza das chefias; Ênfase na participação;
Consideração humana.
Satisfação no trabalho; Jornada de trabalho; Prestígio junto
Satisfação Pessoal
à Instituição; Reconhecimento proporcionado.

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1.9. Questões de Cultura Organizacional – FCC

1. (FCC – 2012 – MPE-AP – Analista Ministerial) 3. (FCC – 2011 – TCE-PR – Analista de Controle)
A cultura organizacional pode ser tratada O conceito de cultura organizacional é
como uma variável. De acordo com Edgar composto de três dimensões: material,
Schein, a organização integra elementos psicossocial e:
formais e informais. Por elemento formal
entende-se: a) técnica.
b) ideológica.
a) a cultura oficial da organização. c) conceitual.
b) subculturas dos membros da d) sinergia.
organização. e) de papéis.
c) visões de mundo dos membros da
organização. 4. (FCC – 2006 – Bacen) As culturas não
d) a cultura dos parceiros externos. se transformam totalmente em outras
e) a subcultura não oficial da organização. culturas. Uma vez existentes, sempre
manterão traços desenvolvidos, valores
2. (FCC – 2012 – TRF – 2ª REGIÃO – Analista essenciais, o que corresponde,
Judiciário) Sobre a cultura organizacional,
analise: a) às competências da cultura.
b) à empatia da cultura.
I – É vista como os valores e expectativas c) às crenças da cultura.
comuns, da mesma forma que as histórias, d) à personalidade da cultura.
lendas, rituais e cerimônias. e) às habilidades da cultura.
II – A cultura pode ser explicitada por
meio de códigos de ética, declarações de 5. (FCC – 2010 – AL-SP – Agente Técnico
princípios, credos, ou simplesmente por Legislativo) A gestão da mudança da cultura
meio do conjunto das políticas e normas da organizacional de uma empresa é:
organização. a) difícil, pois implica modificar coisas
III – Não correspondem às prioridades dadas que são implícitas no pensamento e no
ao desempenho na função, à capacidade comportamento das pessoas.
de inovação, à lealdade; à hierarquia e b) impossível, pois a cultura não se refere
às maneiras de resolver os conflitos e aos produtos, às estruturas e aos
problemas. sistemas da empresa, que podem ser
modificados.
IV – É um recurso da administração, mas não c) muito difícil, pois a cultura da
pode ser usado para alcançar os objetivos organização se forma apenas em
desta, como a tecnologia, os insumos de pressupostos cognitivos que não
produção, os equipamentos, os recursos podem ser alterados.
financeiros e os recursos humanos. d) impossível, pois aqueles que detém
É correto o que consta APENAS em : o poder na organização nunca se
a) I e II. interessam pela mudança.
b) II, III e IV. e) difícil, pois a necessidade da mudança
c) III e IV. depende do consenso de todos os
d) I, II e IV. setores.
e) I e III.

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6. (FCC – 2009 – TJ-AP – Analista Judiciário) 8. (FCC – 2012 – TRE-CE – Analista Judiciário
Em tempos de turbulência e instabilidade, – Área Administrativa) Atribui-se a Edgar
a cultura organizacional de uma empresa Schein o entendimento de que cultura
deve ser: organizacional é o conjunto de pressupostos
básicos que um grupo inventou, descobriu
a) reestruturada através de técnicas de ou desenvolveu ao aprender como lidar
reengenharia para tornar a organização com os problemas de adaptação externa
mais eficiente. e integração interna e que funcionaram
b) amplamente respeitada, pois sua bem o suficiente para serem considerados
manutenção é mais importante do válidos e ensinados a novos membros
que a adaptação da organização às como a forma correta de perceber, pensar
mudanças externas. e sentir, em relação a esses problemas.
c) deixada de lado, pois reflete a natureza Desse entendi- mento deduz-se como
conservadora de toda organização componentes da cultura organizacional,
confrontada com os desafios da
globalização. a) dificuldades em entender e processar
d) compreendida como um conjunto mudanças ambientais.
de valores, crenças e normas da b) tendência a subestimar outros grupos,
organização que podem ser mobilizados principalmente concorrentes e clientes.
para enfrentar os desafios do ambiente c) dificuldades em aceitar pontos de vista
externo. alheios e outras culturas.
e) constantemente atualizada através d) resistência generalizada à necessidade
da introdução de tecnologia da de mudança interna.
informação, associada a métodos e) preferência por artefatos, tecnologias,
gerenciais voltados à avaliação de costumes, linguagens e valores
competências. próprios.

7. (FCC – 2010 – DPE-SP – Agente de 9. (FCC – 2013 – Banco do Brasil – Escriturário)


Defensoria) Pode-se concluir da definição O conhecimento prévio da cultura
de cultura organizacional como produto do organizacional, pelo interessado na
aprendizado pela experiência comum de participação de Concurso Público, para
um grupo que: ingresso em instituição financeira, é fator
importante para:
a) o importante é identificar as
regularidades observadas no a) compatibilizar seus interesses
comportamento dos indivíduos. financeiros pessoais com a sua
b) sempre existem valores dominantes remuneração futura.
numa organização que caracterizam sua b) acumular experiência com vistas à
cultura organizacional busca de outra colocação no mercado
c) a cultura de uma organização deriva de trabalho.
da filosofia que guia as políticas da c) preparar o movimento de formação de
organização. grupos internos para reformulação dos
d) as normas que envolvem os grupos princípios vigentes.
de trabalho são determinantes da sua d) permitir reflexão sobre a decisão
cultura. de trabalhar em setor e empresa
e) pode haver 'culturas' diferentes em compatíveis com suas aptidões e
uma organização, distinguindo cada valores pessoais.
grupo dentro de uma cultura mais
ampla.

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e) possibilitar a realização imediata de 12. (FCC – 2011 – Infraero – Analista) Cultura
suas expectativas sobre trabalho, organizacional:
colegas e superiores hierárquicos.
I – é a maneira tradicional de pensar e fazer
10. (FCC – 2009 – TCE-GO – Analista) Em compartilhada por todos os membros de
ambientes altamente competitivos, em que uma organização.
predominam a mudança e a incerteza, a II – refere-se a um sistema de significados
cultura organizacional, compartilhados pelos membros que
distingue a organização das demais
a) representa aspectos irracionais organizações.
profundamente enraizados na
organização que devem ser removidos. III – exprime as estratégias das lideranças
b) deve ser tratada como mais um atuais de uma organização que, pela
elemento do planejamento estratégico capacidade de impor determinados valores
da organização. aos membros, fazem com que esses valores
c) terá um impacto significativo sobre o passem a impregnar todas as práticas da
desempenho econômico da organização organização.
apenas no curto prazo. IV – tem como essência a maneira como a
d) exerce maior influência sobre o organização atua, como trata os clientes
desempenho e os resultados da empresa e empregados e o grau de autonomia e
do que os aspectos físicos, estruturais e liberdade que existe nos departamentos ou
estratégias organizacionais. escritórios.
e) dificulta a sobrevivência de uma
organização no longo prazo, quando V – tem seus valores sempre compartilhados
baseada em valores centrais intensamente pela maioria dos funcionários
que transcendem considerações e, por basear-se na tradição, toda cultura
econômicas. organizacional é forte.
Está correto o que se afirma APENAS em:
11. (FCC – 2011 – Infraero – Analista) Numa a) I, II, III e IV.
organização construída sob uma cultura b) I, II e IV.
organizacional tradicional predominam os c) II e IV.
processos motivacionais: d) III, IV e V.
a) preventivos e positivos. e) III e V.
b) preventivos e negativos.
c) profiláticos e neutros.
d) corretivos e negativos.
e) corretivos e positivos.

Gabarito: 1. A 2. A 3. B 4. D 5. A 6. D 7. E 8. E 9. D 10. D 11. D 12. B

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2. GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE

2.1. Sustentabilidade

A partir da década de 70, tendo como marco histórico a Conferência das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente e frente aos problemas oriundos da degradação ambiental, iniciou-se no
mundo uma crescente consciência de que seria necessária uma forma diferenciada de o ser
humano relacionar-se com a natureza e de gerar e distribuir riquezas.
Sustentabilidade é um conceito sistêmico – amplo - que se relaciona diretamente com o
conceito desenvolvimento sustentável.
Desenvolvimento sustentável foi um termo utilizado pela primeira vez em 1987, como resultado
da Assembleia Geral das Nações Unidas, no relatório Brundtland (denominado Our Common
Future - Nosso Futuro Comum). É aquele desenvolvimento que “atende as necessidades do
presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem as suas".
Portanto, busca o desenvolvimento que satisfaça as atuais necessidades, sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de suprir as suas próprias.
Trata-se de uma nova visão de mundo com implicação direta nas relações político-sociais,
econômicas, culturais e ecológicas ao integrar em um mesmo processo o equilíbrio entre as
dimensões econômicas, sociais e ambientais. Diz respeito à necessidade de revisar e redefinir
modos de produção e padrões de consumo vigentes de tal modo que o crescimento econômico
não seja alcançado a qualquer preço, mas considerando-se os impactos e a geração de valores
sociais e ambientais decorrentes da atuação humana.
É um desafio conjunto entre empresas, governos e sociedade civil que devem atuar de forma
integrada em prol do presente e do futuro da humanidade, dos seres vivos e do planeta em
geral.
Inicialmente, a sustentabilidade possuía um viés meramente ambiental – ecoeficiência: ações
em prol da minimização de emissões, redução no uso de materiais e energia, reutilização e
reciclagem de insumos, passando a integrar programas de gestão que variavam em torno dos
chamados 3Rs - reciclagem, redução e reutilização.
Hoje a sustentabilidade se tornou mais ampla, incorporando características de Responsabilidade
Socioambiental (RSA).
A seguir, alguns princípios da RSA (ISO 26000:2010):

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PRINCÍPIO APLICABILIDADE
Prestação de contas e Recomenda-se que a organização preste contas e se responsabilize por
responsabilidade seus impactos na sociedade e no meio ambiente.
Recomenda-se que a organização divulgue de forma clara, precisa,
completa e em grau razoável e suficiente as políticas, decisões e
Transparência
atividades pelas quais é responsável, inclusive os impactos conhecidos e
prováveis na sociedade e no meio ambiente.
Recomenda-se que o comportamento da organização baseie-se na ética
da honestidade, equidade e integridade. Essa ética implica a preocupação
Comportamento ético
com pessoas, animais e meio ambiente, bem como o compromisso de
cuidar dos interesses das partes envolvidas.
Recomenda-se que haja respeito pelos direitos previstos na Carta
Respeito pelos Internacional dos Direitos Humanos e que se compreenda sua
direitos humanos universalidade – são aplicáveis em todos os países, culturas e situações
de forma unívoca.
Apesar de os objetivos da organização comumente se limitarem aos
Respeito pelos interesses de seus respectivos proprietários, conselheiros, clientes ou
interesses das partes associados, outros indivíduos ou grupos também devem ter direitos,
envolvidas reivindicações ou interesses específicos levados em conta. Coletivamente,
esses envolvidos compreendem as partes interessadas da organização.
O estado de direito refere-se ao princípio da legalidade, ou seja, a
supremacia da lei. Sendo assim, nenhum indivíduo ou organização
(nem o governo) está acima da lei. O estado de direito contrapõe-se ao
exercício arbitrário do poder. No contexto da responsabilidade social,
Respeito pelo estado
respeito pelo estado de direito significa que a organização obedece a
de direito
todas as leis e regulamentos aplicáveis. Isso significa que a organização
deve tomar medidas para conhecer as leis e os regulamentos que lhe
cabem e informar a todos dentro da organização sobre sua obrigação de
cumpri-las, implementando medidas para que isso ocorra efetivamente.
Respeito pelas Em países onde a legislação não prevê um mínimo de salvaguardas
normas internacionais socioambientais, recomenda-se que a organização esforce-se para
de comportamento respeitar as normas internacionais de comportamento.

Uma empresa sustentável é aquela que contribui para o desenvolvimento sustentável ao


gerar, simultaneamente, benefícios econômicos, sociais e ambientais – conhecidos como os
três pilares do desenvolvimento sustentável.
São considerados, portanto, os seguintes impactos:
•• Ambientais – utilização de recursos, escolha de materiais, conservação de recursos, redução
das emissões, preservação da biodiversidade e da natureza, emissão de poluentes no solo,
na água e no ar, transporte e logística, descarte de resíduos etc.
•• Sociais – normas de trabalho, saúde e segurança, liberdades civis, justiça social, comunidade
local, direitos indígenas, questões culturais, acessibilidade, equidade, patrimônio e
sensibilidades religiosas, inclusão, geração de empregos e renda, comunicação, capacitação,
legados etc.

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•• Econômicos – retorno sobre o investimento, incentivo à economia local, capacidade do


mercado, valor das partes interessadas, inovação, impacto econômico direto e indireto,
presença de mercado, desempenho econômico, risco, comércio justo e participação nos
lucros, ética, geração de renda e emprego etc.
Sustentabilidade é, portanto, o conceito que prevê a gestão focada em três instâncias
mutuamente fortalecedoras: a prosperidade da empresa, a qualidade ambiental dos sistemas
que a envolvem e a equidade social das comunidades em que ela atua.

Alguns autores criaram dimensões "extras" que, na prática, estão dentro dessas três principais.
Por exemplo:
•• Espacial ou territorial: busca de equilíbrio na configuração rural-urbana e melhor
distribuição territorial dos assentamentos humanos e atividades econômicas; melhorias no
ambiente urbano; superação das disparidades inter-regionais e elaboração de estratégias
ambientalmente seguras para áreas ecologicamente frágeis a fim de garantir a
conservação da biodiversidade e do ecodesenvolvimento.
•• Cultural: respeito à cultura de cada local, garantindo continuidade e equilíbrio entre a
tradição e a inovação.
•• Política: no aspecto nacional baseia-se na democracia, apropriação universal dos direitos
humanos; desenvolvimento da capacidade do Estado para implementar o projeto nacional
em parceria com empreendedores e em coesão social. No aspecto internacional tem
sua eficácia na prevenção de guerras, na garantia da paz e na promoção da cooperação

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internacional e na aplicação do princípio da precaução na gestão do meio ambiente e
dos recursos naturais; preservação da biodiversidade e da diversidade cultural; gestão
do patrimônio global como herança da humanidade; cooperação científica e tecnológica
internacional.
•• Psicológica: relaciona o comportamento do ser humano perante as demais dimensões.

2.2. Gestão da Sustentabilidade

Definimos genericamente Gestão como o empreendimento de esforços para planejar, organizar,


dirigir e controlar pessoas e recursos de forma a alcançar os objetivos organizacionais.
Unindo este conceito ao de Sustentabilidade, podemos concluir que Gestão da Sustentabilidade
é uma política (pública, empresarial) que propõe incorporar os princípios do desenvolvimento
sustentável no planejamento de suas atividades, negócios e práticas administrativas, envolvendo
os seus públicos de relacionamento: funcionários e colaboradores, fornecedores, parceiros,
clientes, acionistas e credores, concorrentes, comunidades, governo e meio ambiente.
Implica integrar a perspectiva sustentável à sua própria missão e às estratégias, adotando
critérios socioambientais e econômico-financeiros no processo de tomada de decisão sobre
os negócios. Implica, ainda, analisar fornecedores e clientes de outro modo, considerando
eventuais impactos socioambientais causados pelas atividades da cadeia de produtos e
serviços.
O desenvolvimento sustentável desafia as empresas a funcionarem de uma maneira
transparente, responsável, tendo em vista a existência de uma bem informada e ativa base de
stakeholders.
Significa desenhar processos, produtos e serviços à luz de seus impactos sociais e ambientais.
Significa avaliar a performance organizacional não somente com base em indicadores de
natureza econômica, mas complementá-los com outros que avaliem a geração de valores
sociais – como a defesa dos direitos humanos e do trabalho, o bem-estar dos funcionários, a
promoção da diversidade, o respeito às diferenças, a inclusão social e os investimentos diretos
na comunidade –, e a preservação ambiental – como os que consideram os impactos diretos e
indiretos de nossas atividades no ar, na água, na terra e na biodiversidade.

2.2.1. Pontos a destacar


•• A sustentabilidade é um fator de competitividade essencial para empresas e países;
•• Para as empresas, há importantes fatores externos de pressão a favor da sustentabilidade,
como:
•• Globalização;
•• Movimentação da concorrência;
•• Surgimento de novas demandas;
•• Pressão de consumidores/clientes, mídia, redes sociais e cadeia de valor.

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•• A sustentabilidade está sendo incorporada às estratégias, aos modelos de negócios, à


gestão, às operações, à produção e ao uso de recursos.
•• A sustentabilidade abrange todas as áreas organizacionais: RH, Finanças, Marketing,
Produção etc.
•• Por ser um “assunto da moda”, as pressões externas obrigam a empresa a mudar.
Muitas empresas passaram a adotar a sustentabilidade porque tinham que adotar, em
virtude dessas pressões ou de vantagens (competitivas, financeiras, de imagem etc.).
Poucas empresas construíram o caminho de dentro para fora, a maioria não escolheu a
sustentabilidade por convicção, simplesmente teve que aderir.

2.3. Sustentabilidade no Setor Público

Atualmente, muitas iniciativas já estão sendo implementadas pelo governo e são uma tentativa,
por parte das instituições governamentais, de dar o exemplo.

2.3.1. Constituição Federal


Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das
espécies e ecossistemas;
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as
entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a
serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através
de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem
sua proteção;
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;
V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias
que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública
para a preservação do meio ambiente;
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.

www.acasadoconcurseiro.com.br 319
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma
da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei,
dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso
dos recursos naturais.
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei
federal, sem o que não poderão ser instaladas.

2.3.2. Agenda A3P


O Ministério do Meio Ambiente lançou e tem implementado, desde
1999, a Agenda Ambiental para a Administração Pública (A3P).
A A3P visa à adoção de novos padrões de produção e consumo,
sustentáveis, dentro do governo. Ela busca a revisão dos padrões de
produção e de consumo e a assunção de novos referenciais de sustentabilidade ambiental nas
instituições da administração pública. As ações estimuladas vão desde a mudança nas compras e
contratações, passando pela sensibilização e capacitação dos servidores, pela gestão adequada
dos recursos e resíduos, até a promoção da melhoria da qualidade de vida no ambiente de
trabalho. Essas ações embasam e estruturam os eixos temáticos da A3P.
Além disso, as instituições governamentais devem buscar a mudança de hábitos e atitudes
internas, promovendo uma nova cultura institucional de combate ao desperdício. Ao mesmo
tempo, devem promover a revisão e a adoção de novos procedimentos para as compras
públicas, que levem em consideração critérios sustentáveis de consumo que podem incluir, por
exemplo: a obrigatoriedade de se respeitar a sustentabilidade ambiental como um princípio
geral da compra a ser realizada; a inclusão da necessidade de proteção ambiental como um
critério para a seleção dos produtos e serviços; e a conformidade às leis ambientais como
condição prévia para participação nos processos licitatórios.
Objetivos da A3P:
I – orientar os gestores públicos para a adoção de princípios e critérios de sustentabilidade em
suas atividades;
II – apoiar a incorporação de critérios de gestão socioambiental nas atividades públicas;
III – promover a economia de recursos naturais e eficiência de gastos institucionais;
IV – contribuir para revisão dos padrões de produção e consumo e na adoção de novos
referenciais de sustentabilidade no âmbito da administração pública.

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Eixos temáticos:
I – Uso racional dos recursos naturais e bens públicos: a cultura do desperdício hoje ultrapassa
as camadas de alta renda e, paradoxalmente, atinge as camadas menos favorecidas. Além disso,
a economia brasileira caracteriza-se por elevado nível de desperdício de recursos energéticos e
naturais. A redução desses constitui verdadeira reserva de desenvolvimento para o Brasil, bem
como fonte de bons negócios.
II – Gestão adequada dos resíduos gerados: preocupações com a coleta, o tratamento e a
destinação dos resíduos. A política dos 5 R´s (Reduzir, Repensar, Reaproveitar, Reciclar e
Recusar consumir produtos que gerem impactos socioambientais significativo) faz parte de um
processo educativo que tem por objetivo uma mudança de hábitos no cotidiano dos cidadãos.
III – melhoria da qualidade de vida no ambiente de trabalho;
IV – sensibilização e capacitação dos servidores;
V – contratações de bens e serviços com sustentabilidade;
VI – implementação de critérios para construções sustentáveis.

2.3.3. Agenda 21
A Organização das Nações Unidas – ONU realizou, no Rio de Janeiro, em 1992, a Conferência
sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - conhecida como Rio 92, ou Cúpula da Terra.
179 países participantes acordaram e assinaram a Agenda 21 Global, um programa de ação
baseado num documento de 40 capítulos, que constitui a mais abrangente tentativa já realizada
de promover, em escala planetária, um novo padrão de desenvolvimento, denominado
“desenvolvimento sustentável”.
O termo “Agenda 21” foi usado no sentido de intenções, desejo de mudança para esse novo
modelo de desenvolvimento para o século XXI.
A Agenda 21 pode ser definida como um instrumento de planejamento para a construção de
sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção
ambiental, justiça social e eficiência econômica.
A Agenda 21 Global estabelece que cada autoridade em cada país implemente uma Agenda 21
Local tendo como base de ação a construção, operacionalização e manutenção da infraestrutura
econômica, social e ambiental local, estabelecendo políticas ambientais locais e prestando
assistência na implementação de políticas ambientais nacionais"
A Agenda 21 Brasileira tem, por exemplo, os seguintes de objetivos, dente outros:
•• Produção e consumo sustentáveis contra a cultura do desperdício;
•• Ecoeficiência e responsabilidade social das empresas;
•• Energia renovável e a biomassa;
•• Informação e conhecimento para o desenvolvimento sustentável;
•• Universalizar o saneamento ambiental protegendo o ambiente e a saúde.

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•• Estratégia para a sustentabilidade urbana e rural;
•• Promoção da agricultura sustentável;
•• Promover a Agenda 21 Local e o desenvolvimento integrado e sustentável;
•• Recursos naturais estratégicos: água, biodiversidade e florestas;
•• Preservar a quantidade e melhorar a qualidade da água nas bacias hidrográficas.

2.4. Banco do Brasil

O Banco do Brasil também possui uma Agenda 21, a qual estrutura-se em três eixos:
sustentabilidade + cidadania + RSA. Os objetivos são:

1. Negócios com foco no desenvolvimento sustentável;


•• Implementar ações de apoio ao desenvolvimento sustentável;
•• Financiar atividades de geração de trabalho e renda e de inclusão social;
•• Financiar atividades e tecnologias ambientalmente adequadas;
2. Práticas administrativas e negociais com RSA;
•• Disseminar os princípios e fortalecer a cultura de RSA na Comunidade BB;
•• Manter processos administrativos coerentes com os Princípios de RSA;
•• Manter processos negociais coerentes com os Princípios de RSA;
•• Fortalecer a interação com os públicos de relacionamento;
3. Investimento social privado;
•• Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira;
•• Apoiar programas relacionados à consciência e preservação ambiental;
•• Apoiar programas relacionados à defesa e à promoção dos direitos humanos;
•• Captar recursos para apoiar ações vinculadas ao desenvolvimento social;
•• Incentivar a atuação dos funcionários em trabalhos voluntários e ações sociais.
Além disso, consta da Agenda 21 do BB a meta estratégica de conquistar novas certificações
ISO 14001 em prédios do Banco localizados nas demais regiões do país, reforçando, assim,
a abrangência nacional do seu sistema de gestão ambiental e ratificando os compromissos
assumidos com a preservação do meio ambiente.
A norma ISO 14001 estabelece procedimentos padrões para empresas identificarem, priorizarem
e gerenciarem seus riscos ambientais como parte de suas práticas usuais, orientando para que
as intenções e princípios gerais de uma organização em relação ao seu desempenho ambiental
estejam expressos na política corporativa da empresa.
A ISO-14001 é uma norma internacionalmente reconhecida que define o que deve ser feito
para estabelecer um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) efetivo. Sistema de Gestão Ambiental

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(SGA) é uma estrutura desenvolvida para que uma organização possa consistentemente
controlar seus impactos significativos sobre o meio ambiente e melhorar continuamente as
operações e os negócios.
A ISO exige, basicamente, que as empresas se comprometam com:
•• A prevenção da poluição: coleta seletiva, destinação ecologicamente correta de lâmpadas
queimadas, coleta especial de pilhas e baterias, destinação de resíduos não recicláveis para
aterro sanitário legalizado;
•• O atendimento à legislação ambiental: controle da emissão de fumaça preta do gerador
de energia, uso de gás não prejudicial à camada de ozônio no sistema de refrigeração,
monitoramento de ruído ambiental;
•• A melhoria contínua: evitar o desperdício, reduzir o consumo de água, energia elétrica e
papel de impressão, gerar menos resíduos para descarte.
Para saber mais:
http://www.bb.com.br/portalbb/page4,8305,3912,0,0,1,6.bb?codigoNoticia=28458&codigoM
enu=15217

2.5. Outros Conceitos

2.5.1. Pegada Ecológica


Metodologia de contabilidade ambiental que avalia a pressão do consumo das populações
humanas sobre os recursos naturais.
Expressada em hectares globais (gha), permite comparar diferentes padrões de consumo e
verificar se estão dentro da capacidade ecológica do planeta (biocapacidade - capacidade dos
ecossistemas em produzir recursos úteis e absorver os resíduos gerados).
Sendo assim, a Pegada Ecológica contabiliza os recursos naturais biológicos renováveis (grãos e
vegetais, carne, peixes, madeira e fibras, energia renovável etc.), segmentados em Agricultura,
Pastagens, Florestas, Pesca, Área Construída e Energia e Absorção de Dióxido de Carbono (CO2).
Estudos mostram que desde o final
dos anos 70 a demanda da população
mundial por recursos naturais é maior
do que a capacidade do planeta em
renová-los. Dados mais recentes
demonstram que estamos utilizando
cerca de 50% a mais do que o que temos
disponível em recursos naturais, ou seja,
precisamos de um planeta e meio para
sustentar nosso estilo de vida atual.

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2.5.2. Índices BM&FBOVESPA
A BM&FBOVESPA mantém um conjunto de índices para acompanhar o desempenho de
empresas preocupadas com as melhores práticas de responsabilidade social e sustentabilidade.
Além de servir de guia para investidores interessados no retorno dessa categoria de empresas,
esses índices estimulam outras companhias a incorporar questões ambientais, sociais e de
governança em seu dia a dia. Em consequência, o mercado se torna mais atrativo para os
investidores em geral e, em particular, para os gestores comprometidos com o investimento
socialmente responsável.
•• Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE): reflete o retorno de uma carteira composta
por ações de empresas com reconhecido comprometimento com a responsabilidade
social e a sustentabilidade empresarial atuando como promotor das boas práticas no meio
empresarial brasileiro.
•• Índice Carbono Eficiente (ICO2): composto pelas ações das companhias integrantes do
índice IBrX-50 (cinquenta ações mais negociadas na Bolsa) que aceitam participar deste
índice, comprometendo-se a fazer e enviar à BM&FBOVESPA seu inventário de emissões de
gases de efeito estufa (GEE).

2.6. Respondendo questões sobre Sustentabilidade

As questões da prova sobre Sustentabilidade geralmente seguem dois eixos:

1. Perguntas sobre conceitos amplos do que é ou não é Sustentabilidade.


2. É apresentada uma situação sobre a qual se solicita o entendimento de presença ou
ausência da sustentabilidade.
Para respondê-las, leve em conta alguns fatores de bom-senso:
•• contribuição voluntária (de uma organização) visando a uma sociedade melhor e a um
meio ambiente mais sadio e equilibrado;
•• desenvolvimento sustentável - quando a sociedade, seus membros e suas economias
preenchem suas necessidades ao mesmo tempo em que preservam a biodiversidade e os
ecossistemas;
•• competências cidadãs - que levem em conta a vida em sociedade e o respeito à natureza;
•• é um desafio conjunto de todos (empresas, governos e sociedade civil);
•• responsabilidades sobre questões ambientais, nunca as delegando aos outros, mas sim as
assumindo de fato.

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Banco do Brasil – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

2.7. Questões de Sustentabilidade FCC

12. (FCC – 2002 – SEAD-AP) A partir das e) servir de guia para a promoção do
discussões teóricas e críticas geradas em desenvolvimento sustentável em todos
torno do conceito de desenvolvimento os níveis, com vistas ao século 21.
sustentável é possível dizer que:
14. (FCC – 2006 – TRE-AP – Técnico Judiciário)
a) a incompatibilidade entre O progresso, da forma como vem sido
desenvolvimento econômico e feito, tem acabado com o ambiente ou, em
sustentabilidade ecológica não pode outras palavras, destruído o planeta Terra
ser superada, o que inviabiliza as e a natureza. Críticas têm sido feitas por
pretensões práticas do desenvolvimento defensores do chamado "desenvolvimento
sustentável. sustentável", que consiste em:
b) trata-se de um conceito
multidimensional que aponta uma a) conciliar desenvolvimento econômico
alternativa aos modelos tradicionais de com preservação ambiental e, ainda,
desenvolvimento. pôr fim à pobreza do mundo.
c) a noção de sustentabilidade é originária b) intensificar o extrativismo vegetal e
da área biológica e portanto não mineral dos países subdesenvolvidos,
pode ser empregada nos campos da com o objetivo de garantir o
socioeconomia. crescimento econômico global.
d) após uma série de debates chegou-se c) igualar os níveis de produção industrial
a um consenso teórico em torno da dos países do terceiro mundo ao
definição apresentada pelo relatório patamar de crescimento econômico
Bruntland. realizado nos países de primeiro
e) trata-se de um conceito ideológico onde mundo.
o desenvolvimento social depende da d) utilizar todos os recursos naturais
economização da ecologia. disponíveis, como forma de aumentar a
exportação e proporcionar superávit na
13. (FCC – 2002 – SEAD-AP) A Agenda 21, balança comercial.
documento resultante da Conferência das e) promover o aumento do extrativismo
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e dos recursos naturais, como forma de
Desenvolvimento - RIO 92, foi formulada intensificar a produção mundial e o
com o objetivo de: consumismo.
a) orientar os 21 países mais ricos do 15. (FCC – 2010 – AL-SP – Agente Técnico
mundo para a preservação dos recursos Legislativo) Considere as afirmações abaixo
ambientais. sobre a gestão ambiental.
b) registrar as discussões realizadas
durante a conferência, que teve a I – Uma vez que a gestão ambiental pode
duração de 21 dias. ser uma forma de enfrentamento de
c) garantir a participação do Brasil na II conflitos socioambientais, a aplicação de
Conferência das Nações Unidas sobre o seus instrumentos não se constitui em fonte
Meio Ambiente e Desenvolvimento. geradora de conflitos.
d) planejar ações que promovam o II – A gestão ambiental busca o uso racional
crescimento econômico dos 21 países e sustentável dos recursos naturais e o
considerados os mais pobres do mundo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 325
seu desenvolvimento envolve as políticas II – O desenvolvimento sustentável
públicas, o setor produtivo e a sociedade. visa, entre outros objetivos, adequar a
III – A gestão ambiental depende cadeia produtiva de forma a garantir a
exclusivamente de determinações de continuidade das atividades econômicas
caráter político e econômico. atuais, sem prejuízo das necessidades de
recursos naturais das gerações futuras.
IV – Os responsáveis pelo direcionamento
de um sistema de gestão ambiental são o III – O desenvolvimento sustentável tem,
poder público e a iniciativa privada. entre outros objetivos, o de garantir a
continuidade do crescimento econômico
V – As desigualdades sociais, fruto do das gerações futuras por meio da
crescimento da população humana e do manutenção do modelo de utilização de
modelo econômico dominante, geram recursos naturais pelas gerações atuais.
situações de conflito. Assim, o escopo
da gestão ambiental não se restringe aos IV – A incorporação da ideia de desenvolvi-
conflitos ambientais, pois estes podem vir mento sustentável, inclusive pelas políticas
associados a conflitos sociais. públicas, em um período de tempo rela-
tivamente curto, se deu menos por razões
Está correto o que se afirma APENAS em: éticas que por motivações econômicas e de
a) I, II, III e IV. preservação da espécie humana.
b) I, II e IV. Está correto o que se afirma APENAS em:
c) I, IV e V.
d) II, III e V. a) I e II.
e) II e V b) I, II e III.
c) I, II e IV.
16. (FCC – 2010 – AL-SP – Agente Técnico d) II e III.
Legislativo) A temática do desenvolvimento e) II, III e IV.
sustentável é um campo fértil de discussão
de ideias, algumas das quais estão
apresentadas abaixo.
I – O artigo 225 da Constituição Federal de
1988 incorpora a ideia de desenvolvimento
sustentável ao afirmar que todos têm
direito a um meio ambiente ecologicamente
equilibrado como um bem de uso comum
que deve ser preservado e defendido para
as gerações presentes e futuras.

Gabarito: 12. B 13. E 14. A 15. E 16. C

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Técnicas de Vendas e Marketing

Professora: Amanda Lima

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Técnicas de Venda e Marketing

O PAPEL DO VENDEDOR

O vendedor, em geral, é visto como uma pessoa inconveniente, chata, insistente, cujo único
foco é ganhar dinheiro. É por conta desta imagem que a maioria das pessoas não gosta de
vendedores e faz o possível para evitá-los. Pense se você também não age assim... Você foge de
um vendedor sempre que possível?
Acontece que, na verdade, o papel do vendedor de auxiliar na comercialização de produtos e
serviços na economia é muito importante, e, quando bem desempenhado, tem uma função
fundamental: de conciliar os interesses dos clientes com os interesses da empresa.

Por isso, compreender como ser um vendedor que se coloca adequadamente e auxilia o cliente
a obter o que deseja, ao mesmo tempo que promove lucratividade para a empresa é uma arte!
Cada vez mais, o vendedor se é alguém que amplia receitas da empresa auxiliando o cliente de
verdade, garantindo sua satisfação.
A seguir, temos as abordagens Hard Selling e Soft Selling que demonstram a mudança de
enfoque nas Técnicas de Venda.

www.acasadoconcurseiro.com.br 329
•• Hard Selling: A venda é conduzida de maneira agressiva, focando nos aspectos funcionais
do produto/serviço. Considerado um modelo ultrapassado, utiliza a maior parte do tempo
e esforço estão em apresentar o produto e fechar a venda.
•• Soft Selling: Atualmente considerada mais adequada, muito utilizada em serviços. Também
é chamada de Venda Consultiva, pois é conduzida de forma mais suave e a maior parte do
tempo é utilizada para criar um laço de confiança com o cliente e a compreender as suas
necessidades.
Com a evolução das Técnicas de Venda, as empresas perceberam que a melhor maneira
de atingir bons resultados com as vendas é criar valor para os clientes. Hoje, os o papel do
profissional de vendas é de criador de valor, e não apenas de um “folheto falante” que transmita
as características dos produtos/serviços ou objetiva a venda imediata acima da real satisfação
do cliente.

VENDEDORES CONSULTIVOS
•• Ajudam o cliente a entender seus problemas, dúvidas e oportunidades;
•• Mostram aos clientes soluções novas e melhores para os seus problemas;
•• Podem atuar como advogados dos seus clientes dentro da organização (defendendo seus
interesses e aperfeiçoando produtos/serviços);
•• Criam valor único para o cliente - produtos/serviço tem que ser especial para cada cliente;
•• Comunicam este valor, fazendo o cliente percebê-lo.

Qual deve ser o foco da venda?


“Infelizmente, no atual mercado do varejo, os vendedores frequentemente agem
como simples atendentes.” (Friedman, 1995)
“Vender bem significa colocar toda a organização a serviço do cliente, antes, durante e
depois do processo de venda propriamente dito.” (Chiavenato, 2005)
“Mesmo hoje em dia, ainda há muitas empresas atuando com foco na venda do
produto em vez de com o foco na satisfação das necessidades.” (Kotler, 2009)

ESTÁGIOS DE EXCELÊNCIA DO SERVIÇO


As empresas de serviço almejam lucratividade crescente, mas para isso precisam que seus
clientes consumam seus serviços e sejam fiéis, comprando e recomendando a outras pessoas
repetidas vezes ao longo do tempo. Por isso, é importante que a empresa ajuste seu foco,
colocando a satisfação do cliente no centro das suas ações, o que, em geral, se desenvolve ao
longo do tempo de amadurecimento da empresa em determinados estágios.

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Banco do Brasil – Técnica de Vendas e Marketing – Profª Amanda Lima

Estágio 1: A empresa preocupa-se com o desenvolvimento dos elementos essenciais do serviço,


focando em processos e canais, de modo a estabelecer requisitos mínimos de satisfação e
estrutura.
Estágio 2: Empresa caminha na direção da excelência operacional do principais processos e
incorpora a elementos de satisfação dos clientes baseado em feedback.
Estágio 3: Cultura passa a ser voltada ao cliente, com menos foco nos produtos ou nos canais e
ênfase nos processos de entrega e medidas de satisfação de clientes.
Estágio 4: Ocorre o alinhamento dos processos internos com as expectativas dos clientes,
é criado um ambiente voltado à obter lealdade e retenção, mensurando o negócio em
relacionamentos e lucratividade de longo prazo.

A empresa com foco no cliente se preocupa em saber...


Quem é o cliente? Onde ele está?
O que ele necessita? Quanto está disposta a pagar?

VALOR PARA O CLIENTE

Valor é preço?
Não apenas. Para o Marketing, Valor inclui tudo o que o cliente percebe como benefício e
como custo. Além do custo monetário, o custo total para o cliente inclui os custos de tempo,
de energia física e psíquicos do comprador, que leva em conta esses custos juntamente com o
custo monetário para formar um quadro do custo total para o cliente. Também são percebidos
como benefícios o valor dos produtos e serviços, dos atendentes e da imagem associada ao
produto/serviço.
“Valor entregue ao cliente é a diferença entre o valor total para o cliente e o custo total para
o cliente. O valor total para o cliente é o conjunto de benefícios que os clientes esperam de
um determinado produto ou serviço. O custo total para o cliente é o conjunto de custo em
que os consumidores esperam incorrer para avaliar, obter, utilizar e descartar um produto
ou serviço.” (KOTLER, 2000)
Por que entregar valor?
•• Os clientes estão mais informados do que nunca (tv, internet...);
•• ...Em função disso, estão mais críticos;
•• Muitas opções para qualquer produto/serviço e o cliente pode ir para o concorrente;
•• Satisfação e repetição da compra depende da entrega ou não de valor.

www.acasadoconcurseiro.com.br 331
SATISFAÇÃO

“Satisfação consiste na sensação de prazer ou desapontamento resultantes da comparação


do desempenho (ou resultado) percebido de um produto em relação às expectativas do
comprador.” (KOTLER, 2000)

•• Se o desempenho fica aquém das expectativas, o cliente fica insatisfeito


•• Se o desempenho alcança as expectativas, o cliente fica satisfeito
•• Se o desempenho supera as expectativas, o cliente fica encantado

Em geral, um cliente satisfeito permanece por mais tempo e isso pode levar à fidelidade, que
é “um compromisso profundo de comprar ou recomendar repetidamente certo produto ou
serviço no futuro, apesar de influências situacionais e esforços de marketing potencialmente
capazes de causar mudanças comportamentais” (OLIVER, apud KOTLER, 2006) .

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RETENÇÃO DE CLIENTES

O Marketing tem como premissa que atrair novos clientes, em geral, é mais caro para empresa
do que manter os atuais. Por isso é tão importante reter os clientes (especialmente os bons
clientes!). Para isso, é importante que invista em:
•• Medição periódica da satisfação dos clientes, através de pesquisas como questionários,
entrevistas, focus group e cliente oculto.
•• Perceber as reações e reclamações dos clientes (Ouvidoria, SAC e lojas) e utilizar estas
informações para qualificar os processos, atendimento, produtos e serviços.
•• Monitorar índices de perda de clientes para saber se está perdendo muitos clientes e tentar
identificar as causas
•• Monitorar constantemente a qualidade dos produtos/serviços para garantir que estejam
em níveis altos.
Sobre o cliente...

Necessidade x Desejo
Necessidade: Inerente ao ser humano, uma exigência biológica. Ex.: Fome.
Desejo: Moldado pela sociedade, pode estimulado pelo Marketing. Ex: Comer um Big
Mac.

“Esquizofrenia” do consumidor
As empresas já percebem que hoje o cliente está muito difícil de agradar! Isso se deve a
diversos fatores que já mencionamos (mais acesso à informação, diversos fornecedores à
disposição...) e faz com que seja necessário investir em pesquisa e desenvolver a cultura de
buscar compreender o cliente. Além disso, o cliente tem toda a complexidade de qualquer ser
humano, podendo ser muito exigente com alguns fatores e flexível com outros, aceitar pagar
mais por alguns produtos/serviços e não por outros...

O consumidor não é mais fiel


Hoje em dia é muito difícil manter clientes por toda a vida. Em geral, as pessoas escolhem suas
marcas de acordo com tantos fatores (preço, qualidade, conveniência, reputação da marca...) e
há tantos fornecedores, que é fácil trocar de um para outro de acordo com a melhor proposta
ou interesse momentâneo. Portanto, a relação é mais frágil e exige das empresas estratégias
muito mais elaboradas para satisfazer e reter os clientes.

www.acasadoconcurseiro.com.br 333
O poder dos clientes
Os clientes têm mais poder, não só pela existência de concorrentes, mas também em função
dos direitos legais adquiridos com o Código de Defesa do Consumidor. E o mais importante:
têm consciência disso e usufruem deste poder.

O que os clientes esperam de um banco?


Com base em inúmeras pesquisas de diferentes instituições, os fatores mais frequentemente
apresentados estão relacionados ao atendimento, credibilidade e preço considerado justo. Estes
fatores são fortemente relacionados com a satisfação do cliente, e envolvem tanto aspectos
objetivos (números que indicam a saúde financeira do banco, taxas) como subjetivos (simpatia
com a marca, disponibilidade e cordialidade no atendimento). Aspectos que aparecem com
frequência como determinantes da satisfação dos clientes de banco são:
•• Bom atendimento;
•• Confiança;
•• Preços adequados (taxas e tarifas);
•• Solidez;
•• Interesse;
•• Agilidade;
•• Cordialidade;
•• Conhecimento;
•• Acesso às informações;

Da mesma forma, a percepção de um atendimento mal-humorado, ineficaz e que incapaz de


solucionar problemas, pode ser determinante para um cliente abandonar uma instituição
financeira.

VENDA

“Na venda orientada pelo marketing, chega-se à realização de negócios por meio da
aproximação do seu produto ou serviço, oferecendo a ele o produto certo, pelo preço
adequado, na hora e no local mais convenientes” (BISPO, 2008)

Força de Vendas
Chamamos de força de vendas o conjunto das pessoas que têm como principal objetivo vender,
ou fazer vender, os produtos/serviços da empresa. A função desta equipe hoje está ligada à
entrega e soluções e experiências ao cliente e não apenas na transação comercial em si. Como
manter e remunerar uma equipe de vendas é bastante caro para a empresa, em função dos

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Banco do Brasil – Técnica de Vendas e Marketing – Profª Amanda Lima

salários, comissões, despesas de visitas a clientes e outros fatores, é importante potencializar


ao máximo a atuação de cada vendedor.
Para fazer a gestão da força de vendas, é necessário um planejamento, que inclui determinar
os objetivos que querem ser alcançados e, a partir disto, determinar as estratégias mais
adequadas, a estrutura que precisa ser fornecida em termos de equipamentos, espaço físico
e capacitação e, o tamanho adequado da força de vendas e também a remuneração que será
oferecida.

Planejamento de Vendas
“Na sua essência, o planejamento da área de vendas consiste, a partir dos objetivos
empresariais, em analisar as situações internas e externas, fazer uma previsão do que pode
acontecer, preparar-se para atender e executar esta previsão e controlar o trabalho para que
tais objetivos sejam alcançados” (LAS CASAS, 1998).
Contribui para redução de custos e melhor aproveitamento dos recursos disponíveis.
Uma análise para projeção de vendas deve incluir informações sobre o passado, como
comportamento do mercado e do consumo. Também é necessário observar o presente através,
por exemplo, do ambiente econômico e social e das necessidades expressas pelos clientes.
A previsão de vendas é sempre elaborada mediante as perspectivas de ocorrências futuras,
por isso, diante do quadro hoje identificado pelas empresas, se projeta o comportamento
do mercado no futuro e se traça os objetivos serem alcançadas para que depois se possa
determinar a melhor estratégia.
O planejamento das vendas deve levar em conta a análise do macroambiente e microambiente
onde a empresa está inserida.

Figura 2 - Macroambiente e Microambiente

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Macroambiente
É a dimensão do ambiente sobre a qual a empresa tem uma influência limitada. Constitui um
ambiente mais amplo, genérico e abrangente que influencia de maneira semelhante todas as
organizações (CHIAVENATO; SAPIRO, 2010). Os fatores do ambiente contextual definem os limites
daquilo que a organização pode fazer. Exemplos de fatores do macroambiente são:
•• Variáveis econômicas: inflação, níveis de renda, PIB, emprego/desemprego, taxa de juros,
preço do dólar...
•• Variáveis tecnológicas: avanços científicos, novos procedimentos, equipamentos...
•• Variáveis sociais: questões de direitos humanos, educação, instituições padrões sociais de
comportamento;
•• Variáveis legais: forma de governo, leis e regulamentos;
•• Variáveis demográficas: idade, gênero, renda e estatísticas da população;
•• Variáveis ecológicas: condições do ambiente físico, recursos naturais e preocupação da
sociedade com o meio ambiente;
•• Variáveis culturais: valores sociais e culturais vigentes na sociedade;
•• Variáveis políticas: filosofia e objetivo político dominante, atitude dos governantes.

Microambiente:
Também denominado ambiente transacional, é o ambiente mais próximo e imediato da
organização, onde ela elabora e aplica sua estratégia. É a dimensão do ambiente na qual a
organização é um participante efetivo, influenciando os resultados e sendo ao mesmo tempo
influenciada por eles. É o setor específico de negócios da organização, sendo constituído por:
•• Clientes;
•• Fornecedores;
•• Concorrentes;
•• Agências reguladoras.

O BACEN é uma agência reguladora?


Embora exerça atividade de supervisão e verifique o cumprimento das normas
específicas de sua competência para que as instituições financeiras atuem em
conformidade às leis e à regulamentação, o foco da atuação do BACEN não pode ser
confundido com o de uma agência reguladora, no sentido estrito. Isto porque esta
autarquia está voltada a questões macroeconômicas, que direcionam a atuação dos
agentes econômicos no sentido de promover o desenvolvimento do País, como forma
de realizar a missão que lhe foi atribuída.
Fonte: http://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/politica.asp?idpai=portalbcb

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CONAR
É o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária. Fundado em 1980, sua
missão é analisar propagandas com relação a alguns princípios como respeitabilidade,
decência e verdade. Quando comprovada a procedência de uma denúncia, é sua
responsabilidade recomendar alteração ou suspender a veiculação do anúncio. O
CONAR não exerce censura prévia sobre peças publicitárias, já que se ocupa somente
do que está sendo ou foi veiculado.
Fonte: http://www.conar.org.br

Matriz SWOT
Uma ferramenta bastante comum para análise de cenários é a Matriz SWOT. Esta sigla vem
do idioma inglês, pois nesta matriz são listadas as características internas da empresa,
Forças (Strengths) e Fraquezas (Weaknesses), e também fatores da situação externa, que
são Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). Esta técnica auxilia os gestores a
projetarem cenários, elaborar seu planejamento estratégico e fazer uma previsão de vendas
mais realista.

Matriz de Ansoff
Também conhecida como Matriz Produto/Mercado, é um modelo utilizado para determinar
oportunidades de crescimento de unidades de negócio. Essa matriz apresenta algumas
formas de aprimorar os negócios da empresa em quatro estratégias: penetração de mercado,
desenvolvimento de mercado, desenvolvimento de produto e diversificação pura.

www.acasadoconcurseiro.com.br 337
•• Penetração de mercado: trabalhando com produtos e mercados onde já atua, a empresa
foca na mudança de clientes ocasionais para clientes regulares e de clientes regulares para
usuários intensivos do produto.

•• Desenvolvimento de mercado: a empresa tenta conquistar clientes da concorrência e


introduzir seus produtos já existentes em novos mercados.
•• Desenvolvimento de produtos: a empresa busca vender novos produtos a clientes
regulares.
•• Diversificação: é a estratégia mais arriscada, pois a empresa entra em novos mercados com
novos produtos e normalmente foca na comunicação explicando porquê, visando ganhar
credibilidade.

Matrz BCG
Desenvolvida para a empresa de consultoria americana Boston Consulting Group, é baseada
no conceito de ciclo de vida do produto, pois, para ter sucesso, uma empresa precisa ter um
portfólio de produtos com diferentes taxas de crescimento e diferentes participações no
mercado. Produtos de alto crescimento exigem injeções de dinheiro para crescer. Produtos de
baixo crescimento devem gerar excesso de caixa. Ambos são necessários simultaneamente. Os
produtos são classificados da seguinte forma:
•• Em questionamento (também conhecidos como "ponto de interrogação" ou "criança-
problemática"): exigem altos investimentos, apresentam baixo retorno e tem baixa
participação de mercado (market share). Se nada é feito para mudar a participação de

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mercado, podem absorver um grande investimento e depois se tornarem um "abacaxi".


Por outro lado, por estarem em um mercado em crescimento, podem se tornar "estrela".
•• Estrela: geram receitas e têm taxas de crescimento potencialmente elevadas. Exigem
grandes investimentos e são referências no mercado. Ficam frequentemente em equilíbrio
quanto ao fluxo de caixa. Entretanto, a participação de mercado deve ser mantida, pois
pode-se tornar numa "vaca leiteira" se não houver perda de mercado.
•• Vaca leiteira: os lucros e a geração de caixa são altos. Como o crescimento do mercado é
baixo, não são necessários grandes investimentos. Podem ser a base de uma empresa, já
que a empresa detém uma quota de mercado considerável.
•• Abacaxi (também conhecidos como "cão" ou "vira-lata): os "abacaxis" devem ser evitados
e minimizados numa empresa, pois podem exigir caros planos de recuperação. A baixa
participação de mercado gera poucos lucros e não exige muito investimento pois o
crescimento do mercado é praticamente nulo. Muitas vezes é necessário abandoná-los.

Pesquisa de mercado
Além de fazer as análises através da Matriz SWOT, Matriz Ansoff e Matriz BCG, empresa pode
buscar informações referentes aos seus produtos/serviços e consumidores de maneira mais
específica. A pesquisa de mercado consiste na coleta e análise de fatos relacionados aos
problemas de comercialização de produtos/serviços para os consumidores finais. Pesquisas
relevantes são:
•• Produtos e serviços - dados sobre produtos e serviços face às exigências dos consumidores.

www.acasadoconcurseiro.com.br 339
•• Mercadológica - informações sobre os consumidores (renda, localização, hábitos...).
•• Venda - comportamento das vendas em cada canal.
•• Motivacional - comportamento do consumidor.
•• Uma vez que a empresa já possui todas as análises e informações que julga relevantes, para
realizar um planejamento eficaz, precisa ser capas responder as seguintes perguntas:
•• Qual o potencial de consumo do mercado?
•• Qual a minha capacidade de crescimento?
•• Quais os fatores que podem impactar nestas previsões?
•• Qual o objetivo a ser atingido?
•• Quais as ações que precisam ser tomadas para atingir o objetivo?

Relembrando
O planejamento é uma etapa fundamental para se obter bons resultados com as vendas. Para
se planejar, é necessário conhecer o potencial das vendas e as ameaças do mercado e assim
determinar a melhor forma de atuação e tamanho da equipe de vendas. Muitos fatores são
importantes para conceber um planejamento, por isso é importante que a empresa saiba quais
aspectos influenciam as vendas de cada produto/serviço, e estabeleça a importância relativa
de cada um deles e reúna todas as informações disponíveis sobre o mercado.

Estrutura da força de vendas


Destas análises de cenário e mercado, decorrem as decisões relativas à estrutura da força de
vendas necessária para se alcançar os objetivos determinados. Algumas definições importantes
dizem respeito à utilizar força de vendas direta ou indireta, o tamanho da equipe, remuneração,
dividi-la por território, produto ou cliente, etc

1. Força de vendas direta – maior controle; alinhamento.


2. Força de vendas indireta – vendas sazonais; menor custo.
3. Qual o tamanho da equipe de vendas? - Quantos clientes, qual o tempo e a periodicidade
de visitas necessário?
4. Qual a remuneração? – salário fixo, comissão, misto...
5. Divisão da equipe:
•• Por território – linha completa de produtos, maior contato com clientes
•• Por produto – especialização
•• Por cliente – conhecimento e relacionamento
•• 1 vendedor / 1 comprador
•• 1 vendedor / vários compradores
•• vários vendedores / vários compradores

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METAS

•• Dentro de um plano de Marketing, uma das etapas mais importantes é a definição dos
objetivos a serem alcançados. Nesta etapa, são definidas as metas financeiras e de
marketing do plano em relação a volume de vendas, participação de mercado e lucros.
“A transformação de objetivos em metas mensuráveis facilita o planejamento, a
implementação e o controle.” (KOTLER, 2000)

Definição das Metas

•• Para determinar as metas, é importante que a empresa:


•• Olhe o mercado: seu comportamento passado e as perspectivas.
•• Olhe custos: verifique todos os custos ligados ao seu negócio, incluindo custos de
vendas e comunicação.
•• Projete lucro: determine quanto quer lucrar, após cobrir todos os custos

Para atingir a meta...

Organizar linhas de Atuação


Acompanhar Desempenho
Focar no atingimento

“A orientação de marketing sustenta que a chave para alcançar as metas organizacionais está
no fato de a empresa ser mais efetiva que a concorrência na criação, entrega e comunicação
de valor para o cliente de seus mercados-alvo selecionados.” (KOTLER, 2000, p.41)

LIDANDO COM A CONCORRÊNCIA

A formulação e o desenvolvimento da estratégia devem levar em conta que há outros


fornecedores no mercado que podem impedir o atingimento dos objetivos de marketing, apesar
de ser feita um excelente planejamento e uma entrega de valor aos clientes. Os concorrentes
são as empresas que atendem às mesmas necessidades dos clientes. Por isso, nem sempre
são óbvios e conhecidos. Também podem ser reais ou potenciais, ou seja, ainda não são, mas
têm potencial para tornarem-se concorrentes. Além disso, podem atuar direta e indiretamente,
por exemplo, para os bancos, lojas de varejo que financiam seus clientes são concorrentes
indiretos. Para lidar com os concorrentes, é necessário monitoram frequentemente:

www.acasadoconcurseiro.com.br 341
•• Participação de mercado (market share) – da empresa e dos concorrentes;
•• Participação na memória (share of mind) – da empresa e dos concorrentes;
•• Participação de preferência (share of heart) – da empresa e dos concorrentes;
•• Forças e fraquezas – da empresa e dos concorrentes.

Atores do mercado
A seguir os comportamentos das empresas de acordo com sua posição e estratégias comumente
adotadas.

Líder de mercado
•• Expansão do mercado total (novos usuários e maior utilização);
•• Expansão da sua participação de mercado (market share);
•• Defesa da participação de mercado (através de um posicionamento bem definido, ações
de contra-defensiva aos concorrentes e até retirada estratégica quando necessário.

Desafiantes (o “segundo colocado”)


•• Definição dos seus objetivos estratégicos e dos oponentes;
•• Definição da estratégia de maneira mais ampla (ataque frontal, ataque das fraquezas,
cercar, desviar, guerrilha);
•• Estratégias específicas (descontos, variedade, inovação, propaganda).

Marketing de Guerrilha
Em geral, táticas de guerrilha são usadas por uma parte mais fraca contra uma mais
forte, utilizando, em geral, ações rápidas e de baixo custo, pouco convencionais e
surpreendentes para chamar a atenção do público. Também é utilizado em causas
sociais, como por exemplo a agência The Getz, de Curitiba, que “estacionou” uma
cadeira de rodas em uma vaga convencional com um cartaz dizendo “é só por um
minutinho”. A ação e a reação das pessoas foram amplamente divulgadas na internet.
Marketing de Emboscada
Quando uma empresa tenta seassociar indiretamente a um evento, de forma a ganhar
algum reconhecimento e benefícios como se fosse um patrocinador oficial. Ex: A
Brahma pagou o jogador Romário para fazenr número 1 nas fotos da copa de 1994. A
Vivo utilizou o ator Murilo Benício que vivia o personagem Tufão na novela, em uma
propaganda que fazia alusão ao personagem.

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Seguidores de mercado (não pretendem ser líderes)


•• Precisam fazer ofertas similares às do líder para manterem-se no mercado;
•• Utilizam estratégias como falsificação, clonagem, imitação ou adaptação de produtos/
serviços.

Ocupantes de nichos
•• Visam mercados pequenos com necessidades muito específicas;
•• Não competem com empresas maiores, pois não desejam crescer e atingir outros
segmentos.
“Por mais importante que seja a orientação competitiva nos mercados globais, as empresas
não devem enfatizar demais os concorrentes. Elas devem atingir um equilíbrio satisfatório
entre o foco no cliente e foco no concorrência.” (KOTLER, 2000)
É um método de aprendizagem da organização, que consiste em procurar os melhores
processos, ideias inovadoras e os procedimentos de operação mais eficazes que conduzam a
um desempenho superior (BOGAN; ENGLISH, 1996). Recebe a seguinte classificação:

•• Genérico – Quando é baseado num processo que atravessa várias funções da


organização e pode ser encontrado na maioria das empresas do mesmo porte. Focaliza
essencialmente os principais processos.
•• Funcional - Baseado numa função específica (distribuição, logística...), sem se levar em
consideração a concorrência direta da organização que aprende ou patrocina o estudo
e a organização "investigada". Muitas vezes se utiliza as melhores empresas como
modelo para estabelecimento de padrões de desempenho.
•• Interno – Quando se busca os modelos dentro da própria organização, em diferentes
áreas para comparação das operações e processos.
•• Competitivo – Foca em medir funções, métodos e características de produção em
relação aos seus concorrentes diretos. Quando diz respeito à funções estratégicas,
as informações são conseguidas com auxílios de consultoria ou observação externa.
Quando diz respeito a outros aspectos, é realizado com consentimento e reciprocidade
entre as empresas.

VANTAGEM COMPETITIVA

Dizemos que uma empresa possui vantagem competitiva quando possui desempenho acima
da média dos concorrentes ou os clientes percebem suas ofertas como de valor superior.
apresenta três abordagens estratégicas genéricas potencialmente bem-sucedidas
Porter (2004)
para superar os concorrentes:
•• Liderança em custo – a empresa consegue ter um ganho de escala ou uma gestão
de despesas que possibilita um custo total inferior ao dos concorrentes. Sendo mais

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eficiente em custos, mesmo que mantenha preços equivalentes aos dos concorrentes,
seu lucro é maior.
•• Diferenciação – a empresa cria algo que é considerado único pelos clientes em termos
de qualidade, característica do produto/serviço, atendimento ou imagem. Por algum
(ou alguns) destes fatores, os cientes se tornam fiéis e até aceitam pagar um preço
mais alto que o dos concorrentes.
•• Enfoque – a empresa escolhe um segmento de produtos/serviços ou um mercado
geográfico e busca atender de maneira mais eficiente ou efetiva um alvo estratégico
mais restrito. Consequentemente, a empresa atinge diferenciação por satisfazer
melhor as necessidades do seu público alvo, ou por ter custos mais baixos, ou ambos.

A criação e a sustentabilidade de vantagens competitivas é um processo repetitivo, de longo


prazo, com exigências contínuas de investimento e energia. Para sustentá-las e renová-las, é
necessário que a empresa compreenda como elas são criadas e sustentadas (DAY; REISBSTEIN,
1997). A partir disso, a empresa deverá investir continuamente na renovação e fortalecimento
dos recursos e aptidões que são a sua fonte de vantagem competitiva.

Os recursos que são fonte de vantagem competitiva podem ser aptidões e processos da
empresa, informações, conhecimento, relacionamento, ativos físicos e outros. Para que eles
sejam fonte de uma vantagem competitiva sustentável, estes recursos devem ser (BARNEY, 1991):
•• Valiosos – capazes de explorar oportunidades e neutralizar ameaças.

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•• Raros – incomuns entre os concorrentes.


•• Não ser perfeitamente imitáveis – concorrentes não conseguem reproduzi-los.
•• Sem substitutos equivalentes.

Percebemos, portanto, que a vantagem competitiva exige análise interna e externa constante da
empresa, bem como o conhecimento sobre que recursos impactam em vantagem competitiva
e criação de valor para o cliente

Propaganda ou Vendas?
Uma das definições estratégicas da empresa é com relação à alocação de recursos entre
propaganda ou vendas. Onde investir mais dinheiro? Utilizar cada um em que proporção? Estas
estratégias são conhecidas em marketing como:
•• Estratégia pull (puxar) - o fabricante utiliza a propaganda e a promoção ao consumidor
para induzi-lo a pedir o produto aos intermediários, fazendo com que estes o
encomendem.

•• Estratégia push (empurrar) - o uso da equipe de vendas e da promoção dirigida ao


revendedor para induzir os intermediários a expor, promover e vender o produto aos
usuários finais.

MOTIVAÇÃO PARA AS VENDAS

É muito importante manter a equipe de vendas em um clima positivo e que impulsione a


realização de negócios. Motivar significa convencer o vendedor de que ele pode vender mais,
através de mais esforço ou de treinamento. A motivação são os fatores que impulsionam as

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pessoas para a realização de um objetivo. É a disposição em exercitar um nível persistente
e elevado de esforço na direção de metas organizacionais, condicionada pela capacidade do
esforço de satisfazer certa necessidade individual (ROBINS, 2000).
Como toda energia, se não for constantemente alimentada, a motivação acaba.
Motivar a força de venda, em geral, é uma tarefa do gestor da área comercial, seja ele
gerente ou supervisor de vendas. Para qualquer área da organização, a motivação da equipe
é fundamental para o bom andamento do trabalho, integração das pessoas, execução das
tarefas produtividade e até mesmo para manutenção do ambiente organizacional. Porém, para
os vende-dores os aspectos motivacionais são imprescindíveis para mantê-los atuantes no
mercado.
O profissional de vendas necessita ser constantemente estimulado para poder manter ou
aumentar seu ritmo e rendimento no trabalho, principalmente, pelo fato de seu dia a dia ser
altamente dinâmico e incerto, pois, dentre os contatos que ele realiza, grande parte não gera
um resultado positivo. Isso equivale a dizer que o vendedor está exposto constantemente à
frustração, como, perder uma venda ou, até mesmo, o cliente, para o concorrente. Também
ocorre de uma visita não poder mais ser realizada, uma prospecção ser frustrada por não ter
sido recebido pelo comprador, uma negociação não chegar ao resultado esperado ou consumir
a comissão do vendedor.
Cada indivíduo tem uma forma de se motivar, por isso, a única maneira de motivar as pessoas
é conhecer deque maneira cada uma é estimulada. Algumas organizações ainda acreditam que
os vendedores, são motivados apenas pelo dinheiro que recebem. A remuneração do vendedor
é considerada como o principal elemento motivacional e, portanto, quando a equipe ou o
vendedor estão desmotivados é porque são mal remunerados ou a comissão está muito baixa.
Entretanto, muitos podem ser os fatores geradores de motivação dos vendedores:
•• Recompensa financeira;
•• Possibilidade de promoção;
•• Crescimento pessoa;l
•• Satisfação pelo trabalho feito;
•• Reconhecimento;
•• Tarefas claras;
•• Necessidade de realização;
•• Remuneração por incentivos;
•• Boa administração.

ETAPAS DA VENDA SEGUNDO KOTLER

Kotler (2000) fala que a venda se inicia antes do momento transação e termina bem depois. Não
se pode considerar como venda apenas os minutos que o cliente fica em frente ao vendedor.

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Também integram a venda a prospecção e pré-venda e, muito importante, o pós-venda. Kotler


divide a venda nas seguintes etapas:
Prospecção e qualificação: Busca de clientes com potencial de negócios. Assim como na busca
de ouro em jazidas, devemos “garimpar” os melhores clientes a serem trabalhados. Buscar de
clientes com potencial de negócios, interna ou externamente. Muitas vezes, eles já são nossos
clientes e precisamos apenas verificar produtos e serviços que podemos adequar a eles!
Pré-abordagem: Conhecer o cliente (suas necessidades) para poder escolher a melhor forma de
abordagem. Nesta fase, o vendedor busca informações sobre os clientes a serem contatados e
analisa seu perfil e suas características, a fim de determinar qual a melhor forma de abordagem.
Conhecendo bem o cliente é possível escolher a melhor estratégia e os produtos que podem
ser ofertados a ele.
Abordagem: É a forma de se dirigir ao cliente no início da conversa. Diz-se que se consegue
fazer o cliente dar pequenos “sins” quando é conquistada a sua boa-vontade. O vendedor deve
demonstrar todo interesse pelo cliente e fazer com que ele perceba que gastar seu dinheiro
com este produto será um bom investimento.
Apresentação/demonstração: Momento de apresentar o produto ao cliente. Aqui são
demonstradas as características, vantagens e benefícios aos cliente, criando a noção de valor.
Técnica AIDA: despertar ATENÇÃO, INTERESSE, DESEJO e AÇÃO do cliente.
Superação de objeções: É necessário vencer a resistência psicológica do cliente com uma
abordagem positiva. O cliente pode ter dúvidas, discordar ou não demonstrar decisão de
compra. Por isso, o vendedor deverá ouvir atentamente, buscando entender as reais dúvidas
ou reais motivos de desagrado do cliente para poder argumentar e retomar a venda. Objeções
nem sempre significam que o cliente não quer comprar.
Fechamento: Fase de efetivação da venda. O vendedor deve perceber os sinais de compra
do cliente e conduzir a negociação para o fechamento, acertando os detalhes necessários. O
vendedor deve induzir o cliente para esta fase quando perceber que o cliente “comprou” o
produto, dando sinais de que é isso que quer.
Acompanhamento/manutenção: A venda não se encerra com o fechamento, quando o cliente
sai da loja/agência. O vendedor deve garantir que a entrega, montagem e manutenção ocorram
de acordo com o que foi negociado. O bom pós-venda dá ao cliente segurança e satisfação,
aumentando as chances de fidelização.

PRODUTO, PREÇO, PRAÇA E PROMOÇÃO - OS 4 PS

O Marketing possui um vasto campo de atuação nas empresas, embora muitas pessoas
relacionem suas atividades apenas à comunicação. Na realidade, o Marketing se ocupa de
muitas decisões envolvendo o processo de entrega de valor aos clientes. Uma das formas de
classificar suas atividades são os chamados 4 Ps de Marketing, também chamados de Mix de
Marketing, Marketing Mix ou Composto de Marketing. Eles reúnem a maior parte das suas
atividades.

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Produto: Decisões sobre a variedade, qualidade, design, características, nome da marca,
embalagem, tamanhos, serviços adicionais, garantias e devoluções.
Preço: Decisões sobre preço de tabela, políticas de descontos, concessões, prazo de pagamento,
condições de financiamento.
Praça: Traduzido do inglês “place”, seu sentido é de distribuição, ou seja, o lugar onde
colocamos os produtos/serviços à disposição dos clientes. Inclui decisões sobre canais,
cobertura, variedades, locais, estoque e transporte.
Promoção: Traduzido do inglês “promotion”, seu sentido é de comunicação e também é
chamado de composto de comunicação ou composto promocional. Inclui decisões sobre
promoção de vendas, propaganda, força de vendas, relações públicas e marketing direto.
É importante ressaltar que, embora estas atividades/decisões não ocorram dentro de um
departamento da empresa denominado Marketing, elas integram a disciplina, o campo de
estudo e de atuação do Marketing.

Os 4 P’s no Mercado Financeiro


Como será que estes elementos se apresentam no mercado financeiro? Como estão
contextualizados nos bancos? A seguir, alguns comentários e exemplos.

Para os bancos...
Produto - É todo bem tangível ou intangível que supõe a base da transação entre a empresa e
seu cliente. Apesar de os 4Ps utilizarem a palavra “produto”, nos bancos este “P” é relacionado
ao seus produtos e serviços. Exemplos: conta corrente, investimentos, cartões, seguros.
Preço – São as tarifas e taxas ligadas aos produtos e serviços financeiros. Exemplos: tarifas de
manutenção de conta, emissão de extratos, DOC e TED, taxa de juros de um financiamento.
Praça – São os pontos de distribuição dos produtos e serviços bancários. Exemplos: agências,
internet banking, mobile banking, canal de atendimento telefônico, caixas de autoatendimento,
correspondentes bancários. Tecnologias estão em alta.
Promoção – É o composto de comunicação que tem como objetivo mostrar-se atraente aos
clientes. Exemplo: anúncio em revista (propaganda), isenção de tarifa para novos clientes
(promoção), cartazes nas agências (merchandising), Projeto BB Educar (Relações Públicas),
gerente de contas (força de vendas).

PROPAGANDA E PROMOÇÃO
Como parte do composto de comunicação, estas ferramentas têm como objetivo atrair os
clientes e manter a empresa presente em sua memória. Além disso, a comunicação impacta
fortemente na reputação e na imagem que os clientes têm da empresa.
O processo básico das comunicações possui um emissor e um receptor, uma mensagem e um
meio pelo qual a mensagem é lançada. Além disso, toda comunicação possui ruídos. Abaixo,

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apresentamos o processo básico das comunicações, não só entre as empresas e os clientes,


mas de uma maneira geral:

A empresa precisa planejar e monitorar as comunicações relacionadas à ela, e não somente


aquelas de sua iniciativa, mas qualquer uma que se refira à organização e que podem ser:
Comunicações pessoais – Como boca a boca, fóruns, internet, líderes de opinião, propagandas
que repercutem, vendas pessoais...
Comunicações não pessoais – como propaganda, promoção de vendas, eventos e experiências,
ações de Relações Públicas...
Algumas das comunicações mais frequentes que as empresas mantêm com seus clientes são a
Propaganda e a Promoção de Vendas, que veremos a seguir.

Propaganda
“Qualquer forma paga de apresentação não pessoal e promocional de ideias, bens ou
serviços por um patrocinador identificado”
(KOTLER, 2000)

Propaganda, portanto, tem a característica de ser paga e impessoal, em oposição à comunicações


onde há interação com o cliente de maneira pessoal ou a empresa tem visibilidade gratuita

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A propaganda pode ter diferentes objetivos, sendo classificada de acordo com a função para a
qual foi criada:
•• Informativa – É a propaganda focada em apresentar as características dos produtos/
serviços, muito utilizada na fase de lançamento e início da comercialização.
•• Persuasiva – Busca demonstrar por que clientes devem escolher o produto e não o de um
concorrente, muitas vezes usando comparação.
•• Lembrança – Busca manter o produto/serviço ativo na mente do público. Utilizada mesmo
quando o produto/serviço já está estabelecido no mercado.
•• Reforço – É voltada para clientes que já possuem ou utilizam o produto/serviço. Busca
convencê-los de que fizerem a compra certa.

Mídias de propaganda
Diversas mídias são utilizadas para propaganda, sendo as mais comuns:

•• Jornais •• Mala Direta


•• Televisão •• Rádio
•• Revistas •• Outdoor
•• Páginas Amarelas •• Folder
•• Informativos •• Telefone (sms)
•• Internet

Por que utilizar propaganda?


•• Penetração – possibilidade de alcançar muitas pessoas simultaneamente com um
anúncio
•• Expressividade – possibilidade de utilizar sua mídia de propaganda para comunicar
com muita liberdade e imprimir sensações no público
•• Impessoalidade – a comunicação ocorre de maneira unilateral, sendo a mensagem
fixada conforme a empresa planeja e sem a necessidade de contatar ou responder aos
clientes um a um.

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Promoção
“(...) consiste em um conjunto de ferramentas de incentivo, a maioria de curto prazo,
projetadas para estimular a compra mais rápida ou em maior quantidade de produtos ou
serviços específicos (...)”.
(KOTLER, 2000)

O investimento em promoção, também chamada de promoção de vendas, tem como objetivo


a atração do público, sendo um estímulo para que o cliente compre/consuma e tem um caráter
imediatista, pois espera-se seus efeitos em curto-prazo. Embora tradicionalmente o termo
“promoção” seja associado com descontos no preço, muitas são as ferramentas de promoção
de vendas, sendo algumas das mais comuns:

•• Amostras •• Cupons
•• Reembolso •• Descontos
•• Brindes •• Prêmios
•• Recompensas •• Testes Gratuitos
•• Demonsntrações •• Feiras Comerciais

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Embora se saiba que a comunicação é muito importante para qualquer empresa, ela, em ge-
ral, exige altos investimentos por. Por isso é importante que seja feito um planejamento aten-
to para que sejam executadas ações que tragam retorno em termos de imagem e consumo.

Desenvolvendo uma comunicação eficaz


Planejar as comunicações não é uma tarefa simples, uma vez que são muitos os fatores
envolvidos e o processo comunicacional sempre possui ruídos entre o emissor e o receptor. Isto
quer dizer que é um desafio fazer a mensagem chegar da maneira adequada ao público que
se deseja alcançar fazer com que seja compreendida corretamente. Por isso, é importante
observar alguns passos de planejamento e avaliação das comunicações

Kotler (2000) indica alguns passos para o Desenvolvimento de uma comunicação eficaz:

Passos iniciais:
Identificação do Público-alvo (para quem?)
•• Definir quem se deseja atingir (possíveis compradores, usuários atuais, líderes de
opinião, grupos, etc.);
•• Traçar perfil deste público e identificar sua atual opinião com relação à empresa e o
produto.

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Determinação dos objetivos (o que queremos?)


•• É uma necessidade de uma categoria? – Estabelecer uma categoria de produto no
mercado (ex.: produtos novos);
•• É conscientização da marca? – Fazer uma marca ser identificada (lembrada);
•• É melhorar a atitude do cliente em relação à marca? – Relacionar a marca a uma
necessidade que ela atende.
•• É aumentar a intenção de compra? – Passar instruções ou incentivos para comprar;

Elaboração da comunicação;
•• Estratégia de mensagem (o que dizer?) - Escolher ideias, temas e apelos que se conectem
com o público e com o posicionamento da marca.
•• Estratégia criativa (como dizer) - Utilizar pelos informativos (benefícios e atributos
do produto) ou transformativos (benefício ou imagem, não falando do produto, mas
estimulando emoções)
•• Fonte da mensagem (quem dizer) – É mais adequado que seja a própria empresa, uma
celebridade, um especialista, etc.
•• Seleção dos canais de comunicação – Quais os canais de comunicação pessoais e não
pessoais mais adequados?
•• Estabelecimento do orçamento da comunicação – algumas técnicas:
•• Recursos disponíveis – a empresa decide o quanto quer gastar em comunicação;
•• Porcentagem de vendas – X % da receita de vendas é investido em comunicação;
•• Paridade com a concorrência – decisão depende da forma como a concorrência está
atuando;
•• Objetivos e tarefas – orçamento é alocado por missão (crescer em x% a participação de
mercado).

Decisão financeira sobre o mix de comunicação


Decisão sobre quanto alocar em cada meio de comunicação, por exemplo:

Meio % do Orçamento
Propaganda 35
Promoção 15
Relações Públicas e Acessoria de Imprensa 10
Eventos e Experiências 10
Marketing Direto 20
Vendas Pessoais 10

Neste exemplo, os recursos estão mais direcionados para Propaganda do que para Vendas
Pessoais. Por isso, podemos dizer que a empresa está com uma abordagem pull.

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Mensuração dos Resultados de Comunicação
Após a implementação do plano de comunicação, o gestor precisa avaliar o impacto no público-
alvo. Através de pesquisa, deve-se buscar saber:
•• Se reconhecem ou lembram da mensagem;
•• Quantas vezes a viram/ouviram;
•• O que sentiram em relação a ela;
•• Que detalhes lhes vêm à mente;
•• Quais as atitudes anteriores e atuais com relação ao produto e à empresa.

Além de realizar estas pesquisas, o comunicador também deve reunir dados sobre:
•• Compras (quantidade antes e após a ação);
•• Recomendações – será que ação gerou alguma?
•• Boca-a-boca – o que se comenta nas redes sociais e outros espaços?

TELEMARKETING

“Uso de operadores de telefone para atrair novos clientes, entrar em contato com clientes
atuais, aferir o nível de satisfação ou receber pedidos.” (KOTLER, 2006)
Pela definição acima, podemos perceber que telemarketing não diz respeito apenas à vendas
pelo telefone, como a ele se refere o senso comum. O contato telefônico pode ser utilizado
com vários objetivos, como:
•• Televendas – vender pelo telefone;
•• Telecobertura – acompanhar os clientes, fazer contatos de relacionamento;
•• Tele prospecção – buscar novos clientes;
•• Serviço ao cliente – pós-venda, pesquisas de satisfação, resolução de problemas e
esclarecimento de dúvidas.

Percebemos, então, que esta ferramenta, além da venda, serve para aproximar a empresa
dos clientes, proporcionar que ela o conheça melhor, mantenha relacionamento, ouça
suas reclamações, esclareça suas dúvidas... Por isso é uma ferramenta muito utilizada pelas
empresas. Dentre as qualidades do telemarketing, estão o fato de que ele:
•• Amplia receitas – direta e indiretamente, pois possibilita vendas, busca de clientes e
relacionamento;
•• Reduz custos de venda – é mais barato do que a venda e atendimento pessoal;

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•• Aumenta a satisfação – é um canal que possibilita contato direto com o cliente para
que esclareça dúvidas, reclame e expresse sua opinião em pesquisas.

Até a década de 1980, o telemarketing era utilizado basicamente como uma ferramenta de
vendas. Porém, nos anos 90 ascensão dos SACs, com a ascensão dos serviços de atendimento ao
cliente (SAC), ganhou também uma conotação de serviço ao cliente. O fator crítico da utilização
do telemarketing pelas empresas são as pessoas, por isso dizemos que os Recursos Humanos
são a alma da operação, pois o cliente baseará sua opinião na percepção que teve sobre o
atendente, sua cordialidade, educação, conhecimento, etc. Desta forma, podemos deduzir
que a etiqueta e qualidade no atendimento são fundamentais para conquistar a satisfação do
cliente.
Sem dúvida, hoje o telemarketing é reconhecido como uma ferramenta que além de vendas
atua sobre o relacionamento e a retenção de clientes. É uma ferramenta de Marketing Direto,
como veremos mais a frente, pois o contato acontece de maneira individual, planejada e há
resposta do cliente.
O telemarketing pode ocorrer por iniciativa da empresa (ativo) ou do cliente (receptivo).
Portanto, mesmo quando o cliente liga para a empresa, ainda que seja para a Ouvidoria ou SAC,
trata-se de telemarketing.

MARKETING DIRETO
Definição da Associação Brasileira de Marketing Direto:
Disciplina de Marketing cuja comunicação se utiliza de uma ou mais formas de comunicação
para obter uma resposta ou transação mensurável junto a públicos específicos ou gerar
uma ação de relacionamento que produza encantamento junto ao público-alvo. A natureza
desses serviços faz com que, na maior parte de suas atividades, haja tendência de utilização
de segmentos de listas ou veiculação de anúncios com estímulo à resposta (call to action,
cupons, etc.) e com o máximo de retorno dos investimentos (ROI) para o cliente, evitando a
dispersão de esforços.

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Segundo a Direct Marketing Association,
“Marketing Direto é um sistema interativo de marketing que usa uma ou mais mídias para
obter uma resposta mensurável em qualquer lugar e tem isto registrado em uma base de
dados.”
Portanto, a principal característica do Marketing Direto é a comunicação direta entre a
empresa e o consumidor atual ou potencial, por telefone, correio ou internet, que adiciona
diversas vantagens ao processo da venda. O Marketing Direto, também chamado de Marketing
um a um (one to one) além de atuar sobre as vendas, tem um forte papel na retenção dos
clientes e atualmente, por sua característica interativa, é um processo muito importante para a
construção e manutenção do relacionamento. Dentre os benefícios do Marketing Direto estão:
•• O cliente tem acesso aos produtos/serviços sem sair de casa;
•• O cliente se sente especial por ter atenção especial;
•• O vendedor contata o cliente sem necessidade de deslocamento;
•• É um processo de comunicação dirigida que evita o desperdício do investimento em
marketing;
•• O canal de contato já é um canal de venda.
O Marketing Direto, em contraste com a propaganda, possibilita o contato individual com os
clientes e a compra imediata, enquanto a propaganda atua de forma massiva e busca formação
de atitude positiva para com a marca no longo prazo (PINHO, 1998).
Para sua utilização, é fundamental que a empresa desenvolva um banco de dados onde armazene
as informações do cliente e seu histórico de transações e possa selecionar adequadamente
grupos para serem alvos (target) das ações. Em função da importância dos bancos de dados, o
Marketing Direto foi chamado inicialmente de Database Marketing .

MARKETING EM EMPRESAS DE SERVIÇO

O que é marketing?
Segundo a AMA - American Marketing Association:
“Marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a
criação, a comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem como a administração do
relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado”.
É comum ouvirmos e termo Marketing como sinônimo de comunicação ou propaganda.
Porém, com base no conceito acima, percebemos que o Marketing é um conjunto de processos
ou seja, não se resume a uma atividade ou ferramenta, e também não está ligado apenas à
comunicação, como vimos no capítulo dos 4 Ps, mas inclui uma série de decisões e atividades
relacionadas à entrega de valor ao cliente. O valor é criado, comunicado e entregue através de
toda a cadeia produtiva da empresa, desde a concepção dos produtos/serviços até a compra/
consumo por parte dos clientes e após, na manutenção do relacionamento com eles.

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Ao comparar o processo físico de criação dos produtos com o processo de criação de valor,
podemos perceber que, enquanto o primeiro ocupa-se de projetar, fabricar e vender o produto,
o segundo, relacionado ao Marketing, se inicia olhando para o mercado e segmentando os
clientes e suas necessidades, posicionando-se, após, com relação ao valor que será entregue, e
só depois seguindo as etapas de fabricação, venda e comunicação. Ou seja, seus componentes
mais estratégicos ocorrem antes da fabricação e fornecimento do valor.

O Marketing de Serviços é esta função organizacional, denominada Marketing, aplicada às


empresas de serviço (bancos, agências de viagem, assessoria imobiliária...). Conceituando
serviço na visão do Marketing:
“Serviço é qualquer ato ou desempenho, essencialmente intangível, que uma parte pode
oferecer a outra e que não resulta na propriedade de nada. A execução de um serviço pode
ou não estar ligada a um produto concreto”. (KOTLER, 2000)
Para compreendermos um pouco melhor esta definição, basta comparar os tipos de oferta que
há no mercado, desde um bem tangível, onde não há nenhum serviço associado, até o serviço
puro, onde não há produtos físicos:
•• Bem tangível: Produto físico sem serviço associado. Ex.: sabão em pó, feijão no
supermercado, caneta.
•• Bem tangível associado a serviço: Produto físico para o qual os serviços são um
complemento importante, seja na apresentação, entrega, instalação, treinamento,
assistência técnica, garantia. Ex.: carros, móveis ou equipamentos que necessitam de
instalação.

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•• Híbrido: Os produtos e serviços possuem importância equivalente, e pagamos
igualmente pelo bem físico e serviço. Ex.: restaurantes
•• Serviço principal associado a serviço secundário ou bem tangível: Neste caso, bens
são apoio, ou seja, o produto complementa a oferta de um serviço. Ex.: companhias
aéreas.
•• Serviço puro: Oferta pura e simples de um serviço. Ex.: médico, psicoterapeuta,
empregada doméstica.

Apesar de o Marketing utilizar esta classificação para auxiliar na compreensão do que é serviço,
hoje se verifica que as fronteiras entre produto e serviço não são mais tão rígidas. O que se
verifica, na atualidade, é que as ofertas estão tornando-se cada vez mais híbridas. Isto pode
ser verificado pela quantidade de empresas de roupas ou de carros, que têm grande parte da
sua receita advinda do financiamento dos seus consumidores, ou empresas de equipamentos
de infraestrutura cujos clientes valorizam enormemente treinamento e manutenção. Isto torna
o mercado mais complexo e impacta na visão que as empresas precisam ter de quem são seus
concorrentes, pois com relação ao financiamento, uma empresa de carros pode ser concorrente
de um banco.
Os bancos, por sua vez, fazem pacotes com os seus serviços e dão a eles uma roupagem de
produtos. Porém, é importante lembrar que os bancos são, essencialmente, empresas de
serviço. Dentre os seus serviços estão:

•• Financiamento de Bens •• Seguro dos Bens


•• Crédito •• Câmbio
•• Gestão dos Recursos do Cliente •• Meios de Pagamento (Cartões)
(Investimentos
•• Assessoria Financeira

Portanto, ainda que utilize alguns bens físicos como suporte (por exemplo, caixa eletrônico e
cartão), o banco é uma empresa de serviços e enfrenta os desafios relacionados a isso, como
veremos a seguir.
Características do Serviço
Em oposição aos produtos, os serviços apresentam as seguintes características (e desafios):
•• Intangibilidade – Não podemos “pegar” ou ver antes de adquirir. Isto gera certa
incerteza no cliente. Os serviços bancários são imateriais e intangíveis, por isso é
importante a relação de confiança e tudo que possa materializar um pouco os produtos
e serviços.
•• Inseparabilidade – Os serviços são produzidos e consumidos simultaneamente.
Quando um cliente tem seu dinheiro aplicado num investimento, o serviço está sendo
produzido e consumido.

•• Variabilidade (heterogeneidade) – Depende de quem, onde e quando são produzidos.


Se adaptam ao cliente e isso é uma característica positiva. Cada atendimento é diferente
e único. O desafio aqui é manter padrões de atendimento e níveis de qualidade.

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•• Perecibilidade – Os serviços não podem ser estocados ou guardados. Num banco, como
a demanda não é constante, podem “sobrar” ou “faltar” atendentes, dependendo do
dia e horário. Isto constitui-se num desafio para os gestores.
Estas características exigem das empresas de serviço estratégias diferenciadas, especialmente
com relação ao atendimento, imagem e relacionamento. Kotler (2000) afirma que:
“Em primeiro lugar, os consumidores de serviços geralmente confiam mais nas informações
do boca-a-boca do que em propaganda. Em segundo lugar, eles dão grande importância ao
preço, aos funcionários e aos fatores visíveis ao julgarem a qualidade. Em terceiro lugar, eles
são altamente fiéis a prestadores de serviços que os satisfazem.”
A análise das características únicas do Serviço levou Kotler (2000) a desenvolver o chamado
“Triângulo do Marketing de Serviços”, que reúne sua complexidade.

Além do Marketing externo (4Ps), um Marketing de serviços efetivo também precisa de um


Marketing interno (promovendo treinamentos, suporte, motivação e recompensa por servir
bem os clientes) e de um Marketing interativo (causando boa impressão aos clientes quando
em contato com os empregados da empresa).

Qualidade em Serviços
Em geral, um consumidor não percebe a qualidade em função de um único fator. Parasuraman,
Zeithaml e Berry (1988) desenvolveram uma escala, aplicável a todos os tipos de empresas de
serviços, que leva em conta cinco dimensões da qualidade:
•• Confiabilidade: capacidade de desempenhar o serviço prometido de modo confiável e
preciso.
•• Responsividade (presteza): Disposição de ajudar aos clientes e de fornecer o serviço
com prontidão.
•• Empatia: Atenção individualizada e cuidadosa que as empresas proporcionam a seus
clientes.
•• Segurança: Conhecimento e cortesia dos funcionários e sua capacidade de inspirar
credibilidade e confiança.

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•• Tangíveis: Aparência física das instalações, equipamentos, pessoal e material de
comunicação.
Além destes fatores, podem impactar na percepção de qualidade os profissionalismo as
habilidades e o comportamento dos atendentes, a facilidade de acesso e a flexibilidade, a
capacidade de recuperação diante de problema e a reputação da empresa (GRÖNROOS, 2003).
Por isso, o Marketing precisa estar atento a cada um dos elementos do serviço que impactam
na percepção do cliente.

Marketing Holístico
A visão do Marketing Holístico, assim como o termo sugere, é que todos os fatores que participam
do processo mercadológico são relevantes e interdependentes. Assim, consumidores,
colaboradores, sociedade e até mesmo os concorrentes devem ser considerados. Os
profissionais de marketing devem lidar com uma variedade de questões e certificar-se de que
as decisões em uma área são coerentes com as decisões em outras, devendo trabalhar de
forma integrada.
O conceito de Marketing Holístico é uma nova abordagem de Marketing, que surgiu como uma
resposta a mudanças fundamentais no ambiente de marketing atual (mudanças demográficas,
a globalização, hipercompetição, desenvolvimento de Internet, responsabilidade social
corporativa, etc.). Kotler e Keller (2006) o definem assim:
"O conceito de Marketing Holístico é baseado na concepção, desenvolvimento e
implementação de programas de Marketing, processos e atividades que reconhecem a
amplitude e as interdependências. O Marketing Holístico reconhece que ‘tudo importa’ para
o marketing e uma perspectiva ampla e integrada é necessária para atingir a melhor solução."

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Kotler e Keller (2006) Afirmam que o Marketing holístico possui quatro componentes:

•• Marketing de Relacionamento - Busca desenvolver relacionamentos profundos com


todas as pessoas ou organizações que podem, direta ou indiretamente, afetar o sucesso
das atividades de marketing da empresa.
•• Marketing Integrado – Busca montar programas totalmente integrados para criar,
comunicar e entregar valor aos consumidores. Essas atividades dizem respeito às
variáveis do composto de marketing (preço, produto, comunicação e distribuição).
•• Marketing interno - É a tarefa de contratar, treinar e motivar funcionários para que
acolham os princípios de marketing e atendam bem os clientes.
•• Marketing Socialmente Responsável – Também chamado de societal, envolve a
preocupação com questões mais abrangentes, como os contextos éticos, ambientais,
legais e sociais das atividades.

MARKETING DE RELACIONAMENTO
A abordagem do Marketing de Relacionamento parte do princípio de que a manutenção do
cliente no longo prazo é a estratégia mais vantajosa, tendo em vista que o custo de aquisição de
um novo cliente é mais alto. Portanto, o Objetivo do Marketing de Relacionamento é:
“Construir relacionamentos de longo prazo mutuamente satisfatórios com partes-chave
(clientes, fornecedores, distribuidores, empregados) a fim de conquistar ou manter negócios
com ela”.
(KOTLER, 2006)

Em uma perspectiva mais ampla, percebemos que seus princípios são aplicáveis não só aos
clientes, mas a outros grupos cuja relação é fundamental para a sobrevivência da empresa.
Quando se desenvolve o Marketing de Relacionamento, busca-se conquistar e manter a
simpatia, confiança e lealdade e construir relações que são um ativo e podem ser um recurso
valioso e fonte de vantagem competitiva. Isto porque relacionamentos de longo-prazo onde
há conhecimento e confiança mútua reduzem os custos de transação (tempo, conhecimento,
erros...). Relacionamentos com clientes, colaboradores e fornecedores e distribuidores não
podem ser comprados ou imitados pelos concorrentes.
Para desenvolvê-los, porém, é necessário compreender as necessidades, capacidades, metas
e desejos dos grupos. Este conhecimento possibilitará manter com cada grupo relações onde
haja a percepção de ganho e satisfação mútua. É fundamental que haja interação, diálogo e
valorização.

Como colocar em prática?


•• Buscar informações – Demográficas, comportamentais e de transações e armazená-
las em bancos de dados. Estas informações devem ser consideradas um aprendizado e
utilizadas para ações que possam resultar em satisfação e fidelidade destes grupos de
interesse.

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•• Comunicação – Marketing de relacionamento é baseado em comunicação. Por isso, a
empresa deve utilizar todas as ferramentas de disponíveis (internet, telefone, celular,
correio...) e focar nas ferramentas de Marketing Direto.
•• Ferramentas de TI – Graças à tecnologia, podemos facilitar a seleção do público-alvo e
execução de ações de Marketing de Relacionamento. Por isso é importante aprender a
utilizar as Tecnologias da Informação como aliadas.
•• Máxima individualização – Marketing de Relacionamento é o oposto de marketing
massivo. Por isso, tanto nos contatos como nas ofertas de produtos e serviços deve-se
buscar adequação e personalização.
•• Endomarketing – Realizar ações de marketing para os colaboradores da empresa (que
são vistos como clientes internos), pois somente é possível prometer excelência nos
produtos e serviços se os colaboradores estão aptos e dispostos a fazê-lo.
•• Força de Vendas – É um importante componente da relação dos clientes com as
empresas de serviço. Os vendedores e atendentes são, muitas vezes, responsáveis
pela maior parcela da imagem que os clientes possuem da empresa, em termos de
eficiência, confiança, qualidade e atenção.
•• Serviço de Atendimento ao Cliente – Cada contato com o cliente é uma oportunidade
de aprendizado. Quando o cliente liga para a empresa (mesmo SAC ou Ouvidoria), dá a
oportunidade de a empresa aprender sobre, aperfeiçoar seu processos e planejar suas
ações de relacionamento de maneira mais adequada.

Força de Vendas

Para implantar uma gestão do relacionamento eficiente, é fundamental identificar também a


fase em que cada cliente se encontra no “ciclo de vida” de seu relacionamento com a empresa.
Isso auxilia a compreensão sobre suas expectativas. Quanto ao seu relacionamento com a
empresa, os clientes podem ser agrupados em seis grupos:
•• Prospects (clientes potenciais) – Pessoas identificadas na população em geral cujo
perfil combina com o que a empresa procura.
•• Experimentadores – São prospects que já tiveram contato com a empresa e estão
começando a experimentar seus produtos e serviços.

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•• Compradores – São experimentadores que estão satisfeitos com a experiência inicial


e passaram a fazer negócios com a empresa, considerando-a uma boa segunda ou
terceira opção.
•• Clientes eventuais – Satisfeito com o período em que a empresa satisfez suas
necessidades, o cliente já considera a empresa como fornecedora principal, porém ainda
pode voltar a utilizar um concorrente se achar conveniente. Ele avalia constantemente
a empresa qualquer deslize pode afetar o relacionamento com a empresa.
•• Clientes regulares – Clientes que compram da empresa há muito tempo e depositam
nela sua inteira confiança.
•• Defensores – Clientes regulares tão comprometidos com a empresa que a recomendam
a outros. Dificilmente este vínculo de confiança será quebrado.

GESTÃO DA CARTEIRA DE CLIENTES


A gestão da carteira de clientes tem como objetivo acompanhar a evolução negocial, a
rentabilização e fidelização dos clientes e o desempenho das carteiras e grupos negociais.
Uma vez que a empresa possui clientes em fases diferentes de relacionamento e consumo, com
características e necessidades diferentes, a gestão dos clientes normalmente ocorre dividindo-
os em grupos para uma melhor gestão.
As carteiras em bancos, por exemplo, são criadas a partir de divisões entre clientes Pessoa
Física e Pessoa Jurídica, e, após, distribuídas em grupos para que cada gerente possa atuar com
um número mais reduzido e de maneira mais qualificada.
Atualmente, os bancos também criam carteiras a partir de outros critérios de segmentação, de
acordo com renda (pessoas físicas) e faturamento (Pessoas jurídicas). Desta forma, é comum
que um gerente atenda apenas clientes de alta renda, ou grandes empresas, ou apenas clientes
de varejo, e assim por diante. Isso tem como objetivo facilitar o conhecimento sobre as
necessidades, gostos e interesses destes clientes.
Após a segmentação, a gestão da carteira de clientes exigirá a definição da atuação mais
adequada para cada grupo, a constante coleta de informações e o uso de bancos de dados e
ferramentas de CRM (softwares). Um gerente de contas de banco, por exemplo, deverá:
•• Realizar análise sistemática do seu portfólio de clientes, identificando perfis e potencial
de negócio de cada cliente.
•• Estabelecer critérios para classificar seus clientes (exemplo: estratégicos, rentáveis, de
fácil ou difícil gestão, tomadores ou poupadores, etc.).
•• Determinar estratégias de atuação para cada tipo de cliente da carteira.
•• Acompanhar a evolução da carteira, verificando como os clientes se comportam e
realizando ajustes na sua atuação
A gestão da carteira de clientes atualmente conta com uma grande aliada: a tecnologia. As
empresas de médio e grande porte, em geral, disponibilizam ferramentas para gerenciamento
de carteiras que possibilitam verificar desde o potencial de negócios até o histórico de
transações. Isto é fundamental para incremento dos negócios a partir, por exemplo, de cross
selling e up selling.

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Prom. de Vendas

QUALIDADE NO ATENDIMENTO

No momento do contato com o cliente, muitos fatores impactam na sua satisfação. Nos
serviços, porém, o atendimento, sempre figura entre os elementos decisivos para a percepção
de qualidade e, consequentemente, satisfação e retenção.
Alguns elementos fundamentais para a construção de um bom atendimento são:
•• Ter disponibilidade e iniciativa – O cliente percebe facilmente quando o vendedor
mostra-se disponível para atendê-lo. A função do atendente é justamente dar atenção
ao cliente e ter iniciativa, pois ele é quem deve conduzir a venda para a satisfação do
cliente.
•• Demonstrar atenção ao problema – Prestar total atenção ao que o cliente está falando
é fundamental. As questões do cliente são sempre relevantes, e merecem cuidado e
foco por parte do vendedor. Olhos e ouvidos atentos.
•• Identificar a real necessidade (diagnóstico) – Muitas vezes o cliente não saberá
dizer exatamente o que ele precisa. Por isso, o atendente precisa se esforçar para
compreender o que está sendo dito e a real necessidade por trás das questões expostas.
•• Colocar – se no lugar – Uma excelente maneira de compreender os problemas e as
necessidades do cliente é colocar-se no seu lugar (empatia) com desprendimento e
dedicação.
•• Demonstrar respeito e comprometimento – O vendedor precisa se livrar dos
preconceitos e assumir uma postura de total respeito pelo cliente e por seus problemas.
Não importa quão banal ou simples possa parecer uma questão: para o cliente, aquilo
é importante e, por isso passa a ser para a empresa também.
•• Demonstrar segurança nas respostas – Muitas vezes, o vendedor terá dúvidas, pois é
difícil dominar todas as informações, números, prazos e procedimentos dos produtos
e serviços. Buscar a informação correta antes de passá-la ao cliente é de suma
importância e evita problemas (inclusive legais) e retrabalho. Ou seja: só falar quando
há certeza.
•• Buscar sempre ser claro nas explicações – Utilizar a linguagem do cliente e buscar a
máxima clareza podem fazer toda a diferença na sua compreensão. O vendedor precisa
se certificar de que o cliente entendeu corretamente o que foi dito, pois isto também
evitará problemas (inclusive legais) e retrabalho.

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•• Manter a calma mesmo sob adversidades – O Atendimento ao público pode colocar


o vendedor em situações tensas. Podem ocorrer, por exemplo, mal-entendidos,
problemas sistêmicos, erros da empresa ou mau uso do produto/serviço por parte do
cliente. Estes e outros problemas podem levar o cliente a perder a paciência ou utilizar
um tom de voz agressivo. O vendedor deve estar sempre preparado para enfrentar
problemas e manter a tranquilidade.
•• Dar atenção exclusiva – O cliente que está em atendimento é prioridade. Por isso,
como regra geral, outros problemas e outros clientes que estão aguardando deverão
esperar. Dar atenção exclusiva ao cliente que está à nossa frente pode ser decisivo para
a sua satisfação.
O Marketing coloca os clientes no centro de sua atenção, pois são eles que criam valor
para empresa e todas as fases anteriores ao contato do produto ou serviço com o cliente só
produzem custos (BAUER et al., 2003). Todos os fluxos de caixa positivos, em última instância,
podem ser atribuídos aos clientes (SRIVASTAVA et al., 1998). Cada vez mais, as empresas percebem
que a medida derradeira do seu valor está nos seus clientes atuais e futuros (HANSSENS et al.,
2009) e nas companhias, de um modo geral, esta tendência levou os gestores de Marketing a
focarem seus esforços nos clientes, ao invés dos produtos. Esta cultura deve perpassar toda a
organização e estar presente no momento da venda.
“O atendimento funciona como uma orquestra: Se um elemento desafina, põe todo o
conjunto a perder.”(Edmundo Dantas)

Manter a qualidade do atendimento não é uma tarefa simples, especialmente nas empresas
de serviço, onde o fator humano é decisivo. Além de garantir os requisitos básicos de atenção

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e cordialidade, a empresa deve avançar na busca pela satisfação e encantamento do cliente.
Por isso, a busca pela qualificação deve ser um esforço contínuo e conjunto dos vendedores e
gestores.

O que qualifica o Atendimento?


•• Análise frequente para melhorias – Observação dos aspectos tangíveis e intangíveis
que podem ser melhorados.
•• Agilidade – Buscar das aos processos a máxima rapidez, seja através de treinamento,
revisão de processos ou da introdução de tecnologias.
•• Descentralização – Quando muitas fases do atendimento e da venda dependem de
uma única pessoa ou poucas pessoas, o processo pode ficar lento e burocrático. Buscar
descentralizar as atividades pode conferir mais rapidez e trazer satisfação ao cliente.
•• Personalização – Tratar cada cliente como único o faz se sentir especial. Sempre que
possível, deve-se buscar adaptar o atendimento e os produtos/serviços a cada cliente.
•• Organização – Manter o ambiente organizado e visualmente “limpo” contribui para a
percepção de qualidade no atendimento. Também é importante que o vendedor reúna
e deixe acessíveis informações mais importantes ou de consulta frequente para ter
agilidade e demonstrar segurança.
•• Rotinas – Criar rotinas facilita muito a organização do atendimento. Os passos
importantes devem ser padronizados, como por exemplo, leitura diária das notícias
do setor, consulta à lista de clientes que devem ser contatados, registro de operações,
armazenamento de documentos e contratos, etc. Quando os passos são memorizados,
o hábito reduz a chance de erros.
•• Processos estruturados – Rotinas e processos possuem uma grande relação, pois é
importante que os vendedores conheçam detalhes sobre o processo de atendimento/
venda para criarem rotinas adequadas. Sabendo os passos, os papéis de cada um e
o encadeamento das atividades que envolvem a empresa, fica mais fácil satisfazer o
cliente. Estruturar processos e dar conhecimento deles aos colaboradores é importante
nos departamentos internos e também na loja/agência, evitando erros, perda de
tempo e retrabalho.
Estes aspectos contribuem para a satisfação do cliente pois estão fortemente ligados aos
conceitos de eficiência, eficácia e efetividade, que serão apresentados a seguir.

Eficiência, eficácia e efetividade


Muitas vezes os conceitos eficiência, eficácia e efetividade são tidos como sinônimos, porém,
cada um deles diz respeito a uma forma de melhoria dos processos. Combinados, estes
elementos auxiliam na otimização de todas as atividades do marketing, incluindo o atendimento
prestado ao cliente e sua percepção de qualidade.
•• Eficiência – Foco no processo – A eficiência relaciona-se com racionalizar os processos,
evitar perdas de tempo e recursos (retrabalho ou desperdício). A visão é sempre
a de “fazer mais com menos”, através de uma economia racional, onde a qualidade
não seja comprometida e encontre-se a melhor relação de custo-benefício nas

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decisões administrativas. Indicadores são muito úteis nestes sentido, pois podem ser
desenvolvidos parâmetros que indiquem os níveis aceitável de eficiência. Conceitos
chave: padronização, otimização, índice de eficiência.
•• Eficácia – Foco no atingimento da meta – O conceito de eficácia está relacionado com
fazer o que deve ser feito, na hora e lugar, de forma correta e atingir a meta projetada.
Também são utilizados parâmetros e indicadores para que se meçam as metas
alcançadas com relação às metas pretendidas. Conceitos chave: requisitos, metas,
cumprir cronogramas.
•• Efetividade – Foco no resultado e impacto – Está ligada a percepção de como as ações
que causam efeitos, impacto ou transformação de uma realidade. Efetividade pode ser
o resultado de eficiência e de eficácia, que causou um ganho relevante. Muitas vezes
os números não são suficientes para demonstrá-la, mas pode-se perceber pesquisas de
opinião e medição de aspectos mais subjetivos (como satisfação, recomendação, perda
de clientes...). Conceitos chave: impacto, transformação, mudança de realidade,
sustentabilidade.

Segmt. Clientes

O Perfil do Atendente:
A maior parte das empresas de serviços utiliza pessoas como base do seu negócio. Graças a
isso a força de vendas é determinante do seu sucesso. Muitos fatores ligados ao perfil do dos
vendedores, porém, podem ser desenvolvidos. Alguns pontos fundamentais são:
•• Comprometimento – Disposição de aprender, espírito de equipe, iniciativa,
disponibilidade, motivação.
•• Postura adequada – Relação de ajuda, ética, honestidade, disciplina, estabilidade
emocional e resistência psicológica.
•• Produtividade – Dinamismo, organização, preparo, disciplina, precisão, motivação,
iniciativa, foco e visão de resultado.
•• Qualidade – Atenção, desenvolvimento das habilidades, busca de conhecimento,
aperfeiçoamento, busca de qualidade dos processos.
Estas características devem ser trabalhadas, pois transpassam o atendimento, contribuem para
a noção de qualidade e são fundamentais para a satisfação do cliente.

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Competência primordial: Inteligência Emocional
O que é ?
“Capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos
e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos." (Goleman, 2007)
Esta visão introduz a capacidade de lidar com as emoções como inteligência e postula que
pessoas com qualidades de relacionamento humano, como afabilidade, compreensão e
gentileza têm mais chances de obter o sucesso. A inteligência emocional pode ser compreendida
em cinco habilidades:
1. Autoconhecimento Emocional – reconhecer as próprias emoções e sentimentos quando
ocorrem.
2. Controle Emocional – lidar com os próprios sentimentos, adequando-os a cada situação
vivida.
3. Automotivação – dirigir as emoções a serviço de um objetivo ou realização pessoal.
4. Reconhecimento de emoções em outras pessoas – reconhecer emoções no outro e empatia
de sentimentos.
5. Habilidade em relacionamentos interpessoais – interação com outros indivíduos utilizando
competências sociais.
Estas habilidades devem ser estimuladas nos vendedores, promovendo momentos para
avaliarem como esta inteligência está sendo utilizada. Desta forma, pode ser mais fácil lidar com
as questões do atendimento ao público e as adversidades do dia a dia que exigem constante
motivação, como vendas, atingimento das metas e frustrações.

Atendimento telefônico
O bom atendimento deve refletir-se também no atendimento ao cliente por telefone. Os
aspectos listados anteriormente se aplicam ao contato telefônico e, além disso, é fundamental:
•• Não deixar telefone tocando – Dois ou três toques é o limite, pois um telefone
chamando é desagradável para quem está dos dois lados da linha, para o vendedor,
clientes e colegas.
•• Identificar-se e à empresa – Sempre que atender ao telefone o vendedor deverá
cumprimentar o cliente e informar o nome da empresa e, preferencialmente o seu
nome.
•• Usa tom de voz adequado – Falar ao telefone exige cuidado com o tom de voz, a voz
é a única referência do cliente. Deve sempre haver preocupação com o volume e a
entonação.
•• Ter ao seu lado informações mais procuradas – como parte da organização para o
atendimento, é fundamental deixar as informações e locais de consulta próximos ao
telefone para agilizar o atendimento.

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Postura profissional – Etiqueta Empresarial


A palavra etiqueta vem do francês étiquette e segundo o dicionário Aurélio, significa.
“Conjunto de regras cerimoniais que indicam a ordem de precedência e de usos a serem
observados pela corte em eventos, públicos ou não, onde estiverem presentes chefes de
estado e/ou alta autoridades tais, como solenidades e datas oficiais; por extensão, são ainda
as normas a serem observadas entre particulares, no trato entre si.”
Este conceito, que remonta à época da criação do estado nacional moderno e instalação
das monarquias, aplica-se para o convívio social até hoje. Etiqueta empresarial pode ser
compreendida, portanto, como a aplicação deste conceito no ambiente empresarial, onde
há normas de conduta que denotam boa educação. A ideia é que através da moderação e do
autocontrole pode-se conviver melhor em sociedade e no grupo de trabalho. O conceito deve
transpassar toda a organização e ser observado também (e especialmente) no trato com o
cliente.
No ambiente empresarial, a etiqueta se reproduz em cuidados com aparência pessoal, tom de
voz, pontualidade, forma de tratamento, respeito, cordialidade, discrição e outros aspectos
que devem ser observados para garantir que sejamos pessoas agradáveis, educadas, elegante e
com as quais nossos colegas e clientes gostam de se relacionar.
As instituições financeiras, em geral, têm perfil conservador, pois a aparência formal é um dos
aspectos tangíveis que passa ao cliente a imagem de seriedade e confiabilidade. Alguns pontos
de destaque para o ambiente empresarial:

Quanto à aparência:
•• Mulheres: Sempre observar que as roupas sejam sóbrias, sem exageros, decotes
ou saias em comprimento curto. Também é aconselhável que os cabelos, joias e
maquiagem sejam discretos.
•• Homens: A roupa deverá ser formal, evitando camisa regata, bermuda, chinelo, tênis ou
estampas muito chamativas (deve-se optar por tons neutros e combinações discretas).
A barba feita e o cabelo alinhado também são importantes.

Quanto ao comportamento
•• Linguagem e postura formais – Uso de tratamento respeitoso (Sr., Sra.), evitando gírias
e palavrões. Manter o controle no volume da voz.
•• Atitude positiva, bom humor, sorriso – Ser uma pessoa agradável, simpática e tolerante
facilita muito a convivência e o atendimento.
•• Discrição (evitar críticas aos colegas e fofocas) – Evitar assuntos pessoais, fofocas e
atitudes negativas que possam ser entendidas como inadequadas e indiscretas. Críticas
têm hora, local e destinatário certos.
•• Pontualidade e assiduidade – Não faltar a compromissos e ser pontual demonstram
respeito com os colegas e clientes.
•• Profissionalismo, honestidade, iniciativa – Ser comprometido com a empresa e
os colegas. Como dizemos, “vestir a camiseta”, tomando a iniciativa de resolver as

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questões relevantes para a empresa, os colegas e os clientes. Ser honesto e não desviar
o caráter daquilo que é moralmente e eticamente correto.
A seguir, veremos como a postura no atendimento pode ser uma ótima aliada das vendas.

TÉCNICAS DE VENDA

Oito pontos-chave para o sucesso nas vendas


Algumas questões aparecem com frequência em revistas e livros sobre vendas. São atitudes e
ações que os profissionais de venda acreditam ter grande impacto no fechamento de vendas,
resumidos em oito pontos principais:

1 . Empatia – É a capacidade de colocar-se no lugar do cliente e compreender suas motivações,


necessidades, desejos e valores. Isto não quer dizer ser envolvido a ponto de perder de
vista os interesses da empresa ou cometer um erro. Para isso, é necessário eliminar os
pré-julgamentos e usar tom acolhedor e amigável para que o cliente sinta confiança e seja
possível estabelecer um vínculo. Uma técnica utilizada é a pergunta-resposta-suporte
(P.R.S), que consiste em fazer perguntas e, ao receber a resposta, fazer algum comentário
de suporte antes de partir para outra pergunta ou tema.
Exemplo:
Pergunta: e o senhor tem filhos?
Resposta: sim, tenho dois.
Suporte: Puxa, que maravilha. Dois é um número bom não é?
2. Simpatia – Consiste em criar afinidade com o cliente através do bom humor, sem
necessariamente ser exagerado ou piadista, mas apenas sendo agradável. Isto requer que
o vendedor de adapte ao estilo do cliente, observando atentamente se ele é uma pessoa
mais aberta e espontânea ou fechada e sóbria. O sorriso é a arma mais poderosa. Como
disse Shakespeare, “é mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que com a ponta
da espada.”
3. Linguagem corporal – Mehrabian, estudioso das comunicações, afirma que “em toda
comunicação interpessoal, cerca de 7% da mensagem é verbal (somente palavras), 38% é
vocal (incluindo tom de voz, inflexão e outros sons) e 55% é não-verbal.” . Isto demonstra a
importância dos elementos como tom de voz, postura, olhar e gestos. Por isso, no momento
da venda, é importante manter postura aberta e ereta, Braços e pernas descruzados e sorrir
naturalmente. Importante também é manter o contato visual e uma certa distância física,
evitando encostar ou pegar no cliente. Também são aconselháveis gestos de aprovação,
como concordar com a cabeça, demonstrando interesse.
4. Espelhamento – Esta técnica utiliza a imitação de algumas características do cliente como
forma de criar identificação e intimidade, o que pode ampliar sua confiança. Por exemplo,
deve-se buscar utilizar tom, volume e ritmo da fala semelhante ao do cliente. Também
deve-se tentar reproduzir a postura corporal, frases e palavras utilizadas por ele, o que
facilita a comunicação. É muito importante também tentar assemelhar-se ao cliente com

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relação às suas ideias e crenças (no que a empatia ajuda muito). Além disso, o canal de
comunicação preferido pelo cliente deve ser utilizado pelo vendedor.
5. Conhecimento – É fundamental manter-se bem informado sobre o mercado e
acontecimentos na empresa. Também é necessário saber o máximo possível sobre seus
produtos/serviços, bem como sobre o cliente. Isto ajuda a manter o controle do processo
de venda, superar objeções e manter a calma.
6. Ouvir – Parece simples, mas esta é uma dica unânime dos vendedores. Ter atenção
total e capturar o máximo possível do cliente faz com que o vendedor conheça em
profundidade as necessidades do cliente e acerte na abordagem. Ouvir muito mais do
que falar é uma poderosa arma para captar as informações, porém, é importante fazer
perguntas inteligentes que conduzam o diálogo para pontos-chave sobre o cliente, suas
aspirações e problemas que possam ser atendidos pela empresa. É importante segurar a
ansiedade, nunca interromper o cliente e falar pouco, fazendo o cliente chegar às próprias
conclusões.
“É muito mais importante para você fazer com que seus clientes falem do que você mesmo
conduzir a conversa.” (FRIEDMAN, 1995)
7. Credibilidade – O sétimo ponto-chave das técnicas de venda diz respeito a criar uma
imagem que inspire confiança. Não adianta apenas a imagem, nem apenas ser confiável e
não transmitir isso ao cliente. Parra ter credibilidade importante ter respeito pelo cliente,
trabalhando com a verdade, demonstrando coerência, responsabilidade e um interesse
genuíno pelo cliente. Esta atitude solidifica a relação e facilita a venda de produtos e
serviços, pois o cliente percebe profissionalismo e isto inspira a confiança.
8. Rapport – Este termo, muito utilizado em Técnicas de Venda, significa harmonia e
conexão. É o que faz com que às vezes nos sintamos confortáveis e apreciados por alguém,
fazendo com que gostemos instantaneamente de algumas pessoas. Quando as pessoas
estão se comunicando em rapport, elas acham fácil serem entendidas e acreditam que
seus interesses são altamente considerados pela outra pessoa. Criar rapport significa
receptividade ao que a outra está dizendo, não necessariamente concordar com o que
está sendo dito. Quando se estabelece este vínculo, algo mágico acontece. Você e os
outros sentem que são escutados e ouvidos. Num nível inconsciente, existe o confortável
sentimento de "Essa pessoa pensa como eu, eu posso relaxar". O verdadeiro rapport cria
uma atmosfera de confiança mútua. Se a sua intenção é ouvir e ser ouvido, para alcançar
soluções ganha-ganha(que veremos a frente), você irá se tornar um comunicador poderoso
e confiável.

Tipos de vendedor
Um dos maiores problemas que as empresas enfrentam no treinamento de vendedores é fazer
com que haja uma compreensão do verdadeiro papel do vendedor. Existe, por parte da maioria
das pessoas, certa vergonha em vender, como se isso fosse sinônimo de exploração, mentira,
ou qualquer comportamento desonesto. No entanto, sabemos que o Marketing prega a venda
como parte do processo de entrega de valor ao cliente, e é deste valor que depende a satisfação
do cliente e o sucesso da empresa.

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O vendedor não pode ser apenas um atendente, que não sabe conduzir o cliente até a venda
ou não se preocupa com o lucro da empresa, nem tampouco concentrar-se apenas em fechar
a venda sem ter mapeado as necessidades do cliente e ter certeza de que está entregando a
solução adequada em forma de produto/serviço. Veremos a seguir alguns perfis muito comuns
de vendedor, que atuam, muitas vezes, com foco inadequado:
1. Limita-se a responder perguntas se questionado, sem demonstrar o produto/serviço, sem
desenvolver relacionamento, sendo apenas prestativo. Não se preocupa em fechar a venda.
2. Estabelece um relacionamento sendo prestativo. Porém, por causa de uma antipatia pessoal
por vendedores e pelo receio de parecer inconveniente, deixa que o cliente decida por si só.
3. Não desenvolve nenhum relacionamento, mas fecha a venda. Este perfil é negativo em
longo prazo.
4. Conduz o cliente por meio de um processo lógico e fecha a venda como o resultado natural
de um bom atendimento. É o perfil ideal de vendedor.
Integrar relacionamento e receita é o que a empresa precisa. Portanto, o vendedor precisa
se livrar da imagem negativa associada às vendas e desenvolver uma autoimagem positiva,
compreendendo seu papel de facilitador das relações comerciais. Ao desenvolver de um
processo de venda consciente, onde haja real interesse em conhecer o cliente e suas
necessidades e, entregando algo de valor traga lucratividade para a empresa, o vendedor está
sendo parte do processo de marketing e atuando de maneira legítima.

Papéis do Vendedor
A literatura de vendas fala que o vendedor desempenha vários papéis frente ao cliente, e estes
papéis devem compor sua autoimagem e direcionar suas atitudes.

O Vendedor é como um Pintor: com palavras, gestos e postura


adequados, cria um quadro atraente para o cliente. Deve sempre
encantá-lo.

O Vendedor é como um Arquiteto: realiza, uma a uma, todas as


etapas da venda. Com conhecimento técnico, respeita a ordem e
o tempo dos acontecimentos no processo de venda.

O Vendedor é como um Psicólogo: ouve o cliente, busca


compreendê-lo em suas necessidades e aspirações e o auxilia a
expressar-se.

O Vendedor é como um Artista: toda hora é hora do show! Todo


cliente deve receber o melhor atendimento, toda a atenção e
dedicação deste profissional.

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Abordagem ganha-ganha
A negociação ganha-ganha se baseia em colaboração e sua principal força está na satisfação
mútua. Nesta visão, as partes trabalham juntas para solucionar problemas e identificar
soluções que atendam aos interesses das duas partes. Esta abordagem é a mais buscada pelas
empresas, pois se relaciona com a satisfação do cliente e oferece mais chances de fidelidade e
lucratividade em longo prazo.
Sua aplicação depende da condução do vendedor, que deverá construir rapport e identificar as
necessidades do interlocutor. É importante que o vendedor identifique os critérios do cliente
na tomada de decisão e utilize uma argumentação persuasiva, com elementos que se encaixem
nos critérios estabelecidos pelo cliente. Ao identificar sinais de compra do interlocutor, o
vendedor deverá executar o fechamento da negociação.

Princípios da Influência
Muitos fatores influenciam a maneira como uma negociação evolui e como ocorre sua
conclusão. Reconhecê-los e utilizá-los pode ser muito útil para criar um contexto favorável aos
resultados desejados da venda.
•• Reciprocidade – As pessoas tendem a retribuir se ganham algo em troca, o que pode
ser desde atenção, um desconto, um brinde ou qualquer elemento que gere a sensação
de ganho.
•• Escassez – As pessoas tendem a valorizar o que não podem ter. Por isso, muitas vezes
se usa o apelo de “últimas unidades”.
•• Autoridade – As pessoas tendem a seguir os especialistas. Por isso muitas vezes as
propagandas contam com depoimentos de profissionais.
•• Consistência – As pessoas tendem a cumprir aquilo com o que se comprometem. Por
isso é importante fazer acordos com o cliente, ainda que verbais, ao longo do processo
de venda.
•• Consenso – As pessoas tendem a fazer o que os outros acham razoável ou bom. Por
isso, pode ser útil dar exemplos de outros clientes que compraram determinados
produto/serviços.
•• Afinidade – As pessoas tendem a gostar do que se parece com elas. Mais uma vez
é importante focar na identificação das necessidades e argumentação do por que
determinado produto/serviço é bom para aquele cliente. A técnica do espelhamento
também pode auxiliar.

Etapas da Venda
A seguir, veremos as etapas da venda sob o ponto de vista das Técnicas de Venda, que levam
em conta o momento do contato com o cliente. Importante lembrar que o Marketing também
aborda as etapas da venda de um ponto de vista mais amplo, considerando desde a prospecção
do cliente.

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Abertura da venda
Ao iniciar o contato com o cliente, é importante que haja personalização, ou seja, o vendedor
precisa utilizar as dicas disponíveis (seja no cadastro, no comportamento ou na fala do cliente)
para adaptar seus comentários. Uma dica é observar se o cliente tem filhos, se possui carro,
qual o seu time, se relata eventos e fatos recentes, etc.

Sondagem
A sondagem consiste em descobrir o que o cliente quer e por que o cliente quer. Rackham
(2007) afirma que na venda consultiva, a habilidade-chave é a investigação. Quando o vendedor
sabe as necessidade, os motivos e as aspirações do cliente, é possível fazer a venda de maneira
mais adequada e, até mesmo, oferecer produtos/serviços complementares.
“A maioria dos vendedores é capaz de descobrir o que o cliente deseja. Mas é tarefa para um
profissional descobrir as razões que levaram um cliente a desejar determinado produto.”
(Friedman, 1995)

Investigar as necessidades e desejos dos clientes aumenta a chance do vendedor satisfazê-lo,


amplia o leque de produtos/serviços que podem ser vender a ele e facilita vendas alternativas
no caso de não poder vender exatamente o que o cliente deseja.
Nesta etapa da venda, fazer boas perguntas é essencial, especialmente perguntas abertas que
estimulem o cliente a falar e com isso aumentem as chances de conhecê-lo. Perguntas abertas
iniciam com quem, o que, qual, onde, por que, quando, como, quanto. O Quadro abaixo faz a
comparação entre perguntas fechadas e perguntas abertas para exemplificar:

Perguntas Fechadas Perguntas Abertas


Você quer Visa ou Master? Que cartão você prefere?
Você tem certeza que esse valor de empréstimo/ Por que você optou por este valor?
investimento é suficiente?
É para alguma ocasião especial? Qual é a ocasião especial?
Você pretende presentear seu filho? O que você acha de presentear seu filho?
Você quer fazer um CDB ou Fundo? Que tipo de investimento você prefere?
Você quer fazer um Consórcio? O que você acha de ter um Consórcio?

Técnica PRS
Além das perguntas abertas, uma técnica utilizada na etapa de sondagem é a PRS (pergunta,
resposta e suporte), já relatada no início do capítulo de Técnicas de Venda. A técnica PRS
consiste em fazer perguntas e, ao receber a resposta, fazer algum comentário de suporte antes
de partir para outra pergunta ou tema.
Exemplo:
Pergunta: Que tipo de residência a senhora mora?

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Resposta: Moro num apartamento.


Suporte: Apartamentos hoje em dia são mais seguros, não é mesmo?
Pergunta 2: O que a senhora acha da segurança no seu bairro?

Figura 15 – Técnica PRS

Técnica SPIN:
Neil Rackham, mestre na aplicação de modelos estratégicos em Gestão de Vendas, foi um
dos criadores da técnica SPIN. Resumindo, trata-se de uma estratégia de vendas em que você
procura identificar a situação e os problemas de seu cliente, descobrir as implicações que eles
trazem, e o benefício esperado. Esta técnica ensina que o vendedor deve fazer perguntas que o
conduzam a compreender:
•• A situação – Perguntas sobre o contexto e fatos que levaram o cliente até ali.
•• Os problemas – Perguntas sobre dificuldades ou insatisfações.
•• Implicações – Perguntas que aprofundam os problemas do cliente e acabam por valorizar
a solução.
•• Necessidade – Perguntas que encaminham à solução oferecida pelo vendedor. Para criar a
estratégia de Spin Selling, Neil Rackham usou os dados obtidos numa pesquisa patrocinada
pela IBM e Xerox, a qual revelou que, num universo de 35.000 contatos de vendas, na
maioria dos que foram bem-sucedidos, quem falou mais foi o cliente. Isto demonstra a
necessidade de fazer boas perguntas e captar o máximo de informações que puder do
cliente.

Demonstração
Esta é a hora do show para o vendedor, a hora de falar sobre os produtos/serviços, baseado
no que foi apreendido durante a sondagem. Neste momento, o vendedor deve mostrar os
benefícios e o valor para aquele cliente e, despertar seu desejo de compra. O que não pode
faltar:
•• Conhecimento sobre o produto/serviço;

www.acasadoconcurseiro.com.br 375
•• Valorização do produto/serviço;
•• Envolvimento do cliente;
•• Entusiasmo pelo produto/serviço.

Abordagem CVBA:
CVBA é a sigla para Característica, Vantagem, Benefício e Atração. Esta técnica é utilizada
na demonstração do produto/serviço para adicionar valor ao que está sendo mostrado.
Características são aspectos práticos e funcionais do produto/serviço. Vantagem é a causa que
justifica por que é melhor ter o produto/serviço do que não tê-lo. Benefício é por que aquele
produto/serviço é adequado para aquele cliente. Atração é o gancho que o vendedor deixa
para concluir que, baseado n o que foi dito, aquele produto/serviço é adequado para o cliente.
A seguir a explicação do conceito, já servindo como exemplo de sua aplicação:
Característica – A abordagem CVBA apresenta os benefícios ao cliente,
Vantagem – ...e uma das coisas boas que oferece é a organização dos pensamentos e
entusiasmo sobre o produto e transmiti-los ao cliente.
Benefício – Quando os clientes podem sentir entusiasmo a sua apresentação, isto os estimula
a querer comprar.
Atração – E você realmente quer que seus clientes comprem, não é?

Fechamento
É a etapa de efetivação do negócio, onde o vendedor conduz o cliente À conclusão da compra.
Em geral, é uma etapa considerada difícil por conta da inabilidade ou vergonha do vendedor,
porém, se as etapas de identificação das necessidades do cliente (sondagem) e demonstração
foram feitas adequadamente, não há problema nenhum em realizar o fechamento. O cliente e
a empresa esperam isto do vendedor.
A seguir, alguns exemplos de técnicas de fechamento:

Fechamento experimental
Nesta abordagem, o vendedor confere a posse do item principal ao cliente e simultaneamente
oferecer adicionais. O melhor momento é logo após a demonstração, pois o cliente está aberto
para comprar. Um exemplo seria um cliente que está avaliando a compra de um CDC veículos:
Vendedor: Que tal cotarmos o seguro para proteger seu carro novo?

Fechamento reflexivo/com perguntas


Este é um método direto, que devolve a pergunta ao cliente e faz com que o cliente afirme que
quer o produto/serviço. Se o cliente responder positivamente e em complemento, ele fechou a
compra. Por exemplo:
Cliente: Você tem vencimento pra que dia no consórcio?

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Vendedor: Você quer o vencimento pra que dia?

Fechamento por sugestão


Esta técnica pode ser utilizada para ajudar um cliente indeciso a sair de cima do muro, sugerindo
diretamente que ele faça a compra. Deve ser utilizada com bom humor e tom amigável para
não ser interpretada como invasiva. Por exemplo:
Cliente: Pois é, fico em dúvida, preciso falar com meu marido...
Vendedor: Olha, eu sei que este cartão vai ser ótimo para você. Vamos, assine aqui, você
merece!

Fechamento do “imagine”
Esta abordagem é adequada a clientes que não gostam de pressão, pois coloca a compra na
condicional, por exemplo:
Vendedor: Imagine que o senhor faça a Capitalização de R$50,00. O senhor ganharia 5 números
para concorrer toda semana a um prêmio de R$6.250,00 e, uma vez no semestre, a um prêmio
de R$187.500,00!!!

Fechamento por influência de terceiros:


Relaciona-se com um princípio da influência (consenso) que diz que as pessoas tendem a fazer
o que os outros acham razoável ou bom. Utilizando o exemplo de outra pessoa, o vendedor
ajuda o cliente a ganhar confiança, por exemplo:
Há pouco uma cliente veio aqui aumentar seu CDB automático, porque disse que foi a forma
mais fácil de juntar dinheiro!

Fechamento por suposição/cadastro:


Neste fechamento, o vendedor supõe que o cliente já comprou e passa para os procedimentos
de compra (cadastro, pagamento, assinatura, etc.). Se o cliente prosseguir, significa que a venda
foi fechada. Por exemplo:
Vendedor: Bem, qual é o dia ideal para poupar em sua capitalização?

Objeções
Como já abordado no capítulo das Etapas da Venda no Marketing, as objeções nem sempre
indicam que o cliente não quer comprar. Normalmente indicam falta de confiança no produto/
serviço ou baixa percepção de valor. Por isso, o vendedor deve focar seus esforços em descobrir
qual deste é o real motivo, pois o mais comum é que não seja revelado diretamente. Isto exige
toda a atenção e paciência do vendedor para descubra se o problema é confiança ou valor,
voltando às etapas de sondagem e demonstração e, após, recuperar a venda.

www.acasadoconcurseiro.com.br 377
Sinais de compra
São os sinais de que o cliente está pronto e disposto a comprar, que nem sempre são diretos ou
verbais, podendo ser dados a partir de expressões corporais e gestos. Não perceber estes sinais
pode fazer o vendedor perder o momento certo do fechamento. Exemplos de perguntas deitas
pelos cliente, que indicam seu real interesse e são fortes sinais de compra:
1. Quando chega este cartão?
2. De quantos anos é a capitalização?
3. Este seguro debita em conta?
4. Eu achei interessante, o que você acha?
5. Você tem um valor um pouco menor?
6. Que dia eu posso debitar o consórcio?
7. Posso mudar o valor do CDB automático depois?
8. O limite do cartão poderá ser aumentado?
9. Posso fazer um adicional depois?
10. Quanto tempo leva para fazerem a vistoria?

E depois da venda?
O vendedor deve lembrar-se que o pós-venda é parte da venda, continuar demonstrando
interesse pelo seu cliente e garantir que seja cumprido o que foi prometido a ele. Também é
importante reforçar ao cliente, em cada contato, que ele fez uma ótima compra, pois isso ajuda
a evitar o arrependimento.

Erros comuns em venda


•• Falar antes de ouvir.
•• Mentir ou enganar.
•• “Empurrar” um produto que o cliente não tem interesse.
•• Falar mal de concorrentes.
•• Continuar argumentando depois que o cliente já fechou a venda.
•• Tentar fechar a venda antes de ver sinais positivos no comprador.
•• Usar palavras difíceis para impressionar o cliente.
•• Abrir a venda falando da venda.
•• Desvalorizar um produto com relação a outro.

“TENHA SEMPRE EM MENTE QUE A SUA RESOLUÇÃO DE ATINGIR O SUCESSO É MAIS


IMPORTANTE DO QUE QUALQUER COISA.”
Abraham Lincoln

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GLOSSÁRIO DE MARKETING

A
Análise de cenário desenvolvimento de uma representação plausível do possível futuro de uma
empresa, tendo como base diversas suposições sobre as forças que impulsionam o mercado e
as diferentes incertezas a ele inerentes.
Análise de desempenho em relação ao atendimento aos clientes desempenho da empresa,
ano após ano, em algumas avaliações que têm como base os clientes.
Análise de desempenho para os interessados monitoramento da satisfação das várias
entidades que têm interesse e causam impacto no desempenho da empresa.
Análise de oportunidade de mercado (AOM) sistema usado para determinar a atratividade e a
probabilidade de sucesso de uma oportunidade.
Análise de valor para o cliente técnica para descobrir as forças e as fraquezas da empresa em
relação aos vários concorrentes.
Anúncios relacionados à busca anúncios em que os termos de pesquisa são usados como
referência para os interesses de consumo do usuário, e links relevantes são listados ao lado dos
resultados da busca.
Assessoria de imprensa tarefa de assegurar espaço editorial — em oposição a espaço pago —
na imprensa e na mídia eletrônica, com vistas a promover ou divulgar um produto ou serviço
Associações de marca todos os pensamentos, sentimentos, percepções, imagens, experiências,
crenças, atitudes etc. ligados ao nó de marca.

B
Banco de dados informações completas sobre o produtos e serviços comprados pelos clientes;
volumes, preços e lucros anteriores, entre outras.
Banco de dados de clientes conjunto de dados abrangentes sobre clientes atuais ou potenciais,
atualizado, acessível e prático para fins de marketing.
Banners pequenas caixas retangulares contendo texto e às vezes uma imagem para promover
uma marca.
Benefício central serviço ou benefício fundamental que o cliente está realmente comprando
Bens de compra comparados bens que o cliente, durante o processo de seleção e compra,
caracteristicamente compara em termos de adequação, qualidade, preço e modelo.
Bens de conveniência bens que o consumidor compra com frequência, imediatamente e com
um mínimo de esforço.
Bens de especialidade bens com características singulares ou identificação de marca pelos
quais um número suficiente de compradores está disposto a fazer um esforço extra de compra.

www.acasadoconcurseiro.com.br 379
Bens não-procurados bens que o consumidor não conhece ou normalmente não pensa em
comprar, como detectores de fumaça.
Brand equity avaliação subjetiva e intangível que o cliente faz da marca acima e além do valor
percebido objetivamente.
Branding dotar produtos e serviços com o poder de uma marca.

C
Canais de comunicação pessoal duas ou mais pessoas comunicando-se diretamente uma com
a outra, seja pessoalmente — em forma de diálogo ou de exposição para uma platéia —, seja
pelo telefone ou por e-mail.
Comunicações de marketing meios pelos quais as empresas tentam informar, persuadir e
lembrar os clientes — direta ou indiretamente — das marcas que vendem.
Custo total para o cliente conjunto de custos em que os consumidores esperam incorrer para
avaliar, obter, utilizar e descartar um produto ou serviço, incluindo os custos monetários, de
tempo, de energia física e psíquicos.
Customerização combina a customização em massa com o marketing customizado, dando aos
consumidores autonomia para desenhar o produto e o serviço de sua escolha.

D
Database marketing processo de construir, manter e usar os bancos de dados de clientes e
outros registros para efetuar contatos e transações e para construir relacionamentos com o
cliente.
Determinação de preços de mercado estabelecimento de preços pela empresa, orientando-se
em grande parte pelos preços dos concorrentes.
Determinação de preços por desnatamento estratégia em que os preços começam altos e são
reduzidos gradualmente com o tempo para aumentar o lucro com clientes menos sensíveis a
preço.
Diluição da marca os consumidores deixam de associar uma marca a um produto específi co ou
a produtos altamente similares ou passam a lhe dar menos importância.
Dumping situação em que uma empresa cobra menos do que seus custos, ou menos do que
cobra no mercado de seu próprio país, visando entrar em um mercado ou dominá-lo.

E
e-business uso de meios e plataformas eletrônicos para conduzir os negócios de uma empresa.
e-commerce comércio eletrônico; a empresa ou o site realiza ou facilita a venda de produtos e
serviços on-line.

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e-marketing esforços da empresa para informar, comunicar, promover e vender seus produtos
e serviços pela Internet.
e-purchasing compra de produtos, serviços e informações de vários fornecedores on-line.
Envolvimento do consumidor nível de engajamento e processamento ativo do consumidor em
resposta a um estímulo de marketing.
Estratégia plano de ação de uma empresa para atingir suas metas.
Estratégia pull (atração) o fabricante utiliza a propaganda e a promoção ao consumidor para
induzi-lo a pedir o produto aos intermediários, fazendo com que estes o encomendem.
Estratégia push (pressão) o uso da equipe de vendas e da promoção dirigida ao revendedor
para induzir os intermediários a expor, promover e vender o produto aos usuários finais.

F
Fidelidade compromisso de comprar ou recomendar repetidamente um produto ou serviço.
Força de vendas contratada representantes comerciais, vendedores autônomos ou corretores,
que recebem comissão com base nas vendas efetuadas.
Força de vendas direta funcionários da própria empresa que trabalham em tempo integral ou
parcial.

G
Gestão da qualidade total (Total Quality Management — TQM) abordagem p que busca a
melhoria contínua de todos os processos, produtos e serviços da organização.
Gestão de relacionamento com o parceiro atividades empreendidas pela empresa para
construir relacionamentos duradouros mutuamente satisfatórios com parceiros-chave, como
fornecedores, distribuidores, agências de publicidade e institutos de pesquisa de marketing.
Grupo de foco reunião de seis a dez pessoas cuidadosamente selecionadas com base em
determinadas considerações demográficas e psicográficas, entre outras, para discutir vários
tópicos de interesse a fundo.
Grupos de referência todos os grupos que exercem alguma infl uência direta ou indireta sobre
as atitudes ou o comportamento de uma pessoa.

H
Hierarquia de valor para o cliente cinco níveis de produto que devem ser considerados pelo
profissional de marketing no planejamento de sua oferta ao mercado (benefício central - o
serviço ou benefício fundamental que o cliente está realmente comprando, produto básico,
produto esperado - uma série de atributos e condições que os compradores normalmente
esperam ao comprá-lo, produto ampliado - que excede as expectativas do cliente e produto
potencial – que abrange todos os aumentos e transformações a que o produto deve ser
submetido no futuro)

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I
Imagem conjunto de crenças, ideias e impressões que uma pessoa tem sobre um objeto.
Imagem de marca percepções e crenças do consumidor, as quais dependem das associações
refletidas em sua memória.
Indicadores de marketing conjunto de medidas que ajudam as empresas a quantificar,
comparar e interpretar o desempenho de seu marketing.
Índice de penetração de mercado comparação do nível atual de demanda do mercado com o
nível potencial de demanda.

J
Joint-venture empresa cuja propriedade e controle são compartilhados por múltiplos
investidores.

L
Líder de opinião pessoa que realiza uma divulgação informal, oferecendo conselhos ou
informações sobre um produto ou categoria de produtos específicos.
Lista de mala direta de clientes uma série de nomes, endereços e números de telefones.
Logística de mercado o planejamento, a implementação e o controle dos fluxos físicos de
materiais e de produtos finais entre os pontos de origem e os pontos de uso, com o objetivo de
atender às exigências dos clientes e de lucrar com esse atendimento.

M
Marketing processo de planejar e executar a concepção, a determinação do preço, a promoção
e a distribuição de ideias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam metas individuais e
organizacionais.
Marketing de relacionamento construção de relacionamentos de longo prazo mutuamente
satisfatórios com partes-chave, a fim de conquistar ou manter negócios com elas.
Marketing direto uso de canais diretos ao consumidor para chegar ao consumidor e oferecer
produtos e serviços sem intermediários.
Marketing viral uso da Internet pelas empresas para criar um efeito boca a boca para atrair
a atenção para seus sites. Envolve a transmissão de produtos, de serviços ou de informações
desenvolvidos pela empresa de um usuário para outro.
Mix de comunicações de marketing propaganda, promoção de vendas, relações públicas e
assessoria de imprensa, eventos e experiências, marketing direto e vendas pessoais.

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O
Oportunidade de marketing quando uma empresa pode lucrar ao atender às necessidades dos
consumidores de determinado segmento.
Orientação ao cliente todos os dados, sistemas de informações e serviços de consultoria que a
empresa oferece ao comprador.

P
Participação de mercado atendido vendas expressas como uma porcentagem das vendas
totais no mercado atendido.
Participação de mercado total vendas da empresa expressas como uma porcentagem das
vendas no mercado total.
Patrocínio apoio financeiro para um evento ou atividade em troca de reconhecimento e
gratidão ao patrocinador.
Pesquisa de marketing elaboração, coleta, análise e a edição de relatórios sistemáticos de
dados e descobertas relevantes sobre uma situação específica de marketing enfrentada por
uma empresa.
Pesquisa do efeito da comunicação pesquisa que procura determinar se um anúncio está
comunicando a mensagem de maneira eficaz.
Plano de marketing documento escrito que resume o que o profissional de marketing sabe
sobre o mercado e indica como a empresa planeja alcançar seus objetivos, com vistas a
coordenar os esforços de marketing.
Preços baixos todos os dias (everyday low pricing — EDLP) no varejo, um preço baixo constante,
todos os dias, sem descontos temporários ou promoções.
Produto ampliado produto cujas características excedem as expectativas do cliente e o
diferenciam dos produtos dos concorrentes.
Produto básico o que o produto é especificamente.
Produto esperado uma série de atributos e condições que os compradores normalmente
esperam ao comprar um produto.
Produto potencial todas as ampliações e transformações a que um produto pode ser submetido
no futuro.
Programas de frequência de compra planejados para oferecer recompensas aos clientes que
compram com frequência e/ou em grande quantidade.
Promoção de vendas conjunto variado de ferramentas de incentivo, principalmente de curto
prazo, destinadas a estimular compras mais rápidas e maiores de determinados produtos ou
serviços por parte de consumidores ou do comércio.
Propaganda qualquer forma remunerada de apresentação não pessoal e de promoção de
ideias, mercadorias ou serviços por um patrocinador identificado.
Propaganda externa exibição de anúncios fora da casa do consumidor, em ambientes como o
local de trabalho, de lazer e de compras.

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Q
Qualidade de desempenho nível no qual as características básicas do produto operam.
Quota de vendas meta de vendas estabelecida para uma linha de produtos, uma divisão da
empresa ou um representante de vendas.

R
Rede de marketing a empresa e aqueles que a apoiam, com quem ela construiu relacionamentos
empresariais mutuamente compensadores.
Relações públicas (RP) variedade de programas destinados a promover ou proteger a imagem
de uma empresa ou de seus produtos.
Rotatividade de cliente grande perda de clientes.

S
Satisfação sensação de prazer ou desapontamento resultante da comparação entre o
desempenho ou resultado percebido de um produto e as expectativas do comprador.
Serviço qualquer ato ou desempenho, essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer
a outra e que não resulta na propriedade de nada.
Sistema de informações de marketing (SIM) pessoas, equipamentos e procedimentos
dedicados a coletar, classificar, analisar, avaliar e distribuir as informações necessárias de
maneira precisa e oportuna para aqueles que tomam decisões de marketing.

T
Telemarketing uso de operadores de telefone para atrair novos clientes, entrar em contato com
clientes atuais, aferir o nível de satisfação ou receber pedidos.
Tendência direcionamento ou sequência de eventos com certa força e durabilidade.

V
Valor percebido pelo cliente (VPC) diferença entre a avaliação que o cliente potencial faz de
todos os benefícios e custos relativos a um produto ou serviço e as alternativas percebidas.
Valor total para o cliente valor monetário de um conjunto de benefícios econômicos, funcionais
e psicológicos que os clientes esperam de determinado produto ou serviço.

384 www.acasadoconcurseiro.com.br
Banco do Brasil – Técnica de Vendas e Marketing – Profª Amanda Lima

REFERÊNCIAS

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386 www.acasadoconcurseiro.com.br
Questões
1. (AL/SP – FCC – 2010) Um dos fatores de 5. (Sergipe Gás – FCC – 2010) As interferências
qualidade no atendimento ao público é a que podem prejudicar a comunicação
empatia. Empatia é: interpessoal são:
a) a capacidade de transmitir sinceridade, a) descrédito no assunto, pronunciar
competência e confiança ao público. as palavras corretamente e evitar
b) a capacidade de cumprir, de modo estereótipos.
confiável e exato, o que foi prometido b) diferenças profissionais, evitar
ao público. julgamentos e respeitar opiniões
c) o grau de cuidado e atenção individual diferentes
que o atendente demonstra para com o c) diferenças culturais, pressão do tempo
público, colocando-se em seu lugar para e falta de interesse no assunto.
um melhor entendimento do problema. d) ouvir com atenção, praticar a empatia e
d) a intimidade que o atendente manifesta a assertividade.
ao ajudar prontamente o cidadão. e) diferenças de idade, agressividade e
e) a habilidade em definir regras colocar-se no lugar do outro. Parte
consensuais para o efetivo atendimento. inferior do formulário.

2. (Sergipe Gás – FCC – 2010) Hábitos que 6. (Sergipe Gás – FCC – 2010) São
contribuem para a organização do trabalho comportamentos adequados no ambiente
são: de trabalho:
a) desorganização; não saber dizer não. a) não exagerar no uso de perfume, evitar
b) listar as tarefas diárias; estabelecer gírias e ser impontual.
prioridades. b) evitar fofocas, ser pontual e fazer
c) reuniões não otimizadas; interrupções. elogios sinceros.
d) atendimento sem horário marcado; c) interromper conversa sem pedir licença,
delegar tarefas. manter o bom humor e ser pontual.
e) saber dizer não; procrastinação. d) fazer críticas a qualquer momento,
gesticular bastante e mascar chicletes.
3. (Sergipe Gás – FCC – 2010) Para facilitar e) manter o bom humor, exagerar no
o planejamento, organização e controle uso de perfume e evitar críticas
de compromissos, tarefas, reuniões e construtivas.
pagamentos utiliza-se:
7. (Sergipe Gás – FCC – 2010) São facilitadores
a) a agenda. da comunicação NÃO verbal eficaz:
b) o bloco.
c) o protocolo. a) Sorrir espontaneamente, falar e escutar
d) o manual. olhando para o outro.
e)