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07/05/2019 GERMINA - REVISTA DE LITERATURA & ARTE
CARBONO 14
Pensar a pedra
como atrás fora
o ser, é do chão.
o novo erro?)
TIPOIA
de um deus subtraído)
Exato (posto que concluído),
inclina-se habitual
em seu vir desnecessário, o canto.
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FÊNIX
Um corpo
para que o pó o plume
da pedra que o pena,
que pena
é peso de pálpebras
na palha após
do tempo.
A pena
que é do pássaro
o sempre depois
no próprio pó
a repetir-se.
O GOLPE
CONTRACEPTIVO
É da noite
o colher galos
de sua infância.
Para a noite,
o experimento do dia.
A manhã final
previne-se da luz:
o galo in vitro
e o sol na gema.
LIÇÃO GASTRONÔMICA
as línguas do silêncio
nadam juntas no pó.
Ó cardápio em mim
onde sem pai naufrago:
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ESTOCAGEM
Um museu de sombras
gela em nosso sangue.
Pesamos sobre o engaste
do nada como um depósito
de sobras sem nenhum direito.
EXERCÍCIO DE MONTARIA
em seus cavalos
Ó reino do estábulo,
a existência é esse relincho
sob os cascos gastos das horas.
ÊMBOLO
Temos porém
um cão,
que só porque é pronto
late para dentro
do fundo
que se dobra
ao vazio quintal
do Ser,
Um cão
na imordaça.
Desafio
é alimentá-lo
sem que flua
à boca.
OFÍCIO SOTURNO
Quanta carne
idêntica
usufrui o tempo.
Como de um AR-15
a última verdade:
em berço esplêndido
deita-se eternamente.
REFORMA AGRÁRIA
Repartir terras
no partir do ser
à terra que o dista,
a juntar-se ao ínfimo
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Repartir terras
no ser adentro
como do bagre ao bago
se afogam na feira os peixes,
em frescos e podres:
RESGATE
resumida à velocidade
que os pneus lhe dão
e aos passos clandestinos
de que se alimenta.
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Kissyan Castro (Barra do Corda/MA, 1979). Poeta e escritor, colabora com poemas em vários blogues e
assina uma crônica às quintas feiras no jornal virtual "Turma da Barra". Publicou Vau do Jaboque (Rio de
Janeiro: CBJE, 2005) e Bodas de Pedra (edição do autor, 2012). Têm inéditos Farelos e Rio Conjugal.
Participou das coletâneas Caleidoscópio (São Paulo: Andross, 2006) e Antologia de Poetas Brasileiros
Contemporâneos (Rio de Janeiro: CBJE, 2012). Bloga em http://kissyancastro.blogspot.com.
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