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1º SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DE REDES

Saúde Mental de alunos de uma instituição federal de ensino: a análise de dados a


partir da aplicação de elementos da Teoria e Ciência das Redes
José Lamartine Andrade Lima-Neto(1), Patrícia Nicolau Magris(2), Núbia Moura Ribeiro(3), Hernane Borges de
Barros Pereira(4), Trazíbulo Henrique Pardo Casas(5), Caroline Santos dos Santos [bolsista](6)
(1,3,6) Instituto Federal da Bahia - IFBA; (2,4) Universidade do Estado da Bahia - UNEB;
(4) Senai Cimatec; (5) Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS

Doutores (1,3,4,5); Doutoranda (2); Graduanda (6)


RESUMO
O trabalho apresenta um recorte analítico que utilizou os fundamentos da
Teoria e Ciência das Redes para o campo de análise da saúde mental de
escolares. Os dados utilizados foram coletados de levantamento de dados
preliminares, que organizados e analisados subsidiarão estudos aprofundados
sobre os impactos dos problemas de saúde mental a partir da compreensão
de transtornos e sintomas.

INTRODUÇÃO
Este estudo se localiza no campo das Redes Sociais, em aplicação na
Epidemiologia relacionando pessoas e psicopatologias (i.e. nós ou vértices),
conectadas entre si por um ou mais tipos específicos de relacionamentos (i.e.
sintomas).
A saúde mental é crucial para o bem-estar: indivíduos, sociedades e países.
Existe um sub-diagnóstico de transtornos mentais. A OMS estima que uma em
cada 10 pessoas precisa de cuidados de saúde mental em algum momento
da vida (WHO, 2018).

MATERIAIS E MÉTODOS
Utilizado instrumento para rastreamento psiquiátrico SRQ - Self Reporting
Questionnaire composto de vinte perguntas sobre quatro categorias A rede de dois modos com 641 vértices, 2036 arestas analisados no Gephi
psiquiátricas: Humor depressivo-ansioso, Sintomas somáticos, Decréscimo da 0.9.2. Do total de vértices quatro (4) correspondem aos sintomas psiquiátricos,
energia vital e Pensamentos depressivos. restando outros 637 representando os estudantes.

Softwares Gephi 0.92 e Pajek 5.03 que permitiu a construção da rede e A presença dos sintomas encontrados, por ordem decrescente são:
cálculo de suas métricas. 1-“decréscimo de energia vital” (82,20%);
2-“sintomas ansiosos/depressivos” (79,16%);
3-“somatização de sintomas” (73,37%);
RESULTADOS E DISCUSSÃO
4-“Pensamentos depressivos” (59,91%)
A saúde mental dos estudantes apresentaram os seguintes sintomas: 15,6%
Humor depressivo-ansioso; 8,7% de Sintomas somáticos; 9,1% Decréscimo
da energia vital e; 8,4% Pensamentos depressivos, este mais que o dobro da CONCLUSÕES
média mundial (4,16%). Cerca de 7,8% de estudantes estão saudáveis, 8% estão com enorme
probabilidade de apresentarem transtornos não-psicóticos, outros 24,3%
apresentam níveis preocupantes. A rede como um sociograma das
psicopatologias, revela que quanto mais no centro estiver o indivíduo mais
grave é seu estado emocional. Estes quatro sintomas presentes na pesquisa se
entrecruzam, o que potencializa o risco para a saúde mental destes estudantes
podendo interferir no seu rendimento escolar bem como na qualidade de vida.

REFERENCAIS
Harding, T. W., Arango, M. V., Baltazar, J., Climent, C. E. & Ibrahim, H. H. A., Ignacio L. L., Murthy, R. S. &
Wig, N. N. (1980). Mental disorders in primary health care: a study of their frequency and diagnosis in four
developing countries. Psychological Medicine, 10, 231-241.
A rede (Figura 1) foi construídas com base nas Tabelas 1 e 2. Hussain, N; Creed, F; Tomenson, B. (2000). Depression and social stress in Pakistan. Psychol Med;
Tabela 1 Tabela 2 30:395-402
Lima-Neto, J. L. A.; Souza, C. R. B.; Ribeiro, N. M.; Freitas, M. M.; Santos, C. S. Relatório sobre o
levantamento de uso de álcool e drogas por estudantes do Ifba. Salvador-BA, July 2018. DOI:
10.13140/RG.2.2.15554.07360.
Mumford, D. B.; Saeed, K; Ahmad, I; Latif, S; Mubbashar, M. (1997). Stress and psychiatric disorder in rural
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Rosa, M. G.; Fadigas, I. S.; Miranda, J. G. V.; Cunha, M. V.; Monteiro, R.L.S.; Pereira, H. B. B. (2017).
Robustness in semantic networks based on cliques. Physica. A (Print), v. 472, p. 94-102.
Wasserman, S.; Faust, K. (1994). Social network analysis: methods and applications. Cambridge:
Cambridge University Press.
WHO. (2018). Transtornos Mentais, Desordem Mental. Disponível em http://www.who.int/en/news-
room/fact-sheets/detail/mental-disorders.

Apoio:
Realização:

Grupo de Pesquisa
Fuxicos e Boatos

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