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{UMIAOE MONO SK 20 AN A AKAD [A FORMAGAO DO MERCADO DE TRABALHO E A QUESTAO RACIAL NO BRASIL CAPITULO ito THe000%0 As politicas publicas e a desigualdade racial no Brasil 120 anos ont apdés a abolicao Mario Theodoro (ore) | Luciana Jaccoud Rafael Guerreiro Osério Sergei Soares | Pedigio ipea ses a desigualdade e a Novembro de 2008 (AS POMS EAEESEUNDIOERJGALND RSL 29440 AO ABOUT Este capitulo esté divdido em cinco secées, am desea introducio. Na pri= ‘meira, apresenta-se um quadre geral da evolucio do perfil da forca de trabalho recagdes vigences ho livre, Aconfla- te uma das mais significativas conseqiinelas da forma Brasi, qual soa, a marginalizacio do trabalho negro e ‘TRABALHO ESCRAVO E TRABALHG LIVRE: AS MOLTIPLAS FACES D0 ‘TRABALHO NEGRO NO BRASIL DO SECULO XIK O século XIX foi responsive ‘econémicas, até entio jamais vivenci cestratégica da Fan napoleénicas, marcou Reino Unide de Port cidade do Rio de | consolidando-se como opas de mais vastaextensio ‘mercé da presenca de um governo central forte que soube garantie preservar| as aangas com as elite locaisextabelecidas (oom.o A FomWC MERABO TAIRA GHESTC OAL NO BAS ‘a, compreendia uma imensidio territorial sobre a qual e reprodu: formas de atividade laboral - producio de subsisténcl, extrativs de exportacao (sobretude cana-de-acicar€ algodo). Isso, tendo em vista o his- Xérico nio apenas dos ciclos, como os do acicar, no Nordeste, ¢ do ouro, em ‘Minas Gerais, mas também 0 desanvolvim DELGADO, 2005), Ao longo do literal, pont ‘fo urbana espaciakzados em servigos, no co a. Entre as areas urbanas, destacavam-se Recife, Salvador ¢ Rio de Janeiro, © Rio de Janeiro tornara-se a metrépole, abrigando a Corte © o governo ™onarquico. A cidade, que desdo 1763 era a sede do governo geral da Amé= _gma, assim, um novo impulso. Ao desembarearem no porto {do Rio de Janeiro, os nobres portugueses @ asseclas encontram uma cidade ainda | nos primeiros anos de corte, a cidade encontrava-se em franca aceleracio ‘no que tange ao processo de urbanizacio, A construcso chil ganha grande impeto, desenvolver:se os servicos urbanos e a intalacdo dos services publicos inerentes &fungio de capital co império, ¢ hi, consequentemente, um crescimento das ati- vidades comercias, manufatureiras, A populacio atinge o patamar de |16 mil habi- SPOUTS iRUASE DESINENCE HEL ND RS =O AMA ALO Durante a primeira metade do século XIX, a forga de trabalho nos nicleos ‘exerciam servigos de toda ‘gio. Esse segundo grupo vai ganhar corpo, gradativamente, no decorrer daquele iro agrpamento importante era o dos migrantes, que, no caso ena primeira meta- fas domésti fem geral da classe media, o= € pracas ~ proliferara com 0 ofisBes ~ artes negros de ganho ~ escravos pertencente ‘oda, vendiam seus servicos 1 mals direcamente no servigo doméstico. Estes, ‘em geral, no participavam das atividades de ganho nas ruas. Eram responsivels, pela manutencio da casa: cozinheiras, alas, damas-de-lele,lavacei rio ARNG DO MCAD RONND EAGIETHO MON HO HSL 9 ‘novo mpulso no siculo XIX. O crescimento da produgio de ‘izacio do processo de produgio © o advent das grandes raurbanizaci [No entant, como destaca Ancrad fea de nfuéncia € uma regio a entao hi de moderizagio. © resu ir da segunda metade de atvidades margi HEODORO, 1991 Sahador destacaa-e pelos servos em era Herdera ds condciode primeira ‘cova até 1763, a cidade manteve alguraspecularidades importantes Ent prin 5 de popula neg asileiras daquela época, havia dois tipos de pres- jcamente, dos escravos domésticos): de um lado, ‘enegros)¢, de outro, os escravos, seja S FOUTEAS POMS EADESEAMME HAL NO ESL 9405S AABGAD como negros de ganho, que deveriam entregar por vezes, uma parte do que ganhavar vendendo ‘em manufaturas e empreendimentos industria transporte, entre outres. A situacio gana novos contornos, sobretude a partir de segunda metade dos anos 1800: o aumento gradativo da pop lire tibertae, no caso das cidades do Sudeste e do Sul produtora de agtcar Impulsionad pela cr ‘ds lutasintestinas de lbertacéo, as exportacées nordestinas ganharn novo alento longo periodo, mas foi responsivel regiio, notadamente coma instalaczo de unis antiquados engenhos (EISEMBERG, 1977). de algodio, em decorréncia se uma década, as exportagées nordestinas de algodio pa producio americana proporcionou a quebra do setoralgod vando 0 segmento produtivo 4 estagnacio, eT 1s 00 MEAD ILO E ARLEN SAA HO Aregh fo steule XIX, mantinha-se atrelada em gran- de medida a ‘ouro de Minas Gerais hava sido a ponta- de-lanca de ceuja pujanga foi responsivel pelo desen- ‘olvimento de urn complexe sistema de transport roducae se espraara do Rlo de Janeiro pelo Vale do Par terras do Oeste ‘concentrara,sobretudo a partir da segunda meta de dos anos 1800, 0 inamico da economia cafeeira que, durante quase tum século,seré.o motor de nossa economia. ‘Até meados da década de 1860, a expancio cafeeira val se basear quase que exclusivamente nobrago escrave, E, com o fim do trfice, em 1850, a demanda o setor € suprida pelo deslocamento dos escraves de rotadamente Nordeste, concentrando-se, assim, um signi cativos na regio Sudeste ‘A populacto do Bras, na primeira trés mies de habitants, sendo que, dest ainda cerca de 400 mil negros e mulatos libertos e leram escravos. Havia le privagio de trax Pequenos servos, quando nao balho. Também se fario cada vez mals presentes os trabalhadores imigrantes, Nas primeiras décadas do século XIX, levas de trabalhadores de origem portu- guesa vieram i a de trabalho. J na segunda metade do século, Imigrantes dk mais 0 hx ss rans IRUAS A ESINDE A NO BISL— 1294S PE A ADE Explragio do tne compulsério, de un lado, e massa rarginalizada de outro, con te ndmeco de ves ¢Hbertos, que se lade (KOWARICK, 1994, p. 58) iil individuos na condigio de escravos, de acordo com as estimativas de Conrad, apresentadas por Kowarick ibid). 1.2 A SUBSTITUICAO DA MAO-DE-OBRA ESCRAVA: UM DEBATE EM ABERTO Em geral, a maior parte da populas serida no que Furtado chamou de seror: ‘escravos. Com efit, de acordo com Furtado, a par a economia de subsisténcia nao seria bem adaptada 0 trabalho assalariado regular; além disso, ainda de acordo com o autor, tratava- jevido A sua dspersio em vastas . 10 livre foi dado pela abolicio do ( fim do fluxo de novos escravos teve como seqlentes, 0 enfraquecimento do sistema escra- ipalmente, as mis condigées de reproducio da forca de Gemao -Aoam0 30 ue09 TEA SA QS AEN AD BS, condigdes de vida por Kowariek sobre 30 do contingente de [Nesze contexte, onde as condigSes de vida a que estavam submeti ‘ravos eram partcslarmente ruins, importacio de escravos noves const ‘etapa necessiria& manutencio do sistema escravista relacio & uulizacio e ac destino da méo-de-obra des escravos que viesser a ser Ibertados. So especaimente os grandes fazendelros do Oeste Pauista—4 época,a rego mais dina da produgso do café— que, inseguros quanto possibilidade de

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