Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
0
DNA Educação
DNA Educação
Ivanio Dickmann
(organizador)
1
DNA Educação
CONSELHO EDITORIAL
FICHA CATALOGRÁFICA
_______________________________________________________
ISBN 978-85-93711-43-5
1. Educação. I. Título.
CDD 370.1
_______________________________________________________
2
DNA Educação
Ivanio Dickmann
[organizador]
DNA EDUCAÇÃO
Volume VI
Diálogo Freiriano
São Paulo – SP
2018
3
DNA Educação
ÍNDICE
4
DNA Educação
5
DNA Educação
VIVÊNCIAS INTERDISCIPLINARES E
MULTIPROFISSIONAIS NA FORMAÇÃO EM SAÚDE: UM
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Vanise Dal Piva, Maria Elisabeth Kleba .............................................. 268
6
DNA Educação
7
DNA Educação
8
DNA Educação
NEUROCIÊNCIA E EDUCAÇÃO:
UMA ASSOCIAÇÃO POSSÍVEL PARA COMPRE-
ENSÃO DA APRENDIZAGEM DA LECTO-ES-
CRITA EM EJA
RESUMO:
Este artigo tem por objetivo geral compreender como a teoria conexio-
nista aplicada à aprendizagem da linguagem pode contribuir na prática
pedagógica do Método Sociolinguístico: consciência social, silábica e al-
fabética em Paulo Freire, com a intenção de promover uma reflexão so-
bre as contribuições que esta teoria pode trazer à prática pedagógica para
os alfabetizandos da EJA. O Método Sociolinguístico, acima citado, es-
tabelece uma opção segura e competente, para melhorar a qualidade do
ensino na alfabetização de jovens e adultos, pois garante o domínio dos
usos sociais da leitura e da escrita.
Palavras-chave: Teoria Conexionista. Método Sociolinguístico. Cogni-
ção. Leitura e Escrita.
ABSTRACT:
This article aims to understand how the connectionist theory applied to
language learning can contribute to the pedagogical practice of the Soci-
olinguistic Method: social, syllabic and alphabetic consciousness in Paulo
Freire, with the intention of promoting a reflection on the contributions
that this theory can bring pedagogical practice for EJA's literacy students.
The Sociolinguistic Method, cited above, establishes a safe and compe-
tent option to improve the quality of teaching in youth and adult literacy,
as it ensures the mastery of the social uses of reading and writing.
Keywords: Connectionist theory. Sociolinguistic Method. Cognition.
Reading and writing.
9
DNA Educação
Introdução
De acordo com Cosenza e Guerra (2011, p. 11), o cérebro é a
parte mais importante do nosso sistema nervoso, pois é “através dele que
tomamos consciência das informações que chegam pelos órgãos dos sen-
tidos e processamos essas informações, comparando-as com nossas vi-
vências e expectativas”. Ainda segundo esse autor, é dele também que
emanam as respostas voluntárias e involuntárias, que fazem com que o
corpo, eventualmente, atue sobre o ambiente e é também por meio do
seu funcionamento que somos capazes de aprender ou de modificar
nosso comportamento à medida que vivemos. Da mesma forma, os pro-
cessos mentais, como o pensamento, a atenção ou a capacidade de julga-
mento, são frutos do funcionamento cerebral. Isso tudo é realizado por
meio de circuitos nervosos, formados por dezenas de bilhões de células,
chamadas de neurônios.
A educação tem por finalidade o desenvolvimento de novos
conhecimentos ou comportamentos, sendo mediada por um processo
que envolve a aprendizagem. Ou seja, “aprendemos quando somos ca-
pazes de exibir, de expressar novos comportamentos que nos permite
transformar nossa prática e o mundo em que vivemos, realizando-nos
como pessoas vivendo em sociedade” (COSENZA e GUERRA, 2011,
p. 141-142). Ainda para esses autores, as estratégias pedagógicas promo-
vidas pelo processo ensino-aprendizagem, aliadas às experiências de vida
às quais o indivíduo é exposto, desencadeiam processos como neuro-
plasticidade, modificando a estrutura cerebral de quem aprende. Tais
modificações facilitam o aparecimento de novos comportamentos, ad-
quiridos pelo processo da aprendizagem.
De acordo com Cosenza e Guerra (2011, p.36), uma caracterís-
tica marcante do sistema nervoso é então a “sua permanente plasticidade.
E o que entendemos por plasticidade é sua capacidade de fazer e desfazer
ligações entre neurônios como consequência das interações constantes
com o ambiente externo e interno do corpo”. Essa plasticidade entre as
células nervosas é a base da aprendizagem que permanece por toda vida,
diminuindo apenas com o passar dos anos, exigindo mais tempo e es-
forço maior, para que de fato o aprendizado aconteça. Portanto, do
ponto de vista neurobiológico, a aprendizagem se traduz pela “formação
10
DNA Educação
11
DNA Educação
12
DNA Educação
13
DNA Educação
14
DNA Educação
15
DNA Educação
16
DNA Educação
17
DNA Educação
3Embora esses autores atribuam essa palavra a Freire, ele, em nenhuma de suas obras, fala
de descodificação e, sim, de decodificação.
18
DNA Educação
19
DNA Educação
faz um favor para receber muito mais em troca”. (Ibidem, p.38). Por-
tanto, nesse sentido, escutá-los significa falar com eles, e não puramente
falar a eles, pois seria uma maneira de não ouvi-los e um desrespeito aos
níveis de compreensão que os educandos têm da sua própria realidade.
Escutar é assumir uma atitude curiosa e séria diante de um problema.
Assim, segundo Benvenuti (2012, p. 17-18), a formação preconizada por
Freire só se concretiza “se a pedagogia permite que a pessoa possa se
descobrir como sujeito de sua destinação histórica. É a educação como
prática da liberdade que aproxima o modelo pedagógico da ação cultural
e da conscientização”.
Leitura, escrita e cognição
Nas últimas décadas, os estudos neurocientíficos avançaram
muito e, hoje, se tem conhecimento de como funciona o cérebro com
relação à aquisição da linguagem e os processos cognitivos envolvidos
no desenvolvimento da leitura e da escrita. De acordo com Borba, Pe-
reira e Santos (2014, p. 20), as pesquisas atuais apontam para a impor-
tância do vínculo dos estudos da “educação e da linguística com os acha-
dos da neurociência, possibilitando um arcabouço teórico e metodoló-
gico para a investigação da cognição, visando o desenvolvimento de es-
tratégias de ensino-aprendizagem mais eficazes”. Todavia, de acordo
com Zimmer, Blatskowski e Gomes (2004), o professor deve “auxiliar o
aluno a tornar-se um investigador diante do texto, valorizando o seu co-
nhecimento, auxiliando-o na tarefa de exame e reelaboração do dado
frente ao novo por meio da manipulação cognitiva que caracteriza sua
subjetividade” (apud BORBA, PEREIRA e SANTOS, 2014, p.22-23).
Segundo Midlej (2014, p.193), a apropriação da leitura e da es-
crita é um processo no qual o aluno vai, o tempo todo, “tentando resol-
ver problemas que a escrita coloca diante dele, nesse caso, tanto faz ser
criança quanto adulto, ambos passam por etapas semelhantes de concep-
ção da escrita”. A grande diferença entre a criança e o adulto, ainda se-
gundo essa autora, é que o adulto além de já ter fixado formas de conhe-
cimento da Língua como forma de comunicação social, possui informa-
ções sobre a escrita e já faz algumas ideias sobre o seu funcionamento.
20
DNA Educação
21
DNA Educação
22
DNA Educação
23
DNA Educação
24
DNA Educação
processos cerebrais. Por certo, serve como auxílio para a prática pedagó-
gica do Método Sociolinguístico: consciência social, silábica e alfabética
em Paulo Freire, pois mostra ser possível, por meio da plasticidade cere-
bral, ativar as redes neurais já existentes dos alunos da EJA, e criar redes
novas; ou seja, integrar conhecimento novo ao já existente no cérebro.
Dessa forma, os processos cognitivos dos alfabetizandos são atingidos
por fatores físicos e químicos que ocorrem no cérebro humano, a partir
da exposição e da interação com o meio, guardando em seus cérebros as
experiências e informações recebidas, ajudando-os na compreensão da
aprendizagem da leitura e da escrita.
Referências
ARAÚJO, M. C. S. Perspectiva histórica da alfabetização. Viçosa:
Universidade Federal de Viçosa, 1996.
BENVENUTI, Juçara. O dueto leitura e literatura na educação de
jovens e adultos. Porto Alegre: Mediação, 2012.
BORBA, Valquíria Claudete Machado; PEREIRA, Monalisa dos Reis
Aguiar. SANTOS, Adelino Pereira dos. Leitura e escritura: processos
cognitivos, aprendizagem e formação de professores. Revista da
FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 23, n. 41, p.
19-26, jan./jun. 2014.
BOWER, Gordon. How might emotions affect learning? In: CHRIS-
TIANSON, Sven-Åke. The handbook of emotion and memory: research
and theory. Nova Jersey: Lawrence Erlbaum Associates, 1992. p. 3-32.
CASASANTA, L. M. Métodos de ensino de leitura. São Paulo: Edi-
tora Brasil S/A, s.d.
CIELO, Carla Aparecida. A flexibilidade do paradigma conexionista.
Letras de Hoje, n. 112, 1998, Porto Alegre. P. 43-49.
COSENZA, Ramon M. GUERRA, Leonor B. Neurociência e educa-
ção: como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se
completam. 51 ed. São Paulo: Cortez, 2011.
JENSEN, Eric. O cérebro, a bioquímica e as aprendizagens: um guia
para pais e educadores. Porto: ASA, 2002.
LEITE, Anelise de Souza. O paradigma conexionista na aquisição
lexical. REVEL. Vol. 6, n. 11, agosto de 2008. ISSN 1678-8931
[www.revel.inf.br]. http://www.revel.inf.br/files/artigos/re-
vel_11_o_paradigma_conexionista_na_aquisicao_lexical.pdf acesso em
26/06/17
25
DNA Educação
26
DNA Educação
RESUMO:
No presente trabalho buscou-se analisar os obstáculos enfrentados pela
instituição, na gestão escolar, referente à participação dos pais e se os
envolvidos sabem a importância de sua participação nesse processo que
é uma ferramenta igualitária para execução de uma formação cidadã. Os
dados foram recolhidos principalmente através de observação partici-
pante estando registrados em um diário de campo. Analisando se as
ações da instituição, baseados nos fins da gestão, cumprem as disposi-
ções legais na Gestão Escolar contemplando a etapa de desenvolvimento
e a perspectiva de construção de uma Gestão Democrática Participativa.
Palavras chave: Gestão Democrática; Conscientização; Participação;
Educação.
ABSTRACT:
In the present study aimed to analyze the obstacles faced by the institu-
tion, in the school management, referring to the participation of parents
and / or guardians and those involved know the importance of their
participation in this process is an egalitarian tool for performing a civic
education. Being a qualitative approach, a case study, data were collected
mainly through participant observation and recorded in a field diary. An-
alyzing the actions of the institution, based on the purposes of manage-
ment, meet the legal requirements in the School Management contem-
plating the stage of development and the prospect of building a Demo-
cratic Participative Management.
Keywords: Democratic Management; Awareness; Participation; Educa-
tion.
27
DNA Educação
Introdução
Uma instituição escolar precisa de organização interna, pré-es-
tabelecida no Projeto Político Pedagógico e no Regimento Escolar, res-
peitando a legislação estadual, municipal e federal. Esta estrutura asse-
gura o funcionamento da escola, e suas inter-relações nos seus setores e
funções.
A escola pode ir além de suas tarefas meramente burocráticas,
pois através de uma gestão participativa, onde a direção conta com a par-
ticipação do “pessoal” da escola, pode-se buscar objetivos comuns de
maior amplitude, que serão assumidos por todos, em benefício de todos,
com as decisões de tomadas coletivamente e discutidas publicamente,
onde todos dirigem e são dirigidos, avaliam e são avaliados.
Para isso caberá ao gestor instigar a atuação de toda comuni-
dade na gestão da instituição escolar, utilizando a comunicação e a apro-
ximação da escola com todos os envolvidos no processo educativo, esti-
mulando o interesse aos assuntos pertinentes a vida escolar; discutindo a
importância da participação de todos na tomada de decisões.
O presente trabalho pretendia analisar os obstáculos enfrenta-
dos pela instituição, na gestão escolar, referente à participação dos pais
e/ou responsáveis e se os envolvidos sabem a importância de sua parti-
cipação nesse processo que é uma ferramenta igualitária para execução
de uma formação cidadã.
Para melhor entender a gestão da escola buscou-se através de
algumas publicações referentes à gestão escolar participativa, tendo
como norte, pensar uma gestão mais democrática na escola, uma vez que
a literatura e a realidade atual apresentam novas maneiras de gerir, ou
seja, a popularização da gestão da escola prevista na LDB, Lei de Dire-
trizes e Bases da Educação 9.394 de 20 de dezembro de 1996.
Nesse quadro, o trabalho aqui apresentado, se justifica de
acordo com essa prática educacional, que busca uma atuação coletiva na
gestão escolar, para que a escola proporcione aos educandos, possibili-
dades de construírem seus aprendizados por meio de uma atuação ativa.
Descobrindo assim se a Instituição escolar em questão conseguirá ou não
acompanhar esse novo paradigma de Gestão Escolar.
28
DNA Educação
29
DNA Educação
30
DNA Educação
31
DNA Educação
32
DNA Educação
33
DNA Educação
34
DNA Educação
35
DNA Educação
36
DNA Educação
37
DNA Educação
38
DNA Educação
uma gestão afetiva que acolha toda comunidade escolar e que prime pela
formação de um cidadão consciente e atuante no meio em que vive.
Os participantes são, Equipe diretiva, professores, funcioná-
rios, alunos, pais e/ou responsáveis. A pesquisa realizou-se com todos
os participantes da comunidade escolar entre os meses de junho de dois
mil e dezessete e abril de dois mil e dezoito.
O contato com a comunidade ocorreu de forma presencial,
tanto nas residências dos envolvidos como na escola. Um membro da
equipe diretiva e o professor investigador, uma vez por trimestre visita-
ram as famílias para que em um breve momento fiquem a par da reali-
dade da escola. Nas reuniões trimestrais, de pais, realizou-se uma síntese
dos acontecimentos e discutido entre os presentes, enriquecendo a ges-
tão escolar com as contribuições de cada um.
Os dados serão recolhidos principalmente através de observa-
ção participante, pois segundo Thiollent, (1987, p. 32). “na observação
participante, os pesquisadores estabeleceram relações comunicativas
com as pessoas e grupos da situação”.
Durante essa observação participante (visitas nas residências e
encontros na escola) os dados foram registrados em um diário de campo
que segundo Lewgoy, Scavoni é:
39
DNA Educação
40
DNA Educação
41
DNA Educação
Referências
ARAÚJO, Maria Cristina Munhoz. Gestão Escolar. IESDE Brasil,
2009.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n.
9.394 de 20 dez.1996.
(BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica.
Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares. Gestão
da educação escolar. Brasília: UnB/ CEAD, 2004).
FREITAS, Kátia Siqueira. GIRLING, Robert. Liderança em gestão
educacional: buscando caminhos para a escola efetiva. Esperança, 1999.
GADOTTI, Moacir. Concepção dialética da educação: um estudo
introdutório. São Paulo: Cortez, 2001.
GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José E. Autonomia da Escola. 6. ed.
São Paulo: Cortez, (Guia da escola cidadã; v.1), 2004.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo:
Atlas, 1991.
HADDAD, Sérgio. Relatoria Nacional para o Direito Humano à Edu-
cação: projeto relatores nacionais em DhESC – Plataforma Brasileira de
Direitos Humanos Econômicos, Sociais e Culturais – DhSEC Brasil,
2003. Disponível em: www.acaoeducativa.org.br/downloads/direito.pdf
acesso em 05 de março de 2007.
LEWGOY, Alzira Mª. B; SCAVONI, Maria Lucia. Supervisão em Ser-
viço Social: a formação do olhar ampliado. In: Revista Texto & Contex-
tos. EDIPUCRS. Porto Alegre: 2002.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da escola: Teoria e
Prática. 5ª Ed., Goiânia: Editora Alternativa, 2004.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prá-
tica. 5. ed. Goiânia: MF Livros, 2008
LIEBSCHER, Peter. Quantity with quality ? Teaching quantitative
and qualitative methods in a LIS Master’s program. Library Trends,
v. 46, n. 4, p. 668-680, Spring 1998.
LÜCK, Heloísa. Perspectivas da Gestão Escolar e Implicações
quanto à formação de seus gestores. Em aberto, Brasília, v. 17, n.72,
11-33, fev. /jun.2000.
LÜCK, Heloisa.Dimensões de gestão escolar e suas competências. Curi-
tiba: Positivo, 2009.
MACHADO, Cristiane. Avaliação externa e gestão escolar: reflexões
sobre usos dos resultados. @mbienteeducação, 2012. Disponível em:
42
DNA Educação
http://www.cidadesp.edu.br/old/revista_educacao/index.html. Acesso
em maio 2018.
PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública. São
Paulo: Editora Ática, 1997.
PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática na escola pública. São
Paulo: Ática, 2001.
SALLA, Fernanda. Neurociência: Como ela ajuda a entender a aprendi-
zagem. Revista Nova escola. Ediçao 253, Junho/Julho 2012. Disponí-
vel em; http://revistaescola.abril.com.br/gestão-escolar/neurociencia-
com-ela-ajuda-entender-aprendizagem-691867.shtml?page=2. Acesso
em: maio, 2018.
SOUZA, A.R. Explorando e construindo um conceito de gestão es-
colar democrática. Educação em Revista. Belo Horizonte. v.25, n.03,
2009.
THIOLLENT, Michel. Notas para o debate sobre pesquisaação. In:
BRANDÃO, Carlos Rodrigues (Org.). Repensando a pesquisa partici-
pante. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1987. p. 82-103.
VALERIEN, Jean. Gestão da escola fundamental: subsídios para aná-
lise e sugestões de aperfeiçoamento. 2 ed. São Paulo: Cortez; Brasília:
Unesco - Mec, 1993.
Yin, R. (1984). Case study research: Design and methods. Newbury
Park, CA:Sage.
Yin, R.K. (2005). Estudo de caso: Planejamento e métodos. (Ed. 3.)
Porto Alegre: Bookman.
43
DNA Educação
1 Licenciado em Letras pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais/Unileste - MG; Licen-
ciado em Pedagogia pelo Instituto Superior de Educação Elvira Dayrell; Especialista em Gestão
Educacional - Instituto Superior de Educação e Cultura Ulysses Boyd; Especialista em Educação
Inclusiva e Diversidade - Instituto Superior de Educação e Cultura Ulysses Boyd.
44
DNA Educação
Introdução
Tudo ao redor e dentro do ser humano está sustentado por
ideias, informações e conhecimentos. É uma explosão de provocação e
de estímulos. É conhecimento se ampliando em dúvida, em questiona-
mento, em crítica, em observação e em novos conhecimentos. Esse olhar
atencioso sobre as coisas é inerente a condição humana. É uma latente
necessidade de descobrir, de ampliar suas capacidades e desbravar o
novo.
O ser humano descobre e valoriza o poder da transformação
quando desenvolve suas habilidades de observação. Na condição de cu-
rioso, estudante ou pesquisador, o ser humano ao se relacionar com as
coisas passa a conviver com várias situações, desejos, sensações e com
uma vastidão de deslumbramentos.
Ao observar, o indivíduo interage com a incerteza (é por essa
perspectiva que se deve observar?), com a dúvida (o que e como se deve
observar?) e com a imprevisibilidade das coisas (tudo muda o tempo
todo. Quais serão as próximas mudanças? Quais mudanças podem advir
da minha ação?). É a relação envolvente com a complexidade do objeto
observado que provoca, aguça e estimula. É uma confluência desafia-
dora, porém sadia e necessária a evolução humana.
Em seus primeiros escritos, Vigotski sugere que a atividade so-
cialmente significativa é o princípio explicativo da consciência, ou seja, a
consciência é construída de fora para dentro por meio das relações soci-
ais (Kozulin, 2002).
Ao estabelecer um contato consciente com o mundo, esse es-
paço de possibilidades, o homem encontra realidades, formas, cores, pra-
zer e novas maneiras de sobrevivência. Ao interagir com essas descober-
tas, o homem se reconhece como ser epistêmico, intervém no seu corpo,
no espaço, na sua realidade, estrutura a comunicação, gera cultura e
exerce poder. De acordo com Raffestin (1993):
45
DNA Educação
46
DNA Educação
47
DNA Educação
48
DNA Educação
49
DNA Educação
50
DNA Educação
51
DNA Educação
52
DNA Educação
53
DNA Educação
54
DNA Educação
55
DNA Educação
56
DNA Educação
57
DNA Educação
58
DNA Educação
59
DNA Educação
60
DNA Educação
61
DNA Educação
62
DNA Educação
63
DNA Educação
64
DNA Educação
65
DNA Educação
66
DNA Educação
67
DNA Educação
68
DNA Educação
69
DNA Educação
70
DNA Educação
Referências
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. E. Ed. Tradu-
ção de Sergio Miceli. São Paulo: Perspectiva, 1987.
BUARQUE, Chico. Apesar de você. Disco Desalento. Lado B. Grava-
dora Phonogram – Philips. 1970
CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO DE
ADULTOS, 05, 1997, Hamburgo. Anais eletrônicos... Hamburgo:
UNESCO, 1997. Disponível em: Acesso em: 20 set. 2010
DAVIDOV, Vasily Vasilovich. La enseñanza escolar y el desarrollo psí-
quico: investigación psicológica teórica y experimental. Moscou: Edito-
rial Progreso. 1988.
DEMO, Pedro. Educação e desenvolvimento: mito e realidade de uma
relação possível e fantasiosa. Campinas, SP: Papirus, 1999. Coleção Pa-
pirus educação.
______. Professora, professor: ressuscitar. Universidade de Brasília,
2004c.
ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS, 08., 2006, Recife. Relatório Síntese. Recife: UFPe, 2006.
Disponível em: Acesso em: 09. 06. 2018.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Editora Paz e Terra. Rio de
Janeiro. 2001.
______. Educação como prática para a liberdade. 7. Ed. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1977.
______. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1987.
______. Educação como prática da Liberdade. 24. Ed. São Paulo: Paz e
Terra, 2000.
HORA, Dinair Leal. Gestão democrática na escola: artes e ofícios da
participação coletiva. 9. ed.São Paulo: Papirus, 2002.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍS-
TICA. Síntese de Indicadores Sociais de 2010. Rio de Janeiro: IBGE,
2010. (Série estudos e pesquisas, informação demográfica e socioeconô-
mica).
IOSIF, Ranilce Mascarenhas Guimarães. A qualidade da educação na
escola pública e o comprometimento da cidadania global emancipada:
71
DNA Educação
72
DNA Educação
RESUMO:
Neste texto analisamos como o ensino de Física aparece discursivizado
por professoras/es em processo de formação inicial. A pesquisa qualita-
tiva realizada, mobilizou as teorias sobre o ensino física, letramentos e
discurso pedagógico para o estudo. Os resultados sinalizam para um en-
sino de física em que a posição-sujeito docente é de autoridade do saber;
os efeitos de sentidos da dicotomia entre documentos curriculares naci-
onais e ensino tradicional; a concepção de que o ensino de física deve ser
pautado numa concepção cientificista. Afirmamos que o letramento aca-
dêmico pode promover o (re)pensar para uma formação docente em Fí-
sica emancipatória.
Palavras-chave: Discurso pedagógico. Ensino de Física. Letramento
acadêmico.
ABSTRACT:
In this text we analyze how the physics teaching appears discursive by
teachers in the process of initial formation. The qualitative research car-
ried out, mobilized theories of curriculum and pedagogical discourse for
the study. The results point to a teaching of physics in which the subject-
teacher position is the authority of knowledge; the effects of meanings
of the dichotomy between national curricular documents and traditional
teaching; the non-saying that the teaching of physics should be based on
a scientistic conception. We affirm that academic literacy promotes (re)
think for a teacher formation in emancipatory Physics.
Keywords: Pedagogical discourse. Teaching Physics. Academic writing.
73
DNA Educação
Considerações iniciais
Ao longo dos dois últimos séculos, o ensino de Física no nível
Médio tem apresentando importantes possibilidades de inovação diante
de diversas pesquisas na área e problematizações no contexto escolar.
Nesse sentido, as orientações curriculares nacionais muito têm contribu-
ído para um ensino de física na escola média, de maneira mais reflexiva,
interdisciplinar, às vezes de forma integrada e menos tradicional. Essas
mudanças ocorreram e ocorrem de forma geral, por meio de alterações
e influências de documentos, teorias e pesquisas, promovendo transfor-
mações não apenas no currículo formal e institucional, mas também nas
práticas de sala de aula (SASSERON, 2016).
Segundo os PCN + Física (2000), a presença do conhecimento
de Física no ensino médio recebeu um novo sentido a partir das diretri-
zes apresentadas nos PCN. Trata-se de construir uma visão da Física que
esteja voltada para a formação de um cidadão contemporâneo, atuante e
solidário, com instrumentos para compreender, intervir e participar na
realidade. Nessa perspectiva, o ensino de Física não pode prescindir da
presença da história da física, da filosofia e da sociologia da ciência e sua
ligação com outras áreas da cultura, como literatura, letras de música,
artes plásticas, cinema, teatro, entre outras linguagens (ZANETIC,
2016).
Contudo, o que observamos em relatórios de estágio entre ou-
tros gêneros textuais acadêmicos de caráter didático-pedagógico, elabo-
rados por estudantes de licenciatura da área, podemos afirmar que o en-
sino de Física na educação básica (no referimos ao nível médio) no Brasil
vem se processando ainda de maneira reducionista e formalista, alheio às
transformações sociais e educacionais que caracterizam a práxis educaci-
onal contemporânea.
Nesse sentido, neste trabalho, analisamos o Discurso Pedagó-
gico discursivizado sobre o ensino de Física por professoras e professo-
res, em formação, na licenciatura em Física, em uma universidade federal
baiana. A análise será guiada pela Análise do Discurso de linha francesa,
considerando que os sentidos sedimentados, institucionalizados, únicos,
evidentes que irrompem de um texto são construídos ideologicamente,
isto é, fabricados pela história Pêcheux (1969). Além disso, visamos à
74
DNA Educação
75
DNA Educação
76
DNA Educação
77
DNA Educação
78
DNA Educação
79
DNA Educação
4Lúcia Helena Sasseron, apesar de preferir usar o termo alfabetização científica para o ensino
de física, traz a concepção que para nós é de letramento científico. Ela ampara a sua preferência
no conceito de alfabetização proposta por Paulo Freire, que apesar de usar o termo alfabetiza-
ção, traz uma ideia de letramento, algo para além da escolarização.
80
DNA Educação
deve ser expressa como “k” (minúsculo). Isso pode ser explicado pelo
fato de como nos sinaliza Penido (2016), que esses estudantes em for-
mação em Física, não vivenciam outras formas de ensinar, tudo que sa-
bem é resolver problemas e de preferência aqueles das listas de exercício,
“bem manjados”.
Essas ações desconsideram os saberes discursivos dos estudan-
tes sobre determinado tema. Em consequência disso, o arquivo (“campo
de documentos pertinentes e disponíveis sobre uma dada questão”,
Pêcheux,1997a, p. 56) não é acessado, o que impede os/as estudantes de
aprenderem que têm o direito de posicionarem-se como sujeito capazes
de arriscar atribuir e construir sentidos, discordar daqueles já produzidos
e legitimados, bem como migrar para outras formações discursivas.
Passamos agora para o segundo relatório - R2 – em que obser-
vamos problemas no que concerne a formatação do gênero textual rela-
tório de estágio e ausência de elementos importantes como fundamenta-
ção teórica, metodologia, referências, entre outros. O/A estagiário/a só
apresenta quatro aulas, descritas como roteiro e não como planejamento
didático. Em meio ao plano de aula, aparecem notas dos alunos referente
a um indicada terceira avaliação, demonstrando uma dificuldade do esta-
giário em relação a arquitetura e composição textual do gênero em ques-
tão, assim como organização.
R2 traz a proposta de um estágio pautado na problematização,
aulas dialógicas e momentos de discussão de conteúdo. Há uma referên-
cia à produção do gênero textual relato, que pelas informações, será na
modalidade oral. São propostas listas de exercícios para abordagem dos
conteúdos trabalhados. Apesar de propor atividades reflexivas, o plano
de estágio apresenta a lista de exercício que pelo que observamos é um
instrumento muito comum nas aulas de Física e que nem sempre contri-
bui para o desenvolvimento da competência comunicativa dos estudan-
tes e apreensão de conteúdos.
Apesar de indicar propostas de atividades dialógicas, se apre-
sentam no plano de estágio em maior evidência as listas de exercício, que
segundo o estagiário, essas listas só serão aceitas se forem entregues den-
tro do prazo, o que nos permite afirmar que há uma preocupação maior
na entrega, do que necessariamente no processo de resolução, “nessa
81
DNA Educação
82
DNA Educação
83
DNA Educação
84
DNA Educação
1 – O que mais atrai sua atenção numa aula? (assinale quantos achar ne-
cessários).
( ) fórmulas e cálculos
( ) slides e filmes
( ) experimentos, aulas práticas
( ) história e leitura
( ) outros: _________
2 – Qual a sua maior dificuldade nos estudos? (assinale quantos achar
necessários).
( ) conceitos básicos
( ) cálculos
( ) abstração, usar a imaginação
( ) leitura e interpretação
( ) outros: __________________
85
DNA Educação
86
DNA Educação
87
DNA Educação
88
DNA Educação
Referências
ASSOLINI, Filomena. Interpretação e Letramento: os pilares de susten-
tação da autoria. 2003. FFCLRP; USP, Ribeirão Preto, 2003. Tese (Dou-
torado).
ASSOLINI, Filomena. Discurso Pedagógico Escolar: condições de pro-
dução, interpretação e a emergência da autoria. In: TFOUNI, Leda Ver-
diani. Múltiplas Faces da Autoria. Ijuí: Ed. Unijuí, 2008.
BARTON, D. Literacy: an Introduction to the Ecology of Written Lan-
guage. Oxford: Blackwell, 1994.
BORDIEU, P. A Economia das Trocas Simbólicas, Perspectiva, São
Paulo, 1974.
BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. Ori-
entações Curriculares para o Ensino Médio – Ciências da Natureza , Ma-
temática e suas
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais + (PCN+) Ensino Médio.
Ministério da Educação, 2000.
FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artmed,
2009.
FONTANA, Niura Maria. Relatos de Estágio: novas visões, novos gê-
neros? In.: AZEVEDO, Tânia Maris; PAVIANI, N. M. S. (Org.). Uni-
verso Acadêmico em Gêneros Discursivos. Caxias do Sul: EDUCS,
2010.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido.22ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1987.
KLEIMAN, A. R. B..Os significados do letramento: uma nova perspec-
tiva sobre a prática social da escrita. Campinas, SP: Mercado das Letras,
1995.
KLEIMAN, A.B. Letramento e suas implicações para o ensino de língua
materna. Signo. Santa Cruz do sul, 2007. V. 332, n. 53, pp. 1-25.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: configuração, dinamicidade e cir-
culação. In: KARWOSKI, A. M.; GAYDECZKA, B.; BRITO, K. S.
(Org.). Gêneros textuais: reflexões e ensino. 2. Ed. Rio de Janeiro: Lu-
cerna, 2006. p. 23-36.
MARTINS, Isabel. Alfabetização, alfabetismo ou letramento? In:GAR-
CIA, Nilson, M. D.;HIGA, I. et al. (orgs.).A pesquisa em Ensino de Fí-
sica e a sala de aula.São Paulo:Editora Livraria da Física,2012.
ORLANDI, Eni P. A linguagem e seu funcionamento: as formas do dis-
curso. 4ª ed. 4ª imp. Campinas – SP: Pontes, 2006.
ORLANDI, Eni P. Análise do discurso: princípios e procedimentos. 7ª
Ed. Campinas – SP: Pontes, 2007.
89
DNA Educação
90
DNA Educação
91
DNA Educação
Considerações iniciais
Elencamos o tema Afetividade por ser significativo para ambas.
É de grande interesse esse tema para nós, onde essa inquietação surgiu
desde estudos realizados de forma individual e coletiva na Universidade
e, principalmente, no momento da atuação como docente. Ou seja, esse
artigo estabelece uma continuidade ao projeto de pesquisa que foi reali-
zado de forma rica e trabalhosa, e nos serviu como base para a realização
final deste trabalho.
Discutimos sobre o tema Afetividade na relação professor-
aluno desde a sua entrada no Ensino Fundamental à sua chegada ao En-
sino Superior. Não consideramos neste artigo a Educação Infantil, por
compreendermos que nesta etapa escolar os alunos necessitam de mais
atenção e cuidados. Além do mais, eles não têm tanta noção de regras e
limites e as emoções fluem de modo diferenciado nessa idade, sendo ex-
pressas de modo mais espontâneo. Buscamos abordar os “dois lados da
moeda”, e agora traremos nosso ponto de vista (“que lado iremos ficar”),
sem desmerecer nenhum autor e também aprimorando com a pesquisa
em campo. Compreendemos até então a responsabilidade e importância
que o professor tem na vida de cada discente, de como os vínculos se
constituem entre eles e se a sua presença ou não interferem no processo
aprendizagem das crianças, jovens e também dos adultos.
Trazemos Leandro Karnal abordando sobre o perigo do pro-
fessor usar de muita intimidade com seus alunos, não precisando ser
amigo e muito menos inimigo, pois em relações desses extremos não terá
espaço em sala de aula, onde o professor deve ser profissional e o aluno
sujeito disposto a aprender. O melhor de tudo foi contrapor com outros
estudiosos, como Nelnie Viale Lorenzoni dizendo que sem um vínculo
afetivo forte entre professor e aluno, vai ser muito difícil ocorrer a apren-
dizagem, podendo ser até impossível.
Mas, sabemos, que o importante é construir uma relação sau-
dável, para que o aluno possa desejar estudar e desejar aprender. Com
isso precisamos possibilitar momentos agradáveis (como nos diz a Neu-
rociência), ambientes acolhedores e atividades que gerem emoções positi-
vas, para que possam intervir de forma significativa no processo apren-
92
DNA Educação
dizagem. A grande chave é então despertar o prazer nos alunos, isso gra-
ças ao olhar sensível e reflexivo do professor e propostas diferenciadas
envolvendo os discentes e permitindo que se encantem pelo que só po-
derão ver dentro de uma instituição escolar.
Conceitos básicos
No decorrer de nosso Projeto de Pesquisa abordamos por di-
versas vezes os conceitos: vínculos e afetividade. Porém, não apresenta-
mos as suas significações, para isso, nos valemos de Lorenzoni (2004)
para expor esses conceitos de extrema importância para melhor compre-
ensão do presente artigo. Entende-se por afetividade “conjunto de fenô-
menos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimen-
tos e paixões, acompanhados sempre dá impressão de dor ou prazer, de
satisfação ou insatisfação, agrado ou desagrado, alegria ou tristeza” (LO-
RENZONI, 2004, p. 20). Assim, a partir deste conceito, percebe-se o
quão complexo pode ser a relação professor-aluno à luz da afetividade,
por apresentar dicotomia de sentimentos e emoções os quais permeiam
o processo de ensino-aprendizagem. E, compreende-se por vínculo: “A
formação de uma forte relação (attachment) que geralmente acontece entre
as mães e seus bebês, no período imediatamente após o nascimento”
(LORENZONI, 2004, p.24).
Identifica-se então que vínculo é uma forte ligação que, na mai-
oria das vezes, se apresenta no ambiente familiar, construído com as pes-
soas com quem nos relacionamos cotidiana e muito intimamente. Claro,
que muitas vezes há crianças e jovens sem mãe, ou que a mesma não seja
tão carinhosa ou presentes na vida de seus filhos. Depende da estrutura
familiar e da história de cada sujeito, por essa razão não concordamos na
definição de Lorenzoni sobre o Vínculo até o momento que se posiciona
como ligação forte geralmente entre mãe e filho. No século XXI deve-
mos pensar além da famosa família “perfeita” que nos mostra a mídia!
Muito se fala nesses conceitos (afetividade e vínculo), porém
pouco sabe-se o seu real significado, por apresentarem uma ampla signi-
ficação. Afirmamos isso pelos resultados do questionário o qual aplica-
mos a uma turma de vinte e quatro acadêmicas na disciplina de Análise
Crítica da Atuação Docente do curso de Licenciatura em Pedagogia pela
93
DNA Educação
Fonte: organização das autoras a partir de questionários respondidos por acadêmicas do curso
de Pedagogia. (A legenda corresponde do ponto mais alto do gráfico em sentido horário com a
lista, ao lado, de cima à baixo.)
94
DNA Educação
95
DNA Educação
96
DNA Educação
Lorenzoni (2004), onde tem mais experiência nesta área do que nós, in-
terligando com uma simples palavra dita por cada uma de nossas colegas,
sobre o que entendem por afetividade fechando com respostas muito bem
pensadas e elaboradas de nossas entrevistadas.
Pode-se observar que são complexas as palavras usadas nesse
artigo (afetividade e vínculo), e seus significados podem ser variados, de-
pendendo do ponto de vista de cada um. Acreditamos que nossas colegas
devem refletir um pouco melhor sobre esses conceitos (motivo desse
subtítulo), já que não estão completamente erradas, porém só veem a
afetividade por um lado, o lado bom na relação, e como vimos mais
acima, e de acordo com os autores citados, a afetividade tem/pode gerar
afeto, emoções e experiências sejam elas positivas ou, até mesmo, nega-
tivas.
Afetividade no processo aprendizagem
Esse artigo se estabelece a fim de compreender qual é o real
papel do professor dentro de uma sala de aula, frente aos alunos. Ser
carinhoso, não ser; depende a turma; levar em consideração a idade dos
alunos; entre outras hipóteses que são discutidas e tentaremos responder
fundamentando-nos em teóricos e empíricos
Quando o assunto é educação, e mais precisamente a relação
que deve e(ou) pode vir a ter entre alunos e professores, muitos são os
comentários ou discursos de quem às vezes nem trabalha nessa área.
Claro, não podemos tirar o direito de fala dessas pessoas, até mesmo
porque em algum momento de sua vida frequentaram ou frequentam
uma certa instituição de ensino. Porém o assunto trabalhado aqui tem
sua importância, pois se quer tanto saber se pode ou não ocorrer a apren-
dizagem sem uma relação afetiva de forma positiva entre o docente e o
discente.
97
DNA Educação
98
DNA Educação
duro. Trabalhe para fazer um bom trabalho. ” (p. 87). Então (S 3) traz o
que é ser um bom professor para ela:
Aqui fica claro que, para uma aluna do Ensino Médio, o impor-
tante não é amar os alunos, tão pouco os alunos amarem seus professo-
res, e sim ensinar da melhor maneira para que possam aprender da me-
lhor forma. “Gosto das professoras que não ficam brigando e gritando toda a hora.
E não gosto quando é muito braba. ” (M 1). Um ambiente agradável para
todos que ali estão inseridos, para sentirem-se bem e à vontade. Deverí-
amos amar a nossa profissão e os alunos amar aprender! Esse é o senti-
mento que poderia aparecer ao extremo em sala de aula.
Desse modo, segundo Lorenzoni (2004) “o papel do professor
é específico: ele deve preparar e organizar o universo onde as crianças e
jovens poderão buscar e se interessar” (p. 45, grifo nosso). Contudo, é
buscar o interesse na aprendizagem. Levando em consideração a defini-
ção de Aprendizagem:
99
DNA Educação
100
DNA Educação
Fonte: organização das autoras a partir de questionários respondidos por acadêmicas do curso
de Pedagogia (A legenda corresponde do ponto mais alto do gráfico em sentido horário com a
lista, ao lado, de cima à baixo.)
101
DNA Educação
102
DNA Educação
e ir em busca de ser bom naquilo que não tem tanto “apoio”. Então de
uma forma ou outra a pessoa pode aprender, de mesmo jeito que seria a
relação “a mais” com o objeto de aprendizagem (livros, calculadoras, te-
las…), o importante é o esforço e a vontade dentro de cada um. Se há
desejo, vou ir em busca com toda determinação, agora se for precisar e
desejar ajuda de alguém, isso fica a critério.
Referências
BEZERRA, Ricardo José Lima. Afetividade como condição para a
aprendizagem: Henri Wallon e o desenvolvimento cognitivo da criança
a partir da emoção. Revista Didática Sistêmica, Rio Grande, v. 4, p. 20-26,
jul./dez. 2006. Disponível em: <http://www.seer.furg.br/ojs/in-
dex.php/redsis/article/viewFile/1219/515>. Acesso em: 20 nov. 2016.
COSENZA, Ramon M. e GUERRA, Leonor B. Neurociência e Educação:
como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011.
KARNAL, Leandro. Conversas com um jovem professor. São Paulo. Editora
Contexto, 2012.
LORENZONI, Nelnie Viale. Vínculo afetivo e aprendizagem. Porto Alegre:
EST, 2004.
WADSWORTH, Barry J.. Inteligência e Afetividade da Criança na Teoria de
Piaget. Editora Pioneira, São Paulo. s/d.
103
DNA Educação
104
DNA Educação
Introdução
105
DNA Educação
3 Conforme o Art. 23, a educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semes-
trais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na
idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que
o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar. BRASIL, Lei 9.394, de 20 de
dezembro de 1996. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1996/lei-9394-20-
dezembro-1996-362578-publicacaooriginal-1-pl.html >. Acesso em: 17 jun. 2018.
106
DNA Educação
107
DNA Educação
108
DNA Educação
109
DNA Educação
110
DNA Educação
111
DNA Educação
112
DNA Educação
113
DNA Educação
114
DNA Educação
115
DNA Educação
116
DNA Educação
117
DNA Educação
Referências
ACIEM, Tânia Medeiros. Autonomia pessoal e social de pessoas
com deficiência visual após a reabilitação. Tese de mestrado (Pós-
Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento) – Faculdade de Psico-
logia, Universidade Presbiteriana Mackenzie, p. 96, 2011.
ARENDT, Hannah. Entre o Passado e o Futuro. 7. ed. São Paulo:
Editora Perspectiva, 2013.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
BEDIN, Liarine Fernandes, et. al. Estratégias de promoção da autoes-
tima, autonomia e autocuidado das pessoas com feridas crônicas. Re-
vista Gaúcha de Enfermagem. Porto Alegre, v. 3, n. 35, 2014. Dispo-
nível em: <http://www.ufrgs.br/cuidadocomapele/arquivos/tex-
tos_para_leitura/educacao_em_saude/Estrategias_de_promo-
cao_da_autoestima.pdf>. Acesso em: 19 jun. 2018.
BERNARDI, Elcira Machado; NETO, Erivaldo Fernandes; PILGER,
Jaqueline Regina. Autogestão, autodefensoria e famílias: orientações
para o trabalho com as famílias no contexto da Rede Apae. Brasília, 2017.
CARVALHO, Maria de Fátima. Educação de jovens e adultos com de-
ficiência mental: inclusão escolar e constituição dos sujeitos. Horizon-
tes. Itatiba, v. 24, n. 2, 2006. Disponível em: <http://alb.com.br/ar-
quivo-morto/edicoes_anterio-
res/anais16/sem09pdf/sm09ss02_07.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2018.
DIAS, Sueli de Souza; OLIVEIRA, Maria Cláudia Santos Lopes de. De-
ficiência intelectual na perspectiva histórico-cultural: Contribuições ao
estudo do desenvolvimento adulto. Revista Brasileira de Educação
Especial. Rio de Janeiro, v. 19, n. 2, 2013. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbee/v19n2/a03v19n2.pdf>. Acesso em:
20 jun. 2018.
FLICKINGER, Hans-Georg. Autonomia e reconhecimento: dois con-
ceitos-chave na formação. Educação. Porto Alegre, v. 34, n. 1, 2011.
Disponível em: <http://www.redalyc.org/html/848/84818591002/>.
Acesso em: 19 jun. 2018.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1977.
______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática edu-
cativa. Coleção Leituras. 21. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
GIL. Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São
Paulo: Atlas, 2008
GONSALVES, Elisa Pereira. Conversas sobre iniciação à pesquisa
científica. Campinas, SP: Alínea, 2001.
118
DNA Educação
119
DNA Educação
RESUMO:
O artigo tem por objetivo identificar as experiências do Movimento de Mu-
lheres Camponesas (MMC)3, que vêm contribuindo para a formação cidadã.
Trata-se de uma pesquisa empírica, embasada em relatos de experiências,
coletados durante eventos e através de observação participante. Apresenta-
mos um histórico MMC e as contribuições pedagógicas para a educação, um
trabalho que reflete a educação popular com experiências coletivas e demo-
cráticas Concluiu que O MMC, busca a valorização e diversidade cultural
presente nos espaços educacionais, com outras pedagogias possíveis, que in-
clua todas as culturas e respeite todos os sujeitos
Palavras-chave: Mulheres; Educação; Práticas Pedagógicas.
ABSTRACT:
The aim of this article is to identify the experiences of the Peasant Women
's Movement (MMC), which have contributed to the formation of citizens.
It is an empirical research, based on reports of experiences, collected during
events and through participant observation. We present a historical MMC
and the pedagogical contributions to education, a work that reflects popular
education with collective and democratic experiences. We conclude that
MMC seeks cultural valuation and diversity present in educational spaces,
with other possible pedagogies, which includes all cultures and respects all
subjects
Keywords: Women; Education; Pedagogical practices.
120
DNA Educação
Introdução
Em 2018, o Movimento de Mulheres Camponesas Camponesas
(MMC) completou mais de três décadas de existência, durante esse perí-
odo o movimento desenvolveu práticas pedagógicas que contribuem nos
processos de ensino-aprendizagem para uma compreensão cidadã. Este
artigo4 tem como objetivo, elencar umas práticas pedagógicas do MMC,
sua construção popular e possíveis contribuições educativas para uma
sociedade democrática.
O MMC vem desenvolvendo atividades relacionadas à luta de
classe e empodeiramento coletivo de mulheres, tendo como referência
os processos pedagógicos educacionais democráticos, que servem de
fontes e referenciais para os processos de formação integral.
Compreendemos que práticas pedagógicas são formas didáticas
e metodológicas de ensino-aprendizagem e GADOTTI (2000, p. 9)
afirma que “nesse contexto, o educador é um mediador do conheci-
mento, [...] sujeito da sua própria formação”. Assim percebemos o MMC
em relação às práticas desenvolvidas pelas mulheres camponesas, elas são
sujeitos de sua formação, reelaborando e registrando saberes adquiridos
ao longo de suas vidas, num processo de ensino-aprendizagem, que tem
como ponto de partida a realidade das camponesas. Para conhecer a re-
alidade e suas condições é necessário investigá-la, Freire (2014), numa
dinâmica de ação, reflexão e ação, que a pesquisadora italiana Mariatereza
Muraca (2015) afirma serem práticas pedagógicas do MMC. O MMC
também é sujeito de sua experiência.
121
DNA Educação
122
DNA Educação
123
DNA Educação
5 Agricultura familiar se caracteriza pelo trabalho realizado por toda a família camponesa.
124
DNA Educação
125
DNA Educação
126
DNA Educação
127
DNA Educação
128
DNA Educação
129
DNA Educação
130
DNA Educação
131
DNA Educação
a sua cura. Elas são utilizadas sob a forma de chás ou infusões que devem
ser ingeridos diariamente, enquanto durar o tratamento, mas é preciso
ter cuidado ao consumi-las, pois algumas delas podem ser tóxicas (+
tuasaúde, blog.). Segundo a ANVISA, “fitoterápicos são medicamentos
obtidos a partir de plantas medicinais” (MMC, 2014, p. 7)
As plantas medicinais foram à maior e mais importante fonte
de substância medicamentosa para aliviar e curar os males humanos em
quase toda a história (MMC, 2014). Através dos povos indígenas, curan-
deiras, benzedeiras, raizeiras, parteiras, rezadeiras foi-se reafirmando es-
ses conhecimentos que chamamos de conhecimento popular. A mili-
tante, benzedeira e curandeira Rosalina Nogueira da Silva: “As plantas
fitoterápicas foram, durante toda a história, as mais ricas em poder me-
dicinal. São usadas como remédio e também como alimento. Elas não
surgiram ontem. É parte da vida da humanidade” (BEN 2016, p. 06).
“Com a industrialização e mercantilizarão da medicina oficial,
passamos por um período de esquecimento e desvalorização do conhe-
cimento popular. A memória e a cultura dos povos foram sendo sufoca-
das” (MMC, 2007). “As mulheres no Movimento de Mulheres Campo-
nesas compreendem que há necessidade de grandes mudanças na huma-
nidade, pois a saúde está profundamente relacionada com o ambiente”
(MMC/SC, 2014, p.6).
A utilização das plantas medicinais na cura de diversas enfermi-
dades remonta à antiguidade, são diferentes etnias que detêm estes co-
nhecimentos, aprendidos desde criança com a família que passa de gera-
ção em geração. Em todas as atividades do Movimento percebemos a
preocupação com a vida, a saúde e autonomia das mulheres e família.
Neste compromisso com a saúde elas vão trocando sementes, mudas,
conhecimento e socializando as experiências. (MMC, 2017).
A utilização de plantas na arte de curar é uma forma de trata-
mento com raízes muito antiga, relacionada aos primórdios da medicina
e fundamentada no acumulo de informações através de sucessivas gera-
ções. São saberes herdados dos indígenas, negros e caboclos que povoa-
ram nossos territórios (CUNHA, 2014).
132
DNA Educação
133
DNA Educação
134
DNA Educação
135
DNA Educação
136
DNA Educação
137
DNA Educação
138
DNA Educação
139
DNA Educação
saudáveis sempre esteve nas mãos das mulheres camponesas e têm cer-
teza de que organizadas enfrentam sistemas de opressão e buscam a pró-
pria libertação.
O MMC em seus 35 anos de história tem muitas produções,
registradas, que visivelmente percebemos sua relevância bibliográfica,
histórica, de lutas e conquistas e empodeiramento das mulheres campo-
nesas, na produção do conhecimento em suas práticas pedagógicas que
ao mesmo tempo em que aprendem também ensinam.
Para o movimento de mulheres camponesas a educação precisa
estar a serviço das pessoas e não do capital e em defesa da vida e não das
coisas, que sirva para produzir sujeitos e não objetos de manipulação a
educação deve libertar, precisamos pensar outros saberes e outras peda-
gogias.
140
DNA Educação
141
DNA Educação
142
DNA Educação
143
DNA Educação
144
DNA Educação
145
DNA Educação
1 Bacharel em Serviço Social pela Universidade Católica Dom Bosco – UCDB. Assistente Social
no Movimento de Educação de Base – MEB e Assessor Técnico de Entidades, Movimentos
Sociais, Organizações e Projetos Sociais variados.
2 Pedagogo pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB. Pesquisador do Grupo de pesquisa:
146
DNA Educação
same goal. The development of this activity should provide the individ-
ual growth and the awareness of the relentless search for a transforming
change in the collective. In the activities of the Community Day everyone
must give their best, in a joint, united and community work. This activity
corresponds to the "high" point of learning, where students celebrate
everything they have learned and share the results with their family and
community. The proposed activities should be adapted according to the
needs and the reality of the class. It is a COM and NA community action.
Keywords: Popular Education. Community. Collective Participation.
Introdução
Pensar hoje em Educação Popular é lembrar-se de uma diver-
sidade de espaços que se fazem presentes os movimentos sociais e as
lideranças locais e são nesses espaços que as jornadas comunitárias acon-
tecem. Essa ação é um processo educativo que acontece e envolve a co-
munidade e tem por finalidade a conscientização e a implementação de
ações de incidência política.
A experiência das turmas de alfabetização de jovens e adultos
do MEB ao desenvolver a Jornada Comunitária nos espaços comuni-
tários serve como fomento da participação e emancipação das pessoas
que vivem nesses locais. Os educadores sociais são os mediadores dessa
ação. Eles têm como responsabilidade e missão levar os atores sociais
não alfabetizados a refletirem e se envolverem nas lutas e nos desafios
do dia a dia da comunidade em que vivem, ressignificando as relações, o
resgate cultural e o empoderamento e desenvolvimento dos indivíduos
coletivamente.
As atividades propostas a serem desenvolvidas nas Jornadas
Comunitárias pelos educadores, alunos e a comunidade tratam-se de re-
comendações para a realização de momentos de convivência, troca de
experiências e trabalho coletivo em prol da comunidade local, podendo
ocorrer em um bairro, na cidade, no campo, instituições religiosas ou
associações, sempre considerando a necessidade de haver um grupo de
pessoas em prol de um objetivo comum, onde todos dão o melhor de si
trabalhando conjuntamente. O desenvolvimento dessa ação deve ser
147
DNA Educação
148
DNA Educação
149
DNA Educação
150
DNA Educação
151
DNA Educação
evento. É sugerido que retorne ao quadro das atividades e que avalie cada
item e ao final registre as lições aprendidas e próximos passos se neces-
sário. Aproveitar também para fazer os comentários das pessoas que vi-
sitaram e participaram do evento. Escrever um relatório, ilustrar com fo-
tos, vídeos e os depoimentos. Assim se faz a memória e fica registrado.
Após um mês do evento é importante avaliar os efeitos da Jornada e a
sua incidência política. Analisar com a turma a possibilidade de realizar
nova Jornada Comunitária.
Ferramentas que podem ser utilizadas durante as Jornadas Comu-
nitárias.
Diversas são as ferramentas e instrumentos que podem ser uti-
lizadas na implementação e realização das jornadas e que facilitam a abor-
dagem, construção e entendimento acerca dos temas propostos durante
a jornada comunitária na comunidade. Tais ferramentas possibilitarão a
compreensão e envolvimento das pessoas resultando em uma ação har-
mônica e coletiva, além da divulgação das atividades através de diferentes
dinâmicas, métodos e ferramentas.
Ferramentas e instrumentos a serem utilizados na realização da
Jornada Comunitária:
Exposição
É uma técnica utilizada para o levantamento de problemas e
soluções a ser desenvolvida de maneira criativa e em linguagem acessível
a todos os membros do grupo. Pode ser realizada na apresentação do
tema utilizando cartazes, pinturas, colagens, poesias, e quaisquer outras
elementos e ou manifestações artísticas que mais se afinem com as habi-
lidades do grupo.
A exposição poderá ser preparada e desenvolvida com o grupo
no tempo de 1h as 2h, a depender das características do grupo, utilizando
o material mais adequado para cada tipo de equipamento que será utili-
zado na técnica.
Como exemplo pode citar mesas, prateleiras, cavaletes e supor-
tes para cartazes, colagens e outros.
Para empregar essa técnica é necessário dispor de um espaço
físico limpo, fechado, onde a exposição dos materiais e equipamentos
152
DNA Educação
escolhidos seja realizada, de forma que possa ser acessada facilmente por
todos os membros da comunidade e ou grupo.
Perceba que a operacionalização da ferramenta é bem livre e
fica a critério de cada educador identificar e estabelecer os melhores acer-
tos acerca da implementação da mesma de modo que possa melhor aten-
der ao grupo.
Debate
Assim como a exposição também é uma técnica que ajuda a
discutir uma situação ligada a rotina e que seja de interesse do grupo.
Com essa técnica é possível explorar e desenvolver importantes elemen-
tos para o trabalho com grupos com a observação, a fala e também o
exercício da escuta. A partir desta é possível também explorar o pensa-
mento critico, pois a escuta e o argumento de membros do grupo leva o
outro a organizar suas idéias e seus argumentos mesmo que este seja fa-
vorável ou não ao que está em discussão.
É fundamental haver uma boa mediação no uso dessa técnica
uma vez que é necessário manter o respeito e o exercício da admiração e
da discordância frente ao que esta sendo debatido.
Devido a sua configuração deve ser aplicada para um grupo de
até 30 pessoas, no período de 1h30 as 2h.
Para a execução dessa técnica é necessário haver um fato, tema,
história ou problema, ou seja, algo que seja de interesse dos participantes
e que demande um momento ampliado de discussão.
Roda de conversa
Permite que os participantes falem sobre as experiências e o que
pensam sobre o tema definido, ampliando a competência comunicativa
e a organização do pensamento dos participantes.
Essa técnica comporta até 25 pessoas em cada roda de conversa
e o tempo médio deve ser de 1h há 30 horas para realização da mesma.
Para realizar a roda de conversa é necessário haver a definição
de um tema, a partir daí selecionar fotografias, gravuras, objetos, textos
e outros que ajudem na compreensão do tema. Os participantes devem
estar dispostos em círculo e também é necessário existir um educar e ou
mediador que tem a função de moderar e facilitar a participação de todos
153
DNA Educação
154
DNA Educação
155
DNA Educação
156
DNA Educação
157
DNA Educação
158
DNA Educação
159
DNA Educação
160
DNA Educação
161
DNA Educação
162
DNA Educação
Introdução
A educação rural representa, para as populações que vivem no
campo, o significado de recursos deteriorados, sucateados, tanto na visão
pedagógica-social quanto material. Assim, os movimentos sociais têm in-
tensificado suas lutas na tentativa de garantir políticas públicas que via-
bilizem a superação da educação rural, para finalmente ofertar e garantir
a Educação do/no Campo.
Deste modo, uma das maiores discussões dentro da Educação
do Campo é o processo de ensino-aprendizagem que possua significân-
cia social, política e econômica para os sujeitos do campo, que respeite
suas particularidades, subjetividades e saberes/fazeres próprios de suas
culturas, sejam indígenas, quilombolas, agricultores/as e etc.
Desta forma, a pesquisa busca responder a seguinte questão: de
que forma o administrador escolar contribui com a pedagogia de proje-
tos para uma Educação do Campo contextualizada?
Tendo como objetivo geral analisar as contribuições do admi-
nistrador escolar na Educação do/no Campo, utilizando a pedagogia de
projetos e como objetivos específicos: Compreender as contribuições do
administrador escolar na Pedagogia de Projetos para a Educação do
Campo contextualizada, que leve em consideração os interesses dos es-
tudantes e comunidade; Investigar a percepção do administrador escolar
sobre a importância dos projetos desenvolvidos pela escola para uma
Educação do Campo contextualizada com a realidade sociocultural dos
sujeitos do campo; Identificar os projetos pedagógicos realizados no ano
de 2017 e se os mesmos contribuem para uma Educação do/no campo
contextualizada, na percepção da administração escolar.
O percurso metodológico da investigação consiste na aborda-
gem qualitativa, associada à pesquisa de campo e estudo de caso. Quanto
aos objetivos, estes são explicativos e descritivos. Para a coleta de infor-
mações, foi utilizada a entrevista semiestruturada com a administradora
escolar, que responde a 32 escolas do campo no município de Paulo
Afonso/Bahia.
Nesta perspectiva, a pedagogia de projetos tornou-se uma ali-
ada no sistema de multisseriação para trabalhar conteúdos interdiscipli-
narmente e entre os anos escolares que compõem esse sistema. Assim,
163
DNA Educação
164
DNA Educação
165
DNA Educação
terra, saneamento, estradas, enfim, um lar. Posto isso, a luta por educa-
ção tornou-se fundamental para continuar na luta para descontruir o mo-
delo predatório dos sujeitos do campo e seu modo de vida, sua relação
com a natureza, seus saberes/fazeres próprios, seus aspectos culturais e
sociais, sua identidade e seus valores morais e éticos.
Nesse bojo, a escola tem fundamental importância e em espe-
cial o/a administrador/a escolar, pois ele/a pode propor outros cami-
nhos no sentido da gestão democrática para guiar aqueles/as que fazem
parte do processo educativo em mostrar as reais condições da escola e
de seu processo de autonomia democrática (LIMA, 2007).
Esse profissional deve respeitar as especificidades, subjetivida-
des e intersubjetividades do locus educativo no qual as ações do/a admi-
nistrador/a escolar são desenvolvidas, nesse caso na Educação do/no
Campo. Essas instituições possuidoras de singularidades exigem do pro-
fissional da administração o reconhecimento e a inclusão de tais fatores
sociais, políticos, culturais e pedagógicos locais no exercício de sua fun-
ção. Também precisa levar em consideração as opiniões dos discentes,
docentes, coordenação pedagógica e da comunidade, possibilitando a
participação de todos esses atores na construção da proposta político
pedagógica e nos projetos educativos desenvolvidos durante o ano letivo,
além de se caracterizar em uma gestão democrática pode ser consolidada
uma educação contextualizada com o modo de vida e visão de mundo
dos sujeitos do campo.
Para que essa contextualização esteja efetivamente alinhada
com os anseios e modos de vida dos camponeses, é importante ouvi-los,
e mais que isso, é necessário não só permitir, mas criar meios para viabi-
lizar essa participação. Entretanto, quando se fala na participação da co-
munidade nas atividades escolares, assim como salienta Paro (1992), não
está se falando apenas da participação somente na execução das ativida-
des no âmbito escolar, mas no processo de tomada de decisão, na “par-
tilha do poder”, isto é, tem que se permitir a presença ativa desses sujeitos
no planejamento das atividades e não somente no momento da sua rea-
lização.
166
DNA Educação
167
DNA Educação
168
DNA Educação
169
DNA Educação
170
DNA Educação
171
DNA Educação
172
DNA Educação
173
DNA Educação
A gente está aqui como apoio, mas quem lida com a situa-
ção, com a realidade é o professor, ele é quem tem a parcela
maior da questão do levantamento de dados, da intenção de
trabalhar, porque não adianta sugerir um projeto que não
está dando para a realidade dela, tem que ser o professor,
agora todos têm que estar juntos. O professor é o agente
principal é ele que faz a diferença (ADMINISTRADORA
ESCOLAR).
174
DNA Educação
175
DNA Educação
176
DNA Educação
177
DNA Educação
178
DNA Educação
gestão o que ocorreu. A fala deixa transparecer que quem cria e organiza
os projetos é o corpo diretivo, as professoras apenas os executam, não
participando do planejamento, que deve ser coletivo.
Também, outra parte da fala da administradora deixa claro que
após as execuções dos projetos, estes não são avaliados coletivamente e
democraticamente. Assim, os projetos são avaliados pelos professores e
relatados a gestão escolar, mas onde está a participação da comunidade,
dos estudantes e das estudantes nessa avaliação? Sem essa participação
pode acontecer uma educação contextualizada?
Novamente fica evidente que as opiniões dos alunos, das alunas
e da comunidade não estão sendo escutadas. Essas vozes deveriam ser
ouvidas, pois poderiam proporcionar além da construção democrática,
um parecer do que deu certo e do que precisa melhorar nesses projetos
e nos que virão. Deste modo, refletir sobre as práticas educativas e assim
repensar seu fazer pedagógico pode permitir a reorganização e transfor-
mação educacional na tentativa de resolver os problemas encontrados na
realidade e essa é uma das propostas da pedagogia de projetos para a
Educação do Campo, mas isso só será efetivado se tiver a participação
de todos em uma gestão horizontal e não vertical.
No entanto, na realidade das escolas nas quais a diretora atua, a
participação em seu sentido autêntico, aquela que Paro (1992) concebe
como a participação efetiva em todos os momentos, sobretudo, no pla-
nejamento de cada atividade deixa/fica a desejar.
No que se refere à avaliação, etapa fundamental na pedagogia
de projetos, a diretora afirma: “Só nos dias de ACs que a gente tem esse contato
com elas para ouvir como aconteceu no projeto ou pelo whatsapp que elas estão sempre
dizendo para a gente como aconteceu ou quando a gente vai in loco e a gente presencia,
aí a gente vê o resultado” (ADMINISTRADORA ESCOLAR).
A avaliação dos projetos, segundo a fala da administradora es-
colar, é realizada por ela e/ou pelos professores/as, porém isso não con-
diz com uma gestão democrática, pois em sua fala a administração esco-
lar em nenhum momento expressou que os estudantes, os pais e mães
participaram da avaliação do projeto. Como saberão quais projetos tive-
ram realmente êxito se os discentes, pais e mães não foram ouvidos? Es-
sas colocações mostram que não se trata de uma avaliação coletiva (ou
179
DNA Educação
180
DNA Educação
181
DNA Educação
182
DNA Educação
183
DNA Educação
184
DNA Educação
185
DNA Educação
ABSTRACT:
This article has as problematic if the reading and the interpretation of
texts can aid in the resolution of mathematical problems. It aims to ana-
lyze the role of textual interpretation in solving problems. Then a recog-
nition was made to investigate how the use of reading can contribute to
problem solving and identify the challenges that the interpretation brings
to resolution. The research was carried out with 20 subjects of the mu-
nicipal network in the urban zone in the municipality of Irecê-Bahia. Be-
ing We use a qualitative approach of investigation, having as technical
procedure a field research and as instrument a questionnaire. The fol-
lowing results were presented: developing collective practices for a better
reading and interpretation in solving mathematical problems in munici-
pal schools; integrate teacher and student to not only promote the per-
manence of the subjects of the EJA, but also school success in all its
activities; develop work for reading problem situations. We conclude the
work in a reflexive way on the effectiveness of reading for interpretation
in solving mathematical problems in the EJA and its applicability.
Keywords: Interpretation. Mathematical problems. EJA
Introdução
O contexto atual apresenta muitas e incisivas mudanças econô-
micas, culturais, políticas e sociais que o Brasil vem sofrendo nos últimos
anos, nas quais a população depara-se com desafios e possibilidades de
crescimento num compasso acelerado. Através dessa realidade, a educa-
ção representa um importante meio de progresso e modernização social.
A Educação de Jovens e Adultos não raras vezes se apresenta
com campanhas paliativas de erradicação do analfabetismo adulto, nas
quais o Estado se exime parcialmente do cumprimento de suas funções,
por meio de parcerias, reforçando a educação da EJA como promoção
de ações compensatórias de baixo investimento.
Uma das grandes dificuldades dos docentes de matemática ini-
cia-se em torno da interpretação dos problemas a serem resolvidos pelos
estudantes. Em muitos casos, os docentes notam que a falha tem sua
origem nos anos iniciais, por falta de estimulação na leitura e na interpre-
tação do contexto básico do anunciado. A leitura é ponto primordial. A
leitura e a interpretação são peças chave para toda a vida escolar do aluno,
levando-o a se desenvolver em todas as áreas de conhecimento propostas
para a vida acadêmica.
186
DNA Educação
187
DNA Educação
188
DNA Educação
189
DNA Educação
190
DNA Educação
191
DNA Educação
192
DNA Educação
193
DNA Educação
194
DNA Educação
195
DNA Educação
196
DNA Educação
cente do Mestrado Profissional de Educação de Jovens e Adultos MPEJA- Salvador - BA. Líder
do Grupo de Pesquisa Formace Infância-UNEB/DECI. E-mail: anappp2010@gmail.com
197
DNA Educação
198
DNA Educação
199
DNA Educação
200
DNA Educação
201
DNA Educação
202
DNA Educação
ciados por atos eclesiásticos que condenam aos indivíduos a terem uma
perspectiva de obediência na cultura teocêntrica. O atributo de ter digni-
dade e ser digno passou a mãos daqueles que detinham o poder material
e o conhecimento acerca da própria existência humana e esses privilégios
eram apenas daqueles que se consideravam mensageiros de Deus,
portanto detentores da dignidade do outro: o clero.
Com o advento da formação das nações e consequentemente
com o surgimento da Monarquia, os direitos começam a se delinear não
para a defesa dos indivíduos, ou para a defesa ou para a preservação da
dignidade da pessoa humana, “eles surgem com os pactos que os reis da
Idade Média firmavam com seus súditos, para que estes confirmassem a
sua supremacia, em troca de algumas concessões a alguns estamentos
sociais”. Zisman( 2005, p. 56). O Monarca restringe o que se chama
“dignidade” do ser humano à sua intenção de demarcação do território
e dessa forma, vai-se criando ao longo da história um distanciamento
entre a efetivação da dignidade do ser humano submetido à estruturação
do espaço delimitado de cada povo.
No século XVII, com o advento da ciência, esta se desenvolve
focado no que é perceptível aos olhos, os filósofos também se detêm ao
objeto, ao que é exterior. A preocupação com o aspecto subjetivo do
homem nessa época, talvez mudasse o rumo da história, contudo não foi
o ocorrido.
Apesar disso, ainda houve filósofo que explicitasse o conceito
do que venha a ser dignidade, no marco da Idade Moderna, encontramos
Immanuel Kant. Na sua perspectiva, a concepção da dignidade parte da
autonomia ética do ser humano, considerando esta a autonomia como
fundamento da dignidade do homem, além de suscitar que o” ser huma-
no (o indivíduo) não pode ser tratado nem por ele próprio – como
objeto.” É com Kant que de certo modo, se completa o processo da
dignidade, que de vez por todas, abandonou as vestes sacrais, Sarlet
(2006 p.26).
Depreende-se, portanto, que só as vestes foram mudadas,
porém a concepção da dignidade como inerente ao próprio homem
encontra-se desde a antiguidade até os dias atuais. Mudou-se a roupagem
do pensamento cristão ao pensamento moderno, no entanto a concreti-
203
DNA Educação
204
DNA Educação
205
DNA Educação
ser estimulado a pensar sobre si, sobre sua origem, família e comunidade
para daí compreender a convivência social. Quando o sujeito se situa e
compreende o seu lugar, ele pode encontrar mecanismo de transforma-
ções internas se ressignificando e significando a sua própria construção
como sujeito crítico, histórico e social. O sujeito como afirma Deleuze,
se constrói na interação social, nas experiências na trajetória de vida. Isto
é válido para o sujeito educador, como o sujeito educando, os dois estão
em processos de construção e a interação favorece um mergulho na
imensidão, no “mar de incertezas do conhecimento” como afirma Morin
(2000).
A subjetividade é também reflexão de Mansano (2009) ela traz
em seu texto o conceito de Gauttari & Rolnik (1996), a subjetividade é
essencialmente fabricada e modelada no registro social. A autora
acrescenta que valores, ideias e sentidos ganham um registro singular,
tornando-se matéria prima para expressão dos afetos vividos nesses
encontros. Dessa forma, a subjetividade depende do palco social, há
produções de subjetividades no coletivo e no plano do ser, o sujeito se
constrói podendo responder diferentemente a cada subjetivação em
circulação. Tudo produzido em sociedade podem compor os elementos
da subjetivação, que certamente interferem no modo de percepção do
sujeito. Este pensar nos remete ao pensamento de Freire (1996) somos
inconclusos e estamos sempre em busca de uma completude, somos
sujeitos e o processo de subjetivação social, nos conduz a busca por uma
completude a qual não chegaremos, pois sempre estamos nos
dinamizando como sujeito e em contato com as subjetivações sociais.
A importância de estudar estas categorias no processo de
formação se deduz, pelo entendimento de que o educador possa ter em
relação a sua própria construção como sujeito e daí compreender o seu
educando como sujeito submerso na sua dignidade humana, no seu
eterno construir e nas relações com as subjetivações construídas nos
espaços sociais. Este entendimento, contribui também para a visualizar
que a verdadeira educação democrática deve ser conquistada, respeitan-
do o ser humano na sua humanidade.
206
DNA Educação
207
DNA Educação
208
DNA Educação
Conclusão
Certamente que as percepções esboçadas neste texto não são
suficientes para a mudança daquilo que contribui para a transformar a
visão que o próprio professor tem de seu educando, não basta trazer
novas abordagens se educador não tem uma oportunidade de torna-se
sujeito cognoscente sobre dignidade da pessoa humana, subjetividade e
a construção da identidade, são temas também esboçados por Paulo
Freire no seu livro Pedagogia da Autonomia, que representam uma
proposta daquilo que é necessário ao educador para a construção do seu
saber fazer e só se pode oferecer em sala aquilo que é aprendido
internamente, daí a importância de avançar numa pesquisa sobre os
temas explanados. É preciso que os novos formadores, as políticas
públicas reconheçam a necessidade de mudança do paradigma da
modernidade, para uma proposta mais condizentes com a s transforma-
ções pós-modernas que incessantemente se modificam ,além disso os
atores escolas devem estar receptivos a estas transformações, somente
assim o sujeito da EJA poderá ser mais compreendido na sua
singularidade, na sua especificidade, na sua cultura.
209
DNA Educação
Referências
BONDIA, Jorge Larrosa. Revista Brasileira de Educação. n. 19,
Jan/ Fev/ Mar/Abr/2002.
CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em ciências humanas e soci-
ais.11.ed.São Paulo: Cortez, 2010.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à
prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
IANNI, Octávio. A Era do Globalismo. 4 ed. Rio de Janeiro: Civiliza-
ção Brasileira, 1999.
KINCHELOE. Joe L. A Formação do Professor como Compro-
misso Politico: Mapeando o Pós-Moderno: Tradução Nize Maria
Campos Pellanda. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
MANSANO, Sonia Regina Vargas. Sujeito, subjetividade e modos de
subjetivação na contemporaneidade. Revista de Psicologia da
UNESP. 2009.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia
do trabalho científico. São Paulo: Editora Atlas, 1992. 4a ed. .
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro.
São Paulo: Cortez: Brasília, DF: UNESCO, 2000.
MOTA, Silvia. Princípio da dignidade da pessoa humana e mani-
pulações genéticas. IN: MOTA, Silvia. Enciclopédia Virtual de Bioé-
tica e Direito, 2008. Disponível em: <http://www.silviamota.com.br>.
Acesso em: 06 jun. 2010>.
MIRÀNDOLA, Pico Della. A dignidade do homem. Tradução de
Luiz Feracine. São Paulo: Escala, 2007. (Grandes Obras do Pensa-
mento Universal).
STUART, Hall. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade. Tradu-
ção: Tomaz Tadeu Silva e Guacira Lopes Louro.7ª.ed.Rio de Janeiro:
DP&A, 2002.
SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos
fundamentais – na Constituição Federal de 1988. 4. ed. Porto Ale-
gre: Livraria do advogado, 2006.
ZISMAN, Célia Rosenthal. O princípio da dignidade da pessoa hu-
mana. São Paulo: IOB Thompson, 2005.
210
DNA Educação
211
DNA Educação
212
DNA Educação
213
DNA Educação
214
DNA Educação
215
DNA Educação
216
DNA Educação
217
DNA Educação
218
DNA Educação
219
DNA Educação
220
DNA Educação
221
DNA Educação
222
DNA Educação
223
DNA Educação
224
DNA Educação
225
DNA Educação
1 Bacharel em psicologia pela Faculdade Pio Décimo/SE. Psicólogo clínico e coaching. Consultor
de projetos educacionais. Instrutor do Programa Educacional de Prevenção às Drogas e à Vio-
lência nas redes municipais e estadual do ensino público do Estado de Sergipe.
226
DNA Educação
Introdução
Este artigo discorrer sobre a pedagogia queer e a problemática
da homofobia na escola brasileira. Escola, que de forma homofóbica,
tem fechado os olhos e silenciado sobre as questões que envolvem a di-
versidade sexual. Nela, estudantes que assumida ou presumidamente não
se enquadrem em uma orientação heterossexual, estão sujeitos a violên-
cias e a prejuízos que vão desde o “silenciamento e ocultamento” violen-
tos da sua sexualidade, “evasão escolar” até “tentativas de suicídio”,
numa espécie de “bullying homofóbico” (DINIS, 2011, p. 42-43).
Dessa forma, uma das grandes preocupações com relação à vi-
olência homofóbica nas escolas é a ausência de diálogo sobre as questões
do preconceito contra a diversidade sexual. Para alguns autores, o ato de
silenciar o outro ou silenciar a si mesmo, pode ser tão ou mais violento
que o dano físico produzido pela ação homofóbica. Portanto, a quebra
do silêncio sobre a diversidade de gênero e sexualidade é vista como o
primeiro passo que a escola – e os educadores de forma mais específica
– podem tomar para alterar esse cenário (CÉSAR, 2009; DINIS, 2011;
MOSKOLCI, 2010).
Mesmo reconhecendo a escola como espaço onde se produz
silenciamento, fruto da naturalização de processos histórico-sociais, ela
também é um local privilegiado para o questionamento de tal naturaliza-
ção (MISKOLCI, 2010). Sendo assim, é possível tomar o espaço escolar
para problematizar os motivos que levam uma pessoa a recriminar, igno-
rar, ofender, maltratar e até matar outra pessoa pelo fato de a sua orien-
tação sexual ser diferente.
Uma crítica queer aplicada ao campo pedagógico escolar parece
ser a proposta mais próxima de pensar a educação de modo a problema-
tizar as estratégias normalizadoras não apenas do sexo ou do gênero,
mas, também de como a sociedade se organiza, estabelecendo divisões
de raça, de nacionalidade e de classe social, por exemplo (LOURO,
2001).
No Brasil, estudos e relatórios evidenciaram um quadro cres-
cente de crimes contra grupos de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e
travestis – LGBTs. Os levantamentos revelaram que a violência por dis-
criminação sexual matou em torno de 150 pessoas por ano até 2007, o
227
DNA Educação
228
DNA Educação
229
DNA Educação
230
DNA Educação
231
DNA Educação
232
DNA Educação
numa visão que conceba a pluralidade (BAHIA & PEREIRA, 2011; CÉ-
SAR, 2009).
Outra questão apontada por alguns autores é o distanciamento
dos projetos e programas governamentais sobre sexualidade e gênero em
relação às propostas dos PCNs de uma educação sexual como matéria
transversal que trate, dentre outros assuntos, da diversidade sexual dos
sujeitos (BAHIA & PEREIRA, 2011; BORGES, BULSING, OHLWEI-
LER & PASSAMANI, 2011).
Por essas e outras lacunas no processo educacional brasileiro, é
que se chama a atenção para a necessidade de uma abordagem que efeti-
vada pelo diálogo, problematizando as estratégias normalizadoras, evi-
tando enquadramentos, dualismo, subordinação e questionando a sexu-
alidade – seja qual for, entendendo-a como uma construção na relação
de poder com o outro e com o social (DINIS, 2011; LOURO, 2001;
MISKOLCI, 2010).
Assim, “[...] há de se investir nas questões da educação sexual
intencional e nela a diversidade sexual, entendida como um direito a todo
cidadão, desmistificando preconceitos e tabus existentes na educação das
pessoas. ” (BAHIA & PEREIRA, 2011, p. 62), posto que, de outra forma
“O direito à educação e o compromisso de formar cidadãs e cidadãos
não será plenamente alcançado sem o reconhecimento das diferentes
formas como as pessoas vivem suas relações afetivo-sexuais e suas iden-
tidades de gênero” (MISKOLCI, 2010, p.76).
César (2009) e Louro (2008) propõe a teoria queer como um
campo epistemológico que assuma o lugar de questionar a constituição
dos sujeitos, desestabilizar a forma de conhecimento produzida sobre
sexualidade e gênero e até mesmo fomentar uma nova lógica do (des)co-
nhecer. Princípio tomado como base ao se pensar sobre o que não está
dito no discurso homofóbico.
Miskolci justifica o uso da crítica queer ao afirmar que os “Pro-
cedimentos da teoria queer permitem explorar melhor as relações entre
linguagem e consciência, sociedade e subjetividade, ou seja, descentrar o
sujeito [...]” (2009, p. 174), condição sine qua non para o processo de des-
233
DNA Educação
234
DNA Educação
Considerações finais
A magnitude desta discussão facilmente extrapola os limites
deste trabalho. No entanto é necessário saber que existe um contexto
histórico na sociedade que privilegia a heterossexualidade (melhor, mais
forte, mais válida, mais saudável, mais tudo) em detrimento das outras
identidades sexuais. E essa postura social tem promovido ações de vio-
lência (física, psicológica ou simbólica) contra aqueles que tem ou apa-
rentam ter uma orientação sexual não hetero.
Isso se reflete por uma educação que retroalimenta essa lógica
e reproduz as lógicas de saber e poder em nossa sociedade. Assim, o
intuito desse trabalho foi apontar para a possibilidade de uma educação
pautada numa crítica pedagógica que permita dialogar com a pluralidade
e a instabilidade sexual que se apresenta no cenário social e educacional
por extensão.
Busca-se assim, desenvolver a capacidade de problematizar não
somente as questões concernentes ao lugar da homossexualidade, mas
sobre a produção social da heterossexualidade – ou seja, como elas foram
produzidas e vem se reproduzindo histórica e culturalmente a ponto de
fomentar sentimentos e ações como os da homofobia.
A discussão se encaminhou para uma crítica pedagógica queer
como princípio das práticas educacionais nas escolas brasileiras. Uma
educação que privilegia o diálogo e a abertura para o conhecimento, e
que pretende pensar sobre o que é instituído, que problematizando as
lógicas que perpetuam a homofobia, questionando os binarismos e a pró-
pria constituição das identidades sexuais dos sujeitos no cotidiano das
práticas escolares.
A proposta de uma pedagogia queer, como apresentada por
Louro, pode ser enxergada como princípio pedagógico que propõe uma
lógica coerente com a necessidade de problematização das diferenças,
em resposta a carência educacional sobre o campo da sexualidade. No
entanto, o seu fazer não está explicitado e nem é posto como garantir
que tal pensamento seja adotado como posicionamento ético de educa-
dores e educandos na escola brasileira. Então, é preciso dialogar mais a
235
DNA Educação
236
DNA Educação
237
DNA Educação
238
DNA Educação
Introdução
A construção do cidadão tem sua gênese marcada por diferen-
tes processos sociais e educativos, além de essencialmente políticos
(FERREIRA e FILHO, 2012). Temos a cidadania como a base organi-
zacional necessária de uma sociedade justa e ativa nos seus direitos e de-
veres, atribuindo significados para ações integrais e transformadoras.
O conceito de cidadania possui variações no tempo e na histó-
ria, sendo encarada de maneira distinta por diferentes autores e confi-
gura, dessa forma, um ato dinâmico e componente eficaz de mudança.
Ferreira e Filho (2012) apresentam que a cidadania é impossível de ser
mensurada, pois seria uma construção social a partir de um conjunto de
ideias e comportamentos que a caracterizam de maneira singular, além
de ser uma competência social humana que deve ser aprimorada no con-
texto escolar.
A escola tem como função primordial formar cidadãos autôno-
mos, críticos e criativos, a partir do processo educativo e de transmissão,
sistematização e assimilação de conhecimentos e habilidades (RESEND
e SOARES, 1997). Reconhecendo os conceitos de historicidade da es-
cola, é na educação que deve haver espaço para aprendizagem e vivência
pessoal, interpessoal, profissional, política e cultural e, também, o conhe-
cimento das disciplinas e ciências que preparam o ser humano para o
todo, ou seja, o prepara para uma prática de vida pensada e compreen-
dida (CIAVATTA, 2005).
Dentro do ambiente escolar, as diferentes disciplinas juntam-se
para desenvolver no aluno a liberdade e a responsabilidade de torna-se
cidadão. É nesse contexto que a Educação Física, enquanto disciplina
curricular, tem influência direta no processo de construção da cidadania
dos indivíduos, pois reúne um rico patrimônio cultural nas dimensões
universal e particular, com ensino sistematizado e possibilita a compre-
ensão e reflexão sobre a cultura corporal, dotada de significados, códigos
e valores que influenciam na formação do ser humano (RESEND e SO-
ARES, 1997).
A Educação Física é disciplina essencial no currículo, pois afeta
direta e indiretamente o aprendizado de outras matérias escolares. E in-
tegra ao seu contexto os preceitos, os desafios, as conquistas e o processo
239
DNA Educação
240
DNA Educação
241
DNA Educação
242
DNA Educação
243
DNA Educação
244
DNA Educação
245
DNA Educação
246
DNA Educação
247
DNA Educação
248
DNA Educação
249
DNA Educação
Metodologia
Este trabalho foi desenvolvido a partir de uma pesquisa biblio-
gráfica, que segundo Gil (2008) é aquela constituída de material já elabo-
rado previamente, principalmente a partir de livros e artigos científicos.
Os artigos e estudos selecionados contemplaram o período dos
últimos dez anos (2007-2017), com exceção para teses e documentos le-
gais que formam a base da educação. A busca foi realizada nas bases de
dados eletrônicas LILACS e SCIELO, utilizando os termos “Educação
Física”, “Cidadania” e “Prática Pedagógica”. Foram incluídos os artigos
que permitissem ampla interpretação dos sujeitos e métodos presentes
no processo de ensino e aprendizagem.
Após análise dos artigos, foi elaborada a discussão sobre o
tema: Um Componente Curricular e sua Missão: Realidade e Proposições
Pedagógicas.
Considerações finais
Com este trabalho foi possível reconhecer as barreiras e desa-
fios práticos do professor de Educação Física. Alguns autores demons-
traram que mesmo tendo contato com novos conceitos e didáticas, a sua
prática era barrada, muitas vezes pelo tradicionalismo das escolas. Po-
rém, também é importante acrescentar que a formação continuada do
docente e seu aperfeiçoamento pessoal e profissional estão diretamente
relacionados com o nível de ensino que eles transmitem a seus alunos,
fato que ficou demonstrado por modelos de currículos diferenciais já
aplicados em escolas.
Praticamente em todos os artigos incluídos neste estudo, existe
a referência ao diálogo e sua importância como abordagem para a prática
de ensino e instrumento transformador da realidade social. Entende-se,
portanto que a Educação Física Escolar possui instrumentos educacio-
nais particulares que favorece e enriquece o seu contexto em aula, pois
além de retomar a história social e cultural do corpo em movimento,
permite aos alunos a convivência em grupo marcada direta e indireta-
mente pela cidadania. Essa prática somente será duradoura e transfor-
madora quando ampliada a todas as disciplinas, professores e gestores
250
DNA Educação
251
DNA Educação
252
DNA Educação
253
DNA Educação
O MUNDO É MEU:
DA ESCOLA, DA MINHA CASA E DO BAIRRO
QUEM CUIDA SOU EU
RESUMO:
O objetivo deste artigo é apresentar práticas pedagógicas, as quais susci-
tam questões que dizem respeito ao protagonismo do aluno e à aprendi-
zagem significativa, de forma interdisciplinar. A iniciativa da proposta
pedagógica surgiu em uma saída de campo. Nela, elegeu-se a temática
“Meio ambiente”, a qual partiu do questionamento sobre o porquê de
ter tanto lixo na rua. Dessa forma, acreditamos que a escola tem papel
relevante em relação ao desenvolvimento do senso crítico dos alunos,
por meio do protagonismo. Assim, perpassando a memorização dos con-
teúdos, há consolidação enquanto aprendizagem significativa.
Palavras-chave: Pesquisa. Pedagógico. Protagonismo. Significativa.
ABSTRACT:
The purpose of this article is to put into practice the pedagogical issues
that concern the protagonism of the student, to meaningful learning in
an interdisciplinary way. The initiative of the pedagogical proposal was
given by the activity carried out while leaving the field. Thus, the theme
"Environment" was chosen, which started from the questioning about
the reason of having so much garbage in the street. In this way, it is be-
lieved that the school has a relevant role in developing a critical sense of
the students through the protagonism of the content memorization, con-
solidating itself as meaningful learning.
Keywords: Research. Pedagogical. Protagonism. Significant.
254
DNA Educação
Considerações iniciais
O presente documento pretende refletir sobre o desafio de pro-
mover aprendizagem significativa para o aprendiz. Enquanto educado-
ras, tomamos consciência sobre as dificuldades de nossos alunos, sa-
bendo que quando o docente oportuniza uma aprendizagem embasada
em procedimentos tradicionais, com tarefas prontas e repetidas, está ne-
gligenciando a espontaneidade das crianças. Na medida em que novas
aprendizagens são ancoradas, o aluno tem uma aprendizagem significa-
tiva. Sendo assim, na sua prática pedagógica, o professor, diante dos fatos
sócios locais e mundiais, precisa entender não apenas de sua disciplina,
mas o processo vivido e exercido, como política, ética e família (FA-
ZENDA, 2011).
Propomo-nos a apresentar o protagonismo do aluno a partir do
pensamento freiriano, no qual salienta que o professor não é superior,
melhor ou detentor dos conhecimentos ainda não dominados pelo
aluno, mas é, como o aluno, ator do mesmo processo da construção, da
aprendizagem significativa. Assim, refletir sobre o processo de ensinar
estimula o pensamento durante as práticas pedagógicas, isto é, aprender
é possível, e as formas de trabalhar baseiam-se no percurso de ensinar
pesquisando, em torno da própria realidade (FREIRE, 1996).
O objetivo deste artigo é discutir as propostas sobre aprendiza-
gem significativa, contextualizando de tal modo a proporcionar elemen-
tos fundamentais para atuação responsável, criativa, participativa e res-
peitosa, percebendo-se como dependente e agente transformador do
meio ambiente, a fim de contribuir ativamente para sua melhoria. Justi-
ficamos o interesse por essa temática, uma vez que a intenção é trabalhar
com formação de valores, por meio de atitudes que os sensibilizem sobre
a importância de preservar o meio ambiente.
Nesta oportunidade, enquanto procedimento metodológico,
realizamos uma ação investigativa, com alunos de terceiro ano do ensino
fundamental. Estes realizaram registros fotográficos, anotações e repre-
sentações ilustrativas sobre o que havia de curioso nas ruas, com o intuito
de identificarem o problema de estudo, o qual resultou no questiona-
mento sobre o porquê de ter tanto lixo na rua.
255
DNA Educação
256
DNA Educação
257
DNA Educação
de que só é possível uma prática educativa dialógica por parte dos edu-
cadores, se estes acreditarem no diálogo como um fenômeno humano,
capaz de mobilizar e refletir o agir de homens e mulheres.
Quando o professor atua nessa perspectiva, ele não é visto
como transmissor de conhecimentos, mas como um mediador, alguém
capaz de articular as experiências dos alunos com o mundo, levando-os
a refletir sobre seu entorno e assumindo um papel mais humanizador em
sua prática docente. Acreditamos ser relevante intensificar a relação fa-
mília-escola, com a finalidade de ajudar os pais a lidarem com suas difi-
culdades, pois encontram-se sem saber como interferir positivamente na
vida de seus filhos, trazendo o abandono intelectual, emocional e social.
Resultados
A atividade inicial realizada foi uma saída de campo, que contou
com um contrato verbal. Nesse “acerto”, foram combinados sobre o
consumo de água, os recursos utilizados, os comportamentos ao cami-
nharem pela rua, etc. Também, foi realizada uma ação investigativa, por
meio de registros fotográficos, anotações e representações ilustrativas
sobre o que havia de curioso nas ruas em volta da escola, com a finalidade
de os alunos identificarem o problema do projeto de pesquisa.
258
DNA Educação
259
DNA Educação
Atividade desenvolvida, após observação diária do seu percurso entre escola e casa.
260
DNA Educação
261
DNA Educação
262
DNA Educação
263
DNA Educação
264
DNA Educação
265
DNA Educação
266
DNA Educação
Referências
BARBOSA, Maria Carmem Silveira. A Base Nacional Comum Curricular e
o Currículo Escolar. in. HAETINGER, Daniela; HAETINGER, Max
Günther. Contribuições teóricas e práticas pedagógicas. Fundação Sicredi,
2018.
BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Na-
cional Comum Curricular, 2017. Disponível em: <http://basenacionalco-
mum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/04/BNCC_ 19mar2018_ver-
saofinal.pdf>.
. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Parâme-
tros Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, 2010. Disponível em:
<http://ndi.ufsc.br/files/2012/02/Diretrizes-Curriculares-para-a-E-
I.pdf>.
CAMARGO, Luis Henrique Ramos. A geografia da complexidade: o encon-
tro transdisciplinar da relação sociedade e natureza. Tese de Doutorado Pro-
grama de Pós-Graduação em Geografia, UFRJ, 2002.
CASCO, Roberto. Experiencia de Aprendizado por Projetos na Infância. in.
HAETINGER, Daniela; HAETINGER, Max Günther. Contribuições teó-
ricas e práticas pedagógicas. Fundação Sicredi, 2018.
DEWEY, Jonh. Experiência e Educação. Tradução de Renata Gaspar. Pe-
tropólis, Rio de Janeiro: Vozes, 2010.
FAZENDA, Ivani Catarina Arantes (Org.). Práticas interdisciplinares na es-
cola. São Paulo: Cortez, 2011.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática edu-
cativa. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
_______. Medo e ousadia. 8. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
HERNÁNDEZ, Fernando; VENTURA, Montserrat. A organização do cur-
rículo por projetos de trabalho. 5 ed. Porto Alegre: Artmed,1998.
HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto
Alegre: Mediação, 2008.
MASTRANGELO, Ana Maria. A construção coletiva do croqui geográfico
em sala de aula. 2001. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/dis-
poniveis/8/8135/tde-14102004-153931/pt-br.php>.
OLIVEIRA-FORMOSINHO, Júlia; KISHIMOTO, Tizuko Morchida; PI-
NAZZA, Mônica Apezzato (Org.). Pedagogias(s) da infância: dialogando
com o passado construindo o futuro. Porto Alegre: Artmed, 2007.
SANCHES, Emília Cipriano. Relações do Corpo na Infância. In. HAE-
TINGER, Daniela; HAETINGER, Max Günther. Contribuições teóricas e
práticas pedagógicas. Fundação Sicredi, 2018.
267
DNA Educação
RESUMO:
O Projeto Vivências Interdisciplinares e Multiprofissionais (VIM) é uma
das atividades desenvolvidas pela Universidade Comunitária da Região
de Chapecó (Unochapecó), no âmbito do Programa Nacional de Reori-
entação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde), promovendo
a interação entre ensino-serviço-comunidade, por meio do desenvolvi-
mento de práticas de ensino articuladas entre diferentes cursos e compo-
nentes curriculares, de modo a favorecer a interdisciplinaridade na prá-
tica (multi)profissional na área da saúde.
Palavras-chave: Educação Superior. Ensino na Saúde. Relações inter-
profissionais, Serviços de integração docente-assistencial.
ABSTRACT:
The project, interdisciplinary and multiprofessional experiences (VIM),
is one of the activities developed by the Community University of the
Chapecó region (UNOCHAPECÓ), within the framework of the Na-
tional Program For The Reorientation Of Vocational Training In Health
(Pro-Health), promoting the interaction between teaching-service-com-
munity, through the development of teaching practices articulated be-
tween different courses and curricular components, in order to promote
interdisciplinarity in the (multi) professional practice in the area of health.
Keywords: Higher Education. Health Education. Interprofessional re-
lations. Teaching-assistance integration services.
268
DNA Educação
Introdução
O presente trabalho é o relato da prática de uma tutoria no pro-
jeto Vivências Interdisciplinares e Multiprofissionais (VIM), uma das ati-
vidades aprovadas no Programa Nacional de Reorientação da Formação
Profissional em Saúde (Pró-Saúde), desenvolvido em consonância com
a disciplina “Políticas e Práticas de Ensino em Saúde” do Mestrado em
Ciências da Saúde da Unochapecó, Estado de Santa Catarina. Tal disci-
plina tinha como objetivos:
269
DNA Educação
270
DNA Educação
271
DNA Educação
272
DNA Educação
273
DNA Educação
274
DNA Educação
275
DNA Educação
276
DNA Educação
Referências
BERBEL, Neusi Aparecida Navas. As metodologias ativas e a promoção
da autonomia de estudantes. Semina: Ciências Sociais e Humanas, Lon-
drina, v. 32, n. 1, p. 25-40, jan./jun. 2011.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diá-
rio Oficial da União, Brasília, 05 out. 1988.
______. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as con-
dições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização
e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providên-
cias. Diário Oficial da União, Brasília, 19 set. 1990.
______. Portaria Interministerial n. 2.101, de 3 de novembro de
2005. Institui o Programa Nacional de Reorientação da Formação Pro-
fissional em Saúde – Pró-Saúde – para os cursos de graduação em Medi-
cina, Enfermagem e Odontologia. Disponível em: <http://por-
tal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/2101.pdf>. Acesso em: 26 jul.
2015.
______. Portaria Interministerial MS/MEC n. 3.019, de 27 de no-
vembro de 2007. Dispõe sobre o Programa Nacional de Reorientação
da Formação Profissional em Saúde – Pró-Saúde – para os cursos de
graduação da área da saúde. Disponível em: <http://por-
tal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/portaria_3019.pdf>. Acesso em:
26 jul. 2015.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 37. ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 2003.
MITRE, Sandra Minardi et al. Metodologias de ensino-aprendizagem na
formação profissional em saúde: debates atuais. Ciência & Saúde Co-
letiva, v. 13, n. 2, p. 2.133-2.144, 2008.
KLEBA, Maria Elisabeth; LIMA, Ana Costa. Disciplina: Políticas e Prá-
ticas de Ensino em Saúde. Plano de Ensino. Chapecó: Unochapecó,
2014. 6 p.
UNOCHAPECÓ. Área de Ciências da Saúde. Programa de Reorienta-
ção da Formação Profissional em Saúde – Pró-Saúde. Vivências Inter-
disciplinares e Multiprofissionais – VIM. Chapecó: Unochapecó,
2014. 5 p.
277
DNA Educação
RESUMO:
Este artigo busca investigar se a leitura e a interpretação de textos podem
auxiliar na resolução de problemas matemáticos, assim, tem como obje-
tivo analisar o papel da interpretação textual na resolução de problemas.
Para o desenvolvimento da pesquisa fez-se buscamos investigar como o
uso da leitura pode contribuir na resolução de problemas e identificar os
desafios que a interpretação traz na resolução de problemas. A pesquisa
foi realizada com 20 sujeitos da rede municipal na zona urbana no mu-
nicípio de Irecê-Bahia. Utilizamos uma abordagem qualitativa de inves-
tigação, tendo como procedimento técnico uma pesquisa de campo e
como instrumento um questionário. Foram apresentados os seguintes
resultados: desenvolver práticas coletivas para uma melhor forma de lei-
tura e interpretação na resolução de problemas matemáticos nas escolas
municipais; integrar a professor e estudante para não só promover a per-
manência dos sujeitos da EJA, mas, também o sucesso escolar em todas
as suas atividades; desenvolver trabalho para a leitura de situações pro-
blemas. Concluímos o trabalho de modo reflexivo sobre a efetivação da
importância da leitura para interpretação na resolução de problemas ma-
temáticos na EJA e sua aplicabilidade.
Palavras-chave: Interpretação. Problemas matemáticos. EJA
278
DNA Educação
ABSTRACT:
This article has as problematic if the reading and the interpretation of
texts can aid in the resolution of mathematical problems. It aims to ana-
lyze the role of textual interpretation in solving problems. Then a recog-
nition was made to investigate how the use of reading can contribute to
problem solving and identify the challenges that the interpretation brings
to resolution. The research was carried out with 20 subjects of the mu-
nicipal network in the urban zone in the municipality of Irecê-Bahia. Be-
ing We use a qualitative approach of investigation, having as technical
procedure a field research and as instrument a questionnaire. The fol-
lowing results were presented: developing collective practices for a better
reading and interpretation in solving mathematical problems in munici-
pal schools; integrate teacher and student to not only promote the per-
manence of the subjects of the EJA, but also school success in all its
activities; develop work for reading problem situations. We conclude the
work in a reflexive way on the effectiveness of reading for interpretation
in solving mathematical problems in the EJA and its applicability.
Keywords: Interpretation. Mathematical problems. EJA
Introdução
O contexto atual apresenta muitas e incisivas mudanças econô-
micas, culturais, políticas e sociais que o Brasil vem sofrendo nos últimos
anos, nas quais a população depara-se com desafios e possibilidades de
crescimento num compasso acelerado. Através dessa realidade, a educa-
ção representa um importante meio de progresso e modernização social.
A Educação de Jovens e Adultos não raras vezes se apresenta
com campanhas paliativas de erradicação do analfabetismo adulto, nas
quais o Estado se exime parcialmente do cumprimento de suas funções,
por meio de parcerias, reforçando a educação da EJA como promoção
de ações compensatórias de baixo investimento.
Uma das grandes dificuldades dos docentes de matemática ini-
cia-se em torno da interpretação dos problemas a serem resolvidos pelos
estudantes. Em muitos casos, os docentes notam que a falha tem sua
origem nos anos iniciais, por falta de estimulação na leitura e na interpre-
tação do contexto básico do anunciado. A leitura é ponto primordial. A
leitura e a interpretação são peças chave para toda a vida escolar do aluno,
levando-o a se desenvolver em todas as áreas de conhecimento propostas
para a vida acadêmica.
279
DNA Educação
280
DNA Educação
281
DNA Educação
282
DNA Educação
283
DNA Educação
284
DNA Educação
285
DNA Educação
286
DNA Educação
287
DNA Educação
288
DNA Educação
289
DNA Educação
290