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CAMPINAS
2016
Aos meus pais.
AGRADECIMENTO
Diante disso, devo agradecer aos meus alunos, cujas dúvidas e questionamentos
me levam a pesquisar e refletir diariamente sobre o ensino e a prática de projeto; à
Regina, minha orientadora, pela dedicação, rigor e comprometimento dedicados a esta
tese; aos amigos Barros Neto, Daniel Cardoso e Alexia Brasil, pela confiança em mim
depositada e, sobretudo, pela generosidade com que compartilham comigo planos e
ideias; ao Sávio Melo, pelo apoio durante o tempo que morei sozinha em Campinas e
pelas caronas ao aeroporto.
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 21
21
PARTE 1 – INTRODUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
22
23
Kalay (2004) cita, por exemplo, que os arquitetos são educados a serem
responsáveis pela distribuição dos espaços e a especificação dos materiais; os
engenheiros estruturais, por garantir a resistência à gravidade e às forças laterais, entre
outros. Esta divisão acarreta em idiossincrasias semânticas, em problemas de linguagem
24
e de notações, que, por sua vez, contribuem para a instabilidade no fluxo de informações
entre as disciplinas. Além disso, quanto mais um determinado campo se especializa,
maiores tornam-se as barreiras que o separa de outros, o que dificulta a falta de
comunicação e a troca de conhecimento entre as disciplinas (KALAY, 2004).
25
1 Tradução livre
2 O tema da multidimensionalidade do projeto é discutido de modo mais aprofundado na seção 2.3.2.
26
1.3 Objetivos
seção 3.1.
28
29
30
5 Tradução livre
31
32
Fonte: autor
33
34
2 PROCESSO DE PROJETO
35
36
processo de solucionar o problema em cada uma das etapas. Em geral, os modelos focam
mais na descrição da dimensão vertical. Outras duas características importantes são que
os modelos assumem que o projeto segue do geral e abstrato para o particular e
concreto e que problemas complexos podem ser quebrados em subproblemas, cujas
sub-soluções podem ser sintetizadas na solução final (ROOZENBURG; CROSS, 1991).
37
2.2.1.1 Complexidade
38
busca as relações do objeto em seu contexto. A operação lógica para isso, portanto, é a
de distinção. Na operação de distinção, o objeto é distinguido de seu contexto sem isolá-
lo (VASCONCELOS, 2009).
Em um processo recursivo, por sua vez, os produtos são produtores daquilo que
o produz, como em um redemoinho, que cada momento é produto e produtor (MORIN,
2007), tornando-se um ciclo autoconstitutivo, auto-organizador e autoprodutor. A
recursividade não é linear nem circular, mas espiral (VASCONCELLOS, 2009). Alguns dos
modelos de processo de projeto já descritos na literatura estão associados às ideias de
causalidade linear e causalidade circular retroativa. A evolução está em tentar definir
modelos que considere a recursividade.
39
Neste caso, as etapas são vistas como lineares. Cada uma provê insumos para a
etapa posterior, como ilustrado na Figura 2.2. Entretanto, na prática, as etapas de
projeto não são sequenciais e contínuas. Em vários momentos o processo de projeto
apresenta um movimento circular entre suas etapas (PAGE,1962).
40
tanto um processo de projeto quanto uma sequência de decisões, que vão evoluindo no
nível de detalhe, como mostra a Figura 2.3. O processo de projeto consiste na sequência
integral dos acontecimentos, desde sua concepção inicial até sua realização total;
enquanto a sequência de decisões é cada intervalo individual do processo.
Fonte: adaptado de Lawson (2005, p.37)
41
ocorrem necessariamente de maneira ordenada nem que elas são formadas por eventos
identificáveis e separados (Figura 2.4).
Figura 2.4 - Modelo do processo de projeto segundo Lawson
Fonte: Lawson (2005, p. 49)
Essa proposta de Lawson (2005) é coerente com o modelo que havia sido
proposto por Cross (1989). O modelo de processo de projeto proposto por Cross (Figura
2.5) descreve uma relação simétrica entre problema e solução, e entre os subproblemas
e sub-soluções. Assim, tenta-se demonstrar que a relação não é só de ida do problema
para a solução, mas a definição do problema é muitas vezes dependente de conceitos da
solução.
42
Fonte: Roozenburg; Cross (1991, p. 219)
2.2.1.2 Instabilidade
43
Assim, considera-se que não se pode ter total domínio das consequências de um
agenciamento e que temos um conhecimento sempre incompleto a respeito desses
agenciamentos. Isso ocorre porque o conjunto emergente é irredutível e irreversível às
suas partes. Entretanto, isso não nos leva a uma lógica além do nosso controle (VASSÃO,
2010). Para lidar com a emergência, é necessário projetar sistemas complexos
organizados, que são sistemas de alta complexidade, mas que demonstram
características organizadas em escalas diferentes e sobrepostas. A estes sistemas Vassão
(2010) denomina “máquinas abstratas”.
44
2.2.1.3 Intersubjetividade
45
46
Quadro 2.1 – Comparativo entre as práticas de projeto tradicional e as práticas de projeto integrado
Prática de projeto tradicional Prática de projeto Integrado
Fragmentada, montada com base no Composta pelas principais partes
Equipe mínimo necessário, fortemente interessadas do projeto, montada no início
hierarquizada e controlada do processo, aberta e colaborativa
Simultâneo e multi-nível; contribuições
Linear, distinto, segregado; aquisição
antecipadas de conhecimentos e
de conhecimento mínimo necessário;
Processo competências; informações abertamente
informações acumuladas; silos de
compartilhadas; confiança e respeito nos
conhecimento e experiência
intervenientes
Risco Individualmente controlado Coletivamente controlado
Individualmente perseguida; menor
Sucesso da equipe amarrado ao sucesso do
Recompensa esforço para maior retorno; baseado
projeto; baseado em valor
no menor custo
Comunicação/ Análoga, baseada em papel e Digital, baseada em modelagem da
tecnologia bidimensional informação e multidimensional
Incentiva o esforço individual; aloca Incentiva, estimula, promove e apoia a
Acordos e transfere riscos; sem partilha aberta multi-lateral e a
compartilhamentos colaboração; compartilha de riscos
Fonte: AIA (2007, p.01)
47
O guia de IPD do AIA é uma das publicações mais relevantes sobre este tema.
Nele, são apresentados nove princípios para a prática de projeto integrado. Tais
princípios são destacados a seguir.
48
Figura 2.6 – Comparativo entre o processo de projeto tradicional e o processo de projeto integrado
6
Fonte: adaptado de AIA (2007, p.21)
2.2.2.1 Princípios
6 Nesta figura, optou-se por não traduzir os termos que denominam as fases de projeto, pois a tradução
49
50
51
7 Tradução livre
52
53
54
A busca pelo entendimento sobre o pensar e o fazer projetual tem por trás a
necessidade de melhorar a qualidade do ambiente construído bem como os processos
para sua obtenção. De acordo com Kalay (1999), a maior parte dos estudos anteriores
sobre métodos de projeto buscou uma convergência entre forma e função, ou seja, meios
físicos de suportar certas necessidades e atividades humanas, sujeitos a determinadas
condições e restrições. Os métodos que visam à relação causal entre forma e função
partem de três pressupostos (KALAY, 1999):
A partir disto, de acordo com Kalay (1999)8 dois padrões9 emergiram para
explicar a relação causal entre forma e função. O primeiro, problem-solving, atribuído a
8 Estas ideias de Kalay são reafirmadas em sua posterior obra “Architecture’s new media: principles,
theories, and methods of computer-aided design” (2004).
55
Simon (1979), baseia-se em uma estratégia de busca dedutiva. Ou seja, a partir de uma
função desejada, o desempenho desejado do sistema, representada por um conjunto de
objetivos e restrições, o projetista tenta descobrir uma forma para apoiar a função. Para
encontrar a solução, usa-se uma variedade de estratégias de busca para gerar sucessivas
soluções candidatas e testá-las em relação aos objetivos estabelecidos, até que uma lhes
atenda. Assim, os objetivos guiam a busca pela solução desde o início do processo. Para
tanto, a habilidade mais requerida do projetista é a de análise.
9 Kalay utiliza originalmente o termo “paradigma”. Entretanto, como nesta presente pesquisa esse termo
vem sendo utilizado para designar um embasamento epistemológico, preferiu-se substituí-lo aqui pelo
termo “padrão”, para que não haja conflito de significados.
56
Ocorre que uma mesma forma pode atender a diferentes funções, assim como
uma função pode ser atendida por diferentes formas. Além disso, uma mesma relação
forma/função pode ter diferentes desempenhos dependendo do contexto. Assim, a
relação entre forma e função não é apenas uma relação de causalidade, mas de
contexto11 . Desta forma, Kalay (1999) argumenta que forma, função e contexto se
combinam para determinar o comportamento de uma solução.
10 Esta visão de Kalay (1999) é coerente com ideia de Lawson (2005 [1980]) de que, em projeto, problema e
solução emergem juntos.
11 Sob o ponto de vista sistêmico, Vieira (2008) define o conceito de ambiente como um sistema que
envolve um determinado sistema. É o sistema mais imediato com o qual um sistema, que é aberto, troca
informação, matéria e energia. O ambiente é um dos parâmetros fundamentais que todo o sistema possui.
É possível fazer um paralelo entre o conceito de ambiente, de Vieira (2008), e o de contexto, de Kalay
(1999). Contexto é, então, o ambiente no qual o sistema projeto está inserido e com o qual troca
informação.
57
Fonte: Kalay (2004, p.16)
58
Fonte: Kalay (1999, p.401)
59
Fonte: Oxman (2007, p.174)
60
Figura 2.11 - Representação de processos implícitos e explícitos no modelo CAD para avaliação
Fonte: Andrade (2012, p.81), adaptado de Oxman (2006, p.248)
61
Fonte: Andrade (2012, p.87), adaptado de Oxman (2006, p.258)
62
Andrade (2012) destaca que, embora o modelo CAD para avaliação e o modelo
performativo representem visões distintas do conceito de desempenho aplicado ao
projeto, durante o processo de geração da forma do edifício utilizam-se vários métodos
para resolução de diferentes partes dele. Desta forma, constatou, por meio de estudos de
casos e de revisão bibliográfica, que os métodos baseados no modelo performativo
ocorrem, em geral, simultaneamente ao uso de outros métodos baseados no modelo de
CAD para avaliação.
63
Figura 2.13 – Sequência de decisões em cada nível do projeto
Fonte: adaptado de Luckman (1967, p. 86)
64
65
12 Tradução livre.
66
13 Tradução livre.
67
68
Raramente, as decisões são tomadas por um indivíduo, mesmo que no final seja
apenas uma pessoa a responsável pela decisão (ROY, 1996). Na maioria das vezes, as
decisões são produtos da interação de diversos atores, sendo estes, indivíduos ou
grupos de influência (KEENEY; RAIFFA, 1993). Nestes casos, tratam-se de problemas de
decisão em grupo.
Agidos Decisores
Atores
Intervenientes Representantes
Facilitador
Fonte: Ensslin, Montibeller e Noronha (2001, p.19)
69
70
Fonte: adaptado de Montibeller e Franco (2010, p. 43)
71
14 Ensslin, Montibeller e Noronha (2001) afirmam que a tomada de decisão praticada pela Pesquisa
Operacional é guiada pelo paradigma racionalista. Por outro lado, o processo de apoio à decisão é guiado
pelo paradigma construtivista. Com o intuito de manter uma coerência linguística e conceitual neste
trabalho, os termos "paradigma racionalista" e "paradigma construtivista" serão substituídos por "visão
racionalista" e "visão construtivista". Vasconcellos (2009) utiliza o termo “postura construtivista”, ou
“postura epistemológica construtivista”, para diferenciar o que seria uma visão mais ampla, em relação às
possibilidades de constituição do conhecimento, das teorias construtivistas influenciadas por esta postura
(como a teoria construtivista de Piaget).
15 Tradução livre
16 Em tomada de decisão, em vez de um facilitador, há um analista, de postura neutra e isento de valores.
72
descritas, ainda de acordo com o que é apresentado por Ensslin, Montibeller e Noronha
(2001).
73
74
Quadro 3.1 – Comparativo entre aspectos das posturas racionalista e construtivista no processo decisório
Tomada de decisão Momento em que ocorre a escolha da Processo ao longo do tempo envolvendo
solução ótima a interação entre os atores
A validade do modelo Modelo válido quando representa a Modelo válido quando serve como
realidade objetivamente ferramenta de apoio à decisão
Preferência dos São extraídas pelo analista São construídas com o facilitador
decisores
Fonte: Ensslin, Montibeller e Noronha (2001, p.36)
75
(projetistas) é que atuam na geração das alternativas. Então, entende-se que métodos de
apoio à decisão devem dar suporte ao processo de projeto e não, unicamente, à atividade
de escolha de alternativas. Quanto a isso, é importante considerar a abordagem de
Value-focused Thinking (VFT) sobre a tomada de decisão.
• criar alternativas;
• identificar oportunidades de decisão;
• guiar um pensamento estratégico;
• interconectar decisões;
• facilitar o envolvimento de múltiplos intervenientes na decisão;
• melhorar a comunicação;
• avaliar alternativas; e
• descobrir objetivos ignorados.
76
Noronha (2003), com base nos trabalhos de Roy (1996), Bana e Costa (1995) e
Zanella (1996), lista e descreve as seguintes problemáticas de referência: problemática
da descrição, da escolha, da alocação em categorias, da ordenação e da rejeição absoluta.
A problemática da descrição (ROY, 1996) é aquela que o interesse do decisor é
compreender os aspectos mais relevantes das ações consideradas em um contexto
decisório. Ao facilitador cabe auxiliar o decisor a obter informações sobre as ações de
modo que ele possa avaliar as ações de forma holística, sem necessariamente haver um
modelo de avaliação formal.
77
Por fim, a problemática da rejeição absoluta (BANA E COSTA, 1995) serve para
triar ações de modo a eliminar o subconjunto de ações que não cumpram determinadas
regras definidas pelo decisor. Para isto, é adotado o conceito de critério de rejeição, que
é o critério de avaliação ao qual toda ação deverá apresentar desempenho igual ou
superior, caso contrário, será eliminada do conjunto de ações viáveis.
78
79
80
pelo menos tão boa quanto uma ação b, então diz-se que a subordina b (a S b) (ENSSLIN;
MONTIBELLER; NORONHA, 2001). A comparação entre os critérios não considera o
quanto uma ação atende a mais ou a menos, apenas qual delas atende melhor. Então,
uma ação pode subordinar outra em um maior número de critérios, sendo que ela pode
ter sido muito pior nos critérios cujo desempenho foi inferior e apenas um pouco melhor
naqueles critérios cujo desempenho foi superior. Por essa característica, os modelos de
subordinação são considerados parcialmente compensatórios (LINKOV; STEEVENS,
2008).
81
82
Figura 3.3 – Relação entre grau de interesse e grau de decisão dos atores de um processo decisório
Grau de interesse na
B D
decisão
C
A
Grau de poder na decisão
83
As ações potenciais podem ser classificadas como real ou fictícia e como global
ou fragmentada. As ações reais são alternativas disponíveis, que podem ser executadas,
enquanto ações fictícias são alternativas hipotéticas, ou que não estão totalmente
disponíveis. Exemplos de ações fictícias são aquelas alternativas que não existem, mas
que seriam consideradas as ideais pelos decisores, com todas as características
avaliadas como adequadas (ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001).
84
85
• Lista de desejos: o decisor deve listar quais seriam seus objetivos se ele não
tivesse limitações.
• Alternativas: o decisor deve, diante de duas ou mais alternativas, identificar o
porquê de uma alternativa ser melhor do que outra. Também é possível
utilizar alternativas hipotéticas pedindo ao decisor para descrever como
seriam a alternativa perfeita ou a alternativa terrível. Assim, o decisor lista
características que podem indicar objetivos.
• Problemas e deficiências: o decisor deve identificar problemas e pontos de
melhorias em uma determinada situação. Em decisões em grupo, pode-se
perguntar quais decisores estão menos satisfeitos com a situação de decisão.
É comum que os atores sejam atendidos de forma diferente, assim, os menos
favorecidos na situação de decisão podem apontar outros objetivos.
• Consequências: o decisor deve descrever o impacto de certas alternativas a
fim de identificar possíveis consequências inaceitáveis ou desagradáveis. Ao
se perguntar por qual motivo tais consequências são desagradáveis, o decisor
pode identificar objetivos ainda não apontados.
• Metas, restrições e diretrizes: ao propor metas a serem alcançadas em uma
determinada situação de decisão, o decisor propõe um padrão quantitativo
86
87
processo provém insumos para fases anteriores, que, por sua vez, reconfiguram as fases
seguintes.
Uma das principais vantagens dos mapas cognitivos é que sua representação
facilita a visualização da ideia pelos envolvidos. Como inicialmente são construídos os
mapas individuais e só depois o mapa agregado, o número de reuniões com todos os
membros é reduzido. Por outro lado, a construção dos mapas requer muito tempo, o que
pode ser uma limitação (NORONHA, 2003).
Além dos mapas cognitivos, Noronha (2003) lista e descreve mais quatro
métodos frequentemente utilizados para decisões em grupo, aplicados tanto em decision
aid quanto em decision making, são eles: brainstorming, ideawriting, método delphi e
nominal group technique. Tais métodos podem ser aplicados para identificar os objetivos
fundamentais para a tomada de decisão.
88
89
Percebe-se então que para escolher o tipo de método para decisões em grupo a
ser utilizado é importante considerar alguns fatores, tais como: tamanho do grupo
envolvido na decisão, disponibilidade de tempo para o processo, familiaridade do
facilitador e dos participantes com o método, comprometimento dos participantes com o
processo decisório e influência de níveis hierárquicos entre os participantes. Esses
fatores podem influenciar no resultado dos objetivos identificados.
90
A Figura 3.4 ilustra a relação entre os objetivos de uma decisão e seu contexto
decisório. De um lado o decisor tem um contexto decisório, com o conjunto de
alternativas disponíveis aos decisores, as ações potenciais. Do outro lado, os decisores
tem seus objetivos definidos por seus sistemas de valores, os objetivos estratégicos.
91
Fonte: adaptado de Keeney (1992, p.84)
• Essenciais
• Controláveis
92
• Completos
• Mensuráveis
• Operacionais
• Isolável
• Não-redundante
• Conciso
• Compreensível
Esta etapa tem um caráter de arte e ciência, pois não existe um método
matemático para conduzir a atividade de estruturação. Ou seja, não há um procedimento
genérico de estruturação para garantir unicidade e validade do modelo. Isto, ainda
segundo Bana e Costa (1993), é motivado e justificado pela natureza mal-definida dos
problemas de decisão. Outra característica relevante da estruturação do modelo é que
ela é de natureza recursiva, deve estar sempre em aberto ao longo do estudo. A
estrutura inicial do modelo vai sendo ajustada devido à progressiva aquisição de
93
informação e por um melhor conhecimento do problema por parte dos decisores (BANA
E COSTA, 1993).
94
Figura 3.5 – Exemplo de rede de objetivos
Fonte: adaptado de Keeney (1992, p.90)
95
Fonte: adaptado de Keeney (2003, p.90)
96
Para serem isoláveis, cada critério deve poder ser mensurado independente de
outros. Assim, para avaliar uma alternativa em um critérios, não é necessário levar em
consideração a performance desta alternativa em outros critérios.
97
quando a distinção entre objetivos fins e meios não é bem feita, e os critérios incluídos
estão associados tanto aos fins quanto aos meios. Isso deve ser evitado para que não
ocorra uma dupla contabilização das consequências de um mesmo aspecto na avaliação.
98
99
Figura 3.7 – Exemplo de gráfico da função de valor - descritor “Honestidade”
Fonte: Ensslin et al. (2013, p.412)
100
• Para todo a,b ∈ A, v(a) > v(b) se e somente se para o avaliador a é mais
atrativa que b, diz-se que a é preferível a b (a P b);
• Para todo a,b ∈ A, v(a) = v(b) se e somente se para o avaliador a é indiferente
a b, diz-se que a é indiferente a b (a⏐b);
• Para todo a,b ∈ A, v(a)-v(b)>v(c)-v(d) se e somente se para o avaliador a
diferença de atratividade entre a e b é maior que a diferença de atratividade
entre c e d.
O facilitador deve obter uma escala cardinal17 que represente o juízo de valor do
decisor. Os julgamentos numéricos solicitados ao decisor aumentam o grau de
complexidade do modelo, mas de forma positiva a avaliação das alternativas se torna
frequentemente mais direta (BEINAT, 1995). É importante destacar que, de acordo a
visão construtivista, não existe uma função de valor única ou uma melhor função de
valor associada a um descritor qualquer, contanto que ela represente os valores dos
decisores.
Dentre métodos mais utilizados para construir uma função de valor, destacam-
se: Método da Pontuação Direta (Direct Rating), Método da Bissecção e Método do
Julgamento Semântico (ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001; KEENEY e RAIFFA,
1993; BEINAT, 1995).
17 Uma escala ordinal possibilita a manifestação de uma ordem de preferência. Já a escala cardinal permite
101
referência dão maior inteligibilidade ao descritor. Isso ocorre pois permitem reconhecer
as alternativas com desempenho a nível de excelência (acima do Bom), as alternativas
com desempenho competitivo (entre Bom e Neutro) e as alternativas com desempenho
não satisfatório, mas ainda aceitável (abaixo de Neutro). Os níveis de referência também
são utilizados para apoiar o teste de independência preferencial 18 (ENSSLIN;
MONTIBELLER; NORONHA, 2001).
102
Figura 3.8 – Exemplo de transformação do descritor "Tipo e Posição de Acionamento " em função de valor
por meio do Método MACBETH
Fonte: Machado, Ensslin e Ensslin (2015, p. 11)
103
Esta ponderação é feita por meio das taxas de substituição, que expressam
compensações entre perdas de desempenho em um dado objetivo e ganho de
desempenho em outro. Este parâmetro também pode ser encontrado na literatura sob a
denominação de trade-offs, constantes de escala ou pesos (ENSSLIN; MONTIBELLER;
NORONHA, 2001). Para realizar a determinação das taxas de substituição para agregar
os critérios, é necessário assegurar que os mesmos sejam preferencialmente
independente para os níveis de referência estabelecidos por meio do teste de
independência preferencial (ver nota de rodapé 18).
104
105
Tendo cada critério sido construído, formado pelo descritor com um conjunto
de níveis de impacto e uma função de valor associada, procede-se a avaliação de cada
alternativa em cada critério. Para isso, deve-se coletar os dados necessários para
identificar em que nível de impacto a alternativa se enquadra. Após se identificarem os
desempenhos locais das alternativas, traça-se o perfil das alternativas, como ilustrado
no exemplo da Figura 3.9.
Figura 3.9 – Exemplo de perfil de impacto de três alternativas (proponentes) em um modelo multicritério
para avaliação de fornecedores de equipamentos mecânicos para empresa de engenharia
Fonte: Ensslin et al. (2013, p.417)
106
107
108
Do que foi posto, indica-se que o método de apoio à decisão multicritério deve,
além de possibilitar a estruturação das informações necessárias ao apoio à decisão,
possibilitar a colaboração entre os agentes do processo de projeto ainda em suas fases
iniciais. Para tanto, Holzer (2009) propõe repensar os métodos de acordo com os quais
projetistas e consultores trocam informações e constroem o conhecimento. Como não
existe uma única solução ótima para um problema de projeto, mas uma gama de opções
que podem ser exploradas para encontrar a melhor solução, a avaliação das opções
depende das prioridades de projeto proveniente de uma pluralidade de disciplinas
envolvidas.
Por meio deste método, várias opções de projeto são elaboradas e comparadas
entre si em relação a características de desempenho. Existem quatro elementos que são
necessários para facilitar processos de optioneering:
109
110
Fonte: Holzer (2010, p.180)
111
Fonte: http://www.arup.com/Projects/SPeAR.aspx
112
113
Porkka et al. (2004) destacam que as ferramentas de apoio à decisão não são
aplicadas de modo isolado. O que ocorre é um compartilhamento de informações entre
as ferramentas, que se complementam e podem ser utilizadas de modo combinado. Isso
é o que sugerem diversas pesquisas. Por exemplo, Kwong e Bai (2003) propõem a
utilização do AHP como meio de ordenar prioridades de requisitos do QFD. Sampaio
(2010) combina quatro ferramentas (AHP, QFD, TPA e Teoria da Solução Inventiva de
114
Das pesquisas levantadas por Arroyo (2014), percebe-se que a aplicação dos
métodos de apoio à decisão em projeto ainda é pouco explorada. As pesquisas
restringem-se, muitas vezes, à auxiliar na escolha de soluções parciais, como a escolha
de um tipo de coberta, por meio de avaliação multicritério.
115
116
alternativas. A decisão não é uma etapa que ocorre ao final do processo de projeto, como
uma atividade de escolha, mas ações que ocorrem ao longo do processo,
simultaneamente à síntese e avaliação das alternativas de projeto.
118
PARTE 3 - METODOLOGIA
4 METODOLOGIA
119
Em DSR, a construção desenvolvida deve ser implantada para que seja testada
sua aplicabilidade prática. Desta forma, esta abordagem de pesquisa é experimental por
natureza. O desenvolvimento da construção e sua aplicação requerem um prévio
conhecimento teórico e necessitam envolvimento e cooperação entre o pesquisador e os
praticantes. Por fim, as descobertas empíricas devem retornar à teoria. Desta forma, a
construção tem uma contribuição prática e teórica. Mesmo que sua implantação não
resolva o problema prático, a construção pode ter significantes implicações teóricas
(LUKKA, 2003).
120
4.1.1 Produtos
Modelos são proposições que estabelecem relação entre os constructos. Eles são
uma descrição ou uma representação de como as coisas são. Em Design Science Research
os modelos não são utilizados como verdades, mas como formas úteis de sistematizar
informações (MARCH; SMITH, 1995).
121
Métodos são os passos (um algoritmo ou diretrizes) para executar uma tarefa,
baseados em um conjunto de constructos e em um ou mais modelos. As ciências naturais
utilizam métodos, mas não os produzem. Cabe à Design Science Research criar as
ferramentas metodológicas, que as ciências naturais utilizam (MARCH; SMITH, 1995).
Além desses quatro produtos descritos por March e Smith (1995), Vaishnavi e
Kuechler (2007) apresentam um quinto: as contribuições teóricas 21 (design
propositions). Design Science Research produz contribuições teóricas de duas maneiras.
Primeiro, por meio do método de construção de um artefato, que por si pode ser objeto
de teoria. Segundo, por meio das fases de construção e avaliação do artefato, durante as
quais as relações entre os elementos do artefato podem ser mais bem compreendidas e,
assim, complementar, aprimorar ou mesmo refutar uma teoria.
122
Quadro 4.2 – Formas de avaliação do artefato em Design Science Research
123
Fonte: Vaishnavi e Kuechler (2007, p.20)
A conscientização do problema consiste na seleção de um problema prático
relevante que também tenha potencial para uma contribuição teórica (LUKKA, 2003). O
resultado deste passo é uma proposta de pesquisa.
124
125
126
127
4.2.2 Sugestão
128
4.2.3 Desenvolvimento
129
22 Foram realizados 17 encontros, com 4 horas de duração cada, distribuídos ao longo de 20 semanas.
130
de interesse para o pesquisador; abstrai um evento, objeto, ação, ou interação que tem
um significado para o pesquisador (STRAUSS; CORBIN 1998). Categorias são
agrupamentos de conceitos unidos em um grau mais alto.
4.2.4 Avaliação
131
O terceiro método foi a realização de grupos focais. O primeiro grupo focal foi
desenvolvido com os alunos que participaram como projetistas durante a experiência
didática. Este foi realizado no último dia da disciplina na qual a experiência didática foi
aplicada, durante a fase de finalização da dinâmica de aplicação.
Um segundo grupo focal foi realizado com quatro professores das disciplinas de
projeto arquitetônico do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFC. Nesta
ocasião, foram apresentados aos professores o mecanismo desenvolvido e os resultados
obtidos na experiência didática. Em ambos os grupos, visou-se identificar as principais
potencialidades e restrições do mecanismo desenvolvido e aplicado.
4.2.5 Conclusão
132
PARTE 4 - RESULTADOS
133
134
135
136
137
projeto lida com diferentes tipos de problema e que o problema de projeto não é posto a
priori, mas vai evoluindo juntamente com o desenvolvimento da solução.
138
Fonte: autor
139
camadas adjacentes. Isso revela uma interseção entre etapas de projeto e a evolução
simultânea da construção do problema e da solução de projeto.
Figura 5.2 – Relação de contenimento entre atividades e etapas do metamodelo
Fonte: autor
Figura 5.3 – Fluxo de informações entre as atividades
Fonte: autor
140
141
142
Após concluída a etapa individual, inicia-se a etapa em grupo. Para tanto, cada
participante deve apresentar seus objetivos para todos. Sugere-se que os objetivos
sejam escritos em papeis individuais para que sejam colocados um por um sobre a mesa.
143
144
No caso dos grupos maiores, construir uma estrutura única desde o início pode
ser demasiado exaustivo e demandar muito tempo. Isso pode fazer com que os
participantes percam o foco e enfraqueçam a discussão, o que compromete a qualidade
do produto. Outro aspecto a se considerar é que os projetistas participantes tem que
apreender, durante a estruturação do modelo MCDA, as contribuições dessa atividade
para o desenvolvimento do projeto. O processo de apoio à decisão não pode ser tão
exaustivo que comprometa os benefícios gerados ao processo de projeto. Caso isso
ocorra, os participantes podem se desinteressar em estruturar o modelo MCDA. Assim,
cabe ao facilitador estimular a participação dos projetistas enquanto decisores.
24 Minicucci (1987) sugere que grupos pequenos são aqueles com até 12 participantes, mas que esse
número pode variar com a situação. Assim, fica a cargo do facilitador optar por subdividir o grupo.
145
Figura 5.4 – Exemplo de rede de objetivos meio-fins
Fonte: autor
146
São os objetivos fundamentais que vão compor a árvore de objetivos, pois eles
são a razão essencial de interesse em uma situação. Assim, são eles cujo alcance será
avaliado. Por isso, são sobre os objetivos fundamentais que os descritores e, em seguida,
os critérios serão estabelecidos. A Figura 5.5 apresenta um exemplo de uma árvore de
objetivos (parcial). Nela, o objetivo “reduzir temperatura” foi subdividido em seus
aspectos “áreas de maior permanência” e “áreas de menor permanência”.
Fonte: autor
147
• de possível mensuração;
• de fácil aferição por parte dos projetistas, uma vez que deverão possibilitar
testes de diferentes soluções; e
• devem possibilitar a visualização do impacto das decisões de projeto para a
solução final.
Uma dificuldade para atender a isso é que, em fases iniciais, o projeto ainda não
tem informações suficientes para que determinados descritores sejam coletados com
rigor de precisão. Por exemplo, no caso citado do objetivo "reduzir temperatura”,
148
25 Isso é válido para um contexto específico de projeto. No exemplo dado, trata-se de uma edificação em
cidade de altas médias térmicas anuais e baixas variações de temperatura. Nesse caso, os projetistas
visavam a reduzir a absorção de calor proveniente do ambiente externo, a fim de reduzir a temperatura
interna da edificação.
149
Tabela 5.1 – Lista de possíveis estados dos sub-objetivos
Condutividade do material das paredes
Estado Índice de condutividade do material
Ótima resistência térmica menor igual a 0,5
Boa resistência térmica maior que 0,5 e menor igual a 2
Má resistência térmica maior que 2
Absorção térmica da luz
Estado Índice de absorção térmica
Cores de baixa absorção térmica menor igual a 0,5
Cores de alta absorção térmica maior que 0,5
Fonte: autor
Tabela 5.2 – Lista de possíveis combinações de estados dos sub-objetivos
Combinações Condutividade do material das paredes Absorção térmica da luz
A menor igual a 0,5 menor igual a 0,5
B maior que 0,5 e menor igual a 2 menor igual a 0,5
C maior que 2 menor igual a 0,5
D menor igual a 0,5 maior que 0,5
E maior que 0,5 e menor igual a 2 maior que 0,5
F maior que 2 maior que 0,5
Fonte: autor
Tabela 5.3 – Matriz de ordenação das combinações
A B C D E soma ordem
A - 1 1 1 1 4 1
B 0 - 1 0 1 2 3
C 0 0 - 0 0 0 5
D 0 1 1 - 1 3 2
E 0 0 1 0 - 1 4
Fonte: autor
Na matriz de combinações ordenadas (Tabela 5.4), identifica-se que há
transitividade quando não há zero entre uns e quando não há um entre zeros. Caso isso
ocorra, ou seja, se houver intransitividade, as relações de preferência devem ser revistas
e corrigidas, até garantir a transitividade. Quando os descritores forem do tipo contínuo,
Keeney (1992) propõe a construção de curvas de iso-preferência. Entretanto, como já
considerado, em fases iniciais, o nível de precisão das informações de projeto ainda é
baixo. Por esse motivo, sugere-se que descritores contínuos sejam transformados em
discretos ou em escalas qualitativas.
Tabela 5.4 – Matriz de combinações ordenadas
A D B E C soma ordem
A - 1 1 1 1 4 1
D 0 - 1 1 1 3 2
B 0 0 - 1 1 2 3
E 0 0 0 - 1 1 4
C 0 0 0 0 - 0 5
Fonte: autor
151
Descritores do tipo discreto ou com escala qualitativa são menos precisos, pois
podem ser ambíguos. Entretanto, em projeto, facilitam a troca de informações entre o
projeto e o modelo de avaliação. Isso tem relação com o conceito de limiar de
indiferença, abordado na seção 3.2.
152
Quadro 5.1 – Quadro modelo para a representação dos critérios
FUNÇÃO DE
NÍVEL DESCRIÇÃO
VALOR
N{número do nível em
{descrição do estado do descritor em ordem decrescente de {valor associado
ordem decrescente de
preferência} ao nível}
preferência}
Fonte: autor
153
154
Para a avaliação das soluções, tanto a nível local quanto global, é imprescindível
a coleta de dados sobre o projeto. Isso torna-se mais eficiente com o apoio do modelo de
informação BIM (seção 2.2.2.2). Complementarmente, sobretudo se o projeto estiver
sendo desenvolvido segundo o modelo CAD de avaliação (Figura 2.11), pode-se utilizar
de ferramentas de simulação computacional. Deve-se considerar que, por se tratar de
fases iniciais de projeto, tais ferramentas devem ser capazes de lidar com uma menor
quantidade de variáveis, o que, por sua vez, pode afetar a precisão da informação. Como
já tratado, a construção dos critérios deve levar em conta tal limitação. Caso contrário,
os critérios de avaliação devem ser revistos.
156
5.2.1 Contextualização
157
158
intervenientes. Com isso, segue-se para o anteprojeto, para que a alternativa de projeto
aprovada seja desenvolvida.
A seguir, é apresentada uma síntese dos fluxos que ocorrem entre as atividades
do metamodelo. Esta síntese foi elaborada a partir da descrição das tarefas de cada
atividade, realizada na seção 5.1.2. Complementarmente, os Quadros 5.3, 5.4, 5.5, 5.6 e
5.7 e as Figuras 5.6, 5.7, 5.8, 5.9 e 5.10 ilustram o fluxo de informação entre as atividades
do metamodelo.
159
Figura 5.6 – Diagrama de fluxos com destaque para a atividade de identificação do contexto decisório
Fonte: autor
Quadro 5.3 - Síntese de fluxos com destaque para a atividade de identificação do contexto decisório
Atores
Dimensões de EP - Estruturação
Facilitador b
desempenho do problema
Equipes de projeto definidas
Definição do
produto e da PE - Planejamento IC - Identificação EM -
Relações de
a tipologia e concepção do do contexto c Estruturação do
preferências
Dados e empreendimento decisório modelo MCDA
documentações
sobre o contexto de Contexto decisório DP -
projeto caracterizado Desenvolviment
d
Conjectura de o de soluções de
soluções projeto
Fonte: autor
160
Figura 5.7 – Diagrama de fluxos com destaque para a atividade de estruturação do problema
Fonte: autor
161
Quadro 5.4 - Síntese de fluxos com destaque para a atividade de estruturação do problema
Família de
EM - Estruturação do
e objetivos de
modelo MCDA
desempenhos
Família de DP - Desenvolvimento
f objetivos de de soluções de
desempenhos projeto
Atores
IC - Identificação Família de
Dimensões de EP – Estruturação AS – Avaliação de
b do contexto g objetivos de
desempenho do problema soluções potenciais
decisório desempenhos
definidas
Revisão dos
atores, das
dimensões de IC - Identificação do
b’
desempenhos contexto decisório
e do contexto
decisório
Fonte: autor
dos descritores. A agregação dos critérios, por sua vez, explicita as relações de
preferência entre os objetivos de projeto.
Figura 5.8 – Diagrama de fluxos com destaque para a atividade de estruturação do modelo MCDA
Fonte: autor
Quadro 5.5 - Síntese de fluxos com destaque para a atividade de estruturação do modelo MCDA
Interconexões e
incompatibilidades DP -
entre desempenhos Desenvolviment
h
Diretrizes e o de soluções de
IC - Identificação possibilidades de projeto
Relações de soluções de projeto
c do contexto
preferência
decisório
AS – Avaliação
i Modelo MCDA de soluções
EM – Estruturação potenciais
do modelo MCDA
Revisão dos atores,
IC - Identificação
c das dimensões de
do contexto
’ desempenhos e do
decisório
Família de contexto decisório
EP - Estruturação
e objetivos de
do problema
desempenhos Revisão da família de EP –
e
objetivos Estruturação do
’
problema
Fonte: autor
163
Figura 5.9 – Diagrama de fluxos com destaque para a atividade de desenvolvimento de soluções de projeto
Fonte: autor
164
Quadro 5.6 - Síntese de fluxos com destaque para a atividade de desenvolvimento de soluções de projeto
Contexto
Informações para a
decisório IC - Identificação AS – Avaliação
mensuração dos
d caracterizado do contexto j de soluções
critérios de
Conjectura de decisório potenciais
avaliação
soluções
Família de EP -
f objetivos de Estruturação do Revisão dos atores,
IC - Identificação
desempenhos problema DP – d das dimensões de
do contexto
Desenvolvimento de ’ desempenhos e do
decisório
soluções de projeto contexto decisório
Interconexões e
incompatibili-
dades entre EP –
EM - Revisão da família
desempenhos f’ Estruturação do
h Estruturação do de objetivos
Diretrizes e problema
modelo MCDA
possibilidades de
EM –
soluções de h Revisão do modelo
Estruturação do
projeto ’ MCDA
modelo MCDA
Fonte: autor
165
Figura 5.10 - Diagrama de fluxos com destaque para a atividade de avaliação de soluções potenciais
Fonte: autor
Quadro 5.7 - Síntese de fluxos com destaque para a atividade de avaliação de soluções potenciais
Família de Revisão da EP –
EP – Estruturação do
g objetivos de g' família de Estruturação do
problema
desempenhos objetivos problema
EM - Estruturação do
i Modelo MCDA EM -
modelo MCDA Revisão do
i’ Estruturação do
modelo MCDA
AS – Avaliação de modelo MCDA
soluções potenciais
Informações DP –
para a DP – Melhorias para
Desenvolviment
j mensuração dos Desenvolvimento de j’ as soluções de
o de soluções de
critérios de soluções de projeto projeto
projeto
avaliação
Solução final
l AP - Anteprojeto
avaliada
Fonte: autor
166
Nos Quadros 5.8, 5.9 e 5.10, é apresentada a descrição de cada fase, divididas
em atividades. Em cada atividade, os participantes se reunirão em diferentes formações,
para viabilizar o trabalho em grupo.
167
painel com especialistas quanto o painel integrado são moderados pelo facilitador. A
formação do tipo equipe multidisciplinar é composta pelos projetistas em conjunto.
Neste caso, reduz-se o papel do facilitador, que poderá atuar em caso de revisões do
modelo.
Figura 5.11 – Formação do tipo assembleia Figura 5.12 – Formação do tipo painel com
especialistas
Fonte: autor Fonte: autor
Figura 5.13 – Formação do tipo painel integrado Figura 5.14 – Formação do tipo equipe
multidisciplinar
Fonte: autor Fonte: autor
168
169
170
171
Por se tratar de uma situação de ensino, para aplicar o mecanismo foi necessário
considerar algumas especificidades. Inicialmente, levou-se em consideração a
experiência dos projetistas. Como, neste caso, os projetistas foram alunos de graduação
em arquitetura, considerou-se a pouca experiência dos mesmos na resolução de
problemas de projeto. Para superar possíveis dificuldades, foram convidados a
participarem da aplicação três especialistas (professores/pesquisadores), um em cada
172
173
Quadro 6.1 – Síntese das características da aplicação do mecanismo na experiência didática
• Facilitador
• Equipe de apoio (2 monitores)
• Projetistas (12 alunos de graduação do Curso de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do
Participantes Ceará)
• Consultores (1 professor de conforto ambiental, 1
professor de gestão da produção, 1 pesquisador de
desempenho ambiental, 1 professor de projeto
arquitetônico)
Escopo do projeto
Localização Bairro Planalto Pici, Fortaleza, Ceará.
Dimensão do terreno 3,92mx15,11m
Residência unifamiliar composta por: sala, cozinha, 3 quartos, 2
Programa
banheiros e 1 vaga de garagem
Meio de produção Edificação construída pelo próprio morador (autoconstrução)
Estruturação do modelo MCDA
Dimensões de desempenho avaliadas Conforto térmico, custo e desempenho ambiental
Método para identificação de
Brainstorm + Ideawriting (baseados nas técninas de Keeney, 1992)
objetivos
Método para construção da função de
Pontuação direta (Direct rating)
valor
Tecnologias empregadas
Softwares CAD AutoCAD e SketchUp
Softwares BIM ArchiCAD e Autodesk Revit
Softwares de avaliação Project Vasari
Demais recursos Planilhas em Excel
Fonte: autor
26 Por se tratar de uma situação de uma experiência didática, e não de uma situação real de projeto,
optou-se por não aplicar o projeto participativo. O desenvolvimento de um projeto participativo envolve
outras variáveis de difícil controle (como, por exemplo, mobilização dos usuários participantes) que
influenciariam o processo e, além disso, poderiam comprometer a execução da atividade em tempo hábil à
pesquisa.
174
no projeto em questão: custo, desempenho ambiental (Selo Casa Azul - Caixa) e conforto
térmico.
175
Figura 6.1 – Projetistas divididos no formato de painel com especialistas com apoio de consultores
Fonte: autor
176
Segundo Mororó (2012), o bairro Planalto Pici tem áreas que passaram por
sucessivas ocupações irregulares (Figura 6.2). O arruamento e loteamento dessas áreas
ocorreram coordenados por uma líder comunitária, que traçou ruas de 5,00m a 6,00m
de largura, quadras regulares e lotes de 4,00m x 15,00m, aproximadamente. No período
em que a experiência didática ocorreu, o Planalto Pici estava passando por um processo
de regularização fundiária, sendo considerada pelo Plano Diretor do Município de
Fortaleza uma Zona de Requalificação Urbana.
177
(a) ocupações ocorridas até a década de 80; (b) ocupação de 1990; (c) área institucional – DNOCS
Fonte: Mororó, 2012, p.83
178
Conforto Térmico
Custo
Instalações hidrossanitárias otimizadas pela disposição das áreas molhadas (banheiro junto da cozinha)
Circulações extensas
Paredes divisórias desnecessárias
Alguns cômodos são integrados para aumentar a compacidade e diminuir áreas de circulação
Desempenho Ambiental
Atende suficientemente bem a critérios de infraestrutura do entorno urbano, apesar da má qualidade dos
espaços públicos próximos
Péssimas condições de paisagismo, prejudicial ao microclima local
A implantação das casas geminadas não favorece a ventilação natural
Ausência de equipamentos para a redução do consumo de energia nas edificações ou de fontes alternativas
de energia
Baixa qualidade construtiva (materiais e execução)
Ausência de captação e aproveitamento de águas pluviais
Fonte: autor
179
180
181
Fonte: autor
182
Reduzir temperaturas
Ambientes de maior permanência
Ambientes de menor permanência
Renovar o ar
Ventilar ambientes de maior permanência
Propiciar a exaustão nos banheiros
Otimizar a construção
Otimizar o processo de construção
Utilizar materiais de baixo custo
Racionalizar o desenho arquitetônico
Propiciar flexibilidade
Reduzir itens desnecessários
Fonte: autor, com base nos resultados apresentados pelos participantes da experiência didática
183
Nas seções 6.3.3.1 e 6.3.3.2, são apresentados os resultados das diversas tarefas
para a estruturação do modelo MCDA.
184
conforto térmico aos ocupantes do local (OF1); agregar valor à edificação (OF2) e
reduzir o impacto no meio natural (OF3).
Fonte: autor, com base nos resultados apresentados pelos participantes da experiência didática
185
186
Fonte: autor, com base nos resultados apresentados pelos participantes da experiência didática
187
iluminação natural (OE 3.1.2.3) e iluminação artificial (OE 3.1.2.4). Esses objetivos
elementares foram considerados mutuamente isoláveis.
Figura 6.6 – Hierarquia de objetivos parcial (3/3)
Fonte: autor, com base nos resultados apresentados pelos participantes da experiência didática
188
Reduzir temperaturas
189
Renovar o ar
190
191
custo e baixo custo. Os estados do descritor considera quantos materiais de alto, médio e
baixo custo se está especificando para o projeto (Tabela A6, Apêndice E).
Por exemplo, pode-se comparar duas situações: (a) utilizar telha metálica
sanduíche na coberta, tijolo furado na fachada, laje treliçada, esquadrias de alumínio e
pilares de concreto; ou (b) utilizar coberta em telha cerâmica, fachada em bloco de
concreto, laje volterrana, esquadria de madeira e alvenaria estrutural. De acordo com a
classificação atribuída aos materiais listados no quadro de referência para o critério C6
(Quadro A3, Apêndice E), a classificação de custo de aquisição dos materiais seria como
a descrita na Tabela 6.1.
Propiciar flexibilidade
Os meios para o alcance deste objetivo são: prever futuras mudanças no projeto,
utilizar divisórias não estruturais e planejar possibilidade de expansão vertical (segundo
pavimento). Os estados dos objetivos-meios foram listados e combinados para compor
os estados do descritor “nível de flexibilidade” (Tabela A7, Apêndice E).
192
Cogerar energia
193
Otimizar materiais
Reaproveitar água
194
195
196
Fonte: autor, com base nos resultados apresentados pelos participantes da experiência didática
197
198
Fonte: autor, com base nos resultados apresentados pelos participantes da experiência didática
199
200
6.3.4.1 Equipe A
Fonte: Equipe A
201
Figura 6.10 – Plantas e cortes da edificação proposta gerados com software Archicad (Projeto A)
Fonte: Equipe A
202
Figura 6.11 – Renderizações da edificação proposta geradas com software Archicad (Projeto A)
Fonte: Equipe A
203
Figura 6.12 – Imagens de simulação computacional de ventilação por meio do software Vasari (Projeto
A)
Fonte: Equipe A
204
6.3.4.2 Equipe B
Figura 6.13 – Plantas da edificação proposta geradas com o software Archicad (Projeto B)
Fonte: Equipe B
205
Figura 6.14 – Cortes perspectivados e renderização da edificação proposta geradas com o software
Archicad (Projeto B)
Fonte: Equipe B
206
Figura 6.15 – Imagens de simulação computacional de ventilação por meio do software Vasari (Projeto B)
Fonte: Equipe B
6.3.4.3 Equipe C
207
Figura 6.16 – Plantas e cortes da edificação proposta gerados com software Archicad (Projeto C)
Fonte: Equipe C
208
Figura 6.17 – Renderizações da edificação proposta gerados com software Archicad (Projeto C)
Fonte: Equipe C
6.3.4.4 Equipe D
209
Figura 6.18 – Plantas da edificação proposta gerados com software Revit (Projeto D)
Fonte: Equipe D
210
Figura 6.19 – Imagens de simulação computacional de ventilação por meio do software Vasari (Projeto D)
Fonte: Equipe D
A Tabela 6.2 apresenta os valores dos critérios obtidos por cada projeto. Em
seguida, é apresentado o Gráfico 6.1, que ilustra os resultados de modo comparativo.
211
Gráfico 6.1 – Comparativo dos resultado da avaliação local das soluções de projeto desenvolvidas
Fonte: autor, com base nos resultados da experiência didática
Após verificarem o desempenho local das alternativas de projeto, ainda não foi
possível para os projetistas chegarem a uma conclusão sobre qual delas atendia melhor
aos objetivos estabelecidos. Assim sendo, decidiu-se realizar a avaliação global, que leva
em consideração as prioridades dos objetivos de projeto para obter um valor final para
cada projeto. Por meio da avaliação global é possível avaliar o projeto de modo
212
213
214
Potencialidades Restrições
215
Potencialidades Restrições
217
218
219
7 CONTRIBUIÇÃO TEÓRICA
220
Por fim, aponta-se que o processo de apoio à decisão não deve estar associado
apenas à etapa de avaliação do processo de projeto, mas também às etapas de análise e
síntese. Ou seja, o processo de apoio à decisão foi incorporado ao processo de projeto
como um todo. Deste modo, foram identificados os rótulos “análise”, “síntese" e
“avaliação” nas evidências teóricas.
221
O Quadro 7.1 apresenta aspectos que evidenciam uma coerência formal entre o
processo de projeto e o processo decisório.
Quadro 7.1 - Quadro de evidências teóricas: forma
Instabilidade Problemas de projeto são mal- Problemas de decisão tem natureza mal-
definidos; estão sempre em aberto e o definida e o processo de estruturação do
processo de projeto não tem fim. modelo de apoio à decisão é recursivo.
(ROZEMBERG; CROSS, 1991; RITTEL; (BANA E COSTA, 1993)
WEBBER, 1973; LUCKMAN, 1967;
LAWSON, 2005; CROSS, 2008)
Complexidade Depende do contexto. (VASSÃO, 2010; Decisores não tem os mesmos objetivos;
KALAY, 1999) importância da subjetividade dos atores.
Problema de decisão é subjetivo e
contextual. (ENSSLIN; MONTIBELLER;
NORONHA, 2001)
Fonte: autor
222
Em projeto, isso ocorre pois cada dimensão de desempenho pode ter objetivos
conflitantes associados à mesma variável. Em apoio à decisão, pois cada ator envolvido
tem seu próprio sistema de valores, podendo haver divergência entre os valores
envolvidos. Além disso, considera-se que temos um conhecimento sempre incompleto a
respeito das variáveis e das relações entre elas (VASSÃO, 2010).
223
Para lidar com a forma instável, recursiva e complexa dos processos de projeto
e de apoio à decisão, o metamodelo desenvolvido funciona como uma máquina abstrata
(Capítulo 5). Ou seja, trata-se de um sistema iterativo aberto, produzido
colaborativamente para um determinado contexto. O modelo de apoio à decisão
multicritério, resultado do metamodelo, enseja um conjunto de regras (objetivos) que
norteiam o desenvolvimento do projeto. Essas regras permitem que os projetistas
desenvolvam o projeto de modo intersubjetivo, mantendo um consenso, ou seja, uma
realidade compartilhada pela equipe de trabalho. A estrutura inicial do modelo vai
sendo ajustada devido à progressiva aquisição de informação e por um melhor
conhecimento do problema por parte dos decisores.
224
226
objetivo conflitava com o objetivo de “utilizar materiais duráveis”, pois um dos meios de
reduzir custos é utilizar materiais mais baratos e de menor durabilidade. Então, os
projetistas acordaram que em vez de reduzir custos eles deveriam buscar agregar valor
à edificação.
227
228
Quadro 7.4 - Quadro de evidências teóricas: síntese
229
230
231
Instabilidade Não há uma solução correta para um Apoio à decisão como meio de obter
problema de projeto, mas um número elementos de respostas aos decisores.
exaustivo de possíveis soluções. (ROY, 1996)
(LAWSON, 2005; CROSS, 2008)
Fonte: autor
232
233
234
Fonte: autor, com base em Montibeller e Franco (2010, p. 43)
235
236
PARTE 5 – CONCLUSÃO
8 CONCLUSÃO
237
8.1 Produtos
238
239
240
Quanto à atividade de avaliação, não se esperava que ela fosse uma terceira
etapa estanque, sequencial e linear do processo. Esta característica se confirmou.
Observou-se que a atividade de avaliação ocorreu como apoio à atividade de síntese. À
medida que desenvolviam as soluções, os projetistas recorreram ao modelo de avaliação
para testar possibilidades e, assim, apoiar a tomada de decisão. Assim, o modelo MCDA
de avaliação desenvolvido pelas equipes de projeto facilitou a compreensão das
interferências de decisões de projeto. Desta forma, identificou-se que a etapa de
avaliação foi incorporada à síntese de modo recursivo.
241
242
Quanto aos objetivos desta pesquisa, foi proposto como artefato um mecanismo
para a compatibilização de multidesempenhos em fases iniciais de projeto. Este
mecanismo, é composto pelo metamodelo de processo de projeto e pela dinâmica de
aplicação do metamodelo, descritos no Capítulo 6 desta tese. Este artefato atende aos
objetivos geral e específicos desta tese.
243
desenvolvido é único e não pode ser aplicado para outros casos de avaliação, nem pode
ser utilizado com caráter normativo. Os projetistas que participaram da aplicação do
mecanismo questionaram se para cada projeto seria necessário o desenvolvimento de
um novo modelo MCDA de avaliação. A resposta é sim. Para cada projeto, em cada
contexto, para cada grupo de decisores, um novo modelo MCDA deve ser desenvolvido.
Isso porque o fim não é o modelo em si, nem apenas os resultados da avaliação, mas o
próprio processo de estruturação do modelo MCDA.
244
245
246
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255
256
APÊNDICES
257
258
PLANO DE DISCIPLINA
Desenho Arquitetônico 3
Créditos: 4
Ementa
Enfoca a visão sistêmica do processo de projeto com ênfase no modelo de projeto baseado em
desempenho. Aborda a estruturação de problemas e avaliação multicritério de alternativas
como meios de mediação de interesses conflitantes de projeto. Utiliza a metodologia de apoio
à tomada de decisão como suporte ao projeto colaborativo. Aplica ferramentas de simulação
computacional para desenvolvimento e avaliação de projetos em estudos conceituais de massa
de edificações.
Objetivos
Conteúdo
Metodologia
259
Avaliação
Bibliografia
3. DESEMPENHO DE PROJETO
260
4. TUTORIAIS
Plano de atividades
261
262
263
264
265
266
267
268
269
270
271
272
273
274
275
276
Fonte: Prof. Maria Lucia Galves Fonte: Prof. Maria Lucia Galves
277
278
279
280
281
282
283
284
285
286
287
288
289
290
291
292
293
294
295
296
297
298
299
300
301
302
303
304
Tabela A1 – Critério C1
CRITÉRIO C1
OBJETIVO Reduzir temperaturas em ambientes de maior permanência
DESCRITOR Propriedades para a redução de temperatura em ambientes de maior
permanência
NÍVEL DESCRIÇÃO FUNÇÃO
DE VALOR
ÍNDICE DE CONDUTIBILIDADE TÉRMICA DOS MATERIAIS 0 < X<2
ÍNDICE DE ABSORÇÃO TÉRMICA DA COR X<0,50
N14 FACHADAS PROTEGIDAS E ABERTURAS PROTEGIDAS 135
AMBIENTES DE MAIOR PERMANÊNCIA NO LESTE
305
306
Tabela A2 – Critério C2
CRITÉRIO C2
OBJETIVO Reduzir temperaturas em ambientes de menor permanência
DESCRITO Propriedades para a redução de temperatura em ambientes de menor
R permanência
NÍVEL DESCRIÇÃO FUNÇÃO DE
VALOR
ÍNDICE DE CONDUTIBILIDADE TÉRMICA DOS MATERIAIS 0 < X<2
ÍNDICE DE ABSORÇÃO TÉRMICA DA COR X<0,50
N14 FACHADAS PROTEGIDAS E ABERTURAS PROTEGIDAS 135
AMBIENTES DE MENOR PERMANÊNCIA NO LESTE
27 Todas as tabelas e quadros do Apêndice E foram elaborados com base nos dados apresentados pelos
307
308
Fonte: autor
Alumínio 204
Ligas 35
Aço/Ferro 52
Mármore 2.5
Arenito 1.6
Concreto de cascalho 2
Lã de Vidro 0.04
Vidro 0.8
Lã de rocha 0.04
Compensado 0.17
Fonte: : http://www.prolab.com.br/Tabela-Condutividade-Material-Construção
309
Tabela A3 – Critério C3
CRITÉRIO C3
OBJETIVO Ventilar ambientes de maior permanência
DESCRITOR Fluxo de ventilação em ambientes de maior permanência
FUNÇÃO
NÍVEL DESCRIÇÃO
DE VALOR
N7 130
4 Aberturas
N6 100 BOM
Duas aberturas paralelas desalinhadas
310
N5 50
Duas aberturas paralelas alinhadas( porta e janela ) /Duas
janelas e uma porta
N4 45
Duas aberturas em paredes vizinhas
N3 15
Uma abertura mais ventilação zenital ou chaminé.
311
N2 0 NEUTRO
Apenas uma abertura (porta) com meia parede.
N1 -15
(planta)
Uma abertura (porta) e paredes até o teto
OBS.: A representação pictórica do fluxo de ventilação dos níveis N2 e N3 referem-se ao
corte do ambiente. As demais representações referem-se a plantas.
Fonte: autor
Tabela A4 – Critério C4
CRITÉRIO C4
OBJETIVO Propiciar exaustão dos banheiros
DESCRITOR Fluxo de ventilação em ambientes de maior permanência
FUNÇÃO
NÍVEL DESCRIÇÃO
DE VALOR
N7 130
4 Aberturas
312
N6 100 BOM
Duas aberturas paralelas desalinhadas
N5 50
Duas aberturas paralelas alinhadas( porta e janela ) /Duas
janelas e uma porta
N4 45
Duas aberturas em paredes vizinhas
313
N3 15
Uma abertura mais ventilação zenital ou chaminé.
N2 0 NEUTRO
Apenas uma abertura (porta) com meia parede.
N1 -15
(planta)
Uma abertura (porta) e paredes até o teto
OBS.: A representação pictórica do fluxo de ventilação dos níveis N2 e N3 referem-se ao
corte do ambiente. As demais representações referem-se à planta.
Fonte: autor
314
Tabela A5 – Critério C5
CRITÉRIO C5
OBJETIVO Otimizar o processo de construção
DESCRITOR Nível de otimização dos processos construtivos
FUNÇÃO DE
NÍVEL DESCRIÇÃO
VALOR
N4 Materiais locais e com técnica de aplicação conhecida pela comunidade 100 BOM
Materiais encontrados fora do estado e com técnica de aplicação conhecida
N3 pela comunidade 75
Materiais locais, mas com técnica de aplicação não conhecida pela
N2 comunidade 50
Materiais encontrados fora do estado e com técnica de aplicação não
N1 conhecida pela comunidade 0 NEUTRO
Fonte: autor
Tabela A6 – Critério C6
CRITÉRIO C6
OBJETIVO Utilizar materiais de baixo custo
DESCRITOR Custo dos materiais
FUNÇÃO DE
NÍVEL DESCRIÇÃO
VALOR
Possui até dois materiais de médio custo ou um material de alto custo
N8 Não possui materiais com manutenção constante
125
Possui até três materiais de médio custo ou dois materiais de alto custo
N6 Não possui materiais com manutenção constante
75
Possui até três materiais de médio custo ou dois materiais de alto custo
N5 Possui apenas um material com manutenção constante
60
Possui até três materiais de médio custo ou dois materiais de alto custo
N4 Possui mais de um material com manutenção constante
30
N1 Possui mais de três materiais de médio custo ou de dois materiais de alto -30
315
OBS.: A classificação dos materiais quanto ao custo e quanto à frequência de manutençãoo encontram-se no
quadro de referencia 3.
Fonte: autor
Laje
Esquadria
Pilares
OBS.: Em caso de cobertas com calhas, considerar manutenção constante, qualquer que seja o material.
Fonte: autor
316
Tabela A7 – Critério C7
CRITÉRIO C7
OBJETIVO Propiciar flexibilidade
DESCRITOR Nível de flexibilidade
FUNÇÃO DE
NÍVEL DESCRIÇÃO
VALOR
Divisórias não estruturais,
N7 possível de expandir para segundo pavimento e 100 BOM
expansões previstas
Divisórias estruturais,
possível de expandir para segundo pavimento e
expansões não previstas
N3 20
Divisórias estruturais,
não possível de expandir para segundo pavimento e
expansões previstas
Divisórias estruturais,
N2 possível de expandir para segundo pavimento e 0 NEUTRO
expansões não previstas
Divisórias estruturais,
N1 não possível de expandir para segundo pavimento e -30
expansões não previstas
Fonte: autor
317
Tabela A8 – Critério C8
CRITÉRIO C8
OBJETIVO Reduzir itens desnecessários
DESCRITOR Nível de itens desnecessários
FUNÇÃO DE
NÍVEL DESCRIÇÃO
VALOR
Menos de 6% de área em circulação,
N10 alvenaria estrutural com laje volterrana e 125
ambientes integrados
318
Fonte: autor
Tabela A9 – Critério C9
CRITÉRIO C9
OBJETIVO Cogerar energia
DESCRITOR Nível de cogeração de energia
FUNÇÃO
NÍVEL DESCRIÇÃO DE
VALOR
Cogeração de energia elétrica presente
N4 Cogeração de energia térmica presente
100 BOM
319
Tabela A10 – Critério C10
CRITÉRIO C10
OBJETIVO Otimizar cores da fachada
DESCRITOR Índice de reflexão térmica da cor da fachada
FUNÇÃO
NÍVEL DESCRIÇÃO DE
VALOR
N5 0,8 – 1,00 100 BOM
N4 0,6 – 0,79 75
N3 0,4 – 0,59 50
N2 0,2 – 0,39 25
0
N1 0,0 – 0,19
NEUTRO
Fonte: autor
320
CRITÉRIO C11
OBJETIVO Otimizar materiais da coberta
DESCRITOR Tipo de material da coberta por nível de transmitância térmica
FUNÇÃO DE
NÍVEL DESCRIÇÃO
VALOR
N4 Telha metálica sanduiche 100 BOM
N3 Telha cerâmica 50
N2 Telha de cimento amianto 25
N1 Telha metálica comum 0 NEUTRO
Fonte: autor
CRITÉRIO C12
OBJETIVO Otimizar materiais da fachada
DESCRITOR Tipo de material da fachada por nível de transmitância térmica
FUNÇÃO DE
NÍVEL DESCRIÇÃO
VALOR
N4 Bloco de concreto celular 100 BOM
N3 Tijolo furado 50
N2 Bloco cerâmico 25
N1 Fachada metálica comum 0 NEUTRO
Fonte: autor
321
CRITÉRI C13
O
OBJETI Otimizar iluminação artificial
VO
DESCRI Tipo de lâmpada
TOR
FUNÇÃO DE
NÍVEL DESCRIÇÃO
VALOR
N3 Lâmpada fluorescente com luminária 100 BOM
N2 Lâmpada fluorescente sem luminária 70
N1 Lâmpada incandescente 0 NEUTRO
Fonte: autor
CRITÉRIO C14
OBJETIVO Otimizar iluminação natural
DESCRITOR Relação entre a área de abertura e o volume do ambiente
FUNÇÃO DE
NÍVEL DESCRIÇÃO
VALOR
Abertura maior que 1/6 da área do ambiente e
N5 135
Profundidade do ambiente menor que 3 vezes o pé direito
Abertura maior que 1/6 da área da área do ambiente e
N4 100 BOM
Profundidade do ambiente maior que 3 vezes o pé direito
Abertura menor que 1/6 da área do ambiente e
N3 50
Profundidade do ambiente menor que 3 vezes o pé direito
Abertura menor que 1/6 da área do ambiente e
N2 0 NEUTRO
Profundidade do ambiente maior que 3 vezes o pé direito
N1 Ambientes sem abertura para entrada de iluminação natural -30
OBS.: Em caso de aberturas em paredes opostas, considerar metade da profundidade do ambiente como
profundidade efetiva
Fonte: autor
322
CRITÉRIO C15
OBJETIVO Reaproveitar água
DESCRITOR Nível de cogeração de energia
FUNÇÃO DE
NÍVEL DESCRIÇÃO
VALOR
Reaproveitamento de água pluvial presente
N4 100 BOM
Reaproveitamento de água cinza presente
Reaproveitamento de água pluvial presente
N3 75
Reaproveitamento de água cinza ausente
Reaproveitamento de água pluvial ausente
N2 25
Reaproveitamento de água cinza presente
Reaproveitamento de água pluvial ausente
N1 0 NEUTRO
Reaproveitamento de água cinza ausente
Fonte: autor
CRITÉRIO C16
OBJETIVO Utilizar materiais recicláveis e duráveis nas paredes
DESCRITOR Reciclabilidade e durabilidade dos materiais das paredes
FUNÇÃO DE
NÍVEL DESCRIÇÃO
VALOR
Durabilidade: nivel 3 ou 4
N4 100 BOM
Reciclabilidade nivel 3 ou 4
Durabilidade: nivel 3 ou 4
N3 75
Reciclabilidade nivel 1 ou 2
Durabilidade: nivel 1 ou 2
N2 25
Reciclabilidade nivel 3 ou 4
Durabilidade: nivel 1 ou 2
N1 0 NEUTRO
Reciclabilidade nivel 1 ou 2
OBS.: Para nível de durabilidade e reciclabilidade dos materiais, consultar quadro de referência 5
Fonte: autor
323
CRITÉRIO C17
OBJETIVO Utilizar materiais recicláveis e duráveis na coberta
DESCRITOR Reciclabilidade e durabilidade dos materiais da coberta
FUNÇÃO
NÍVEL DESCRIÇÃO
DE VALOR
Durabilidade: nivel 3 ou 4
N4 100 BOM
Reciclabilidade nivel 3 ou 4
Durabilidade: nivel 3 ou 4
N3 75
Reciclabilidade nivel 1 ou 2
Durabilidade: nivel 1 ou 2
N2 25
Reciclabilidade nivel 3 ou 4
Durabilidade: nivel 1 ou 2
N1 0 NEUTRO
Reciclabilidade nivel 1 ou 2
OBS.: Para nível de durabilidade e reciclabilidade dos materiais, consultar quadro de
referência 5
Fonte: autor
Fonte: autor
324
325
326
327
328
329
330
331
332
333
334
335
336
337
338
339
340
341
342
343
344
345
346
347
348