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Resumo
1. Introdução
¹ Pedagoga pela Universidade Federal da Bahia e estudante da pós - graduação em Administração e Gestão de
Negócios pela Universidade Salvador – UNIFACS.
² Orientadora, Doutora em Geociências pela Universidade Federal da Bahia e coordenadora do curso MBA em
Administração e Gestão de Negócios da Universidade Salvador – UNIFACS.
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O estudo sobre gestão de estoque foi realizado numa empresa estabelecida em Salvador,
Bahia, com mais de 25 anos de mercado. Atua no segmento de venda e manutenção de
ônibus e caminhões, destinada ao transporte de passageiros e cargas, respectivamente. A
empresa atua como canal intermediário entre fábrica e o consumidor final, sendo
responsável pela venda e assistência técnica dos produtos. Por razões óbvias, o nome da
empresa, informações sensíveis a esta, seu posicionamento no mercado e às suas
operações serão omitidas ou disfarçadas.
Esta produção objetiva compreender a gestão de estoque como ferramenta para redução
de custos para o alcance da eficiência operacional e financeira, considerando o segmento
do varejo de peças automotivas. A metodologia utilizada foi pesquisa exploratória e estudo
de caso, com base em artigos e livros que fundamentaram a análise e discussão do tema.
2. Referencial Teórico
2.1 Conceito
Nesta definição os estoques perpassam pelos bens comprados com pretensão de venda,
englobando, por exemplo, produtos adquiridos por um varejista para revenda ou terrenos e
outros imóveis para revenda. Os estoques também são formados por produtos acabados e
produtos em processo de produção pela entidade e incluem matérias – primas e materiais
esperando utilização no processo de produção, como: embalagens, materiais de consumo,
entre outros.
Para mensuração do estoque será aplicado o conceito de preço de custo, que é calculado
pelo preço de compra, mais tributos de circulação do produto, bem como os custos de
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O objetivo principal de uma empresa é auferir o lucro sobre o capital investido, espera-se
que o dinheiro aplicado em estoque seja o necessário para a produção e o bom
atendimento aos clientes, tido como investimento inicial para geração de lucros na
atividade comercial ou industrial.
Sobre o ponto de vista operacional e financeiro a gestão de estoque obtém grande valia e
demanda cuidados especiais. Muitas vezes as empresas não conseguem acompanhar os
aumentos repentinos de demanda, ou seus fornecedores não estão preparados para
atender estas demandas esporádicas com um tempo de suprimento satisfatório, o que
justifica a criação de estoques.
Manter estoques é necessário para corrigir uma ineficiência do produtor ou até mesmo
para atender as demandas de produção e dos clientes. Em alguns casos manter estoque é
necessário para garantir a operação da empresa, visando o alcance do nível de serviço
desejado.
Cada uma delas objetiva maximizar seus resultados em detrimento das demais áreas.
Nessa interface de interesses, o administrador de materiais deve ter uma visão
abrangente, garantindo o bom desempenho de todas as forças, para que o resultado seja o
melhor possível.
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FRANCISCHINI (2002) conceitua nível de serviço como: “a qualidade com que o fluxo de
bens e serviços é gerenciado e o desempenho oferecido pelos fornecedores aos seus
clientes: internos ou externos, no atendimento dos pedidos”.
Para o bom desempenho da operação faz-se necessário saber quais as necessidades dos
clientes, para que a empresa possa atendê-lo de forma eficaz.
É relevante destacar que quanto maior o nível de serviço, maior o custo associado para
atender os clientes internos e externos. Ofertar níveis de serviço próximo a 100% pode ter
um custo muito elevado para a empresa, o que pode inviabilizar o negócio. Dessa forma
faz-se necessário decidir qual o nível de serviço a ser oferecido para o cliente. Sendo
estabelecida a meta.
Dessa forma, o diretor de materiais adotará todas as decisões necessárias para alcançar o
indicador e será responsável por apresentá-lo para a diretoria da empresa.
Grande parte das peças de reposição apresenta demanda esporádica, ou seja, ocorrem
em períodos variados, o que dificulta as suas previsões gerando falta nos estoques o que
resulta em altos custos.
Segundo LOVE (1979, Apud REGO, 2001, P.2): “previsões de demanda são pré-requisitos
absolutos para o planejamento dos níveis de estoque”. Ainda que as previsões estejam
vulneráveis ao erro, o conhecimento desses erros pode resultar em estoques de segurança
eficazes.
O método quantitativo, fazendo uso de ferramentas estatísticas, são muito relevantes para
prever os padrões básicos do comportamento do consumo pautados no consumo passado
e elaborando determinadas hipóteses para um período futuro. Referente às variáveis
aleatórias, são consideradas pela estatística sob a forma de erros de estimação.
pode ser calculada e gerida internamente, é o caso de materiais para a linha de produção,
neste caso podemos abranger peças de reposição para atender um mercado ou cliente já
conhecido dentro da oficina, buscando atender os níveis de serviço pré-estabelecidos pelo
setor de pós-vendas.
Nesse contexto, cada um dos tipos de demanda descritos acima pode ser classificado
quanto ao comportamento ao longo do tempo, a saber:
Essas flutuações podem ser compreendidas ao analisar três fatores, são eles: a tendência,
a sazonalidade e a ciclicidade. A tendência aponta a direção básica do consumo, que pode
ser de aumento, diminuição ou estacionária. A sazonalidade aponta o comportamento na
variação do consumo, que se repetem no seio de um intervalo de tempo pequeno, em
geral um ano. A ciclicidade revela o comportamento das mudanças do consumo, que se
repetem dentro de um período de tempo grande, em geral décadas.
Ainda como ferramenta para auxílio do gestor nas tomadas de decisões pode ser utilizado
alguns métodos de previsão de demanda. O primeiro a ser estudado é o método da média
móvel, neste método compreende-se que a estimativa de consumo do próximo período
será a média de consumo dos últimos “n” períodos. É um método de fácil implantação, mas
possui algumas limitações na sua aplicação prática, são elas: requer uma ampla
quantidade de dados anteriores, desconsidera a possibilidade de alteração no futuro das
condições externas nos períodos anteriores, todos os dados dos períodos anteriores tem o
mesmo índice de relevância e importância, impactando nos resultados das medias com o
mesmo peso, flutuações de demandas por fatores atípicos do mercado são
desconsiderados, distorcendo a média calculada.
para o cálculo da previsão de demanda. Dessa forma, em uma média móvel calcula em d
dias, o último dia terá peso n, o penúltimo terá peso n-1, e assim sucessivamente. Neste
método os períodos mais atuais têm mais peso que os períodos mais antigos. Dessa forma
elimina-se a desvantagem do método da média móvel no que tange a fatores sazonais,
pois se pode atribuir pesos menores a períodos com essas variações.
Existem ainda outros métodos mais complexos para a previsão de demanda, como por
exemplo, o método dos mínimos quadrados, uma ferramenta estatística muito utilizada que
consiste em traçar uma linha que melhor se adapte aos dados históricos e prover uma
tendência para a previsão da demanda.
3. Estudo de Caso
Também é válido ressaltar que uma eficaz gestão de estoque, aliada ao bom atendimento
da demanda dos clientes, proporciona uma importante oportunidade de aproximação e
relacionamento com o cliente, servindo como um instrumento de fidelização e satisfação
dos mesmos.
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A gestão de peças de reposição pode ainda ser abordada pelo viés do serviço ao cliente e
não apenas pelo aspecto financeiro e/ou de logística, pois com o mercado cada vez mais
acirrado e competitivo a satisfação do cliente é fundamental. Uma forma bastante utilizada
para manter os clientes satisfeitos é através do setor de pós-vendas, utilizando-se do
segmento de peças de reposição integrado a assistência técnica como meio para realizar
reparos em tempo recordes. Para isso, faz-se necessário a manutenção de um estoque
visando atender a determinados níveis de serviço ao cliente e sua satisfação.
Segundo FORTUIN; MARTIN (1999, Apud REGO, 2011, P.2): “o ciclo de vida das peças
de reposição está associado ao ciclo de vida dos produtos finais que a empregam”. Sua
demanda é influenciada por alguns fatores: tamanho e idade da população, especificidades
de manutenção desses produtos, entre outros. Durante o processo de gestão de estoque
algumas decisões precisam ser tomadas, entre elas a decisão de estocagem ou não de
peças, influenciando diretamente no volume de rotatividade de estoque. Surge então a
necessidade de mecanismos para conhecer melhor a composição desse estoque e suas
características, uma previsão de demanda assertiva será uma ferramenta eficaz para
auxiliar este processo.
A curva ABC é uma metodologia que tem sido bastante utilizada como ferramenta para
gestão de estoques, seja para a estruturação do estoque ou até mesmo para o
planejamento de uma política de vendas. Trata-se de uma ferramenta gerencial que
possibilita identificar quais itens demandam maior atenção e tratamento adequado quanto
a sua relevância. Classificando os itens segundo os graus de relevância.
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Dessa forma constata-se que cada estoque terá sua relação padrão que identifica a curva
ABC do estoque. Considerando essa metodologia, a partir de uma análise baseada na
curva ABC obtêm-se três grupos, que se caracterizam como:
Constata-se que o critério não considera o valor da mercadoria em relação ao seu custo,
quantidade e volume, mas a relação de demanda e valor. Essa metodologia é específica
para o setor de peças automotivas, estes dados foram obtidos através do controle
informatizado de software da concessionária.
Nesse contexto, as análises realizadas a partir dos quadros apresentados evidenciam que
os fornecedores possuem comportamentos semelhantes, e sugere a adoção de estratégias
para a reversão de imobilização do capital perante o estoque apresentado.
Com exceção do fornecedor “Y”, por se tratar de lubrificantes utilizados na oficina, nas
revisões periódicas, os demais itens que compõem o estoque são, na sua maioria, itens C,
ou seja, aqueles que possuem uma baixa demanda.
estoque. Dessa forma, a própria “tabela X” poderá ser refeita, pois itens que outrora
tinham pouca demanda passarão a ter uma demanda maior, ocasionando
mudanças na classificação ABC do estoque.
II. Alinhar o setor de peças de reposição com o da assistência técnica também é
considerado como uma estratégia relevante, realizar o planejamento do estoque a
partir dos serviços que serão feitos na oficina é um bom argumento para alcançar a
satisfação dos clientes e o nível de serviço almejado.
III. Concomitantemente com a pesquisa de mercado, considera-se fundamental a
adoção de uma política de compras mais eficaz. Adotar métodos de previsão de
demanda mais adequados para realizar os pedidos aos fornecedores pode ser uma
ferramenta auxiliadora neste processo, evitando a aquisição de peças com
demanda baixa, itens “C”, pois pela atual conjuntura política e econômica a empresa
estudada não tem condições de realizar um alto investimento em imobilização de
estoque, essa medida estará proporcionando maior rotatividade de estoque,
garantindo a rentabilidade do setor estudado, considerando-se o custo de
oportunidade para o capital almejado pelo segmento, o que impacta diretamente no
retorno do investimento.
Como os estoques são criados para atender uma demanda futura, calculada a partir de
métodos de previsão de demanda, melhores estoques trarão maior vantagem competitiva
que refletirá numa gestão mais eficiente do setor de peças e resultados positivos
disseminados em várias áreas, será dedicado menor espaço a estocagem, o que gerará
redução de custos e despesas com pessoal, diminuição de níveis de obsolescência das
peças, maior rotatividade de estoques e redução das flutuações de preço.
IV. Com a implantação dessas medidas é relevante realizar um novo estudo sobre a
composição do estoque a luz da metodologia de curva ABC, visando a
caracterização das peças com alto custo e com tempo elevado de imobilização,
essa ação permitirá ao gestor de estoque um olhar focalizado nos itens mais críticos
considerando as variáveis de valor e demanda, pois dessa forma poderá ser criada
uma estratégia de vendas e marketing para o estoque estudado.
V. Listas de recompras também devem ser realizadas, propor ao fornecedor a
recompra de itens que não tem demanda constitui uma eficiente estratégia para a
alteração do estoque, tendo em vista que o estoque da empresa nos fornecedores,
“X,Y e Z” são totalmente constituídos por itens “C”.
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4. Considerações Finais
Com o cenário atual, as empresas cada vez mais buscam manter seus estoques em níveis
baixos, pois a diversidade de itens oferecidos e o capital imobilizado tornam a posse do
estoque e sua manutenção onerosa.
No estudo realizado consideramos que se faz necessário reduzir o nível de estoques, pois
tal medida aumentará o dinheiro disponível para a empresa investir em outros negócios,
ampliando sua carteira de clientes e, assim, aumentando o seu valor econômico no
mercado, pois se torna mais lucrativa.
5. Referências
VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático . São Paulo: Atlas,
c2000. 448 p. ISBN 9788522423958 (broch.)