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Professor Gabriel Wedy

• Doutorando e Mestre em Direito pela Pontifícia Universidade


Católica do Rio Grande do Sul [Laude Acadêmico]. Estágio
Doutoral no Sabin Center for Climate Change Law da Columbia
Law School- New York (EUA)
• Juiz Federal
• Visiting Scholar pela Columbia Law School- New York (EUA)
• Estágio Doutoral no Sabin Center for Climate Change Law da
Columbia Law School
• Ex-Presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil-
AJUFE
• Autor, entre outros, do livro “O princípio constitucional da
precaução como instrumento de tutela da saúde pública e do
meio ambiente”.
• Zoneamento Ambiental. Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza.
Zoneamento Ambiental e o Sistema Nacional de Unidades
de Conservação são duas figuras jurídicas estritamente
ligadas aos princípios constitucionais da precaução, da
prevenção e do desenvolvimento sustentável. Para além de
auxiliar no gerenciamento dos riscos de danos e de
catástrofes ambientais, o Zoneamento Ambiental limita os
direitos dos indivíduos com o objetivo de tutelar o meio
ambiente para as presentes e futuras gerações.
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação visa
regulamentar as unidades de conservação, que nada mais
são do que o espaço territorial e seus recursos ambientais,
incluindo as águas jurisdicionais, com características
naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder
Público, com objetivos de conservação e limites definidos,
sob regime especial de administração, ao qual se aplicam
garantias adequadas de proteção.
Zoneamento Ambiental

O zoneamento ambiental é uma intervenção


estatal na utilização de espaços geográficos e,
também, no domínio econômico e, como afirmado
por Antunes, organiza a relação espaço-produção,
alocando recursos, interditando áreas, destinando
outras para estas e não para aquelas atividades,
incentivando e repetindo condutas e etc.
É o resultado de uma arbitragem feita pelo poder
público, de forma a definir a convivência entre os
diferentes interesses de uso dos espaços geográficos,
reconhecendo e legitimando os conflitos entre os
diversos agentes. Busca estabelecer um padrão de
convivência para os usuários de um mesmo espaço.
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 18a ed. São
Paulo: Editora Atlas, 2016. P. 537.
O poder de polícia administrativa tem no zoneamento um dos
seus aspectos relevantes. Referido poder atua com a finalidade
de garantir a salubridade, a tranquilidade, a saúde, a paz e o bem
estar do povo. Refere Machado que o zoneamento ao discriminar
usos, “representa uma limitação do direito dos cidadãos. A
propriedade não poderá ser utilizada da maneira desejada
unicamente pelo proprietário”.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental brasileiro. 24a. ed.
São Paulo: Malheiros, 2016.p. 197.
A Constituição Federal prevê no seu art. 21, inc. IX, que
é de competência da União “elaborar e executar planos
nacionais e regionais de ordenação do território e de
desenvolvimento econômico e social” e, na advertência
de Machado, “no desenvolvimento social devemos
inserir o meio ambiente, que faz parte do Título VIII- da
Ordem Social”. MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito
Ambiental brasileiro. 24a. ed. São Paulo: Malheiros, 2016.p.
88.
A União pode estabelecer os zoneamentos definidos na
Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, de
acordo com o mandamento constitucional previsto no art.
225, §1o, III. Esta competência, importante grifar, não é
exclusiva ou privativa da União. Como afirma Antunes “o
zoneamento, no entanto, deve ter por base uma lei, pois
como instrumento de planejamento deve se adaptar ao
disposto no art. 174, §1o, da Constituição Federal”.
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 18a ed. São Paulo: Editora Atlas, 2016. P. 538.
Estados-membros, em virtude da competência comum
e concorrente, podem estabelecer zoneamentos
ambientais. A Lei 6803/80 dispõe as diretrizes básicas
para o zoneamento industrial e estipula que os Estados
devem estabelecer legislação de zoneamento nas áreas
críticas de poluição, com a finalidade de compatibilizar a
atividade industrial e a tutela ambiental.
Refere Mukai que “deverá o Município prever na Lei do Plano
Diretor (art. 182, § 1o,) o zoneamento ambiental ao lado do
urbanístico, que se confundirão através de lei própria num só
esquema”. Os zoneamentos ambientais em nível federal,
estadual e municipal devem cumprir os objetivos do plano
nacional, sob pena, como adverte Machado, “de viciar o conteúdo
do zoneamento” e esta situação ser arguida judicialmente.
MUKAI, Toshio. Direito Ambiental Sistematizado. 9a. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2014.p. 87.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental brasileiro. 24a. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 88.
O zoneamento industrial divide-se em três categorias. Na
primeira, se inserem as zonas de uso estritamente industrial,
destinadas à instalação preferencial de estabelecimentos
cujos resíduos sólidos, líquidos e gasosos, ruídos,
vibrações, emanações e radiações possam causar perigo à
saúde, ao bem estar e à segurança das populações, mesmo
depois da aplicação de métodos adequados de controle e
tratamento de efluentes, nos termos da legislação vigente.
Na segunda, estão inseridas as zonas de uso
predominantemente industrial destinadas
preferencialmente à instalação de indústrias
cujos processos, submetidos a métodos
adequados de controle e tratamento de
efluentes, não causem incômodos sensíveis às
demais atividades urbanas e nem perturbar o
repouso noturno das populações.
As zonas de uso diversificado são aquelas destinadas à
instalação de estabelecimentos industriais, cujo processo
produtivo seja complementar das atividades do meio urbano ou
rural que se situem, e com elas se compatibilizem,
independentemente do uso de métodos especiais de controle de
poluição, não ocasionando, em qualquer caso, inconvenientes à
saúde, ao bem- estar e a segurança das populações.
As categorias de zoneamento industrial estão previstas nos arts. 1o, 2o, 3o
e 4o. da Lei 6.803/80.
Zonas de uso industrial em todas as categorias podem ser
classificadas em saturadas, em vias de saturação e não
saturadas. O grau de saturação e a sua verificação se dão em
virtude da área disponível para uso industrial da
infraestrutura, como dos padrões e normas ambientais
fixadas pelo Ibama, Estados e Municípios dentro de suas
competências.
Referida classificação vem prevista no art. 5o e 6o da Lei 6.803/80.
Os programas de controle da poluição e o licenciamento para
a instalação, operação ou aplicação de indústrias, em áreas
críticas de poluição, serão objeto de normas diferenciadas,
segundo o nível de saturação, para cada categoria de zona
industrial. Os critérios baseados em padrões ambientais
serão estabelecidos tendo em vista as zonas não saturadas,
tornando-se mais restritivos, gradativamente, para as zonas
em via de saturação e saturadas.
Já os critérios baseados em área disponível e infra-
estrutura existente, para aferição de grau de saturação,
em zonas de uso predominantemente industrial e de uso
diversificado, serão fixados pelo Governo do Estado, sem
prejuízo da legislação municipal aplicável.
Referida previsão é expressa nos § § §, 1o., 2o e 3o. do art. 6o da
Lei 6.803/80.
Existem fatores que são essenciais para a concessão do
licenciamento dos estabelecimentos industriais e eles estão
previstos na Lei 6830/80:
Art . 9º O licenciamento para implantação, operação e ampliação
de estabelecimentos industriais, nas áreas críticas de poluição,
dependerá da observância do disposto nesta Lei, bem como do
atendimento das normas e padrões ambientais definidos pelo
IBAMA, pelos organismos estaduais e municipais competentes,
notadamente quanto às seguintes características dos processos
de produção:
I - emissão de gases, vapores, ruídos, vibrações e
radiações;
II - riscos de explosão, incêndios, vazamentos danosos e outras
situações de emergência;
III - volume e qualidade de insumos básicos, de pessoal e de
tráfego gerados;
IV - padrões de uso e ocupação do solo;
V - disponibilidade nas redes de energia elétrica, água, esgoto,
comunicações e outros;
VI - horários de atividade.
Parágrafo único. O licenciamento previsto no caput deste artigo é
da competência dos órgãos estaduais de controle da poluição e
não exclui a exigência de licenças para outros fins.
Caberá aos Governos Estaduais, observado o disposto
na Lei 6803/80, e outras normas legais em vigor:
aprovar a delimitação, a classificação e a implantação
de zonas de uso estritamente industrial e
predominantemente industrial; definir, com base na Lei
e nas normas baixadas pelo IBAMA, os tipos de
estabelecimentos industriais que poderão ser
implantados em cada uma das categorias de zonas;
...e instalar e manter, nas zonas a que se refere o
item anterior, serviços permanentes de segurança e
prevenção de acidentes danosos ao meio ambiente;
fiscalizar, nas zonas de uso estritamente industrial e
predominantemente industrial, o cumprimento dos
padrões e normas de proteção ambiental; administrar
as zonas industriais de sua responsabilidade direta
ou quando esta responsabilidade decorrer de
convênios com a União. Art. 10 da Lei 6803/80.
Caberá exclusivamente à União, ouvidos os
Governos Estadual e Municipal interessados, aprovar
a delimitação e autorizar a implantação de zonas de
uso estritamente industrial que se destinem à
localização de pólos petroquímicos, cloroquímicos,
carboquímicos, bem como a instalações nucleares e
outras definidas em lei.
Além dos estudos normalmente exigíveis para o
estabelecimento de zoneamento urbano, a aprovação
das zonas, será precedida de estudos especiais de
alternativas e de avaliações de impacto, que permitam
estabelecer a confiabilidade da solução a ser adotada.
Em casos excepcionais, em que se caracterize o
interesse público, o Poder Estadual, mediante a
exigência de condições convenientes de controle, e
ouvidos o IBAMA, o Conselho Deliberativo da Região
Metropolitana e, quando for o caso, o Município, poderá
autorizar a instalação de unidades industriais fora das
zonas de que trata a Lei 6.803/80.
Importante grifar que a Lei 8.171/91, que regula a política
agrícola, previu no art. 19, inc. III, a necessidade do Poder
Público proceder zoneamentos agroecológicos que
permitam estabelecer critérios para o disciplinamento e o
ordenamento da ocupação espacial pelas atividades
produtivas, bem como para a instalação de usinas
hidrelétricas. O Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro,
criado pela Lei 7.661/81, prevê, por sua vez, a realização de
zoneamento de usos e atividades na zona costeira.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça tem
estado atenta em relação a zoneamentos procedidos com
base em leis municipais em desacordo com normas de tutela
ambiental em nível estadual e federal, como em precedente
que envolvia lei municipal que admitia a construção de
edifícios em zona litorânea comprometendo à proteção das
paisagens naturais notáveis e ao meio ambiente.
PRECEDENTE STJ

....A teor dos disposto nos arts. 24 e 30 da Constituição Federal, aos


Municípios, no âmbito do exercício da competência legislativa, cumpre
a observância das normas editadas pela União e pelos Estados, como as
referentes à proteção das paisagens naturais notáveis e ao meio
ambiente, não podendo contrariá-las, mas tão somente legislar em
circunstâncias remanescentes. 3. A Lei n. 7.380/80 do Estado do Paraná,
ao prescrever condições para proteção de áreas de interesse especial,
estabeleceu medidas destinadas à execução das atribuições conferidas
pelas legislações constitucional e federal...
A Lei Municipal n. 05/89, que instituiu diretrizes para o zoneamento e
uso do solo no Município de Guaratuba, possibilitando a expedição de
alvará de licença municipal para a construção de edifícios com gabarito
acima do permitido para o local, está em desacordo com as limitações
urbanísticas impostas pelas legislações estaduais então em vigor e fora
dos parâmetros autorizados pelo Conselho do Litoral, o que enseja a
imposição de medidas administrativas coercitivas prescritas pelo Decreto
Estadual n. 6.274, de 09 de março de 1983. (STJ. Relator Teori Albino
Zavaski. 1a Seção. Ação Rescisória 199800252860. DJE.
DATA:14/04/2008)
II. Sistema nacional de
unidades de conservação da
natureza. Poder de polícia e
Direito Ambiental.
Licenciamento Ambiental.

A Lei 9985/2000 instituiu o Sistema Nacional de Unidades


de Conservação da Natureza – SNUC, e estabeleceu critérios
e normas para a criação, implantação e gestão das unidades
de conservação.
São unidades de conservação o espaço territorial e
seus recursos ambientais, incluindo as águas
jurisdicionais, com “características naturais relevantes,
legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos
de conservação e limites definidos, sob regime especial
de administração, ao qual se aplicam garantias
adequadas de proteção”.
Art. 2o da Lei 9985/2000.
São objetivos do SNUC contribuir para a manutenção da
diversidade biológica e dos recursos genéticos no
território nacional e nas águas jurisdicionais; proteger as
espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e
nacional; contribuir para a preservação e a restauração da
diversidade de ecossistemas naturais; promover o
desenvolvimento sustentável a partir dos recursos
naturais; promover a utilização dos princípios e práticas
de conservação da natureza no processo de
desenvolvimento
...proteger paisagens naturais e pouco alteradas de
notável beleza cênica; proteger as características
relevantes de natureza geológica, geomorfológica,
espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;
proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
proporcionar meios e incentivos para atividades de
pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental;
....valorizar econômica e socialmente a diversidade
biológica; favorecer condições e promover a educação e
interpretação ambiental, a recreação em contato com a
natureza e o turismo ecológico; proteger os recursos
naturais necessários à subsistência de populações
tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e
sua cultura e promovendo-as social e economicamente.
Art. 4o. da Lei 9985/2000.
As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se
em dois grupos, com características específicas: unidades de
Proteção Integral e unidades de Uso Sustentável. O objetivo
básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza,
sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais,
com exceção dos casos previstos na Lei 9985/2000. Já o objetivo
básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a
conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos
seus recursos naturais.
Referida legislação que visa a conservação de bens
ambientais tem sido aplicada pelas Cortes Federais,
no mais das vezes, de modo combinado com o
princípio da precaução, como demonstra precedente
do egrégio Tribunal Regional Federal da 4a Região.
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO. RESERVA EXTRATIVISTA.
OBRAS NO ENTORNO. ESGOTO SANITÁRIO. INTERPRETAÇÃO
SISTEMÁTICA DAS NORMAS PROTETIVAS. PRINCÍPIO DA
PRECAUÇÃO. 1. Há de se fazer uma interpretação sistemática do art.
46, parágrafo único, com o § 3º do artigo 36 da Lei do SNUC, não se
admitindo a construção de estação de tratamento de esgoto a 700 metros
de Reserva Extrativista, sem a oitiva e autorização do órgão gestor da
Unidade de Conservação, que pode auxiliar na adequação do projeto. 2.
O princípio da precaução determina que não se permita que o dano
ocorra, sobrevindo a poluição do principal corpo hídrico da Unidade de
Conservação, para, só então, adequarem-se os projetos à nova realidade.
(TRF4. 4a Turma. Relatora Desembargador Federal Marga Tessler. Ag
2009040000326050. D.E. 25.01.2010)
Poder de polícia e Direito
Ambiental. Licenciamento
Ambiental.
O Brasil tem enfrentado inúmeras catástrofes ambientais
nos últimos anos, como demonstrado no incêndio na Vila
Socó (1984); no caso do Césio 137, em Goiânia(1987); nos
vazamento de óleo na Baía da Guanabara e em Araucária
(2000); no rompimento da barragem de Cataguases (2003);
no vazamento de óleo na Bacia de Campos (2011); no
incêndio na Ultracargo (2015) e na tragédia de Mariana, em
Minas Gerais, que causou danos irreversíveis ao meio
ambiente e as comunidades afetadas. Neste sentido, o
exercício do poder de polícia é essencial para a prevenção
de catástrofes e danos ambientais.
O Estado tem o dever fundamental de fiscalizar atividades
que geram risco de dano ao meio ambiente. Como corolário que
bem exemplifica este dever resta previsto no ordenamento
jurídico brasileiro o procedimento de licenciamento ambiental.
Outrossim, para além de sanções civis e penais, aqueles que
violam normas de tutela do meio ambiente e/ou causam danos a
este, estão sujeitos, observado o princípio do devido processo
legal, as sanções de cunho administrativo que visam reparar danos ambientais,
restaurar o equilíbrio ecológico e punir os infratores.
Poder de Polícia e Direito Ambiental
A utilização dos recursos ambientais é atividade submetida ao poder de polícia
do Estado. É o exercício do poder de polícia que servirá de parâmetro para os
limites de utilização legítimos, segundo a ordem jurídica vigente. O poder de
polícia é um poderoso instrumento de harmonização de direitos individuais,
fazendo com que eles sejam exercidos com respeito ao direito de terceiros. A
sua legitimidade depende da estrita observância das normas legais e
regulamentares, sendo necessário que o agente da autoridade atue dentro dos
contornos estabelecidos pela regra de direito.
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 18a ed. São Paulo: Editora Atlas,
2016. P. 175.
O conceito legal de poder polícia para o direito brasileiro é
aquele elencado no Código Tributário Nacional:

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da


administração pública que, limitando ou disciplinando direito,
interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes
de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais
ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o
exercício do poder de polícia quando
desempenhado pelo órgão competente nos
limites da lei aplicável, com observância do
processo legal e, tratando-se de atividade que a
lei tenha como discricionária, sem abuso ou
desvio de poder.
Aliás, a jurisprudência do egrégio STF
tem reconhecido a constitucionalidade de
taxas cobradas em razão do controle e
fiscalização ambiental, por serem
cobradas em razão do exercício regular
do poder de polícia.
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM
AGRAVO. TRIBUTÁRIO. TAXA DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO
AMBIENTAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS – TFAMG. LEI
ESTADUAL 14.940/2003, COM AS ALTERAÇÕES DA LEI ESTADUAL
17.608/2008. BASE DE CÁLCULO. SOMATÓRIO DAS RECEITAS
BRUTAS DE TODOS OS ESTABELECIMENTOS DO CONTRIBUINTE.
ART. 145, II, § 2º, DA CF. CONSTITUCIONALIDADE. AGRAVO
REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – A jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal tem reconhecido a constitucionalidade de taxas
cobradas em razão do controle e fiscalização ambiental, por serem cobradas em
razão do exercício regular do poder de polícia. (ARE 738944 AgR,
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em
11/03/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-059 DIVULG 25-03-2014
PUBLIC 26-03-2014)
Licenciamento Ambiental
A Política Nacional do Meio ambiente, disciplinada pela
Lei 6938/81, recepcionada pela Constituição Federal de 1988,
prevê um dos corolários do princípio da prevenção no seu
texto: o licenciamento ambiental. Como estampado no art. 9o,
inc. IV, o licenciamento é um dos instrumentos da política
ambiental no Brasil.
O art. 10 da referida legislação dispõe que “...a
construção, instalação, ampliação e funcionamento de
estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos
ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
ambiental dependerão de prévio licenciamento
ambiental”. Referida redação, aliás, foi conferida pela
Lei Complementar 140/2011.
É competência comum da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios proteger o meio ambiente e combater
a poluição em qualquer de suas formas, de acordo com o art. 23,
inciso VI, da Constituição Federal. É direito e dever dos entes
federados exercer a competência constitucional comum. O
licenciamento, outrossim, é uma das formas de exercê-la.
As licenças, autorizações e permissões apenas podem ser
criadas por lei, ou esta deve prever expressamente a sua
instituição por outro meio infralegal.
De acordo com o art. 19 do Decreto 99.247/90, que
regulamenta a Lei 6938/81, e também a Resolução 237 do
CONAMA, o licenciamento é um procedimento cujos tipos
são licença prévia, licença de instalação e licença de
operação.
I - Licença Prévia (LP), na fase preliminar do
planejamento de atividade, contendo requisitos básicos a
serem atendidos nas fases de localização, instalação e
operação, observados os planos municipais, estaduais ou
federais de uso do solo;
II - Licença de Instalação (LI), autorizando o
início da implantação, de acordo com as
especificações constantes do Projeto Executivo
aprovado;
III - Licença de Operação (LO), autorizando,
após as verificações necessárias, o início da
atividade licenciada e o funcionamento de seus
equipamentos de controle de poluição, de acordo
com o previsto nas Licenças Prévia e de
Instalação.
Importante, observar que, faz pouco, a Lei
Complementar 140/2011, distribuiu as
competências entre os entes federados para fins
de licenciamento do seguinte modo: das ações
administrativas da União(art. 7o, inc. XIV); das
ações administrativas do Estado (art. 8, incisos XIV
e XV); e das ações administrativas do Município
(art. 9o, inc. XIV).
Art. 7o São ações administrativas da União: XIV - promover o
licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades: a)
localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país
limítrofe; b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na
plataforma continental ou na zona econômica exclusiva; c) localizados
ou desenvolvidos em terras indígenas;d) localizados ou desenvolvidos
em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas
de Proteção Ambiental (APAs); e) localizados ou desenvolvidos em 2
(dois) ou mais Estados; f) de caráter militar, excetuando-se do
licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo,
aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas,
conforme disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999;
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar,
transportar, armazenar e dispor material radioativo, em
qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em
qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da
Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); ou h) que
atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo,
a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional,
assegurada a participação de um membro do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os
critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade
ou empreendimento;
Art. 8o São ações administrativas dos Estados: XIV -
promover o licenciamento ambiental de atividades ou
empreendimentos utilizadores de recursos
ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7o e 9o; XV
- promover o licenciamento ambiental de atividades
ou empreendimentos localizados ou desenvolvidos em
unidades de conservação instituídas pelo Estado,
exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
Art. 9o São ações administrativas dos Municípios: XIV -
observadas as atribuições dos demais entes federativos
previstas nesta Lei Complementar, promover o
licenciamento ambiental das atividades ou
empreendimentos: a) que causem ou possam causar impacto
ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos
respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente,
considerados os critérios de porte, potencial poluidor e
natureza da atividade; ou b) localizados em unidades de
conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de
Proteção Ambiental (APAs).
Dentro desta disciplina, os empreendimentos e as
atividades são licenciados, para fins ambientais, por
apenas um ente federado, facultado está o dever e o direito
dos demais manifestarem-se, por meio do órgão
responsável pela licença ou autorização, de modo não
vinculante, respeitados os prazos e ritos procedimentais
do licenciamento ambiental.
Como bem enfatiza Farias, é um equívoco confundir o
dever de proteger o meio ambiente com a
obrigatoriedade da concomitância de ações, pois isso
muito mais atrapalha do que ajuda. Por outro lado, a
autonomia federativa é que parece estar em jogo com
a multiplicidade, dado que o órgão ambiental
verdadeiramente competente poderia sucumbir à
atuação dos demais.
O próprio STF já se pronunciou a respeito do
assunto no caso da transposição do rio São
Francisco, quando decidiu que o estado de Minas
Gerais não poderia interferir decisivamente no
licenciamento. Ademais, é claro o desrespeito ao
princípio da predominância do interesse, critério
constitucional para a repartição de competências.
(Talden Farias)
Ademais, é claro o desrespeito ao princípio da
predominância do interesse, critério
constitucional para a repartição de
competências. E, de fato, o egrégio STF já
encerrou questão sobre o tema na ADI 2.544/RS.
FARIAS, Talden. Licenciamento ambiental em
um único nível de competência. Revista
Eletrônica Consultor Jurídico. Publicado em
25.06.2016. Disponível em:
http://www.conjur.com.br/2016-jun-25/ambiente-juridico-
licenciamento-ambiental-unico-nivel-competencia. Acesso
em: 20.11.2016.
De acordo com o STF: A inclusão de determinada função administrativa no âmbito da
competência comum não impõe que cada tarefa compreendida no seu domínio, por menos
expressiva que seja, haja de ser objeto de ações simultâneas das três entidades federativas:
donde, a previsão, no parágrafo único do art. 23 CF, de lei complementar que fixe normas
de cooperação (v. sobre monumentos arqueológicos e pré-históricos, a L. 3.924/61), cuja
edição, porém, é da competência da União e, de qualquer modo, não abrange o poder de
demitirem-se a União ou os Estados dos encargos constitucionais de proteção dos bens de
valor arqueológico para descarregá-los ilimitadamente sobre os municípios.(STF. Plenário.
Relator Ministro Sepúlveda Pertence. Publicado no Diário da Justiça em 17/11/2006)
Infrações administrativas ambientais
Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda
ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo,
promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.
§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de
infração ambiental e instaurar processo administrativo os
funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema
Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados para as
atividades de fiscalização, bem como os agentes das
Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha.
§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental,
poderá dirigir representação às autoridades relacionadas
no parágrafo anterior, para efeito do exercício do seu poder
de polícia.
§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de
infração ambiental é obrigada a promover a sua apuração
imediata, mediante processo administrativo próprio, sob
pena de co-responsabilidade.
§ 4º As infrações ambientais são apuradas em processo
administrativo próprio, assegurado o direito de ampla
defesa e o contraditório, observadas as disposições desta
Lei.
Art. 71. O processo administrativo para apuração
de infração ambiental deve observar os seguintes
prazos máximos:

I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou


impugnação contra o auto de infração, contados
da data da ciência da autuação;
II - trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de
infração, contados da data da sua lavratura, apresentada ou
não a defesa ou impugnação;
III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão
condenatória à instância superior do Sistema Nacional do
Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e
Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com o tipo de
autuação;
IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da
data do recebimento da notificação.
Art. 72. As infrações administrativas são punidas com
as seguintes sanções, observado o disposto no art. 6º:
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da
fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos
ou veículos de qualquer natureza utilizados na
infração;
V - destruição ou inutilização do produto;

VI - suspensão de venda e fabricação do


produto;

VII - embargo de obra ou atividade;

VIII - demolição de obra;

IX - suspensão parcial ou total de atividades;

XI - restritiva de direitos.
§ 1º Se o infrator cometer,
simultaneamente, duas ou mais infrações,
ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as
sanções a elas cominadas.

§ 2º A advertência será aplicada pela


inobservância das disposições desta Lei e
da legislação em vigor, ou de preceitos
regulamentares, sem prejuízo das demais
sanções previstas neste artigo.(Art. 72)
§ 3º A multa simples será aplicada sempre que
o agente, por negligência ou dolo:

I - advertido por irregularidades que tenham


sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo
assinalado por órgão competente do
SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do
Ministério da Marinha;
II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do
SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do
Ministério da Marinha.
§ 4° A multa simples pode ser convertida em
serviços de preservação, melhoria e recuperação
da qualidade do meio ambiente.
§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o
cometimento da infração se prolongar no tempo.
§ 8º As sanções restritivas de direito são:

I - suspensão de registro, licença ou


autorização;

II - cancelamento de registro, licença ou


autorização;

III - perda ou restrição de incentivos e benefícios


fiscais;
IV - perda ou suspensão da participação em
linhas de financiamento em estabelecimentos
oficiais de crédito;

V - proibição de contratar com a Administração


Pública, pelo período de até três anos.
Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento
de multas por infração ambiental serão
revertidos ao Fundo Nacional do Meio
Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de
julho de 1989, Fundo Naval, criado
pelo Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932,
fundos estaduais ou municipais de meio
ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o
órgão arrecadador.
Art. 74. A multa terá por base a unidade,
hectare, metro cúbico, quilograma ou outra
medida pertinente, de acordo com o objeto
jurídico lesado.
Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos
Estados, Municípios, Distrito Federal ou
Territórios substitui a multa federal na mesma
hipótese de incidência.
De acordo com Paulo de Bessa Antunes o Decreto 6514/2008
objetiva estabelecer as bases para a imputação de
responsabilidades administrativas para quem, por atos e
omissões , lese o bem jurídico meio ambiente, conforme
determinado pelo parágrafo 3º do Art. 225 da Constituição
Federal. Contudo, há que se registrar que a Lei n 9605/98, não
dispõe sobre tipos administrativos. (Direito Ambiental, p. 290)
Infrações administrativas ambientais

De acordo com o art. 2o do Decreto 6514/2008, que


regulamenta a Lei 9605/98, considera-se infração
administrativa ambiental, toda ação ou omissão
que viole as regras jurídicas de uso, gozo,
promoção, proteção e recuperação do meio
ambiente.
Consoante o art. 4o:

...o agente autuante, ao lavrar o auto de infração, indicará


as sanções estabelecidas no Decreto, observando:
a gravidade dos fatos, tendo em vista os motivos da
infração e suas consequências para a saúde pública e para
o meio ambiente; os antecedentes do infrator, quanto ao
cumprimento da legislação de interesse ambiental; e,
a situação econômica do infrator.
Após intenso debate na jurisprudência, entendeu
o egrégio STJ por editar a Súmula 467 no sentido
de que "prescreve em cinco anos, contados do
término do processo administrativo, a pretensão
da Administração Pública de promover a execução
da multa por infração ambiental."
É entendimento da Corte, outrossim, que
configurada infração ambiental grave, é possível
a aplicação da pena de multa sem a necessidade
de prévia imposição da pena de advertência (art.
72 da Lei 9.605/98).
STJ. 1ª Turma. REsp 1.318.051-RJ, Rel. Min.
Benedito Gonçalves, julgado em 17/3/2015 (Info 561).
O egrégio STJ possui entendimento que o
Decreto 6514/2008, ao regulamentar a Lei
9605/98, é compatível com princípio da
legalidade, no que tange as tipificações por
infrações administrativas.
No campo das infrações administrativas, exige-se do
legislador ordinário apenas que estabeleça as condutas
genéricas (ou tipo genérico) consideradas ilegais, bem
como o rol e limites das sanções previstas, deixando-se a
especificação daquelas e destas para a regulamentação,
por meio de Decreto. 6. De forma legalmente adequada,
embora genérica, o art. 70 da Lei 9.605/1998 prevê, como
infração administrativa ambiental, "toda ação ou omissão
que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção,
proteção e recuperação do meio ambiente".
É o que basta para, com a complementação do Decreto
regulamentador, cumprir o princípio da legalidade, que, no
Direito Administrativo, não pode ser interpretado mais
rigorosamente que no Direito Penal, campo em que se admitem
tipos abertos e até em branco. 7. O transporte de carvão vegetal
sem prévia licença da autoridade competente caracteriza, a um só
tempo, crime ambiental (art. 46 da Lei 9.605/1998) e infração
administrativa, nos termos do art. 70 da Lei 9.605/1998 c/c o art.
32, parágrafo único, do Decreto 3.179/1999, revogado pelo
Decreto 6.514/2008, que contém dispositivo semelhante. [STJ. 6a
Turma. Relator Ministro Sebastião Reis. Dje 22.06.2016]
A guarda e a manutenção de aves exóticas dependem de
licença ambiental e expedição de parecer técnico. Auto de infração
administrativa dentro dos limites da legalidade. 3. Não há atipicidade
na conduta do agente, porquanto ela se inclui na previsão
estabelecida no artigo 25, §1º do Decreto nº 6.514/08. A descrição de
conduta típica, para fins de infração administrativa, pode vir
regulamentada por meio de Decreto, desde que a norma se encontre
dentro dos contornos previstos na Lei n. 9.605/98, não inovando na
ordem jurídica. De igual modo, inexiste violação ao princípio da
legalidade, tendo em vista a autonomia das instâncias de
responsabilização administrativa e penal.
STJ. 2T. Relator Ministro Humberto Martins. ESP - RECURSO ESPECIAL – 1441774.DJU.
24.09.2015.
A responsabilidade administrativa ambiental é objetiva.
Deveras, esse preceito foi expressamente inserido no
nosso ordenamento com a edição da Lei de Política
Nacional do Meio Ambiente (Lei n.6.938/1981). Tanto é
assim, que o § 1º do art. 14 do diploma em foco define que
o poluidor é obrigado, sem que haja a exclusão das
penalidades, a indenizar ou reparar os danos,
independentemente da existência de culpa. 1318051/RJ,
Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 17/03/2015, DJe 12/05/2015)
O STJ possui jurisprudência no sentido de que, "tratando-
se de responsabilidade administrativa ambiental, o
terceiro, proprietário da carga, por não ser o efetivo
causador do dano ambiental, responde subjetivamente
pela degradação ambiental causada pelo transportador"
(AgRg no AREsp 62.584/RJ, Rel. Ministro Sérgio Kukina,
Rel. p/ acórdão Ministra Regina Helena Costa, Primeira
Turma, DJe 7.10.2015). (REsp 1401500/PR, Rel. Ministro
HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
16/08/2016, DJe 13/09/2016)
A multa aplicada pela autoridade administrativa é
autônoma e distinta das sanções criminais cominadas à
mesma conduta.6. Habeas corpus não conhecido.(HC
272.630/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA
TURMA, julgado em 21/06/2016, DJe 29/06/2016)
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