Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Língua Portuguesa
Língua Portuguesa, é muito comum ele ouvir alguns de metáfora) para veicular um sentido particular.
alunos falando que até gostam da matéria em questão,
mas que possuem muita dificuldade com a interpre- Questão de interpretação?
tação dos textos. Isso é algo totalmente normal, prin- Como se faz para saber que uma questão de inter-
cipalmente porque costumamos fazer algo terrível pretação é uma questão de interpretação? É uma mera
chamado de “leitura dinâmica” que poderia ser tradu- intuição que surge na hora da prova ou existe uma
zido da seguinte maneira: procedimento em que você “pista” a ser seguida para a identificação da natureza
olha as palavras, mas não entende o significado do que da questão?
está lá escrito.
Respondendo a essas perguntas, entende-se que
Para interpretar um texto, o indivíduo precisa de há pistas que identificam a questão como pertencente
muita atenção e de muito treino. Interpretar pode ser ao rol de questões para interpretação. Os indícios mais
comparado com disparar uma arma: apenas temos precisos que costumam aparecer nas questões são:
chance de acertar o alvo se treinarmos muito e souber-
mos combinar todos os elementos externos ao disparo: →→ Reconhecimento da intenção do autor.
velocidade do ar, direção, distância etc. →→ Ponto de vista defendido.
Quando o assunto é texto, o primordial é estabe- →→ Argumentação do autor.
lecer uma relação contextual com aquilo que estamos →→ Sentido da sentença.
lendo. Montar o contexto significa associar o que está
escrito no texto base com o que está disposto nas Apesar disso, não são apenas esses os indícios de
questões. Lembre-se de que há uma questão montada que uma questão é de intepretação. Dependendo da
com a intenção de testar você, ou seja, deve ficar atento banca, podemos ter a natureza interpretativa distinta,
para todas as palavras e para todas as possibilidades de principalmente porque o critério de intepretação é mais
mudança de sentido que possa haver nas questões. subjetivo que objetivo. Algumas bancas podem restrin-
gir o entendimento do texto; outras podem extrapolá-lo.
É preciso, para entender as questões de interpre-
tação de qualquer banca, buscar o raciocínio que o ela-
borador da questão emprega na redação da questão.
Tipos de Texto - o Texto e suas Partes
Usualmente, objetiva-se a depreensão dos sentidos do Um texto é um todo. Um todo é constituído de
texto. Para tanto, destaque os itens fundamentais (as diversas partes. A interpretação é, sobremaneira, uma
ideias principais contidas nos parágrafos) para poder tentativa de reconhecer as intenções de quem comunica
refletir sobre tais itens dentro das questões. recompondo as partes para uma visão global do todo.
Para podermos interpretar, é necessário termos o
Semântica ou Pragmática? conhecimento prévio a respeito dos tipos de texto que,
Existe uma discussão acadêmica sobre o que possa fortuitamente, podemos encontrar em um concurso.
ser considerado como semântica e como pragmática. Vejamos quais são as distinções fundamentais com
Em que pese o fato de os universitários divergirem a relação aos tipos de texto.
respeito do assunto, vamos estabelecer uma distinção
simples, apenas para clarear nossos estudos.
→→ Semântica: disciplina que estuda o significa-
do dos termos. Para as questões relacionadas a Ao longo do século XVII, a Holanda foi um dos
essa área, o comum é que se questione acerca da dois motores de um fenômeno que transformaria
troca de algum termo e a manutenção do sentido para sempre a natureza das relações internacionais:
original da sentença. a primeira onda da chamada globalização. O outro
→→ Pragmática: disciplina que estuda o sentido motor daquela era de florescimento extraordiná-
que um termo assume dentro de determina- rio das trocas comerciais e culturais era um império
do contexto. Isso quer dizer que a identificação do outro lado do planeta − a China. Só na década de
desse sentido depende do entorno linguístico e da 1650, 40 000 homens partiram dos portos holande-
intenção de quem exprime a sentença. ses rumo ao Oriente, em busca dos produtos cobiça-
Para exemplificar essa situação, vejamos o exemplo dos que se fabricavam por lá. Mas a derrota em uma
abaixo: guerra contra a França encerrou os dias da Holanda
Pedro está na geladeira. como força dominante no comércio mundial.
Nesse caso, é possível que uma questão avalie a ca- Se o século XVI havia sido marcado pelas grandes
pacidade de o leitor compreender que há, no mínimo, descobertas, o seguinte testemunhou a consequên-
dois sentidos possíveis para essa sentença: um deles diz
respeito ao fato de a expressão “na geladeira” poder cia maior delas: o estabelecimento de um poderoso
significar algo como “ele foi até a geladeira buscar algo”, cinturão de comércio que ia da Europa à Ásia. “O
o que – coloquialmente – significaria uma expressão in- sonho de chegar à China é o fio imaginário que
dicativa de lugar. O outro sentido diz respeito ao fato de percorre a história da luta da Europa para fugir do iso-
“na geladeira” significar que “foi apartado de alguma lamento”, diz o escritor canadense Timothy Brook, no
coisa para receber algum tipo de punição”. livro O chapéu de Vermeer. 11
Isso determinou mudanças de comportamento e Conceituar, polemizar, questionar a lógica de algum
de valores: “Mais gente aprendia novas línguas e se tema, explicar ou mesmo comentar uma notícia são
ajustava a costumes desconhecidos”. O estímulo a estratégias dissertativas. Vamos dividir essa tipologia
esse movimento era o desejo irreprimível dos ociden- textual em dois tipos essencialmente diferentes: o dis-
tais de consumir as riquezas produzidas no Oriente. sertativo-expositivo e o dissertativo-argumentativo.
A princípio refratários ao comércio com o exterior, Padrão Dissertativo-Expositivo
os governantes chineses acabaram rendendo-se à A característica fundamental do padrão expo-
Língua Portuguesa
evidência de que o comércio significava a injeção de sitivo da dissertação é utilizar a estrutura da prosa
riqueza na economia local (em especial sob a forma de não para convencer alguém de alguma coisa, e sim
toneladas de prata). para apresentar uma ideia, apresentar um conceito.
Sob vários aspectos, a China e a Holanda do século O princípio do texto expositivo não é a persuasão, é
XVII eram a tradução de um mesmo espírito de liberda- a informação e, justamente por tal fato, ficou conhe-
de comercial. Mas deveu-se só à Holanda a invenção cido como informativo. Para garantir uma boa inter-
da pioneira engrenagem econômica transnacional. A pretação desse padrão textual, é importante buscar
Companhia das Índias Orientais - a primeira grande a ideia principal (que deve estar presente na intro-
companhia de ações do mundo, criada em 1602 − foi a dução do texto) e, depois, entender quais serão os
mãe das multinacionais contemporâneas. Benefician- aspectos que farão o texto progredir.
do-se dos baixos impostos e da flexibilidade adminis- →→ Onde posso encontrar esse tipo de texto? Jornais
trativa, ela tornou-se a grande potência empresarial revistas, sites sobre o mundo de economia e
do século XVII. finanças. Diz-se que esse tipo de texto focaliza a
(Adaptado de: Marcelo Marthe. Veja, p. 136-137, 29 ago. 2012) função referencial da linguagem.
01. De acordo com o texto: →→ Como costuma ser o tipo de questão relacionada
a) Durante os séculos XVI e XVII, os produtos orien- ao texto dissertativo-expositivo? Geralmente, os
tais, especialmente aqueles que eram negocia- elaboradores questionam sobre as informações
dos na China, constituíram a base do comércio veiculadas pelo texto. A tendência é que o elabora-
europeu, em que se destacou a Holanda. dor inverta as informações contidas no texto.
b) A eficiência administrativa de uma empresa co- →→ Como resolver mais facilmente? Toda frase que
mercial criada na Holanda, durante o século XVII, mencionar o conceito ou a quantidade de alguma
favoreceu o surgimento desse país como um dos coisa deve ser destacada para facilitar a consulta.
polos iniciais do fenômeno da globalização. Padrão Dissertativo-Argumentativo
c) A atração por produtos exóticos, de origem No texto do padrão dissertativo-argumentativo,
oriental, determinou a criação de empresas existe uma opinião sendo defendida e existe uma
transnacionais que, durante os séculos XVI e XVII, posição ideológica por detrás de quem escreve o texto.
dominaram o comércio entre Europa e Ásia. Se analisarmos a divisão dos parágrafos de um texto
d) A China, beneficiada pelo comércio desde o com características argumentativas, perceberemos que
século XVI, rivalizou com a Holanda no predomí- a introdução apresenta sempre uma tese (ou hipótese)
nio comercial, em razão da grande procura por que é defendida ao longo dos parágrafos.
seus produtos, bastante cobiçados na Europa. Uma vez feito isso, o candidato deve entender qual
e) Apesar do intenso fluxo de comércio com o é a estratégia utilizada pelo produtor do texto para
Oriente no século XVII, as mudanças de valores defender seu ponto de vista. Na verdade, agora é o
por influência de costumes diferentes aceleraram momento de colocar “a mão na massa” para valer, uma
o declínio da superioridade comercial holandesa. vez que aqueles enunciados que iniciam com “infere-se
da argumentação do texto”, “depreende-se dos argu-
RESPOSTA: B. É preciso verificar que a chave para a in- mentos do autor” serão vencidos caso se observem os
terpretação dessa questão repousa na identificação da fatores de interpretação corretos.
representação do século descrito no texto e a retomada
por sinonímia que o texto da questão apresenta. Quais são esses fatores?
˃˃ A conexão entre as ideias do texto (atenção para
Itens lexicais de ancoragem para compreender essa as conjunções).
interpretação:
˃˃ Articulação entre as ideias do texto (atenção para
→→ 1602 - Século XVII. a combinação de argumentos).
→→ Mas deveu-se só à Holanda a invenção da pioneira ˃˃ Progressão do texto.
engrenagem econômica transnacional. A Compa-
nhia das Índias Orientais - a primeira grande com- →→ Os Recursos Argumentativos:
panhia de ações do mundo, criada em 1602 – foi a Quando o leitor interage com uma fonte textual,
mãe das multinacionais contemporâneas. deve observar - tratando-se de um texto com o padrão
dissertativo-argumentativo - que o autor se vale de
O Texto Dissertativo recursos argumentativos para construir seu raciocínio
dentro do texto. Vejamos alguns recursos importantes:
Nas acepções mais comuns do dicionário, o verbo
“dissertar” significa “discorrer ou opinar sobre algum ˃˃ Argumento de autoridade: baseado na expo-
tema”. O texto dissertativo apresenta uma ideia básica sição do pensamento de algum especialista ou
que começa a ser desdobrada em subitens ou termos alguma autoridade no assunto. Citações, paráfra-
menores. Cabe ressaltar que não existe apenas um tipo ses e menções ao indivíduo podem ser tomadas
de dissertação, há mais de uma maneira de o autor ao longo do texto. Tome cuidado para não cair na
12 escrever um texto dessa natureza. armadilha: saiba diferenciar se a opinião colocada
em foco é a do autor ou se é a do indivíduo que Preso no trânsito, ele queria saber se o túnel estava
ele cita ao longo do texto. fechado. “Tentei, pelo celular, o site do CGE (Centro
˃˃ Argumento com base em consenso: parte de de Gerenciamento de Emergências), mas achei muito
uma ideia tomada como consensual, o que complicado.” Foi aí que teve a ideia de criar o Alaga SP,
“carrega” o leitor a entender apenas aquilo que aplicativo que mostra os alagamentos ativos em São
o elaborador mostra. Sentenças do tipo todo Paulo a partir de informações da prefeitura.
mundo sabe que é de conhecimento geral que Além do Waze e do Alaga SP, destacam-se o Moovit
Língua Portuguesa
identificam esse tipo de argumentação. - que oferece informações sobre o transporte público
˃˃ Argumento com fundamentação concreta: basear (ônibus, trens etc.) -, o Maplink - que mostra rotas, con-
aquilo que se diz em algum tipo de pesquisa ou dições de trânsito e exibe imagens dos principais corre-
fato que ocorre com certa frequência. dores através de um sistema de coleta de informações
˃˃ Argumento silogístico (com base em um raciocí- próprio - e o Apontador Rodoviário, que traça rotas e
nio lógico): do tipo hipotético - Se...então. mostra a localização de pedágios com seus preços.
˃˃ Argumento de competência linguística: consiste (André Monteiro, Folha de S.Paulo, 10.03.2013. Adaptado)
em adequar o discurso ao panorama linguístico 02. (VUNESP) Os aplicativos mencionados no texto
de quem é tido como possível leitor do texto. têm, em comum, a finalidade de:
˃˃ Argumento de exemplificação: utilizar casos, ou a) Oferecer aos usuários opções para contornarem
pequenos relatos para ilustrar a argumentação os problemas no trânsito.
do texto. b) Substituir os órgãos públicos na fiscalização do
tráfego de veículos.
c) Auxiliar os pedestres e acabar com os atropela-
mentos nas grandes cidades.
Costumamos olhar pouco para fora do Brasil d) Orientar os motoristas que desconhecem as prin-
quando tentamos compreender o que estamos cipais leis de trânsito.
vivendo. Faz muito que a distância entre os países de-
sapareceu, no plano objetivo. Continuamos, porém, e) Reduzir o número de carros por habitante na
vivendo “isolados do mundo”, como diz uma canção, cidade de São Paulo.
ainda que apenas na subjetividade. 03. (VUNESP) Uri Levine e Noel Rocha idealizaram
Se pensarmos no que está à nossa volta, na América os aplicativos Waze e Alaga SP, respectivamen-
do Sul, então, mais ainda. Mesmo quando é bem infor- te, a partir:
mado, o brasileiro típico se mostra mais capaz de dar a) Da conversa com amigos que reclamavam do
notícia do que ocorre na Europa e nos Estados Unidos trânsito.
da América do que em qualquer de nossos vizinhos. b) De suas experiências concretas como motoristas.
É pena, pois estar mais informados sobre o que c) De situações em que se viram presos em engarra-
acontece além das fronteiras pode ajudar muito a que famentos.
nos entendamos como país. d) Da impossibilidade de viajar devido a alagamentos.
Marcos Coimbra. Olhando à nossa volta. In: Correio Braziliense, e) Da cópia de aplicativos idênticos que faziam
23/9/2007 (com adaptações). sucesso no mercado.
01. (CESPE) O autor do texto, em sua argumentação, “Quando paro com meu carro no semáforo, já olho se
opõe o desaparecimento da distância entre os o caminho que vou fazer está congestionado. Se estiver,
Estados Unidos da América e a Europa, no “plano pego uma alternativa e, se também estiver travada, uso
objetivo”, à preservação dessa distância entre os o aplicativo para avisar os outros motoristas.”
países da América do Sul, no plano subjetivo.
Certo ( ) Errado ( ) 04. (VUNESP) Considerando as descrições dos apli-
cativos apresentadas no texto, pode-se concluir
Celular Vira ‘Fura-trânsito’ em São Paulo que esse comentário se refere ao uso do:
Em uma cidade com tantos problemas no trânsito a) Waze.
como São Paulo, a indústria de apps - os aplicativos b) Alaga SP.
para celulares e tablets - encontrou terreno fértil para
se desenvolver. c) Moovit.
d) Maplink.
Aplicativos lançados recentemente ajudam o moto-
rista a escapar de alagamentos, a desviar de congestio- e) Apontador Rodoviário.
namentos e até a saber onde há vagas para estacionar. Leia o primeiro parágrafo:
Um dos mais famosos é o Waze. Criado em Israel, Em uma cidade com tantos problemas no trânsito
é uma mistura de rede social com GPS, em que moto- como São Paulo, a indústria de apps – os aplicativos
ristas compartilham as condições do trânsito e pontos para celulares e tablets - encontrou terreno fértil para
críticos de congestionamento. se desenvolver.
Uri Levine, fundador e presidente do Waze, diz que 05. (VUNESP) A expressão terreno fértil pode ser
a ideia surgiu em suas férias de 2007, ao viajar com substituída, sem alteração da mensagem, por:
amigos. Ele foi o último a sair, ligou para saber como a) Necessidade restrita.
estava o trânsito e evitou engarrafamentos. b) Cenário conturbado.
Situação semelhante ocorreu em São Paulo, na c) Condições propícias.
temporada de chuvas de 2010. Noel Rocha trabalhava d) Ferramentas exóticas.
no centro e precisava passar pelo túnel do Anhangabaú
e) Momento contraditório. 13
- famoso pelos alagamentos.
Observe a passagem do terceiro parágrafo: Criado digital. Como exemplo, podem ser destacadas as pro-
em Israel, é uma mistura de rede social com GPS, em postas de fortalecimento da competitividade inseridas
que motoristas compartilham as condições do trânsito no âmbito da Política de Desenvolvimento Produtivo do
e pontos críticos de congestionamento. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio,
06. (VUNESP) O termo críticos, em destaque, é em- que são imprescindíveis em face do panorama da crise
pregado com o sentido de: financeira internacional.
a) Distintos. Cristiane Vianna Rauen et al. Relatório de acompanhamento
Língua Portuguesa
Língua Portuguesa
cidadão americano e rechaçar a miséria.
c) Evitar o enriquecimento dos países emergentes e ____________________________________________
incentivar a preservação ambiental nos demais. ____________________________________________
____________________________________________
d) Implementar uma política de controle populacio- ____________________________________________
nal compulsório e garantir acesso à educação e ____________________________________________
aos serviços de saúde reprodutiva. ____________________________________________
e) Promover o bem-estar da população e assegurar ____________________________________________
o uso sustentável dos recursos naturais. ____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
01 ERRADO 06 D ____________________________________________
____________________________________________
02 A 07 CERTO ____________________________________________
03 B 08 CERTO ____________________________________________
____________________________________________
04 A 09 CERTO ____________________________________________
05 C 10 E ____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________ 15
____________________________________________ ____________________________________________
CAPÍTULO 01 Por Exófora: o mais arriscado. Consiste em fazer
menção a algo que não está no texto, pressupondo que
o leitor/corretor partilhe do conhecimento em questão.
A Redação em Concurso Público Algumas Dicas para Estabelecer
Seja em concurso público, seja no vestibular, Coesão Remissiva
sempre há alguém dizendo que possui dificuldades →→ Pronomes
com a escrita.
Com esses termos, você consegue escapar da re-
A Ausência de Prática petição de palavras e expressões. Ficou difícil conectar
Redação
É o principal motivo para o desconforto em relação sentenças? Coloque um pronome que tudo se resolve.
à produção de textos. Não é preciso ser talentoso ou Ex.: A situação do pobre e do rico é bem dife-
um grande literato para se redigir um texto digno de rente. Tem o pobre lutando para sobreviver e
boa pontuação. Como qualquer outra coisa na vida, a tem o rico que luta para não se matar por não
escrita é uma simples soma de estudo e esforço. O bom ter nada o que fazer.
escritor (para o mundo dos concursos) não é o mais
criativo, nem o que detém o melhor vocabulário, mas Reescrevendo:
sim o que mais pratica a ordenação das ideias no papel. Ex.: O pobre e o rico possuem situações de
Há quem negligencie a importância da redação na vida bem diferentes: enquanto aquele luta
prova de concurso público. Deve-se entender a prova para sobreviver, este luta para não se matar
de redação, não como um aliado, um instrumento a em virtude do ócio.
mais para se conseguir o cargo desejado. Entenda que Os pronomes demonstrativos estabeleceram a
a redação pode ser o fator decisivo para a aprovação, relação de coesão.
portanto é preciso ter confiança e trabalhar o texto!
Ex.: A violência já se tornou uma característica
Vamos estudar os elementos necessários para o es- da sociedade contemporânea. A violência in-
tabelecimento de coesão e coerência, os operadores fluencia o comportamento das pessoas.
(elementos estruturais necessários) do texto disserta-
tivo, bem como os princípios da argumentação e com- Reescrevendo:
preensão das propostas. Ex.: A violência já se tornou uma característica
da sociedade contemporânea. Isso influencia o
Palavras-Chave em Concurso comportamento das pessoas.
Público - Coesão, →→ Sinônimos / perífrases:
Progressão e Coerência Quando estiver difícil parar de repetir um termo, use
um sinônimo, ou uma expressão que possa retomá-lo.
Coesão »» Ex.: Osama Bin Laden foi capturado e acusado
Basicamente, a coesão diz respeito aos elemen- de inúmeros crimes. Tem-se certeza de que o
tos de amarração de um texto. Há uma necessidade terrorista líder da Al-Qaeda foi o responsável
muito grande de se conectar aquilo que escrevemos. pela maioria dos eventos transgressores.
Para isso, os elementos de coesão são imprescindíveis. →→ Verbos vicários:
Exemplo de texto que não está coeso.
São os verbos que retomam um segmento sem
Ex.: 1 - O ser humano está no planeta há repeti-lo. O concursando mais escolado em Português
milênios e não aprende a cuidar do planeta. O sabe como o utilizar.
problema do ser humano é que é muito am-
bicioso, só quer ficar rico e não pensa que o Ex.: O governo brasileiro precisa providenciar
planeta pode sofrer com a ambição dele. uma reforma da previdência, só não providen-
Exemplo de texto coeso. cia essa reforma porque é muito trabalhoso.
Ex.: 2 - Parece que o ser humano não aprendeu a ˃˃ Reescrevendo:
cuidar do planeta, mesmo estando nele há muito Ex.: O governo brasileiro precisa providen-
tempo. A ambição do homem, que o dirige à ciar uma reforma da previdência, só não o faz
busca de sempre maior satisfação pessoal, pode porque é muito trabalhoso.
trazer prejuízos ao ambiente em que vive.
No exemplo 2 o texto ficou mais fluido para a Você teve uma ideia básica de como se pode esta-
leitura, mais agradável e, evidentemente, mais com- belecer coesão no texto. Agora precisa treinar.
preensível. Isso ocorreu porque foram utilizados os me-
canismos de coesão para “amarrar” o que estava sendo
Progressão - Como Realizar
escrito. Assim ficou fácil para ler e compreender o que A maneira como um texto está encadeado permite
se estava transmitindo. compreender qual foi a estratégia de progressão utiliza-
da pelo autor. Vamos demonstrar isso com um exemplo.
Há, basicamente, três maneiras de se estabelecer
conexão entre as ideias de um texto: Imagine que, ao ler o tema da redação, você veja a
seguinte temática.
Por Anáfora: a mais simples. Consiste em fazer
remissão a um termo ou ideia citada anteriormente ˃˃ Pena de morte no Brasil: uma solução ou apenas
no texto. Os pronomes desempenham muito bem essa mais um problema administrativo
função. Em primeiro lugar, posicione-se em relação ao
Por Catáfora: um recurso interessante. Consiste tema, portanto não pode ficar indeciso.
em apontar para algo que será dito posteriormente no Em segundo lugar, em uma folha de rascunho
texto. Também há pronomes próprios para isso (os de- escreva todos os argumentos que considera como
monstrativos “este”, “esta” e “isto”, por exemplo). cabíveis para a construção de seu texto. Assim , é 65
possível a seleção daquilo que fará o texto progredir. Para Começar o Desenvolvimento
Vamos construir o raciocínio: Inicialmente.
→→ Minha posição: Primeiramente.
˃˃ A pena de morte é um problema! Em primeiro lugar.
→→ Meus argumentos: A priori.
Viola a Declaração dos Direitos Humanos; Primariamente.
A Constituição Federal não permite; Em primeira análise.
“Só Deus pode tirar a vida de alguém”; Em primeiro plano.
Redação
Redação
que o sufrágio continue universal, para que todo poder
Tipos de Texto Dissertativo emane do povo e não, dos donos do poder econômico,
Expositivo. o voto, além de ser um direito, deve conservar a sua
Argumentativo. condição de dever cívico.
Misto. Léo Lince. Em defesa do voto obrigatório. Internet: www.correioci-
→→ O texto Expositivo dadania.com.br (com adaptações)
Conceitual. Estrutura do Texto Dissertativo
Informacional. • Introdução (tema + argumentos)
Aspectos descritivos. • Desenvolvimento (defesa dos argumentos)
Não exige posicionamento. • Conclusão (aquilo que se entende a partir
»» Ex.: Texto expositivo (CESPE): dos argumentos)
Nas farmácias brasileiras, os comprimidos de →→ Introdução
extrato de ginkgo vendidos só com receita médica »» Tema (linhas inicias).
competem com cápsulas de pó moído e folhas, em em-
balagens expostas nas prateleiras ao alcance do consu- »» Argumentos (apresentando a estratégia).
midor. Muita gente relata efeitos benéficos advindos »» Prévia da conclusão.
dessas fórmulas alternativas. Mas seriam elas tão ˃˃ Proibições:
eficazes quanto os comprimidos vendidos com receita?
A resposta é não. »» Iniciar com a mesma sentença do tema.
Pesquisadores da UFSC fizeram testes para saber »» Iniciar com pronome demonstrativo.
quanto há de componentes do extrato EGb 761 nessas »» Iniciar com a palavra “atualmente”.
cápsulas e nas folhas da planta. Conclusão: para obter Seguem algumas dicas de como fazer a introdu-
a mesma quantidade de um único comprimido de 120 ção de seu texto dissertativo. Vamos utilizar um tema
mg, seriam necessárias 20 cápsulas de 200 mg de pó simples para introduzir todos os textos: sistema prisio-
moído. Quanto ao chá, a eficácia depende da qualida- nal brasileiro.
de da matéria-prima. “Mas seria preciso ingerir grande
quantidade, já que os teores das substâncias ativas no Sentença Declarativa
chá caseiro são baixos”, afirma a autora do trabalho e Trata-se de utilizar uma afirmação para introduzir o
pesquisadora da UFSC. Segundo ela, a proporção ideal texto. A partir da informação, desenvolvem-se as con-
só é obtida com os extratos secos padronizados.
siderações.
Internet: www.saude.abril.com.br (com adaptações)
Ex.: Não há como negar que o sistema prisional
»» Ex.: Texto argumentativo (CESPE): brasileiro precisa de uma séria revisão estrutural.
O voto, direito duramente conquistado, deve ser
considerado um dever cívico, sem o exercício do qual o Interrogação
direito se descaracteriza ou se perde, afinal liberdade e Nessa estratégia, basta introduzir o texto com uma
democracia são fins e não apenas meios. Quem vive em pergunta que servirá de substrato para o desenvolvi-
uma comunidade política não pode estar desobrigado mento do texto. Lembre-se de que a pergunta DEVE ser
de opinar sobre os rumos dela. Nada contra a desobe- respondida.
diência civil, recurso legítimo para o protesto cidadão,
que, no caso eleitoral, se pode expressar no voto nulo Ex.: Há uma questão que reverbera na socieda-
(cuja tecla deveria constar na máquina utilizada para de brasileira com relação à segurança pública:
votação). Com o voto facultativo, o direito de votar e deve haver uma revisão estrutural no sistema
o de não votar ficam inscritos, em pé de igualdade, no prisional do país?
corpo legal. Uma parte do eleitorado deixará voluntaria-
mente de opinar sobre a constituição do poder político.
Relação Adversativa
Nessa estratégia, é eficaz construir uma relação de
O desinteresse pela política e a descrença no voto oposição nas linhas iniciais para que sirva de motivação
são registrados como mera “escolha”, sequer como
desobediência civil ou protesto. A consagração da alie- à construção do texto.
nação política como um direito legal interessa aos con- Ex.: Se, por um lado, verificam-se estabele-
servadores, reduz o peso da soberania popular e des- cimentos prisionais com estrutura adequada
constitui o sufrágio como universal. em algumas regiões do país, por outro, é
Para o cidadão ativo, que, além de votar, se organiza visível a situação de decadência e descaso
para garantir os direitos civis, políticos e sociais, o enfoque com os presidiários. Esse fato aponta para
é inteiramente outro. O tempo e o trabalho dedicados ao uma necessidade de revisão estrutural do 67
sistema prisional brasileiro.
Referência Histórica Desenvolvimento:
Uma das técnicas mais eficazes está nesse item. 1º parágrafo: O descaso em questão pode ser evi-
Basta utilizar alguma alusão histórica para fundamen- denciado na falta de cuidado com a estrutura física de
tar o texto. alguns presídios do Brasil que, sem capacidade para
Ex.: Não é de hoje que o sistema prisional brasi- suportar o enorme contingente de presidiários, acaba
leiro apresenta problemas. No ano de (colocar sujeitando-os a um confinamento humilhante, com
a data e o dado histórico). baixíssimas condições de saúde e desenvolvimento in-
telectual. Não é de se estranhar que a violência acabe
Palavra - Chave por ser um atrativo para o indivíduo que se encontra
Redação
Redação
educação, além de ser facilitada, é aprimorada.
ou da exposição: o tópico frasal, sólido e bem definido.
Foram escritos apenas dois parágrafos. Claramente, O que significa dizer que se deve apresentar uma ideia
a intenção é mostrar que há possibilidade de se desen- ou conceito que será o alvo do parágrafo, sobre o que
volver um texto com tranquilidade. Você pode, como você irá escrever, expondo ou argumentando sobre.
recurso metodológico que vise ao aprimoramento de
sua redação, escrever mais parágrafos sequenciais, ou O tópico frasal deve ser claro, curto e objetivo. Nunca
mesmo reescrever os parágrafos que aí estão. A ideia é deixe seu parágrafo ficar confuso, ou apresentar mais
nunca desanimar e testar todas as possibilidades. ideias do que o conveniente, entendendo que o conve-
niente é inserir uma ideia de cada vez em cada possibi-
Nos próximos itens, vamos lançar a ideia para você lidade de desenvolvimento. A exceção é feita ao pará-
desenvolver.
grafo introdutório, no qual se pode fazer um pequeno
Alusão Histórica “resumo” do propósito do texto. Desse modo, o texto
No desenvolvimento por alusão histórica, parte-se fica organizado e fácil de ler.
da introdução em que se utiliza a mesma estratégia, Uma vez estabelecido o tópico frasal, além das pos-
para estabelecer um tipo de “genealogia” da temática sibilidades de quem já possui uma grande desenvoltura
em questão. Não se esqueça de que os argumentos his- na escrita, há três básicas estratégias: indicar a causa
tóricos servirão para comprovar o que se defende no do fato; dar uma explicação para o fato, ou realizar a
texto, por isso, devem-se alinhavar muito bem os epi- defesa daquilo que se disse. Portanto, após escolher a
sódios selecionados. sentença a ser trabalhada no parágrafo, adote um dos
Eis uma possibilidade de introdução para que você procedimentos mencionados anteriormente, assim,
pesquise e desenvolva seu texto. evita-se que o parágrafo fuja da temática proposta.
Tema: combate às drogas no território brasileiro. →→ Lembre-se de que o tópico frasal possui algumas
˃˃ Sugestão de introdução para ser desenvolvida: exigências:
Em retrospecto à situação do combate às drogas Concisão;
no território brasileiro, alguns dados históricos revelam Clareza;
uma estatística importante. Solidez;
˃˃ Discurso autorizado (fala de especialista) Coerência;
Utilizando o discurso autorizado, transmite-se a Objetividade;
impressão de maior consistência argumentativa. A
Bom espaço na margem;
dica aqui é a seguinte: não copie trechos da proposta,
tampouco invente informações, pensando que vá dar Pontuação precisa.
certo. O corretor sabe que, quando você escreve “pes-
quisas mostram”, “cientistas revelam”, está, na realidade,
tentando convencê-lo de algo que nem você tem certeza.
Agora, você pode resumir essas táticas em uma Se quiser utilizar um exemplo comprobatório em seu
tabela e buscar a mais fácil de desenvolver em sua parágrafo do desenvolvimento, fique à vontade, porém
prática de escrita. não se permita exagerar, inventar ou inserir itens que
não estejam relacionados à temática ou à proposta.
O Parágrafo Dissertativo
É o momento de analisarmos a estrutura do pará- A Justa Medida do Parágrafo
grafo dissertativo, ou seja, como compor um parágrafo Há uma consideração importante a ser feita com
claro e que possua qualidade. Primeiramente, é preciso relação à extensão do parágrafo num texto dissertati-
entender que há limites impostos pela propriedade da vo. A justa medida, a medida “áurea” para os parágra-
estrutura dissertativa, quer dizer que não se pode sim- fos de desenvolvimento é de sete linhas. Sim, se fizer
plesmente tentar inovar o que já tem sido um padrão o cálculo com relação ao número de linhas, perceberá
de escrita há tantos anos. Ninguém vai reinventar o que três parágrafos com essa numeração somados à
texto dissertativo, portanto fique atento às ideias prin- introdução e conclusão fecham, a distribuição perfeita
cipais relacionadas ao princípio de construção do pará-
grafo na dissertação. das ideias no texto.
Isso significa que, se um parágrafo do seu texto
O Tópico Frasal - um Conceito extrapolar o limite, como ocorre em algumas situa-
Importantíssimo ções, provavelmente, o peso de seus argumentos será
Cada texto possui uma temática específica, é claro, afetado, ou seja, haverá um problema de distribuição
das ideias do texto: algumas ficarão com menor apro-
com suas estratégias de desenvolvimento, seus argu-
fundamento; outras ficarão com aprofundamento 69
mentos, suas posições “ideológicas” etc. Porém, nem
demasiado. O velho mestre Aristóteles bem conhecia Outras possibilidades de textos na redação
que a “justa medida” - o equilíbrio entre um atributo Dentre as inúmeras possibilidades relacionadas a
em excesso ou em falta - é o essencial para se atingir gêneros textuais para as questões discursivas (prova
qualquer objetivo. de redação), destaco, agora, algumas que, a despeito
da força da dissertação, costumam receber alguma
Entendendo a Temática atenção. São elas:
Quando o concursando lê a prova discursiva e se →→ Narrativo:
depara com a temática proposta, acaba, em algumas
situações, por não conseguir entender como deve a) Foco em sequenciar ações.
Redação
proceder à escritura do texto. Bem, para que isso não b) Carta argumentativa.
ocorra, vamos antecipar como costumam ser as temá- c) Foco em persuadir um interlocutor determinado.
ticas apresentadas em concursos públicos.
d) Descrição.
˃˃ Padrão 1
e) Foco em apontar características.
Temática direta e objetiva:
f) Resumo.
Nesse padrão, deve-se observar a temática, sempre
buscando conceitos-chave que façam remissão ao Foco em extrair informações essenciais de um texto.
conteúdo proposto. Desse modo, é possível ficar preso Vamos buscar compreender as necessidades e ca-
ao tema. racterísticas especiais de cada item acima mencionado.
˃˃ Padrão 2
Temática direta e objetiva com posicionamento:
O Texto Narrativo
Sucintamente, narrar significa sequenciar ações,
Nesse padrão, além de focalizar diretamente a ou seja, encadeá-las de modo que progridam de forma
temática, quer dizer, possuir objetividade é necessário coerente e inteligível para o leitor. É claro que o texto
também deixar clara sua posição com relação ao tema. narrativo não é o mais simples de ser escrito, a despeito
Lembrete: o posicionamento não deve ser feito por
de utilizarmos estratégias narrativas em muitos
meio da 1ª pessoa do singular.
momentos do nosso dia. “Contar” uma “estória” carece
˃˃ Padrão 3 de uma série de aspectos e elementos, os quais, jus-
Temática direta e objetiva com posicionamen- tamente por serem inerentes à narração, não podem
to + subitens: ser esquecidos ou deixados de lado. Isto é, o texto nar-
Nesse padrão, a posição clara com relação à temática rativo possui elementos de progressão e operadores
deve ser acompanhada de uma focalização direta nos textuais que nos permitem compreender o princípio de
subitens. Separe um parágrafo para cada subitem pedido encadeamento das situações narradas. É o que passa-
no texto, uma vez que, dessa forma, o corretor percebe remos a estudar.
que houve distribuição equivalente dos argumentos →→ Elementos de progressão narrativa
com relações aos subitens.
Embora a teoria possa elencar outros elementos,
˃˃ Padrão 4 eis os mais relevantes para o concursando:
Temática direta e objetiva + subitens: a) Apresentação:
Nesse padrão, não é necessário mostrar posição, Também identificada como “situação inicial” é o
pois o texto é expositivo, então, não há com que se momento em que ocorre a introdução de personagens,
preocupar em relação à convencimento. Basta apostar preparação para a ação que será abordada. Há, nesse
em uma progressão clara do texto.
momento, a possibilidade de se fazer a descrição do
˃˃ Padrão 5 local da ação. Para uma redação de concurso, não é in-
Temática indireta (subjetiva): teressante fazer uma apresentação muito extensa.
Nesse padrão, a preocupação do concursando é b) Conflito:
conseguir abstrair o assunto da temática, ou seja, o É o “problema” da narrativa, ou seja, é aquilo que
histórico de leituras permite que o candidato consiga motiva a ação do texto.
interpretar a mensagem tratada e abordar com consis-
tência o tema da redação. c) Nó:
É a complicação do problema inicial da narrativa.
Conclusão do Texto Quer dizer, aquilo que motiva a tensão do texto a ficar
A conclusão do texto possui, basicamente, três ainda maior.
funções: d) Clímax:
a) Retomar a ideia inicial, asseverando a posição de- É o ponto alto da narrativa, o momento máximo da
fendida, para um fechamento coerente da estrutu- estória. Para ficar mais claro, o clímax é a ação final que
ra do texto. há de gerar o desfecho do texto.
b) Se a proposta pedir, a conclusão serve para propor e) Desfecho:
soluções para os problemas apresentados no texto. Também chamado de conclusão ou resolução,
c) Finalmente, criar um impacto no leitor. Um consiste no encerramento da ação da narrativa, apre-
cuidado, porém: não pense que usar chavões, sentando um final fechado (claro, sabe-se o que
frases de efeito ou citações que não foram traba- ocorre) ou aberto (obscuro, não se tem certeza do que
70 lhadas no texto anteriormente possa fazer o seu ocorreu). Para o concurso público, o candidato deve
texto brilhar. O efeito será contrário! preferir os finais fechados.
Operadores do Texto Narrativo b) Antagonista: não possui presença obrigatória. É
definido como quem se opõe ao protagonista da
São operadores (termos que compõem) do texto ação.
narrativo:
c) Adjuvantes: também não possuem presença
a) Narrador: Quem conta. obrigatória. São definidos como os secundários,
c) Tempo: Quando ocorre. aqueles que figuram ação que não são, necessaria-
e) Espaço: Onde ocorre. mente, as principais.
g) Personagens: Quem pratica as ações. É salutar, em uma prova de concurso, não utilizar-
mos personagens em demasia. Os diálogos serão indis-
Comentário Sobre cada Operador
Redação
pensáveis apenas quando a banca solicitar.
→→ Narrador:
˃˃ Para não nos delongarmos em um sem-número Exemplo de Texto Narrativo
de classificações, vamos explicar o narrador ˃˃ Tudo bem filho, todo mundo faz isso
partindo da ideia de foco narrativo. Johnny tinha seis anos de idade e estava em com-
a) Autodiegético: panhia do pai quando este foi flagrado ao dirigir em
É o foco em que o narrador conta algo de que parti- excesso de velocidade. O pai entregou ao guarda, junto
cipou como personagem principal, como protagonista. à sua carteira de motorista, uma nota de vinte dólares.
Conta a própria história. “Está tudo bem, filho”, disse ele quando voltaram à
b) Homodiegético: estrada. “Todo mundo faz isso!”
É o foco em que o narrador conta algo de que par- Quando Johnny tinha oito anos, deixaram que assis-
ticipou, mas não como personagem principal, e sim tisse a uma reunião de família, dirigida pelo tio George,
como um tipo de elemento secundário à ação. a respeito das maneiras mais seguras de sonegar o
c) Heterodiegético: imposto de renda. “Está tudo bem, garoto”, disse o tio.
É foco em que o narrador conta algo de que não “Todo mundo faz isso!”
participou, podendo conhecer todos os eventos ou Aos nove anos, a mãe levou-o, pela primeira vez, ao
mesmo uma parte deles (aquilo que conta). teatro. O bilheteiro não conseguia arranjar lugares até
→→ Tempo: que a mãe de Johnny lhe deu, por fora, cinco dólares.
“Tudo bem, filho”, disse ela. “Todo mundo faz isso!”
˃˃ Esse é o “quando” da narrativa.
Aos dezesseis anos, Johnny arranjou seu primeiro
a) Cronológico: emprego. Nas férias de verão, trabalhou em um su-
É o tempo marcado por uma sequência lógica permercado. Seu trabalho: pôr os morangos maduros
de datas (dias, meses, anos). O tempo cronológico demais no fundo das caixas e os bons em cima, para lu-
também pode ser dado em uma sequência de horas ou dibriar o freguês. “Tudo bem, garoto”, disse o gerente.
minutos. “Todo mundo faz isso!”
b) Psicológico: Quando Johnny tinha 19 anos, um dos colegas mais
É o tempo sem marcação lógica, ou seja, as frontei- adiantados lhe ofereceu, por cinquenta dólares, as
ras que são determinadas na cronologia, desaparecem questões que iam cair na prova. “ Tudo bem garoto”,
nessa estratégia narrativa. disse ele. “Todo mundo faz isso!”
c) Da narrativa: Flagrado colando, Johnny foi expulso da sala e
Apesar de não haver marcação temporal clara voltou para casa com o rabo entre as pernas. “Como
nessa estratégia de composição, o leitor conhece que a você pôde fazer isso com sua mãe e comigo?”, disse o
ação progride por meio da análise dos tempos verbais pai. “Você nunca aprendeu estas coisas em casa!”. Se
ou de palavras como: depois disso, de repente, então, há uma coisa que o mundo adulto não pode tolerar é
posteriormente, etc. um garoto que cola nos exames...
http://pcdec.sites.uol.com.br/tudobemfilho.htm
O concursando deve, sempre, optar pelo tempo
cronológico, pois é mais simples de ser inserido. A Carta Argumentativa
→→ Espaço: Vamos definir a carta como um texto que possui um
˃˃ Esse é o “onde” da narrativa. direcionamento especial - o destinatário ou interlocu-
a) Aberto: tor -, sendo que o tratamento utilizado no texto pode
ser impessoal ou pessoal, dependendo da finalidade
Não ocorre a ação em apenas um lugar, os perso- da carta. É certo que há várias estratégias de desenvol-
nagens podem circular em vários locais distintos. Isso vimento para a carta (dissertativa-argumentativa, dis-
é mais facilmente verificado em narrativas mais longas. sertativa-expositiva, narrativa, descritiva etc.), porém,
b) Fechado: para a nossa finalidade - o concurso público - vamos
A ação é narrada em apenas um cenário, não há estudar aquela que possui o princípio argumentativo.
troca de cenários ou ambientes. Isso é comum em nar- →→ Estruturando a carta
rativas mais breves. ˃˃ Os elementos essenciais para o gênero que
→→ Personagens: estamos estudando :
˃˃ São os envolvidos na ação do texto. Utilizando a) Local e Data: colocados na primeira linha do texto.
uma divisão simplista, temos: b) Vocativo: a interpelação do destinatário - seu nome.
a) Protagonista: o personagem principal da ação. c) Desenvolvimento: os parágrafos que compõem o
O herói ou com quem se passa a maior parte dos desenvolvimento são utilizados para persuadir o 71
eventos narrados. interlocutor da ideia defendida pelo remetente.
d) Fecho: a saudação final que encerra a carta. Mandem-me, por favor, um tênis. Pode ser tamanho
grande, embora eu tenha pé pequeno. Não me desa-
gradaria nada fingir que tenho pé grande. Dá à pessoa
uma certa importância. E depois, quanto maior o tênis,
Lembre-se de alguns itens muito importantes. mais visível ele é. E, como diz o meu vizinho aqui, visibi-
A menos que a Banca exija, você não deve assinar lidade é tudo na vida.
a carta; (Moacyr Scliar, cronista da Folha de S. Paulo, 14/8/2000)
jamais utilize linguagem coloquial ou de baixo Você notou a ausência de alguns elementos es-
calão. senciais à carta no texto acima. Isso ocorre porque o
Redação
jamais fazer abreviações nas datas ou vocativos. texto em questão é muito mais uma crônica disfarçada
Jamais utilize expressões cristalizadas como: de carta argumentativa. Ele foi utilizado, no entanto,
“estou te escrevendo”, “escrevo-te esta carta”, “venho para que você pudesse perceber como estabelecer a
por meio desta”, “rogo-lhe tal missiva” entre outras. argumentação em um texto que se pretende para um
leitor direto. Se você leu com atenção, concluiu que o
Busque um tratamento direto, ou seja, tente “con- escritor, por assim dizer, construiu uma argumentação
versar” com o seu interlocutor.
visando a convencer seu interlocutor da necessidade
Basicamente, a carta argumentativa é uma disser- de ele receber um tênis.
tação direcionada a um destinatário específico.
No processo argumentativo de Scliar, há três
Análise de uma carta argumentativa argumentos separados por introdução clara: “em
Veja esse exemplo, muito bem redigido, é claro, por primeiro lugar”; “em segundo lugar” e “uma última
Moacyr Scliar: ponderação”. Isso facilita a leitura. Dê atenção à es-
Uns amigos me falaram que os senhores estão para trutura e convença o leitor de que seu ponto de vista
destruir 45 mil pares de tênis falsificados com a marca é o correto. A interlocução - lembrar a todo instante
Nike e que, para esse fim, uma máquina especial já que está falando diretamente com a pessoa - é muito
teria até sido adquirida. A razão desta cartinha é um importante nesse processo.
pedido. Um pedido muito urgente. Resumo:
Antes de mais nada, devo dizer aos senhores que Resumir um texto nada mais é do que selecionar
nada tenho contra a destruição de tênis, ou de bonecas as principais ideias nele contidas e encadeá-las em
Barbie, ou de qualquer coisa que tenha sido piratea- uma ordem lógica, a fim de que se possa restabelecer
da. Afinal, a marca é dos senhores, e quem usa essa o conceito original do texto resumido. Para que um
marca indevidamente sabe que está correndo um risco. resumo seja feito a contento, é importante que as in-
Destruam, portanto. Com a máquina, sem a máquina, formações originais sejam preservadas, quer seja por
destruam. Destruir é um direito dos senhores. Mas, por meio de paráfrase, quer seja por meio de cópia de
favor, reservem um par, um único par desses tênis que alguns trechos.
serão destruídos para este que vos escreve. Este pedido Também não pode ser esquecido o nome do autor,
é motivado por duas razões: em primeiro lugar, sou um bem como o título do texto presentes no corpo do
grande admirador da marca Nike, mesmo falsificada. resumo. Depois de realizada a introdução, evidencian-
Aliás, estive olhando os tênis pirateados e devo confessar do os itens mencionados, deve-se observar o tópico
que não vi grande diferença deles para os verdadeiros. frasal de cada parágrafo, para que sejam resumidas as
Em segundo lugar, e isto é o mais importante, sou ideias presentes em CADA um deles.
pobre, pobre e ignorante. Quem está escrevendo esta Existem algumas técnicas interessantes na hora de
carta para mim é um vizinho, homem bondoso. Ele vai se fazer um resumo, vejamos:
inclusive colocá-la no correio, porque eu não tenho
dinheiro para o selo. Nem dinheiro para selo, nem para →→ Supressão de trecho:
qualquer outra coisa: sou pobre como um rato. Mas a Na técnica em questão, objetiva-se localizar o tópico
pobreza não impede de sonhar, e eu sempre sonhei com frasal (ideia mais relevante), mantê-lo e, posteriormen-
um tênis Nike. Os senhores não têm ideia de como isso te, retirar as demais sentenças que não compõem o prin-
será importante para mim. Meus amigos, por exemplo, cipal elemento do parágrafo ou da frase.
vão me olhar de outra maneira se eu aparecer de Nike. »» Ex.: Seu Luís era um caminhoneiro respeitável,
Eu direi, naturalmente, que foi presente (não quero que sempre cumpria suas obrigações com objetivi-
pensem que andei roubando), mas sei que a admiração dade e ética.
deles não diminuirá: afinal, quem pode receber um Nike ˃˃ Resumindo:
de presente pode receber muitas outras coisas. Verão
que não sou o coitado que pareço. »» Ex.: Seu Luís era um caminhoneiro respeitável,
sempre cumpria suas obrigações com objetivi-
Uma última ponderação: a mim não importa que o dade e ética.
tênis seja falsificado, que ele leve a marca Nike sem ser
Nike. Porque, vejam, tudo em minha vida é assim. Moro Síntese do trecho por meio de generalização:
num barraco que não pode ser chamado de casa, mas, consiste em utilizar um termo genérico para dispensar
para todos os efeitos, chamo-o de casa. Uso a camiseta termos que não são essenciais.
de uma universidade americana, com dizeres em inglês, »» Ex.: Mariana comprou uma calça, um colete,
que não entendo, mas nunca estive nem sequer perto meias, blusa de lã e um cachecol ontem.
da universidade - é uma camiseta que encontrei no lixo. ˃˃ Resumindo:
72 E assim por diante. »» Ex.: Mariana comprou roupas ontem.
Transformação do trecho: por meio de uma cons- Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), em
trução que vise a abranger o significado de uma se- coletiva à imprensa no dia seguinte ao anúncio.
quência textual, constrói-se um segmento que ocupa o Atropelo - O número que circulava nos corredores do
lugar de uma expressão maior. governo nas semanas que antecederam o decreto era de
»» Ex.: O homem comprou a maminha, temperou que o acréscimo do IPI seria de 30% e não de 30 pontos
e reservou. Depois de cortar a lenha seca, porcentuais. A decisão de adotar uma saída ou outra traz
amontoou-a em uma pilha. Acendeu o fósforo, consequências muito díspares. Elevar uma alíquota em
queimou a madeira e colocou a carne tempera- 30% significa que o IPI de um carro popular flex passaria
da por sobre o fogo. de 7% para 9,1%. Contudo, ao lançar mão do ajuste de
Redação
˃˃ Resumindo: 30 p.p., esse mesmo IPI vai a 37%. A alta absurda da
»» Ex.: O homem fez um churrasco. carga tributária faz com que veículos que não cumprem
as regras de nacionalização fixadas pelo governo fiquem
No resumo de texto narrativo, discurso direto e até 28% mais caros para o consumidor final. “Chegaram
indireto. a esse número na etapa final de negociação”, afirmou
→→ Discurso direto: uma fonte ligada à Anfavea. Os ministros Mercadante
José diz: e Pimentel foram avisados em cima da hora, de acordo
com uma fonte ligada ao ministério de Desenvolvimen-
»» Ex.: Penso em comprar um carro.
to. “Ele atropelou todo mundo. O que ele sempre quis é
Tião fala: que a Fazenda fizesse política industrial”, afirma.
»» Ex.: Morri por amor. Também na Anfavea, as discussões foram pouco
→→ Discurso Indireto: transparentes - tanto que executivos de montadoras
»» Ex.: José disse que pensava em comprar um ligadas à associação afirmaram à VEJA que não foram
carro. sequer consultados. A associação nega, argumentando
que, desde o início do ano, há discussões com o governo
»» Ex.: Tião falou que morrera por amor. para tentar melhorar a competitividade da indústria
→→ Exercício de resumo de um texto dissertativo automobilística nacional. Em coletiva, o presidente da
O monstrengo do IPI tem pai: Guido Mantega Anfavea, Cledorvino Belini, que também preside a Fiat,
Há exatamente uma semana, economistas, em- negou que tenha havido lobby das grandes empresas
presários e consumidores têm tentado, sem sucesso, do setor. Segundo ele, a decisão foi motivada pelo
entender o decreto anunciado pelo governo que impacto negativo que a importação de veículos tem
aumenta em 428% a cobrança do Imposto sobre causado na balança comercial.
Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis impor- Fosse essa a razão, o aumento do IPI nem assim
tados. A decisão provém, oficialmente, de um grupo se justificaria. O déficit provocado pela importação de
de estudo interministerial - composto pelas pastas do peças e veículos, que chegou a 20 bilhões de dólares
Desenvolvimento, da Fazenda e de Ciência e Tecnologia no acumulado de janeiro a agosto, está bem próximo
- que tentava, junto à Associação Nacional dos Fabri- do saldo negativo da balança comercial da indústria
cantes de Veículos Automotores (Anfavea), encontrar química, que chegou a 18 bilhões de dólares no mesmo
uma maneira de tornar os automóveis nacionais mais período. Já no caso dos eletroeletrônicos, esse número
competitivos. No entanto, por trás de um trabalho que é de 14 bilhões de dólares até agosto, segundo dados
deveria ser técnico, está a mão protecionista do eco- do Ministério do Desenvolvimento. Neste último caso,
nomista Guido Mantega, cujo ministério nada tem a inclusive, em vez de colocar barreiras aos importados, o
ver com a política industrial do Brasil. Se seus sonhos governo dá até incentivos. Tanto que o Banco Nacional
de se tornar o homem-forte do governo - e interferir de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES) irá
em todas as esferas - não foram realizados durante a ajudar a financiar a nova fábrica da taiwanesa Foxconn
gestão anterior, o ministro agora consegue avanços ao no Brasil, a qual produzirá os tablets da Apple apenas
ser o principal autor do novo IPI. com componentes importados. Por fim, a balança co-
O site de VEJA ouviu mais de uma dezena de fontes mercial - que é administrada pelo Ministério de De-
ministeriais e do setor automotivo que não quiseram senvolvimento - está fora da área de competência da
ter seus nomes revelados devido à complexidade do Fazenda. Já a inflação que beira ao descontrole, apesar
assunto - e a um possível temor de retaliação. Todas de ser da alçada do Banco Central, está bem mais
proferiram uma informação em comum: o ministro próxima de Mantega. Passam ao largo de seus projetos,
Mantega - que deveria se ocupar inteiramente da no entanto, medidas para baixar a elevada carga tri-
função de cuidar do superávit fiscal e ajudar o Banco butária, que penaliza o empresário que quer expandir
Central a combater a inflação - articulou praticamente oferta no país, ou mudar o perfil gastador do estado,
sozinho com as montadoras ditas nacionais a descabi- que tanto pressiona os preços.
da medida da última semana. Nem mesmo os ministros Plano interrompido - Desde que as montadoras
Aloizio Mercadante e Fernando Pimentel, da Ciência e asiáticas, como Hyundai, Kia e JAC, começaram a ganhar
Tecnologia e do Desenvolvimento, respectivamente, corpo no mercado nacional, o governo tem buscado
tinham total conhecimento do assunto. Eles foram in- saídas para melhorar a competitividade daquelas já ins-
timados de última hora a participar do anúncio e nem taladas no país. Os debates entre a indústria e o Planalto
imaginavam que a elevação do IPI chegaria a tanto. “O resultaram em um plano de estímulo à competitividade
Fernando Pimentel havia dito que, se viesse, o aumento anunciado em 2010, que já previa, inclusive, um corte no
seria de um número razoável. E ele pareceu muito redutor de 40% do imposto de importação de autope-
sincero quando disse isso. Já no momento do anúncio, ças - beneficiando, assim, os fornecedores nacionais. Tal
ele estava “branco””, afirmou José Luiz Gandini, plano foi anunciado pelo então ministro, Miguel Jorge, e 73
presidente da Associação Brasileira das Empresas por Guido Mantega. Neste ano, veio a Medida Provisória
nº 540, que previa a redução do IPI para montadoras na- seria de um número razoável. E ele pareceu muito
cionais. “É preciso entender que o país necessita de um sincero quando disse isso. Já no momento do anúncio,
aumento de competitividade. Medidas protecionistas ele estava “branco””, afirmou José Luiz Gandini, presi-
geram resultados de curto prazo e não aumentam a efi- dente da Associação Brasileira das Empresas Importa-
ciência do setor”, afirma o consultor e ex-secretário de doras de Veículos Automotores (Abeiva), em coletiva à
Comércio Exterior, Welber Barral. imprensa no dia seguinte ao anúncio.
Ocorre que o governo não quis abrir mão dos Atropelo - O número que circulava nos corredores
tributos e utilizou o decreto da semana passada para do governo nas semanas que antecederam o decreto
faturar em cima do contribuinte: limitou a concorrên- era de que o acréscimo do IPI seria de 30% e não de
Redação
cia; reduziu as opções do consumidor, sobretudo da 30 pontos porcentuais. A decisão de adotar uma saída
classe média; e deteriorou a imagem do país junto a ou outra traz consequências muito díspares. Elevar
investidores estrangeiros, mostrando sinais de ingerên- uma alíquota em 30% significa que o IPI de um carro
cia política e insegurança jurídica. popular flex passaria de 7% para 9,1%. Contudo, ao
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/o-monstrengo-do-ipi- lançar mão do ajuste de 30 p.p., esse mesmo IPI vai
-tem-pai-guido-mantega (com adaptações). a 37%. A alta absurda da carga tributária faz com que
Essa introdução serve para você perceber como veículos que não cumprem as regras de nacionaliza-
fazer o início de um resumo. ção fixadas pelo governo fiquem até 28% mais caros
para o consumidor final. “Chegaram a esse número na
Agora, após ver os pontos em vermelho, os quais etapa final de negociação”, afirmou uma fonte ligada
foram marcados como itens a serem resumidos no à Anfavea. Os ministros Mercadante e Pimentel foram
corpo do texto, você pode exercitar a técnica para re- avisados em cima da hora, de acordo com uma fonte
sumi-lo. ligada ao ministério de Desenvolvimento. “Ele atrope-
→→ Introdução: lou todo mundo. O que ele sempre quis é que a Fazenda
O texto publicado na revista Veja (versão online), in- fizesse política industrial”, afirma.
titulado “o monstrengo do IPI tem pai: Guido Mantega” Também na Anfavea, as discussões foram pouco
veicula uma matéria acerca do aumento do Imposto sobre transparentes - tanto que executivos de montadoras
Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis importa- ligadas à associação afirmaram à VEJA que não foram
dos, associando a figura de Guido Mantega à medida que sequer consultados. A associação nega, argumentan-
encarece alguns itens de grande consumo no país. do que, desde o início do ano, há discussões com o
01. Agora é com você! Leia e faça o seu resumo! governo para tentar melhorar a competitividade da
O monstrengo do IPI tem pai: Guido Mantega indústria automobilística nacional. Em coletiva, o pre-
sidente da Anfavea, Cledorvino Belini, que também
Há exatamente uma semana, economistas, em- preside a Fiat, negou que tenha havido lobby das
presários e consumidores têm tentado, sem sucesso, grandes empresas do setor. Segundo ele, a decisão foi
entender o decreto anunciado pelo governo que motivada pelo impacto negativo que a importação de
aumenta em 428% a cobrança do Imposto sobre veículos tem causado na balança comercial.
Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis impor-
tados. A decisão provém, oficialmente, de um grupo Fosse essa a razão, o aumento do IPI nem assim se
de estudo interministerial - composto pelas pastas do justificaria. O déficit provocado pela importação de
Desenvolvimento, da Fazenda e de Ciência e Tecnologia peças e veículos, que chegou a 20 bilhões de dólares
- que tentava, junto à Associação Nacional dos Fabri- no acumulado de janeiro a agosto, está bem próximo
cantes de Veículos Automotores (Anfavea), encontrar do saldo negativo da balança comercial da indús-
uma maneira de tornar os automóveis nacionais mais tria química, que chegou a 18 bilhões de dólares no
competitivos. No entanto, por trás de um trabalho que mesmo período. Já no caso dos eletroeletrônicos,
deveria ser técnico, está a mão protecionista do eco- esse número é de 14 bilhões de dólares até agosto,
nomista Guido Mantega, cujo ministério nada tem a segundo dados do Ministério do Desenvolvimento.
ver com a política industrial do Brasil. Se seus sonhos Neste último caso, inclusive, em vez de colocar barrei-
de se tornar o homem-forte do governo - e interferir ras aos importados, o governo dá até incentivos. Tanto
em todas as esferas - não foram realizados durante a que o Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Eco-
gestão anterior, o ministro agora consegue avanços ao nômico (BNDES) irá ajudar a financiar a nova fábrica
ser o principal autor do novo IPI. da taiwanesa Foxconn no Brasil, a qual produzirá os
O site de VEJA ouviu mais de uma dezena de fontes tablets da Apple apenas com componentes importa-
ministeriais e do setor automotivo que não quiseram dos. Por fim, a balança comercial - que é administrada
ter seus nomes revelados devido à complexidade do pelo Ministério de Desenvolvimento - está fora da área
assunto - e a um possível temor de retaliação. Todas de competência da Fazenda. Já a inflação que beira ao
proferiram uma informação em comum: o ministro descontrole, apesar de ser da alçada do Banco Central,
Mantega - que deveria se ocupar inteiramente da está bem mais próxima de Mantega. Passam ao largo
função de cuidar do superávit fiscal e ajudar o Banco de seus projetos, no entanto, medidas para baixar a
Central a combater a inflação - articulou praticamente elevada carga tributária, que penaliza o empresário
sozinho com as montadoras ditas nacionais a descabi- que quer expandir oferta no país, ou mudar o perfil
da medida da última semana. Nem mesmo os ministros gastador do estado, que tanto pressiona os preços.
Aloizio Mercadante e Fernando Pimentel, da Ciência e Plano interrompido - Desde que as montado-
Tecnologia e do Desenvolvimento, respectivamente, ras asiáticas, como Hyundai, Kia e JAC, começaram
tinham total conhecimento do assunto. Eles foram in- a ganhar corpo no mercado nacional, o governo
timados de última hora a participar do anúncio e nem tem buscado saídas para melhorar a competitivida-
74 imaginavam que a elevação do IPI chegaria a tanto. “O de daquelas já instaladas no país. Os debates entre
Fernando Pimentel havia dito que, se viesse, o aumento a indústria e o Planalto resultaram em um plano de
estímulo à competitividade anunciado em 2010, que
já previa, inclusive, um corte no redutor de 40% do
imposto de importação de autopeças - beneficiando,
assim, os fornecedores nacionais. Tal plano foi anun-
ciado pelo então ministro, Miguel Jorge, e por Guido ____________________________________________
____________________________________________
Mantega. Neste ano, veio a Medida Provisória nº 540,
____________________________________________
que previa a redução do IPI para montadoras nacio-
____________________________________________
nais. “É preciso entender que o país necessita de um
____________________________________________
aumento de competitividade. Medidas protecionistas
Redação
____________________________________________
geram resultados de curto prazo e não aumentam a efi- ____________________________________________
ciência do setor”, afirma o consultor e ex-secretário de ____________________________________________
Comércio Exterior, Welber Barral. ____________________________________________
Ocorre que o governo não quis abrir mão dos ____________________________________________
tributos e utilizou o decreto da semana passada para ____________________________________________
faturar em cima do contribuinte: limitou a concorrên- ____________________________________________
cia; reduziu as opções do consumidor, sobretudo da ____________________________________________
classe média; e deteriorou a imagem do país junto a ____________________________________________
investidores estrangeiros, mostrando sinais de inge- ____________________________________________
rência política e insegurança jurídica. ____________________________________________
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/o-monstrengo-do-ipi- ____________________________________________
-tem-pai-guido-mantega (com adaptações).
____________________________________________
____________________________________________
O Texto Descritivo ____________________________________________
Por meio da focalização momentânea em algum ____________________________________________
ser ou objeto (ou ainda em um lapso temporal), é ____________________________________________
possível registrar características externas ou internas ____________________________________________
daquilo que se objetiva descrever. Essa é uma definição ____________________________________________
bem chique de descrição. Na verdade, quero explicar ____________________________________________
o seguinte: se você precisa dizer como alguma coisa ____________________________________________
é, use o texto descritivo. Não vá pensando que não ____________________________________________
pode haver descrição em outras sequências textuais ____________________________________________
(narração, dissertação etc.), mas não podemos confun- ____________________________________________
dir os conceitos. ____________________________________________
Ao passo que o texto narrativo busca sequenciar ____________________________________________
____________________________________________
ações, o texto descritivo pode evidenciar particulari-
____________________________________________
dades de momentos, bem como particularidades de
____________________________________________
objetos seres etc., sem esquecer que o que vale para
____________________________________________
o julgamento do gênero textual é o critério da predo- ____________________________________________
minância, ou seja, o seu texto deve possuir, predomi- ____________________________________________
nantemente, as características descritivas, para ser um ____________________________________________
texto descritivo. ____________________________________________
→→ Tipos de descrição: ____________________________________________
a) Descrição de lugar, espaço ou ambiente; ____________________________________________
˃ Interna ou externa; ____________________________________________
____________________________________________
b) Descrição de pessoa; ____________________________________________
˃ Física ou psicológica ____________________________________________
c) Descrição de objeto ____________________________________________
____________________________________________
˃ Aspectos estruturais
____________________________________________
01. Descrição objetiva (O que se vê) ___________________________________________
A focalização, aqui, objetiva uma descrição impassí- ___________________________________________
vel, ou seja, sem mencionar os sentidos que se podem ___________________________________________
despertar no autor quando observa aquilo que está es- ___________________________________________
crevendo. ___________________________________________
02. Descrição subjetiva (O que se sente) ___________________________________________
___________________________________________
A focalização, aqui, objetiva uma descrição repleta ___________________________________________
de sentimento, ou seja, quando o autor do texto ___________________________________________
observa o que está descrevendo, emoções surgem e ___________________________________________ 75
passam a ser complemento dessa descrição.
CAPÍTULO 01 Bandeira
É formada por um quadrilátero verde cortado, do
Aspectos Geográficos e canto superior esquerdo ao inferior direito por uma
larga faixa branca. Nesta faixa está inserida uma esfera
era a sétima. A capital paranaense perdeu espaço para correspondente à malha sul da antiga Rede Ferroviá-
Manaus, que passou de 1.405 mi para 2.057.711. ria Federal, privatizada na década de 1990, que faz a
ligação do Paraná com os estados de Santa Catarina e
Relevo Rio Grande do Sul.
O Estado do Paraná apresenta uma grande varieda- Hidrovias
de nas formas de relevo. No conjunto, apresenta uma
sucessão mais ou menos harmoniosa de planaltos, O Estado do Paraná liga-se ao Brasil e ao exterior
cada qual com características bem típicas. Tais diferen- pelos portos de Paranaguá e Antonina. Serviços de
ciações são de ordem topográfica, climática e geológi- barcos servem os habitantes das vilas e povoados que se
ca. De leste para oeste, logo após a Planície Litorânea, encontram nas ilhas e às margens da baía de Paranaguá.
temos a Serra do Mar, onde temos a área ambiental Uns partem para a Ilha do Mel, outros para Guaraque-
mais preservada do território estadual, com a exube- çaba, outros ainda para Cananeia e Iguape no estado de
rante flora subtropical, dominante nos estados sulinos. São Paulo, utilizando-se do canal do Varadouro.
O ponto mais elevado não só do estado, mas de toda a Serviços de ferryboat são feitos na baía de Guaratu-
porção meridional do Brasil, é o pico Paraná com 1.962 ba, ligando a cidade do mesmo nome (Porto Damião de
metros de altitude. Souza) à Caiobá (Porto da Passagem).
A partir das encostas ocidentais da Serra do Mar, O transporte fluvial é feito em maior escala no rio
começa o Primeiro Planalto ou Planalto de Curitiba, Paraná, ligando a cidade de Guaíra com o Estado de São
cuja altitude varia entre 850 e 950 metros, Estende-se Paulo e, por meio de ferryboat, com o Estado do Mato
até a Serra de São Luís do Purunã. Surge aí o Segundo Grosso do Sul. A navegação fluvial também existe em
Planalto ou Planalto de Ponta Grossa, formando a Foz do Iguaçu, na ligação Brasil e Argentina.
região dos Campos Gerais. Em sua porção oriental,
vento e chuva esculpiram por milhões de anos as Rodovias
famosas formações de arenito de Vila Velha. A altitude A rede de rodovias pavimentadas compreende
média deste planalto, 1.188 metros, baixa em seu duas estradas no sentido leste-oeste: as BRs 369 e 376
extremo, às margens do Rio lvaí, para 484 metros. ligam as cidades de Ourinho/SP, Londrina, Apucarana,
Na faixa mais oeste do Estado, aproximadamente Maringá e Paranavaí; e a BR 277 liga as cidades de Para-
dois terços do território, situa-se o Terceiro Planalto, ou naguá, Cascavel e Foz do Iguaçu.
de Guarapuava, que vai terminar nas margens do Rio Outro trecho importante da BR 376 é o que liga
Paraná, onde sua altitude média se reduz a 170 metros. Sorocaba, Curitiba e São Paulo e Curitiba a Rio Negro.
Todo ele é percorrido por extensos rios, o Ivaí, o Piquiri, Este último prolonga-se até o extremo sul do Rio grande
o Iguaçu, constituídos por diversas cachoeiras, desta- do Sul, incluindo parte da BR 116.
cando-se as famosas Cataratas do Iguaçu.
Regiões Turísticas
Sistema Viário O Estado é dividido em cinco zonas de paisa-
O sistema viário do Estado do Paraná encontra- gens naturais: a Planície Litorânea, a Serra do Mar, o
-se bem integrado nos seus diferentes meios de Primeiro Planalto ou Planalto de Curitiba, o Segundo
transporte. A facilidade de deslocamento, através de Planalto ou Planalto de Ponta Grossa e o Terceiro
ligação entre aeroportos, ferrovias, hidrovias, portos Planalto ou Planalto de Guarapuava. O território para-
e rodovias aumenta a competitividade do Paraná na naense possui uma diversidade de atrações turísticas,
região do Mercosul e torna-o bem competitivo e de onde destacamos alguns pontos interessantes para
fácil acesso, facilitando o fluxo de mercadorias e o des- compreendermos uma pequena parte do conjunto de
locamento das pessoas. paisagens que formam o Paraná. A Planície Litorânea
Aeroportos é formada por cinco municípios: Antonina, Guaraque-
O estado tem dois aeroportos internacionais, o çaba, Guaratuba, Morretes e Paranaguá. Possui 98 qui-
Afonso Pena, localizado no município de São José dos lômetros de costa, banhada pelo Oceano Atlântico. A
Pinhais na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e o região é histórica, foi a partir do litoral no século 16 que
de Foz do Iguaçu Cataratas, ambos realizam importante os portugueses iniciaram a ocupação do Paraná. No
ligação com os países do Mercosul. Possui também três litoral encontra-se o Porto de Paranaguá, um dos mais
aeroportos domésticos, nos municípios de Londrina, importantes e modernos do país.
Maringá e Cascavel, além de Curitiba contar com o Ae- Serra do Mar
roporto do Bacacheri.
No sentido leste-oeste temos a Serra do Mar, um
Portos grande sistema montanhoso que ocorre ao longo da
O porto de Paranaguá é um dos mais importan- costa brasileira, desde o Estado do Espírito Santo até o
tes e modernos do país. Além do porto de Paranaguá, sul do Estado de Santa Catarina. No Estado do Paraná
merece destaque o porto de Antonina. a Serra do Mar divide a Planície Litorânea do Primeiro
Ferrovias Planalto. Apresenta belas paisagens naturais, formadas
pela área florestal mais preservada do estado. O
O Sistema Ferroviário Paranaense tem impor- passeio pela Estrada da Graciosa e a estrada de ferro
tante participação na vida econômica do estado. Na entre Curitiba e Paranaguá construídas no século 19,
porção sul, o estado é servido pelas linhas da Ferroes-
78 te, a ferrovia da soja, no trecho entre Guarapuava
mostram toda a riqueza natural, formada por uma das
regiões de maior biodiversidade do planeta.
A Rota dos Tropeiros, no período colonial, ocorreu Estrada da Graciosa
no sul com expedições dos bandeirantes para escravi- Ligando Curitiba a Paranaguá, a Estrada da Graciosa
zação de índios e à busca pelo ouro. foi aberta em 1873, durante o ciclo do tropeirismo.
A partir do século XVIII, para a exploração das minas Ela é, hoje, uma das principais atrações turísticas do
indígena, portuguesa e africana, devido a presença dos em 1842. Era a Revolução Liberal, que pretendia a volta
negros trazidos como escravos. do Partido Liberal ao poder central.
Tratado de Madrid, assinado na capital espanhola a 13 O governo temia que os paranaenses, apoiando os
de janeiro de 1750, entre os reis de Portugal e da Espanha. revolucionários gaúchos, que já atingiam Santa Catarina,
Este tratado tornou-se responsável por determi- ocasionassem a união dos dois movimentos e, conse-
nar os limites entre as duas colônias sul-americanas, quentemente, a soma das duas forças. Foi prometido a
acabando definitivamente com as contendas. emancipação da comarca de Curitiba e Paranaguá, em
O Tratado de Madrid foi preparado cuidadosamen- troca de sua neutralidade. A proposta foi aceita.
te a partir do Mapa das Cortes, favorecendo as colônias Finalmente a história oficial do Paraná começa em
portuguesas em prejuízo aos direitos dos espanhóis. 29 de agosto de 1853 com a lei assinada pelo Impera-
Os diplomatas portugueses eram muito espertos e dor Dom Pedro II, que desmembrou a região da Pro-
basearam-se no princípio do Uti Possidetis – direito de
posse – para definir como se daria a divisão territorial, víncia de São Paulo. Logo após ser conquistada sua au-
trabalhando também para a vitória portuguesa. Pelo Uti tonomia, teve início um programa oficial de imigração
Possidetis a terra deveria ser ocupada por aqueles já se européia para a região, principalmente de poloneses,
encontravam estabelecidos nela, com residência fixa e alemães e italianos que vieram em busca de riquezas.
trabalho nas redondezas. Desta forma os portugueses se O progresso, elevação de nível econômico, cultural e
firmaram no grande território que hoje forma o Brasil. social do povo do Paraná foram os principais motivos
O Tratado de Madrid estabeleceu que o limite da para a transformação da região em província.
fronteira entre os domínios espanhóis e portugueses Separada de São Paulo em 19 de Dezembro de
se daria a partir do ponto mediano entre a emboca- 1853, criou-se a Província do Paraná com o estabele-
dura do Rio Madeira e a foz do Rio Mamoré, sempre cimento de aproximadamente 40 núcleos coloniais,
seguindo em linha reta até visualizar a margem do Rio núcleos estes originados por imigrantes italianos,
Javari. Surgia uma linha imaginária que futuramente alemães, poloneses, franceses, ingleses e suíços que,
geraria muitas discórdias. dedicaram-se às culturas de erva-mate, café e explo-
Por este tratado, Portugal foi obrigado a ceder a ração de madeira impulsionando a economia local na
Colônia do Sacramento ao estuário da Prata, mas em época. O primeiro presidente da província foi Zacarias
compensação recebeu os atuais estados de Santa de Góes e Vasconscelos.
Catarina e Rio Grande do Sul, o atual Mato Grosso do
Sul, a gigantesca área que ficava no alto Paraguai e mais A Evolução da Província
algumas extensões de terras abandonadas, também Entre a instalação da província do Paraná e a pro-
adquiridas por meio de negociações. clamação da República (1889), vários presidentes se su-
O Paraná e a Independência do Brasil cederam no governo do Paraná. Dentre eles podemos
destacar:
Nesta época, as terras do Paraná faziam parte da
capitania de São Paulo, a qual devido a sua extensão, ˃˃ Francisco Liberato de Matos (1857 ± 59), que in-
foi dividida em duas comarcas. A comarca do sul teve centivou a imigração europeia e criou uma linha
sede em Paranaguá até 1812, quando esta foi transferi- de navegação entre Antonina e Paranaguá.
da para Curitiba. ˃˃ André de Pádua Fleury (1864-66), que forneceu
Em 1811, desejando um governo próprio, o água potável à população de Curitiba e fez
governo de Paranaguá enviou uma representação a estudos para uma ligação fluvial entre o Paraná e
D. João. O líder desse movimento emancipacionista a província de Mato Grosso.
foi Pedro Joaquim Correia de Sá. Foram feitas várias ˃˃ João José Pedrosa (1880-81), que ordenou a cons-
tentativas junto à Corte, no Rio de Janeiro, mas o mo- trução do Teatro São Teodoro, depois chamado
vimento fracassou. Em 1821, houve uma nova tentati- de Teatro Guaira, e incentivou a cultura de trigo,
va de obter a emancipação da comarca, que então se café e algodão.
chamava comarca de Curitiba e Paranaguá. Os defenso-
res da emancipação iniciaram um movimento que ficou Em 1880 houve a abertura de estradas e rodovias,
conhecido como Conjura Separatista. Mais uma vez, o o que acelerou a ocupação. Daí em diante aconteceu o
movimento não trouxe resultado positivo, embora o grande fluxo de migrantes mineiros e de outros estados
ideal da emancipação não tivesse desaparecido. Nessa pelo baixo valor das terras e sua grande fertilidade. O
luta destacaram-se o tropeiro Francisco de Paula e Silva Paraná, se torna Estado em 1889 com a Proclamação
Gomes e o Coronel Manuel Francisco Correia Júnior. da República que transformou as antigas províncias em
Como pode-se observar, o 7 de setembro não Unidades Federativas da República.
alterou a situação política do Paraná. No século XX, a história do Paraná foi marcada pela
Emancipação Política opulência das moradas e do viver dos “barões da erva-
No período regencial, duas rebeliões que ocorre- -mate”, donos de engenhos. A madeira farta atraía os
ram no sul do Brasil tiveram influências na história do ingleses, que povoaram os vazios das florestas derru-
Paraná. Uma delas foi a Revolução Farroupilha, que badas. Nesse mesmo século, chegaram os imigrantes
se estendeu de 1835 a 1845, no Rio Grande do Sul. não europeus, como os japoneses na segunda década.
80 Esse movimento inicialmente defendia a autonomia O Paraná viveu o ciclo do ouro, da madeira, da erva-ma-
te e do café, até finalmente diversificar sua economia.
O Estado é conhecido como o maior e mais ativo ˃˃ enfrentamentos com os colonizadores, tanto es-
celeiro do País. Seu parque industrial não para de panhóis como portugueses, que nos Séculos XVI
crescer e diversificar-se. O aproveitamento do extraor- (1501-1600) e XVII (1601- 1700) organizaram
dinário potencial energético de uma privilegiada bacia inúmeras expedições de caça aos índios para serem
lonizadores brancos nas matas do Paraná. milênios no mesmo lugar, perto da praia e, de preferên-
˃˃ Produção artesanal: os Guarani desenvolveram cia, próximo de algum rio.
uma adiantada técnica em cerâmica, fabricando Os Europeus no Paraná
inúmeros recipientes e vasilhas de barro cozido. A presença espanhola no Paraná
Do algodão que cultivavam, produziam fios com
os quais faziam trabalhos de tecelagem, como Como já foi dito, pelo Tratado de Tordesilhas (1494),
rede e tecidos. somente o Litoral e o 1° Planalto do atual estado do
Paraná pertenciam aos domínios portugueses estando
˃˃ Caminho do Peabiru: uma “estrada” milenar,
transcontinental que ligava o oceano Atlânti- submetidos as Capitanias de Martim Afonso de Sousa
co ao Pacífico, atravessando a América do Sul, e Pero Lopes de Sousa. A porção portuguesa do atual
unindo quatro países. No Brasil, passava por estado estava submetida a Capitania de São Vicente,
Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso transformada depois em Capitania de São Paulo, e após
do Sul e depois seguia para Paraguai, Bolívia e a Independência do Brasil, Província de São Paulo.
Peru, cortando mata, rios, cataratas, pântanos e A maior parte do território então era, por direito,
cordilheiras. um domínio espanhol.
Os Guarani – Povo das Águas, foram um povo de ca- Embora os espanhóis se mostrassem muito mais
noeiros, navegadores de rios e mares, que habitavam interessados nas jazidas de ouro e prata do México
o litoral paranaense e a região ao longo do rio Paraná. e Peru, ocorreram também inúmeros exemplos de
Com a chegada dos colonizadores portugueses, na atual presença espanhola no território paranaense, uma vez
região de Guaraqueçaba e Paranaguá, a partir de 1540, que o interesse na exploração de riquezas alimentava a
mais ou menos, Século XVI, eles foram aos poucos obri- imaginação do colonizador.
gados a se refugiarem cada vez mais para o interior, mas Ainda no século XVI os espanhóis fundaram no
buscaram sempre se instalar próximos a rios e riachos. interior do atual estado do Paraná vilas, Missões e
Assim foram desenvolvendo técnicas de constru- Reduções Jesuíticas.
ção de canoas e transformaram-se em habilidosos Em 1541, o “adelantado” Dom Álvãrez Nuñez
pescadores, muitos mais que outros povos como os Cabeza de Vaca, governador da província do Paraguay,
Kaingang e os Xetá. Até hoje, pescadores descendentes partiu do litoral catarinense e cortou o território do
dos Guarani, como na região entre Cananéia e Supera- Paraná até alcançar Assunção. Seu objetivo era tomar
güí, próximo à Paranaguá, constroem suas canoas num posse da porção sul da América Espanhola.
só tronco de árvore, demonstrando uma magnífica
técnica de trabalho artesanal. Um dos principais objetivos dos espanhóis em
terras paranaenses era tomar posse do caminho de
Os Kaingang– viviam da caça, da pesca e da coleta Peabiru (Caminho de Grama Amassada), uma impor-
da agricultura, de raízes e frutos. Fixavam-se na terra. tante via que ligava o oceano Atlântico ao Oceano
No que se refere a usos e costumes, gostavam de usar Pacífico, partindo de São Vicente, passando por todo o
colares de sementes pretas com presas de animais. interior do estado do Paraná, Paraguai, Cordilheira dos
Produziam e utilizavam objetos de cerâmica feitos de Andes, etc.
argila, tanto de uso doméstico como religioso, como
por exemplo, urnas funerárias. Eram grandes artesãos Utilizando-se do Peabiru, os Espanhóis atingem a
da cerâmica e desenvolveram técnicas inteligentes de região de Guaíra e fundam a Ciudad Real de Guayrá,
resistência do material produzido. que tinha como função diminuir o ímpeto colonizador
dos portugueses na região.
Fonte arqueológica para estudo: SAMBA- Além de Guayrá, os espanhóis fundam também, às
QUIS margens do Rio Paraná, Vila Rica do Espírito Santo, após
Os vestígios arqueológicos encontrados em várias a União Ibérica em 1580, Vila Rica é transferida para a
regiões do Brasil - sambaquis ou concheiros, objetos margem do Rio Ivaí, atualmente município de Fênix.
de barro e de pedra, pinturas em cavernas etc. - cons- Com o surgimento da União Ibérica, Portugal e
tituem ricas fontes de informação sobre a vida dos Espanha passam a ter um só monarca, e o tratado de
grupos humanos que aqui viveram antes da chegada Tordesilhas perde sua função, possibilitando assim
dos portugueses, em 1500. novas incursões de Bandeirantes em busca de riquezas
Durante muito tempo se pensou que os casquei- e índios no território do atual Paraná.
ros do litoral eram apenas um amontoado de conchas
trazidas à costa pelas marés. Com a destruição de Destruição das Missões
alguns deles para fins industriais e até para construção A 18 de setembro de 1628 deixou São, Paulo a
de estradas, descobriu-se que eram lugares arqueoló- maior de todas as bandeiras que já haviam atacado
gicos, onde habitavam povos nômades que ali viveram o Guairá: 2 000 índios e novecentos mamelucos, diri-
em várias épocas. gidos por 69 paulistas. No comando estava o mestre-
Com a elevação do nível do mar, ao nível que co- -de-campo Manuel Preto; seu imediato era Antônio
nhecemos hoje, há cerca de 6 mil anos, o litoral que Raposo Taváres.
se estende do atual estado do Espírito Santo ao Rio Atingindo a região pelo sudeste, os sertanistas
Grande do Sul passou a ser ocupado por povos que atacaram sucessivamente as reduções de San Miguel,
82 se alimentavam de frutos do mar. Embora também Santo Antônio, Jesus María, Encamación, San Xavier e
caçassem pequenos animais (macacos, antas, gambás, San José.
Diante do massacre, os padres reuniram em Santo O tropeiro era a pessoa que comercializava o gado,
Inácio e Loreto os índios sobreviventes e refugiaram- conduzindo-o através do caminho das tropas do Rio
-se nas missões estabelecidas entre os rios Paraná Grande do Sul à feira anual em Sorocaba /SP. Esse era
e Uruguai; os paulistas aproveitaram-se da retirada conduzido às regiões auríferas.
com a presença de migrantes gaúchos e imigrantes madeira, surgiram e cresceram rapidamente muitas
europeus, que para cá vieram, atraídos pela possibilida- cidades que servem até hoje de modelo de crescimento.
de de trabalhar num pedaço de terra de onde poderiam
tirar o sustento seu e também da família. O período da madeira ajudou o Paraná a se desen-
volver economicamente em população, mas deixou
Paraná Ervateiro como consequência a destruição quase total de um
Os primeiros a fazer uso da erva-mate foram os tesouro que a natureza criou em milhares de anos.
índios Guarani, que habitavam a região definida pelas Esse período da madeira ocorreu quase parale-
bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, na época lamente a outra atividade econômica que foi a mais
da chegada dos colonizadores espanhóis. Da metade importante de todas para o crescimento e desenvolvi-
do Século XVI até 1632, a extração de erva mate era a mento do Paraná: o período do Café.
atividade econômica mais importante da província Del
Guairá, território que abrangia praticamente o Paraná, Norte Velho, Norte Novo e Norte Novíssimo: O Paraná
e no qual foram fundado três cidades espanholas e 15 Cafeeiro
reduções jesuíticas. Norte Velho (Nordeste do estado) – Século XIX
O consumo da erva-mate se faz de duas maneiras extensão da lavoura cafeeira do oeste paulista. Área
distintas: sob forma de chimarrão ou chá. Para entre os rios Paranapanema e Tibagi.
consumo do chimarrão, utiliza-se cuia (purungo), Norte Novo (Norte do estado) – Século XX (anos
bomba e chaleira com água quente. O chá é a bebida 30 e 40) – Companhias Colonizadoras e o auge da
feita da infusão da folha do mate e pode ser consumido produção cafeeira. Área entre os Rios Tibagi e Ivaí.
quente ou frio. Norte Novíssimo (Noroeste do estado) - Século XX
A erva-mate manteve-se como principal produto (pós década de 50) – Companhias Colonizadoras, café,
paranaense durante o período entre a emancipação cana-de-açúcar e polo da moda. Entre os rios Ivaí e Piquiri.
política do Paraná (1853) e a Grande Crise (1929), O período do café foi o que mais riquezas propor-
chegando a representar 85% da economia paranaense. cionou ao Paraná, e assim surgiram cidades importan-
As mudanças que ocorreram nos meios de transporte tes como Londrina, Maringá, Paranavaí, Mandaguari,
se intensificaram com o desenvolvimento da economia Cianorte, Bandeirantes, Apucarana e outras.
ervateria, a partir do Século XIX. É preciso lembrar que a maior parte dessa região
Em 1885, com a inauguração da ferrovia, ligando era coberta por matas densas, com muitas árvores que
Curitiba a Paranaguá, esta tornou-se a principal via para o produzem madeiras de lei como peroba, cedro, imbuía,
escoamento da erva-mate que se destinava à exportação. cambará, e sendo que, para formar as lavouras de café
Os trens substituíram os carroções puxados por e outros produtos agrícolas era preciso cortar árvores e
animais e, posteriormente, os caminhões tornaram-se até arrancar as raízes.
o principal meio de transporte do produto. Em Curitiba, O povoamento organizado: o norte do Paraná
os bondes de tração animal e as charretes conduziam a
erva-mate do engenho à estação ferroviária. O café aparece timidamente no norte do Paraná
por volta de 1860, em algumas grandes fazendas e
O Paraná foi, é, e continua sendo um Estado erva- constitui uma primeira frente pioneira que se estende
teiro: as regiões oeste, sudeste e centro sul, contam lentamente. Este tipo de povoamento é diferente
com muitas indústrias ervateiras, modernas, atualiza- daquele do Sudoeste e do Oeste, estendendo-se de
das, produzindo erva mate de excelente qualidade. maneira regular e uniforme durante as duas primeiras
Paraná Madeireiro décadas do século XX. A proximidade com São Paulo
cria condições de mercado propícias a quebrar o iso-
Toda a região sul do Brasil se caracterizava por lamento, a despeito das dificuldades de transporte; a
grandes áreas de campos ,ou seja, de pastagens, e ação colonizadora do governo do Paraná e sobretudo
outras regiões grandes povoadas de mata densa, com das companhias privadas cria, entretanto, uma infra-
árvores de grande e médio porte. -estrutura favorável à instalação de pequenos e médios
A região norte, noroeste, oeste, sudoeste e parte proprietários.
da região sul, eram cobertas por matas densas, que As concessões mais importantes feitas pelo
passaram a ser chamadas de Sertões Desconhecidos. governo a companhias privadas são: “Primeiro de
Nesses sertões, haviam muitas árvores que pro- Maio”, fundada por Corain e Cia., dotada de 50.000 há,
duziam várias madeiras, como a imbuía, a peroba cujos primeiros habitantes chegam em 1923; “Serta-
e a mais bela e rica floresta do mundo, as matas de nópolis”, criada por Leopoldo de Paula Vieira em 1924,
Pinheiro do Paraná. também com uma superfície de 50.000 há.
Durante o Século XIX vieram para o Brasil muitas Estas duas companhias fundam os centros dinâmicos
famílias de imigrantes europeus, vieram alemães, ita- do povoamento da região antes da crise de 1929. Outras
lianos, poloneses, ucranianos, holandeses, etc. concessões criam núcleos coloniais, sem alcançar, en-
Eles foram entrando nas matas e precisavam tretanto, uma ocupação imediata. Mas esta colonização
derrubar, cortar as árvores para poderem fazer suas dirigida nunca exclui a ocupação precária das terras.
casas e plantar suas roças. Aos poucos foram surgindo A companhia privada que teve o papel mais im-
colônias de imigrantes, que transformavam os troncos portante para a ocupação do território foi a “Paraná
84 em tábuas, esteios, caibros, forros e serrarias, para a fa- Plantations Ltda.”, que comprara do governo do Estado
bricação de casas e móveis. 515.000 ha. É estabelecido um plano de colonização
muito detalhado, o qual comporta a realização de uma grande produtividade através da tecnologia do café
infra-estrutura organizada para o comércio e o trans- adensado. A Região Oeste, uma vez concluída sua
porte, e prevê também uma estrada de ferro que acom- ocupação, acabou emergindo como região especializa-
panharia o avanço do povoamento. da em culturas de exportação, particularmente a soja.
Noções de Informática
liberdade de que esse software seja, a qualquer ˃˃ Firmwares;
momento, convertido em software proprietário ˃˃ Sistemas Operacionais;
e, a partir desse momento, passem a ser respei-
tados os direitos de propriedade intelectual do ˃˃ Escritório;
código fonte do software convertido. ˃˃ Utilitários;
d) Quando a licença de um software livre contém ˃˃ Entretenimento;
cláusula denominada copyleft, significa que ˃˃ Malwares.
esse software, além de livre, é também de
domínio público e, dessa forma, empresas inte- Firmwares
ressadas em comercializar versões não gratuitas Um firmware é normalmente um software em-
do referido software poderão fazê-lo, desde que barcado, ou seja, ele é um software desenvolvido
não haja alterações nas funcionalidades origi- para operar sobre um hardware específico. De forma
nais do software. geral, um firmware é incorporado ao hardware já no
e) Um software livre é considerado software de momento de sua fabricação, mas, dependendo do tipo
código aberto, quando o seu código fonte está de memória em que é armazenado, ele pode ser atuali-
disponível em sítio da Internet com designação
.org, podendo, assim, ser continuamente atua- zado ou não. O software do tipo firmware que interessa
lizado, aperfeiçoado e estendido às necessida- ao nosso estudo é o BIOS.
des dos usuários, que, para executá-lo, devem BIOS (Basic Input/Output System)
compilá-lo em seus computadores pessoais. O Sistema Básico de Entrada e Saída é um software
Essa característica garante a superioridade do embarcado em uma memória do tipo ROM, nos com-
software livre em face dos seus concorrentes co- putadores atuais é mais comum em memórias do tipo
merciais proprietários. Flash ROM.
RESPOSTA: A. Um software, por ser livre, não significa
que tenha de ser para um tipo de pessoa apenas, pelo O BIOS é o primeiro programa que roda quando
contrário, a ideia do software livre é a democratiza- ligamos o computador. Ele é composto pelo SETUP, que
ção, tanto que temos no Brasil um grande incentivo são suas configurações, e pelo POST, responsável por
por parte do governo ao software livre, por isso, in- realizar os testes de hardware.
clusive, é que ele aparece na sua prova do concurso. Durante o processo de boot3, o BIOS aciona a
Como usuário doméstico (pessoa física), você também memória CMOS4, onde ficam armazenadas as últimas
pode fazer uso desse ambiente mais seguro que é o informações sobre o hardware do computador e sobre
Linux. O software livre também emprega as 4 liberda- a posição de início do sistema operacional no disco. Em
des, ou seja, o termo “restrição” não soa muito bem posse dessas informações, o BIOS executa o POST, a
associado ao software livre. etapa que verifica se todos os dispositivos necessários
Alternativa B. A alternativa descreve bem as 4 liberda- estão conectados e operantes.
des da licença livre bem como a característica “código
fonte ser aberto”, ou seja, disponível a todos. Após as verificações de compatibilidade, o BIOS
inicia o processo de leitura do disco indicado como
Alternativa C. Um software Livre não pode ser con- primário a partir do ponto onde se encontra o sistema
vertido em software proprietário, contudo, existem operacional, que é carregado para a memória principal
licenças derivadas do software livre ditas licenças per-
missivas, que são utilizadas quando o desenvolvedor do computador.
de um sistema apenas o cria sem intenção de mantê-lo Quando há apenas um sistema operacional insta-
ou melhorá-lo, deixando livre para que, caso alguém lado no computador, este é iniciado diretamente pelo
se interesse, possa tornar o fruto do seu trabalho em BIOS, porém, se houver dois ou mais se faz necessário
um produto e comercializar por conta. optar por qual dos sistemas se deseja utilizar.
Alternativa D. Software de Domínio Público pode ser Em uma situação em que existem dois sistemas
transformado em software proprietário. A denomi- operacionais atribui-se a caracterização de Dual boot.
nação CopyLeft faz uma alusão ao CopyRight (direitos
autorais), dando ênfase à liberdade de software. Ela é
um complemento ao conceito de software livre, pois
o reforça, impondo a necessidade de que as atualiza-
ções, mudanças ou mesmo uso de partes de um deste Em um mesmo computador podem ser instala-
sejam mantidas sob a licença de software livre, o qual dos dois ou mais sistemas operacionais diferentes, ou
é diferente de domínio público devido às condições mesmo versões diferentes do mesmo sistema.
citadas.
Um computador que possua uma distribuição Linux
Alternativa E. O código fonte não precisa estar dispo- instalada e uma versão Windows, por exemplo, ao ser
nibilizado necessariamente em um site, porém, deve concluído o processo do BIOS, inicia um gerenciador de
ser acessível a quem precisar; o código pode ser dispo- boot. Em geral é citado nas provas ou o GRUB ou o LILO,
nibilizado por meio de mídias como CDs e DVDs. Além que são associados ao Linux.
disso, um software livre já possui versões compila-
das disponíveis para usuários, ou seja, o usuário não 3 boot: processo de inicialização do sistema operacional. 91
precisa compilá-lo previamente para executar. 4 CMOS: uma pequena memória RAM alimentada por uma pilha de 9V.
drivers são identificados automaticamente pelo SO, mas
o sistema nem sempre possui as informações sobre hard-
wares recém-lançados. Nesse caso, o sistema, ao não con-
01. (IF-SE) Um programa (software), quando arma- seguir o driver específico, solicita ao usuário que informe
zenado na memória ROM, recebe o nome de o local onde ele possa encontrar o driver necessário.
firmware.
Aplicativos
CERTO. Um exemplo disso é o Sistema Básico de
Noções de Informática
Noções de Informática
Vista Aero forma a possibilitarem as diversas demandas de um es-
critório como também suprirem muitas necessidades
7 Aero acadêmicas em relação à criação de trabalhos.
8 Metro Nesta seção apenas é apresentado um comparativo
entre as suítes de escritório que são cobradas na prova.
Editor Microsoft Office BrOffice
Texto Word Writer
Ao contrário do Windows, o Linux tem suporte a Planilha Excel Calc
várias Interfaces Gráficas.
Apresentação de Slides PowerPoint Impress
Por outro lado, existem diversas GUIs para o Linux, Desenho Publisher Draw
algumas Distribuições Linux6 trabalham com apenas um
Banco de Dados Access Base
gerenciador de interface gráfica, enquanto que outras tra-
balham com múltiplas. As principais GUIs do Linux são: Fórmula Equation Math
computador infectado.
Para ser um malware tem que ser um software, do Trojan Horse (Cavalo de Troia)
contrário pode ser uma prática maliciosa, mas não um O Cavalo de Troia foi batizado com esse nome, pois
malware. suas características se assemelham muito às da guerra
Vírus da Grécia com Troia. Na História, os gregos deram aos
O vírus é apenas um dos tipos de malware, ou seja, troianos um grande cavalo feito de madeira e coberto de
ao contrário do que a maioria das pessoas fala, nem palha para disfarçar que era oco, dentro do cavalo foram
tudo que ataca o computador é um vírus. As questões colocados vários soldados gregos que deveriam abrir os
que tangem ao que é um vírus, em geral, são cobradas gigantes e fortes portões da cidade de Troia para que o
em prova como forma de saber se o concursando exército grego pudesse invadir a fortaleza.
conhece as diferenças entre os malwares. Um Cavalo de Troia é recebido pelo usuário como
Um vírus tem por características: um presente, “presente de grego”, de forma a levar
˃˃ Infectar os arquivos do computador do usuário, o usuário a abri-lo, ou seja, ele depende de ação do
principalmente arquivos do sistema. usuário. Os “presentes” geralmente podem parecer
˃˃ Depender de ação do usuário, como executar o um cartão virtual, uma mensagem, álbuns de fotos,
arquivo ou programa que está contaminado com e-mails com indicações de prêmios, falsas respostas
o vírus. de orçamentos, folhas de pagamento, sempre alguma
˃˃ Ter finalidades diversas, dentre as quais danifi- forma de chamar a atenção do usuário para que ele
car tanto arquivos e o sistema operacional, como abra o Trojan.
também as peças. Podemos tratá-lo em essência como um meio
Vírus mutante para que outro malware seja instalado no computa-
É um vírus mais evoluído, que tem a capacidade de dor. Da mesma forma como o cavalo da história serviu
alterar algumas de suas características a fim de burlar o como meio para infiltrar soldados e como os soldados
antivírus. abriram os portões da cidade, o malware também
pode abrir as portas do computador para que outros
Vírus de Macro 7 malwares o infectem, o que acontece na maioria dos
O Vírus de Macro explora falhas de segurança das casos, portanto, pode trazer em seu interior qualquer
suítes de escritório, principalmente da Microsoft. Uma tipo de malware.
macro, ao ser criada de certa forma, anexa ao docu-
mento uma programação (comandos geralmente em Esse malware executa as ações para as quais, apa-
Visual Basic8), ele pode inserir seu código dentro deste rentemente, fora criado; como exibir uma mensagem,
código em VB. ou crackear10 um programa. Essa tarefa é realizada
O vírus de macro geralmente danifica a suíte de com o intuito de distrair o usuário enquanto que os
escritório, inutilizando-a, além de poder apagar docu- malwares são instalados.
mentos do computador. Spyware
Para que seja executado esse vírus, é necessário Também conhecido como software espião, o
que o usuário execute o arquivo contaminado. spyware tem por finalidade capturar dados do usuário
Worm e enviá-los para terceiros: nº de cartões de crédito, CPF,
O Worm é por vezes citado nas provas em portu- RG, nomes, data de nascimento e tudo mais que for
guês, “verme”, como forma de confundir o concursan- pertinente para que transações eletrônicas possam ser
do. Ao contrário do vírus, ele não depende de ação do feitas utilizando seus dados.
usuário para executar; ele executa automaticamente: Existem dois tipos de spywares: os KeyLoggers e os
no momento em que um pendrive é conectado a um ScreenLoggers.
computador, ele é contaminado ou contamina este. →→ KeyLogger
Um Worm tem como finalidade se replicar, porém, ˃˃ Key = chave, Log = registro de ações.
não infecta outros arquivos, apenas cria cópias de si em O KeyLogger é um spyware cuja característica é
vários locais, o que pode encher o HD do usuário. Outra capturar os dados digitados pelo usuário. Na maioria
forma utilizada de se replicar é através da exploração das situações o KeyLogger não captura o que é digitado
de falhas dos programas, principalmente os clientes de a todo instante, mas o que é teclado após alguma ação
e-mail, enviando por correio eletrônico cópias de si para prévia do usuário, como por exemplo abrir uma página
os contatos do usuário armazenados no cliente de e-mail. de um banco ou de uma mídia social - alguns keyloggers
Um Worm, muitas vezes, instala no computador são desenvolvidos para capturar conversas em progra-
do usuário um bot, transformando aquele em um robô mas de messenger.
7 Macro: é um conjunto de regras criadas para automatizar tarefas repe- 9 DDoS: Ataque de negação de serviço distribuído, veja mais no tópico se-
titivas gurança desse material.
94 8 Visual Basic (VB): é uma linguagem de programação criada pela Micro- 10 Crackear: é uma quebra de licença de um software para que não seja
soft. necessário adquirir a licença de uso, caracterizando pirataria.
→→ ScreenLogger aparecem marcadas esperando que o usuário clique in-
˃˃ Screen = Tela discriminadamente na opção “avançar”.
O ScreenLogger é uma evolução do KeyLogger na Muitos Adwares monitoram o comportamento do
tentativa de capturar, principalmente, as senhas de usuário durante a navegação na Internet e vendem
bancos, pois o ScreenLogger captura fotos avançadas da essas informações para as empresas interessadas.
tela do computador a cada clique do mouse. Essa foto Backdoors
avançada, na verdade, é uma foto de uma pequena área
Noções de Informática
que circunda o mouse, mas grande o suficiente para que Backdoor, basicamente, é uma porta dos fundos
seja possível ver em que número o usuário clicou. para um ataque futuro ao computador do usuário.
Muitos serviços de Internet Banking11 utilizam um Um Backdoor pode ser inserido no computador
teclado virtual, no qual o usuário clica nos dígitos de por meio de Trojan Horse, como também pode ser um
sua senha ao invés de digitar. Assim, ao forçar que o programa adulterado recebido de fonte pouco confiável.
usuário não utilize o teclado, essa ferramenta de segu- Por exemplo, um usuário baixa em um site qualquer, dife-
rança ajuda a evitar roubos de senhas por KeyLoggers. rente do oficial, o BrOffice, nada impede que o programa
Por outro lado, foi criado o ScreenLogger, que captura tenha sido ligeiramente alterado com a inserção de
imagens; então, como forma de oferecer segurança brechas para ataques futuros.
maior, alguns bancos utilizam um dispositivo chamado Rootkits
de Token.
O Token é um dispositivo que gera uma chave de se- RootKit vem de Root = administrador do ambiente
gurança aleatória, a qual uma vez utilizada para acessar Linux. Kit = conjunto de ferramentas e ações.
a conta, se torna inválida para novos acessos. Assim, Um Rootkit altera aplicativos do Sistema, como
mesmo sendo capturada, ela se torna inútil ao invasor. gerenciadores de arquivos, com o intuito de esconder
arquivos maliciosos que estejam presentes no com-
putador. Por meio dele também o invasor pode criar
Backdoors no computador, para que possa voltar a
atacar o micro sem se preocupar em ter de contaminá-
Cuidado para não confundir: Teclado Virtual em -lo novamente.
uma página de Internet Banking é um recurso de se-
gurança, enquanto o teclado virtual que faz parte do
Windows é um recurso de acessibilidade.
Hijacker Com relação à instalação, à configuração e ao suporte
O Hijacker é um malware que tem por finalida- de aplicativos, julgue o item a seguir.
de capturar o navegador do usuário, principalmente 01. O BrOffice.org possui código fechado, assim
o Internet Explorer. Esse programa fixa uma página como o Microsoft Office, embora seja considera-
inicial no navegador, que pode ser uma página de pro- do software livre.
paganda ou um site de venda de produtos, ou mesmo Certo ( ) Errado ( )
um site de pornografia, como os mais perigosos que 02. (FCC) De acordo com a Free Software Founda-
fixam páginas falsas de bancos (veja mais na seção Se- tion, um programa de computador que se quali-
gurança no tópico ataques). fica como software livre NÃO fornece a liberdade
As alterações realizadas por ele no navegador difi- para:
cilmente são reversíveis. Na maioria dos casos, é neces- a) revogar ou adicionar restrições retroativas às
sário reinstalar o navegador várias vezes até formatar o regras de uso do programa.
computador. Existem, no mercado, alguns programas
que tentam restaurar as configurações padrões dos na- b) executar o programa para qualquer propósito.
vegadores, são conhecidos por Hijacker This, porém, c) estudar como o programa funciona e adaptá-lo às
esses programas não são ferramentas de segurança, mas suas necessidades.
apenas uma tentativa de consertar o estrago feito. d) redistribuir cópias do programa.
Adware e) distribuir cópias de versões modificadas do
Adware (Advertising Software) é um software es- programa.
pecializado em apresentar propagandas. 03. (FCC) Para que um programa de computador seja
O Adware é tratado como malware, quando apre- considerado software livre, esse programa:
senta algumas características de spywares, além de, na a) pode ser utilizado para fins lucrativos, mas não
maioria dos casos, se instalar no computador exploran- pode ser, ele próprio, comercializado.
do falhas do usuário, por exemplo, durante a instalação b) deve ter seu código fonte colocado em domínio
de um programa em que o indivíduo não nota que em público.
uma das etapas estava instalando outro programa dife- c) não pode ser utilizado para fins lucrativos.
rente do desejado. d) deve ter seu código fonte disponível para seus
Um exemplo clássico é o Nero gratuito, que é pa- usuários.
trocinado pelo ASK12. Durante a instalação, uma das e) não pode ter seu código fonte modificado.
telas apresenta algumas opções: deseja instalar a barra 04. (CONSULPLAN) Em relação ao Linux, pode-se
de ferramenta do ASK; deseja tornar o motor de busca afirmar que ele é um software livre:
do ASK como seu buscador padrão; deseja tornar a I. Somente por ele ser um software gratuito.
página do ASK como sua página inicial, que, por padrão, II. Porque seu código fonte está disponível para
11 Internet Banking: acesso à conta bancária pela Internet, para realizar qualquer usuário e pode-se alterá-lo para adequá-lo
algumas movimentações e consultas. às suas necessidades específicas, sem ter de pagar. 95
12 Ask: Motor de buscas na Internet.
III. Porque ele é freeware, embora seu código fonte c) apesar de gerenciar a leitura e a gravação de
não esteja disponível para alterações. arquivos, delega a função de localização de pro-
Assinale a alternativa correta: gramas nas unidades de discos a softwares utili-
a) Somente a afirmativa I está correta. tários de terceiros.
b) Somente a afirmativa II está correta. d) Linux é um software proprietário, já o Windows é
c) Somente a afirmativa III está correta. o software livre mais utilizado nos computadores
pessoais atualmente.
Noções de Informática
d) Todas as afirmativas estão incorretas. e) não está relacionado à evolução das CPUs, pois
e) Todas as afirmativas estão corretas. independem de componentes de hardware, já
05. (FGV) A respeito das características do software que são executados em um computador virtual
livre, analise as afirmativas a seguir. (virtual machine).
I. É disponibilizado com a permissão para qualquer 10. (FCC) O sistema operacional de um computador
um usá-lo, copiá-lo e distribuí-lo, seja na sua consiste em um:
forma original ou com modificações, seja gratui- a) conjunto de procedimentos programados, arma-
tamente ou com custo. zenados na CMOS, que é ativado tão logo o com-
II. É gratuito com a permissão para qualquer um putador seja ligado.
usá-lo ou copiá-lo, exclusivamente na sua forma b) conjunto de procedimentos programados, arma-
original, não podendo ser modificado. zenados na BIOS, que é ativado tão logo o compu-
III. É freeware disponível com a permissão para tador seja ligado.
qualquer pessoa usá-lo e modificá-lo, não c) conjunto de dispositivos de hardware para prover
podendo ser copiado ou distribuído. gerenciamento e controle de uso dos componen-
Assinale: tes de hardware, software e firmware.
a) se somente a afirmativa I estiver correta. d) hardware de gerenciamento que serve de inter-
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. face entre os recursos disponíveis para uso do
c) se somente as afirmativas I e III estiverem computador e o usuário, sem que este tenha que
corretas. se preocupar com aspectos técnicos do software.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem e) software de gerenciamento, que serve de interfa-
corretas. ce entre os recursos disponíveis para uso do com-
putador e o usuário, sem que este tenha que se
e) se todas as afirmativas estiverem corretas. preocupar com aspectos técnicos do hardware.
06. (CESGRANRIO) Os sistemas operacionais Linux, 11. (FCC) Sobre sistemas operacionais é INCORRETO
com suas interfaces gráficas cada vez mais afirmar:
estáveis e amigáveis para os usuários, utilizam,
entre outros, a suíte de aplicativos para escritó- a) O sistema operacional é uma camada de
rio: hardware que separa as aplicações do software
que elas acessam e fornece serviços que
a) Borland Office. permitem que cada aplicação seja executada com
b) SecurityOffice. segurança e efetividade.
c) LibreOffice. b) Na maioria dos sistemas operacionais, um
d) Avira Premium for Office. usuário requisita ao computador que execute
e) Labo Solutions for Office. uma ação (por exemplo, imprimir um documen-
07. (CESGRANRIO) O Math é um aplicativo que pode to); o sistema operacional gerencia o software e
ser usado como um(a): o hardware para produzir o resultado esperado.
a) apresentador de objetos multimídia em 3D. c) Um usuário interage com o sistema operacional
b) digital reader de textos e imagens gráficas. via uma ou mais aplicações de usuário e, muitas
vezes, por meio de uma aplicação especial deno-
c) editor de equações para documentos de texto. minada shell ou interpretador de comandos.
d) manipulador de bancos de dados descomplicados. d) Primordialmente, são gerenciadores de recursos
e) ferramenta de comunicação por meio de gráficos – gerenciam hardware como processadores,
e diagramas. memória, dispositivos de entrada/saída e dispo-
08. (CESPE) Considere que um computador já está sitivos de comunicação.
em sua operação diária e que já tem instalados os e) O software que contém os componentes centrais
programas e periféricos necessários à execução do sistema operacional chama-se núcleo (kernel).
dessas tarefas. Julgue o item subsequente, a 12. (AOCP) O sistema operacional é uma interface entre
respeito do uso dos periféricos e dos programas a máquina e o usuário que proporciona uma forma
necessários ao bom uso do computador. amigável de comunicação entre eles. Assinale a al-
O sistema operacional do computador estará ternativa INCORRETA sobre sistema operacional.
em funcionamento mesmo quando se estiver a) Uma das funções do sistema operacional é con-
editando uma planilha eletrônica. trolar os dispositivos de entrada e saída.
Certo ( ) Errado ( ) b) Fornece recursos de comunicação, conexão e
09. (FCC) O Sistema Operacional: controle a redes de computadores.
a) é o software responsável pelo gerenciamento, fun- c) Monitora o estado de cada parte da memória.
cionamento e execução de todos os programas. d) Controla todos os recursos de hardware, porém,
b) é um software da categoria dos aplicativos, uti- recursos de software, como o gerenciamento do
lizado para a criação de textos, planilhas de processo de um programa, não é de sua respon-
96 cálculo, desenhos, etc. sabilidade.
e) O sistema operacional tem a função de manipu- 16. (CESPE) A fim de se proteger do ataque de um
lação de arquivos e também faz o gerenciamento spyware — um tipo de vírus (malware) que se
do tempo gasto da CPU pelos usuários multiplica de forma independente nos progra-
13. (FCC) Para proteger o computador conectado mas instalados em um computador infectado e
à Internet de ataques, invasões, instrusões, in- recolhe informações pessoais dos usuários —,
fecções e mantê-lo automaticamente atualiza- o usuário deve instalar softwares antivírus e an-
tispywares mais eficientes que os firewalls no
Noções de Informática
do com as novas versões (Windows Update).
Deve-se ativar todos os Dados Básicos de Segu- combate a esse tipo de ataque.
rança na Central de Segurança (Windows XP). Certo ( ) Errado ( )
A recomendação feita é para ativar: 17. (UEG) Sobre fundamentos de segurança da in-
formação e programas maliciosos, é CORRETO
a) firewall e Proteção contra vírus, apenas. afirmar:
b) backup automático, Proteção contra vírus e a) Deve-se dar preferência ao uso de programas de
Firewall, apenas. troca de mensagens como o MSN para substi-
c) atualizações automáticas, Proteção contra vírus e tuir o e-mail, dado que o risco de contaminação
Firewall, apenas. nesses programas é praticamente nulo.
d) atualizações automáticas, Proteção contra vírus, b) Mesmo um inocente e-mail de uma fonte conhe-
Firewall e Backup automático, apenas. cida e contendo apenas uma imagem ou uma
proteção de tela pode se tornar fonte de conta-
e) proteção contra vírus, Firewall, Backup automáti- minação.
co e Opções da Internet.
c) Programas maliciosos denominados trojans não
14. Com relação aos Vírus de computadores, é podem ser detectados por antivírus, necessitan-
correto afirmar que: do, portanto, de programas específicos.
a) é um programa ou parte de um programa de d) Spywares são programas que têm como finalida-
computador, normalmente malicioso, que se de vigiar o computador para evitar contaminação
propaga infectando, isto é, inserindo cópias de si por adwares.
mesmo e se tornando parte de outros programas 18. (FCC) Quando o cliente de um banco acessa sua
e arquivos de um computador. conta corrente através da internet, é comum que
b) é um tipo de software especificamente proje- tenha que digitar a senha em um teclado virtual,
cujas teclas mudam de lugar a cada caractere
tado para apresentar propagandas através do fornecido. Esse procedimento de segurança visa
browser ou algum outro programa instalado evitar ataques de:
em um computador. a) spywares e adwares.
c) é o termo utilizado para se referir a uma grande b) keyloggers e adwares.
categoria de software que tem o objetivo de mo- c) screenloggers e adwares.
nitorar atividades de um sistema e enviar as infor- d) phishing e pharming.
mações coletadas para terceiros. e) keyloggers e screenloggers.
d) são programas que permitem o retorno de um 19. (FUMARC) Analise as seguintes afirmativas sobre
invasor a um computador comprometido, utilizan- os tipos conhecidos de vírus.
do serviços criados ou modificados para esse fim. I. Vírus de script: infectam documentos com
e) normalmente, consistem em um único arquivo macros instaladas. O pacote Office da Microsoft
que precisa ser explicitamente executado, não é uma das principais vítimas desse tipo de vírus.
infectam outros arquivos, nem propagam cópias II. Vírus de boot: infectam a área de boot dos discos
de si mesmo automaticamente. rígidos dos computadores.
15. (FCC) Existem vários tipos de vírus de computa- III. Vírus de arquivo: infectam arquivos executáveis
dores, dentre eles, um dos mais comuns são vírus Assinale a alternativa CORRETA:
de macros, que: a) A afirmativa III está errada e as afirmativas I, II
estão corretas.
a) são programas binários executáveis que são b) A afirmativa II está errada e as afirmativas I, III
baixados de sites infectados na Internet. estão corretas.
b) podem infectar qualquer programa executável do c) A afirmativa I está errada e as afirmativas II, III
computador, permitindo que eles possam apagar estão corretas.
arquivos e outras ações nocivas. d) As afirmativas I, II e III estão corretas.
c) são programas interpretados embutidos em 20. No âmbito da segurança da informação, é um
documentos do MS Office que podem infectar programa capaz de se propagar automaticamen-
outros documentos, apagar arquivos e outras te enviando cópias de si mesmo para outros com-
ações nocivas. putadores da rede. Estamos falando de:
d) são propagados apenas pela Internet, normal- a) Hiperlink
mente em sites com software pirata. b) Antivírus
e) podem ser evitados pelo uso exclusivo de c) Worm
software legal, em um computador com acesso d) Engenharia Social
apenas a sites da Internet com boa reputação. e) Phishing scan 97
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
01 ERRADO 11 A ____________________________________________
02 A 12 D ____________________________________________
____________________________________________
03 D 13 C
Noções de Informática
____________________________________________
04 B 14 A ____________________________________________
05 A 15 C ____________________________________________
____________________________________________
06 C 16 ERRADO ____________________________________________
07 C 17 B ____________________________________________
08 CERTO 18 E ____________________________________________
____________________________________________
09 A 19 C ____________________________________________
10 E 20 C ____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
___________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
___________________________________________ ____________________________________________
___________________________________________ ____________________________________________
___________________________________________ ____________________________________________
___________________________________________ ____________________________________________
___________________________________________ ____________________________________________
___________________________________________ ____________________________________________
___________________________________________ ____________________________________________
___________________________________________ ____________________________________________
___________________________________________ ____________________________________________
___________________________________________ ____________________________________________
___________________________________________ ____________________________________________
___________________________________________ ___________________________________________
98 ___________________________________________ ___________________________________________
CAPÍTULO 01 Veja agora como fica no exemplo:
˃˃ x + 2 = 5 (sentença aberta - não é proposição)
˃˃ p: x, x + 2 = 5 (Lê-se: existe x tal que, x + 2 =5).
Proposições Agora é proposição, uma vez que agora é possível
A matéria é fácil e, com um pouco de concentração, classificar a proposição como verdadeira, já que
consegue-se aprendê-la e principalmente dominar a sabemos que tem um valor de “x” que somado a
matéria e garantir sua aprovação. dois é igual a cinco.
Raciocínio Lógico
Definições
Proposição é uma declaração (sentença declarativa,
com sujeito “definido”, verbo e sentido completo) que 01. Entre as frases apresentadas a seguir, identificadas
pode ser classificada em valores como verdadeiro e falso. por letras de A a E, apenas duas são proposições.
São exemplos de proposições: A. Pedro é marceneiro e Francisco, pedreiro.
˃˃ p: Daniel é enfermeiro. B. Adriana, você vai para o exterior nessas férias?
˃˃ Q: Leo foi à Argentina. C. Que jogador fenomenal!
˃˃ a: Luiza adora brincar. D. Todos os presidentes foram homens honrados.
˃˃ B: Rosário comprou um carro. E. Não deixe de resolver a prova com a devida
atenção.
CERTO. Nessa questão temos as frases B (pergunta),
C (exclamação) e E (ordem) que não são proposições,
Essas letras “p”, “Q”, “a”, “B”, servem para representar já as frases A e D são, uma vez que tem sujeito, verbo e
(simbolizar) as proposições. sentido e podem ser classificadas.
Valores Lógicos das Proposições Negação de Proposição - Modificador
Uma proposição só pode ser classificada em dois Lógico
valores lógicos, que são o Verdadeiro (V) ou o Falso (F), Negar uma proposição significa modificar o seu
não admitindo outro valor. valor lógico, ou seja, se uma proposição é verdadeira, a
As proposições têm três princípios básicos, sendo sua negação será falsa, e se uma proposição for falsa, a
um deles o princípio fundamental que é: sua negação será verdadeira.
→→ Princípio da não contradição: diz que uma propo-
sição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo
tempo.
Os outros dois são: Os símbolos da negação são (~) ou (¬) antes da letra
→→ Princípio da identidade: diz que uma proposição que representa a proposição.
verdadeira sempre será verdadeira e uma falsa
sempre será falsa. Exemplo:
→→ Princípio do terceiro excluído: diz que uma proposi- ˃˃ p: 3 é ímpar;
ção só pode ter dois valores lógicos, ou o de verda- ˃˃ ~p: 3 não é ímpar;
deiro ou o de falso, não existindo um terceiro valor. ˃˃ ¬p: 3 é par (outra forma de negar a proposição).
→→ Lei da dupla negação:
~(~p) = p, negar uma proposição duas vezes signifi-
ca voltar para própria proposição; vejamos:
Perguntas, exclamações e ordens não são proposi-
ções. Exemplos: ˃˃ q: 2 é par;
˃˃ Que dia é hoje? ˃˃ ~q: 2 não é par;
˃˃ Que maravilha! ˃˃ ~(~q): 2 não é ímpar; portanto;
˃˃ Estudem muito. ˃˃ q: 2 é par.
Sentenças Abertas e Quantificadores Tipos de Proposição
Lógicos As proposições são de apenas dois tipos, simples
Existem algumas “sentenças abertas” que ou compostas.
aparecem com incógnitas (termo desconhecido), como A principal diferença entre as proposições simples e
por exemplo: “x + 2 = 5”, não sendo consideradas pro- as compostas é a presença do conectivo lógico nas pro-
posições, já que não se pode classificá-las sem saber posições compostas; além disso, tem-se também que as
o valor de “x”, porém, com o uso dos quantificadores proposições compostas podem ser divididas, enquanto
lógicos, elas tornam-se proposições, uma vez que esses as proposições simples não. Outro detalhe é que as pro-
quantificadores passam a dar valor ao “x”. posições simples têm apenas 1 verbo enquanto as com-
postas têm mais de 1 verbo. Observe o quadro para dife-
renciar mais fácil os dois tipos de proposição.
Simples (atômicas) Compostas (moleculares)
Os quantificadores lógicos são:
Não têm conectivo lógico Têm conectivo lógico
˃˃ : para todo; qualquer que seja; todo;
Não podem ser divididas Podem ser divididas
˃˃ : existe; existe pelo menos um; algum;
˃˃ : não existe; nenhum. 1 verbo + de 1 verbo 141
→→ Conectivo lógico: Observe que temos todas as relações entre os
Serve para unir as proposições simples, formando valores lógicos das proposições, que sejam: as 3 verda-
proposições compostas. São eles: deiras (1ª linha), as 3 falsas (última linha), duas verda-
˃˃ e: conjunção (^) deiras e uma falsa (2ª, 3ª e 5ª linhas), e duas falsas e
uma verdadeira (4ª, 6ª e 7ª linhas). Nessa demonstra-
˃˃ ou: disjunção (v) ção, temos uma forma prática de como se pode orga-
˃˃ ou..., ou: disjunção exclusiva (v) nizar a tabela, sem se preocupar se foram feitas todas
˃˃ se..., então: condicional (→) relações entres as proposições.
Raciocínio Lógico
˃˃ se..., e somente se: bicondicional (↔) Para o correto preenchimento da tabela, devemos
seguir algumas regras, que são:
I. Comece sempre pelas proposições simples e suas
negações, se houver;
Alguns autores consideram a negação (~) como II. Resolva os parênteses, colchetes e chaves, respec-
um conectivo, porém aqui não faremos isso, pois os tivamente (igual à expressão numérica), se houver;
conectivos servem para formar proposição composta, III. Faça primeiro as conjunções e disjunções, depois
e a negação faz apenas a mudança do valor das pro-
posições. os condicionais e por último os bicondicionais;
O “e” possui alguns sinônimos, que são: “mas”, IV. A última coluna da tabela deverá ser sempre a da pro-
“porém”, “nem” (nem = e não) e a própria vírgula. O posição toda, conforme as demonstrações adiante.
condicional também tem alguns sinônimos que são:
“portanto”, “quando”, “como” e “pois” (pois = condi-
cional invertido. Ex.: A, pois B = B → A).
Vejamos alguns exemplos para melhor entender: O valor lógico de uma proposição composta
depende dos valores lógicos das proposições simples
˃˃ a: Danilo foi à praia (simples). que a compõem assim como do conectivo utilizado, e é
˃˃ b: Giovanna está brincando (simples). o que veremos a partir de agora.
˃˃ p: Danilo foi a praia se, e somente se Giovanna
estava brincando (composta). →→ Valor lógico de uma proposição composta por
conjunção (e) = tabela verdade da conjunção (^).
˃˃ q: se 2 é par, então 3 é ímpar (composta).
Uma proposição composta por conjunção só será
verdadeira se todas as suas proposições simples que a
compõem forem verdadeiras, caso contrário, a conjun-
01. (CESPE) Se P e Q representam as proposições “Eu ção será falsa.
estudo bastante” e “Eu serei aprovado”, respec- »» Ex.: P ^ Q
tivamente, então, a proposição P → Q represen-
ta a afirmação “Se eu estudar bastante, então P Q P^Q
serei aprovado”.
CERTO. A questão está pedindo se a proposição re-
V V V
presentada está escrita corretamente. Simboliza “→” V F F
condicional (se, então). F V F
Tabela Verdade e Conectivos Lógi- F F F
cos Representando por meio de conjuntos, temos: P ^ Q
A tabela verdade nada mais é do que um meca-
nismo usado para dar valor às proposições compostas
(que também serão ou verdadeiras ou falsas), por meio
de seus respectivos conectivos. P Q
A primeira coisa que precisamos saber numa tabela
verdade é o seu número de linhas, e que esse depende
do número de proposições simples que compõem a
proposição composta. →→ Valor lógico de uma proposição composta por dis-
Número de linhas = 2n, em que “n” é o número junção (ou) = tabela verdade da disjunção (v).
de proposições simples que compõem a proposição Uma proposição composta por disjunção só
composta. Portanto se houver 3 proposições simples será falsa se todas as suas proposições simples que a
formando a proposição composta então a tabela dessa compõem forem falsas, caso contrário, a disjunção será
proposição terá 8 linhas (23 = 8). Esse número de linhas
da tabela serve para que tenhamos todas as relações verdadeira.
possíveis entre “V” e ”F” das proposições simples. Veja: »» Ex.: P v Q
P Q R P Q PvQ
V V V
V V F V V V
V F V
V F F
V F V
F V V F V V
F V F
F F F
142 F F V
F F F Representando por meio de conjuntos, temos: P v Q
Q
P
P Q
Raciocínio Lógico
→→ Valor lógico de uma proposição composta por dis- condicional (se e somente se) = tabela verdade do
junção exclusiva (ou, ou) = tabela verdade da dis- bicondicional (↔).
junção exclusiva (v). Uma proposição composta por bicondicional é ver-
Uma proposição composta por disjunção exclusiva dadeira sempre que suas proposições simples que a
só será verdadeira se as suas proposições simples que a compõem têm valores iguais, caso contrário, ela será falsa.
compõem tiverem valores diferentes, caso contrário, a No bicondicional, “P” e “Q” são ambos suficientes e
disjunção exclusiva será falsa. necessários ao mesmo tempo.
»» Ex.: P v Q »» Ex.: P ↔ Q
P Q PvQ P Q P↔Q
V V V
V V F
V F F
V F V F V F
F V V F F V
F F F Representando por meio de conjuntos, temos: P ↔ Q
P=Q
Representando por meio de conjuntos, temos: P v Q
P Q
Em Resumo:
Proposição
Verdadeira quando... Falsa quando...
→→ Valor lógico de uma proposição composta por composta
condicional (se, então) = tabela verdade do con- P^Q P e Q são verdadeiras Pelo menos uma falsa
dicional (→). Pelo menos uma
PvQ P e Q são falsas
Uma proposição composta por condicional só será verdadeira
falsa se a primeira proposição (também conhecida como PvQ
P e Q têm valores
P e Q têm valores iguais
antecedente ou condição suficiente) for verdadeira e a diferentes
segunda proposição (também conhecida como conse- P→Q
P = verdadeiro, q = ver-
P = verdadeiro e Q = falso
quente ou condição necessária) for falsa; nos demais dadeiro ou P = falso
casos, o condicional será sempre verdadeiro. P↔Q P e Q têm valores iguais
P e Q têm valores
diferentes
Atente bem para esse tipo de proposição, pois é um Considerando que os símbolos “v, ~, →, ↔, ^” repre-
dos mais cobrados em concursos. sentem as operações lógicas “ou”, “não”, “condicio-
Dicas: nal”, “bicondicional” e “e”, respectivamente, julgue o
˃˃ P é antecedente e Q é consequente = P → Q item a seguir
˃˃ P é consequente e Q é antecedente = Q →P 01. (CESPE) Acerca da proposição composta P: (p v
˃˃ P é suficiente e Q é necessário = P → Q ~q)↔(~p ^ r), em que p, q e r são proposições
distintas. O número de linhas da tabela verdade
˃˃ P é necessário e Q é suficiente = Q → P de P é igual a 16.
»» Ex.: P → Q ERRADO. Para o cálculo do número de linhas de uma pro-
posição composta, utilizamos a fórmula 2n, em que “n” re-
P Q P→Q presenta o número de proposições simples que compõem
V V V a proposição composta. Como na questão n = 3, então 2³
= 8. Portanto, o número de linhas da tabela é 8.
V F F
F V V
Equivalências Lógicas
Duas ou mais proposições compostas são ditas
F F V equivalentes quando são formadas pelas mesmas pro-
posições simples e suas tabelas-verdades (resultado) 143
Representando por meio de conjuntos, temos: P → Q são iguais.
Seguem algumas demonstrações das mais importantes: XII. P → Q = ~P v Q (Negam-se o antecedente ou
mantém o consequente).
P Q ~P ~Q P→Q ~Q→~P ~P v Q
V V F F V V V
Atente-se para o princípio da equivalência. A tabela
verdade está aí só para demonstrar a igualdade. V F F V F F F
I. P ^ Q = Q ^ P (Basta trocar as proposições simples F V V F V V V
Raciocínio Lógico
Raciocínio Lógico
vice-versa.
01. (CESGRANRIO) A negação da proposição »» Ex.: todo amigo é bom = nenhum amigo não é
“Alberto é alto e Bruna é baixa” é: bom.
a) Alberto é baixo e Bruna é alta. II. “Nenhum A é B” equivale a “todo A não é B”, e
b) Alberto é baixo e Bruna não é alta.
vice-versa.
c) Alberto é alto ou Bruna é baixa.
d) Alberto não é alto e Bruna não é baixa. »» Ex.: nenhum aluno é burro = todo aluno não é
e) Alberto não é alto ou Bruna não é baixa. burro.
RESPOSTA. E. A negação de (P ^ Q) é (~P v ~Q). Consi-
derando: P = Alberto é alto; e Q = Bruna é baixa; temos:
~P = Alberto não é alto, e ~Q = Bruna não é baixa.
Tautologias, Contradições e Con- Essas são as duas relações de equivalência mais
comuns, porém há uma em que utilizamos o ALGUM.
tingências ˃˃ “Todo A é B” equivale a “algum B é A”.
→→ Tautologia: proposição composta que é sempre »» Ex.: todo professor é aluno = algum aluno é
verdadeira independente dos valores lógicos das
proposições simples que a compõem. Vejamos: professor.
(P ^ Q) → (P v Q) III. “Todo A é B” tem como negação “algum A não é
P Q P^Q PvQ (P ^ Q) → (P v Q) B” e vice-versa.
V V V V V »» Ex.: ~(todo estudante tem insônia) = algum es-
V F F V V tudante não tem insônia.
F V F V V IV. “Algum A é B” tem como negação “nenhum A é B”
F F F F V e vice-versa.
→→ Contradição: proposição composta que é sempre »» Ex.: ~(algum sonho é impossível) = nenhum
falsa, independente dos valores lógicos das pro- sonho é impossível.
posições simples que a compõem. Vejamos:
~(P v Q) ^ P Temos também a representação em forma de con-
juntos, que é:
P Q PvQ ~(P v Q) ~(P v Q) ^ P
˃˃ TODO A é B:
V V V F F
V F V F F
F V V F F
F F F V F
B A
→→ Contingência: ocorre quando não é tautologia
nem contradição. Vejamos: ~(P v Q) ↔ P
P Q PvQ ~(P v Q) ~(P v Q) ↔ P
V V F V V
˃˃ ALGUM A é B:
V F V F F
F V V F V
F F F V F
A B
A não é B AéB AéB são rascunhos ou não têm mais serventia para o
Negação desenvolvimento dos trabalhos” é equivalente a
“estes papéis não são rascunhos e têm serventia
para o desenvolvimento dos trabalhos”.
Certo ( ) Errado ( )
Equivalência 08. (FEPESE) A afirmação condicional equivalente a
“Todos os cangurus usam bolsa” é:
a) Se algo usa bolsa, então é um canguru.
b) Se algo não usa bolsa então não é um canguru.
01. (FUMARC) Considere a seguinte proposição:
Todos os alunos assistiram ao filme. A negação c) Se algo é uma bolsa, então é usada por um
da proposição é: canguru.
a) Nenhum aluno assistiu ao filme. d) Se algo não é um canguru, então não usa bolsa.
b) Algum aluno não assistiu ao filme. e) Se algo não é um canguru, também não é uma
c) Alguns alunos assistiram ao filme. bolsa.
d) Todos os alunos não assistiram ao filme. 09. (FGV) A negação da sentença “Se tenho dinheiro,
RESPOSTA. B. A negação de “todo A é B” é “algum A então sou feliz” é:
não é B”. a) Se não tenho dinheiro, então não sou feliz.
b) Se não sou feliz, então não tenho dinheiro.
c) Não tenho dinheiro e sou feliz.
d) Não tenho dinheiro ou sou feliz.
01. (CONSULPLAN) Qual das proposições abaixo é e) Tenho dinheiro, e não sou feliz.
verdadeira? 10. (CESPE) A negação da proposição “se Paulo está
a) O ar é necessário à vida e a água do mar é doce. entre os 40% dos homens com mais de 30 anos,
b) O avião é um meio de transporte ou o aço é mole. então Luísa tem mais de 30 anos” é “se Paulo não
c) 6 é ímpar ou 2 + 3 ≠ 5. está entre os 40% dos homens com mais de 30
d) O Brasil é um país e Sergipe é uma cidade. anos, então Luísa não tem mais de 30 anos”.
e) O papagaio fala e o porco voa. Certo ( ) Errado ( )
02. (CESGRANRIO) Analise as afirmativas abaixo. 11. (FCC) Considere a seguinte proposição: “Se uma
I. A parte sempre cabe no todo; pessoa não faz cursos de aperfeiçoamento na sua
II. O inimigo do meu inimigo é meu amigo; área de trabalho, então ela não melhora o seu de-
III. Um professor de matemática afirma que todos os sempenho profissional.” Uma proposição logica-
professores de matemática são mentirosos. mente equivalente à proposição dada é:
Do ponto de vista da lógica, é(são) sempre verdadeira(s) a) É falso que, uma pessoa não melhora o seu de-
somente a(s) afirmativa(s): sempenho profissional ou faz cursos de aperfei-
a) I. çoamento na sua área de trabalho.
b) I e II. b) Não é verdade que, uma pessoa não faz cursos
c) I e III. de aperfeiçoamento profissional e não melhora o
d) II. seu desempenho profissional.
e) III. c) Se uma pessoa não melhora seu desempenho
03. (CESPE) A sentença “Maria é mais bonita que profissional, então ela não faz cursos de aperfei-
Sílvia, pois Maria é Miss Universo e Sílvia é Miss çoamento na sua área de trabalho.
Brasil” é representada corretamente pela expres- d) Uma pessoa melhora o seu desempenho profis-
são simbólica (P ^ Q) → R. sional ou não faz cursos de aperfeiçoamento na
Certo ( ) Errado ( ) sua área de trabalho.
04. (ESAF) Assinale a opção verdadeira. e) Uma pessoa não melhora seu desempenho pro-
a) 3 = 4 ou 3 + 4 = 9 fissional ou faz cursos de aperfeiçoamento na sua
b) Se 3 = 3, então 3 + 4 = 9 área de trabalho.
c) 3 = 4 e 3 + 4 = 9 12. (CESPE) Caso a proposição “Se a EMBASA
d) Se 3 = 4, então 3 + 4 = 9 promover ações de educação ambiental, então a
e) 3 = 3 se e somente se 3 + 4 = 9 população colaborará para a redução da poluição
05. (CESPE) Para todos os possíveis valores lógicos das águas” seja V, a proposição “Se a EMBASA
atribuídos às proposições simples A e B, a propo- não promover ações de educação ambiental,
sição composta {[A ^ (~B)] v B} tem exatamente 3 então a população não colaborará para a redução
valores lógicos V e um F. da poluição das águas” também será V.
146 Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado ( )
13. (CESGRANRIO) Considere a proposição composta 17. (FCC) Considere a afirmação: Pelo menos um
“Se o mês tem 31 dias, então não é setembro”. A ministro participará da reunião ou nenhuma
proposição composta equivalente é decisão será tomada. Para que essa afirmação
a) “O mês tem 31 dias e não é setembro”. seja FALSA:
b) “O mês tem 30 dias e é setembro”. a) É suficiente que nenhum ministro tenha parti-
c) “Se é setembro, então o mês não tem 31 dias”. cipado da reunião e duas decisões tenham sido
d) “Se o mês não tem 31 dias, então é setembro”. tomadas.
b) É suficiente que dois ministros tenham partici-
Raciocínio Lógico
e) “Se o mês não tem 31 dias, então não é setembro”.
14. Considere como verdadeira a declaração: pado da reunião e alguma decisão tenha sido
“Ontem, nas cidades litorâneas do Brasil, as tem- tomada.
peraturas aumentaram em até 10º C”. É correto c) É necessário e suficiente que alguma decisão
concluir que ontem: tenha sido tomada, independentemente da par-
a) As temperaturas nas cidades do interior do Brasil ticipação de ministros na reunião.
não aumentaram. d) É necessário que nenhum ministro tenha parti-
b) As temperaturas nas cidades do interior do Brasil cipado da reunião e duas decisões tenham sido
aumentaram mais do que 10º C. tomadas.
c) Em alguma cidade litorânea brasileira, a tempera- e) É necessário que dois ministros tenham partici-
tura aumentou atingindo a temperatura de 10º C. pado da reunião e nenhuma decisão tenha sido
d) Em alguma cidade litorânea brasileira, o aumento tomada.
da temperatura não foi suficiente para atingir os 18. (CESPE) A proposição Se x é um número par,
10º C. então y é um número primo é equivalente à pro-
e) Em algumas cidades litorâneas brasileiras, a posição Se y não é um número primo, então x não
variação da temperatura foi menor do que 10º C. é um número par.
15. (CESPE) Proposições são sentenças que podem Certo ( ) Errado ( )
ser julgadas somente como verdadeiras ou falsas. 19. (CESPE) A negação da proposição “O juiz deter-
A esse respeito, considere que p represente a pro- minou a libertação de um estelionatário e de um
posição simples “É dever do servidor promover ladrão” é expressa na forma “O juiz não determi-
o atendimento cordial a clientes internos e nou a libertação de um estelionatário nem de um
externos”, que q represente a proposição simples ladrão”.
“O servidor deverá instruir procedimentos admi- Certo ( ) Errado ( )
nistrativos de suporte gerencial” e que r repre-
sente a proposição simples “É tarefa do servidor 20. (ESAF) X e Y são números tais que: Se X ≤ 4, então
propor alternativas e promover ações para o Y > 7. Sendo assim:
alcance dos objetivos da organização”. Acerca a) Se Y ≤ 7, então X > 4.
dessas proposições p, q e r e das regras inerentes b) Se Y > 7, então X ≥ 4.
ao raciocínio lógico, assinale a opção correta. c) Se X ≥ 4, então Y < 7.
a) ~(p v q v r) é equivalente a ~p ^ ~q ^ ~r. d) Se Y < 7, então X ≥ 4.
b) p → q é equivalente a ~p → ~q. e) Se X < 4, então Y ≥ 7.
c) p ^ (q v r) é equivalente a p ^ q ^ r.
d) ~(~(~r)) ↔ r.
e) A tabela verdade completa das proposições
simples p, q e r tem 24 linhas. 01 B 11 E
16. (FCC) Uma empresa mantém a seguinte regra em 02 A 12 ERRADO
relação a seus funcionários: Se um funcionário
tem mais de 45 anos de idade, então ele deverá, 03 CERTO 13 C
todo ano, realizar pelo menos um exame médico 04 D 14 E
e tomar a vacina contra a gripe.
05 CERTO 15 A
Considerando que essa regra seja sempre cumprida, é
correto concluir que, necessariamente, se um funcio- 06 ERRADO 16 C
nário dessa empresa: 07 CERTO 17 A
a) Anualmente realiza um exame médico e toma a
vacina contra a gripe, então ele tem mais de 45 08 B 18 CERTO
anos de idade. 09 E 19 ERRADO
b) Tem 40 anos de idade, então ele não realiza
exames médicos anualmente ou não toma a 10 ERRADO 20 A
vacina contra a gripe.
c) Não realizou nenhum exame médico nos últimos
dois anos, então ele não tem 50 ou mais anos de
idade.
d) Tem entre 55 e 60 anos de idade, então ele realiza ____________________________________________
um único exame médico por ano, além de tomar ___________________________________________
a vacina contra a gripe. ___________________________________________
e) Tomou a vacina contra a gripe ou realizou exames ____________________________________________
médicos nos últimos dois anos, então ele tem ___________________________________________
pelo menos 47 anos de idade. ___________________________________________ 147
CAPÍTULO 01
f) Subdivisões Policiais; (Renumerado pela
Lei Complementar 89 de 25/07/2001)
g) Delegacias Regionais; (Incluído pela Lei
Estatuto da Polícia Complementar 89 de 25/07/2001)
e programas de trabalhos previstos para sempenho de serviços policiais em equipe, serão diri-
cada exercício financeiro; (Renumerado gidos pela autoridade policial competente.
pela Lei Complementar 98 de 12/05/2003)
g) analisar e avaliar programas e projetos ati- Título II - Das Carreiras e do
nentes à expansão de recursos humanos; Provimento
(Renumerado pela Lei Complementar 98 de
12/05/2003) Capítulo I - Das Carreiras Policiais
h) proceder ao julgamento, como instância Art. 13. São Carreiras Policiais: (Redação dada pela
originária, dos processos disciplinares ins- Lei Complementar 69 de 14/07/1993)
taurados contra autoridades policiais civis; I. Delegado de Polícia;
(Renumerado pela Lei Complementar 98 de II. Comissário de Polícia (em extinção);
12/05/2003) III. Investigador de Polícia; (Redação dada
i) deliberar sobre a remoção de delegados pela Lei Complementar 69 de 14/07/1993)
de polícia, no interesse do serviço policial, IV. Escrivão de Polícia; (Redação dada pela Lei
observadas as disposições desta lei; (Re- Complementar 96 de 12/09/2002)
numerado pela Lei Complementar 98 de
12/05/2003) V. Papiloscopista; (Redação dada pela Lei
Complementar 96 de 12/09/2002)
j) deliberar sobre proposta de criação e
extinção de cargos e de unidades admi- VI. Agente em Operações Policiais. (Redação
nistrativas no âmbito da Polícia Civil do dada pela Lei Complementar 96 de
Estado do Paraná; (Renumerado pela Lei 12/09/2002)
Complementar 98 de 12/05/2003) Capítulo II - Do Concurso
l) deliberar sobre a promoção por mereci- Art. 14. As classes iniciais das carreiras policiais civis
mento do policial, por ato de bravura e post serão providas mediante concurso público regio-
mortem e para proposição de comendas nalizado, de provas, ou de provas e títulos, para o
previstas em lei, conforme dispuser o re- provimento de cargos que exijam formação de nível
gulamento; (Renumerado pela Lei Comple- superior, realizada através das seguintes fases, todas
mentar 98 de 12/05/2003) eliminatórias: (Redação dada pela Lei Complementar
m) deliberar, conclusivamente, sobre a in- 84 de 03/08/1998)
denização, promoção ou pensão especial I. Prova preambular de conhecimentos
decorrente de enfermidade ou morte gerais; (Redação dada pela Lei Comple-
em virtude de serviço ou do exercício da mentar 84 de 03/08/1998)
função; (Renumerado pela Lei Complemen- II. Prova de conhecimento específicos;
tar 98 de 12/05/2003) (Redação dada pela Lei Complementar 84
n) exercer outras atribuições previstas em lei. de 03/08/1998)
(Renumerado pela Lei Complementar 98 de III. Exame de Investigação de conduta;
12/05/2003) (Incluído pela Lei Complementar 84 de
Art. 7º. O Regulamento da Polícia Civil estabelecerá 03/08/1998)
a estrutura e o funcionamento das unidades, bem IV. Exame de Higidez Física; (Incluído pela Lei
como, as atribuições dos respectivos servidores poli- Complementar 84 de 03/08/1998)
ciais civis, observado o disposto nesta lei.
V. Exame de Aptidão Física. (Incluído pela Lei
Capítulo III - Das Autoridades Poli- Complementar 84 de 03/08/1998)
ciais, seus Agentes E Auxiliares § 1º. O provimento de cargo na carreira de Delegado
Art. 8º. São autoridades policiais: de Policia é privativo de bacharel em Direito. (Incluído
pela Lei Complementar 84 de 03/08/1998)
I. o Delegado Geral da Polícia Civil;
§ 2º. Para os cargos da carreira de Perito Criminal
II. os Delegados de Polícia. (Redação dada será exigida formação de nível superior nos cursos de
pela Lei Complementar 96 de 12/09/2002) Química, Física, Engenharia e Arquitetura, Ciências
Art. 9º. São agentes da autoridade policial: (Redação Contábeis, Geologia, Farmácia e Bioquímica, Ciências
dada pela Lei Complementar 96 de 12/09/2002) da Computação e Informática, e Direito, observada
I. os Comissários de Polícia (em extinção); sempre a correspondência da função policial com a
(Redação dada pela Lei Complementar 69 respectiva área de habilitação profissional. (Incluído
de 14/07/1993) pela Lei Complementar 84 de 03/08/1998)
II. os Investigadores de Polícia. (Redação dada § 3º. O exercício pleno da atividade policial civil de-
pela Lei Complementar 96 de 12/09/2002) penderá da conclusão e aprovação nos cursos de
formação técnico-profissional específicos. (Incluído
III. os Agentes em Operações Policiais. pela Lei Complementar 84 de 03/08/1998)
(Incluído pela Lei Complementar 96 de
12/09/2002) § 4º. O número de cargos a serem preenchidos será
fixado de acordo com o dimensionamento previsto
Art. 10. São Auxiliares da autoridade policial: no Orçamento Discriminado de Recursos Humanos,
(Redação dada pela Lei Complementar 96 de aprovado pela Secretaria de Estado da Administra-
12/09/2002) ção e Secretaria de Estado da Segurança Pública,
172 I. os Escrivães de Polícia; (Redação dada pela e, uma vez providos, os seus titulares deverão nele
Lei Complementar 96 de 12/09/2002) se manterem até que se cumpram as exigências do
estágio probatório. (Incluído pela Lei Complementar Art. 19. Os candidatos aprovados na prova preambu-
84 de 03/08/1998) lar de conhecimentos gerais, serão convocados para
Art. 15. Os concursos públicos serão planejados e submeterem-se à prova de conhecimentos específi-
organizados pelo Conselho da Polícia Civil e executa- cos, exame de investigação de conduta e aos exames
dos pela Escola da Polícia Civil, sob a supervisão da de higidez e de aptidão física, todos de caráter
lando cargos, funções ou perceber qualquer vantagem presumível do encargo e as condições locais, salvo se
financeira proveniente de atividade estranha ao lei ou regulamento já dispuser a respeito.
serviço policial, com exceção do magistério. (Incluído § 2º. Quando se tratar de afastamento por iniciativa
pela Lei Complementar 19 de 29/12/1983) da administração policial civil, poderão ser concedi-
Subseção III - Da Gratificação de Magisté- das ao servidor policial civil, segundo as peculiarida-
des de cada caso, ajuda de custo e outras vantagens
rio Policial previstas na legislação em vigor, além do vencimento
Art. 87. A gratificação de magistério policial será e remuneração.
devida, por aula efetivamente dada, aos professores
da Escola de Polícia Civil, na forma do regulamento Subseção VII - Da Gratificação pelo Exercí-
nos seguintes cursos: cio de Encargos Especiais
I. de formação, aperfeiçoamento e integra- Art. 91. A gratificação pelo exercício de encargos es-
ção funcional de carreiras de nível superior; peciais destina-se aos servidores policiais civis desig-
II. de formação, aperfeiçoamento e integra- nados para atendimento de assessoramento direto
ção funcional de carreiras de nível de 2º. ou especial ao Chefe do Poder Executivo e outros defi-
grau; e nidos em lei ou regulamento.
III. de formação, aperfeiçoamento e integra- Parágrafo único. O valor correspondente será fixado
ção funcional de carreira de nível de 1º. em decreto baixado pelo Poder Executivo.
grau. Subseção VIII - Da Gratificação pelo
Subseção IV - Da Gratificação pela Par- Regime Especial de Trabalho Policial
ticipação como Membro das Comissões (RETP) (Redação dada pela Lei Comple-
de Concurso, de Seleção a Cursos de mentar 35 de 24/12/1986)
Formação e Permanentes de Disciplina ou Art. 92. Pela sujeição ao regime a que se refere o
Órgão de Deliberação Coletiva da Polícia Artigo 274, desta Lei, os Titulares de cargos policiais
civis, fazem juz a uma gratificação, incorporável para
Civil. (Redação dada Pela Lei Complemen- todos os efeitos legais, de 17% (dezessete por cento),
tar 41 de 21/12/1987) calculada sobre o vencimento acrescido da gratifica-
Art. 88. Os integrantes das comissões de concurso, ção de representação. (Redação dada pela Lei Com-
de seleção a cursos de formação e permanentes de plementar 35 de 24/12/1986)
disciplina ou de órgão de Deliberação Coletiva, per- Seção V - Da Ajuda de Custo
ceberão a gratificação que for fixada em regula-
mento. (Redação dada pela Lei Complementar 41 de Art. 93. Será concedida ajuda de custo ao servidor
21/12/1987) policial civil que passe a ter exercício em nova sede,
em virtude de remoção, nomeação para cargo em
Subseção V - Da Gratificação pela Execução comissão ou designação para função gratificada,
de Trabalho de Natureza Especial, dom serviço ou estudo e destina-se à compensação das
Risco de Vida ou Saúde. (Redação dada despesas de viagem e instalação própria e de sua
família e as de transporte de bens.
pela Lei Complementar 41 de 21/12/1987) Art. 94. A ajuda de custo compreende a concessão
Art. 89. Pela execução de trabalho de natureza de até dois meses e não inferior a um mês de ven-
especial, com risco de vida ou saúde, os titulares de cimento, levando-se em conta as condições de vida
cargos policiais civis, em efetivo exercício dos referi- na nova sede, a distância, o tempo de viagem e os
dos cargos, perceberão uma gratificação de 1/3 (um recursos orçamentários disponíveis, arbitrada pelo
terço) dos respectivos vencimentos básicos, acresci- Delegado Geral da Polícia Civil, incluídas as despesas
dos dos adicionais por tempo de serviço. (Redação de mudança, ressarcidas mediante a apresentação
dada pela Lei Complementar 41 de 21/12/1987) de comprovante dos gastos.
Parágrafo único. A gratificação pelo exercício com Parágrafo único. A concessão de um (1) mês de ven-
risco de vida ou saúde não será paga ao servidor cimento como ajuda de custo, dispensa a apresen-
policial civil que estiver afastado de suas funções tação de comprovante de gastos (Incluído pela Lei
ou acumulando cargos, funções, ou perceber Complementar 19 de 29/12/1983)
qualquer vantagem financeira proveniente de ati-
vidade estranha ao serviço policial com exceção do Art. 95. Não se concederá ajuda de custo ao servidor
magistério. (Incluído pela Lei Complementar 41 de policial civil:
21/12/1987) I. que, em virtude de mandato eletivo, deixar
de reassumir o exercício do cargo;
Subseção VI - Da Gratificação por Serviço II. posto à disposição de qualquer entidade de
ou Estudo Fora do Estado ou no Exterior direito público; ou
Art. 90. O pedido e proposta de afastamento e desig- III. quando removido por permuta, a pedido,
nação de servidor policial civil para fora do Estado ou por motivo de ordem disciplinar.
ou no exterior, a serviço, estudo ou estágio, somente
será encaminhado à decisão do Chefe do Poder Exe- Art. 96. O servidor policial civil obrigado a perma-
cutivo, quando relativo a: necer fora da sede, em objeto de serviço, por mais
de trinta dias consecutivos, ou quando matriculado
I. missão oficial do governo; compulsoriamente em curso mantido pela Escola
II. bolsa de estudo ou estágio sobre assunto de Polícia Civil sem percepção de diárias, perceberá
180 de interesse da administração policial civil ajuda de custo a ser arbitrada pelo Delegado Geral
e segurança; ou da Polícia Civil.
Art. 97. O servidor policial civil restituirá a ajuda de Seção VIII - Do Auxílio-Médico Hospitalar
custo:
E Doença
I. quando não se transportar para a nova
sede nos prazos determinados; ou Art. 107. O auxílio médico-hospitalar compreenderá
a assistência médica contínua, normal e especializa-
II. quando, antes de terminada a incumbên-
Art. 138. O tempo necessário à inspeção médica será inspeção médica e aposentado se julgado definitiva-
sempre considerado como de licença. mente inválido para o serviço público em geral.
Art. 139. Terminada a licença, o servidor policial civil Art. 148. Em casos de doenças graves, contagio-
reassumirá imediatamente o exercício, ressalvado o sas ou não, que imponham cuidados permanentes,
caso do § 1º., do art. 140. poderá a Junta Médica, se considerar o doente irre-
Art. 140. A licença para tratamento de saúde pode cuperável, determinar, como resultado da inspeção,
ser prorrogada a pedido do “ex-officio”. a imediata aposentadoria.
§ 1º. O pedido deve ser apresentado antes de findo Parágrafo único. Na hipótese de que trata este
o prazo da licença; se indeferido, conta-se como de artigo, a inspeção será feita por uma junta de, pelo
licença o período compreendido entre a data do menos, três médicos.
término e a do conhecimento oficial do despacho de- Art. 149. No processamento das licenças para trata-
negatório. mento de saúde, será observado o devido sigilo sobre
§ 2º. Quando o pedido de prorrogação for apresen- os laudos e atestados médicos.
tado depois de findo o prazo da licença, não se conta Art. 150. No curso de licença para tratamento de
como de licença o período compreendido entre o saúde, o servidor policial civil abster-se-á de ativida-
dia de seu término e o do conhecimento oficial do des remuneradas, sob pena de interrupção da licença
despacho. com perda total do vencimento ou remuneração, até
Art. 141. O servidor policial civil não pode perma- que reassuma o cargo.
necer em licença por prazo superior a vinte e quatro Parágrafo único. Os dias correspondentes à perda
meses, ressalvados os casos previstos no art. 147 e de vencimentos ou remuneração de que trata este
nos incisos VI e VIII, do art. 134. artigo serão considerados como de licença sem ven-
Art. 142. Decorrido o prazo estabelecido no artigo cimento, na forma do inciso VII, do art. 134.
anterior, o servidor policial civil é submetido à Art. 151. Licenciado para tratamento de saúde,
inspeção médica e aposentado, se for considerado acidente no exercício de suas atribuições ou doença
definitivamente inválido para o serviço público. profissional, o servidor policial civil recebe integral-
Art. 143. O servidor policial civil que se encontrar fora mente o vencimento ou a remuneração e demais
do Estado, deve, para fins de prorrogação ou conces- vantagens inerentes ao cargo.
são de licença, dirigir-se à autoridade competente Art. 152. O servidor policial civil acidentado no exercí-
a que esteja diretamente subordinado, juntando o cio de suas atribuições, ou acometido de doença pro-
laudo médico do serviço oficial do lugar onde se en- fissional, definidas nos § § 1º., 2º. e 3º. do art. 118,
contrar, indicando ainda sua residência. tem direito, ex-officio ou a requerimento, a licença
Art. 144. O servidor policial civil em gozo de licença para o respectivo tratamento.
comunicará ao seu chefe imediato o local onde Parágrafo único. A comprovação do acidente, indis-
poderá ser encontrado. pensável para a concessão da licença, deve ser feita
Seção II - Da Licença para Tratamento de em processamento sumário, no prazo de oito dias,
prorrogáveis por igual prazo.
Saúde
Art. 153. O servidor policial civil não poderá recusar
Art. 145. A licença para tratamento de saúde é con- a inspeção médica, sob pena de suspensão de paga-
cedida ex-offício ou a pedido do servidor policial mento de vencimento ou remuneração, até que se
civil ou de seu representante, quando não possa ele
realize a inspeção.
fazê-lo, na forma que dispuser o regulamento.
§ 1º. Em ambos os casos é indispensável a inspeção Art. 154. Considerado apto, em inspeção médica,
médica, que será realizada, sempre que possível, no o servidor policial civil reassumirá o exercício, sob
local onde se encontrar o servidor policial civil. pena de serem computados como faltas os dias de
ausência.
§ 2º. A inspeção deve ser feita por médico oficial, ad-
mitindo-se quando assim não seja possível atestado Art. 155. No curso de licença, poderá o servidor
passado por médico particular, com firma reconhecida. policial civil requerer inspeção médica, caso se julgue
em condições de reassumir o exercício ou com direito
§ 3º. Na hipótese do parágrafo anterior, o laudo só à aposentadoria.
produzirá efeito depois de homologado pelo órgão
médico estadual competente. Seção III - Da Licença Compulsória
§ 4º. Quando não for homologado o laudo, o servidor Art. 156. O servidor policial civil atacado de tuber-
policial civil será obrigado a reassumir o exercício do culose ativa, alienação mental, neoplasia maligna,
cargo, sendo considerado como de licença sem ven- lepra, paralisia, cardiopatia grave, doença de Parkin-
cimento, nos termos do inciso VII, do art. 134, os dias son incompatíveis com o trabalho, e outras moléstias
em que deixou de comparecer ao serviço, por haver que a lei indicar na base da medicina especializada,
alegado doença. conforme apurado em inspeção médica será com-
Art. 146. Verificando-se, em qualquer tempo, ter pulsoriamente licenciado com direito à percepção
sido gracioso o atestado médico ou o laudo da Junta do vencimento ou remuneração e demais vantagens
Médica, a autoridade competente promoverá a inerentes ao cargo.
punição dos responsáveis, incorrendo o servidor Art. 157. Há também licença compulsória por interdi-
policial civil a que aproveitar a fraude na pena de sus- ção declarada pela autoridade sanitária competente,
pensão e, na reincidência na demissão, sem prejuízo por motivo de doença em pessoa co-habitante da re-
da ação penal que couber. sidência do servidor policial civil.
184 Art. 147. O servidor policial civil não poderá perma- Art. 158. Para verificação das moléstias indicadas no
necer em licença para tratamento de saúde por prazo art. 156, a inspeção médica é feita obrigatoriamente
por Junta Oficial de três membros, podendo o servidor Seção VII - Da Licença para Trato de Inte-
policial civil pedir outra junta e novos exames de la-
boratório, caso não se conforme com o laudo.
resses Particulares
Art. 164. Depois de estável, o servidor policial civil
Art. 159. A licença é convertida em aposentadoria, poderá obter licença sem vencimento, para o trato de
na forma do art. 142, antes do prazo estabelecido,
IV. convocação para serviço militar; tempo indeterminado, verificada por Junta
V. júri e outros serviços obrigatórios por lei; Médica integrada, pelo menos por um
VI. licença para tratamento de saúde, até o médico legista;
máximo de seis meses por quinquênio; II. a qualquer tempo, quando apresentar
VII. licença por acidente em serviço ou moléstia defeito físico ou moléstia, comprovada por
profissional; laudo médico, que o impossibilite para o
VIII. licença à servidora policial civil gestante; exercício da função policial.
IX. licença por motivo de doença em pessoa da Art. 178. O servidor policial civil será aposentado, a
família, até três meses por quinquênio; pedido:
X. moléstia devidamente comprovada, até I. com provento correspondente à remunera-
três dias por mês; ção integral do cargo efetivo; e
XI. missão ou estudo no país ou no exterior, II. com as vantagens do cargo em comissão
quando designado ou autorizado pelo ou função gratificada do nível mais
Chefe do Poder Executivo; elevado, se o servidor policial civil houver
exercido, na área do Poder Executivo, por
XII. exercício de outro cargo estadual, de provi- um período não inferior a cinco anos inin-
mento em comissão. terruptos ou não, um ou mais cargos em
Parágrafo único. Não se inclui no prazo de licença comissão ou funções gratificadas, desde
especial o período de férias regulamentares. que esse cargo ou função haja sido exercido
Art. 174. Não podem gozar licença especial, simul- por um mínimo de doze meses, ainda que
taneamente, o servidor policial civil e seu substitu- o cargo em comissão ou função gratifica-
to legal. Neste caso, tem preferência para gozo da da, tenha passado, por força de legislação
licença quem requerer em primeiro lugar, ou quando nova, a ter outra denominação e valor.
requerido ao mesmo tempo, aquele que tenha mais Parágrafo único. No caso do servidor policial civil
tempo de serviço. ter optado pelo vencimento do cargo efetivo acres-
Parágrafo único. Na mesma repartição não poderão cido da gratificação prevista no art. 78, entende-se
gozar licença especial, simultaneamente, servido- por vantagem do cargo em comissão, para os efeitos
res policiais civis em número superior à sexta parte deste artigo, a percepção dessa gratificação.
do total do respectivo quadro de lotação; quando o Art. 179. Os proventos de inatividade dos servidores
número de servidores policiais civis for inferior a seis, policiais civis serão revistos sempre que houver alte-
somente um deles poderá entrar no gozo da licença. ração de vencimentos, vantagens, bem como modi-
Em ambos os casos, a preferência será estabelecida ficações na estrutura dos cargos efetivos do pessoal
na forma prevista neste artigo. ativo, de categoria equivalente e nas mesmas con-
Art. 175. Perderá o direito à licença especial o dições. (Redação dada pela Lei Complementar 24 de
servidor policial civil punido com a pena de suspen- 06/12/1984)
são, tiver falta injustificada ou tiver sido afastado § 1º. Observado o contido neste artigo, nenhum
do exercício por motivo disciplinar, no respectivo policial civil inativo poderá ter os seus proventos de
período, na forma desta lei. inatividade inferior ao vencimento e vantagens da
Capítulo VIII - Da Aposentadoria classe correlata àquela em que foi aposentado, res-
salvados os casos de aposentadoria proporcional ao
Art. 176. O servidor policial civil será aposentado: tempo de serviço, cuja proporcionalidade deverá ser
(vide ADIN2904) mantida. (Redação dada pela Lei Complementar 24
I. voluntariamente, com proventos integrais, de 06/12/1984)
independentemente da idade: (Redação § 2º. Nos casos em que as denominações das car-
dada pela Lei Complementar 93 de reiras tiverem sofrido modificações, a correlação
15/07/2002) será apurada em face aos requisitos exigidos pelas
a) pós 30 (trinta) anos de contribuição, desde respectivas Leis que estabeleceram tais modifica-
que conte, pelo menos 20 (vinte) anos de ções. (Redação dada pela Lei Complementar 24 de
exercício, em cargos de natureza estrita- 06/12/1984)
mente policial, se homem; (Incluído pela § 3º. O disposto neste artigo aplica-se aos servidores
Lei Complementar 93 de 15/07/2002) já aposentados, ficando-lhes assegurada a melhor
b) pós 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, retribuição entre a decorrente desta Lei ou a até
desde que conte pelo menos 15 (quinze) então vigente. (Incluído pela Lei Complementar 24 de
anos de exercício em cargo de natureza 06/12/1984)
estritamente policial, se mulher; (Incluído § 4º. Os servidores policiais civis inativados por
pela Lei Complementar 93 de 15/07/2002) força do previsto no artigo 2º, inciso IV, da Lei Com-
II. por invalidez; (Redação dada pela Lei Com- plementar nº 19, de 29 de dezembro de 1983, serão
plementar 93 de 15/07/2002) beneficiados pelo disposto neste artigo desde que
III. compulsoriamente com proventos propor- não tenham ingressado no Quadro Suplementar da
cionais ao tempo de contribuição, aos 65 Polícia Civil à época da inativação. (Incluído pela Lei
(sessenta e cinco) anos de idade, qualquer Complementar 24 de 06/12/1984)
que seja a natureza dos serviços prestados. Art. 180. Aplicam-se aos servidores policiais civis
186 (Redação dada pela Lei Complementar 93 aposentados, os preceitos do art. 210, inciso XVIII,
de 15/07/2002) (vide ADIN2904) desta lei.
Capítulo IX - Da Disponibilidade Capítulo XI - Da Consignação
Art. 181. Disponibilidade é o afastamento do serviço Art. 185. É permitida a consignação em folha de ven-
do servidor policial civil efetivo em virtude de extinção cimento, remuneração ou proventos, a entidades
do cargo, da declaração de sua desnecessidade ou beneficentes ou de direito público, podendo servir a
conveniência da administração policial. (Redação
cargo. (Redação dada pela Lei Comple- § 2º. O encaminhamento do recurso é sempre feito
mentar 19 de 29/12/1983) por intermédio da autoridade a que esteja imediata-
II. da posse em outro cargo, observado o mente subordinado o recorrente.
disposto no inciso VI, do art. 189; Art. 197. O pedido de reconsideração e o recurso não
III. do o falecimento do ocupante do cargo; tem efeito suspensivo; o que for provido retroagirá,
nos seus efeitos, à data do ato impugnado.
IV. da vigência do ato que criar o cargo e
conceder dotação para o seu provimento Art. 198. O direito de pleitear na esfera administrati-
ou de que determinar esta última medida, va prescreverá:
se o cargo estiver criado; I. em cinco anos, quanto aos atos que
V. da vigência do ato que extinguir cargo, decorram demissão, aposentadoria ou sua
cuja dotação permita o preenchimento de cassação, e disponibilidade, ressalvado o
cargo vago. direito de requerer a revisão do processo
Parágrafo único. Ocorrendo o preenchimento da disciplinar;
vaga, serão consideradas abertas, na mesma data, II. em cento e vinte dias, nos demais casos.
todas as vagas que decorrerem desse preenchimento. Art. 199. Os prazos de prescrição, contar-se-ão da
Art. 192. Tratando-se de função gratificada, dar-se-á data da publicação, no órgão oficial, do ato impug-
a vacância por dispensa, a pedido ou ex officio, ou nado ou, quando este for de natureza reservada, da
por substituição. data da ciência do interessado, a qual deverá constar
Art. 193. A demissão é aplicada como penalidade. do processo respectivo.
Art. 200. O pedido de reconsideração e o recurso,
Título V quando cabíveis, interrompem a prescrição até duas
vezes, recomeçando-se a contagem do prazo a partir
Capítulo Único - Do Direito de Petição da data da publicação oficial do despacho denegató-
Art. 194. É assegurado a qualquer pessoa, física rio ou restritivo do pedido.
ou jurídica, independentemente de pagamento, o Art. 201. São improrrogáveis os prazos estabelecidos
direito de petição contra ilegalidade ou abuso de neste Capítulo.
poder, para defesa de direitos e para reclamar sobre
abuso, erro, omissão ou conduta incompatível no Art. 202. A instância administrativa poderá ser
serviço policial. (Redação dada pela Lei Complemen- renovada:
tar 98 de 12/05/2003) I. quando se tratar de ato manifestamente
Parágrafo único. Em nenhuma hipótese, a Adminis- ilegal;
tração poderá recusar-se a protocolar, encaminhar II. quando o ato impugnado tenha tido como
ou apreciar a petição, sob pena de responsabilidade pressuposto depoimento ou documento
do agente. (Incluído pela Lei Complementar 98 de cuja falsidade venha a ser comprovada;
12/05/2003) III. se, após a expedição do ato, surgir
Art. 195. Ao policial civil é assegurado o direito de elemento novo de prova que autorize a
requerer ou representar, bem como, nos termos revisão do processo.
desta lei complementar, pedir reconsideração, ob- Art. 203. As certidões sobre matéria de pessoal
servadas as seguintes regras: (Redação dada pela Lei serão fornecidas pelo órgão competente, de acordo
Complementar 98 de 12/05/2003) com elementos e registros existentes, obedecidas as
I. o requerimento ou representação é dirigido normas constitucionais.
à autoridade competente para decidi-lo e Art. 204. O disposto neste Capítulo, não se aplica aos
encaminhado por intermédio daquela a recursos de que trata o art. 263 e seguintes, desta lei.
que esteja imediatamente subordinado o
requerente; Título VI - Do Impedimento, Sus-
II. o pedido de reconsideração é dirigido à au-
toridade que haja expedido o ato ou pro- peição e Hierarquia Funcional
ferido a primeira decisão e não pode ser Capítulo I - Do Impedimento e
renovado. Suspeição
§ 1º. A decisão final do requerimento ou represen- Art. 205. Os Delegados de Polícia e Comissários de
tação deve ser dada no prazo máximo de sessenta Polícia não poderão servir nas sedes de Comarcas, nas
dias, e o pedido de reconsideração no de trinta dias,
quais o Juiz ou o Agente do Ministério Público seja seu
ambos os prazos contados da data do recebimento
cônjuge, ascendente, descendente ou colateral até o
das petições, na repartição em que tenha sede a au-
terceiro grau, por consanguinidade ou afinidade.
toridade competente para a decisão.
Parágrafo único. Excetuam-se as unidades ou
§ 2º. Proferida a decisão, é ela imediatamente publi-
cada no órgão oficial, sob pena de responsabilidade serviços na Comarca da Capital do Estado ou em
do servidor policial civil ou funcionário incumbido da Comarcas onde haja mais de uma Vara Criminal.
publicação. Art. 206. O Delegado de Polícia e o Comissário de
Art. 196. Cabe recurso: Polícia, este quando designado para aquela função,
dar-se-ão por impedidos de funcionar em procedimen-
I. do indeferimento do pedido de reconside- to onde qualquer das partes seja parente consanguí-
ração; neo ou afim até o terceiro grau; por suspeitos, se forem
188 II. das decisões sobre recursos sucessivamen- amigos íntimos ou inimigos de qualquer das partes, ou
te interpostos. tiverem interesses direto ou indireto na causa.
Capítulo II - Da Hierarquia Policial XII. tender prontamente:
Art. 207. A hierarquia policial civil alicerça-se na or- a) as requisições das autoridades judiciárias e
denação da autoridade, nos diferentes níveis que do Ministério Público;
compõem o organismo da Polícia Civil. b) as determinações superiores, no tocante
a trabalhos policiais desenvolvidos em
Art. 248. É assegurado ao policial civil o direito de cer perante a autoridade disciplinar ou autoridade
acompanhar o processo pessoalmente, e por intermé- sindicante, por se encontrar em localidade diversa
dio de procurador, arrolar testemunhas, reinquiri-las, daquela onde se processam as diligências, será
produzir provas e contra-provas, formular quesitos ouvida através de carta precatória, dando-se ciência
quando tratar - se de prova pericial. (Redação dada ao acusado, com antecedência mínima de quarenta e
pela Lei Complementar 89 de 25/07/2001) oito horas, do local e horário da audiência. (Redação
dada pela Lei Complementar 89 de 25/07/2001)
§ 1º. A autoridade disciplinar poderá denegar, funda-
mentadamente, pedidos considerados impertinen- § 1º. Se o acusado ou seu defensor não comparecer,
ser-lhe-á designado, pela autoridade deprecada,
tes, meramente protelatórios, ou de nenhum interes-
defensor dativo para a audiência. (Incluído pela Lei
se para o esclarecimento dos fatos. (Redação dada Complementar 89 de 25/07/2001)
pela Lei Complementar 89 de 25/07/2001)
§ 2º. Para efeito do disposto neste artigo, serão pre-
§ 2º. Será indeferido o pedido de prova pericial, sentes à autoridade policial deprecada a síntese da
quando a comprovação do fato independer de co- imputação, os esclarecimentos pretendidos e pedido
nhecimento especial de perito. (Redação dada pela de comunicação da data, local e horário da audiên-
Lei Complementar 89 de 25/07/2001) cia ao acusado, dando-se ciência também ao seu
§ 3º. O procurador ou defensor constituído poderá defensor. (Incluído pela Lei Complementar 89 de
assistir ao interrogatório, bem como a inquirição de 25/07/2001)
testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas per- Art. 251. Durante a instrução, os autos do procedi-
guntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, rein- mento administrativo permanecerão na repartição
quiri-las, por intermédio da autoridade que presidir o competente. (Redação dada pela Lei Complementar
processo disciplinar. (Redação dada pela Lei Comple- 98 de 12/05/2003)
mentar 89 de 25/07/2001)
§ 1º. Será concedida vista dos autos ao acusado,
§ 4º. O acusado poderá oferecer defesa prévia e mediante simples solicitação, sempre que não preju-
arrolar até cinco testemunhas dentro de três dias dicar o curso do procedimento. (Redação dada pela
após o interrogatório e juntar documentos até as ale- Lei Complementar 98 de 12/05/2003)
gações finais. (Incluído pela Lei Complementar 89 de § 2º. A concessão de vista será obrigatória, no prazo
25/07/2001) para manifestação do acusado ou para apresentação
§ 5º. Até a data do interrogatório, será designada de recursos, mediante intimação por AR. (Redação
a audiência de instrução. (Incluído pela Lei Comple- dada pela Lei Complementar 98 de 12/05/2003)
mentar 98 de 12/05/2003) § 3º. Ao advogado é assegurado o direito de retirar
§ 6º. Em qualquer fase do processo poderá o presi- os autos da repartição, mediante recibo, durante o
dente, de ofício ou a requerimento da defesa, ordenar prazo para manifestação de seu representado, salvo
diligências que entenda convenientes. (Incluído pela na hipótese de prazo comum, de processo sob regime
Lei Complementar 98 de 12/05/2003) de segredo de justiça, da existência nos autos de do-
Art. 249. Na audiência de instrução serão ouvidas, cumentos originais de difícil restauração, ou ocorrer
pela ordem, as testemunhas arroladas pelo presi- circunstância relevante que justifique a permanência
dente e pelo acusado, que em ambos os casos não dos autos na repartição, reconhecida pela autorida-
poderão exceder de cinco (5). (Redação dada pela Lei de em despacho motivado. (Incluído pela Lei Comple-
Complementar 98 de 12/05/2003) mentar 98 de 12/05/2003)
§ 1º. Tratando-se de servidor público, seu compare- Art. 252. O prazo para a conclusão da instrução do
cimento deverá ser solicitado ao respectivo superior processo administrativo, incluído o relatório da
imediato, com as indicações necessárias. (Redação autoridade disciplinar, será de sessenta (60) dias,
dada pela Lei Complementar 98 de 12/05/2003) contado da citação do acusado, prorrogável pela
Corregedoria-Geral da Polícia Civil por igual período,
§ 2º. As testemunhas arroladas pelo acusado compa- no máximo, mediante solicitação fundamentada da
recerão à audiência designada independentemente autoridade que presidir o processo. (Redação dada
de notificação. (Redação dada pela Lei Complemen- pela Lei Complementar 98 de 12/05/2003)
tar 98 de 12/05/2003)
Art. 253. Nenhum servidor policial civil poderá
§ 3º. Deverá ser notificada a testemunha cujo depoi- recusar-se a prestar depoimento, ser acareado ou
mento for relevante e que não comparecer esponta- executar trabalho de sua competência, se requisita-
neamente; (Redação dada pela Lei Complementar 98 do por autoridade disciplinar, salvo impossibilidade
de 12/05/2003) comprovada. (Redação dada pela Lei Complementar
§ 4º. Se a testemunha não for localizada, a defesa 89 de 25/07/2001)
poderá substituí-la levando na mesma data desig- Parágrafo único. O policial civil que tiver de depor
nada para a audiência outra, independente de no- como testemunha fora da sede de seu exercício, terá
tificação. (Incluído pela Lei Complementar 98 de direito a transporte e diárias na forma da legislação
12/05/2003) em vigor, podendo ainda expedir-se precatória para
§ 5º. A testemunha não poderá eximir-se de depor, esse efeito à autoridade do domicílio do depoente.
salvo se for ascendente, descendente, cônjuge, (Incluído pela Lei Complementar 98 de 12/05/2003)
ainda que legalmente separado, companheiro, Art. 254. Se houver dúvidas sobre a integridade
irmão, sogro e cunhado, pai, mãe ou filho adotivo do mental do acusado, em qualquer fase do processo
acusado, exceto quando não for possível, por outro disciplinar, será ele submetido a exame por junta
modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de médica especialmente designada, observado o
198 suas circunstâncias. (Incluído pela Lei Complementar previsto no artigo 177, desta lei. (Redação dada pela
98 de 12/05/2003) Lei Complementar 89 de 25/07/2001)
Parágrafo único. Se reconhecida a inimputabilidade I. à contagem de tempo de serviço relativo
do acusado, servirá o procedimento disciplinar para ao período em que haja estado preso ou
instruir processo de aposentadoria por invalidez. afastado do exercício, quando de processo
(Incluído pela Lei Complementar 89 de 25/07/2001) disciplinar resultar absolvição ou pena de
Art. 255. A autoridade que presidir o processo disci- advertência ou repreensão; (Redação dada
será imediatamente encaminhada a reexame pelo § 3º. O Conselho da Polícia Civil deliberará em dez
superior hierárquico. (Incluído pela Lei Complemen- dias e, se não lhe couber a decisão, o encaminhará à
tar 98 de 12/05/2003) autoridade competente.
§ 5º. O recurso será apreciado pela autoridade com- Art. 270. A decisão de julgar procedente a revisão
petente ainda que incorretamente denominado ou poderá alterar a classificação da infração, absolver o
endereçado. (Incluído pela Lei Complementar 98 de punido, modificar a pena ou anular o processo, res-
12/05/2003) tabelecendo os direitos atingidos pela decisão refor-
Art. 264. Caberá pedido de reconsideração, que não mada. (Redação dada pela Lei Complementar 98 de
poderá ser renovado, de decisão tomada pelo Go- 12/05/2003)
vernador do Estado em única instância, no prazo de
trinta (30) dias. (Redação dada pela Lei Complemen-
Capítulo XIII - Da Prescrição
tar 98 de 12/05/2003) Art. 271. Prescreverá:
Art. 265. Os recursos de que trata esta lei complemen- I. em dois anos, a transgressão punível com
tar não têm efeito suspensivo; os que forem providos a pena de advertência, repreensão ou sus-
darão lugar às retificações necessárias, retroagindo pensão; e
seus efeitos à data do ato punitivo. (Redação dada II. em cinco anos, a transgressão punível com
pela Lei Complementar 98 de 12/05/2003) a cassação de aposentadoria, disponibili-
Art. 266. A decisão final não se fundamentará em dade e de demissão.
manifestações técnico-jurídicas não compreendi- Art. 272. O prazo de prescrição contar-se-á do dia em
das no âmbito da relação processual, ressalvadas as que a transgressão se consumou.
oriundas da Procuradoria-Geral do Estado. (Redação § 1º. Nos casos de transgressões permanentes ou
dada pela Lei Complementar 98 de 12/05/2003) continuadas, o prazo de prescrição contar-se á do dia
Capítulo XII - Da Revisão do Processo em que cessou a permanência ou continuação.
Disciplinar § 2º. Quando ocorrerem circunstâncias que impeçam
Art. 267. Admitir-se-á, a qualquer tempo, a revisão o imediato conhecimento de existência de transgres-
de punição disciplinar, se surgirem fatos ou circuns- são, o tempo inicial da prescrição será o dia em que
tâncias ainda não apreciados, ou vícios insanáveis a autoridade competente dela tomar conhecimento.
de procedimento, que possam justificar redução ou § 3º. A transgressão também prevista como crime,
anulação da pena aplicada. (Redação dada pela Lei prescreverá nos mesmos prazos estipulados pela lei
Complementar 98 de 12/05/2003) penal.
§ 1º. Não constitui fundamento para revisão a § 4º. A citação do sindicado ou acusado interrompe o
simples alegação de injustiça da penalidade. curso do prazo prescricional.
§ 2º. Será indeferido “in limine” o pedido, se não for
devidamente fundamentado. Título VIII - Das Disposições Gerais
§ 3º. A revisão poderá ser requerida pelo cônjuge, Art. 273. Os funcionários não pertencentes às carrei-
descendente, ascendente, ou irmão do servidor ras policiais, quando em exercício em qualquer das
policial civil, se este houver falecido ou tiver sido de- unidades enumeradas no artigo 5º., ficarão, igual-
clarado ausente ou incapaz. mente, sujeitos ao regime disciplinar estabelecido
nesta lei.
§ 4º. Não será admitida reiteração de pedido pelo
mesmo fundamento. (Incluído pela Lei Complemen- Art. 274. Os integrantes das carreiras policiais civis
tar 98 de 12/05/2003) terão regime especial de trabalho, em base de ven-
cimentos fixados e atualizados por lei, levando-se
§ 5º. O ônus da prova cabe ao requerente. (Incluído em conta a natureza especifica das funções e as con-
pela Lei Complementar 98 de 12/05/2003) dições para seu exercício, o risco de vida a elas ine-
§ 6º. Os pedidos formulados em desacordo com este rentes, a irregularidades dos horários de trabalho,
artigo serão indeferidos. (Incluído pela Lei Comple- sujeitos a plantões noturnos e chamados a qualquer
mentar 98 de 12/05/2003) hora, bem como, a proibição legal do exercício legal
§ 7º. A pena imposta não poderá ser agravada pela de outras atividades remuneradas, ressalvado o ma-
revisão. (Incluído pela Lei Complementar 98 de gistério. (Redação dada pela Lei Complementar 35 de
12/05/2003) 24/12/1986)
Art. 268. O pedido será dirigido ao presidente do § 2º. Para os serviços realizados em forma de rodízio
Conselho da Polícia Civil que se o deferir, designa- ou dependente de escala, o horário de trabalho,
rá autoridade revisora para proceder a revisão. bem como, os períodos de descanso, serão fixados
(Redação dada pela Lei Complementar 89 de na medida das necessidades do serviço policial e da
25/07/2001) natureza das funções.
Parágrafo único. Não poderá ser revisor a autorida- Art. 275. As Delegacias de Polícia instaladas nas
de que tiver presidido o procedimento administrativo sedes de Comarcas, serão obrigatoriamente chefia-
em revisão. (Redação dada pela Lei Complementar das por Delegado de Polícia de Carreira.
89 de 25/07/2001) § 1º. O servidor policial civil poderá ser designado
Art. 269. Apensado o pedido ao processo disciplinar a para qualquer município, observada, sempre que
ser revisto, terá início, dentro de dez dias, a produção possível, a correspondência da classe funcional com
das provas indicadas pelo requerente, em prazo não a classificação da unidade policial.
superior a trinta dias. § 2º. Na existência de servidor policial civil, é vedado
200 § 1º. Concluída a instrução, será aberta vista ao re- o preenchimento de funções policiais por pessoal
querente, pelo prazo de cinco dias, para as alegações. estranho ao Quadro de Pessoal da Polícia Civil.
Art. 276. Toda atividade vinculada à função policial no inciso II, do art. 84, combinado com o art. 86 e pa-
ou dela decorrente, inclusive os cursos ministra- rágrafos, desta Lei, desde que a esteja percebendo ao
dos pela Escola de Polícia Civil, serão avaliados pelo formular o pedido de inativação. (Redação dada pela
Conselho da Polícia Civil. Lei Complementar 19 de 29/12/1983)
§ 1º. Os cursos de formação e de aperfeiçoamen- Art. 286. Os funcionários estranhos ao Quadro de
trata de direito penal deve ter origem no legisla- Pena 6 a 10 anos Pena 4 a 8 anos
tivo da União. Portanto, no congresso Nacional. (revogada por lei “B”)
É o que preleciona o Art. 22 da Carta Política. Aplica-se a Lei “B”
CERTO. De acordo com o Art. 22 CF: “Compete privati- (mais favorável ao réu)
vamente à União legislar sobre: I- direito civil, comer-
cial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho”. Em regra, o código penal sempre adota a Lei vigente,
“A”, no momento da ação ou omissão do agente, sendo
09. O enunciado segundo o qual “não há crime sem assim, se nesta época é cometido um crime, aquele irá
lei anterior que o defina, nem pena sem prévia responder sobre o fato descrito no tipo penal. Contudo,
cominação legal” traz insculpidos os princípios da por vezes, o processo se estende no tempo, e o jul-
reserva legal ou legalidade e da anterioridade. gamento do agente demora a acontecer, nesse lapso
CERTO. São princípios do Art. 1º do CP: Legalidade, temporal, caso surgir uma nova lei, “B”, que torne mais
Anterioridade e Reserva Legal. branda a sanção aplicada sobre o agente, esta irá retroa-
10. É correto afirmar que não existe a figura da gir ao tempo do fato, beneficiando o réu.
analogia no direito penal. Ultra - Atividade da Lei
ERRADO. O direito penal brasileiro permite somente a 2000 2005 2008
analogia in bonam partem.
11. Analogia em direito penal somente poderá ser
usada em favor do indivíduo, de toda sorte, a Lei “A” (mais benéfica) Lei “B” Aplica-se
doutrina majoritária assim admite-a, sendo Pena 4 a 8 anos (mais gravosa) a lei “A”
classificada como analogia in bonam partem. Lei revogada Pena 6 a 10 anos mesmo revogada
CERTO. A única forma de analogia admitida no direito
pátrio é a in bonam partem. Não obstante, a regra da irretroatividade, pode
12. Em relação ao Direito Penal e levando-se em ocorrer a chamada ultra-atividade de lei mais benéfica.
consideração as normas constitucionais, analise Seria o caso em que, no momento da ação vigorava a
as afirmativas a seguir: lei “A”, entretanto, no decorrer do processo, entrou
I. É correto afirmar que medidas provisórias, por ter em vigência nova lei “B”, revogando a lei “A”, tornando
força de lei, podem dispor sobre matéria penal. mais gravosa a conduta anteriormente praticada pelo
agente.
II. No direito penal só se fala em analogia in bonan
partem, ou seja, só utiliza-se a analogia para be- Sendo assim, no momento do julgamento, ocorrerá
neficiar o acusado. a ultra-atividade da lei, ou seja, a lei “A”, mesmo não
estando mais em vigor, irá ultra-agir ao momento
III. Pode-se afirmar que, no direto penal a regra do julgamento para beneficiar o réu, por ser menos
geral é irretroatividade de lei. gravosa a punição que o agente irá receber.
São verdadeiras somente as afirmativas: Abolitio Criminis (abolição do crime)
a) I e II;
b) I e III; Retroage
c) II e III;
d) I, II e III; 2005 2007
e) III Lei “B” deixa de
Lei “A”
RESPOSTA. C. De acordo com o direito pátrio, só é considerar como
Pena 6 a 20 anos
adotada a analogia in bonam partem, ou seja, a favor crime o fato
do agente. Em regra, no direito penal, a lei nunca re- descrito na Lei “A”
troagirá, salvo para beneficiar o acusado.
→→ Consequências:
Lei Penal no Tempo ˃˃ Tranca e extingue o inquérito policial e a ação
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei pos- penal;
terior deixa de considerar crime, cessando em virtude ˃˃ Cassam imediatamente a execução de todos os
dela a execução e os efeitos penais da sentença con-
denatória. efeitos penais.
Parágrafo único: A Lei posterior, que de qualquer →→ Abolitio Criminis:
forma modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos ˃˃ Não alcança os efeitos Civis da condenação.
anteriores, ainda que decididos por sentença transi-
tada em julgado. Em relação ao Abolitio Criminis, ocorre o seguinte
Conflito Temporal fato: quando uma conduta que antes era tipifica como
crime pelo código penal, deixa de existir, ou seja,
→→ Regra: Irretroatividade da Lei; passa a não ser mais considerada crime, dizemos que
210 →→ Exceção: Retroatividade para beneficiar o réu. ocorreu a “abolição do crime”. Diante disso, cessam
imediatamente todos os efeitos penais que incidiam 05. Em relação a normas penais no tempo, é correto
sobre o agente: tranca e extingue o inquérito policial, afirmar que:
caso o acusado esteja preso deve ser posto em liber- a) Lei antiga mais benéfica retroage para benefi-
dade. Entretanto, não extingue os efeitos civis, ou seja, ciar o réu.
caso o agente tenha sido impelido em ressarcir a vítima b) Lei mais gravosa deve retroagir, pois ninguém
da sua conduta mediante o pagamento de multa, essa, pode escusar o seu conhecimento.
duração ou cessadas as circunstâncias que a determina- ERRADO. De acordo com o Art. 4 do CP: considera-
ram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência”. -se praticado o crime no momento da ação ou
omissão, ainda que outro seja o momento do resul-
Tempo do Crime tado (Teoria da Atividade).
Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento 02. De acordo com a Teoria da Atividade, insculpida
da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento no art. 4º do CP, considera-se praticado o crime
do resultado. no momento em que foi praticada a conduta
(ação ou omissão), independentemente de
→→ Teoria da Atividade: O crime reputa-se praticado quando ocorrerá o resultado.
no momento da conduta (momento da execução).
CERTO. É o que diz o Art. 4º do CP: Considera-se prati-
cado o crime no momento da ação ou omissão, ainda
que outro seja o momento do resultado.
A imputabilidade do agente deve ser aferida no Lugar do Crime
momento em que o crime é praticado. Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar
em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em
3 meses depois parte, bem como onde se produziu ou deveria pro-
“A” com 17 anos e 11 meses “B” Morre duzir-se o resultado.
Atira em “B” “A” com + de →→ Teoria da Ubiquidade: utilizada no caso de um crime
18 anos ser praticado em território nacional e o resultado ser
produzido no estrangeiro. O foro competente será
Este princípio traz o momento da ação do crime, ou
seja, independente do resultado, para aplicação da lei tanto o do lugar da ação ou omissão quanto o do local
penal, é considerado o momento exato da prática deli- em que produziu ou deveria produzir-se o resultado.
tuosa, seja ela comissiva - ação - ou, omissiva - omissão. Ambos os lugares são competentes para julgar o processo
»» Ex.: caso um menor “A”, cometa disparos de
arma de fogo contra “B”, vindo a feri-lo, entre- “A”, manda uma A carta explode
tanto, devido às lesões causadas pelos disparos, carta bomba pelo efetivamente em
três meses depois do fato, “B” vem a falecer. correio para LONDRES LONDRES
Nessa época, mesmo “A” tendo completado Local da ação Local que produziu ou
sua maioridade penal - 18 anos - ainda assim ou Omissão deveria produzir o resultado
não poderá ser punido, pois, no momento em
que praticou a conduta (disparos contra “B”), »» Ex.: nesse caso “A”, residente do Brasil, enviou
era inimputável. uma carta bomba pelo correio para Londres,
Devemos, contudo, ficar atentos aos crimes per- sendo assim, a carta efetivamente explode,
manentes e continuados, no caso do sequestro, por assim, tanto o Brasil, quanto a Inglaterra serão
exemplo, em que o crime se consuma a todo instante competentes para julgá-lo.
em que houver a privação de liberdade da vítima.
3 meses depois
“A” com 17 anos e 11 meses
˃˃ Não existe a teoria do “resultado”.
sequestra “B” Preso com
˃˃ São considerados para os crimes à distância,
18 anos países diferentes.
Crime de sequestro ˃˃ Não confundir os artigos
L ugar Art. 6º
Nesta situação em questão, “A” não será mais U biquidade
inimputável, pois no momento de sua prisão já havia
completado 18 anos, não considerado neste caso, o T empo Art. 4º
momento em que se iniciou a ação, mas sim, quando A tividade
cessou.
01. (CESPE) Apresentada a situação hipotética a 01. O nosso Código Penal adotou a Teoria do Re-
seguir, julgue o item: Manoel, com 22 anos de sultado como se observa no artigo 6º deste
idade, efetuou um disparo contra um adoles- Diploma Legal.
cente que completaria 14 anos no dia seguinte. ERRADO. De acordo com o Art. 6º do CP “Considera-se pra-
Em razão das lesões provocadas pelo disparo, o ticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão,
adolescente faleceu, já tendo completado os 14 no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou
212 anos de idade. deveria produzir-se o resultado”. Teoria da Ubiquidade.
Da Lei Penal no Espaço c) praticados em aeronaves ou embarcações
brasileiras, mercantes ou de propriedade
Da Aplicação da Lei Penal no Espaço privada, quando em território estrangeiro
e aí não venham a ser julgados.
Da Territorialidade § 1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo
Antes de iniciar o estudo do tópico, temos que ter a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no
em mente que iremos estudar a Lei Penal e não a Lei estrangeiro.
pendência na ordem internacional (lá fora ninguém de coordenar, de direcionar e de fixar planos e diretri-
manda no Estado) e supremacia na ordem interna zes de atuação do Estado. O governo é o conjunto de
(aqui dentro quem manda é o Estado). Poderes e órgãos constitucionais responsáveis pela
função política do Estado.
Elementos do Estado O governo está diretamente ligado com as decisões
˃˃ Território: é a base fixa do Estado (solo, subsolo, tomadas pelo Estado. Exerce a direção suprema e
mar, espaço aéreo). geral uma analogia, podemos dizer que o governo é o
˃˃ Povo: é o componente humano do Estado. cérebro do Estado.
˃˃ Governo Soberano: é o responsável pela Função de Governo e Função Administrativa
condução do Estado. Por ser tal governo É comum aparecer em provas de concursos públicos
soberano, ele não se submete a nenhuma questões que confundem as ideias de governo e de ad-
vontade externa, pois, relembrando, lá fora ministração pública. Para evitar esse tipo de pegadinha,
o Estado é independente e aqui dentro sua analisaremos as diferenças entre as expressões:
vontade é suprema, afinal, a vontade do Estado é O governo é uma atividade política e discricionária
a vontade do povo. e tem conduta independente3.
Formas de Estado A administração é uma atividade neutra, normal-
Temos duas formas de Estado: mente vinculada à lei ou à norma técnica, e exercida
˃˃ Estado Unitário: é caracterizado pela centra- mediante conduta hierarquizada4.
lização política; não existe divisão em estados Não podemos confundir Governo com Adminis-
membros ou municípios, há somente uma esfera tração Pública, pois governo se encarrega de definir
política central que emana sua vontade para todo os objetivos do Estado e definir as políticas para o
o país. É o caso do Uruguai. alcance desses objetivos; a Administração Pública
˃˃ Estado Federado: caracteriza-se pela descentrali- se encarrega simplesmente em atingir os objetivos
zação política; existem diferentes entidades políti- traçados pelo governo.
cas autônomas que são distribuídas regionalmen- O governo atua mediante atos de soberania ou,
te e cada uma exerce o poder político dentro de pelo menos, de autonomia política na condução dos
sua área de competência. É o caso do Brasil. negócios públicos. A Administração é atividade neutra,
Poderes do Estado normalmente vinculada à lei ou à norma técnica.
Governo é conduta independente, enquanto a Admi-
Os poderes do Estado estão previstos no texto nistração é hierarquizada.
Constitucional.
O Governo deve comandar com responsabilidade
Art. 2º São Poderes da União, independentes e har- constitucional e política, mas sem responsabilidade
mônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judi-
ciário. (ver CF/88) técnica e legal pela execução. A Administração age sem
responsabilidade política, mas com responsabilidade
Os poderes podem exercer as funções para que técnica e legal pela execução dos serviços públicos.
foram investidos pela Constituição Federal (funções
típicas) ou executar cargos diversas das suas competên-
Sistemas de Governo
cias constitucionais (funções atípicas). Por esse motivo, Sistema de governo se refere ao grau de dependên-
não há uma divisão absoluta entre os poderes, e sim cia entre o poder legislativo e executivo. Diz respeito
aos seguintes:
relativa, pois o Poder Executivo pode executar suas
funções típicas (administrar) e pode também iniciar o →→ Parlamentarismo
processo legislativo em alguns casos (pedido de vagas ˃˃ É caracterizado por uma grande relação de de-
para novos cargos). Além disso, é possível até mesmo pendência entre o poder legislativo e o executivo.
legislar no caso de medidas provisórias com força de lei. ˃˃ A chefia do Estado e a do Governo são desempe-
Esquema Didático nhadas por pessoas distintas.
»» Chefe de Estado: responsável pelas relações in-
Poderes Funções Típicas Funções Atípicas ternacionais.
Legislativo
Criar Leis Administrar »» Chefe de Governo: responsável pelas relações
Fiscalizar (tribunal de contas) Julgar Conflitos internas, o chefe de governo é o da Administra-
Executivo Administrar
Criar Leis ção pública.
Julgar Conflitos
→→ Presidencialismo
Administrar
Judiciário Julgar Conflitos ˃˃ É caracterizado por não existir dependência, ou
Criar Leis
quase nenhuma, entre o poder legislativo e o
É importante notar que a atividade administrati- executivo.
va está presente nos três poderes, por isso, o Direito ˃˃ A chefia do Estado e a do Governo são represen-
Administrativo, por ser um dos ramos do Direito tadas pela mesma pessoa.
Público, disciplina não somente a atividade adminis- ˃˃ O Brasil adota o presidencialismo.
trativa do Poder Executivo, mas também a do Poder
418 Legislativo e do Judiciário.
3 Conceito de Governo do professor Hely Lopes Meirelles.
4 Conceito de Administração Pública do professor Hely Lopes Meirelles.
Formas de Governo Administração Pública Brasileira, que, conforme
veremos a seguir, adota o modelo formal de classi-
Forma de governo se refere à relação entre gover- ficação.
nantes e governados5.
→→ Monarquia
Sentido Formal / Subjetivo
supremacia na interna).
˃˃ Regime jurídico de direito público. Autarquias
Fundações Concessões
˃˃ Autonomia: Públicas
Empresas Públicas
Permissões
Autorizações
»» Política; Sociedades de
Economia Mista
PERSONALIDADE JURÍDICA Direito Público Direito Público Direito Privado Direito Privado Direito Privado
424
estadual
03. (CESPE) A desconcentração administrativa 13. (CESPE) Não se admite a criação de fundações
consiste na distribuição interna de competên- públicas para a exploração de atividade econômica.
cias, no âmbito de uma mesma pessoa jurídica; Certo ( ) Errado ( )
a descentralização administrativa pressupõe a 14. (CESPE) Empresas públicas são pessoas jurídicas
» Ex.: Perícia nos vestígios do crime. tigações. Tal regra é considerada não recepcionada pela
Para que essas provas tenham valor probatório de Constituição Federal, ou seja, ela não tem mais aplicação
justificar uma sentença na fase processual, é neces- prática, pois a CF em seu Art. 136, que trata do Estado
sário que elas sejam submetidas à ampla defesa e ao de Defesa, veda a adoção dessa medida em tal ocasião.
contraditório diferido ou postergado, ou seja, durante Então, o entendimento é que se eu não posso utilizar da
a fase processual. incomunicabilidade em uma situação de anormalidade,
c) Prova Antecipada: não posso fazer uso dela em caso de normalidade.
Aqui nos referimos às provas que, em regra, É importante saber que a incomunicabilidade
deveriam ser colhidas durante o curso do processo e não foi recepcionada pela CF e está tacitamente sem
não durante o inquérito policial. Em alguns casos, é efeitos, mas suas regras são cobradas em questão de
possível que o juiz antecipe a oitiva de uma testemunha concurso público e vamos estudá-las, a fim de que
para a fase das investigações, quando houver receio possamos enfrentá-las com facilidade.
de que ela morra (idade avançada ou doença grave), I. Regras:
ou então que a vítima se mude definitivamente para a) Cabimento:
outro lugar, inviabilizando a sua audição. Nesse caso, » Interesse da sociedade.
não tem o que se falar em contraditório e ampla-defe-
sa diferido, pois o exercício desses direitos acontece- » Conveniência da investigação o exigir.
rá durante a realização da prova, que será antecipada b) Prazo:
para o inquérito policial. Esse é o contraditório real. » 3 dias.
Exemplo: c) Forma:
»» Art. 225 do CPP: Se qualquer testemunha » Decreto fundamentado do juiz a requerimento
houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou do delegado ou do MP.
por velhice, inspirar receio de que ao tempo da II. A incomunicabilidade não atinge o JUIZ, o MP e
instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de os advogados.
ofício ou a requerimento de qualquer das partes,
tomar-lhe antecipadamente o depoimento. Notícia Crime
Notícia crime (notitia criminis) é a forma como é
Vícios denominado o conhecimento espontâneo ou provo-
Os vícios do inquérito policial são seus defeitos ou cado por parte da autoridade policial de um fato apa-
nulidades e a dúvida é se aqueles podem ou não causar rentemente criminoso. Por meio dela, a autoridade
nulidades ao processo futuro. A resposta é negativa, policial dará início às investigações.
pois o inquérito policial não tem a força de condenar →→ Destinatários da notícia crime
ninguém, sendo assim, os seus defeitos serão apurados Um fato aparentemente criminoso pode ser comu-
pelos órgãos competentes (corregedoria, MP). Dessa nicado ao JUIZ, ao MP ou ao DELEGADO.
forma, podemos concluir que o delegado não pode Quando quem recebe a notícia crime é o juiz ou o
ser considerado impedido ou suspeito de presidir o IP MP, eles requisitarão ao delegado o início das investi-
pelas futuras partes. gações.
→→ Classificação da notícia crime
Prazos para a Conclusão dos In- Ela é classificada em direta ou indireta, conforme
quéritos Policiais veremos a seguir:
I. Notícia crime direta (cognição imediata ou es-
Autoridade Indiciado Preso Indiciado Solto pontânea):
30 dias prorrogá- A autoridade policial toma conhecimento de um fato
Delegado Estadual veis pelo juiz por supostamente criminoso por meio da atuação da própria
10 dias improrrogáveis
Art. 10 do CPP quantas vezes
forem necessárias. polícia, q