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Após um embate titânico contra os profetas de baal, onde 450 deles morrem e o povo é
constrangido a reconhecer sua maldade e culpa, Elias é ameaçado por Jezabel, esposa do rei
Acabe. O fato de ver o mal aparentemente triunfando sobre o bem, leva Elias a fugir para o
deserto, para fora dos limites do Reino do Norte. Lá não seria seguido, poderia se isolar sem que
qualquer pessoa pudesse de alguma forma influenciar seus pensamentos e desejos. E é nesse
quadro de isolamento e sentimentos conturbados pedindo para si a morte que o profeta descobre
algumas características do deserto.
1. Ele descobre que Deus está sempre presente, inclusive nas adversidades
Elias caminha pelo deserto por algum tempo e encontra um zimbro, sob a sombra do qual
pede a morte (4 ver). A tristeza havia tomado conta de seu coração e a dor invadira sua alma. E
é nesse contexto de incertezas que o cuidado amoroso de Deus para com o seu servo fica
evidente. As experiências emocionais pelas quais o profeta tinha acabado de passar deixaram
nele as suas marcas. Mas Deus graciosamente envia um anjo que por duas vezes o acorda e o
incita a comer (5-7 ver), pois ainda havia muito trabalho a ser feito e Elias não podia ficar ali
parado, inerte, alimentando seu sentimento de autocomiseração. Ele precisava alimentar-se para
que tivesse forças para continuar a jornada e cumprir o propósito Divino.
Existem dois momentos na vida em que realmente mostramos quem somos: um deles é
quando estamos por cima, com dinheiro e poder em nossas mãos e o outro é quando estamos
por baixo, necessitados e frágeis.
Há pessoas que, pelo fato de terem melhores condições financeiras, exaltam a si mesmas
tornando-se soberbas e arrogantes. Em vivo contraste, outras abrem seu coração para ajudar
aos necessitados. O mesmo ocorre quando tais pessoas são fragilizadas pelas circunstâncias
adversas da vida, alguns se humilham e abrem seu coração em busca de alívio e consolo, outros,
procuram alguém em quem pôr a culpa e quando não encontram, culpam o próprio Deus, por
suas desventuras.
Embora, não culpasse diretamente a Deus pelo que estava passando, Elias, procurava
mostrar-se o mais justo e honesto dos homens, esperando que Deus agisse com base nos feitos
humanos. O verso 10 deixa isso muito claro (ver).
Em meio à crise temos ao menos duas opções: ficamos lamentando e chorando ou nos
levantamos, ouvimos a voz de Deus e saímos da caverna.
Quando alguém foca apenas nos obstáculos da vida, fica como certo elefante que quando
filhote havia sido preso a uma estaca que era maior do que ele e debatendo-se durante horas,
tentando soltar-se sem êxito, desistiu. Depois de adulto nunca mais tentou libertar-se, pois não
tinha consciência de sua força, não sabia que agora ele era maior que a estaca que o prendia.
Quem olha para as intempéries da vida, deixa de visualizar as maravilhas de Deus.
Embora Elias quisesse simplesmente sofrer de maneira isolada, sentindo-se o único justo
sobre a face da terra, num profundo sentimento de autocomiseração, Deus o convida para sair
da caverna e apresentar-se perante o Senhor e assim ver que ainda há muito a ser feito.
Ao sair da caverna onde se escondera Elias recebe de Deus novas ordens que
desencadeiam uma série de eventos que culminam na morte de Acabe e de Jezabel e também
na abolição da adoração a Baal pelas mãos de Jeú em II Reis 10.
É importante percebermos que Deus tem um tempo certo para cada uma de suas
realizações em nossa vida. Ele nem se adianta, nem se atrasa, chega na hora certa.
Não espere maravilhas e prodígios acontecerem para atender ao chamado Divino, saia
da caverna e ouça a voz do Redentor.
Conclusão
Para concluir gostaria apenas de enfatizar que o deserto pode nos trazer diversas lições,
tudo depende do ponto de vista pelo qual resolvemos olhar para ele.
Se Deus tem lhe chamado para uma determinada obra não se esconda na caverna, não
fique se lamentando e se dizendo incapaz, pois assim, você deixará de desfrutar as maravilhosas
bênçãos de Deus para sua vida.