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Quem é
Jesus?
Estudos baseados no
evangelho de João
Untitled-1 1 08/05/2009 01:05:48
MISSÃO DA ESCOLA BÍBLICA
————————————————————————————
Transformar as pessoas
em discípulas de Cristo,
através do ensino e da prática
da palavra de Deus.
B ÍBLICAS
LIÇÕES
expediente
REDAÇÃO – Rua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – Centro – São Paulo – SP – CEP 01014-030
Fone: (11) 3119-6457 – Fax: (11) 3107-2544 – www.portaliap.com – secretariaiap@terra.com.br
Estudos baseados no
Evangelho de João
SUMÁRIO
ABREVIATURAS 4
APRESENTAÇÃO 5
ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES E
VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS NAS LIÇÕES
BLH – Bíblia na Linguagem de Hoje BV – Bíblia Viva
RA – Revista e Atualizada BJ – Bíblia de Jerusalém
RC – Revista e Corrigida TEB – Tradução Ecumênica da Bíblia
NVI – Nova Versão Internacional NTLH – Nova Tradução na Ling. de Hoje
APRESENTAÇÃO
www.portaliap.com | 7
Em primeiro lugar, o texto nos informa o nome da pessoa escolhi-
da para anunciar a respeito da luz: ... chamava-se João; este veio (...)
para dar testemunho da luz (Jo 1:6-7). É bom lembrarmos que o autor
do evangelho não está se referindo a si mesmo, mas a outro João, o
Batista, um homem preocupado com a luz, enquanto a maioria vivia
em trevas. Além do nome, em segundo lugar, o texto nos informa o
conteúdo da mensagem anunciada: João testifica a respeito dele e ex-
clama: (...) O que vem depois de mim tem primazia porque foi primeiro
do que eu (Jo 1:15). João veio como testemunha. Sua única mensa-
gem era a luz dos homens: Jesus.5
3. A maneira da intervenção: João falou do agente e do preparo da
intervenção. O texto continua e, no versículo 14, ele mostra a maneira.
Leia o texto com atenção: O Verbo se fez carne, e habitou entre nós (Jo
1:14a – grifo nosso). É isso mesmo! Você não leu errado. Jesus se fez
homem. Aquele que criou o mundo, que existia antes do mundo, veio
participar da história do mundo. Entretanto, ele se fez. Aqui, há um sen-
tido especial. O texto afirma que Jesus se tornou uma pessoa humana
histórica e real, mas não sugere que ele deixou de ser o que era antes.6
Jesus abriu mão da sua posição e não da sua divindade (Fp 2:5-6). Ele era,
ao mesmo tempo, Deus e homem.7
O fato de Jesus assumir a natureza humana, sem deixar de lado a divi-
na é um enigma que já tirou o sono de muitos.8 Como isso foi possível?
Tudo começou com o nascimento virginal de Jesus (cf. Mt 1:18). Deus en-
trou no mundo como um bebê. Cresceu como uma criança judia normal.
“Se o líder da sinagoga em Nazaré soubesse quem estava ouvindo seus
sermões...”.9 Durante sua vida, sentiu o que sentimos. Derramou lágrimas
(Jo 11:35), sentiu medo (Lc 22:42), teve sede (Jo 19:28), fome (Mt 4:2),
cansou-se (Jo 4:6). Não viveu numa “separação elevada”, mas “conosco”,
como um de nós, no meio das multidões, ocupado, assediado.
4. O objetivo da intervenção: Qual a razão de o Filho de Deus morar
entre nós? A Bíblia responde. A intervenção de Jesus, o Verbo encarnado,
tem objetivos bem definidos. O primeiro deles está relacionado com a
5. Allen (1983:257).
6. Hendriksen (2004:118).
7. Bruce (1987:45).
8. Para mais informações, leia as lições 2, 3 e 5 da série: Jesus: Vida e Obra, publicada pela
IAP (Nº 281 – Edição de Out/Dez 2007).
9. Lucado (1998:24).
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3. Após ler Jo 1:14; Mt 1:18 e todo o conteúdo do item 3 do
comentário anterior, comente sobre a maneira da intervenção.
2. A intervenção de Jesus exemplifica atitudes que devem ser imitadas.
Em sua primeira carta, Pedro, de forma magistral, ressaltou algumas
atitudes tomadas por Jesus, enquanto viveu entre nós: Ele não cometeu
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CONCLUSÃO: Pela graça e para a glória de Deus, estamos chegan-
do ao fim do nosso primeiro estudo desta nova série de lições bíbli-
cas. Diante de tudo o que foi considerado, você consegue entender
a importância de saber que Jesus viveu entre nós? Se a resposta for
sim, parabéns! “Ninguém me entende” não será uma frase usada por
você, pois você sabe que, quando estiver alegre por uma promoção
alcançada, por uma boa notícia, por uma data especial, ou quando
estiver triste por qualquer motivo, Jesus, aquele que intervém, o com-
preende. Ele já foi um de nós. Amém!
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Caná da Galiléia, achando-se ali a mãe de Jesus. Jesus também foi convi-
dado, com os seus discípulos, para o casamento, (Jo 2:1-2). A análise desse
episódio revela-nos os sentimentos de sociabilidade e solidariedade de-
monstrados por Jesus, assim como sua sabedoria e seu poder.
1. Olhando para a sociabilidade de Jesus: Participando daquela fes-
ta como convidado, Jesus teve a oportunidade de revelar o lado social do
evangelho. Portanto, com base nesse exemplo de Cristo, nenhum cristão
está impedido de participar de eventos sociais, desde que neles prevale-
çam a decência, a ordem e os bons princípios. Jesus sempre esteve pre-
sente em ajuntamentos, desde que neles pudesse fazer algo para a glória
do Pai. Esteve em jantares (Jo 12:1 e 2); velórios (Lc 7:12-15); sinagogas
(Mt 4:23; 9:35), festas de casamento (Jo 2:1-11), e até nas praias (Mt 13:2;
Mc 4:1; Lc 5:3, etc.).
As festas de casamento entre os judeus, naquela época, costumavam
durar até uma semana. Em razão disso, todos os preparativos deveriam
ser feitos com antecedência e levando-se em consideração o tempo de
duração da festa e o número dos convidados. A anfitriã, nestes casos, a
família do noivo, era a responsável pelas despesas e pela organização
geral, de modo a proporcionar aos convidados o melhor atendimento
possível. Havia um mestre-sala e serventes na prestação desse atendi-
mento. Um detalhe: o vinho de boa qualidade não podia faltar à mesa,
enquanto durasse a festa.
2. Olhando para a solidariedade de Jesus: Enquanto a festa se de-
senrolava, Maria, mãe de Jesus, percebeu que o vinho que estava sendo
servido aos convidados se acabara, e, embora os convidados de nada
soubessem, nos bastidores, isto já não era mais segredo. Os responsáveis
pela festa, preocupados, não sabiam o que fazer. O clima entre eles era de
desapontamento. Ciente disto, Maria, discretamente, confidenciou a Je-
sus: Eles não têm mais vinho (Jo 2:3). A atitude tomada por sua mãe revela
que ela cria firmemente numa solução do problema por parte de Jesus.
A informação dada a Jesus por Maria teve o significado de um pedi-
do de socorro. Foi como se ela dissesse: Faze alguma coisa por eles. A
resposta de Jesus foi: Ainda não é chegada a minha hora (Jo 2:4). Não
queria prevalecer-se de sua autoridade como Filho de Deus e nem queria
chamar para si a atenção dos circunstantes, principalmente porque, se-
gundo ele, o momento certo ainda não era chegado. Sua mãe também
não insistiu; ao informar-lhe, retirou-se, depois de ter recomendado aos
serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser (Jo 2:5). Jesus, porém, no seu
íntimo, solidarizou-se com aquela família e decidiu ajudá-la.
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milagres que induzam à glória de Deus, milagres que levem as pessoas
a se converterem a Cristo, a renunciarem os prazeres do mundo e a se
submeterem aos sãos ensinos do evangelho (cf. At 4:32-33; 5:12-16).
Hoje, muitos estão em busca de sinais que redundem em glória para si
mesmos. Isso contraria o espírito do verdadeiro evangelho. Na segunda
parte deste nosso estudo, temos os passos que precisamos dar para
que o milagre da transformação aconteça em nossas vidas.
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10). A lição que precisamos aprender, aqui, está associada à atitude de
obediência daqueles serventes. Jesus está sempre pronto a satisfazer
as nossas necessidades, quando a ele recorremos, mas espera de nossa
parte que estejamos também dispostos a seguir a orientação que ele
nos dá, fazendo o que ele nos manda. Um gesto de obediência e sub-
missão pode mover o coração de Deus a nosso respeito.
1. Spangler (2003:304)
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Estado principal do Judaísmo, e vai para a Galileia, que se localizava na
periferia espiritual, um lugar longe do centro da religião.2 Samaria ficava
entre os dois locais, e sua população era composta por judeus misci-
genados, o que os fez perder sua pureza racial e, consequentemente,
religiosa. Jesus decide fazer essa trajetória, não por ser o caminho mais
curto, mas por um encargo divino3 (Jo 4:4). Analisemos o quão surpre-
endentemente Jesus aparece no capítulo 4 de João.
1. Jesus surpreende pela sua humanidade: Sedento (Jo 4:7), exaus-
to (v.6), faminto (v.8) e sozinho, Jesus procura um lugar para se reclinar.
Por volta do meio-dia, ele descansa à beira de um poço. Observe a
fragilidade de Jesus. Não tinha caneca, balde e corda. Olhe sua pobre-
za. Jesus despiu-se de toda sua glória, a fim de tornar-se um homem
(Fl 2:7). A humanidade genuína do nosso Salvador é evidenciada aqui.4
Mesmo sendo igual a nós, devido à vulnerabilidade física, mesmo de-
pendendo de outros para matar sua sede e sua fome (vv. 7-8), Jesus não
era comum. Ele sabia que, em Samaria, um lugar marginalizado, havia
uma mulher que carecia de sua atenção.
Como homem, Jesus poderia escolher o caminho mais curto. Sendo
Deus, ele o escolheu pensando na salvação dos samaritanos. Este é
um dos capítulos que melhor apresentam a humanidade e a divinda-
de de Jesus. Ele se mostra, ao mesmo tempo, como Filho do homem
e Filho de Deus. Somente como Deus e como homem, Jesus poderia
compreender a carência afetiva e espiritual daquela mulher. Em con-
traste com sua natureza humana e seu pedido simbólico, Jesus ofere-
ce à mulher algo duradouro e verdadeiro.
2. Jesus surpreende pelo seu comportamento: Vejamos a estra-
tégia usada por Jesus para apresentar a possibilidade de uma nova
vida. Ele pediu água à mulher samaritana. Parece um pedido simples,
e que, ao atendê-lo, ela faria uma cortesia habitual. Contudo, três fa-
tores impediam aquela situação de ser corriqueira. Em primeiro lugar,
Jesus era judeu e ela, samaritana. Veja a explicação: ... os judeus não se
dão bem com os samaritanos (Jo 4:9-NVI). Naquela época, um judeu
nunca partilharia o mesmo prato de um samaritano, temendo uma
contaminação (devido à impureza racial e religiosa). Em segundo lu-
gar, na cultura judaica, um homem não poderia falar com uma mulher
5. Stott (1921:174)
6. Allen (1987:298)
7. Bruce (2009:1718)
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tanos. Diante de tal declaração, a mulher corre a cidade para avisar aos
seus compatriotas o que lhe acontecera. Seu testemunho simples con-
duziu os samaritanos a Jesus Cristo. Ela deixou o cântaro junto ao poço,
simbolizando que já estava satisfeita espiritualmente.8
Os discípulos se surpreenderam com a cena incomum que viram. Ne-
nhum ousou questionar sobre o assunto; apenas insistiram em que Jesus
se alimentasse. Ele revelou que certas necessidades são satisfeitas so-
mente no âmbito espiritual (Mt 4:4). Vendo o embaraço dos discípulos
para compreenderem (v.33), explicou-lhes que seu alimento era fazer a
vontade do Pai. Para ele, era fundamental atender as necessidades espi-
rituais daquele povo. Usa, então, a metáfora de uma seara, para explicar
aos discípulos a missão deles. Jesus apresenta-se como o semeador e diz
que veriam muitos frutos da conversa que tivera com a samaritana. Os
discípulos, portanto, deveriam colher os frutos.
Muitos samaritanos creram em Jesus, por intermédio do testemunho
simples daquela mulher. Insistiram em que Jesus permanecesse algum
tempo com eles. Ele ficou mais dois dias com os samaritanos. Disseram
os samaritanos: Agora cremos (Jo 4:42-NVI). Primeiro creram nas pala-
vras da mulher, que expressavam o poder de Jesus; depois, creram na
pessoa de Jesus. Isso proporcionou o reconhecimento de que ele era
o Salvador do mundo.9 Jesus teve paciência em ensinar a verdade à
mulher samaritana porque seu desejo é que a salvação sempre esteja
disponível a todos que crerem.
8. Wiersbe (2007:387)
9. Alenn (1983:301)
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2. Deixe o surpreendente Jesus restaurar sua adoração.
Jesus escolheu uma mulher excluída, devido suas más escolhas, seu gê-
nero e sua origem, para dar uma das maiores lições sobre adoração. Aque-
la mulher que se preocupava apenas com a satisfação da sua própria sede
aprendeu que precisava partir de um desejo superficial para compreender
as verdades espirituais. Jesus ensina-lhe sobre a necessidade de transpa-
rência na presença de Deus. Ele mostra que não precisamos de máscaras
diante do Deus onisciente. A mulher apresentou o ritual, e Jesus, uma for-
ma de vida. Mais do que rituais de cultos vazios, frios e com pessoas que
nem ao menos sabem o que adoram, Jesus nos quer com desejo genuíno
de adorá-lo. E quer que busquemos comunhão constante com ele.
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4
25 JUL 2009
Aquele que Fortalece
Hinos sugeridos: 74 BJ • 375 CC / 79 BJ • 367 CC
Texto básico: Então, lhe disse Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e
anda. Imediatamente, o homem se viu curado e, tomando o leito, pôs-se
a andar (Jo 5:8-9a)
1. Wiersbe (2007:391).
2. César (2001:85)
3. Richards (2008:210)
4. Bruce (1987:115)
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que, quando a água é agitada, me coloque no tanque; mas, enquanto eu
vou, desce outro antes de mim (Jo 5:7). Não disse “sim” nem disse “não”.
Disse apenas que não tinha quem o auxiliasse. Faltou-lhe a objetividade
do cego de Jericó (Lc 18:35-43). Quando Jesus lhe perguntou: Que queres
que te faça? Ele respondeu prontamente: Senhor, que eu veja.
3. A autoridade daquele que fortalece: Após uma pergunta aparen-
temente estranha e uma resposta incrivelmetente imprecisa, veio uma ins-
trução grandemente intrigante: Levanta-te, toma tua cama e anda (Jo 5:8).
Fazia quase quatro décadas que aquele homem não conseguia se levantar
nem se locomover sozinho. Como, então, cumpriria a ordem dada por Je-
sus? Quem lhe deu a ordem, lhe deu o poder para cumpri-la: ...logo, aquele
homem ficou são, e tomou a sua cama (Jo 5:9a). Ele recebeu poder para
fazer o que, momentos antes, estivera bem aquém de sua capacidade.
O que ele fez depois de curado? Partiu (Jo 5:9b). Preste atenção nessa
reação, por favor. Não faltou gratidão? Faltou! “Ficamos esperando que
ele caia de joelhos ao ser milagrosamente curado, mas não faz isso”5.
Também “esperamos que ele mostre certa curiosidade sobre a pessoa
que o curou, mas ele mesmo sequer pergunta o nome de Jesus”6. A mul-
tidão que assistiu ao milagre igualmente permaneceu silenciosa. Os lí-
deres religiosos, em vez de se alegraram com o livramento maravilhoso7
daquele homem, o censuraram e o condenaram, dizendo: É sábado, não
te é lícitolevar a cama (Jo 5:10).8
4. A exigência daquele que fortalece: Ao encontrar aquele homem,
um pouco mais tarde, no templo, Jesus lhe fez uma afirmação e uma adver-
tência: Eis que já estás são não peques mais, para que te não suceda alguma
coisa pior (Jo 5:14). Alguns acreditam que, aqui, Jesus está se referindo à
condição passada daquele homem. “Isso sugere que Jesus via alguma co-
nexão, por indireta que fosse, entre esse caso de sofrimento e algum peca-
do de que o homem era culpado”.9 A coisa pior pode bem ser a morte. Pior
do que ficar trinta e oito anos doente é morrer. Às vezes (mas nem sempre
– cf. 9:2,3; II Sm 4:4; I Rs 14:4; II Rs 13:14), as doençeas são pena pelos peca-
dos cometidos pessoalmente (I Rs 13:4, II Rs 1:4, II Cr 16:12).
1. Leia Jo 5:6a e responda: O que esse texto nos ensina sobre Jesus?
Leia também o item 1.
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4. A expressão “não peques mais”, presente em Jo 5:14, pode ser
explicada de duas maneiras. Quais são elas? Leia o item 4.
5. “Se você deseja ser fortalecido, busque a pessoa certa”. Como você
explica essa expressão?
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5
1 AGO 2009
Aquele que Satisfaz
Hinos sugeridos: 412 BJ • 156 MV / 178 BJ • 145 HC
1. Rogers (2000:94).
2. Hendriksen (2004:285).
3. Bruce (1987:130).
4. Pfeiffer & Harrison (1980:192).
www.portaliap.com | 33
Não foi só porque Felipe era de Betsaida (Jo 1:44), cidade mais
próxima dali, que Jesus lhe dirigiu a pergunta. Felipe tinha de apren-
der a incluir Jesus nos seus planos. Diante do problema, a primeira
coisa que lhe veio à mente foi o “dinheiro”: Duzentos denários não
comprariam pão suficiente (Jo 6:7). Duzentos denários era o salário
de 200 dias de trabalho! Eles não tinham esse dinheiro. Ele olhou
para aquilo que lhes faltava, “em vez de ver aquilo que Deus poderia
dar”.5 Felipe esqueceu que o poder de Jesus “ultrapassava qualquer
cálculo que ele pudesse fazer”.6 Mas nem tudo estava perdido. O mé-
todo humano (de Felipe) era defeituoso; o divino (de Jesus), não.
3. A provisão daquele que satisfaz: Depois de Felipe, André cha-
mou a atenção de Jesus para um rapaz que encontrara no meio da
multidão: Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada pequenos
e dois peixinhos (Jo 6:9a). Atente para os detalhes: pães “pequenos”
e dois “peixinhos”. Esses detalhes enaltecem ainda mais o milagre!
Agora, veja a continuação da frase: ...mas o que é isso para tantos?
(Jo 6:9b). André não olhou para o “poder” de Jesus. Ele olhou a
“escassez” dos recursos. André iria aprender, naquela ocasião, que,
quando os recursos humanos se acabam, Jesus continua tendo po-
der suficiente para satisfazer as nossas necessidades. O pouco na
mão dele é muito.
Jesus começa a agir: Manda o povo assentar-se (...). Então Jesus to-
mou os pães, deu graças, e repartiu-os com os que estavam assentados.
E fez o mesmo com os peixes (Jo 6:11). O texto paralelo, no Evangelho
de Marcos, diz que todos comeram e se fartaram (Mc 6:42); e não pa-
rou por aí: Os discípulos recolheram dozes cestos cheios de pedaços
dos pães de cevada, que sobraram aos que haviam comido (Jo 6:13).
Cristo realmente satisfaz! Esse episódio foi um exemplo para Felipe,
para André, para toda a multidão presente e para nós, hoje: Em vez de
nos queixarmos daquilo que não temos, devemos agradecer a Deus
por aquilo que temos. Jesus pode multiplicar esses recursos.7
4. A instrução daquele que satisfaz: Depois do milagre, a mul-
tidão ficou extasiada, fascinada, maravilhada com o poder de Jesus,
que, sabendo que viriam arrebatá-lo para o fazerem rei, tornou a
retirar-se sozinho (Jo 6:15). Jesus partiu com seus discípulos, sem
5. Swindoll (2008:146).
6. Hendriksen (2004:289).
7. Wiersbe (2006:399).
www.portaliap.com | 35
2. Após ler Jo 6:5-7 e o item 2 do comentário anterior, responda:
A hora era tardia; o lugar, deserto e o povo não tinha o que comer,
por que motivo Jesus pediu uma sugestão a Felipe, frente
a esse problema?
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sidades.11 Você está sem forças? Desanimado? Já não vê mais saída?
Seus recursos se acabaram? Confie; você ainda tem Jesus! Ele agiu,
“apesar” da escassez dos recursos.
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I – OLHANDO PARA JESUS
Enquanto caminhava pelas ruas de Jerusalém, Jesus viu um homem
cego1 de nascença, pedindo esmolas. Os discípulos quiseram saber quem
seria o culpado por aquela situação: Mestre, quem pecou, este ou seus
pais, para que nascesse cego? (Jo 9:2). Jesus, porém, viu, naquele homem,
uma razão para que Deus fosse glorificado: Nem ele pecou, nem seus pais;
mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus (v. 3). Ao contrário
dos discípulos, Jesus foi sensível o bastante para perceber que ali estava
alguém que precisava de amparo, não de julgamento. É essa atitude aco-
lhedora do Senhor que iremos estudar a partir de agora.
1. Jesus ampara os socialmente indefesos: Se, nos dias atuais, uma
deficiência física deixa um ser humano indefeso, nos tempos de Jesus,
na região da Palestina, o problema era bem maior: não havia proteção
alguma, por parte do poder público ou da sociedade em geral, aos por-
tadores de deficiência física. Os cegos, os surdos ou os paralíticos que
não tinham família com bons recursos financeiros eram condenados a
implorar sempre pelo favor alheio para sobreviver. Para esses, não havia
perspectiva alguma de dias melhores. Antes de Jesus se manifestar em
carne, não havia quem se interessasse pela dignidade dessas pessoas.
O homem do relato de João 9, descrito como cego de nascença, vivia
nessas condições. Além de nunca ter visto, não conhecia amparo algum
por parte da sociedade. Vivia, dia após dia, assentado, pedindo esmolas
(v. 8). Uma moeda ou outra era tudo que recebia, nada mais que isso.
Ninguém procurava saber como ele se sentia, se tinha o que comer ou
onde dormir. Nem seu nome era conhecido. Porém, sua situação não foi
mais a mesma, depois que Jesus o viu. O texto bíblico diz que o Senhor
não apenas o viu, mas decidiu devolver àquele homem a dignidade e o
respeito que lhe haviam sido negados pela sociedade (vv. 1-7).
2. Jesus ampara os fisicamente inválidos: A deficiência visual2 não
apenas impede seu portador de ver a luz, contemplar paisagens belas,
discernir cores, ver as pessoas, distinguir gestos e olhares, mas o torna
incapaz para muitas atividades. Aquele homem, desde que nascera, fora
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que se manifestem nele as obras de Deus (v. 3). A cura foi a confirmação
do acolhimento espiritual que o Senhor lhe deu (v. 6).
Mas o problema da exclusão espiritual ainda não estava definitiva-
mente resolvido. Por ter se mantido firme em seu testemunho a respeito
de Jesus (vv. 15-17,25-33), o ex-cego foi banido da sinagoga, o lugar
onde deveria sentir-se acolhido. Para um judeu, não havia coisa pior.
Aquele homem estava desamparado de sua comunidade espiritual. Aos
olhos dos demais judeus, ele estava perdido, desvinculado de Deus. Mas
Jesus não pensava assim. Ao encontrar-se com o homem, o Senhor lhe
ofereceu amparo afetivo e espiritual. Ele creu em Jesus e passou a fazer
parte da família de Deus.
Ao restaurar a visão daquele homem num sábado, Jesus não quis sim-
plesmente fazer um prodígio ou causar polêmica. O Senhor quis mostrar
que veio para restaurar o ser humano em todas as suas dimensões. Em
Jesus, aquele que fora cego de nascença teve sua dignidade restaurada:
sua integridade física e seu valor social foram restabelecidos; seu valor
afetivo e espiritual, restituído. Jesus é aquele que ampara o indefeso, o
inválido, o rejeitado e o excluído. Foi para esses que ele veio e é com
esses que ele mais se importa. Todo aquele que se achega a Cristo é feito
nova criatura e pode desfrutar de acolhimento, pois o nome do Senhor é
uma torre forte para onde as pessoas direitas vão e ficam em segurança
(Pv 18:10 – NTLH).
www.portaliap.com | 43
2. Você compartilha o amparo de Jesus, quando o anuncia.
Depois de ser restaurado fisicamente por Jesus, o ex-cego de nas-
cença passou a ser notado por seus vizinhos e conhecidos. O amor
de Deus lhes foi transmitido, pois o homem não hesitava em dizer
a todos quem o havia curado (vv. 9-11) e testemunhou a respeito
de Jesus também diante dos fariseus (vv. 15,17,24-33). E você? Tem
compartilhado o amor de Jesus? O que tem respondido, quando lhe
perguntam sobre a razão da sua fé? Não tenha medo da rejeição dos
outros! Anuncie a pessoa de Cristo, seu amor, sua salvação. Não se
envergonhe daquele que ampara!
www.portaliap.com | 45
7
15 AGO 2009
Aquele que Pastoreia
1. Rops (1986:150).
2. Azevedo (2004:119).
3. Bruce (1987:194).
4. Azevedo (2004:126).
5. Lucado (2005:47).
www.portaliap.com | 47
segunda característica do ministério “pastoral” de Jesus: o cuidado. Dois
pontos podem ser ressaltados. Primeiro, o cuidado protetor de Jesus. Leia
com atenção o versículo 9a: Eu sou a porta; todo aquele que entrar por
mim, salvar-se-á (Jo 10). Outra figura entre em cena aqui: A porta. Jesus
é a porta do aprisco. Todo aquele que entra por ele salvar-se-á. O verbo
“salvar” significa “livrar de perigo e entregar em segurança”.6 Jesus estava
mostrando que cuida da segurança das suas ovelhas. Ele as protege.
Um segundo ponto que pode ser ressaltado diz respeito ao cuidado
provedor de Jesus. O texto conclui: Eu sou a porta. Quem entrar por mim
(...) poderá entrar e sair e achará comida (Jo 10:9b – NTLH). Para uma
ovelha dormir, tudo precisa estar na mais perfeita ordem, inclusive, o
estômago tem de estar cheio. Como não podem encontrar comida, as
ovelhas precisam de ajuda. Era o pastor que cuidava da alimentação do
rebanho.7 Eles davam o melhor de si para encontrarem a erva mais fresca,
pastos ricos em nutrientes, água limpa, etc. Assim é Jesus, nosso pastor.
Podemos esperar confiantes por sua proteção e provisão.
3. Um ministério sacrificial: Continuando a analisar essa metáfora
rica em significados, descobrimos uma terceira característica do minis-
tério “pastoral” de Jesus: a sacrifical. Veja o versículo 11: Eu sou o bom
pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas (Jo 10). Jesus está
mostrando que o “bom” pastor não é aquele que se preocupa primei-
ramente com o seu bem-estar, mas o que se preocupa com o bem-estar
das suas ovelhas. Esse até arrisca a sua vida para salvá-las. Os pastores
da palestina, de fato, colocavam a vida das ovelhas acima da sua.8 O
mercenário, não. Este cuida das ovelhas com outros fins. Quando o
lobo vem, deixa as ovelhas e foge (Jo 10:12).
Não perca de vista que Jesus está falando com os fariseus, com os líderes
da religião judaica. Eles só pensavam nos seus próprios interesses. Ao dizer: Eu
sou o bom pastor, Jesus estava enfatizando sua excelência como tal e contras-
tando-se com os falsos pastores daquela época. Jesus já os havia chamado
de “ladrões e salteadores” (Jo 10:1, 10) e, no versículo 11, os descreve como
“mercenários”. Eles não tinham interesse real nas ovelhas (Jo 10:13 – BV). Jesus,
sim! Ele morreu por elas. Deu sua vida, espontaneamente (Jo 10:18). Jesus, o
verdadeiro pastor, não somente cuida das ovelhas, mas comprou-as com seu
precioso sangue (I Pe 1:19-20). Seu pastoreio é sacrificial.
6. Wiersbe (2007:424).
7. Lucado (2005:27).
8. Youssef (1987:32).
27, 28 e 29
de novembro
de 2009
Estância
Árvore da Vida
Sumaré, SP
Participe desta grande festa espiritual
PROGRAMAÇÃO DO DIA 28/11/2009
ESPÍRITO SANTO:
ESPÍRITO SANTO:
ESPÍRITO SANTO:
45ª Assembleia
Um dever do consagrado,
um direito do membro
PROJETO
FICHA DE INSCRIÇÃO
Nome:
Endereço:
Bairro: Cidade: UF:
Cep: Fone: ( )
E-mail:
Idade: Pastor ( ) Presbítero ( ) Diácono ( ) Membro ( )
Região ou Setor a que pertence:
FORMA DE PAGAMENTO (Assinale a opção desejada)
INSCRIÇÃO PARA 3 DIAS – R$ 210,00
( ) 1 X R$ 210,00 com cheque para até o dia 13/11
( ) 2 X R$ 105,00 com cheque para os dias 13/10 e 13/11
( ) 3 X R$ 70,00 com cheque para os dias 13/09, 13/10, 13/11
( ) 4 X R$ 52,50 com cheque para os dias 13/08, 13/09, 13/10, 13/11
INSCRIÇÃO PARA 2 DIAS – R$ 150,00
( ) 1 X R$ 150,00 com cheque para até o dia 13/11
( ) 2 X R$ 75,00 com cheque para os dias 13/10 e 13/11
( ) 3 X R$ 50,00 com cheque para os dias 13/09, 13/10, 13/11
( ) 4 X R$ 37,50 com cheque para os dias 13/08, 13/09, 13/10, 13/11
INSCRIÇÃO PARA 1 DIA – R$ 85,00
( ) 1 X R$ 85,00 com cheque para até o dia 13/11
( ) 2 X R$ 42,50 com cheque para os dias 13/10 e 13/11
( ) 3 X R$ 28,50 com cheque para os dias 13/09, 13/10, 13/11
( ) 4 X R$ 21,50 com cheque para os dias 13/08, 13/09, 13/10, 13/11
IMPORTANTE:
PROCEDIMENTO
APÓS O DIA 13/11/2009, Preencha todos os campos da ficha acima, assinalando a opção
A INSCRIÇÃO SERÁ de pagamento desejada, de acordo com a quantidade de dias
EFETUADA SOMENTE de sua participação. Deposite o valor equivalente a sua escolha
NO LOCAL, COM no banco BRADESCO, Ag. 99-0 – C/C 300259-4; destaque a
ficha de inscrição (devidamente preenchida); anexe cópia do
REAJUSTE: comprovante do pagamento e remeta-os, via correio, para:
3 DIAS – R$ 280,00 Secretaria Geral da IAP – Rua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj.
A – Centro – São Paulo, SP – CEP 01014-030. Você também pode
2 DIAS – R$ 200,00 enviar sua solicitação de inscrição via fax: (11) 3119-6458.
1 DIA – R$ 120,00
9. Wiersbe (2007:425).
10. Davis (1987:447).
11. Rops (1986:151).
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2. Após ler Jo 10:6-10; o item 2 do comentário anterior, comente
sobre a segunda característica do ministério de Cristo abordado no
comentário.
12. O “ladrão” é uma indicação aos fariseus, cf. Jo 9:35-41; 10:20-21 (Hendriksen,
2004:461).
13. Rops (1986:150).
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nhar lugar no seu coração, lembre-se de Jesus, o seu pastor (Jo 10:14).
Ele está com você todos os dias (Mt 28:20). Com ele ao seu lado, tudo
termina bem: As minhas ovelhas (...) ninguém poderá arrebatá-las da
minha mão (Jo 10:27a, 28b).
1. Pereia era uma região da Palestina e ficava próximo da Judeia no outro lado do Rio
Jordão. O local onde Jesus estava até a cidade de Lázaro era distante dois ou três dias
de viagem.
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aqui!”2 Elas tinham certeza de que ele, ao ouvir o recado, viria apres-
sadamente atendê-las. Mas Jesus não se apressou e Lázaro morreu.
Ele sequer compareceu ao enterro; apareceu somente quatro dias de-
pois. Por quê? João 11 nos ajuda a entender. Esse texto pinta um qua-
dro sobre Jesus. Nele, vemos o atraso, o plano, o choro e o poder de
Jesus, que nos permite conhecê-lo melhor.
1. O atraso de Jesus: Aos olhos daquelas irmãs, o Mestre demorou
demais. Ele não alterou sua agenda e nem se apressou para ir a Betânia,
apenas mandou um recado: Esta enfermidade não é para morte, e sim
para a glória de Deus (v. 4), entretanto, ele não chegou a tempo, e a tra-
gédia aconteceu! Jesus amava aquela família e era amigo de Lázaro (Jo
11:3,5,11. Por que deixou isso acontecer? Como harmonizar o amor e a
demora? Por que não respondeu a oração? Eram questões que afligiam
os corações daquelas irmãs. Nunca é fácil entendermos o aparente atra-
so de Deus em nos atender.
Mas Jesus se atrasou mesmo? Certamente, não! Ele é o Senhor do tem-
po (Ec 3:1-14), ele age no momento certo e da maneira certa. Houve
outras ocasiões em que o Mestre parecia ter se atrasado: Jairo pediu para
que ele curasse sua filhinha, mas, por se “atrasar” no caminho, Jesus che-
gou quando a menina já estava morta (Mc 5:22,35). No mar da Galileia, os
discípulos lutaram a noite inteira contra as ondas, e somente na quarta vi-
gília da noite Jesus apareceu. Em ambos os casos, o resultado final foram
milagres e excelentes lições aprendidas. Logo, podemos afirmar que a de-
mora de Deus é proposital e pedagógica. Com Lázaro, não foi diferente.
2. O plano de Jesus: Jesus ficou ainda dois dias no lugar onde estava,
antes de ir para Betânia, na Judeia (Jo 11:6-7). O Senhor não precisa ter
pressa; ele nunca chega atrasado e jamais é surpreendido. Embora nin-
guém soubesse, ele, em sua onisciência, sabia muito bem o que iria fazer.
Disse: Essa doença não acabará em morte; é para a glória de Deus, que o
Filho de Deus seja glorificado por meio dela (v.4 NVI). Jesus permitiu que
Lázaro morresse e prometeu: vou despertá-lo do sono (v.11). Aquele que
é dono da vida iria ressuscitar Lázaro, em um magnífico milagre. Esse era
o seu plano.
O Senhor Jesus já havia ressuscitado outras pessoas antes, mas a res-
surreição de Lázaro era especial. Esperou quatro dias (v.17). Sabe por
quê? Porque os judeus acreditavam que, até o terceiro dia, havia chance
2. Hendriksen (2004:507).
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Após fazer uma breve e linda oração de agradecimento e confian-
ça, Jesus gritou com toda autoridade: Lázaro, vem para fora! (v.43). E
Lázaro voltou a viver! A vida se refaz diante da voz onipotente daque-
le que é o Senhor da vida. “Como isso aconteceu não sabemos, pois
foi um milagre, e milagres transcendem a compreensão humana”.8 O
texto nos faz ver a cena nitidamente: ele sai do túmulo com braços e
pernas amarrados e rosto encoberto por um lenço. Então, ordenou
Jesus: Desatai-o e deixai-o ir (v. 44). E, desta forma, a glória de Deus foi
manifestada diante de todos (v.45).
Esse extraordinário milagre é prova de que o soberano Jesus tem do-
mínio sobre a morte, e é garantia de que um dia aqueles que dormiram
em Cristo serão ressuscitados. A ressurreição de Lázaro foi, ainda, pre-
núncio do que aconteceu alguns dias depois, quando Jesus morreu, na
cruz, por nosso pecado e ressuscitou, vencendo, de uma vez por todas, o
poder da morte e nos concedendo a vida eterna! Há, ainda, outras lições
que podem ser extraídas de João, capítulo 11. Aprendemos, por exem-
plo, que amigos de Jesus não estão livres de perdas, aflições e tragédias.
Por isso, na sequência deste estudo, veremos três atitudes que nos aju-
dam a passar pelos momentos difíceis da vida.
8. Hendriksen (2004:522).
9. Wiersbe (2006:430).
10. Kemp (2001:96).
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6. Leia a segunda aplicação, Sl 46:1 e responda: Por que, em momentos
difíceis, precisamos perceber a presença de Jesus?
TEXTO BÁSICO: Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés,
também vós deveis lavar os pés uns dos outros. (Jo 13:14)
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sua última ceia, ele os surpreendeu: levantou, tomou uma toalha e uma
bacia com água e começou a lavar-lhes os pés. Esse ato revela as qua-
lidades que Cristo queria ver em seus discípulos, qualidades essas que
ele próprio manifesta em seu caráter: autopercepção, perseverança e
humildade. É esse ensino do Mestre que vamos estudar a seguir, a fim
de o colocarmos em prática.
1. A autopercepção de Jesus: Ao nos depararmos com o texto de João
13, percebemos que Jesus estava ciente de seu tempo aqui na terra. O evan-
gelista nos informa que o Senhor sabia tratar-se de sua última ceia e de sua
última Páscoa: Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada
a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que esta-
vam no mundo, amou-os até ao fim (Jo 13:1). Poucos dias antes da Páscoa,
Jesus já havia anunciado sua morte (Jo 12:27-36). Isso nos ensina que o
sofrimento não o pegou de surpresa. Jesus não andava distraído em relação
aos fatos que lhe aconteciam. Sua atitude era de prontidão. Ele estava pre-
parado para morrer, pois sabia de onde vinha e para onde iria (v. 3).
Percebemos também que Jesus não deixou que sua antevisão do fu-
turo o impedisse de concluir todo o seu ensino aos discípulos. Por saber
que já iria partir para o Pai, ele poderia ter se esquivado da humilhação
de lavar os pés daqueles homens rudes; afinal, já bastava o terrível sofri-
mento que estava por vir. No entanto, mesmo com sua autopercepção,
Jesus não se negou a ministrar lição tão preciosa aos seus amigos. Ele
tratou seu ministério com seriedade e o cumpriu fielmente, até o último
instante. Jesus se mostrou zeloso pela missão que o Pai lhe confiara.
2. A perseverança de Jesus: Além de se mostrar atento e zeloso, Jesus
se manteve perseverante em seu ministério. Ainda no versículo 1, João diz:
... tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. Esta
última parte, amou-os até ao fim, revela tanto a perseverança quanto a
intensidade do amor de Jesus, ou seja, seu amor era ilimitado e profundo.
Jesus não se doou pela metade, nem impôs condições a seus discípulos
para que os amasse. Simplesmente os amou com perseverança.
Não se trata de um amor qualquer. Jesus amou até o fim aqueles que o
iriam deixar, no pior momento de sua vida. Ele amou até o fim aquele que
o haveria de trair. Por isso, não foi inconsequente, quando mandou que
seus discípulos se amassem (Jo 13:34-35). Jesus vivia aquilo que pregava.
Era fácil amar até o fim a doce Maria, que ungira seus pés, poucos dias an-
tes (Jo 12:1-7). Mas o que dizer de Judas, o traidor? Ele merecia ser amado
até o fim? Não, mas Jesus o amou. Na verdade, nenhum dos discípulos
mereceu o amor perseverante de Jesus. Mas ele os amou até o fim.
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1. Com base em Jo 13:1 e no item 1 do comentário anterior, fale a
respeito da autopercepção de Jesus.
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riais? Não esqueça de servir a Deus e às pessoas com o que você tem.
Lembre também que, por mais capaz ou importante que você seja, as
pessoas ao seu redor possuem habilidades que você não possui. É por
isso que Cristo quer que sirvamos uns aos outros.
CONCLUSÃO: Jesus tem autoridade por ser Deus e por ter praticado o
que ensinou. Ele sempre soube que não seria fácil vencermos nossas pró-
prias vontades. Jesus sempre esteve ciente de que teríamos dificuldade
em demonstrar amor constante por pessoas que nos decepcionam e em
servirmos humildemente aos outros. Por isso, deu-nos o exemplo, para
mostrar que isso é possível. Portanto, em Jesus Cristo, temos, sim, condi-
ção de mostrar prontidão, manifestar perseverança e demonstrar humil-
dade. Ele nos encoraja com seu exemplo e nos capacita com seu poder.
1. Hendriksen (2004:647).
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fiquem aflitos (NTLH). O propósito do Mestre era tranquilizar e alentar
os discípulos, e, para isso, usou quatro meios diferentes para encorajá-
los: produzindo confiança, conferindo segurança, assegurando resposta
e, por fim, garantindo companhia. São promessas e ensinamentos que,
se devidamente assimilados, produzem, no coração humano, uma paz
inexplicável e um ânimo inabalável. Examinaremos, na sequência, cada
um desses meios motivadores de Cristo.
1. Ele encoraja produzindo confiança: Observe como continua o
versículo 1: credes em Deus, crede também em mim. Na NVI, está tradu-
zido assim: Creiam em Deus, creiam também em mim. Este é o grande
segredo para tranquilizar o coração: é preciso crer em Jesus! E crer é
também confiar. Essa é uma ordem de Jesus. Se os discípulos quisessem
ser vencedores, naquele momento de tormenta, deveriam obedecer a
essa ordem. O Senhor queria que eles soubessem que, mesmo naquela
situação difícil, ele estava no controle de tudo, e os discípulos deveriam
depender dele e descansar nele.2
É preciso confiar, porque os que confiam no Senhor são como o monte
Sião, que não se abala, firme para sempre (Sl 125:1). Porém, confiar não
é algo fácil! Antes de confiar, é preciso conhecer. Ninguém que seja sen-
sato confiará em um estranho ou desconhecido. Só confiamos em quem
conhecemos. Por isso, não é de admirar que João, capítulo 14, trate tan-
to sobre conhecer a Deus (Jo 14:7,9,17). Em outras palavras, Jesus está
dizendo: “Vocês já me conhecem; então, confiem em mim porque eu
cuidarei de vocês, confiem porque eu estou no controle de tudo”.
2. Ele encoraja conferindo segurança: O texto segue dizendo: Na
casa do meu pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vos teria
dito; pois vou preparar-vos lugar (Jo 14:2). O termo “moradas” (do gre-
go: mone) é melhor traduzido por “cômodos”. A ideia desse texto é de
uma casa grande e bonita em que cada membro da família possui o
seu próprio aposento.3 Assim, os discípulos deveriam ficar tranquilos
porque havia um lugar garantido para todos eles na casa do Pai; e Jesus
estava indo antes, a fim de preparar os quartos desta casa, isto é, dar os
retoques finais, para recebê-los lá.
Essa promessa nos enche de segurança. É bom saber que há lugar
para mim e para você lá no céu! Além disso, Jesus promete que, pesso-
almente, virá buscar os seus seguidores, dizendo: ...virei outra vez e vos
2. Champlin (1983:520).
3. Richards (2008:230).
4. Hendriksen (2004:651).
5. Wiersbe (2006:452).
6. Richards (2008:231).
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estar ao lado alguém e ajudá-lo”.7 Desse modo, ele é consolador, com-
panheiro, advogado, defensor, protetor8. Os discípulos não estavam sós
e nós, hoje, também não estamos. Jesus mesmo disse: Não vos deixarei
órfãos (Jo 14:18), na Bíblia Viva, lemos assim: Não, Eu não abandonarei
vocês nem os deixarei como órfãos. Logo, “nosso coração também não
precisa se perturbar, pois o Espírito de Deus habita dentro de nós”.9
Foi assim que Jesus encorajou seus discípulos naquela noite. Ele en-
cheu de confiança aqueles corações aflitos, deu-lhes a segurança de
que há lugar para eles, lá no céu, e que voltaria para buscá-los. Garantiu
também que suas orações seriam respondidas e que nunca os deixaria
sozinhos. Jesus conclui, dizendo: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou;
não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem
se atemorize (Jo 14:27). Que o nosso coração se encha dessa paz e des-
se encorajamento, pois essas promessas são também para nós. Após as
perguntas, veremos, ainda, três princípios que devemos seguir para des-
frutarmos desse encorajamento.
7. Bruce (2009:1738).
8. Champlin (1983:529).
9. Wiersbe (2006:454).
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6. Após ler a segunda aplicação, responda: Por que desfrutamos de
encorajamento, quando confiamos no cuidado de Jesus?
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morte na cruz (Jo 13:1). A Páscoa celebrava a libertação dos judeus do
poder egípcio. Mas a cruz de Jesus seria a maior manifestação do poder
de Deus para libertar toda a humanidade do poder do pecado. Portanto,
Jesus reúne seus discípulos e prepara-os para a grande mudança de foco
que, inevitavelmente, a mensagem de salvação teria com sua morte na
cruz. A Páscoa ganharia um novo significado espiritual. Vejamos.
1. A revelação daquele que capacita: Swindoll considera que o
ministério de Jesus avançou, seus discípulos amadureceram e a pre-
gação de Cristo foi se aproximando dos seus atos finais. “Para o pú-
blico em geral, ele dizia: ‘Venham a mim’. Para aqueles que vieram,
ele convidava: ‘Sigam-me’. E para aqueles que o seguiam, ele pedia:
‘Permaneçam em mim’”. 1 É uma pregação dinâmica, crescente, com
começo, meio e fim. Jesus usa a figura do pão e do vinho para ilustrar
como vai morrer, revela como será traído e como os líderes religiosos
vão maltratá-lo, mas tranquiliza seus discípulos, prometendo-lhes o
Consolador (cf. Jo 13:2 a 14:31).
Jesus deixa claro que vai morrer. Para isso veio. É o ápice de sua prega-
ção e de seus atos messiânicos. Contudo, ele não interrompera seu rela-
cionamento com os discípulos. Então, começa a explicar-lhes como isso
acontecerá: Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor (Jo 15:1).
Ele assume que é a videira verdadeira! Mas como é isso, se a videira verda-
deira é Israel? (cf. Sl 80:8-16; Is 5:1-7: Jr 2:21) Lembremo-nos: A cruz dará
um novo significado espiritual à Páscoa, símbolo de libertação do povo na
Antiga Aliança. E por que essa mudança drástica? Porque Israel falhou na
missão de ser luz do mundo, não dando a este os frutos esperados.
2. A atuação daquele que capacita: Na Nova Aliança, Jesus Cristo é
a Videira Verdadeira! Trata-se de uma parábola cujo objetivo é ensinar
os salvos a viverem no reino de Cristo como filhos de Deus, através de
uma atitude espiritual chamada por Jesus de permanecer em mim. Esa
exigência de Cristo é óbvia, pois nenhum agricultor planta pensando
em não colher. Israel era a vinha plantada por Deus no mundo para
frutificar, expandir o reino de Deus, mas fracassou. Como videira, foi
cortada, porque como afirmou o Senhor: Todo ramo que, estando em
mim, não der fruto, ele o corta (Jo 15:2a). Deus Pai, o agricultor, “plan-
tou” Jesus no lugar de Israel. De igual modo, se o salvo não produz, é
porque não permanece em Cristo e pode vir a ser reprovado (Jo 15:6).
1. Swindoll (2008:180).
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ela com outras pessoas, aplicá-la na vida, não há como ter conexão
com Jesus nem produzir algo que lhe agrade.2
“Observe que Jesus não ordenou que os crentes produzissem fruto.
O fruto é o propósito do ramo, mas não é a responsabilidade do ramo”.3
Para produzir, o ramo necessita receber seiva da Videira. Se estiver nela,
o salvo recebe vigor, ou seja, automaticamente recebe capacidade espi-
ritual para agir produtivamente (Jo 15:7b). Em termos de qualidade, os
frutos podem ser “as qualidades de caráter que marcam um crente sadio
e maduro”.4 São as qualidades de Cristo listadas por Paulo em Gálatas
5:22 e 23. Seguindo o exemplo de Jesus, o salvo passa a produzir, isto é,
começa a orar, a glorificar a Deus, a amar o próximo e a transbordar de
alegria, independentemente das circunstâncias (cf. Jo 15:9-15,17).
No que diz respeito à quantidade, os frutos podem se referir ao ato
de conduzir muitos dos não salvos a Cristo (cf. Jo 15:8 e 16). Contudo, o
volume da produtividade jamais deve ser atribuído ao esforço humano,
mas à perseverança de manter-se inteiramente “em Cristo”, de quem vem
a seiva, a força, a capacidade espiritual para ser ramo frutífero. O certo
mesmo é que os frutos têm relação direta com a nova identidade do sal-
vo, ou seja, ele é conhecido pelo que produz. Como o próprio Jesus disse:
Assim, pelos seus frutos, os conhecereis (cf. Mt 7:16-20). E esta é a grande
expectativa da Videira: que seus ramos sejam frutíferos e produtivos.
2. Swindoll (2008:180).
3. Idem, p. 184.
4. Swindoll (2008:184).
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2. Se podado, o cristão frutifica mais.
O Agricultor olha para o ramo cheio de frutas e se alegra. Mas, para que
dê mais frutos, mete-lhe a tesoura e poda-lhe as partes substanciais. O
ramo fica mutilado, feio, sem cor, mas, na primavera e no verão, ressurge
vigoroso e carregado de frutos. Você é um cristão atuante? Serve incondi-
cionalmente? É de bom testemunho, um exemplo para os de dentro e os de
fora da igreja? Prega Jesus aos não salvos? Sim? Então você está em Cristo!
Tem seiva, tem força, tem fé, tem boas obras. Mas, atenção: Você pode fazer
mais, e, por isso, o Pai vai podá-lo. Os sofrimentos, ao molde de Cristo, vão
aperfeiçoá-lo (Hb 5:7-9, 13:12; II Co 2:4; Cl 1:24). Você está nas mãos do
Agricultor! Não há vida cristã tranquila. A poda virá e você produzirá mais.
5. Stott (2006:235).
6. Gire (1998:160).
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12
19 SET 2009
Aquele que Intercede
Hinos sugeridos: 306 BJ • 193 HC / 104 BJ • 303 HC
TEXTO BÁSICO: Não peço que os tire do mundo, e sim que os guarde
do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na
verdade; a tua palavra é a verdade. (Jo 17:15-17)
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2. Intercessão pelos discípulos: A intercessão continua. Agora, Cris-
to ora por seus discípulos (Jo 17:6-19). Conversa com o Pai sobre eles.
“Fitava os seus discípulos e comovia-se por deixá-los, preocupando-
se com o que aconteceria com eles após sua morte. Nesse clima, ele
dialoga com seu Pai”.1 Seu profundo afeto por seus discípulos não era
de então; ele já lhes havia revelado o Pai a eles (v. 6-7) e entregue as
palavras do Pai (v. 8-14), orado por eles (v. 9-10); já os havia protegido
protegido a eles (v.12) já havia se santificado para a santificação deles
(v.19) e já os havia enviado ao mundo (v.18).2 Ele sempre demonstrou
preocupação com a vida e com a história dos discípulos.
Veja que cena comovente: Jesus está perto de passar pela experi-
ência mais cruel de toda a história humana, e, ainda assim, encontra
forças para amar e cuidar de seus discípulos. Assim como o Pai deu-
lhe um ministério vigoroso e vitorioso, Jesus quer que o Pai dê aos
discípulos um ministério frutífero e alegre, que expresse a continui-
dade do seu (v.13). Por isso, ele pede que o Pai os una (v.11), que o
pai os conceda paz (v.13), que o Pai os proteja (v.15-16) e que o Pai
os santifique (v.17).3 A chave da intercessão de Jesus por eles é a
perseverança. “O fato de Ele orar por perseverança sugere que isso
não é algo automático para os crentes; depende deles continuarem
crendo em Jesus e guardando sua palavra, e, sobretudo, em última
instância, do poder de Deus”.4
Jesus iria voltar para casa, mas queria que os discípulos entendessem
que seu Pai não é um Deus distante, um ser intocável, insensível, mas Deus
presente. Ao rogar que seu Pai não os tire do mundo, ele não “lhes pro-
meteu uma vida utópica, uma vida sem problemas e contrariedades. Pelo
contrário, almejava que os percalços da existência pudessem lapidá-los.
Sabia que o oásis é mais belo quando construído no deserto, e não nas
florestas”.5 Desta forma, Jesus não queria “tirar do caminho as pedras que
perturbavam as trajetórias de seus discípulos, mas desejava que elas se tor-
nassem tijolos para desenvolver neles uma humanidade elevada”.6 Por tudo
isso, Jesus roga que seu Pai cuide deles, especialmente nos dias maus.
1. Cury (2006:69).
2. Willmington (2001:582).
3. Idem.
4. Arrington e Stronstad (2003:593).
5. Cury (2006:76-77).
6. Idem.
7. Willmington (2001:582).
8. Cury (2006:79).
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2. Após ler Jo 17:1-5 e o item 1 do comentário anterior, comente com
a classe sobre a intercessão que Jesus faz em favor de si mesmo.
9. Stott (2006:238).
10. Idem.
11. Idem.
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7. Com base na terceira aplicação, fale sobre a nossa responsabilidade
de interceder pela unidade espiritual da igreja.
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ferentes lugares e das mais variadas maneiras (I Co 15:6). Os dois últimos
capítulos do evangelho que estamos estudando retrata quatro dessas
aparições. Nas duas últimas, Jesus restaurou dois discípulos: Tomé e Pe-
dro. Tomé foi restaurado da descrença e Pedro, da vanglória, do descré-
dito, da covardia e da distração. Vejamos como isso aconteceu.
1. Jesus nos restaura da vanglória: Logo após cearem, Jesus se voltou
para Pedro com esta questão: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que
estes? (Jo 21:15a). Eis a sua resposta: Sim, Senhor; tu sabes que te amo (Jo
21:15b). Os termos gregos usados para amar, na pergunta de Jesus e na
resposta de Pedro, não são os mesmos. Jesus usou “ágape” e Pedro, “phileo”.
Essa, porém, não é a única vez em que isso ocorre. “Ágape” e “phileo” são
usados, alternadamente, para falar do amor de Deus por nós (Jo 3:16, 16:27),
do Pai por seu Filho (Jo 3:35, 5:20) e de uns pelos outros (Jo 13:34, 15:19).2
Nota-se que Pedro não disse que amava a Jesus mais do que os ou-
tros. Ele não tinha mesmo como saber o quanto Jesus era amado pelos
outros. Mas, antes, em sua arrogância, achava que o seu amor por Jesus
era maior do que o amor dos outros onze. Ele “se vangloriara que per-
maneceria leal mesmo se os outros não permanecessem”.3 Pôs-se acima
dos outros, quando disse: Eu nunca abandonarei o senhor, mesmo que
todos o abandonem! (Mc 14:29 – NTLH). Nesta ocasião, ele “reafirma o
seu amor, mas se recusa a fazer qualquer comparação com os outros”4.
Jesus o restaurou da vanglória!
2. Jesus nos restaura do descrédito: Pedro precisava dessa restau-
ração! Ele não seguiu a Cristo até a prisão e até a morte, como havia
dito, diante de todos. Fez aquilo que jurara que jamais faria: negou o
seu Senhor triplamente (Jo 18:15-18, 25-27). Depois disso tudo, alguém
ainda ousaria confiar nele de novo? Do jeito que estava, Pedro não tinha
a menor chance de assumir o papel e o lugar que lhe caberia na história
da igreja que estava por começar. “A liderança de um discípulo desviado
dificilmente seria aceita no futuro, quer pelo próprio Pedro ou seus ir-
mãos, se Cristo não o indicasse explicitamente”.5
A um homem que “pecara tão gravemente, poderia ainda ser confia-
da a importante tarefa de pastorear o rebanho de Jesus Cristo?”6 Ape-
2. Bruce (1987:344)
3. Pfeiffer & Harrison (1986:236).
4. Bruce (1987:344).
5. Pfeiffer & Harrison (1986:236).
6. Hendriksen (2004:912).
7. Allen (1983:429)
8. Pfeiffer & Harrison (1986:236).
9. MacArthur (2004:51).
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distração. Pedro se distraía facilmente. Depois da grande pesca, ele deixou
de olhar para Jesus e olhou para si mesmo (Lc 5.8). Em outra ocasião, olhou
para os ventos, e não para Jesus (Mt 14:30). Agora, estava olhando para
João! O papel de Pedro era seguir o Senhor por onde fosse, até morrer, e
não desviar a sua atenção para os outros. Jesus tinha um plano para João,
mas este plano não era da conta de Pedro. Jesus o restaurou da distração!
Pedro cuidou das ovelhas do Sumo Pastor. Fez isso de boa vontade,
e não de má vontade. Não fez o seu trabalho para ganhar dinheiro, mas
com o verdadeiro desejo de servir. Não procurou dominar as ovelhas que
foram entregues aos seus cuidados, mas se tornou um exemplo para o
rebanho (I Pe 5:2-4). Tudo que fez foi apenas por amor: as pregações, as
orações pelos doentes, as cartas escritas, a busca aos perdidos, a corre-
ção dos que se afastaram do caminho. Todo o seu trabalho pastoral, até
o que havia de mais simples nele, era derivado desse amor10 pelo Bom
Pastor, que deu a sua vida pelas ovelhas (Jo 10:11).
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seu rebanho.12 O Senhor o tirou outra vez da pesca para o apostolado!
Ninguém mais acredita em você? Você virou uma piada? Você se tornou
sal insípido? Você não brilha mais a sua luz diante das pessoas? Calma,
você não está irremediavelmente perdido. Jesus pode aprumar sua vida
de novo. Ele pode fazer você voltar a ser o que era antes.
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Anotações
CÉSAR, Elben M. Lenz. Pastorais para o terceiro milênio. Viçosa (MG): Ul-
timato, 2000.
CÉSAR, Elben M. Lenz. 2ª ed. Refeições diárias com o sabor dos salmos.
Viçosa (MG): Ultimato, 2006.
KEMP, Jaime. Onde está Deus no meu sofrimento? São Paulo: Hagnos, 2001.
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LUCADO, Max. Deus chegou mais perto. São Paulo: Vida Cristã, 1998.
MACARTHUR, John Jr. Doze homens comuns: experiência das pessoas cha-
madas por Cristo. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
ROPS, Henri Daniel. A vida diária nos tempos de Jesus. São Paulo: Vida
Nova, 1986.
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96 |
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45ª
Assembleia
Um dever do consagrado,
um direito do membro