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BONIEK DE OLIVEIRA

CURSO DE FORMAÇÃO DE

OBREIROS – Do discipulado ao pastorado

São Paulo/SP
1ª Edição - 2018
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3
Copyright©2018 by BONIEK DE OLIVEIRA

Capa & Diagramação: Enoque Ferreira Cardozo


(Trupe serviços editoriais Freelancer -
http://trupeservicoseditoriais.blogspot.com.br/)

DE OLIVEIRA, Boniek.
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS/Do
discipulado ao pastorado – 1ª ed – São Paulo/SP.
Edição do autor, 2018. 245 p.: il.

ISBN: 978-85-85214-27-2

1. Formação. 2.Teologia. 3. Cristianismo.


LIVRO BRASILEIRO. I Título

FORMATO: A5 148x210

Impresso pelo autor – 2018.

Copyright "©" 2018. Todos os direitos reservados.


Proibida a reprodução parcial ou total, por qualquer meio.
Lei Nº 9.610 de 19/02/1998 (Lei dos direitos autorais).

2018. Escrito e produzido no Brasil.

4
Agradeço a Deus pela capacidade para fazer essa obra e a todos os
alunos desse curso que acreditaram nesse projeto.

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6
SUMÁRIO
PREFÁCIO DO AUTOR ....................................................................... 09

PARTE I ................................................................................................. 11
AULA 1. BÍBLIA........................................................................................................ 12
AULA 2. JESUS .......................................................................................................... 17
AULA 3. ESPÍRITO SANTO ................................................................................. 20
AULA 4. O PECADO E A SALVAÇÃO ............................................................. 24
AULA 5. UMA NOVA IDENTIDADE............................................................... 27
AULA 6. CASAMENTO É MINISTÉRIO.......................................................... 30
AULA 7. O PAPEL DO HOMEM ........................................................................ 34
AULA 8. O PAPEL DA MULHER ....................................................................... 37
AULA 9. QUEBRA DE MALDIÇÕES ................................................................ 40
AULA 10. PAIS E FILHOS (Parte I) ..................................................................... 43
AULA 11. PAIS E FILHOS (Parte II) .................................................................... 46
AULA 12. SANTIDADE.......................................................................................... 50
AULA 13. VIDA FINANCEIRA............................................................................ 53
AULA 14. BATISMO ................................................................................................ 56

PARTE II/FORMAÇÃO DE OBREIROS ............................................ 59


AULA 15. HISTÓRIA E VISÃO DO SEU MINISTÉRIO .............................. 60
AULA 16. O PRINCÍPIO DE AUTORIDADE ................................................. 62
AULA 17. CHAMADA ............................................................................................. 65
AULA 18. SERVIR..................................................................................................... 69
AULA 19. SUBMISSÃO E LIDERANÇA ........................................................... 71
AULA 20. CARGOS ECLESIÁSTICOSE E FUNÇÕES DENTRO DA
IGREJA......................................................................................................................... 74
AULA 21. RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS ................................... 78
AULA 22. EVANGELISMO................................................................................... 81
AULA 23. FAZER DISCÍPULOS .......................................................................... 84
AULA 24. AS NARRATIVAS NO ANTIGO TESTAMENTO ..................... 88
AULA 25. PANORAMA DOS PROFETAS NO A.T ....................................... 91
AULA 26. EVANGELHOS..................................................................................... 96
AULA 27. EPÍSTOLAS PAULINAS ..................................................................... 98
AULA 28. EPÍSTOLAS UNIVERSAIS ............................................................. 101
AULA 29. HUMILDADE E ORGULHO ........................................................ 104
AULA 30. HOMILÉTICA .................................................................................... 107
AULA 31. ORGANIZE TUA VIDA FINANCEIRA..................................... 113

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PARTE III/FORMAÇÃO DE PASTORES........................................ 116
AULA 32. COMUNICAÇÃO .............................................................................. 117
AULA 33. LINGUAGEM CORPORAL ........................................................... 120
AULA 34. LÍNGUA PORTUGUESA (Parte I)................................................ 123
AULA 35. LÍNGUA PORTUGUESA (Parte II) .............................................. 126
AULA 36. RETÓRICA E ORATÓRIA ............................................................. 131
AULA 37. FREUD.................................................................................................. 134
AULA 38. MECANISMOS DE DEFESA ........................................................ 138
AULA 39. TEMPERAMENTOS ........................................................................ 144
AULA 40. O PASTOR E O CORPO DE OBREIROS ................................. 148
AULA 41. ACONSELHAMENTO..................................................................... 152
AULA 42. CONDUTA ÉTICA ........................................................................... 155
AULA 43. PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO ...................................... 158
AULA 44. GEOGRAFIA DE ISRAEL ............................................................. 161
AULA 45. GEOGRAFIA DO ORIENTE MÉDIO E DOMEDITERRÂ-
NEO ........................................................................................................................... 168
AULA 46. PERÍODO INTERTESTAMENTÁRIO ...................................... 172
AULA 47. HISTÓRIA DA IGREJA ANTIGUIDADE................................. 177
AULA 48. HISTÓRIA DA IGREJA MEDIEVAL ......................................... 184
AULA 49. HISTÓRIA DA IGREJA NA MODERNIDADE ...................... 190
AULA 50. HISTÓRIA DA IGREJA NO SÉCULO XX ................................ 193
AULA 51. ESCATOLOGIA (Parte I) ................................................................. 197
AULA 52. ESCATOLOGIA (Parte II) ............................................................... 201
AULA 53. FILOSOFIA NA ANTIGUIDADE ............................................... 205
AULA 54. FILOSOFIA NO PERÍODO MEDIEVAL.................................. 209
AULA 55. FILOSOFIA MODERNA ................................................................ 212
AULA 56. FILOSOFIA NO SÉCULO XX ...................................................... 217
AULA 57. APOLOGÉTICA: ATEÍSMO .......................................................... 221
AULA 58. APOLOGÉTICA: CATOLICISMO ROMANO ......................... 225
AULA 59. APOLOGÉTICA: ESPIRITISMO .................................................. 229
AULA 60. APOLOGÉTICA: SEITAS E HERESIAS .................................... 232

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................ 237

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PREFÁCIO DO AUTOR
Que a paz do Senhor Jesus esteja com você. Fico muito
feliz por você ter adquirido essa obra e estar disposto a fazer esse
curso. Essa obra é composta por três partes.
A primeira tem o objetivo de discipular pessoas que estão
chegando agora à fé evangélica. Ela contém os pilares
fundamentais da nossa fé e prepara você para abrir mão de vários
conceitos mundanos para em seu lugar, assumir os valores do
reino de Deus. Contém aulas que representam os principais temas
da teologia sistemática, e aulas sobre aspectos imprescindíveis da
nossa vida cotidiana, onde se revelará a diferença de ter entregado
sua vida para Jesus Cristo.
A segunda parte vai abordar os aspectos essenciais para a
pessoa discipulada se tornar um obreiro da casa de Deus.
Já a terceira parte tem o objetivo de preparar a pessoa para
o ministério pastoral. É evidente que nenhum livro e nenhum
curso, jamais te deixará completamente preparado para exercer
esse ministério. Pastores não são formados por cursos, são
formados na prática pastoral, no seu relacionamento com Deus e
no relacionamento com as ovelhas. Porém, mesmo assim
precisamos fornecer ferramentas básicas para ajudar ao servo de
Deus no ministério pastoral. Eu acredito que nós pastores nunca
estaremos prontos, mas podemos estar preparados. Nunca
estaremos formados porque estamos sempre sendo transformados
pela aquisição de mais conhecimento e de mais experiência.
Então essa obra te abre a porta para que você venha dar
início a preparação para exercer seu chamado com excelência.
Bons estudos e que depois desse estudo inicial, muito outros
estudos abençoados se sucedam nessa jornada.
BONIEK DE OLIVEIRA

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

PARTE I

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BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 1. A B Í B L I A

Introdução: A bíblia é o livro mais vendido da história. Sua


influência sobre inúmeras civilizações é inegável. Ela é a regra de
fé para aproximadamente um terço da população mundial.

O que é a bíblia? A palavra bíblia vem do grego “βιβλία”, que é o


plural de βιβλίον que significa "rolo" ou "livro". Assim a bíblia é
um livro composto por outros 66 livros. Esses livros têm
aproximadamente 40 escritores e um único autor. Deus. Esses
escritores escreveram sob a inspiração do Espírito de Deus. Para
que assim tivéssemos as sagradas escrituras. As bíblias, embora
apresentem alguns problemas de tradução, elas são a maior fonte
de autoridade e de conhecimento a respeito de Deus, disponível
para os seres humanos. Depois do próprio Deus, evidentemente.
Mesmo assim qualquer experiência que alguém alegue ter com
Deus não pode estar em contrariedade com as sagradas escrituras.

Sua história: Os livros da bíblia foram escritos entre 1500 a. C. e


90 d. C. A porção da nossa bíblia conhecida como antigo
testamento é coincidente com a chamada “bíblia hebraica” ou
tanakh. De acordo com a tradição judaica esses escritos foram
reunidos por uma congregação liderada pelo escriba e sacerdote
Esdras por volta de 445 a.C.
Sobre o novo testamento, sua história teve início da
seguinte maneira. Após o ministério terreno de Jesus, a igreja viveu

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

algum tempo se baseando nos relatos orais de testemunhas


oculares das ações de Cristo. Posteriormente algumas dessas
testemunhas iam falecendo e percebeu-se necessário ter registros
escritos do ministério de Jesus. Nesse tempo, alguns dos apóstolos
faziam uso de cartas para ajudar a pastorear suas igrejas quando
estavam ausentes. Esses escritos eram muito comuns e estavam
muito difundidos pela cristandade. Circulavam também vários
escritos com conteúdo não confiável.
No final do século IV e início do século V os líderes das
igrejas cristãs se reuniram e decidiram elaborar uma lista de quais
seriam os escritos confiáveis. Dessa forma, foi composto o nosso
novo testamento.
Diferentes vertentes do cristianismo apresentam
divergência sobre quais livros são considerados sagrados. Por
exemplo, na tradição católica o antigo testamento tem 6 livros a
mais do que o antigo testamento da tradição evangélica. No novo
testamento essas divergências praticamente não existem, sendo o
mesmo para toda a cristandade. Salvo exceções de pequenas
comunidades.

Para que serve a bíblia? A bíblia é a nossa regra de fé e prática.


TUDO o que está escrito nela tomamos como verdadeiro pela fé.
Cremos que ela é a palavra de Deus. E essa palavra é poderosa
para mudar a vida de quem nela crê (Mt 22.29). Cremos que o que
está escrito na bíblia é a verdade. O que ela diz no tempo passado
de fato aconteceu. E tudo o que ela diz no tempo futuro, se ainda
não se cumpriu, acontecerá (Mt 24.35). Nela podemos embasar
nossos ensinamentos (2 Tm 3.16 ARC). Através da bíblia
começamos a conhecer ao nosso Deus.

Como usar a bíblia: Todos nós precisamos ter um


relacionamento diário com a bíblia (Js 1.8). Tanto ler como falar
dela (Dt 6.7) e viver o que está escrito nela (Mt 7.24-27). Se não

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BONIEK DE OLIVEIRA

lermos a bíblia sua existência para nós é inútil. Precisamos não


apenas ler, mas ler e meditar (Sl 1.2; Sl 119.97).
Antes de ler a palavra de Deus, ore. Peça, e o Espírito
Santo que é o autor desse livro, virá te ajudar a entendê-lo. Procure
ler a bíblia diariamente em algum lugar e horário onde não te
interrompam. Barulhos externos também podem dificultar a tua
leitura. Se estiver encontrando dificuldades insista e quando tiver
alguma dúvida, procure na tua igreja alguma pessoa que tenha
sabedoria e possa te ajudar. Com o passar do tempo você vai
adquirir bons livros, dicionários e comentários bíblicos que te
ajudarão a entender mais profundamente.
Existem diversas formas de leitura, porém considero
importante pelo menos uma vez você ler a bíblia inteira, de capa a
capa. Em outros momentos você pode ir estudando os livros
alternadamente. Em outro, fazer uma leitura por temas. Peça
orientação tanto do Espírito Santo como do teu pastor sobre
como estar lendo a palavra de Deus.
Não se esqueça: A bíblia não é um livro qualquer. Não leia
ela como você leria um livro de ciências ou um código de leis.
Esses tipos de leitura da palavra de Deus vão te levar a
perspectivas equivocadas.

Argumentos contrários à bíblia: Algumas pessoas dirão que não


podemos crer na bíblia porque a composição do seu cânon, ou
seja, as escolhas de quais escritos fariam parte da bíblia e quais
ficariam de fora, foi uma escolha humana. Talvez até atendendo a
interesses políticos. Sobre esse argumento respondemos que Deus
está acima de todas as circunstâncias e não permitiu que nada que
não fosse de sua vontade acontecesse, para que assim, chegasse a
nossas mãos um livro confiável através do qual possamos
conhecê-lo.

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Outro argumento é: “a bíblia contém muitas contradições e


muitas divergências de narração”. E isso é verdade! Sobre esses
problemas temos o seguinte a dizer:

1. Existem muitos problemas de tradução. Isso é inerente às


ações humanas.
2. Aparentes contradições doutrinárias são solucionadas com
aprofundamento dos estudos. Quando este for o caso,
consulte alguém que tenha mais experiência com a bíblia
do que você.
3. Divergências de narrativa, que acontecem tanto no antigo
como no novo testamento, não tiram da bíblia o seu valor
espiritual para aprendermos a nos relacionar com Deus.
Quando a bíblia foi escrita, Deus estava vendo. Se Ele
deixou essas diferenças de narração é porque Ele entendeu
que essas diferenças não comprometem o propósito da
bíblia. Que é apresentar à humanidade o plano divino da
salvação.

Septuaginta: A septuaginta é uma tradução para o grego da bíblia


judaica feita entre o século III e o século I a. C. Ela é uma
tradução muito importante, pois é das mais antigas. Ela contém os
livros que não constam nas bíblias hebraicas tradicionais. A Bíblia
protestante utiliza como base o cânon hebraico. Enquanto a Bíblia
católica utiliza como seu antigo testamento, a septuaginta que
contém os chamados livros Apócrifos que mais precisamente
devem ser chamados de livros deuterocanônicos.

Escritos do mar morto: Desde o início da reforma protestante


até meados do século 20, o que poderíamos considerar como os
manuscritos mais antigos das sagradas escrituras eram os textos
conhecidos como textus receptus. Esses textos, embora muito
bons, possuem o inconveniente de serem “recentes”; o mais antigo

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BONIEK DE OLIVEIRA

deles data do séc. X d.C. sendo assim, muito posteriores aos


tempos bíblicos. Estes eram os principais textos que tínhamos até
o final da década de 1940 quando a arqueologia encontrou os
chamados “rolos do Mar Morto”. Estes rolos possuem a grande
vantagem de serem os mais antigos. Sendo assim, os mais
próximos dos eventos narrados, assim sendo mais confiáveis. O
que é mais interessante é que os textos nestes rolos do Mar Morto
são impressionantemente semelhantes, praticamente idênticos aos
que nós já tínhamos como Bíblia. Isso vem no sentido de reforçar
a confiabilidade do texto que nós temos. Além disso, nos permitiu
fazer correções nos textos que já tínhamos, comparando os nossos
textos com textos mais antigos. É aí que surgem novas versões da
Bíblia como Almeida Revista e Atualizada ARA e a Nova Versão
Internacional NVI.

A inspiração das escrituras: 2 Pe 1.21 nos dá a perspectiva


correta do conceito de inspiração das sagradas escrituras. Esse
texto diz que: “Homens Santos falaram” então perceba que quem
falou não foi Deus, quem falaram foram homens santos. Então,
por homens terem falado, a Bíblia é um livro divino que carrega
uma mensagem Divina, porém ela foi escrita em linguagem
humana. Falaram inspirados pelo Espírito Santo, então o Espírito
Santo trouxe uma inspiração sui-generis (única em seu gênero) aos
autores das sagradas escrituras dando-nos assim a palavra de Deus.

Conclusão: Ap 19.12 nos deixa claro que Jesus é a própria palavra


de Deus Jo 1.1.

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 2. J E S U S

Introdução: Mesmo para quem é ateu Jesus Cristo é um dos


personagens mais importantes da história da humanidade. A
contagem do tempo é dividida em antes e depois do seu
nascimento. Suas palavras influenciaram o estilo de vida e o
pensamento de incontáveis civilizações. Se Jesus Cristo é tão
impactante assim até para quem não crê nele, imagina o que ele
não faz na vida de quem o tem como Mestre.

Quem é Jesus? Certa vez o próprio Jesus perguntou: quem o


povo diz que eu sou (Mt 16.13-18 NTLH)? Nesse momento o
apóstolo Pedro recebe a revelação de Deus e responde: “Tu és o
Cristo, Filho do Deus vivo”. Jesus então respondeu: ... eu te digo que
tu és Pedro e sobre essa pedra edificarei a minha igreja. Esse texto
tem sido muito mal interpretado. Tem gente que afirma que Pedro
é a pedra... e a igreja estaria edificada sobre ele.... Isso não faz
sentido! Quando Jesus diz “esta pedra” Ele não está se referindo a
Pedro e nem a si mesmo. Ele está se referindo à afirmação que
Pedro fez. Assim sendo a pedra sobre a qual a igreja está edificada
é a seguinte afirmação: Jesus é o Cristo, o filho do Deus vivo. Essa é à
base da nossa fé.
Existem coisas na bíblia que não estão claras. Por exemplo:
quem escreveu o livro de Hebreus? Não temos certeza. Essa é
uma das coisas que não estão claras. Porém se algo está claro é que
Jesus é o Cristo filho do Deus vivo. Você pode até duvidar ou discordar

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de alguma coisa, mas se você tem que ter uma certeza na tua vida,
tenha certeza disso: Jesus é o Cristo filho do Deus vivo.

O que Jesus diz de si mesmo? Eu sou o Pão da vida (Jo 6.35).


Eu sou a Luz do mundo (Jo 8.12). Eu sou a Porta das ovelhas (Jo
10.7). Eu sou a Porta (Jo 10.9). Eu sou o Bom Pastor (Jo 10.11).
Eu sou a Ressureição e a Vida (Jo 11.25). Eu sou o Caminho a
Verdade e a Vida (Jo 14.6). Eu sou a Videira verdadeira (Jo 15.1).
E sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim (Ap 1.8). Eu sou a
Raiz e a Geração de Davi (Ap 22.16).

Sua história: O nome Jesus é a versão em português da versão em


grego (Iesous) do nome hebraico:'‫ שוע‬Yeshua. Cristo, no entanto,
não é um nome. É um título, uma designação. A palavra
Cristo tem origem no grego Χριστός (Christos), o qual é uma
tradução do hebraico ‫( מש'ח‬Mashiah), e que significa "o ungido" e é
geralmente traduzido como messias. Jesus nasceu em Belém da
Judéia por volta do ano 5 a.C. Essa diferença de datas acontece
devido às sucessivas alterações de calendário que aconteceram
desde então.
Desde sua infância Jesus estudou a lei mosaica até
conquistar o título de Rabi, que dentro do judaísmo significa
mestre. Aos trinta anos de idade Jesus se apresentou para ser
batizado no rio Jordão por João Batista. Desde então ele vem
reunindo seguidores, ensinando sobre o reino de Deus, realizando
muitos milagres curando e libertando as pessoas.
Após três anos de ministério terreno, Ele foi crucificado
pelos romanos a pedido dos líderes judaicos. Ao terceiro dia Ele
ressuscitou. Continuou seu ministério por mais 40 dias e depois,
ascendeu aos céus. Onde está assentado à direita de Deus de onde
intercede por nós (Rm 8.34).

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

O propósito redentor do seu ministério: Jesus nasceu com o


propósito de redimir a humanidade. Nós estávamos mortos em
nossos pecados. Ele veio e viveu sem pecado. Voluntariamente
assumiu o nosso lugar indo à cruz por nós. Através de seu
sacrifício nos tornamos aceitáveis a Deus (2Co 5.18-21).
Além de nos proporcionar a salvação através de seu
sacrifício, Jesus desempenhou outro papel muito importante: o
ensino. Jesus nos ensinou a nos relacionarmos com Deus e a nos
relacionarmos com as pessoas. Jesus trouxe algo totalmente novo a
Terra. Jesus nos ensinou a chamarmos Deus de Pai. Jesus usou o
modelo da relação pai e filho para melhor entendermos nossa
relação com Deus. E era justamente isso o que mais irritava os
líderes da religião judaica (Jo 10.29-31).

A paternidade de Jesus: É muito adequado Jesus chamar Deus


de Pai, uma vez que foi o próprio Espírito de Deus que concebeu
Jesus no ventre de Maria (Lc 1.35). Esse fato tem sido usado
erroneamente para negar a divindade do nosso Senhor. As
escrituras mostram de maneira clara a divindade de nosso Senhor
Jesus Cristo em textos como Jo 1.1; Cl 2.9 e 1 Jo 5.20.

Conclusão: Jesus é a máxima expressão de Deus para a


humanidade.

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AULA 3. E S P Í R I T O S A N T O

Introdução: Um dos temas centrais da igreja é a obra do Espírito


Santo sobre nós. Pena que esse tema seja tão mal compreendido e
não deem a ele a devida importância.

O espírito: A palavra espírito vem do Latim “spiritus", que significa


"respiração" ou "sopro", mas também pode estar se referindo a
"coragem", "vigor". No hebraico do antigo testamento a palavra
usada para espírito é “ruah” que é a mesma palavra utilizada para
vento. No grego do novo testamento a palavra utilizada é “pneuma”
que significa fôlego ou respiração. É dessa palavra que vem outras
do nosso idioma como, por exemplo: pneumonia, pneu,
pneumático e etc.
Então nesses idiomas e ao longo da bíblia a palavra espírito
está muito relacionada a vento, ar, fôlego de vida e respiração.
Denotando o elemento básico para a vida (Jó 33.4). O Espírito
como vento ele nos impulsiona, nos estimula (Ex 35.21).
O termo Espírito Santo aparece poucas vezes no antigo
testamento. Outras expressões aparecem com mais frequência,
como “Espírito de Deus” (13 vezes) e “Espírito do Senhor (23
vezes). Já no novo testamento o termo “Espírito do Senhor”
aparece 5 vezes. “Espírito de Deus” aparece 10 vezes. E “Espírito
Santo” aparece 95 vezes.
Nas nossas bíblias distinguimos o Espírito de Deus de
outros espíritos usando letras maiúsculas nas iniciais do Espírito

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

de Deus e letras minúsculas para os outros espíritos. Isso é uma


ferramenta interessante, porem não é absoluta, uma vez que quase
todo o antigo testamento foi escrito em hebraico e nesse idioma
não existem letras maiúsculas e minúsculas.

Sua atuação no antigo testamento: Ao longo do A. T. vemos o


Espírito atuando poderosamente sobre várias pessoas como:
Moisés, Sansão, Saul, Davi, Elias, Eliseu, Malaquias e tantos
outros. Porém no A. T. o espírito atuava de maneira pontual sobre
algumas pessoas.

A promessa: Ainda no A. T. o profeta Joel profetizou que o


Espírito de Deus seria derramado (sem medida) sobre toda a
carne. Jl 2.28. Essa promessa se cumpriu em At 2.1-18. Desde
então a atuação do Espírito Santo ficou muito mais intensa e
frequente. Vemos isso em todo o livro de atos dos apóstolos e nas
epístolas. O livro de Atos dos apóstolos é o livro com mais
referências ao Espírito, 68 no total.

Sua missão: Jesus disse que o Espírito seria o nosso ajudador,


consolador (Jo 14.16; 14.26; 15.26; 16.7). O Espírito é quem nos
convence do pecado da justiça e do juízo (Jo 16.8-11). A palavra
Santo do termo Espírito Santo tem mais a ver com a sua missão
do que com sua característica, tanto que o Pai também é Santo (Is
6.3) e o Filho também é Santo (2 Co 5.21). Essa palavra diz que
Ele é o espírito da santificação, ou seja, Ele veio nos ajudar a viver
em santidade (1 Pe 1.2).
Por isso devemos nascer do Espírito (Jo 3.1-8). Ser guiado
pelo Espírito (Rm 8.14; Gl 5.18). E andar no Espírito (Gl 5.16); é a
única forma de não fazermos a vontade da carne. Por que o
espírito luta contra a carne (Gn 6.3; Gl 5.17).

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BONIEK DE OLIVEIRA

Dons do Espírito Santo: Em 1Co 12.1-31 vemos o apóstolo


Paulo ensinando que Deus através do seu Espírito concede dons à
igreja. Dom é sinônimo de presente. Então esses dons são
presentes que o Espírito Santo nos concede com o objetivo de
edificar a igreja (1Co 14.12). Nesse texto a bíblia diz que o dom de
profetizar é superior ao dom de falar noutras línguas. Por que
quem fala em línguas espirituais edifica a si mesmo, mas quem
profetiza edifica a igreja (1Co 14.4). Por isso, o dom de falar em
línguas é especialmente eficiente quando acompanhado de sua
interpretação (1 Co 12.10; 1Co 14.5.27). Dessa forma, as
manifestações espirituais devem ser acompanhadas de ordem para
que o culto seja proveitoso (1Co 14.27-32).

Batismo no Espírito santo: A palavra batismo traz no original a


ideia de mergulho ou mergulhar. Então o batismo no Espírito
significaria “ser mergulhado” no Espírito de Deus (Ez 47.1-12).
Esse mergulho produzirá um revestimento de poder dos céus (Lc
24.49). Antes do derramar do Espírito descrito em Atos capítulo 2,
o Espírito estava apenas dentro das pessoas. Depois do batismo
no Espírito Santo Ele continua em nós e nós fomos mergulhados
nele para termos mais unção, mais poder, mais ousadia e mais
santidade.
Uma das principais evidências do batismo com o Espírito
Santo é o falar em outras línguas. Podem ser línguas terrenas que a
pessoa jamais estudou ou línguas celestiais utilizadas por nenhuma
nação da Terra. Além do falar em outras línguas também são
consequências do batismo no Espírito Santo:
Manifestações dos dons espirituais, maior busca pela
santificação e pelas coisas de Deus, orar, ler a bíblia, evangelizar e
etc.

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

O único pecado imperdoável: Jesus disse que o que fosse dito


contra Ele seria perdoado, mas blasfemar contra o Espírito Santo
não seria perdoado (Mt 12,31-32). Isso acontece porque o pecado
faz separação entre Deus e os homens (Is 59.2).
Consequentemente blasfemar contra o Espírito Santo o afasta de
nós. Se Ele está longe de nós ninguém nos convencerá do pecado
e ninguém nos levará ao arrependimento (Zc 12.10; Jo 16.8-11). E
sem arrependimento a pessoa não será perdoada (Mt 13.15).

O Fruto do Espírito. Nosso novo padrão de vida: Gl 5.16-35.


O Espírito que em nós habita produz como fruto, um novo
padrão de comportamento que se opõe ao antigo padrão de
comportamento, que podemos chamar de obras da carne. Não
deixamos as obras da carne e passamos a produzir o fruto do
Espírito automaticamente. Isso é uma luta diária onde devemos
policiar nossas atitudes repreendendo as obras da carne e
estimulando o fruto do espírito.
A nossa única chance de vivermos a vida de uma maneira
que agrade a Deus é se fizermos o que está prescrito em Rm 8.1-9;
Gl 5.16.25. Esses textos são muito ricos, pois eles nos dizem como
deve ser nossa nova vida.

Considerações especiais: O Espírito nos ajuda em nossas


fraquezas e intercede por nós (Rm 8.26-27). Quem é guiado pelo
Espírito é filho de Deus. (Rm 8.14). O Espírito testifica ao nosso
espírito que somos filhos de Deus. (Rm 8.16 (NIV)). Você que já
se converteu a Jesus, se fosse para você viver um único versículo
da bíblia, viva esse: Não extingais o Espírito (1Ts 5.19). Todas as
demais coisas seriam mera consequência disso.

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BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 4. O P E C A D O
E A SALVAÇÃO

Introdução: O grande drama da humanidade é a nossa queda e a


nossa redenção. Toda a história da nossa civilização se desenvolve
ao redor disso. O propósito da existência humana, tal como a
conhecemos, se resume a voltar ao Éden perdido.

O que é pecado: A palavra pecado vem do latim peccàtu que


significa “pé incapaz de percorrer o caminho”. Na bíblia a palavra
pecado é a tradução do hebraico hatá e do grego hamartano. Ambas
palavras, em seus respectivos idiomas significa errar, não atingir
um alvo ou padrão. A bíblia nos dá uma definição do que é
pecado. “Todo aquele que pratica o pecado transgride a lei; de
fato, o pecado é a transgressão da lei (1 Jo 3.4 NVI). No sentido
comum pecado é qualquer desobediência à preceitos religiosos.

Suas características: O primeiro pecado da história da


humanidade é a transgressão cometida por Adão e Eva, descrita
em Gn 3.1-24. Em Rm 5.12-18 vemos que as consequências do
pecado são bem maiores do que parecia. Pelo pecado a morte
entrou no mundo e a morte passou a todos os homens. Por que o
resultado do pecado é a morte (Rm 6.23). Deus havia avisado a
Adão que no dia em que pecasse certamente morreria (Gn 2.17).

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

No templo judaico havia um grosso e pesado véu que


separava o lugar onde ficava a arca da aliança. A arca da aliança
simbolizava a presença de Deus e era onde a glória de Deus se
manifestava. Esse véu limitava o acesso das pessoas até a presença
de Deus. De certa forma esse véu é um símbolo do pecado porque
os nossos pecados são o que nos separa de Deus (Is 59.2).

A redenção: A grande questão é: Como se resolver esse


problema? Como desfazer toda essa situação?
Da descendência de Jacó Deus formou a nação de Israel.
Quando os tirou do Egito, os levou ao monte Sinai e lá entregou
sua Lei a Moisés (Ex 19.1-25). Essa Lei teve vários propósitos, por
exemplo, a lei nos revelou parte dos princípios de Deus. Essa lei
também nos mostrou a necessidade de redenção através do
derramamento de sangue (Lv 17.11; Hb 9.22). Teoricamente se
alguém não violasse nenhum item da lei, essa pessoa estaria livre
do pecado e de suas consequências (Rm 2.13). Porém o que parece
é que ninguém é capaz de não cair em nenhum item da lei, por
isso, ninguém será salvo através da lei (Gl 3.11). Então a lei veio
para nos mostrar à necessidade de um salvador, um redentor (Rm
3.20; Rm 5.20; Gl 3.19-22).

O Redentor: Ninguém conseguia cumprir a lei (Rm 3.10,23; Sl


14.2-3). Então Jesus veio e cumpriu a lei por nós (Mt 5.17). Em
nada ele pecou (Hb 4.17). O cordeiro puro, imaculado sem pecado
se ofereceu para morrer no lugar dos pecadores (Rm 5.8; 1 Pe
3.18). Seu sangue derramado na cruz do calvário proporcionou
expiação dos nossos pecados (1 Jo 1.7). Crer que Jesus é o Cristo,
Filho do Deus vivo e que Ele morreu por nós, nos proporciona a
salvação. Restaurando a vida eterna que Adão perdeu no Éden
com o pecado (Rm 5.12-21; 1 Jo 5.11; Hb 9.12). Esse ato de
Justiça também nos deixa livres de praticar o pecado (Rm 8.1-16;
Jo 8.36).

25
BONIEK DE OLIVEIRA

Conclusão: As duas maiores consequências do pecado são: ele


mata (nos separando de Deus) e ele nos escraviza nos levando a
praticar cada vez mais e mais pecado. A obra de Jesus na cruz do
calvário nos livra das duas coisas. Ele nos livra das consequências e
da escravidão do pecado.

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 5. U M A N O V A
IDENTIDADE

Introdução: Quem é você? Esse é um dos grandes dilemas dos


seres humanos. O grande filósofo Sócrates certa vez disse:
“conhece-te a ti mesmo”. O que isso significa? O ser humano vive
tentando descobrir quem é, qual é o seu lugar, sua função e seu
propósito.

O que é identidade? A tua identidade é um conjunto de


características que permite te identificar, ou seja, permite te
classificar em alguma categoria e te distinguir dos outros
indivíduos dessa mesma categoria.

O roubo da identidade: A maior chance de o adversário nos


derrotar é se roubar a nossa identidade. Se soubermos quem
somos, não cairemos em tentação. Não foi assim no Éden? Como
foi a queda da humanidade? O homem caiu no pecado motivado
pela promessa: “...no dia em que dele comerdes, se abrirão os
vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal” (Gn
3.5)! Satanás prometeu ao homem que ele seria como Deus. Mas
ele já era como Deus. O gênero humano havia sido formado a
imagem e semelhança do altíssimo (Gn 1.27). Se Eva soubesse que
ela já era como o altíssimo, ela não teria aceitado a proposta do
inimigo.

27
BONIEK DE OLIVEIRA

Por isso Satanás não pôde derrubar a Jesus. Porque antes


de ir para o deserto para ser tentado, Jesus ouviu do céu uma voz
de Deus que lhe dizia a sua identidade. “Este é o meu Filho amado
em quem me comprazo” (Mt 3.16). Tanto que assim que se
apresentou no deserto, Satanás já chegou tentando minar a
identidade de Jesus. “Se Tu és Filho de Deus...” (Mt 4.3).

O perigo da baixa autoestima: Tenho percebido que satanás


investe pesado para destruir a autoestima das pessoas. Por que se
as pessoas tiverem uma imagem destruída de si mesmo elas,
estarão mais próximas de pecar. Quando elas têm essa visão, estão
mais próximas de pecar, porque acham que não tem nada a perder.
Isto é um grande engano do diabo. Temos a perder a nossa
salvação, nossa comunhão com Deus, nossa reputação, nossos
relacionamentos com as pessoas que amamos. As perdas
relacionadas ao pecado são enormes e numerosas.

Então você é... Sal da terra (Mt. 5.13). Luz do mundo (Mt 5.14).
Amigos de Deus (Jo 15.14). Cooperadores, lavoura e edifício de
Deus (1 Co 3.9). Filhos da luz (1 Ts 5.5). Geração eleita,
sacerdócio real, nação santa, povo peculiar (1Pe 2.9). Filhos do
Deus vivo (Os 1.10). Testemunhas, servos e escolhidos do Senhor
(Is 43.10).

Conclusão: Um dos maiores equívocos sobre esse tema é que


pensamos que as nossas atitudes determinam quem somos, ou
seja, que as coisas que fazemos determinam a nossa identidade.
Isso não é verdade. É exatamente o contrário. A nossa identidade
determina as nossas atitudes.
“Aquele que não conheceu pecado, se fez pecado por nós;
para que nele, fôssemos feitos justiça de Deus” 2 Co 5.21. Jesus
não teve atitudes pecaminosas para assumir uma identidade de
pecador. E nós não praticamos nenhum ato de justiça, mas pelos

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

atos de Jesus fomos feitos JUSTIÇA DE DEUS. Essa é a


nossa nova identidade. Tomar posse de quem realmente somos
em Deus nos levará a agir de uma maneira coerente com essa
identidade.

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BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 6. C A S A M E N T O
É MINISTÉRIO

Introdução: O que você pensa que é casamento? Você acha que


casamento serve para quê? A nossa sociedade tem conceitos
equivocados do que é o casamento e de qual é a sua finalidade. A
nossa cultura foi deformada por satanás. Por isso o evangelho de
Jesus é uma contracultura, que subverte esses valores da nossa
sociedade e implanta os valores do Reino de Deus.

O que é casamento? Para a grande maioria das pessoas que não


tem Jesus, o casamento é o auge da vida. Auge da beleza e da
juventude. Fazem uma superfesta. Talvez a maior festa que farão
em suas vidas. Talvez por isso muitos filmes e novelas terminem
com cena de casamento. Mas por que as pessoas estão casando?
Digo sem medo de errar. Estão casando para serem felizes. E isso
é um enorme erro. Por isso os casamentos se tornam uma grande
decepção. Se você casa com a expectativa de que o seu casamento
te fará feliz te digo agora: isso não vai acontecer. Vemos em (Gn
2.20-25) que Deus criou o casamento. E Deus não inventou isso
apenas para que você ficasse feliz. Deus tem um propósito
ministerial no casamento. E se você viver esse propósito, com
certeza você será feliz.

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

O propósito do casamento: Em (Ef 5.22-33) vemos que Deus


usa o casamento para representar seu relacionamento com a igreja.
O casamento é o pacto (idealizado por Deus) entre um homem e
uma mulher, para que debaixo dessa aliança seja criada mais vida
humana. Com base nesse pacto é criada a família. A família é o
ambiente, idealizado por Deus, perfeito para o desenvolvimento
de um ser humano. Na família a pessoa é protegida, nutrida e
ensinada a se relacionar com Deus, com o próximo e consigo
mesma. Pelo menos deveria ser assim.

O casamento te modela: O casamento é o relacionamento mais


íntimo e mais longo que uma pessoa tem no decorrer de sua vida.
O relacionamento com o teu pai, tua mãe ou os teus filhos não é
tão longo quanto o casamento (salvo exceções). Além de longo,
esse relacionamento é íntimo. A experiência da intimidade sexual
deve ser desfrutada apenas pelo marido e sua esposa. Um
relacionamento tão íntimo e tão longo adquire uma característica
especial. Ninguém nessa terra te conhecerá tão bem quanto o teu
cônjuge. Em alguns aspectos o teu cônjuge pode te conhecer
melhor que você mesmo. Exatamente por isso, essa pessoa tem a
maior possibilidade de te levantar ou de te derrubar. Consolar-te
ou te ferir. Por isso os conflitos no casamento são mais intensos
que os conflitos em outros relacionamentos que temos. Sendo
assim, o teu cônjuge é a pessoa que mais será usada por Deus para
te modelar. Os desafios da convivência marital te levarão a se
tornar uma pessoa mais parecida com o propósito de Deus para os
seres humanos.

Dois em uma só carne: O texto da bíblia sobre casamento está


em Gn 2.24. “Deixará o homem o seu pai e a sua mãe e unir-se-á a
sua mulher, e serão uma só carne”. A bíblia dá tanta ênfase a esse
texto que o repete mais três vezes em Mt 19.5 Mc 10.7 e Ef 5.31.
Em todas as versões o texto é bem claro “uma só carne”. O texto

31
BONIEK DE OLIVEIRA

não diz: “um só espírito” e nem “uma só alma”. Por não ser “uma
só alma” e nem “um só espírito” é que existem os conflitos. Almas
e espíritos diferentes pensam de forma diferente, sentem de
maneira diferente, tem histórias diferentes e prioridades diferentes.
A sintonia com relação a esses aspectos se constrói com o tempo.
Porém, sendo uma só carne todo o mal que você fizer ao seu
cônjuge você também faz a si mesmo. E todo mal que você fizer a
si mesmo também afetará o seu cônjuge Ef 5.28-33.

Aproveitar a diversidade: Muitos dos conflitos têm origem na


diversidade. Os noivos vêm de famílias diferentes, com costumes
diferentes, com valores diferentes. E até que essas coisas se
ajustem vai levar tempo. Mas entenda Deus não quer que você se
case com você mesmo. O plano é que você se case com alguém
diferente. Justamente para que vocês se completem e se tornem
melhores. A diversidade não é uma inimiga, ao contrário. Tirem
proveito disso usufruindo daquilo que o teu cônjuge tem de
melhor. E respeite as diferenças de gosto, de opiniões e de
características.

O cabeça: Infelizmente no meio evangélico, muitos equívocos


têm se propagado sobre esse tema, infelizmente. A bíblia nos diz
em Ef 5.22-33 que o marido é o cabeça da mulher. Nesse ponto
devo deixar claro. Todo machismo e todo o feminismo estão fora
do propósito e da vontade de Deus. O homem é a autoridade
constituída por Deus dentro do casamento e da família. Isso não
significa que ele seja melhor ou pior que a mulher. Não! Somos
iguais em qualidade e temos funções diferentes. E a chave para
entender corretamente Ef 5.22-33 está no versículo 21 desse
mesmo capítulo “sujeitando-vos uns aos outros”. A mulher deve
se sujeitar ao marido e este deve se sujeitar à esposa. Porque nessa
sujeição mútua é construída a concordância, que é o ambiente ideal
para a convivência conjugal. Jesus é o cabeça da igreja, mas em

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

tudo ele foi submisso. O homem é a autoridade e em tudo ele deve


ser submisso. E nem por isso ele perderá sua liderança. Vamos
abordar um pouco mais desse assunto nas próximas aulas.
Deus prepara um indivíduo para se casar com outro? No
nosso entendimento, não. Deus não separa um determinado
homem específico para uma determinada mulher específica. O que
nós cremos é no seguinte: fazemos as nossas escolhas e Deus
abençoa as nossas escolhas. Por isso que nós precisamos ser
pessoas espirituais para escolher um cônjuge usando critérios
espirituais, porque se nós andarmos na carne, na hora de
escolhermos nosso cônjuge, nós faremos uma escolha carnal e
certamente o resultado será desastroso.

33
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 7. O P A P E L DO HOMEM

Introdução: O papel desempenhado pela figura masculina tem


variado em diferentes sociedades em diferentes épocas. Mas a
palavra de Deus nos aponta qual delas é a correta. Vamos
conhecê-la. Essa aula é útil, não apenas para que os irmãos
assumam o papel que Deus determinou para eles, mas também
para que as irmãs saibam como lidar com seus cônjuges e
principalmente saibam criar seus filhos.

O propósito? Em Gn 2.15 Deus coloca o homem no Éden para


lavrar e guardar a terra. Então o propósito do homem é ser
protetor e cuidador. Ambas funções no amplo sentido da palavra.
Em Ef 5.22-33 encontramos outra função importantíssima do
homem. Ser um representante de Deus dentro da família. Que
responsabilidade! E esse mesmo texto nos mostra que essa
representação não deve acontecer de uma forma qualquer. Antes
deve seguir um padrão bem específico, “como Cristo amou a igreja
e a si mesmo se entregou por ela”. Isso fala de amor sacrificial.
Sacrificar tanto as grandes como as pequenas coisas em prol de sua
esposa. Estamos falando em coisas que vão desde arriscar sua vida
por sua esposa, como sacrificar o seu ego e lavar a louça para ela,
por exemplo.
“Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água,
pela palavra”. Homens, precisamos santificar nossas esposas pela
palavra. Precisamos ministrar a palavra de Deus em nossas famílias

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

de várias maneiras: de forma verbal e da forma não verbal. Da


forma verbal ensinando a palavra de Deus de forma explícita
fazendo cultos domésticos e encontrando ocasiões na rotina
familiar para falar da palavra de Deus. De forma não verbal, é
ministrar sem usar as palavras, apenas com o seu exemplo e com
as suas atitudes. As pessoas aprendem mais te observando do que
te ouvindo. O teu exemplo é o que conta. Se você fala uma coisa e
faz outra toda a tua autoridade para ministrar é arruinada. Por isso
irmãos em verdade vos digo: como você pode ensinar algo que
você não conhece? Afirmo categoricamente que é impossível você
ser um homem dentro dos padrões que Deus estabeleceu, sem
você conhecer a palavra de Deus. Conhecer e manejar bem a
palavra da verdade é parte das tuas atribuições como homem.

Liderança deformada: Historicamente a autoridade que o Senhor


Deus concedeu ao homem dentro de sua casa, tem sido usada
como pretexto para ações pecaminosas. Em Gn 1.26 Deus
entregou ao homem, autoridade para dominar sobre toda a criação
exceto sobre outro ser humano. Como vimos na lição passada,
precisamos nos sujeitar uns aos outros Ef 5.21. O nosso
adversário tem construído nas mentes um modelo de liderança e
autoridade totalmente diabólico. Um modelo de autoridade
mandão, abusivo, prepotente e machista. Não é esse o propósito
de Deus. O que Deus propôs à humanidade é o líder servo. A
autoridade que se sujeita por seus liderados.

Disputas de poder: São muito presente nas interações humanas


as disputas por poder. Elas surgem sempre que aquilo que se
deseja depende da decisão de outra pessoa. Até certo limite isso é
aceitável. Principalmente quando resolvemos a situação de forma
legítima e educada. Por exemplo, às vezes alguém quer assistir a
um canal e outra pessoal quer assistir um canal diferente. Elas

35
BONIEK DE OLIVEIRA

conversam e chegam a um acordo. O problema é quando


gerenciamos o conflito de uma maneira injusta e agressiva.

Roubo do papel: Essa construção equivocada não aconteceu de


maneira sem intenção. Isso foi apenas parte de um plano muito
maior. Descaracterizar a figura masculina na sociedade
contemporânea. Como vimos o homem representa Deus dentro
da família. Todos os seres humanos têm dificuldade em entender
Deus. Então para facilitar as coisas, Jesus Cristo nos apresentou
outro modelo. Jesus veio a terra para nos ensinar a chamar a Deus
de Pai. Para melhorar a compreensão e o relacionamento entre
Deus e a humanidade, Jesus escolheu o modelo Pai e filho. Então
se satanás destruir a figura masculina ele mata dois coelhos com
uma cajadada só.
Uma das formas de destruir a figura masculina é minar a
convivência de meninos com os homens. Como dissemos,
aprendemos muito mais observando do que ouvindo. Sem
convivência não haverá o que observar. Antes da revolução
industrial o trabalho do homem era próximo dos filhos, então as
crianças aprendiam a trabalhar vendo os pais trabalhando. Depois
do surgimento das fábricas e da proibição do trabalho infantil
nessas fábricas esse convívio se perdeu.
Nas últimas décadas com a banalização e popularização do
divórcio, os filhos foram criados pelas mães sem uma figura
paterna. Então hoje, onde os meninos aprendem a agir como
homens? Simplesmente não aprendem. O tempo passa e eles
chegam à idade adulta tendo comportamento de criança e de
adolescente. A única solução que vejo para isso: a igreja. Adotando
os padrões de comportamento da palavra de Deus o menino terá
atitudes adultas e positivas que contribuirão para a sua família e
para a sociedade.

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 8. O P A P E L D A M U L H E R

Introdução: Como vimos na aula anterior, a sociedade moderna


causou uma deformação da figura social masculina. Mas o que
satanás fez com a figura social da mulher através dos movimentos
feministas, foi muito pior.

O propósito? Como vemos em Gn 2.18 e 20 Deus fez a mulher


com um propósito muito claro. Ser ajudadora idônea do homem.
Essa ajuda é muito mais ampla do que imaginamos. Ser ajudadora
NÃO coloca a mulher na condição de apenas ser coadjuvante das
ações masculinas. Muitas vezes a mulher ajuda ao homem
protagonizando algumas situações. Compartilhando com o
homem as condições de coadjuvante e de protagonista é a forma
mais equilibrada e adequada de ajudar o homem.

Submissão deformada: Homens e mulheres SÃO


DIFERENTES e mesmo assim SÃO IGUAIS. Pode até parecer
contraditório, mas não é. Todos os seres humanos são únicos e
especiais. Mesmo assim nenhum é melhor que outro. Temos
peculiaridades que nos diferenciam e nos caracterizam como
indivíduos. E nenhuma dessas características nos coloca em
condição de superioridade ou de inferioridade. Ef 5.22-25 diz que
a mulher deve ser submissa ao marido como a igreja é submissa a
Cristo. A palavra submissão nos traz a ideia de “sub-missão”, ou
seja, estar debaixo da missão do marido. Isso não significa

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BONIEK DE OLIVEIRA

passividade ou irrelevância. Não! A mulher deve ter uma atitude


proativa cheia de iniciativa inclusive assumindo posição executiva,
como vemos claramente na mulher virtuosa descrita em Pv 31.10-
31. Nessa passagem vemos as características de uma mulher que:

1. É preciosa.
2. Tem a confiança do marido.
3. Promove o marido e não o denigre.
4. Tem iniciativa.
5. É uma mulher de negócios.
6. Cuida da casa.
7. Gerencia equipes.
8. Toma decisões executivas de grande porte.
9. É forte.
10. Fiscaliza.
11. Pega no batente.
12. É generosa.
13. É determinada.
14. Tem um marido bem-sucedido.
15. É prevenida e tem planejamento.
16. Veste-se bem.
17. É culta e educada.
18. É diligente.
19. É admirada pela sua família.
20. Teme ao Senhor.

A mulher pode e deve ter todas essas características e ser


submissa. Inclusive digo que ela não conseguirá ter essas
características se não for submissa ao seu marido, porque um
importantíssimo princípio espiritual é o princípio de respeito à
autoridade. Ao se quebrar esse princípio, é dado habilitação a
espíritos malignos e isso não permitirá que essas virtudes se
desenvolvam.

38
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Roubo do papel: Tanto o machismo como o feminismo são


diabólicos. Por um lado, os chamados “movimentos feministas”
acabaram com distorções malignas que acachapavam as mulheres
de uma maneira diabólica. Por outro lado, esses movimentos
também trouxeram coisas terríveis para as mulheres. Por exemplo,
colocaram sobre as mulheres grandes responsabilidades que
estavam sobre os homens e não tiraram delas responsabilidades
que já tinham. Então não foi uma substituição de
responsabilidades. Foi apenas acréscimo. Por isso é tão comum na
nossa sociedade encontrarmos mulheres estressadas, cansadas,
sobrecarregadas, à beira de um ataque de nervos.
E é esse mesmo movimento que coloca na cabeça da
sociedade a ideia de que é errado a mulher ser submissa ao marido.
Esse movimento é manipulado por satanás para que as mulheres
não vivam as bênçãos de Deus que estão escondidas no princípio
de submissão. Não entenda que essas frases que escrevi são
machistas e querem diminuir as mulheres. De forma alguma! Se
ficar essa impressão é porque vivemos mergulhados nessa cultura
distorcida que quer inverter os valores. Apenas digo que perante a
palavra de Deus homens e mulheres têm atribuições diferentes e
isso não coloca nenhum dos dois em uma situação melhor que o
outro.

Conclusão: A mulher deve ser submissa ao marido e o marido


deve ser submisso à esposa porque a bíblia diz que devemos ser
submissos uns aos outros Ef 5.21. Essa questão de liderança e
submissão deve seguir o exemplo de Cristo. A mulher se submeta
ao marido como a igreja se submete a Cristo. Jesus não impõe sua
liderança. Ele a conquista. Ele é o líder servo. A mulher se
submete ao marido e o marido deve servir à esposa em tudo.

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BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 9. Q U E B R A D E
MALDIÇÕES

Origem do termo: A palavra maldição em sua origem significa


literalmente “falar mal”. O princípio de seu uso era que se uma
pessoa lançasse pragas ou palavras ruins contra outra, a vítima teria
coisas como adversidades ou azar. Hoje em dia essa palavra se
refere mais à adversidade e ao azar independentemente de sua
fonte ser as palavras de outrem ou não. É nesse sentido que
usaremos essa palavra nessa aula.

Origens: Ao longo das escrituras vemos muitas maldições com


diferentes origens. Por exemplo:

• O próprio Deus Gn 4.11


• Palavras de uma pessoa Gn 9.25
• O pecado Dt 27.15-26

E muitas outras. Fato é que algumas desventuras têm


origem no adversário. Outras são meras consequências das
atitudes da própria pessoa. Precisamos ter discernimento e saber
separar as coisas.

Maldições hereditárias: Quando a adversidade se repete em


várias pessoas de uma mesma família, em diferentes gerações,

40
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

costuma-se chamar de maldição hereditária. Ela pode ter uma


causa biológica, psicológica ou espiritual.
Quando falamos da via biológica de maldições hereditárias
estamos nos referindo a doenças genéticas ou congênitas e às
predisposições genéticas à adicções e a outros problemas de saúde.
Quando falamos da via psicológica das maldições hereditárias nos
referimos aos mecanismos psicológicos que nos levam imitar ou
tentar negar comportamentos e atitudes que identificamos em
pessoas muito importantes na nossa história quando se
desenvolvia a nossa personalidade.
Quando falamos da via espiritual das maldições
hereditárias estamos nos baseando em textos como Ex 20.5 entre
outros. Esse texto pode até parecer, mas ele não é contraditório
com Ez 18.20-24. Entenda que cada um será julgado ou morto
pelo seu próprio pecado. Então a maldição hereditária em sua via
espiritual não determina a morte ou a condenação de alguém. Não
anula o seu direito de escolha, mas ela influencia, por exemplo, os
tipos de tentações que virão prioritariamente sobre a pessoa. As
maldições hereditárias podem existir quanto à influência ou
tendência. Jamais de uma maneira a determinar o comportamento
de ninguém. Isso fica claro em Ez 19.

A quebra: Mas importante que saber a origem da maldição é saber


como quebrá-la. Porém é difícil quebrá-la sem saber sua origem. O
próprio Senhor Jesus disse “conhecereis a verdade e a verdade vos
libertará Jo 8.32” Conhecer a verdade não é apenas conhecer a
Cristo como seu salvador. É conhecer a verdade sobre si mesmo.
Sobre sua história. Temos que saber a origem da maldição para
tratar a sua causa. Se não passaremos a vida apenas tratando seus
sintomas. Para mais eficiência nesse processo precisamos conhecer
um pouco sobre os conceitos de consciente e subconsciente.

41
BONIEK DE OLIVEIRA

Consciente e inconsciente: Esse conceito será explicado agora


superficialmente, entraremos em maiores detalhes no curso
avançado.
Para ir direto ao assunto vamos fazer uma comparação do
nosso consciente e subconsciente com um computador. Imagine
que nós abrimos uma janela e estamos navegando, por exemplo,
no site YouTube. Estamos vendo algum vídeo e às vezes a gente
deixa essa janela aberta e abre outro aplicativo, por exemplo, a
calculadora para fazer algum cálculo. Quando nós estamos ali
usando a calculadora aquele navegador em que nós estávamos
assistindo YouTube não foi fechado. Ele continua trabalhando, só
que ele está trabalhando em segundo plano. Então ele continua
emitindo sons, você continua ouvindo o áudio do vídeo que você
estava acompanhando. Mas o que está em primeiro plano neste
momento é a calculadora que você está usando, está na frente.
Como ele está no foco ele simboliza o consciente. Nesse momento
em que estamos lendo este documento, o que executa essa tarefa é
o consciente. O nosso subconsciente está trabalhando. São
pensamentos emoções e lembranças que estão atuando, porém
estão em segundo plano, mesmo assim eles estão agindo e nós
precisamos entender que muitos dos problemas na verdade tem
origem no nosso subconsciente, por exemplo, lá está uma
memória bastante negativa que até hoje acaba colocando medo,
angústia e ansiedade nos levando a um comportamento destrutivo.
É por isso que a Bíblia diz: “Conhecereis a verdade e a verdade
vos libertará”. Quando nós entendemos qual elemento da nossa
história nos marcou e que continua trabalhando até o presente
momento nos levando ao comportamento que nós não desejamos,
este momento também é chamado de quebra de maldições.
Porque aquele ato negativo que estava vigorando sobre você para
de ter valor e de te dominar. Dessa maneira a pessoa é livre.

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 10. P A I S E F I L H O S. (Parte I)

Contexto: Nesse mundo maluco onde vivemos somos


estimulados a não darmos o devido valor ao que realmente é
importante. É isso que acontece com nossos filhos. Somos levados
a nos iludirmos achando que nossos filhos são a nossa prioridade e
na verdade estamos sendo negligentes. Dizemos da boca para fora,
que eles são mais importantes que nós mesmos. Mas na verdade
somos egoístas e fazemos nossos filhos sofrer por que fazemos
escolhas visando o nosso próprio prazer.

Introdução: Fato é que ser pai ou mãe é um dos maiores


privilégios que Deus nos concedeu. Em Gn 1,27 o Senhor Deus
abençoou a toda a humanidade e disse “Crescei e multiplicai-vos”.

Responsabilidade maior: Nossos filhos não são nossos, são de


Deus. Ele apenas nos confiou para cuidarmos deles. Sl 127.3 Os
filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá. Por
isso temos a responsabilidade de zelar daquilo que é tão precioso
para o Senhor.
Nossos filhos têm alma e almas são eternas. Então de tudo
com o que temos contato aqui na terra, nada irá para além do
túmulo. Exceto nossos filhos. Essa informação traz uma grande
responsabilidade.

43
BONIEK DE OLIVEIRA

O relacionamento que os pais têm com Deus é o ponto de


partida do relacionamento dos filhos com Deus (Ex 3.6). Temos
que apresentar Deus para os nossos filhos.

Como criar filhos: Não irritem seus filhos. Crie-os no temor do


Senhor (Ef 4.6). Ensina no caminho e não o caminho (Pv 22.6).
Não ensine como os fariseus, que falam uma coisa e fazem outra
(Mt 23.2-3). Abandone a ilusão de que falar é o bastante. Teus
filhos aprenderão com o que você faz e não apenas com o que
você fala. Assim você não tem autoridade. Maravilhe teu filho
ensinando como Jesus (Mt 7.28-29). Com autoridade, com
propriedade.

Corrija: Vários textos bíblicos nos orientam a disciplinar os


nossos filhos. Por exemplo: Pv 29.17 Discipline o teu filho Pv 3.12
e Hb 12.6 Deus repreende ao que ama.
Outros textos nos mostram as consequências de nós não
disciplinarmos os nossos filhos como foi o caso do Rei Davi (1 Rs
1.6) e do profeta Samuel (1 Sm 8.3).

A correção tem que ser algo racional: Quando você for corrigir
os teus filhos, isso deve ser uma ação movida pela razão e não pela
emoção. Às vezes castigamos nossos filhos movidos pela ira
causada pelo erro deles. Esse não é o momento. Quando você
perceber que está muito emocionado, espere a poeira abaixar e
deixe a correção para depois. Não precisa ter pressa. Não tem que
ser na hora. Posteriormente quando você estiver bem, chame o teu
filho, e diga para ele: “Você sabe por que está sendo corrigido?”.
“Você está sendo corrigido porque fez isso, aquilo e aquilo outro”.
Aí sim aplique um castigo proporcional à idade da criança e
proporcional a falta cometida.
Outra coisa importantíssima. Combine o castigo com o teu
cônjuge, antes de comunicá-lo à criança. Para que haja

44
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

concordância e não corra o risco de ser desautorizado pelo


cônjuge. Lembre-se, ele ou ela é tão responsável pela criança
quanto você.

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BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 11. P A I S E F I L H O S. (Parte II)

Introdução: Nessa segunda parte da aula sobre pais e filhos


vamos abordar algumas das maiores dificuldades nessa área.

Sexualidade da criança e do adolescente: A sexualidade do


adolescente é como se fosse uma bomba relógio. Desarme-a! Não
acenda o pavio! Não acredite que a proibição verbal será o
bastante para evitar que ele faça o errado. Principalmente se o
assunto é namoro e sexualidade. Se você proibir o namoro você
estará apenas acendendo o pavio da bomba. Você precisa
desarmar essa bomba. Ensinando os aspectos negativos dessa
decisão. Devemos tentar dissuadi-los dessa ideia. E isso deve
acontecer muito antes de o teu filho ou a tua filha pedir permissão
para namorar ou trazer um pretendente para te apresentar. Esse
trabalho de “desarmar a bomba” deve acontecer ainda na infância.

Ensine-os antes que o mundo os ensine: Fale com os teus


filhos antes que o mundo fale. O cérebro humano tem a tendência
a atribuir maior verdade ao conhecimento que chega primeiro. Se
você ensinar aos teus filhos antes que o mundo, quando o mundo
vier lhes ensinar a sua sujeira, o teu filho vai comparar o que o
mundo está falando com aquilo que você já colocou dentro dele.
Aí a criança tem condições de rejeitar a informação mundana. Se
você deixar o mundo ensinar primeiro, quando você chegar para
ensinar o que é correto, ele vai comparar o que você está falando

46
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

com aquilo que o mundo já fez ele acreditar ser verdade. Aí ele
provavelmente rejeitará o que você está ensinando.

Prevenção contra o abuso sexual: Desde muito cedo, tão cedo


quanto possível, precisamos ensinar as crianças que não pode fazer
nenhum tipo de brincadeiras com certas partes do corpo. Deve-se
dizer quais áreas são essas, usando uma linguagem leve e adequada
à idade da criança e à cultura da família. É bom avisar que, pode
ser que apareça alguém querendo brincar com essas partes. E que
quando a criança não deixar, essa pessoa vai tentar de assustar, e te
obrigar a brincar. É importante já deixar isso avisado para que na
mente da criança, ela já esteja preparada para resolver essa
situação. Ensine o teu filho a dizer para essa pessoa que não pode
e que ela vai contar tudo para os pais de qualquer maneira e que se
a pessoa insistir a criança deve fugir e gritar.

A guerra da autoestima: Satanás luta ferozmente para destruir a


autoestima das pessoas. Porque se as pessoas não enxergam o seu
próprio valor elas estão mais propensas às atitudes que levam a
destruição. Ou seja, mais vulneráveis ao pecado.
Para evitar isso devemos trabalhar para que a autoestima
de nossos filhos seja sempre adequada e saudável. Infelizmente
nesse processo muitos pais se colocam ao lado do adversário
destruindo a autoestima de seus filhos com brincadeiras
inadequadas, comentários pejorativos e não valorizando suas
conquistas.
Ao invés disso devemos nos opor ao adversário
construindo a autoestima de nossos filhos, os amando, os
compreendendo, profetizando coisas boas no futuro de nossos
filhos. Dizendo para eles quem eles são diante de Deus.
Valorizando suas qualidades e suas conquistas.
Todo ser humano busca aceitação e a primeira fonte de
aceitação que buscamos são nossos pais. Se isso faltar, o jovem

47
BONIEK DE OLIVEIRA

pode acabar indo buscar isso em outros lugares como o grupo de


amigos, drogas, bebidas, sexo ilícito, etc.
Por isso os pais de uma menina devem tratá-la como uma
princesa, para fazer com que ela creia que ela é digna de um
príncipe. Isso vai fazer com que ela não vá buscar nos braços de
qualquer um o amor que não recebeu dos seus pais,
principalmente do seu pai. Então uma menina que foi tratada
como princesa, tem autoestima saudável e não aceitará como
parceiro alguém que apresenta padrões morais e espirituais baixos.
A adolescência é um período extremamente difícil. Principalmente
para o rapaz, porque na adolescência as jovens da mesma idade
dele estão interessadas em rapazes mais velhos de outras classes e
o rapaz está apaixonado pela moça da mesma classe dele. Então
no período da adolescência o rapaz tem de experimentar o
primeiro amor não correspondido. Outro problema é: a nossa
sociedade joga um peso demasiado sobre o rapaz. Fazendo
cobranças em relação à sua vida profissional e financeira futura
mesmo que ainda não é hora de desenvolvê-la. Também os
comentários a respeito de sua aparência são um fardo a mais, pois
na adolescência o corpo do jovem cresce de uma maneira
desproporcional, enquanto nesse aspecto adolescência da moça é
mais favorável à sua autoestima.

Autonomia e escolha: Até certa idade devemos tomar as decisões


pelos nossos filhos, pois eles ainda não têm condições de fazer
boas escolhas sozinhos. Mas isso só acontecerá até certa idade.
Depois de certa idade devemos permitir que eles tomem algumas
decisões com consequências controladas. Essa autonomia assistida
deve ser trabalhada progressivamente, permitindo algumas coisas e
proibindo outras. Lembre-se que você não está sozinho nesse
processo. O Espírito Santo te guiará em toda a verdade. Nesse
processo é importante que eles experimentem algumas

48
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

consequências negativas de suas escolhas. Fazendo isso com


equilíbrio, estamos ensinando nossos filhos a fazer escolhas sábias.

Desobediência: Como lidar com as situações de desobediência


dos nossos filhos depende da idade deles. Quando crianças, eles
devem ser castigados de modo a aprender que o que eles fizeram
errado. Os pais precisam ter sensibilidade para entender um
castigo que seja proporcional à situação e à idade da criança.
Precisamos ter equilíbrio para não cometer o erro de exagerar,
dando um castigo exacerbado, machucando ou traumatizando a
criança. Também não podemos ser lenientes, deixando de corrigir
e de exercer o nosso papel de educador. À medida que os anos vão
passando as opções de castigo que os pais possuem vão
diminuindo de tal maneira que quando o adolescente se aproxima
da sua maioridade, embora sua idade, eles ainda carregam um
comportamento bastante imaturo, no entanto, não são mais
cabíveis castigos físicos. Neste momento resta aos pais orar,
confiar em Deus e confiar na educação que os pais deram à criança
quando ela era pequena. Agora cabe orientar, reforçar o que já foi
dito, e tolerar em amor. Precisamos entender que não tem muito
mais o que fazer além do que foi citado até aqui.

Conclusão: Como nos diz o Sl 127.4 nossos filhos são como


flechas na mão do guerreiro. A gente prepara, puxa, dá a direção e
solta.

49
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 12. S A N T I D A D E

Introdução: Você já reparou como existe hoje em dia na mídia


uma enorme quantidade de programas de televisão e de revistas
que falam de bem-estar e estilo de vida. Será que isso é uma mera
coincidência? CLARO QUE NÃO! Isso existe porque o nosso
adversário tem o profundo interesse em modelar nosso estilo de
vida. Mas se o adversário tem um plano para o teu estilo de vida,
saiba que Deus também tem um plano sobre como você deve
viver tua vida.

O que é santidade? Santidade não é apenas deixar de fazer algo


considerado errado. É muito mais do que isso. Santidade é o estilo
de vida que o nosso criador planejou para nós.

Mudança de conceito: Dentro das tradições religiosas estava


muito claro que o pecado estava apenas nas nossas atitudes. Mas
Jesus veio aprofundar esse conceito. Por exemplo, os religiosos
com bases em suas leis achavam que o adultério estava apenas no
ato sexual em si. Assim ficar olhando e imaginando estava
liberado. O pecado seria apenas algo externo. Não teria a ver com
a mente, com o coração, com as emoções, sentimentos ou desejos.
Em Mt 5.28 Jesus disse: Qualquer que atentar numa mulher para a
cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela. Assim Jesus está
mostrando a dimensão interna do pecado. Pecado na mente!

50
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Isso fica bem claro no texto de Tg 1,14-15. Ele diz que o pecado é
gerado e desenvolvido dentro do ser humano, depois sai de dentro
de nós para ser consumado. Mesmo ainda em seus estágios iniciais
pecado é pecado. Então para nos mantermos em santidade
precisamos estar atentos ao nosso interior para ver se não existe
pecado dentro de nós.

Um problema de vista: O pecado nos leva a não enxergar a


Deus. Hb 12.14 e Mt 5.8. Por isso digo que o pecado causa um
problema de vista. Nos deixa cego para não vermos o que há de
mais importante, Deus. Uma vez que nossos olhos não estão bons
todo o nosso corpo é tenebroso. E quão grandes trevas! Por isso
precisamos de santidade.

Mantenha a distância: Se você não consegue se santificar. Vive


caindo nos mesmos pecados. Sente que o poder do pecado, de
certa maneira, dirige algumas de suas atitudes. O problema é a
distância. O poder do pecado é como o poder de atração de dois
imãs. Quando eles estão próximos, a força de atração é quase
irresistível. Mas se nós os afastarmos, essa força continua
existindo, mas é quase zero. Por isso para que o pecado não nos
atraia de uma maneira que não consigamos escapar, precisamos
ficar o mais longe possível das fontes de tentação. 1 Co 6.18 e 1 Ts
5.22.

O processo de santificação: Somos santificados pelo... Espírito


Santo (Rm 15.16; 2 Ts 2.13; 1Pe 1.2); Sacrifício de Cristo (Hb
10.10). Sangue (Hb 13.12). Verdade (Jo 17.17-19). Fé (At 26.18).
Palavra (Jo 15.3; 1 Tm 4.5). Nós mesmos (Js 7.3; 2 Tm 2.21; Ap
22.11). Deus (Ex 31.13; 21.8; 21.15; 21.23; 22.16; 22;32; 1 Ts 5.23;
Ap 22.11). Manutenção da santidade (Jo 13.10). A nossa
santificação é a vontade de Deus (1 Ts 4.3).

51
BONIEK DE OLIVEIRA

Conclusão: Santidade é uma questão de felicidade. Você só terá o


máximo de felicidade quando você viver a vida do modo planejado
pelo criador do universo. E o nome desse modo é santidade.

52
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 13. V I D A F I N A N C E I R A

Introdução: Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há


de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o
outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom (Mt 6.24). Esse texto,
dito pelo próprio Senhor Jesus Cristo, nos mostra o grande perigo
de o dinheiro se tornar um ídolo para nós (Cl 3.5). Por isso é difícil
um rico entrar no reino dos céus (Mt 19.23). É difícil, mas não
impossível. Olhe o caso de Zaqueu (Lc 19.1-10). Outro aspecto
nocivo que o dinheiro pode adquirir é expresso em Pv 30.8-9 (leia
esse texto).

O amor ao dinheiro: É a raiz de todos os males (1 Tm 6.10). Isso


é uma verdade complementada pelo texto bíblico que diz que:
Quem ama ao dinheiro nunca ficará satisfeito (Ec 5.10-11).
Acredito que também por isso a bíblia nos diz para não nos
sobrecarregarmos para conquistar riquezas, pois elas são uma
ilusão passageira. (Pv 23.4-5)

Contente-se com o que tem: Pesquisas feitas em universidades


mostram que o fato de possuir dinheiro não traz felicidade.
Quando passamos a ganhar mais ficamos felizes, porém logo nos
acostumamos a esse novo patamar e nossa felicidade volta ao nível
habitual. Textos como 1Tm 6.8 e Hb 13,5 nos mostram a palavra
de Deus nos recomendando a não supervalorizarmos o dinheiro
acreditando que a felicidade está em possuí-lo. A verdadeira

53
BONIEK DE OLIVEIRA

felicidade está na maneira como você vê o dinheiro. E a maneira


correta de fazer isso é se contentar com o que você tem. Viver
focando no que você ainda não tem é uma maneira muito infeliz e
insatisfatória de viver essa vida. No entanto, se você obedece às
escrituras e se contenta com o que tem você viverá satisfeito em
todas as circunstâncias.

Ser rico para com Deus: Em Lc 12.13-21 temos o texto


conhecido como a parábola do rico insensato. Essa passagem nos
mostra o erro daqueles que apenas se preocupam com as coisas
dessa vida e não se preparam para a vida eterna. Esse texto
termina com uma expressão muito curiosa: “não é rico para com
Deus”. Para entendermos melhor esse termo, vamos ver passagens
do evangelho como: Lc 12.33 e Mt 6.19 esses textos nos
incentivam a acumularmos tesouros nos céus através de boas
obras e de doações aos mais necessitados. Afinal quem dá ao
pobre empresta a Deus Pv 19.17. Esse mesmo ensinamento Jesus
deu ao jovem rico dizendo: “vai vende tudo o que tem dê aos
pobres e terá um tesouro no céu (Lc 18.22 / Mt 19.21 / Mc
10.21).
A mesma orientação o apóstolo Paulo ordena que Timóteo
dê aos ricos. O que ele faz de maneira bem detalhada em 1 Tm
6.17-19. O próprio Senhor Jesus Cristo em pessoa recomenda a
uma de suas igrejas que compre ouro provado no fogo em Ap
3.18-19.

Prosperidade bíblica e o besteirol da prosperidade: A palavra


de Deus realmente nos fala de prosperidade. Vejamos alguns
exemplos: (Is 45.3) darei a você tesouros escondidos. (Dt 28.3-13)
bênçãos em todas as áreas. (3 Jo 1.2) assim como vai bem a tua
alma. (Fp 4.19) Deus suprirá as necessidades com as gloriosas
riquezas. (Js 1.8) a palavra de Deus nos faz prosperar. (Sl 1.3)
Tudo o que o justo fizer prosperará.

54
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Diferente disso, vemos que está sendo pregado em muitas


igrejas um besteirol teológico sobre prosperidade, que costuma
apresentar um ou mais dos seguintes pontos:

• Todos que dão dinheiro na igreja vão ficar ricos.


• Relacionar dízimos e ofertas com salvação.
• Se você está doente ou sem dinheiro, isso é falta de fé ou
pecado.
• Deus é obrigado a te abençoar. (Te dar o que você quer)
• Colocar Deus contra a parede e coisas semelhantes a essas.
• Isso nada tem a ver com a palavra de Deus.

Conclusão: A prosperidade é uma realidade bíblica. É a vontade


de Deus para os seus servos. O besteirol da prosperidade não.
Esse besteirol vem do inferno para fazer o seguinte:

• Quem está de fora, crítica às igrejas como se todas elas


fossem iguais.
• As pessoas fecham o coração e não ofertam na igreja.
• Criticam os pastores como se todos fossem iguais.
• Os verdadeiros pastores se sentem envergonhados ao
falarem de dinheiro.

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BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 14. B A T I S M O

Introdução: O batismo é um tema extremamente importante na


vida de um cristão. O objetivo dessa aula é deixar você ciente do
que é o batismo, qual é o seu significado e suas consequentes
responsabilidades.

O que é o batismo? A palavra batismo vem do grego “βαπτίζω"


(baptizō) que significa “banhar” ou “mergulhar”. Esse termo não
aparece no antigo testamento. Porém sua prática é bem parecida
com a purificação cerimonial dos judeus descrita em Números
capítulo 19. O apóstolo Paulo diz em 1 Co 10.2 que o povo de
Israel foi batizado em Moisés, na nuvem e no mar.

Sua história: O batismo surge na bíblia sendo praticado por João


Batista. Este apregoa um batismo nas águas para o arrependimento
(Mc 1.4; Lc 3.3; Lc 7.29). Por isso não se deve batizar crianças. Por
que o batismo nas águas é uma expressão pública e consciente de
que nos arrependemos dos nossos pecados. Também é uma
maneira de manifestarmos que cremos no Senhor Jesus Cristo e
que nos tornamos seus discípulos.
Uma interpretação equivocada de (At 22.16) pode nos
levar a pensar que o batismo lava pecados. O batismo não lava
nossos pecados, mas quando nos tornamos discípulos de Cristo
através do batismo, sua obra redentora na cruz alcança as nossas
vidas e essa obra é o que nos lava dos pecados.

56
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Assim sendo, ainda que não necessitasse, Jesus foi batizado


nas águas (Mt 3.13-16; Mc 1.9) para que se cumprisse toda a
justiça. E como bom líder, Ele nos deu o exemplo, nos mostrando
o caminho que devemos seguir.

Simbolismo: O batismo nas águas tem uma dupla simbologia. Ele


aponta para o passado. Quando somos submergidos nas águas
batismais, isso representa que com Cristo morremos para o
mundo. E aponta para o futuro, porque e quando emergimos isso
simboliza que como Cristo, seremos ressuscitados (Rm 6.4; Cl
2.12)

A ordenança de batizar e ser batizado: Jesus mandou seus


discípulos batizar. Desde o início de seu ministério terreno (Jo
3.22; Jo 3.26 Jo 4.2) até sempre (Mt 28.19). Essa manifestação
pública de fé e de arrependimento é muito importante para todos
que são discípulos de Cristo, pois “quem crer e for batizado será
salvo Mc 16.16”.
O novo testamento registra muitos batismos realizados
pela igreja dos primeiros dias At 2.41; At 10.48 At 19.5. Inclusive o
próprio apóstolo Paulo foi batizado quando as escamas lhes
caíram dos olhos At 9.18.

O que você precisa saber antes de se batizar: Adão cometeu o


pecado original desobedecendo a Deus (Gn 3). Por esse pecado a
morte entrou no mundo e passou a todos os seres humanos (Rm
5.12). Deus enviou nosso Senhor Jesus Cristo, seu Filho, para com
sua morte redimir toda a humanidade do pecado e da morte (Rm
5.15,18).

O que te impede de ser batizado? NADA se você crê que Jesus


Cristo é o filho de Deus At 8.36-37. O único requisito para ser
batizado e para ser discípulo de Jesus é a fé. As demais coisas.

57
BONIEK DE OLIVEIRA

Todas as mudanças que acontecerão na tua vida serão


consequências desse primeiro passo de fé.

58
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

PARTE II
FORMAÇÃO DE OBREIROS

59
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 15. H I S T Ó R I A E V I S Ã O
DO SEU MINISTÉRIO

Introdução: Essa aula tem o objetivo de conscientizar a todos


sobre a importância de se conhecer a história e concordar com a
visão do ministério onde você congrega.

Conheça a história do teu ministério: Nas aulas mais à frente


teremos algumas aulas sobre a história da igreja cristã. Essa
sequência de aulas será importante para se ter um panorama geral
sobre a história e as características de diversos ramos do
cristianismo. Porém isso não é o suficiente. Precisamos conhecer
de maneira específica a história da denominação onde estamos e
entender como isso se posiciona dentro do cenário geral.
Conhecer a tua história é muito importante, pois é um elemento
constituinte da identidade desse grupo. Ao conhecer a história do
teu ministério pode te ajudar a entender porque algumas coisas são
como são dentro dele.

Conheça a visão: Cada ministério tem características específicas


que os distingue dos demais. Como vemos em 1 Co 12, há
diversidade de dons, há diversidade de ministérios, mas o Espírito
é o mesmo. Todo ministério tem uma missão especial e específica
nessa terra. Para cumprir essa missão específica, Deus nos
presenteia com equipamentos específicos para cumprirmos essa

60
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

missão. Dessa maneira, para sermos bem-sucedidos, devemos estar


a par dessa missão e desses dons.

Concordância: E se você não concorda com os objetivos ou com


a metodologia do ministério, o que fazer? Precisamos nos prevenir
quanto a isso. Mais cedo ou mais tarde surge algo com que você
não concorda. Isso é absolutamente normal e precisamos saber
lidar com isso. Diante dessas situações, grande é a tentação para
que deixemos nosso ministério.

61
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 16. P R I N C Í P I O
DE AUTORIDADE

Introdução: Percebemos ao longo de toda a história humana, que


uma das coisas que mais permeia as relações é a disputa por poder.
Passamos muito tempo tentando exercer autoridade uns sobre os
outros.
Precisamos saber que Jesus tem toda a autoridade na Terra
e no céu (Mt 9.6). Todo o poder lhe foi dado (Mt 28.18). Todas as
obras foram sujeitas (Hb 2.8 1 Pe 3.22).

Toda a autoridade emana de Deus: Deus criou as autoridades


Cl 1.16 e Rm 13.1-7. Um exemplo que costumo usar para explicar
isso é a pirâmide de taças. Alguém faz uma fila com 5 taças ou
copos. Sobre essa fila se equilibra outra fila com 4 copos. Sobre
esta, outra fila com 3 e assim por diante, até que no topo tenha
uma taça. Sobre essa última taça que está em cima, alguém começa
a derramar algum líquido que depois cai sobre os dois copos que
estão embaixo dele e assim por diante. Da mesma maneira, a
autoridade emana de Deus e cai sobre as mais altas autoridades e
destas cai sobre autoridades intermediárias e delas para os demais.
Por isso toda vez que alguém se rebela contra qualquer
autoridade na verdade está se rebelando contra todos que lhe
deram autoridade até chegar à fonte que é o próprio Deus.

62
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Devemos nos sujeitar: Sujeitai-vos aos governos humanos (1 Pe


2.13-17). Sujeitai-vos aos presbíteros e uns aos outros (1 Pe 5.5).
Sujeitai-vos aos vossos pastores (Hb 13.17). Sujeição dentro das
relações familiares (EF 5.21).

Como ter autoridade: A palavra de Deus nos diz em Mt 10.1 que


Jesus nos deu poder e autoridade. O nosso papel diante disso é
primeiramente crer nisso e saber que isso é uma realidade em
nossa vida, independentemente das nossas qualidades ou
habilidades. Também precisamos exercer essa autoridade em todos
os momentos em que for necessário.

No caso de conflito de ordens: Pode acontecer em algum


momento em que diferentes pessoas de autoridade te deem ordens
conflitantes, o que fazer nesse caso? Tenho certeza de que você
seguirá a ordem da autoridade maior. E se alguma dessas pessoas
de autoridade de ter uma ordem que vá contra a palavra de Deus?
A situação é muito simples. Obedeça a autoridade maior.
Nenhuma pessoa, não importa quem seja, tem tanta autoridade
quanto à palavra de Deus. A bíblia é a maior autoridade que existe
nessa terra. Nesse caso diga como o apóstolo Pedro: Importa mais
obedecer a Deus do que aos homens At 5.29

Abuso de autoridade: Abuso de autoridade é exceder os limites


do seu poder. Como vimos todo o poder, inclusive o terreno,
emana de Deus. Mas essa porção é limitada. Precisamos entender
que todo o poder que Deus nos dá vai até certo ponto. Precisamos
conhecer claramente esse limite para não incorrer no erro do
abuso de autoridade que é quando tentamos usar a autoridade que
Deus nos deu fora do seu lugar devido.

Tipos de autoridade: Autoridade é sinônimo de poder. Existem


vários tipos de autoridade. Autoridade coercitiva (força física),

63
BONIEK DE OLIVEIRA

autoridade econômica (remuneratória), autoridade voluntária e a


autoridade carismática. É importante você conhecer os diferentes
tipos de autoridade e identificar em diferentes circunstâncias qual é
o tipo de autoridade que está em vigor em cada momento.

Acautelai-vos quanto a disputa por poder: Como já abordamos


em aulas anteriores um fator muito presente nas relações humanas
é a disputa por poder. Nesse contexto de autoridade a disputa por
poder se manifesta principalmente de duas maneiras.
Primeiramente quando não aceitamos a autoridade de quem está
acima de nós e acabamos entrando em uma disputa por poder
com essa pessoa. Isso é muito perigoso, pois pode nos levar à
rebeldia. Outra situação é manifesta na maneira como nos
relacionamos com as pessoas que estão abaixo de nós. Nessa
situação o risco é de nos tornarmos líderes abusivos no intuito de
autoafirmar nossa autoridade. Isso também é algo muito ruim.

Conclusão: Para sermos filhos do altíssimo. Parecidos com Ele,


precisamos orar pelas autoridades 1 Tm 2.1-2. Para que elas
venham a se sujeitar à vontade de Deus que é boa, perfeita e
agradável para todos.

64
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 17. C H A M A D A

Introdução: Em Mt 4.19 Jesus disse a alguns pescadores: Vinde


após mim e eu vos farei pescadores de homens. O que isso
realmente significa? Será que esse chamado se estende a todos ou
só a alguns escolhidos? Essas e outras perguntas é o que vamos
abordar na aula de hoje.

A importância do chamado: Deus tem um plano perfeito para a


humanidade. Mas fazendo uso do nosso “livre-arbítrio” acabamos
dando as costas para o maravilhoso plano que Deus tem para nós.
Porém, Deus não deixa que as coisas fiquem dessa forma. Deus
tem um plano de restauração. Para isso Ele chama as pessoas de
volta ao centro de Sua vontade e conta com seus servos para
ajudarem as pessoas nessa tarefa.

Você realmente foi chamado? Como podemos saber se


realmente fomos chamados por Deus? A resposta é simples.
Conheça as escrituras. Em Mt 11.28 Jesus disse: “vinde a mim
TODOS vós estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei”. Esse
chamado é claramente para todos é isso inclui você. Todos nós
fomos chamados para vir a Jesus receber alívio das nossas dores,
perdão dos nossos pecados e consequentemente a vida eterna. Mas
normalmente quando as pessoas dizem que tem um chamado, em
geral se referem a trabalhar na obra de Deus. E é dessa maneira

65
BONIEK DE OLIVEIRA

que nós cremos. Acho impossível alguém ter um verdadeiro


envolvimento com Jesus e não sentir desejo de fazer algo por seu
reino. Por isso afirmo, sim! Todas as pessoas têm um chamado
para fazer algo no reino de Deus. Lembrando que isso é algo
muito abrangente. Por exemplo, criar bem os teus filhos é fazer a
obra de Deus.

Como saber qual é o teu chamado? Agora que você já sabe que
sim, somos chamados por Deus precisamos saber que chamado é
esse. Como já dissemos na seção anterior, quando usamos a
palavra “chamado” estamos nos referindo a duas coisas:

A primeira é fomos chamados para nos relacionarmos com


Deus. Para conhecê-lo e sermos aliviados por Ele.
A outra é como vamos trabalhar no reino de Deus e em
qual área?
Para responder a essa pergunta precisamos combinar três
fatores:

1º O que você gosta de fazer?


2º Em que você é bom?
3º O que a igreja está precisando que seja feito?

Vamos agora detalhar a importância de cada um desses


fatores.
Aquilo que você gosta de fazer é algo muito importante,
porque desempenhar funções na obra do Senhor exige esforço,
preparo e dedicação. E quando você gosta da atividade que está
desempenhando será mais leve para você se preparar e se esforçar.
Para as atividades que não gostamos muito de desempenhar
podemos nos esforçar por algum período. Mas na medida em que
o tempo for passando vai ficando cansativo e pesado e é provável
que você acabe entregando o cargo.

66
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Em que você é bom é algo muito importante porque


reflete quais foram os dons que Deus investiu em você. Se Deus te
deu um dom para fazer algo de uma maneira maravilhosamente
linda, posso dizer que é muito provável que Deus queira lhe ver
usando aquilo que Ele pôs de especial em você. Outra coisa, esse
item tem tudo a ver com o item anterior porque temos uma
grande tendência a gostarmos de fazer aquilo em que somos bons.
O terceiro aspecto a levar em consideração é o que a igreja
está precisando. Esse item é muito importante porque Deus
trabalha através dele de uma maneira muito especial. Primeiro,
quando nos abrimos a ajudar naquilo em que a igreja precisa,
independentemente de você gostar ou de sermos bons, aí é o
verdadeiro servir. Abrir mão de sua vontade para fazer a vontade
de Deus e do próximo. Nessa situação podemos ter certeza de que
não estamos servindo a nós mesmos. E nesse processo acontece
algo muito especial: descobrimos novos dons que jamais
imaginaríamos que temos. Isso é Deus nos desenvolvendo.
Não podemos nos esquecer que servimos a um Deus que
fala! É imprescindível estar em constante oração pedindo ao
Senhor da seara, para que Ele nos revele sua vontade. Pode ter
certeza que Ele fará isso. Sempre conduza todas as tuas decisões
sobre o que fazer e principalmente sobre o que deixar de fazer,
com muita oração e submissão a Deus e às autoridades.

Chamada e envio: Jesus realiza um processo muito lindo em


nossas vidas. Ele nos chama, nos prepara e nos envia. Nunca se
esqueça disso! Você tem um chamado para ser aliviado por Cristo,
para se relacionar com ele. Depois de uma fase de preparação Ele
te enviará para fazer a sua gloriosa obra. Esse é um dos maiores
privilégios que um ser humano pode ter nessa vida.

Conclusão: Nunca se esqueça de algo muito importante. Muitos


são chamados, mas poucos são escolhidos Mt 22.14. Este texto

67
BONIEK DE OLIVEIRA

deixa claro que o chamado de Deus é amplo, mas a escolha é


restrita. Por isso devemos ser fiéis ao nosso chamado para que
dessa maneira venhamos a ser escolhidos.

68
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 18. S E R V I R

Introdução: O evangelho do Senhor Jesus Cristo realmente é uma


contracultura. Nossos instintos pessoais e a nossa sociedade, nos
incita a buscar o nosso bem-estar e isso aconteceria à medida que
as pessoas nos servissem. Mas se todos desejam ser servido, quem
servirá? E servirá por qual motivo? Com quais intenções?
Certamente não é dessa maneira que Deus planejou que
vivêssemos nossas vidas. O padrão que Deus planejou é o que
vamos aprender hoje.

Servir ou ser servido? Existem sentimentos e comportamentos


que são inatos ao ser humano. Já outros são apreendidos com
muito esforço, em geral quando a pessoa já apresenta alguns traços
de maturidade. Por exemplo, ninguém ensina uma criança a ser
egoísta. Mas se ela está comendo algo de que ela goste
instintivamente ela não vai querer compartilhar com alguém que
está pedindo para comer um pouco. Ela será ensinada de que há o
suficiente para todos e que há prazer em compartilhar. Ainda nesse
sentido, a criança em seu processo de desenvolvimento ela se
considera o centro do universo. Por isso é menos provável que
uma criança ou um adolescente apresente misericórdia para com
um desconhecido. Conseguir se imaginar na condição de outra
pessoa com a qual você não se identifica exige um alto grau de
abstração e essa habilidade normalmente são desenvolvidos com a

69
BONIEK DE OLIVEIRA

maturidade. Com isso estou dizendo que é um impulso natural à


pessoa desejar ser servida. Mas para ela desejar servir ela deve
passar por um processo de aprendizado e amadurecimento. Parte
desse processo, vamos fazer nessa aula.

O exemplo de Cristo: De sorte que haja em vós o mesmo


sentimento que houve também em Cristo Jesus, que sendo em
forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus ,mas,
esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se
semelhante aos homens; E achado na forma de homem,
humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de
cruz. Fp 2,5-8.
Esse belo texto da epístola de Paulo aos filipenses nos
apresenta de maneira muito clara o grande exemplo de Jesus
Cristo. Ele é o Rei de todo o universo, e enquanto esteve entre nós
não quis exercer poder e nem liderança autoritária. Ele exerceu
toda a autoridade que o Pai lhe deu, mas ele faz isso servindo. E
nós devemos fazer o mesmo e da mesma maneira. Vamos ganhar
as pessoas para Cristo servindo-as.

Por que servir? Vamos listar aqui basicamente três motivos para
servir.

1. Porque Jesus mandou. Mc 10.42-45.


2. Porque as pessoas precisam.
3. Porque teremos uma recompensa. Lc 6.20-23.

Conclusão: Às vezes os discípulos perdiam o foco e acabavam


discutindo quem é o maior no reino dos céus. Mt 18.1. Nesses
momentos Jesus deixava bem claro: “quem quiser ser importante
seja o vosso servo” Mt 20.26. O ato de servir é algo extremamente
importante, pois é o caminho para nos assemelharmos àquele que
foi exaltado a mais alta posição e cujo nome está sobre todo o
nome.

70
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 19. S U B M I S S Ã O
E LIDERANÇA

Introdução: Fato é que a todo o momento estamos liderando e


sendo liderados. Já que isso é inevitável, por que não fazermos isso
de acordo com o que a bíblia nos ensina sobre isso? Na aula
anterior falamos bastante sobre servir e este é um bom modelo
para as circunstâncias em que estamos sendo liderados. E quando
é o nosso momento de liderar, como devemos proceder? Isto é o
que veremos nesta aula.

O que é liderança: Existem muitos conceitos de liderança. De


uma maneira resumida podemos entender a liderança como o ato
de coordenar pessoas influenciando sua mentalidade e atitude.
Perceba que a palavra chave aqui é influenciar. Neste
ponto vale revisar a aula sobre autoridade, para lembrar os
diferentes tipos de fonte de autoridade.

Um fardo e não uma regalia: Muitas pessoas desejam chegar a


uma posição de liderança. Por que isso acontece? Talvez porque
essas pessoas enxergam nessa posição um status ou algo do tipo.
Sem imaginar o quanto de trabalho e o tamanho da
responsabilidade que essa posição exigirá. Não é errado desejar
uma posição de liderança. 1 Tm 3.1 diz: “Se alguém deseja o
episcopado (ser bispo) boa coisa deseja”. O importante é estarmos
ciente de que essa posição exigirá muito de quem a deseja.

71
BONIEK DE OLIVEIRA

Liderança, uma questão de atitude: Para se chegar à posição de


liderança a grande questão é: quais atitudes estão sendo tomadas
para se alcançar nessa posição. Muitas pessoas, por estranho que
pareça, esperam chegar a essa posição sem nenhuma preparação,
por um “ato divino”. Como se Deus olhasse do céu, apontasse
para ela e dissesse “É você!”. Só que não é bem assim. Se você
analisar bem, nos momentos em que Deus interveio dessa forma a
pessoa em questão já estava em um longo processo de preparação.
Por exemplo, o rei Davi.
Para chegar à posição de liderança você precisa de
competência. E isso se alcança com trabalho e preparação. Seja
bom naquilo que você faz e trabalhe com afinco.
Automaticamente essa tua atitude vai inspirar algumas pessoas e de
certo modo você já as estará liderando.

Líder ou chefe? Essa


ilustração deixa muito clara a
diferença entre líder e chefe. O
chefe manda fazer, mas não é
exemplo. Como quem diz:
“Faça o que eu digo, mas não
faça o que eu faço”. Já o líder é
totalmente diferente. Ele é o
exemplo. Ele inspira as pessoas
com a sua atitude e o seu
trabalho. Como quem diz:
“faça como eu”. É exatamente isso que Jesus fez enquanto esteve
na Terra.

As lideranças e a disputa de poder: “Acautelai-vos quanto às


disputas por poder”. Essa é uma advertência muito útil para os
dias de hoje. Quase todas as interações sociais dos seres humanos
são mediadas por disputas por poder. Essas disputas surgem

72
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

sempre que aquilo que se deseja depende da decisão de outra


pessoa. Esse assunto é muito abrangente e por isso no momento
vamos focar apenas naquilo que interessa a aula. Vamos falar de
duas situações. Quando lideramos e quando somos liderados.
Quando somos liderados precisamos prestar atenção se
estamos respeitando nossos líderes. É muito comum perceber
situações em que o liderado acaba “puxando o tapete” do seu
líder. Essa é uma covarde disputa por poder. Precisamos estar
atentos se não estamos fazendo isso. Às vezes essas ações
acontecem até mesmo inconscientemente.
Outra situação é quando somos o líder. Aí devemos prestar
atenção se não estamos sendo líderes abusivos apenas para nos
satisfazer exercendo poder sobre o liderado. Isso é muito comum
com pessoas inseguras que vivem lutando para afirmarem sua
liderança. Esse é um dos tipos de pessoas mais improdutivas que
existem. Ao invés de trabalhar e dar frutos, elas gastam todo o seu
tempo e energia para tentar “defender” seu cargo. Ao invés de
fazer isso com trabalho e competência.

A lei da semeadura: Quando somos liderados é uma importante


oportunidade para semearmos sementes de submissão e
obediência. É impossível ser um líder de sucesso sem ter sido um
liderado de sucesso. Aproveite as oportunidades sabendo que tudo
tem seu tempo determinado.

Conclusão: A palavra do Senhor está recheada de exemplos de


pessoas que através da submissão obtiveram grande sucesso. E
outros de pessoas que por sua insubmissão foram grande fracasso.
Porém o maior exemplo de todos, foi o do Senhor Jesus Cristo
que em tudo foi submisso ao Pai e foi o maior líder de todos os
tempos.

73
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 20. C A R G O S E C L E S I Á S T I C O S
E FUNÇÕES DENTRO
DA IGREJA

Introdução: Essa aula tem como objetivo deixar bem claro a


estrutura hierárquica da maioria das igrejas evangélicas
pentecostais brasileiras, quais são as funções características de cada
cargo e como você deve se preparar para alcançar cada um deles.

Em que consiste a hierarquia: Antes de tudo, precisamos


entender que essa hierarquia se refere a alguns parâmetros, por
exemplo: responsabilidade, autoridade e reconhecimento. Isso
significa que na medida em que você for avançando pelos cargos,
apenas crescerá tua responsabilidade com a igreja e com o reino de
Deus. Ou seja, é um aumento de trabalho.

A organização hierárquica: Dentro da maioria das igrejas


evangélicas pentecostais brasileiras encontramos esses cargos
eclesiásticos. A sequência pode variar de igreja para a igreja e
algumas podem não usar todos esses cargos e também podem dar
nomes diferentes para o mesmo cargo.

• Visitante
• Membro
• Cooperador/cooperadora
• Diácono/diaconisa

74
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

• Evangelista
• Presbítero/missionária
• Pastor/pastora
• Bispo/bispa
• Apóstolo

Esses nomes empregados são culturais e variam de lugar


em lugar e também de tempos em tempos

O que se espera especificamente de cada cargo: Visitante:


Como próprio nome já diz o visitante apenas vem à igreja
ocasionalmente e não tem nenhum compromisso com aquela
igreja que está visitando.
Membro: Essa pessoa já decidiu preencher a ficha de membro
assumindo assim um compromisso com essa igreja. Nesse ponto é
importante que esteja vivendo sua vida de acordo com o temor das
sagradas escrituras. Essa pessoa deve ser batizada, tomar a ceia do
Senhor e ser dizimista.
Cooperador/cooperadora: Essa pessoa tem todas as
responsabilidades do membro e ainda mais. Esta pessoa
voluntariamente se ofereceu para trabalhar no funcionamento da
igreja. Por isso já existe sobre essa pessoa uma cobrança quanto à
assiduidade e pontualidade.
Diácono/diaconisa: Esse já é um cargo bíblico de grande
destaque. 1 Tm 3.13 diz que “os que servirem bem como
diáconos, adquirirão para sim uma boa posição e muita confiança
na fé”. Os diáconos devem prestar todo o apoio necessário para
que o culto aconteça. Principalmente nas necessidades
operacionais.
Evangelista: É aquela pessoa que tem a responsabilidade de levar
o convite para que as pessoas estejam no culto. Ou seja, o
evangelista deve levar as pessoas para a igreja.

75
BONIEK DE OLIVEIRA

Missionária: Essa pessoa já tem a responsabilidade de levar a


igreja até as pessoas que não podem vir até o nosso local de
reuniões.
Presbítero: Este deve ser um exemplo de sabedoria. Espera-se
dele um profundo conhecimento bíblico e boa capacidade de
aconselhamento. Em geral este é o auxiliar do pastor.
Pastor/pastora: Como o próprio nome já fala, estes são os
responsáveis pelo rebanho. Devem fazer todo o necessário para
proteger as ovelhas do Senhor Jesus. Além disso, tem a
responsabilidade de alimentar espiritualmente as almas.
Bispo/bispa: Eles têm todas as responsabilidades dos cargos
anteriores acrescidos do fato que eles têm uma responsabilidade de
supervisão. São como os pastores só que de vários rebanhos
diferentes.
Apóstolo: Este é o servo de Deus enviado para fundar igrejas. Sua
marca é o pioneirismo, os sinais os prodígios e os poderes
miraculosos 2Co 12.12.

Como se preparar para assumir cada uma dessas funções: O


mais importante é primeiramente ter uma vida com Deus. Ser uma
pessoa convertida, que ame ao Senhor e se esforce
verdadeiramente para viver uma vida em santidade. E tudo isso
não existe separadamente de um relacionamento sério com a
palavra de Deus.
Outra coisa que deve ser mencionada é a humildade. Sem
ela ninguém vai a lugar nenhum. Principalmente no reino de Deus.
É preciso ter humildade para obedecer à liderança e servir as
pessoas com o máximo de dedicação. Também é preciso ter
humildade para sempre estar sentado numa sala de aula. É lá que
são formadas as pessoas que servirão no reino de Deus. Você que
deseja progredir nos cargos eclesiásticos e servir a Deus com
excelência esteja sempre na sala de aula.

76
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Para finalizar, o que conclui a nossa preparação para servir


no reino é o próprio serviço. Tem experiências que nenhum livro
poderá te ensinar. Tem vivências que nenhuma sala de aula te dará.
A sala de aula é imprescindível, mas não é tudo. Tenha paciência
porque a prática colocará à prova tudo o que na sala de aula você
aprendeu.

Os cargos eclesiásticos e os dons ministeriais: Ef 4.10-12 é


um texto muito importante que nos diz que o Senhor deu dons
aos homens “com o fim de preparar os santos para a obra do
ministério”. E esse texto diz que o Senhor “designou alguns para
apóstolos outros para profetas, outros para evangelistas, e outros
para pastores e mestres”.
Aqui podemos identificar algumas funções... Apóstolos, aqueles
que fundam igrejas. Profetas, aqueles que falam inspirados da parte
de Deus. Evangelistas, aqueles que levam a palavra de salvação e
aqueles que levam as pessoas à comunhão com o corpo de Cristo.
Pastores, responsáveis pelo cuidado das almas. E mestres,
guardiões da sã doutrina da palavra de Deus para a saudável
edificação do corpo de Cristo.

Conclusão: Em Lc 10.2 o nosso Senhor nos disse: “grande é a


seara e pouco são os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara que
envie ceifeiros para sua seara”. Querer trabalhar na obra do Senhor
é algo muito bom e são todos muito bem-vindos. Porém é preciso
estar consciente da necessidade de um bom preparo e também das
dificuldades que surgirão pelo caminho.

77
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 21. R E L A C I O N A M E N T O S
INTERPESSOAIS

Introdução: Certamente esse é um dos temas importantes que


abordaremos neste curso. Porque através dos relacionamentos
interpessoais é que acontecem as mediações e interações entre os
perdidos e o Corpo de Cristo. Ganhamos almas, pregamos,
curamos, ministramos e discipulamos através das nossas interações
sociais.

Inteligência social: Inteligência social ou inteligência


interpessoal é a habilidade de entender e reagir adequadamente a
seu meio social e desenvolver relações saudáveis e produtivas. A
inteligência social consiste da percepção social (incluindo empatia)
e faculdades sociais (incluindo sincronicidade, autoapresentação,
influência e atenção ao outro).

As emoções sob controle nas interações sociais: Para ter bons


relacionamentos interpessoais, além de inteligência social também
é importante ter inteligência emocional. De maneira resumida,
inteligência emocional consiste em termos uma percepção racional
das nossas emoções para não sermos dominados por elas.
Também é conveniente ter uma percepção racional do estado
emocional das pessoas que interagem conosco, para que assim,
possamos conseguir ter uma perspectiva mais misericordiosa do

78
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

nosso próximo. Resumindo: se deixarmos nos levar pelas nossas


emoções, corremos um grande risco de cair em conflito. Se
conseguirmos nos manter na razão esse risco é reduzido
drasticamente.

Uma boa comunicação: Para termos bons relacionamentos


interpessoais torna-se indispensável sermos bons comunicadores.
Para nos ajudar nessa missão, teremos em breve uma aula que
abordará exclusivamente o tema da comunicação. Por enquanto
nos limitaremos a chamar a atenção para a necessidade de
aplicarmos esforços para nos expressar com clareza e
interpretarmos corretamente o que estão querendo nos dizer.

A ética nas relações interpessoais: Não vamos entrar no mérito


do que é ética. Pelo menos não agora. Quando falamos de ética
nas relações interpessoais estamos nos referindo à maneira correta
de nos relacionarmos com as pessoas. Então vamos dar alguns
parâmetros para que isso aconteça.

• O que você falar cumpra, custe o que te custar. A menos


que não dependa de você.
• Se tiver algo para falar de alguém que não seja um elogio,
fale para a própria pessoa.
• Não use as pessoas.

Se você seguir essas poucas normas você já terá um


comportamento com elevado nível ético, principalmente
considerando os baixos padrões dos dias atuais.

Atitude positiva: Não importa qual seja a luta, precisamos nos


esforçar para manter a atitude positiva em todas as circunstâncias.
Enquanto formos capazes de manter a atitude positiva, ainda não
fomos derrotados.

79
BONIEK DE OLIVEIRA

O que é atitude positiva: Quando usamos o termo atitude


positiva estamos nos referindo a decisão de enxergar tudo com
bons olhos e sempre reagir de uma maneira agradável, respeitosa e
esperançosa. Exemplos bíblicos de atitude positiva:

• José
• Davi
• Jesus

Prepare-se! Para preservar sua saúde espiritual entenda que a


igreja é um hospital para a alma e você encontrará muitas pessoas
doentes em todos os cargos da igreja. Prepare-se também para
lidar com pessoas que não são más, elas simplesmente são mal-
educadas. Não pense que é você quem vai lhes dar bons modos.
Vamos amar, compreender, tolerar e orar por elas. Raramente
surge oportunidade de orientá-las.

Conclusão: “Oh quão bom e quão suave é que os irmãos vivam


em união... Ali o Senhor ordena a benção e a vida para sempre” Sl
133.1-3. Precisamos ter bons relacionamentos interpessoais para
que tenhamos comunhão uns com os outros. Se as células do
corpo de Cristo não tivessem comunhão umas com as outras o
corpo estaria morto.

80
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 22. E V A N G E L I S M O

Introdução: Evangelho vem do grego euangelion (ευαγγέλιον) que


significa "boa mensagem", "boa notícia" ou "boas-novas".
Evangelizar é contar para as pessoas as boas notícias de Jesus.
Quando nós amamos algo que nos dá muito prazer e alegria,
automaticamente queremos contar para as pessoas. Isto é
evangelizar.

Evangelismo e evangelização: Evangelismo ou evangelização?


Neste tópico, veremos que ambos os termos são igualmente
corretos, pois a evangelização depende do evangelismo. Se este é a
teoria, aquela é a prática.
Evangelismo. É a doutrina cujo objetivo é fundamentar
biblicamente o trabalho evangelístico da Igreja de Cristo, de
acordo com as narrativas e proposições do Antigo e do Novo
Testamento (Gn 12.1,2; Is 11.9; Mt 28.19,20; At 1.8).
O evangelismo fornece também as bases metodológicas, a fim de
que os evangelizadores cumpram eficazmente a sua tarefa (2Tm
2.15).
Evangelização. É a prática efetiva da proclamação do
Evangelho, quer pessoal, quer coletivamente, até aos confins da
Terra, levando-nos a cumprir plenamente o mandato que Jesus
nos delegou (At 1.8). A evangelização não é um trabalho opcional

81
BONIEK DE OLIVEIRA

da Igreja, mas uma obrigação de cada seguidor de Cristo (1Co


9.16).

Por que evangelizar? Podemos apresentar pelo menos quatro


razões que nos levarão a falar de Cristo a tempo e fora de tempo.
A partir daí, não descansaremos as mãos até que o mundo todo
seja semeado com a Palavra de Deus (Ec 11.6).

• É um mandamento de Jesus. Temos de evangelizar porque,


acima de tudo, é uma ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo
(Mt 28.19,20; Mc 16.15; Lc 24.46,47; At 1.8). Logo, não há
o que se discutir: evangelizar não é uma obrigação apenas
do pastor e dos obreiros; é um dever de todo aquele que se
diz discípulo de Cristo.
• É a maior expressão de amor da Igreja. Amor por Cristo e
amor pelas almas.
• O mundo jaz no maligno. Implementemos a evangelização,
pois muitos são os que caminham a passos largos para o
inferno (1Jo 5.19). Diante dessa multidão, não podemos
ficar indiferentes. Uns acham-se aprisionados pelas drogas.
Outros, pela devassidão e pela violência. E outros, ainda,
por falsas religiões. Precisamos evangelizar esses cativos.
Somente Jesus Cristo pode libertar os oprimidos das
cadeias espirituais (Jd vv.22,23).
• Porque Jesus em breve virá. Finalmente, empreguemos
todos os nossos esforços na evangelização, porque o
Senhor Jesus não tarda a voltar. Sua advertência é grave e
urgente: “Convém que eu faça as obras daquele que me
enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém
pode trabalhar” (Jo 9.4). Sim, Jesus em breve virá. O que
temos feito em prol da evangelização? Não podemos
comparecer de mãos vazias perante o Senhor da Seara.

82
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Quando evangelizar: Sempre a tempo e fora de tempo (2Tm


4.2). Certa vez ouvi alguém dizer algo muito interessante: “Pregue
sempre, e se necessário use as palavras”. Já falamos neste curso
sobre linguagem não verbal. Às vezes pregamos usando a
linguagem verbal. Mas querendo ou não, devemos estar sempre
pregando usando a linguagem não verbal. Nosso testemunho,
nosso procedimento, nossas escolhas devem manifestar Cristo ao
mundo. Nós somos uma carta. Uma carta de Cristo escrita com o
Espírito do Deus vivo, conhecida e lida por todos (2Co 3.2-3).
Isso também é evangelismo. Porém não podemos usar isso como
pretexto para deixar de evangelizar de todas as formas possíveis.

Como evangelizar: As principais formas de evangelismo são:


Pessoal ou coletivo, nacional ou transcultural. As características de
cada um são bem simples.
Evangelismo pessoal é quando falamos a uma pessoa de
cada vez. Por exemplo, numa conversa face a face ou usando
meios de comunicação como telefone, internet e etc.
Evangelismo coletivo é quando falamos a muitas pessoas de uma
única vez, por exemplo: Quando fazemos um evento, uma
cruzada, uma peça de teatro. Também podemos usar a tecnologia
como rádio tv, youtube, etc.
Evangelismo nacional é quando alcançamos pessoas de
nossa própria cultura. Quem fala como nós e pensa como nós e
tem os mesmos valores sociais do que nós, etc.
Evangelismo transcultural, como o próprio nome já diz, é
quando o Senhor nos leva a outro povo que tem outra fala, outra
cultura, outros costumes, e etc.

Conclusão: O mundo está doente, em uma condição péssima e o


remédio para essa doença foi colocado na mão da igreja de Cristo.
Evangelizar também é espalhar esse remédio para quem tanto
precisa.

83
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 23. F A Z E R DISCÍPULOS

Introdução: Se analisarmos o ministério terreno de Jesus Cristo,


veremos que a maior parte do seu tempo ele investiu na formação
dos seus discípulos. Se essa foi sua prioridade em seu ministério
terreno, essa também deve ser a nossa prioridade.

O conceito de “Bem-sucedido”: Normalmente as pessoas


chamam de “bem-sucedido” as pessoas que alcançaram êxito
naquilo que empreenderam fazer. Mas, se analisarmos bem a
origem dessa palavra não é exatamente isso. Ser bem-sucedido, ao
pé da letra, significa ter um bom sucessor. Vamos pensar bem: de
que adianta alguém obter êxito em coisas que fez e depois não
haver alguém tão competente quanto ela para dar continuidade a
isso? Nada! Em uma geração tudo que foi feito não valerá de nada.
Porém, se além de ter êxito, conseguir deixar um ótimo sucessor,
que por sua vez, tenha êxito e também consiga deixar outro
sucesso melhor do que ele. Dessa forma, se esse ciclo se mantiver,
nossos feitos terão consequências permanentes nessa terra. Esse
foi o plano de Jesus Cristo. Visando isso Ele disse que faríamos
obras iguais ou maiores que as dele (Jo 14,12).

Ganhar almas ou fazer discípulos? Fazer discípulos tem um


impacto lento, enorme e irreversível sobre a sociedade. É isso que
pretendo demonstrar agora.

84
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Vamos supor que eu seja um pregador itinerante. E que


somando as pregações que eu faça, 3000 almas se rendam a Cristo
toda semana, ao longo de 31 anos. É um ótimo número. Algumas
pessoas já ganharam mais almas, mas não foi por todas as
semanas. E não foi por 31 anos. Como um ano tem 52 semanas
isso nos daria um total de 48360000! São quase 5 milhões de
almas. Um excelente número!
Porém, se ao invés de fazer isso, suponha que ao longo de
1 ano inteiro eu consiga discipular apenas 1 pessoa. Pode parecer
pouco, mas você verá que não é. Essa pessoa foi bem discipulada e
o bom discípulo é igual ao seu mestre, por isso ao longo de um
ano ele também vai discipular 1 pessoa. E assim sucessivamente,
cada novo discípulo discipulará 1 pessoa por ano. A conta seria
essa:

Anos Discípulos
1 1
2 2
3 4
4 8
5 16

E assim por diante. Continue essa tabela até quanto você


conseguir. No final de 31 anos teríamos mais de 1073741824
pessoas é muito mais de um BILHÃO de pessoas. Faça as contas,
a equação é y = 2x-1. Isso sim é impactar o mundo.
Outra coisa. Se eu apenas ganho almas (muitas almas que
seja), quando eu falecer esse mover morre junto comigo. No
entanto, se eu formo bem os meus discípulos, eles continuarão
discipulando pessoas mesmo depois que eu morrer, ou seja, o
mover não acaba em mim. Continuará até Jesus voltar. Espero ter
te convencido que a coisa mais importante no teu ministério é
formar bem os teus discípulos.

85
BONIEK DE OLIVEIRA

Um modelo educacional: Durante muitos séculos (até mesmo


milênios) a formação educacional da humanidade se baseou na
relação mestre – discípulo. Um jovem passava a conviver com
alguém mais experiente, auxiliando-o em todas suas tarefas. E
nessa convivência ele ia observando e aprendendo o
comportamento de seu mestre. Esse é o sistema que Jesus usou e
ele é extremamente eficiente.
Hoje em dia infelizmente você falar de mestre e discípulo
não pega bem. Parece que esse mestre está se achando demais e
esse discípulo é apenas um puxa-saco. Hoje precisamos colocar
esses preconceitos de lado e retomar esse sistema que é tão
eficiente principalmente para a formação de pastores. Como
dissemos a prática pastoral exigirá de nós conhecimentos que
nenhum livro poderá nos dar, apenas a prática poderá. E qual
melhor maneira de exercitar essa prática do que de baixo da
supervisão de um experiente servo de Deus?

Prepare, delegue, supervisione e corrija: Então vamos


discipular pessoas. Se ainda não é tempo de discipular pastores,
vamos discipular cristãos. A primeira parte desse curso que
chamamos de curso básico nada mais é do que um processo de
discipulado; estude-o. Se você tem experiência e sucesso na área
familiar, vamos discipular outros casais. Tt 2.3 diz para as
mulheres mais velhas discipularem as mais novas.
Nesse ponto você deve estar se perguntando: “como eu
faço isso?” É simples e a resposta está no título desse parágrafo.
Ou seja, primeiro você ensina. Depois você deixa fazer e fica
olhando. Quando a pessoa errar, (e ela vai errar) você corrige em
amor, porque os próprios erros são uma poderosa ferramenta de
aprendizado. Depois reinicia o ciclo até que dê certo. É isso o que
o Senhor faz conosco.

86
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Conclusão: Espero ter convencido você de que a coisa mais


importante que você deve fazer no teu ministério é formar bem os
teus discípulos. Por que nada impactará o mundo de uma maneira
mais profunda de definitiva.

87
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 24. A S N A R R A T I V A S N O
ANTIGO TESTAMENTO

Introdução: Na bíblia sagrada existem vários tipos de textos.


Conhecer esses tipos, suas características e conseguir identificá-los
é indispensável para uma boa interpretação. A maior parte do que
está escrito na bíblia são narrações e como o Antigo Testamento
(A.T.) tem aproximadamente o triplo do tamanho do Novo
Testamento (N. T.), é normal que a grande maioria dessas
narrações esteja no A.T.

Pequenas narrativas dentro de uma narrativa maior: É


importante ter muito claro em nossa mente o panorama geral
dessas narrações para entender a mensagem geral da bíblia e para
entender como as pequenas narrações se relacionam com o quadro
geral.
É muito comum um grande rio possuir vários afluentes,
lançando suas águas no rio principal ajudando a formá-lo. Essa é
uma boa analogia para entender as narrativas bíblicas.
Principalmente as do A.T. Também acontece de a narração
principal servir de plano de fundo, servir de contexto para as
pequenas narrações. Essa é uma importante ferramenta
hermenêutica.
Para simplificar o estudo desse panorama geral vamos
separar essa história em partes menores.

88
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Da criação a Noé: Essa parte que envolve os primeiros capítulos


do Gênesis é muito importante, pois contém o primeiro de tudo.
O primeiro casal, o primeiro filho, o primeiro homicídio e etc. Ela
nos conta como era o relacionamento de Deus com o homem
antes e depois do pecado. Conta a história das primeiras famílias e
das primeiras civilizações. Nesta fase Deus ainda não havia
instituído nenhuma “nação” para ser sua. Mas mostra a população
em decadência moral ao ponto de chegar ao dilúvio.

De Noé ao Egito: Nesta fase o foco é a constituição das nações.


E no meio desse processo Deus começa a se relacionar com um
homem para formar uma família que viria a ser uma nação.

Do Egito ao reino próprio; No início do livro do Êxodo, essa


família que Deus vem formando está escravizada e anexada a uma
nação ímpia. Os escritos que vão do livro do Êxodo até os
primeiros capítulos do primeiro livro de Samuel, nos mostram
como Deus pegou aquela família e a constituiu como nação até
chegar ao ponto de consolidar sua monarquia.
Essa fase da narrativa envolve a milagrosa saída do Egito,
uma dura peregrinação no deserto, a conquista da terra prometida,
o estabelecimento desse povo em sua Terra e a consolidação da
forma de governo desse povo.

Do reinado ao exílio: Durante o reinado de Davi e Salomão essa


nação alcançou seu ápice de riqueza e de extensão territorial. O
que vem logo após o ápice só pode ser o declínio. Essa parte dos
escritos bíblicos nos mostra a clara relação existente entre a
infidelidade desse povo a Deus e a maneira como esse reino foi
destruído. Eles voltaram a serem escravos e foram removidos de
sua terra, ficando de uma maneira muito semelhante a que estavam
no Egito antes de o Senhor os livrar.

89
BONIEK DE OLIVEIRA

Do exílio à reconstrução: Depois de amargarem 70 anos no


cativeiro babilônico, Deus intervém novamente, libertando o seu
povo, os levando de volta à terra prometida e reconstruindo aquilo
que tiveram no passado. Porém não com a mesma beleza e
grandeza. É nesse cenário que a narração histórica do A.T. se
encerra.

Conclusão: Falando do panorama histórico do A.T. precisamos


não confundir a história principal com as narrativas secundárias e
entender, como uma ajuda construir a outra. Saber qual é a
narração principal é muito simples. A principal narrativa na
história bíblia é a narração da história de Israel.

• Antes de sua constituição (de Adão a Abraão).


• De uma família a uma Nação (de Abraão de até Saul).
• O auge da nação (Davi e Salomão).
• E o declínio (De Salomão até o cativeiro).
• E a reconstrução (Os últimos profetas).

90
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 25. P A N O R A M A D O S
P R O F E T A S D O A.T.

Introdução: Nesta aula vamos aprender algumas características


gerais dos escritos proféticos do A.T.

Critérios de classificação: No A.T. temos um total de 16 livros.


Podemos agrupar esses livros de acordo com diferentes critérios,
por exemplo: região, tempo, classes sociais e etc. E é isso que
vamos fazer nessa aula. Porque para fazer isso precisaremos
conhecer as características gerais mais importantes de cada um
deles.

Volume de escritos: Os livros do A.T. costumam ser


classificados em profetas maiores e profetas menores. Essa
diferenciação não se baseia em importância, unção, espiritualidade
ou algo parecido. A diferenciação é feita com base no volume de
escritos. Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel são chamados de
profetas maiores porque escreveram mais. Oséias, Joel, Amós,
Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu,
Zacarias e Malaquias são chamados de profetas menores por terem
escrito livros mais curtos.

Classes sociais: A grande maioria dos profetas do A.T. se


dedicava em tempo integral ao ministério profético. Mas alguns

91
BONIEK DE OLIVEIRA

traziam algumas características especiais que podem ser como


contexto para a interpretação de sua mensagem.
Isaías e Sofonias eram palacianos, parentes próximos do
Rei. Daniel era um príncipe.
Jeremias e Ezequiel vieram de famílias sacerdotais.
Amós era boieiro e cultivador de sicômoros.
Miquéias era um ancião líder em sua comunidade.
Habacuque pode ter sido um músico.

Localização: Vamos saber para onde cada profeta dirigiu seus


vaticínios.
Para o reino de Judá (reino do Sul), antes do exílio: Isaías,
Jeremias, Joel, Habacuque, Sofonias.
Para o reino de Judá durante o exílio: Ezequiel e Daniel.
Para o reino do Sul após o exílio: Ageu, Zacarias e
Malaquias.
Para o reino do Norte (reino de Israel): Amós e Oséias
O profeta Miquéias, embora oriundo do reino de Judá,
profetizou tanto para o reino do Norte como para o reino do Sul.
O profeta Jonas, embora oriundo do reino do Norte (reino
de Israel), profetizou no estrangeiro na grande cidade de Nínive
capital da Assíria. Outro profeta que foi levantado para profetizar
nessa essa nação foi Naum.
O profeta Obadias também foi levantado para uma nação
estrangeira. Suas profecias foram dirigidas contra Edom.

Período: Para deixar mais claro a sequência cronológica dos


profetas do A.T. vamos utilizar o diagrama abaixo.

92
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

93
BONIEK DE OLIVEIRA

Principais características das mensagens:


Isaías: O profeta messiânico. Nenhum outro tem profecias mais
numerosas e mais claras a respeito de Jesus Cristo.
Jeremias: O segundo maior livro do A.T. (em número de
palavras). Avisa aos judeus que Deus estabelecerá um novo
concerto com seu povo.
Ezequiel: Um livro cheio de visões que nos levam a ter uma ideia
do mundo espiritual e traz muitos juízos conta as nações incluindo
o povo de Deus.
Daniel: É um livro escatológico considerado o “Apocalipse do
A.T.”.
Oséias: Deus usa o casamento do profeta como uma clara
analogia para o relacionamento entre Deus e seu povo.
Joel: É o profeta que mais claramente nos avisa sobre o
derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes.
Amós: Traz uma profecia direta de que Deus trará juízo.
Obadias: O menor livro do A.T. Avisa-nos que não devemos nos
alegrar quando Deus traz juízo ao seu povo.
Jonas: Conta-nos a incomum história de um profeta desobediente.
Também nos mostra como Deus poupa uma nação condenada
que verdadeiramente se arrepende.
Miquéias: Nos alerta a ajudar quem está em necessidade. E
especifica o local do nascimento do messias.
Naum: Traz a comum mensagem de juízo contra as nações. Uma
característica diferenciada é que ele não menciona o reino de Judá
e nem a cidade de Jerusalém.
Habacuque: Profetizou àqueles que permaneceram em Judá na
ocasião do exílio. É o profeta que fala da fé.
Sofonias: É o profeta que fala a respeito do dia do Senhor. Esses
textos têm sido relacionados à segunda vinda de Cristo.
Ageu: Segundo menor livro do A.T. Motiva o povo à
reconstrução do templo.

94
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Zacarias: É o segundo profeta que mais fala do messias fazendo


muitas referências à segunda vinda de Cristo e ao reino vindouro.
Malaquias: É o profeta levado por Deus para reparar a vida
espiritual do povo de Deus após o retorno do exílio.

Conclusão: Propositalmente fomos rasos na abordagem aos


escritos proféticos porque neste momento o que estamos fazendo
é uma apresentação inicial. E de que adiantaria colocar um monte
de informações que não seriam absorvidas? Da maneira como está,
acredito que todas as informações serão compreendidas e retidas.

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BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 26. E V A N G E L H O S

Introdução: De toda a bíblia sagrada esta é a porção que contém


o núcleo de nossa fé. Nestes livros temos uma mescla de narrações
e profecias como seus principais gêneros literários. É aqui que
temos a revelação mais clara da própria pessoa de Deus.

Características:
Marcos: Provavelmente o primeiro evangelho a ser escrito entre
os anos de 55 e 65 d.C. Foi escrito dirigido aos crentes que
estavam em Roma.
Mateus: Escrito por volta do ano 60 d.C. dirigido aos judeus
convertidos a Cristo.
Lucas: Foi escrito a Teófilo e outros gentios convertidos a Cristo
entre 60-63 d.C. O livro de Atos dos Apóstolos é a continuação
desse escrito.
João: O mais tardio dos quatro escritos entre 80 e 95 d.C.

Os sinóticos e João: Durante os primeiros anos da igreja


prevaleceu a tradição oral. Posteriormente se mostrou necessário
“colocar no papel” essas narrativas para evitar acréscimos e
distorções. Como o evangelho de Marcos é o mais antigo, é muito
provável que ele tenha influenciado os escritos de Lucas e de
Mateus. Por isso eles são tão parecidos. Por apresentarem
aproximadamente o mesmo ponto de vista sobre os fatos, esses

96
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

três evangelhos costumam ser chamados de evangelhos sinóticos,


que significa “com a mesma visão”.
Conta à história que presbíteros das igrejas da Ásia menor
foram pedir a João que escrevesse um “evangelho espiritual” para
combater as heresias que estavam sendo propagadas, questionando
a natureza e a deidade de Cristo. Por isso o evangelho de João
apresenta uma perspectiva tão diferente dos outros três. Uma
perspectiva mais celestial e mais relacionada às questões espirituais.

Divergências de narrativa: Algumas passagens são narradas em


mais de um evangelho. E eventualmente algumas dessas narrações
apresentam divergências de narrativas. Primeiramente não
podemos esquecer que às vezes histórias parecidas estão narrando
episódios diferentes. Quando estão se referindo com certeza ao
mesmo fato, o endemoniado gadareno, por exemplo, isso pode
suscitar alguma desconfiança quanto à credibilidade do que está
sendo dito. Por exemplo, era um ou dois cegos de Jericó?
Infelizmente não temos respostas definitivas quanto a isso. Mais o
que é importante ensinar, é que isso não é uma ameaça à
credibilidade das escrituras. É justamente o oposto! Se ao longo
dos séculos as escrituras tivessem sido adulteradas como muitos
acusam, essas incompatibilidades teriam sido editadas para
aumentar a credibilidade. E quanto aquilo em que se baseia a nossa
fé, essas pequenas divergências são irrelevantes.

Harmonia evangélica: Para conciliar as diferentes narrações


existem esforços acadêmicos chamados de harmonia evangélica.
Existem trabalhos diferentes que têm divergências entre si, mesmo
assim, são muito úteis. Um bom trabalho nesse sentido pode ser
encontrado no link:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Harmonia_evang%C3%A9lica

Conclusão: Somos evangélicos e evangelho é boa notícia.

97
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 27. E P Í S T O L A S P A U L I N A S

Introdução: As cartas escritas pelo apóstolo Paulo constituem


quase metade dos livros do novo testamento. Seu conteúdo é tão
relevante que alguns dizem que o apóstolo Paulo sistematizou as
bases doutrinárias do que hoje chamamos de cristianismo.

Grupos de livros: Essas cartas podem ser classificadas em três


grupos principais de acordo com o tipo de destinatário:
Epístolas eclesiásticas. Têm esse nome por que foram
endereçadas às igrejas. São elas: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas,
Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses.
Epístolas pastorais. Têm esse nome porque foram endereçadas a
pessoas que o apóstolo estava pastoreando. São elas: 1 e 2
Timóteo e Tito.
Epístolas pessoais. Tem esse nome porque foi destinada a uma
pessoa para resolver problemas pessoais. Por exemplo, Filemom.

Ordem cronológica dos livros: A ordem na qual as epístolas


aparecem na bíblia não é a ordem cronológica. Isso acontece com
vários grupos de livros tanto no A.T. como no N.T. A ordem
cronológica seria essa:

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Epístola Data (d.C.) Foi escrita quando Paulo estava...


Gálatas 49 em Corinto
1 Tessalonicenses 51 em Corinto
2 Tessalonicenses 51-52 em Corinto
1 Coríntios 55-56 em Éfeso
2 Coríntios 55-56 em Macedônia
Romanos 57 em Corinto
Colossenses 62 Preso em Roma
Filemom 62 Preso em Roma
Efésios 62 Preso em Roma
Filipenses 62-63 Preso em Roma
1 Timóteo 65 Preso em Roma
Tito 65-66 Preso em Roma
2 Timóteo 67 Preso em Roma

Características dos livros:


Romanos: Essa é a epístola que mais aborda as questões
referentes à salvação.
1 Coríntios: Nesta epístola Paulo trata de diversos problemas da
igreja como prostituição, divisões, ordem no culto e etc...
2 Coríntios: Foi escrito para que Paulo defendesse sua autoridade
frente ao ensino de falsos líderes religiosos. Também é a epístola
que mais desenvolve o tema do sofrimento cristão.
Gálatas: Essa epístola não foi escrita a uma igreja, mas sim, a
várias igrejas que ficam na região da Galácia. Esta epístola define a
posição do cristianismo frente ao judaísmo.
Efésios: Na carta aos efésios Paulo enfatiza o fortalecimento da fé
cristã. Ela é considerada a epístola gêmea da epístola aos
colossenses.
Filipenses: Esta é considerada a epístola da alegria. E o apóstolo
Paulo a escreveu a partir da prisão.
Colossenses: Esta é uma epístola de defesa da sã doutrina a
respeito de Cristo.
1 Tessalonicenses: Essa carta foi escrita para fazer a
complementação doutrinária que o apóstolo Paulo não pode
concluir presencialmente por ter sido expulso de Tessalônica. Traz
ensino sobre a vida após a morte.

99
BONIEK DE OLIVEIRA

2 Tessalonicenses: Os objetivos principais dessa epístola são


fortalecer os novos convertidos e esclarecer alguns eventos
relacionados aos tempos do fim.
1 Timóteo: Dirigida ao jovem Timóteo enquanto pastoreava a
igreja em Éfeso, é um importante parâmetro para a formação de
obreiros.
2 Timóteo: Esta epístola é uma grande exortação de Paulo a
Timóteo para que este persevere na fé e no ministério.
Tito: Tito foi um gentio convertido à Cristo durante as viagens de
Paulo e foi deixado em Creta para dirigir a igreja que ali estava e
para levantar presbíteros.
Filemom: Foi escrita por Paulo a seu amigo Filemom para que
esse recebesse em paz seu escravo fugitivo Onésimo.

Conclusão: O apóstolo Pedro considerou que alguns pontos dos


escritos de Paulo são difíceis de entender (2 Pe 3.15-16). Eu tenho
que concordar com ele. Porém, por mais trabalho que nos dê,
estudar cuidadosamente as epístolas paulinas são de enorme
proveito teológico. É impossível haver boa teologia cristã sem
profundo conhecimento das epístolas paulinas.

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 28. E P Í S T O L A S UNIVERSAIS

Introdução: Sete epístolas foram escritas sem um destinatário


específico. Foram escritas para serem lidas de igreja em igreja onde
quer que elas cheguem. Por isso, foram chamadas de epístolas
universais. São elas: Tiago, 1 e 2 Pedro, 1 2 e 3 João e Judas.

Tabela de autores: Essas epístolas têm como autor o nome que


as identificam. Apenas não vamos confundir os homônimos.
Haviam dois apóstolos chamados Tiago. Um, era Tiago
filho de Zebedeu, conhecido como Tiago Maior. O outro era
Tiago filho de Alfeu, conhecido como Tiago menor. A epístola
universal de Tiago não foi escrita por nenhum desses dois
apóstolos. Foi escrito por um terceiro Tiago que era irmão de
Jesus, este era conhecido como Tiago o Justo.
Pedro era o próprio apóstolo, pois não há nas escrituras,
homônimos para Pedro. Suas epístolas foram escritas com o
auxílio de Silvano que serviu como uma espécie de secretário.
Quanto a João a bíblia registra dois. João Batista e João
Apóstolo. Esse João apóstolo seria o autor de cinco livros do N.T.
O evangelho de João, as três epístolas universais que levam seu
nome e o livro do apocalipse. Sendo assim, o segundo maior autor
do N.T.

101
BONIEK DE OLIVEIRA

Existem pelo menos 6 pessoas chamadas de Judas nas


escrituras (dependendo da versão bíblica esse número fica ainda
maior.

Judas Iscariotes, o traidor (Jo 13.26). Judas Tadeu, irmão


de João, apóstolo morto por Herodes Antipas I (At 12,1-2). Judas
o Galileu, líder de uma revolta contra Roma (Atos 5:37). Judas de
Damasco, que hospedou Paulo depois da sua conversão (At 9.11).
Judas Barsabás, discípulo enviado para acompanhar Paulo e
Barnabé (Atos 15:22). Judas, irmão de Jesus e de Tiago (Mt 13.55).
Esse seria o autor da epístola (Jd 1).

Cronologia: As datas nas quais as cartas teriam sido escritas são...


Tiago (45-49 d.C). 1 Pedro (60-63 d.C). 2 Pedro (66-68 d.C). Judas
(70-80 d.C). 1,2 e 3 João (85-95 d.C).

Características gerais de cada uma:


Tiago: Provavelmente este é o primeiro livro do N.T. a ser
escrito. Possui muitas referências aos ensinos de Jesus. Mais de 15
somente ao sermão da montanha.
1 Pedro: Esta epístola apresenta uma perspectiva celestial sobre
questões humanas. Principalmente para instruir os crentes a como
proceder durante as tribulações.
2 Pedro: Esta epístola visa exortar os crentes a viverem uma vida
em santidade e para defender a igreja dos falsos mestres.
1 João: A quem acredite que essa epístola tenha sido escrita como
uma continuação do evangelho de João. Essa também é uma
epístola apologética que trata de questões fundamentais da nossa
fé como o perdão dos nossos pecados.
2 João: Novamente a epístola vem para defender a igreja contra os
falsos mestres. Principalmente os que negam a encarnação de
Cristo. É o menor livro do N.T.

102
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

3 João: Essa epístola foi escrita para dar bom testemunho da


hospitalidade de Gaio e fazer uma advertência contra Diótrefes.
Judas: Esta carta nos exorta a “batalhar pela fé que uma vez nos
foi dada” e contra os falsos mestres. Agora com maior vigor. Usa
três exemplos do A.T. para mostrar que Deus exerce juízo.

Hebreus: A epístola aos Hebreus não é considerada uma das


epístolas universais. Essa carta foi endereçada aos Judeus
convertidos à Cristo de Roma, provavelmente de fala grega. As
evidências literárias mostram que muito provavelmente não foi
Paulo que escreveu esta carta. Ela tem um estilo literário e
linguístico extremamente refinado. É um grande tratado
cristológico, pois ele traz o sentido das obras judaicas em Cristo. É
o livro que mais aborda a questão da fé.

Conclusão: As epístolas universais circularam entre a igreja do


séc. I trazendo muito conteúdo apologético contra os falsos
mestres e falsas doutrinas. Certamente isso não é coincidência e
deve nos servir de alerta. Pois, por certo que hoje estamos
expostos aos mesmos problemas.

103
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 29. H U M I L D A D E E O R G U L H O

Introdução: Em 1 Sm 15.23 fica claro que a arrogância é como o


pecado de idolatria! Então de que adiantaria não ser adorador de
ídolos e ser arrogante? Não adiantaria nada. Deus detesta os
orgulhosos de coração. Sem dúvida serão punidos Pv 16.5

Satanás quis ser igual a Deus: O texto de Is 14.12-19 mostra o


personagem dessa profecia querendo se igualar a Deus quanto ao
seu prestígio. Pode ser que esse personagem seja uma referência à
Satanás. O mesmo vale para o texto de Ez 28.12-19. Estes textos
falam de arrogância, soberba e mostram como isso pode ser
extremamente destruidor. Mesmo se esses textos não se referirem
a Satanás, eles estão se referindo aos reis humanos. Aí seu
potencial de advertência quanto ao orgulho se torna ainda mais
claro. Usamos o texto de 1 Tm 3.6 para afirmar que a condenação
do diabo foi a soberba.

A humanidade quis ser igual a Deus: No Éden a serpente


seduziu Eva usando o argumento de ser igual a Deus (Gn 3.5). O
pecado cometido pela humanidade foi comer da árvore do
“conhecimento” do bem e do mal. Essa palavra conhecimento em
hebraico é ‫( הַ ַ ַּ֖דעַת‬daath) que significa tanto conhecimento como
também significa opinião. Quantas vezes queremos ser iguais a
Deus dando opinião sobre o bem e o mal. Nós não temos

104
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

condições de fazer esse julgamento de uma maneira absoluta,


apenas Deus. Algo semelhante, vemos no episódio da Torre de
Babel. Homens procurando chegar aos céus e escapar do juízo
divino por meios próprios. Quanta soberba!
Essa é a essência do problema da soberba, querer a posição
de Deus, ou a glória de Deus, ou a sabedoria de Deus ou o poder
de Deus.

Ninguém quer ser igual a Jesus: Deus é transcendente,


incognoscível, impossível de ser compreendido pela mente
humana. Porém Deus quer se relacionar com a humanidade e
Deus sempre está a se revelar para as pessoas. A expressão
máxima da revelação de Deus chama-se Jesus Cristo. Deus em
forma humana. Todos sempre quiseram ser iguais a Deus e
quando Deus enfim se manifesta ninguém quer imitá-lo.
Fp 2.5-8 diz: Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo
Jesus, que embora sendo Deus, não considerou que ser igual a
Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo,
vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E sendo
encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi
obediente até a morte, e morte de cruz.
Esse é o exemplo que devemos seguir. Jesus disse:
“aprendei de mim que sou manso e humilde de coração e
encontrareis descanso para a vossa alma” (Mt 11.29). Nisso
aprendo que muito do cansaço de nossa alma vem de nós ficarmos
nos esforçando para sermos o que não somos por mera soberba.
Se formos humildes como Jesus, nossa alma descansará.

O Conceito de humildade: O dicionário define humildade como


consciência das próprias limitações. Para usar no contexto bíblico
precisamos de uma definição um pouco mais abrangente. De certa
maneira podemos entender a humildade como o antídoto contra a
soberba. Para sermos humildes devemos apenas imitar a Cristo

105
BONIEK DE OLIVEIRA

que foi o maior exemplo de humildade. Vemos em Jesus e em


Moisés (Nm 12.3) que ser humilde envolve ter uma noção exata de
quem somos.
Uma recomendação prática quanto à humildade,
encontramos em Fl 2.3. “considerar os outros superiores a si
mesmos”.

Conclusão: Eu acredito que eventualmente podemos de maneira


despercebida cometer o pecado da soberba. O que importa nesse
caso é procurar estar alerta para perceber antes de isso acontecer.
E o mais importante, se isso acontecer, devemos nos humilhar,
reconhecendo nosso orgulho como Ezequias 2 Cr 32.26. Quanto à
soberba não há soluções definitivas. Precisamos estar SEMPRE
dando manutenção.

106
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 30. H O M I L É T I C A

Introdução: Pregar a palavra de Deus é um privilégio enorme e


algo que não conseguimos entender completamente. Como um
Deus perfeito envia uma palavra perfeita através de um ser
humano imperfeito para outras pessoas imperfeitas? Nisso já
podemos ver a graça de Deus e sua intenção de se revelar à
humanidade.

O que é homilética: Homilética é a arte de preparar e aplicar uma


homilia. A palavra homilia significa pregação. Coloquei esses
termos aqui apenas para nos familiarizarmos com esse vocabulário.

Tipos de sermões: Tradicionalmente no estudo da homilética se


fala em sermão expositivo, textual e temático. Eu não considero
essa divisão muito útil porque em geral é bem difícil diferenciar o
sermão expositivo do textual. Então, ao invés de apenas
reproduzir o modelo prefiro criar um novo modelo mais orgânico
e mais relacionado à nossa realidade.
Pregação temática é quando um pregador escolhe um tema
e usa diversos textos bíblicos para apoiar sua ideia sobre esse tema.
Exatamente como descrito na homilética tradicional.
Pregação textual é quando o pregador escolhe um texto da
escritura e vem explicando cada parte do texto. Dentro desse estilo

107
BONIEK DE OLIVEIRA

a homilética tradicional classificaria alguns desses sermões como


expositivos e outros como textuais.
Pregação narrativa. Disparado esse é o mais usado em
nossas igrejas. Nesse tipo de pregação, é lida uma porção da bíblia
e dá se início a uma narração relacionada a esse texto. Nessa
narração ele às vezes usa o que está escrito na bíblia e outras vezes
usa o que está fora da bíblia. Como por exemplo: história,
arqueologia, livros apócrifos, talmude e etc. Durante essa narração
ele vai relacionando elementos da narração com coisas que os
ouvintes estão vivendo ou viverão.
Pregação “colcha de retalhos”. Esse tipo de pregação não
deveria existir, mas infelizmente volta e meia se apresenta em
nossos púlpitos. Essa é uma pregação que acontece quando
alguém sem preparo e sem experiência tenta pregar de improviso.
É aquela pregação onde, por exemplo, o pregador fala de Adão,
fala de Lucas, fala de Ezequias (em geral apenas contando suas
histórias) e ninguém entende o que um tem a ver com o outro
(nem ele mesmo). Um servo de Deus sério jamais faz isso.

Como preparar um sermão: Antes de tudo, vida com Deus. É


preciso conhecer a Deus e ter um relacionamento com Ele. É
preciso ter experiências com Deus e uma vida comprometida com
a santidade.

Depois disso siga as seguintes etapas:

1.Pergunte a Deus qual é a mensagem:


• Deus vai te dar um tema ou texto bíblico.
• Se Ele te der um tema procure os textos bíblicos.
• Se você já tem o texto pergunte a Deus o que deve ser dito
sobre esse texto.

108
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

• Fazendo isto, você já terá o texto e o conteúdo da


mensagem.

2.Estude os textos:
• Tanto o que será pregado como o que vem antes e o que
vem depois. Isso é importante para contextualizar o texto.
• Também recomendo que o texto que será pregado seja lido
nas principais traduções que existem em nosso país. Veja
se em todas elas sua ideia se sustenta. Isso é importante
porque na hora da leitura pública as pessoas terão diversas
versões.
• Se a história for recontada em outros livros bíblicos, leia-
os. Por exemplo, algumas histórias são contadas tanto nos
livros dos Reis como nos livros de Crônicas, às vezes até
nos dos profetas. Se o texto for uma passagem dos
evangelhos, procure as passagens paralelas. Se for uma
epístola paulina, leia no livro de atos a história do apóstolo
na ocasião que escreveu essa epístola.
• Interprete os textos. Procure sempre deixar muito claro o
que o autor quis dizer à sua audiência original. Somente
depois disso pense em outras possíveis aplicações.
• Feito isso podemos ir para os textos extra bíblicos.
Dicionários, enciclopédias, comentários, livros de história
são recursos muito úteis.

3.Planeje e organize: Essa é a fase de colocar no papel o que será


dito e em que ordem será dito.
Ao decidir o que será dito é muito preciso ter em mente
que não dá para falar tudo. E mesmo se desse, sua audiência não
será capaz de absorver tudo. Se você falar três coisas pode ser que
eles as retenham. Se você tentar falar dez, é provável que eles

109
BONIEK DE OLIVEIRA

desistam e não retenham nenhuma. É melhor falar pouco e deixar


marcas, do que falar muito e ninguém dar à mínima.
Para decidir a ordem na qual as coisas serão ditas use a
lógica. A sequência cronológica sempre é mais fácil de
acompanhar. Evite descontinuidade temporal. Por exemplo, está
falando de Moisés aí fala de Davi e depois volta para Sansão. Fica
difícil de entender. Vai ficar parecido com a pregação “colcha de
retalhos”. Construa uma narrativa que conecte esses personagens e
que seja na ordem cronológica Moisés, Sansão e depois Davi.
Feito isso você tem uma boa pregação, apenas não perca
do foco qual é a mensagem que você deve entregar. Para isso tente
resumir sua pregação em uma frase. Assim o foco estará mais bem
definido. Se possível repita essa frase algumas vezes durante a
pregação. Isso ajuda na memorização e mostra que de fato você
tem uma mensagem definida para transmitir.

O que é um bom sermão: Diferente do senso comum que


acredita que um bom sermão é aquele que apenas emociona
positivamente as pessoas e te gera mais convites para pregar, quero
passar sete perguntas que devem ser usadas para analisar um
sermão.

1. Deus inspirou essa mensagem?


2. A mensagem é bíblica?
3. Ela foi transmitida integralmente?
4. Foi transmitida com clareza?
5. Tocou o coração e a mente das pessoas?
6. Acrescentou conhecimento?
7. Mudou a vida das pessoas para mais próximo de Deus?

Se a resposta for sim a todas essas perguntas este foi um


ótimo sermão.

110
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

A importância da crítica e da autocrítica: Algo que pode


impulsionar o crescimento da qualidade de suas pregações são as
críticas e as autocríticas. Ouça as pessoas, às vezes elas percebem
coisas que você não percebe. Mas saiba filtrar comentários
construtivos que querem te tornar melhor e comentários negativos
de quem não quer o teu bem. Outro ponto, saiba entender que as
opiniões são apenas opiniões. Outros servos de Deus fariam algo
diferente do que você fez. Isso não significa necessariamente que
um seja melhor do que outro ou mais correto. São apenas questões
de estilos. Deus nos usa em nossas diferenças.
Outra coisa importantíssima é, tenha um espelho
(metaforicamente falando). Grave suas pregações, saudações e
oportunidades e ouça mais tarde. Ali você poderá ver o que errou
e o que precisa melhorar. Você verá que nem tudo saiu exatamente
como você imaginou. Esse é um momento de intenso
aprendizado.

Amor intenso: Toda pregação precisa ter intensidade, paixão.


Você precisa conhecer a Deus, amar a Deus e deixar que durante a
pregação essa paixão por Jesus transpire por teus poros. Você só
deve pregar sobre coisas em que você verdadeiramente acredita. Se
não houver verdade na tua fé ou na intensidade do teu amor, isso
ficará nítido para todos e fará com que a tua pregação não seja
eficaz. Nós precisamos inspirar as pessoas a nos imitar e terem fé e
amor por Deus.

Conclusão: Para finalizar, eu quero comparar uma pregação com


um voo de avião. Um voo tem a decolagem, o cruzeiro e a
aterrissagem. Assim como uma pregação tem a introdução, o
desenvolvimento e a conclusão. A introdução é importantíssima
como a decolagem. Se não tiver decolagem não haverá voo. Se
você não tiver uma boa introdução você não terá uma pregação.
Porque é nesse momento que você captura a atenção da audiência

111
BONIEK DE OLIVEIRA

e eles decidem se vão te dar atenção ou não. O desenvolvimento é


o que você queria transmitir, é o objetivo da pregação existir. É a
hora de entregar a mensagem. E por fim, viajem nenhuma será
bem-sucedida sem uma boa aterrissagem. Nenhuma pregação será
eficiente sem uma boa conclusão. Na conclusão é a hora de você
tocar a emoção das pessoas para que ela ajude a fixar a imagem
que você já transmitiu para a razão delas. É a hora do apelo. Ainda
que não seja um apelo para aceitar Jesus, mas que seja um apelo
para mudar de vida de atitude. Para fazer o que foi dito durante a
mensagem.

112
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 31. O R G A N I Z E T U A
VIDA FINANCEIRA

Introdução: O tema financeiro é muito importante e falar de


dinheiro não é pecado. O dinheiro é um dos temas mais
abordados ao longo da bíblia. A demonização do dinheiro é algo
que foi feito por tradições religiosas que nada tem a ver com Deus.
Amar o dinheiro é pecado, ter dinheiro não é.

A importância de se organizar: De acordo com o conceito


científico da entropia o universo espontaneamente tende à
desordem. Para que algo aumente o seu nível de organização é
necessário que alguém o organize e isso acontece de maneira ativa.
É isso o que Deus tem feito desde a criação do universo. Então
vemos Deus como alguém que age contra a desorganização. O
nosso Deus é um Deus de ordem e decência. Deus não opera na
bagunça. Por isso é necessário organizar nossa vida financeira.

Porque não queremos nos organizar: Muitas vezes evitamos o


processo de organização por diversos motivos. Vamos citar alguns
aqui.

1. Preguiça. Organizar dá trabalho e às vezes somos


preguiçosos.

113
BONIEK DE OLIVEIRA

2. Querer ignorar. Algumas vezes nos organizar revela que o


nosso problema é maior do que imaginamos. E queremos
evitar tomar ciência dessa realidade.
3. Não querer assumir responsabilidade. Normalmente
gostamos de imaginar que somos vítimas nos nossos
problemas financeiros. É mais fácil pensar que a culpa é do
governo ou dos patrões. Quase sempre quando nos
organizamos, percebemos que somos o responsável pelos
nossos problemas financeiros.

Como se organizar: Para organizarmos nossa vida financeira vou


colocar aqui algumas instruções simples, mas que dão um
resultado enorme.

1. Seja dizimista e seja fiel em todos os teus votos.


2. Seja um ofertante generoso e sempre que possível ajude o
próximo.
3. Anote diariamente todos os seus gastos. Até os centavos.
4. Saiba exatamente o quanto você ganha. Sempre anote
absolutamente tudo o que você ganhar.
5. SEMPRE gaste menos do que você ganhe. O excedente
deve ser usado para poupança e investimentos.
6. Não faça gastos por impulso ou movido pela emoção.
7. Evite, de todas as maneiras possíveis o pagamento de
juros.

Conclusão: Para ser um obreiro da casa de Deus você não precisa


ser rico, mas você deve ser uma pessoa financeiramente
organizada e equilibrada. Queremos que você glorifique a Deus em
tua vida financeira. A parte de Deus Ele vai fazer. Ele vai te
abençoar e te prosperar. Mas a tua parte você também tem que
fazer. Se organizar é uma maneira de ser fiel àquilo que Deus já te

114
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

deu. Só será colocado sobre o muito, aquele que for fiel no pouco
(Mt 25.21).
Acredito que muito do que foi dito nessa aula você já
sabia. Agora vamos fazer uma oração com toda a sala de aula para
que venhamos praticar o que foi dito aqui e colhermos os frutos
em nossa vida.

115
BONIEK DE OLIVEIRA

PARTE III
FORMAÇÃO DE PASTORES

116
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 32. C O M U N I C A Ç Ã O

Introdução: Como servos de Deus nós temos a responsabilidade


de pregar, evangelizar, ensinar, aconselhar e etc. E para
desempenhar todas essas atividades de maneira eficiente nós
precisamos de uma boa comunicação. Por certo que essa simples
frase não conseguirá comunicar de uma maneira eficiente a
enorme importância da comunicação.

Para uma boa comunicação: Primeiro passo para uma boa


comunicação é se preocupar e empregar energia com isso. Ou seja,
trazer para o racional algo que no primeiro momento é intuitivo. E
isso você está fazendo estudando essa aula.
Primeiro passo para uma comunicação ruim é presumir
que o receptor de sua mensagem “já sabe” ou “é óbvio que...” Isso
deve ser completamente evitado.

Elementos básicos da comunicação: Os elementos básicos da


comunicação são: emissor, receptor e meio. Emissor é quem emite
a mensagem através de um meio para um receptor. A comunicação
só acontecerá se o emissor e o receptor tiverem um sistema de
signos em comum, em outras palavras, se “falarem a mesma
língua”. Por isso, um bom comunicador se preocupa não com o
que falar, mas se preocupa também em como o outro entenderá
aquilo que foi dito. Nem sempre um signo significa a mesma coisa

117
BONIEK DE OLIVEIRA

para duas pessoas. Por isso o escritor Montaigne disse: “A palavra


é metade de quem a pronuncia, metade de quem a ouve”.

Precisamos nos certificar: Outra coisa importante para a boa


comunicação é o chamado “feedback”, ou seja, se certificar que o
receptor recebeu a mensagem completamente e que ele a
interpretou da maneira que o emissor esperava que ele fizesse. Isso
em geral não é algo fácil. Precisamos primeiramente ter essa
intenção, depois aplicar esforços para descobrir se a comunicação
foi bem-sucedida, talvez até mesmo perguntando “você
entendeu?”. É preciso sensibilidade e empatia para saber se deu
“tudo certo com a comunicação”.

Problemas de comunicação: Para nos prepararmos melhor,


vamos analisar alguns dos problemas de comunicação mais
comuns.

1. Falta de atenção. Para uma boa comunicação, o emissor e


receptor devem estar atentos ao processo. O emissor para
escolher bem as palavras e o receptor para fazer a correta
interpretação. Às vezes é papel do emissor atrair e manter
a atenção do receptor.
2. Problemas semânticos. Isso acontece quando uma mesma
palavra tem significados diferentes para o emissor e
receptor.

Problemas hermenêuticos. Ainda que as palavras tenham o


mesmo significado para ambos, pode acontecer de cada um “levar
a conversa por outro lado”. Isso acontece porque relacionamos a
mensagem recebida com o conjunto de coisas que já trazemos em
nossas cabeças. Por isso cada um de nós interpreta de uma
maneira diferente.

118
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

As muitas formas de comunicação: Parte indispensável de bons


relacionamentos interpessoais é uma boa comunicação.
Precisamos entender que se comunicar através de palavras é
apenas uma das diversas formas de comunicação chamada de
comunicação verbal. Mas existe também a comunicação que
acontece sem o uso de palavras, chamada de comunicação não
verbal. Por exemplo, aquele pai que quando somente olha feio, o
filho já sabe que não deve continuar o que está fazendo. Na bíblia
sagrada o salmo 19 traz outro bom exemplo: “Os céus proclamam
a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos.
Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a
outra noite. Não há linguagem, nem palavras, e deles não se ouve
nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e
as suas palavras, até os confins do mundo (Sl 19.1-4).
Precisamos estar sensíveis para perceber a comunicação
não verbal das pessoas. E devemos nos preocupar com o que
estamos usando para nos comunicar além das nossas palavras e
com o que está sendo comunicado.

Conclusão: Sem uma comunicação eficiente fica praticamente


impossível cumprirmos o propósito que Deus estabeleceu para
nossas vidas nesta Terra.

119
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 33. L I N G U A G E M CORPORAL

Introdução: Como já vimos na aula anterior, nós nos


comunicamos com muito mais do que palavras. Enquanto o nosso
cérebro processa as informações para falarmos, parte desse
processamento acaba influenciando a nossa postura, a maneira
como gesticulamos e etc. Agora vamos estudar algumas dessas
influências para nós nos comunicarmos melhor.

Padrões: O estudo da linguagem corporal é composto


basicamente por cinco aspectos que vamos abordar
separadamente.
Expressões faciais. Essa é a mais conhecida forma de linguagem
corporal. Desde criança sabemos identificar as expressões faciais
como tristeza, felicidade, dor e etc. Além disso, essas expressões
são universais. Em qualquer cultura, independentemente do
idioma, conseguimos distinguir as expressões faciais de qualquer
pessoa. Desde que não tenhamos alguma enfermidade que nos
atrapalhe nisso, como o autismo por exemplo.
Olhos. “Os olhos são a janela da alma.” Disse Jesus. Observar os
olhos de alguém nos ajuda a entender melhor as intenções e os
sentimentos de quem está falando. Podemos perceber hesitação,
insegurança ou falta de atenção.
Proximidade. Quando nos mantemos afastado de alguém
acabamos demonstrando falta de interesse em algum diálogo ou

120
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

interação. O oposto também é verdade. Quando nos aproximamos


de alguém demonstramos interesse e atenção. Isso pode ser usado
para atrair a atenção de sua audiência.
Postura. Ainda de que uma maneira subconsciente a postura
corporal de quem está falando acaba comunicando coisas muito
importantes. Por exemplo, uma pessoa que se mantém em posição
ereta e com os ombros para trás mostra disposição e confiança. Já
alguém que inadvertidamente se mantém curvado com os ombros
para frente, acaba transparecendo insegurança e cansaço. Esses são
alguns exemplos.

Gestos. Esse é o famoso caso de “falar com as mãos”. Imagine


alguém fazendo mímica. Em geral, conseguimos entender o que o
mímico tentou comunicar. Isso acontece porque os gestos são tão
poderosos para dar suporte ao discurso que mesmo na ausência de
um discurso eles podem comunicar ideias. Quanto a isso, o
principal é prestarmos atenção aos gestos que estamos fazendo e
verificar se os gestos são coerentes às ideias que estamos
comunicando.

Efeito McGurk1: Ele mostra como a leitura labial é importante


para compreender o que está sendo dito. Também por isso
precisamos ter uma boa dicção e articularmos bem a boca
1 Veja o vídeo nesse link: https://www.youtube.com/watch?v=cgJAashmY2A

121
BONIEK DE OLIVEIRA

enquanto falamos, pois ajudará aos ouvintes a entender o que está


sendo dito.

As reais emoções e intenções de quem fala: Essa aula tem


como objetivo levar você a ter uma atitude intencional no sentido
de usar a linguagem corporal como um apoio coerente ao que
você está falando e dessa forma, expressar melhor suas ideias,
intenções e emoções.
A linguagem corporal também pode nos ajudar a entender
melhor a pessoa que está falando conosco. Esse é um recurso
importante na ocasião de um aconselhamento pastoral, pois nos
ajuda a “ler” a pessoa que está falando.

Conclusão: Seja um comunicador melhor. Para isso, utilize não só


a linguagem verbal como também a linguagem corporal. Fale não
só com a boca, mas com todo o corpo. E quando você for prestar
atenção a alguém, não ouça apenas o que a pessoa está falando,
mas saiba ler todo o corpo de quem está falando.

122
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 34. L Í N G U A
P O R T U G U E S A (Parte I)

Introdução: Depois de passar algumas aulas falando sobre formas


de linguagem não verbal, agora vamos abordar a linguagem verbal.
Para ter uma boa comunicação através da linguagem verbal é
necessário ter conhecimentos básicos sobre língua portuguesa.

Preconceito linguístico: Para sermos pastores eficientes em


nossa missão é necessário que tenhamos credibilidade.
Infelizmente ainda existem muitas pessoas preconceituosas. Junto
a essas pessoas, se o pastor estiver cometendo muitos erros de
português ele perde credibilidade. Elas podem ser preconceituosas,
mas, mesmo assim, elas são almas que precisam ser ganhas para o
Senhor Jesus.

A língua é dinâmica: Um dos grandes fatores complicadores da


língua é que ela é dinâmica, ela varia no tempo e no espaço.
Diferentes regiões que têm o mesmo idioma acabam apresentando
variações linguísticas significativas. Além disso, a língua varia no
tempo. Se pegarmos algum texto escrito em português do séc.
XVI certamente entenderíamos muito pouco ou quase nada do
que está escrito, por mais que esteja escrito em português. Por isso
as sociedades bíblicas unidas recomendam que os textos bíblicos

123
BONIEK DE OLIVEIRA

sejam revistos a cada 25 anos. E isso é um dos fatores que acabam


gerando tantas versões bíblicas disponíveis atualmente.
Adequação linguística: Sempre que vamos falar é necessário que
levemos em conta o fator: “com quem estamos falando”.
Precisamos levar em conta fatores como a idade dos receptores. Se
usarmos com pessoas da terceira idade uma linguagem
extremamente contemporânea cheia de gírias e expressões
idiomáticas, o nosso público não compreenderá a mensagem.
Nesse mesmo sentido também é necessário levar em conta o nível
de instrução escolar daqueles que te ouvem. Se você usar uma
linguagem muito sofisticada com aqueles que têm pouca instrução,
eles podem não te entender ou te desprezar por você parecer ser
arrogante. Assim como, com uma plateia muito culta, se você não
usar uma linguagem com a sofisticação adequada, você pode ser
considerado inculto e inapto para falar o que está pretendendo.

Concordância: Concordância é a parte da gramática que estuda a


correta sintonia do sujeito da frase com o que se diz dele. Vamos
estudar agora os erros de concordância mais comuns com o
objetivo de evitá-los.

Singular e plural: Tome cuidado com expressões que envolvam


quantidades, por exemplo, “dois pastéis” ou “cinco pãezinhos”.

A gente: É muito comum ao invés do pronome nós, usarmos o


termo “a gente” o problema é que quando usamos o pronome
“nós” o verbo deve ser conjugado no plural e quando usarmos o
termo “a gente” o verbo deve ser conjugado no singular. Por
exemplo:

CORRETO ERRADO
Nós fomos Nós foi
A gente foi A gente fomos

124
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Regência: O correto complemento dos termos é algo muito


importante. Essa parte da gramática é chamada de regência. Por
exemplo, alguém vai “à farmácia” e não “na farmácia”. Se você
disser que foi “na farmácia” isso significa que você entrou na
farmácia, ligou o motor e saiu dirigindo como se ela fosse um
carro. Outro exemplo:
Isso criou um clima adverso à igreja Correto
Isso criou um clima adverso com a igreja Errado

Mais um exemplo: quem namora, namora a alguém e não


com alguém.
No final desse livro você encontra tabelas de regência
verbal e de regência nominal. Lá você encontra o correto
complemento dos termos.

Conclusão: O bom uso da língua portuguesa nos ajudará a


comunicarmos com mais precisão e eficiência, além de evitar que
certas portas sejam fechadas para você.

125
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 35. L Í N G U A
P O R T U G U E S A. (Parte II)

Introdução: Nessa aula complementaremos os exemplos que


começamos a abordar na aula anterior.

Pronomes possessivos: Meu, minha, teu, tua. Como há confusão


com esses termos! Principalmente nos púlpitos das igrejas. Sua
glória, tua glória, teu filho, seu filho. Vamos resolver isso de uma
vez por todas em nome de Jesus. Na língua portuguesa há o que
chamamos de três pessoas. A primeira pessoa é quem está falando,
por exemplo: Eu canto. A segunda pessoa é com quem se está
falando, ou seja, com você. Por exemplo, você canta. A terceira
pessoa é de quem estamos falando. Por exemplo, ele canta (por
enquanto estou abordando apenas o singular). Então os pronomes
pessoais são:

PESSOA PRONOME DEFINIÇÃO


POSSESSIVO
1ª Meu, minha ...é de quem está falando
2ª Teu, tua ...é de quem está ouvindo
3ª Seu, sua ...é de quem estamos falando

126
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Então quando estamos cantando ou pregando sobre a


glória de Deus, por exemplo, qual é o certo? A resposta é depende.
Se estamos em oração ou adoração nos dirigindo à Deus, devemos
falar tua glória, como naquela música: “mostre-me tua Glória
Senhor”. Estamos falando diretamente a Deus para que Ele
manifeste a glória Dele. Porém se estamos falando com a igreja
que Deus é glorioso, nesse exemplo, o público que está ouvindo é
a segunda pessoa, e o Deus a respeito de quem estamos falando,
Ele é a terceira pessoa. Então esse pregador ou cantor poderia
dizer: “Deus vai manifestar a sua glória aqui”. Perceba que os
pronomes “seu”, “sua” poderiam ser substituídos por “dele” ou
“dela”. Ou seja, a frase: “Deus vai manifestar a sua glória aqui”
poderia ser substituída por: “Deus vai mostrar a glória dele aqui”.

Pronomes pessoais: Pronomes pessoais são aqueles que podem


substituir o nome de alguma pessoa dentro da frase. Existem dois
tipos: o caso reto e o caso oblíquo. São eles:

CASO RETO CASO OBLÍQUO


Eu Me, mim, comigo
Tu Te, ti, contigo
Ele, ela Se, o, o, lhe, si consigo
Nós Nos, conosco
Vós Vos, convosco
Eles, elas Se, os, as, lhes, si consigo

Os pronomes do caso reto atuam como sujeito. Por


exemplo: “eu canto”. Os pronomes do caso oblíquo atuam como
complemento. Por exemplo: “Ela trouxe isso para mim”.
Erros mais frequentes. “Pega o microfone para mim
cantar”. Está errado porque mim não conjuga verbo. Mim não
cantar, mim não pregar e etc...

127
BONIEK DE OLIVEIRA

“Entre eu e ele não há problema nenhum”. O correto


seria: “entre mim e ele não há problema nenhum”.

Um grande problema: Como já dissemos antes a língua é


dinâmica e isso às vezes acaba causando alguns problemas. Um
deles é um fenômeno sociolinguístico em que por muito se falar
do jeito “errado”, o errado acaba virando certo. Isso complica
muito as coisas. Por isso que existe o que se costuma chamar de a
norma culta da língua. Isso carrega a ideia de que existe o jeito
certo que está registrado nos livros de gramática, porém no dia a
dia falamos de um jeito diferente, todos se entendem e isso é
aceitável. E o que complica mais é: se isso dura muito tempo, esse
jeito considerado “errado” começa a aparecer nos livros como
uma variação aceitável. Assim, o que era errado acaba virando
certo e vice-versa. Por isso precisamos estar atentos e sempre nos
atualizando.

Pontuação: Conhecer bem a pontuação e respeitá-la é muito


importante, principalmente nos momentos de leitura pública. Na
hora de ler o texto bíblico que você vai pregar, por exemplo. Leia
pausadamente e respeitando a pontuação para que, tanto você
como aqueles que te ouvem tenham maior compreensão do texto
lido. Por vezes a importância da pontuação acaba sendo
desprezada. Quem faz isso se esquece de que a pontuação pode
alterar o significado do texto. Veja alguns exemplos:
Uma pessoa escreveu em seu testamento: “Deixo meus
bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do
padeiro nada dou aos pobres”.

1. O sobrinho fez a seguinte pontuação: - Deixo meus bens à


minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a
conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

128
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

2. A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito: -


Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho.
Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos
pobres.
3. O padeiro pontuou desta maneira: - Deixo meus bens à
minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a
conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
4. Aí, chegaram os pobres. Um deles, muito esperto, fez esta
pontuação: - Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu
sobrinho? jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada.
Dou aos pobres.

Outros exemplos:

Vocês condenam, eu não, absolvo.


Vocês condenam, eu não absolvo.

Nada como um dia após o outro.


Nada como. Um dia após o outro.

Meu relógio sumiu. Não está na gaveta.


Meu relógio sumiu? Não, está na gaveta.
Matar um Rei, não, é pecado.
Matar um Rei não, é pecado.

Conclusão: Eu creio que esse rápido e superficial estudo da nossa


língua portuguesa vai causar um grande impacto na maneira como
nos expressamos, porque abordamos aqui os erros mais comuns
do nosso idioma e os mais frequentes nos nossos púlpitos. Por

129
BONIEK DE OLIVEIRA

isso, se você entender e praticar essas regras você vai acabar com a
grande maioria dos erros que são cometidos.

130
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 36. R E T Ó R I C A
E ORATÓRIA

Introdução: Completando a nossa série de aulas sobre


comunicação vamos abordar nessa aula a arte de falar em público.
Há quem considere que a retórica está relacionada à capacidade de
argumentação, e que a eloquência seria a arte de falar bem. Já a
oratória seria a arte de falar bem em público. Outros consideram
que são sinônimos. No contexto desta aula vamos tratar essas
palavras com o mesmo significado.

Dicas para falar bem em público: Primeiramente organize suas


ideias. Pense se o que você vai falar, como você vai falar e em que
ordem você vai falar. Lembrando que para uma boa pregação, tão
importante quanto escolher o que falar, é escolher o que não falar.
Na hora da pregação não dá para falar tudo. Se colocarmos muitas
ideias na pregação ela acabará ficando confusa.

Não seja monótono: Se alguém fala da mesma maneira do


começo ao fim da pregação torna-se insuportável, ninguém vai
querer ouvir e a mensagem acaba não sendo recebida. Para não
incorrer nesse erro, usem de maneira intencional as variações da
fala.
Varie o seu tom de voz. Quando você fala mais baixo você
puxa a atenção das pessoas, quando fala mais alto dá mais ênfase
ao que está sendo dito.

131
BONIEK DE OLIVEIRA

Varia a velocidade de fala. Ao falar mais rápido você


empolga mais as pessoas. Ao falar mais devagar você será mais
dramático.

Meios de persuasão: Aristóteles identificou três classes de meios


de persuasão (apelos à audiência) e os nomeou como
ethos, pathos e logos. Primeiro, a persuasão é conseguida através
do próprio orador que, pelo seu carácter e forma como discursa,
nos consegue fazer pensar que é credível; segundo, a persuasão
pode vir de dentro dos próprios ouvintes, quando o discurso
desperta as suas emoções; terceiro, a persuasão é feita através do
próprio discurso, quando prova uma verdade por meio dos
argumentos adequados. Cada discurso combina os três apelos,
equilibrando ou enfatizando o ethos, o pathos ou o logos.

Ethos: é a forma como o orador convence o público de que está


qualificado para falar sobre o assunto, como o seu caráter
ou autoridade podem influenciar a audiência. Pode ser feito de
várias maneiras: por ser uma figura notável no domínio da causa
ou por ser relacionado com o tema em questão. Por exemplo,
quando alguém afirma que um professor da USP prevê que a
descoberta da cura de alguma enfermidade chegará em 2050, o uso
do nome "USP" (uma universidade de renome mundial) estabelece
uma credibilidade "forte".

Pathos: o uso de apelos emocionais para alterar o julgamento do


público. Pode ser feito através de metáforas e outras figuras de
retórica, da amplificação, ao contar uma história ou apresentar o
tema de uma forma que evoca fortes emoções na plateia.

Logos: o uso da razão e do raciocínio quer indutivo ou dedutivo,


para a construção de um argumento. Os apelos ao logos incluem
recorrer à objetividade, estatística, matemática, lógica (por

132
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

exemplo, quando um anúncio afirma que o seu produto é 37%


mais eficaz do que a concorrência, está fazendo um apelo lógico);
o raciocínio indutivo utiliza exemplos (históricos, míticos ou
hipotéticos) para tirar conclusões; o raciocínio dedutivo usa
geralmente proposições já aceitas para extrair conclusões
específicas. Argumentos logicamente inconsistentes ou
enganadores chamam-se falácias.

Conclusão: Um bom orador interfere na parte racional das


pessoas com objetivo de informá-las, mas também deve ser capaz
de interferir nas emoções das pessoas, pois isso é parte importante
de uma boa comunicação.

133
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 37. F R E U D

Introdução: A palavra alma no grego é Ψυχή (psche). Dessa


palavra surgem palavras como psicologia, psicanálise e etc. Então
de certa maneira, psicologia seria o estudo da alma ou de coisas
referentes à alma. Como servos de Jesus o nosso trabalho é cuidar
das almas. Então fica claro que entender um pouco de psicologia
pode ser uma ferramenta muito útil.

História: A psicologia, como a conhecemos, tem seu início do


final do século XIX, com Wilheim Wundt. Nesta mesma época
surge um médico austríaco de família judaica Sigmund Freud.
Inicialmente Freud tratava de mulheres que sofriam de histeria. Os
principais sintomas eram cegueira, surdez, paralisia, alucinações e
perda do controle motor. Ao constatar que as pacientes não
tinham nenhum problema orgânico, começou a cogitar se o
problema não tinha uma origem psicológica.
Freud usou a hipnose e drogas como uma forma de
tratamento. Posteriormente partiu para o que chamou de “cura
através da fala”. Aí surge o que hoje conhecemos como psicanálise
que usava a interpretação de sonhos e a livre associação como
forma de ter acesso àquilo que viria chamar de inconsciente.

Inconsciente (ou subconsciente): Existem diferentes definições


do que esse conceito significa exatamente. Porém todos

134
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

concordam que alguns processos mentais não acontecem de forma


consciente. Esses processos fazem parte do que chamaremos de
inconsciente ou subconsciente. Já o consciente, é a parte da mente
da qual estamos cientes. Ele se refere à experiências que estamos
percebendo, e a sentimentos e ações intencionais.

Modelo triádico do aparelho psíquico: Trata-se de um modelo


concebido por Sigmund Freud para explicar a organização e o
funcionamento da mente. Para isso ele propôs uma (dentre várias)
hipótese estrutural onde ele apresenta os elementos id, ego e
superego. Esse modelo não é o único que existe, e muitos
profissionais da área de certa maneira, discordam dele. Porém
precisamos conhecê-lo até mesmo para criticá-lo.

Id: Id designa, na teoria psicanalítica, uma das três estruturas


do aparelho psíquico. O id seria a fonte da energia psíquica
(libido). É formado pelas pulsões, instintos, impulsos orgânicos
e desejos inconscientes. Funciona segundo o princípio do prazer,
ou seja, busca o que dá prazer e evita o que é aversivo.
O id não faz plano, não espera, busca uma solução
imediata para as tensões, não aceita frustrações e não conhece
inibição. Ele não tem contato com a realidade. Busca satisfação na
fantasia e pode ter o mesmo efeito de uma ação concreta para
atingir um objetivo. O id desconhece juízo, lógica, valores, ética ou
moral. É exigente, impulsivo, cego, irracional, antissocial e egoísta.
Perceba como essa definição é bem oposta à descrição bíblica de
amor 1 Co 13.4-7.

Ego: O ego desenvolve-se a partir do Id com o objetivo de


permitir que seus impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em
conta o mundo externo: É o chamado princípio da realidade. É
esse princípio que introduz a razão, o planejamento e a espera
no comportamento humano. A satisfação das pulsões é retardada

135
BONIEK DE OLIVEIRA

até o momento em que a realidade permita satisfazê-las com um


máximo de prazer e um mínimo de consequências negativas.
A principal função do Ego é inicialmente buscar uma
harmonização entre os desejos do Id e a realidade do Superego.
Há muitos conflitos entre o Id e o Ego, pois os impulsos não
civilizados do Id estão sempre querendo expressar-se. Freud
destacava que os impulsos do Id são muitas vezes reprimidos pelo
Ego por causa do medo de castigo. Ou seja, o Ego pode coibir os
impulsos inaceitáveis do Id, o "desejo de roubar", por exemplo.
Visto que o indivíduo não pode sobreviver obedecendo somente
aos impulsos do Id, é necessário que ele reaja realisticamente a seu
ambiente de convívio. O Ego é, portanto, mais realístico do que o
Id, visando sempre às consequências dos impulsos inconscientes
do Id. O Ego não é completamente consciente, enquanto que
os mecanismos de defesa fazem parte de um nível inconsciente.

Superego: Superego é a parte moral da psique e representa


os valores da sociedade.
O superego tem três objetivos:

1. Inibir (através de punição ou sentimento de culpa)


qualquer impulso contrário às regras e ideais por ele
ditados (consciência moral);
2. Forçar o ego a se comportar de maneira moral (mesmo que
irracional)
3. Conduzir o indivíduo à perfeição - em gestos, pensamentos
e palavras (ideal do ego).

O superego forma-se após o ego, durante o esforço da


criança de introjetar os valores recebidos dos pais e da sociedade a
fim de receber amor e afeição. Ele pode funcionar de uma maneira
bastante primitiva, punindo o indivíduo não apenas por ações
praticadas, mas também por pensamentos. Os psicopatas têm

136
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

um id dominante e um superego muito reduzido, o que lhes tolhe


o remorso, sobressaindo à falta de consciência moral. O superego
é o que há dentro de nós representando os valores externos.

Uma comparação: As analogias em geral não são totalmente


precisas. Para compreendermos e fixarmos melhor essa ideia,
podemos comparar o id com a nossa natureza carnal. O ego com a
nossa alma e o superego com o nosso espírito.

Conclusão: Espero que você aproveite o conteúdo apresentado


aqui. Para isso, não é necessário que você concorde com ele. Esse
tipo de coisa é uma forma de entender a realidade. Como outros
modelos, este deve evoluir. Para que isso aconteça precisamos
conhecê-lo, por que só assim podemos criticá-lo. Freud também é
famoso por ter descrito os mecanismos de defesa, o que
estudaremos em uma próxima aula.

137
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 38. M E C A N I S M O S
DE D E F E S A

Introdução: Mecanismo de defesa é uma denominação dada por


Freud para as manifestações que surgem quando a pessoa é
colocada em uma situação angustiante. Muitas vezes essas
manifestações surgem de maneira subconsciente. Mas a psicanálise
freudiana não é a única teoria a se utilizar desse conceito. Outras
vertentes da psicologia também se utilizam dessa denominação.

Os principais mecanismos de defesa são:


1.Racionalização: Existe em nós uma luta constante para dar
sentido ao nosso próprio mundo de experiências, uma procura de
explicações para nossos fenômenos internos, nossos
comportamentos e sentimentos. Para satisfazer essa busca,
evitando a angústia e mantendo o auto respeito, criamos
“explicações” altamente racionais para justificar nosso eu (ego);
buscamos “boas razões”, ainda que falsas, para nossas atitudes e
fracassos.
A racionalização envolve um conjunto complexo de
“explicações”, evitando assim ataques, ou seja, se uma explicação
for destruída haverá outra para substituí-la. Notamos uma atitude
agressiva contra os contestadores de tais “explicações”, uma vez
que são as defesas de nosso ego.

138
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

2.Isolamento: É o mecanismo de defesa que envolve uma


“separação de sistemas” para que os sentimentos perturbadores
possam ser isolados, de tal forma, que a pessoa se torna
completamente insensível em relação ao acontecimento e passe a
comentá-lo como se tivesse acontecido com terceiros.

3.Sublimação: A sublimação consiste na busca de modos


socialmente aceitáveis de satisfazer, ao menos parcialmente,
as pulsões do id. Caracteriza-se por apresentar uma inibição do
objeto de seu desejo. É útil para o processo civilizatório, já que
encontra vias aceitáveis para o que é reprimido.

4.Projeção: Projeção é um processo mental um pouco parecido


com a racionalização, mas cuja característica principal é a
terceirização de responsabilidades.

5.Repressão: T ambém é chamada de “esquecimento motivado”.


A omissão forçada e deliberada de recordações ou sentimentos é
repressão. Em casos extremos (um acontecimento extremamente
doloroso), a repressão pode apagar não só a lembrança do
acontecimento, mas também tudo que diz respeito a ele, inclusive
seu próprio nome e sua identidade, criando uma profunda
amnésia.

6.Formação reativa: Esse mecanismo de defesa mantém o


impulso indesejado longe do consciente, enfatizando
demasiadamente o impulso oposto. É um processo psíquico que
se caracteriza pela adoção de uma atitude de sentido oposto a um
desejo que tenha sido recalcado, constituindo-se, então, numa
reação contra ele.
Muitas atitudes neuróticas são tentativas evidentes de negar
ou reprimir alguns impulsos ou de defender a pessoa contra um

139
BONIEK DE OLIVEIRA

perigo instintivo. São atitudes tolhidas, rígidas, que buscam a


expressão de impulsos reprimidos.

7.Identificação: O indivíduo pode diminuir ou evitar a angústia


identificando-se com outras pessoas ou grupos, de forma a se
proteger. Por exemplo, uma pessoa que sofreu um recente fracasso
pode identificar-se com o triunfo de outras, como se aquele
triunfo também fosse dela. Também, ameaças externas ao seu eu,
podem ser reduzidas quando a pessoa passa a ver essas ameaças
voltadas para um grupo mais amplo com o qual ela se identifica e
não apenas contra ela. Por isso, temos a tendência de fazer algo
que consideramos perigoso quando estamos em grupo, assim o
sentimento de culpa e angústia quando ligados a tal ação se dilui
no grupo inteiro.
A maior parte das identificações ocorre no mundo da
fantasia, temos como exemplo: a criança que se identifica com seu
herói favorito; a moça que se identifica com a “mocinha” da
novela, e etc. Algumas ocorrem, ainda, em grupos antissociais,
como grupos neonazistas, por exemplo: essas, à longo prazo,
podem trazer dificuldades ainda mais sérias de ajustamento.

8.Negação: A negação talvez possa ser considerada o mecanismo


de defesa mais ineficaz, pois se baseia em simplesmente negar os
fatos acontecidos à base de mentiras que acabam se
contradizendo. Um bom exemplo de negação é um garoto que, ao
ser acusado de roubo (e realmente é culpado), diz: "não foi bem
assim que aconteceu, e não acontece sempre. Nunca aconteceu e
não vai acontecer mais".

9.Regressão: É o retorno do indivíduo a níveis anteriores do


desenvolvimento sempre que se depara com uma frustração. Por
exemplo, o choro das pessoas em certas situações pode ser uma
regressão à infância, que pode ter tido uma situação em que o

140
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

choro "resolveu o problema", então a pessoa inconscientemente


usa aquele mesmo "método" para resolver a nova situação.
A regressão geralmente é assemelhada a um ato infantil.
Pode se manifestar no sentido de a pessoa fantasiar seu próprio
mundo. Fumar e usar outros tipos de objetos orais que nos
proporcionam prazer momentâneo é uma regressão também,
porque nos remete à satisfação do bebê com a boca e o ato de
sugar o leite.

Outros mecanismos de defesa: Com o passar do tempo, outros


mecanismos de defesa foram apresentados, sendo, em parte,
variações dos mecanismos acima apresentados:
1.Intelectualização: É quando se lida de modo intelectual com o
problema, afastando os afetos; assemelha-se ao isolamento e à
racionalização. A pessoa quando usa esse mecanismo diz coisas
como: "Eu sei, eu já li tudo isso!”.
Anulação: ações, rituais mágicos que contestam ou desfazem um
dano que o indivíduo imagina que pode ser causado por seus
desejos. Exemplo: fazer o sinal da cruz para afastar um
pensamento pecaminoso.

2.Deslocamento: consiste em transferir as características ou


atributos de um determinado objeto para outro objeto. Exemplo:
receber uma bronca do chefe e, assim que chegar em casa, chutar
o cachorro como se ele fosse o responsável pela frustração. Um
exemplo é o bebê chupar o dedo ou a chupeta para sentir o prazer
como se estivesse no seio da mãe.

3.Idealização: consiste em atribuir a outro indivíduo qualidades


de perfeição, vendo o outro de modo ideal. É o que fazem os
adolescentes com seus ídolos, a quem consideram perfeitos.

141
BONIEK DE OLIVEIRA

4.Conversão: consiste em uma transposição de um conflito


psíquico e uma tentativa de resolução desse conflito por meio de
expressões somáticas, como dores de cabeça ou se auto ferir.
Passa-se o problema da mente para o corpo.

5.Compensação: é o processo psíquico em que o indivíduo se


compensa por alguma deficiência, pela imagem que tem de si
próprio por meio de outro aspecto que o caracterize, no qual ele,
então, passa a considerar como um trunfo. Exemplo: um aluno
ruim nos esportes se consola por ser bom em matemática.
Resistência: é o processo de resistência ao trabalho terapêutico
para evitar a dor do processo de tratamento.

6.Transferência: pode ser vista como a repetição, face ao


analista, de atitudes emocionais, inconscientes, amigáveis, hostis
ou ambivalentes, que o paciente estabeleceu na sua infância, no
contato com os pais e com as pessoas que o rodeiam. Um exemplo
pode ser a menina que não teve pai ser muito apegada ao
namorado, fazendo então uma transferência, passando todos os
sentimentos e ações para o namorado, como se fosse um pai.

Considerações importantes: Outros pontos que devemos levar


em conta sobre os mecanismos de defesa são:
Os diferentes mecanismos de defesa apresentam-se em
todos os indivíduos, e só se tornam anormais quando aparecem de
maneira excessiva.
O mecanismo que vai atuar em um dado momento
depende da natureza da situação específica e das características da
pessoa.
As mesmas situações podem ter mecanismos de defesas
diferentes em pessoas diferentes.

142
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Os mecanismos que se mostraram mais eficazes na


resolução de conflitos anteriores tendem a serem usados para
resolverem novos conflitos.
Seu uso prolongado e excessivo pode ter consequências
graves no ajustamento dessa pessoa. Nesse sentido, alguns são
piores que outros, como a fuga, que impede a pessoa de ser capaz
de enfrentar seus problemas; e a repressão, que cega, para a pessoa
para não enxergar esses problemas.
Os mecanismos de defesa podem ser frustrados: a
racionalização pode ser desmentida; a identificação, negada; a fuga,
evitada; a repressão, revelada, e etc. Tornando, assim, o conflito
ainda mais intensificado. Quando tais mecanismos falham, podem
ocorrer transformações ainda mais violentas no comportamento.

Conclusão: Por certo identificar a manifestação e a origem desses


mecanismos de defesa ajudará você a ter uma abordagem mais
eficiente e efetiva quando tiver que gerenciar conflitos.

143
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 39. T E M P E R A M E N T O S

Introdução: O filósofo grego Hipócrates, considerado o pai da


medicina, foi o primeiro a formular uma teoria do temperamento.
Muito influenciado pela teoria dos quatro elementos de
Empédocles, ele acreditava que existem quatro tipos de
temperamento, conforme domine no corpo do indivíduo um dos
quatro fluidos corporais (humores): sanguíneo (sangue), fleumático
(linfa ou fleuma), colérico (bílis) e melancólico (bílis negra).

As principais características de cada um são:


1.Fleumático: As pessoas de temperamento fleumático
são calmas, descontraídas, raramente ficam perturbado ou
zangadas. O Fleumático é equilibrado.
Para o fleumático a vida é uma experiência sem grande
agitação, na qual se envolve o menos possível. É o tipo de
temperamento que se mostra sempre coerente, sempre calmo e
tranquilo independentemente das circunstâncias à sua volta.
Habitualmente evita a violência.

2.Colérico: A pessoa de temperamento colérico é dotada de


vontade forte e muito independente. O Colérico é ativo e bastante
prático.
A pessoa com temperamento colérico tem opiniões
bastante fortes, é decidido, considera que é fácil tomar decisões.

144
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Este temperamento é considerado extrovertido, à semelhança


do sanguíneo, mas não de forma tão intensa. O colérico como
pessoa ativa não necessita de ser estimulado externamente, aliás,
ele próprio estimula o meio ambiente. Não cede à pressão daquilo
que as outras pessoas pensam.

2.1.Colérico é pouco emocional: A parte emocional é a menos


desenvolvida do temperamento colérico. Não simpatiza facilmente
com outros nem demonstra compaixão. Apresenta alguma
insensibilidade perante as necessidades dos que o rodeiam.

2.2.Colérico é prático: Pessoas com este tipo de


temperamento são práticas, sempre buscando ser utilitários e
produtivos. O colérico é rápido nas suas avaliações, olha sempre
em direção ao objetivo a atingir, sem se intimidar com os
obstáculos ou com as armadilhas que possam existir.

3.Sanguíneo: Em termos de emoções o sanguíneo é emotivo,


demonstrativo, entusiasta e expressivo. Tem uma personalidade
cativante, é um verdadeiro falador e contador de histórias e
normalmente está sempre de bom humor, embora a sua disposição
possa variar. Faz-se notar onde quer que esteja, sendo alegre,
curioso, inocente e sincero, normalmente é intitulado como “uma
eterna criança”.
É simpático com as pessoas. Às vezes é impaciente,
egocêntrico, fala e não cumpre, diz tudo que vem à cabeça sem
refletir, berra em casa com os filhos e não sabe disciplinar.
O sanguíneo faz amigos com facilidade e ama-os
genuinamente. Desculpa-se facilmente e não guarda
ressentimentos. Gosta de atividade, é despreocupado, aventureiro
e por isso evita momentos de tédio.
No trabalho oferece-se para tarefas, cria oportunidades,
estimula e inspira os outros ao trabalho e à participação. É

145
BONIEK DE OLIVEIRA

enérgico, entusiasmado e começa com brilhantismo, mas como é


pouco organizado pode não terminar o que começou.

4.Melancólico: As pessoas de temperamento melancólico


são perfeccionistas, analíticas, sacrificiais e de uma natureza
extremamente sensível.

4.1.Melancólico é introvertido: Por natureza, o melancólico é


uma pessoa introvertida, mas como é muito emotivo, muitas vezes
apresenta comportamentos diferentes.
A pessoa predominantemente melancólica não faz amigos
com facilidade. Dificilmente procura novas amizades, aguarda que
as pessoas venham ter consigo. O melancólico acha difícil
expressar os seus sentimentos. É desconfiado e encara com
suspeita quando lhe dedicam muita atenção.

4.2.Melancólico é ponderado: Como tem uma excelente


habilidade analítica, que lhe permite diagnosticar e avaliar os
obstáculos e perigos, ele é renitente em iniciar novos projetos e
muitas vezes, entra em choque com quem o quer fazer.

Caso queira fazer um teste para descobrir qual é o teu


temperamento dominante acesse o site:
http://educamais.com/teste-de-temperamento/ (acessado em
06/08/2018).

Outras teorias: Essa teoria de Hipócrates chegou até a idade


média através de Galeno e acabou influenciando muito o
pensamento ocidental. É importante entender que isso não é uma
verdade absoluta. Essa teoria é considerada por muitos,
incompleta e obsoleta. Hoje em dia é mais bem considerada a
teoria D-I-S-C (as quatro dimensões comportamentais). Nessa
teoria as quatro dimensões são:

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Dominante
Influente
Seguro / estável
Cauteloso / analítico

D = Dominância: Indica como você lida com problemas e


desafios. Os principais descritores são: competitivo, decidido,
direto e orientado para resultados.
I = Influência: Indica como você lida com pessoas e as
influências. Os principais descritores são: confiante, inspirador,
otimista, popular, sociável e confia em outros.
S = Estabilidade: Indica como você lida com mudanças e
estabelece o seu ritmo. Os principais descritores são: agradável,
bom ouvinte, paciente, sincero, constante, membro de equipe e
estável.
C = Conformidade: Indica como você lida com regras e
procedimentos estabelecidos por outros. Os principais descritores
são: é preciso, analítico, perfeccionista, cuidadoso e minucioso.

Caso queira fazer um teste para descobrir qual é o teu


temperamento dominante acesse o site:
https://www.pactorh.com.br/teste-disc/disc/faca-agora-teste-
disc/ (acessado em 06/08/2018).

Conclusão: Não devemos rotular as pessoas. Conhecer os


temperamentos pode ser uma importante ferramenta pastoral.
Então vamos sempre ter em mente que embora haja um
temperamento dominante, ao longo do tempo qualquer pessoa
apresentará características de diversos desses temperamentos.
Então vamos entender as pessoas e seus temperamentos sem
julgar e nem rotular. Vamos evitar comentários do tipo: só agiu
assim por que é melancólico ou sanguíneo. Isso é preconceituoso e
infrutífero.

147
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 40. O P A S T O R E O
CORPO DE OBREIROS

Introdução: Essa aula é basicamente uma continuação da aula de


liderança que tivemos no módulo intermediário. Só que agora nos
aprofundaremos mais e vamos ser mais voltados para situações
que vivemos dentro da igreja.

Formando uma equipe: Acredito que está claro para todos que
um pastor, além de outras coisas, também é um líder. Para você
ser um pastor eficiente você precisa de uma equipe eficiente. Foi
exatamente isso o que Jesus Cristo fez quando saiu das águas do
rio Jordão e foi iniciar seu ministério terreno. E as suas primeiras
ações foi montar uma equipe. Ele foi à beira das praias da galiléia
chamar alguns pescadores e seus irmão para dar início a uma
equipe (Mt 3.18-20; Mc1.16-20; Lc 5.1-11; Jo 1.35-42.
Quando vamos formar uma equipe, nossa tendência
natural é queremos em nossa equipe as melhores pessoas. Mas
quando olhamos para Jesus percebemos que essa não era uma de
suas preocupações principais. Nenhum dos doze apóstolos
apresentava nenhuma característica especial quando foram
chamados por Cristo. Não eram os melhores em nada. E mesmo
assim puderam fazer parte de algo tão grandioso. Isso nos deixa
um grande exemplo. Não devemos ficar filtrando demais as
pessoas que estarão no nosso time. Precisamos sim trabalhar com
os recursos humanos que Deus nos der e colocar cada um deles

148
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

numa posição correta. Precisamos não rejeitar ninguém e também


não podemos colocar alguém na posição errada ou no tempo
errado. Se cometermos esse erro, podemos estar expondo a pessoa
a uma situação constrangedora e fazer com que a obra de Deus
venha sofrer.

Mantendo a equipe: Depois que Deus nos der o privilégio de


formar e liderar uma equipe, será necessário mostrar muita
habilidade para manter a equipe unida e motivada. Para isso você
precisa não perder de vista duas coisas: forças agregadoras e forças
desagregadoras. Em todos os grupos existem coisas que nos unem.
Por exemplo: um mesmo propósito, afinidade pessoal, interesses
pessoais e etc. Existem também forças que tendem a nos separar.
Por exemplo: falta de afinidade pessoal, o cansaço das atividades,
fofocas e etc. Um bom líder não pode se esquecer de ficar de olho
nas forças desagregadoras, para que quando elas começarem a se
manifestar, ainda que levemente, sejam cortadas para que a equipe
não venha se separar. Também precisamos estar sempre de olho
nas forças agregadoras. Ou seja, quais são as motivações das
pessoas da tua equipe e quais são os objetivos de cada um.
Precisamos usar isso para corrigir propósitos equivocados e para
usar as motivações como um elemento de união e motivação.
Precisamos conhecer particularmente os pontos fortes e os
pontos fracos de cada um, para criarmos as condições necessárias
para que cada um possa render o melhor de si. Foi exatamente isso
o que Jesus fez.

Prepare-se para os erros: Toda equipe tem problemas. Até Jesus


teve Judas e nem por isso o tirou do time. Ninguém é perfeito.
Não podemos esperar perfeição de ninguém. Nem de nós mesmos
e nem de nossos liderados. Todos falham e eles vão falhar em
algum ponto. Então a dica é: esteja preparado para administrar as
consequências das falhas. Outras dicas que podem te ajudar são:

149
BONIEK DE OLIVEIRA

Antes de cobrar, ensine. Parece óbvio, e é! Mesmo assim


isso acontece demais. Quando chega uma pessoa nova para a
equipe, ela não sabe como trabalhamos. Como algumas coisas já
estão automatizadas para nós, achamos que todos já sabem. Mas
não é bem assim. Precisamos ensinar explicitamente. Em algumas
situações é normal precisar ensinar mais de uma vez, para só então
termos o direito de cobrar.
Saiba corrigir. Há momentos de corrigir em público como
diz 1 Tm 5.20 para que os outros tenham temor. Em outras
situações é melhor corrigir em particular para não gerar
constrangimento desnecessário. O pastor deve ter sensibilidade
para saber, quando fazer, cada uma dessas coisas.

Seja inspirador: Ninguém deseja seguir alguém derrotado.


Portanto é preciso que o pastor busque em Deus ser uma figura de
sucesso, que inspire as pessoas a quererem ser iguais a ele. A bíblia
recomenda isso claramente em Hb 13.7. E aqui quando falo de
sucesso, não estou me referindo a algumas áreas de nossas vidas.
Estou me referindo a TODAS as áreas de nossas vidas porque
precisamos ser íntegros, inteiros.

Objetivo e método: Um líder de verdade precisa sempre estar


deixando bem claro para sua equipe duas coisas: qual é o objetivo
e qual é o método. O objetivo é onde queremos chegar. O método
é qual caminho vamos usar para alcançar esse objetivo. Um dos
erros de liderança mais comum é permitir que a visão do objetivo
e do método se desvaneça com o passar do tempo. Como bons
líderes, precisamos periodicamente estar avivando a clareza da
visão de “qual é o nosso objetivo” e “qual é o nosso método”.

Conclusão: Para cumprir o propósito que Deus nos deu,


precisamos de uma equipe. Ela nos dá problemas e dores de
cabeça, mesmo assim, tê-la é um grande privilégio que Deus te

150
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

concedeu. E podemos estar certos de que Ele requererá prestação


de contas daquilo que Ele confiou em nossas mãos.

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BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 41. A C O N S E L H A M E N T O

Introdução: Uma das mais importantes atividades pastorais é o


aconselhamento. Nós pastores, precisamos cuidar das almas,
amparar os que sofrem. E muitas vezes o que essas pessoas mais
precisam é de uma boa conversa. Existem orientações para que
isso aconteça de forma eficiente e sem desrespeitar certos limites.
Isto é o que veremos nesta aula.

Deixe a pessoa falar: Esta é a primeira orientação para um bom


aconselhamento pastoral. A cura da alma ferida muitas vezes tem
muito mais a ver com o que a pessoa fala, do que com aquilo que a
pessoa ouve. Em situações de sofrimento extremo ficamos até sem
fala. O que são palavras diante de problemas aparentemente
insolúveis e insuportável dor na alma? Porém, mesmo nessas
situações é muito bom ter um amigo ao lado. Não é o que a pessoa
fala, mas sim, é o fato de estar lá e saber que alguém se importa
com o que passamos.

Leia a pessoa: Nesse primeiro momento do aconselhamento


pastoral, enquanto você deixa a pessoa desabafar, pôr para fora
tudo que a incomoda, é o teu tempo de observação e
discernimento. Esteja em oração pedindo que o Espírito Santo te
revele se o que a pessoa está falando é verdade ou não. Lembrem-
se, as pessoas mentem!

152
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

É bom serem dois: Exatamente por esse motivo, é interessante


que no aconselhamento sejam no mínimo dois. Enquanto um vai
puxando conversa o outro fica orando, observando e fazendo suas
considerações. Depois as pessoas trocam de papéis, o que estava
observando e orando passa a conversar e o que estava
conversando vai para a intercessão.

Ore: Espero que tenha ficado claro que a oração é um elemento


imprescindível em um bom aconselhamento. Precisamos de
oração para ter acesso à verdade. Precisamos de oração para falar a
verdade. Precisamos de oração para que as pessoas mantenham o
coração aberto. Precisamos orar para que as pessoas pratiquem o
que foi orientado e assim, que aquele aconselhamento seja útil e
mude definitivamente a vida da pessoa que está se aconselhando.
Também é importante orarmos para não nos envolvermos
emocionalmente com o caso. É o que chamamos de “entrar na
carne”. Às vezes durante o aconselhamento a pessoa nos revela
algo absurdo e escabroso. Não podemos adquirir uma antipatia
com a pessoa que está se aconselhando.

Use a bíblia: Não importa qual seja a tua opinião. Para um bom
aconselhamento, coloque-a de lado e ministre a bíblia. A tua
opinião não importa muito. O que importa é a palavra de Deus.
Dessa maneira, sem um profundo conhecimento bíblico você não
está habilitado para fazer um aconselhamento pastoral. Primeiro
seja ministrado e estude. Só depois vá aconselhar alguém. Senão o
teu aconselhamento não será diferente de um mundano qualquer.

Acusações: Haverá situações em que a conversa será alguém


trazendo acusações contra alguém da membresia. Nessas situações
você deve agir com cautela, não tenha pressa. Você precisa ouvir
os dois lados da história. Caso ambos sustentem informações

153
BONIEK DE OLIVEIRA

discrepantes, deverá ser feito uma acareação, ou seja, você precisa


conversar com ambos, face a face. Antes de iniciar a conversar
faça uma oração invocando a presença de Deus. Conscientize
ambos sobre a seriedade dessa conversa. Lembre-se que Deus está
ali e revela o oculto e escondido. Também você precisa lembrar-se
de que quem mentir estará se colocando debaixo de uma séria
maldição. Assim, ouça as pessoas e tome as decisões conforme a
justiça da palavra de Deus.

Evite ciladas: Durante os aconselhamentos você poderá


encontrar pessoas mal-intencionadas. Pessoas buscando nas tuas
palavras autorização para fazer as práticas erradas ou mesmo para
usar algum aconselhamento “errado” para denegrir a tua imagem.
Sim algumas pessoas vão te testar. Principalmente aquelas que
forem confrontadas por você, por estarem em alguma prática
errada e você repreendeu. E esse é outro motivo para serem duas
ou mais pessoas, pois a própria bíblia diz que pela palavra de duas
ou mais testemunhas, toda palavra será confirmada. Se não houver
testemunhas, alguém pode afirmar que você fez algo que não fez
ou afirmar que você falou algo que não falou.

Conclusão: Leve testemunhas, ore, peça discernimento, lembre-se


que as pessoas mentem, pregue apenas a bíblia, esteja atento às
tuas emoções. Essas são algumas das recomendações mais
importantes que abordamos nessa aula. Siga essas orientações e
você terá uma base adequada para um bom aconselhamento
pastoral. Essa aula é complementada pela aula sobre ética e
postura.

154
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 42. C O N D U T A É T I C A

Introdução: 2 Co 2.14-15 diz que nós somos o bom perfume de


Cristo. Como conseguiríamos ser isto sem ter uma conduta ética?
De certo modo a ética é um campo da filosofia que reflete sobre
os valores, o que seria certo ou errado. A palavra ética vem do
grego ethos que significa: modo de ser ou características, em outras
palavras, caráter. Nessa aula vamos abordar situações específicas a
respeito das quais é necessário que você tenha uma conduta
correta. Leia 1 Pe 2.12

Horários: Um dos materiais mais importantes de um pastor é a


credibilidade. Se ninguém acredita no que certo pastor fala, por
mais que ele pregue bem a palavra não será eficiente, pois, se
ninguém der crédito à pregação ela não servirá de nada. Muitas
pessoas não dão a devida atenção a esse ponto, mas a verdade é
que a falta de pontualidade tira a credibilidade do pastor. Mt 5.37
diz: “seja, porém, o vosso falar: sim, sim: não, não; o que disso
passar é de procedência maligna”. Se você falou que tal atividade
vai começar certo horário, cumpra. Se você não cumprir o que
você falou, sendo pontual, será o começo do fim da tua
credibilidade. Não faça isso! Seja um pastor ou pastora eficiente,
com credibilidade. Para isso, seja pontual.

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BONIEK DE OLIVEIRA

Vestimentas: Seria até desnecessário tocar nesse assunto, mas


para não dizer que não foram avisados, vamos lá. As nossas roupas
são uma forma de comunicação. Isso deve ser levado em
consideração. Então pense: o que as tuas vestes estão
comunicando?
Outra coisa, precisamos estar bem vestidos. Estar bem
vestido significa estar vestido adequadamente ao ambiente. Estar
vestido de terno e gravata na praia não é estar bem vestido. É
inadequado. As vestes são algo importante para expressar nossa
personalidade, mas vá com calma. Não tenha uma demasiada
necessidade de chamar atenção. Se vista com modéstia 1 Tm 2.9-
10. As verdades desse versículo se aplicam aos homens e mulheres.

Conversas pessoais: Se você é casado, evite conversas


particulares com pessoas do sexo oposto. Ef 4.27 diz: “não deis
lugar ao diabo”. Sempre que necessário, dependendo do assunto
que será tratado, chame testemunhas para a conversa.
Principalmente se o assunto envolver algum tipo de confrontação.
Por que a pessoa confrontada pode levantar falso testemunho de
você. Ao encerrar a conversa, deixe o assunto ali. Não fique
revivendo o assunto, isso não será saudável. Também quando
acabar essa conversa, não fale desse assunto com pessoas que não
tem a ver com ele.

Telecomunicações: Aplicamos nesse caso as mesmas regras das


conversas pessoais. Acrescentado que nas telecomunicações não
existe privacidade. Ligações podem ser gravadas e mensagens nas
redes sociais podem facilmente serem encaminhadas para os
outros. Nunca se esqueça disso, pois, isso pode evitar que você
seja exposto de maneiras desagradáveis.

Redes sociais: Primeiro. Não use as redes sociais para desabafar.


Isso é péssimo. Também não vai melhorar nada ficar dando

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

indiretas públicas em ninguém. Não exponha a tua vida


demasiadamente, isto pode trazer problemas para você e para a tua
família.

Vida pública: Lembre-se de que você é uma pessoa pública. A tua


vida inspira muitas pessoas. Então ela não é mais apenas tua. Não
perca isso de vista e viva a tua vida de acordo com essa enorme
responsabilidade. 1 Tm 4.16 Tem cuidado de ti mesmo e do teu
ensino; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás,
tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.

Conclusão: É necessário termos uma conduta ética coerente com


a nossa fé. Precisamos ser imitadores de Cristo 1 Co 1.11. Esses
casos são apenas poucos exemplos de como fazer isso de maneira
prática. Essa aula está longe de ser um tratado exaustivo sobre esse
assunto, mas se você praticar essas orientações, você evitará a
grande maioria dos problemas mais frequentes que surgem em
nosso meio.

157
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 43. P R E C O N C E I T O S E
DISCRIMINAÇÃO

Introdução: Essa aula complementa o que abordamos nas duas


aulas anteriores. As ações discriminatórias baseadas em
preconceito, não são aprovadas por Deus.

Discriminação: A palavra discriminar significa diferenciar ou


tratar com diferença. Isso em si não é algo ruim. Por exemplo:
devemos dar o nosso assento no transporte público para uma
pessoa mais idosa, isso é discriminar e está correto, deve ser feito.
Não é necessário tratar a todos de uma maneira igual. Devemos
atender as pessoas conforme sua necessidade.
A discriminação é negativa quando decidimos tratar as
pessoas de uma maneira pior do que o normal que todas as
pessoas devem ser tratadas.

Preconceito: O preconceito é toda opinião e sentimento que


temos antes de um exame crítico. Isso em si não é algo negativo.
Se alguém apresenta um novo prato que você nunca comeu, antes
de experimentá-lo você vai analisar os ingredientes, o aspecto, o
cheiro e terá uma opinião se você quer ou não experimentar. Isso é
preconceito. E não necessariamente é algo ruim. O grande
problema é quando confundimos o preconceito com a verdade.
Precisamos estar abertos às novas ideias. Por mais que temos o

158
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

preconceito precisamos estar abertos à experiência para ver se


nosso preconceito está certo ou não.

O grande problema: O super problema é quando se juntam as


duas coisas, a discriminação e o preconceito, ou seja, você tem um
conceito antecipado de alguma pessoa (preconceito) e movido por
isso, decidimos discriminar a pessoa, tratando-a de uma maneira
pior do que devemos a todas as pessoas. Não faça isso. É um
pecado grave. Você deve continuamente estar examinando a si
mesmo. Se perceber algum sinal de discriminação preconceituosa
você deve lutar contra isso.

Não julgue: Mt 7.1-5 diz: Não julgueis, para que não sejais
julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e
com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E
por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e
não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão:
Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?
Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em
tirar o argueiro do olho do teu irmão. Neste texto fica claro de que
não devemos julgar. Deixe isso para Deus, Ele tem todas as
condições e o direito para fazer isso. Mas se mesmo assim você
quer julgar, ok. Apenas prepare-se para também ser julgado da
mesma maneira.

Prepare-se para o pior: Quando você é pastor você deve se


preparar para ouvir os casos mais absurdos e hediondos. Mesmo
assim você não deve se indispor contra essa pessoa. Precisamos
entender que por mais que a pessoa tenha cometido erros, ela
também é uma alma e precisa de ajuda pastoral.

Controle suas emoções: Quando você ouvir certos relatos isso


pode mexer com as tuas emoções. Controle-se. Não se deixe

159
BONIEK DE OLIVEIRA

dominar por elas. Precisamos agir com equilíbrio e aconselhar as


pessoas à luz da palavra de Deus. Não usem as tuas opiniões nem
os teus achismos.

Conclusão: O preconceito e a discriminação estão entre os piores


males da nossa sociedade. Não devemos permitir que ele, se
propague. Devemos combater os preconceitos e as discriminações.
Devemos amar as pessoas acima de todos os preconceitos. E sim,
podemos pregar livremente todas as verdades da palavra de Deus.
Com amor e sem nenhum preconceito, como Jesus sempre fez.

160
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 44. G E O G R A F I A
DE ISRAEL

Introdução: A nossa amada palavra de Deus está repleta de


referências geográficas. Por isso, se nós não nos dedicarmos a
estudar esse tema, muito do que a bíblia fala não terá significado.
Pelo contrário, se você conhecer a geografia bíblica, essas
referências geográficas serão cheias de sentido e os textos bíblicos
vão adquirir novos significados, mais profundos e mais próximos
do sentido original.

Limites da Terra Santa: O Lugar onde aconteceu a maioria dos


eventos narrados na bíblia é a região delimitada ao norte pelo
Líbano e ao sul pelo deserto de Neguev. A oeste pelo mar
mediterrâneo e a leste pelo rio Jordão.

Mapa conceitual: Ante de dar início ao estudo da geografia


bíblica em si, acho importante sermos capazes de criar um mapa
conceitual da região da nação de Israel.
Primeiramente imagine uma letra jota, maiúscula e uma
letra i minúscula.
A região à esquerda do jota é mar. A região a direita é terra
seca. A letra i simboliza o rio Jordão. O pingo do i é o mar da
Galileia.

161
BONIEK DE OLIVEIRA

162
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Montanhas: Imagina uma linha vertical entre a letra i e a


letra jota que você conceituou. Essa linha vertical é um conjunto
de montanhas onde ficam várias cidades importantes na história
sagrada. Vamos citar algumas das montanhas mais importantes, na
sequência do Norte para o Sul.

163
BONIEK DE OLIVEIRA

Monte Hermom é muito importante, pois é a nascente do


rio Jordão. Talvez por isso ele seja citado em Sl 133.3. Tem 2814
m de altura.
Monte Tabor é o monte da transfiguração. Tem 575 m de
altura.
Monte Carmelo é o monte onde aconteceram vários
eventos relacionados aos ministérios dos profetas Elias e Eliseu.
Tem 546 m de altura.
Monte Sião. É a própria cidade de Jerusalém. Tem 765 m
de altura.

164
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Monte das Oliveiras. Era um monte costumeiramente


usado por Jesus Lc 22.39. Nele o Senhor proferiu seu famoso
sermão apocalíptico. E de acordo com Zc 14.4 é sobre ele que
Jesus voltará a essa terra. Tem 818m de altura.
Monte Sinai. Na verdade, não fica em Israel, fica no
extremo sul da península do Egito. É muito citado nas escrituras,
pois lá o povo de Israel recebeu a lei mosaica. Tem 2285 m de
altura.

165
BONIEK DE OLIVEIRA

Águas: Ao norte de Israel está o mar da Galiléia que também é


conhecido como lago de Tiberíades ou lago de Genesaré ou
também com Quinerete. Ele é um lago de água doce localizado a
213 m abaixo do nível do mar. Ele é muito usado para a pesca
sendo importante fonte de alimento.
Falando em termos
de água o mais importante
para essa região é o rio
Jordão, pois é a principal
fonte de água doce, uma vez
que ele fornece água ao lago
de Tiberíades. O rio Jordão
tem sua nascente no extremo
norte aos pés do monte
Hermom. As águas do
Jordão têm sua origem no
derretimento das geleiras do
Hermom. Essas águas vão ao
lago Tiberíades e continuam
após ele em direção à sua foz
no mar morto. Esse rio
apresenta a uma salinidade
crescente.
Aquela porção de água a esquerda do jota que você
imaginou, é o mar Mediterrâneo. Importante para pesca e
navegação. No Mediterrâneo aconteceram as viagens do apóstolo
Paulo. Nesse mar se destaca o porto de Jope, que funciona até
hoje.

Pontos cardeais: Em nossa cultura ocidental valorizamos o


ponto cardeal norte e por ele nos orientamos. Já no oriente médio
dos tempos bíblicos o principal ponto cardeal seria o Leste. Por
exemplo, o templo do Senhor estava oriente para esta direção a

166
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

fim de que batessem nele os primeiros raios da alvorada. O


segundo ponto cardeal mais importante seria o Sul, pois é o lado
direito de quem está de frente para o nascer do Sol.

Conclusão: Muito poderia ser dito sobre essa região,


principalmente sobre sua geografia humana. Boa parte do
entendimento de como as pessoas fazia uso do solo nessa região já
está descrito na história sagrada. Espero que essa aula ajude você a
construir um mapa mental da terra de Israel, com objetivo de
interpretar melhor os textos bíblicos.

167
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 45. G E O G R A F I A D O
ORIENTE MÉDIO
E MEDITERRÂNEO

Introdução: Na aula anterior focamos na Terra Santa em si.


Agora vamos abordar os principais países vizinhos de Israel.

Mesopotâmia: A aproximadamente 750 km de distância na


direção leste está a região conhecida como mesopotâmia, que é a

168
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

região de maior proximidade de dois importantíssimos rios do


oriente médio, que são os rios Tigre e Eufrates. A água é um
recurso imprescindível ainda mais valioso em um clima seco como
é o do oriente médio. Então a abundante presença de água
possibilitou um intenso desenvolvimento dessa região. Na
mesopotâmia se desenvolveram grandes cidades como Nínive e
Babilônia, capitais dos impérios Assírios e Babilônios
respectivamente.

Turquia: O país que hoje conhecemos como Turquia, nos tempos


bíblicos era chamado de Ásia menor ou Anatólia (que em grego
significa “leste”). Essa região tem uma localização estratégica, pois
fica na divisa da Europa e do Oriente Médio. É nessa região que
ficavam as importantes cidades de Éfeso, Pérgamo e Tarso, onde
nasceu o apóstolo Paulo. As cidades de Éfeso e de Tarso ainda
existem até hoje.

Macedônia: Do outro lado do mar Egeu, está essa região que


hoje pertence à Grécia. Nessa região estão as cidades mais

169
BONIEK DE OLIVEIRA

ocidentais alcançadas pelas viagens missionárias do apóstolo


Paulo. Nela estão importantes cidades como Tessalônica, Corinto,
Filipos e Beréia. As cidades de Corinto e Tessalônica existem até
hoje.

Até os confins da Terra: O apóstolo Paulo tinha o desejo de


chegar até Roma e Espanha. A Espanha era a extremidade oeste
do mundo conhecido daquela época. Infelizmente ele jamais
conseguiu chegar até lá. Em Roma ele conseguiu chegar, ainda que
na qualidade de prisioneiro. Lá ele permaneceu alguns anos
discipulando e escrevendo algumas das epístolas mais importantes
do novo testamento.

Conclusão: Grande parte das histórias narradas no antigo


testamento são histórias das relações entre a nação de Israel e as
nações vizinhas. Já os eventos narrados no novo testamento se
desenrolam dentro do Império romano. As informações históricas

170
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

e geográficas relacionadas a esses contextos são importantes


ferramentas hermenêuticas.

171
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 46. P E R Í O D O
INTERTESTAMENTÁRIO

Introdução: Provavelmente você deve ter percebido que há uma


folha em branco na tua bíblia entre o antigo e o novo testamento.
Esta folha representa os 400 anos que existem entre os livros de
Malaquias e de Mateus. Este período é muito importante, pois
embora não tenha havido nele revelação bíblica, muito do que
aconteceu nele foi profetizado no livro de Daniel e ajudou a
compor o cenário político e religioso em que Jesus Cristo nasceu.

Período Persa: O antigo testamento termina com os judeus


retornando do cativeiro babilônico e reconstruindo sua terra. Mas
não podemos esquecer que isso aconteceu sob o domínio persa.
Por mais que os persas permitiram o retorno e a reconstrução do
país, eles ainda mantinham domínio militar sobre a nação de Israel.
Mesmo assim foi um período de quase dois séculos de relativa
tranquilidade e liberdade religiosa e econômica.

Período Grego: No ano de 333 a. C. Alexandre o grande


“invadiu” Jerusalém. Na verdade, foi uma entrada pacífica. Ele
estava sistematicamente dominando os territórios que pertenciam
ao império Persa e o mesmo aconteceu com a Judéia. Alexandre o
grande não impunha sua cultura sobre os povos dominados. Na
verdade, ele procurava aprender com essas culturas favorecendo

172
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

trocas de conhecimentos. Essa mescla de culturas assimiladas pela


cultura grega é chamada de cultura helenística. É nesse contexto
que surge a Septuaginta. Tradução para o grego dos livros sagrados
judaicos. Dez anos após conquistar a Judéia Alexandre o grande
morre.

Período selêucida: Com a morte de Alexandre o grande, o


império Grego foi dividido em quatro partes, governadas, cada
uma por um de seus generais. A parte que continha a Judéia coube
a Seleuco. A grande maioria dos quase 160 anos em que Israel
esteve sob o domínio selêucida, foram anos de paz. A coisa
começa a piorar por volta do ano de 175 a. C. quando devido à
crise e aos fracassos em algumas guerras os selêucidas começam a
oprimir Israel para obter tributos. Tanto que foi dada uma ordem
para pilhar o ouro do templo em Jerusalém. O problema alcança o
auge quando Antíoco Epifânio sacrifica um porco no altar do
Senhor para profanar o templo.

Período Macabeu: Indignados com essa situação alguns judeus se


rebelam e decidem lutar contra o império. Esses são os macabeus.
Esse nome se refere ao grupo de soldados liderados
principalmente por Judas Macabeu. Os macabeus conseguiram
vitórias em importantes batalhas trazendo um período de paz e
liberdade de quase cem anos. Após Judas macabeu, o governo da
nação alternou entre diversos descendentes da mesma família.
Essas pessoas ficaram conhecidas como dinastia hasmoneana. Os
macabeus conseguiram estender seu domínio por uma
considerável extensão territorial englobando praticamente a área
original das doze tribos. Esse período se encerra em 63 a. C.

Período Romano: Por volta de 63 a.C. os asmonianos estavam


disputando entre si a liderança da nação de Israel, o que os levou a
uma guerra civil. Então o general Pompeu é designado a intervir

173
BONIEK DE OLIVEIRA

nessa guerra. Então ele forma um cerco contra a cidade de


Jerusalém que acaba se rendendo. Os romanos davam considerável
liberdade política aos povos dominados, permitindo que eles
tivessem seu próprio rei local. Roma também mantinha seu
governador ou procônsul ou juiz. Além de um grupo de
publicanos para arrecadar impostos.

Seitas político-religiosas: Os publicanos eram uma classe


imposta aos judeus pelos dominadores romanos com a missão de
lhes coletarem os impostos. Os publicanos eram funcionários
romanos odiados e escorraçados pelos judeus. Apesar disso,
muitos judeus se tornaram publicanos devido à rentabilidade da
profissão. O chefe dos publicanos, em Roma, impunha uma taxa e
distribuía aos seus subordinados que, por sua vez, quadruplicavam
e repassavam as taxas, e assim sucessivamente. Mateus, também
chamado Levi, antes de se tornar um dos apóstolos de Cristo e
evangelista do Novo Testamento, era publicano (Mt 10.3).
Os escribas eram os encarregados de fazer as cópias
manuscritas das sagradas escrituras. Nos tempos de Jesus eram
chamados de “doutores da lei”. Esdras era um importante escriba
(Ed 7.6).
Os zelotes. A seita foi estabelecida por Judas, o Galileu,
que liderou uma revolta contra a dominação romana no ano 6
d.C., rejeitando o pagamento de tributo pelos israelitas a um
imperador pagão, sob a alegação de que tal ato era uma traição
contra Deus, o verdadeiro rei de Israel. Foram denominados como
zelotes por seguirem o exemplo de Matatias e dos macabeus, que
externaram o seu zelo pela a lei de Deus. Assim como o exemplo
de Finéias, que também demonstrou o seu zelo no deserto,
durante uma época de apostasia (Nm 25.11; Sl 106.30). Um dos
apóstolos de Jesus Cristo é referido como “Simão, chamado
Zelote” (Lc 6.15; At 1.13).

174
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Os herodianos formavam uma espécie de fraternidade em


honra a Herodes, o Grande. Pregavam incondicional fidelidade a
Herodes quanto ao pagamento dos tributos. Julgavam que a lei de
Moisés podia ser violada para se construir templos de idolatria aos
romanos e seus imperadores – uma espécie de mistura de judaísmo
com romanismo pagão.
Os essênios viviam afastados da sociedade, no deserto,
concentrados em estudar as escrituras, jejuar, orar e realizar rituais
de purificação, numa comunidade onde os bens eram de
propriedade coletiva. Em suas sociedades, que, em geral, excluíam
mulheres, observavam rigorosamente os mandamentos de Moisés
e obedeciam a uma estrita regra de disciplina, codificada em
manuscritos, que regulava todos os detalhes da vida diária.
Os fariseus. Seu nome em hebraico é perushim, que
significa literalmente "separado". Observavam rigidamente os
preceitos da lei de Moisés, tanto oral como escrita. Eram
considerados pelos judeus, homens piedosos no seu zelo fanático
pela lei das purificações e pelas regras que as tradições lhes
impunham. Evitavam contato com os "pecadores", pessoas que,
segundo eles, violavam a "lei". Acreditavam na ressurreição e na
imortalidade da alma.
Os samaritanos eram a classe mais odiada pelos judeus.
Sargão, rei da Assíria, levou cativos os judeus do Norte e, para
Samaria levou povo estrangeiro e idólatra. O conflito aumentou
quando construíram um templo rival no monte Gerizim. De tal
maneira se acentuaram as rivalidades entre eles, pois os judeus
consideravam os samaritanos piores que os gentios.
Os saduceus eram uma seita pequena, porém muito
influente. Eram mais políticos do que religiosos, e tinham bastante
conceito entre os romanos. Eram os céticos, os materialistas, os
livres pensadores dos dias de Jesus. Não acreditavam na
ressurreição, na imortalidade da alma, nos anjos, na providência

175
BONIEK DE OLIVEIRA

divina; rejeitavam a tradição oral e interpretavam a lei e os profetas


de uma maneira diferente dos outros grupos.

Conclusão: Acredito que depois dessa aula você enxergará com


maior profundidade a maneira como Jesus interagia com os
diferentes grupos de sua época. E o que o significava, por
exemplo, você ter um zelote e um publicano trabalhando numa
mesma equipe. Nesse período foram lançadas as bases da filosofia
grega e do pensamento ocidental, que continua nos influenciando
até os dias de hoje.

176
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 47. H I S T Ó R I A D A
IGREJA ANTIGUIDADE

Introdução: Consideramos o início da igreja cristã, o episódio da


descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Nas próximas
aulas vamos conhecer um pouco do que aconteceu daquele dia até
os dias de hoje.

O primeiro século: Os primeiros anos da história da igreja estão


registrados na bíblia sagrada, principalmente no livro de atos dos
apóstolos. Ali vemos a organização dos apóstolos e a instituição
dos primeiros diáconos. Vemos também conflitos teológicos entre
os cristãos vindos do paganismo e os vindos do judaísmo. Nesse
período aconteceu o primeiro concílio da igreja chamado de
concílio de Jerusalém que teria acontecido no ano de 51 d. C.
Nesse concílio, que registrado em At cap. 15, o principal assunto
debatido foi: quais leis judaicas deveriam ser impostas aos gentios
convertidos a Cristo. Essa fase inicial, alguns chamam de igreja
primitiva, eu prefiro chamar de igreja dos primeiros dias. Nessa
igreja era comum, as pessoas venderem suas propriedades e
entregar o dinheiro aos apóstolos e estes administravam conforme
a necessidade de cada um At 2.45 e At 4.34. Isso mostra a união
dessa comunidade At 2.42-47.
Nesse período se levanta uma perseguição por parte dos
judeus contra os cristãos, e essa perseguição foi muito útil para a
divulgação do evangelho, pois os que eram dispersos anunciavam a
palavra de Deus At 8.1-4. É nesse contexto que surge o apóstolo

177
BONIEK DE OLIVEIRA

Paulo, personagem fundamental na história do cristianismo. O


apóstolo Paulo fundou muitas igrejas cristãs em diversas cidades
da macedônia e da Ásia menor. Os escritos do apóstolo Paulo
sistematizaram as bases doutrinárias do que hoje chamamos de
cristianismo, então o cristianismo deixa de ser uma seita do
judaísmo e torna-se algo independente. Ele também organizou
uma coleta de recursos entre as igrejas (2 Co 8; 1 Com 16) para
auxiliar aos irmãos em Jerusalém que estavam enfrentando uma
grande fome At 11.26-30; 12.25.
Outro evento marcante desse período foi o grande
incêndio de Roma, no qual o imperador Nero foi acusado de
cometer um incêndio criminoso e culpar os cristãos. Também sob
o comando de Nero o apóstolo Pedro foi assassinado em Roma.
No ano 70 d.C. o general Tito invade Jerusalém para acabar com
uma rebelião contra o império e causa uma enorme destruição.
Nessa ocasião o templo é destruído e milhares de judeus são
mortos. Essa situação de perseguição e martírio continuou até que
em 313 o imperador Constantino emite o Edito de Milão para
promover a tolerância religiosa.

Os pais da igreja: Os pais da Igreja foram influentes teólogos,


professores, mestres cristãos e importantes bispos. Muitos deles
foram discípulos dos apóstolos originais. Seus trabalhos
acadêmicos foram utilizados como precedentes doutrinários nos
séculos subsequentes. O estudo dos escritos dos Pais da Igreja é
denominado Patrística.

Pais católicos:
1.Clemente de Roma (35 - 97). Discípulo do apóstolo Pedro.

2.Policarpo de Esmirna (c. 69 - c. 155) discípulo do apóstolo


João. Os esmirnenses exigiram a execução do bispo Policarpo.

178
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Segundo a história ele foi atado a uma estaca para ser queimado
vivo. Como as chamas não o causavam dano ele foi apunhalado.

3.Inácio de Antioquia (35-110). Possível aluno do apóstolo João.

Pais gregos: Têm esse nome por terem escrito em grego.


1.Irineu de Lyon. (século II - c. 202), foi Bispo na Gália
(atualmente Lyon, França). Seus escritos foram importantes no
desenvolvimento da teologia cristã, ele foi um notável apologista
cristão. Ele também foi um discípulo de Policarpo. Seu escrito
mais conhecido: “Contra as heresias”, enumerou as heresias e as
atacaram, especialmente o gnosticismo. Irineu também defendeu a
canonicidade dos quatro evangelhos.

2.Clemente de Alexandria (nascido Tito Flávio Clemente, em


latim Titus Flavius Clemens; c. 150 - c. 215), foi um membro
notável da Igreja de Alexandria e um de seus mestres mais ilustres.
Ele foi professor de Orígenes. Seus ensinamentos mais
característicos são a insistência sobre a similaridade entre a fé cristã
comum e a ciência, assim como sua interpretação alegórica do
Antigo e Novo Testamento.

3.Orígenes de Alexandria. Orígenes Adamâncio (Adamantius, c.


185 – c. 254) foi um egípcio que estudou em Alexandria, onde
Clemente havia ensinado. Usando seu conhecimento de hebraico,
ele corrigiu a Septuaginta. Ele escreveu comentários sobre todos
os livros da Bíblia. Ele também articulou a primeira exposição
filosófica da doutrina cristã e interpretou a Escritura de maneira
alegórica. Alguns de seus escritos são polêmicos e alguns
estudiosos sugerem que Orígenes acreditaria na reencarnação da
alma sucessivas vezes, outros estudiosos, porém, afirmam que não
há nenhuma prova que Orígenes acreditava na reencarnação. Mas

179
BONIEK DE OLIVEIRA

muitos de seus pontos de vista sobre a Trindade e a matéria foram


declarados anátemas, no século VI.
4.Atanásio de Alexandria (c. 293 – 2 de maio de 373) foi um
teólogo egípcio, Patriarca de Alexandria e um notável líder
do século IV. Ele é lembrado por seu papel no conflito contra
o Arianismo no Primeiro Concílio de Niceia (325). Atanásio
defendeu os cânones do Novo Testamento, incluindo todos os
livros aceitos (as listas anteriores omitiam alguns livros).
Considerado um dos quatro doutores da igreja ocidental.

5.Cirilo de Alexandria (c. 378-444). Ele foi uma figura central nas
controvérsias cristológicas no Primeiro Concílio de Éfeso em 431.
Cirilo defendeu a união perfeita entre as duas naturezas de
Cristo. Sua reputação no mundo cristão, tem resultado em títulos
como: "Pilar da Fé" e "Selo de todos os Padres".

6.João Crisóstomo (c. 347 - c. 407), Patriarca de Constantinopla


era pregador, teólogo e liturgista. João é conhecido por ser contra
o abuso da riqueza e pela defesa do auxílio aos pobres. Depois de
sua morte (ou, segundo algumas fontes, durante a sua vida), foi lhe
concedido o sobrenome grego Chrysostomos (transliterado como
Crisóstomo), que significa "boca de ouro". Considerado um dos
quatro doutores da igreja ortodoxa.

Pais da Capadócia:
1.Basílio de Cesareia ou Basílio, o Grande (c. 329 – 1 de
Janeiro de 379). Considerado um dos quatro doutores da igreja
ortodoxa.

2.Gregório de Níssa (ano 385)

3.Pedro de Sebaste (340-391)

180
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

4.Gregório Nazianzeno (330 – 390), também conhecido como


Gregório de Nazianzo ou Gregório, o Teólogo, foi Patriarca de
Constantinopla e é considerado um dos mais notáveis pais da
Igreja. Ele abordou temas como as responsabilidades dos
funcionários da Igreja e a natureza do Espírito Santo. É
considerado um dos quatro doutores da igreja ortodoxa.

Pais latinos: Tem esse nome por terem escrito em Latim


1.Tertuliano. Quinto Septímio Florente Tertuliano (em
latim: Quintus Septimius Florens Tertullianus; c. 160 - c. 225), se
converteu ao cristianismo antes de 197, foi um escritor prolífico
de apologética, obras teológicas. Ele denunciou doutrinas cristãs
que considerava heréticas. Tertuliano defendeu a Santíssima
Trindade e é homenageado como o “Pai da Igreja Latina”.

2.Cipriano de Cartago (nascido Tássio Cecílio Cipriano em 14 de


setembro de 258) nasceu em Cartago, onde recebeu uma excelente
e clássica educação pagã. Ele convocou e dirigiu diversos sínodos
em Cartago para tratar do assunto do rebatismo dos heréticos.

3.Leão, o Grande. Leão I, o Grande (c. 400 - 10 de novembro de


461) nasceu na Toscana. Leão defendeu categoricamente a união
perfeita entre as duas naturezas de Cristo a natureza humana e a
natureza divina.

4.Gregório I, o Grande (c. 540 - 12 de março de 604). Seus


escritos e métodos teológicos seriam marcantes na Idade Média.
Seu estilo de canto é denominado de “canto gregoriano”.
Considerado um dos quatro doutores da igreja ocidental.

5.Ambrósio de Milão (c. 338 - 4 de abril de 397) foi um teólogo e


bispo de Milão que se tornou uma das figuras eclesiásticas mais

181
BONIEK DE OLIVEIRA

influentes do século IV. Ele escreveu especialmente sobre


a confissão, a Trindade, a salvação pela fé e boas obras.
Considerado um dos quatro doutores da igreja ocidental.

6.Jerónimo de Estridão (c. 347 - 30 de setembro de 420) é mais


conhecido como o tradutor da Bíblia do grego antigo e
do hebraico para o latim. A Vulgata permanece como um texto
importante de referência histórica. Jerónimo foi um apologista
cristão e é considerado um dos quatro doutores da igreja ocidental.

7.Agostinho de Hipona (13 de novembro de 354 - 28 de agosto,


430), bispo de Hipona, foi um filósofo e teólogo. Agostinho é uma
das figuras mais importantes do cristianismo. Ele moldou o
conceito de pecado original. Santo Agostinho também
desenvolveu a teoria da predestinação que foi retomada, no século
XVI, por Lutero e Calvino, figuras importantíssimas na Reforma
Protestante. Seu pensamento influenciou profundamente a visão
do homem medieval. Lutou contra as heresias como
o pelagianismo. Suas obras ainda são lidas em todo o mundo.

Heresias: Algumas das principais heresias que tiveram de ser


refutadas nesse período são:
1.Arianismo. Doutrina assim chamada por ter sido apresentada
por Ário. Nessa heresia consiste em acreditar que Jesus Cristo seria
uma criatura de Deus e não o próprio Deus.

2.Montanismo. Essa heresia foi proposta por montano. Ela


consiste em afirmar que são mais espirituais e inspirados pelo
Espírito Santo, sem muita preocupação com a autoridade das
escrituras.

3.Pelagianismo. Ensinada por Pelágio, essa doutrina afirmava


que o homem nasce moralmente neutro e é inteiramente

182
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

responsável por sua salvação, sem nenhuma intervenção divina.


Desmerecendo assim, a importância da graça na ação da salvação.

4.Gnosticismo. era um sincretismo religioso da fé cristã com o


esoterismo e o misticismo grego. No gnosticismo a pessoa é salva
da ignorância e não do pecado. O conhecimento não seria apenas
um meio para a salvação, mas seria a única real salvação.

A igreja e o Império: A palavra “católica” vem do grego e


significa “universal”. Esse termo era usado em referência à igreja
desde o ano 100 d. C. No ano 391 Teodósio oficializou o
cristianismo como religião do império romano. Muitos consideram
essa data como o surgimento oficial do que hoje conhecemos
como igreja católica romana.

183
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 48. H I S T Ó R I A D A
IGREJA MEDIEVAL

Introdução: Continuando o assunto abordado na aula anterior,


nesta aula vamos abordar o período medieval do cristianismo. Isso
passa por conhecer a hegemonia da igreja romana e suas
dissidências.
Concílios: De vez em quando os bispos e outros expoentes do
cristianismo se reuniam para discutir a doutrina ortodoxa e o que
seria considerado heresia. A pretensão era que todos os bispos
estivessem presentes. Por isso, essas reuniões eram chamadas de
concílios ecumênicos. A palavra, ecumênico traz a ideia de “lugar
onde moramos”, ou seja, seriam concílios “universais” da
cristandade. Vejamos agora alguns dos principais concílios da
história.
Concílios pré-nicenos:
LOCAL E
N.º DESIGNAÇÃO
ANO TEMAS PRINCIPAIS

Os convertidos do paganismo (novos cristãos)


1 Jerusalém 51 deveriam ou não, serem isentos de algumas
práticas da lei mosaica, como a circuncisão.
Concílio (Sínodo) Examina a questão da data da Páscoa, celebrada
2 de Roma 197 diferentemente no Oriente e no Ocidente.
Concílio (Sínodo) Cipriano, bispo de Cartago, reúne 87 bispos
3 de Cartago 256 africanos. Discutem o Cisma novaciano.

184
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Concílio (Sínodo) Reúne 19 bispos e 24 presbíteros da península


4 de Elvira 306 Ibérica. Decretam o celibato do clero.
Concílio (Sínodo) Constantino convocou em Arles, 33 bispos afri-
5 da Gália 314 canos, na tentativa de evitar o Cisma donatista.

Concílios católicos. Podemos ver dentes concílios o estabele-


cimento daquilo que caracteriza a igreja católica:
N.º Local e Nome Ano Temas principais
Primeiro a reunir a Cristandade. Condena o Arianis-
mo como heresia e exila Ário. Reconhece como
1.º Niceia I 325
dogma a igualdade de natureza entre o Pai e o Filho.
Compõe o Credo Niceno.
Reconhece como dogma a natureza divina
2.º Constantinopla I 381 do Espírito Santo no Credo niceno-constantinopo-
litano.
Reconhece como dogma a unidade de pessoa do
Verbo Eterno com o corpo e a alma encarnados
3.º Éfeso 431 de Cristo. Condena o Nestorianismo como heresia.
A Igreja Assíria do Oriente não reconhece este
concílio e nenhum dos posteriores.
Condenação do monofisismo. Reconhece como
4.º Calcedónia 451 dogma a unidade das duas naturezas, completas e
perfeitas em Jesus Cristo; humana e divina.
Condena os ensinamentos de Orígenes e outros.
5.º Constantinopla II 553
Condena os documentos semi-nestorianos.
Reconhece como dogma que em Cristo há duas
680 a 6
6.º Constantinopla III
81
vontades, uma divina e outra humana. Condena
o monotelismo.
Reconhece a licitude da veneração de imagens
7.º Niceia II 787
(ícones). Condena os iconoclastas.
Torna obrigatório o celibato para o clero na Igreja
10.º Latrão II 1139
Ocidental. Fim do cisma do Antipapa Anacleto II
Tentativa de reconciliação com a Igreja Ortodoxa.
Regulamentação do conclave para a eleição papal.
14.º Lião II 1274
Cruzada para libertar Jerusalém. Institui o conceito
de Purgatório.
Supressão dos Templários. Discute-se a questão dos
de 1311
15.º Vienne
a 1312
bordéis de Roma e a nomeação de um arcebispo em
Pequim, na China.

185
BONIEK DE OLIVEIRA

Extingue o Grande Cisma do Ocidente. Condenação


de 1414
16.º Constança
a 1418
de John Wycliffe e de Jan Hus. Eleição do Papa
Martinho V.
Sanciona o cânon católico (relação oficial dos livros
da Bíblia), tenta nova união com as Igrejas orientais
Basileia-Ferrara- 1431-
17.º Florença 1432
ortodoxas. Reconhecimento ao pontífice romano de
poderes sobre a Igreja Universal. Ratifica a figura
do Purgatório.
Reforma geral da Igreja, sobretudo por causa do
De
protestantismo. Confirmação dogmática dos
19.º Trento 1545 a
sete sacramentos, principalmente dos dogmas euca-
1563
rísticos. Decreta a versão da Vulgata como autêntica.

Das denominações Protestantes: Algumas denominações pro-


testantes reconhecem os quatro primeiros concílios ecuménicos
católicos e, em alguns casos, os primeiros sete. As demais têm
visões variadas conforme a sua doutrina.

Papado: O termo "Papa" (provém do Latim "Papa", do Grego


πάππας, Pappas uma palavra carinhosa para pai) é o título mais
famoso e associado ao Bispo de Roma, sendo usado no protocolo,
documentos e assinaturas. Existem diversas interpretações sobre o
significado e a aplicação do título, dentre elas que "papa" seria um
acrônimo em latim, onde cada letra corresponderia a uma palavra:
Petri Apostoli Potestantem Accipiens ("o que recebe o poder do
apóstolo Pedro"); ou ainda Petrus Apostolus Princeps
Apostolorum ("Pedro Apóstolo, Príncipe dos Apóstolos").
Também foi proposta como origem a união das primeiras sílabas
das palavras latinas Pater ("Pai") e Pastor ("Pastor").
Desde o início do século III o termo "papa" era utilizado
como uma expressão de afetuosa, tanto para o Bispo de Roma,
quanto para os outros bispos do Ocidente. No Oriente,
inicialmente era usado para sacerdotes, mas após a eleição do
13o Patriarca de Alexandria, Héracles (r. 232–249) e da sua
denominação papa, o título nessa região passa a ser usado apenas
para o Patriarca de Alexandria.

186
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Há divergência de opiniões entre os historiadores sobre


qual seria o primeiro bispo de Roma que utilizou o título. No fim
do século IV a palavra Papa aplicada ao Bispo de Roma começa a
exprimir mais do que veneração afetuosa, e tende a tornar-se um
título específico. No século VI a expressão tornou-se firmemente
associada aos bispos de Roma, até que no século XI o Papa
Gregório VII (r. 1073–1085) “prescreveu que ele deve ser limitado apenas
aos sucessores de Pedro”. O primeiro documento a mencionar o
termo, é de Clemente I no final do século I.

A igreja Romana: Esses concílios foram ao longo dos anos


formando o que hoje compõe a doutrina da igreja católica. Além
desses problemas teológicos a igreja foi cada vez mais se
envolvendo com o estado.

Dissidências: Geralmente vemos a igreja romana como sendo


praticamente hegemônica no período medieval. Além da igreja
católica romana existe também a igreja ortodoxa. Costumamos dar
mais atenção à igreja católica romana porque ela influenciou de
maneira mais decisiva a cultura ocidental. Já a igreja ortodoxa tem
maior influência no leste europeu. A partir do séc. VII surge o
Islamismo, que acabou fazendo frente à expansão do cristianismo.

A igreja e o estado poder militar: Com o passar do tempo, a


igreja romana foi ganhando poder de caráter internacional,
influenciando reis, gerenciando conflitos e evitando guerras. A
medida que esse poder foi crescendo, quando necessário, a igreja
fazia uso dos exércitos dos países influenciados. Lembrando que
ao longo do tempo a igreja foi acumulando dinheiro e poder
financeiro.
Por volta de 1099 foi feita a primeira cruzada. Iniciativa
militar cristã com o objetivo de livrar Jerusalém do domínio

187
BONIEK DE OLIVEIRA

muçulmano. No total foram oito cruzadas que aumentaram o


poder da igreja católica romana.

Inquisição: A inquisição ou tribunal do santo ofício era um


sistema judicial da igreja católica cujo objetivo era combater as
heresias inicialmente com validade apenas interna a igreja. Teve
seu início no séc. XI na França. Sua abrangência foi alcançando
outros países até mesmo na América. Seus membros eram
escolhidos principalmente da ordem Dominicana. Em alguns
casos, foram empregados métodos violentos. Algo comum às
inquisições portuguesa e espanhola era a conversão forçada de
judeus e muçulmanos ao cristianismo. Fugindo dessa perseguição
muitos deles chegaram às Américas. No séc. XVI o tribunal teve
que mudar para combater o problema da reforma protestante. No
séc. XIX os tribunais de inquisição foram suprimidos pelos
estados europeus, mas continuou existindo no Estado Pontifício.
Mudou de nomes e de métodos, mas continua existindo. Hoje se
chama “Congregação para doutrina da fé”.

Escolástica: Escolástica (do termo latino scholasticus, e este por sua


vez do grego σχολαστικός [que pertence à escola, instruído]) foi o
método de pensamento crítico dominante no ensino
nas universidades medievais europeias de cerca dos séculos IX ao
XVI. A característica desse pensamento é tentar conciliar a
filosofia (principalmente de Aristóteles) com a teologia
(principalmente Santo Agostinho). O grande expoente do
pensamento escolástico é São Tomás de Aquino e sua obra-prima,
Summa Theologica, é, frequentemente, vista como exemplo maior da
escolástica.
Uma das características do pensamento escolástico era seu
método de ensino ministrado pelos acadêmicos (escolásticos)
nas escolas medievais. Essas artes podiam ser divididas em
Trivium (gramática, retórica e lógica), e Quadrivium (aritmética,

188
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

geometria, astronomia e música). Para a escolástica, algumas fontes


eram fundamentais no aprofundamento de sua reflexão, por
exemplo, os filósofos antigos, a Bíblia e os pais da Igreja.

Declínio da hegemonia do poder: Por volta dos sécs. XV e


XVI, com o declínio do feudalismo e o renascimento cultural, a
igreja romana vai enxergando o declínio de sua influência que
culminará na reforma protestante. Tema que será abordado na
próxima aula.

Conclusão: Precisamos entender que nossa visão é sempre


parcial. As coisas não foram exatamente da maneira que
imaginamos. Em geral tem coisas boas no meio do que
imaginamos ser ruim. E há coisas ruins no meio do que achamos
ser bom. Não percamos isso de perspectiva.

189
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 49. H I S T Ó R I A D A
IGREJA NA MODERNIDADE

Introdução: Na história geral, é considerada idade moderna o


tempo que vai desde a queda do império bizantino em 1453 até a
revolução francesa em 1798. Aqui no nosso estudo quando vamos
abordar a história da igreja na era moderna, vamos estudar
acontecimentos desde a reforma protestante até o final do séc.
XIX.
Renascimento cultural: Quando falamos de renascimento
cultural estamos nos referindo a um período que vai de meados do
séc. XIV até o final do séc. XVI, na Europa. Este é o começo do
fim de um período de obscurantismo e baixo desenvolvimento
cultural e científico. A renascença é um período de intenso
desenvolvimento cultural, econômico, político e religioso.
Também é o tempo das grandes navegações e da descoberta de
novas terras. Esse período marca a transição do feudalismo para o
capitalismo. Justamente esses fatores levaram ao declínio da
hegemonia cultural da igreja católica romana, e isso favoreceu que
se debatessem questões teológicas.
Reforma protestante: Dia 31 de outubro de 1517. Neste dia
Martinho Lutero fixou na porta da igreja do castelo de Wittenberg
um documento onde ele apresenta suas 95 teses em que divergia
da igreja católica romana. A fixação das 95 teses foi algo icônico,

190
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

mas as divergências com a igreja romana começaram bem antes


disso. No séc. XIV com John Wycliffe, considerado um dos
precursores da reforma. Os padres que aderiram às ideias de
Wycliffe ficaram conhecidos como padres Lotardos.
Posteriormente as ideias de Wycliffe foram retomadas por Jan
Hus. Seus seguidores foram chamados de hussitas. Inicialmente
esse movimento era apenas um protesto contra os abusos da igreja
romana, mas acabou evoluindo para uma proposta de reforma da
igreja que seria um retorno à verdade bíblica. Os pontos principais
dessa reforma ficaram conhecidos como cinco solas.
SOLA... TRADUÇÃO SIGNIFICADO
Sola fide Somente a fé A justificação é somente pela fé
e sem obras que as precedem.
Sola gratia Somente a graça Somos salvos exclusivamente
pela graça de Deus.
Sola scriptura Somente a bíblia A bíblia é a única regra de fé e prática
autorizada por Deus.
Soli Deo gloria Glória só a Deus Só a Deus devemos adorar
Solus Christus Somente Cristo Ele é o único mediador entre
Deus e os homens.

Esse movimento reformista ficou conhecido como


reforma protestante. Lutero foi apoiado por vários religiosos e
governantes europeus provocando uma revolução religiosa,
iniciada na Alemanha, estendendo-se pela Suíça, França, Países
Baixos, Reino Unido, Escandinávia e algumas partes do Leste
europeu, principalmente os Países Bálticos e a Hungria. Para
entender melhor essa distribuição veja a tabela abaixo:
REFORMADOR PAÍS IGREJA A QUE DEU ORIGEM
Lutero Alemanha Igreja Luterana
Calvino França Igreja Reformada
Zuínglio Suíça Igrejas reformadas suíças
Henrique VIII Inglaterra Igreja Anglicana
John Knox Escócia Igreja Presbiteriana
Erasmo de Roterdã Holanda Igreja Cristã Reformada

191
BONIEK DE OLIVEIRA

Outros grupos importantes: Ao longo de toda a história


diversos grupos procuraram se manter fiéis a Deus vivendo uma
vida mais austera e distanciada dos sistemas religiosos, dentre este,
vale citar os anabatistas, valdenses, batistas, puritanos, amish,
quaker, entre outros.

No Brasil: A presença de protestantes no Brasil tem início após o


período colonial. Em 1532 chegou ao Brasil o primeiro
protestante. Foram feitas também algumas missões francesas e
durante a invasão holandesa foram fundadas 22 igrejas
protestantes no nordeste brasileiro. A presença protestante no
Brasil se intensificou com a abertura dos portos às nações amigas
por meio do Tratado de Comércio e Navegação. Comerciantes
ingleses estabeleceram a Igreja Anglicana no país, em 1811.
Seguiu-se a implantação de outras igrejas de imigração: alemães
trouxeram a Igreja Luterana, em 1824, imigrantes americanos
trouxeram a Igreja Batista (em 1871) e a Metodista, e também
a Igreja Adventista, em 1890. Os missionários Robert Kalley e
Ashbel Green Simonton trouxeram para o Brasil as
Igrejas Congregacionais (em 1855) e a Presbiteriana(em 1859),
respectivamente. Embora houvesse certa liberdade religiosa a
constituição de 1824 ainda determinava o catolicismo como
religião oficial do estado o que ainda gerava muitos
inconvenientes. Essa situação só veio melhorar com a
proclamação da república em 1889.

Conclusão: Nesta aula tratamos basicamente da reforma


protestante que foi um marco importante na quebra da hegemonia
do poder da igreja católica. E estudamos como esse movimento se
espalhou pela Europa até chegar ao Brasil.

192
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 50. H I S T Ó R I A D A
I G R E J A S É C U L O NO XX

Introdução: A história da igreja na idade média foi marcada pela


igreja católica romana. Na idade moderna foi marcada pela
reforma protestante. Já não séc. XX a principal característica foi o
movimento pentecostal e suas ramificações. É isso que vamos
estudar nesta aula.

O movimento pentecostal: Ao longo de toda a história do


cristianismo temos registro das manifestações tipicamente
pentecostais como o falar em outras línguas, por exemplo. Porém
essas manifestações eram limitadas a indivíduos ou a pequenos
grupos. Nós estamos falando de algo diferente, de um
derramamento generalizado.
Dia primeiro de janeiro de 1901, no colégio bíblico Betel,
na cidade de Topeka no estado do Kansas, EUA, um grupo de
pessoas chegou à conclusão de que falar em outras línguas é um
sinal do batismo com o Espírito Santo. Nesse tempo William J
Seymour recebe autorização para frequentar as aulas. Isso por si só
já consistia em uma exceção, porque William Seymour era negro e
havia uma política de segregação racial muito forte nessa época.
Desse seminário ele foi para a cidade de Los Angeles, onde suas
pregações deram origem ao chamado Avivamento da Rua Azusa
em 1906. A imprensa divulgava amplamente esse avivamento o
que acabava por atrair pessoas do mundo todo para lá. Os

193
BONIEK DE OLIVEIRA

visitantes internacionais e missionários pentecostais acabariam por


trazer estes ensinamentos para outras nações, de modo que
praticamente todas as denominações pentecostais clássicas hoje,
têm raízes históricas no avivamento da Rua Azusa.
Uma característica muito bonita desse movimento era a
presença de pessoas que até então eram deixadas de lado, como
negros e mulheres. Embora eles não tivessem grande inserção em
muitos círculos sociais, dentro do movimento pentecostal havia
um quadro de igualdade muito interessante.

Pentecostalismo no Brasil: Na Missão da Fé Apostólica, dirigida


pelo pastor William H. Durham (ex-pastor batista) na cidade de
Illinois EUA, Louis Francescon, Daniel Berg e Gunnar Vingren,
receberam seus estudos. Todos chegaram ao Brasil no ano de
1910. Francescon fundou na cidade de Santo Antônio da Platina
PR a Congregação Cristã no Brasil. E no mesmo ano funda esta
mesma denominação no bairro do Brás em São Paulo. Em 1911
Daniel Berg e Gunnar Vingren, em Belém do Pará, deram início às
Assembleias de Deus. Além da Congregação Cristã no Brasil e da
Assembleia de Deus surgiram outras denominações pentecostais
menores nos primeiros quarenta anos desse movimento, que ficou
conhecido como primeira onda do pentecostalismo brasileiro.
O que os historiadores chamam de segunda onda,
começou a surgir na década de 1950, quando chegaram a São
Paulo dois missionários norte-americanos da International Church
of The Foursquare Gospel. Na capital paulista, eles criaram a
Cruzada Nacional de Evangelização e, centrados na cura divina,
iniciaram a evangelização das massas, principalmente pelo rádio,
contribuindo bastante para a expansão do pentecostalismo no
Brasil. Em seguida, fundaram a Igreja do Evangelho
Quadrangular. No seu rastro, surgiu o Ministério Cristo Vive, O
Brasil para Cristo, Igreja União Evangélica Pentecostal, Igreja
Pentecostal Deus é Amor, Casa da Bênção, Igreja Luz do Calvário,

194
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Igreja Unida, Igreja de Nova Vida e diversas outras igrejas


pentecostais menores como a Igreja Cristã Maranata, a Igreja
Presbiteriana Pentecostal, dentre outras. Dentro da Igreja Católica
Apostólica Romana, surgia na década de 1960 a Renovação
Carismática Católica, no estado da Pensilvânia (EUA).

O movimento neopentecostal: A terceira onda, chamada


de neopentecostalismo, teve início na segunda metade dos anos
1970. Fundadas por brasileiros, as igrejas pentecostais mais antigas
são a Igreja Universal do Reino de Deus (Rio de Janeiro, 1977),
liderada pelo bispo Edir Macedo, e a Igreja Internacional da Graça
de Deus (Rio de Janeiro, 1980), liderada e fundada pelo
missionário R. R. Soares, ambas presentes na área televisiva com
seus televangelistas. Posteriormente, temos o surgimento
da Renascer em Cristo (São Paulo, 1986), da Comunidade
Evangélica Sara Nossa Terra (Brasília, 1992), do Ministério
Internacional da Restauração (1992), e da Igreja Mundial do Poder
de Deus (1998). De um modo geral, utilizam intensamente a mídia
eletrônica, impressa e editorial. Algumas aplicam técnicas de
administração empresarial, com uso de marketing, planejamento
estatístico, análise de resultados e etc. Uma importante
característica das igrejas neopentecostais é não utilizar os
tradicionais usos e costumes austeros dos pentecostais.

O movimento apostólico: O termo apostólico é empregado por


várias denominações, desde Edward Irving. Também é utilizado
para definir as correntes neopentecostais que aceitam a existência
de apóstolos, e que seguem o modelo de evangelismo celular.
Também o termo refere-se às igrejas que crêem na doutrina e na
autoridade eclesiástica do apostolado e creem que ele não se
extinguiu, assim como a prática dos dons do Espírito (línguas,
profecia, curas, milagres, e etc). Algumas igrejas evangélicas
passaram a usar a terminação “Apostólica”, por reivindicarem a

195
BONIEK DE OLIVEIRA

volta às origens da Igreja dos dias de Cristo. Muitas denominações


cristãs possuem a ideia de que o ministério apostólico cessou com
os doze primeiros apóstolos. Os defensores da continuidade desse
ofício se baseiam no fato de que a bíblia chama de apóstolos
pessoas que não são apenas os doze primeiros apóstolos. Dentre
eles citamos: Matias, Barnabé, Timóteo, Silvano, Silas, Epafrodito,
além de Tiago, irmão de Jesus.

História: A primeira Igreja “Apostólica” protestante foi fundada,


em 1832, pelo pastor presbiteriano escocês Edward Irving (1792-
1834) como Catholic Apostolic Church (conhecido como precursor
do pentecostalismo na Grã-Bretanha). A Apostolic Church está
presente em mais de 80 nações, e chegou ao Brasil em 1969.
Vários apóstolos, no Brasil, foram ungidos antes de 2001.
Oficialmente, o início da "Nova Reforma Apostólica no Brasil" se
deu em 5 de agosto de 2001, quando o Apóstolo Rony Chaves
reconheceu ao ministério apostólico Jesher Cardoso, Valnice
Milhomens, Arles Marques e Mike Shea, durante o Seminário da
Rede de Intercessão Estratégica, promovido pela Dra. Neuza
Itioka, também ungida apóstola.

Conclusão: Esperamos que essa sequência de aulas te forneça um


panorama de como as boas novas do Senhor Jesus Cristo chegou
até nós. Dessa maneira podemos entender um pouco melhor o
cenário religioso atual.

196
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 51. E S C A T O L O G I A (Parte I).

Introdução: Nessa aula vamos conhecer uma das vertentes da


interpretação apocalíptica que é a mais aceita no segmento
pentecostal. Essa vertente é chamada de dispensacionalismo.
Usamos o nome dispensacionalismo, pois nesse entendimento
Deus se relaciona com a humanidade através de alianças chamadas
de dispensações.

As dispensações:
Dispensação Capítulos
Inocência ou edênica Gn 1-3
Governo humano Gn 3-11
Patriarcal Gn 12 – Ex 19
Mosaico Ex 20 – At 1
Graça ou igreja At 2 – Ap
Reino milenar Ap 20:4-6
Estado eterno Ap 20-22

O que é Apocalipse? A palavra escatologia vem do grego eskaton


que significa último ou últimos. Logia vem de logos e significativa
estudo. Então a escatologia é a parte da teologia que estuda os
últimos dias. A palavra apocalipse vem do grego. Apo significa
“para longe de...” e palavra calupsis significa “cobertura ou véu”.

197
BONIEK DE OLIVEIRA

Então a palavra apocalipse traz a ideia de remover a


cobertura, ou seja, revelar. Na antiguidade era muito comuns livros
parecidos com o nosso apocalipse, ou seja, muitos autores
escreveram “livros do apocalipse”. Para distinguir o livro do
Apocalipse que está no nosso novo testamento dos demais, nos
referimos ao nosso como Apocalipse de João.

Arrebatamento: De acordo com o entendimento


dispensacionalista o próximo evento que acontecerá na história da
igreja será a segunda vinda de Cristo. Essa segunda vinda
acontecerá em duas partes. A primeira parte é o arrebatamento da
igreja. Como está escrito em 1 Ts 4. Esse arrebatamento será um
evento “secreto” tem o objetivo de livrar a igreja da grande
tribulação.

Grande tribulação: Será um período de intenso sofrimento sobre


a terra. Os eventos que acontecerão neste período estão descritos
em Ap 5-17. Serão sete selos, sete trombetas e sete taças que
representam os juízos de Deus. Essa grande tribulação terá
duração de sete anos sendo a primeira parte de 3,5 anos de
aparente paz e prosperidade. E os outros 3,5 anos de intensa
perseguição Dn 12.7. Esse período entre a primeira e a segunda
parte da segunda vinda é chamado de grande tribulação.

O anticristo: A grande tribulação será caracterizada pela presença


de um personagem conhecido como anticristo. Este seria um
governante mundial que age segundo a eficácia de satanás.
Enganará as nações trazendo primeiramente 3,5 anos de ausência
de guerras e de prosperidade. Na segunda parte de seu governo,
ele revelaria sua verdadeira personalidade, se assentando como
Deus, no templo de Deus e exigindo adoração. Alegando para
muitos que seria o messias. O principal texto bíblico que fala desse

198
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

personagem, além do apocalipse é 2 Ts 2.3-11. Esse personagem é


identificado como a besta que emerge do mar em Ap 13.

A batalha do armagedom: A palavra armagedom vem de um


problema de tradução. A palavra “ar” em hebraico significa monte
ou montanha. Então armagedom significa monte de megido.
Megido é um antigo monte em Israel onde aconteceram
importantes batalhas. Então no vale do monte Megido acontecerá
à batalha final das tropas do anticristo contra a nação de Israel, que
se recusa a adorá-lo. E no momento final dessa batalha Jesus
Cristo voltará à terra para defender o seu povo.

Segunda fase da segunda vinda: O principal texto bíblico


referente a isso é Ap 19.11-21, ele descreve o momento em que
Jesus vem fisicamente até a terra. De maneira visível a todos.
Nessa ocasião Ele destrói o anticristo e todos os poderes do mal
para dar início ao seu reino aqui na terra.

O milênio: Ao chegar a terra e derrotar as forças do anticristo,


Jesus Cristo vai dar início ao seu reino aqui na terra. Durante esse
tempo satanás estará amarrado Ap 20.1-3.

Gogue e Magogue: Após esses mil anos, satanás será solto e


novamente enganará as nações da terra, que nesse texto são
identificadas como Gogue e Magogue Ap 201.7-10. Essa última
rebelião é destruída e satanás é lançado no lago de fogo e enxofre
onde já estão a besta e o falso profeta.

O juízo final: Na sequência o texto apresenta o que chamamos de


juízo final ou o julgamento do grande trono branco. É um
julgamento para os mortos onde eles são julgados conforme suas
obras. No final a morte, a sepultura e todos os mortos cujos

199
BONIEK DE OLIVEIRA

nomes não estavam escritos no livro da vida, foram lançados no


lago de fogo e enxofre. A bíblia chama isso de segunda morte.

Estado eterno: Os capítulos 21 e 22 do apocalipse nos mostra


que após o juízo final vivermos eternamente com o Senhor no que
chamamos de estado eterno. Nela teremos a plena restauração
daquilo que o pecado destruiu. E o mais importante de tudo,
viveremos na presença de Deus. Isso é o que vale a pena.

Conclusão: Podemos divergir quanto à sequência ou a natureza


desses fatos. Porém o mais importante é que Jesus voltará, julgará
todo o mal e viveremos eternamente com nosso Senhor.

200
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 52. E S C A T O L O G I A (Parte II).

Introdução: Muitas pessoas têm dificuldades em lidar com o fato


de existirem dentro do meio evangélico, diversidade de crenças
sobre os últimos dias. “Se a bíblia é a mesma, a crença não deveria
ser a mesma?”. Não! É disso que estamos tratando desde a
primeira aula. Existem na bíblia verdades inquestionáveis. E
existem questões que estão sujeitas às diversidades hermenêuticas.
E como devemos nos posicionar diante disso? Devemos conhecer
essas divergências e principalmente conhecer em que elas se
baseiam para assim, podermos tirar uma conclusão.

Gênero literário apocalíptico: Uma grande quantidade de


escritos que apresentam o mesmo grupo de características, tendem
a ser classificados dentro daquilo que os especialistas chamam de
gênero literário. No judaísmo tardio e no cristianismo primitivo
havia muitos escritos proféticos de caráter algumas vezes
cataclísmico e escatológico. Esses textos compõem o que hoje
chamamos de literatura apocalíptica.

Como você interpreta o apocalipse? Existem no meio


evangélico, diversas crenças quanto à ordem e a natureza dos
acontecimentos descritos no apocalipse. Para entender essas
divergências é fundamental entender as diferentes maneiras de

201
BONIEK DE OLIVEIRA

interpretar o apocalipse. Vamos conhecer agora as principais


perspectivas de interpretação.

1.Idealista. Essa vertente de interpretação, muito influenciada


pela filosofia grega, entende que os eventos narrados no apocalipse
não serão literais, mas apenas simbólicos. Essa ideia se baseia no
fato de que sim, existe uma enorme quantidade de linguagem
simbólica no apocalipse. Mas isso não significa que não há
nenhuma literalidade no texto.

2.Preterista. Nessa corrente se acredita que os eventos são reais,


porém, tiveram seu cumprimento nos primeiros séculos da igreja.
Principalmente no séc. I.

3.Historicista. Parecida com a interpretação preterista, essa


corrente entende que os eventos ali descritos, se cumpriram não só
no primeiro século, mas que eles vieram se cumprindo ao longo de
todos os séculos da história da igreja até os dias de hoje.

4.Futurista. Essa é a interpretação mais aceita dentro do


dispensacionalismo pentecostal. Nela acredita-se que os eventos
descritos no apocalipse são literais e em sua enorme maioria ainda
vão acontecer.

Questões fundamentais: Agora que conhecemos as principais


linhas de interpretação vamos conhecer as principais divergências
de crenças que elas geram. Para diferenciarmos com maior clareza,
precisamos entender que as divergências existem ao redor de
algumas questões principais.

O milênio é literal ou alegórico? Existem os chamados


amilenistas que acreditam que o milênio, citado no apocalipse, é
apenas alegórico. Seus principais representantes são as igrejas da

202
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

teologia reformada, os presbiterianos, por exemplo. Já outros


acreditam que o milênio será literal. Eles são conhecidos como
dispensacionalistas. Grandes representantes desses segmentos são
a maioria dos pentecostais.

A igreja passará pela grande tribulação?


Existem os pré-tribulacionistas que acreditam que a igreja
será arrebatada antes da grande tribulação. Os mesotribulacionistas
acreditam que o arrebatamento será no meio da grande tribulação.

Três anos e meio após seu início.


E os pós-tribulacionistas acreditam que o arrebatamento da
igreja e a segunda vinda de Cristo à terra serão um evento único,
no final da grande tribulação.
Os eventos narrados no apocalipse estão em ordem
cronológica?
Essa pergunta é de extrema importância, pois, acreditar
que os eventos descritos no texto estão em ordem cronológica
favorece algumas interpretações em detrimento de outras. Por
exemplo, acreditar que o texto está em ordem cronológica,
favorece a interpretação dispensacionalista em detrimento da
interpretação amilenista que, para subsistir, necessita que os
eventos não estejam descritos em ordem cronológica.

Jesus volta antes ou depois do milênio?


1.Pré-milenismo: Essa corrente acredita que Jesus volta antes do
milênio, justamente para estabelecer esse reino milenar. Mesmo
dentro do pré-milenismo existem algumas variações, as principais
são:

1.1.Pré-milenismo histórico: Essa vertente acredita que a vinda


de Cristo será antes do milênio e depois da grande tribulação. Essa
segunda vinda não seria composta de duas partes. Dentre os

203
BONIEK DE OLIVEIRA

adeptos dessa ideia está Charles Spurgeon, o príncipe dos


pregadores.

1.2.Pré-milenismo dispensacionalista ou dispensacionalismo:


Essa é a vertente mais aceita no meio pentecostal tradicional. De
acordo com ela a segunda vinda de Cristo seria composta de duas
partes. A primeira parte seria o arrebatamento secreto da igreja e
tem o objetivo de livrar a igreja da grande tribulação. A segunda
parte seria a vinda física de Cristo à Terra para instaurar o seu
reino. Dentre seus seguidores mais conhecidos estão Scofield e
John McArthur.

2.Pós milenistas: Alguns pós milenistas acreditam de Jesus


voltará após mil anos literais. Porém a maioria acredita que o
milênio seria um intervalo de tempo entre a primeira e a segunda
vinda. Período de paz, prosperidade e evangelização mundial, ou
seja, seria um milênio não literal. Dentre os teólogos adeptos dessa
teoria estão João Calvino e Jonathan Edwards.
O amilenismo não atribui literalidade ao milênio assim
como os pós milenistas não literais. A diferença entre eles é que
esse grupo que estamos chamando de amilenista acredita que esse
milênio não literal, além de ser o tempo entre a primeira é a
segunda vinda, seriam tempos difíceis e de perseguição à igreja,
dentre os adeptos mais conhecidos dessa teoria estão Santo
Agostinho e Martinho Lutero.

Conclusão: Mesmo dentro dessa diversidade alguns pontos são


inquestionáveis e é neles que se baseia a fé cristã, são eles:

1. Jesus voltará.
2. Julgará todo o mal.
3. Viveremos eternamente com ele.

204
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 53. F I L O S O F I A
NA ANTIGUIDADE

Introdução: O termo filosofia vem do grego “filo” que significa


amar ou gostar e “sofia” que significa conhecimento ou sabedoria.
Então filosofia significa etimologicamente “amor ao
conhecimento”. Podemos entender que filosofia significa um
conjunto de estudos e de reflexões sobre questões relevantes à
existência humana. Reflexões que transcendem o nível superficial e
o senso comum.

Pré socráticos: Como o próprio nome sugere, são filósofos


gregos que antecederam a Sócrates. Seu objeto de interesse para
reflexão estava muito associado à natureza e aos fenômenos
naturais. Por isso são chamados de naturalistas. Alguns que são
assim chamados por manterem essa característica são
contemporâneos e até posteriores a Sócrates. Entre os pré-
socráticos surgiram algumas teorias que são conhecidas até hoje
como a ideia de átomo e a teoria dos quatro elementos. Alguns
dos mais conhecidos pré-socráticos são: Tales de Mileto, Pitágoras
de Samos, Demócrito de Abdera, entre outros.

Filosofia clássica: Nessa seção vamos apresentar os principais


personagens da filosofia grega clássica, são eles:
1.Sócrates: No séc. V a.C. na cidade de Atenas surgiu esse
importante personagem para a filosofia ocidental. Ele focou seu

205
BONIEK DE OLIVEIRA

trabalho em questões humanas, principalmente a ética. Usou a


ironia e o diálogo com seus principais métodos. Em suas reflexões
questionou as tradições, os usos e costumes e a própria
democracia grega. O que há de mais conhecido dos trabalhos de
Sócrates, foi apresentado nos escritos de seu discípulo Platão.

2.Platão: aluno de Sócrates e mestre de Aristóteles. É o fundador


da Academia de Atenas, a primeira instituição de ensino superior
do ocidental. Acredita-se que Platão seja um apelido e seu
verdadeiro nome seja Arístocles. Sua obra é marcada pelo
dualismo. Por exemplo, o material e o espiritual, o bem e o mal, o
mundo das sombras e o mundo das ideias (“a alegoria” da
caverna). Também trabalhou importantes questões sociológicas
relacionadas à polis. Para Platão o filósofo seria o mediador entre
o sábio e o ignorante.

3.Aristóteles: aluno de Platão e mestre de Alexandre o Grande,


foi o grande sistematizador do pensamento grego que o antecedeu.
É o criador da lógica formal. Em sua obra “Corpus aristotelicum”,
aborda temas que hoje chamamos de física, metafísica, lógica,
matemática, psicologia, antropologia, ética, política e etc. É tido
como o maior dos filósofos gregos e um dos maiores da história
da filosofia universal. Marca o apogeu da filosofia grega. Suas
ideias foram base para produção de conhecimento durante séculos.

Helenística: A filosofia helenista é o nome dado à filosofia


desenvolvida desde a morte de Aristóteles até o final da república
romana. A produção filosófica desse período é classificada no que
chamamos de escolas filosóficas.
Vamos ver algumas das principais delas.
1.Ceticismo: Tem início com Pirro de Élis e uma de suas
principais características é abrir mão do dogmatismo, entendendo
que é preciso questionar o que antes eram verdades

206
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

inquestionáveis, para se chegar ao verdadeiro conhecimento.


Acreditavam também que para esse propósito não deveriam ser
influenciados por suas paixões. Também acreditavam que não se
pode arbitrar sobre a verdade ou a falsidade.

2.Epicurismo: É uma escola que rejeita todo conhecimento que


não venha dos sentidos, ou seja, dão grande ênfase a questões
empiristas e sensoriais. Utilizando o atomismo o epicurismo
explicava muitos aspectos da existência. Eles não acreditavam no
criacionismo, pois para eles os átomos sempre existiriam. Eles
acreditavam na mortalidade da alma, pois sua existência dependia
do corpo. Sua posição em relação às divindades é conhecida como
“a indiferença dos deuses”, pois os deuses existiriam, mas por
estarem em um estado de plenitude e de felicidade, não teriam
porque interferirem em questões humanas. Para eles a verdade
estaria ao alcance do homem e seria o caminho para a felicidade,
que para eles significaria ausência de perturbações.

3.Estoicismo: Essa escola filosófica, fundada por Zenão, que se


caracteriza por uma ética em que a imperturbabilidade, a
extirpação das paixões e a aceitação resignada do destino são as
marcas fundamentais do homem sábio, o único apto a
experimentar a verdadeira felicidade. O estoicismo exerceu
profunda influência na ética cristã. O estoicismo teve a capacidade
de se adaptar ao contexto onde estava. Essa flexibilidade
doutrinária fez com que ela fosse uma das mais influentes e
duradouras escolas filosóficas do helenismo.

4.Ecletismo: Essa escola filosófica, ao invés de ter suas próprias


doutrinas rígidas, selecionava dentre as convicções filosóficas
existentes, aquelas doutrinas que pareciam mais razoáveis para
cada caso. Buscaram fazer um consenso entre as diversas outras
escolas filosóficas.

207
BONIEK DE OLIVEIRA

Peripatética. Os peripatéticos são os estudantes que deram


prosseguimento à obra de Aristóteles.

Romanos: Os romanos não produziram pensamentos realmente


inéditos. O que vemos no período do império é um sincretismo
religioso do paganismo romano, pensamento grego e das religiões
judaicas e cristãs.

Outros povos: Vários povos orientais da antiguidade


apresentaram desenvolvimento intelectual muito expressivo. Mas
não vamos detalhá-los aqui porque não influenciaram diretamente
o pensamento ocidental contemporâneo. Sua influência sobre nós
aconteceu através de outras civilizações. O mesmo vale para o
período medieval. Por exemplo, Maimônides talvez seja o maior
pensador da história do judaísmo. Apresentou trabalhos muito
relevantes no campo da filosofia e medicina. Sua obra “O guia dos
perplexos” influenciou muito São Tomás de Aquino, e dessa
forma seu trabalho influencia o pensamento ocidental. Coisa
semelhante aconteceu com Avicena, Averróis e outros.

Conclusão: O estudo da filosofia pode ser uma ferramenta


interessante para o pastor entender melhor a maneira como as
pessoas pensam. Pois a maneira como as pessoas pensam,
influencia de maneira decisiva a maneira como as pessoas agem.

208
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 54. F I L O S O F I A N O
PERÍODO MEDIEVAL

Introdução: Dando sequência à aula anterior onde estudamos o


desenvolvimento dos fundamentos filosóficos, desde o seu
princípio até o início do período romano, hoje vamos analisar o
desenvolvimento da filosofia no período conhecido como idade
média, que vai desde o início do império romano até o séc. XVI,
quando tem início a idade moderna.

Cristianismo e Islamismo: Esse período é marcado pelo


surgimento e desenvolvimento do islamismo, e pelo intenso
crescimento do cristianismo. Essas duas religiões foram os dois
principais fatores que influenciaram de maneira decisiva a filosofia
nesse período.

Patrística: Do século I ao século VII temos o período conhecido


como patrística, é o período dos pais da igreja. Esse foi
essencialmente um período de reflexão sobre as doutrinas cristãs.
Com o passar do tempo foi aumentando a presença de elementos
da filosofia grega nessas doutrinas. Do séc. VIII ao século XIV,
temos um período de grande influência do pensamento socrático e
platônico. Nesse período o pensamento cristão vai se firmando
como “filosofia cristã” o que mais tarde se tornará a teologia. Um
grande expoente desse período patrístico é Agostinho de Hipona.

209
BONIEK DE OLIVEIRA

Escolástica: Do século IX ao século XIV temos o período


conhecido como escolástico. Que é caracterizado pela grande
tentativa de harmonização da filosofia aristotélica com a teologia
cristã, ou seja, usar o pensamento grego para justificar ideias
religiosas. A obra de São Tomás de Aquino é central no período
escolástico. Além de filosofia, o pensamento escolástico era um
método de pensamento crítico que direcionou o ensino nas
universidades medievais.

Renascença: O período conhecido como renascimento cultural


vai de meados do séc. XIV ao séc. XVI. Nele, com o declínio da
hegemonia da igreja católica romana, a produção intelectual se
intensifica muito. Como vimos nas aulas de história da igreja,
fatores marcantes nesse período são: grandes navegações e novas
rotas comerciais internacionais. As principais características do
pensamento desse período são:
1.Antropocentrismo: isso significa que diferentemente do
período escolástico, as reflexões são cada vez menos a respeito da
divindade e são cada vez mais a respeito do homem e de coisas
humanas, ou seja, o homem passa a ser o centro da reflexão.

2.Secularismo: isto é, separação das coisas relacionadas à igreja e


das coisas não relacionadas à igreja. Por exemplo, separação da
igreja e do estado.

3.Neoplatonismo: Nesse momento, os ideais gregos,


principalmente as ideias de Platão e Aristóteles são retomadas com
muita força.

Principais filósofos do renascimento: Nicolau Maquiavel,


fundador da ciência política.

210
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Nicolau Copérnico. Astrônomo e matemático polonês que


desenvolveu o modelo heliocêntrico do sistema solar.
Giordano Bruno. Foi morto pela inquisição acusado de
panteísmo. Sua principal ideia era que o universo seja infinito.
Também acreditava que tudo no universo tem vida.

Conclusão: De maneira resumida, entender a filosofia medieval é


entender o período escolástico com São Tomás de Aquino e o
renascimento com a lista de pensadores citados acima. Antecedido
pela patrística e sucedido pelo renascimento.

211
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 55. F I L O S O F I A N A
IDADE MODERNA

Introdução: Após o período medieval temos a idade moderna


onde há enorme crescimento de complexidade e diversidade do
pensamento desenvolvido. Para melhor compreensão vamos fazer
uma análise de cada século e vamos conhecer os principais
pensadores e suas ideias.

Século XVII: Esse foi o século do período barroco. O barroco foi


um movimento estético relacionado à contrarreforma protestante,
considerado por muitos uma continuação natural do renascimento.
Esse também ficou conhecido como o século da revolução
científica, pois o conhecimento que até então esteve atrelado à
teologia começa a se desvencilhar desta. Por que neste tempo se
consolida o que hoje conhecemos como método científico, o que
acaba configurando uma definitiva ruptura com o pensamento
escolástico.
As duas principais linhas filosóficas desse período são o
empirismo e o racionalismo. O empirismo acreditava que a correta
fonte de conhecimento deveria ser a experimentação. Os
racionalistas acreditavam que apenas pela razão poderíamos
alcançar o conhecimento verdadeiro.

212
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

Alguns dos principais pensadores empiristas são: Francis


Bacon. Considerado o pai do empirismo. Por acreditar que o
verdadeiro conhecimento vem das experiências, utilizou muito o
pensamento indutivo que é o que nos permite fazer generalizações
a partir de casos particulares.
Thomas Hobbes. Escreveu sobre a sociologia e a natureza
humana.
John Locke. Grande representante do empirismo britânico e é
conhecido como o pai do liberalismo.

Alguns dos principais pensadores racionalistas são: René


Descartes. Juntou a álgebra e a geometria criando o que hoje
chamamos de geometria analítica. É considerado um dos
pensadores mais importantes de todos os tempos. Grande
expoente do racionalismo.
Baruch Espinoza. Ele é o precursor do que hoje chamamos de
crítica textual.
Gottfried Wilhelm Leibniz. Proporcionou o enorme
desenvolvimento na matemática. No campo filosófico abordou de
maneira muito interessante alguns conceitos como o de tempo e o
de espaço. E escreveu uma obra importante sobre questões
teológicas chamadas de Ensaios de Teodiceia.

Século XVIII: Esse ficou conhecido como o século das luzes por
nele ter acontecido o movimento científico cultural conhecido
como iluminismo. Esse movimento foi profundamente
impulsionado pelo racionalismo. Nessa época a política ocupava
um lugar central nas reflexões. Alguns dos principais pensadores
desse período são:
Benjamim Franklin. Cientista, filósofo e político norte
americano. Participou ativamente da elaboração da constituição
dos estados unidos.

213
BONIEK DE OLIVEIRA

David Hume. Um filósofo fortemente empirista e cético em


relação a muitos assuntos, dentre eles, milagres. É considerado por
muitos o pai da sociologia da religião. Abordou questões
teológicas sob a perspectiva teleológica, ou seja, analisando as
coisas a partir de sua finalidade.
Jean Jaques Rousseau. é considerado um dos precursores do
romantismo, movimento artístico e cultural característico do
século seguinte. Elaborou teorias sobre como o meio social vai
corrompendo o indivíduo. Também nesse campo desenvolveu
teorias sobre o processo civilizatório e como temos que abrir mão
de algumas coisas para formar os estados a partir daquilo que
chamou de contrato social.
Immanuel Kant. Considerado o maior filósofo da modernidade,
elaborou uma síntese do racionalismo que se baseava no método
dedutivo, com o empirismo que se baseava no pensamento
indutivo. Sua obra dá base ao que mais tarde será chamado de
idealismo. Sua obra também é muito expressiva no campo da
moral.

Século XIX: O século XIX foi marcado por uma grande profusão
de ideias, tendência essa que veio crescendo com o passar do
tempo e vai explodir no séc. XX. Algumas das principais linhas
filosóficas desse tempo são:

1.Materialismo: Em oposição ao idealismo, o materialismo


acreditava que na matéria estava a realidade última das coisas.

2.Idealismo alemão: Há quem diga que esse movimento teve


início com Kant, já outros acham que na verdade é bem anterior,
remontando aos dias de Platão. Essa corrente entende que os
objetos que experimentamos são apenas “reflexos” ou sombras, da
verdade que de fato, só pode existir no mundo das ideias.

214
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

3.Positivismo: Escola iniciada por Augusto Comte. Nesse sistema


o ordenamento da ciência deveria se sobrepor às outras fontes de
conhecimento como a metafísica e a teologia. E essa ordenação
produziria o desenvolvimento social.

4.Marxismo: Sistema ideológico proposto por Karl Marx, com


base no conflito das classes. Uma delas, chamada burguesia,
detentora dos bens de produção e a outra, chamada de
proletariado, detentora da força de trabalho. O conflito entre essas
classes deveria evoluir para um sistema de compartilhamento dos
bens de produção. Esse sistema seria o socialismo. O
desenvolvimento desse quadro “evoluiria” para uma situação onde
não haveria mais classes sociais e nem estados, isso seria o
comunismo. Ou seja, o socialismo seria uma etapa para se alcançar
o comunismo.

5.Pragmatismo: Segundo essa corrente filosófica o valor de uma


Ideia corresponde ao conjunto de seus desdobramentos práticos.

Alguns dos principais pensadores desse período são: Arthur


Schopenhauer. Filósofo alemão precursor do pessimismo.
Corrente filosófica que acreditava que a vida seria dirigida pela
vontade e que a existência estaria irremediavelmente ligada ao
sofrimento.
Charles Darwin. Naturalista Britânico que estudou medicina e
teologia. Após fazer uma viagem de cinco anos ao redor do
mundo, propôs a teoria da evolução através da seleção natural.
Nessa teoria o ser humano teria se originado de um ancestral
comum que também teria dado origem aos macacos. Inicialmente
Darwin acreditava em Deus e na bíblia. No entanto, foi perdendo
a fé ao longo de sua viagem. Com a morte de sua filha deixou de
crer em um Deus benevolente. Jamais assumiu ser ateu, se
posicionou nos últimos anos como agnóstico.

215
BONIEK DE OLIVEIRA

Soren Kierkegaard. Filósofo e teólogo cristão, criador do


existencialismo, linha filosófica que explicaremos na próxima aula.
Karl Marx. Sociólogo e filósofo alemão que criou o conjunto de
ideias conhecido como marxismo, descrito logo acima.
Nietzsche. Escreveu muito textos críticos sobre religião, moral,
cultura, filosofia e ciência. Foi flagrantemente contra as religiões,
em especial o cristianismo. Uma frase que se repetiu muito ao
longo de sua obra é “Deus está morto”. Ele entendia que o
homem não devia acreditar na vida após a morte, mas que deveria
abraçar esta vida e criar seus próprios valores tornando se assim, o
que ele chamou em sua obra de “além-homem”. Outro aspecto
importante de sua obra é o conceito de eterno retorno. Nietzsche
acreditava que devido ao fato de o tempo ser infinito, a existência
consistia de certo modo, na repetição de eventos sucessivos. Ele
acreditava que deveríamos sempre nos perguntar: “isso que estou
fazendo, eu aceitaria fazer novamente e novamente, um número
indefinido de repetições?” Se a resposta for sim, isso é algo que
valeria a pena ser feito.

Conclusão: Ao longo da história da filosofia, temos percebido


como o ser humano foi cada vez mais se distanciando de Deus e
como isso foi trazendo consequências negativas para a
humanidade.

216
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 56. F I L O S O F I A
N O S É C U L O XX

Introdução: Para bem entendermos a filosofia no século XX,


precisamos não perder de vista alguns aspectos importantes que
marcaram a história. Por exemplo, as duas guerras mundiais, e o
enorme desenvolvimento tecnológico associado de verdadeiras
revoluções científicas. Eventos dessa magnitude, não deixaram de
influenciar o pensamento humano. Percebemos também nesse
período uma depreciação da metafísica.

Linhas filosóficas: Para termos uma compreensão mais clara,


precisamos conhecer as linhas filosóficas desse período.
Algumas das principais são:
1.Existencialismo. É uma linha filosófica, iniciada por
Kierkegaard e influenciada por Schopenhauer, que entende que
diante de um mundo aparentemente absurdo e sem sentido, o
sujeito é o responsável em dar significado a sua existência. Mesmo
diante da crise da existência humana, precisamos entender a
responsabilidade por ser livre e a importância das nossas escolhas.
Nas palavras de Sartre “somos condenados a ser livre”.

2.Fenomenologia. O entendimento dessa escola é que tudo o que


podemos saber do mundo são os fenômenos da consciência. Daí o
nome fenomenologia. Outra característica importante da

217
BONIEK DE OLIVEIRA

fenomenologia é a busca pelo “invariante” que seria o elemento ou


a característica comum a tudo o que pode ser definido por um
mesmo conceito.

3.Construcionismo: é a escola filosófica que deixa de se


preocupar com “o que” conhecemos e passa a enfatizar “como”
conhecemos. Assim, cada forma de cognição é concebida não
como um objeto em si, mas sim como um processo de construção
desempenhado por um observador.

Principais pensadores: Prosseguindo nosso estudo vamos


conhecer alguns dos principais personagens no desenvolvimento
filosófico do século XX.
Edmund Husserl. Rompe com o positivismo na ciência e funda
a fenomenologia. Sua principal obra é o livro: A crise das ciências
europeias e a fenomenologia transcendental. Segundo ele todo
fenômeno da consciência tem uma intencionalidade.
Karl Jaspers. Para ele as ciências não são suficientes para produzir
o conhecimento. Também precisamos da crítica que só a filosofia
pode proporcionar. De acordo com os estudos de Jaspers, a
verdade não seria a propriedade de um enunciado, mas seria um
ambiente que envolve todo o conhecimento.
Ludwig Wittgenstein. Considerado por muitos, o filósofo mais
importante do século XX. É o precursor da filosofia da linguagem.
Nela passaram a entender a linguagem não apenas como veículo
de informações, mas também como elemento estruturador do
raciocínio. Então os problemas filosóficos surgem quando a
linguagem é tirada do seu lugar próprio. Assim muitos problemas e
paradoxos filosóficos de fato não existem, são apenas jogos de
linguagem. Desse modo, o significado das palavras não se dá
apenas pelo objeto em si, mas sim pelo uso que se faz dela.
Martin Heidegger. A filosofia de Heidegger foi o principal ponto
de ligação entre o existencialismo e a fenomenologia. Fez

218
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

contribuições críticas ao conceito de verdade. Foi profundamente


influenciado por Kant e por Kierkegaard, além dos principais
escritores da teologia cristã.
Karl Popper. Muito relacionado à história e filosofia da ciência.
Desenvolve o que ficou conhecido posteriormente como
racionalismo crítico, nele foi proposto que os sistemas científicos
são provisórios. Outra questão é chamada de falseabilidade, que
diz que resultados positivos não podem provar um conceito. Mas
esse conceito seria reforçado na medida em que tentaram
falsearem-no e não conseguissem. Esse princípio da falseabilidade
caiu em descrédito uma vez que ele não pode ser aplicado a si
mesmo.
Jean Paul Sartre. Filósofo francês que defendia que a
subjetividade deveria ser o ponto de partida do pensamento
existencialista. Sua filosofia dizia que no caso humano (e só no
caso humano) a existência precede a essência, pois o homem existe
primeiro, depois se define, enquanto todas as outras coisas são o
que são, sem se definir, e por isso sem ter uma “essência” que
suceda à existência. Sendo Sartre um representante do
existencialismo ateu, defende que a existência precede a essência
para o ser humano. Assim, seria o próprio homem o definidor de
sua essência, e não Deus como advoga o existencialismo cristão,
que é a forma como às vezes é chamado o existencialismo
proposto por Kierkegaard.
Michel Foucault. Desenvolveu importantes estudos sobre a
relação entre o poder e conhecimento e sobre como o
conhecimento pode ser usado como forma de controle social.
Elaborou muitas críticas contra as instituições sociais, por
exemplo, a psiquiatria, medicina, prisões, entre outras.
Zygmunt Bauman. Filósofo contemporâneo que nos apresentou
o conceito de relações líquidas. De acordo com ele, isso significaria
relações menos frequentes e menos duradouras. Mesmo sendo de

219
BONIEK DE OLIVEIRA

origem judaica ele era contra o atual estado de Israel por divergir
de seus métodos.

Conclusão: Essa aula encerra a nossa série de aulas sobre


filosofia. É óbvio que aqui escrevemos um único parágrafo sobre
coisas que rendem teses de doutorado e são obras para uma vida
de pesquisas. Nosso objetivo aqui foi apenas fazer a apresentação
inicial desses temas para que o servo de Deus entenda melhor esse
mundo que nos cerca, e possa interagir melhor com ele tentando
entender a maneira como as pessoas pensam.

220
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 57. A P O L O G É T I C A:
ATEÍSMO

Introdução: Em nossa sociedade a ciência e a tecnologia tem uma


importância cada vez maior. Diante desse quadro o ateísmo vem
crescendo muito. Como ministros de Deus, precisamos estar
preparados para ajudar todas as pessoas que estão enfrentando
problemas com isso.

Origem do ateísmo: Tudo depende dos olhos, da maneira como


se vê as coisas. Os que escolhem pelo ateísmo, tem certa
dificuldade em acreditar naquilo que não se vê ou não se pode
provar. Enquanto eles defendem que isso é natural, eu considero
que a existência de Deus é evidente. Como está escrito em Rm
1.18-20 os atributos invisíveis de Deus... Tem sido visto
claramente... Por meio das coisas criadas. Como está escrito no Sl
14 e no 53, é necessário ser muito ingênuo para acreditar que esse
mundo que vemos surgiu do nada.
Em geral é um problema emocional. Ao longo do tempo
tenho percebido que na verdade muitos dos ateus na verdade são
pessoas que se ressentiram com Deus e decidiram dizer que Ele
não existe. Ainda que não creiam efetivamente nisso nos níveis
mais profundos de seu ser. Este ressentimento vem do fato de
Deus não ter feito algo que eles esperavam, quando eles
esperavam ou do jeito que eles esperavam. Ou vem do fato de

221
BONIEK DE OLIVEIRA

Deus não ter se revelado a eles da maneira como eles esperavam.


Na verdade, o grande problema é rebeldia. É a dificuldade em se
submeter a se relacionar com Deus da maneira como Ele
estabeleceu.

Teoria do Big Bang: Uma das maiores indagações humanas


sempre foi: “qual é a origem de tudo?” A resposta a essa pergunta
é muito simples, Deus. Porém aqueles que optarem por não aceitar
essa resposta, segue em busca de outras opções de resposta. A
teoria do Big Bang tem sido usada para essa finalidade. Porém uma
análise mais detalhada mostrará que essa teoria não dá conta disso.
A partir de 1929 Edwin Hubble observou que os objetos celestes
apresentam um movimento de afastamento entre si. Percebeu
também que esta velocidade é maior, na medida em que o objeto
está mais distante. A partir dessas observações a conclusão é muito
simples. Se os objetos estão se afastando, amanhã eles estarão mais
longe do que estão hoje. E ontem estiveram mais próximos do que
estão hoje. Assim quanto mais anterior for o tempo analisado,
mais próximos os objetos estavam. Daí segue a conclusão que em
algum ponto do passado a distância entre os corpos celestes era
zero, ou seja, estava tudo reunido em um mesmo lugar. Então de
acordo com essa teoria tudo no universo estava reunido num
mesmo lugar até que do nada começou uma intensa expansão,
rápida como uma grande explosão. Daí o nome Big Bang.
Vou fazer alguns comentários sobre essa teoria científica.
Primeiro ela é uma teoria e não uma lei científica. E jamais será
uma lei porque ela não pode ser provada experimentalmente.
Outra coisa, mesmo admitindo sua veracidade, ela não explica a
origem do universo. Ela apenas diz que o universo era de um jeito
e agora é diferente. Se continuarmos a questionar a origem dessa
coisa que “explodiu”, invariavelmente chegaremos a uma dessas
duas respostas. Ou dirão “não sei” ou dirão “sempre existiu”. Não
há outra resposta possível. Várias explicações científicas

222
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

complicadas sobre isso são apenas formas sofisticadas de dizer


“não sei”.

Teoria da evolução: Assim como a teoria do Big Bang, essa


teoria não é uma lei científica, devido à impossibilidade de
comprovação experimental. Também nunca será uma lei científica
a menos que em laboratório alguém consiga fazer uma espécie
evoluir para outra.
Essa teoria tem um histórico de ser mal interpretada. Para
evitar essa situação vamos esclarecer alguns pontos. Em primeiro
lugar, essa teoria jamais disse que o homem veio do macaco. Ela
disse que o homem e o macaco têm um ancestral comum. Vale
ressaltar que fósseis desse ancestral jamais foram encontrados. A
teoria da evolução propõe que uma espécie evolua para outra
espécie da seguinte maneira: Em um grupo de seres vivos de uma
mesma espécie, os indivíduos apresentam diferenças, que em
certas situações, podem lhes oferecer vantagens ou desvantagens.
Dessa forma, os indivíduos que têm vantagens, demoram mais
para morrer. O que os permitem se reproduzir mais vezes. Assim
seu material genético e suas características, incluindo essa
característica vantajosa, são transmitidos a mais indivíduos da
próxima geração. Assim, geração após geração aquele grupo vai se
tornando mais parecido com aquele indivíduo que estava mais
bem adaptado à sobrevivência. Dessa maneira, a espécie vai
evoluindo. Até aí tudo bem. Não temos divergências quanto a isso.
O problema é usar esse argumento, que até esse ponto é válido,
para explicar como uma espécie se transforma em outra. Ou como
uma espécie se transforma em duas outras que, se cruzarem entre
si, não produzem descendentes férteis.

E se Deus não existisse: Algumas pessoas preferem acreditar


que Deus não existe para que não haja uma fonte normativa de lei
e que não haja certo ou errado absoluto. Preferem acreditar nisso

223
BONIEK DE OLIVEIRA

para terem uma suposta liberdade e não terem a ideia de punição.


Outra questão é a que foi muito bem sintetizada pelo escritor
russo Fidor Dostoiévski que disse: “Se Deus não existe e a alma é
mortal, tudo é permitido”. Ou seja, sem Deus, a fonte da moral
absoluta, não existe uma verdadeira moral e sim apenas uma moral
relativa que seria mais uma relação de conveniência temporária.
Mais um problema, se Deus não existe e a alma é mortal, qual é o
sentido da vida? Essa questão, foi muito bem debatida no livro de
Eclesiastes, e também pelo apóstolo Paulo em 1 Com 15.32.

Conclusão: As propostas do ateísmo são extremamente


improváveis. As evidências experimentais são poucas e
distanciadas. E as pessoas preenchem essa distância com o que
bem quiserem. É um pouco parecido com enxergar carneirinhos
nas nuvens. As nuvens são as nuvens e as pessoas enxergam nelas
o que quiserem. Fato é que para acreditar nessas propostas
científicas também é necessário fé, do mesmo modo que
precisamos de fé para acreditar na palavra de Deus. Entre as duas
propostas, disparadamente a proposta bíblica é mais coerente e faz
mais sentido. É por isso que posso afirmar claramente a frase:
“Não tenho fé suficiente para ser ateu”.

224
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 58. A P O L O G É T I C A:
CATOLICISMO ROMANO

Introdução: Como vimos nas aulas da história da igreja, nós


somos dissidentes da igreja católica romana. Precisamos entender
que muitas são as nossas semelhanças e precisamos conhecer
exatamente quais são as nossas diferenças. É isso que faremos
nessa aula abordando pontualmente nossas divergências
doutrinárias.

Adoração às imagens: Nessa aula eu não abordarei


profundamente a questão da adoração às imagens, pois, em sua
defesa eles alegam que não adoram as imagens. Dizem que são
apenas lembranças de pessoas queridas. Eles dizem que adorar e
venerar são coisas diferentes. Mas contraditoriamente dizem que
venerar é uma forma de culto, ou seja, indiretamente acabam
admitindo que cultuam imagens. O que é amplamente proibido
nas sagradas escrituras. Por exemplo, Ex 20.4.

Oração aos santos: Os católicos romanos têm a necessidade de


usar mediadores para se relacionarem com Deus. Nisso é que
aparecem as orações aos “santos”. Nós somos seguidores do que
está ensinado em 1 Tm 2.5: “Pois há um só Deus e um só
mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus. Por
isso não oramos a ninguém que não seja o Deus único e

225
BONIEK DE OLIVEIRA

verdadeiro. Nem santos, nem anjos, nem espíritos e nem nada


parecido.

Purgatório: Esse é um conceito teológico muito curioso porque


está dissociado de qualquer base bíblica. Os teólogos católicos que
defendem esse conceito, relacionam com ele, qualquer fala de
Jesus que se refira à castigo. Isso é um tremendo erro. A diferença
entre inferno e purgatório é que o purgatório tem “porta” de saída,
o inferno não. Nada nas escrituras aponta para o encerramento
dos sofrimentos que acontecerem após a morte. Isso é uma
invenção que as pessoas fizeram com base numa equivocada
bondade de Deus. Nunca se esqueça de que Deus é bom, mas
também é justo.

Vãs repetições: Em Lc 18.1-8 o Senhor Jesus nos ensina sobre a


importância de perseverar em oração. Mas isso não significa ficar
repetindo palavras pré-estabelecidas, sem colocar nelas sentimento
ou intencionalidade. Isso é o que estamos chamando de vãs
repetições. Jesus foi contrário a essa prática é isso ficou claro em
Mt 6.7.

Papado: No século I da era cristã havia importantes cidades como


Roma, Jerusalém, Antioquia, Alexandria, entre outras. Na medida
em que foram se estabelecendo igrejas cristãs nessas cidades,
foram surgindo bispos que diriam a igreja nessas cidades. Os
bispos dessas cidades grandes acabavam obtendo maior
proeminência. O problema do papado começa com um erro
exegético e hermenêutico do texto de Mt 16.18 onde eles
entendem que Jesus está fundando a igreja sobre o apóstolo Pedro.
O que é um grande absurdo. Posteriormente o apóstolo Pedro foi
martirizado em Roma. Daí eles passaram a acreditar que Pedro era
bispo da igreja em Roma. Se Pedro era o fundamento da igreja e

226
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

bispo na cidade de Roma, aquele que exercer o bispado na capital


do império romano deveria ser o líder universal (católico) da igreja.

Infalibilidade Papal: O que já estava ruim, conseguiram deixar


ainda pior. Além de estabelecer o bispo de Roma como sucessor
de Pedro e líder universal da igreja, acabaram por criar esse
conceito de infalibilidade papal. Essa ideia que não passa nem
perto de ter qualquer base bíblica, foi regulamentada no século XI
em um documento chamado “dictatus papae”. Ele afirmava que os
papas têm poder sobre assuntos temporais e espirituais. Também
disse que nenhum papa jamais errou e nem jamais errará. Perceba
como isso é apenas uma questão de disputa e manutenção do
poder.

Penitências: No entendimento católico quando um pecador falha,


ele precisa fazer algo para “pagar” por esses erros. Esses atos que
muitas vezes incluíam coisas como: jejuns, rezas, esmolas, vigílias,
peregrinações e autoflagelação eram chamados de penitências. Isso
é um absurdo doutrinário, pois o homem não pode salvar a si
mesmo. Nada que algum homem fizer o livrará dos seus pecados.
Os nossos pecados só foram destruídos através do sacrifício de
alguém que jamais pecou, Jesus Cristo nosso Senhor. Somos
perdoados por aquilo que Cristo fez e não por nada que nenhum
de nós possa ter feito. Então nessa perspectiva das penitências,
estamos ofendendo a Deus rejeitando o sacrifício de Cristo. Como
o ser humano tem uma enorme tendência a pecar, essas
penitências foram se tornando cada vez mais severas chegando a
exageros e absurdos. Para amenizar a intensidade dessas
penitências, criaram o conceito de indulgências.

Indulgências: Vamos com calma porque esse assunto é


complexo. Inicialmente essa palavra traz o significado de “ser
gentil”, no sentido de se perdoar as falhas usando a autoridade da

227
BONIEK DE OLIVEIRA

igreja, mediante a confissão dos pecados. Até aí tudo bem por que
a palavra de Deus manda que nos confessemos uns aos outros Tg
5.16, e Jo 20.23 disse que temos autoridade para perdoar ou não os
pecados. Inicialmente as indulgências eram utilizadas para
amenizar os exageros nas penitências. O problema começou
quando começaram a trabalhar com a ideia de perdão através de
donativos financeiros. Isso acabou levando a um cenário de abuso
onde as indulgências eram vendidas indiscriminadamente.

Conclusão: Muitas são nossas divergências teológicas como


catolicismo romano. Em algumas situações existe até certa
picuinha entre esses segmentos do cristianismo. Porém em todas
as situações devemos sempre manter o respeito.

228
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

AULA 59. A P O L O G É T I C A:
ESPIRITISMO

Introdução: O Brasil é um país que foi colonizado pelos


portugueses. Por isso a presença da cultura católica em nosso país
é muito grande. Porém fico pasmo em perceber como é enorme a
presença da cultura espírita em nosso país. O espiritismo passou
por muitos problemas de preconceito social, então não “pega
bem” admitir a ida ao espiritismo. Por isso essa presença muitas
vezes é camuflada, disfarçada, mas está lá. Muitas pessoas não se
assumem como espíritas, mas quando precisavam estavam lá. Não
assumem que creem, mas também não têm coragem para duvidar.
Essa é apenas uma das diversas caraterísticas da presença do
espiritismo em nosso país.
Considero de pouca serventia conhecer a história e as
características dos diversos segmentos do espiritismo. Nessa aula
vamos abordar alguns dos pontos em que o espiritismo diverge da
palavra de Deus.

Reencarnação: Essa é uma ideia muito conveniente, pois se eu


não acertar muitas coisas nessa vida, não tem problema, na
próxima vida a gente acerta. Diminuindo a responsabilidade do ser
humano. Ela agrada muito às pessoas, pois posso justificar o meu
mau comportamento com base em um sofrimento que tive em
uma vida passada. Essa ideia é absolutamente contrária à palavra

229
BONIEK DE OLIVEIRA

de Deus. Hb 9.27 acaba com qualquer possibilidade de


reencarnação.

O que são os espíritos: A essência do espiritismo é a interação


dos seres humanos com os espíritos. Então é imprescindível saber
o que são aquilo que eles chamam de espíritos. Eles acreditam
estar falando com espíritos de seres humanos que já morreram ou
com entidades espirituais que jamais encarnaram. Um caso como
esse é descrito na palavra de Deus em 1 Sm 28.1-25. Nessa
passagem é narrada uma história que até hoje se repete muito.
Nela Saul visita uma médium querendo contatar o espírito do
profeta Samuel e aparentemente ele consegue. Porém uma análise
cuidadosa desse texto, nos deixa claro que na verdade o que está
acontecendo é que um demônio surgiu e simulou ser Samuel. Em
geral essas pessoas que procuram falar com espíritos de pessoas
mortas, são pessoas que se encontram em uma condição
vulnerável e elas querem acreditar que aquilo é verdade. Então elas
atribuem verdade àquelas ínfimas experiências produzidas por
demônios. Não me leve a mal, mas preciso ser conclusivo. São
demônios! Quando alguma pessoa busca qualquer forma de
contato com espíritos, demônios se aproveitarão dessa situação,
encenarão qualquer coisa e a pessoa vulnerável atribuirá verdade
àquilo e achará que falou com o espírito que ela queria.

Qual é o real objetivo? Na verdade, a força que move o


espiritismo e outras práticas místicas, é o desejo de controlar
forças desconhecidas. O ser humano tem a tendência de chamar
de espiritual tudo o que não entende. Então a bruxaria, a feitiçaria
e coisas como essas, tem o real objetivo de exercer poder sobre
fatores terrenos através de fatores espirituais.

Sincretismo religioso: No Brasil, durante o período da


escravidão, alguns escravos eram obrigados a deixar sua religião

230
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

espírita africana e assumirem o catolicismo romano. Para evitar


maiores problemas eles enterravam sob o chão, a imagem da
entidade africana, deixando a imagem do santo católico por cima.
Assim quando estavam rezando para aquele santo, estariam
também rezando para a entidade africana de sua devoção. Dessa
forma começa a se estabelecer uma relação entre os santos
católicos e os orixás africanos. E isso continuou em discursos do
tipo: “é tudo a mesma coisa”, “deus é um só”. Essa mistura de
religiões é o que chamamos de sincretismo.
De certa maneira o sincretismo também atingiu a igreja
evangélica. Como protestantes, não reconhecemos como
verdadeiros os nomes das entidades espíritas. Lembrando que o
diabo é o pai a mentira, e pode se apresentar de formas diferentes
em diferentes contextos. Não podemos considerar verdadeiros os
nomes dessas entidades. Mesmo assim muitos evangélicos
acreditam ser necessário conhecer de espiritismo e usar os nomes
de entidades espíritas para conseguir expulsar demônios e libertar
pessoas. Definitivamente isso não é bíblico e não foi dessa maneira
que o Senhor Jesus nos ensinou. O nome de Jesus é suficiente para
derrotar qualquer demônio.

Conclusão: O espiritismo é só mais uma religião e superstição


dentre muitas outras. Nunca me cansarei de repetir: Temos o
direito de divergir enfaticamente dessas religiões, mas precisamos
fazer isso com respeito. Não podemos desacatar as pessoas por
nenhum motivo e principalmente por conta de suas crenças
religiosas.

231
BONIEK DE OLIVEIRA

AULA 60. A P O L O G É T I C A:
SEITAS E HERESIAS

Introdução: O objetivo da aula de hoje é nós preparamos


apologeticamente em relação aos ensinos heréticos de grupos
menores que os grupos abordados nas aulas anteriores.

Significado dos termos: Heresia (do latim haerĕsis, por sua vez
do grego αἵρεσις, “escolha” ou “opção”) é a doutrina ou linha de
pensamento contrária ou diferente de um credo ou de um sistema
de crenças. Para nós heresia é todo ensino diferente da correta
interpretação das escrituras no tocante aos fundamentos da nossa
fé.
Seita (latim secta = “seccionar”, “dividir”, “sectar”) de
forma geral é um conceito utilizado para grupos que professem
doutrina, ideologia ou sistema filosófico divergentes do
correspondente sistema dominante. Esses grupos promovem
doutrinas e práticas não ortodoxas. Inicialmente esse termo se
referia às escolas filosóficas e também a segmentos do judaísmo.

A origem: Nós cristãos devemos crer na bíblia acima de tudo e


naquilo que a ciência diz quando não confronta a palavra de Deus
(lembrando que as verdades científicas são temporárias). Crer em
algo que não tem base bíblica e nem científica é superstição. Isso é
o que abre a porta para o misticismo, ocultismo, esoterismo e

232
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

coisas semelhantes a essas. Já as heresias têm sua origem em não se


dar o devido crédito à bíblia, ou em querer interpretá-la de acordo
com a própria vontade do indivíduo.

Exclusivismo: Esse elemento consiste em acreditar que só quem


é de sua denominação será salvo. Esse elemento leva um grupo
que o apresenta a ser caracterizado como seita. A Congregação
Cristã no Brasil manteve essa opinião durante muito tempo.
Recentemente eles reviram essa posição. A igreja adventista do
sétimo dia, em seus escritos mais antigos apresenta características
exclusivistas. Hoje não mais. Geralmente os exclusivistas tendem a
rebatizar cristãos evangélicos vindos de outras denominações
porque “só o batismo deles é válido”.

As mais comuns: Veremos agora algumas das características e


erros doutrinários das seitas e heresias mais comuns em nosso
país.

Testemunhas de Jeová: Os Testemunhas de Jeová ou TJ (em


inglês JW) são um grupo fundado por Charles Russell em 1870.
Dentre muitas, suas principais heresias são: não acreditar na
divindade de Cristo e acreditar que o número total de salvos é de
apenas 144000 pessoas. Esse erro doutrinário vem de uma
interpretação equivocada de Ap cap. 7 e cap. 14. Eles apresentam
também outras características curiosas como se negar ao serviço
militar e à transfusão de sangue.

Igreja Adventista do Sétimo Dia: Por volta de 1840, Guilherme


Miller começou um movimento entre os protestantes norte-
americanos, onde, interpretando principalmente os capítulos 7 e 8
de Daniel, tentaram determinar a data da volta de Cristo. Uma das
datas calculadas foi 22 de outubro de 1844.

233
BONIEK DE OLIVEIRA

Obviamente isso não aconteceu e esse evento ficou


marcado como o grande desapontamento. A partir daí muitos
abandonaram o movimento. Os que permaneceram deram início
aos diversos segmentos do adventismo, dentre elas a igreja
adventista do sétimo dia. Dentre suas principais heresias podemos
destacar: A guarda do sábado, que Jesus já resolveu em Mt 12.1-14.
Autoridade doutrinária atribuída aos escritos de Ellen G White
(uma das fundadoras da IASD).
Decreto dominical. Que é a crença de que no tempo do
fim o papa decretará perseguição contra todos os que guardarem o
sábado e não o domingo como dia consagrado a Deus.
Mortalidade da alma. De acordo com eles, quando o corpo
morre a alma também deixa de existir. Quando houver a
ressurreição, a alma volta a existir.
Rebatismo. Eles batizam novamente pessoas que eram de
sua denominação, abandonaram a fé e retornam a IASD. E
também pessoas batizadas em outras denominações que decidem
aderir a IASD.

Mormonismo: A igreja dos santos dos últimos Dias foi fundada


por Joseph Smith em 1830. Ficou conhecido como igreja
mórmon, pois, de acordo com sua versão da história, um “anjo”
chamado Moroni, teria entregado a Joseph Smith um livro escrito
em placas de ouro por alguém conhecido como Profeta Mórmon.
Joseph Smith teria traduzido essas placas e o material produzido é
o que circula hoje sob o título de livro de mórmon, que ao lado da
bíblia, é um dos quatro livros sagrados do mormonismo.
Diante disso tudo, eu nem tenho muito que dizer. A partir
do momento em que eles têm outros livros além da bíblia como
regra de fé e prática, não tem nem muito sobre o que discutir.
Parece até que o apóstolo Paulo estava antevendo tudo
isso quando disse: “se um anjo do céu vos anunciar outro

234
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

evangelho, que este seja anátema entre vós” Gl 1.8. “Satanás se


transfigura até mesmo em anjo de luz” 2Co 11.14.

Ecumenismo: A priori ecumenismo seria a união de todas as


igrejas cristãs ao redor do evangelho. Olhando assim parece algo
muito lindo, mas... não é. A definição eclesiástica, mais abrangente,
diz que é a aproximação, a cooperação, a busca fraterna da
superação das divisões entre as diferentes igrejas cristãs: católica,
ortodoxa e protestante. No ecumenismo contemporâneo,
promovido principalmente pela mídia televisiva o ecumenismo
inclui também o espiritismo.
O diálogo religioso não tem problema nenhum, desde que
não abramos mão de nossa essência para agradar, para conviver.
Em alguns países os pastores não estão pregando claramente a
Jesus Cristo. Estão pregando Deus de uma forma generalizada
para não “ofender” a budistas, muçulmanos e etc. Não podemos
tentar tornar o evangelho agradável à custas de nossas convicções.
O texto de 2Co 6.14-18 (leia o texto), deixa absolutamente clara
qual deve ser nossa postura em relação ao ecumenismo. Conversar
tudo bem. Desde que tenhamos esse texto como limite.
Precisamos tomar cuidado. Uma grande instituição ecumênica no
Brasil é a Legião da Boa Vontade LBV. Ela está muito presente na
mídia e o trabalho que ela desempenha parece ser muito bom. Mas
se você prestar atenção, facilmente encontrará, por exemplo,
mariolatria em seus ensinamentos Mt 6.5-12 e Gl 5.9. Outra
instituição extremamente perigosa é a “Igreja da Unificação” mais
conhecida como seita do reverendo Moon. Sorrateiramente tenta
organizar eventos com cantores evangélicos e recentemente
recebeu apoio de um bispo muito conhecido de uma das maiores
igrejas evangélicas do Brasil. Somente uma de suas muitas heresias:
Jesus não teria conseguido concluir sua missão. Então Deus pai
enviou o reverendo Moon para concluir a missão que Jesus não
teria conseguido.

235
BONIEK DE OLIVEIRA

Conclusão: Faltar-me-ia tempo para falar de maçonaria, Rosa


Cruz, e outros segmentos místicos e esotéricos, que podem ser
colocados juntos no mesmo pacote de superstições. São mentiras
diabólicas para manipular as pessoas que se prestam a crer nelas.
Quem se abre a essas coisas são como criança que acabam sendo
levadas de um lado para outro por qualquer vento de doutrina Ef
4.14.

236
CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIROS

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https://pt.wikipedia.org/wiki/Edmund_Husserl

Karl Jaspers. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Jaspers

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Crédito dos mapas das aulas 44 e 45 Bíblia de estudo pentecostal da


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Você também pode gostar